Upload
dinhcong
View
223
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Construção da Base de Cálculo da Contribuição
Patronal ao INSS
São Paulo, abril de 2013
Premissas
Objetivo: delimitar o alcance da hipótese de incidência da contribuição social
sobre a folha
Metodologia: lógico-sistemáticaMetodologia: lógico-sistemática
Incidência
Premissa: contribuição social é um tributo.
Importância: sujeição da exação ao regime jurídico tributário, devendo
respeitar todas as limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 150,
CF), em especial para a espécie em estudo:
Princípio da tipicidade cerrada
Princípio da isonomia
Princípio da retributividade
Princípio da capacidade contributiva
Princípio da equidade
Incidência
Constituinte originário Poder tributário
CF Competência tributária
Ciclo de positivação da incidência tributária:
CF Competência tributária
Lei Fato gerador in abstrato
Evento Lançamento
Fato jurídico Fato gerador in concreto
Incidência
Competêcia delegada à União para instituição de contribuições sociais:
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias
profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nasprofissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que
alude o dispositivo.
Incidência – Empregador (CF)
• Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:
• I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da• I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da
lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
• a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo
sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
Incidência – Empregador (Lei)
• Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,
além do disposto no art. 23, é de:
• I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou
creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados ecreditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho
ou sentença normativa.
Art. 22, § 2º, Lei 8.212/1991:
§ 2º Não integram a remuneração as parcelas de que trata o § 9º do art. 28.
Art. 28, § 9º, Lei 8.212/1991:
Incidência – Empregador (Lei)
Art. 28, § 9º, Lei 8.212/1991:
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei,
exclusivamente:
e) as importâncias:
7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos
expressamente desvinculados do salário;
Arquétipo Constitucional
Regra-matriz de incidência constitucional da contribuição patronal:
Antecedente: CM: pagar salário e demais rendimentos do trabalho,
a qualquer título, a segurado empregado
CE: território nacional
CT: momento do pagamento
Consequente:CP: SA: União
SP: empregador, empresa ou equiparada
por lei
CQ: BC: valor pago
Alíquota: variável em função da
retributividade ou capacidade
contributiva
Regra-Matriz de Incidência Legal
Regra-matriz de incidência legal da contribuição patronal, criada de forma geral
e abstrata pelo exercício da competência tributária pela União:
Antecedente: CM: pagar salário e demais rendimentos do trabalho a
segurado, de forma habitual, destinados a retribuir o
trabalho
CE: território nacional
CT: momento do pagamentoCT: momento do pagamento
Consequente: CP: SA: União
SP: empregador, empresa ou equiparada
por lei
CQ: BC: valor pago
Alíquota: variável em função da
retributividade ou capacidade
contributiva
Incidência - Empregador
Consequência:
A União exerceu apenas em parte a competência tributária delegada para
instituição de contribuição social incidente sobre a folha.
Os valores não decorrentes de contra-prestação pelo trabalho, mesmo queOs valores não decorrentes de contra-prestação pelo trabalho, mesmo que
habitualmente pagos ao segurado, estão não apenas fora da base de cálculo
do tipo tributário, como não compõem sua hipótese de incidência.
Os valores pagos a empregados de forma eventual são isentos de
contribuição social.
Incidência - Empregador
Arquétipo Constitucional
Antecedente Conseqüente
Critério material Pagar dinheiro a empregado Critério
quantitativo
Base de cálculo Valor pago
Alíquota 20%
Critério espacial Território nacional
Critério pessoal
Sujeito ativo União
Critério temporal Momento do pagamento Sujeito passivo Empregador
Base de cálculo legal
Critério temporal Momento do pagamento Sujeito passivo Empregador
Antecedente Conseqüente
Critério material
Pagar remuneração a
segurado em contra-
prestação pelo trabalho, de
maneira habitual
Critério
quantitativo
Base de cálculo Remuneração
paga
Alíquota 20%
Critério espacial Território nacional
Critério pessoal
Sujeito ativo União
Critério temporal Momento do pagamentoSujeito passivo Empregador
Incidência - Empregador
Contra-prestação pelo
trabalho habitual
70%
Remuneração
Paga a não segurado
10%
Eventual
10%Sem contra-prestação
10%
CARF
Competência para apreciação da matéria
Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a
inconstitucionalidade de lei tributária.
STJ
1. Conforme iterativa jurisprudência das Cortes Superiores, considera-se ilegítima
a incidência de Contribuição Previdenciária sobre verbas indenizatórias ou que
não se incorporem à remuneração do Trabalhador.
2.O salário-maternidade é um pagamento realizado no período em que a
segurada encontra-se afastada do trabalho para a fruição de licença
maternidade, possuindo clara natureza de benefício, a cargo e ônus da
Previdência Social (arts. 71 e 72 da Lei 8.213⁄91), não se enquadrando, portanto,Previdência Social (arts. 71 e 72 da Lei 8.213⁄91), não se enquadrando, portanto,
no conceito de remuneração de que trata o art. 22 da Lei 8.212⁄91.
3.Afirmar a legitimidade da cobrança da Contribuição Previdenciária sobre o
salário-maternidade seria um estímulo à combatida prática discriminatória, uma
vez que a opção pela contratação de um Trabalhador masculino será
sobremaneira mais barata do que a de uma Trabalhadora mulher. 4.A questão
deve ser vista dentro da singularidade do trabalho feminino e da proteção da
maternidade e do recém nascido; assim, no caso, a relevância do benefício, na
verdade, deve reforçar ainda mais a necessidade de sua exclusão da base de
cálculo da Contribuição Previdenciária, não havendo razoabilidade para a exceção
estabelecida no art. 28, § 9o., a da Lei 8.212⁄91.
STJ
5.O Pretório Excelso, quando do julgamento do AgRg no AI 727.958⁄MG, de relatoria do
eminente Ministro EROS GRAU, DJe 27.02.2009, firmou o entendimento de que o terço
constitucional de férias tem natureza indenizatória. O terço constitucional constitui
verba acessória à remuneração de férias e também não se questiona que a
prestação acessória segue a sorte das respectivas prestações principais. Assim, não se
pode entender que seja ilegítima a cobrança de Contribuição Previdenciária sobre o
terço constitucional, de caráter acessório, e legítima sobre a remuneração de férias,terço constitucional, de caráter acessório, e legítima sobre a remuneração de férias,
prestação principal, pervertendo a regra áurea acima apontada.
6.O preceito normativo não pode transmudar a natureza jurídica de uma verba. Tanto
no salário-maternidade quanto nas férias usufruídas, independentemente do título que
lhes é conferido legalmente, não há efetiva prestação de serviço pelo Trabalhador,
razão pela qual, não há como entender que o pagamento de tais parcelas possuem
caráter retributivo. Consequentemente, também não é devida a
Contribuição Previdenciária sobre férias usufruídas.
STJ
7.Da mesma forma que só se obtém o direito a um benefício previdenciário mediante a
prévia contribuição, a contribuição também só se justifica ante a perspectiva da sua
retribuição futura em forma de benefício (ADI-MC 2.010, Rel. Min. CELSO DE MELLO);
dest'arte, não há de incidir a Contribuição Previdenciária sobre tais verbas. 8.Parecer do
MPF pelo parcial provimento do Recurso para afastar a incidência de Contribuição
Previdenciária sobre o salário-maternidade. 9.Recurso Especial provido para afastar aPrevidenciária sobre o salário-maternidade. 9.Recurso Especial provido para afastar a
incidência de Contribuição Previdenciária sobre o salário-maternidade e as
férias usufruídas.”
(STJ, REsp 1.322.945/DF, 1ª Seção, decisão unânime, publ. 27.02.2013)
STJ
“(...) 2. Esta Corte já consolidou o entendimento de que não é devida a contribuiçãoprevidenciária sobre a remuneração paga pelo empregador ao empregado, durante osprimeiros quinze dias do auxílio-doença, à consideração de que tal verba, por não setratar de contraprestação do trabalho, não tem natureza salarial. (...)”
(STJ, REsp 886954 / RS, Rel. Min. Denise Arruda)
STJ
“(...) 2. O STF tem entendido que o adicional de 1/3 de férias não integra o conceito
de remuneração, não havendo, pois, incidência de contribuição previdenciária.
Precedentes: STF, AI-AgRg nº 603.537/DF, Rel. Min. EROS GRAU, in DJU 30.03.2007;
AGA 2007.01.00.000935-6/AM, Rel. Des. Fed. Maria do Carmo Cardoso, 8ª T., in DJ
18/07/2008; AC 1998.35.00.007225-1/GO, Rel. Conv. Juiz Fed. Mark Yshida
Brandão, 8ª T., in DJ de 20/06/2008; AG 2007.01.00.037564-7/DF, Rel. Conv. Juiz
Fed. Rafael Paulo Soares Pinto, 7ª T., in DJ de 09/11/2007. (...)”Fed. Rafael Paulo Soares Pinto, 7ª T., in DJ de 09/11/2007. (...)”
(TRF1, AGA 200901000037071, 7ª Turma)
“(...) 5. Não incide contribuição previdenciária sobre o terço de férias. Precedentes.(...)”
(STJ, EDcl nos EDcl no REsp 1103731 / SC, 2ª Turma)
Incidência Empregador - Rubricas
Art. 457 da CLT:
• Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os
efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador,
como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. (Redação dada
pela Lei n.º 1.999, de 01-10-53, DOU 07-10-53)
• § 1º - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como
também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para
viagens e abonos pagos pelo empregador. (Redação dada pela Lei n.º
1.999, de 01-10-53, DOU 07-10-53)
• § 2º - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias
para viagem que não excedam de 50% (cinqüenta por cento) do salário
percebido pelo empregado. (Redação dada pela Lei n.º 1.999, de 01-10-53,
DOU 07-10-53)
Remuneração - Conceito
Art. 458 da CLT:
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para
todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras
prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume,prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume,
fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o
pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 229, de 28-02-67, DOU 28-02-67)
Remuneração - Conceito
Incluem-se neste conceito:
• As gorjetas recebidas;
• As comissões, percentagens, adicionais legais, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos
pagos pelo empregador;
• Ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que excedam 50% (cinqüenta por cento) do salário
percebido pelo empregado;
• A alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do
contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado, assim considerado o “benefício” custeado por
pelo menos 1 (um) ano;
• As importâncias auferidas em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos
pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que
seja a sua forma, inclusive os ganhos habituais sob a forma de utilidades, ressalvado o lucro distribuído ao
segurado empresário;
• Os valores totais pagos ou creditados aos sócios, ainda que a título de antecipação de lucro da pessoa
jurídica, quando não houver discriminação entre a remuneração decorrente do trabalho e a proveniente do
capital social ou tratar-se de adiantamento de resultado ainda não apurado por meio de demonstração de
resultado do exercício.
Premissas para não-incidência
• A importância paga não é considerada remuneração, para os efeitos da lei;
• A natureza jurídica da importância paga é diversa do conceito jurídico de
remuneração;
• As importâncias pagas não são devidas por força do contrato de trabalho;• As importâncias pagas não são devidas por força do contrato de trabalho;
• As importâncias pagas não possuam caráter habitual, e sim eventual;
• Inexistência de contraprestação por parte do empregado;
• Pagamento ser feito por mera liberalidade do empregador;
• Se a importância objetivar a recomposição patrimonial do empregado;
• Caso o pagamento seja realizado em virtude de antecipação de direitos
decorrentes da lei, aqui incluídas as sentenças normativas e convenções
Premissas para não-incidência
decorrentes da lei, aqui incluídas as sentenças normativas e convenções
coletivas;
• Ser parcela que visa indenizar o empregado pela supressão de direito
trabalhista.
Exemplos de rubricas fora da HI
PREMIO EXCEPCIONAL I AJUDA DE CUSTO ESPECIAL RJ DIF PREMIO EXCEPCIONAL DIF AJUDA DE CUSTO ESPECIAL RJ PREMIO EXCEPCIONAL AJUDA DE CUSTO MANAUS ABONO EVENTUAL DIF AJUDA DE CUSTO STOC PRÊMIO GESTÃO AJUDA DE CUSTO EXPATRIADOS PREMIO ASSIDUIDADE DIF AJUDA CUSTO EXPATRIADOS BÔNUS DE ADMISSÃO AJUDA DE CUSTO COMISSIONISTA RJ BONUS DE ADMISSAO DIF AJUDA DE CUSTO COMISSIONISTA RJ BONUS DE ADMISSAO DIF AJUDA DE CUSTO COMISSIONISTA RJ PREMIO PRODUTIVIDADE AJUDA DE CUSTO PREMIO PRODUCAO DIF AJUDA CUSTO PREMIO COMISSIONISTA SALARIO DOENCA GARANTIA COMPLEMENTAR DIF SALARIO DOENCA DIF GARANTIA COMPLEMENTAR 13º SALÁRIO RESCISÃO AUXILIO MORADIA - Expatriados - Franceses... DIF 13º SALARIO RESCISAO IND VERBAS DE ESTABILIDADE MEDIA VARIÁVEL 13º RESCISÃO DIF IND VERBAS DE ESTABILIDADE DIF MÉDIA VARIÁVEL 13º RESCISÃO INDENIZAÇÃO GESTANTE DIF 13º SALARIO S/ MEDIA VARIAVEL
Benefício econômico
A revisão da base de cálculo exonerará as rubricas excluídas das seguintes
contribuições:
� 20% referente à contribuição patronal (art. 22, I, Lei nº 8.212/91);
� 1%, 2% ou 3% referente ao SAT (art. 22, II, Lei nº 8.212/91);
� 6%, 9% ou 12% referente ao custeio da aposentadoria especial (art. 57, § 6º, Lei
nº 8.213/91);
� Contribuições para terceiros – alíquotas variáveis dependendo da atividade e
convênios da empresa.
Obrigado!
Thiago Taborda Simões
Guilherme Peloso Araújo
www.simoescaseiro.com.br
Tel: (11) 3101-9525