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CONSTRUINDO POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DE FÍSICA: A
EXPERIÊNCIA DIDÁTICA DO “CINE FÍSICA”
Rachel Deboni PAPA, UNESP i
Eugenio Maria de França RAMOS, UNESP ii
João Eduardo Fernandes RAMOS, UNISO e Instituto Federal - SPEixo 01: Formação inicial de professores da educação básica
1. Introdução
Filmes cinematográficos e vídeos encontrados na internet, em páginas como as
do YouTube, são objetos culturais que estão cada vez mais presentes no nosso dia-a-
dia. Tais produções audiovisuais, pela sua inserção na sociedade moderna, têm o poder
de ditar regras, tendências e modas para a sociedade.
Morán salienta algumas de suas características que considera relevantes, ao
mencionar que
O vídeo é sensorial, linguagem falada, linguagem musical e escrita.Linguagens que interagem superpostas, interligadas, somadas, não-separadas. Daí sua força. Somos atingidos por todos os sentimentos ede todas as maneiras. O vídeo nos seduz, informa, entretém, projeta emoutras realidades (no imaginário), em outros tempos e espaço. (MORÁN,1995, p.28)
Mas, além destas características, tais obras podem difundir a um grande público
assuntos incomuns, é o caso de filmes como De volta para o futuro (Back to the Future,
ZEMECKIS, 1985), onde a viagem no tempo e suas possíveis consequências são
destacadas, um tema de ficção científica que, para a época, era pouco acessível ao
grande público.
Seja pelas características mencionadas por Moran e pela temática, obras como
essa acabam por proporcionar materiais potencialmente pedagógicos, embora não seja
seu objetivo principal, pois ao tratar temas insólitos e de relevância humana, permitem
questionamentos e reflexões que podem ser úteis ao Ensino de Física.
Morán (1995, p.27) descreve que a utilização de filmes “aproxima a sala de aula
do cotidiano, das linguagens de aprendizagem e comunicação da sociedade urbana, e
também introduz novas questões no processo educacional”. E, como salienta Piassi,
(2013, p. 22) “os temas do mundo têm de ser trazidos para a sala de aula, têm de ser
debatidos e problematizados, e isso só se faz através de elementos culturais que os
alunos trazem para o contexto escolar”, tal como observamos no caso de filmes.
Em função do barateamento de equipamentos, tanto de registro de imagens como
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de reprodução, da popularização e da expansão da rede mundial de computadores (que
ampliam o acesso e a disponibilidade de conteúdos digitais), tanto filmes
cinematográficos como produções independentes difundidas na internet têm se tornado
cada vez mais recursos didáticos, acessíveis para ilustrar e complementar atividades de
ensino.
Neste sentido, características ficcionais ou reais das filmagens, uso de efeitos
especiais e ludicidade da comunicação audiovisual e até mesmo erros do ponto de vista
físicos, permitem a nosso ver oferecer materiais de ensino diferenciados, particularmente
para o ensino de Física.
Em um primeiro momento pode soar estranho fazer qualquer ligação entre obras
cinematográficas com o ensino de Física, pois, ao pensarmos em Física,
automaticamente pensamos nos livros didáticos da Educação Básica, fórmulas e uma
infinidade de contas e listas de exercícios. De fato, quando nos deparamos com
atividades escolares em ciências exatas dificilmente se é apresentado um filme comercial
ou até mesmo de caráter científico dentro da sala de aula, pois, embora acessível,
simplesmente não é um recurso usual. Mesmo quando estes são sugeridos em livros
didáticos, raramente são de fato levados para o ambiente escolar.
Muitas escolas, apesar de ter a estrutura necessária para trabalhar com filmes em
sala de aula, ainda encaram como uma atividade que não é propriamente didática, ou
seja, muitas vezes a utilização de obras cinematográficas é encarada como uma coisa
ruim dentro da sala, uma forma de “enrolar” e não de ensinar.
2. Física e ficção científica
Neste trabalho realizamos um estudo exploratório com obras audiovisuais e
atividades educacionais para o Ensino de Física, utilizando obras que fazem parte do
gênero de ficção científica. Grande parte das obras desse gênero acabam usando
conceitos e ideias científicas como pano de fundo, como apontado por Piassi
A ficção científica tem sua própria maneira de falar sobre ciência (...). Elaé didática, porque se propõe a veicular ideias, mas não no sentido deexplicar o que é a ciência ou ensinar conceitos científicos, embora issopossa ocorrer ocasionalmente. (PIASSI, 2013, p.12)
Nossa intenção foi a de nos apropriarmos didaticamente das obras
cinematográficas de ficção científica e fantasia, estudando como elas poderiam ser
utilizadas em atividades voltadas para o ensino, tendo a consciência inclusive de que,
nos filmes comerciais, o discurso original da obra não foi pensado para se tornar uma
atividade de ensino diretamente. Procuramos explorar o que Piassi discute, ou seja,
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os possíveis mecanismos que a escola pode adotar para lidar com o fatode que hoje, não apenas o principal foco de interesse, mas também aprincipal fonte de informação para o jovem se situa fora de seus limites.(PIASSI, 2013, p.14)
Inicialmente realizamos uma pesquisa videográfica, procurando longa metragens
comerciais nos quais tópicos de Ensino de Física no nível de Educação Básica fizessem
parte das histórias.
Nesta fase foram selecionadas três obras cinematográficas: O Aprendiz de
Feiticeiro (The Sorcerer’s Apprentice, 2010), O Grande Truque (The Prestige, 2006) e
Cidade das Sombras (City of Ember, 2008). Com elas consideramos a possibilidade de
aprofundar temas de Eletromagnetismo, tais como a bobina de Tesla e a gaiola de
Faraday, analisando o fenômeno da blindagem eletrostática, o fato histórico da guerra
das correntes elétricas, protagonizado por Nikola Testa e Thomas Edison, os diferentes
tipos de produção de energia elétrica, entre outros.
Como optamos por longa metragens (filmes com mais de 50 minutos de duração)
naturalmente consideramos uma estratégia com um trabalho extraclasse, considerando a
participação voluntária dos estudantes. Dessa forma, constituiu-se o projeto “Cine Física”,
desenvolvido em uma escola pública na cidade de Rio Claro – São Paulo.
Após a seleção dos filmes, para sistematizar a análise dos filmes foi desenvolvida
uma forma de análise que chamamos de decupagem didática. A decupagem é uma forma
de registro usada na produção de obras audiovisuais, como descrita por Pereira e Prado
Tem uma escrita técnica que começa pelo plano, movimento de lente oucâmera, descrição da cena, descrição do áudio: off e sonoras. É oplanejamento da filmagem, a divisão das cenas em planos e a previsãode como estes planos vão se ligar uns aos outros através de cortes(PEREIRA; PRADO, 2011, p.8).
Em nosso caso não estávamos interessados em utilizar a decupagem como
técnica de produção, mas de análise. Ou seja, analisamos os filmes registrando em uma
tabela as cenas de interesse que apresentassem fenômenos, ações, sons, falas etc.,
indicando conceitos que poderiam ser trabalhados referentes aos filmes selecionados
indicando onde ocorre alguma imagem ou falas envolvendo conceitos físicos. A título de
exemplo, no quadro 1 há uma parte da decupagem do filme O Grande Truque. A coluna à
esquerda representa o tempo da cena no filme, ao centro uma breve descrição da cena e
à direita os conteúdos científicos presentes.
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Feita a decupagem dos filmes, realizamos um estudo mais detalhado dos
conceitos presentes e da história por trás do seu desenvolvimento. Um exemplo da Física
envolvida é indicada na imagem (figura 1) do filme O aprendiz de Feiticeiro, onde alguns
dos atores principais, Dave Sutter (interpretado por Jay Baruchel) e Becky Bames
(interpretada por Teresa Palmer), estão dentro de uma gaiola de Faraday atingida por
diversos raios produzidos pela bobina de Tesla e nada acontece com eles. Na cena,
inclusive, a ciência acaba sendo utilizada como uma maneira do Dave se aproximar da
Becky. Há uma quebra, pois, Becky acaba se passando por uma leiga que não conhece a
ciência e se surpreende com o fato de não levar choque.
Figura 1Imagem retirada do filme “O Aprendiz de Feiticeiro” envolvendo conceitos físicos presentes
quando se observam descargas elétricas no ar produzidas por geradores, na qual a bobina deTesla e e uma gaiola de Faraday são apresentadas.
Quadro 1Amostra de trecho do processo de decupagem didática
de um dos filmes selecionados para nosso trabalho
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A bobina foi desenvolvida por Nikola Tesla (1856 – 1943), um físico croata e seu
funcionamento é basicamente o de um transformador, onde se produz tensões altíssimas
sob altas freqüências. Foi em Colorado Spring que ele produziu, utilizando uma bobina de
12 milhões de volts descargas elétricas com 38 metros de extensão.
A temática da bobina de Tesla também se faz presente no filme O Grande Truque.
Neste, o equipamento desenvolvido pelo físico ganha a possibilidade ficcional de fazer
mágicas. Abaixo podemos ver Nikola Tesla (estrelado por David Bowie) em seu
laboratório com as bobinas funcionando.
Figura 2Imagem retirada do filme “O Grande Truque” onde Tesla atravessa os raios produzidos pelas
bobinas
Analogamente há um registro de Tesla trabalhando com bobinas em seu
laboratório. Na imagem (figura 3), retirada do seu livro (REF), podemos ver Tesla no
canto esquerdo tranquilamente sentado enquanto as bobinas disparam seus raios.
Figura 3
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Imagem retirada do livro “Minhas invenções: A autobiografia de Nikola Tesla”, onde Tesla gera raios artificiais de suas bobinas em seu laboratório, semelhante a cenas
mostradas nas figuras 1 e 2
Situação semelhante aparece representada na figura 3. Na figura 4 vemos uma
representação de uma cidade dentro de um gerador.
Figura 4Imagem retirada do filme “Cidade das Sombras” onde mostra por dentro do gerador elétrico da
cidade
Com os conteúdos de Eletromagnetismo evidenciados após a análise que fizemos
com a decupagem didática e um aprofundamento nos conteúdos científicos,
conseguimos elaborar um mapa de conceitos, com o qual foi possível observar os
principais temas da Física contidos nos filmes, que poderíamos trabalhar no âmbito do
Eletromagnetismo, como na figura a seguir, com o mapa utilizado com os alunos em uma
das exibições do CINE FÍSICA.
A partir do mapa conceitual, oriundo das análises das obras, mostrado acima,
montamos roteiros didáticos para conduzir a conversa após a apresentação do filme na
escola.
Para iniciar o projeto na escola, organizamos sessões que deveriam ocorrer no
período da tarde, em atividade extraclasse. Para o “Cine Física” foram convidados os
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alunos do primeiro ao terceiro ano do Ensino
Médio para assistir e as sessões que tiveram,
aproximadamente,
duas horas e meia de
duração.
Para a
divulgação do projeto
fizemos cartazes e
colamos em alguns
murais da escola, com
data e sala
reservadas
previamente com a
direção da escola.
Contudo, ao final do
projeto percebemos que essa forma de
divulgação não atingia grande parte dos alunos,
que não tinha o hábito de consultar o conteúdo dos murais. Entretanto nossa
preocupação com este trabalho exploratório foi a de verificar as condições reais de uma
escola e como organizar a inserção do filme numa atividade de Ensino de Física. Dessa
forma não nos preocupamos a princípio em atingir grande quantidade de alunos, ou de
estabelecer um roteiro formal de avaliação de conteúdos.
Após a apresentação dos filmes, abríamos um espaço para uma conversa.
Primeiramente, os alunos começavam falando o que haviam observados (seja alguma
cena específica ou alguma fala). Em seguida passávamos a etapa de discutir tópicos de
Física observados no filme (com a ajuda do mapa conceitual previamente preparado).
Geralmente o que mais atraía os alunos eram os laboratórios (como o do filme O
Aprendiz de Feiticeiro e O Grande Truque) por serem lugares grandes e com objetos
robustos.
No geral, os alunos participantes se mostraram bastante ativos diante a
apresentação dos filmes, onde participaram levantando ideias, questionamentos e até
interpretações em relação à Física e o filme. Foi possível observar que, por estarem em
um ambiente diferente da sala de aula sem a obrigatoriedade de estarem lá, eles se
sentiam bem à vontade para tirar suas dúvidas e aproveitarem ao máximo o momento.
Importante ilustrar algumas situações interessantes do trabalho com o Cine Física:
o caso de um dos alunos que fez uma comparação entre o filme O Grande Truque e
o fato histórico da guerra das correntes, onde relacionou a briga entre os dois
Figura 6Imagem do cartaz de divulgação do “Cine
Física”
Figura 5Imagem do mapa conceitual utilizado no filme “O Aprendiz de Feiticeiro”
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mágicos do filme com a briga entre Tesla e Edison, evidenciando que o
conhecimento do final estava sendo apropriado pelos participantes de uma forma
que não conseguiríamos ilustrar em uma aula expositiva sobre esse fato histórico.
Alunos do primeiro e do segundo ano, ou seja, alunos que ainda não tiveram
contato com o conteúdo Eletromagnetismo, tiveram a oportunidade de observar
fenômenos de eletricidade e ter contato com conceitos que na vida escolar ouvirão
falar apenas no terceiro ano do Ensino Médio. Entendemos que tal contato
enriquece o conhecimento de tais estudantes e, por já terem uma noção, mesmo
que superficial, é possível que teremos facilitado sua aprendizagem no futuro neste
tópico.
3. Considerações Finais
Neste trabalho foi possível observar que o tema de Física pode ser abordado em
diferentes filmes da indústria cinematográfica, tornando alguns filmes comerciais
potencialmente interessantes para atividades de Ensino de Física. Em especial nos filmes
escolhidos, vemos a Física sendo fator decisivo no desenrolar da trama, como no filme O
Aprendiz de Feiticeiro onde o ator utiliza, além da magia, a ciência para vencer o mal, ou
seja, com Fantasia e Ciência se complementando na trama do filme.
A realização do “Cine Física” mostrou que com a utilização do filme podemos ir
além do caderno e da lousa, superando algumas barreiras encontradas pelos alunos no
acesso a essa área do conhecimento. No caso, por exemplo, Eletromagnetismo é um
assunto complexo, muitas vezes distantes dos alunos, que se assustam com as
equações como a da lei de Coulomb, a simetria esférica das forças centrais etc., que em
diversos casos é a grande dificuldade no ensino deste conhecimento no nível da
Educação Básica. Tais barreiras fazem que os estudantes fiquem distantes do
aprendizado de fenômenos elétricos interessantes, como a gaiola de Faraday, uma
decorrência da lei de Gauss, impedindo-os de ter acesso a partes bonitas e desafiadoras
do conhecimento de Física.
Com os filmes permite-se aos estudantes “enxergar” a Física sob um outro ponto
de vista, percebendo a blindagem eletrostática dentro do contexto de uma aventura ou a
chamada Guerra das Correntes e, com isso, ver que a Física não se reduz às equações
matemáticas e aos exercícios repetitivos, como salientado por Rosa e Oliveira,
É possível através da alfabetização visual proporcionarmos ao educandoum contexto de maior clareza, entendimento e menos mistificação emque ele possa ser um indivíduo ativo frente a construção do seuconhecimento. (ROSA; OLIVEIRA, 2008, p.9)
Por meio do desenvolvimento do projeto “Cine Física” foi possível observar que
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nem sempre a aula tradicional teórica é o suficiente para o aprendizado do aluno,
principalmente quando se é estudado Eletromagnetismo.
Constatamos que os filmes são importantes, mas temos consciência que a
atividade não deve se limitar somente ao filme, mas com ele permitir aos estudantes ter a
Física como ferramenta para interpretar acontecimentos plausíveis e não plausíveis ali
representados, bem como incentivá-los a buscar novos conhecimentos de Física (até
mesmo as equações) para entender fenômenos interessantes como corrente alternada
ou contínua ou a blindagem eletrostática.
Escolher trabalhar com filmes em suas atividades de Ensino demanda vê-los e
estudá-los, planejar questões e destaques de forma que o filme possa fazer sentido para
os alunos, principalmente fazendo ligação com o conteúdo teórico ou prático ensinado
em sala. O uso de filme é instrumento a mais à disposição da melhoria das atividades de
Ensino, como salientado por Ferreira e Andrade,
o uso do cinema como método para a deflagração de questões permite,ao Professor, mais um elemento para estimular o interesse dos alunospela sutil complexidade da Física. Com efeito, representa um recursovisual complementar, que aproxima o cotidiano do aluno aos conceitos“abstratos” propostos no domínio das aulas de Física. (FERREIRA;ANDRADE, 2009, p.7)
No desenvolvimento deste trabalho percebemos a viabilidade de, na formação
inicial de professores, de inovar e buscar novos meios para se ensinar Física na
Educação Básica.
Referências Bibliográficas
CIDADE das Sombras. Direção de Gil Kenan. Eua: Walden Media, 2008. (90 min.), P&B.
DEVOLTA Para o Futuro. Direção de Robert Zemeckis. Eua: Amblin Entertainment, 1985.(116 min.), P&B.
MORÁN, J. M. O vídeo na sala de aula. Comunicação & Educação, v. 2, p. 27-35, 1995.
O APRENDIZ de Feiticeiro. Direção de Jon Turteltaub. Produção de Jerry Bruckheimer.Eua: Walt Disney Studios, 2010. (109 min.).
O GRANDE Truque. Direção de Christopher Nolan. Eua: Warner Bros., 2006. (130 min.).
PEREIRA, J.; PRADO, T. A Decupagem de Direção: Gênese e Limitações Artísticas. In:XII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL, 12., 2011,Londrina. Anais... . Londrina: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares daComunicação, 2011. p.1 - 14.
PIASSI, L. P. de C. Interfaces didáticas entre cinema e ciência. São Paulo: Livraria daFísica, 2013.
ROSA, A. N. da; OLIVEIRA, M. O. de. Imagem cinematográfica e artes visuais:possibilidades de entrecruzamentos no ensino das artes visuais. Visu, [s.l.], v. 6, n. 12,p.254-267, 18 abr. 2012. Universidade Federal de Goias. DOI: 10.5216/vis.v6i1ei2.18088
2273
TESLA, Nikola. Minhas invenções: A autobiografia de Nikola Tesla. São Paulo: Unesp,2012.
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i Licenciatura em Física, UNESP Campus de Rio Claro, PIBID UNESP e Laboratório de Prática deEnsino, Material e Instrumentação Didática (LaPEMID / CEAPLA IGCE UNESP)
ii Universidade Estadual Paulista (UNESP), Instituto de Biociências, Campus de Rio Claro (SP) eLaboratório de Prática de Ensino, Material e Instrumentação Didática (LaPEMID / CEAPLA IGCEUNESP)