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C o n s t i t u i ç ã o

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Texto consolidado até a Emenda Constitucional nº 77 de 11 de fevereiro de 2014

Vitória, 2014

CONSTITUIÇÃODa República Federativa do Brasil

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Coordenação do Projeto:  Ministério Público do Trabalho no Estado do Espírito Santo

Revisão:  Mauro Lúcio Nascimento e Wendell Luís Táboas

Produtor Gráfico: Eduardy Rocio Cabral

Projeto Gráfico e Diagramação: Link EditoraçãoImpressão: Grafitusa

As normas aqui apresentadas não substituem as publicações do Diário Oficial da União.

Brasil[Leis, etc.]

M665 Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 deoutubro de 1988 / obra coletiva de autoria do Ministério Público doTrabalho, Procuradoria Regional do Trabalho da 17ª Região, PCD Legal.- Vitória : Procuradoria Regional do Trabalho da 17ª Região, 2014.

160 p. : il ; 21x28 cm. (Projeto PCD Legal)

Texto consolidado até a Emenda Constitucional nº 77,de 11 de fevereiro de 2014 e conteúdoacessível para pessoas com deficiência.Disponível em www.pcdlegal.com.br1. Brasil – Constituição (1988). 2. PCDLegal. I. Título

CDD 20. ed. 362.4

FICHA CATALOGRÁFICA

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Título I - Dos Princípios Fundamentais .......................................................................................................................9

Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais  ...........................................................................................................................13

Capítulo I - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos ................................................................................................................ 15

Capítulo II - Dos Direitos Sociais  ........................................................................................................................................................ 18

Capítulo III - Da Nacionalidade  ......................................................................................................................................................... 21Capítulo IV - Dos Direitos Políticos  .................................................................................................................................................... 21

Capítulo V - Dos Partidos Políticos ..................................................................................................................................................... 23

Título III - Da Organização do Estado ......................................... ................................. ................................. ............ 25

Capítulo I - Da Organização Político-Administrativa ................................................................................................................................. 27

Capítulo II - Da União ................................................................................................................................................................................................27

Capítulo III - Dos Estados Federados .....................................................................................................................................................................31

Capítulo IV - Dos Municípios ....................................................................................................................................................................................32

Capítulo V - Do Distrito Federal e dos Territórios.................................................................................................................................................35

Seção I -  Do Distrito Federal ................................................................................................................................................................................35

Seção II - Dos Territórios ......................................................................................................................................................................................35

Capítulo VI - Da Intervenção ....................................................................................................................................................................................35

Capítulo VII - Da Administração Pública ...............................................................................................................................................................36Seção I - Disposições Gerais ................................................................................................................................................................................36

 Seção III - Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios ..................................... ...................... ...................... ............. 43

Seção IV - Das Regiões ..........................................................................................................................................................................................43

Título IV - Da Organização dos Poderes ............................................................ ................................. ....................... 45

Capítulo I - Do Poder Legislativo .............................................................................................................................................................................47

Seção I - Do Congresso Nacional........................................................................................................................................................................47

Seção II - Das Atribuições do Congresso Nacional .........................................................................................................................................47

Seção III - Da Câmara dos Deputados ...............................................................................................................................................................48

Seção IV - Do Senado Federal .............................................................................................................................................................................49

Seção V - Dos Deputados e dos Senadores ......................................................................................................................................................50

Seção VI - Das Reuniões .......................................................................................................................................................................................51

Seção VII - Das Comissões ...................................................................................................................................................................................52Seção VIII - Do Processo Legislativo ..................................................................................................................................................................53

Subseção I - Disposição geral.........................................................................................................................................................................53

Subseção II - Da Emenda à Constituição .....................................................................................................................................................53

Subseção III - Das Leis .....................................................................................................................................................................................53

Seção IX - Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária .................................................................................................................56

Capítulo II - Do Poder Executivo .............................................................................................................................................................................58

Seção I - Do Presidente e do Vice-Presidente da República .........................................................................................................................58

Seção II - Das Atribuições do Presidente da República .................................................................................................................................59

Seção III - Da Responsabilidade do Presidente da República .....................................................................................................................61

Seção IV - Dos Ministros de Estado ....................................................................................................................................................................61

Seção V - Do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional .................................................................................................61

Subseção I  - Do Conselho da República ......................................................................................................................................................61

Subseção II - Do Conselho de Defesa Nacional..........................................................................................................................................62Capítulo III - Do Poder Judiciário ...........................................................................................................................................................................62

Seção I - Disposições Gerais ................................................................................................................................................................................62

Seção II - Do Supremo Tribunal Federal ...........................................................................................................................................................67

Seção III - Do Superior Tribunal de Justiça ......................................................................................................................................................71

Seção IV - Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais ...........................................................................................................7 2

Seção V - Dos Tribunais e Juízes do Trabalho ..................................................................................................................................................74

Seção VI - Dos Tribunais e Juízes Eleitorais......................................................................................................................................................76

Seção VII - Dos Tribunais e Juízes Militares ......................................................................................................................................................77

Seção VIII - Dos Tribunais e Juízes dos Estados ..............................................................................................................................................77

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Capítulo IV - Das Funções Essenciais à Justiça ....................................................................................................................................................78

Seção I - Do Ministério Público ...........................................................................................................................................................................78

Seção II - Da Advocacia Pública..........................................................................................................................................................................81

Seção III - Da Advocacia e da Defensoria Pública ...........................................................................................................................................81

Título V - Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas ............................... ................................ ................... 83Capítulo I - Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio .......................................................................................................................................85

Seção I - Do Estado de Defesa .............................................................................................................................................................................85

Seção II - Do Estado de Sítio................................................................................................................................................................................85

Seção III - Disposições Gerais ..............................................................................................................................................................................86

Capítulo II - Das Forças Armadas ............................................................................................................................................................................86

Capítulo III - Da Segurança Pública ........................................................................................................................................................................87

Título VI - Da Tributação e do Orçamento ............................................. ................................. ................................. .. 89

Capítulo I - Do Sistema Tributário Nacional .........................................................................................................................................................91

Seção I - Dos Princípios Gerais ............................................................................................................................................................................91

Seção II - Das Limitações do Poder de Tributar...............................................................................................................................................92

Seção III - Dos Impostos da União .....................................................................................................................................................................94

Seção IV - Dos Impostos dos Estados e do Distrito Federal ..........................................................................................................................94Seção V - Dos Impostos dos Municípios............................................................................................................................................................97

Seção VI - Da Repartição das Receitas Tributárias..........................................................................................................................................97

Capítulo II - Das Finanças Públicas ........................................................................................................................................................................99

Seção I - Normas Gerais .......................................................................................................................................................................................99

Seção II - Dos Orçamentos.................................................................................................................................................................................100

Título VII - Da Ordem Econômica e financeira......................................... ................................. ................................ 105

Capítulo I - Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica ............................................................................................................................107

Capítulo II - Da Política Urbana .............................................................................................................................................................................109

Capítulo III - Da Política Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária .............................................................................................................110

Capítulo IV - Do Sistema Financeiro Nacional ...................................................................................................................................................111

Título VIII - Da Ordem Social ..................................................... ................................. ................................ ........... 113Capítulo I - Disposição Geral ..................................................................................................................................................................................115

Capítulo II - Da Seguridade Social ........................................................................................................................................................................115

Seção I - Disposições Gerais ..............................................................................................................................................................................115

Seção II - Da Saúde..............................................................................................................................................................................................116

Seção III - Da Previdência Social ......................................................................................................................................................................118

Seção IV - Da Assistência Social........................................................................................................................................................................119

Capítulo III - Da Educação, da Cultura e do Desporto ......................................................................................................................................120

Seção I - Da Educação ........................................................................................................................................................................................120

Seção II - Da Cultura ............................................................................................................................................................................................123

Seção III - Do Desporto .......................................................................................................................................................................................124

Capítulo IV - Da Ciência e Tecnologia ..................................................................................................................................................................125

Capítulo V - Da Comunicação Social....................................................................................................................................................................125

Capítulo VI - Do Meio Ambiente ............................................................................................................................................................................126Capítulo VII - Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso .............................................................................................127

Capítulo VIII - Dos Índios ........................................................................................................................................................................................129

Título IX - Das Disposições Constitucionais Gerais ............................. ................................ ................................. ..... 131

 Ato das Disposições Constitucionais Transitórias .............................. ................................ ................................. ..... 137

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Preâmbulo

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir

um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade,

a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma

sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na

ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção

de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

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Título I

Dos PrincípiosFundamentais

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Título I - Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, for-mada pela união indissolúvel dos Estados eMunicípios e do Distrito Federal, constitui--se em Estado democrático de direito e temcomo fundamentos:

I - a soberania;II - a cidadania;III - a dignidade da pessoa humana;IV - os valores sociais do trabalho e da li-vre iniciativa;V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana dopovo, que o exerce por meio de representan-tes eleitos ou diretamente, nos termos des-ta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentese harmônicos entre si, o Legislativo, o Execu-tivo e o Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentaisda República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justae solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginali-zação e reduzir as desigualdades sociaise regionais;IV - promover o bem de todos, sem precon-ceitos de origem, raça, sexo, cor, idade equaisquer outras formas de discriminação.

Art. 4º A República Federativa do Brasil re-ge-se nas suas relações internacionais pelosseguintes princípios:

I - independência nacional;II - prevalência dos direitos humanos;III - autodeterminação dos povos;IV - não-intervenção;V - igualdade entre os Estados;VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;IX - cooperação entre os povos para o pro-gresso da humanidade;X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa doBrasil buscará a integração econômica, polí-tica, social e cultural dos povos da AméricaLatina, visando à formação de uma comuni-dade latino-americana de nações.

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Título II

Dos Direitos eGarantias Fundamentais

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Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Capítulo I - Dos Direitos e DeveresIndividuais e Coletivos

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem dis-tinção de qualquer natureza, garantindo-seaos brasileiros e aos estrangeiros residentesno País a inviolabilidade do direito à vida, àliberdade, à igualdade, à segurança e à pro-priedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitose obrigações, nos termos desta Constituição;II - ninguém será obrigado a fazer ou deixarde fazer alguma coisa senão em virtude de lei;III - ninguém será submetido a tortura nem

a tratamento desumano ou degradante;IV - é livre a manifestação do pensamento,sendo vedado o anonimato;V - é assegurado o direito de resposta, pro-porcional ao agravo, além da indenizaçãopor dano material, moral ou à imagem;VI - é inviolável a liberdade de consciên-cia e de crença, sendo assegurado o livreexercício dos cultos religiosos e garantida,na forma da lei, a proteção aos locais deculto e a suas liturgias;VII - é assegurada, nos termos da lei, a pres-tação de assistência religiosa nas entidadescivis e militares de internação coletiva;VIII - ninguém será privado de direitos pormotivo de crença religiosa ou de convicçãofilosófica ou política, salvo se as invocarpara eximir-se de obrigação legal a todosimposta e recusar-se a cumprir prestaçãoalternativa, fixada em lei;IX - é livre a expressão da atividade intelec-

tual, artística, científica e de comunicação,independentemente de censura ou licença;X - são invioláveis a intimidade, a vidaprivada, a honra e a imagem das pessoas,assegurado o direito a indenização pelodano material ou moral decorrente desua violação;XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo,ninguém nela podendo penetrar sem con-sentimento do morador, salvo em caso deflagrante delito ou desastre, ou para pres-

tar socorro, ou, durante o dia, por deter-minação judicial;XII - é inviolável o sigilo da correspondên-

cia e das comunicações telegráficas, dedados e das comunicações telefônicas, sal-vo, no último caso, por ordem judicial, nashipóteses e na forma que a lei estabelecerpara fins de investigação criminal ou ins-trução processual penal;XIII - é livre o exercício de qualquer traba-lho, ofício ou profissão, atendidas as quali-ficações profissionais que a lei estabelecer;XIV - é assegurado a todos o acesso à in-formação e resguardado o sigilo da fonte,

quando necessário ao exercício profissional;XV - é livre a locomoção no território na-cional em tempo de paz, podendo qualquerpessoa, nos termos da lei, nele entrar, per-manecer ou dele sair com seus bens;XVI - todos podem reunir-se pacificamen-te, sem armas, em locais abertos ao públi-co, independentemente de autorização,desde que não frustrem outra reuniãoanteriormente convocada para o mesmolocal, sendo apenas exigido prévio aviso àautoridade competente;XVII - é plena a liberdade de associação parafins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;XVIII - a criação de associações e, na formada lei, a de cooperativas independem deautorização, sendo vedada a interferênciaestatal em seu funcionamento;XIX - as associações só poderão ser compul-soriamente dissolvidas ou ter suas ativida-des suspensas por decisão judicial, exigindo-

-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;XX - ninguém poderá ser compelido a asso-ciar-se ou a permanecer associado;XXI - as entidades associativas, quando ex-pressamente autorizadas, têm legitimida-de para representar seus filiados judicialou extrajudicialmente;XXII - é garantido o direito de propriedade;XXIII - a propriedade atenderá a sua fun-ção social;XXIV - a lei estabelecerá o procedimento

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Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais

para desapropriação por necessidade ouutilidade pública, ou por interesse social,mediante justa e prévia indenização em

dinheiro, ressalvados os casos previstosnesta Constituição;XXV - no caso de iminente perigo público, aautoridade competente poderá usar de pro-priedade particular, assegurada ao proprie-tário indenização ulterior, se houver dano;XXVI - a pequena propriedade rural, assimdefinida em lei, desde que trabalhada pelafamília, não será objeto de penhora parapagamento de débitos decorrentes de suaatividade produtiva, dispondo a lei sobre os

meios de financiar o seu desenvolvimento;XXVII - aos autores pertence o direito ex-clusivo de utilização, publicação ou repro-dução de suas obras, transmissível aos her-deiros pelo tempo que a lei fixar;XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuaisem obras coletivas e à reprodução da ima-gem e voz humanas, inclusive nas ativi-dades desportivas;b) o direito de fiscalização do aproveita-mento econômico das obras que criaremou de que participarem aos criadores, aosintérpretes e às respectivas representa-ções sindicais e associativas;

XXIX - a lei assegurará aos autores de in-ventos industriais privilégio temporáriopara sua utilização, bem como proteçãoàs criações industriais, à propriedade dasmarcas, aos nomes de empresas e a outrossignos distintivos, tendo em vista o inte-

resse social e o desenvolvimento tecnoló-gico e econômico do País;XXX - é garantido o direito de herança;XXXI - a sucessão de bens de estrangeirossituados no País será regulada pela lei bra-sileira em benefício do cônjuge ou dos fi-lhos brasileiros, sempre que não lhes sejamais favorável a lei pessoal do de cujus;XXXII - o Estado promoverá, na forma dalei, a defesa do consumidor;XXXIII - todos têm direito a receber dos ór-

gãos públicos informações de seu interes-se particular, ou de interesse coletivo ougeral, que serão prestadas no prazo da lei,

sob pena de responsabilidade, ressalvadasaquelas cujo sigilo seja imprescindível à se-gurança da sociedade e do Estado;XXXIV - são a todos assegurados, indepen-dentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos poderes públi-cos em defesa de direitos ou contra ilega-lidade ou abuso de poder;b) a obtenção de certidões em repartiçõespúblicas, para defesa de direitos e esclare-cimento de situações de interesse pessoal;

XXXV - a lei não excluirá da apreciação doPoder Judiciário lesão ou ameaça a direito;XXXVI - a lei não prejudicará o direito ad-quirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;XXXVII - não haverá juízo ou tribunal deexceção;XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,assegurados:

a) a plenitude de defesa;b) o sigilo das votações;c) a soberania dos veredictos;d) a competência para o julgamento doscrimes dolosos contra a vida;

XXXIX - não há crime sem lei anteriorque o defina, nem pena sem prévia comi-nação legal;XL - a lei penal não retroagirá, salvo parabeneficiar o réu;XLI - a lei punirá qualquer discriminação

atentatória dos direitos e liberdades fun-damentais;XLII - a prática do racismo constitui cri-me inafiançável e imprescritível, sujeito àpena de reclusão, nos termos da lei;XLIII - a lei considerará crimes inafiançá-veis e insuscetíveis de graça ou anistia aprática da tortura, o tráfico ilícito de entor-pecentes e drogas afins, o terrorismo e osdefinidos como crimes hediondos, por elesrespondendo os mandantes, os executores

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Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais

e os que, podendo evitá-los, se omitirem;XLIV - constitui crime inafiançável e im-prescritível a ação de grupos armados, ci-

vis ou militares, contra a ordem constitu-cional e o Estado democrático;XLV - nenhuma pena passará da pessoa docondenado, podendo a obrigação de repa-rar o dano e a decretação do perdimento debens ser, nos termos da lei, estendidas aossucessores e contra eles executadas, até olimite do valor do patrimônio transferido;XLVI - a lei regulará a individualização dapena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;c) multa;d) prestação social alternativa;e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - não haverá penas:a) de morte, salvo em caso de guerra de-clarada, nos termos do art. 84, XIX;b) de caráter perpétuo;c) de trabalhos forçados;d) de banimento;e) cruéis;

XLVIII - a pena será cumprida em estabele-cimentos distintos, de acordo com a natu-reza do delito, a idade e o sexo do apenado;XLIX - é assegurado aos presos o respeito àintegridade física e moral;L - às presidiárias serão asseguradas condi-ções para que possam permanecer com seusfilhos durante o período de amamentação;LI - nenhum brasileiro será extraditado,salvo o naturalizado, em caso de crime

comum, praticado antes da naturalização,ou de comprovado envolvimento em tráfi-co ilícito de entorpecentes e drogas afins,na forma da lei;LII - não será concedida extradição de es-trangeiro por crime político ou de opinião;LIII - ninguém será processado nem senten-ciado senão pela autoridade competente;LIV - ninguém será privado da liberdade oude seus bens sem o devido processo legal;LV - aos litigantes, em processo judicial ou

administrativo, e aos acusados em geral sãoassegurados o contraditório e a ampla defe-sa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, asprovas obtidas por meios ilícitos;LVII - ninguém será considerado culpadoaté o trânsito em julgado de sentença pe-nal condenatória;LVIII - o civilmente identificado não serásubmetido a identificação criminal, salvonas hipóteses previstas em lei;LIX - será admitida ação privada nos cri-mes de ação pública, se esta não for inten-tada no prazo legal;

LX - a lei só poderá restringir a publicidadedos atos processuais quando a defesa da in-timidade ou o interesse social o exigirem;LXI - ninguém será preso senão em fla-grante delito ou por ordem escrita e fun-damentada de autoridade judiciária com-petente, salvo nos casos de transgressãomilitar ou crime propriamente militar,definidos em lei;LXII - a prisão de qualquer pessoa e o localonde se encontre serão comunicados ime-diatamente ao juiz competente e à famíliado preso ou à pessoa por ele indicada;LXIII - o preso será informado de seus di-reitos, entre os quais o de permanecer ca-lado, sendo-lhe assegurada a assistênciada família e de advogado;LXIV - o preso tem direito à identificaçãodos responsáveis por sua prisão ou por seuinterrogatório policial;LXV - a prisão ilegal será imediatamente

relaxada pela autoridade judiciária;LXVI - ninguém será levado à prisão ounela mantido quando a lei admitir a liber-dade provisória, com ou sem fiança;LXVII - não haverá prisão civil por dívida,salvo a do responsável pelo inadimplemen-to voluntário e inescusável de obrigaçãoalimentícia e a do depositário infiel;LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sem-pre que alguém sofrer ou se achar amea-çado de sofrer violência ou coação em sua

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Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais

liberdade de locomoção, por ilegalidade ouabuso de poder;LXIX - conceder-se-á mandado de segu-

rança para proteger direito líquido e certo,não amparado por habeas corpus ou ha-beas data, quando o responsável pela ile-galidade ou abuso de poder for autoridadepública ou agente de pessoa jurídica noexercício de atribuições do poder público;LXX - o mandado de segurança coletivopode ser impetrado por:

a) partido político com representação noCongresso Nacional;b) organização sindical, entidade de clas-

se ou associação legalmente constituídae em funcionamento há pelo menos umano, em defesa dos interesses de seusmembros ou associados;

LXXI - conceder-se-á mandado de injun-ção sempre que a falta de norma regula-mentadora torne inviável o exercício dosdireitos e liberdades constitucionais e dasprerrogativas inerentes à nacionalidade, àsoberania e à cidadania;LXXII - conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento deinformações relativas à pessoa do impe-trante, constantes de registros ou bancosde dados de entidades governamentaisou de caráter público;b) para a retificação de dados, quandonão se prefira fazê-lo por processo sigilo-so, judicial ou administrativo;

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítimapara propor ação popular que vise a anular

ato lesivo ao patrimônio público ou de en-tidade de que o Estado participe, à morali-dade administrativa, ao meio ambiente eao patrimônio histórico e cultural, ficandoo autor, salvo comprovada má-fé, isento decustas judiciais e do ônus da sucumbência;LXXIV - o Estado prestará assistência jurí-dica integral e gratuita aos que comprova-rem insuficiência de recursos;LXXV - o Estado indenizará o condenadopor erro judiciário, assim como o que ficar

preso além do tempo fixado na sentença;LXXVI - são gratuitos para os reconheci-damente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;b) a certidão de óbito;LXXVII - são gratuitas as ações de habeascorpus e habeas data, e, na forma da lei, osatos necessários ao exercício da cidadania.LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e ad-ministrativo, são assegurados a razoávelduração do processo e os meios que garan-tam a celeridade de sua tramitação.

§ 1º As normas definidoras dos direitos e ga-

rantias fundamentais têm aplicação imediata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nestaConstituição não excluem outros decorren-tes do regime e dos princípios por ela adota-dos, ou dos tratados internacionais em quea República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionaissobre direitos humanos que forem aprovados,em cada Casa do Congresso Nacional, em doisturnos, por três quintos dos votos dos respec-tivos membros, serão equivalentes às emen-das constitucionais.

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tri-bunal Penal Internacional a cuja criação te-nha manifestado adesão.

Capítulo II - Dos Direitos Sociais

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saú-de, a alimentação, o trabalho, a moradia, olazer, a segurança, a previdência social, aproteção à maternidade e à infância, a as-sistência aos desamparados, na forma des-ta Constituição.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urba-nos e rurais, além de outros que visem à me-lhoria de sua condição social:

I - relação de emprego protegida contra

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Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais

despedida arbitrária ou sem justa causa,nos termos de lei complementar, que pre-verá indenização compensatória, dentre

outros direitos;II - seguro-desemprego, em caso de desem-prego involuntário;III - fundo de garantia do tempo de serviço;IV - salário mínimo, fixado em lei, nacional-mente unificado, capaz de atender às suasnecessidades vitais básicas e às de sua fa-mília com moradia, alimentação, educação,saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte eprevidência social, com reajustes periódicosque lhe preservem o poder aquisitivo, sendo

vedada sua vinculação para qualquer fim;V - piso salarial proporcional à extensão eà complexidade do trabalho;VI - irredutibilidade do salário, salvo o dis-posto em convenção ou acordo coletivo;VII - garantia de salário, nunca inferiorao mínimo, para os que percebem remu-neração variável;VIII - décimo terceiro salário com base naremuneração integral ou no valor da apo-sentadoria;IX - remuneração do trabalho noturno su-perior à do diurno;X - proteção do salário na forma da lei,constituindo crime sua retenção dolosa;XI - participação nos lucros, ou resultados,desvinculada da remuneração, e, excep-cionalmente, participação na gestão daempresa, conforme definido em lei;XII - salário-família pago em razão do de-pendente do trabalhador de baixa renda

nos termos da lei;XIII - duração do trabalho normal não su-perior a oito horas diárias e quarenta e qua-tro semanais, facultada a compensação dehorários e a redução da jornada, medianteacordo ou convenção coletiva de trabalho;XIV - jornada de seis horas para o trabalhorealizado em turnos ininterruptos de re-vezamento, salvo negociação coletiva;XV - repouso semanal remunerado, prefe-rencialmente aos domingos;

XVI - remuneração do serviço extraordi-nário superior, no mínimo, em cinqüentapor cento à do normal;

XVII - gozo de férias anuais remuneradascom, pelo menos, um terço a mais do que osalário normal;XVIII - licença à gestante, sem prejuízo doemprego e do salário, com a duração decento e vinte dias;XIX - licença-paternidade, nos termos fi-xados em lei;XX - proteção do mercado de trabalho damulher, mediante incentivos específicos,nos termos da lei;

XXI - aviso prévio proporcional ao tem-po de serviço, sendo no mínimo de trintadias, nos termos da lei;XXII - redução dos riscos inerentes ao tra-balho, por meio de normas de saúde, higie-ne e segurança;XXIII - adicional de remuneração para asatividades penosas, insalubres ou perigo-sas, na forma da lei;XXIV - aposentadoria;XXV - assistência gratuita aos filhos e de-pendentes desde o nascimento até 5 (cin-co) anos de idade em creches e pré-escolas;XXVI - reconhecimento das convenções eacordos coletivos de trabalho;XXVII - proteção em face da automação,na forma da lei;XXVIII - seguro contra acidentes de tra-balho, a cargo do empregador, sem excluira indenização a que este está obrigado,quando incorrer em dolo ou culpa;

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantesdas relações de trabalho, com prazo prescri-cional de cinco anos para os trabalhadoresurbanos e rurais, até o limite de dois anosapós a extinção do contrato de trabalho;

 a) (Revogada). b) (Revogada).

XXX - proibição de diferença de salários, deexercício de funções e de critério de admissãopor motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;XXXI - proibição de qualquer discriminação

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Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais

no tocante a salário e critérios de admissãodo trabalhador portador de deficiência;XXXII - proibição de distinção entre traba-

lho manual, técnico e intelectual ou entreos profissionais respectivos;XXXIII - proibição de trabalho noturno,perigoso ou insalubre a menores de dezoi-to e de qualquer trabalho a menores de de-zesseis anos, salvo na condição de apren-diz, a partir de quatorze anos;XXXIV - igualdade de direitos entre o tra-balhador com vínculo empregatício per-manente e o trabalhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à cate-goria dos trabalhadores domésticos os di-reitos previstos nos incisos IV, VI, VII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidasas condições estabelecidas em lei e obser-vada a simplificação do cumprimento dasobrigações tributárias, principais e acessó-rias, decorrentes da relação de trabalho esuas peculiaridades, os previstos nos inci-sos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem comoa sua integração à previdência social.

Art. 8º É livre a associação profissional ousindical, observado o seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização doEstado para a fundação de sindicato, res-salvado o registro no órgão competente,vedadas ao poder público a interferência ea intervenção na organização sindical;II - é vedada a criação de mais de uma or-

ganização sindical, em qualquer grau, re-presentativa de categoria profissional oueconômica, na mesma base territorial, queserá definida pelos trabalhadores ou em-pregadores interessados, não podendo serinferior à área de um Município;III - ao sindicato cabe a defesa dos direitose interesses coletivos ou individuais da ca-tegoria, inclusive em questões judiciais ouadministrativas;IV - a assembléia geral fixará a contribui-

ção que, em se tratando de categoria pro-fissional, será descontada em folha, paracusteio do sistema confederativo da repre-

sentação sindical respectiva, independen-temente da contribuição prevista em lei;V - ninguém será obrigado a filiar-se ou amanter-se filiado a sindicato;VI - é obrigatória a participação dos sindi-catos nas negociações coletivas de trabalho;VII - o aposentado filiado tem direito a vo-tar e ser votado nas organizações sindicais;VIII - é vedada a dispensa do empregadosindicalizado a partir do registro da can-didatura a cargo de direção ou representa-

ção sindical e, se eleito, ainda que suplente,até um ano após o final do mandato, salvose cometer falta grave nos termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste ar-tigo aplicam-se à organização de sindicatosrurais e de colônias de pescadores, atendi-das as condições que a lei estabelecer.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, com-petindo aos trabalhadores decidir sobre aoportunidade de exercê-lo e sobre os inte-resses que devam por meio dele defender.

§ 1º A lei definirá os serviços ou atividadesessenciais e disporá sobre o atendimentodas necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os res-ponsáveis às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos tra-balhadores e empregadores nos colegiadosdos órgãos públicos em que seus interessesprofissionais ou previdenciários sejam ob- jeto de discussão e deliberação.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentosempregados, é assegurada a eleição de umrepresentante destes com a finalidade ex-clusiva de promover-lhes o entendimentodireto com os empregadores.

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Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Capítulo III - Da Nacionalidade

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:a) os nascidos na República Federativado Brasil, ainda que de pais estrangei-ros, desde que estes não estejam a servi-ço de seu país;b) os nascidos no estrangeiro, de pai bra-sileiro ou de mãe brasileira, desde quequalquer deles esteja a serviço da Repú-blica Federativa do Brasil;c) os nascidos no estrangeiro de pai brasi-leiro ou de mãe brasileira, desde que sejam

registrados em repartição brasileira com-petente ou venham a residir na RepúblicaFederativa do Brasil e optem, em qualquertempo, depois de atingida a maioridade,pela nacionalidade brasileira;

II - naturalizados:a) os que, na forma da lei, adquiram a na-cionalidade brasileira, exigidas aos ori-ginários de países de língua portuguesaapenas residência por um ano ininter-rupto e idoneidade moral;b) os estrangeiros de qualquer nacionali-dade residentes na República Federativado Brasil há mais de quinze anos inin-terruptos e sem condenação penal, desdeque requeiram a nacionalidade brasileira.

§ 1º Aos portugueses com residência perma-nente no País, se houver reciprocidade em fa-vor de brasileiros, serão atribuídos os direitosinerentes ao brasileiro, salvo os casos previs-

tos nesta Constituição.

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção en-tre brasileiros natos e naturalizados, salvo noscasos previstos nesta Constituição.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:I - de Presidente e Vice-Presidente da Re-pública;II - de Presidente da Câmara dos Deputados;III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;V - da carreira diplomática;VI - de oficial das Forças Armadas;

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

§ 4º Será declarada a perda da nacionalidadedo brasileiro que:

I - tiver cancelada sua naturalização, porsentença judicial, em virtude de atividadenociva ao interesse nacional;II - adquirir outra nacionalidade, salvonos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidadeoriginária pela lei estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pelanorma estrangeira, ao brasileiro residen-te em Estado estrangeiro, como condiçãopara permanência em seu território oupara o exercício de direitos civis.

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma ofi-cial da República Federativa do Brasil.

§ 1º São símbolos da República Federativa doBrasil a bandeira, o hino, as armas e o selonacionais.

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Muni-cípios poderão ter símbolos próprios.

Capítulo IV - Dos Direitos Políticos

Art. 14. A soberania popular será exercidapelo sufrágio universal e pelo voto direto esecreto, com valor igual para todos, e, nos

termos da lei, mediante:I - plebiscito;II - referendo;III - iniciativa popular.

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:I - obrigatórios para os maiores de dezoitoanos;II - facultativos para:

a) os analfabetos;b) os maiores de setenta anos;

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Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais

c) os maiores de dezesseis e menores dedezoito anos.

§ 2º Não podem alistar-se como eleitores osestrangeiros e, durante o período do serviçomilitar obrigatório, os conscritos.

§ 3º São condições de elegibilidade, na for-ma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;II - o pleno exercício dos direitos políticos;III - o alistamento eleitoral;IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de:a) trinta e cinco anos para Presidente eVice-Presidente da República e Senador;b) trinta anos para Governador e Vice-Go-vernador de Estado e do Distrito Federal;c) vinte e um anos para Deputado Federal,Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,Vice-Prefeito e juiz de paz;d) dezoito anos para Vereador.

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e osanalfabetos.

§ 5º O Presidente da República, os Governado-res de Estado e do Distrito Federal, os Prefei-tos e quem os houver sucedido ou substituí-do no curso dos mandatos poderão ser ree-leitos para um único período subseqüente.

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Pre-sidente da República, os Governadores de Es-

tado e do Distrito Federal e os Prefeitos de-vem renunciar aos respectivos mandatos atéseis meses antes do pleito.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdi-ção do titular, o cônjuge e os parentes con-sangüíneos ou afins, até o segundo grau oupor adoção, do Presidente da República, deGovernador de Estado ou Território, do Dis-trito Federal, de Prefeito ou de quem os hajasubstituído dentro dos seis meses anteriores

ao pleito, salvo se já titular de mandato ele-tivo e candidato à reeleição.

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidasas seguintes condições:I - se contar menos de dez anos de serviço,deverá afastar-se da atividade;II - se contar mais de dez anos de serviço,será agregado pela autoridade superior e,se eleito, passará automaticamente, no atoda diplomação, para a inatividade.

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros ca-sos de inelegibilidade e os prazos de sua ces-

sação, a fim de proteger a probidade adminis-trativa, a moralidade para o exercício do man-dato, considerada a vida pregressa do candi-dato, e a normalidade e legitimidade das elei-ções contra a influência do poder econômicoou o abuso do exercício de função, cargo ouemprego na administração direta ou indireta.

§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugna-do ante a Justiça Eleitoral no prazo de quin-ze dias contados da diplomação, instruída aação com provas de abuso do poder econômi-co, corrupção ou fraude.

§ 11. A ação de impugnação de mandato tra-mitará em segredo de justiça, respondendoo autor, na forma da lei, se temerária ou demanifesta má-fé.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos po-líticos, cuja perda ou suspensão só se dará

nos casos de:I - cancelamento da naturalização por sen-tença transitada em julgado;II - incapacidade civil absoluta;III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;IV - recusa de cumprir obrigação a todosimposta ou prestação alternativa, nos ter-mos do art. 5º, VIII;V - improbidade administrativa, nos ter-mos do art. 37, § 4º.

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Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoralentrará em vigor na data de sua publicação,não se aplicando à eleição que ocorra até um

ano da data de sua vigência.

Capítulo V - Dos Partidos Políticos

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporaçãoe extinção de partidos políticos, resguarda-dos a soberania nacional, o regime democrá-tico, o pluripartidarismo, os direitos funda-mentais da pessoa humana e observados osseguintes preceitos:

I - caráter nacional;

II - proibição de recebimento de recursosfinanceiros de entidade ou governo es-trangeiros ou de subordinação a estes;III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;IV - funcionamento parlamentar de acor-do com a lei.

§ 1º É assegurada aos partidos políticos auto-nomia para definir sua estrutura interna, or-ganização e funcionamento e para adotar os

critérios de escolha e o regime de suas coli-gações eleitorais, sem obrigatoriedade de vin-culação entre as candidaturas em âmbito na-cional, estadual, distrital ou municipal, de-vendo seus estatutos estabelecer normas dedisciplina e fidelidade partidária.

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirempersonalidade jurídica, na forma da lei civil,registrarão seus estatutos no Tribunal Supe-rior Eleitoral.

§ 3º Os partidos políticos têm direito a recur-sos do fundo partidário e acesso gratuito aorádio e à televisão, na forma da lei.

§ 4º É vedada a utilização pelos partidos po-líticos de organização paramilitar.

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Título III

Da Organização do Estado

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Título III - Da Organização do Estado

Capítulo II - Da União

Art. 20. São bens da União:

I - os que atualmente lhe pertencem e osque lhe vierem a ser atribuídos;II - as terras devolutas indispensáveis àdefesa das fronteiras, das fortificações econstruções militares, das vias federais decomunicação e à preservação ambiental,definidas em lei;III - os lagos, rios e quaisquer correntes deágua em terrenos de seu domínio, ou quebanhem mais de um Estado, sirvam de li-mites com outros países, ou se estendam

a território estrangeiro ou dele prove-nham, bem como os terrenos marginais eas praias fluviais;IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonaslimítrofes com outros países; as praias ma-rítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras,excluídas, destas, as que contenham a sedede Municípios, exceto aquelas áreas afeta-das ao serviço público e a unidade ambien-tal federal, e as referidas no art. 26, II;V - os recursos naturais da plataforma con-tinental e da zona econômica exclusiva;VI - o mar territorial;VII - os terrenos de marinha e seus acres-cidos;VIII - os potenciais de energia hidráulica;IX - os recursos minerais, inclusive os dosubsolo;X - as cavidades naturais subterrâneas e ossítios arqueológicos e pré-históricos;XI - as terras tradicionalmente ocupadas

pelos índios.

§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Es-tados, ao Distrito Federal e aos Municípios,bem como a órgãos da administração dire-ta da União, participação no resultado daexploração de petróleo ou gás natural, derecursos hídricos para fins de geração deenergia elétrica e de outros recursos mi-nerais no respectivo território, plataforma

Capítulo I - Da OrganizaçãoPolítico-Administrativa

Art. 18. A organização político-administra-tiva da República Federativa do Brasil com-preende a União, os Estados, o Distrito Fede-ral e os Municípios, todos autônomos, nos ter-mos desta Constituição.

§ 1º Brasília é a Capital Federal.

§ 2º Os Territórios Federais integram a União,e sua criação, transformação em Estado oureintegração ao Estado de origem serão re-

guladas em lei complementar.

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si,subdividir-se ou desmembrar-se para se ane-xarem a outros, ou formarem novos Estadosou Territórios Federais, mediante aprovaçãoda população diretamente interessada, atra-vés de plebiscito, e do Congresso Nacional, porlei complementar.

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e odesmembramento de Municípios, far-se-ãopor lei estadual, dentro do período determi-nado por lei complementar federal, e depen-derão de consulta prévia, mediante plebis-cito, às populações dos Municípios envolvi-dos, após divulgação dos Estudos de Viabili-dade Municipal, apresentados e publicadosna forma da lei.

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Dis-

trito Federal e aos Municípios:I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas,subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcio-namento ou manter com eles ou seus re-presentantes relações de dependência oualiança, ressalvada, na forma da lei, a cola-boração de interesse público;II - recusar fé aos documentos públicos;III - criar distinções entre brasileiros oupreferências entre si.

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Título III - Da Organização do Estado

continental, mar territorial ou zona econô-mica exclusiva, ou compensação financeirapor essa exploração.

§ 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilôme-tros de largura, ao longo das fronteiras ter-restres, designada como faixa de fronteira, éconsiderada fundamental para defesa do ter-ritório nacional, e sua ocupação e utilizaçãoserão reguladas em lei.

Art. 21. Compete à União:I - manter relações com Estados estrangeirose participar de organizações internacionais;

II - declarar a guerra e celebrar a paz;III - assegurar a defesa nacional;IV - permitir, nos casos previstos em leicomplementar, que forças estrangeirastransitem pelo território nacional ou nelepermaneçam temporariamente;V - decretar o estado de sítio, o estado dedefesa e a intervenção federal;VI - autorizar e fiscalizar a produção e ocomércio de material bélico;VII - emitir moeda;VIII - administrar as reservas cambiais doPaís e fiscalizar as operações de natureza fi-nanceira, especialmente as de crédito, câm-bio e capitalização, bem como as de segurose de previdência privada;IX - elaborar e executar planos nacionais eregionais de ordenação do território e dedesenvolvimento econômico e social;X - manter o serviço postal e o correio aé-reo nacional;

XI - explorar, diretamente ou medianteautorização, concessão ou permissão, osserviços de telecomunicações, nos termosda lei, que disporá sobre a organização dosserviços, a criação de um órgão regulador eoutros aspectos institucionais;XII - explorar, diretamente ou medianteautorização, concessão ou permissão:

a) os serviços de radiodifusão sonora e desons e imagens;b) os serviços e instalações de energia

elétrica e o aproveitamento energéticodos cursos de água, em articulação comos Estados onde se situam os potenciais

hidroenergéticos;c) a navegação aérea, aeroespacial e a in-fra-estrutura aeroportuária;d) os serviços de transporte ferroviárioe aquaviário entre portos brasileiros efronteiras nacionais, ou que transpo-nham os limites de Estado ou Território;e) os serviços de transporte rodoviário in-terestadual e internacional de passageiros;f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

XIII - organizar e manter o Poder Judiciá-

rio, o Ministério Público do Distrito Fede-ral e dos Territórios e a Defensoria Públicados Territórios;XIV - organizar e manter a polícia civil, apolícia militar e o corpo de bombeiros mi-litar do Distrito Federal, bem como prestarassistência financeira ao Distrito Federalpara a execução de serviços públicos, pormeio de fundo próprio;XV - organizar e manter os serviços ofi-ciais de estatística, geografia, geologia ecartografia de âmbito nacional;XVI - exercer a classificação, para efeitoindicativo, de diversões públicas e de pro-gramas de rádio e televisão;XVII - conceder anistia;XVIII - planejar e promover a defesa per-manente contra as calamidades públicas,especialmente as secas e as inundações;XIX - instituir sistema nacional de geren-ciamento de recursos hídricos e definir

critérios de outorga de direitos de seu uso;XX - instituir diretrizes para o desenvolvi-mento urbano, inclusive habitação, sanea-mento básico e transportes urbanos;XXI - estabelecer princípios e diretrizespara o sistema nacional de viação;XXII - executar os serviços de polícia marí-tima, aeroportuária e de fronteiras;XXIII - explorar os serviços e instala-ções nucleares de qualquer natureza eexercer monopólio estatal sobre a pes-

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Título III - Da Organização do Estado

quisa, a lavra, o enriquecimento e re-processamento, a industrialização e ocomércio de minérios nucleares e seus

derivados, atendidos os seguintes prin-cípios e condições:a) toda atividade nuclear em territórionacional somente será admitida para finspacíficos e mediante aprovação do Con-gresso Nacional;b) sob regime de permissão, são autori-zadas a comercialização e a utilização deradioisótopos para a pesquisa e usos mé-dicos, agrícolas e industriais;c) sob regime de permissão, são autoriza-

das a produção, comercialização e utili-zação de radioisótopos de meia-vida igualou inferior a duas horas;d) a responsabilidade civil por danos nu-cleares independe da existência de culpa;

XXIV - organizar, manter e executar a ins-peção do trabalho;XXV - estabelecer as áreas e as condiçõespara o exercício da atividade de garimpa-gem, em forma associativa.

Art. 22. Compete privativamente à União le-gislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, proces-sual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáu-tico, espacial e do trabalho;II - desapropriação;III - requisições civis e militares, em casode iminente perigo e em tempo de guerra;IV - águas, energia, informática, telecomu-nicações e radiodifusão;

V - serviço postal;VI - sistema monetário e de medidas, títu-los e garantias dos metais;VII - política de crédito, câmbio, seguros etransferência de valores;VIII - comércio exterior e interestadual;IX - diretrizes da política nacional detransportes;X - regime dos portos, navegação lacustre,fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;XI - trânsito e transporte;

XII - jazidas, minas, outros recursos mine-rais e metalurgia;XIII - nacionalidade, cidadania e natura-

lização;XIV - populações indígenas;XV - emigração e imigração, entrada, ex-tradição e expulsão de estrangeiros;XVI - organização do sistema nacional deemprego e condições para o exercício deprofissões;XVII - organização judiciária, do MinistérioPúblico do Distrito Federal e dos Territóriose da Defensoria Pública dos Territórios, bemcomo organização administrativa destes;

XVIII - sistema estatístico, sistema carto-gráfico e de geologia nacionais;XIX - sistemas de poupança, captação e ga-rantia da poupança popular;XX - sistemas de consórcios e sorteios;XXI - normas gerais de organização, efeti-vos, material bélico, garantias, convocaçãoe mobilização das polícias militares e cor-pos de bombeiros militares;XXII - competência da polícia federal edas polícias rodoviária e ferroviária fe-derais;XXIII - seguridade social;XXIV - diretrizes e bases da educação na-cional;XXV - registros públicos;XXVI - atividades nucleares de qualquernatureza;XXVII - normas gerais de licitação e con-tratação, em todas as modalidades, paraas administrações públicas diretas, autár-

quicas e fundacionais da União, Estados,Distrito Federal e Municípios, obedecido odisposto no art. 37, XXI, e para as empresaspúblicas e sociedades de economia mista,nos termos do art. 173, § 1º, III;XXVIII - defesa territorial, defesa aeroes-pacial, defesa marítima, defesa civil e mo-bilização nacional;XXIX - propaganda comercial.

Parágrafo único. Lei complementar poderá

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Título III - Da Organização do Estado

autorizar os Estados a legislar sobre ques-tões específicas das matérias relacionadasneste artigo.

Art. 23. É competência comum da União, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, dasleis e das instituições democráticas e con-servar o patrimônio público;II - cuidar da saúde e assistência pública,da proteção e garantia das pessoas porta-doras de deficiência;III - proteger os documentos, as obras eoutros bens de valor histórico, artístico e

cultural, os monumentos, as paisagens na-turais notáveis e os sítios arqueológicos;IV - impedir a evasão, a destruição e a des-caracterização de obras de arte e de ou-tros bens de valor histórico, artístico oucultural;V - proporcionar os meios de acesso à cul-tura, à educação e à ciência;VI - proteger o meio ambiente e combater apoluição em qualquer de suas formas;VII - preservar as florestas, a fauna e aflora;VIII - fomentar a produção agropecuária eorganizar o abastecimento alimentar;IX - promover programas de construção demoradias e a melhoria das condições habi-tacionais e de saneamento básico;X - combater as causas da pobreza e os fa-tores de marginalização, promovendo a in-tegração social dos setores desfavorecidos;XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as

concessões de direitos de pesquisa e explo-ração de recursos hídricos e minerais emseus territórios;XII - estabelecer e implantar política deeducação para a segurança do trânsito.

Parágrafo único. Leis complementares fixa-rão normas para a cooperação entre a Uniãoe os Estados, o Distrito Federal e os Municí-pios, tendo em vista o equilíbrio do desenvol-vimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Dis-trito Federal legislar concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, peniten-

ciário, econômico e urbanístico;II - orçamento;III - juntas comerciais;IV - custas dos serviços forenses;V - produção e consumo;VI - florestas, caça, pesca, fauna, conser-vação da natureza, defesa do solo e dos re-cursos naturais, proteção do meio ambien-te e controle da poluição;VII - proteção ao patrimônio histórico,cultural, artístico, turístico e paisagístico;

VIII - responsabilidade por dano ao meioambiente, ao consumidor, a bens e direitosde valor artístico, estético, histórico, turís-tico e paisagístico;IX - educação, cultura, ensino e desporto;X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;XI - procedimentos em matéria processual;XII - previdência social, proteção e defesada saúde;XIII - assistência jurídica e defensoria pú-blica;XIV - proteção e integração social das pes-soas portadoras de deficiência;XV - proteção à infância e à juventude;XVI - organização, garantias, direitos e de-veres das polícias civis.

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, acompetência da União limitar-se-á a estabe-lecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar so-bre normas gerais não exclui a competênciasuplementar dos Estados.

§ 3 º Inexistindo lei federal sobre normasgerais, os Estados exercerão a competên-cia legislativa plena, para atender a suaspeculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre

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Título III - Da Organização do Estado

normas gerais suspende a eficácia da lei es-tadual, no que lhe for contrário.

Capítulo III - Dos EstadosFederados

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem--se pelas Constituições e leis que adotarem,observados os princípios desta Constituição.

§ 1º São reservadas aos Estados as compe-tências que não lhes sejam vedadas por estaConstituição.

§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamen-te, ou mediante concessão, os serviços lo-cais de gás canalizado, na forma da lei, veda-da a edição de medida provisória para a suaregulamentação.

§ 3º Os Estados poderão, mediante lei com-plementar, instituir regiões metropolitanas,aglomerações urbanas e microrregiões, cons-tituídas por agrupamentos de Municípios li-mítrofes, para integrar a organização, o pla-nejamento e a execução de funções públicasde interesse comum.

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:I - as águas superficiais ou subterrâneas,fluentes, emergentes e em depósito, ressal-vadas, neste caso, na forma da lei, as decor-rentes de obras da União;II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras,que estiverem no seu domínio, excluídas

aquelas sob domínio da União, Municípiosou terceiros;III - as ilhas f luviais e lacustres não perten-centes à União;IV - as terras devolutas não compreendidasentre as da União.

Art. 27. O número de Deputados à Assem-bléia Legislativa corresponderá ao triplo darepresentação do Estado na Câmara dos De-putados e, atingido o número de trinta e seis,

será acrescido de tantos quantos forem os De-putados Federais acima de doze.

§ 1º Será de quatro anos o mandato dos De-putados Estaduais, aplicando-se-lhes as re-gras desta Constituição sobre sistema eleito-ral, inviolabilidade, imunidades, remunera-ção, perda de mandato, licença, impedimen-tos e incorporação às Forças Armadas.

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais seráfixado por lei de iniciativa da Assembléia Le-gislativa, na razão de, no máximo, setenta ecinco por cento daquele estabelecido, em es-

pécie, para os Deputados Federais, observa-do o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150,II, 153, III, e 153, § 2º, I.

§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dis-por sobre seu regimento interno, polícia eserviços administrativos de sua secretaria,e prover os respectivos cargos.

§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popularno processo legislativo estadual.

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice--Governador de Estado, para mandato de qua-tro anos, realizar-se-á no primeiro domin-go de outubro, em primeiro turno, e no úl-timo domingo de outubro, em segundo tur-no, se houver, do ano anterior ao do términodo mandato de seus antecessores, e a posseocorrerá em primeiro de janeiro do ano sub-seqüente, observado, quanto ao mais, o dis-

posto no art. 77.

§ 1º Perderá o mandato o Governador que as-sumir outro cargo ou função na administra-ção pública direta ou indireta, ressalvada aposse em virtude de concurso público e ob-servado o disposto no art. 38, I, IV e V.

§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Go-vernador e dos Secretários de Estado serãofixados por lei de iniciativa da Assembléia

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Título III - Da Organização do Estado

Legislativa, observado o que dispõem os arts.37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

Capítulo IV - Dos MunicípiosArt. 29. O Município reger-se-á por lei orgâ-nica, votada em dois turnos, com o interstíciomínimo de dez dias, e aprovada por dois ter-ços dos membros da Câmara Municipal, quea promulgará, atendidos os princípios esta-belecidos nesta Constituição, na Constituiçãodo respectivo Estado e os seguintes preceitos:

I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito edos Vereadores, para mandato de quatro

anos, mediante pleito direto e simultâneorealizado em todo o País;II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeitorealizada no primeiro domingo de outubrodo ano anterior ao término do mandatodos que devam suceder, aplicadas as regrasdo art. 77 no caso de Municípios com maisde duzentos mil eleitores;III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito nodia 1º de janeiro do ano subseqüente ao daeleição;IV - para a composição das Câmaras Muni-cipais, será observado o limite máximo de:

a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios deaté 15.000 (quinze mil) habitantes;b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípiosde mais de 15.000 (quinze mil) habitantese de até 30.000 (trinta mil) habitantes;c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípioscom mais de 30.000 (trinta mil) habitan-tes e de até 50.000 (cinquenta mil) habi-

tantes;d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípiosde mais de 50.000 (cinquenta mil) habi-tantes e de até 80.000 (oitenta mil) habi-tantes;e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municí-pios de mais de 80.000 (oitenta mil) habi-tantes e de até 120.000 (cento e vinte mil)habitantes;f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municí-pios de mais de 120.000 (cento e vinte mil)

habitantes e de até 160.000 (cento sessen-ta mil) habitantes;g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Muni-

cípios de mais de 160.000 (cento e sessen-ta mil) habitantes e de até 300.000 (tre-zentos mil) habitantes;h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Muni-cípios de mais de 300.000 (trezentos mil)habitantes e de até 450.000 (quatrocentose cinquenta mil) habitantes;i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Mu-nicípios de mais de 450.000 (quatrocen-tos e cinquenta mil) habitantes e de até600.000 (seiscentos mil) habitantes;

 j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Muni-cípios de mais de 600.000 (seiscentos mil)habitantes e de até 750.000 (setecentoscinquenta mil) habitantes;k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Mu-nicípios de mais de 750.000 (setecentos ecinquenta mil) habitantes e de até 900.000(novecentos mil) habitantes;l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Mu-nicípios de mais de 900.000 (novecentosmil) habitantes e de até 1.050.000 (um mi-lhão e cinquenta mil) habitantes;m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Mu-nicípios de mais de 1.050.000 (um mi-lhão e cinquenta mil) habitantes e de até1.200.000 (um milhão e duzentos mil) ha-bitantes;n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nosMunicípios de mais de 1.200.000 (um mi-lhão e duzentos mil) habitantes e de até1.350.000 (um milhão e trezentos e cin-

quenta mil) habitantes;o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Muni-cípios de 1.350.000 (um milhão e trezen-tos e cinquenta mil) habitantes e de até1.500.000 (um milhão e quinhentos mil)habitantes;p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Mu-nicípios de mais de 1.500.000 (um milhãoe quinhentos mil) habitantes e de até1.800.000 (um milhão e oitocentos mil)habitantes;

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Título III - Da Organização do Estado

q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nosMunicípios de mais de 1.800.000 (um mi-lhão e oitocentos mil) habitantes e de até

2.400.000 (dois milhões e quatrocentosmil) habitantes;r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nosMunicípios de mais de 2.400.000 (dois mi-lhões e quatrocentos mil) habitantes e deaté 3.000.000 (três milhões) de habitantes;s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nosMunicípios de mais de 3.000.000 (três mi-lhões) de habitantes e de até 4.000.000(quatro milhões) de habitantes;t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos

Municípios de mais de 4.000.000 (quatromilhões) de habitantes e de até 5.000.000(cinco milhões) de habitantes;u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nosMunicípios de mais de 5.000.000 (cincomilhões) de habitantes e de até 6.000.000(seis milhões) de habitantes;v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nosMunicípios de mais de 6.000.000 (seis mi-lhões) de habitantes e de até 7.000.000(sete milhões) de habitantes;w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nosMunicípios de mais de 7.000.000 (sete mi-lhões) de habitantes e de até 8.000.000(oito milhões) de habitantes; ex) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nosMunicípios de mais de 8.000.000 (oito mi-lhões) de habitantes;

V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeitoe dos Secretários Municipais fixados porlei de iniciativa da Câmara Municipal, ob-

servado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;VI - o subsídio dos Vereadores será fixa-do pelas respectivas Câmaras Municipaisem cada legislatura para a subseqüente,observado o que dispõe esta Constituição,observados os critérios estabelecidos narespectiva Lei Orgânica e os seguintes li-mites máximos:

a) em Municípios de até dez mil habitan-tes, o subsídio máximo dos Vereadores

corresponderá a vinte por cento do sub-sídio dos Deputados Estaduais;b) em Municípios de dez mil e um a cin-

qüenta mil habitantes, o subsídio máxi-mo dos Vereadores corresponderá a trin-ta por cento do subsídio dos DeputadosEstaduais;c) em Municípios de cinqüenta mil e uma cem mil habitantes, o subsídio máximodos Vereadores corresponderá a quaren-ta por cento do subsídio dos DeputadosEstaduais;d) em Municípios de cem mil e um a tre-zentos mil habitantes, o subsídio máximo

dos Vereadores corresponderá a cinqüen-ta por cento do subsídio dos DeputadosEstaduais;e) em Municípios de trezentos mil e uma quinhentos mil habitantes, o subsídiomáximo dos Vereadores corresponderá asessenta por cento do subsídio dos Depu-tados Estaduais;f) em Municípios de mais de quinhentosmil habitantes, o subsídio máximo dosVereadores corresponderá a setenta ecinco por cento do subsídio dos Deputa-dos Estaduais;

VII - o total da despesa com a remuneraçãodos Vereadores não poderá ultrapassar omontante de cinco por cento da receita doMunicípio;VIII - inviolabilidade dos Vereadores porsuas opiniões, palavras e votos no exercíciodo mandato e na circunscrição do Município;IX - proibições e incompatibilidades, no

exercício da vereança, similares, no quecouber, ao disposto nesta Constituiçãopara os membros do Congresso Nacional ena Constituição do respectivo Estado paraos membros da Assembléia Legislativa;X - julgamento do Prefeito perante o Tribu-nal de Justiça;XI - organização das funções legislativas efiscalizadoras da Câmara Municipal;XII - cooperação das associações represen-tativas no planejamento municipal;

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Título III - Da Organização do Estado

XIII - iniciativa popular de projetos de leide interesse específico do Município, dacidade ou de bairros, através de manifes-

tação de, pelo menos, cinco por cento doeleitorado;XIV - perda do mandato do Prefeito, nostermos do art. 28, parágrafo único.

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legis-lativo Municipal, incluídos os subsídios dosVereadores e excluídos os gastos com ina-tivos, não poderá ultrapassar os seguintespercentuais, relativos ao somatório da recei-ta tributária e das transferências previstas

no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efe-tivamente realizado no exercício anterior:

I - 7% (sete por cento) para Municípioscom população de até 100.000 (cem mil)habitantes;II - 6% (seis por cento) para Municípioscom população entre 100.000 (cem mil) e300.000 (trezentos mil) habitantes;III - 5% (cinco por cento) para Municípioscom população entre 300.001 (trezentosmil e um) e 500.000 (quinhentos mil) ha-bitantes;IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimospor cento) para Municípios com popula-ção entre 500.001 (quinhentos mil e um)e 3.000.000 (três milhões) de habitantes;V - 4% (quatro por cento) para Municípioscom população entre 3.000.001 (três mi-lhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) dehabitantes;VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos

por cento) para Municípios com popu-lação acima de 8.000.001 (oito milhões eum) habitantes.

§ 1º A Câmara Municipal não gastará maisde setenta por cento de sua receita com fo-lha de pagamento, incluído o gasto com osubsídio de seus Vereadores.

§ 2º Constitui crime de responsabilidade doPrefeito Municipal:

I - efetuar repasse que supere os limitesdefinidos neste artigo;II - não enviar o repasse até o dia vinte de

cada mês; ouIII - enviá-lo a menor em relação à propor-ção fixada na Lei Orçamentária.

§ 3º Constitui crime de responsabilidade doPresidente da Câmara Municipal o desrespei-to ao § 1º deste artigo.

Art. 30. Compete aos Municípios:I - legislar sobre assuntos de interesse local;II - suplementar a legislação federal e a es-

tadual no que couber;III - instituir e arrecadar os tributos de suacompetência, bem como aplicar suas ren-das, sem prejuízo da obrigatoriedade deprestar contas e publicar balancetes nosprazos fixados em lei;IV - criar, organizar e suprimir Distritos,observada a legislação estadual;V - organizar e prestar, diretamente ousob regime de concessão ou permissão, osserviços públicos de interesse local, incluí-do o de transporte coletivo, que tem cará-ter essencial;VI - manter, com a cooperação técnica e fi-nanceira da União e do Estado, programasde educação infantil e de ensino funda-mental;VII - prestar, com a cooperação técnica efinanceira da União e do Estado, serviçosde atendimento à saúde da população;VIII - promover, no que couber, adequado

ordenamento territorial, mediante plane- jamento e controle do uso, do parcelamen-to e da ocupação do solo urbano;IX - promover a proteção do patrimôniohistórico-cultural local, observada a legis-lação e a ação fiscalizadora federal e esta-dual.

Art. 31. A fiscalização do Município será exer-cida pelo Poder Legislativo municipal, me-diante controle externo, e pelos sistemas de

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Título III - Da Organização do Estado

controle interno do Poder Executivo munici-pal, na forma da lei.

§ 1º O controle externo da Câmara Municipalserá exercido com o auxílio dos Tribunais deContas dos Estados ou do Município ou dosConselhos ou Tribunais de Contas dos Muni-cípios, onde houver.

§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão com-petente, sobre as contas que o Prefeito deveanualmente prestar, só deixará de prevale-cer por decisão de dois terços dos membrosda Câmara Municipal.

§ 3º As contas dos Municípios ficarão, duran-te sessenta dias, anualmente, à disposição dequalquer contribuinte, para exame e aprecia-ção, o qual poderá questionar-lhes a legitimi-dade, nos termos da lei.

§ 4º É vedada a criação de tribunais, Conse-lhos ou órgãos de contas municipais.

Capítulo V - Do Distrito Federal edos Territórios

Seção I - Do Distrito Federal

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divi-são em Municípios, reger-se-á por lei orgâ-nica, votada em dois turnos com interstíciomínimo de dez dias, e aprovada por dois ter-ços da Câmara Legislativa, que a promulga-rá, atendidos os princípios estabelecidos nes-

ta Constituição.

§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as com-petências legislativas reservadas aos Estadose Municípios.

§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Gover-nador, observadas as regras do art. 77, e dosDeputados Distritais coincidirá com a dos Go-vernadores e Deputados Estaduais, para man-dato de igual duração.

§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Le-gislativa aplica-se o disposto no art. 27.

§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, peloGoverno do Distrito Federal, das polícias ci-vil e militar e do corpo de bombeiros militar.

Seção II - Dos Territórios

Art. 33. A lei disporá sobre a organização ad-ministrativa e judiciária dos Territórios.

§ 1º Os Territórios poderão ser divididos emMunicípios, aos quais se aplicará, no que cou-

ber, o disposto noCapítulo IV deste Título.

§ 2º As contas do Governo do Território serãosubmetidas ao Congresso Nacional, com pa-recer prévio do Tribunal de Contas da União.

§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cemmil habitantes, além do Governador, nomea-do na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instâncias,membros do Ministério Público e defensorespúblicos federais; a lei disporá sobre as elei-ções para a Câmara Territorial e sua compe-tência deliberativa.

Capítulo VI - Da Intervenção

Art. 34. A União não intervirá nos Estadosnem no Distrito Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;II - repelir invasão estrangeira ou de uma

unidade da Federação em outra;III - pôr termo a grave comprometimentoda ordem pública;IV - garantir o livre exercício de qualquerdos Poderes nas unidades da Federação;V - reorganizar as finanças da unidade daFederação que:

a) suspender o pagamento da dívida fun-dada por mais de dois anos consecutivos,salvo motivo de força maior;b) deixar de entregar aos Municípios re-

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Título III - Da Organização do Estado

ceitas tributárias fixadas nesta Consti-tuição dentro dos prazos estabelecidosem lei;

VI - prover a execução de lei federal, or-dem ou decisão judicial;VII - assegurar a observância dos seguin-tes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema represen-tativo e regime democrático;b) direitos da pessoa humana;c) autonomia municipal;d) prestação de contas da administraçãopública, direta e indireta;e) aplicação do mínimo exigido da receita

resultante de impostos estaduais, com-preendida a proveniente de transferências,na manutenção e desenvolvimento do ensi-no e nas ações e serviços públicos de saúde.

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Mu-nicípios, nem a União nos Municípios locali-zados em Território Federal, exceto quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de forçamaior, por dois anos consecutivos, a dívidafundada;II - não forem prestadas contas devidas, naforma da lei;III - não tiver sido aplicado o mínimo exi-gido da receita municipal na manutençãoe desenvolvimento do ensino e nas ações eserviços públicos de saúde;IV - o Tribunal de Justiça der provimento arepresentação para assegurar a observân-cia de princípios indicados na Constituiçãoestadual, ou para prover a execução de lei,

de ordem ou de decisão judicial.

Art. 36. A decretação da intervençãodependerá:

I - no caso do art. 34, IV, de solicitação doPoder Legislativo ou do Poder Executivocoacto ou impedido, ou de requisição doSupremo Tribunal Federal, se a coação forexercida contra o Poder Judiciário;II - no caso de desobediência a ordem ou de-cisão judiciária, de requisição do Supremo

Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;III - de provimento, pelo Supremo Tri-

bunal Federal, de representação do Pro-curador-Geral da República, na hipótesedo art. 34, VII, e no caso de recusa à exe-cução de lei federal.IV - (Revogado).

§ 1º O decreto de intervenção, que especifi-cará a amplitude, o prazo e as condições deexecução e que, se couber, nomeará o inter-ventor, será submetido à apreciação do Con-gresso Nacional ou da Assembléia Legislativa

do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Se não estiver funcionando o Congres-so Nacional ou a Assembléia Legislativa, far--se-á convocação extraordinária, no mesmoprazo de vinte e quatro horas.

§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art.35, IV, dispensada a apreciação pelo Congres-so Nacional ou pela Assembléia Legislativa, odecreto limitar-se-á a suspender a execuçãodo ato impugnado, se essa medida bastar aorestabelecimento da normalidade.

§ 4º Cessados os motivos da intervenção, asautoridades afastadas de seus cargos a estesvoltarão, salvo impedimento legal.

Capítulo VII - Da AdministraçãoPública

Seção I - Disposições Gerais

Art. 37. A administração pública direta e in-direta de qualquer dos Poderes da União, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municípiosobedecerá aos princípios de legalidade, im-pessoalidade, moralidade, publicidade e efi-ciência e, também, ao seguinte:

I - os cargos, empregos e funções públicassão acessíveis aos brasileiros que preen-cham os requisitos estabelecidos em lei, as-

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Título III - Da Organização do Estado

sim como aos estrangeiros, na forma da lei;II - a investidura em cargo ou empregopúblico depende de aprovação prévia em

concurso público de provas ou de provas etítulos, de acordo com a natureza e a com-plexidade do cargo ou emprego, na formaprevista em lei, ressalvadas as nomeaçõespara cargo em comissão declarado em leide livre nomeação e exoneração;III - o prazo de validade do concurso públi-co será de até dois anos, prorrogável umavez, por igual período;IV - durante o prazo improrrogável previs-to no edital de convocação, aquele aprova-

do em concurso público de provas ou deprovas e títulos será convocado com prio-ridade sobre novos concursados para assu-mir cargo ou emprego, na carreira;V - as funções de confiança, exercidas ex-clusivamente por servidores ocupantes decargo efetivo, e os cargos em comissão, aserem preenchidos por servidores de car-reira nos casos, condições e percentuaismínimos previstos em lei, destinam-seapenas às atribuições de direção, chefia eassessoramento;VI - é garantido ao servidor público civil odireito à livre associação sindical;VII - o direito de greve será exercido nostermos e nos limites definidos em lei es-pecífica;VIII - a lei reservará percentual dos cargose empregos públicos para as pessoas por-tadoras de deficiência e definirá os crité-rios de sua admissão;

IX - a lei estabelecerá os casos de contrata-ção por tempo determinado para atendera necessidade temporária de excepcionalinteresse público;X - a remuneração dos servidores públi-cos e o subsídio de que trata o § 4º do art.39 somente poderão ser fixados ou altera-dos por lei específica, observada a iniciati-va privativa em cada caso, assegurada re-visão geral anual, sempre na mesma data esem distinção de índices;

XI - a remuneração e o subsídio dos ocu-pantes de cargos, funções e empregos pú-blicos da administração direta, autárquica

e fundacional, dos membros de qualquerdos Poderes da União, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municípios, dos de-tentores de mandato eletivo e dos demaisagentes políticos e os proventos, pensõesou outra espécie remuneratória, percebi-dos cumulativamente ou não, incluídas asvantagens pessoais ou de qualquer outranatureza, não poderão exceder o subsí-dio mensal, em espécie, dos Ministros doSupremo Tribunal Federal, aplicando-se

como limite, nos Municípios, o subsídio doPrefeito, e nos Estados e no Distrito Fede-ral, o subsídio mensal do Governador noâmbito do Poder Executivo, o subsídio dosDeputados Estaduais e Distritais no âmbitodo Poder Legislativo e o subsídio dos De-sembargadores do Tribunal de Justiça, li-mitado a noventa inteiros e vinte e cincocentésimos por cento do subsídio mensal,em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciá-rio, aplicável este limite aos membros doMinistério Público, aos Procuradores e aosDefensores Públicos;XII - os vencimentos dos cargos do PoderLegislativo e do Poder Judiciário não po-derão ser superiores aos pagos pelo PoderExecutivo;XIII - é vedada a vinculação ou equipara-ção de quaisquer espécies remuneratóriaspara o efeito de remuneração de pessoal do

serviço público;XIV - os acréscimos pecuniários percebi-dos por servidor público não serão compu-tados nem acumulados para fins de con-cessão de acréscimos ulteriores;XV - o subsídio e os vencimentos dos ocu-pantes de cargos e empregos públicos sãoirredutíveis, ressalvado o disposto nos in-cisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;XVI - é vedada a acumulação remunerada

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Título III - Da Organização do Estado

de cargos públicos, exceto, quando houvercompatibilidade de horários, observadoem qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;b) a de um cargo de professor com outro,técnico ou científico;c) a de dois cargos ou empregos privativosde profissionais de saúde, com profissõesregulamentadas;

XVII - a proibição de acumular estende-se aempregos e funções e abrange autarquias,fundações, empresas públicas, sociedadesde economia mista, suas subsidiárias, e so-ciedades controladas, direta ou indireta-

mente, pelo poder público;XVIII - a administração fazendária e seusservidores fiscais terão, dentro de suasáreas de competência e jurisdição, prece-dência sobre os demais setores adminis-trativos, na forma da lei;XIX - somente por lei específica poderá sercriada autarquia e autorizada a instituiçãode empresa pública, de sociedade de eco-nomia mista e de fundação, cabendo à leicomplementar, neste último caso, definiras áreas de sua atuação;XX - depende de autorização legislativa,em cada caso, a criação de subsidiárias dasentidades mencionadas no inciso anterior,assim como a participação de qualquer de-las em empresa privada;XXI - ressalvados os casos especificadosna legislação, as obras, serviços, comprase alienações serão contratados medianteprocesso de licitação pública que assegu-

re igualdade de condições a todos os con-correntes, com cláusulas que estabeleçamobrigações de pagamento, mantidas ascondições efetivas da proposta, nos termosda lei, o qual somente permitirá as exigên-cias de qualificação técnica e econômicaindispensáveis à garantia do cumprimentodas obrigações.XXII - as administrações tributárias daUnião, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios, atividades essenciais ao

funcionamento do Estado, exercidas porservidores de carreiras específicas, terãorecursos prioritários para a realização de

suas atividades e atuarão de forma inte-grada, inclusive com o compartilhamentode cadastros e de informações fiscais, naforma da lei ou convênio.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras,serviços e campanhas dos órgãos públicos de-verá ter caráter educativo, informativo ou deorientação social, dela não podendo constarnomes, símbolos ou imagens que caracteri-zem promoção pessoal de autoridades ou ser-

vidores públicos.

§ 2º A não-observância do disposto nos incisosII e III implicará a nulidade do ato e a puniçãoda autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 3º A lei disciplinará as formas de partici-pação do usuário na administração públicadireta e indireta, regulando especialmente:

I - as reclamações relativas à prestação dosserviços públicos em geral, asseguradas amanutenção de serviços de atendimentoao usuário e a avaliação periódica, externae interna, da qualidade dos serviços;II - o acesso dos usuários a registros admi-nistrativos e a informações sobre atos degoverno, observado o disposto no art. 5º,X e XXXIII;III - a disciplina da representação contrao exercício negligente ou abusivo de car-go, emprego ou função na administração

pública.

§ 4º Os atos de improbidade administrativaimportarão a suspensão dos direitos políti-cos, a perda da função pública, a indisponi-bilidade dos bens e o ressarcimento ao erá-rio, na forma e gradação previstas em lei, semprejuízo da ação penal cabível.

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescri-ção para ilícitos praticados por qualquer

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Título III - Da Organização do Estado

agente, servidor ou não, que causem pre- juízos ao erário, ressalvadas as respectivasações de ressarcimento.

§ 6º As pessoas jurídicas de direito públicoe as de direito privado prestadoras de ser-viços públicos responderão pelos danos queseus agentes, nessa qualidade, causarem aterceiros, assegurado o direito de regres-so contra o responsável nos casos de doloou culpa.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as res-trições ao ocupante de cargo ou emprego da

administração direta e indireta que possi-bilite o acesso a informações privilegiadas.

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária efinanceira dos órgãos e entidades da admi-nistração direta e indireta poderá ser am-pliada mediante contrato, a ser firmado en-tre seus administradores e o poder público,que tenha por objeto a fixação de metas dedesempenho para o órgão ou entidade, ca-bendo à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato;II - os controles e critérios de avaliaçãode desempenho, direitos, obrigações eresponsabilidade dos dirigentes;III - a remuneração do pessoal.

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às em-presas públicas e às sociedades de economiamista e suas subsidiárias, que receberem re-cursos da União, dos Estados, do Distrito Fe-

deral ou dos Municípios para pagamento dedespesas de pessoal ou de custeio em geral.

§ 10. É vedada a percepção simultânea deproventos de aposentadoria decorrentesdo art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remu-neração de cargo, emprego ou função pú-blica, ressalvados os cargos acumuláveis naforma desta Constituição, os cargos eletivose os cargos em comissão declarados em leide livre nomeação e exoneração.

§ 11. Não serão computadas, para efeito doslimites remuneratórios de que trata o incisoXI do caput deste artigo, as parcelas de ca-

ráter indenizatório previstas em lei.

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XIdo caput deste artigo, fica facultado aos Es-tados e ao Distrito Federal fixar, em seu âm-bito, mediante emenda às respectivas Cons-tituições e Lei Orgânica, como limite único,o subsídio mensal dos Desembargadores dorespectivo Tribunal de Justiça, limitado anoventa inteiros e vinte e cinco centésimospor cento do subsídio mensal dos Ministros

do Supremo Tribunal Federal, não se apli-cando o disposto neste parágrafo aos sub-sídios dos Deputados Estaduais e Distritaise dos Vereadores.

Art. 38. Ao servidor público da adminis-tração direta, autárquica e fundacional, noexercício de mandato eletivo, aplicam-se asseguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo fede-ral, estadual ou distrital, ficará afastadode seu cargo, emprego ou função;II - investido no mandato de Prefeito,será afastado do cargo, emprego ou fun-ção, sendo-lhe facultado optar pela suaremuneração;III - investido no mandato de Vereador,havendo compatibilidade de horários,perceberá as vantagens de seu cargo, em-prego ou função, sem prejuízo da remu-neração do cargo eletivo, e, não havendo

compatibilidade, será aplicada a normado inciso anterior;IV - em qualquer caso que exija o afasta-mento para o exercício de mandato ele-tivo, seu tempo de serviço será contadopara todos os efeitos legais, exceto parapromoção por merecimento;V - para efeito de benefício previdenciá-rio, no caso de afastamento, os valoresserão determinados como se no exercícioestivesse.

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Título III - Da Organização do Estado

Seção II - Dos Servidores Públicos

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Fede-

ral e os Municípios instituirão conselho depolítica de administração e remuneração depessoal, integrado por servidores designadospelos respectivos Poderes.

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento edos demais componentes do sistema remu-neratório observará:

I - a natureza, o grau de responsabilidadee a complexidade dos cargos componentesde cada carreira;

II - os requisitos para a investidura;III - as peculiaridades dos cargos.

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federalmanterão escolas de governo para a forma-ção e o aperfeiçoamento dos servidores pú-blicos, constituindo-se a participação noscursos um dos requisitos para a promoçãona carreira, facultada, para isso, a celebra-ção de convênios ou contratos entre os en-tes federados.

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de car-go público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV,XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitosdiferenciados de admissão quando a nature-za do cargo o exigir.

§ 4º O membro de Poder, o detentor de man-dato eletivo, os Ministros de Estado e os Se-

cretários Estaduais e Municipais serão re-munerados exclusivamente por subsídio fi-xado em parcela única, vedado o acréscimode qualquer gratificação, adicional, abono,prêmio, verba de representação ou outra es-pécie remuneratória, obedecido, em qual-quer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Fe-deral e dos Municípios poderá estabelecer arelação entre a maior e a menor remuneração

dos servidores públicos, obedecido, em qual-quer caso, o disposto no art. 37, XI.

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judi-ciário publicarão anualmente os valores dosubsídio e da remuneração dos cargos e em-pregos públicos.

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Fe-deral e dos Municípios disciplinará a aplica-ção de recursos orçamentários provenientesda economia com despesas correntes em cadaórgão, autarquia e fundação, para aplicaçãono desenvolvimento de programas de quali-

dade e produtividade, treinamento e desen-volvimento, modernização, reaparelhamen-to e racionalização do serviço público, inclu-sive sob a forma de adicional ou prêmio deprodutividade.

 § 8º A remuneração dos servidores públicosorganizados em carreira poderá ser fixadanos termos do § 4º.

Art. 40. Aos servidores titulares de cargosefetivos da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios, incluídas suas au-tarquias e fundações, é assegurado regimede previdência de caráter contributivo e so-lidário, mediante contribuição do respectivoente público, dos servidores ativos e inativose dos pensionistas, observados critérios quepreservem o equilíbrio financeiro e atuariale o disposto neste artigo.

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime deprevidência de que trata este artigo serão apo-sentados, calculados os seus proventos a par-tir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:

I - por invalidez permanente, sendo os pro-ventos proporcionais ao tempo de contri-buição, exceto se decorrente de acidenteem serviço, moléstia profissional ou doen-ça grave, contagiosa ou incurável, na for-ma da lei;II - compulsoriamente, aos setenta anos

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Título III - Da Organização do Estado

de idade, com proventos proporcionais aotempo de contribuição;III - voluntariamente, desde que cumprido

tempo mínimo de dez anos de efetivo exer-cício no serviço público e cinco anos nocargo efetivo em que se dará a aposenta-doria, observadas as seguintes condições:

a) sessenta anos de idade e trinta e cincode contribuição, se homem, e cinqüenta ecinco anos de idade e trinta de contribui-ção, se mulher;b) sessenta e cinco anos de idade, se ho-mem, e sessenta anos de idade, se mulher,com proventos proporcionais ao tempo

de contribuição.

§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pen-sões, por ocasião de sua concessão, não pode-rão exceder a remuneração do respectivo ser-vidor, no cargo efetivo em que se deu a apo-sentadoria ou que serviu de referência paraa concessão da pensão.

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposen-tadoria, por ocasião da sua concessão, se-rão consideradas as remunerações utiliza-das como base para as contribuições do ser-vidor aos regimes de previdência de que tra-tam este artigo e o art. 201, na forma da lei.

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e crité-rios diferenciados para a concessão de apo-sentadoria aos abrangidos pelo regime de quetrata este artigo, ressalvados, nos termos de-finidos em leis complementares, os casos de

servidores:I - portadores de deficiência;II - que exerçam atividades de risco;III - cujas atividades sejam exercidas sobcondições especiais que prejudiquem asaúde ou a integridade física.

§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de con-tribuição serão reduzidos em cinco anos, emrelação ao disposto no § 1º, III, a, para o pro-fessor que comprove exclusivamente tempo

de efetivo exercício das funções de magisté-rio na educação infantil e no ensino funda-mental e médio.

§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorren-tes dos cargos acumuláveis na forma destaConstituição, é vedada a percepção de maisde uma aposentadoria à conta do regime deprevidência previsto neste artigo.

§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefí-cio de pensão por morte, que será igual:

I - ao valor da totalidade dos proventos doservidor falecido, até o limite máximo es-

tabelecido para os benefícios do regime ge-ral de previdência social de que trata o art.201, acrescido de setenta por cento da par-cela excedente a este limite, caso aposen-tado à data do óbito; ouII - ao valor da totalidade da remuneraçãodo servidor no cargo efetivo em que se deuo falecimento, até o limite máximo estabe-lecido para os benefícios do regime geralde previdência social de que trata o art.201, acrescido de setenta por cento da par-cela excedente a este limite, caso em ativi-dade na data do óbito.

§ 8º É assegurado o reajustamento dos bene-fícios para preservar-lhes, em caráter perma-nente, o valor real, conforme critérios esta-belecidos em lei.

§ 9º O tempo de contribuição federal, esta-dual ou municipal será contado para efeito

de aposentadoria e o tempo de serviço cor-respondente para efeito de disponibilidade.

§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquerforma de contagem de tempo de contribui-ção fictício.

§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, àsoma total dos proventos de inatividade, in-clusive quando decorrentes da acumulaçãode cargos ou empregos públicos, bem como

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Título III - Da Organização do Estado

de outras atividades sujeitas a contribuiçãopara o regime geral de previdência social, eao montante resultante da adição de proven-

tos de inatividade com remuneração de car-go acumulável na forma desta Constituição,cargo em comissão declarado em lei de livrenomeação e exoneração, e de cargo eletivo.

§ 12. Além do disposto neste artigo, o regi-me de previdência dos servidores públicostitulares de cargo efetivo observará, no quecouber, os requisitos e critérios fixados parao regime geral de previdência social.

§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente,de cargo em comissão declarado em lei de li-vre nomeação e exoneração bem como de ou-tro cargo temporário ou de emprego público,aplica-se o regime geral de previdência social.

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal eos Municípios, desde que instituam regime deprevidência complementar para os seus res-pectivos servidores titulares de cargo efeti-vo, poderão fixar, para o valor das aposen-tadorias e pensões a serem concedidas peloregime de que trata este artigo, o limite má-ximo estabelecido para os benefícios do re-gime geral de previdência social de que tra-ta o art. 201.

§ 15. O regime de previdência complemen-tar de que trata o § 14 será instituído por leide iniciativa do respectivo Poder Executivo,observado o disposto no art. 202 e seus pa-

rágrafos, no que couber, por intermédio deentidades fechadas de previdência comple-mentar, de natureza pública, que oferecerãoaos respectivos participantes planos de be-nefícios somente na modalidade de contri-buição definida.

§ 16. Somente mediante sua prévia e expres-sa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá seraplicado ao servidor que tiver ingressado noserviço público até a data da publicação do

ato de instituição do correspondente regimede previdência complementar.

§ 17. Todos os valores de remuneração con-siderados para o cálculo do benefício previs-to no § 3° serão devidamente atualizados, naforma da lei.

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proven-tos de aposentadorias e pensões concedidaspelo regime de que trata este artigo que su-perem o limite máximo estabelecido para osbenefícios do regime geral de previdência so-cial de que trata o art. 201, com percentual

igual ao estabelecido para os servidores ti-tulares de cargos efetivos.

§ 19. O servidor de que trata este artigo quetenha completado as exigências para apo-sentadoria voluntária estabelecidas no § 1º,III, a, e que opte por permanecer em ativi-dade fará jus a um abono de permanênciaequivalente ao valor da sua contribuiçãoprevidenciária até completar as exigên-cias para aposentadoria compulsória con-tidas no § 1º, II.

§ 20. Fica vedada a existência de mais de umregime próprio de previdência social para osservidores titulares de cargos efetivos, e demais de uma unidade gestora do respectivoregime em cada ente estatal, ressalvado odisposto no art. 142, § 3º, X.

§ 21. A contribuição prevista no § 18 des-

te artigo incidirá apenas sobre as parcelasde proventos de aposentadoria e de pensãoque superem o dobro do limite máximo es-tabelecido para os benefícios do regime ge-ral de previdência social de que trata o art.201 desta Constituição, quando o beneficiá-rio, na forma da lei, for portador de doen-ça incapacitante.

Art. 41. São estáveis após três anos de efe-tivo exercício os servidores nomeados para

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Título III - Da Organização do Estado

cargo de provimento efetivo em virtude deconcurso público.

§ 1º O servidor público estável só perderá ocargo:I - em virtude de sentença judicial transi-tada em julgado;II - mediante processo administrativo emque lhe seja assegurada ampla defesa;III - mediante procedimento de avaliaçãoperiódica de desempenho, na forma de leicomplementar, assegurada ampla defesa.

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demis-

são do servidor estável, será ele reintegrado,e o eventual ocupante da vaga, se estável, re-conduzido ao cargo de origem, sem direito aindenização, aproveitado em outro cargo ouposto em disponibilidade com remuneraçãoproporcional ao tempo de serviço.

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua des-necessidade, o servidor estável ficará em dis-ponibilidade, com remuneração proporcionalao tempo de serviço, até seu adequado apro-veitamento em outro cargo.

§ 4º Como condição para a aquisição da es-tabilidade, é obrigatória a avaliação especialde desempenho por comissão instituída paraessa finalidade.

Seção III - Dos Militares dos Estados, do

Distrito Federal e dos Territórios

Art. 42. Os membros das Polícias Militares eCorpos de Bombeiros Militares, instituiçõesorganizadas com base na hierarquia e disci-plina, são militares dos Estados, do DistritoFederal e dos Territórios.

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, doDistrito Federal e dos Territórios, além do quevier a ser fixado em lei, as disposições do art.14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º,cabendo a lei estadual específica dispor sobre

as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendoas patentes dos oficiais conferidas pelos res-pectivos governadores.

§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Esta-dos, do Distrito Federal e dos Territórios apli-ca-se o que for fixado em lei específica do res-pectivo ente estatal.

Seção IV - Das Regiões

Art. 43. Para efeitos administrativos, a Uniãopoderá articular sua ação em um mesmo com-plexo geoeconômico e social, visando a seu

desenvolvimento e à redução das desigual-dades regionais.

§ 1º Lei complementar disporá sobre:I - as condições para integração de regiõesem desenvolvimento;II - a composição dos organismos regionaisque executarão, na forma da lei, os planosregionais, integrantes dos planos nacio-nais de desenvolvimento econômico e so-cial, aprovados juntamente com estes.

§ 2º Os incentivos regionais compreenderão,além de outros, na forma da lei:

I - igualdade de tarifas, fretes, seguros eoutros itens de custos e preços de respon-sabilidade do poder público;II - juros favorecidos para financiamentode atividades prioritárias;III - isenções, reduções ou diferimentotemporário de tributos federais devidos

por pessoas físicas ou jurídicas;IV - prioridade para o aproveitamento eco-nômico e social dos rios e das massas deágua represadas ou represáveis nas regiõesde baixa renda, sujeitas a secas periódicas.

§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a Uniãoincentivará a recuperação de terras áridas ecooperará com os pequenos e médios proprie-tários rurais para o estabelecimento, em suasglebas, de fontes de água e de pequena irrigação.

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Título IV 

Da Organização dos Poderes

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Título IV - Da Organização dos Poderes

Capítulo I - Do Poder Legislativo

Seção I - Do Congresso Nacional

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido peloCongresso Nacional, que se compõe da Câma-ra dos Deputados e do Senado Federal.

Parágrafo único. Cada legislatura terá a du-ração de quatro anos.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-sede representantes do povo, eleitos, pelo sis-tema proporcional, em cada Estado, em cada

Território e no Distrito Federal.

§ 1º O número total de Deputados, bem comoa representação por Estado e pelo Distrito Fe-deral, será estabelecido por lei complemen-tar, proporcionalmente à população, proce-dendo-se aos ajustes necessários, no ano an-terior às eleições, para que nenhuma daque-las unidades da Federação tenha menos deoito ou mais de setenta Deputados.

§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de re-presentantes dos Estados e do Distrito Fede-ral, eleitos segundo o princípio majoritário.

§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerãotrês Senadores, com mandato de oito anos.

§ 2º A representação de cada Estado e do Distri-

to Federal será renovada de quatro em quatroanos, alternadamente, por um e dois terços.

§ 3º Cada Senador será eleito com doissuplentes.

Art. 47. Salvo disposição constitucional emcontrário, as deliberações de cada Casa e desuas comissões serão tomadas por maioriados votos, presente a maioria absoluta deseus membros.

Seção II - Das Atribuições do Congresso

Nacional

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com asanção do Presidente da República, não exi-gida esta para o especificado nos arts. 49, 51e 52, dispor sobre todas as matérias de com-petência da União, especialmente sobre:

I - sistema tributário, arrecadação e distri-buição de rendas;II - plano plurianual, diretrizes orçamentá-rias, orçamento anual, operações de crédito,dívida pública e emissões de curso forçado;III - fixação e modificação do efetivo das

Forças Armadas;IV - planos e programas nacionais, regio-nais e setoriais de desenvolvimento;V - limites do território nacional, espaço aé-reo e marítimo e bens do domínio da União;VI - incorporação, subdivisão ou desmem-bramento de áreas de Territórios ou Esta-dos, ouvidas as respectivas AssembléiasLegislativas;VII - transferência temporária da sede doGoverno Federal;VIII - concessão de anistia;IX - organização administrativa, judiciá-ria, do Ministério Público e da DefensoriaPública da União e dos Territórios e orga-nização judiciária e do Ministério Públicodo Distrito Federal;X - criação, transformação e extinção decargos, empregos e funções públicas, ob-servado o que estabelece o art. 84, VI, b;XI - criação e extinção de Ministérios e ór-

gãos da administração pública;XII - telecomunicações e radiodifusão;XIII - matéria financeira, cambial e mo-netária, instituições financeiras e suasoperações;XIV - moeda, seus limites de emissão, emontante da dívida mobiliária federal;XV - fixação do subsídio dos Ministros doSupremo Tribunal Federal, observado oque dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III;e 153, § 2º, I.

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Título IV - Da Organização dos Poderes

Art. 49. É da competência exclusiva do Con-gresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados,

acordos ou atos internacionais que acarre-tem encargos ou compromissos gravososao patrimônio nacional;II - autorizar o Presidente da República adeclarar guerra, a celebrar a paz, a permi-tir que forças estrangeiras transitem peloterritório nacional ou nele permaneçamtemporariamente, ressalvados os casosprevistos em lei complementar;III - autorizar o Presidente e o Vice-Presi-dente da República a se ausentarem do País,

quando a ausência exceder a quinze dias;IV - aprovar o estado de defesa e a interven-ção federal, autorizar o estado de sítio, oususpender qualquer uma dessas medidas;V - sustar os atos normativos do Poder Exe-cutivo que exorbitem do poder regulamen-tar ou dos limites de delegação legislativa;VI - mudar temporariamente sua sede;VII - fixar idêntico subsídio para os Depu-tados Federais e os Senadores, observadoo que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150,II, 153, III, e 153, § 2º, I;VIII - fixar os subsídios do Presidente e doVice-Presidente da República e dos Ministrosde Estado, observado o que dispõem os arts.37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;IX - julgar anualmente as contas prestadaspelo Presidente da República e apreciar osrelatórios sobre a execução dos planos degoverno;X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou

por qualquer de suas Casas, os atos do Po-der Executivo, incluídos os da administra-ção indireta;XI - zelar pela preservação de sua com-petência legislativa em face da atribuiçãonormativa dos outros Poderes;XII - apreciar os atos de concessão e reno-vação de concessão de emissoras de rádioe televisão;XIII - escolher dois terços dos membros doTribunal de Contas da União;

XIV - aprovar iniciativas do Poder Executi-vo referentes a atividades nucleares;XV - autorizar referendo e convocar ple-

biscito;XVI - autorizar, em terras indígenas, a explo-ração e o aproveitamento de recursos hídri-cos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;XVII - aprovar, previamente, a alienaçãoou concessão de terras públicas com áreasuperior a dois mil e quinhentos hectares.

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o SenadoFederal, ou qualquer de suas comissões, po-derão convocar Ministro de Estado ou quais-

quer titulares de órgãos diretamente subordi-nados à Presidência da República para pres-tarem, pessoalmente, informações sobre as-sunto previamente determinado, importan-do em crime de responsabilidade a ausênciasem justificação adequada.

§ 1º Os Ministros de Estado poderão compare-cer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputa-dos ou a qualquer de suas comissões, por suainiciativa e mediante entendimentos com aMesa respectiva, para expor assunto de rele-vância de seu Ministério.

§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados edo Senado Federal poderão encaminhar pe-didos escritos de informação a Ministros deEstado ou a qualquer das pessoas referidasno caput deste artigo, importando em crimede responsabilidade a recusa, ou o não-aten-dimento, no prazo de trinta dias, bem como

a prestação de informações falsas.

Seção III - Da Câmara dos Deputados

Art. 51. Compete privativamente à Câmarados Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus mem-bros, a instauração de processo contra oPresidente e o Vice-Presidente da Repúbli-ca e os Ministros de Estado;II - proceder à tomada de contas do Presi-

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Título IV - Da Organização dos Poderes

dente da República, quando não apresenta-das ao Congresso Nacional dentro de sessen-ta dias após a abertura da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;IV - dispor sobre sua organização, funcio-namento, polícia, criação, transformaçãoou extinção dos cargos, empregos e fun-ções de seus serviços, e a iniciativa de leipara fixação da respectiva remuneração,observados os parâmetros estabelecidosna lei de diretrizes orçamentárias;V - eleger membros do Conselho da Repú-blica, nos termos do art. 89, VII.

Seção IV - Do Senado Federal

Art. 52. Compete privativamente ao Sena-do Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vi-ce-Presidente da República nos crimes deresponsabilidade, bem como os Ministrosde Estado e os Comandantes da Marinha,do Exército e da Aeronáutica nos crimes damesma natureza conexos com aqueles;II - processar e julgar os Ministros do Su-premo Tribunal Federal, os membros doConselho Nacional de Justiça e do ConselhoNacional do Ministério Público, o Procura-dor-Geral da República e o Advogado-Geralda União nos crimes de responsabilidade;III - aprovar previamente, por voto secre-to, após argüição pública, a escolha de:

a) magistrados, nos casos estabelecidosnesta Constituição;b) Ministros do Tribunal de Contas da União

indicados pelo Presidente da República;c) Governador de Território;d) presidente e diretores do Banco Central;e) Procurador-Geral da República;f) titulares de outros cargos que a lei de-terminar;

IV - aprovar previamente, por voto secre-to, após argüição em sessão secreta, a es-colha dos chefes de missão diplomática decaráter permanente;V - autorizar operações externas de natu-

reza financeira, de interesse da União, dosEstados, do Distrito Federal, dos Territó-rios e dos Municípios;

VI - fixar, por proposta do Presidente daRepública, limites globais para o montanteda dívida consolidada da União, dos Esta-dos, do Distrito Federal e dos Municípios;VII - dispor sobre limites globais e condi-ções para as operações de crédito externoe interno da União, dos Estados, do Distri-to Federal e dos Municípios, de suas autar-quias e demais entidades controladas pelopoder público federal;VIII - dispor sobre limites e condições para

a concessão de garantia da União em ope-rações de crédito externo e interno;IX - estabelecer limites globais e condi-ções para o montante da dívida mobiliá-ria dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicípios;X - suspender a execução, no todo ou em par-te, de lei declarada inconstitucional por deci-são definitiva do Supremo Tribunal Federal;XI - aprovar, por maioria absoluta e porvoto secreto, a exoneração, de ofício, doProcurador-Geral da República antes dotérmino de seu mandato;XII - elaborar seu regimento interno;XIII - dispor sobre sua organização, funcio-namento, polícia, criação, transformaçãoou extinção dos cargos, empregos e fun-ções de seus serviços, e a iniciativa de leipara fixação da respectiva remuneração,observados os parâmetros estabelecidosna lei de diretrizes orçamentárias;

XIV - eleger membros do Conselho da Re-pública, nos termos do art. 89, VII.XV - avaliar periodicamente a funcionali-dade do Sistema Tributário Nacional, emsua estrutura e seus componentes, e o de-sempenho das administrações tributáriasda União, dos Estados e do Distrito Federale dos Municípios.

Parágrafo único. Nos casos previstos nos in-cisos I e II, funcionará como Presidente o do

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Título IV - Da Organização dos Poderes

Supremo Tribunal Federal, limitando-se acondenação, que somente será proferidapor dois terços dos votos do Senado Fede-

ral, à perda do cargo, com inabilitação, poroito anos, para o exercício de função públi-ca, sem prejuízo das demais sanções judi-ciais cabíveis.

Seção V - Dos Deputados e dos Senadores

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invio-láveis, civil e penalmente, por quaisquer desuas opiniões, palavras e votos.

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expe-dição do diploma, serão submetidos a julga-mento perante o Supremo Tribunal Federal.

§ 2º Desde a expedição do diploma, os mem-bros do Congresso Nacional não poderão serpresos, salvo em flagrante de crime inafian-çável. Nesse caso, os autos serão remetidosdentro de vinte e quatro horas à Casa respec-tiva, para que, pelo voto da maioria de seusmembros, resolva sobre a prisão.

§ 3º Recebida a denúncia contra Senador ouDeputado, por crime ocorrido após a diploma-ção, o Supremo Tribunal Federal dará ciênciaà Casa respectiva, que, por iniciativa de par-tido político nela representado e pelo voto damaioria de seus membros, poderá, até a deci-são final, sustar o andamento da ação.

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela

Casa respectiva no prazo improrrogável dequarenta e cinco dias do seu recebimentopela Mesa Diretora.

§ 5º A sustação do processo suspende a pres-crição, enquanto durar o mandato.

§ 6 º Os Deputados e Senadores não serãoobrigados a testemunhar sobre informa-ções recebidas ou prestadas em razão doexercício do mandato, nem sobre as pessoas

que lhes confiaram ou deles receberaminformações.

§ 7º A incorporação às Forças Armadas deDeputados e Senadores, embora militares eainda que em tempo de guerra, dependeráde prévia licença da Casa respectiva.

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senado-res subsistirão durante o estado de sítio, sópodendo ser suspensas mediante o voto dedois terços dos membros da Casa respectiva,nos casos de atos praticados fora do recintodo Congresso Nacional, que sejam incompa-

tíveis com a execução da medida.

Art. 54. Os Deputados e Senadores nãopoderão:

I - desde a expedição do diploma:a) firmar ou manter contrato com pes-soa jurídica de direito público, autarquia,empresa pública, sociedade de economiamista ou empresa concessionária de ser-viço público, salvo quando o contratoobedecer a cláusulas uniformes;b) aceitar ou exercer cargo, função ouemprego remunerado, inclusive os de quesejam demissíveis ad nutum, nas entida-des constantes da alínea anterior;

II - desde a posse:a) ser proprietários, controladores ou di-retores de empresa que goze de favor de-corrente de contrato com pessoa jurídicade direito público, ou nela exercer funçãoremunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejamdemissíveis ad nutum, nas entidades re-feridas no inciso I, a;c) patrocinar causa em que seja interessa-da qualquer das entidades a que se refereo inciso I, a;d) ser titulares de mais de um cargo oumandato público eletivo.

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ouSenador:

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Título IV - Da Organização dos Poderes

I - que infringir qualquer das proibiçõesestabelecidas no artigo anterior;II - cujo procedimento for declarado in-

compatível com o decoro parlamentar;III - que deixar de comparecer, em cadasessão legislativa, à terça parte das sessõesordinárias da Casa a que pertencer, salvolicença ou missão por esta autorizada;IV - que perder ou tiver suspensos os direi-tos políticos;V - quando o decretar a Justiça Eleitoral,nos casos previstos nesta Constituição;VI - que sofrer condenação criminal emsentença transitada em julgado.

§ 1º É incompatível com o decoro parlamen-tar, além dos casos definidos no regimentointerno, o abuso das prerrogativas assegu-radas a membro do Congresso Nacional ou apercepção de vantagens indevidas.

§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a per-da do mandato será decidida pela Câmarados Deputados ou pelo Senado Federal, pormaioria absoluta, mediante provocação darespectiva Mesa ou de partido político re-presentado no Congresso Nacional, assegu-rada ampla defesa.

§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, aperda será declarada pela Mesa da Casa res-pectiva, de ofício ou mediante provocação dequalquer de seus membros ou de partido po-lítico representado no Congresso Nacional,assegurada ampla defesa.

 § 4º A renúncia de parlamentar submetido aprocesso que vise ou possa levar à perda domandato, nos termos deste artigo, terá seusefeitos suspensos até as deliberações finaisde que tratam os §§ 2º e 3º.

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputa-do ou Senador:

I - investido no cargo de Ministro de Es-tado, Governador de Território, Secretário

de Estado, do Distrito Federal, de Territó-rio, de Prefeitura de capital ou chefe demissão diplomática temporária;

II - licenciado pela respectiva Casa por mo-tivo de doença, ou para tratar, sem remu-neração, de interesse particular, desde que,neste caso, o afastamento não ultrapassecento e vinte dias por sessão legislativa.

§ 1º O suplente será convocado nos casos devaga, de investidura em funções previstasneste artigo ou de licença superior a centoe vinte dias.

 § 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplen-te, far-se-á eleição para preenchê-la se fal-tarem mais de quinze meses para o térmi-no do mandato.

§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ouSenador poderá optar pela remuneração domandato.

Seção VI - Das Reuniões

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á,anualmente, na Capital Federal, de 2 de fe-vereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 dedezembro.

§ 1º As reuniões marcadas para essas datasserão transferidas para o primeiro dia útilsubseqüente, quando recaírem em sábados,domingos ou feriados.

§ 2º A sessão legislativa não será interrompi-da sem a aprovação do projeto de lei de dire-trizes orçamentárias.

§ 3º Além de outros casos previstos nestaConstituição, a Câmara dos Deputados e oSenado Federal reunir-se-ão em sessão con- junta para:

I - inaugurar a sessão legislativa;II - elaborar o regimento comum e regulara criação de serviços comuns às duas Casas;

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Título IV - Da Organização dos Poderes

III - receber o compromisso do Presidentee do Vice-Presidente da República;IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em ses-sões preparatórias, a partir de 1º de feverei-ro, no primeiro ano da legislatura, para a pos-se de seus membros e eleição das respectivasMesas, para mandato de 2 (dois) anos, veda-da a recondução para o mesmo cargo na elei-ção imediatamente subseqüente.

§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presi-dida pelo Presidente do Senado Federal, e os

demais cargos serão exercidos, alternadamen-te, pelos ocupantes de cargos equivalentes naCâmara dos Deputados e no Senado Federal.

§ 6º A convocação extraordinária do Congres-so Nacional far-se-á:

I - pelo Presidente do Senado Federal, emcaso de decretação de estado de defesa oude intervenção federal, de pedido de autori-zação para a decretação de estado de sítio epara o compromisso e a posse do Presidentee do Vice-Presidente da República;II - pelo Presidente da República, pelos Pre-sidentes da Câmara dos Deputados e do Se-nado Federal ou a requerimento da maioriados membros de ambas as Casas, em caso deurgência ou interesse público relevante, emtodas as hipóteses deste inciso com a apro-vação da maioria absoluta de cada uma dasCasas do Congresso Nacional.

§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, oCongresso Nacional somente deliberará so-bre a matéria para a qual foi convocado, res-salvada a hipótese do § 8º deste artigo, veda-do o pagamento de parcela indenizatória, emrazão da convocação.

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor nadata de convocação extraordinária do Con-gresso Nacional, serão elas automaticamen-te incluídas na pauta da convocação.

Seção VII - Das Comissões

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas

terão comissões permanentes e temporárias,constituídas na forma e com as atribuiçõesprevistas no respectivo regimento ou no atode que resultar sua criação.

§ 1º Na constituição das Mesas e de cada co-missão, é assegurada, tanto quanto possível,a representação proporcional dos partidos oudos blocos parlamentares que participam darespectiva Casa.

§ 2º Às comissões, em razão da matéria de suacompetência, cabe:

I - discutir e votar projeto de lei que dis-pensar, na forma do regimento, a compe-tência do plenário, salvo se houver recursode um décimo dos membros da Casa;II - realizar audiências públicas com enti-dades da sociedade civil;III - convocar Ministros de Estado paraprestar informações sobre assuntos ine-rentes a suas atribuições;IV - receber petições, reclamações, repre-sentações ou queixas de qualquer pessoacontra atos ou omissões das autoridadesou entidades públicas;V - solicitar depoimento de qualquer auto-ridade ou cidadão;VI - apreciar programas de obras, planosnacionais, regionais e setoriais de desen-volvimento e sobre eles emitir parecer.

§ 3º As comissões parlamentares de inqué-rito, que terão poderes de investigação pró-prios das autoridades judiciais, além de ou-tros previstos nos regimentos das respecti-vas Casas, serão criadas pela Câmara dos De-putados e pelo Senado Federal, em conjuntoou separadamente, mediante requerimentode um terço de seus membros, para a apu-ração de fato determinado e por prazo cer-to, sendo suas conclusões, se for o caso, en-caminhadas ao Ministério Público, para que

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Título IV - Da Organização dos Poderes

promova a responsabilidade civil ou crimi-nal dos infratores.

§ 4º Durante o recesso, haverá uma comissãorepresentativa do Congresso Nacional, eleitapor suas Casas na última sessão ordinária doperíodo legislativo, com atribuições definidasno regimento comum, cuja composição repro-duzirá, quanto possível, a proporcionalidadeda representação partidária.

Seção VIII - Do Processo Legislativo

Subseção I - Disposição geral

Art. 59. O processo legislativo compreende aelaboração de:

I - emendas à Constituição;II - leis complementares;III - leis ordinárias;IV - leis delegadas;V - medidas provisórias;VI - decretos legislativos;VII - resoluções.

Parágrafo único. Lei complementar disporásobre a elaboração, redação, alteração e con-solidação das leis.

Subseção II - Da Emenda à Constituição

Art. 60. A Constituição poderá ser emenda-da mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros daCâmara dos Deputados ou do Senado Federal;

II - do Presidente da República;III - de mais da metade das Assembléias Le-gislativas das unidades da Federação, ma-nifestando-se, cada uma delas, pela maio-ria relativa de seus membros.

§ 1º A Constituição não poderá ser emenda-da na vigência de intervenção federal, de es-tado de defesa ou de estado de sítio.

§ 2º A proposta será discutida e votada em

cada Casa do Congresso Nacional, em doisturnos, considerando-se aprovada se obtiver,em ambos, três quintos dos votos dos respec-

tivos membros.

§ 3º A emenda à Constituição será promulga-da pelas Mesas da Câmara dos Deputados edo Senado Federal, com o respectivo núme-ro de ordem.

§ 4º Não será objeto de deliberação a propos-ta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;II - o voto direto, secreto, universal e pe-

riódico;III - a separação dos Poderes;IV - os direitos e garantias individuais.

§ 5º A matéria constante de proposta de emen-da rejeitada ou havida por prejudicada nãopode ser objeto de nova proposta na mesmasessão legislativa.

Subseção III - Das Leis

Art. 61. A iniciativa das leis complementarese ordinárias cabe a qualquer membro ou co-missão da Câmara dos Deputados, do SenadoFederal ou do Congresso Nacional, ao Presi-dente da República, ao Supremo Tribunal Fe-deral, aos Tribunais Superiores, ao Procura-dor-Geral da República e aos cidadãos, na for-ma e nos casos previstos nesta Constituição.

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente

da República as leis que:I - fixem ou modifiquem os efetivos dasForças Armadas;II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregospúblicos na administração direta e autár-quica ou aumento de sua remuneração;b) organização administrativa e judiciá-ria, matéria tributária e orçamentária,serviços públicos e pessoal da adminis-tração dos Territórios;

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Título IV - Da Organização dos Poderes

c) servidores públicos da União e Territó-rios, seu regime jurídico, provimento decargos, estabilidade e aposentadoria;

d) organização do Ministério Público e daDefensoria Pública da União, bem comonormas gerais para a organização do Mi-nistério Público e da Defensoria Públicados Estados, do Distrito Federal e dos Ter-ritórios;e) criação e extinção de Ministérios e ór-gãos da administração pública, observa-do o disposto noart. 84, VI;f) militares das Forças Armadas, seu re-gime jurídico, provimento de cargos, pro-

moções, estabilidade, remuneração, re-forma e transferência para a reserva.

 § 2º A iniciativa popular pode ser exercidapela apresentação à Câmara dos Deputadosde projeto de lei subscrito por, no mínimo,um por cento do eleitorado nacional, distri-buído pelo menos por cinco Estados, com nãomenos de três décimos por cento dos eleito-res de cada um deles.

Art. 62. Em caso de relevância e urgência,o Presidente da República poderá adotarmedidas provisórias, com força de lei, de-vendo submetê-las de imediato ao Congres-so Nacional.

 § 1º É vedada a edição de medidas provisó-rias sobre matéria:

I - relativa a:a) nacionalidade, cidadania, direitos polí-

ticos, partidos políticos e direito eleitoral;b) direito penal, processual penal e pro-cessual civil;c) organização do Poder Judiciário e doMinistério Público, a carreira e a garantiade seus membros;d) planos plurianuais, diretrizes orça-mentárias, orçamento e créditos adicio-nais e suplementares, ressalvado o pre-visto no art. 167, § 3º;

II - que vise a detenção ou seqüestro de

bens, de poupança popular ou qualqueroutro ativo financeiro;III - reservada a lei complementar;

IV - já disciplinada em projeto de lei aprova-do pelo Congresso Nacional e pendente desanção ou veto do Presidente da República.

§ 2º Medida provisória que implique institui-ção ou majoração de impostos, exceto os pre-vistos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só pro-duzirá efeitos no exercício financeiro seguin-te se houver sido convertida em lei até o últi-mo dia daquele em que foi editada.

§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o dis-posto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desdea edição, se não forem convertidas em lei noprazo de sessenta dias, prorrogável, nos ter-mos do § 7º, uma vez por igual período, de-vendo o Congresso Nacional disciplinar, pordecreto legislativo, as relações jurídicas de-las decorrentes.

§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se--á da publicação da medida provisória, sus-pendendo-se durante os períodos de recessodo Congresso Nacional.

§ 5º A deliberação de cada uma das Casas doCongresso Nacional sobre o mérito das me-didas provisórias dependerá de juízo préviosobre o atendimento de seus pressupostosconstitucionais.

§ 6º Se a medida provisória não for apreciada

em até quarenta e cinco dias contados de suapublicação, entrará em regime de urgência,subseqüentemente, em cada uma das Casasdo Congresso Nacional, ficando sobrestadas,até que se ultime a votação, todas as demaisdeliberações legislativas da Casa em que es-tiver tramitando.

§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igualperíodo a vigência de medida provisória que,no prazo de sessenta dias, contado de sua

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Título IV - Da Organização dos Poderes

publicação, não tiver a sua votação encer-rada nas duas Casas do Congresso Nacional.

§ 8º As medidas provisórias terão sua votaçãoiniciada na Câmara dos Deputados.

§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados eSenadores examinar as medidas provisórias esobre elas emitir parecer, antes de serem apre-ciadas, em sessão separada, pelo plenário decada uma das Casas do Congresso Nacional.

§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessãolegislativa, de medida provisória que tenha

sido rejeitada ou que tenha perdido sua efi-cácia por decurso de prazo.

§ 11. Não editado o decreto legislativo a quese refere o § 3º até sessenta dias após a rejei-ção ou perda de eficácia de medida provisó-ria, as relações jurídicas constituídas e decor-rentes de atos praticados durante sua vigên-cia conservar-se-ão por ela regidas.

§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão al-terando o texto original da medida provisó-ria, esta manter-se-á integralmente em vigoraté que seja sancionado ou vetado o projeto.

Art. 63. Não será admitido aumento da des-pesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa exclusiva doPresidente da República, ressalvado o dis-posto no art. 166, §§ 3ºe 4º;II - nos projetos sobre organização dos ser-

viços administrativos da Câmara dos De-putados, do Senado Federal, dos tribunaisfederais e do Ministério Público.

Art. 64. A discussão e votação dos projetosde lei de iniciativa do Presidente da Repúbli-ca, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribu-nais Superiores terão início na Câmara dosDeputados.

§ 1º O Presidente da República poderá solicitar

urgência para apreciação de projetos de suainiciativa.

§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputa-dos e o Senado Federal não se manifestaremsobre a proposição, cada qual sucessivamen-te, em até quarenta e cinco dias, sobrestar--se-ão todas as demais deliberações legislati-vas da respectiva Casa, com exceção das quetenham prazo constitucional determinado,até que se ultime a votação.

§ 3º A apreciação das emendas do Senado Fe-deral pela Câmara dos Deputados far-se-á no

prazo de dez dias, observado quanto ao maiso disposto no parágrafo anterior.

§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos perío-dos de recesso do Congresso Nacional, nemse aplicam aos projetos de código.

Art. 65. O projeto de lei aprovado por umaCasa será revisto pela outra, em um só tur-no de discussão e votação, e enviado à sançãoou promulgação, se a Casa revisora o aprovar,ou arquivado, se o rejeitar.

Parágrafo único. Sendo o projeto emenda-do, voltará à Casa iniciadora.

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída avotação enviará o projeto de lei ao Presidenteda República, que, aquiescendo, o sancionará.

§ 1º Se o Presidente da República conside-

rar o projeto, no todo ou em parte, incons-titucional ou contrário ao interesse público,vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo dequinze dias úteis, contados da data do rece-bimento, e comunicará, dentro de quarentae oito horas, ao Presidente do Senado Fede-ral os motivos do veto.

§ 2º O veto parcial somente abrangerá tex-to integral de artigo, de parágrafo, de inci-so ou de alínea.

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Título IV - Da Organização dos Poderes

§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o si-lêncio do Presidente da República importa-rá sanção.

§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta,dentro de trinta dias a contar de seu recebi-mento, só podendo ser rejeitado pelo voto damaioria absoluta dos Deputados e Senadores.

 § 5º Se o veto não for mantido, será o proje-to enviado, para promulgação, ao Presiden-te da República.

§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo es-

tabelecido no §4º, o veto será colocado naordem do dia da sessão imediata, sobres-tadas as demais proposições, até sua vo-tação final.

§ 7º Se a lei não for promulgada dentro dequarenta e oito horas pelo Presidente da Re-pública, nos casos dos §§ 3º e 5º, o Presidentedo Senado a promulgará, e, se este não o fi-zer em igual prazo, caberá ao Vice-Presiden-te do Senado fazê-lo.

Art. 67. A matéria constante de projeto delei rejeitado somente poderá constituir obje-to de novo projeto, na mesma sessão legisla-tiva, mediante proposta da maioria absolutados membros de qualquer das Casas do Con-gresso Nacional.

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradaspelo Presidente da República, que deverá so-

licitar a delegação ao Congresso Nacional.

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos decompetência exclusiva do Congresso Nacio-nal, os de competência privativa da Câmarados Deputados ou do Senado Federal, a ma-téria reservada à lei complementar, nem a le-gislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Mi-nistério Público, a carreira e a garantia deseus membros;

II - nacionalidade, cidadania, direitos indi-viduais, políticos e eleitorais;III - planos plurianuais, diretrizes orça-

mentárias e orçamentos.

§ 2º A delegação ao Presidente da Repúblicaterá a forma de resolução do Congresso Na-cional, que especificará seu conteúdo e os ter-mos de seu exercício.

§ 3º Se a resolução determinar a apreciação doprojeto pelo Congresso Nacional, este a faráem votação única, vedada qualquer emenda.

Art. 69. As leis complementares serão apro-vadas por maioria absoluta.

Seção IX - Da Fiscalização Contábil,

Financeira e Orçamentária

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira,orçamentária, operacional e patrimonial daUnião e das entidades da administração di-reta e indireta, quanto à legalidade, legiti-midade, economicidade, aplicação das sub-venções e renúncia de receitas, será exerci-da pelo Congresso Nacional, mediante con-trole externo, e pelo sistema de controle in-terno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquerpessoa física ou jurídica, pública ou privada,que utilize, arrecade, guarde, gerencie ouadministre dinheiros, bens e valores públi-cos ou pelos quais a União responda, ou que,

em nome desta, assuma obrigações de natu-reza pecuniária.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Con-gresso Nacional, será exercido com o auxílio doTribunal de Contas da União, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmentepelo Presidente da República, mediante pa-recer prévio, que deverá ser elaborado emsessenta dias a contar de seu recebimento;II - julgar as contas dos administradores e

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Título IV - Da Organização dos Poderes

demais responsáveis por dinheiros, bens evalores públicos da administração diretae indireta, incluídas as fundações e socie-

dades instituídas e mantidas pelo poderpúblico federal, e as contas daqueles quederem causa a perda, extravio ou outrairregularidade de que resulte prejuízo aoerário público;III - apreciar, para fins de registro, a lega-lidade dos atos de admissão de pessoal, aqualquer título, na administração dire-ta e indireta, incluídas as fundações ins-tituídas e mantidas pelo poder público,excetuadas as nomeações para cargo de

provimento em comissão, bem como a dasconcessões de aposentadorias, reformas epensões, ressalvadas as melhorias poste-riores que não alterem o fundamento legaldo ato concessório;IV - realizar, por iniciativa própria, da Câ-mara dos Deputados, do Senado Federal, decomissão técnica ou de inquérito, inspeçõese auditorias de natureza contábil, financei-ra, orçamentária, operacional e patrimo-nial, nas unidades administrativas dos Po-deres Legislativo, Executivo e Judiciário, edemais entidades referidas no inciso II;V - fiscalizar as contas nacionais das em-presas supranacionais de cujo capital sociala União participe, de forma direta ou indi-reta, nos termos do tratado constitutivo;VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer re-cursos repassados pela União, medianteconvênio, acordo, ajuste ou outros instru-mentos congêneres, a Estado, ao Distrito

Federal ou a Município;VII - prestar as informações solicitadaspelo Congresso Nacional, por qualquer desuas Casas, ou por qualquer das respecti-vas comissões, sobre a fiscalização contá-bil, financeira, orçamentária, operacionale patrimonial e sobre resultados de audi-torias e inspeções realizadas;VIII - aplicar aos responsáveis, em caso deilegalidade de despesa ou irregularidade decontas, as sanções previstas em lei, que es-

tabelecerá, entre outras cominações, multaproporcional ao dano causado ao erário;IX - assinar prazo para que o órgão ou en-

tidade adote as providências necessáriasao exato cumprimento da lei, se verificadailegalidade;X - sustar, se não atendido, a execução doato impugnado, comunicando a decisão àCâmara dos Deputados e ao Senado Federal;XI - representar ao Poder competente so-bre irregularidades ou abusos apurados.

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustaçãoserá adotado diretamente pelo Congresso Na-

cional, que solicitará, de imediato, ao PoderExecutivo as medidas cabíveis.

§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Exe-cutivo, no prazo de noventa dias, não efeti-var as medidas previstas no parágrafo ante-rior, o Tribunal decidirá a respeito.

§ 3º As decisões do Tribunal de que resulteimputação de débito ou multa terão eficáciade título executivo.

§ 4º O Tribunal encaminhará ao CongressoNacional, trimestral e anualmente, relatóriode suas atividades.

Art. 72. A comissão mista permanente a quese refere o art. 166, § 1º, diante de indíciosde despesas não autorizadas, ainda que soba forma de investimentos não programadosou de subsídios não aprovados, poderá soli-

citar à autoridade governamental responsá-vel que, no prazo de cinco dias, preste os es-clarecimentos necessários.

§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou con-siderados estes insuficientes, a comissão so-licitará ao Tribunal pronunciamento conclu-sivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.

§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a des-pesa, a comissão, se julgar que o gasto possa

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Título IV - Da Organização dos Poderes

causar dano irreparável ou grave lesão à eco-nomia pública, proporá ao Congresso Nacio-nal sua sustação.

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, inte-grado por nove Ministros, tem sede no Dis-trito Federal, quadro próprio de pessoal e ju-risdição em todo o território nacional, exer-cendo, no que couber, as atribuições previs-tas no art. 96.

§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas daUnião serão nomeados dentre brasileiros quesatisfaçam os seguintes requisitos:

I - mais de trinta e cinco e menos de ses-senta e cinco anos de idade;II - idoneidade moral e reputação ilibada;III - notórios conhecimentos jurídicos,contábeis, econômicos e financeiros ou deadministração pública;IV - mais de dez anos de exercício de fun-ção ou de efetiva atividade profissionalque exija os conhecimentos mencionadosno inciso anterior.

§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas daUnião serão escolhidos:

I - um terço pelo Presidente da Repúbli-ca, com aprovação do Senado Federal, sen-do dois alternadamente dentre auditorese membros do Ministério Público junto aoTribunal, indicados em lista tríplice pelo Tri-bunal, segundo os critérios de antiguidade emerecimento;II - dois terços pelo Congresso Nacional.

§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas daUnião terão as mesmas garantias, prerrogati-vas, impedimentos, vencimentos e vantagensdos Ministros do Superior Tribunal de Justi-ça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentado-ria e pensão, as normas constantes do art. 40.

§ 4º O auditor, quando em substituição a Mi-nistro, terá as mesmas garantias e impedi-mentos do titular e, quando no exercício das

demais atribuições da judicatura, as de juizde Tribunal Regional Federal.

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Ju-diciário manterão, de forma integrada, siste-ma de controle interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas pre-vistas no plano plurianual, a execução dosprogramas de governo e dos orçamentosda União;II - comprovar a legalidade e avaliar os re-sultados, quanto à eficácia e eficiência, dagestão orçamentária, financeira e patri-monial nos órgãos e entidades da adminis-

tração federal, bem como da aplicação derecursos públicos por entidades de direitoprivado;III - exercer o controle das operações decrédito, avais e garantias, bem como dosdireitos e haveres da União;IV - apoiar o controle externo no exercíciode sua missão institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, aotomarem conhecimento de qualquer irregu-laridade ou ilegalidade, dela darão ciência aoTribunal de Contas da União, sob pena de res-ponsabilidade solidária.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, as-sociação ou sindicato é parte legítima para,na forma da lei, denunciar irregularidadesou ilegalidades perante o Tribunal de Con-tas da União.

Art. 75. As normas estabelecidas nesta Se-ção aplicam-se, no que couber, à organiza-ção, composição e fiscalização dos Tribunaisde Contas dos Estados e do Distrito Federal,bem como dos Tribunais e Conselhos de Con-tas dos Municípios.

Parágrafo único. As Constituições esta-duais disporão sobre os Tribunais de Contasrespectivos, que serão integrados por seteconselheiros.

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Título IV - Da Organização dos Poderes

Capítulo II - Do Poder Executivo

Seção I - Do Presidente e do Vice-Presidente

da República

Art. 76. O Poder Executivo é exercido peloPresidente da República, auxiliado pelos Mi-nistros de Estado.

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice--Presidente da República realizar-se-á, simul-taneamente, no primeiro domingo de outu-bro, em primeiro turno, e no último domin-go de outubro, em segundo turno, se houver,

do ano anterior ao do término do mandatopresidencial vigente.

§ 1º A eleição do Presidente da República impor-tará a do Vice-Presidente com ele registrado.

§ 2º Será considerado eleito Presidente o can-didato que, registrado por partido político,obtiver a maioria absoluta de votos, não com-putados os em branco e os nulos.

§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioriaabsoluta na primeira votação, far-se-á novaeleição em até vinte dias após a proclamaçãodo resultado, concorrendo os dois candidatosmais votados e considerando-se eleito aque-le que obtiver a maioria dos votos válidos.

§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno,ocorrer morte, desistência ou impedimentolegal de candidato, convocar-se-á, dentre os

remanescentes, o de maior votação.

§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anterio-res, remanescer, em segundo lugar, mais deum candidato com a mesma votação, quali-ficar-se-á o mais idoso.

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente daRepública tomarão posse em sessão do Con-gresso Nacional, prestando o compromisso demanter, defender e cumprir a Constituição,

observar as leis, promover o bem geral dopovo brasileiro, sustentar a união, a integri-dade e a independência do Brasil.

Parágrafo único. Se, decorridos dez diasda data fixada para a posse, o Presidenteou o Vice-Presidente, salvo motivo de forçamaior, não tiver assumido o cargo, este serádeclarado vago.

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso deimpedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, oVice-Presidente.

Parágrafo único. O Vice-Presidente da Re-pública, além de outras atribuições que lheforem conferidas por lei complementar, au-xiliará o Presidente, sempre que por ele con-vocado para missões especiais.

Art. 80. Em caso de impedimento do Presi-dente e do Vice-Presidente, ou vacância dosrespectivos cargos, serão sucessivamente cha-mados ao exercício da Presidência o Presi-dente da Câmara dos Deputados, o do Sena-do Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vi-ce-Presidente da República, far-se-á eleiçãonoventa dias depois de aberta a última vaga.

§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos doisanos do período presidencial, a eleição paraambos os cargos será feita trinta dias depoisda última vaga, pelo Congresso Nacional, na

forma da lei.

§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deve-rão completar o período de seus antecessores.

Art. 82. O mandato do Presidente da Repúbli-ca é de quatro anos e terá início em primeirode janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da Re-pública não poderão, sem licença do Congresso

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Título IV - Da Organização dos Poderes

Nacional, ausentar-se do País por período supe-rior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Seção II - Das Atribuições do Presidente daRepública

Art. 84. Compete privativamente ao Presi-dente da República:

I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;II - exercer, com o auxílio dos Ministros deEstado, a direção superior da administra-ção federal;III - iniciar o processo legislativo, na formae nos casos previstos nesta Constituição;

IV - sancionar, promulgar e fazer publicaras leis, bem como expedir decretos e regu-lamentos para sua fiel execução;V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;VI - dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da ad-ministração federal, quando não impli-car aumento de despesa nem criação ouextinção de órgãos públicos;b) extinção de funções ou cargos públi-cos, quando vagos;

VII - manter relações com Estados estran-geiros e acreditar seus representantes di-plomáticos;VIII - celebrar tratados, convenções e atosinternacionais, sujeitos a referendo doCongresso Nacional;IX - decretar o estado de defesa e o estadode sítio;X - decretar e executar a intervenção fe-deral;

XI - remeter mensagem e plano de gover-no ao Congresso Nacional por ocasião daabertura da sessão legislativa, expondo asituação do País e solicitando as providên-cias que julgar necessárias;XII - conceder indulto e comutar penas,com audiência, se necessário, dos órgãosinstituídos em lei;XIII - exercer o comando supremo dasForças Armadas, nomear os Comandantesda Marinha, do Exército e da Aeronáutica,

promover seus oficiais-generais e nomeá--los para os cargos que lhes são privativos;XIV - nomear, após aprovação pelo Senado

Federal, os Ministros do Supremo Tribu-nal Federal e dos Tribunais Superiores, osGovernadores de Territórios, o Procura-dor-Geral da República, o presidente e osdiretores do Banco Central e outros servi-dores, quando determinado em lei;XV - nomear, observado o disposto no art. 73,os Ministros do Tribunal de Contas da União;XVI - nomear os magistrados, nos casosprevistos nesta Constituição, e o Advoga-do-Geral da União;

XVII - nomear membros do Conselho daRepública, nos termos do art. 89, VII;XVIII - convocar e presidir o Conselho daRepública e o Conselho de Defesa Nacional;XIX - declarar guerra, no caso de agressãoestrangeira, autorizado pelo Congresso Na-cional ou referendado por ele, quando ocor-rida no intervalo das sessões legislativas, e,nas mesmas condições, decretar, total ouparcialmente, a mobilização nacional;XX - celebrar a paz, autorizado ou com oreferendo do Congresso Nacional;XXI - conferir condecorações e distinçõeshonoríficas;XXII - permitir, nos casos previstos em leicomplementar, que forças estrangeirastransitem pelo território nacional ou nelepermaneçam temporariamente;XXIII - enviar ao Congresso Nacional o pla-no plurianual, o projeto de lei de diretrizesorçamentárias e as propostas de orçamen-

to previstas nesta Constituição;XXIV - prestar, anualmente, ao Congres-so Nacional, dentro de sessenta dias apósa abertura da sessão legislativa, as contasreferentes ao exercício anterior;XXV - prover e extinguir os cargos públi-cos federais, na forma da lei;XXVI - editar medidas provisórias comforça de lei, nos termos do art. 62;XXVII - exercer outras atribuições previs-tas nesta Constituição.

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Título IV - Da Organização dos Poderes

 Parágrafo único. O Presidente da Repúbli-ca poderá delegar as atribuições mencio-nadas nos incisos VI, XII eXXV, primeira

parte, aos Ministros de Estado, ao Procu-rador-Geral da República ou ao Advogado--Geral da União, que observarão os limitestraçados nas respectivas delegações.

Seção III - Da Responsabilidade do

Presidente da República

Art. 85. São crimes de responsabilidade osatos do Presidente da República que aten-tem contra a Constituição Federal e, espe-

cialmente, contra:I - a existência da União;II - o livre exercício do Poder Legislativo,do Poder Judiciário, do Ministério Públicoe dos Poderes constitucionais das unida-des da Federação;III - o exercício dos direitos políticos, indi-viduais e sociais;IV - a segurança interna do País;V - a probidade na administração;VI - a lei orçamentária;VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão defini-dos em lei especial, que estabelecerá as nor-mas de processo e julgamento.

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presi-dente da República, por dois terços da Câma-ra dos Deputados, será ele submetido a julga-

mento perante o Supremo Tribunal Federal,nas infrações penais comuns, ou perante o Se-nado Federal, nos crimes de responsabilidade.

§ 1º O Presidente ficará suspenso de suasfunções:

I - nas infrações penais comuns, se recebi-da a denúncia ou queixa-crime pelo Supre-mo Tribunal Federal;II - nos crimes de responsabilidade, após ainstauração do processo pelo Senado Federal.

§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitentadias, o julgamento não estiver concluído, ces-sará o afastamento do Presidente, sem pre-

 juízo do regular prosseguimento do processo.

§ 3º Enquanto não sobrevier sentença conde-natória, nas infrações comuns, o Presiden-te da República não estará sujeito a prisão.

§ 4º O Presidente da República, na vigência deseu mandato, não pode ser responsabilizadopor atos estranhos ao exercício de suas funções.

Seção IV - Dos Ministros de Estado

Art. 87. Os Ministros de Estado serão esco-lhidos dentre brasileiros maiores de vin-te e um anos e no exercício dos direitospolíticos.

Parágrafo único. Compete ao Ministro deEstado, além de outras atribuições estabele-cidas nesta Constituição e na lei:

I - exercer a orientação, coordenação esupervisão dos órgãos e entidades da ad-ministração federal na área de sua compe-tência e referendar os atos e decretos assi-nados pelo Presidente da República;II - expedir instruções para a execução dasleis, decretos e regulamentos;III - apresentar ao Presidente da Repúblicarelatório anual de sua gestão no Ministério;IV - praticar os atos pertinentes às atribui-ções que lhe forem outorgadas ou delega-das pelo Presidente da República.

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e ex-tinção de Ministérios e órgãos da adminis-tração pública.

Seção V - Do Conselho da República e do

Conselho de Defesa Nacional

Subseção I - Do Conselho da República

Art. 89. O Conselho da República é órgão

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Título IV - Da Organização dos Poderes

superior de consulta do Presidente da Repú-blica, e dele participam:

I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados;III - o Presidente do Senado Federal;IV - os líderes da maioria e da minoria naCâmara dos Deputados;V - os líderes da maioria e da minoria noSenado Federal;VI - o Ministro da Justiça;VII - seis cidadãos brasileiros natos, commais de trinta e cinco anos de idade, sen-do dois nomeados pelo Presidente da Re-pública, dois eleitos pelo Senado Federal

e dois eleitos pela Câmara dos Deputados,todos com mandato de três anos, vedadaa recondução.

Art. 90. Compete ao Conselho da Repúblicapronunciar-se sobre:

I - intervenção federal, estado de defesa eestado de sítio;II - as questões relevantes para a estabili-dade das instituições democráticas.

§ 1º O Presidente da República poderá con-vocar Ministro de Estado para participarda reunião do Conselho, quando constar dapauta questão relacionada com o respectivoMinistério.

§ 2º A lei regulará a organização e o funcio-namento do Conselho da República.

Subseção II - Do Conselho de Defesa Nacional

Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é ór-gão de consulta do Presidente da Repúblicanos assuntos relacionados com a soberanianacional e a defesa do Estado democrático, edele participam como membros natos:

I - o Vice-Presidente da República;II - o Presidente da Câmara dos Deputados;III - o Presidente do Senado Federal;IV - o Ministro da Justiça;V - o Ministro de Estado da Defesa;

VI - o Ministro das Relações Exteriores;VII - o Ministro do Planejamento;VIII - os Comandantes da Marinha, do

Exército e da Aeronáutica.

§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:I - opinar nas hipóteses de declaração deguerra e de celebração da paz, nos termosdesta Constituição;II - opinar sobre a decretação do estado dedefesa, do estado de sítio e da intervençãofederal;III - propor os critérios e condições de uti-lização de áreas indispensáveis à seguran-

ça do território nacional e opinar sobreseu efetivo uso, especialmente na faixa defronteira e nas relacionadas com a preser-vação e a exploração dos recursos naturaisde qualquer tipo;IV - estudar, propor e acompanhar o de-senvolvimento de iniciativas necessárias agarantir a independência nacional e a de-fesa do Estado democrático.

§ 2º A lei regulará a organização e o funcio-namento do Conselho de Defesa Nacional.

Capítulo III - Do Poder Judiciário

Seção I - Disposições Gerais

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:I - o Supremo Tribunal Federal;I-A - o Conselho Nacional de Justiça;II - o Superior Tribunal de Justiça;

III - os Tribunais Regionais Federais e Juí-zes Federais;IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;VI - os Tribunais e Juízes Militares;VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e doDistrito Federal e Territórios.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o ConselhoNacional de Justiça e os Tribunais Superiorestêm sede na Capital Federal.

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Título IV - Da Organização dos Poderes

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribu-nais Superiores têm jurisdição em todo o ter-ritório nacional.

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa doSupremo Tribunal Federal, disporá sobre oEstatuto da Magistratura, observados os se-guintes princípios:

I - ingresso na carreira, cujo cargo inicialserá o de juiz substituto, mediante concur-so público de provas e títulos, com a parti-cipação da Ordem dos Advogados do Brasilem todas as fases, exigindo-se do bacharelem direito, no mínimo, três anos de ativi-

dade jurídica e obedecendo-se, nas nomea-ções, à ordem de classificação;II - promoção de entrância para entrância,alternadamente, por antiguidade e mere-cimento, atendidas as seguintes normas:

a) é obrigatória a promoção do juiz que fi-gure por três vezes consecutivas ou cincoalternadas em lista de merecimento;b) a promoção por merecimento pressu-põe dois anos de exercício na respectivaentrância e integrar o juiz a primeiraquinta parte da lista de antiguidade des-ta, salvo se não houver com tais requisi-tos quem aceite o lugar vago;c) aferição do merecimento conforme odesempenho e pelos critérios objetivos deprodutividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveita-mento em cursos oficiais ou reconhecidosde aperfeiçoamento;d) na apuração de antigüidade, o tribu-

nal somente poderá recusar o juiz maisantigo pelo voto fundamentado de doisterços de seus membros, conforme pro-cedimento próprio, e assegurada ampladefesa, repetindo-se a votação até fixar--se a indicação;e) não será promovido o juiz que, injusti-ficadamente, retiver autos em seu poderalém do prazo legal, não podendo devol-vê-los ao cartório sem o devido despachoou decisão;

III - o acesso aos tribunais de segundo graufar-se-á por antigüidade e merecimento,alternadamente, apurados na última ou

única entrância;IV - previsão de cursos oficiais de prepara-ção, aperfeiçoamento e promoção de ma-gistrados, constituindo etapa obrigatóriado processo de vitaliciamento a participa-ção em curso oficial ou reconhecido porescola nacional de formação e aperfeiçoa-mento de magistrados;V - o subsídio dos Ministros dos TribunaisSuperiores corresponderá a noventa e cin-co por cento do subsídio mensal fixado

para os Ministros do Supremo Tribunal Fe-deral e os subsídios dos demais magistra-dos serão fixados em lei e escalonados, emnível federal e estadual, conforme as res-pectivas categorias da estrutura judiciárianacional, não podendo a diferença entreuma e outra ser superior a dez por centoou inferior a cinco por cento, nem excedera noventa e cinco por cento do subsídiomensal dos Ministros dos Tribunais Supe-riores, obedecido, em qualquer caso, o dis-posto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;VI - a aposentadoria dos magistrados e apensão de seus dependentes observarão odisposto no art. 40;VII - o juiz titular residirá na respectivacomarca, salvo autorização do tribunal;VIII - o ato de remoção, disponibilidadee aposentadoria do magistrado, por inte-resse público, fundar-se-á em decisão porvoto da maioria absoluta do respectivo tri-

bunal ou do Conselho Nacional de Justiça,assegurada ampla defesa;VIII-A - a remoção a pedido ou a permutade magistrados de comarca de igual en-trância atenderá, no que couber, ao dispos-to nas alíneas a, b, c e e do inciso II;IX - todos os julgamentos dos órgãos do Po-der Judiciário serão públicos, e fundamen-tadas todas as decisões, sob pena de nuli-dade, podendo a lei limitar a presença, emdeterminados atos, às próprias partes e a

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Título IV - Da Organização dos Poderes

seus advogados, ou somente a estes, em ca-sos nos quais a preservação do direito à in-timidade do interessado no sigilo não pre-

 judique o interesse público à informação;X - as decisões administrativas dos tribu-nais serão motivadas e em sessão pública,sendo as disciplinares tomadas pelo votoda maioria absoluta de seus membros;XI - nos tribunais com número superior avinte e cinco julgadores, poderá ser consti-tuído órgão especial, com o mínimo de onzee o máximo de vinte e cinco membros, parao exercício das atribuições administrativase jurisdicionais delegadas da competência

do tribunal pleno, provendo-se metade dasvagas por antigüidade e a outra metade poreleição pelo tribunal pleno;XII - a atividade jurisdicional será ininterrup-ta, sendo vedado férias coletivas nos juízos etribunais de segundo grau, funcionando, nosdias em que não houver expediente forensenormal, juízes em plantão permanente;XIII - o número de juízes na unidade ju-risdicional será proporcional à efetiva de-manda judicial e à respectiva população;XIV - os servidores receberão delegação paraa prática de atos de administração e atos demero expediente sem caráter decisório;XV - a distribuição de processos será ime-diata, em todos os graus de jurisdição.

Art. 94. Um quinto dos lugares dos TribunaisRegionais Federais, dos tribunais dos Estados, edo Distrito Federal e Territórios será compostode membros do Ministério Público, com mais

de dez anos de carreira, e de advogados de no-tório saber jurídico e de reputação ilibada, commais de dez anos de efetiva atividade profis-sional, indicados em lista sêxtupla pelos ór-gãos de representação das respectivas classes.

Parágrafo único. Recebidas as indicações,o tribunal formará lista tríplice, enviando-aao Poder Executivo, que, nos vinte dias sub-seqüentes, escolherá um de seus integrantespara nomeação.

Art. 95. Os juízes gozam das seguintesgarantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só

será adquirida após dois anos de exercício,dependendo a perda do cargo, nesse perío-do, de deliberação do tribunal a que o juizestiver vinculado e, nos demais casos, desentença judicial transitada em julgado;II - inamovibilidade, salvo por motivo deinteresse público, na forma do art. 93, VIII;III - irredutibilidade de subsídio, ressal-vado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, §4º, 150, II, 153, III, e153, § 2º, I.

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:I - exercer, ainda que em disponibilidade,outro cargo ou função, salvo uma de ma-gistério;II - receber, a qualquer título ou pretexto,custas ou participação em processo;III - dedicar-se a atividade político-parti-dária;IV - receber, a qualquer título ou pretexto,auxílios ou contribuições de pessoas físi-cas, entidades públicas ou privadas, ressal-vadas as exceções previstas em lei;V - exercer a advocacia no juízo ou tribu-nal do qual se afastou, antes de decorri-dos três anos do afastamento do cargo poraposentadoria ou exoneração.

Art. 96. Compete privativamente:I - aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborarseus regimentos internos, com observância

das normas de processo e das garantias pro-cessuais das partes, dispondo sobre a com-petência e o funcionamento dos respectivosórgãos jurisdicionais e administrativos;b) organizar suas secretarias e serviçosauxiliares e os dos juízos que lhes foremvinculados, velando pelo exercício da ati-vidade correicional respectiva;c) prover, na forma prevista nesta Cons-tituição, os cargos de juiz de carreira darespectiva jurisdição;

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Título IV - Da Organização dos Poderes

d) propor a criação de novas varas judi-ciárias;e) prover, por concurso público de pro-

vas, ou de provas e títulos, obedecido odisposto no art. 169, parágrafo único, oscargos necessários à administração da justiça, exceto os de confiança assim de-finidos em lei;f) conceder licença, férias e outros afas-tamentos a seus membros e aos juízes eservidores que lhes forem imediatamentevinculados;

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tri-bunais Superiores e aos Tribunais de Justi-

ça propor ao Poder Legislativo respectivo,observado o disposto no art. 169:

a) a alteração do número de membros dostribunais inferiores;b) a criação e a extinção de cargos e a re-muneração dos seus serviços auxiliarese dos juízos que lhes forem vinculados,bem como a fixação do subsídio de seusmembros e dos juízes, inclusive dos tribu-nais inferiores, onde houver;c) a criação ou extinção dos tribunais in-feriores;d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízesestaduais e do Distrito Federal e Territó-rios, bem como os membros do MinistérioPúblico, nos crimes comuns e de responsa-bilidade, ressalvada a competência da Jus-tiça Eleitoral.

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absolu-ta de seus membros ou dos membros do res-pectivo órgão especial poderão os tribunaisdeclarar a inconstitucionalidade de lei ou atonormativo do poder público.

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nosTerritórios, e os Estados criarão:

I - juizados especiais, providos por juízestogados, ou togados e leigos, competentespara a conciliação, o julgamento e a execu-

ção de causas cíveis de menor complexida-de e infrações penais de menor potencialofensivo, mediante os procedimentos oral

e sumaríssimo, permitidos, nas hipótesesprevistas em lei, a transação e o julgamen-to de recursos por turmas de juízes de pri-meiro grau;II - justiça de paz, remunerada, compostade cidadãos eleitos pelo voto direto, uni-versal e secreto, com mandato de quatroanos e competência para, na forma da lei,celebrar casamentos, verificar, de ofícioou em face de impugnação apresentada,o processo de habilitação e exercer atri-

buições conciliatórias, sem caráter ju-risdicional, além de outras previstas nalegislação.

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de jui-zados especiais no âmbito da Justiça Federal.

§ 2º As custas e emolumentos serão destina-dos exclusivamente ao custeio dos serviçosafetos às atividades específicas da Justiça.

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada au-tonomia administrativa e financeira.

§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostasorçamentárias dentro dos limites estipula-dos conjuntamente com os demais Poderesna lei de diretrizes orçamentárias.

§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidosos outros tribunais interessados, compete:

I - no âmbito da União, aos Presidentes doSupremo Tribunal Federal e dos TribunaisSuperiores, com a aprovação dos respecti-vos tribunais;II - no âmbito dos Estados e no do DistritoFederal e Territórios, aos Presidentes dosTribunais de Justiça, com a aprovação dosrespectivos tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não

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Título IV - Da Organização dos Poderes

encaminharem as respectivas propostas or-çamentárias dentro do prazo estabelecido nalei de diretrizes orçamentárias, o Poder Exe-

cutivo considerará, para fins de consolidaçãoda proposta orçamentária anual, os valoresaprovados na lei orçamentária vigente, ajus-tados de acordo com os limites estipuladosna forma do § 1º deste artigo.

§ 4º Se as propostas orçamentárias de quetrata este artigo forem encaminhadas em de-sacordo com os limites estipulados na formado § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajus-tes necessários para fins de consolidação da

proposta orçamentária anual.

§ 5º Durante a execução orçamentária doexercício, não poderá haver a realização dedespesas ou a assunção de obrigações que ex-trapolem os limites estabelecidos na lei de di-retrizes orçamentárias, exceto se previamen-te autorizadas, mediante a abertura de cré-ditos suplementares ou especiais.

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fa-zendas Públicas Federal, Estaduais, Distri-tal e Municipais, em virtude de sentença ju-diciária, far-se-ão exclusivamente na ordemcronológica de apresentação dos precatóriose à conta dos créditos respectivos, proibidaa designação de casos ou de pessoas nas do-tações orçamentárias e nos créditos adicio-nais abertos para este fim.

§ 1º Os débitos de natureza alimentícia com-

preendem aqueles decorrentes de salários,vencimentos, proventos, pensões e suas com-plementações, benefícios previdenciários e in-denizações por morte ou por invalidez, fun-dadas em responsabilidade civil, em virtudede sentença judicial transitada em julgado, eserão pagos com preferência sobre todos osdemais débitos, exceto sobre aqueles referi-dos no § 2º deste artigo.

§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos

titulares tenham 60 (sessenta) anos de idadeou mais na data de expedição do precatório,ou sejam portadores de doença grave, defi-

nidos na forma da lei, serão pagos com pre-ferência sobre todos os demais débitos, até ovalor equivalente ao triplo do fixado em leipara os fins do disposto no § 3º deste artigo,admitido o fracionamento para essa finalida-de, sendo que o restante será pago na ordemcronológica de apresentação do precatório.

§ 3º O disposto no caput deste artigo relati-vamente à expedição de precatórios não seaplica aos pagamentos de obrigações defi-

nidas em leis como de pequeno valor que asFazendas referidas devam fazer em virtudede sentença judicial transitada em julgado.

§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderãoser fixados, por leis próprias, valores distin-tos às entidades de direito público, segundoas diferentes capacidades econômicas, sen-do o mínimo igual ao valor do maior bene-fício do regime geral de previdência social.

§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamen-to das entidades de direito público, de ver-ba necessária ao pagamento de seus débi-tos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciá-rios apresentados até 1º de julho, fazendo--se o pagamento até o final do exercício se-guinte, quando terão seus valores atualiza-dos monetariamente.

§ 6º As dotações orçamentárias e os crédi-tos abertos serão consignados diretamenteao Poder Judiciário, cabendo ao Presidentedo Tribunal que proferir a decisão exequen-da determinar o pagamento integral e au-torizar, a requerimento do credor e exclu-sivamente para os casos de preterimento deseu direito de precedência ou de não aloca-ção orçamentária do valor necessário à sa-tisfação do seu débito, o sequestro da quan-tia respectiva.

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Título IV - Da Organização dos Poderes

§ 7º O Presidente do Tribunal competente que,por ato comissivo ou omissivo, retardar outentar frustrar a liquidação regular de pre-

catórios incorrerá em crime de responsabili-dade e responderá, também, perante o Con-selho Nacional de Justiça.

§ 8º É vedada a expedição de precatórios com-plementares ou suplementares de valor pago,bem como o fracionamento, repartição ouquebra do valor da execução para fins de en-quadramento de parcela do total ao que dis-põe o § 3º deste artigo.

§ 9º No momento da expedição dos preca-tórios, independentemente de regulamen-tação, deles deverá ser abatido, a título decompensação, valor correspondente aos dé-bitos líquidos e certos, inscritos ou não emdívida ativa e constituídos contra o credororiginal pela Fazenda Pública devedora, in-cluídas parcelas vincendas de parcelamen-tos, ressalvados aqueles cuja execução este- ja suspensa em virtude de contestação admi-nistrativa ou judicial.

§ 10. Antes da expedição dos precatórios, oTribunal solicitará à Fazenda Pública devedo-ra, para resposta em até 30 (trinta) dias, sobpena de perda do direito de abatimento, in-formação sobre os débitos que preencham ascondições estabelecidas no § 9º, para os finsnele previstos.

§ 11. É facultada ao credor, conforme esta-

belecido em lei da entidade federativa deve-dora, a entrega de créditos em precatóriospara compra de imóveis públicos do respec-tivo ente federado.

§ 12. A partir da promulgação desta EmendaConstitucional, a atualização de valores derequisitórios, após sua expedição, até o efe-tivo pagamento, independentemente de suanatureza, será feita pelo índice oficial de re-muneração básica da caderneta de poupança,

e, para fins de compensação da mora, inci-dirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de pou-

pança, ficando excluída a incidência de ju-ros compensatórios.

§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcial-mente, seus créditos em precatórios a tercei-ros, independentemente da concordância dodevedor, não se aplicando ao cessionário odisposto nos §§ 2º e 3º.

§ 14. A cessão de precatórios somente pro-duzirá efeitos após comunicação, por meio

de petição protocolizada, ao tribunal de ori-gem e à entidade devedora.

§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo,lei complementar a esta Constituição Fede-ral poderá estabelecer regime especial parapagamento de crédito de precatórios de Es-tados, Distrito Federal e Municípios, dispon-do sobre vinculações à receita corrente líqui-da e forma e prazo de liquidação.

§ 16. A seu critério exclusivo e na forma delei, a União poderá assumir débitos, oriundosde precatórios, de Estados, Distrito Federal eMunicípios, refinanciando-os diretamente.

Seção II - Do Supremo Tribunal Federal

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal com-põe-se de onze Ministros, escolhidos dentrecidadãos com mais de trinta e cinco e menos

de sessenta e cinco anos de idade, de notávelsaber jurídico e reputação ilibada.

Parágrafo único. Os Ministros do SupremoTribunal Federal serão nomeados pelo Presi-dente da República, depois de aprovada a es-colha pela maioria absoluta do Senado Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Fe-deral, precipuamente, a guarda da Constitui-ção, cabendo-lhe:

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Título IV - Da Organização dos Poderes

I - processar e julgar, originariamente:a) a ação direta de inconstitucionalidadede lei ou ato normativo federal ou esta-

dual e a ação declaratória de constitucio-nalidade de lei ou ato normativo federal;b) nas infrações penais comuns, o Presidenteda República, o Vice-Presidente, os membrosdo Congresso Nacional, seus próprios Minis-tros e o Procurador-Geral da República;c) nas infrações penais comuns e nos cri-mes de responsabilidade, os Ministros deEstado e os Comandantes da Marinha,do Exército e da Aeronáutica, ressalvadoo disposto no art. 52, I, os membros dos

Tribunais Superiores, os do Tribunal deContas da União e os chefes de missão di-plomática de caráter permanente;d) o habeas corpus, sendo paciente qual-quer das pessoas referidas nas alíneasanteriores; o mandado de segurança e ohabeas data contra atos do Presidente daRepública, das Mesas da Câmara dos De-putados e do Senado Federal, do Tribunalde Contas da União, do Procurador-Geralda República e do próprio Supremo Tribu-nal Federal;e) o litígio entre Estado estrangeiro ou or-ganismo internacional e a União, o Esta-do, o Distrito Federal ou o Território;f) as causas e os conflitos entre a União eos Estados, a União e o Distrito Federal, ouentre uns e outros, inclusive as respecti-vas entidades da administração indireta;g) a extradição solicitada por Estado es-trangeiro;

h) (Revogada).i) o habeas corpus, quando o coator forTribunal Superior ou quando o coator ouo paciente for autoridade ou funcionáriocujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal,ou se trate de crime sujeito à mesma ju-risdição em uma única instância; j) a revisão criminal e a ação rescisória deseus julgados;l) a reclamação para a preservação de sua

competência e garantia da autoridade desuas decisões;m) a execução de sentença nas causas de

sua competência originária, facultada adelegação de atribuições para a práticade atos processuais;n) a ação em que todos os membros damagistratura sejam direta ou indireta-mente interessados, e aquela em que maisda metade dos membros do tribunal deorigem estejam impedidos ou sejam dire-ta ou indiretamente interessados;o) os conflitos de competência entre oSuperior Tribunal de Justiça e quaisquer

tribunais, entre Tribunais Superiores, ouentre estes e qualquer outro tribunal;p) o pedido de medida cautelar das açõesdiretas de inconstitucionalidade;q) o mandado de injunção, quando a ela-boração da norma regulamentadora foratribuição do Presidente da República, doCongresso Nacional, da Câmara dos De-putados, do Senado Federal, da Mesa deuma dessas Casas Legislativas, do Tribu-nal de Contas da União, de um dos Tribu-nais Superiores, ou do próprio SupremoTribunal Federal;r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional doMinistério Público;

II - julgar, em recurso ordinário:a) o habeas corpus, o mandado de seguran-ça, o habeas data e o mandado de injunçãodecididos em única instância pelos Tribu-nais Superiores, se denegatória a decisão;

b) o crime político;III - julgar, mediante recurso extraordiná-rio, as causas decididas em única ou últimainstância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;b) declarar a inconstitucionalidade detratado ou lei federal;c) julgar válida lei ou ato de governo localcontestado em face desta Constituição.d) julgar válida lei local contestada emface de lei federal.

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Título IV - Da Organização dos Poderes

§ 1º A argüição de descumprimento de pre-ceito fundamental, decorrente desta Consti-tuição, será apreciada pelo Supremo Tribu-

nal Federal, na forma da lei.

§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferi-das pelo Supremo Tribunal Federal, nas açõesdiretas de inconstitucionalidade e nas açõesdeclaratórias de constitucionalidade produzi-rão eficácia contra todos e efeito vinculante,relativamente aos demais órgãos do Poder Judi-ciário e à administração pública direta e indi-reta, nas esferas federal, estadual e municipal.

§ 3º No recurso extraordinário o recorrentedeverá demonstrar a repercussão geral dasquestões constitucionais discutidas no caso,nos termos da lei, a fim de que o Tribunal exa-mine a admissão do recurso, somente poden-do recusá-lo pela manifestação de dois terçosde seus membros.

Art. 103. Podem propor a ação direta de in-constitucionalidade e a ação declaratória deconstitucionalidade:

I - o Presidente da República;II - a Mesa do Senado Federal;III - a Mesa da Câmara dos Deputados;IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou daCâmara Legislativa do Distrito Federal;V - o Governador de Estado ou do DistritoFederal;VI - o Procurador-Geral da República;VII - o Conselho Federal da Ordem dos Ad-vogados do Brasil;

VIII - partido político com representaçãono Congresso Nacional;IX - confederação sindical ou entidade declasse de âmbito nacional.

§ 1º O Procurador-Geral da República deveráser previamente ouvido nas ações de incons-titucionalidade e em todos os processos decompetência do Supremo Tribunal Federal.

§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por

omissão de medida para tornar efetiva nor-ma constitucional, será dada ciência ao Po-der competente para a adoção das providên-

cias necessárias e, em se tratando de órgãoadministrativo, para fazê-lo em trinta dias.

§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apre-ciar a inconstitucionalidade, em tese, de nor-ma legal ou ato normativo, citará, previamen-te, o Advogado-Geral da União, que defende-rá o ato ou texto impugnado.

 § 4º (Revogado).

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal po-derá, de ofício ou por provocação, mediantedecisão de dois terços dos seus membros, apósreiteradas decisões sobre matéria constitucio-nal, aprovar súmula que, a partir de sua publi-cação na imprensa oficial, terá efeito vincu-lante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta eindireta, nas esferas federal, estadual e mu-nicipal, bem como proceder à sua revisão oucancelamento, na forma estabelecida em lei.

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, ainterpretação e a eficácia de normas deter-minadas, acerca das quais haja controvérsiaatual entre órgãos judiciários ou entre essese a administração pública que acarrete gra-ve insegurança jurídica e relevante multipli-cação de processos sobre questão idêntica.

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabele-

cido em lei, a aprovação, revisão ou cancela-mento de súmula poderá ser provocada poraqueles que podem propor a ação direta deinconstitucionalidade.

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judi-cial que contrariar a súmula aplicável ouque indevidamente a aplicar, caberá recla-mação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato ad-ministrativo ou cassará a decisão judicial

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Título IV - Da Organização dos Poderes

reclamada, e determinará que outra sejaproferida com ou sem a aplicação da súmu-la, conforme o caso.

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justi-ça compõe-se de 15 (quinze) membros commandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma)recondução, sendo:

I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;III - um Ministro do Tribunal Superior doTrabalho, indicado pelo respectivo tribunal;IV - um desembargador de Tribunal de

 Justiça, indicado pelo Supremo TribunalFederal;V - um juiz estadual, indicado pelo Supre-mo Tribunal Federal;VI - um juiz federal de Tribunal RegionalFederal, indicado pelo Superior Tribunalde Justiça;VII - um juiz federal, indicado pelo Supe-rior Tribunal de Justiça;VIII - um juiz de Tribunal Regional do Tra-balho, indicado pelo Tribunal Superior doTrabalho;IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tri-bunal Superior do Trabalho;X - um membro do Ministério Público daUnião, indicado pelo Procurador-Geral daRepública;XI - um membro do Ministério Público esta-dual, escolhido pelo Procurador-Geral da Re-pública dentre os nomes indicados pelo ór-gão competente de cada instituição estadual;

XII - dois advogados, indicados pelo ConselhoFederal da Ordem dos Advogados do Brasil;XIII - dois cidadãos, de notável saber ju-rídico e reputação ilibada, indicados umpela Câmara dos Deputados e outro peloSenado Federal.

§ 1º O Conselho será presidido pelo Presiden-te do Supremo Tribunal Federal e, nas suasausências e impedimentos, pelo Vice-Presi-dente do Supremo Tribunal Federal.

§ 2º Os demais membros do Conselho serãonomeados pelo Presidente da República, de-pois de aprovada a escolha pela maioria ab-

soluta do Senado Federal.

§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indica-ções previstas neste artigo, caberá a escolhaao Supremo Tribunal Federal.

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atua-ção administrativa e financeira do Poder Ju-diciário e do cumprimento dos deveres fun-cionais dos juízes, cabendo-lhe, além de ou-tras atribuições que lhe forem conferidas pelo

Estatuto da Magistratura:I - zelar pela autonomia do Poder Judiciá-rio e pelo cumprimento do Estatuto da Ma-gistratura, podendo expedir atos regula-mentares, no âmbito de sua competência,ou recomendar providências;II - zelar pela observância do art. 37 e apre-ciar, de ofício ou mediante provocação, alegalidade dos atos administrativos pra-ticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê--los ou fixar prazo para que se adotem asprovidências necessárias ao exato cumpri-mento da lei, sem prejuízo da competênciado Tribunal de Contas da União;III - receber e conhecer das reclamaçõescontra membros ou órgãos do Poder Judi-ciário, inclusive contra seus serviços auxi-liares, serventias e órgãos prestadores deserviços notariais e de registro que atuempor delegação do poder público ou oficia-

lizados, sem prejuízo da competência dis-ciplinar e correicional dos tribunais, po-dendo avocar processos disciplinares emcurso e determinar a remoção, a disponi-bilidade ou a aposentadoria com subsídiosou proventos proporcionais ao tempo deserviço e aplicar outras sanções adminis-trativas, assegurada ampla defesa;IV - representar ao Ministério Público, nocaso de crime contra a administração pú-blica ou de abuso de autoridade;

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Título IV - Da Organização dos Poderes

V - rever, de ofício ou mediante provoca-ção, os processos disciplinares de juízes emembros de tribunais julgados há menos

de um ano;VI - elaborar semestralmente relatório es-tatístico sobre processos e sentenças pro-latadas, por unidade da Federação, nos di-ferentes órgãos do Poder Judiciário;VII - elaborar relatório anual, propondo asprovidências que julgar necessárias, sobrea situação do Poder Judiciário no País e asatividades do Conselho, o qual deve inte-grar mensagem do Presidente do SupremoTribunal Federal a ser remetida ao Con-

gresso Nacional, por ocasião da aberturada sessão legislativa.

§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justi-ça exercerá a função de Ministro-Corregedore ficará excluído da distribuição de processosno Tribunal, competindo-lhe, além das atri-buições que lhe forem conferidas pelo Esta-tuto da Magistratura, as seguintes:

I - receber as reclamações e denúncias, dequalquer interessado, relativas aos magis-trados e aos serviços judiciários;II - exercer funções executivas do Conse-lho, de inspeção e de correição geral;III - requisitar e designar magistrados,delegando-lhes atribuições, e requisitarservidores de juízos ou tribunais, inclusivenos Estados, Distrito Federal e Territórios.

§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procu-rador-Geral da República e o Presidente do

Conselho Federal da Ordem dos Advogadosdo Brasil.

§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal enos Territórios, criará ouvidorias de justi-ça, competentes para receber reclamaçõese denúncias de qualquer interessado con-tra membros ou órgãos do Poder Judiciá-rio, ou contra seus serviços auxiliares, re-presentando diretamente ao Conselho Na-cional de Justiça.

Seção III - Do Superior Tribunal de Justiça

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça com-

põe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.

Parágrafo único. Os Ministros do SuperiorTribunal de Justiça serão nomeados pelo Pre-sidente da República, dentre brasileiros commais de trinta e cinco e menos de sessenta ecinco anos, de notável saber jurídico e reputa-ção ilibada, depois de aprovada a escolha pelamaioria absoluta do Senado Federal, sendo:

I - um terço dentre juízes dos TribunaisRegionais Federais e um terço dentre de-

sembargadores dos Tribunais de Justiça,indicados em lista tríplice elaborada pelopróprio Tribunal;II - um terço, em partes iguais, dentre ad-vogados e membros do Ministério PúblicoFederal, Estadual, do Distrito Federal e dosTerritórios, alternadamente, indicados naforma do art. 94.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:a) nos crimes comuns, os Governadoresdos Estados e do Distrito Federal, e, nes-tes e nos de responsabilidade, os desem-bargadores dos Tribunais de Justiça dosEstados e do Distrito Federal, os membrosdos Tribunais de Contas dos Estados e doDistrito Federal, os dos Tribunais Regio-nais Federais, dos Tribunais RegionaisEleitorais e do Trabalho, os membros dos

Conselhos ou Tribunais de Contas dosMunicípios e os do Ministério Público daUnião que oficiem perante tribunais;b) os mandados de segurança e os habeasdata contra ato de Ministro de Estado, dosComandantes da Marinha, do Exército eda Aeronáutica ou do próprio Tribunal;c) os habeas corpus, quando o coator oupaciente for qualquer das pessoas mencio-nadas na alínea a, ou quando o coator fortribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro

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Título IV - Da Organização dos Poderes

de Estado ou Comandante da Marinha, doExército ou da Aeronáutica, ressalvada acompetência da Justiça Eleitoral;

d) os conflitos de competência entrequaisquer tribunais, ressalvado o dispos-to no art. 102, I, o, bem como entre tribu-nal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;e) as revisões criminais e as ações resci-sórias de seus julgados;f) a reclamação para a preservação de suacompetência e garantia da autoridade desuas decisões;g) os conflitos de atribuições entre autorida-

des administrativas e judiciárias da União,ou entre autoridades judiciárias de um Esta-do e administrativas de outro ou do DistritoFederal, ou entre as deste e da União;h) o mandado de injunção, quando a elabo-ração da norma regulamentadora for atri-buição de órgão, entidade ou autoridadefederal, da administração direta ou indi-reta, excetuados os casos de competênciado Supremo Tribunal Federal e dos órgãosda Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;i) a homologação de sentenças estrangei-ras e a concessão de exequatur às cartasrogatórias;

II - julgar, em recurso ordinário:a) os habeas corpus decididos em únicaou última instância pelos Tribunais Re-gionais Federais ou pelos tribunais dosEstados, do Distrito Federal e Territórios,quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididosem única instância pelos Tribunais Re-gionais Federais ou pelos tribunais dosEstados, do Distrito Federal e Territórios,quando denegatória a decisão;c) as causas em que forem partes Estadoestrangeiro ou organismo internacional,de um lado, e, do outro, Município ou pes-soa residente ou domiciliada no País;

III - julgar, em recurso especial, as causasdecididas, em única ou última instância,

pelos Tribunais Regionais Federais ou pelostribunais dos Estados, do Distrito Federal eTerritórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ounegar-lhes vigência;b) julgar válido ato de governo local con-testado em face de lei federal;c) der a lei federal interpretação divergen-te da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Parágrafo único. Funcionarão junto ao Su-perior Tribunal de Justiça:

I - a Escola Nacional de Formação e Aper-feiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe,

dentre outras funções, regulamentar oscursos oficiais para o ingresso e promoçãona carreira;II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo--lhe exercer, na forma da lei, a supervisãoadministrativa e orçamentária da Justi-ça Federal de primeiro e segundo graus,como órgão central do sistema e com po-deres correicionais, cujas decisões terãocaráter vinculante.

Seção IV - Dos Tribunais Regionais Federais

e dos Juízes Federais

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:I - os Tribunais Regionais Federais;II - os Juízes Federais.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federaiscompõem-se de, no mínimo, sete juízes, re-crutados, quando possível, na respectiva re-

gião e nomeados pelo Presidente da Repúbli-ca dentre brasileiros com mais de trinta e me-nos de sessenta e cinco anos, sendo:

I - um quinto dentre advogados com maisde dez anos de efetiva atividade profissio-nal e membros do Ministério Público Fede-ral com mais de dez anos de carreira;II - os demais, mediante promoção de juí-zes federais com mais de cinco anos deexercício, por antiguidade e merecimento,alternadamente.

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Título IV - Da Organização dos Poderes

§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permu-ta de juízes dos Tribunais Regionais Federaise determinará sua jurisdição e sede.

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instala-rão a justiça itinerante, com a realização deaudiências e demais funções da atividade ju-risdicional, nos limites territoriais da respec-tiva jurisdição, servindo-se de equipamentospúblicos e comunitários.

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderãofuncionar descentralizadamente, constituin-do Câmaras regionais, a fim de assegurar o

pleno acesso do jurisdicionado à justiça emtodas as fases do processo.

Art. 108. Compete aos Tribunais RegionaisFederais:

I - processar e julgar, originariamente:a) os juízes federais da área de sua juris-dição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comunse de responsabilidade, e os membros doMinistério Público da União, ressalvada acompetência da Justiça Eleitoral;b) as revisões criminais e as ações resci-sórias de julgados seus ou dos juízes fede-rais da região;c) os mandados de segurança e os habeasdata contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;d) os habeas corpus, quando a autoridadecoatora for juiz federal;e) os conflitos de competência entre juí-

zes federais vinculados ao Tribunal;II - julgar, em grau de recurso, as causasdecididas pelos juízes federais e pelos juí-zes estaduais no exercício da competênciafederal da área de sua jurisdição.

Art. 109. Aos juízes federais compete proces-sar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade au-tárquica ou empresa pública federal fo-rem interessadas na condição de autoras,

rés, assistentes ou oponentes, exceto asde falência, as de acidentes de trabalho eas sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do

Trabalho;II - as causas entre Estado estrangeiro ouorganismo internacional e Município oupessoa domiciliada ou residente no País;III - as causas fundadas em tratado ou con-trato da União com Estado estrangeiro ouorganismo internacional;IV - os crimes políticos e as infrações pe-nais praticadas em detrimento de bens,serviços ou interesse da União ou de suasentidades autárquicas ou empresas públi-

cas, excluídas as contravenções e ressal-vada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;V - os crimes previstos em tratado ou con-venção internacional, quando, iniciadaa execução no País, o resultado tenha oudevesse ter ocorrido no estrangeiro, ou re-ciprocamente;V-A - as causas relativas a direitos huma-nos a que se refere o § 5º deste artigo;VI - os crimes contra a organização dotrabalho e, nos casos determinados porlei, contra o sistema financeiro e a ordemeconômico-financeira;VII - os habeas corpus, em matéria criminal desua competência ou quando o constrangimen-to provier de autoridade cujos atos não este- jam diretamente sujeitos a outra jurisdição;VIII - os mandados de segurança e os ha-beas data contra ato de autoridade federal,excetuados os casos de competência dos

tribunais federais;IX - os crimes cometidos a bordo de naviosou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;X - os crimes de ingresso ou permanênciairregular de estrangeiro, a execução decarta rogatória, após o exequatur, e de sen-tença estrangeira, após a homologação, ascausas referentes à nacionalidade, inclusi-ve a respectiva opção, e à naturalização;XI - a disputa sobre direitos indígenas.

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Título IV - Da Organização dos Poderes

§ 1º As causas em que a União for autora se-rão aforadas na seção judiciária onde tiverdomicílio a outra parte.

§ 2º As causas intentadas contra a União po-derão ser aforadas na seção judiciária em quefor domiciliado o autor, naquela onde hou-ver ocorrido o ato ou fato que deu origem àdemanda ou onde esteja situada a coisa, ou,ainda, no Distrito Federal.

§ 3º Serão processadas e julgadas na Justi-ça estadual, no foro do domicílio dos segura-dos ou beneficiários, as causas em que forem

parte instituição de previdência social e se-gurado, sempre que a comarca não seja sedede vara do juízo federal, e, se verificada essacondição, a lei poderá permitir que outras cau-sas sejam também processadas e julgadas pela Justiça estadual.

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o re-curso cabível será sempre para o Tribunal Re-gional Federal na área de jurisdição do juiz deprimeiro grau.

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direi-tos humanos, o Procurador-Geral da Repúbli-ca, com a finalidade de assegurar o cumpri-mento de obrigações decorrentes de trata-dos internacionais de direitos humanos dosquais o Brasil seja parte, poderá suscitar, pe-rante o Superior Tribunal de Justiça, em qual-quer fase do inquérito ou processo, inciden-te de deslocamento de competência para a

 Justiça Federal.

Art. 110. Cada Estado, bem como o DistritoFederal, constituirá uma seção judiciária,que terá por sede a respectiva capital, e va-ras localizadas segundo o estabelecido em lei.

Parágrafo único. Nos Territórios Federais,a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da Justiçalocal, na forma da lei.

Seção V - Dos Tribunais e Juízes do Trabalho

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:

I - o Tribunal Superior do Trabalho;II - os Tribunais Regionais do Trabalho;III - Juízes do Trabalho. § 1º (Revogado). § 2º (Revogado). § 3º (Revogado).

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalhocompor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhi-dos dentre brasileiros com mais de trinta e cin-co e menos de sessenta e cinco anos, nomeados

pelo Presidente da República após aprovaçãopela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:

I - um quinto dentre advogados com maisde dez anos de efetiva atividade profissio-nal e membros do Ministério Público doTrabalho com mais de dez anos de efetivoexercício, observado o disposto no art. 94;II - os demais dentre juízes dos TribunaisRegionais do Trabalho, oriundos da magis-tratura da carreira, indicados pelo próprioTribunal Superior.

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tri-bunal Superior do Trabalho.

§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superiordo Trabalho:

I - a Escola Nacional de Formação e Aper-feiçoamento de Magistrados do Trabalho,cabendo-lhe, dentre outras funções, regu-lamentar os cursos oficiais para o ingresso

e promoção na carreira;II - o Conselho Superior da Justiça do Tra-balho, cabendo-lhe exercer, na forma dalei, a supervisão administrativa, orçamen-tária, financeira e patrimonial da Justiçado Trabalho de primeiro e segundo graus,como órgão central do sistema, cujas deci-sões terão efeito vinculante.

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Tra-balho, podendo, nas comarcas não abrangidas

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Título IV - Da Organização dos Poderes

por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de di-reito, com recurso para o respectivo TribunalRegional do Trabalho.

Art. 113. A lei disporá sobre a constituição,investidura, jurisdição, competência, garan-tias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho pro-cessar e julgar:

I - as ações oriundas da relação de traba-lho, abrangidos os entes de direito públicoexterno e da administração pública direta

e indireta da União, dos Estados, do Distri-to Federal e dos Municípios;II - as ações que envolvam exercício do di-reito de greve;III - as ações sobre representação sindical,entre sindicatos, entre sindicatos e traba-lhadores, e entre sindicatos e empregadores;IV - os mandados de segurança, habeas cor-pus e habeas data, quando o ato questiona-do envolver matéria sujeita à sua jurisdição;V - os conflitos de competência entre ór-gãos com jurisdição trabalhista, ressalva-do o disposto no art. 102, I, o;VI - as ações de indenização por dano mo-ral ou patrimonial, decorrentes da relaçãode trabalho;VII - as ações relativas às penalidades ad-ministrativas impostas aos empregadorespelos órgãos de fiscalização das relaçõesde trabalho;VIII - a execução, de ofício, das contribui-

ções sociais previstas no art. 195, I, a, e II,e seus acréscimos legais, decorrentes dassentenças que proferir;IX - outras controvérsias decorrentes darelação de trabalho, na forma da lei.

§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as par-tes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à nego-ciação coletiva ou à arbitragem, é facultado às

mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio co-letivo de natureza econômica, podendo a Justiçado Trabalho decidir o conflito, respeitadas as dis-

posições mínimas legais de proteção ao trabalho,bem como as convencionadas anteriormente.

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial,com possibilidade de lesão do interesse públi-co, o Ministério Público do Trabalho poderáajuizar dissídio coletivo, competindo à Justi-ça do Trabalho decidir o conflito.

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalhocompõem-se de, no mínimo, sete juízes, re-

crutados, quando possível, na respectiva re-gião, e nomeados pelo Presidente da Repúbli-ca dentre brasileiros com mais de trinta e me-nos de sessenta e cinco anos, sendo:

I - um quinto dentre advogados com maisde dez anos de efetiva atividade profissio-nal e membros do Ministério Público doTrabalho com mais de dez anos de efetivoexercício, observado o disposto no art. 94;II - os demais, mediante promoção de juí-zes do trabalho por antigüidade e mereci-mento, alternadamente.

§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho ins-talarão a justiça itinerante, com a realizaçãode audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da res-pectiva jurisdição, servindo-se de equipamen-tos públicos e comunitários.

§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho po-

derão funcionar descentralizadamente, cons-tituindo Câmaras regionais, a fim de assegu-rar o pleno acesso do jurisdicionado à justiçaem todas as fases do processo.

Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdiçãoserá exercida por um juiz singular.

 Parágrafo único. (Revogado).

Art. 117. (Revogado).

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Título IV - Da Organização dos Poderes

Seção VI - Dos Tribunais e Juízes Eleitorais

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:

I - o Tribunal Superior Eleitoral;II - os Tribunais Regionais Eleitorais;III - os Juízes Eleitorais;IV - as Juntas Eleitorais.

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:a) três juízes dentre os Ministros do Su-premo Tribunal Federal;b) dois juízes dentre os Ministros do Su-

perior Tribunal de Justiça;II - por nomeação do Presidente da Repú-blica, dois juízes dentre seis advogados denotável saber jurídico e idoneidade moral,indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. O Tribunal Superior Elei-toral elegerá seu Presidente e o Vice-Presi-dente dentre os Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, e o corregedor eleitoral dentreos Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Elei-toral na capital de cada Estado e no Distri-to Federal.

§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitoraiscompor-se-ão:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:a) de dois juízes dentre os desembargado-res do Tribunal de Justiça;

b) de dois juízes, dentre juízes de direito,escolhidos pelo Tribunal de Justiça;II - de um juiz do Tribunal Regional Federalcom sede na capital do Estado ou no Distri-to Federal, ou, não havendo, de juiz federal,escolhido, em qualquer caso, pelo TribunalRegional Federal respectivo;III - por nomeação, pelo Presidente da Re-pública, de dois juízes dentre seis advoga-dos de notável saber jurídico e idoneidademoral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegeráseu Presidente e o Vice-Presidente dentre osdesembargadores.

Art. 121. Lei complementar disporá sobre aorganização e competência dos Tribunais,dos juízes de direito e das Juntas Eleitorais.

§ 1º Os membros dos Tribunais, os juízes dedireito e os integrantes das Juntas Eleitorais,no exercício de suas funções, e no que lhesfor aplicável, gozarão de plenas garantias eserão inamovíveis.

§ 2º Os juízes dos Tribunais Eleitorais, salvomotivo justificado, servirão por dois anos,no mínimo, e nunca por mais de dois biêniosconsecutivos, sendo os substitutos escolhidosna mesma ocasião e pelo mesmo processo, emnúmero igual para cada categoria.

§ 3º São irrecorríveis as decisões do TribunalSuperior Eleitoral, salvo as que contrariaremesta Constituição e as denegatórias de habeascorpus ou mandado de segurança.

§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Elei-torais somente caberá recurso quando:

I - forem proferidas contra disposição ex-pressa desta Constituição ou de lei;II - ocorrer divergência na interpretação delei entre dois ou mais Tribunais Eleitorais;III - versarem sobre inelegibilidade ou ex-pedição de diplomas nas eleições federaisou estaduais;

IV - anularem diplomas ou decretarem aperda de mandatos eletivos federais ou es-taduais;V - denegarem habeas corpus, mandadode segurança, habeas data ou mandado deinjunção.

Seção VII - Dos Tribunais e Juízes Militares

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:I - o Superior Tribunal Militar;

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Título IV - Da Organização dos Poderes

II - os Tribunais e Juízes Militares instituí-dos por lei.

Art. 123. O Superior Tribunal Militar com-por-se-á de quinze Ministros vitalícios, no-meados pelo Presidente da República, depoisde aprovada a indicação pelo Senado Federal,sendo três dentre oficiais-generais da Mari-nha, quatro dentre oficiais-generais do Exér-cito, três dentre oficiais-generais da Aeronáu-tica, todos da ativa e do posto mais elevadoda carreira, e cinco dentre civis.

Parágrafo único. Os Ministros civis serão es-

colhidos pelo Presidente da República dentrebrasileiros maiores de trinta e cinco anos,sendo:

I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dezanos de efetiva atividade profissional;II - dois, por escolha paritária, dentre juízes-auditores e membros do MinistérioPúblico da Justiça Militar.

Art. 124. À Justiça Militar compete processare julgar os crimes militares definidos em lei.

Parágrafo único. A lei disporá sobre a orga-nização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.

Seção VIII - Dos Tribunais e Juízes dos

Estados

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça,

observados os princípios estabelecidos nes-ta Constituição.

§ 1º A competência dos tribunais será defini-da na Constituição do Estado, sendo a lei deorganização judiciária de iniciativa do Tri-bunal de Justiça.

§ 2º Cabe aos Estados a instituição de represen-tação de inconstitucionalidade de leis ou atosnormativos estaduais ou municipais em face

da Constituição estadual, vedada a atribuiçãoda legitimação para agir a um único órgão.

§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante pro-posta do Tribunal de Justiça, a Justiça Mili-tar estadual, constituída, em primeiro grau,pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tri-bunal de Justiça, ou por Tribunal de JustiçaMilitar nos Estados em que o efetivo militarseja superior a vinte mil integrantes.

§ 4º Compete à Justiça Militar estadual pro-cessar e julgar os militares dos Estados, nos

crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,ressalvada a competência do júri quando avítima for civil, cabendo ao tribunal compe-tente decidir sobre a perda do posto e da pa-tente dos oficiais e da graduação das praças.

§ 5º Compete aos juízes de direito do juízomilitar processar e julgar, singularmente, oscrimes militares cometidos contra civis e asações judiciais contra atos disciplinares mi-litares, cabendo ao Conselho de Justiça, soba presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.

§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionardescentralizadamente, constituindo Câmarasregionais, a fim de assegurar o pleno acessodo jurisdicionado à justiça em todas as fasesdo processo.

§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiçaitinerante, com a realização de audiências edemais funções da atividade jurisdicional,nos limites territoriais da respectiva jurisdi-ção, servindo-se de equipamentos públicos ecomunitários.

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, oTribunal de Justiça proporá a criação de va-ras especializadas, com competência exclu-siva para questões agrárias.

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Título IV - Da Organização dos Poderes

do Poder Legislativo, na forma da lei comple-mentar respectiva.

§ 5º Leis complementares da União e dos Es-tados, cuja iniciativa é facultada aos respecti-vos Procuradores-Gerais, estabelecerão a or-ganização, as atribuições e o estatuto de cadaMinistério Público, observadas, relativamen-te a seus membros:

I - as seguintes garantias:a) vitaliciedade, após dois anos de exercí-cio, não podendo perder o cargo senão porsentença judicial transitada em julgado;b) inamovibilidade, salvo por motivo de

interesse público, mediante decisão do ór-gão colegiado competente do MinistérioPúblico, pelo voto da maioria absoluta deseus membros, assegurada ampla defesa;c) irredutibilidade de subsídio, fixadona forma do art. 39, § 4º, e ressalvado odisposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153,III, 153, § 2º, I;

II - as seguintes vedações:a) receber, a qualquer título e sob qual-quer pretexto, honorários, percentagensou custas processuais;b) exercer a advocacia;c) participar de sociedade comercial, naforma da lei;d) exercer, ainda que em disponibilidade,qualquer outra função pública, salvo umade magistério;e) exercer atividade político-partidária;f) receber, a qualquer título ou pretexto,auxílios ou contribuições de pessoas físi-

cas, entidades públicas ou privadas, res-salvadas as exceções previstas em lei.

§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Pú-blico o disposto no art. 95, parágrafo único, V.

Art. 129. São funções institucionais do Mi-nistério Público:

I - promover, privativamente, a ação penalpública, na forma da lei;II - zelar pelo efetivo respeito dos poderes

públicos e dos serviços de relevância pú-blica aos direitos assegurados nesta Cons-tituição, promovendo as medidas necessá-

rias a sua garantia;III - promover o inquérito civil e a ação ci-vil pública, para a proteção do patrimôniopúblico e social, do meio ambiente e de ou-tros interesses difusos e coletivos;IV - promover a ação de inconstitucionali-dade ou representação para fins de inter-venção da União e dos Estados, nos casosprevistos nesta Constituição;V - defender judicialmente os direitos e in-teresses das populações indígenas;

VI - expedir notificações nos procedimen-tos administrativos de sua competência,requisitando informações e documentospara instruí-los, na forma da lei comple-mentar respectiva;VII - exercer o controle externo da ativida-de policial, na forma da lei complementarmencionada no artigo anterior;VIII - requisitar diligências investigatóriase a instauração de inquérito policial, in-dicados os fundamentos jurídicos de suasmanifestações processuais;IX - exercer outras funções que lhe foremconferidas, desde que compatíveis com suafinalidade, sendo-lhe vedada a representa-ção judicial e a consultoria jurídica de en-tidades públicas.

§ 1º A legitimação do Ministério Público paraas ações civis previstas neste artigo não impe-de a de terceiros, nas mesmas hipóteses, se-

gundo o disposto nesta Constituição e na lei.

§ 2º As funções do Ministério Público só podemser exercidas por integrantes da carreira, quedeverão residir na comarca da respectiva lota-ção, salvo autorização do chefe da instituição.

§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Públi-co far-se-á mediante concurso público de pro-vas e títulos, assegurada a participação da Or-dem dos Advogados do Brasil em sua realização,

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Título IV - Da Organização dos Poderes

exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo,três anos de atividade jurídica e observando--se, nas nomeações, a ordem de classificação.

§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no quecouber, o disposto no art. 93.

§ 5º A distribuição de processos no Ministé-rio Público será imediata.

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se asdisposições desta Seção pertinentes a direi-tos, vedações e forma de investidura.

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministé-rio Público compõe-se de quatorze membrosnomeados pelo Presidente da República, de-pois de aprovada a escolha pela maioria abso-luta do Senado Federal, para um mandato dedois anos, admitida uma recondução, sendo:

I - o Procurador-Geral da República, que opreside;II - quatro membros do Ministério Públicoda União, assegurada a representação decada uma de suas carreiras;III - três membros do Ministério Públicodos Estados;IV - dois juízes, indicados um pelo Supre-mo Tribunal Federal e outro pelo SuperiorTribunal de Justiça;V - dois advogados, indicados pelo ConselhoFederal da Ordem dos Advogados do Brasil;VI - dois cidadãos de notável saber jurídico ereputação ilibada, indicados um pela Câmara

dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Mi-nistério Público serão indicados pelos respec-tivos Ministérios Públicos, na forma da lei.

§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Minis-tério Público o controle da atuação adminis-trativa e financeira do Ministério Público edo cumprimento dos deveres funcionais deseus membros, cabendo-lhe:

I - zelar pela autonomia funcional e adminis-trativa do Ministério Público, podendo expe-dir atos regulamentares, no âmbito de sua

competência, ou recomendar providências;II - zelar pela observância do art. 37 e apre-ciar, de ofício ou mediante provocação, a le-galidade dos atos administrativos praticadospor membros ou órgãos do Ministério Públi-co da União e dos Estados, podendo descons-tituí-los, revê-los ou fixar prazo para que seadotem as providências necessárias ao exatocumprimento da lei, sem prejuízo da compe-tência dos Tribunais de Contas;III - receber e conhecer das reclamações

contra membros ou órgãos do MinistérioPúblico da União ou dos Estados, inclusivecontra seus serviços auxiliares, sem pre- juízo da competência disciplinar e cor-reicional da instituição, podendo avocarprocessos disciplinares em curso, deter-minar a remoção, a disponibilidade ou aaposentadoria com subsídios ou proventosproporcionais ao tempo de serviço e apli-car outras sanções administrativas, asse-gurada ampla defesa;IV - rever, de ofício ou mediante provoca-ção, os processos disciplinares de mem-bros do Ministério Público da União ou dosEstados julgados há menos de um ano;V - elaborar relatório anual, propondo asprovidências que julgar necessárias sobrea situação do Ministério Público no País eas atividades do Conselho, o qual deve in-tegrar a mensagem prevista no art. 84, XI.

§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta,um Corregedor nacional, dentre os membros doMinistério Público que o integram, vedada a re-condução, competindo-lhe, além das atribuiçõesque lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:

I - receber reclamações e denúncias, dequalquer interessado, relativas aos mem-bros do Ministério Público e dos seus servi-ços auxiliares;II - exercer funções executivas do Conse-lho, de inspeção e correição geral;

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Título IV - Da Organização dos Poderes

III - requisitar e designar membros do Mi-nistério Público, delegando-lhes atribui-ções, e requisitar servidores de órgãos do

Ministério Público.

§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Or-dem dos Advogados do Brasil oficiará juntoao Conselho.

§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ou-vidorias do Ministério Público, competentespara receber reclamações e denúncias de qual-quer interessado contra membros ou órgãos doMinistério Público, inclusive contra seus ser-

viços auxiliares, representando diretamenteao Conselho Nacional do Ministério Público.

Seção II - Da Advocacia Pública

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a insti-tuição que, diretamente ou através de órgão vin-culado, representa a União, judicial e extrajudi-cialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei com-plementar que dispuser sobre sua organizaçãoe funcionamento, as atividades de consultoriae assessoramento jurídico do Poder Executivo.

 § 1º A Advocacia-Geral da União tem por che-fe o Advogado-Geral da União, de livre nomea-ção pelo Presidente da República dentre cida-dãos maiores de trinta e cinco anos, de notá-vel saber jurídico e reputação ilibada.

§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreirasda instituição de que trata este artigo far-se-á

mediante concurso público de provas e títulos.

§ 3º Na execução da dívida ativa de naturezatributária, a representação da União cabe àProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional, ob-servado o disposto em lei.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Dis-trito Federal, organizados em carreira, na qualo ingresso dependerá de concurso público deprovas e títulos, com a participação da Ordem

dos Advogados do Brasil em todas as suas fases,exercerão a representação judicial e a consulto-ria jurídica das respectivas unidades federadas.

Parágrafo único. Aos procuradores referidosneste artigo é assegurada estabilidade após trêsanos de efetivo exercício, mediante avaliação dedesempenho perante os órgãos próprios, apósrelatório circunstanciado das corregedorias.

Seção III - Da Advocacia e da Defensoria Pública

Art. 133. O advogado é indispensável à admi-nistração da justiça, sendo inviolável por seus

atos e manifestações no exercício da profis-são, nos limites da lei.

Art. 134. A Defensoria Pública é instituiçãoessencial à função jurisdicional do Estado,incumbindo-lhe a orientação jurídica e a de-fesa, em todos os graus, dos necessitados, naforma do art. 5º, LXXIV.

§ 1º Lei complementar organizará a Defenso-ria Pública da União e do Distrito Federal edos Territórios e prescreverá normas geraispara sua organização nos Estados, em cargosde carreira, providos, na classe inicial, me-diante concurso público de provas e títulos,assegurada a seus integrantes a garantia dainamovibilidade e vedado o exercício da ad-vocacia fora das atribuições institucionais.

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são as-seguradas autonomia funcional e administra-

tiva, e a iniciativa de sua proposta orçamen-tária dentro dos limites estabelecidos na leide diretrizes orçamentárias e subordinaçãoao disposto no art. 99, § 2º.

§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defenso-rias Públicas da União e do Distrito Federal.

Art. 135. Os servidores integrantes das carrei-ras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítu-lo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.

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Título V 

Da Defesa do Estado e dasInstituições Democráticas

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Título V - Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas

Capítulo I - Do Estado de Defesa edo Estado de Sítio

Seção I - Do Estado de Defesa

Art. 136. O Presidente da República pode,ouvidos o Conselho da República e o Conse-lho de Defesa Nacional, decretar estado dedefesa para preservar ou prontamente res-tabelecer, em locais restritos e determina-dos, a ordem pública ou a paz social ameaça-das por grave e iminente instabilidade ins-titucional ou atingidas por calamidades degrandes proporções na natureza.

§ 1º O decreto que instituir o estado de de-fesa determinará o tempo de sua duração,especificará as áreas a serem abrangidase indicará, nos termos e limites da lei, asmedidas coercitivas a vigorarem, dentre asseguintes:

I - restrições aos direitos de:a) reunião, ainda que exercida no seio dasassociações;b) sigilo de correspondência;c) sigilo de comunicação telegráfica e te-lefônica;

II - ocupação e uso temporário de bens eserviços públicos, na hipótese de calami-dade pública, respondendo a União pelosdanos e custos decorrentes.

§ 2º O tempo de duração do estado de defe-sa não será superior a trinta dias, podendoser prorrogado uma vez, por igual período,

se persistirem as razões que justificaram asua decretação.

§ 3º Na vigência do estado de defesa:I - a prisão por crime contra o Estado, de-terminada pelo executor da medida, serápor este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não forlegal, facultado ao preso requerer examede corpo de delito à autoridade policial;II - a comunicação será acompanhada de

declaração, pela autoridade, do estado físi-co e mental do detido no momento de suaautuação;

III - a prisão ou detenção de qualquer pes-soa não poderá ser superior a dez dias, salvoquando autorizada pelo Poder Judiciário;IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.

§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua pror-rogação, o Presidente da República, dentro devinte e quatro horas, submeterá o ato com arespectiva justificação ao Congresso Nacional,que decidirá por maioria absoluta.

§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em re-cesso, será convocado, extraordinariamen-te, no prazo de cinco dias.

§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decre-to dentro de dez dias contados de seu recebi-mento, devendo continuar funcionando en-quanto vigorar o estado de defesa.

§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamen-te o estado de defesa.

Seção II - Do Estado de Sítio

Art. 137. O Presidente da República pode, ou-vidos o Conselho da República e o Conselhode Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Na-cional autorização para decretar o estado desítio nos casos de:

I - comoção grave de repercussão nacionalou ocorrência de fatos que comprovem a

ineficácia de medida tomada durante o es-tado de defesa;II - declaração de estado de guerra ou res-posta a agressão armada estrangeira.

Parágrafo único. O Presidente da Repúbli-ca, ao solicitar autorização para decretar oestado de sítio ou sua prorrogação, relataráos motivos determinantes do pedido, deven-do o Congresso Nacional decidir por maio-ria absoluta.

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Título V - Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas

das que vierem a ser fixadas em lei, as seguin-tes disposições:

 I - as patentes, com prerrogativas, direitos

e deveres a elas inerentes, são conferidaspelo Presidente da República e assegura-das em plenitude aos oficiais da ativa, dareserva ou reformados, sendo-lhes privati-vos os títulos e postos militares e, junta-mente com os demais membros, o uso dosuniformes das Forças Armadas;II - o militar em atividade que tomar posseem cargo ou emprego público civil perma-nente, ressalvada a hipótese prevista noart. 37, inciso XVI, alínea c, será transferi-

do para a reserva, nos termos da lei;III - o militar da ativa que, de acordo coma lei, tomar posse em cargo, emprego oufunção pública civil temporária, não ele-tiva, ainda que da administração indire-ta, ressalvada a hipótese prevista no art.37, inciso XVI, alínea c, ficará agregadoao respectivo quadro e somente poderá,enquanto permanecer nessa situação, serpromovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquelapromoção e transferência para a reserva,sendo depois de dois anos de afastamento,contínuos ou não, transferido para a reser-va, nos termos da lei;IV - ao militar são proibidas a sindicaliza-ção e a greve;V - o militar, enquanto em serviço ativo,não pode estar filiado a partidos políticos;VI - o oficial só perderá o posto e a patentese for julgado indigno do oficialato ou com

ele incompatível, por decisão de tribunalmilitar de caráter permanente, em tempode paz, ou de tribunal especial, em tempode guerra;VII - o oficial condenado na justiça comumou militar à pena privativa de liberdade su-perior a dois anos, por sentença transitadaem julgado, será submetido ao julgamentoprevisto no inciso anterior;VIII - aplica-se aos militares o disposto noart. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e

XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV,bem como, na forma da lei e com prevalên-cia da atividade militar, no art. 37, inciso

XVI, alínea c;IX - (Revogado).X - a lei disporá sobre o ingresso nas For-ças Armadas, os limites de idade, a estabi-lidade e outras condições de transferênciado militar para a inatividade, os direitos,os deveres, a remuneração, as prerrogati-vas e outras situações especiais dos mili-tares, consideradas as peculiaridades desuas atividades, inclusive aquelas cumpri-das por força de compromissos internacio-

nais e de guerra.

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nostermos da lei.

§ 1º Às Forças Armadas compete, na formada lei, atribuir serviço alternativo aos que,em tempo de paz, após alistados, alegaremimperativo de consciência, entendendo-secomo tal o decorrente de crença religiosa ede convicção filosófica ou política, para seeximirem de atividades de caráter essencial-mente militar.

§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isen-tos do serviço militar obrigatório em tempode paz, sujeitos, porém, a outros encargos quea lei lhes atribuir.

Capítulo III - Da Segurança Pública

Art. 144. A segurança pública, dever do Es-tado, direito e responsabilidade de todos, éexercida para a preservação da ordem públi-ca e da incolumidade das pessoas e do patri-mônio, através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;II - polícia rodoviária federal;III - polícia ferroviária federal;IV - polícias civis;V - polícias militares e corpos de bombei-ros militares.

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Título V - Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas

§ 1º A polícia federal, instituída por lei comoórgão permanente, organizado e mantido pelaUnião e estruturado em carreira, destina-se a:

I - apurar infrações penais contra a ordempolítica e social ou em detrimento de bens,serviços e interesses da União ou de suasentidades autárquicas e empresas públi-cas, assim como outras infrações cuja prá-tica tenha repercussão interestadual ouinternacional e exija repressão uniforme,segundo se dispuser em lei;II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito deentorpecentes e drogas afins, o contraban-do e o descaminho, sem prejuízo da ação

fazendária e de outros órgãos públicos nasrespectivas áreas de competência;III - exercer as funções de polícia maríti-ma, aeroportuária e de fronteiras;IV - exercer, com exclusividade, as funçõesde polícia judiciária da União.

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão per-manente, organizado e mantido pela União eestruturado em carreira, destina-se, na for-ma da lei, ao patrulhamento ostensivo dasrodovias federais.

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão per-manente, organizado e mantido pela União eestruturado em carreira, destina-se, na for-ma da lei, ao patrulhamento ostensivo dasferrovias federais.

§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegadosde polícia de carreira, incumbem, ressalvadaa competência da União, as funções de polí-

cia judiciária e a apuração de infrações pe-nais, exceto as militares.

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia os-tensiva e a preservação da ordem pública; aoscorpos de bombeiros militares, além das atri-buições definidas em lei, incumbe a execuçãode atividades de defesa civil.

§ 6º As polícias militares e corpos de bombei-ros militares, forças auxiliares e reserva do

Exército, subordinam-se, juntamente com aspolícias civis, aos Governadores dos Estados,do Distrito Federal e dos Territórios.

§ 7º A lei disciplinará a organização e o fun-cionamento dos órgãos responsáveis pela se-gurança pública, de maneira a garantir a efi-ciência de suas atividades.

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardasmunicipais destinadas à proteção de seus bens,serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

§ 9º A remuneração dos servidores policiaisintegrantes dos órgãos relacionados neste ar-tigo será fixada na forma do § 4º do art. 39.

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Título VI

Da Tributação e do Orçamento

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Título VI - Da Tributação e do Orçamento

Capítulo I - Do Sistema TributárioNacional

Seção I - Dos Princípios Gerais

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Fe-deral e os Municípios poderão instituir os se-guintes tributos:

I - impostos;II - taxas, em razão do exercício do poderde polícia ou pela utilização, efetiva ou po-tencial, de serviços públicos específicos edivisíveis, prestados ao contribuinte oupostos a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrentede obras públicas.

§ 1º Sempre que possível, os impostos terãocaráter pessoal e serão graduados segundoa capacidade econômica do contribuinte, fa-cultado à administração tributária, especial-mente para conferir efetividade a esses obje-tivos, identificar, respeitados os direitos in-dividuais e nos termos da lei, o patrimônio,os rendimentos e as atividades econômicasdo contribuinte.

§ 2º As taxas não poderão ter base de cálcu-lo própria de impostos.

Art. 146. Cabe à lei complementar:I - dispor sobre conflitos de competência,em matéria tributária, entre a União, osEstados, o Distrito Federal e os Municípios;II - regular as limitações constitucionais

ao poder de tributar;III - estabelecer normas gerais em matéria delegislação tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espé-cies, bem como, em relação aos impostosdiscriminados nesta Constituição, a dosrespectivos fatos geradores, bases de cál-culo e contribuintes;b) obrigação, lançamento, crédito, pres-crição e decadência tributários;c) adequado tratamento tributário ao ato

cooperativo praticado pelas sociedadescooperativas.d) definição de tratamento diferenciado e

favorecido para as microempresas e paraas empresas de pequeno porte, inclusi-ve regimes especiais ou simplificados nocaso do imposto previsto no art. 155, II,das contribuições previstas no art. 195,I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que serefere o art. 239.

Parágrafo único. A lei complementar de quetrata o inciso III, d, também poderá instituirum regime único de arrecadação dos impostos

e contribuições da União, dos Estados, do Dis-trito Federal e dos Municípios, observado que:

I - será opcional para o contribuinte;II - poderão ser estabelecidas condições deenquadramento diferenciadas por Estado;III - o recolhimento será unificado e cen-tralizado e a distribuição da parcela de re-cursos pertencentes aos respectivos entesfederados será imediata, vedada qualquerretenção ou condicionamento;IV - a arrecadação, a fiscalização e a co-brança poderão ser compartilhadas pelosentes federados, adotado cadastro nacio-nal único de contribuintes.

Art. 146-A. Lei complementar poderá esta-belecer critérios especiais de tributação, como objetivo de prevenir desequilíbrios da con-corrência, sem prejuízo da competência de aUnião, por lei, estabelecer normas de igualobjetivo.

Art. 147. Competem à União, em TerritórioFederal, os impostos estaduais e, se o Terri-tório não for dividido em Municípios, cumu-lativamente, os impostos municipais; ao Dis-trito Federal cabem os impostos municipais.

Art. 148. A União, mediante lei complementar,poderá instituir empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordiná-rias, decorrentes de calamidade pública,

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Título VI - Da Tributação e do Orçamento

de guerra externa ou sua iminência;II - no caso de investimento público de cará-ter urgente e de relevante interesse nacio-

nal, observado o disposto no art. 150, III, b.

Parágrafo único. A aplicação dos recursosprovenientes de empréstimo compulsórioserá vinculada à despesa que fundamentousua instituição.

Art. 149. Compete exclusivamente à Uniãoinstituir contribuições sociais, de interven-ção no domínio econômico e de interesse dascategorias profissionais ou econômicas, como

instrumento de sua atuação nas respectivasáreas, observado o disposto nos arts. 146, III,e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto noart. 195, § 6º, relativamente às contribuiçõesa que alude o dispositivo.

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Muni-cípios instituirão contribuição, cobrada deseus servidores, para o custeio, em benefíciodestes, do regime previdenciário de que tra-ta o art. 40, cuja alíquota não será inferior àda contribuição dos servidores titulares decargos efetivos da União.

§ 2º As contribuições sociais e de interven-ção no domínio econômico de que trata o ca-put deste artigo:

I - não incidirão sobre as receitas decor-rentes de exportação;II - incidirão também sobre a importaçãode produtos estrangeiros ou serviços;

III - poderão ter alíquotas:a) ad valorem, tendo por base o fatura-mento, a receita bruta ou o valor da ope-ração e, no caso de importação, o valoraduaneiro;b) específica, tendo por base a unidade demedida adotada.

§ 3º A pessoa natural destinatária das opera-ções de importação poderá ser equiparada apessoa jurídica, na forma da lei.

§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as con-tribuições incidirão uma única vez.

Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Fede-ral poderão instituir contribuição, na formadas respectivas leis, para o custeio do serviçode iluminação pública, observado o dispostono art. 150, I e III.

Parágrafo único. É facultada a cobrança dacontribuição a que se refere o caput, na fatu-ra de consumo de energia elétrica.

Seção II - Das Limitações do Poder de Tributar

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantiasasseguradas ao contribuinte, é vedado àUnião, aos Estados, ao Distrito Federal e aosMunicípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei queo estabeleça;II - instituir tratamento desigual entrecontribuintes que se encontrem em situa-ção equivalente, proibida qualquer distin-ção em razão de ocupação profissional oufunção por eles exercida, independente-mente da denominação jurídica dos rendi-mentos, títulos ou direitos;III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridosantes do início da vigência da lei que oshouver instituído ou aumentado;b) no mesmo exercício financeiro em quehaja sido publicada a lei que os instituiuou aumentou;

c) antes de decorridos noventa dias dadata em que haja sido publicada a lei queos instituiu ou aumentou, observado odisposto na alínea b;

IV - utilizar tributo com efeito de confisco;V - estabelecer limitações ao tráfego depessoas ou bens por meio de tributos inte-restaduais ou intermunicipais, ressalvadaa cobrança de pedágio pela utilização devias conservadas pelo poder público;VI - instituir impostos sobre:

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Título VI - Da Tributação e do Orçamento

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dosoutros;b) templos de qualquer culto;

c) patrimônio, renda ou serviços dos par-tidos políticos, inclusive suas fundações,das entidades sindicais dos trabalhado-res, das instituições de educação e de as-sistência social, sem fins lucrativos, aten-didos os requisitos da lei;d) livros, jornais, periódicos e o papeldestinado a sua impressão.e) fonogramas e videofonogramas musi-cais produzidos no Brasil contendo obrasmusicais ou literomusicais de autores

brasileiros e/ou obras em geral interpre-tadas por artistas brasileiros bem comoos suportes materiais ou arquivos digitaisque os contenham, salvo na etapa de re-plicação industrial de mídias ópticas deleitura a laser.

§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplicaaos tributos previstos nos arts. 148, I, 153,I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III,c, não se aplica aos tributos previstos nos arts.148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixaçãoda base de cálculo dos impostos previstos nosarts. 155, III, e 156, I.

§ 2º A vedação do inciso VI, a, é extensiva àsautarquias e às fundações instituídas e man-tidas pelo poder público, no que se refere aopatrimônio, à renda e aos serviços vincula-dos a suas finalidades essenciais ou às delasdecorrentes.

§ 3º As vedações do inciso VI, a, e do pará-grafo anterior não se aplicam ao patrimônio,à renda e aos serviços relacionados com ex-ploração de atividades econômicas regidaspelas normas aplicáveis a empreendimen-tos privados, ou em que haja contrapresta-ção ou pagamento de preços ou tarifas pelousuário, nem exoneram o promitente com-prador da obrigação de pagar imposto rela-tivamente ao bem imóvel.

§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneasb e c, compreendem somente o patrimônio, arenda e os serviços relacionados com as finalida-

des essenciais das entidades nelas mencionadas.

§ 5º A lei determinará medidas para que os con-sumidores sejam esclarecidos acerca dos impos-tos que incidam sobre mercadorias e serviços.

§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução debase de cálculo, concessão de crédito presumi-do, anistia ou remissão, relativos a impostos,taxas ou contribuições, só poderá ser conce-dido mediante lei específica, federal, estadual

ou municipal, que regule exclusivamente asmatérias acima enumeradas ou o correspon-dente tributo ou contribuição, sem prejuízodo disposto no art. 155, § 2º, XII, g.

§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo deobrigação tributária a condição de responsá-vel pelo pagamento de imposto ou contribui-ção, cujo fato gerador deva ocorrer posterior-mente, assegurada a imediata e preferencialrestituição da quantia paga, caso não se rea-lize o fato gerador presumido.

Art. 151. É vedado à União:I - instituir tributo que não seja uniformeem todo o território nacional ou que impli-que distinção ou preferência em relação aEstado, ao Distrito Federal ou a Município,em detrimento de outro, admitida a con-cessão de incentivos fiscais destinados apromover o equilíbrio do desenvolvimento

sócio-econômico entre as diferentes regiõesdo País;II - tributar a renda das obrigações da dívi-da pública dos Estados, do Distrito Federale dos Municípios, bem como a remunera-ção e os proventos dos respectivos agentespúblicos, em níveis superiores aos que fixarpara suas obrigações e para seus agentes;III - instituir isenções de tributos da com-petência dos Estados, do Distrito Federalou dos Municípios.

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Título VI - Da Tributação e do Orçamento

Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Fe-deral e aos Municípios estabelecer diferen-ça tributária entre bens e serviços, de qual-

quer natureza, em razão de sua procedênciaou destino.

Seção III - Dos Impostos da União

Art. 153. Compete à União instituir impos-tos sobre:

I - importação de produtos estrangeiros;II - exportação, para o exterior, de produ-tos nacionais ou nacionalizados;III - renda e proventos de qualquer natu-

reza;IV - produtos industrializados;V - operações de crédito, câmbio e seguro,ou relativas a títulos ou valores mobiliários;VI - propriedade territorial rural;VII - grandes fortunas, nos termos de leicomplementar.

§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidasas condições e os limites estabelecidos em lei,alterar as alíquotas dos impostos enumeradosnos incisos I, II, IV e V.

§ 2º O imposto previsto no inciso III:I - será informado pelos critérios da gene-ralidade, da universalidade e da progressi-vidade, na forma da lei;II - (Revogado).

§ 3º O imposto previsto no inciso IV:I - será seletivo, em função da essencialida-

de do produto;II - será não cumulativo, compensando-seo que for devido em cada operação com omontante cobrado nas anteriores;III - não incidirá sobre produtos industria-lizados destinados ao exterior.IV - terá reduzido seu impacto sobre a aqui-sição de bens de capital pelo contribuintedo imposto, na forma da lei.

§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:

I - será progressivo e terá suas alíquotas fi-xadas de forma a desestimular a manuten-ção de propriedades improdutivas;

II - não incidirá sobre pequenas glebas ru-rais, definidas em lei, quando as explore oproprietário que não possua outro imóvel;III - será fiscalizado e cobrado pelos Muni-cípios que assim optarem, na forma da lei,desde que não implique redução do impostoou qualquer outra forma de renúncia fiscal.

§ 5º O ouro, quando definido em lei como ati-vo financeiro ou instrumento cambial, sujei-ta-se exclusivamente à incidência do impos-

to de que trata o inciso V do caput deste ar-tigo, devido na operação de origem; a alíquo-ta mínima será de um por cento, asseguradaa transferência do montante da arrecadaçãonos seguintes termos:

I - trinta por cento para o Estado, o DistritoFederal ou o Território, conforme a origem;II - setenta por cento para o Município deorigem.

Art. 154. A União poderá instituir:I - mediante lei complementar, impostosnão previstos no artigo anterior, desde quesejam não cumulativos e não tenham fatogerador ou base de cálculo próprios dosdiscriminados nesta Constituição;II - na iminência ou no caso de guerra exter-na, impostos extraordinários, compreendi-dos ou não em sua competência tributária,os quais serão suprimidos, gradativamen-te, cessadas as causas de sua criação.

Seção IV - Dos Impostos dos Estados e do

Distrito Federal

Art. 155. Compete aos Estados e ao DistritoFederal instituir impostos sobre:

I - transmissão causa mortis e doação, dequaisquer bens ou direitos;II - operações relativas à circulação de mer-cadorias e sobre prestações de serviços detransporte interestadual e intermunicipal

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Título VI - Da Tributação e do Orçamento

e de comunicação, ainda que as operaçõese as prestações se iniciem no exterior;III - propriedade de veículos automotores.

§ 1º O imposto previsto no inciso I:I - relativamente a bens imóveis e respec-tivos direitos, compete ao Estado da situa-ção do bem, ou ao Distrito Federal;II - relativamente a bens móveis, títulos ecréditos, compete ao Estado onde se proces-sar o inventário ou arrolamento, ou tiverdomicílio o doador, ou ao Distrito Federal;III - terá a competência para sua institui-ção regulada por lei complementar:

a) se o doador tiver domicílio ou residên-cia no exterior;b) se o de cujus possuía bens, era residen-te ou domiciliado ou teve o seu inventárioprocessado no exterior;

IV - terá suas alíquotas máximas fixadaspelo Senado Federal.

§ 2º O imposto previsto no inciso II atende-rá ao seguinte:

I - será não cumulativo, compensando-se oque for devido em cada operação relativaà circulação de mercadorias ou prestaçãode serviços com o montante cobrado nasanteriores pelo mesmo ou outro Estado oupelo Distrito Federal;II - a isenção ou não-incidência, salvo de-terminação em contrário da legislação:

a) não implicará crédito para compensa-ção com o montante devido nas opera-ções ou prestações seguintes;

b) acarretará a anulação do crédito relati-vo às operações anteriores;III - poderá ser seletivo, em função da essen-cialidade das mercadorias e dos serviços;IV - resolução do Senado Federal, de inicia-tiva do Presidente da República ou de umterço dos Senadores, aprovada pela maio-ria absoluta de seus membros, estabeleceráas alíquotas aplicáveis às operações e pres-tações, interestaduais e de exportação;V - é facultado ao Senado Federal:

a) estabelecer alíquotas mínimas nasoperações internas, mediante resoluçãode iniciativa de um terço e aprovada pela

maioria absoluta de seus membros;b) fixar alíquotas máximas nas mesmasoperações para resolver conflito específi-co que envolva interesse de Estados, me-diante resolução de iniciativa da maioriaabsoluta e aprovada por dois terços deseus membros;

VI - salvo deliberação em contrário dosEstados e do Distrito Federal, nos termosdo disposto no inciso XII, g, as alíquotasinternas, nas operações relativas à circu-

lação de mercadorias e nas prestações deserviços, não poderão ser inferiores às pre-vistas para as operações interestaduais;VII - em relação às operações e prestaçõesque destinem bens e serviços a consumi-dor final localizado em outro Estado, ado-tar-se-á:

a) a alíquota interestadual, quando o des-tinatário for contribuinte do imposto;b) a alíquota interna, quando o destinatá-rio não for contribuinte dele;

VIII - na hipótese da alínea a do inciso an-terior, caberá ao Estado da localização dodestinatário o imposto correspondente àdiferença entre a alíquota interna e a in-terestadual;IX - incidirá também:

a) sobre a entrada de bem ou mercadoriaimportados do exterior por pessoa físicaou jurídica, ainda que não seja contri-buinte habitual do imposto, qualquer que

seja a sua finalidade, assim como sobre oserviço prestado no exterior, cabendo oimposto ao Estado onde estiver situado odomicílio ou o estabelecimento do desti-natário da mercadoria, bem ou serviço;b) sobre o valor total da operação, quandomercadorias forem fornecidas com servi-ços não compreendidos na competênciatributária dos Municípios;

X - não incidirá:a) sobre operações que destinem merca-

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Título VI - Da Tributação e do Orçamento

dorias para o exterior, nem sobre servi-ços prestados a destinatários no exterior,assegurada a manutenção e o aproveita-

mento do montante do imposto cobradonas operações e prestações anteriores;b) sobre operações que destinem a outrosEstados petróleo, inclusive lubrificantes,combustíveis líquidos e gasosos dele deri-vados, e energia elétrica;c) sobre o ouro, nas hipóteses definidasno art. 153, § 5º;d) nas prestações de serviço de comuni-cação nas modalidades de radiodifusãosonora e de sons e imagens de recepção

livre e gratuita;XI - não compreenderá, em sua base de cál-culo, o montante do imposto sobre produ-tos industrializados, quando a operação,realizada entre contribuintes e relativa aproduto destinado à industrialização ouà comercialização, configure fato geradordos dois impostos;XII - cabe à lei complementar:

a) definir seus contribuintes;b) dispor sobre substituição tributária;c) disciplinar o regime de compensaçãodo imposto;d) fixar, para efeito de sua cobrança e defi-nição do estabelecimento responsável, o lo-cal das operações relativas à circulação demercadorias e das prestações de serviços;e) excluir da incidência do imposto, nasexportações para o exterior, serviços eoutros produtos além dos mencionadosno inciso X, a;

f) prever casos de manutenção de crédito,relativamente à remessa para outro Esta-do e exportação para o exterior, de servi-ços e de mercadorias;g) regular a forma como, mediante deli-beração dos Estados e do Distrito Federal,isenções, incentivos e benefícios fiscaisserão concedidos e revogados.h) definir os combustíveis e lubrificantessobre os quais o imposto incidirá umaúnica vez, qualquer que seja a sua fina-

lidade, hipótese em que não se aplicará odisposto no inciso X, b;i) fixar a base de cálculo, de modo que o

montante do imposto a integre, tambémna importação do exterior de bem, mer-cadoria ou serviço.

§ 3º À exceção dos impostos de que tratamo inciso II do caput deste artigo e o art. 153,I e II, nenhum outro imposto poderá incidirsobre operações relativas a energia elétrica,serviços de telecomunicações, derivados depetróleo, combustíveis e minerais do País.

§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-áo seguinte:

I - nas operações com os lubrificantes e com-bustíveis derivados de petróleo, o impostocaberá ao Estado onde ocorrer o consumo;II - nas operações interestaduais, entrecontribuintes, com gás natural e seus de-rivados, e lubrificantes e combustíveis nãoincluídos no inciso I deste parágrafo, o im-posto será repartido entre os Estados deorigem e de destino, mantendo-se a mes-ma proporcionalidade que ocorre nas ope-rações com as demais mercadorias;III - nas operações interestaduais com gásnatural e seus derivados, e lubrificantese combustíveis não incluídos no inciso Ideste parágrafo, destinadas a não con-tribuinte, o imposto caberá ao Estado deorigem;IV - as alíquotas do imposto serão defini-das mediante deliberação dos Estados e

Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g,observando-se o seguinte:a) serão uniformes em todo o territórionacional, podendo ser diferenciadas porproduto;b) poderão ser específicas, por unidadede medida adotada, ou ad valorem, inci-dindo sobre o valor da operação ou sobreo preço que o produto ou seu similar al-cançaria em uma venda em condições delivre concorrência;

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Título VI - Da Tributação e do Orçamento

c) poderão ser reduzidas e restabeleci-das, não se lhes aplicando o disposto noart. 150, III, b.

§ 5º As regras necessárias à aplicação do dis-posto no § 4º, inclusive as relativas à apura-ção e à destinação do imposto, serão estabe-lecidas mediante deliberação dos Estados edo Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g.

§ 6º O imposto previsto no inciso III:I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Se-nado Federal;II - poderá ter alíquotas diferenciadas em

função do tipo e utilização.

Seção V - Dos Impostos dos Municípios

Art. 156. Compete aos Municípios instituirimpostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana;II - transmissão inter vivos, a qualquer títu-lo, por ato oneroso, de bens imóveis, por na-tureza ou acessão física, e de direitos reaissobre imóveis, exceto os de garantia, bemcomo cessão de direitos a sua aquisição;III - serviços de qualquer natureza, nãocompreendidos no art. 155, II, definidosem lei complementar.IV - (Revogado).

§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tem-po a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, oimposto previstono inciso I poderá:

I - ser progressivo em razão do valor do

imóvel; eII - ter alíquotas diferentes de acordo coma localização e o uso do imóvel.

§ 2º O imposto previsto no inciso II:I - não incide sobre a transmissão de bensou direitos incorporados ao patrimônio depessoa jurídica em realização de capital,nem sobre a transmissão de bens ou di-reitos decorrente de fusão, incorporação,cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo

se, nesses casos, a atividade preponderan-te do adquirente for a compra e venda des-ses bens ou direitos, locação de bens imó-

veis ou arrendamento mercantil;II - compete ao Município da situação do bem.

§ 3º Em relação ao imposto previsto no in-ciso III do caput deste artigo, cabe à leicomplementar:

I - fixar as suas alíquotas máximas e mí-nimas;II - excluir da sua incidência exportaçõesde serviços para o exterior;III - regular a forma e as condições como

isenções, incentivos e benefícios fiscais se-rão concedidos e revogados.

§ 4º (Revogado).

Seção VI - Da Repartição das Receitas

Tributárias

Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distri-to Federal:

I - o produto da arrecadação do imposto daUnião sobre renda e proventos de qualquernatureza, incidente na fonte sobre rendi-mentos pagos, a qualquer título, por eles,suas autarquias e pelas fundações que ins-tituírem e mantiverem;II - vinte por cento do produto da arreca-dação do imposto que a União instituir noexercício da competência que lhe é atribuí-da pelo art. 154, I.

Art. 158. Pertencem aos Municípios:I - o produto da arrecadação do imposto daUnião sobre renda e proventos de qualquernatureza, incidente na fonte sobre rendi-mentos pagos, a qualquer título, por eles,suas autarquias e pelas fundações que ins-tituírem e mantiverem;II - cinqüenta por cento do produto daarrecadação do imposto da União sobrea propriedade territorial rural, relativa-mente aos imóveis neles situados, cabendo

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Título VI - Da Tributação e do Orçamento

a totalidade na hipótese da opção a que serefere no art. 153, § 4º, III;III - cinqüenta por cento do produto da

arrecadação do imposto do Estado sobrea propriedade de veículos automotores li-cenciados em seus territórios;IV - vinte e cinco por cento do produto daarrecadação do imposto do Estado sobreoperações relativas à circulação de mer-cadorias e sobre prestações de serviços detransporte interestadual e intermunicipale de comunicação.

Parágrafo único. As parcelas de receita per-

tencentes aos Municípios, mencionadas no in-ciso IV, serão creditadas conforme os seguin-tes critérios:

I - três quartos, no mínimo, na proporçãodo valor adicionado nas operações rela-tivas à circulação de mercadorias e nasprestações de serviços, realizadas em seusterritórios;II - até um quarto, de acordo com o que dis-puser lei estadual ou, no caso dos Territó-rios, lei federal.

Art. 159. A União entregará:I - do produto da arrecadação dos impos-tos sobre renda e proventos de qualquernatureza e sobre produtos industrializa-dos quarenta e oito por cento na seguinteforma:

a) vinte e um inteiros e cinco décimos porcento ao Fundo de Participação dos Esta-dos e do Distrito Federal;

b) vinte e dois inteiros e cinco décimospor cento ao Fundo de Participação dosMunicípios;c) três por cento, para aplicação em pro-gramas de financiamento ao setor pro-dutivo das Regiões Norte, Nordeste eCentro-Oeste, através de suas institui-ções financeiras de caráter regional, deacordo com os planos regionais de desen-volvimento, ficando assegurada ao semi--árido do Nordeste a metade dos recursos

destinados à região, na forma que a leiestabelecer;d) um por cento ao Fundo de Participação

dos Municípios, que será entregue no pri-meiro decêndio do mês de dezembro decada ano;

II - do produto da arrecadação do impostosobre produtos industrializados, dez porcento aos Estados e ao Distrito Federal, pro-porcionalmente ao valor das respectivasexportações de produtos industrializados.III - do produto da arrecadação da contri-buição de intervenção no domínio econô-mico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e

nove por cento) para os Estados e o DistritoFederal, distribuídos na forma da lei, ob-servada a destinação a que se refere o inci-so II, c, do referido parágrafo.

§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efe-tuada de acordo com o previsto no inciso I,excluir-se-á a parcela da arrecadação do im-posto de renda e proventos de qualquer na-tureza pertencente aos Estados, ao DistritoFederal e aos Municípios, nos termos do dis-posto nos arts. 157, I, e 158, I.

§ 2º A nenhuma unidade federada poderáser destinada parcela superior a vinte porcento do montante a que se refere o incisoII, devendo o eventual excedente ser distri-buído entre os demais participantes, manti-do, em relação a esses, o critério de partilhanele estabelecido.

§ 3º Os Estados entregarão aos respectivosMunicípios vinte e cinco por cento dos re-cursos que receberem nos termos do incisoII, observados os critérios estabelecidos noart. 158, parágrafo único, I e II.

§ 4º Do montante de recursos de que tra-ta o inciso III que cabe a cada Estado, vintee cinco por cento serão destinados aos seusMunicípios, na forma da lei a que se refere omencionado inciso.

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Título VI - Da Tributação e do Orçamento

Art. 160. É vedada a retenção ou qualquerrestrição à entrega e ao emprego dos recur-sos atribuídos, nesta Seção, aos Estados, ao

Distrito Federal e aos Municípios, neles com-preendidos adicionais e acréscimos relativosa impostos.

Parágrafo único. A vedação prevista nes-te artigo não impede a União e os Estados decondicionarem a entrega de recursos:

I - ao pagamento de seus créditos, inclusivede suas autarquias;II - ao cumprimento do disposto no art.198, § 2º, incisos II e III.

Art. 161. Cabe à lei complementar:I - definir valor adicionado para fins dodisposto no art. 158, parágrafo único, I;II - estabelecer normas sobre a entrega dosrecursos de que trata o art. 159, especial-mente sobre os critérios de rateio dos fun-dos previstos em seu inciso I, objetivandopromover o equilíbrio sócio-econômicoentre Estados e entre Municípios;III - dispor sobre o acompanhamento, pe-los beneficiários, do cálculo das quotas eda liberação das participações previstasnos arts. 157, 158 e 159.

Parágrafo único. O Tribunal de Contas daUnião efetuará o cálculo das quotas referen-tes aos fundos de participação a que aludeo inciso II.

Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Fe-

deral e os Municípios divulgarão, até o úl-timo dia do mês subseqüente ao da arreca-dação, os montantes de cada um dos tribu-tos arrecadados, os recursos recebidos, osvalores de origem tributária entregues e aentregar e a expressão numérica dos crité-rios de rateio.

Parágrafo único. Os dados divulgados pelaUnião serão discriminados por Estado e porMunicípio; os dos Estados, por Município.

Capítulo II - Das Finanças Públicas

Seção I - Normas Gerais

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:I - finanças públicas;II - dívida pública externa e interna, in-cluída a das autarquias, fundações e de-mais entidades controladas pelo poderpúblico;III - concessão de garantias pelas entidadespúblicas;IV - emissão e resgate de títulos da dívidapública;

V - fiscalização financeira da administra-ção pública direta e indireta;VI - operações de câmbio realizadas porórgãos e entidades da União, dos Estados,do Distrito Federal e dos Municípios;VII - compatibilização das funções das ins-tituições oficiais de crédito da União, res-guardadas as características e condiçõesoperacionais plenas das voltadas ao desen-volvimento regional.

Art. 164. A competência da União para emi-tir moeda será exercida exclusivamente peloBanco Central.

§ 1º É vedado ao Banco Central conceder, dire-ta ou indiretamente, empréstimos ao Tesou-ro Nacional e a qualquer órgão ou entidadeque não seja instituição financeira.

§ 2º O Banco Central poderá comprar e ven-

der títulos de emissão do Tesouro Nacional,com o objetivo de regular a oferta de moedaou a taxa de juros.

§ 3º As disponibilidades de caixa da Uniãoserão depositadas no Banco Central; as dosEstados, do Distrito Federal, dos Municípiose dos órgãos ou entidades do poder públicoe das empresas por ele controladas, em ins-tituições financeiras oficiais, ressalvados oscasos previstos em lei.

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Título VI - Da Tributação e do Orçamento

Seção II - Dos Orçamentos

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executi-

vo estabelecerão:I - o plano plurianual;II - as diretrizes orçamentárias;III - os orçamentos anuais.

§ 1º A lei que instituir o plano plurianual es-tabelecerá, de forma regionalizada, as dire-trizes, objetivos e metas da administração pú-blica federal para as despesas de capital e ou-tras delas decorrentes e para as relativas aosprogramas de duração continuada.

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias com-preenderá as metas e prioridades da adminis-tração pública federal, incluindo as despesas decapital para o exercício financeiro subseqüen-te, orientará a elaboração da lei orçamentáriaanual, disporá sobre as alterações na legislaçãotributária e estabelecerá a política de aplicaçãodas agências financeiras oficiais de fomento.

§ 3º O Poder Executivo publicará, até trintadias após o encerramento de cada bimestre,relatório resumido da execução orçamentária.

§ 4º Os planos e programas nacionais, regionaise setoriais previstos nesta Constituição serãoelaborados em consonância com o plano plu-rianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:I - o orçamento fiscal referente aos Poderes

da União, seus fundos, órgãos e entidadesda administração direta e indireta, inclu-sive fundações instituídas e mantidas pelopoder público;II - o orçamento de investimento das em-presas em que a União, direta ou indireta-mente, detenha a maioria do capital socialcom direito a voto;III - o orçamento da seguridade social,abrangendo todas as entidades e órgãos aela vinculados, da administração direta ou

indireta, bem como os fundos e fundaçõesinstituídos e mantidos pelo poder público.

§ 6º O projeto de lei orçamentária será acom-panhado de demonstrativo regionalizado doefeito, sobre as receitas e despesas, decorren-te de isenções, anistias, remissões, subsídiose benefícios de natureza financeira, tributá-ria e creditícia.

§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II,deste artigo, compatibilizados com o planoplurianual, terão entre suas funções a de re-duzir desigualdades inter-regionais, segun-

do critério populacional.

§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dis-positivo estranho à previsão da receita e à fi-xação da despesa, não se incluindo na proibi-ção a autorização para abertura de créditossuplementares e contratação de operações decrédito, ainda que por antecipação de recei-ta, nos termos da lei.

§ 9º Cabe à lei complementar:I - dispor sobre o exercício financeiro, a vi-gência, os prazos, a elaboração e a organiza-ção do plano plurianual, da lei de diretrizesorçamentárias e da lei orçamentária anual;II - estabelecer normas de gestão financei-ra e patrimonial da administração direta eindireta, bem como condições para a insti-tuição e funcionamento de fundos.

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano

plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao or-çamento anual e aos créditos adicionais se-rão apreciados pelas duas Casas do Congres-so Nacional, na forma do regimento comum.

§ 1º Caberá a uma comissão mista permanen-te de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre osprojetos referidos neste artigo e sobre ascontas apresentadas anualmente pelo Pre-sidente da República;

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Título VI - Da Tributação e do Orçamento

II - examinar e emitir parecer sobre osplanos e programas nacionais, regionaise setoriais previstos nesta Constituição e

exercer o acompanhamento e a fiscaliza-ção orçamentária, sem prejuízo da atua-ção das demais comissões do CongressoNacional e de suas Casas, criadas de acordocom o art. 58.

§ 2º As emendas serão apresentadas na co-missão mista, que sobre elas emitirá parecer,e apreciadas, na forma regimental, pelo ple-nário das duas Casas do Congresso Nacional.

§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamen-to anual ou aos projetos que o modifiquem so-mente podem ser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano pluria-nual e com a lei de diretrizes orçamentárias;II - indiquem os recursos necessários, ad-mitidos apenas os provenientes de anula-ção de despesa, excluídas as que incidamsobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;b) serviço da dívida;c) transferências tributárias constitucio-nais para Estados, Municípios e o DistritoFederal; ou

III - sejam relacionadas:a) com a correção de erros ou omissões; oub) com os dispositivos do texto do projetode lei.

§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretri-zes orçamentárias não poderão ser aprovadas

quando incompatíveis com o plano plurianual.

§ 5º O Presidente da República poderá enviarmensagem ao Congresso Nacional para pro-por modificação nos projetos a que se refe-re este artigo enquanto não iniciada a vota-ção, na comissão mista, da parte cuja altera-ção é proposta.

§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual,das diretrizes orçamentárias e do orçamento

anual serão enviados pelo Presidente da Repú-blica ao Congresso Nacional, nos termos da leicomplementar a que se refere o art. 165, § 9º.

§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionadosneste artigo, no que não contrariar o dispos-to nesta Seção, as demais normas relativas aoprocesso legislativo.

§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto,emenda ou rejeição do projeto de lei orça-mentária anual, ficarem sem despesas cor-respondentes poderão ser utilizados, confor-me o caso, mediante créditos especiais ou su-

plementares, com prévia e específica autori-zação legislativa.

Art. 167. São vedados:I - o início de programas ou projetos nãoincluídos na lei orçamentária anual;II - a realização de despesas ou a assunçãode obrigações diretas que excedam os cré-ditos orçamentários ou adicionais;III - a realização de operações de créditosque excedam o montante das despesas decapital, ressalvadas as autorizadas me-diante créditos suplementares ou especiaiscom finalidade precisa, aprovados pelo Po-der Legislativo por maioria absoluta;IV - a vinculação de receita de impostos a ór-gão, fundo ou despesa, ressalvadas a reparti-ção do produto da arrecadação dos impostosa que se referem os arts. 158 e 159, a desti-nação de recursos para as ações e serviçospúblicos de saúde, para manutenção e de-

senvolvimento do ensino e para realizaçãode atividades da administração tributária,como determinado, respectivamente, pe-los arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestaçãode garantias às operações de crédito por an-tecipação de receita, previstas no art. 165, §8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;V - a abertura de crédito suplementar ouespecial sem prévia autorização legislativae sem indicação dos recursos correspon-dentes;

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Título VI - Da Tributação e do Orçamento

VI - a transposição, o remanejamento ou atransferência de recursos de uma catego-ria de programação para outra ou de um

órgão para outro, sem prévia autorizaçãolegislativa;VII - a concessão ou utilização de créditosilimitados;VIII - a utilização, sem autorização legis-lativa específica, de recursos dos orça-mentos fiscal e da seguridade social parasuprir necessidade ou cobrir déficit de em-presas, fundações e fundos, inclusive dosmencionados no art. 165, § 5º;IX - a instituição de fundos de qualquer na-

tureza, sem prévia autorização legislativa;X - a transferência voluntária de recursos ea concessão de empréstimos, inclusive porantecipação de receita, pelos Governos Fe-deral e Estaduais e suas instituições finan-ceiras, para pagamento de despesas compessoal ativo, inativo e pensionista, dos Es-tados, do Distrito Federal e dos Municípios;XI - a utilização dos recursos provenien-tes das contribuições sociais de que tratao art. 195, I, a, e II, para a realização de des-pesas distintas do pagamento de benefí-cios do regime geral de previdência socialde que trata o art. 201.

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ul-trapasse um exercício financeiro poderá seriniciado sem prévia inclusão no plano pluria-nual, ou sem lei que autorize a inclusão, sobpena de crime de responsabilidade.

§ 2º Os créditos especiais e extraordináriosterão vigência no exercício financeiro em queforem autorizados, salvo se o ato de autoriza-ção for promulgado nos últimos quatro me-ses daquele exercício, caso em que, reaber-tos nos limites de seus saldos, serão incor-porados ao orçamento do exercício financei-ro subseqüente.

§ 3º A abertura de crédito extraordinário so-mente será admitida para atender a despesas

imprevisíveis e urgentes, como as decorren-tes de guerra, comoção interna ou calamida-de pública, observado o disposto no art. 62.

§ 4º É permitida a vinculação de receitas pró-prias geradas pelos impostos a que se referemos arts. 155 e156, e dos recursos de que tratamos arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a pres-tação de garantia ou contragarantia à Uniãoe para pagamento de débitos para com esta.

Art. 168. Os recursos correspondentes às do-tações orçamentárias, compreendidos os cré-ditos suplementares e especiais, destinados

aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciá-rio, do Ministério Público e da Defensoria Pú-blica, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 decada mês, em duodécimos, na forma da leicomplementar a que se refere o art. 165, § 9º.

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e ina-tivo da União, dos Estados, do Distrito Fede-ral e dos Municípios não poderá exceder oslimites estabelecidos em lei complementar.

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ouaumento de remuneração, a criação de car-gos, empregos e funções ou alteração de es-trutura de carreiras, bem como a admissãoou contratação de pessoal, a qualquer título,pelos órgãos e entidades da administraçãodireta ou indireta, inclusive fundações insti-tuídas e mantidas pelo poder público, só po-derão ser feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentá-

ria suficiente para atender às projeções dedespesa de pessoal e aos acréscimos deladecorrentes;II - se houver autorização específica na leide diretrizes orçamentárias, ressalvadasas empresas públicas e as sociedades deeconomia mista.

§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na leicomplementar referida neste artigo para aadaptação aos parâmetros ali previstos, serão

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Título VI - Da Tributação e do Orçamento

imediatamente suspensos todos os repassesde verbas federais ou estaduais aos Estados,ao Distrito Federal e aos Municípios que não

observarem os referidos limites.

§ 3º Para o cumprimento dos limites esta-belecidos com base neste artigo, durante oprazo fixado na lei complementar referidano caput , a União, os Estados, o Distrito Fe-deral e os Municípios adotarão as seguintesprovidências:

I - redução em pelo menos vinte por cen-to das despesas com cargos em comissão efunções de confiança;

II - exoneração dos servidores não estáveis.

§ 4º Se as medidas adotadas com base no pa-rágrafo anterior não forem suficientes paraassegurar o cumprimento da determinaçãoda lei complementar referida neste artigo, o

servidor estável poderá perder o cargo, des-de que ato normativo motivado de cada umdos Poderes especifique a atividade funcio-

nal, o órgão ou unidade administrativa obje-to da redução de pessoal.

§ 5º O servidor que perder o cargo na formado parágrafo anterior fará jus a indenizaçãocorrespondente a um mês de remuneraçãopor ano de serviço.

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nosparágrafos anteriores será considerado ex-tinto, vedada a criação de cargo, emprego ou

função com atribuições iguais ou assemelha-das pelo prazo de quatro anos.

§ 7º Lei federal disporá sobre as normas ge-rais a serem obedecidas na efetivação do dis-posto no § 4º.

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Título VII

Da Ordem Econômica e Financeira

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Título VII - Da Ordem Econômica e Financeira

Capítulo I - Dos Princípios Gerais daAtividade Econômica

Art. 170. A ordem econômica, fundada na va-lorização do trabalho humano e na livre inicia-tiva, tem por fim assegurar a todos existênciadigna, conforme os ditames da justiça social,observados os seguintes princípios:

I - soberania nacional;II - propriedade privada;III - função social da propriedade;IV - livre concorrência;V - defesa do consumidor;VI - defesa do meio ambiente, inclusive me-

diante tratamento diferenciado conforme oimpacto ambiental dos produtos e serviços ede seus processos de elaboração e prestação;VII - redução das desigualdades regionais esociais;VIII - busca do pleno emprego;IX - tratamento favorecido para as empre-sas de pequeno porte constituídas sob as leisbrasileiras e que tenham sua sede e admi-nistração no País.

Parágrafo único. É assegurado a todos o li-vre exercício de qualquer atividade econômi-ca, independentemente de autorização de ór-gãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Art. 171. (Revogado).

Art. 172. A lei disciplinará, com base no inte-resse nacional, os investimentos de capital es-trangeiro, incentivará os reinvestimentos e re-

gulará a remessa de lucros.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nes-ta Constituição, a exploração direta de ativi-dade econômica pelo Estado só será permiti-da quando necessária aos imperativos da se-gurança nacional ou a relevante interesse co-letivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico daempresa pública, da sociedade de economia

mista e de suas subsidiárias que explorem ati-vidade econômica de produção ou comerciali-zação de bens ou de prestação de serviços, dis-

pondo sobre:I - sua função social e formas de fiscalizaçãopelo Estado e pela sociedade;II - a sujeição ao regime jurídico próprio dasempresas privadas, inclusive quanto aos di-reitos e obrigações civis, comerciais, traba-lhistas e tributários;III - licitação e contratação de obras, ser-viços, compras e alienações, observados osprincípios da administração pública;IV - a constituição e o funcionamento dos

conselhos de administração e fiscal, com aparticipação de acionistas minoritários;V - os mandatos, a avaliação de desempenhoe a responsabilidade dos administradores.

§ 2º As empresas públicas e as sociedades deeconomia mista não poderão gozar de privilé-gios fiscais não extensivos às do setor privado.

§ 3º A lei regulamentará as relações da empre-sa pública com o Estado e a sociedade.

§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômi-co que vise à dominação dos mercados, à eli-minação da concorrência e ao aumento arbi-trário dos lucros.

§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade in-dividual dos dirigentes da pessoa jurídica, es-tabelecerá a responsabilidade desta, sujeitan-do-a às punições compatíveis com sua nature-

za, nos atos praticados contra a ordem econô-mica e financeira e contra a economia popular.

Art. 174. Como agente normativo e regulador daatividade econômica, o Estado exercerá, na for-ma da lei, as funções de fiscalização, incentivo eplanejamento, sendo este determinante para osetor público e indicativo para o setor privado.

§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases doplanejamento do desenvolvimento nacional

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Título VII - Da Ordem Econômica e Financeira

equilibrado, o qual incorporará e compati-bilizará os planos nacionais e regionais dedesenvolvimento.

§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativis-mo e outras formas de associativismo.

§ 3º O Estado favorecerá a organização da ativi-dade garimpeira em cooperativas, levando emconta a proteção do meio ambiente e a promo-ção econômico-social dos garimpeiros.

§ 4º As cooperativas a que se refere o parágra-fo anterior terão prioridade na autorização ou

concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas ondeestejam atuando, e naquelas fixadas de acordocom o art. 21, XXV, na forma da lei.

Art. 175. Incumbe ao poder público, na formada lei, diretamente ou sob regime de conces-são ou permissão, sempre através de licitação,a prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:I - o regime das empresas concessionárias epermissionárias de serviços públicos, o ca-ráter especial de seu contrato e de sua pror-rogação, bem como as condições de caduci-dade, fiscalização e rescisão da concessão oupermissão;II - os direitos dos usuários;III - política tarifária;IV - a obrigação de manter serviço adequado.

Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demaisrecursos minerais e os potenciais de energiahidráulica constituem propriedade distinta dado solo, para efeito de exploração ou aproveita-mento, e pertencem à União, garantida ao con-cessionário a propriedade do produto da lavra.

§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos mineraise o aproveitamento dos potenciais a que se re-fere o caput deste artigo somente poderão serefetuados mediante autorização ou concessão

da União, no interesse nacional, por brasilei-ros ou empresa constituída sob as leis brasilei-ras e que tenha sua sede e administração no

País, na forma da lei, que estabelecerá as con-dições específicas quando essas atividades sedesenvolverem em faixa de fronteira ou ter-ras indígenas.

§ 2º É assegurada participação ao proprietáriodo solo nos resultados da lavra, na forma e novalor que dispuser a lei.

§ 3º A autorização de pesquisa será sempre porprazo determinado, e as autorizações e con-

cessões previstas neste artigo não poderão sercedidas ou transferidas, total ou parcialmen-te, sem prévia anuência do Poder concedente.

§ 4º Não dependerá de autorização ou conces-são o aproveitamento do potencial de energiarenovável de capacidade reduzida.

Art. 177. Constituem monopólio da União:I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petró-leo e gás natural e outros hidrocarbonetosfluidos;II - a refinação do petróleo nacional ou es-trangeiro;III - a importação e exportação dos produtose derivados básicos resultantes das ativida-des previstas nos incisos anteriores;IV - o transporte marítimo do petróleo bru-to de origem nacional ou de derivados bá-sicos de petróleo produzidos no País, bemassim o transporte, por meio de conduto, de

petróleo bruto, seus derivados e gás naturalde qualquer origem;V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento,o reprocessamento, a industrialização e ocomércio de minérios e minerais nuclearese seus derivados, com exceção dos radioisó-topos cuja produção, comercialização e uti-lização poderão ser autorizadas sob regimede permissão, conforme as alíneas b e c doinciso XXIII do caput do art. 21 desta Cons-tituição Federal.

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Título VII - Da Ordem Econômica e Financeira

§ 1º A União poderá contratar com empresasestatais ou privadas a realização das ativida-des previstas nos incisos I a IV deste artigo,

observadas as condições estabelecidas em lei.

§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:I - a garantia do fornecimento dos derivadosde petróleo em todo o território nacional;II - as condições de contratação;III - a estrutura e atribuições do órgão regu-lador do monopólio da União.

§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utili-zação de materiais radioativos no território

nacional.

§ 4º A lei que instituir contribuição de inter-venção no domínio econômico relativa às ati-vidades de importação ou comercialização depetróleo e seus derivados, gás natural e seusderivados e álcool combustível deverá atenderaos seguintes requisitos:

I - a alíquota da contribuição poderá ser:a) diferenciada por produto ou uso;b) reduzida e restabelecida por ato do Po-der Executivo, não se lhe aplicando o dis-posto no art. 150,III, b;

II - os recursos arrecadados serão desti-nados:

a) ao pagamento de subsídios a preços outransporte de álcool combustível, gás natu-ral e seus derivados e derivados de petróleo;b) ao financiamento de projetos ambien-tais relacionados com a indústria do petró-leo e do gás;

c) ao financiamento de programas de in-fra-estrutura de transportes.

Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dostransportes aéreo, aquático e terrestre, deven-do, quanto à ordenação do transporte inter-nacional, observar os acordos firmados pelaUnião, atendido o princípio da reciprocidade.

Parágrafo único. Na ordenação do transpor-te aquático, a lei estabelecerá as condições em

que o transporte de mercadorias na cabota-gem e a navegação interior poderão ser feitospor embarcações estrangeiras.

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Fede-ral e os Municípios dispensarão às microem-presas e às empresas de pequeno porte, assimdefinidas em lei, tratamento jurídico diferen-ciado, visando a incentivá-las pela simplifica-ção de suas obrigações administrativas, tribu-tárias, previdenciárias e creditícias, ou pelaeliminação ou redução destas por meio de lei.

Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Fede-

ral e os Municípios promoverão e incentivarãoo turismo como fator de desenvolvimento so-cial e econômico.

Art. 181. O atendimento de requisição de do-cumento ou informação de natureza comer-cial, feita por autoridade administrativa ou ju-diciária estrangeira, a pessoa física ou jurídicaresidente ou domiciliada no País dependerá deautorização do Poder competente.

Capítulo II - Da Política Urbana

Art. 182. A política de desenvolvimento urba-no, executada pelo poder público municipal,conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tempor objetivo ordenar o pleno desenvolvimen-to das funções sociais da cidade e garantir obem-estar de seus habitantes.

§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara

Municipal, obrigatório para cidades com maisde vinte mil habitantes, é o instrumento bási-co da política de desenvolvimento e de expan-são urbana.

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua fun-ção social quando atende às exigências fun-damentais de ordenação da cidade expressasno plano diretor.

§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos

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Título VII - Da Ordem Econômica e Financeira

serão feitas com prévia e justa indenizaçãoem dinheiro.

§ 4º É facultado ao poder público municipal, me-diante lei específica para área incluída no planodiretor, exigir, nos termos da lei federal, do pro-prietário do solo urbano não edificado, subutili-zado ou não utilizado que promova seu adequadoaproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios;II - imposto sobre a propriedade predial eterritorial urbana progressivo no tempo;III - desapropriação com pagamento median-te títulos da dívida pública de emissão pre-

viamente aprovada pelo Senado Federal, comprazo de resgate de até dez anos, em parcelasanuais, iguais e sucessivas, assegurados o va-lor real da indenização e os juros legais.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área ur-bana de até duzentos e cinqüenta metros qua-drados, por cinco anos, ininterruptamente esem oposição, utilizando-a para sua moradiaou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio,desde que não seja proprietário de outro imó-vel urbano ou rural.

§ 1º O título de domínio e a concessão de usoserão conferidos ao homem ou à mulher, ou aambos, independentemente do estado civil.

§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mes-mo possuidor mais de uma vez.

§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos

por usucapião.

Capítulo III - Da Política Agrícola eFundiária e da Reforma Agrária

Art. 184. Compete à União desapropriar porinteresse social, para fins de reforma agrária,o imóvel rural que não esteja cumprindo suafunção social, mediante prévia e justa indeni-zação em títulos da dívida agrária, com cláu-sula de preservação do valor real, resgatáveis

no prazo de até vinte anos, a partir do segun-do ano de sua emissão, e cuja utilização serádefinida em lei.

§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serãoindenizadas em dinheiro.

§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de in-teresse social, para fins de reforma agrária, au-toriza a União a propor a ação de desapropriação.

§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer proce-dimento contraditório especial, de rito sumá-rio, para o processo judicial de desapropriação.

§ 4º O orçamento fixará anualmente o volumetotal de títulos da dívida agrária, assim como omontante de recursos para atender ao progra-ma de reforma agrária no exercício.

§ 5º São isentas de impostos federais, esta-duais e municipais as operações de transfe-rência de imóveis desapropriados para fins dereforma agrária.

Art. 185. São insuscetíveis de desapropriaçãopara fins de reforma agrária:

I - a pequena e média propriedade rural, as-sim definida em lei, desde que seu proprie-tário não possua outra;II - a propriedade produtiva.

Parágrafo único. A lei garantirá tratamentoespecial à propriedade produtiva e fixará nor-mas para o cumprimento dos requisitos relati-

vos a sua função social.

Art. 186. A função social é cumprida quandoa propriedade rural atende, simultaneamente,segundo critérios e graus de exigência estabe-lecidos em lei, aos seguintes requisitos:

I - aproveitamento racional e adequado;II - utilização adequada dos recursos naturaisdisponíveis e preservação do meio ambiente;III - observância das disposições que regu-lam as relações de trabalho;

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Título VII - Da Ordem Econômica e Financeira

IV - exploração que favoreça o bem-estardos proprietários e dos trabalhadores.

Art. 187. A política agrícola será planejada eexecutada na forma da lei, com a participa-ção efetiva do setor de produção, envolvendoprodutores e trabalhadores rurais, bem comodos setores de comercialização, de armaze-namento e de transportes, levando em conta,especialmente:

I - os instrumentos creditícios e fiscais;II - os preços compatíveis com os custos deprodução e a garantia de comercialização;III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;

IV - a assistência técnica e extensão rural;V - o seguro agrícola;VI - o cooperativismo;VII - a eletrificação rural e irrigação;VIII - a habitação para o trabalhador rural.

§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola asatividades agroindustriais, agropecuárias, pes-queiras e florestais.

§ 2º Serão compatibilizadas as ações de políti-ca agrícola e de reforma agrária.

Art. 188. A destinação de terras públicas e de-volutas será compatibilizada com a política agrí-cola e com o plano nacional de reforma agrária.

§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer tí-tulo, de terras públicas com área superior adois mil e quinhentos hectares a pessoa físi-ca ou jurídica, ainda que por interposta pes-

soa, dependerá de prévia aprovação do Con-gresso Nacional.

§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo an-terior as alienações ou as concessões de terraspúblicas para fins de reforma agrária.

Art. 189. Os beneficiários da distribuição deimóveis rurais pela reforma agrária receberãotítulos de domínio ou de concessão de uso, ine-gociáveis pelo prazo de dez anos.

Parágrafo único. O título de domínio e a conces-são de uso serão conferidos ao homem ou à mu-lher, ou a ambos, independentemente do estado

civil, nos termos e condições previstos em lei.

Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisiçãoou o arrendamento de propriedade rural porpessoa física ou jurídica estrangeira e estabe-lecerá os casos que dependerão de autorizaçãodo Congresso Nacional.

Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário deimóvel rural ou urbano, possua como seu, porcinco anos ininterruptos, sem oposição, área de

terra, em zona rural, não superior a cinqüentahectares, tornando-a produtiva por seu traba-lho ou de sua família, tendo nela sua moradia,adquirir-lhe-á a propriedade.

Parágrafo único. Os imóveis públicos não se-rão adquiridos por usucapião.

Capítulo IV - Do SistemaFinanceiro Nacional

Art. 192. O sistema financeiro nacional, estru-turado de forma a promover o desenvolvimen-to equilibrado do País e a servir aos interessesda coletividade, em todas as partes que o com-põem, abrangendo as cooperativas de crédito,será regulado por leis complementares que dis-porão, inclusive, sobre a participação do capi-tal estrangeiro nas instituições que o integram.

I - (Revogado).II - (Revogado).

III - (Revogado). a) (Revogado). b) (Revogado).IV - (Revogado).V - (Revogado).VI - (Revogado).VII - (Revogado).VIII - (Revogado).

§ 1º (Revogado).§ 2º (Revogado).§ 3º (Revogado).

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Título VIII

Da Ordem Social

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Título VIII - Da Ordem Social

Capítulo I - Disposição Geral

Art. 193. A ordem social tem como base o pri-

mado do trabalho, e como objetivo o bem-es-tar e a justiça sociais.

Capítulo II - Da Seguridade Social

Seção I - Disposições Gerais

Art. 194. A seguridade social compreende umconjunto integrado de ações de iniciativa dospoderes públicos e da sociedade, destinadas aassegurar os direitos relativos à saúde, à pre-

vidência e à assistência social.

Parágrafo único. Compete ao poder públi-co, nos termos da lei, organizar a segurida-de social, com base nos seguintes objetivos:

I - universalidade da cobertura e do aten-dimento;II - uniformidade e equivalência dos bene-fícios e serviços às populações urbanas erurais;III - seletividade e distributividade naprestação dos benefícios e serviços;IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;V - eqüidade na forma de participação nocusteio;VI - diversidade da base de financiamento;VII - caráter democrático e descentrali-zado da administração, mediante gestãoquadripartite, com participação dos traba-lhadores, dos empregadores, dos aposen-tados e do Governo nos órgãos colegiados.

Art. 195. A seguridade social será financia-da por toda a sociedade, de forma direta eindireta, nos termos da lei, mediante recur-sos provenientes dos orçamentos da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-cípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entida-de a ela equiparada na forma da lei, inci-dentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimen-

tos do trabalho pagos ou creditados, aqualquer título, à pessoa física que lhepreste serviço, mesmo sem vínculo em-

pregatício;b) a receita ou o faturamento;c) o lucro;

II - do trabalhador e dos demais seguradosda previdência social, não incidindo con-tribuição sobre aposentadoria e pensãoconcedidas pelo regime geral de previdên-cia social de que trata o art. 201;III - sobre a receita de concursos de prog-nósticos.IV - do importador de bens ou serviços do

exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Fede-ral e dos Municípios destinadas à segurida-de social constarão dos respectivos orçamen-tos, não integrando o orçamento da União.

§ 2º A proposta de orçamento da seguridadesocial será elaborada de forma integrada pe-los órgãos responsáveis pela saúde, previdên-cia social e assistência social, tendo em vistaas metas e prioridades estabelecidas na lei dediretrizes orçamentárias, assegurada a cadaárea a gestão de seus recursos.

§ 3º A pessoa jurídica em débito com o siste-ma da seguridade social, como estabelecidoem lei, não poderá contratar com o poder pú-blico nem dele receber benefícios ou incenti-vos fiscais ou creditícios.

§ 4º A lei poderá instituir outras fontes des-tinadas a garantir a manutenção ou expan-são da seguridade social, obedecido o dispos-to no art. 154, I.

§ 5º Nenhum benefício ou serviço da segu-ridade social poderá ser criado, majoradoou estendido sem a correspondente fonte decusteio total.

§ 6º As contribuições sociais de que trata este

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Título VIII - Da Ordem Social

artigo só poderão ser exigidas após decor-ridos noventa dias da data da publicação dalei que as houver instituído ou modifica-

do, não se lhes aplicando o disposto no art.150, III, b.

§ 7º São isentas de contribuição para a segu-ridade social as entidades beneficentes de as-sistência social que atendam às exigências es-tabelecidas em lei.

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o ar-rendatário rurais e o pescador artesanal, bemcomo os respectivos cônjuges, que exerçam

suas atividades em regime de economia fa-miliar, sem empregados permanentes, con-tribuirão para a seguridade social mediantea aplicação de uma alíquota sobre o resulta-do da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

§ 9º As contribuições sociais previstas no in-ciso I do caput deste artigo poderão ter alí-quotas ou bases de cálculo diferenciadas, emrazão da atividade econômica, da utilizaçãointensiva de mão-de-obra, do porte da em-presa ou da condição estrutural do merca-do de trabalho.

§ 10. A lei definirá os critérios de transferên-cia de recursos para o sistema único de saúdee ações de assistência social da União para osEstados, o Distrito Federal e os Municípios, edos Estados para os Municípios, observada arespectiva contrapartida de recursos.

§ 11. É vedada a concessão de remissão ouanistia das contribuições sociais de que tra-tam os incisos I, a, e II deste artigo, para dé-bitos em montante superior ao fixado em leicomplementar.

§ 12. A lei definirá os setores de atividadeeconômica para os quais as contribuições in-cidentes na forma dos incisos I, b; e IV do ca-put, serão não-cumulativas.

§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusivena hipótese de substituição gradual, total ouparcial, da contribuição incidente na forma

do inciso I, a, pela incidente sobre a receitaou o faturamento.

Seção II - Da Saúde

Art. 196. A saúde é direito de todos e deverdo Estado, garantido mediante políticas so-ciais e econômicas que visem à redução dorisco de doença e de outros agravos e ao aces-so universal e igualitário às ações e serviçospara sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as açõese serviços de saúde, cabendo ao poder públi-co dispor, nos termos da lei, sobre sua regu-lamentação, fiscalização e controle, devendosua execução ser feita diretamente ou atra-vés de terceiros e, também, por pessoa físicaou jurídica de direito privado.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saú-de integram uma rede regionalizada e hierar-quizada e constituem um sistema único, orga-nizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única emcada esfera de governo;II - atendimento integral, com prioridadepara as atividades preventivas, sem prejuí-zo dos serviços assistenciais;III - participação da comunidade.

§ 1º O sistema único de saúde será financia-

do, nos termos do art. 195, com recursos doorçamento da seguridade social, da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-cípios, além de outras fontes.

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federale os Municípios aplicarão, anualmente, emações e serviços públicos de saúde recursosmínimos derivados da aplicação de percen-tuais calculados sobre:

I - no caso da União, na forma definida nos

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Título VIII - Da Ordem Social

termos da lei complementar prevista no § 3º;II - no caso dos Estados e do Distrito Fede-ral, o produto da arrecadação dos impos-

tos a que se refere o art. 155 e dos recursosde que tratam os arts. 157 e 159, inciso I,alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelasque forem transferidas aos respectivosMunicípios;III - no caso dos Municípios e do Distri-to Federal, o produto da arrecadação dosimpostos a que se refere o art. 156 e dosrecursos de que tratam os arts. 158 e 159,inciso I, alínea b e § 3º.

§ 3º Lei complementar, que será reavaliadapelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:

I - os percentuais de que trata o § 2º;II - os critérios de rateio dos recursos daUnião vinculados à saúde destinados aos Es-tados, ao Distrito Federal e aos Municípios,e dos Estados destinados a seus respectivosMunicípios, objetivando a progressiva re-dução das disparidades regionais;III - as normas de fiscalização, avaliação econtrole das despesas com saúde nas esfe-ras federal, estadual, distrital e municipal;IV - as normas de cálculo do montante aser aplicado pela União.

§ 4º Os gestores locais do sistema único desaúde poderão admitir agentes comunitá-rios de saúde e agentes de combate às ende-mias por meio de processo seletivo público,de acordo com a natureza e complexidade desuas atribuições e requisitos específicos para

sua atuação.

§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídi-co, o piso salarial profissional nacional, as di-retrizes para os Planos de Carreira e a regula-mentação das atividades de agente comunitá-rio de saúde e agente de combate às endemias,competindo à União, nos termos da lei, pres-tar assistência financeira complementar aosEstados, ao Distrito Federal e aos Municípios,para o cumprimento do referido piso salarial.

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º doart. 41 e no § 4º do art. 169 da ConstituiçãoFederal, o servidor que exerça funções equi-

valentes às de agente comunitário de saúdeou de agente de combate às endemias pode-rá perder o cargo em caso de descumprimen-to dos requisitos específicos, fixados em lei,para o seu exercício.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à ini-ciativa privada.

§ 1º As instituições privadas poderão partici-par de forma complementar do sistema único

de saúde, segundo diretrizes deste, mediantecontrato de direito público ou convênio, ten-do preferência as entidades filantrópicas e assem fins lucrativos.

§ 2º É vedada a destinação de recursos públi-cos para auxílios ou subvenções às institui-ções privadas com fins lucrativos.

§ 3º É vedada a participação direta ou indi-reta de empresas ou capitais estrangeiros naassistência à saúde no País, salvo nos casosprevistos em lei.

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os re-quisitos que facilitem a remoção de órgãos,tecidos e substâncias humanas para fins detransplante, pesquisa e tratamento, bem comoa coleta, processamento e transfusão de san-gue e seus derivados, sendo vedado todo tipode comercialização.

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete,além de outras atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos,produtos e substâncias de interesse para asaúde e participar da produção de medica-mentos, equipamentos, imunobiológicos,hemoderivados e outros insumos;II - executar as ações de vigilância sanitá-ria e epidemiológica, bem como as de saú-de do trabalhador;

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Título VIII - Da Ordem Social

III - ordenar a formação de recursos huma-nos na área de saúde;IV - participar da formulação da política e da

execução das ações de saneamento básico;V - incrementar em sua área de atuação odesenvolvimento científico e tecnológico;VI - fiscalizar e inspecionar alimentos,compreendido o controle de seu teor nu-tricional, bem como bebidas e águas paraconsumo humano;VII - participar do controle e fiscalizaçãoda produção, transporte, guarda e utiliza-ção de substâncias e produtos psicoativos,tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio am-biente, nele compreendido o do trabalho.

Seção III - Da Previdência Social

Art. 201. A previdência social será organizadasob a forma de regime geral, de caráter con-tributivo e de filiação obrigatória, observadoscritérios que preservem o equilíbrio financei-ro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:

I - cobertura dos eventos de doença, invali-dez, morte e idade avançada;II - proteção à maternidade, especialmenteà gestante;III - proteção ao trabalhador em situaçãode desemprego involuntário;IV - salário-família e auxílio-reclusão paraos dependentes dos segurados de baixarenda;V - pensão por morte do segurado, homemou mulher, ao cônjuge ou companheiro e

dependentes, observado o disposto no § 2º.

§ 1º É vedada a adoção de requisitos e crité-rios diferenciados para a concessão de apo-sentadoria aos beneficiários do regime geralde previdência social, ressalvados os casosde atividades exercidas sob condições espe-ciais que prejudiquem a saúde ou a integri-dade física e quando se tratar de seguradosportadores de deficiência, nos termos defini-dos em lei complementar.

§ 2º Nenhum benefício que substitua o salá-rio de contribuição ou o rendimento do tra-balho do segurado terá valor mensal inferior

ao salário mínimo.

§ 3º Todos os salários de contribuição consi-derados para o cálculo de benefício serão de-vidamente atualizados, na forma da lei.

§ 4º É assegurado o reajustamento dos bene-fícios para preservar-lhes, em caráter perma-nente, o valor real, conforme critérios defi-nidos em lei.

§ 5º É vedada a filiação ao regime geral deprevidência social, na qualidade de segura-do facultativo, de pessoa participante de re-gime próprio de previdência.

§ 6º A gratificação natalina dos aposentadose pensionistas terá por base o valor dos pro-ventos do mês de dezembro de cada ano.

§ 7º É assegurada aposentadoria no regimegeral de previdência social, nos termos da lei,obedecidas as seguintes condições:

I - trinta e cinco anos de contribuição, sehomem, e trinta anos de contribuição, semulher;II - sessenta e cinco anos de idade, se ho-mem, e sessenta anos de idade, se mulher,reduzido em cinco anos o limite para ostrabalhadores rurais de ambos os sexos epara os que exerçam suas atividades emregime de economia familiar, nestes in-

cluídos o produtor rural, o garimpeiro e opescador artesanal.

§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I doparágrafo anterior serão reduzidos em cincoanos, para o professor que comprove exclusi-vamente tempo de efetivo exercício das fun-ções de magistério na educação infantil e noensino fundamental e médio.

§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada

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Título VIII - Da Ordem Social

a contagem recíproca do tempo de contribui-ção na administração pública e na ativida-de privada, rural e urbana, hipótese em que

os diversos regimes de previdência social secompensarão financeiramente, segundo cri-térios estabelecidos em lei.

§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco deacidente do trabalho, a ser atendida concor-rentemente pelo regime geral de previdênciasocial e pelo setor privado.

§ 11. Os ganhos habituais do empregado, aqualquer título, serão incorporados ao salá-

rio para efeito de contribuição previdenciá-ria e conseqüente repercussão em benefícios,nos casos e na forma da lei.

§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de in-clusão previdenciária para atender a traba-lhadores de baixa renda e àqueles sem ren-da própria que se dediquem exclusivamenteao trabalho doméstico no âmbito de sua re-sidência, desde que pertencentes a famíliasde baixa renda, garantindo-lhes acesso a be-nefícios de valor igual a um salário-mínimo.

§ 13. O sistema especial de inclusão previden-ciária de que trata o § 12 deste artigo terá alí-quotas e carências inferiores às vigentes paraos demais segurados do regime geral de pre-vidência social.

Art. 202. O regime de previdência privada, decaráter complementar e organizado de for-

ma autônoma em relação ao regime geral deprevidência social, será facultativo, basea-do na constituição de reservas que garan-tam o benefício contratado, e regulado porlei complementar.

§ 1º A lei complementar de que trata este ar-tigo assegurará ao participante de planos debenefícios de entidades de previdência priva-da o pleno acesso às informações relativas àgestão de seus respectivos planos.

§ 2º As contribuições do empregador, os be-nefícios e as condições contratuais previstasnos estatutos, regulamentos e planos de be-

nefícios das entidades de previdência priva-da não integram o contrato de trabalho dosparticipantes, assim como, à exceção dos be-nefícios concedidos, não integram a remune-ração dos participantes, nos termos da lei.

§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidadede previdência privada pela União, Estados,Distrito Federal e Municípios, suas autarquias,fundações, empresas públicas, sociedades deeconomia mista e outras entidades públicas,

salvo na qualidade de patrocinador, situaçãona qual, em hipótese alguma, sua contribui-ção normal poderá exceder a do segurado.

§ 4º Lei complementar disciplinará a relaçãoentre a União, Estados, Distrito Federal ouMunicípios, inclusive suas autarquias, fun-dações, sociedades de economia mista e em-presas controladas direta ou indiretamente,enquanto patrocinadoras de entidades fecha-das de previdência privada, e suas respectivasentidades fechadas de previdência privada.

§ 5º A lei complementar de que trata o pará-grafo anterior aplicar-se-á, no que couber, àsempresas privadas permissionárias ou con-cessionárias de prestação de serviços públi-cos, quando patrocinadoras de entidades fe-chadas de previdência privada.

§ 6º A lei complementar a que se refere o §

4º deste artigo estabelecerá os requisitos para adesignação dos membros das diretorias das en-tidades fechadas de previdência privada e dis-ciplinará a inserção dos participantes nos cole-giados e instâncias de decisão em que seus inte-resses sejam objeto de discussão e deliberação.

Seção IV - Da Assistência Social

Art. 203. A assistência social será prestadaa quem dela necessitar, independentemente

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Título VIII - Da Ordem Social

de contribuição à seguridade social, e tempor objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à

infância, à adolescência e à velhice;II - o amparo às crianças e adolescentes ca-rentes;III - a promoção da integração ao mercadode trabalho;IV - a habilitação e reabilitação das pessoasportadoras de deficiência e a promoção desua integração à vida comunitária;V - a garantia de um salário mínimo debenefício mensal à pessoa portadora dedeficiência e ao idoso que comprovem não

possuir meios de prover à própria manu-tenção ou de tê-la provida por sua família,conforme dispuser a lei.

Art. 204. As ações governamentais na áreada assistência social serão realizadas comrecursos do orçamento da seguridade so-cial, previstos no art. 195, além de outrasfontes, e organizadas com base nas seguin-tes diretrizes:

I - descentralização político-administra-tiva, cabendo a coordenação e as normasgerais à esfera federal e a coordenação e aexecução dos respectivos programas às es-feras estadual e municipal, bem como a en-tidades beneficentes e de assistência social;II - participação da população, por meio deorganizações representativas, na formu-lação das políticas e no controle das açõesem todos os níveis.

Parágrafo único. É facultado aos Estados eao Distrito Federal vincular a programa deapoio à inclusão e promoção social até cin-co décimos por cento de sua receita tributá-ria líquida, vedada a aplicação desses recur-sos no pagamento de:

I - despesas com pessoal e encargos sociais;II - serviço da dívida;III - qualquer outra despesa corrente nãovinculada diretamente aos investimentosou ações apoiados.

Capítulo III - Da Educação, daCultura e do Desporto

Seção I - Da Educação

Art. 205. A educação, direito de todos e de-ver do Estado e da família, será promovida eincentivada com a colaboração da sociedade,visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,seu preparo para o exercício da cidadania esua qualificação para o trabalho.

Art. 206. O ensino será ministrado com basenos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso epermanência na escola;II - liberdade de aprender, ensinar, pes-quisar e divulgar o pensamento, a arte eo saber;III - pluralismo de idéias e de concepçõespedagógicas, e coexistência de instituiçõespúblicas e privadas de ensino;IV - gratuidade do ensino público em esta-belecimentos oficiais;V - valorização dos profissionais da edu-cação escolar, garantidos, na forma da lei,planos de carreira, com ingresso exclusi-vamente por concurso público de provas etítulos, aos das redes públicas;VI - gestão democrática do ensino público,na forma da lei;VII - garantia de padrão de qualidade;VIII - piso salarial profissional nacionalpara os profissionais da educação escolarpública, nos termos de lei federal.

Parágrafo único. A lei disporá sobre as cate-gorias de trabalhadores considerados profis-sionais da educação básica e sobre a fixação deprazo para a elaboração ou adequação de seusplanos de carreira, no âmbito da União, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 207. As universidades gozam de autono-mia didático-científica, administrativa e degestão financeira e patrimonial, e obedecerão

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Título VIII - Da Ordem Social

ao princípio de indissociabilidade entre en-sino, pesquisa e extensão.

§ 1º É facultado às universidades admitir pro-fessores, técnicos e cientistas estrangeiros,na forma da lei.

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às ins-tituições de pesquisa científica e tecnológica.

Art. 208. O dever do Estado com a educaçãoserá efetivado mediante a garantia de:

I - educação básica obrigatória e gratuitados 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de

idade, assegurada inclusive sua oferta gra-tuita para todos os que a ela não tiveramacesso na idade própria;II - progressiva universalização do ensinomédio gratuito;III - atendimento educacional especializa-do aos portadores de deficiência, preferen-cialmente na rede regular de ensino;IV - educação infantil, em creche e pré-es-cola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;V - acesso aos níveis mais elevados do en-sino, da pesquisa e da criação artística, se-gundo a capacidade de cada um;VI - oferta de ensino noturno regular, ade-quado às condições do educando;VII - atendimento ao educando, em todasas etapas da educação básica, por meio deprogramas suplementares de material di-dático-escolar, transporte, alimentação eassistência à saúde.

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratui-to é direito público subjetivo.

§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatóriopelo poder público, ou sua oferta irregular, impor-ta responsabilidade da autoridade competente.

§ 3 º Compete ao poder público recensearos educandos no ensino fundamental, fa-zer-lhes a chamada e zelar, junto aos paisou responsáveis, pela freqüência à escola.

Art. 209. O ensino é livre à iniciativa priva-da, atendidas as seguintes condições:

I - cumprimento das normas gerais da edu-

cação nacional;II - autorização e avaliação de qualidadepelo poder público.

Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimospara o ensino fundamental, de maneira aassegurar formação básica comum e respei-to aos valores culturais e artísticos, nacio-nais e regionais.

§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultati-

va, constituirá disciplina dos horários normaisdas escolas públicas de ensino fundamental.

§ 2º O ensino fundamental regular será mi-nistrado em língua portuguesa, asseguradaàs comunidades indígenas também a utili-zação de suas línguas maternas e processospróprios de aprendizagem.

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Fe-deral e os Municípios organizarão em regi-me de colaboração seus sistemas de ensino.

§ 1º A União organizará o sistema federal deensino e o dos Territórios, financiará as insti-tuições de ensino públicas federais e exercerá,em matéria educacional, função redistributi-va e supletiva, de forma a garantir equaliza-ção de oportunidades educacionais e padrãomínimo de qualidade do ensino mediante as-sistência técnica e financeira aos Estados, ao

Distrito Federal e aos Municípios.

§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamenteno ensino fundamental e na educação infantil.

§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prio-ritariamente no ensino fundamental e médio.

§ 4º Na organização de seus sistemas de ensi-no, a União, os Estados, o Distrito Federal e osMunicípios definirão formas de colaboração,

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Título VIII - Da Ordem Social

de modo a assegurar a universalização do en-sino obrigatório.

§ 5º A educação básica pública atenderá prio-ritariamente ao ensino regular.

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nuncamenos de dezoito, e os Estados, o Distrito Fe-deral e os Municípios vinte e cinco por cento,no mínimo, da receita resultante de impostos,compreendida a proveniente de transferências,na manutenção e desenvolvimento do ensino.

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos

transferida pela União aos Estados, ao Dis-trito Federal e aos Municípios, ou pelos Esta-dos aos respectivos Municípios, não é consi-derada, para efeito do cálculo previsto nes-te artigo, receita do governo que a transferir.

§ 2º Para efeito do cumprimento do dispostono caput deste artigo, serão considerados ossistemas de ensino federal, estadual e munici-pal e os recursos aplicados na forma do art. 213.

§ 3º A distribuição dos recursos públicos as-segurará prioridade ao atendimento das ne-cessidades do ensino obrigatório, no que serefere a universalização, garantia de padrãode qualidade e equidade, nos termos do pla-no nacional de educação.

§ 4º Os programas suplementares de alimen-tação e assistência à saúde previstos no art.208, VII, serão financiados com recursos pro-

venientes de contribuições sociais e outrosrecursos orçamentários.

§ 5º A educação básica pública terá como fon-te adicional de financiamento a contribuiçãosocial do salário-educação, recolhida pelasempresas na forma da lei.

§ 6º As cotas estaduais e municipais da arreca-dação da contribuição social do salário-educa-ção serão distribuídas proporcionalmente ao

número de alunos matriculados na educaçãobásica nas respectivas redes públicas de ensino.

Art. 213. Os recursos públicos serão destina-dos às escolas públicas, podendo ser dirigi-dos a escolas comunitárias, confessionais oufilantrópicas, definidas em lei, que:

I - comprovem finalidade não lucrativa eapliquem seus excedentes financeiros emeducação;II - assegurem a destinação de seu patrimô-nio a outra escola comunitária, filantrópi-ca ou confessional, ou ao poder público, nocaso de encerramento de suas atividades.

§ 1º Os recursos de que trata este artigo po-derão ser destinados a bolsas de estudo parao ensino fundamental e médio, na forma dalei, para os que demonstrarem insuficiênciade recursos, quando houver falta de vagas ecursos regulares da rede pública na localida-de da residência do educando, ficando o po-der público obrigado a investir prioritaria-mente na expansão de sua rede na localidade.

§ 2º As atividades universitárias de pesquisae extensão poderão receber apoio financeirodo poder público.

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacionalde educação, de duração decenal, com o ob- jetivo de articular o sistema nacional de edu-cação em regime de colaboração e definir di-retrizes, objetivos, metas e estratégias de im-plementação para assegurar a manutenção

e desenvolvimento do ensino em seus diver-sos níveis, etapas e modalidades por meio deações integradas dos poderes públicos das di-ferentes esferas federativas que conduzam a:

I - erradicação do analfabetismo;II - universalização do atendimento escolar;III - melhoria da qualidade do ensino;IV - formação para o trabalho;V - promoção humanística, científica etecnológica do País;VI - estabelecimento de meta de aplicação

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Título VIII - Da Ordem Social

de recursos públicos em educação como pro-porção do produto interno bruto.

Seção II - Da Cultura

Art. 215. O Estado garantirá a todos o ple-no exercício dos direitos culturais e acessoàs fontes da cultura nacional, e apoiará e in-centivará a valorização e a difusão das ma-nifestações culturais.

§ 1º O Estado protegerá as manifestações dasculturas populares, indígenas e afro-brasilei-ras, e das de outros grupos participantes do

processo civilizatório nacional.

§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas co-memorativas de alta significação para os di-ferentes segmentos étnicos nacionais.

§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cul-tura, de duração plurianual, visando ao de-senvolvimento cultural do País e à integraçãodas ações do poder público que conduzem à:

I - defesa e valorização do patrimônio cul-tural brasileiro;II - produção, promoção e difusão de bensculturais;III - formação de pessoal qualificado paraa gestão da cultura em suas múltiplas di-mensões;IV - democratização do acesso aos bensde cultura;V - valorização da diversidade étnica eregional.

Art. 216. Constituem patrimônio cultural bra-sileiro os bens de natureza material e imate-rial, tomados individualmente ou em conjunto,portadores de referência à identidade, à ação,à memória dos diferentes grupos formadoresda sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I - as formas de expressão;II - os modos de criar, fazer e viver;III - as criações científicas, artísticas e tec-nológicas;

IV - as obras, objetos, documentos, edifica-ções e demais espaços destinados às mani-festações artístico-culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valorhistórico, paisagístico, artístico, arqueoló-gico, paleontológico, ecológico e científico.

§ 1º O poder público, com a colaboração da co-munidade, promoverá e protegerá o patrimô-nio cultural brasileiro, por meio de inventá-rios, registros, vigilância, tombamento e de-sapropriação, e de outras formas de acaute-lamento e preservação.

§ 2º Cabem à administração pública, na for-ma da lei, a gestão da documentação governa-mental e as providências para franquear suaconsulta a quantos dela necessitem.

§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produ-ção e o conhecimento de bens e valores culturais.

§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cul-tural serão punidos, na forma da lei.

§ 5º Ficam tombados todos os documentos eos sítios detentores de reminiscências histó-ricas dos antigos quilombos.

§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Fede-ral vincular a fundo estadual de fomento à cul-tura até cinco décimos por cento de sua recei-ta tributária líquida, para o financiamento deprogramas e projetos culturais, vedada a apli-cação desses recursos no pagamento de:

I - despesas com pessoal e encargos sociais;II - serviço da dívida;III - qualquer outra despesa corrente nãovinculada diretamente aos investimentosou ações apoiados.

Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, or-ganizado em regime de colaboração, de formadescentralizada e participativa, institui umprocesso de gestão e promoção conjunta depolíticas públicas de cultura, democráticas e

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Título VIII - Da Ordem Social

permanentes, pactuadas entre os entes da Fede-ração e a sociedade, tendo por objetivo promo-ver o desenvolvimento humano, social e econô-

mico com pleno exercício dos direitos culturais.

§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamen-ta-se na política nacional de cultura e nas suasdiretrizes, estabelecidas no Plano Nacional deCultura, e rege-se pelos seguintes princípios:

I - diversidade das expressões culturais;II - universalização do acesso aos bens eserviços culturais;III - fomento à produção, difusão e circula-ção de conhecimento e bens culturais;

IV - cooperação entre os entes federados,os agentes públicos e privados atuantes naárea cultural;V - integração e interação na execução daspolíticas, programas, projetos e ações de-senvolvidas;VI - complementaridade nos papéis dosagentes culturais;VII - transversalidade das políticas culturais;VIII - autonomia dos entes federados e dasinstituições da sociedade civil;IX - transparência e compartilhamentodas informações;X - democratização dos processos decisó-rios com participação e controle social;XI - descentralização articulada e pactua-da da gestão, dos recursos e das ações;XII - ampliação progressiva dos recursoscontidos nos orçamentos públicos para acultura.

§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacio-nal de Cultura, nas respectivas esferas daFederação:

I - órgãos gestores da cultura;II - conselhos de política cultural;III - conferências de cultura;IV - comissões intergestores;V - planos de cultura;VI - sistemas de financiamento à cultura;VII - sistemas de informações e indicado-res culturais;

VIII - programas de formação na área dacultura; eIX - sistemas setoriais de cultura.

§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamenta-ção do Sistema Nacional de Cultura, bem comode sua articulação com os demais sistemasnacionais ou políticas setoriais de governo.

§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Muni-cípios organizarão seus respectivos sistemasde cultura em leis próprias.

Seção III - Do Desporto

Art. 217. É dever do Estado fomentar práti-cas desportivas formais e não formais, comodireito de cada um, observados:

I - a autonomia das entidades desportivasdirigentes e associações, quanto a sua or-ganização e funcionamento;II - a destinação de recursos públicos paraa promoção prioritária do desporto edu-cacional e, em casos específicos, para a dodesporto de alto rendimento;III - o tratamento diferenciado para o des-porto profissional e o não profissional;IV - a proteção e o incentivo às manifesta-ções desportivas de criação nacional.

§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações re-lativas à disciplina e às competições despor-tivas após esgotarem-se as instâncias da jus-tiça desportiva, regulada em lei.

§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máxi-mo de sessenta dias, contados da instaura-ção do processo, para proferir decisão final.

§ 3º O poder público incentivará o lazer, comoforma de promoção social.

Capítulo IV - Da Ciência eTecnologia

Art. 218. O Estado promoverá e incentivará

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Título VIII - Da Ordem Social

o desenvolvimento científico, a pesquisa e acapacitação tecnológicas.

§ 1º A pesquisa científica básica receberá tra-tamento prioritário do Estado, tendo em vis-ta o bem público e o progresso das ciências.

§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á pre-ponderantemente para a solução dos pro-blemas brasileiros e para o desenvolvimen-to do sistema produtivo nacional e regional.

§ 3º O Estado apoiará a formação de recur-sos humanos nas áreas de ciência, pesquisa e

tecnologia, e concederá aos que delas se ocu-pem meios e condições especiais de trabalho.

§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresasque invistam em pesquisa, criação de tecno-logia adequada ao País, formação e aperfei-çoamento de seus recursos humanos e quepratiquem sistemas de remuneração que as-segurem ao empregado, desvinculada do sa-lário, participação nos ganhos econômicosresultantes da produtividade de seu trabalho.

§ 5º É facultado aos Estados e ao Distri-to Federal vincular parcela de sua receitaorçamentária a entidades públicas de fo-mento ao ensino e à pesquisa científica etecnológica.

Art. 219. O mercado interno integra o patri-mônio nacional e será incentivado de modoa viabilizar o desenvolvimento cultural e só-

cio-econômico, o bem-estar da população ea autonomia tecnológica do País, nos termosde lei federal.

Capítulo V - Da Comunicação Social

Art. 220. A manifestação do pensamento, acriação, a expressão e a informação, sob qual-quer forma, processo ou veículo, não sofre-rão qualquer restrição, observado o dispos-to nesta Constituição.

§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que pos-sa constituir embaraço à plena liberdade deinformação jornalística em qualquer veículo

de comunicação social, observado o dispostono art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

§ 2º É vedada toda e qualquer censura de na-tureza política, ideológica e artística.

§ 3º Compete à lei federal:I - regular as diversões e espetáculos públi-cos, cabendo ao poder público informar so-bre a natureza deles, as faixas etárias a quenão se recomendem, locais e horários em

que sua apresentação se mostre inadequada;II - estabelecer os meios legais que garantamà pessoa e à família a possibilidade de se de-fenderem de programas ou programaçõesde rádio e televisão que contrariem o dis-posto no art. 221, bem como da propagandade produtos, práticas e serviços que possamser nocivos à saúde e ao meio ambiente.

§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebi-das alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos eterapias estará sujeita a restrições legais, nostermos do inciso II do parágrafo anterior, econterá, sempre que necessário, advertênciasobre os malefícios decorrentes de seu uso.

§ 5º Os meios de comunicação social não po-dem, direta ou indiretamente, ser objeto demonopólio ou oligopólio.

§ 6º A publicação de veículo impresso de comu-

nicação independe de licença de autoridade.

Art. 221. A produção e a programação dasemissoras de rádio e televisão atenderão aosseguintes princípios:

I - preferência a finalidades educativas, ar-tísticas, culturais e informativas;II - promoção da cultura nacional e regio-nal e estímulo à produção independenteque objetive sua divulgação;III - regionalização da produção cultural,

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Título VIII - Da Ordem Social

artística e jornalística, conforme percen-tuais estabelecidos em lei;IV - respeito aos valores éticos e sociais da

pessoa e da família.

Art. 222. A propriedade de empresa jornalís-tica e de radiodifusão sonora e de sons e ima-gens é privativa de brasileiros natos ou natu-ralizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileirase que tenham sede no País.

§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta porcento do capital total e do capital votante das

empresas jornalísticas e de radiodifusão sonorae de sons e imagens deverá pertencer, direta ouindiretamente, a brasileiros natos ou naturali-zados há mais de dez anos, que exercerão obri-gatoriamente a gestão das atividades e estabe-lecerão o conteúdo da programação.

§ 2º A responsabilidade editorial e as ativida-des de seleção e direção da programação vei-culada são privativas de brasileiros natos ounaturalizados há mais de dez anos, em qual-quer meio de comunicação social.

§ 3º Os meios de comunicação social eletrô-nica, independentemente da tecnologia uti-lizada para a prestação do serviço, deverãoobservar os princípios enunciados no art.221, na forma de lei específica, que tambémgarantirá a prioridade de profissionais bra-sileiros na execução de produções nacionais.

§ 4º Lei disciplinará a participação de capitalestrangeiro nas empresas de que trata o § 1º.

§ 5º As alterações de controle societário dasempresas de que trata o § 1º serão comunica-das ao Congresso Nacional.

Art. 223. Compete ao Poder Executivo outor-gar e renovar concessão, permissão e autori-zação para o serviço de radiodifusão sonora ede sons e imagens, observado o princípio da

complementaridade dos sistemas privado, pú-blico e estatal.

§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato noprazo do art. 64, §§ 2º e 4º, a contar do rece-bimento da mensagem.

§ 2º A não-renovação da concessão ou per-missão dependerá de aprovação de, no míni-mo, dois quintos do Congresso Nacional, emvotação nominal.

§ 3º O ato de outorga ou renovação somenteproduzirá efeitos legais após deliberação do

Congresso Nacional, na forma dos parágra-fos anteriores.

§ 4º O cancelamento da concessão ou per-missão, antes de vencido o prazo, dependede decisão judicial.

§ 5º O prazo da concessão ou permissão seráde dez anos para as emissoras de rádio e dequinze para as de televisão.

Art. 224. Para os efeitos do disposto neste Ca-pítulo, o Congresso Nacional instituirá, comoórgão auxiliar, o Conselho de ComunicaçãoSocial, na forma da lei.

Capítulo VI - Do Meio Ambiente

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambien-te ecologicamente equilibrado, bem de usocomum do povo e essencial à sadia qualida-

de de vida, impondo-se ao poder público e àcoletividade o dever de defendê-lo e preser-vá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direi-to, incumbe ao poder público:

I - preservar e restaurar os processos eco-lógicos essenciais e prover o manejo ecoló-gico das espécies e ecossistemas;II - preservar a diversidade e a integridadedo patrimônio genético do País e fiscalizar

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Título VIII - Da Ordem Social

as entidades dedicadas à pesquisa e mani-pulação de material genético;III - definir, em todas as unidades da Fe-

deração, espaços territoriais e seus com-ponentes a serem especialmente pro-tegidos, sendo a alteração e a supressãopermitidas somente através de lei, vedadaqualquer utilização que comprometa a in-tegridade dos atributos que justifiquemsua proteção;IV - exigir, na forma da lei, para instala-ção de obra ou atividade potencialmentecausadora de significativa degradação domeio ambiente, estudo prévio de impacto

ambiental, a que se dará publicidade;V - controlar a produção, a comercializaçãoe o emprego de técnicas, métodos e subs-tâncias que comportem risco para a vida, aqualidade de vida e o meio ambiente;VI - promover a educação ambiental em todosos níveis de ensino e a conscientização públi-ca para a preservação do meio ambiente;VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, naforma da lei, as práticas que coloquem emrisco sua função ecológica, provoquem a ex-tinção de espécies ou submetam os animaisa crueldade.

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais ficaobrigado a recuperar o meio ambiente degra-dado, de acordo com solução técnica exigidapelo órgão público competente, na forma da lei.

§ 3º As condutas e atividades consideradas le-sivas ao meio ambiente sujeitarão os infrato-

res, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções pe-nais e administrativas, independentementeda obrigação de reparar os danos causados.

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a MataAtlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato--Grossense e a Zona Costeira são patrimô-nio nacional, e sua utilização far-se-á, naforma da lei, dentro de condições que asse-gurem a preservação do meio ambiente, in-clusive quanto ao uso dos recursos naturais.

§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ouarrecadadas pelos Estados, por ações discri-minatórias, necessárias à proteção dos ecos-

sistemas naturais.

§ 6º As usinas que operem com reator nu-clear deverão ter sua localização definidaem lei federal, sem o que não poderão serinstaladas.

Capítulo VII - Da Família, daCriança, do Adolescente, do Joveme do Idoso

Art. 226. A família, base da sociedade, temespecial proteção do Estado.

§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.

§ 2º O casamento religioso tem efeito civil,nos termos da lei.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é re-conhecida a união estável entre o homem ea mulher como entidade familiar, devendoa lei facilitar sua conversão em casamento.

§ 4º Entende-se, também, como entidade fa-miliar a comunidade formada por qualquerdos pais e seus descendentes.

§ 5º Os direitos e deveres referentes à socie-dade conjugal são exercidos igualmente pelohomem e pela mulher.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvidopelo divórcio.

§ 7º Fundado nos princípios da dignidade dapessoa humana e da paternidade responsável,o planejamento familiar é livre decisão do ca-sal, competindo ao Estado propiciar recursoseducacionais e científicos para o exercício des-se direito, vedada qualquer forma coercitivapor parte de instituições oficiais ou privadas.

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Título VIII - Da Ordem Social

§ 8º O Estado assegurará a assistência à famí-lia na pessoa de cada um dos que a integram,criando mecanismos para coibir a violência

no âmbito de suas relações.

Art. 227. É dever da família, da sociedade edo Estado assegurar à criança, ao adolescen-te e ao jovem, com absoluta prioridade, o di-reito à vida, à saúde, à alimentação, à educa-ção, ao lazer, à profissionalização, à cultura,à dignidade, ao respeito, à liberdade e à con-vivência familiar e comunitária, além de co-locá-los a salvo de toda forma de negligência,discriminação, exploração, violência, cruel-

dade e opressão.

§ 1º O Estado promoverá programas de assistên-cia integral à saúde da criança, do adolescentee do jovem, admitida a participação de entida-des não governamentais, mediante políticas es-pecíficas e obedecendo aos seguintes preceitos:

I - aplicação de percentual dos recursospúblicos destinados à saúde na assistênciamaterno-infantil;II - criação de programas de prevenção eatendimento especializado para as pessoasportadoras de deficiência física, sensorialou mental, bem como de integração socialdo adolescente e do jovem portador de de-ficiência, mediante o treinamento para otrabalho e a convivência, e a facilitação doacesso aos bens e serviços coletivos, com aeliminação de obstáculos arquitetônicos ede todas as formas de discriminação.

§ 2º A lei disporá sobre normas de construçãodos logradouros e dos edifícios de uso públi-co e de fabricação de veículos de transportecoletivo, a fim de garantir acesso adequadoàs pessoas portadoras de deficiência.

§ 3º O direito a proteção especial abrangeráos seguintes aspectos:

I - idade mínima de quatorze anos para ad-missão ao trabalho, observado o dispostono art. 7º, XXXIII;

II - garantia de direitos previdenciários etrabalhistas;III - garantia de acesso do trabalhador ado-

lescente e jovem à escola;IV - garantia de pleno e formal conheci-mento da atribuição de ato infracional,igualdade na relação processual e defesatécnica por profissional habilitado, segun-do dispuser a legislação tutelar específica;V - obediência aos princípios de brevida-de, excepcionalidade e respeito à condiçãopeculiar de pessoa em desenvolvimento,quando da aplicação de qualquer medidaprivativa da liberdade;

VI - estímulo do poder público, através deassistência jurídica, incentivos fiscais esubsídios, nos termos da lei, ao acolhimen-to, sob a forma de guarda, de criança ouadolescente órfão ou abandonado;VII - programas de prevenção e atendi-mento especializado à criança, ao adoles-cente e ao jovem dependente de entorpe-centes e drogas afins.

§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violênciae a exploração sexual da criança e do adolescente.

§ 5º A adoção será assistida pelo poder pú-blico, na forma da lei, que estabelecerá ca-sos e condições de sua efetivação por partede estrangeiros.

§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do ca-samento, ou por adoção, terão os mesmos di-reitos e qualificações, proibidas quaisquer de-

signações discriminatórias relativas à filiação.

§ 8º A lei estabelecerá:I - o estatuto da juventude, destinado a re-gular os direitos dos jovens;II - o plano nacional de juventude, de du-ração decenal, visando à articulação dasvárias esferas do poder público para a exe-cução de políticas públicas.

§ 7º No atendimento dos direitos da criança

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Título VIII - Da Ordem Social

e do adolescente levar-se-á em consideraçãoo disposto no art. 204.

Art. 228. São penalmente inimputáveis osmenores de dezoito anos, sujeitos às normasda legislação especial.

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criare educar os filhos menores, e os filhos maio-res têm o dever de ajudar e amparar os paisna velhice, carência ou enfermidade.

Art. 230. A família, a sociedade e o Estadotêm o dever de amparar as pessoas idosas,

assegurando sua participação na comunida-de, defendendo sua dignidade e bem-estar egarantindo-lhes o direito à vida.

§ 1º Os programas de amparo aos idosos serãoexecutados preferencialmente em seus lares.

§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos égarantida a gratuidade dos transportes co-letivos urbanos.

Capítulo VIII - Dos Índios

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua or-ganização social, costumes, línguas, crençase tradições, e os direitos originários sobre asterras que tradicionalmente ocupam, com-petindo à União demarcá-las, proteger e fa-zer respeitar todos os seus bens.

§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas

pelos índios as por eles habitadas em caráterpermanente, as utilizadas para suas ativida-des produtivas, as imprescindíveis à preser-vação dos recursos ambientais necessários aseu bem-estar e as necessárias a sua reprodu-ção física e cultural, segundo seus usos, cos-tumes e tradições.

§ 2º As terras tradicionalmente ocupadaspelos índios destinam-se a sua posse per-manente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo

das riquezas do solo, dos rios e dos lagos ne-las existentes.

§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos,incluídos os potenciais energéticos, a pesqui-sa e a lavra das riquezas minerais em terrasindígenas só podem ser efetivados com au-torização do Congresso Nacional, ouvidas ascomunidades afetadas, ficando-lhes assegu-rada participação nos resultados da lavra, naforma da lei.

§ 4º As terras de que trata este artigo são ina-lienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre

elas, imprescritíveis.

§ 5º É vedada a remoção dos grupos indíge-nas de suas terras, salvo, ad referendum doCongresso Nacional, em caso de catástrofe ouepidemia que ponha em risco sua população,ou no interesse da soberania do País, apósdeliberação do Congresso Nacional, garanti-do, em qualquer hipótese, o retorno imedia-to logo que cesse o risco.

§ 6º São nulos e extintos, não produzindoefeitos jurídicos, os atos que tenham por ob- jeto a ocupação, o domínio e a posse das ter-ras a que se refere este artigo, ou a explora-ção das riquezas naturais do solo, dos rios edos lagos nelas existentes, ressalvado rele-vante interesse público da União, segundo oque dispuser lei complementar, não gerandoa nulidade e a extinção direito a indenizaçãoou a ações contra a União, salvo, na forma da

lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocu-pação de boa-fé.

§ 7º Não se aplica às terras indígenas o dis-posto no art. 174, §§ 3º e 4º.

Art. 232. Os índios, suas comunidades e or-ganizações são partes legítimas para ingres-sar em juízo em defesa de seus direitos e in-teresses, intervindo o Ministério Público emtodos os atos do processo.

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Título IX

Das Disposições Constitucionais Gerais

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Título IX - Das Disposições Constitucionais Gerais

Art. 233. (Revogado).

Art. 234. É vedado à União, direta ou indire-

tamente, assumir, em decorrência da cria-ção de Estado, encargos referentes a despesascom pessoal inativo e com encargos e amor-tizações da dívida interna ou externa da ad-ministração pública, inclusive da indireta.

Art. 235. Nos dez primeiros anos da criaçãode Estado, serão observadas as seguintes nor-mas básicas:

I - a Assembléia Legislativa será compos-ta de dezessete Deputados se a população

do Estado for inferior a seiscentos mil ha-bitantes, e de vinte e quatro se igual ousuperior a esse número, até um milhão equinhentos mil;II - o Governo terá no máximo dez Secre-tarias;III - o Tribunal de Contas terá três mem-bros, nomeados, pelo Governador eleito,dentre brasileiros de comprovada idonei-dade e notório saber;IV - o Tribunal de Justiça terá sete desem-bargadores;V - os primeiros desembargadores serãonomeados pelo Governador eleito, escolhi-dos da seguinte forma:

a) cinco dentre os magistrados com maisde trinta e cinco anos de idade, em exer-cício na área do novo Estado ou do Estadooriginário;b) dois dentre promotores, nas mesmascondições, e advogados de comprova-

da idoneidade e saber jurídico, com dezanos, no mínimo, de exercício profissio-nal, obedecido o procedimento fixado naConstituição;

VI - no caso de Estado proveniente de Ter-ritório Federal, os cinco primeiros desem-bargadores poderão ser escolhidos dentre juízes de direito de qualquer parte do País;VII - em cada comarca, o primeiro juiz dedireito, o primeiro promotor de justiça e oprimeiro defensor público serão nomeados

pelo Governador eleito após concurso pú-blico de provas e títulos;VIII - até a promulgação da Constituição

estadual, responderão pela Procuradoria-Geral, pela Advocacia-Geral e pela Defen-soria-Geral do Estado advogados de notó-rio saber, com trinta e cinco anos de idade,no mínimo, nomeados pelo Governadoreleito e demissíveis ad nutum;IX - se o novo Estado for resultado de trans-formação de Território Federal, a transfe-rência de encargos financeiros da Uniãopara pagamento dos servidores optantesque pertenciam à administração federal

ocorrerá da seguinte forma:a) no sexto ano de instalação, o Estadoassumirá vinte por cento dos encargosfinanceiros para fazer face ao pagamen-to dos servidores públicos, ficando ain-da o restante sob a responsabilidade daUnião;b) no sétimo ano, os encargos do Estadoserão acrescidos de trinta por cento e, nooitavo, dos restantes cinqüenta por cento;

X - as nomeações que se seguirem às pri-meiras, para os cargos mencionados nesteartigo, serão disciplinadas na Constituiçãoestadual;XI - as despesas orçamentárias com pes-soal não poderão ultrapassar cinqüentapor cento da receita do Estado.

Art. 236. Os serviços notariais e de registrosão exercidos em caráter privado, por dele-gação do poder público.

§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinaráa responsabilidade civil e criminal dos no-tários, dos oficiais de registro e de seus pre-postos, e definirá a fiscalização de seus atospelo Poder Judiciário.

§ 2º Lei federal estabelecerá normas geraispara fixação de emolumentos relativos aosatos praticados pelos serviços notariais e deregistro.

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Título IX - Das Disposições Constitucionais Gerais

§ 3º O ingresso na atividade notarial e de re-gistro depende de concurso público de pro-vas e títulos, não se permitindo que qual-

quer serventia fique vaga, sem abertura deconcurso de provimento ou de remoção, pormais de seis meses.

Art. 237. A fiscalização e o controle sobre ocomércio exterior, essenciais à defesa dos in-teresses fazendários nacionais, serão exerci-dos pelo Ministério da Fazenda.

Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda decombustíveis de petróleo, álcool carburante e

outros combustíveis derivados de matérias--primas renováveis, respeitados os princípiosdesta Constituição.

Art. 239. A arrecadação decorrente das contri-buições para o Programa de Integração Social,criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de se-tembro de 1970, e para o Programa de Forma-ção do Patrimônio do Servidor Público, criadopela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembrode 1970, passa, a partir da promulgação des-ta Constituição, a financiar, nos termos que alei dispuser, o programa do seguro-desempre-go e o abono de que trata o § 3º deste artigo.

§ 1º Dos recursos mencionados no caput des-te artigo, pelo menos quarenta por cento se-rão destinados a financiar programas de de-senvolvimento econômico, através do Ban-co Nacional de Desenvolvimento Econômicoe Social, com critérios de remuneração que

lhes preservem o valor.

§ 2º Os patrimônios acumulados do Programade Integração Social e do Programa de Forma-ção do Patrimônio do Servidor Público são pre-servados, mantendo-se os critérios de saquenas situações previstas nas leis específicas, comexceção da retirada por motivo de casamento,ficando vedada a distribuição da arrecadaçãode que trata o caput deste artigo, para depó-sito nas contas individuais dos participantes.

§ 3º Aos empregados que percebam de em-pregadores que contribuem para o Progra-ma de Integração Social ou para o Programa

de Formação do Patrimônio do Servidor Pú-blico, até dois salários mínimos de remune-ração mensal, é assegurado o pagamento deum salário mínimo anual, computado nestevalor o rendimento das contas individuais, nocaso daqueles que já participavam dos refe-ridos programas, até a data da promulgaçãodesta Constituição.

§ 4º O financiamento do seguro-desempregoreceberá uma contribuição adicional da em-

presa cujo índice de rotatividade da força detrabalho superar o índice médio da rotativi-dade do setor, na forma estabelecida por lei.

Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art.195 as atuais contribuições compulsórias dosempregadores sobre a folha de salários, des-tinadas às entidades privadas de serviço so-cial e de formação profissional vinculadas aosistema sindical.

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Fe-deral e os Municípios disciplinarão por meiode lei os consórcios públicos e os convêniosde cooperação entre os entes federados, au-torizando a gestão associada de serviçospúblicos, bem como a transferência totalou parcial de encargos, serviços, pessoal ebens essenciais à continuidade dos serviçostransferidos.

Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não seaplica às instituições educacionais oficiaiscriadas por lei estadual ou municipal e exis-tentes na data da promulgação desta Cons-tituição, que não sejam total ou preponde-rantemente mantidas com recursos públicos.

§ 1º O ensino da História do Brasil levaráem conta as contribuições das diferentesculturas e etnias para a formação do povobrasileiro.

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Título IX - Das Disposições Constitucionais Gerais

§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade doRio de Janeiro, será mantido na órbita federal.

Art. 243. As glebas de qualquer região doPaís onde forem localizadas culturas ilegaisde plantas psicotrópicas serão imediatamen-te expropriadas e especificamente destina-das ao assentamento de colonos, para o cul-tivo de produtos alimentícios e medicamen-tosos, sem qualquer indenização ao proprie-tário e sem prejuízo de outras sanções pre-vistas em lei.

Parágrafo único. Todo e qualquer bem de va-

lor econômico apreendido em decorrência dotráfico ilícito de entorpecentes e drogas afinsserá confiscado e reverterá em benefício deinstituições e pessoal especializados no tra-tamento e recuperação de viciados e no apa-relhamento e custeio de atividades de fisca-lização, controle, prevenção e repressão docrime de tráfico dessas substâncias.

Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação doslogradouros, dos edifícios de uso público e dosveículos de transporte coletivo atualmenteexistentes a fim de garantir acesso adequa-do às pessoas portadoras de deficiência, con-forme o disposto no art. 227, § 2º.

Art. 245. A lei disporá sobre as hipóteses econdições em que o poder público dará as-sistência aos herdeiros e dependentes ca-rentes de pessoas vitimadas por crime dolo-so, sem prejuízo da responsabilidade civil do

autor do ilícito.

Art. 246. É vedada a adoção de medida provi-sória na regulamentação de artigo da Cons-tituição cuja redação tenha sido alterada pormeio de emenda promulgada entre 1º de ja-neiro de 1995 até a promulgação desta emen-da, inclusive.

Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1ºdo art. 41 e no § 7º do art. 169 estabelecerão

critérios e garantias especiais para a perdado cargo pelo servidor público estável que,em decorrência das atribuições de seu car-

go efetivo, desenvolva atividades exclusivasde Estado.

Parágrafo único. Na hipótese de insuficiên-cia de desempenho, a perda do cargo somen-te ocorrerá mediante processo administrati-vo em que lhe sejam assegurados o contradi-tório e a ampla defesa.

Art. 248. Os benefícios pagos, a qualquer tí-tulo, pelo órgão responsável pelo regime ge-

ral de previdência social, ainda que à contado Tesouro Nacional, e os não sujeitos ao li-mite máximo de valor fixado para os benefí-cios concedidos por esse regime observarãoos limites fixados no art. 37, XI.

Art. 249. Com o objetivo de assegurar recur-sos para o pagamento de proventos de apo-sentadoria e pensões concedidas aos respec-tivos servidores e seus dependentes, em adi-ção aos recursos dos respectivos tesouros, aUnião, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-nicípios poderão constituir fundos integra-dos pelos recursos provenientes de contri-buições e por bens, direitos e ativos de qual-quer natureza, mediante lei que disporá sobrea natureza e a administração desses fundos.

Art. 250. Com o objetivo de assegurar recur-sos para o pagamento dos benefícios concedi-dos pelo regime geral de previdência social,

em adição aos recursos de sua arrecadação, aUnião poderá constituir fundo integrado porbens, direitos e ativos de qualquer natureza,mediante lei que disporá sobre a natureza eadministração desse fundo.

 Brasília, 5 de outubro de 1988.

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 Ato das DisposiçõesConstitucionaisTransitórias

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

Art. 1º O Presidente da República, o Pre-sidente do Supremo Tribunal Federal e osmembros do Congresso Nacional presta-

rão o compromisso de manter, defender ecumprir a Constituição, no ato e na datade sua promulgação.

Art. 2º No dia 21 de abril de 1993 o eleitora-do definirá, através de plebiscito, a forma eo sistema de governo que devem vigorar noPaís.§ 1º Será assegurada gratuidade na livredivulgação dessas formas e sistemas, atravésdos meios de comunicação de massa cessio-nários de serviço público.

§ 2º O Tribunal Superior Eleitoral, promulga-da a Constituição, expedirá as normas regu-lamentadoras deste artigo.

Art. 3º A revisão constitucional será realiza-da após cinco anos, contados da promulgaçãoda Constituição, pelo voto da maioria absolu-ta dos membros do Congresso Nacional, emsessão unicameral.

Art. 4º O mandato do atual Presidente da Re-pública terminará em 15 de março de 1990.

§ 1º A primeira eleição para Presidente daRepública após a promulgação da Constitui-ção será realizada no dia 15 de novembro de1989, não se lhe aplicando o disposto no art.16 da Constituição.

§ 2º É assegurada a irredutibilidade da atual

representação dos Estados e do Distrito Fe-deral na Câmara dos Deputados.

§ 3º Os mandatos dos Governadores e dosVice-Governadores eleitos em 15 de no-vembro de 1986 terminarão em 15 de mar-ço de 1991.

§ 4º Os mandatos dos atuais Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores terminarão no dia 1ºde janeiro de 1989, com a posse dos eleitos.

Art. 5º Não se aplicam às eleições previstaspara 15 de novembro de 1988 o disposto noart. 16 e as regras do art. 77 da Constituição.

§ 1º Para as eleições de 15 de novembro de 1988será exigido domicílio eleitoral na circunscriçãopelo menos durante os quatro meses anterio-res ao pleito, podendo os candidatos que preen-cham este requisito, atendidas as demais exigên-cias da lei, ter seu registro efetivado pela JustiçaEleitoral após a promulgação da Constituição.

§ 2º Na ausência de norma legal específica,caberá ao Tribunal Superior Eleitoral editar

as normas necessárias à realização das elei-ções de 1988, respeitada a legislação vigente.

§ 3º Os atuais parlamentares federais e esta-duais eleitos Vice-Prefeitos, se convocados aexercer a função de Prefeito, não perderão omandato parlamentar.

§ 4º O número de Vereadores por Municípioserá fixado, para a representação a ser elei-ta em 1988, pelo respectivo Tribunal Regio-nal Eleitoral, respeitados os limites estipula-dos no art. 29, IV, da Constituição.

§ 5º Para as eleições de 15 de novembro de 1988,ressalvados os que já exercem mandato eletivo,são inelegíveis para qualquer cargo, no territó-rio de jurisdição do titular, o cônjuge e os pa-rentes por consangüinidade ou afinidade, atéo segundo grau, ou por adoção, do Presidenteda República, do Governador de Estado, do Go-

vernador do Distrito Federal e do Prefeito quetenham exercido mais da metade do mandato.

Art. 6º Nos seis meses posteriores à promul-gação da Constituição, parlamentares fede-rais, reunidos em número não inferior a trin-ta, poderão requerer ao Tribunal SuperiorEleitoral o registro de novo partido político, juntando ao requerimento o manifesto, o es-tatuto e o programa devidamente assinadospelos requerentes.

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

§ 1º O registro provisório, que será concedi-do de plano pelo Tribunal Superior Eleito-ral, nos termos deste artigo, defere ao novo

partido todos os direitos, deveres e prerro-gativas dos atuais, entre eles o de participar,sob legenda própria, das eleições que vierema ser realizadas nos doze meses seguintes asua formação.

§ 2º O novo partido perderá automaticamen-te seu registro provisório se, no prazo de vin-te e quatro meses, contados de sua formação,não obtiver registro definitivo no Tribunal Su-perior Eleitoral, na forma que a lei dispuser.

Art. 7º O Brasil propugnará pela forma-ção de um tribunal internacional dos di-reitos humanos.

Art. 8º É concedida anistia aos que, no perí-odo de 18 de setembro de 1946 até a data dapromulgação da Constituição, foram atingi-dos, em decorrência de motivação exclusiva-mente política, por atos de exceção, institu-cionais ou complementares, aos que foramabrangidos pelo Decreto Legislativo nº 18, de15 de dezembro de 1961, e aos atingidos peloDecreto-Lei nº 864, de 12 de setembro de 1969,asseguradas as promoções, na inatividade, aocargo, emprego, posto ou graduação a que te-riam direito se estivessem em serviço ativo,obedecidos os prazos de permanência em ati-vidade previstos nas leis e regulamentos vi-gentes, respeitadas as características e pecu-liaridades das carreiras dos servidores públi-

cos civis e militares e observados os respec-tivos regimes jurídicos.

§ 1º O disposto neste artigo somente gera-rá efeitos financeiros a partir da promulga-ção da Constituição, vedada a remuneraçãode qualquer espécie em caráter retroativo.

§ 2º Ficam assegurados os benefícios estabele-cidos neste artigo aos trabalhadores do setorprivado, dirigentes e representantes sindicais

que, por motivos exclusivamente políticos, te-nham sido punidos, demitidos ou compelidosao afastamento das atividades remuneradas

que exerciam, bem como aos que foram im-pedidos de exercer atividades profissionaisem virtude de pressões ostensivas ou expe-dientes oficiais sigilosos.

§ 3º Aos cidadãos que foram impedidos deexercer, na vida civil, atividade profissio-nal específica, em decorrência das Porta-rias Reservadas do Ministério da Aeronáuti-ca nº S-50-GM5, de 19 de junho de 1964, e nºS-285-GM5, será concedida reparação de na-

tureza econômica, na forma que dispuser leide iniciativa do Congresso Nacional e a en-trar em vigor no prazo de doze meses a con-tar da promulgação da Constituição.

§ 4º Aos que, por força de atos institucionais,tenham exercido gratuitamente mandatoeletivo de Vereador serão computados, paraefeito de aposentadoria no serviço público eprevidência social, os respectivos períodos.

§ 5º A anistia concedida nos termos deste ar-tigo aplica-se aos servidores públicos civise aos empregados em todos os níveis de go-verno ou em suas fundações, empresas pú-blicas ou empresas mistas sob controle esta-tal, exceto nos Ministérios militares, que te-nham sido punidos ou demitidos por ativida-des profissionais interrompidas em virtudede decisão de seus trabalhadores, bem comoem decorrência do Decreto-Lei nº 1.632, de 4

de agosto de 1978, ou por motivos exclusiva-mente políticos, assegurada a readmissão dosque foram atingidos a partir de 1979, obser-vado o disposto no § 1º.

Art. 9º Os que, por motivos exclusivamente po-líticos, foram cassados ou tiveram seus direi-tos políticos suspensos no período de 15 de ju-lho a 31 de dezembro de 1969, por ato do entãoPresidente da República, poderão requerer aoSupremo Tribunal Federal o reconhecimento

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

dos direitos e vantagens interrompidos pelosatos punitivos, desde que comprovem teremsido estes eivados de vício grave.

Parágrafo único. O Supremo Tribunal Fede-ral proferirá a decisão no prazo de cento evinte dias, a contar do pedido do interessado.

Art. 10. Até que seja promulgada a lei comple-mentar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:

I - fica limitada a proteção nele referida aoaumento, para quatro vezes, da porcenta-gem prevista no art. 6º, caput e § 1º, da Leinº 5.107, de 13 de setembro de 1966;

II - fica vedada a dispensa arbitrária ousem justa causa:

a) do empregado eleito para cargo de di-reção de comissões internas de preven-ção de acidentes, desde o registro de suacandidatura até um ano após o final deseu mandato;b) da empregada gestante, desde a con-firmação da gravidez até cinco mesesapós o parto.

§ 1º Até que a lei venha a disciplinar o dispos-to no art. 7º, XIX, da Constituição, o prazo dalicença-paternidade a que se refere o incisoé de cinco dias.

§ 2º Até ulterior disposição legal, a cobran-ça das contribuições para o custeio das ati-vidades dos sindicatos rurais será feita jun-tamente com a do imposto territorial rural,pelo mesmo órgão arrecadador.

§ 3º Na primeira comprovação do cumpri-mento das obrigações trabalhistas pelo em-pregador rural, na forma do art. 233, após apromulgação da Constituição, será certifica-da perante a Justiça do Trabalho a regulari-dade do contrato e das atualizações das obri-gações trabalhistas de todo o período.

Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com po-deres constituintes, elaborará a Constituição

do Estado, no prazo de um ano, contado dapromulgação da Constituição Federal, obede-cidos os princípios desta.

Parágrafo único. Promulgada a Constitui-ção do Estado, caberá à Câmara Municipal,no prazo de seis meses, votar a lei orgânicarespectiva, em dois turnos de discussão e vo-tação, respeitado o disposto na ConstituiçãoFederal e na Constituição estadual.

Art. 12. Será criada, dentro de noventa diasda promulgação da Constituição, comissão deestudos territoriais, com dez membros indi-

cados pelo Congresso Nacional e cinco peloPoder Executivo, com a finalidade de apre-sentar estudos sobre o território nacional eanteprojetos relativos a novas unidades ter-ritoriais, notadamente na Amazônia Legal eem áreas pendentes de solução.

§ 1º No prazo de um ano, a comissão subme-terá ao Congresso Nacional os resultados deseus estudos para, nos termos da Constitui-ção, serem apreciados nos doze meses subse-qüentes, extinguindo-se logo após.

§ 2º Os Estados e os Municípios deverão, noprazo de três anos, a contar da promulgaçãoda Constituição, promover, mediante acordoou arbitramento, a demarcação de suas linhasdivisórias atualmente litigiosas, podendo paraisso fazer alterações e compensações de áreaque atendam aos acidentes naturais, crité-rios históricos, conveniências administrati-

vas e comodidade das populações limítrofes.

§ 3º Havendo solicitação dos Estados e Muni-cípios interessados, a União poderá encarre-gar-se dos trabalhos demarcatórios.

§ 4º Se, decorrido o prazo de três anos, a con-tar da promulgação da Constituição, os tra-balhos demarcatórios não tiverem sido con-cluídos, caberá à União determinar os limi-tes das áreas litigiosas.

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

§ 5º Ficam reconhecidos e homologados osatuais limites do Estado do Acre com os Es-tados do Amazonas e de Rondônia, confor-

me levantamentos cartográficos e geodési-cos realizados pela comissão tripartite inte-grada por representantes dos Estados e dosserviços técnico-especializados do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística.

Art. 13. É criado o Estado do Tocantins, pelodesmembramento da área descrita neste ar-tigo, dando-se sua instalação no quadragési-mo sexto dia após a eleição prevista no § 3º,mas não antes de 1º de janeiro de 1989.

§ 1º O Estado do Tocantins integra a RegiãoNorte e limita-se com o Estado de Goiás pe-las divisas norte dos Municípios de São Mi-guel do Araguaia, Porangatu, Formoso, Mina-çu, Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Cam-pos Belos, conservando a leste, norte e oesteas divisas atuais de Goiás com os Estados daBahia, Piauí, Maranhão, Pará e Mato Grosso.

§ 2º O Poder Executivo designará uma das ci-dades do Estado para sua capital provisóriaaté a aprovação da sede definitiva do gover-no pela Assembléia Constituinte.

§ 3º O Governador, o Vice-Governador, os Se-nadores, os Deputados Federais e os Deputa-dos Estaduais serão eleitos, em um único tur-no, até setenta e cinco dias após a promulga-ção da Constituição, mas não antes de 15 denovembro de 1988, a critério do Tribunal Su-

perior Eleitoral, obedecidas, entre outras, asseguintes normas:I - o prazo de filiação partidária dos can-didatos será encerrado setenta e cinco diasantes da data das eleições;II - as datas das convenções regionais par-tidárias destinadas a deliberar sobre coli-gações e escolha de candidatos, de apre-sentação de requerimento de registro doscandidatos escolhidos e dos demais proce-dimentos legais serão fixadas, em calendá-

rio especial, pela Justiça Eleitoral;III - são inelegíveis os ocupantes de car-gos estaduais ou municipais que não se

tenham deles afastado, em caráter defini-tivo, setenta e cinco dias antes da data daseleições previstas neste parágrafo;IV - ficam mantidos os atuais diretóriosregionais dos partidos políticos do Estadode Goiás, cabendo às comissões executivasnacionais designar comissões provisóriasno Estado do Tocantins, nos termos e paraos fins previstos na lei.

§ 4º Os mandatos do Governador, do Vice-

Governador, dos Deputados Federais e Esta-duais eleitos na forma do parágrafo anteriorextinguir-se-ão concomitantemente aos dasdemais unidades da Federação; o mandato doSenador eleito menos votado extinguir-se-ánessa mesma oportunidade, e os dos outrosdois, juntamente com os dos Senadores elei-tos em 1986 nos demais Estados.

§ 5º A Assembléia Estadual Constituinte seráinstalada no quadragésimo sexto dia da elei-ção de seus integrantes, mas não antes de 1ºde janeiro de 1989, sob a presidência do Pre-sidente do Tribunal Regional Eleitoral do Es-tado de Goiás, e dará posse, na mesma data,ao Governador e ao Vice-Governador eleitos.

§ 6º Aplicam-se à criação e instalação do Es-tado do Tocantins, no que couber, as normaslegais disciplinadoras da divisão do Estadode Mato Grosso, observado o disposto no art.

234 da Constituição.

§ 7º Fica o Estado de Goiás liberado dos dé-bitos e encargos decorrentes de empreendi-mentos no território do novo Estado, e auto-rizada a União, a seu critério, a assumir osreferidos débitos.

Art. 14. Os Territórios Federais de Roraima e doAmapá são transformados em Estados Federa-dos, mantidos seus atuais limites geográficos.

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

§ 1º A instalação dos Estados dar-se-á com aposse dos Governadores eleitos em 1990.

§ 2º Aplicam-se à transformação e instalaçãodos Estados de Roraima e Amapá as normase os critérios seguidos na criação do Estadode Rondônia, respeitado o disposto na Cons-tituição e neste Ato.

§ 3º O Presidente da República, até quarentae cinco dias após a promulgação da Constitui-ção, encaminhará à apreciação do Senado Fe-deral os nomes dos Governadores dos Estadosde Roraima e do Amapá que exercerão o Po-

der Executivo até a instalação dos novos Es-tados com a posse dos Governadores eleitos.

§ 4º Enquanto não concretizada a transfor-mação em Estados, nos termos deste artigo,os Territórios Federais de Roraima e do Ama-pá serão beneficiados pela transferência derecursos prevista nos arts. 159, I, a , da Cons-tituição, e 34, § 2º, II, deste Ato.

Art. 15. Fica extinto o Território Federal deFernando de Noronha, sendo sua área rein-corporada ao Estado de Pernambuco.

Art. 16. Até que se efetive o disposto no art.32, § 2º, da Constituição, caberá ao Presiden-te da República, com a aprovação do SenadoFederal, indicar o Governador e o Vice-Go-vernador do Distrito Federal.

§ 1º A competência da Câmara Legislativa do

Distrito Federal, até que se instale, será exer-cida pelo Senado Federal.

§ 2º A fiscalização contábil, financeira, or-çamentária, operacional e patrimonial doDistrito Federal, enquanto não for instala-da a Câmara Legislativa, será exercida peloSenado Federal, mediante controle exter-no, com o auxílio do Tribunal de Contas doDistrito Federal, observado o disposto noart. 72 da Constituição.

§ 3º Incluem-se entre os bens do Distrito Fe-deral aqueles que lhe vierem a ser atribuídospela União na forma da lei.

Art. 17. Os vencimentos, a remuneração, asvantagens e os adicionais, bem como os pro-ventos de aposentadoria que estejam sendopercebidos em desacordo com a Constitui-ção serão imediatamente reduzidos aos limi-tes dela decorrentes, não se admitindo, nestecaso, invocação de direito adquirido ou per-cepção de excesso a qualquer título.

§ 1º É assegurado o exercício cumulativo de

dois cargos ou empregos privativos de médicoque estejam sendo exercidos por médico militarna administração pública direta ou indireta.

§ 2º É assegurado o exercício cumulativo dedois cargos ou empregos privativos de profis-sionais de saúde que estejam sendo exercidosna administração pública direta ou indireta.

Art. 18. Ficam extintos os efeitos jurídicos dequalquer ato legislativo ou administrativo,lavrado a partir da instalação da AssembléiaNacional Constituinte, que tenha por objetoa concessão de estabilidade a servidor admi-tido sem concurso público, da administraçãodireta ou indireta, inclusive das fundaçõesinstituídas e mantidas pelo Poder Público.

Art. 19. Os servidores públicos civis da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-cípios, da administração direta, autárqui-

ca e das fundações públicas, em exercício nadata da promulgação da Constituição, há pelomenos cinco anos continuados, e que não te-nham sido admitidos na forma regulada noart. 37 da Constituição, são considerados es-táveis no serviço público.

§ 1º O tempo de serviço dos servidores refe-ridos neste artigo será contado como títuloquando se submeterem a concurso para finsde efetivação, na forma da lei.

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aosocupantes de cargos, funções e empregos deconfiança ou em comissão, nem aos que a lei

declare de livre exoneração, cujo tempo de ser-viço não será computado para os fins do caputdeste artigo, exceto se se tratar de servidor.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplicaaos professores de nível superior, nos ter-mos da lei.

Art. 20. Dentro de cento e oitenta dias, proce-der-se-á à revisão dos direitos dos servidorespúblicos inativos e pensionistas e à atualiza-

ção dos proventos e pensões a eles devidos, afim de ajustá-los ao disposto na Constituição.

Art. 21. Os juízes togados de investidura li-mitada no tempo, admitidos mediante con-curso público de provas e títulos e que es-tejam em exercício na data da promulga-ção da Constituição, adquirem estabilida-de, observado o estágio probatório, e pas-sam a compor quadro em extinção, manti-das as competências, prerrogativas e res-trições da legislação a que se achavam sub-metidos, salvo as inerentes à transitorieda-de da investidura.

Parágrafo único. A aposentadoria dos juízesde que trata este artigo regular-se-á pelas nor-mas fixadas para os demais juízes estaduais.

Art. 22. É assegurado aos defensores públi-cos investidos na função até a data de insta-

lação da Assembléia Nacional Constituinte odireito de opção pela carreira, com a obser-vância das garantias e vedações previstas noart. 134, parágrafo único, da Constituição.

Art. 23. Até que se edite a regulamentação doart. 21, XVI, da Constituição, os atuais ocu-pantes do cargo de censor federal continua-rão exercendo funções com este compatíveis,no Departamento de Polícia Federal, observa-das as disposições constitucionais.

Parágrafo único. A lei referida disporá so-bre o aproveitamento dos censores federais,nos termos deste artigo.

Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Fede-ral e os Municípios editarão leis que estabe-leçam critérios para a compatibilização deseus quadros de pessoal ao disposto no art.39 da Constituição e à reforma administrati-va dela decorrente, no prazo de dezoito me-ses, contados da sua promulgação.

Art. 25. Ficam revogados, a partir de cento eoitenta dias da promulgação da Constituição,

sujeito este prazo a prorrogação por lei, todosos dispositivos legais que atribuam ou dele-guem a órgão do Poder Executivo competên-cia assinalada pela Constituição ao Congres-so Nacional, especialmente no que tange a:

I - ação normativa;II - alocação ou transferência de recursosde qualquer espécie.

§ 1º Os decretos-leis em tramitação no Con-gresso Nacional e por este não apreciados atéa promulgação da Constituição terão seus efei-tos regulados da seguinte forma:

I - se editados até 2 de setembro de 1988,serão apreciados pelo Congresso Nacionalno prazo de até cento e oitenta dias a con-tar da promulgação da Constituição, nãocomputado o recesso parlamentar;II - decorrido o prazo definido no incisoanterior, e não havendo apreciação, os de-cretos-leis ali mencionados serão conside-

rados rejeitados;III - nas hipóteses definidas nos incisos Ie II, terão plena validade os atos pratica-dos na vigência dos respectivos decretos-leis, podendo o Congresso Nacional, senecessário, legislar sobre os efeitos delesremanescentes.

§ 2º Os decretos-leis editados entre 3 de se-tembro de 1988 e a promulgação da Constitui-ção serão convertidos, nesta data, em medidas

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

provisórias, aplicando-se-lhes as regras es-tabelecidas no art. 62, parágrafo único. Art.26. No prazo de um ano a contar da promul-

gação da Constituição, o Congresso Nacionalpromoverá, através de comissão mista, exa-me analítico e pericial dos atos e fatos gera-dores do endividamento externo brasileiro.

§ 1º A comissão terá a força legal de comissãoparlamentar de inquérito para os fins de re-quisição e convocação, e atuará com o auxí-lio do Tribunal de Contas da União.

§ 2º Apurada irregularidade, o Congresso

Nacional proporá ao Poder Executivo a de-claração de nulidade do ato e encaminha-rá o processo ao Ministério Público Federal,que formalizará, no prazo de sessenta dias,a ação cabível.

Art. 27. O Superior Tribunal de Justiça seráinstalado sob a presidência do Supremo Tri-bunal Federal.

§ 1º Até que se instale o Superior Tribunal de Justiça, o Supremo Tribunal Federal exerce-rá as atribuições e competências definidas naordem constitucional precedente.

§ 2º A composição inicial do Superior Tribu-nal de Justiça far-se-á:

I - pelo aproveitamento dos Ministros doTribunal Federal de Recursos;II - pela nomeação dos Ministros que se- jam necessários para completar o número

estabelecido na Constituição.

§ 3º Para os efeitos do disposto na Constituição,os atuais Ministros do Tribunal Federal de Re-cursos serão considerados pertencentes à clas-se de que provieram, quando de sua nomeação.

§ 4º Instalado o Tribunal, os Ministros apo-sentados do Tribunal Federal de Recursostornar-se-ão, automaticamente, Ministrosaposentados do Superior Tribunal de Justiça.

§ 5º Os Ministros a que se refere o § 2º, II, se-rão indicados em lista tríplice pelo TribunalFederal de Recursos, observado o disposto

no art. 104, parágrafo único, da Constituição.

§ 6º Ficam criados cinco Tribunais Regionais Fe-derais, a serem instalados no prazo de seis me-ses a contar da promulgação da Constituição,com a jurisdição e sede que lhes fixar o Tribu-nal Federal de Recursos, tendo em conta o nú-mero de processos e sua localização geográfica.

§ 7º Até que se instalem os Tribunais Regio-nais Federais, o Tribunal Federal de Recursos

exercerá a competência a eles atribuída emtodo o território nacional, cabendo-lhe pro-mover sua instalação e indicar os candidatosa todos os cargos da composição inicial, me-diante lista tríplice, podendo desta constar juízes federais de qualquer região, observa-do o disposto no § 9º.

§ 8º É vedado, a partir da promulgação daConstituição, o provimento de vagas de Mi-nistros do Tribunal Federal de Recursos.

§ 9º Quando não houver juiz federal que conte otempo mínimo previsto no art. 107, II, da Cons-tituição, a promoção poderá contemplar juizcom menos de cinco anos no exercício do cargo.

§ 10. Compete à Justiça Federal julgar as açõesnela propostas até a data da promulgação daConstituição, e aos Tribunais Regionais Fede-rais, bem como ao Superior Tribunal de Jus-

tiça, julgar as ações rescisórias das decisõesaté então proferidas pela Justiça Federal, in-clusive daquelas cuja matéria tenha passadoà competência de outro ramo do Judiciário.

§ 11. São criados, ainda, os seguintes Tribu-nais Regionais Federais: o da 6ª Região, comsede em Curitiba, Estado do Paraná, e jurisdi-ção nos Estados do Paraná, Santa Catarina eMato Grosso do Sul; o da 7ª Região, com sedeem Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais,

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

e jurisdição no Estado de Minas Gerais; o da8ª Região, com sede em Salvador, Estado daBahia, e jurisdição nos Estados da Bahia e Ser-

gipe; e o da 9ª Região, com sede em Manaus,Estado do Amazonas, e jurisdição nos Esta-dos do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima.

Art. 28. Os juízes federais de que trata o art.123, § 2º, da Constituição de 1967, com a re-dação dada pela Emenda Constitucional nº 7,de 1977, ficam investidos na titularidade devaras na seção judiciária para a qual tenhamsido nomeados ou designados; na inexistên-cia de vagas, proceder-se-á ao desdobramen-

to das varas existentes.

Parágrafo único.Para efeito de promoção porantiguidade, o tempo de serviço desses juízesserá computado a partir do dia de sua posse.

Art. 29. Enquanto não aprovadas as leis com-plementares relativas ao Ministério Público eà Advocacia-Geral da União, o Ministério Pú-blico Federal, a Procuradoria-Geral da Fazen-da Nacional, as Consultorias Jurídicas dos Mi-nistérios, as Procuradorias e Departamentos Jurídicos de autarquias federais com repre-sentação própria e os membros das Procura-dorias das universidades fundacionais públi-cas continuarão a exercer suas atividades naárea das respectivas atribuições.

§ 1º O Presidente da República, no prazo decento e vinte dias, encaminhará ao Congres-so Nacional projeto de lei complementar dis-

pondo sobre a organização e o funcionamen-to da Advocacia-Geral da União.

§ 2º Aos atuais Procuradores da República,nos termos da lei complementar, será facul-tada a opção, de forma irretratável, entre ascarreiras do Ministério Público Federal e daAdvocacia-Geral da União.

§ 3º Poderá optar pelo regime anterior, no querespeita às garantias e vantagens, o membro do

Ministério Público admitido antes da promul-gação da Constituição, observando-se, quantoàs vedações, a situação jurídica na data desta.

§ 4º Os atuais integrantes do quadro suple-mentar dos Ministérios Públicos do Trabalhoe Militar que tenham adquirido estabilidadenessas funções passam a integrar o quadroda respectiva carreira.

§ 5º Cabe à atual Procuradoria-Geral daFazenda Nacional, diretamente ou por de-legação, que pode ser ao Ministério Pú-blico estadual, representar judicialmente

a União nas causas de natureza fiscal, naárea da respectiva competência, até a pro-mulgação das leis complementares previs-tas neste artigo.

Art. 30. A legislação que criar a justiça de pazmanterá os atuais juízes de paz até a possedos novos titulares, assegurando-lhes os di-reitos e atribuições conferidos a estes, e de-signará o dia para a eleição prevista no art.98, II, da Constituição.

Art. 31. Serão estatizadas as serventias doforo judicial, assim definidas em lei, respei-tados os direitos dos atuais titulares.

Art. 32. O disposto no art. 236 não se aplicaaos serviços notariais e de registro que já te-nham sido oficializados pelo poder público,respeitando-se o direito de seus servidores.

Art. 33. Ressalvados os créditos de naturezaalimentar, o valor dos precatórios judiciaispendentes de pagamento na data da promul-gação da Constituição, incluído o remanes-cente de juros e correção monetária, pode-rá ser pago em moeda corrente, com atuali-zação, em prestações anuais, iguais e suces-sivas, no prazo máximo de oito anos, a par-tir de 1º de julho de 1989, por decisão editadapelo Poder Executivo até cento e oitenta diasda promulgação da Constituição.

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

Parágrafo único. Poderão as entidades deve-doras, para o cumprimento do disposto nes-te artigo, emitir, em cada ano, no exato mon-

tante do dispêndio, títulos de dívida públicanão computáveis para efeito do limite globalde endividamento.

Art. 34. O sistema tributário nacional entra-rá em vigor a partir do primeiro dia do quin-to mês seguinte ao da promulgação da Cons-tituição, mantido, até então, o da Constitui-ção de 1967, com a redação dada pela Emen-da nº 1, de 1969, e pelas posteriores.

§ 1º Entrarão em vigor com a promulgaçãoda Constituição os arts. 148, 149, 150, 154, I,156, III, e 159, I, c , revogadas as disposiçõesem contrário da Constituição de 1967 e dasemendas que a modificaram, especialmentede seu art. 25, III.

§ 2º O Fundo de Participação dos Estados edo Distrito Federal e o Fundo de Participa-ção dos Municípios obedecerão às seguintesdeterminações:

I - a partir da promulgação da Constitui-ção, os percentuais serão, respectivamen-te, de dezoito por cento e de vinte porcento, calculados sobre o produto da arre-cadação dos impostos referidos no art. 153,III e IV, mantidos os atuais critérios de ra-teio até a entrada em vigor da lei comple-mentar a que se refere o art. 161, II;II - o percentual relativo ao Fundo deParticipação dos Estados e do Distrito Fe-

deral será acrescido de um ponto percen-tual no exercício financeiro de 1989 e, apartir de 1990, inclusive, à razão de meioponto por exercício, até 1992, inclusive,atingindo em 1993 o percentual estabele-cido no art. 159, I, a ;III - o percentual relativo ao Fundo de Par-ticipação dos Municípios, a partir de 1989,inclusive, será elevado à razão de meioponto percentual por exercício financeiro,até atingir o estabelecido no art. 159, I, b.

§ 3º Promulgada a Constituição, a União, osEstados, o Distrito Federal e os Municípiospoderão editar as leis necessárias à aplicação

do sistema tributário nacional nela previsto.

§ 4º As leis editadas nos termos do parágra-fo anterior produzirão efeitos a partir da en-trada em vigor do sistema tributário nacio-nal previsto na Constituição.

§ 5º Vigente o novo sistema tributário nacio-nal, fica assegurada a aplicação da legislaçãoanterior, no que não seja incompatível comele e com a legislação referida nos §§ 3º e 4º.

§ 6º Até 31 de dezembro de 1989, o dispostono art. 150, III, b , não se aplica aos impos-tos de que tratam os arts. 155, I, a e b , e 156,II e III, que podem ser cobrados trinta diasapós a publicação da lei que os tenha insti-tuído ou aumentado.

§ 7º Até que sejam fixadas em lei complemen-tar, as alíquotas máximas do imposto mu-nicipal sobre vendas a varejo de combustí-veis líquidos e gasosos não excederão a trêspor cento.

§ 8º Se, no prazo de sessenta dias contados dapromulgação da Constituição, não for edita-da a lei complementar necessária à institui-ção do imposto de que trata o art. 155, I, b , osEstados e o Distrito Federal, mediante convê-nio celebrado nos termos da Lei Complemen-tar nº 24, de 7 de janeiro de 1975, fixarão nor-

mas para regular provisoriamente a matéria.

§ 9º Até que lei complementar disponha so-bre a matéria, as empresas distribuidoras deenergia elétrica, na condição de contribuin-tes ou de substitutos tributários, serão as res-ponsáveis, por ocasião da saída do produto deseus estabelecimentos, ainda que destinado aoutra unidade da Federação, pelo pagamentodo imposto sobre operações relativas à circu-lação de mercadorias incidente sobre energia

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

elétrica, desde a produção ou importação atéa última operação, calculado o imposto sobreo preço então praticado na operação final e

assegurado seu recolhimento ao Estado ou aoDistrito Federal, conforme o local onde devaocorrer essa operação.

§ 10. Enquanto não entrar em vigor a lei pre-vista no art. 159, I, c , cuja promulgação sefará até 31 de dezembro de 1989, é assegura-da a aplicação dos recursos previstos naque-le dispositivo da seguinte maneira:

I - seis décimos por cento na Região Norte,através do Banco da Amazônia S.A.;

II - um inteiro e oito décimos por cento naRegião Nordeste, através do Banco do Nor-deste do Brasil S.A.;III - seis décimos por cento na Região Cen-tro-Oeste, através do Banco do Brasil S.A.

§ 11. Fica criado, nos termos da lei, o Ban-co de Desenvolvimento do Centro-Oeste,para dar cumprimento, na referida região,ao que determinam os arts. 159, I, c , e 192,§ 2º, da Constituição.

§ 12. A urgência prevista no art. 148, II, nãoprejudica a cobrança do empréstimo compul-sório instituído, em benefício das CentraisElétricas Brasileiras S.A. , pela Lei nº 4.156,de 28 de novembro de 1962, com as altera-ções posteriores.

Art. 35. O disposto no art. 165, § 7º, será cum-prido de forma progressiva, no prazo de até

dez anos, distribuindo-se os recursos entreas regiões macroeconômicas em razão pro-porcional à população, a partir da situaçãoverificada no biênio 1986-87.

§ 1º Para aplicação dos critérios de que tra-ta este artigo, excluem-se das despesas to-tais as relativas:

I - aos projetos considerados prioritáriosno plano plurianual;II - à segurança e defesa nacional;

III - à manutenção dos órgãos federais noDistrito Federal;IV - ao Congresso Nacional, ao Tribunal de

Contas da União e ao Poder Judiciário;V - ao serviço da dívida da administra-ção direta e indireta da União, inclusivefundações instituídas e mantidas pelo po-der público federal.

§ 2º Até a entrada em vigor da lei complemen-tar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serãoobedecidas as seguintes normas:

I - o projeto do plano plurianual, para vi-gência até o final do primeiro exercício fi-

nanceiro do mandato presidencial subse-qüente, será encaminhado até quatro mesesantes do encerramento do primeiro exercí-cio financeiro e devolvido para sanção até oencerramento da sessão legislativa;II - o projeto de lei de diretrizes orçamen-tárias será encaminhado até oito meses emeio antes do encerramento do exercíciofinanceiro e devolvido para sanção até oencerramento do primeiro período da ses-são legislativa;III - o projeto de lei orçamentária da Uniãoserá encaminhado até quatro meses antesdo encerramento do exercício financeiro edevolvido para sanção até o encerramentoda sessão legislativa.

Art. 36. Os fundos existentes na data da pro-mulgação da Constituição, excetuados os re-sultantes de isenções fiscais que passem a in-tegrar patrimônio privado e os que interes-

sem à defesa nacional, extinguir-se-ão se nãoforem ratificados pelo Congresso Nacional noprazo de dois anos.

Art. 37. A adaptação ao que estabelece o art.167, III, deverá processar-se no prazo de cincoanos, reduzindo-se o excesso à base de, pelomenos, um quinto por ano.

Art. 38. Até a promulgação da lei complemen-tar referida no art. 169, a União, os Estados,

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

o Distrito Federal e os Municípios não pode-rão despender com pessoal mais do que ses-senta e cinco por cento do valor das respec-

tivas receitas correntes.

Parágrafo único. A União, os Estados, o Dis-trito Federal e os Municípios, quando a res-pectiva despesa de pessoal exceder o limiteprevisto neste artigo, deverão retornar àque-le limite, reduzindo o percentual excedenteà razão de um quinto por ano.

Art. 39. Para efeito do cumprimento das dis-posições constitucionais que impliquem va-

riações de despesas e receitas da União, apósa promulgação da Constituição, o Poder Exe-cutivo deverá elaborar e o Poder Legislativoapreciar projeto de revisão da lei orçamentá-ria referente ao exercício financeiro de 1989.

Parágrafo único. O Congresso Nacional de-verá votar no prazo de doze meses a lei com-plementar prevista no art. 161, II.

Art. 40. É mantida a Zona Franca de Manaus,com suas características de área livre de co-mércio, de exportação e importação, e de in-centivos fiscais, pelo prazo de vinte e cincoanos, a partir da promulgação da Constituição.

Parágrafo único. Somente por lei federal po-dem ser modificados os critérios que disci-plinaram ou venham a disciplinar a aprova-ção dos projetos na Zona Franca de Manaus.

Art. 41. Os Poderes Executivos da União, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municí-pios reavaliarão todos os incentivos fiscaisde natureza setorial ora em vigor, propondoaos Poderes Legislativos respectivos as me-didas cabíveis.

§ 1º Considerar-se-ão revogados após doisanos, a partir da data da promulgação daConstituição, os incentivos que não foremconfirmados por lei.

§ 2º A revogação não prejudicará os direitosque já tiverem sido adquiridos, àquela data,em relação a incentivos concedidos sob con-

dição e com prazo certo.

§ 3º Os incentivos concedidos por convênioentre Estados, celebrados nos termos do art.23, § 6º, da Constituição de 1967, com a reda-ção da Emenda nº 1, de 17 de outubro de 1969,também deverão ser reavaliados e reconfir-mados nos prazos deste artigo.

Art. 42. Durante 25 (vinte e cinco) anos, aUnião aplicará, dos recursos destinados à

irrigação:I - vinte por cento na Região Centro-Oeste;II - cinqüenta por cento na Região Nordes-te, preferencialmente no Semi-Árido.

Art. 43. Na data da promulgação da lei quedisciplinar a pesquisa e a lavra de recursose jazidas minerais, ou no prazo de um ano,a contar da promulgação da Constituição,tornar-se-ão sem efeito as autorizações,concessões e demais títulos atributivos dedireitos minerários, caso os trabalhos depesquisa ou de lavra não hajam sido com-provadamente iniciados nos prazos legaisou estejam inativos.

Art. 44. As atuais empresas brasileiras titu-lares de autorização de pesquisa, concessãode lavra de recursos minerais e de aprovei-tamento dos potenciais de energia hidráu-lica em vigor terão quatro anos, a partir da

promulgação da Constituição, para cumpriros requisitos do art. 176, § 1º.

§ 1º Ressalvadas as disposições de interessenacional previstas no texto constitucional, asempresas brasileiras ficarão dispensadas documprimento do disposto no art. 176, § 1º, des-de que, no prazo de até quatro anos da data dapromulgação da Constituição, tenham o pro-duto de sua lavra e beneficiamento destina-do a industrialização no território nacional,

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

em seus próprios estabelecimentos ou em em-presa industrial controladora ou controlada.

§ 2º Ficarão também dispensadas do cum-primento do disposto no art. 176, § 1º, as em-presas brasileiras titulares de concessão deenergia hidráulica para uso em seu processode industrialização.

§ 3º As empresas brasileiras referidas no § 1ºsomente poderão ter autorizações de pesquisae concessões de lavra ou potenciais de ener-gia hidráulica, desde que a energia e o pro-duto da lavra sejam utilizados nos respecti-

vos processos industriais.

Art. 45. Ficam excluídas do monopólio esta-belecido pelo art. 177, II, da Constituição asrefinarias em funcionamento no País ampa-radas pelo art. 43 e nas condições do art. 45da Lei nº 2.004, de 3 de outubro de 1953.

Parágrafo único. Ficam ressalvados da veda-ção do art. 177, § 1º, os contratos de risco fei-tos com a Petróleo Brasileiro S.A. , para pes-quisa de petróleo, que estejam em vigor nadata da promulgação da Constituição.

Art. 46. São sujeitos à correção monetáriadesde o vencimento, até seu efetivo pagamen-to, sem interrupção ou suspensão, os crédi-tos junto a entidades submetidas aos regimesde intervenção ou liquidação extrajudicial,mesmo quando esses regimes sejam conver-tidos em falência.

Parágrafo único. O disposto neste artigoaplica-se também:

I - às operações realizadas posteriormen-te à decretação dos regimes referidos nocaput deste artigo;II - às operações de empréstimo, finan-ciamento, refinanciamento, assistênciafinanceira de liquidez, cessão ou sub-ro-gação de créditos ou cédulas hipotecárias,efetivação de garantia de depósitos do pú-

blico ou de compra de obrigações passivas,inclusive as realizadas com recursos defundos que tenham essas destinações;

III - aos créditos anteriores à promulgaçãoda Constituição;IV - aos créditos das entidades da admi-nistração pública anteriores à promulga-ção da Constituição, não liquidados até 1ºde janeiro de 1988.

Art. 47. Na liquidação dos débitos, inclusi-ve suas renegociações e composições poste-riores, ainda que ajuizados, decorrentes dequaisquer empréstimos concedidos por ban-

cos e por instituições financeiras, não existi-rá correção monetária desde que o emprésti-mo tenha sido concedido:

I - aos micro e pequenos empresários ouseus estabelecimentos no período de 28 defevereiro de 1986 a 28 de fevereiro de 1987;II - aos mini, pequenos e médios produto-res rurais no período de 28 de fevereiro de1986 a 31 de dezembro de 1987, desde querelativos a crédito rural.

§ 1º Consideram-se, para efeito deste artigo,microempresas as pessoas jurídicas e as fir-mas individuais com receitas anuais de até dezmil obrigações do Tesouro Nacional, e peque-nas empresas as pessoas jurídicas e as firmasindividuais com receita anual de até vinte ecinco mil obrigações do Tesouro Nacional.

§ 2º A classificação de mini, pequeno e mé-dio produtor rural será feita obedecendo-se

às normas de crédito rural vigentes à épocado contrato. § 3º A isenção da correção mone-tária a que se refere este artigo só será con-cedida nos seguintes casos:

I - se a liquidação do débito inicial, acresci-do de juros legais e taxas judiciais, vier a serefetivada no prazo de noventa dias, a contarda data da promulgação da Constituição;II - se a aplicação dos recursos não contra-riar a finalidade do financiamento, caben-do o ônus da prova à instituição credora;

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

III - se não for demonstrado pela insti-tuição credora que o mutuário dispõe demeios para o pagamento de seu débito, ex-

cluído desta demonstração seu estabeleci-mento, a casa de moradia e os instrumen-tos de trabalho e produção;IV - se o financiamento inicial não ultra-passar o limite de cinco mil obrigações doTesouro Nacional;V - se o beneficiário não for proprietáriode mais de cinco módulos rurais.

§ 4º Os benefícios de que trata este artigo nãose estendem aos débitos já quitados e aos de-

vedores que sejam constituintes.

§ 5º No caso de operações com prazos devencimento posteriores à data-limite de li-quidação da dívida, havendo interesse domutuário, os bancos e as instituições finan-ceiras promoverão, por instrumento pró-prio, alteração nas condições contratuaisoriginais de forma a ajustá-las ao presen-te benefício.

§ 6º A concessão do presente benefício porbancos comerciais privados em nenhuma hi-pótese acarretará ônus para o poder público,ainda que através de refinanciamento e re-passe de recursos pelo Banco Central.

§ 7º No caso de repasse a agentes financeirosoficiais ou cooperativas de crédito, o ônus re-cairá sobre a fonte de recursos originária.

Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de centoe vinte dias da promulgação da Constituição,elaborará código de defesa do consumidor.

Art. 49. A lei disporá sobre o instituto da en-fiteuse em imóveis urbanos, sendo facultadaaos foreiros, no caso de sua extinção, a remi-ção dos aforamentos mediante aquisição dodomínio direto, na conformidade do que dis-puserem os respectivos contratos.

§ 1º Quando não existir cláusula contratual,serão adotados os critérios e bases hoje vigen-tes na legislação especial dos imóveis da União.

§ 2º Os direitos dos atuais ocupantes inscri-tos ficam assegurados pela aplicação de ou-tra modalidade de contrato.

§ 3º A enfiteuse continuará sendo aplicadaaos terrenos de marinha e seus acrescidos,situados na faixa de segurança, a partir daorla marítima.

§ 4º Remido o foro, o antigo titular do domí-

nio direto deverá, no prazo de noventa dias,sob pena de responsabilidade, confiar à guar-da do registro de imóveis competente toda adocumentação a ele relativa.

Art. 50. Lei agrícola a ser promulgada no pra-zo de um ano disporá, nos termos da Consti-tuição, sobre os objetivos e instrumentos depolítica agrícola, prioridades, planejamen-to de safras, comercialização, abastecimen-to interno, mercado externo e instituição decrédito fundiário.

Art. 51. Serão revistos pelo Congresso Nacio-nal, através de comissão mista, nos três anosa contar da data da promulgação da Consti-tuição, todas as doações, vendas e conces-sões de terras públicas com área superior atrês mil hectares, realizadas no período de 1ºde janeiro de 1962 a 31 de dezembro de 1987.

§ 1º No tocante às vendas, a revisão será feitacom base exclusivamente no critério de lega-lidade da operação.

§ 2º No caso de concessões e doações, a revi-são obedecerá aos critérios de legalidade e deconveniência do interesse público.

§ 3º Nas hipóteses previstas nos parágrafosanteriores, comprovada a ilegalidade, ou ha-vendo interesse público, as terras reverterão

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

ao patrimônio da União, dos Estados, do Dis-trito Federal ou dos Municípios.

Art. 52. Até que sejam fixadas as condiçõesdo art. 192, são vedados:I - a instalação, no País, de novas agênciasde instituições financeiras domiciliadasno exterior;II - o aumento do percentual de participa-ção, no capital de instituições financeirascom sede no País, de pessoas físicas ou jurí-dicas residentes ou domiciliadas no exterior.

Parágrafo único. A vedação a que se refe-

re este art igo não se aplica às autorizaçõesresultantes de acordos internacionais, dereciprocidade, ou de interesse do Gover-no brasileiro.

Art. 53. Ao ex-combatente que tenha efe-tivamente participado de operações béli-cas durante a Segunda Guerra Mundial,nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setem-bro de 1967, serão assegurados os seguin-tes direitos:

I - aproveitamento no serviço público, sema exigência de concurso, com estabilidade;II - pensão especial correspondente àdeixada por segundo-tenente das For-ças Armadas, que poderá ser requeridaa qualquer tempo, sendo inacumulávelcom quaisquer rendimentos recebidosdos cofres públicos, exceto os benefí-cios previdenciários, ressalvado o di-reito de opção;

III - em caso de morte, pensão à viúva oucompanheira ou dependente, de forma pro-porcional, de valor igual à do inciso anterior;IV - assistência médica, hospitalar e educa-cional gratuita, extensiva aos dependentes;V - aposentadoria com proventos integraisaos vinte e cinco anos de serviço efetivo,em qualquer regime jurídico;VI - prioridade na aquisição da casa pró-pria, para os que não a possuam ou parasuas viúvas ou companheiras.

Parágrafo único. A concessão da pensão es-pecial do inciso II substitui, para todos os efei-tos legais, qualquer outra pensão já concedi-

da ao ex-combatente.

Art. 54. Os seringueiros recrutados nos ter-mos do Decreto-Lei nº 5.813, de 14 de setem-bro de 1943, e amparados pelo Decreto-Lei nº9.882, de 16 de setembro de 1946, receberão,quando carentes, pensão mensal vitalícia novalor de dois salários mínimos.

§ 1º O benefício é estendido aos seringueirosque, atendendo a apelo do Governo brasileiro,

contribuíram para o esforço de guerra, traba-lhando na produção de borracha, na RegiãoAmazônica, durante a Segunda Guerra Mundial.

§ 2º Os benefícios estabelecidos neste artigosão transferíveis aos dependentes reconhe-cidamente carentes.

§ 3º A concessão do benefício far-se-á con-forme lei a ser proposta pelo Poder Executi-vo dentro de cento e cinqüenta dias da pro-mulgação da Constituição.

Art. 55. Até que seja aprovada a lei de diretri-zes orçamentárias, trinta por cento, no míni-mo, do orçamento da seguridade social, ex-cluído o seguro-desemprego, serão destina-dos ao setor de saúde.

Art. 56. Até que a lei disponha sobre o art.195, I, a arrecadação decorrente de, no mí-

nimo, cinco dos seis décimos percentuaiscorrespondentes à alíquota da contribuiçãode que trata o Decreto-Lei nº 1.940, de 25 demaio de 1982, alterada pelo Decreto-Lei nº2.049, de 1º de agosto de 1983, pelo Decretonº 91.236, de 8 de maio de 1985, e pela Lei nº7.611, de 8 de julho de 1987, passa a integrara receita da seguridade social, ressalvados,exclusivamente no exercício de 1988, os com-promissos assumidos com programas e pro- jetos em andamento.

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

Art. 57. Os débitos dos Estados e dos Municí-pios relativos às contribuições previdenciá-rias até 30 de junho de 1988 serão liquidados,

com correção monetária, em cento e vinte par-celas mensais, dispensados os juros e multassobre eles incidentes, desde que os devedo-res requeiram o parcelamento e iniciem seupagamento no prazo de cento e oitenta diasa contar da promulgação da Constituição.

§ 1º O montante a ser pago em cada um dosdois primeiros anos não será inferior a cin-co por cento do total do débito consolidado eatualizado, sendo o restante dividido em par-

celas mensais de igual valor.

§ 2º A liquidação poderá incluir pagamentosna forma de cessão de bens e prestação deserviços, nos termos da Lei nº 7.578, de 23 dedezembro de 1986.

§ 3º Em garantia do cumprimento do parcela-mento, os Estados e os Municípios consignarão,anualmente, nos respectivos orçamentos as do-tações necessárias ao pagamento de seus débitos.

§ 4º Descumprida qualquer das condições es-tabelecidas para concessão do parcelamento,o débito será considerado vencido em sua to-talidade, sobre ele incidindo juros de mora;nesta hipótese, parcela dos recursos corres-pondentes aos fundos de participação, des-tinada aos Estados e Municípios devedores,será bloqueada e repassada à previdência so-cial para pagamento de seus débitos.

Art. 58. Os benefícios de prestação conti-nuada, mantidos pela previdência social nadata da promulgação da Constituição, terãoseus valores revistos, a fim de que seja res-tabelecido o poder aquisitivo, expresso emnúmero de salários mínimos, que tinhamna data de sua concessão, obedecendo-se aesse critério de atualização até a implanta-ção do plano de custeio e benefícios referi-dos no artigo seguinte.

Parágrafo único. As prestações mensais dosbenefícios atualizadas de acordo com este ar-tigo serão devidas e pagas a partir do sétimo

mês a contar da promulgação da Constituição.

Art. 59. Os projetos de lei relativos à organi-zação da seguridade social e aos planos decusteio e de benefício serão apresentados noprazo máximo de seis meses da promulgaçãoda Constituição ao Congresso Nacional, queterá seis meses para apreciá-los.

Parágrafo único. Aprovados pelo CongressoNacional, os planos serão implantados pro-

gressivamente nos dezoito meses seguintes.

Art. 60. Até o 14º (décimo quarto) ano a par-tir da promulgação desta Emenda Constitu-cional, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-nicípios destinarão parte dos recursos a quese refere o caput do art. 212 da ConstituiçãoFederal à manutenção e desenvolvimento daeducação básica e à remuneração condignados trabalhadores da educação, respeitadasas seguintes disposições:

I - a distribuição dos recursos e de res-ponsabilidades entre o Distrito Federal,os Estados e seus Municípios é assegu-rada mediante a criação, no âmbito decada Estado e do Distrito Federal, de umFundo de Manutenção e Desenvolvimentoda Educação Básica e de Valorização dosProfissionais da Educação – FUNDEB, denatureza contábil;II - os Fundos referidos no inciso I do caput

deste artigo serão constituídos por 20%(vinte por cento) dos recursos a que se re-ferem os incisos I, II e III do art. 155; o in-ciso II do caput do art. 157; os incisos II, IIIe IV do caput do art. 158; e as alíneas a e bdo inciso I e o inciso II do caput do art. 159,todos da Constituição Federal, e distribu-ídos entre cada Estado e seus Municípios,proporcionalmente ao número de alunosdas diversas etapas e modalidades da edu-cação básica presencial, matriculados nas

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

respectivas redes, nos respectivos âmbitosde atuação prioritária estabelecidos nos §§2º e 3º do art. 211 da Constituição Federal;

III - observadas as garantias estabelecidasnos incisos I, II, III e IV do caput do art. 208da Constituição Federal e as metas de uni-versalização da educação básica estabele-cidas no Plano Nacional de Educação, a leidisporá sobre:

a) a organização dos Fundos, a distri-buição proporcional de seus recursos, asdiferenças e as ponderações quanto aovalor anual por aluno entre etapas e mo-dalidades da educação básica e tipos de

estabelecimento de ensino;b) a forma de cálculo do valor anual mí-nimo por aluno;c) os percentuais máximos de apropria-ção dos recursos dos Fundos pelas diver-sas etapas e modalidades da educaçãobásica, observados os arts. 208 e 214 daConstituição Federal, bem como as metasdo Plano Nacional de Educação;d) a fiscalização e o controle dos Fundos;e) prazo para fixar, em lei específica, pisosalarial profissional nacional para os pro-fissionais do magistério público da edu-cação básica;

IV - os recursos recebidos à conta dos Fun-dos instituídos nos termos do inciso I docaput deste artigo serão aplicados pelosEstados e Municípios exclusivamente nosrespectivos âmbitos de atuação prioritá-ria, conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º doart. 211 da Constituição Federal;

V - a União complementará os recursosdos Fundos a que se refere o inciso II docaput deste artigo sempre que, no DistritoFederal e em cada Estado, o valor por alunonão alcançar o mínimo definido nacional-mente, fixado em observância ao dispostono inciso VII do caput deste artigo, vedadaa utilização dos recursos a que se refere o §5º do art. 212 da Constituição Federal;VI - até 10% (dez por cento) da comple-mentação da União prevista no inciso V do

caput deste artigo poderá ser distribuídapara os Fundos por meio de programas di-recionados para a melhoria da qualidade

da educação, na forma da lei a que se refereo inciso III do caput deste artigo;VII - a complementação da União de quetrata o inciso V do caput deste artigo seráde, no mínimo:

a) R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais),no primeiro ano de vigência dos Fundos;b) R$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de re-ais), no segundo ano de vigência dos Fundos;c) R$ 4.500.000.000,00 (quatro bilhões equinhentos milhões de reais), no terceiro

ano de vigência dos Fundos;d) 10% (dez por cento) do total dos re-cursos a que se refere o inciso II do caputdeste artigo, a partir do quarto ano de vi-gência dos Fundos;

VIII - a vinculação de recursos à manu-tenção e desenvolvimento do ensino es-tabelecida no art. 212 da Constituição Fe-deral suportará, no máximo, 30% (trintapor cento) da complementação da União,considerando-se para os fins deste incisoos valores previstos no inciso VII do caputdeste artigo;IX - os valores a que se referem as alíneasa, b, e c do inciso VII do caput deste artigoserão atualizados, anualmente, a partir dapromulgação desta Emenda Constitucional,de forma a preservar, em caráter permanen-te, o valor real da complementação da União;X - aplica-se à complementação da Uniãoo disposto no art. 160 da Constituição Fe-

deral;XI - o não-cumprimento do disposto nosincisos V e VII do caput deste artigo im-portará crime de responsabilidade da au-toridade competente;XII - proporção não inferior a 60% (ses-senta por cento) de cada Fundo referidono inciso I do caput deste artigo serádestinada ao pagamento dos profissio-nais do magistério da educação básicaem efetivo exercício.

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal eos Municípios deverão assegurar, no finan-ciamento da educação básica, a melhoria da

qualidade de ensino, de forma a garantir pa-drão mínimo definido nacionalmente.

§ 2º O valor por aluno do ensino fundamen-tal, no Fundo de cada Estado e do Distrito Fe-deral, não poderá ser inferior ao praticado noâmbito do Fundo de Manutenção e Desenvol-vimento do Ensino Fundamental e de Valori-zação do Magistério – FUNDEF, no ano ante-rior à vigência desta Emenda Constitucional.

§ 3º O valor anual mínimo por aluno do en-sino fundamental, no âmbito do Fundo deManutenção e Desenvolvimento da Educa-ção Básica e de Valorização dos Profissionaisda Educação – FUNDEB, não poderá ser infe-rior ao valor mínimo fixado nacionalmenteno ano anterior ao da vigência desta Emen-da Constitucional.

§ 4º Para efeito de distribuição de recursosdos Fundos a que se refere o inciso I do caputdeste artigo, levar-se-á em conta a totalidadedas matrículas no ensino fundamental e con-siderar-se-á para a educação infantil, para oensino médio e para a educação de jovens eadultos 1/3 (um terço) das matrículas no pri-meiro ano, 2/3 (dois terços) no segundo ano esua totalidade a partir do terceiro ano.

§ 5º A porcentagem dos recursos de constitui-ção dos Fundos, conforme o inciso II do caput

deste artigo, será alcançada gradativamentenos primeiros 3 (três) anos de vigência dosFundos, da seguinte forma:

I - no caso dos impostos e transferênciasconstantes do inciso II do caput do art. 155;do inciso IV do caput do art. 158; e das alí-neas a e b do inciso I e do inciso II do caputdo art. 159 da Constituição Federal:

a) 16,66% (dezesseis inteiros e sessentae seis centésimos por cento), no primei-ro ano;

b) 18,33% (dezoito inteiros e trinta e trêscentésimos por cento), no segundo ano;c) 20% (vinte por cento), a partir do ter-

ceiro ano;II - no caso dos impostos e transferênciasconstantes dos incisos I e III do caput doart. 155; do inciso II do caput do art. 157;e dos incisos II e III do caput do art. 158 daConstituição Federal:

a) 6,66% (seis inteiros e sessenta e seiscentésimos por cento), no primeiro ano;b) 13,33% (treze inteiros e trinta e trêscentésimos por cento), no segundo ano;c) 20% (vinte por cento), a partir do ter-

ceiro ano.

§ 6º (Revogado).

§ 7º (Revogado).

Art. 61. As entidades educacionais a que serefere o art. 213, bem como as fundações deensino e pesquisa cuja criação tenha sido au-torizada por lei, que preencham os requisitosdos incisos I e II do referido artigo e que, nosúltimos três anos, tenham recebido recursospúblicos, poderão continuar a recebê-los, sal-vo disposição legal em contrário.

Art. 62. A lei criará o Serviço Nacional deAprendizagem Rural nos moldes da legislaçãorelativa ao Serviço Nacional de AprendizagemIndustrial e ao Serviço Nacional de Aprendi-zagem do Comércio , sem prejuízo das atribui-ções dos órgãos públicos que atuam na área.

Art. 63. É criada uma comissão composta denove membros, sendo três do Poder Legisla-tivo, três do Poder Judiciário e três do PoderExecutivo, para promover as comemoraçõesdo centenário da proclamação da Repúblicae da promulgação da primeira Constituiçãorepublicana do País, podendo, a seu critério,desdobrar-se em tantas subcomissões quan-tas forem necessárias.

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

Parágrafo único. No desenvolvimento desuas atribuições, a comissão promoverá es-tudos, debates e avaliações sobre a evolu-

ção política, social, econômica e culturaldo País, podendo articular-se com os gover-nos estaduais e municipais e com institui-ções públicas e privadas que desejem parti-cipar dos eventos.

Art. 64. A Imprensa Nacional e demais grá-ficas da União, dos Estados, do Distrito Fede-ral e dos Municípios, da administração diretaou indireta, inclusive fundações instituídase mantidas pelo poder público, promoverão

edição popular do texto integral da Consti-tuição, que será posta à disposição das esco-las e dos cartórios, dos sindicatos, dos quar-téis, das igrejas e de outras instituições re-presentativas da comunidade, gratuitamen-te, de modo que cada cidadão brasileiro pos-sa receber do Estado um exemplar da Cons-tituição do Brasil.

Art. 65. O Poder Legislativo regulamentará,no prazo de doze meses, o art. 220, § 4º.

Art. 66. São mantidas as concessões de servi-ços públicos de telecomunicações atualmen-te em vigor, nos termos da lei.

Art. 67. A União concluirá a demarcação dasterras indígenas no prazo de cinco anos a par-tir da promulgação da Constituição.

Art. 68. Aos remanescentes das comunida-

des dos quilombos que estejam ocupandosuas terras é reconhecida a propriedade de-finitiva, devendo o Estado emitir-lhes os tí-tulos respectivos.

Art. 69. Será permitido aos Estados manterConsultorias Jurídicas separadas de suas Pro-curadorias-Gerais ou Advocacias-Gerais, des-de que, na data da promulgação da Consti-tuição, tenham órgãos distintos para as res-pectivas funções.

Art. 70. Fica mantida a atual competência dostribunais estaduais até que a mesma seja de-finida na Constituição do Estado, nos termos

do art. 125, § 1º, da Constituição.

Art. 71. É instituído, nos exercícios financei-ros de 1994 e 1995, bem assim nos períodos de1º de janeiro de 1996 a 30 de junho de 1997 e1º de julho de 1997 a 31 de dezembro de 1999,o Fundo Social de Emergência, com o objeti-vo de saneamento financeiro da Fazenda Pú-blica Federal e de estabilização econômica,cujos recursos serão aplicados prioritaria-mente no custeio das ações dos sistemas de

saúde e educação, incluindo a complementa-ção de recursos de que trata o § 3º do art. 60do Ato das Disposições Constitucionais Tran-sitórias, benefícios previdenciários e auxíliosassistenciais de prestação continuada, inclu-sive liquidação de passivo previdenciário, edespesas orçamentárias associadas a progra-mas de relevante interesse econômico social.

§ 1º Ao Fundo criado por este artigo não seaplica o disposto na parte final do inciso IIdo § 9° do art. 165 da Constituição.

§ 2º O Fundo criado por este artigo passa aser denominado Fundo de Estabilização Fis-cal a partir do início do exercício financei-ro de 1996.

§ 3º O Poder Executivo publicará demonstra-tivo da execução orçamentária, de periodici-dade bimestral, no qual se discriminarão as

fontes e usos do Fundo criado por este artigo.

Art. 72 . Integram o Fundo Social deEmergência:

I - o produto da arrecadação do impostosobre renda e proventos de qualquer natu-reza incidente na fonte sobre pagamentosefetuados, a qualquer título, pela União,inclusive suas autarquias e fundações;II - a parcela do produto da arrecada-ção do imposto sobre renda e proventos

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

de qualquer natureza e do imposto sobreoperações de crédito, câmbio e seguro, ourelativas a títulos e valores mobiliários,

decorrente das alterações produzidas pelaLei nº 8.894, de 21 de junho de 1994, e pelasLeis nºs 8.849 e 8.848, ambas de 28 de janei-ro de 1994, e modificações posteriores;III - a parcela do produto da arrecadaçãoresultante da elevação da alíquota da con-tribuição social sobre o lucro dos contri-buintes a que se refere o § 1º do art. 22 daLei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, a qual,nos exercícios financeiros de 1994 e 1995,bem assim no período de 1º de janeiro de

1996 a 30 de junho de 1997, passa a ser detrinta por cento, sujeita a alteração por leiordinária, mantidas as demais normas daLei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988;IV - vinte por cento do produto da arreca-dação de todos os impostos e contribuiçõesda União, já instituídos ou a serem criados,excetuado o previsto nos incisos I, II e III,observado o disposto nos §§ 3º e 4º;V - a parcela do produto da arrecadaçãoda contribuição de que trata a Lei Comple-mentar nº 7, de 7 de setembro de 1970, de-vida pelas pessoas jurídicas a que se refereo inciso III deste artigo, a qual será calcu-lada, nos exercícios financeiros de 1994 a1995, bem assim nos períodos de 1º de ja-neiro de 1996 a 30 de junho de 1997 e de 1ºde julho de 1997 a 31 de dezembro de 1999,mediante a aplicação da alíquota de seten-ta e cinco centésimos por cento, sujeita aalteração por lei ordinária posterior, sobre

a receita bruta operacional, como defini-da na legislação do imposto sobre renda eproventos de qualquer natureza;VI - outras receitas previstas em lei espe-cífica.

§ 1º As alíquotas e a base de cálculo pre-vistas nos incisos III e V aplicar-se-ão apartir do primeiro dia do mês seguinteaos noventa dias posteriores à promulga-ção desta emenda.

§ 2º As parcelas de que tratam os incisos I, II,III e V serão previamente deduzidas da base decálculo de qualquer vinculação ou participação

constitucional ou legal, não se lhes aplicando odisposto nos arts. 159, 212 e 239 da Constituição.

§ 3º A parcela de que trata o inciso IV serápreviamente deduzida da base de cálculo dasvinculações ou participações constitucionaisprevistas nos arts. 153, § 5º, 157, II, 212 e 239da Constituição.

§ 4º O disposto no parágrafo anterior não seaplica aos recursos previstos nos arts. 158, II,

e 159 da Constituição.

§ 5º A parcela dos recursos provenientes doimposto sobre renda e proventos de qualquernatureza, destinada ao Fundo Social de Emer-gência, nos termos do incisos II deste artigo,não poderá exceder a cinco inteiros e seis dé-cimos por cento do total do produto da suaarrecadação.

Art. 73. Na regulação do Fundo Social deEmergência não poderá ser utilizado ins-trumento previsto no inciso V do art. 59 daConstituição.

Art. 74. A União poderá instituir contribui-ção provisória sobre movimentação ou trans-missão de valores e de créditos e direitos denatureza financeira.

§ 1º A alíquota da contribuição de que trata

este artigo não excederá a vinte e cinco centé-simos por cento, facultado ao Poder Executivoreduzi-la ou restabelecê-la, total ou parcial-mente, nas condições e limites fixados em lei.

§ 2º À contribuição de que trata este artigonão se aplica o disposto nos arts. 153, § 5º, e154, I, da Constituição.

§ 3º O produto da arrecadação da contribui-ção de que trata este artigo será destinado

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

integralmente ao Fundo Nacional de Saúde, parafinanciamento das ações e serviços de saúde.

§ 4º A contribuição de que trata este artigoterá sua exigibilidade subordinada ao dispostono art. 195, § 6º, da Constituição, e não pode-rá ser cobrada por prazo superior a dois anos.

Art. 75. É prorrogada, por trinta e seis me-ses, a cobrança da contribuição provisóriasobre movimentação ou transmissão de va-lores e de créditos e direitos de natureza fi-nanceira de que trata o art. 74, instituída pelaLei nº 9.311, de 24 de outubro de 1996, modi-

ficada pela Lei nº 9.539, de 12 de dezembro de1997, cuja vigência é também prorrogada poridêntico prazo.

§ 1º Observado o disposto no § 6º do art. 195da Constituição Federal, a alíquota da contri-buição será de trinta e oito centésimos porcento, nos primeiros doze meses, e de trintacentésimos, nos meses subseqüentes, faculta-do ao Poder Executivo reduzi-la total ou par-cialmente, nos limites aqui definidos.

§ 2º O resultado do aumento da arrecadação,decorrente da alteração da alíquota, nos exer-cícios financeiros de 1999, 2000 e 2001, serádestinado ao custeio da previdência social.

§ 3º É a União autorizada a emitir títulos dadívida pública interna, cujos recursos serãodestinados ao custeio da saúde e da previdên-cia social, em montante equivalente ao pro-

duto da arrecadação da contribuição, previs-ta e não realizada em 1999.

Art. 76. São desvinculados de órgão, fundoou despesa, até 31 de dezembro de 2015, 20%(vinte por cento) da arrecadação da Uniãode impostos, contribuições sociais e de in-tervenção no domínio econômico, já institu-ídos ou que vierem a ser criados até a referi-da data, seus adicionais e respectivos acrés-cimos legais.

§ 1° O disposto no caput não reduzirá a basede cálculo das transferências a Estados, Dis-trito Federal e Municípios, na forma do § 5º

do art. 153, do inciso I do art. 157, dos incisosI e II do art. 158 e das alíneas a, b e d do inci-so I e do inciso II do art. 159 da ConstituiçãoFederal, nem a base de cálculo das destina-ções a que se refere a alínea c do inciso I doart. 159 da Constituição Federal.

§ 2° Excetua-se da desvinculação de que tra-ta o caput a arrecadação da contribuição so-cial do salário-educação a que se refere o § 5ºdo art. 212 da Constituição Federal.

§ 3° Para efeito do cálculo dos recursos paramanutenção e desenvolvimento do ensinode que trata o art. 212 da Constituição Fede-ral, o percentual referido no caput será nulo.

Art. 77. Até o exercício financeiro de 2004, osrecursos mínimos aplicados nas ações e ser-viços públicos de saúde serão equivalentes:

I - no caso da União:a) no ano 2000, o montante empenhadoem ações e serviços públicos de saúde noexercício financeiro de 1999 acrescido de,no mínimo, cinco por cento;b) do ano 2001 ao ano 2004, o valor apura-do no ano anterior, corrigido pela variaçãonominal do Produto Interno Bruto – PIB;

II - no caso dos Estados e do Distrito Fede-ral, doze por cento do produto da arreca-dação dos impostos a que se refere o art.155 e dos recursos de que tratam os arts.

157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, de-duzidas as parcelas que forem transferidasaos respectivos Municípios; eIII - no caso dos Municípios e do DistritoFederal, quinze por cento do produto daarrecadação dos impostos a que se refereo art. 156 e dos recursos de que tratam osarts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Muni-cípios que apliquem percentuais inferiores

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

aos fixados nos incisos II e III deverão elevá-los gradualmente, até o exercício financei-ro de 2004, reduzida a diferença à razão de,

pelo menos, um quinto por ano, sendo que, apartir de 2000, a aplicação será de pelo me-nos sete por cento.

§ 2º Dos recursos da União apurados nos ter-mos deste artigo, quinze por cento, no míni-mo, serão aplicados nos Municípios, segundoo critério populacional, em ações e serviçosbásicos de saúde, na forma da lei.

§ 3º Os recursos dos Estados, do Distrito Fe-

deral e dos Municípios destinados às ações eserviços públicos de saúde e os transferidospela União para a mesma finalidade serão apli-cados por meio de Fundo de Saúde que seráacompanhado e fiscalizado por Conselho deSaúde, sem prejuízo do disposto no art. 74 daConstituição Federal.

§ 4º Na ausência da lei complementar a quese refere o art. 198, § 3º, a partir do exercíciofinanceiro de 2005, aplicar-se-á à União, aosEstados, ao Distrito Federal e aos Municípioso disposto neste artigo.

Art. 78. Ressalvados os créditos definidosem lei como de pequeno valor, os de natu-reza alimentícia, os de que trata o art. 33deste Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias e suas complementações e osque já tiverem os seus respectivos recur-sos liberados ou depositados em juízo, os

precatórios pendentes na data de promul-gação desta Emenda e os que decorram deações iniciais ajuizadas até 31 de dezembrode 1999 serão liquidados pelo seu valor real,em moeda corrente, acrescido de juros le-gais, em prestações anuais, iguais e suces-sivas, no prazo máximo de dez anos, permi-tida a cessão dos créditos.

§ 1º É permitida a decomposição de parcelas,a critério do credor.

§ 2º As prestações anuais a que se refere ocaput deste artigo terão, se não liquidadasaté o final do exercício a que se referem, po-

der liberatório do pagamento de tributos daentidade devedora.

§ 3º O prazo referido no caput deste artigofica reduzido para dois anos, nos casos deprecatórios judiciais originários de desapro-priação de imóvel residencial do credor, des-de que comprovadamente único à época daimissão na posse.

§ 4º O Presidente do Tribunal competente de-

verá, vencido o prazo ou em caso de omissãono orçamento, ou preterição ao direito de pre-cedência, a requerimento do credor, requisi-tar ou determinar o seqüestro de recursos fi-nanceiros da entidade executada, suficientesà satisfação da prestação.

Art. 79. É instituído, para vigorar até o anode 2010, no âmbito do Poder Executivo Fede-ral, o Fundo de Combate e Erradicação da Po-breza, a ser regulado por lei complementarcom o objetivo de viabilizar a todos os bra-sileiros acesso a níveis dignos de subsistên-cia, cujos recursos serão aplicados em açõessuplementares de nutrição, habitação, edu-cação, saúde, reforço de renda familiar e ou-tros programas de relevante interesse socialvoltados para melhoria da qualidade de vida.(Vide Emenda Constitucional nº 67 de 22 dedezembro de 2010) Parágrafo único. O Fundoprevisto neste artigo terá Conselho Consul-

tivo e de Acompanhamento que conte com aparticipação de representantes da sociedadecivil, nos termos da lei.

Art. 80. Compõem o Fundo de Combate e Er-radicação da Pobreza:

I - a parcela do produto da arrecadaçãocorrespondente a um adicional de oito cen-tésimos por cento, aplicável de 18 de junhode 2000 a 17 de junho de 2002, na alíquotada contribuição social de que trata o art.

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

75 do Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias;II - a parcela do produto da arrecadação

correspondente a um adicional de cincopontos percentuais na alíquota do Impos-to sobre Produtos Industrializados – IPI,ou do imposto que vier a substituí-lo, inci-dente sobre produtos supérfluos e aplicá-vel até a extinção do Fundo;III - o produto da arrecadação do impostode que trata o art. 153, inciso VII, da Cons-tituição;IV - dotações orçamentárias;V - doações, de qualquer natureza, de

pessoas físicas ou jurídicas do País ou doexterior;VI - outras receitas, a serem definidas naregulamentação do referido Fundo.

§ 1º Aos recursos integrantes do Fundo de quetrata este artigo não se aplica o disposto nosarts. 159 e 167, inciso IV, da Constituição, as-sim como qualquer desvinculação de recur-sos orçamentários.

§ 2º A arrecadação decorrente do disposto noinciso I deste artigo, no período compreen-dido entre 18 de junho de 2000 e o início davigência da lei complementar a que se refe-re o art. 79, será integralmente repassada aoFundo, preservado o seu valor real, em títulospúblicos federais, progressivamente resgatá-veis após 18 de junho de 2002, na forma da lei.

Art. 81. É instituído Fundo constituído pelos

recursos recebidos pela União em decorrên-cia da desestatização de sociedades de econo-mia mista ou empresas públicas por ela con-troladas, direta ou indiretamente, quando aoperação envolver a alienação do respectivocontrole acionário a pessoa ou entidade nãointegrante da Administração Pública, ou departicipação societária remanescente após aalienação, cujos rendimentos, gerados a partirde 18 de junho de 2002, reverterão ao Fundode Combate e Erradicação de Pobreza.

§ 1º Caso o montante anual previsto nos ren-dimentos transferidos ao Fundo de Comba-te e Erradicação da Pobreza, na forma deste

artigo, não alcance o valor de quatro bilhõesde reais, far-se-á complementação na formado art. 80, inciso IV, do Ato das DisposiçõesConstitucionais Transitórias.

§ 2º Sem prejuízo do disposto no § 1º, o PoderExecutivo poderá destinar ao Fundo a que serefere êste artigo outras receitas decorren-tes da alienação de bens da União.

§ 3º A constituição do Fundo a que se refere

o caput, a transferência de recursos ao Fun-do de Combate e Erradicação da Pobreza eas demais disposições referentes ao § 1º des-te artigo serão disciplinadas em lei, não seaplicando o disposto no art. 165, § 9º, incisoII, da Constituição.

Art. 82. Os Estados, o Distrito Federal e osMunicípios devem instituir Fundos de Com-bate à Pobreza, com os recursos de que tra-ta este artigo e outros que vierem a destinar,devendo os referidos Fundos ser geridos porentidades que contem com a participação dasociedade civil.

§ 1º Para o financiamento dos Fundos Esta-duais e Distrital, poderá ser criado adicio-nal de até dois pontos percentuais na alíquo-ta do Imposto sobre Circulação de Mercado-rias e Serviços – ICMS, sobre os produtos eserviços supérfluos e nas condições defini-

das na lei complementar de que trata o art.155, § 2º, XII, da Constituição, não se apli-cando, sobre este percentual, o disposto noart. 158, IV, da Constituição.

§ 2º Para o financiamento dos Fundos Munici-pais, poderá ser criado adicional de até meioponto percentual na alíquota do Imposto so-bre Serviços ou do imposto que vier a substi-tuí-lo, sobre serviços supérfluos.

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

Art. 83. Lei federal definirá os produtos eserviços supérfluos a que se referem os arts.80, II, e 82, § 2º.

Art. 84. A contribuição provisória sobre mo-vimentação ou transmissão de valores e decréditos e direitos de natureza financeira,prevista nos arts. 74, 75 e 80, I, deste Ato dasDisposições Constitucionais Transitórias, serácobrada até 31 de dezembro de 2004.

§ 1º Fica prorrogada, até a data referida nocaput deste artigo, a vigência da Lei nº 9.311,de 24 de outubro de 1996, e suas alterações.

§ 2º Do produto da arrecadação da contribui-ção social de que trata este artigo será desti-nada a parcela correspondente à alíquota de:

I - vinte centésimos por cento ao FundoNacional de Saúde, para financiamentodas ações e serviços de saúde;II - dez centésimos por cento ao custeio daprevidência social;III - oito centésimos por cento ao Fundo deCombate e Erradicação da Pobreza, de quetratam os arts. 80 e 81 deste Ato das Dispo-sições Constitucionais Transitórias.

§ 3º A alíquota da contribuição de que trataeste artigo será de: I - trinta e oito centési-mos por cento, nos exercícios financeiros de2002 e 2003; II - (Revogado).

Art. 85. A contribuição a que se refere o art.84 deste Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias não incidirá, a partir do trigési-mo dia da data de publicação desta EmendaConstitucional, nos lançamentos:

I - em contas correntes de depósito espe-cialmente abertas e exclusivamente utili-zadas para operações de:

a) câmaras e prestadoras de serviços decompensação e de liquidação de que tra-ta o parágrafo único do art. 2º da Lei nº10.214, de 27 de março de 2001;b) companhias securitizadoras de que tra-

ta a Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997;c) sociedades anônimas que tenham porobjeto exclusivo a aquisição de crédi-

tos oriundos de operações praticadas nomercado financeiro;II - em contas correntes de depósito, re-

lativos a:a) operações de compra e venda de ações,realizadas em recintos ou sistemas de ne-gociação de bolsas de valores e no merca-do de balcão organizado;b) contratos referenciados em ações ouíndices de ações, em suas diversas moda-lidades, negociados em bolsas de valores,

de mercadorias e de futuros;III - em contas de investidores estrangeiros,relativos a entradas no País e a remessaspara o exterior de recursos financeiros em-pregados, exclusivamente, em operações econtratos referidos no inciso II deste artigo.

§ 1º O Poder Executivo disciplinará o dispostoneste artigo no prazo de trinta dias da datade publicação desta Emenda Constitucional.

§ 2º O disposto no inciso I deste artigo aplica-se somente às operações relacionadas em atodo Poder Executivo, dentre aquelas que cons-tituam o objeto social das referidas entidades.

§ 3º O disposto no inciso II deste artigo apli-ca-se somente a operações e contratos efetu-ados por intermédio de instituições financei-ras, sociedades corretoras de títulos e valoresmobiliários, sociedades distribuidoras de tí-

tulos e valores mobiliários e sociedades cor-retoras de mercadorias.

Art. 86. Serão pagos conforme disposto noart. 100 da Constituição Federal, não se lhesaplicando a regra de parcelamento estabele-cida no caput do art. 78 deste Ato das Dispo-sições Constitucionais Transitórias, os débitosda Fazenda Federal, Estadual, Distrital ou Mu-nicipal oriundos de sentenças transitadas em julgado, que preencham, cumulativamente,

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

as seguintes condições:I - ter sido objeto de emissão de precató-rios judiciários;

II - ter sido definidos como de pequeno valorpela lei de que trata o § 3º do art. 100 da Cons-tituição Federal ou pelo art. 87 deste Ato dasDisposições Constitucionais Transitórias;III - estar, total ou parcialmente, penden-tes de pagamento na data da publicaçãodesta Emenda Constitucional.

§ 1º Os débitos a que se refere o caput desteartigo, ou os respectivos saldos, serão pagosna ordem cronológica de apresentação dos

respectivos precatórios, com precedência so-bre os de maior valor.

§ 2º Os débitos a que se refere o caput desteartigo, se ainda não tiverem sido objeto de pa-gamento parcial, nos termos do art. 78 des-te Ato das Disposições Constitucionais Tran-sitórias, poderão ser pagos em duas parcelasanuais, se assim dispuser a lei.

§ 3º Observada a ordem cronológica de suaapresentação, os débitos de natureza alimen-tícia previstos neste artigo terão precedên-cia para pagamento sobre todos os demais.

Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º doart. 100 da Constituição Federal e o art. 78 des-te Ato das Disposições Constitucionais Tran-sitórias serão considerados de pequeno valor,até que se dê a publicação oficial das respec-tivas leis definidoras pelos entes da Federa-

ção, observado o disposto no § 4º do art. 100da Constituição Federal, os débitos ou obri-gações consignados em precatório judiciário,que tenham valor igual ou inferior a:

I - quarenta salários-mínimos, perante aFazenda dos Estados e do Distrito Federal;II - trinta salários-mínimos, perante a Fa-zenda dos Municípios.

Parágrafo único. Se o valor da execuçãoultrapassar o estabelecido neste artigo, o

pagamento far-se-á, sempre, por meio deprecatório, sendo facultada à parte exeqüen-te a renúncia ao crédito do valor excedente,

para que possa optar pelo pagamento do sal-do sem o precatório, da forma prevista no §3º do art. 100.

Art. 88. Enquanto lei complementar não dis-ciplinar o disposto nos incisos I e III do § 3ºdo art. 156 da Constituição Federal, o impos-to a que se refere o inciso III do caput do mes-mo artigo:

I - terá alíquota mínima de dois por cento,exceto para os serviços a que se referem os

itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexaao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembrode 1968;II - não será objeto de concessão de isen-ções, incentivos e benefícios fiscais, que re-sulte, direta ou indiretamente, na reduçãoda alíquota mínima estabelecida no inciso I.

Art. 89. Os integrantes da carreira policial mi-litar e os servidores municipais do ex-TerritórioFederal de Rondônia que, comprovadamente, seencontravam no exercício regular de suas fun-ções prestando serviço àquele ex-Território nadata em que foi transformado em Estado, bemcomo os servidores e os policiais militares al-cançados pelo disposto no art. 36 da Lei Com-plementar nº 41, de 22 de dezembro de 1981, eaqueles admitidos regularmente nos quadrosdo Estado de Rondônia até a data de posse doprimeiro Governador eleito, em 15 de março de1987, constituirão, mediante opção, quadro em

extinção da administração federal, assegura-dos os direitos e as vantagens a eles inerentes,vedado o pagamento, a qualquer título, de di-ferenças remuneratórias.

§ 1º Os membros da Polícia Militar continua-rão prestando serviços ao Estado de Rondô-nia, na condição de cedidos, submetidos àscorporações da Polícia Militar, observadasas atribuições de função compatíveis com ograu hierárquico.

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

§ 2º Os servidores a que se refere o caput con-tinuarão prestando serviços ao Estado de Ron-dônia na condição de cedidos, até seu aprovei-

tamento em órgão ou entidade da administra-ção federal direta, autárquica ou fundacional.

Art. 90. O prazo previsto no caput do art. 84deste Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias fica prorrogado até 31 de de-zembro de 2007.

§ 1º Fica prorrogada, até a data referida nocaput deste artigo, a vigência da Lei nº 9.311,de 24 de outubro de 1996, e suas alterações.

§ 2º Até a data referida no caput deste arti-go, a alíquota da contribuição de que trata oart. 84 deste Ato das Disposições Constitucio-nais Transitórias será de trinta e oito centé-simos por cento.

Art. 91. A União entregará aos Estados e aoDistrito Federal o montante definido em leicomplementar, de acordo com critérios, pra-zos e condições nela determinados, podendoconsiderar as exportações para o exterior deprodutos primários e semi-elaborados, a re-lação entre as exportações e as importações,os créditos decorrentes de aquisições destina-das ao ativo permanente e a efetiva manuten-ção e aproveitamento do crédito do impostoa que se refere o art. 155, § 2º, X, a.

§ 1º Do montante de recursos que cabe a cadaEstado, setenta e cinco por cento pertencem

ao próprio Estado, e vinte e cinco por cento,aos seus Municípios, distribuídos segundo oscritérios a que se refere o art. 158, parágra-fo único, da Constituição.

§ 2º A entrega de recursos prevista neste arti-go perdurará, conforme definido em lei com-plementar, até que o imposto a que se refe-re o art. 155, II, tenha o produto de sua arre-cadação destinado predominantemente, emproporção não inferior a oitenta por cento,

ao Estado onde ocorrer o consumo das mer-cadorias, bens ou serviços.

§ 3º Enquanto não for editada a lei comple-mentar de que trata o caput, em substituiçãoao sistema de entrega de recursos nele pre-visto, permanecerá vigente o sistema de en-trega de recursos previsto no art. 31 e Anexoda Lei Complementar nº 87, de 13 de setembrode 1996, com a redação dada pela Lei Comple-mentar nº 115, de 26 de dezembro de 2002.

§ 4º Os Estados e o Distrito Federal deverãoapresentar à União, nos termos das instru-

ções baixadas pelo Ministério da Fazenda, asinformações relativas ao imposto de que tra-ta o art. 155, II, declaradas pelos contribuin-tes que realizarem operações ou prestaçõescom destino ao exterior.

Art. 92. São acrescidos dez anos ao prazo fixa-do no art. 40 deste Ato das Disposições Cons-titucionais Transitórias.

Art. 93. A vigência do disposto no art. 159,III, e § 4º, iniciará somente após a edição dalei de que trata o referido inciso III.

Art. 94. Os regimes especiais de tributaçãopara microempresas e empresas de pequenoporte próprios da União, dos Estados, do Dis-trito Federal e dos Municípios cessarão a par-tir da entrada em vigor do regime previstono art. 146, III, d, da Constituição.

Art. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação des-ta Emenda Constitucional, filhos de pai bra-sileiro ou mãe brasileira, poderão ser regis-trados em repartição diplomática ou consu-lar brasileira competente ou em ofício de re-gistro, se vierem a residir na República Fede-rativa do Brasil.

Art. 96. Ficam convalidados os atos de cria-ção, fusão, incorporação e desmembramento

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

de Municípios, cuja lei tenha sido publicadaaté 31 de dezembro de 2006, atendidos os re-quisitos estabelecidos na legislação do res-

pectivo Estado à época de sua criação.

Art. 97. Até que seja editada a lei complemen-tar de que trata o § 15 do art. 100 da Constitui-ção Federal, os Estados, o Distrito Federal e osMunicípios que, na data de publicação destaEmenda Constitucional, estejam em mora naquitação de precatórios vencidos, relativos àssuas administrações direta e indireta, inclu-sive os emitidos durante o período de vigên-cia do regime especial instituído por este ar-

tigo, farão esses pagamentos de acordo com asnormas a seguir estabelecidas, sendo inapli-cável o disposto no art. 100 desta Constitui-ção Federal, exceto em seus §§ 2º, 3º, 9º, 10, 11,12, 13 e 14, e sem prejuízo dos acordos de juí-zos conciliatórios já formalizados na data depromulgação desta Emenda Constitucional.

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Muni-cípios sujeitos ao regime especial de que tra-ta este artigo optarão, por meio de ato do Po-der Executivo:

I - pelo depósito em conta especial do va-lor referido pelo § 2º deste artigo; ouII - pela adoção do regime especial peloprazo de até 15 (quinze) anos, caso em queo percentual a ser depositado na conta es-pecial a que se refere o § 2º deste artigo cor-responderá, anualmente, ao saldo total dosprecatórios devidos, acrescido do índice ofi-cial de remuneração básica da caderneta de

poupança e de juros simples no mesmo per-centual de juros incidentes sobre a caderne-ta de poupança para fins de compensaçãoda mora, excluída a incidência de juros com-pensatórios, diminuído das amortizações edividido pelo número de anos restantes noregime especial de pagamento.

§ 2º Para saldar os precatórios, vencidos e avencer, pelo regime especial, os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios devedoresdepositarão mensalmente, em conta espe-cial criada para tal fim, 1/12 (um doze avos)

do valor calculado percentualmente sobre asrespectivas receitas correntes líquidas, apu-radas no segundo mês anterior ao mês de pa-gamento, sendo que esse percentual, calcula-do no momento de opção pelo regime e man-tido fixo até o final do prazo a que se refereo § 14 deste artigo, será:

I - para os Estados e para o Distrito Federal:a) de, no mínimo, 1,5% (um inteiro e cincodécimos por cento), para os Estados dasregiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste,

além do Distrito Federal, ou cujo estoquede precatórios pendentes das suas admi-nistrações direta e indireta correspondera até 35% (trinta e cinco por cento) do to-tal da receita corrente líquida;b) de, no mínimo, 2% (dois por cento),para os Estados das regiões Sul e Sudes-te, cujo estoque de precatórios pendentesdas suas administrações direta e indiretacorresponder a mais de 35% (trinta e cin-co por cento) da receita corrente líquida;

II - para Municípios:a) de, no mínimo, 1% (um por cento),para Municípios das regiões Norte, Nor-deste e Centro-Oeste, ou cujo estoque deprecatórios pendentes das suas adminis-trações direta e indireta corresponder aaté 35% (trinta e cinco por cento) da re-ceita corrente líquida;b) de, no mínimo, 1,5% (um inteiro e cin-co décimos por cento), para Municípios

das regiões Sul e Sudeste, cujo estoque deprecatórios pendentes das suas adminis-trações direta e indireta corresponder amais de 35 % (trinta e cinco por cento) dareceita corrente líquida.

§ 3º Entende-se como receita corrente lí-quida, para os fins de que trata este ar-tigo, o somatório das receitas tributárias,patrimoniais, industriais, agropecuárias,

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

de contribuições e de serviços, transferên-cias correntes e outras receitas correntes,incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da

Constituição Federal, verificado no perío-do compreendido pelo mês de referência eos 11 (onze) meses anteriores, excluídas asduplicidades, e deduzidas:

I - nos Estados, as parcelas entregues aos Mu-nicípios por determinação constitucional;II - nos Estados, no Distrito Federal e nosMunicípios, a contribuição dos servidorespara custeio do seu sistema de previdênciae assistência social e as receitas provenien-tes da compensação financeira referida no

§ 9º do art. 201 da Constituição Federal.

§ 4º As contas especiais de que tratam os §§1º e 2º serão administradas pelo Tribunal de Justiça local, para pagamento de precatóriosexpedidos pelos tribunais.

§ 5º Os recursos depositados nas contas espe-ciais de que tratam os §§ 1º e 2º deste artigonão poderão retornar para Estados, DistritoFederal e Municípios devedores.

§ 6º Pelo menos 50% (cinquenta por cento)dos recursos de que tratam os §§ 1º e 2º des-te artigo serão utilizados para pagamento deprecatórios em ordem cronológica de apre-sentação, respeitadas as preferências defini-das no § 1º, para os requisitórios do mesmoano e no § 2º do art. 100, para requisitóriosde todos os anos.

§ 7º Nos casos em que não se possa estabele-cer a precedência cronológica entre 2 (dois)precatórios, pagar-se-á primeiramente o pre-catório de menor valor.

§ 8º A aplicação dos recursos restantes depen-derá de opção a ser exercida por Estados, Dis-trito Federal e Municípios devedores, por atodo Poder Executivo, obedecendo à seguinteforma, que poderá ser aplicada isoladamen-te ou simultaneamente:

I - destinados ao pagamento dos precató-rios por meio do leilão;II - destinados a pagamento a vista de pre-

catórios não quitados na forma do § 6° edo inciso I, em ordem única e crescente devalor por precatório;III - destinados a pagamento por acordodireto com os credores, na forma estabele-cida por lei própria da entidade devedora,que poderá prever criação e forma de fun-cionamento de câmara de conciliação.

§ 9º Os leilões de que trata o inciso I do § 8ºdeste artigo:

I - serão realizados por meio de sistemaeletrônico administrado por entidade au-torizada pela Comissão de Valores Mobili-ários ou pelo Banco Central do Brasil;II - admitirão a habilitação de precatórios,ou parcela de cada precatório indicadapelo seu detentor, em relação aos quais nãoesteja pendente, no âmbito do Poder Judi-ciário, recurso ou impugnação de qual-quer natureza, permitida por iniciativa doPoder Executivo a compensação com débi-tos líquidos e certos, inscritos ou não emdívida ativa e constituídos contra devedororiginário pela Fazenda Pública devedoraaté a data da expedição do precatório, res-salvados aqueles cuja exigibilidade estejasuspensa nos termos da legislação, ou que já tenham sido objeto de abatimento nostermos do § 9º do art. 100 da ConstituiçãoFederal;III - ocorrerão por meio de oferta pública a

todos os credores habilitados pelo respec-tivo ente federativo devedor;IV - considerarão automaticamente habi-litado o credor que satisfaça o que constano inciso II;V - serão realizados tantas vezes quantonecessário em função do valor disponível;VI - a competição por parcela do valor to-tal ocorrerá a critério do credor, com desá-gio sobre o valor desta;VII - ocorrerão na modalidade deságio, as-

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ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

sociado ao maior volume ofertado cumuladoou não com o maior percentual de deságio,pelo maior percentual de deságio, podendo

ser fixado valor máximo por credor, ou poroutro critério a ser definido em edital;VIII - o mecanismo de formação de preçoconstará nos editais publicados para cadaleilão;IX - a quitação parcial dos precatóriosserá homologada pelo respectivo Tribunalque o expediu.

§ 10. No caso de não liberação tempestiva dosrecursos de que tratam o inciso II do § 1º e os

§§ 2º e 6º deste artigo:I - haverá o sequestro de quantia nas con-tas de Estados, Distrito Federal e Municí-pios devedores, por ordem do Presidentedo Tribunal referido no § 4º, até o limite dovalor não liberado;II - constituir-se-á, alternativamente, porordem do Presidente do Tribunal requeri-do, em favor dos credores de precatórios,contra Estados, Distrito Federal e Muni-cípios devedores, direito líquido e certo,autoaplicável e independentemente deregulamentação, à compensação automá-tica com débitos líquidos lançados por estacontra aqueles, e, havendo saldo em favordo credor, o valor terá automaticamentepoder liberatório do pagamento de tribu-tos de Estados, Distrito Federal e Municí-pios devedores, até onde se compensarem;III - o chefe do Poder Executivo responderána forma da legislação de responsabilida-

de fiscal e de improbidade administrativa;IV - enquanto perdurar a omissão, a enti-dade devedora:

a) não poderá contrair empréstimo ex-terno ou interno;b) ficará impedida de receber transfe-rências voluntárias;

V - a União reterá os repasses relativosao Fundo de Participação dos Estados edo Distrito Federal e ao Fundo de Partici-pação dos Municípios, e os depositará nas

contas especiais referidas no § 1º, devendosua utilização obedecer ao que prescreve o§ 5º, ambos deste artigo.

§ 11. No caso de precatórios relativos a di-versos credores, em litisconsórcio, admite-se o desmembramento do valor, realizadopelo Tribunal de origem do precatório, porcredor, e, por este, a habilitação do valor to-tal a que tem direito, não se aplicando, nes-te caso, a regra do § 3º do art. 100 da Consti-tuição Federal.

§ 12. Se a lei a que se refere o § 4º do art. 100

não estiver publicada em até 180 (cento e oi-tenta) dias, contados da data de publicaçãodesta Emenda Constitucional, será conside-rado, para os fins referidos, em relação a Es-tados, Distrito Federal e Municípios devedo-res, omissos na regulamentação, o valor de:

I - 40 (quarenta) salários mínimos para Es-tados e para o Distrito Federal;II - 30 (trinta) salários mínimos para Mu-nicípios.

§ 13. Enquanto Estados, Distrito Federal eMunicípios devedores estiverem realizandopagamentos de precatórios pelo regime es-pecial, não poderão sofrer sequestro de va-lores, exceto no caso de não liberação tem-pestiva dos recursos de que tratam o incisoII do § 1º e o § 2º deste artigo.

§ 14. O regime especial de pagamento de pre-catório previsto no inciso I do § 1º vigorará

enquanto o valor dos precatórios devidos forsuperior ao valor dos recursos vinculados, nostermos do § 2º, ambos deste artigo, ou peloprazo fixo de até 15 (quinze) anos, no caso daopção prevista no inciso II do § 1º.

§ 15. Os precatórios parcelados na forma doart. 33 ou do art. 78 deste Ato das DisposiçõesConstitucionais Transitórias e ainda penden-tes de pagamento ingressarão no regime espe-cial com o valor atualizado das parcelas não

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pagas relativas a cada precatório, bem comoo saldo dos acordos judiciais e extrajudiciais.

§ 16. A partir da promulgação desta Emen-da Constitucional, a atualização de valoresde requisitórios, até o efetivo pagamento, in-dependentemente de sua natureza, será feitapelo índice oficial de remuneração básica dacaderneta de poupança, e, para fins de com-pensação da mora, incidirão juros simples nomesmo percentual de juros incidentes sobrea caderneta de poupança, ficando excluída aincidência de juros compensatórios.

§ 17. O valor que exceder o limite previsto no§ 2º do art. 100 da Constituição Federal serápago, durante a vigência do regime especial,na forma prevista nos §§ 6º e 7º ou nos inci-sos I, II e III do § 8° deste artigo, devendo osvalores dispendidos para o atendimento dodisposto no § 2º do art. 100 da ConstituiçãoFederal serem computados para efeito do § 6ºdeste artigo. § 18. Durante a vigência do re-gime especial a que se refere este artigo, go-zarão também da preferência a que se refe-re o § 6º os titulares originais de precatóriosque tenham completado 60 (sessenta) anos deidade até a data da promulgação desta Emen-da Constitucional.

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