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CONSTRUÇÕES ECOLÓGICAS E SUSTENTÁVEIS: ANÁLISE COMPARATIVA DE CUSTOS ENTRE PAINÉIS EM BAMBU E BARRO COM ALVENARIA DE BLOCO. Silva, D.N.A.C. ª ;Carvalho, R.ª ; ªUniversidade Federal da [email protected], [email protected] RESUMO Este trabalho compara custos de painéis em bambu e barro com a alvenaria de bloco, analisando a viabilidade econômica do uso de materiais alternativos e ecologicamente sustentáveis. A etapa inicial deste estudo enfoca custos de painéis já existentes com bambu e barro utilizando a taipa, substituindo a madeira por bambu. Nesta etapa buscam-se coeficientes indicadores de material e mão de obra para criação de composição de preços e custo final do painel. Na segunda etapa é feita uma média de preços para a execução do painel e compara-se com a alvenaria de bloco. Estuda-se a viabilidade da construção da taipa em bambu com revestimento em barro para moradias no interior preservando a técnica tradicionalmente usada e propõe a troca da madeira pelo bambu, material que proporciona reflorestamento de matas ciliares, geração de trabalho e renda para a comunidade local. PALAVRAS-CHAVE: Painéis de bambu e barro; coeficientes; composição de preços. INTRODUÇÃO Atualmente tem aumentado o interesse na investigação de novos materiais alternativos para o uso na construção civil, com o objetivo de tornar a sociedade, e as construções nela inserida, mais sustentáveis. Sartori e Pinho[1] dizem que a consciência social da finitude dos recursos naturais é a fonte desse interesse. A atual crise ambiental, para ser superada, exige um novo olhar uma nova trilha, uma diferente direção. Os processos de transformação e de transporte até o local de consumo dos materiais devem ser incluídas nas avaliações de impacto ambiental das diversas alternativas tecnológicas para a construção. O uso de material local, como o barro, dispensa o transporte por longas distâncias e as respectivas emissões de carbono na atmosfera. Assim como o uso de material renovável e seqüestrador de carbono, como o bambu, também contribui na produção de construções ambientalmente mais adequadas. As construções com terra reduzem a demanda de cimento que hoje promove 8% do aquecimento do planeta, assim como minimiza o transporte, 80% do aquecimento da atmosfera se origina do petróleo.Segundo Macul e Prado[2] trabalhando com materiais disponíveis,como a terra e o bambu reduz-se diretamente a compra de produtos e elementos externos, fator proibitivo para a maioria da população carente. Segundo Troles[3] materiais como a terra crua, bambu e fibras vegetais diversas representam uma excelente alternativa aos materiais industrializados. Não são poluentes não exigem grande consumo de energia e o oxigênio em seu processo de preparo é renovável e de baixo custo. Suas técnicas de utilização ganharam os espaços acadêmicos onde se propagam e se aperfeiçoam.

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CONSTRUÇÕES ECOLÓGICAS E SUSTENTÁVEIS: ANÁLISE COMPARATIVA DE CUSTOS ENTRE PAINÉIS EM

BAMBU E BARRO COM ALVENARIA DE BLOCO.

Silva, D.N.A.C.ª ;Carvalho, R.ª ; ªUniversidade Federal da [email protected], [email protected]

RESUMO Este trabalho compara custos de painéis em bambu e barro com a alvenaria de bloco, analisando a viabilidade econômica do uso de materiais alternativos e ecologicamente sustentáveis. A etapa inicial deste estudo enfoca custos de painéis já existentes com bambu e barro utilizando a taipa, substituindo a madeira por bambu. Nesta etapa buscam-se coeficientes indicadores de material e mão de obra para criação de composição de preços e custo final do painel. Na segunda etapa é feita uma média de preços para a execução do painel e compara-se com a alvenaria de bloco. Estuda-se a viabilidade da construção da taipa em bambu com revestimento em barro para moradias no interior preservando a técnica tradicionalmente usada e propõe a troca da madeira pelo bambu, material que proporciona reflorestamento de matas ciliares, geração de trabalho e renda para a comunidade local. PALAVRAS-CHAVE: Painéis de bambu e barro; coeficientes; composição de preços. INTRODUÇÃO

Atualmente tem aumentado o interesse na investigação de novos materiais alternativos para o uso na construção civil, com o objetivo de tornar a sociedade, e as construções nela inserida, mais sustentáveis. Sartori e Pinho[1] dizem que a consciência social da finitude dos recursos naturais é a fonte desse interesse. A atual crise ambiental, para ser superada, exige um novo olhar uma nova trilha, uma diferente direção. Os processos de transformação e de transporte até o local de consumo dos materiais devem ser incluídas nas avaliações de impacto ambiental das diversas alternativas tecnológicas para a construção. O uso de material local, como o barro, dispensa o transporte por longas distâncias e as respectivas emissões de carbono na atmosfera. Assim como o uso de material renovável e seqüestrador de carbono, como o bambu, também contribui na produção de construções ambientalmente mais adequadas. As construções com terra reduzem a demanda de cimento que hoje promove 8% do aquecimento do planeta, assim como minimiza o transporte, 80% do aquecimento da atmosfera se origina do petróleo.Segundo Macul e Prado[2] trabalhando com materiais disponíveis,como a terra e o bambu reduz-se diretamente a compra de produtos e elementos externos, fator proibitivo para a maioria da população carente. Segundo Troles[3] materiais como a terra crua, bambu e fibras vegetais diversas representam uma excelente alternativa aos materiais industrializados. Não são poluentes não exigem grande consumo de energia e o oxigênio em seu processo de preparo é renovável e de baixo custo. Suas técnicas de utilização ganharam os espaços acadêmicos onde se propagam e se aperfeiçoam.

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No interior do Nordeste, construir moradias com taipa, principalmente pau a pique, utilizando a terra como material de construção, faz parte da cultura popular, seja pela facilidade de construir, ou pelos recursos que se encontram no local: terra e madeira. Observa-se que muitas edificações do nosso patrimônio histórico foram executadas até meados do século passado com essas técnicas, algumas perduram até hoje com variadas condições de conservação. A substituição das técnicas tradicionais foi decorrente da oferta de materiais industrializados como os blocos cerâmicos e o cimento. A informação e conhecimento sobre as técnicas de construção com o barro foram sendo abandonados pela construção formal, mas mantidas no domínio popular, transmitidas oralmente. A estagnação do desenvolvimento tecnológico e o aumento do estigma de construções inadequadas aumentam, as restrições às técnicas de construção com terra. Como conseqüência, observa-se que as ações das organizações governamentais são restritivas à construção com terra, por um lado estimula-se as demolições das construções com terra e por outro estimula, organiza ou, financia, apenas as construções com materiais industriais tradicionais. Araújo[4], apresenta estudos que ilustram o uso popular do conhecimento da construção com terra usando a técnica da taipa. Existe uma carência muito grande de moradias no Brasil, cerca de 7,2 milhões de famílias são desabrigadas, uma grande parte dessas famílias encontram-se no interior, além disso, existem milhões de moradias impróprias ou precárias no Nordeste, por falta de programas de financiamento, em regiões onde não existe renda suficiente para o investimento segundo Macul e Prado[2]. Mas a questão socioeconômica não deve ser a única a ser estudada, optar pelos estudos de materiais e técnicas construtivas alternativas e diversificadas pode ser a opção para o déficit habitacional do país, barateando o investimento e sugerindo novas maneiras de construir, como por exemplo, a auto-gestão com repasse de recursos financeiros diretamente da prefeitura ou governo para associações comunitárias com o aporte de assessoria técnica, orçamento participativo ou a construção através de mutirão diz Troles[3] As condições de salubridade são aspectos que devem ser considerados nos estudos de qualquer tipologia construtiva. Embora construção com terra seja correntemente associada à doença de chagas, transmitida pelo barbeiro, Figueiredo e Casbur[5] apresentam trabalho que demonstram a inexistência de relação significativa entre a ocorrência epidemiológica da Doença de Chagas e a tipologia das construções com barro. Segundo Figueiredo e Casbur[5] populações que habitam casas com vedações verticais em alvenarias não rebocadas, também estão sujeitas à ocorrência epidemiológica da Doença de Chagas. Berndsen e Casagrande[6] dizem que exploração irracional das reservas florestais naturais além da busca de matéria prima renovável e ecologicamente correta tem estimulado a pesquisa de alternativas. O uso da madeira nas casas de taipa é extrativista, geralmente o próprio morador constrói sua casa e retira a madeira para compor o painel, provocando desmatamento, principalmente das matas ciliares, promovendo degradação do ambiente e maior evaporação das águas dos rios. O bambu é um material alternativo ao uso da madeira como estruturante dos painéis das vedações de taipa e, também um material de origem vegetal, renovável. Existem várias espécies de bambu que podem ser usados na construção civil, o mais usado e com várias obras com grande projeção é o gadua angustifólia, muito usado na Colômbia, país onde a construção com bambu é totalmente difundida e largamente utilizada. Essa espécie existe no Brasil e já começa a ser difundida, sendo indicada pelos especialistas como uma das melhores espécies para construção, pois não é muito atacada pelos insetos e é muito resistente. Na Bahia e grande parte do Nordeste o Bambusa Vulgaris (bambu comum) é a espécie mais encontrada. A cura é um tratamento de secagem imprescindível, que aumenta a vida útil do bambu em até 25

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anos, além disso, é preciso usar algum tipo de preservativo contra os insetos, já que essa é a espécie mais atacada, por ser a que tem mais amido. Araújo[1] estudou a construção com taipa na região de São Sebastião do Passé na Bahia e pesquisou a ocorrência da taipa com bambu, mas concluiu que não existe a cultura de construir com o bambu, apesar da região ter bastante da gramínea bambusa vulgaris, na pesquisa ele constatou que somente 4,17% em um universo de 24 casas já usou o bambu na taipa, 45,83% conhece quem já usou e 29,17% usaria na sua casa. O objetivo do presente trabalho é elaborar composições de custos de painéis em barro e bambu, para confecção do entrançado, ou estrutura do painel. Esse estudo contribui para viabilizar instrumento de planejamento na construção de protótipo de baixo custo e ambientalmente adequado, sendo o recurso economizado na construção de moradias, usado para bens e equipamentos públicos. Na presente proposta sugere-se a construção do pau a pique com o bambu, incluindo plantações de matas, reflorestando o entorno dos rios. Essa proposta deverá ser inicialmente aplicada em regiões onde já exista o bambu, partindo daí para novas áreas, onde inicialmente será feito o reflorestamento, buscando inclusive espécies de bambu mais resistentes, como o Gadua. Esse reflorestamento pode ser promovido por Órgãos Governamentais, Prefeituras, Ongs e etc, para depois construir moradias populares aproveitando o bambu e a terra. METODOLOGIA Para obtenção dos índices de consumo das composições de preço foram realizadas pesquisas bibliográficas, poucos dados foram encontrados, pois a técnica ainda não é muito utilizada. A primeira referência encontrada foi executada em curso de treinamento para alunos, e outra na construção de casa em ambiente rural, foi construída um protótipo para obtenção do terceiro painel com a intenção de termos uma média de três painéis para analise comparativa com painel em alvenaria convencional. Painel Ibiosfera Em entrevista ao arquiteto Francisco Lima da Arquidomus Arquitetura encontramos essa técnica aplicada, na construção da sede da ong Ibiofera, um galpão em painel de bambu e barro em São Paulo, esse painel foi executado por alunos do curso ministrado pelos arquitetos para ensinar técnicas de construção com o bambu.

FIGURA 1-Painel Ibiosfera – estrutura em bambu e enchimento com barro (taipa) – fonte: site ong Ibiosfera

Na entrevista o arquiteto forneceu alguns dados para chegar a coeficientes para construção do painel. O bambu da espécie bambusa tuldóides foi retirado no terreno da construção sem custo e

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tratado a seco na touceira. O barro foi retirado no entorno da obra. Os painéis foram rebocados com barro cal e areia. Calculo dos coeficientes de consumo de material para o painel - Ibiosfera: Foi considerado para o calculo dos coeficientes somente o bambu usado na estrutura do painel(entramado), sem considerar os montantes da estrutura, o painel tem 4m de comprimento por 2,30 de altura, e que a espessura da parede de barro é de 16 cm, os montantes foram chumbados a cada 40 cm na fundação pré-existente, afastada do solo para proteção do bambu. Para as taliscas as varas de bambu foram cortadas em 2 partes com comprimento de 4 metros e fixadas a cada 20 cm. Foi usado cordão para amarração das taliscas com os montantes de bambu. Para o calculo de coeficiente do bambu foi considerado uma vara de bambu a cada 40 cm no comprimento de 4 metros para os montantes, o que corresponde a 10 varas de 2,30m de altura totalizando 23 metros. As taliscas foram colocadas a cada 20 cm em uma altura de 2,30 metros, tem-se então 15 taliscas com o comprimento de 4 metros o que corresponde a 60 varas de 4 metros ou 240 metros.(240 multiplicado pelos 2 lados dividido por 2 por vara). Tem-se então 23 metros para os montantes que somados a 240 metros para as taliscas dá 263 metros de bambu para um painel de 9,20 m². Se 9,20 m² de área precisa de 263 m de bambu então 1m² gasta 28,59 metros. Para o calculo do coeficiente do barro para enchimento do entramado considerou-se que o painel de 9,20m² foi preenchido com o barro na espessura de 16cm, que corresponde a 1,47m³, então se para o painel de 9,2m² foi usado 1,47m³ de barro, para 1m² usou-se 0,16m³ de barro. Para o calculo do coeficiente do cordão foi calculado 10 amarrações para cada talisca (10 montantes) sendo 30 taliscas nos dois lados, então foram 300 amarrações de 50cm o que dá 150 metros para 9,20m² de painel, para 1m² temos 16,30m de cordão. Para o calculo dos coeficientes de revestimento do painel em bambu e barro considerou-se a espessura do revestimento 1,5cm, painel de 4m de comprimento por 2,30 de altura e traço do consumo 1:1:15, sugerido por Figueiredo e Casbur [5] e considerando a área do painel de 9,2m² multiplicada por 0,015m de espessura do revestimento tem-se 0,14m², considerando os dos dois lados do painel tem-se 0,28m³. Se para 9,2m² foi usado 0,28m³ para o revestimento, então para 1m² foi usado 0,03m³. Se o traço é de 1:1:15 tem-se 15 partes de barro para 1 parte de areia e 1 parte de cal, tem-se então 0,03 dividido por 17 o que dá 0,0018, onde o coeficiente do barro será 0,0018 multiplicado por 15 que é igual a 0,027m³. Para o calculo do coeficiente da areia e da cal tem-se 0,0018 multiplicado por 1. O coeficiente de areia e de cal será 0,0018m³ para 1m² Calculo dos coeficientes de consumo da mão de obra para o painel - Ibiosfera: Segundo entrevista o custo do painel foi de 20 reais o m2. Considerando em torno de 60% do tempo usado para construir o painel com estrutura de bambu e barro inclusive retirada do bambu e preparo do barro e 40% para o revestimento inclusive preparo da massa, estimamos coeficientes de mão de obra, já que o material não teve custo, então em torno de 15,2 reais(76%) foram gastos pela mão de obra para construir o painel e 4,8 reais(24%) para fazer o revestimento. Foi considerando que o painel foi executado por servente. As Leis Sociais foram consideradas de 131,91% para todos os estudos, conforme planilha adotada pelos órgãos executores do Estados atuantes na construção de habitação popular no Estado na Bahia e a hora da mão de obra de acordo com a tabela do Sinduscon – Ba [7] Para o calculo da mão de obra para o painel foi considerado o preço da mão de obra do painel de 15,2 reais, o preço da hora do servente de R$1,80.Considerando-se os encargos sociais e o valor total da mão de obra, chegou-se ao valor

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de 4,58 reais, dividindo 4,58 pela hora do servente tem-se 2,54 horas. Para o calculo da mão de obra para o revestimento foi considerando o preço da mão de obra de 4,80 reais, o preço da hora do servente de r$1,80. Considerando-se o os encargos sociais e o valor total da mão de obra, chegou-se ao valor de 1,45 reais, dividindo 1,45 pela hora do servente tem-se 0,81horas. Chegamos as seguintes composições de preços:

TABELA 1 – PAINEL DE BAMBU BAMBUSA TULDÓIDES E BARRO – IBIOSFERA (m²) Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Bambu m 28,59 Barro m³ 0,16 Cordão m 16,30 0,005 0,08 Servente h 2,54 1,80 4,57

Total de insumos 4,65 Encargos de produção (4,57*2,3191) 10,60 Total 15,25

TABELA 2 - REVESTIMENTO DO PAINEL COM BARRO CAL E AREIA –IBIOSFERA (m²)

Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Barro m³ 0,027 Cal m³ 0,0018 23,90 0,04 Areia m³ 0,0018 33,00 0,06

Servente h 0,81 1,80 1,46 Total de insumos 1,56 Encargos de produção (1,46*2,3191) 3,39 Total 4,95

Painel Bambu a Pique Em entrevista ao construtor Francisco Giannella encontramos essa técnica aplicada, na construção de casa em São Paulo no município de Cunha, com painel de bambu e barro, a técnica usada foi denominada pelo construtor de bambu a pique, esta casa está apresentada no site http://paginas.terra.com.br/arte/bambuapique. FIGURA 2-Painel com estrutura em bambu e barro (taipa) e painel pronto- fonte: Francisco Giannella Na entrevista o construtor forneceu os dados para chegar aos coeficientes. O bambu retirado nas proximidades do terreno da construção custou 75 reais para toda a obra o que corresponde 1,75 reais por metro quadrado, e foi tratado a seco na touceira. O barro foi retirado no entorno da obra. Os painéis foram rebocados com barro cal e areia.

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Calculo dos coeficientes de consumo de material para o painel – Bambu a Pique Foi considerado para o calculo dos coeficientes somente o bambu usado na estrutura do painel(entramado), sem os montantes da estrutura. Foram considerados 2,60 metros de altura e comprimento de 1,54 metros, e espessura da parede de barro de 20 cm. Os montantes de bambu foram chumbados a cada 10 cm na fundação pré-existente, afastada do solo para proteção do bambu. As varas de bambu foram cortadas no meio no comprimento e fixadas a cada 10 cm. Foi usado arame liso galvanizado para amarração das varas horizontais com os montantes de bambu. Para o calculo de coeficiente do bambu foi considerado uma vara de 2,6 metros a cada 10 cm no comprimento de 1,54 metros, o que corresponde a 15,4 varas de 2,60m de altura totalizando 40,04 metros. As varas horizontais de 1,54 metros foram colocadas a cada 10 cm em uma altura de 2,60 metros, tem-se então 26 varas com o comprimento de 1,54 metros o que corresponde a 40,04 varas, como foram divididas ao meio são 20,02 varas. Como essas varas foram colocadas dos dois lados do painel, temos 40,04 metros. Somando-se 40,04 metros para os montantes com os 40,04 metros de varas horizontais temos 80,08 metros de bambu para um painel de 4m². Se 4m² de área precisa de 80,08 m de bambu então para 1m² tem-se 20,02 metros. Para o calculo do coeficiente do barro para enchimento do entramado considerou-se que o painel de 4m² foi preenchido com o barro na espessura de 20cm, que corresponde a 0,80m³, então se para o painel de 4m² foi usado 0,80m³ de barro, para 1m² usou-se 0,20m³ de barro. Para o calculo do coeficiente do arame foi calculado 14,3 amarrações para cada vara horizontal nos dois lados, e 28 amarrações na horizontal, então foram 400,04 amarrações de 50cm o que dá 200 metros para 4m² de painel, para 1m² temos 50m de arame o que corresponde a 0,001 kg. Para o calculo dos coeficientes de revestimento do painel em bambu e barro considerou-se a espessura do revestimento 2cm, painel de 2,8m de comprimento por 1,43 metros de altura e traço do consumo fornecido pelo construtor de 1:6:4 (1 de cal 6 de areia e 4 de terra) considerando a área do painel de 4m² multiplicada por 0,02m de espessura do revestimento tem-se 0,80m², considerando os dos dois lados do painel tem-se 1,60m³. Se para 4m² foi usado 1,60m³ para o revestimento então para 1m² foi usado 0,4m³. Se o traço é de 1:6:4 tem-se 1 parte de cal para 6 de areia e 4 de terra, tem-se então 0,04 dividido por 11, 0 que dá 0,004, onde o coeficiente do barro será 0,004 multiplicado por 4 que é igual a 0,016m³. Para o calculo do coeficiente da areia tem-se 0,004 multiplicado por 6 que dá 0,024 m³ e da cal tem-se 0,004 multiplicado por 1 então o coeficiente de areia é de 0,004m³. Calculo dos coeficientes de consumo da mão de obra para o painel – Bambu a Pique O painel foi feito em 8 horas por 1 servente, foi considerada na apropriação a retirada do bambu a escavação e mistura da terra com água para preparação do barro e preenchimento do painel. O revestimento do painel foi feito em 2,13 horas por 1 servente, foram considerados a escavação, mistura da areia, cal, água e barro e revestimento do painel. As Leis Sociais foram consideradas de 131,91% conforme planilha adotada pelos órgãos executores do Estados atuantes na construção de habitação popular no Estado na Bahia. O preço da hora da mão de obra foi adotado de acordo com a tabela do Sinduscon-Ba [7]. O painel tem 1,43metros de comprimento por 2,80 metros de altura. Para o calculo da mão de obra para o painel de bambu e barro tem-se que a área de 4m² foi construída em 8 horas, então em 1m² gastou-se 2horas. O coeficiente do servente será de 2 horas. Para o calculo da mão de obra para o revestimento de bambu e barro tem-se que o revestimento foi feito em 2,13 horas para cada lado do painel, com área de 4m² considerando os dois lados

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temos 8m², então em 1m² gastou-se 4,26 horas dividido por 8m² o que dá 0,53 horas. O coeficiente de servente será de 0,53 horas. Chegamos as seguintes composições :

TABELA 3 – PAINEL DE BAMBU E BARRO – BAMBU A PIQUE (m²) Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Bambu m 20,02 0,0874 1,75 Barro m³ 0,20 Arame kg 0,001 5,80 0,0058 Servente h 2,00 1,80 3,60

Total de insumos 5,36 Encargos de produção (3,60*2,3191) 8,35 Total 13,71

TABELA 4 - REVESTIMENTO PAINEL COM BARRO CAL E AREIA - BAMBU A PIQUE (m ²)

Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Barro m³ 0,016 Cal m³ 0,004 23,90 0,10 Areia m³ 0,0024 33,00 0,08 Servente h 0,53 1,80 0,95

Total de insumos 1,13 Encargos de produção (0,95*2,3191) 2,20 Total 3,33

Painel – Protótipo Buscando chegar a outros índices para o estudo de coeficientes de composições foi construído protótipo. Foi feito painel com bambu retirado no local, da espécie bambusa vulgaris, o bambu não foi tratado, pois o objetivo era apropiar o coeficiente para execução do painel. Foi usada a terra do entorno. O primeiro passo foi afastar da terra o painel procurando isolar o bambu do chão. A amarração foi feita com arame galvanizado. A areia foi retirada do rio nas proximidades.

FIGURA 3-Painel Protótipo–estrutura em bambu e enchimento com barro Calculo dos coeficientes de consumo de material para painel em bambu e barro - Protótipo: O painel tem comprimento de 3,5m de por 1,80 de altura, a espessura das paredes de barro são de 20 cm, os montantes de bambu tem espaçamento de 50 cm, as taliscas de bambu, cortadas transversalmente em 4 partes, tem espaçamento de 20 cm. Foi usado arame liso para amarração das taliscas. A areia foi retirada sem custo do rio nas proximidades. Para o calculo do coeficiente do bambu, foi considerado uma vara de bambu a cada 50 cm em uma extensão de 3,5 metros que é igual a 12,60 metros. Para calculo das taliscas foi considerado uma talisca a cada 20 cm para o painel com uma altura de 1,80 metros colocada nos dois lados,

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tem-se 15,74 metros. Tem-se então 12,60 metros para os montantes somados a 15,74 metros para as taliscas. Tem-se então 28,34 metros de bambu para um painel de 6,30m². Se 6,30m² de área precisa de 28,34m de bambu então 1m² gasta 4,50 metros. Para o calculo da parede de barro tem-se o painel de 6,30m² na espessura de 20cm, que corresponde à 1,26m³, então se para o painel de 6,30m² foi usado 1,26m³ de barro, para 1m² usou-se 0,20m³. Para o calculo do arame foi calculado sete amarrações para cada talisca, como o painel tem 18 taliscas, então foram 126 amarrações de 50cm o que corresponde a 63 metros para 6,30m², para 1m² temos 10m de arame que corresponde a 0,01 kg. Para o calculo dos coeficientes do revestimento do painel tem-se espessura do revestimento 2cm, painel de 3,50m de comprimento por 1,80 de altura e traço do consumo 1:1:15 sugerido por Figueiredo e Casbur [5]. Para o calculo do coeficiente do barro considera-se 0,02 multiplicado pela área de 6,3m² multiplicado pelos dois lados do painel, tem-se 0,26m³. Se para 6,30m² foi usado 0,26m³ de revestimento então para 1m² foi usado 0,04m³. Se o traço é de 1:1:15 tem-se 15 partes de barro para 1 parte de areia e 1 parte de cal, tem-se então 0,04 dividido por 17, 0 que dá 0,0023, onde o coeficiente do barro será 0,0023 multiplicado por 15 que é igual a 0,0356m². Para o calculo do coeficiente da areia e da cal tem-se 0,0023 multiplicado por 1. O coeficiente de areia e de cal será 0,0023m³. Calculo dos coeficientes de consumo da mão de obra para o painel em bambu e barro – Protótipo: O painel foi feito em 12 horas por 1 servente, foi considerada na apropriação a escavação e mistura da terra com água e preenchimento do painel. O revestimento do painel foi feito nos dois lados em 8 horas por 1 servente, foram considerados a escavação, mistura da areia, cal, água e barro e revestimento do painel, a areia foi transportada do rio em 1 hora. As Leis Sociais foram consideradas de 131,91%. O preço da hora da mão de obra foi adotado de acordo com a tabela do Sinduscon-Ba [7]. O painel tem 3,50m de comprimento por 1,80 de altura. Para o calculo da mão de obra para o painel tem-se que a área de 6,30m² foi construída em 12 horas, então em 1m² gastou-se 1,90 horas. O coeficiente do servente será de 1,90 horas. Para o calculo da mão de obra para o revestimento tem-se que o revestimento foi feito em 4 horas para cada lado do painel, com área de 6,30m² considerando os dois lados temos 12,6m², então em 1m² gastou-se 8 horas dividido por 12,6m² o que dá 0,64 horas. A areia foi transportada do rio em 1 hora para 12,6 m² então para 1m² gastou-se 1 hora dividido por 12,60, o que dá 0,08 horas, somando-se os dois coeficientes temos que o coeficiente de servente será de 0,72 horas. Chegamos as seguintes composições :

TABELA 5 - PAINEL DE BAMBU BAMBUSA VULGARIS E BARRO- PROTÓTIPO (m²) Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Bambu m 4,50 Barro m³ 0,20 Arame kg 0,01 5,80 0,058 Servente h 1,90 1,80 3,42

Total de insumos 3,48 Encargos de produção (3,42*2,3191) 7,93 Total 11,41

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TABELA 6 - REVESTIMENTO DO PAINEL COM BARRO CAL E AREIA – PROTÓTIPO (m²) Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Barro m³ 0,036 Areia lavada m³ 0,0023 Cal kg 0,0023 23,90 0,06 Servente h 0,72 1,80 1,30

Total de insumos 1,36 Encargos de produção (1,30*2,3191) 3,02 Total 4,38

Para efeito comparativo foram estudados as composições de alvenaria revestida da PINI [8 ] TABELA 7 – ALVENARIA DE BLOCOS CERÂMICOS ARGAMASSA MISTA C/CAL HID.1:2:8 E=9CM (m²)

Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Areia lavada m3 0,00985 33,00 0,33 Cal hidrat kg 1,4742 0,43 0,63 Cimento kg 1,4742 0,35 0,52 Bloco (9x19x39cm) un 13,00 0,55 7,15 Pedreiro h 0,66 3,18 2,10 Servente h 0,74 1,80 1,33

Total de insumos 12,05 Encargos de produção 131,91% 7,95 Total 20,00

TABELA 8 – CHAPISCO PAREDES INTERNAS E EXTERNAS COM ARGAMASSA 1:3 E=5MM(m²)

Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Areia lavada M³ 0,00608 33,00 0,20 Cimento KG 2,43 0,35 0,85 Pedreiro H 0,10 3,18 0,32 Servente H 0,15 1,80 0,27

Total de insumos 1,64 Encargos de produção 131,91% 1,37 Total 3,01

TABELA 9 – EMBOÇO/MASSA ÚNICA PARA PAREDE EXTERNA COM ARGAMASSA (m²) Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Areia Lavada m³ 0,0304 33,00 1,00 Cal Hidratada kg 6,075 0,43 2,61 Cimento kg 6,075 0,35 2,13 Pedreiro h 0,82 3,18 2,61 Servente h 0,66 1,80 1,19 Total de insumos 10,03Encargos de produção 131,91% 8,80 Total 18,83

TABELA 10 - RESUMO

PAINEIS REVESTIDOS PAINEL REVESTIMENTO TOTAL Painel em bambu e barro - Ibiosfera 15,25 4,95 20,20Painel Bambu a Pique 13,71 3,33 17,04Painel em bambu e barro -Protótipo 11,41 4,38 15,79Painel em alvenaria chapisco e massa única 20,00 21,84 41,84

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ANÁLISE Conforme apresentado, os painéis em bambu e barro revestidos são mais baratos mesmo que contratada a mão de obra formal e pagos os encargos devidos. No caso da construção do painel em regime de mutirão ou adjutório, o painel só terá o custo do material, pois os Encargos Sociais e a mão de obra não serão pagas. Segue analise das composições dos painéis só com material.

TABELA 11 -PAINEL BAMBU BAMBUSA TULDÓIDES E BARRO–IBIOSFERA-MATERIAL(m2) Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Bambu m 28,59 Barro m³ 0,16 Cordão m 16,30 0,005 0,08

Total de insumos 0,08

TABELA 12 - REVESTIMENTO PAINEL COM BARRO CAL E AREIA–IBIOSFERA-MATERIAL(m2) Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Barro m³ 0,027 Cal m³ 0,0018 23,90 0,04 Areia m³ 0,0018 33,00 0,06

Total de insumos 0,10

TABELA 13 – PAINEL DE BAMBU E BARRO – BAMBU A PIQUE -MATERIAL(m2) Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Bambu m 20,02 0,0874 1,75 Barro m³ 0,20 Arame kg 0,001 5,80 0,0058

Total de insumos 1,76 TABELA 14 - REVESTIMENTO PAINEL COM BARRO CAL E AREIA - BAMBU A PIQUE-MATERIAL(m2)

Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Barro m³ 0,016 Cal m³ 0,004 23,90 0,10 Areia lavada m³ 0,0024 32,00 0,08

Total de insumos 0,18

TABELA 15 - PAINEL BAMBU BAMBUSA VULGARIS E BARRO- PROTÓTIPO-MATERIAL(m2) Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Bambu m 4,50 Barro m³ 0,20 Arame kg 0,01 5,80 0,058

Total de insumos 0,058

GRÁFICO COMPARATIVO

-82

12223242

Painel embambu ebarro -

Ibiosfera

PainelBambu a

Pique

Painel embambu ebarro -

Protótipo

Painel emalvenaria

chapisco emassa

PAINÉISR

EAIS

PainelRevestimentoTotal

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TABELA 16 - REVESTIMENTO PAINEL COM BARRO CAL E AREIA– PROTÓTIPO-MATERIAL(m2) Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Barro m³ 0,036 Areia lavada m³ 0,0023 Cal kg 0,0023 23,90 0,06 Servente h 1,43

Total de insumos 0,06 TABELA 17 - ALV.DE BL.CERÂMICOS 9X19X39CM ARG.MISTA CAL HID.1:2:8 E=9CM-MATERIAL(m²)

Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Areia m3 0,00985 33,00 0,33 Cal hidrat kg 1,4742 0,43 0,63 Cimento kg 1,4742 0,35 0,52 Bloco 9x19x39 un 13,00 0,55 7,15

Total de insumos 8,63 TABELA 18 - CHAPISCO PAREDES INTERNAS E EXTERNAS COM ARGAMASSA 1:3 E=5MM-MAT.(m²)

Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Areia Lavada m3 0,00608 33,00 0,20 Cimento kg 2,43 0,35 0,85

Total de insumos 1,05

TABELA 19 - EMBOÇO/MASSA ÚNICA PARA PAREDE EXTERNA COM ARGAMASSA-MAT. (m²) Descrição Und Coeficiente Preço Unitário Preço Total Areia Lavada m³ 0,0304 33,00 1,00 Caulim m³ 6,075 0,43 2,61 Cimento kg 6,075 0,35 2,13

Total de insumos 5,74

TABELA 20 - RESUMO DE QUADRO COMPARATIVO DE MATERIAL PAINEIS - MATERIAL Painel Revestimento Painéis revestidos BAMBU E BARRO - IBIOSFERA 0,08 0,10 0,18BAMBU E BARRO - BAMBU A PIQUE 1,76 0,18 1,94 BAMBU E BARRO -PROTÓTIPO 0,058 0,06 0,12ALVENARIA CHAPISCO E MASSA ÚNICA 8,63 6,79 15,42

GRÁFICO COMPARATIVO

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5

PAINÉIS

REA

IS

Painel

Revestimento

Painéisrevestidos

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CONCLUSÃO Concluímos que é viável economicamente o uso do painel com bambu e barro desde que devidamente rebocado, a diferença de valores é maior no caso da retirada da mão de obra, sendo seu maior potencial nos regimes de mutirão. Existem poucos dados para estudo ficando aqui a sugestão de outras pesquisas com apropriações para um maior embasamento dos coeficientes encontrados. Sugerimos a construção por órgãos governamentais de projeto piloto para captação de recursos e convencimento da população do uso do bambu e da terra como alternativa para construção de moradias no campo e no entorno das cidades, inclusive com assessoria técnica e elaboração de cartilhas ensinando a técnica de construção. AGRADECIMENTOS Ao Arquiteto Francisco Lima da Arquidomus Arquitetura, pelo fornecimento de dados para estudo do painel executado em parceria com a ong Ibiosfera Ao construtor Francisco, autor da casa de campo de bambu a pique pelo fornecimento de dados e diário de obra de casa construída com essa técnica, site www.bambuapique.com.br Prof.Rubens Cardoso, pelas informações sobre Sistema Construtivo Pré-Moldado, utilizando bambu em Habitações de Interesse Social. Virgilio Senna da ong Bambuzal Bahia, pelo incentivo e informações. Prof. Geraldo Araújo, pela inspiração para o trabalho realizado e fornecimento de dados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1– Sartori, E.M.; Pinho, J.L.G. O Bambu como material de construção em um programa de inclusão social e geração de trabalho, renda e negócios. In: Conferência Brasileira sobre Materiais e Tecnologias não-convencionais na Construção Ecológica e Sustentável. 12 p. BRASIL NOCMAT 2006, Salvador. 1 CD ROM 2- Macul, M.; Prado, S. Construções sustentáveis com terra crua, resíduos plásticos, orgânicos, minerais e fibras vegetais. In: Conferência Brasileira sobre Materiais e Tecnologias não-convencionais na Construção Ecológica e Sustentável. 11 p. BRASIL NOCMAT 2006, Salvador. 1 CD ROM 3- Trolles,R.ArquiteturaEcológica.Disponívelem: http://br.groups.yahoo.com/group/bambu-brasil/message/1210>. Acesso em 11/06/2007 4– Araujo,G.B. Recomendações para melhoria tecnológica e ambiental da técnica mista em habitação de interesse social: Um estudo de caso no bairro de Alegre em São Sebastião do Passé 5- Figueiredo, D.A. de S.; Casbur, M.T.F. Projeto piloto construção de casa de terra crua. In: Conferência Brasileira sobre Materiais e Tecnologias não-convencionais na Construção Ecológica e Sustentável. 11 p. BRASIL NOCMAT 2006, Salvador. 1 CD ROM 6– Berndsen,R.S; Casagrande Jr, E. F. Desenvolvimento de ferramenta manual e maquinário para beneficiamento do bambu em projetos de geração de renda e inclusão social no Paraná. In: Conferência Brasileira sobre Materiais e Tecnologias não-convencionais na Construção Ecológica e Sustentável. 11 p. BRASIL NOCMAT 2006, Salvador. 1 CD ROM 7- SINDUSCON - Sindicato de Industria da Construção do Estado da Bahia 8- PINI – Tabela de custos analítica – TCPO 12 – preços base maio 2007-Salvador-Ba