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Construtora revela custos de empreendimento no "Minha Casa, Minha Vida" Construtora viabiliza orçamento do "Minha Casa, Minha Vida" num projeto habitacional com acabamento de médio padrão e diferenciais sustentáveis Por Mirian Blanco Apoio de Engenharia: Juliana Cristina Teixeira Edição 95 - Junho/2009 Dizem que um empreendimento popular, para ser viável financeiramente, não deve conter nada além do básico, tanto em tipologia quanto em acabamento e áreas extras de lazer. Mas a regra não vale para o Colinas Cachoeira, conjunto habitacional em Curitiba edificado pela construtora Conceito e Moradia, do Grupo Borges dos Reis, especializada em habitações econômicas. Formatado para públicos com renda mensal de três a seis salários mínimos, com preços de venda a partir de R$ 69 mil, o produto oferece revestimento cerâmico interno completo (do teto ao piso), sistemas de coleta de água pluvial para reúso em áreas comuns, pontos de coleta de óleo de cozinha, área de lazer e unidades adaptadas a deficientes físicos. Quanto custa a obra de tudo isso? R$ 40 mil por unidade. Na opinião de Fabrizio Breda Aichner, engenheiro civil da empresa, o modelo construtivo adotado foi determinante para o orçamento enxuto: alvenaria estrutural de bloco de concreto. De acordo com Aichner, a literatura já demonstrou economia de 25% no comparativo desse sistema com os convencionais. Responsável por 28,71% do custo do Colinas Cachoeira, a tecnologia permitirá reduzir o volume de resíduos e o consumo de uma série de insumos. "A viga e os pilares serão feitos com o reforço do bloco de concreto; fôrmas e madeiras só serão utilizadas na laje e ainda assim com muito reaproveitamento de fôrma; a laje será piso zero (ou seja, sem necessidade do contrapiso), e como o sistema opera com forças apenas verticais e não excêntricas, a construção não exigirá tanta ferragem", detalha Aichner.

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Construtora revela custos de empreendimento no "Minha Casa, Minha Vida"Construtora viabiliza oramento do "Minha Casa, Minha Vida" num projeto habitacional com acabamento de mdio padro e diferenciais sustentveisPor Mirian Blanco Apoio de Engenharia: Juliana Cristina TeixeiraEdio 95-Junho/2009

Dizem que um empreendimento popular, para ser vivel financeiramente, no deve conter nada alm do bsico, tanto em tipologia quanto em acabamento e reas extras de lazer. Mas a regra no vale para o Colinas Cachoeira, conjunto habitacional em Curitiba edificado pela construtora Conceito e Moradia, do Grupo Borges dos Reis, especializada em habitaes econmicas. Formatado para pblicos com renda mensal de trs a seis salrios mnimos, com preos de venda a partir de R$ 69 mil, o produto oferece revestimento cermico interno completo (do teto ao piso), sistemas de coleta de gua pluvial para reso em reas comuns, pontos de coleta de leo de cozinha, rea de lazer e unidades adaptadas a deficientes fsicos.Quanto custa a obra de tudo isso? R$ 40 mil por unidade. Na opinio de Fabrizio Breda Aichner, engenheiro civil da empresa, o modelo construtivo adotado foi determinante para o oramento enxuto: alvenaria estrutural de bloco de concreto. De acordo com Aichner, a literatura j demonstrou economia de 25% no comparativo desse sistema com os convencionais.Responsvel por 28,71% do custo do Colinas Cachoeira, a tecnologia permitir reduzir o volume de resduos e o consumo de uma srie de insumos. "A viga e os pilares sero feitos com o reforo do bloco de concreto; frmas e madeiras s sero utilizadas na laje e ainda assim com muito reaproveitamento de frma; a laje ser piso zero (ou seja, sem necessidade do contrapiso), e como o sistema opera com foras apenas verticais e no excntricas, a construo no exigir tanta ferragem", detalha Aichner.A diferena da economia obtida ser revertida em diferenciais de produto, como a infraestrutura externa, que consumiu 9,15% do oramento na construo de um salo de festas de 200 m2, salo de jogos, quadra poliesportiva e vagas individuais.

No Colinas Cachoeira, o acabamento , segundo o engenheiro, correspondente a imveis de mdio padro. "A qualidade do nosso emboo de primeira, tanto que trabalhamos com o revestimento mnimo previsto pela norma - de 1,5%, enquanto a maioria das empresas no consegue ndices menores que 3%", comenta. No emboo interno, a utilizao de gesso deixa a parede com apenas 3 mm. Alm disso, a aplicao de piso nas reas molhadas e secas tambm integral. "O mercado, para essa faixa de renda, costuma oferecer paredes com revestimento cermico pela metade", diz.Alguns itens de sustentabilidade tambm sero instalados no conjunto de sete torres: coleta do leo saturado como moeda de troca por produtos de limpeza; lixeiras de separao de lixo; iluminao da rea comum com lmpadas de baixo consumo e uso de telhas brancas, 10% mais caras, mas com melhor desempenho trmico. Destaca-se a adaptao de seis unidades para portadores de deficincia fsica (quatro apartamentos de dois dormitrios e um de trs dormitrios) - todos construdos no pavimento trreo, que possui rampas. Na parte privativa dos imveis, as portas do banheiro e do quarto sero maiores que o padro, medindo 80 cm; as janelas ficaro a uma distncia menor do solo - na altura dos olhos do cadeirante - e a tipologia da rea de banho tambm ser expandida, permitindo melhor circulao do morador.

O Grupo Borges tambm redesenhou algumas estratgias de negcio para otimizar os benefcios do programa "Minha Casa, Minha Vida". Em conversa com a Caixa Econmica Federal, a empresa decidiu fasear a construo da obra com sete torres em duas etapas: a primeira, com incio em setembro deste ano, e a segunda, em janeiro de 2010. "Assim, poderemos terminar a obra em 24 meses e os pagamentos do banco sero mais bem distribudos no caixa da obra", conta Newton Borges dos Reis, diretor comercial da Conceito e Moradia.Outra medida foi estreitar relaes com a municipalidade para acelerar a aprovao do projeto. "Trabalhamos com os arquitetos da secretaria de urbanismo para agilizar o enquadramento do empreendimento no pacote habitacional e tambm tivemos acesso lista de demandantes de habitaes acima de trs salrios mnimos", diz.