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DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Remédios Constitucionais e Garantias Processuais Remédios Constitucionais -habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, mandado de injunção e ação popular Parte 6 Profª. Liz Rodrigues

CONSTITUCIONAL · Remédios Constitucionais-Não induz litispendência para ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante individual se ele

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DIREITO

CONSTITUCIONALDireitos Individuais –Remédios Constitucionais e

Garantias ProcessuaisRemédios Constitucionais -habeas corpus, habeas data, mandado de

segurança, mandado de injunção e ação popular – Parte 6

Profª. Liz Rodrigues

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Remédios Constitucionais

Art. 5º, LXX: “o mandado de segurança coletivo pode ser

impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso

Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação

legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos

um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou

associados”.

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- O mandado de segurança coletivo também visa proteger

direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus

ou habeas data, contra ilegalidade ou abuso de poder

praticados por autoridade pública ou agente de pessoa

jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

- As diferenças estão no objeto, na legitimidade ativa e no

objetivo.

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- Objeto: assegurar a proteção de direitos coletivos e

individuais homogêneos, no limite da extensão da

legitimidade processual do legitimado extraordinário.

- São direitos de titularidade coletiva (direitos de grupos),

natureza solidária, indivisibilidade do objeto e postulação

coletiva (apesar de poderem ser gozados

individualmente).

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- Direitos coletivos (características essenciais): são gerados

da aglutinação de interesses individuais, que dá coesão

ao grupo de interessados, que tem exclusividade na

fruição destes direitos. Além disso, é possível a

identificabilidade jurídica do grupo e seus componentes

(Stédile).

- Objeto indivisível e indisponibilidade individual.

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- Art. 21, inc. I da Lei n. 12.016/09: “são direitos coletivos

os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja

titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou

com a parte contrária por uma relação jurídica básica”.

- Ex.: direito dos adquirentes de imóveis de um mesmo

prédio a determinada benfeitoria.

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- Direitos individuais homogêneos: vários direitos

individuais que são justapostos e são tutelados de uma só

vez (Stédile).

- A homogeneidade nasce da semelhança existente entre

eles, que se verifica na mesma natureza da prestação

subjacente ao direito e no mesmo sujeito passivo

(Zavascki).

- São divisíveis e titularizados por sujeitos específicos.

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- Art. 21, inc. II da Lei n. 12.016/09: “São direitos individuais

homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os

decorrentes de origem comum e da atividade ou situação

específica da totalidade ou de parte dos associados ou

membros do impetrante”.

- “Direitos acidentalmente coletivos” (Moreira): compradores

de carros de um lote com o mesmo defeito de fabricação,

alimento que gera intoxicação de várias pessoas, etc.

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- O problema do MSC para a defesa de direitos difusos:

- Direitos difusos: direitos que surgem da mera

identificação entre interesses individuais que se

encontram dispersos na sociedade.

- Diferentemente dos direitos coletivos, que se agregam

por um vínculo jurídico diferenciado, os direitos difusos se

agregam por comungarem pretensões semelhantes

(Stédile e Mancuso).

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- O art. 21 da Lei n. 12.016/09 não prevê a possibilidade

de utilização do MSC para a proteção de direitos difusos.

- “Silêncio eloquente” e boa parte da doutrina (Didier e

Zaneti Jr., p. ex.) entende que a limitação do remédio aos

direitos coletivos e individuais homogêneos é

inconstitucional.

- Porém, as bancas costumam perguntar o texto literal da

lei.

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- Legitimidade ativa: apenas partidos políticos, sindicatos,

entidades de classe e associações legalmente constituídas

e em funcionamento há, no mínimo, um ano.

- Partidos políticos: é exigida a representação no

Congresso Nacional – pode ser um deputado federal ou

um senador.

- Podem agir em defesa de seus interesses legítimos

relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária.

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- STF: “uma exigência tributária configura interesse de

grupo ou classe de pessoas, só podendo ser impugnada

por eles próprios, de forma individual ou coletiva.

O partido político não está, pois, autorizado a valer-se do

mandado de segurança coletivo para, substituindo todos

os cidadãos na defesa de interesses individuais, impugnar

majoração de tributo”. (RE n. 196.184).

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- Pertinência temática: “no que toca aos partidos políticos,

a tutela jurisdicional pretendida deverá estar

compreendida, ainda que de forma indireta, em seu

programa de governo. Deve-se reconhecer, entretanto,

que o interesse processual do partido político estará

evidente em demandas que versem sobre direitos

políticos ou prerrogativas democráticas [...]” (Stédile).

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- Organização sindical, entidade de classe ou associação

legalmente constituída e em funcionamento há pelo

menos um ano, em defesa dos interesses de seus

membros ou associados: alguns requisitos devem ser

respeitados – a defesa dos interesses da totalidade ou

parte de seus integrantes, pertinência temática e

inexigibilidade de autorização especial (há legitimação

extraordinária/substituição processual).

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- Substituição processual: “o substituto processual defende

direito alheio em nome próprio, sendo ele mesmo parte

no processo” (Cintra).

- Não confunda com a representação processual, que pode

ser feita pelas associações, mas exige autorização

expressa.

- Exigência de um ano de funcionamento: não se aplica aos

sindicatos e entidades de classe.

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- STF: “a legitimidade de sindicato para atuar como

substituto processual no mandado de segurança coletivo

pressupõe tão somente a existência jurídica, ou seja, o

registro no cartório próprio, sendo indiferente estarem ou

não os estatutos arquivados e registrados no Ministério

do Trabalho” (RE 370.834).

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- Medidas liminares: só podem ser concedidas após a

audiência do representante judicial da pessoa jurídica de

direito público (prazo para manifestação: 72 horas).

- Coisa julgada: a sentença faz coisa julgada apenas para

os membros do grupo ou categoria substituídos pelo

impetrante.

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- Não induz litispendência para ações individuais, mas os

efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante

individual se ele não desistir do próprio MS em até 30

dias contados da ciência comprovada da impetração da

segurança coletiva (art. 22, §1º, Lei n. 12.016/09).