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Especial Jornada de Lutas Categoria rejeita redução salarial e força governo a rever proposta Mobilizações nos estados e Marcha a Brasília organizada pela FENASPS arrancam mudanças na proposta do governo Lula para os trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência (à exceção do INSS). Trabalhadores rejeitam discriminação aos aposentados Páginas centrais O governo Lula supera FHC nos ata- ques às conquistas dos servidores públicos. A recente proposta de novas tabelas para os trabalhadores da carreira da Seguridade So- cial (Saúde, Trabalho e Previdência – exceto INSS), que passaria a se chamar Carreira da Previdência, da Saúde e do Trabalho (CPST) é mais uma demonstração disso. As tabelas aceitas por CUT/CNTSS/ CONDSEF, pelas costas da categoria, am- pliavam a desigualdade entre ativos e apo- sentados e concediam “reajuste” por aumento da gratificação por produtividade (vinculada à avaliação de desempenho). A proposta era tão nefasta que, neste ano, os aposentados perderiam R$32,27 em relação ao acordo firmado em 2005 para o pagamento dos 47,11%. O governo Lula, em parceria com a CUT, a CNTSS e a CONDSEF, tenta aumentar o superávit fiscal às custas dos servidores. E a FENASPS foi excluída da discussão pois só assim poderiam fazer um “acordo” contra os trabalhadores sem resistência. Mas a farsa não durou. Tão logo a ne- gociata se tornou pública, a FENASPS e sindicatos estaduais organizaram manifesta- ções em todo o país, culminando na Marcha a Brasília no dia 26 de março. As mobilizações forçaram o governo Lula a mudar a proposta, aumentando a pontuação a pagar aos aposen- tados (40 pontos em 2008 e 50, em 2009). Essa primeira vitória é muito impor- tante porque os aposentados da Saúde, Tra- balho e Previdência (à exceção do INSS) receberão mais pontos que outros setores do funcionalismo federal, que seguem ganhando 30 pontos. Isso abre brechas para que os trabalhadores do INSS e diversas categorias cobrem equiparação. A mobilização mostrou que era possível arrancar um acordo melhor. E desmascarou a CUT/CNTSS/CONDSEF neste pro- cesso, que assinaram o “acordo” sem discutir com a categoria ou questionar o governo. A FENASPS se orgulha de ter pro- movido a mobilização que forçou o governo a mudar a proposta, e continua a luta pelas reivindicações da categoria - acompanhando o envio ao Congresso Nacional do projeto de lei ou medida provisória para regulamentar a reestruturação salarial. Nossa Federação se recusa a virar num escritório do Planalto. Como sempre, será a organização e mo- bilização da categoria que garantirá nossos direitos e novas conquistas. Editorial Enfrentar os ataques do governo Lula A mobilização mostrou que era possível arrancar um acordo melhor e desmascarou a CUT/ CNTSS/CONDSEF CONSTRUINDO UM NOVO INSTRUMENTO DE LUTA DA CLASSE TRABALHADORA 9 DE MAIO - Encontros dos trabalhadores da Funasa e de Aposentados, no DF; - Reunião da diretodia da FENASPS, em Brasília; 10 DE MAIO - Reunião nacional dos trabalhadores da Anvisa, no DF, das 8 às 10 horas; - Plenária nacional da FENASPS; 13 e 14 DE MAIO - Eleições para os conselhos da Geap (vote nos candidatos da Fenasps); 14 DE MAIO - Atividades da Frente Parlamentar em Defesa da Previdência e pelo fim do fator previdenciário. Governo quebra mais um acordo, desconsidera técnicos e quer impor redução salarial com produtividade. Páginas. 6 e 7 Candidatos da categoria disputam vagas nos conselhos Consultivo e Deliberativo para ampliar poder de pressão. Página 2 Epidemia de dengue expõe descaso dos governos com a saúde. Pág. 3 Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social Jornal da MOBILIZAÇÃO MOSTRA FORÇA DA CATEGORIA: Servidores da Seguridade Social em Brasília, durante a Marcha promovida pela Fenasps no dia 26 de março. INSS Eleições Geap Calendário de lutas

Construindo Jornal da um novo instrumento de luta da ... · Isso abre brechas para que os trabalhadores do INSS e diversas categorias ... dia 10 de maio acontece em Brasília a Reunião

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Especial Jornada de Lutas

Categoria rejeita redução salarial e força governo a rever proposta

Mobilizações nos estados e Marcha a Brasília organizada pela FENASPS arrancam mudanças na proposta do governo Lula para os trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência (à exceção do

INSS). Trabalhadores rejeitam discriminação aos aposentados Páginas centrais

O governo Lula supera FHC nos ata-ques às conquistas dos servidores públicos. A recente proposta de novas tabelas para os trabalhadores da carreira da Seguridade So-cial (Saúde, Trabalho e Previdência – exceto INSS), que passaria a se chamar Carreira da Previdência, da Saúde e do Trabalho (CPST) é mais uma demonstração disso.

As tabelas aceitas por CUT/CNTSS/ CONDSEF, pelas costas da categoria, am-pliavam a desigualdade entre ativos e apo-sentados e concediam “reajuste” por aumento da gratificação por produtividade (vinculada à avaliação de desempenho).

A proposta era tão nefasta que, neste ano, os aposentados perderiam R$32,27 em relação ao acordo firmado em 2005 para o pagamento dos 47,11%.

O governo Lula, em parceria com a CUT, a CNTSS e a CONDSEF, tenta aumentar o superávit fiscal às custas dos servidores. E a FENASPS foi excluída da discussão pois só assim poderiam fazer um “acordo” contra os trabalhadores sem resistência.

Mas a farsa não durou. Tão logo a ne-gociata se tornou pública, a FENASPS e sindicatos estaduais organizaram manifesta-ções em todo o país, culminando na Marcha a Brasília no dia 26 de março. As mobilizações forçaram o governo Lula a mudar a proposta, aumentando a pontuação a pagar aos aposen-tados (40 pontos em 2008 e 50, em 2009).

Essa primeira vitória é muito impor-tante porque os aposentados da Saúde, Tra-balho e Previdência (à exceção do INSS) receberão mais pontos que outros setores do funcionalismo federal, que seguem ganhando 30 pontos. Isso abre brechas para que os trabalhadores do INSS e diversas categorias cobrem equiparação.

A mobilização mostrou que era possível arrancar um acordo melhor. E desmascarou a CUT/CNTSS/CONDSEF neste pro-cesso, que assinaram o “acordo” sem discutir com a categoria ou questionar o governo.

A FENASPS se orgulha de ter pro-movido a mobilização que forçou o governo a mudar a proposta, e continua a luta pelas reivindicações da categoria - acompanhando o envio ao Congresso Nacional do projeto de lei ou medida provisória para regulamentar a reestruturação salarial. Nossa Federação se recusa a virar num escritório do Planalto.

Como sempre, será a organização e mo-bilização da categoria que garantirá nossos direitos e novas conquistas.

Editorial

Enfrentar os ataques do governo Lula

A mobilização mostrou que era possível arrancar

um acordo melhor e desmascarou a CUT/

CNTSS/CONDSEF

Construindo

um novo

instrumento

de luta

da Classe

trabalhadora

9 DE MAIO- Encontros dos trabalhadores da Funasa e de Aposentados, no DF;- Reunião da diretodia da FENASPS, em Brasília;

10 DE MAIO- Reunião nacional dos trabalhadores da Anvisa, no DF, das 8 às 10 horas;- Plenária nacional da FENASPS;

13 e 14 DE MAIO- Eleições para os conselhos da Geap (vote nos candidatos da Fenasps);

14 DE MAIO- Atividades da Frente Parlamentar em Defesa da Previdência e pelo fim do fator previdenciário.

Governo quebra mais um acordo, desconsidera técnicos e quer impor redução salarial com

produtividade. Páginas. 6 e 7

Candidatos da categoria disputam vagas nos conselhos Consultivo e Deliberativo para ampliar poder

de pressão. Página 2

Epidemia de dengue expõe descaso dos governos com a saúde. Pág. 3

Federação nacional de sindicatos de trabalhadores em saúde, trabalho e Previdência social

Jornal da

MOBILIZAÇÃO MOSTRA FORÇA DA CATEGORIA: Servidores da Seguridade Social em Brasília, durante a Marcha promovida pela Fenasps no dia 26 de março.

INSS Eleições Geap

Calendário de lutas

Nos próximos dias 13 e 14 de maio acontecem as eleições para os conselhos Consultivo (Consult) e Deliberativo (Condel) da Geap. Neste processo eleitoral a direção da FENASPS chama toda a categoria a votar e ajudar a eleger os candidatos escolhidos na plenária nacional da Federação para representar os trabalhadores.

A participação dos representantes da categoria no Consult e no Condel alavancou avanços importantes como a manutenção de todas as patrocinadoras através de ação judicial da Fenasps, a permanência dos pais de servidores dependentes financeiros no plano por meio de liminar até junho pelo menos (numa derrota ainda que temporária da portaria 1983/2006 do Ministério do Planejamento) e o pagamento da per capta pelas patrocinadoras.

Ainda há muito para avançar, mas para garantir essas conquistas é fundamental garantir a permanência e ampliação de um corpo de representantes que não abram mão da defesa dos interesses dos assistidos pela Geap. E os candidatos apoiados pela FENASPS têm este compromisso.

Eleger a Chapa 2 para os conselhos da GEAPOrganização Sindical

- Formação de comissões de represen-tantes dos assistidos nas cidades-pólo no interior dos estados para melhorar a comunicação com a administração da Geap;

- Busca negociação de rede de ser-viços nas regiões onde ainda não há atendimento, principalmente nas re-giões Norte e Nordeste e interior dos estados;

- Consultas à categoria antes de qual-quer decisão, principalmente sobre os rumos da Geap;

- Uma atuação transparente e com-promissada apenas com os trabalha-dores associados aos planos;

- Lutar para que não seja desmontada

a concepção de patrocínio solidário que deu base à constituição da Geap;

- Buscar em negociação com o go-verno a melhoria dos per captas pa-gos pelas patrocinadoras, objetivando composição da reserva técnica em cumprimento às exigências da ANS (Agência Nacional de Saúde);

- Não segregação dos negócios da Geap, conforme deliberação dos fó-runs da categoria;

- Exigir do governo a manutenção definitiva dos pais dependentes finan-ceiros na Geap, com per capta pago pelas patrocinadoras;

- Melhorar e ampliar os procedimen-tos de odontologia, entre outros.

Principais propostas dos candidatos da FENASPS

O futuro da GEAP depende do seu voto!

Candidatos apoiados pela diretoria da FENASPS foram escolhidos em plenária nacional da categoria e têm histórico de uma atuação em defesa dos trabalhadores, sem vacilação

ANVISA

Durante a plenária nacional da FE-NASPS, no dia 30/3, os servidores repudiaram os governos federal, esta-duais e municipais pelo descaso que levou à volta da epidemia de dengue.

A falta de investimentos na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sa-nitária) e a precariedade de estrutura física e de recursos humanos aumenta o risco de propagação de doenças. Em alguns postos de serviço não há mais o plantão 24 horas; salas de vacina-ção foram fechadas; e a emissão do certificado internacional de vacinação foi terceirizada, evidenciando o des-monte do sistema nacional de vigilân-cia sanitária. A essa situação soma-se o descumprimento de acordos com a categoria por parte do governo (reali-

zação de concurso público, incorpo-ração das gratificações e mehoria das condições de trabalho, etc).

A direção da FENASPS se reuniu com o coordenador de relações sindi-cais do Ministério do Planejamento (MPOG), Idel Profeta, no dia 15 de abril, e voltou a cobrar as reivindi-cações do segmento. A diretoria da Federação também se reunirá com a Coordenação Geral de Seguridade Social do MPOG para discutir o des-conto indevido da participação de pais de servidores nos planos da Geap.

ENCONTRO NACIONAL - No dia 10 de maio acontece em Brasília a Reunião Setorial dos Fiscais da An-visa, que discutirá a mobilização para cobrar o avanço das negociações.

Descaso do governo fragiliza fiscalização em todo o país

REDISTRIBUÍDOS

Após inúmeras reuniões, em Bra-sília e nos estados, o Ministério da Previdência públicou portaria garan-tindo o retorno aos INSS dos servi-dores redistribuídos à Receita Federal do Brasil que assinaram termo pela permanência na carreira do Instituto.

Até julho deste ano todos os servi-dores deverão estar de volta ao INSS.

As diretorias da FENASPS e dos sindicatos filiados seguem acompanhan­do o cumprimento da portaria. Os ser-vidores que tiverem problemas devem procurar o sindicato no seu estado.

A assinatura do termo de opção

garantiu que os trabalhadores não perdessem direitos, pois até agora o governo não dá nenhum sinal de que vá regulamentar a carreira da Fazenda (mais uma vez desmentindo as enti-dades governistas).

Em relação aos trabalhadores lo-tados na Procuradoria, a direção da FENASPS segue discutindo com o governo que os direitos desses fun-cionários sejam respeitados e comba-tendo a política da RFB de repassar a servidores do INSS funções que são de responsabilidade dos auditores fe-derais.

Fenasps e sindicatos garantem retorno de servidores ao INSS

DRT

Até agora, diferentemente do que anunciaram as entidades governistas, não houve nenhuma movimentação do governo Lula para garantir o plano

de carreiras dos servidores. Por isso, a FENASPS chama todos a se somarem às mobilizações da jornada de lutas que agora se inicia.

Lutar pela carreira

FUNASA

Na audiência com a Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejameto (15/4), dirigentes da FE-NASPS cobraram que a futura grati-ficação de atividades em combate de endemias (GACEN) seja extensiva a todos os trabalhadores envolvidos nas ações de controle endêmico (laborato-ristas, motoristas, agente de saneamen-to básico, etc). Mas o governo apenas

acenou com um “termo de opção” para os trabalhadores não contemplados.

Sobre o pagamento da GACEN em caso de licença médica, o governo in-formou que a lei 8.112/90 (RJU) será respeitada, diferentemente do que havia sido divulgado anteriormente.

A FENASPS apresentou preocupa-ção de que o indexador da GACEN seja desvinculado das diárias.

Fenasps questiona regulamentação da GACEN

Foi aprovado no Senado, dia 9 de abril, o projeto de lei 296/03 - de auto-ria do senador Paulo Paim (PT-RS) -, que sugere o fim do chamado “fator previden-ciário”. O projeto tem que ser votado na Câmara dos Deputados.

Instituído na ‘reforma’ previdenciária de FHC (1998), o fator previdenciário é uma fórmula que reduz as aposentadorias do regime geral de previdência (RGPS) em até 40% (exceto as especiais ou por invalidez). A camada mais pobre da população em idade avançada é a mais atacada.

Servidores também perdem com ataques do governo

O funcionalismo público também é atacado de forma parecida, com perdas de até 35% dos ganhos da ativa quando se aposentam e o aumento da idade mí-nima para aposentadoria impostos pelo

governo Lula.A FENASPS se

soma à mobilização para que os deputa-dos mantenham o fim do fator previ-denciário contra a re-tirada de direitos que vem sendo promovi-da ao longo dos anos pelos gerentes do Pa-lácio do Planalto.

Além disso, é fundamental a pressão dos trabalhado-res ativos e aposentados para que o pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva não vete o texto e o sancione como lei.

A FENASPS defende não só o fim do fator previdenciário, mas a revoga-ção das ‘reformas’ previdenciárias de FHC e Lula - que retiram direitos e ata-cam a Seguridade Social.

Dirigentes da FENASPS se reuni-ram com o senador Paulo Paim para expressar apoio ao seu projeto, e tam-bém participaram de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado que lançou, no dia 7 de maio, uma Frente Parlamentar em Defesa da Previdência e pela derrubada do fator previdenciário. No próximo dia 14 de maio acontecem novas atividades da Frente Parlamentar.

DENúNCIA

A dengue, a Funasa e o SUS

Eleger a Chapa 2 para os conselhos da GEAPEm Defesa dos Direitos

Lutar pelo fim do fator previdenciárioTrabalhadores devem exigir dos deputados que não alterem o projeto aprovado no Senado e que o governo sacione a proposta

Governo desrespeita aposentadosPrevidência Social

Depois de tentar aumentar a dis-paridade salarial entre servidores da ativa e aposentados e dos inúmeros ataques à Seguridade Social (Previ-dência, Assistência Social e Saúde) que vêm sendo desferidos nos últimos anos, o governo Lula agora debocha abertamente dos aposentados.

Primeiro, seu representante no Ministério do Planejamento, Nelson Freitas (diretor de Relações de Tra-balho), achincalhou servidores que dedicaram anos das suas vidas ao

funcionamento da saúde pública, afirmando em audiência que “apo-sentado não tem força” e que, por isso, o governo imporia o acordo rebaixado aceito pela CUT/CNTSS/CONDSEF.

Agora, no último dia 7 de abril, o Ministério da Previdência divulga matéria comemorando a economia que a ‘reforma’ da Previdência do governo Lula (realizada em 2003) garantiu aos cofres da União - di-nheiro que será desviado para o pa-

gamento de juros a banqueiros por meio do superávit primário.

Sob o título “União economiza R$ 2,2 bilhões com previdência do servidor” (a íntegra pode ser lida em http://www.brasil.gov.br/noticias/ul-timas_noticias/mps_0704/), o Pla-nalto alardeia que “a reforma na previdência dos servidores públicos, feita pela Emenda Constitucional nº 41, de 2003, resultou em econo-mia de R$ 2,2 bilhões aos cofres da União em 2007. Isso porque mais de 48 mil funcionários, com idade para se aposentar, decidiram conti-nuar trabalhando”.

Ainda segundo o governo, “outro resultado da reforma foi a queda na necessidade de financiamento para pagamento de benefícios de servi-dores, da União e dos estados, de 2,72% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2,08%, entre 2002 e 2006”.

Sem nenhuma cerimônia, o se-cretário de Políticas de Previdência Social do MPS, Helmut Schwarzer, relata também que “outra conseqü-ência” da contra-reforma previdenci-ária do governo Lula foi o aumento

na idade média em que os servido-res se aposentam. Esse aumento, de 54 para 58 anos no caso das mu-lheres e de 57 para 61 anos no caso dos homens, aconteceu entre 2002 e 2006.

A matéria esclarece qualquer dúvida que ainda pudesse pairar a essa altura do campeonato sobre os verdadeiros objetivos do governo Lula com a ‘reforma’ previdenciária de 2003: encher os cofres da União de dinheiro para garantir a alegria dos banqueiros; forçar os trabalha-dores a continuarem na ativa mesmo que sem condições físicas para tal; e garantir que o mínimo possível de pessoas se aposentem. Essas são as mesmas metas que o Planalto pre-tende atingir com a terceira etapa da mudança da legislação previdenciá-ria para o setor privado.

Mais uma vez os traba-lhadores estão chamados a se mobilizar contra estes ataques. Defender a Pre-vidência Pública e a Segu-ridade Social é uma tarefa de todos.

A atual epidemia de dengue - que teve início no Rio de Janeiro já chegou ao Ceará e Rio Grande do Norte e sobre a qual já há alerta do próprio Ministério da Saúde para mais 12 estados (AM, BA, RO, PA, TO, AL, CE, PB, MA, PE, SE e ES) - é mais uma evidência dos resultados da gestão neoliberal da saúde.

O projeto de privatização e desmonte do Estado, iniciado pelo governo Collor na década de 90 e aprofundado até hoje, na gestão Lula, ficou marcado pelo esvazia-mento dos quadros de Agentes de Combate a Endemias da Funasa.

Quando o desastre se tornou evidente os governos federal, esta-

dual e municipais ten-tam culpar a popula-ção pela epidemia.

Ao governo Lula in-teressa esconder que nos últimos cinco anos o papel da Funasa foi reduzido à intermedia-ção de mão-de-obra para os municípios com fiscalização qua-se inexistente. Para os

governos estaduais e prefeituras, a epidemia serve de justificativa para o aprofundamento da privatização da saúde.

Mas todo esse teatro do absurdo é resultado do sucateamento Sistema Único de Saúde (SUS) e da total fal-ta de compromisso do Estado com a saúde publica gratuita, universal e de qualidade.

Por isso, é tarefa da catego-ria denunciar a toda a população quem são os verdadeiros responsá-veis pela atual situação e construir - juntamente com os usuários - uma grande luta em defesa da saúde pública e da Funasa.

www.arionauro.com.

Aposentados na Marcha a Brasília, dia 26/03

Servidores na reunião com o senador Paulo Paim

A plenária da FENASPS realizada no dia 30 de março rejeitou a proposta de “acordo” assinada entre o governo, a CUT, a CNTSS a Condsef. Os tra-balhadores repudiaram ainda a forma truculenta como o governo conduziu as “negociações”, excluindo a entidade re-presentativa da categoria dos debates - a Fenasps - por saber que seus dirigentes não desrespeitariam as deliberações da categoria e não negociariam a implan-tantação de gratificações produtivistas, com aprofundamento da discrepância salarial entre servidores ativos e apo-sentados. O governo não apostou na ca-pacidade de luta e organização da cate-goria para garantir suas reivindicações:

concursos públicos, PCCS, regu-lamentação da jornada de 30 horas para todos, isonomia entre ativos e aposentados.

Vitória da mobilização

Dias antes da plenária, com a vitoriosa Marcha a Brasília (26 de março), os trabalhadores da Seguridade Social impuseram ao governo um primeiro e importante recuo em sua política de ataques. Após denúncias da FENASPS e a realização de atos em todo o país, o Planalto alterou pela segunda vez as tabelas propostas (a pri-meira mudança ocorreu porque a direção da FENASPS ao receber a minuta do “acordo” fechado com a CUT/CNTSS/CONDSEF verifi-cou que havia erros primários de

cálculo), mantendo o critério atual de pagamento da pontuação das gratifica-ções de avaliação para ativos e aposen-tados - reduzindo a diferença entre eles - e acabando com a perda de cerca de 32 reais que seria imposta aos aposen-tados.

A direção da Fenasps segue atuando no Congresso Nacional para garantir o respeito às reivindicações da categoria. Também têm sido realizadas atividades de corpo-a-corpo no Senado Federal para que os parlamentares votem a fa-vor do projeto de lei 85/2007, do sena-dor Paulo Paim (PT/RS), que assegura a paridade entre ativos e aposentados.

De acordo com o próprio governo, a implementação das tabelas terá um im-pacto de R$ 4 bilhões ­ o que seria sufi-

ciente para implantar o Plano de Carrei-ra proposto pela FENASPS. É por isso que a categoria vai à luta.

Porque o acordão CUT/CNTSS/CONDSEF/Governo Lula é uma traiçãoCONGELAMENTO SALARIAL – a cláusula 9 do acordo compromete aquelas entidades a não rei-vindicar qualquer outra mudança que implique em impacto financeiro. Ou seja, até o final do manda-to do presidente Lula os trabalhadores ficarão com os salários congelados. A CUT/CNTSS/CONDSEF aceitaram essa imposição mesmo reconhecendo que “a proposta não abarca todas às bandeiras de lutas históricas da entidades... em especial a questão dos aposentados e pensionistas.” (cláusula 10). A mobili-zação da categoria, impulsionada pela FENASPS, já transformou isso em letra-morta, obrigando o gover-no a alterar as tabelas em mais 10 pontos para os aposentados em 2008 e outros 10 pontos em 2009.

REDUÇÃO SALARIAL - o acordo estabelece uma “nova estrutura remuneratória composta de vencimento básico e gratificação de desempenho” (cláusula 1), fazendo com que o vencimento básico seja desproporcional em relação à gratificação de desempenho. Com isso, aumenta a pressão das che-

fias sobre os trabalhadores, pois são elas que farão as avaliações

TRABALHO ATÉ A MORTE – o fato das gratificações por avaliação de desempenho representarem uma par-cela dos salários importante em relação ao vencimento base obrigará os trabalhadores a adiar a aposentado-ria. Sendo que, hoje, mais de 45% da categoria tem mais de 51 anos e desde o início dos anos 80 não há concursos públicos – ou seja, a maioria dos trabalha-dores está prestes a se aposentar e a nova estrutura salarial vai prejudicá-los.

INCORPORAÇÃO FAJUTA – o governo e a CUT/CNTSS/CONDSEF anunciam que estão atendendo a reivindicação histórica da categoria ao incorporar a VPI, a GAE e a GESST. Mas a verdade é que ao invés de incorporação está ocorrendo a absorção dessas parcelas pelo vencimento básico (VPI e GAE), enquanto a GESST comporá a Gratificação de Ava-liação de Desempenho.

Para que ocorresse a incorporação de forma correta e justa para os trabalhadores seria necessário que o governo estabelecesse um piso salarial que liquidas-se com a complementação do salario minimo para depois incorporar a VPI e a GAE. Quanto à GESS, o governo ataca diretamente uma conquista da cate-goria transformando uma parcela fixa dos nossos sa-lários em uma parte variável que não será recebida integralmente na aposentadoria. O correto também seria incorporar a GESS ao VB (vencimento básico) bem como as diversas vantagens pessoais sobre as quais hoje não incide reajuste algum e que tendem a desaparecer, como por exemplo os valores que ultra-passam os 47,11% do PCCS recebido por colegas de vários estados como PE, RN, CE, etc.

SALÁRIO EM COMISSÃO - além disso, o gover-no foi “esperto” ao criar a Gratificação de Avaliação de Desempenho juntando a GESST (R$ 206,00 fixos para ativos e aposentados) com a GDASST (60 pontos para os ativos e 30 pontos para os aposentados). Com

isso ele transforma uma parcela fixa em variável tra-zendo prejuízos para a categoria. É como se esses R$ 206,00 hoje equivalessem a 100 pontos, então o valor do ponto equivaleria a R$ 2,06. Como o governo só pagará até 80 pontos, os ativos receberiam R$ 164,80 no lugar dos R$ 206,00. Os aposentados passam a ganhar apenas R$ 61,80 no lugar dos 206,00.

GRATIFICAÇÕES VARIÁVEIS AO SABOR DO GOVERNO – a Gratificação de Avaliação de De-sempenho não é salário e é imposta como instru-mento de ajuste do ritmo de trabalho, do tempo de aposentadoria e do volume da própria folha de pagamento. Por isso, ela até cresce em 2010 mas desaba em 2011, diminuindo R$ 254,40 para os ativos e R$ 95,40 para aposentados e pensionistas (como evidenciado na tabela abaixo). Está é uma demonstração nítida de como o governo pensa essa Gratificação como um ataque ao trabalhador.

ENGANAÇÃO – o parágrafo 1º da cláusula 1 do

“acordo” prevê o pagamento da Gratificação de Ava-liação de Desempenho limitado a 80 pontos para os servidores ativos, embora as tabelas divulgadas pelo governo apresentem o valor correspondente a 100 pontos, induzindo os trabalhadores a erro já que não há possibilidade do conjunto dos ativos receberem a pontuação integral da gratificação Além disso, os 80 pontos da gratificação só serão pagos se os trabalha-

dores cumprirem as metas de avaliação institucional estabelecidas pelo governo. E os 20 pontos restantes se referem à avaliação individual que será feita pe-las chefias, ainda sem parâmetros definidos, mas que com certeza aumentarão a opressão sobre os traba-lhadores. Mesmo assim, a CUT/CNTSS/CONDSEF já se comprometeram a colaborar com o governo na criação desses critérios para avaliação de produtivi-dade (parágrafo 3º da cláusula 1), mais uma vez con-tra as resoluções da categoria.

PERDA PARA OS APOSENTADOS - em 2005 a FENASPS conduziu a greve que garantiu a incorpo-ração dos 47,11% (PCCS da Saúde) ao vencimento básico em 12 parcelas, pagas em março e dezem-bro de 2006 a 2011. O governo impôs naquele momento, depois de mais de cem dias de greve, uma diferença de R$ 90,60 entre o que é pago para ativos e aposentados. Pelo acordo da CUT/CNTSS/CONDSEF a disparidade entre ativos e aposentados será de R$ 294,90 em 2011.

Entenda o caso

Seguridade Social: Saúde, Trabalho e Previdência (MPS)

Trabalhadores vão à luta em todo o país para manter direitosA Luta continua com a categoria mobilizada em atividades nos Estados e no Congresso Nacional para barrar os ataques do acordo governista

5 de março – vaza a informação de que o Governo, CUT, CNTSS e ONDSEF estão acordando uma proposta de novas tabelas para os trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência (Ministério da Previdência Social, à exceção do INSS);

7 de março – plantão da diretoria executiva nacional da FENASPS vai ao RH do MPOG para exigir explicações e a muito custo é recebido pelo Sr. Idel Profeta, Ana Lúcia e Nelson Freitas que marcam audiência para o dia 13 de março;

11 de março – circulam extra-oficialmente nos informativos da CUT/CNTSS/CONDSEF as tabelas acordadas com o governo. A FENASPS realiza estudos e encontra erro nos valores apresentados para a gratificação dos aposentados, que estava calculada sobre a base de 80 pontos e não sobre 100, como era correto. Ana Lúcia, assessora da Secretaria de Recursos Humanos do MPOG, envia e-mail para a FENASPS com novas tabelas corrigindo o erro. A direção da FENASPS também se reúne com a diretoria da Condsef.

14 de março - FENASPS e sindicatos estaduais realizam manifestações nos estados e assembléias rejeitam proposta, exclusão da FENASPS e condenam ações da CUT/CNTSS/CONDSEF;

26 de março - Marcha da Seguridade a Brasília. O governo, atento à mobilização da categoria e às denuncias de redução salarial para aposentados e pensionistas em 2008, faz um remendão no acordo e divulga pela segunda vez novas tabelas, dessa vez aumentando o número de pontos da Gratificação de Avaliação para os aposentados de 30 para 40 pontos em 2008 e de 40 para 50 em 2009;

7 abril – FENASPS e sindicatos estaduais realizam manifestações nos Estados denunciando o caos na saúde pública no Brasil, em particular a epidemia de dengue em diversos estados.

CRONOLOGIA

Passo a passo da negociata governo/CUT/CNTSS/Condsef

Porque o acordão CUT/CNTSS/CONDSEF/Governo Lula é uma traiçãoCONGELAMENTO SALARIAL – a cláusula 9 do acordo compromete aquelas entidades a não rei-vindicar qualquer outra mudança que implique em impacto financeiro. Ou seja, até o final do manda-to do presidente Lula os trabalhadores ficarão com os salários congelados. A CUT/CNTSS/CONDSEF aceitaram essa imposição mesmo reconhecendo que “a proposta não abarca todas às bandeiras de lutas históricas da entidades... em especial a questão dos aposentados e pensionistas.” (cláusula 10). A mobili-zação da categoria, impulsionada pela FENASPS, já transformou isso em letra-morta, obrigando o gover-no a alterar as tabelas em mais 10 pontos para os aposentados em 2008 e outros 10 pontos em 2009.

REDUÇÃO SALARIAL - o acordo estabelece uma “nova estrutura remuneratória composta de vencimento básico e gratificação de desempenho” (cláusula 1), fazendo com que o vencimento básico seja desproporcional em relação à gratificação de desempenho. Com isso, aumenta a pressão das che-

fias sobre os trabalhadores, pois são elas que farão as avaliações

TRABALHO ATÉ A MORTE – o fato das gratificações por avaliação de desempenho representarem uma par-cela dos salários importante em relação ao vencimento base obrigará os trabalhadores a adiar a aposentado-ria. Sendo que, hoje, mais de 45% da categoria tem mais de 51 anos e desde o início dos anos 80 não há concursos públicos – ou seja, a maioria dos trabalha-dores está prestes a se aposentar e a nova estrutura salarial vai prejudicá-los.

INCORPORAÇÃO FAJUTA – o governo e a CUT/CNTSS/CONDSEF anunciam que estão atendendo a reivindicação histórica da categoria ao incorporar a VPI, a GAE e a GESST. Mas a verdade é que ao invés de incorporação está ocorrendo a absorção dessas parcelas pelo vencimento básico (VPI e GAE), enquanto a GESST comporá a Gratificação de Ava-liação de Desempenho.

Para que ocorresse a incorporação de forma correta e justa para os trabalhadores seria necessário que o governo estabelecesse um piso salarial que liquidas-se com a complementação do salario minimo para depois incorporar a VPI e a GAE. Quanto à GESS, o governo ataca diretamente uma conquista da cate-goria transformando uma parcela fixa dos nossos sa-lários em uma parte variável que não será recebida integralmente na aposentadoria. O correto também seria incorporar a GESS ao VB (vencimento básico) bem como as diversas vantagens pessoais sobre as quais hoje não incide reajuste algum e que tendem a desaparecer, como por exemplo os valores que ultra-passam os 47,11% do PCCS recebido por colegas de vários estados como PE, RN, CE, etc.

SALÁRIO EM COMISSÃO - além disso, o gover-no foi “esperto” ao criar a Gratificação de Avaliação de Desempenho juntando a GESST (R$ 206,00 fixos para ativos e aposentados) com a GDASST (60 pontos para os ativos e 30 pontos para os aposentados). Com

isso ele transforma uma parcela fixa em variável tra-zendo prejuízos para a categoria. É como se esses R$ 206,00 hoje equivalessem a 100 pontos, então o valor do ponto equivaleria a R$ 2,06. Como o governo só pagará até 80 pontos, os ativos receberiam R$ 164,80 no lugar dos R$ 206,00. Os aposentados passam a ganhar apenas R$ 61,80 no lugar dos 206,00.

GRATIFICAÇÕES VARIÁVEIS AO SABOR DO GOVERNO – a Gratificação de Avaliação de De-sempenho não é salário e é imposta como instru-mento de ajuste do ritmo de trabalho, do tempo de aposentadoria e do volume da própria folha de pagamento. Por isso, ela até cresce em 2010 mas desaba em 2011, diminuindo R$ 254,40 para os ativos e R$ 95,40 para aposentados e pensionistas (como evidenciado na tabela abaixo). Está é uma demonstração nítida de como o governo pensa essa Gratificação como um ataque ao trabalhador.

ENGANAÇÃO – o parágrafo 1º da cláusula 1 do

“acordo” prevê o pagamento da Gratificação de Ava-liação de Desempenho limitado a 80 pontos para os servidores ativos, embora as tabelas divulgadas pelo governo apresentem o valor correspondente a 100 pontos, induzindo os trabalhadores a erro já que não há possibilidade do conjunto dos ativos receberem a pontuação integral da gratificação Além disso, os 80 pontos da gratificação só serão pagos se os trabalha-

dores cumprirem as metas de avaliação institucional estabelecidas pelo governo. E os 20 pontos restantes se referem à avaliação individual que será feita pe-las chefias, ainda sem parâmetros definidos, mas que com certeza aumentarão a opressão sobre os traba-lhadores. Mesmo assim, a CUT/CNTSS/CONDSEF já se comprometeram a colaborar com o governo na criação desses critérios para avaliação de produtivi-dade (parágrafo 3º da cláusula 1), mais uma vez con-tra as resoluções da categoria.

PERDA PARA OS APOSENTADOS - em 2005 a FENASPS conduziu a greve que garantiu a incorpo-ração dos 47,11% (PCCS da Saúde) ao vencimento básico em 12 parcelas, pagas em março e dezem-bro de 2006 a 2011. O governo impôs naquele momento, depois de mais de cem dias de greve, uma diferença de R$ 90,60 entre o que é pago para ativos e aposentados. Pelo acordo da CUT/CNTSS/CONDSEF a disparidade entre ativos e aposentados será de R$ 294,90 em 2011.

Entenda o caso

Trabalhadores vão à luta em todo o país para manter direitos

Até mesmo sindicatos ligados à direção da CUT/CNTSS entenderam que a proposta inicialmente apresentada era prejudicial

à categoria e se posicionaram contra ela, por exemplo, o Sintsprev/PE e o

Sintprev/SE rejeitaram o acordo, seguindo a orientação da FENASPS.

Fontes: Minuta do acordo fechado entre o Governo Lula, a CUT, CNTSS e Condsef; Boletim Estatístico de Pessoal / Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Recursos Humanos. Vol.1, n.1 (maio 1996) - Brasília: MP, 2007. (tabulação especial SINDISPREV-RS).

Seguro Social - INSS

Além de tentar dar um golpe nos apo­sentados e ativos da Saúde, o governo Lu­la pretende, a partir de 1º de julho deste ano, incorporar os R$ 238,00 da Gratifi­cação Especial do Seguro Social (GESS) aos vencimentos básicos de uma forma que prejudica a parcela da categoria que entrou no INSS nos últimos seis anos.

Embora a incorporação pareça atender uma reivindicação histórica, na verdade, pela falta de um plano de carreiras digno, essa medida implicará em prejuízo nos sa­lários dos Técnicos do Seguro Social (anti­gos Técnicos Previdenciários) enquadrados nos níveis I a V da Classe A e no nível I da Classe B. O prejuízo consiste em que , para esses servidores, a incorporação resultaria em perdas salariais entre R$ 238,00 (nível I da Classe A) e R$ 19,37 (nível I da Classe B) já que a absorção da GESS no venci­mento básico acaba com necessidade da complementação do salário mínimo, que será extinta.

Só não haverá perda se for aplicado o artigo 7 da Lei 11.501, de 11/7/2007, que determina: “A aplicação do disposto nesta Lei aos servidores ativos, aos inativos e aos pensionistas não poderá implicar redução de remuneração, proventos e pensões.”

Por um plano de carreiras digno

Mesmo que esses trabalhadores não tenham perdas, o governo os desconsidera e prejudica mais uma vez. Os antigos téc­nicos já sofrem com salários inferiores aos dos Analistas Previdenciários, mesmo reali­zando as mesmas atividades. Sofreram no­vamente no pagamento dos 47,11% já que parte dessas parcelas foram absorvidas pelo complemento do salário mínimo. Agora, outra vez, ­ enquanto os servidores entre as

referências B­II e A­III terão um incremen­to no vencimento básico entre R$19,37 e R$209,20 ­ os demais Técnicos do Seguro Social terão de receber uma vantagem pes­soal que poderá ficar congelada, a exemplo do que já ocorre com a parcela salarial paga aos servidores que ultrapassaram os valores dos 47,11% nos vencimentos.

A FENASPS reivindica a incorpora­

ção das gratificações para garantir que os trabalhadores levem o salário integral na aposentadoria. Mas incorporação significa a integralização dos valores ao vencimen­to básico, o que não acontece na absorção proposta pelo governo, que amplia distor­ções que só podem ser resolvidas com um novo plano de carreira e nova tabela de car­gos e salários, o que o governo recusa.

Governo Lula desrespeita TécnicosGoverno quebra mais um acordo com trabalhadores do INSS, desconsidera técnicos e quer impor redução salarial com produtividade

Em 2005, o governo Lula se compro­meteu a discutir com os trabalhadores um plano de carreira para os funcionários do INSS. Esse compromisso também foi abandonado pelo Planalto.

Após a categoria realizar paralisações em todo o país, o governo concordou ape­nas com um reajuste nos salários sob a for­ma de aumento nos valores de pontuação da GDASS (Gratificação de Desempenho

de Atividade do Seguro Social) em duas etapas (março de 2007 e março de 2008) e uma incorporação da GESS a partir de julho deste ano.

Agora, o governo Lula outra vez des­cumpre o prometido. Em audiência ocorri­da no dia 25 de fevereiro deste ano, o diretor de Recursos Humanos do INSS, Dedilson Nunes da Silva, informou à direção da FE­NASPS que o incremento da GDASS em

março de 2008 não ocorreria mais.Nos dias seguintes, o INSS fez circu­

lar um comunicado no qual afirmava que “até que os critérios de aferição sejam re-gulamentados e, até que sejam processados os resultados da 1ª (primeira) avaliação de desempenho, o valor da GDASS por servidor ativo continuará em 80 (oitenta) pontos, observados os respectivos níveis e classes, conforme o §11, art. 2º da Lei nº

11.501, de 11 de julho de 2007”.A categoria não aceitará mais esse golpe

e lutará para que seja respeitado o acordo formalizado em lei. Agora é hora de brigar para garantir o pagamento da pontuação in­tegral da GDASS, contra as avaliações por produtividade ou desempenho e contra as distorções salariais impostas pelo governo Lula.

Planalto descumpre mais uma promessa

Só não ocorrerá perdas se for aplicado o artigo 7 da Lei 11.501: o que não está

garantido pelo governo

Nível Salarial 1ª etapa-GDASS (Março/07) 2ª etapa-GDASS (Março/08) Incorporação-GESS (Julho/08)

Superior Sal.Final 1.200,00 Sal.Final 1.400,00 Sal.Final 1.037,11 Sal.Inicial 960,00 Sal.Inicial 1.120,00 Sal.Inicial 575,61

Intermediário Sal.Final 905,00 Sal.Final 1.100,00 Sal.Final 763,85 Sal.Inicial 724,00 Sal.Inicial 880,00 Sal.Inicial 445,80

Auxiliar Sal.Final 340,00 Sal.Final 400,00 Sal.Final 464,46 Sal.Inicial 255,00 Sal.Inicial 300,00 Sal.Inicial 246,48

Tabela baseada no “Canal Pontual” - Brasilia, 28 de junho de 2006.

Veja o que os trabalhadores do INSS deixarão de ganhar em março de 2008

Governo Lula desrespeita TécnicosVITÓRIA SE CONSTRÓI NA LUTA:

Servidores na marcha realizada pela Fenaspsem Brasília, no último dia 26 de março

O não pagamento do incremento da GDASS e a incorporação da GESS sem discussão de um piso salarial demonstram o que o governo prepara contra os trabalhadores do INSS.

Nas reuniões com chefias, teleconferências, cir­culares internas e audiências com a FENASPS, o governo diz que com a regulamentação da GDASS o salário dos servidores vai aumentar porque em vez de 80 pontos os trabalhadores poderão rece­ber a totalidade dos 100 pontos (o que deveria ter ocorrido em março de 2008). Mas isso não é ver­dade. Com a regulamentação, os servidores deve­rão cumprir metas de produção estabelecidas para as Gerências Executivas. Se essas metas não forem atingidas os servidores podem vir a receber menos do que ganham hoje.

Isso ocorre porque os 80 pontos da GDASS correspondem à “avaliação de desempenho institu­cional”. Ou seja, se alcançarmos a meta continua­remos recebendo a mesma coisa que hoje. Senão teremos uma diminuição nos salários. Os outros 20 pontos correspondem à “avaliação de desempenho individual do servidor”, que será feita pelas chefias diretas, abrindo espaço para o crescimento do assé­dio moral e da pressão sobre os trabalhadores.

A FENASPS apresentou proposta de Plano de Carreira ao governo em diversas oportunidades, sempre propondo um sistema de avaliação desvin­culado da produtividade, que não torna variável nenhuma parcela dos salários. A proposta de Plano de Carreira da FENASPS tem piso, formas de en­quadramento e o resgate da dignidade dos aposen­tados, respeitando todos os trabalhadores.

A FENASPS, a partir das discussões na cate­goria, entende que a avaliação deve premiar o de­senvolvimento do servidor, de forma a lhe permitir avanços na carreira e nos cargos. Para isso, o INSS

deve oferecer condições para capacitar o trabalha­dor através de treinamento, cursos, oportunidades profissionais, salários dignos, etc.

Por exemplo, um técnico previdenciário que conclua um curso de Ciências Jurídicas (correlato ao serviço desenvolvido na instituição) aumenta sua capacidade de trabalho e a qualidade dos servi­ços prestados à população. Por isso, deveria receber um plus (adicional de qualificação) em relação aos colegas que não tivessem o mesmo interesse, desde que tivessem iguais oportunidades.

Essa concepção é diametralmente oposta à do governo, que baseia toda e qualquer avaliação no cumprimento de metas aritméticas que não depen­dem exclusivamente dos servidores.

É possível trabalhar mais?

Além disso, segundo dados do próprio INSS, em agosto de 2007 foram requeridos 439.381 be­nefícios em todo o país. No mesmo mês, 725.522 benefícios foram despachados. Ou seja, não só fo­ram processados todos os pedidos novos como os servidores superaram em 65% aquele número.

Mas o governo quer aumentar ainda mais o ritmo de trabalho, implantando um clima de ter­ror no qual os próprios colegas vão cobrar os ou­tros, em particular os responsáveis pela concessão. Numa APS com 30 servidores em que 10 façam as concessões (único parâmetro avaliado no IMA), estes últimos acabarão sendo responsabilizados di­retamente pelas metas, dividindo a categoria.

A força dos trabalhadores está na unidade para resistir e avançar. Essa tem sido a história da cate­goria, que em 1984 recebia menos que o salário mínimo e trabalhava 40 horas. Não abriremos mão das nossas conquistas, não aceitaremos qualquer redução salarial ou ataque à jornada de 30 horas.

Não à produtividade e à redução salarial

FENASPS já apresentou proposta de Plano de Cargos, Carreiras e Salários sem vencimentos variáveis ao governo por diversas vezes

A categoria já rejeitou as avaliações de de-sempenho e gratificações por produtividade em vários de seus fóruns porque:

- o INSS não apresenta qualquer garantia de que colocará à disposição dos servidores a infra-estrutura material e humana necessá-ria para a obtenção das metas;

- as metas colocam em segundo plano a qualidade do serviço a ser prestado à popu-lação como já demonstram os problemas en-frentados na perícia médica;

- o índice adotado para o estabelecimento das metas, a Idade Média do Acervo (IMA), não afere absolutamente nada. O INSS não se resume apenas à concessão de benefícios, sendo um absurdo que apenas alguns servi-dores de cada Gerência Executiva sejam res-ponsáveis pela execução da meta;

- as metas ficam sob o controle do Gover-no, que a qualquer momento pode elevá-las para dificultar o pagamento integral da pon-tuação da GDASS aos servidores – tal como aconteceu com os médicos peritos em relação à GDAMP.

FENASPS não assinará acordo para

retirar direitos

Planalto descumpre mais uma promessa

Foto: Manoel Messina

A última plenária também aprovou – seguindo o resultado do plebiscito re-alizado em 2007 – que a Fenasps deve se desfiliar da Central Única dos Traba-lhadores e buscar a unidade com outros setores do movimento sindical que não se curvaram ao governo Lula.

A CUT (entidade construída durante 20 anos pelos setores combativos do sin-dicalismo) mudou de rumo ao longo dos anos, principalmente após a chegada de Lula à presidência da República, e tem atuado contra os trabalhadores em defe-sa do governo. Foi assim na ‘reforma’ da Previdência em 2003 e, agora, na prepa-ração da nova ‘reforma’ do setor privado – que deve ser enviada ao Congresso Na-cional no início do ano que vem.

Também na ‘reforma’ sindical e tra-balhista a CUT atuou como quinta coluna do Planalto contra a classe trabalhadora, participando dos fórum governistas.

A postura da direção da CUT enfra-quece a luta conjunta dos trabalhadores, tarefa fundamental abandonada pela Central, o que levou a maioria dos tra-balhadores na ultima década a acumular perdas. Como no caso do funcionalismo

- onde os aposentados vêm sendo siste-maticamente prejudicados pela política salarial do governo. E as lutas do funcio-nalismo caíram no isolamento em rela-ção aos demais trabalhadores. O papel da Articulação Sindical (campo majoritário na direção da Central e da CNTSS) tam-bém enfraquece a unidade dos servidores públicos federais.

Reorganização para manter e ampliar direitos

A saída da CUT é parte da recons-trução das entidades combativas. Para a diretoria da FENASPS é fundamental re-organizar os trabalhadores para retomar a ofensiva contra a retirada de direitos promovida pelos patrões e governos.

Os trabalhadores da Saúde, Previdên-cia, Trabalho e Seguridade Social foram parte ativa da construção da CUT en-quanto a Central esteve a serviço da luta da classe trabalhadora. Mas as centrais, como sindicatos e partidos, têm que ser ferramentas e não um fim em si. Por isso, seguiremos na luta e, para isso, construi-remos um novo instrumento de luta e or-ganização da classe trabalhadora.

Organização Sindical

Fenasps construirá novo instrumento de luta

Jornal da FENASPS é uma publicação de responsabilidade da diretoria executiva nacional da Federação Nacional dos Sindicatos de Saúde, Trabalho e Previdência Social. Sede Nacional: SDS Edifício Venâncio V - loja 28 - Térro - Brasília/DF - Tel.: (61) 3226-7285 - www.fenasps.org.br - [email protected]. Jornalista responsável: Luciana Araujo (MTb: 39715). Projeto gráfico e diagramação: Orliano Cunha ‘Leon’ (Mtb 50.649). Tiragem: 40.000 exemplares. Impressão: Forma Certa.

Romper com a CUT não signi-fica, como alguns dizem, o isola-mento dos trabalhadores da Segu-ridade Social. A esquerda cutista, que teve participação intensa con-tra as políticas de cooptação da Central, está construindo novas ferramentas de luta, como a Con-lutas (Coordenação Nacional de Lutas) e a Intersindical.

Estas organizações vêm tendo papel fundamental na luta contra as ‘reformas’ da Previdência, Sindical e Trabalhista; foram parte da constru-ção do Encontro Nacional Unitário ocorrido no dia 25 de março em São Paulo, que reuniu mais de seis mil pessoas; e estiveram à frente da Marcha do dia 24 de outubro a Brasília contra as reformas.

Nossa categoria já tem participado de atividades organizadas por essas novas ferramentas de organização da classe trabalhadora e deve continuar.

O 2º Encontro Nacional da Inter-

sindical, realizado em abril em São Paulo, aprovou por ampla maioria a abertura do debate sobre a constru-ção de uma nova central sindical no país (critérios, concepção, projeto, etc). O debate agora será aberto em todo o país.

O 1º Congresso da Conlutas (de 3 a 6 de julho, em Betim), também discutirá o tema. E a categoria - que participou do encontro da Intersin-dical - estará presente nos próximos debates sobre a construção de um novo instrumento.

Intersindical, Conlutas e entidades combativas mantêm defesa dos direitos

Fique atento: no segundo semestre de 2008 acontece o

13º Congresso da FENASPS, PARTICIPE!

Ruptura com a CUT seguiu resolução da categoria em plebiscito nacional e vários congressos de sindicatos nos estados

Votação no Encontro da Intersindical aprova abertura de debate nas bases sobre uma nova central sindical

Encontro Nacional Unificado, organizado pela Intersindical, Conlutas, Pastorais Sociais e outros movimentos, em março de 2007

FIQUE DE OLHO

Eleições sindicais

Os trabalhadores da Seguridade Social devem ficar atentos também às movimentações que o governis-mo vem fazendo para tentar tomar as entidades sindicais da categoria que têm eleições no próximo perí-odo. A exemplo do que já fizeram no Espírito Santo, Ceará e Paraíba, CUT/CNTSS tentarão novamente enrolar os trabalhadores.

As próximas eleições acontecem em Brasília e no Paraná e a catego-ria deve ficar alerta.

Cara de pau

A Anasps (Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social) lançou a campa-nha “Fica Marinho”: uma vergonha que merece um repúdio e denúncia. Os servidores do INSS, que tiveram descontos de dias parados, e os apo-sentados que quase foram atropela-dos pelo ministro em frente ao MPS, certamente não defendem a perma-nência de Marinho no Ministério.

Só mesmo uma entidade carto-rial criada no governo Collor po-deria defender tal disparate. Fica a pergunta: que interesses estão por trás desta campanha?