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MINISTÉRIO DA SAÚDE
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MUL TIPROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA
PERFIL DE MORTAUDADE POR CAUSAS EXTERNAS EM RECIFE, 2000.
CONSULTA.
CRISTINA NOVAES DE SIQUEIRA SILVA
RECIFEIPE
·. JULH02002
. .
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
FUNDAÇÃO OSWALDO CR~Z
CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA
PERFIL DE MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS EM RECIFE, 2000.
CRISTINA NOVAES DE SIQUEIRA SILVA
Monografia apresentada ao Programa de
Residência Multiprofissional em Saúde
Coletiva dQ_ Centro de Pesquisas Ag_g_~u
Magalhães - Departamento de Estudos em
Saúde Coletiva - NESC, como requisito
parcial à obtenção de grau de Especialista em
Saúde Pública.
Orientador: Prof. Sidney Feitosa Farias
RECIFEIPE
JULHO 2002
À BIZA MIRINHA NA CERTEZA DE QUE NÃO
SERÁS MAIS UM NÚMERO A ACRESCER O SISTEMA DE
INFORMAÇÃO SOBRE MORTALIDADE, ÉS VIDA
EMBORA NÃO MAIS MATERIALIZADA, ÉS HISTÓRIA,
ÉS SERENA DE PAZ, ÉS SIMPLESMENTE AMOR.
AOS ~~~OS QUE PARTIRAM EM
DECORRÊNCIA DE ACIDENTES E VIOLÊNCIA,
E AS TANTAS VÍTIMAS DE TRAUMA
DESCONHECIDAS.
AGRADECIMENTOS
-A Deus, Amor, Paz, Luz ...
Ao meu príncipe José, que me fez experimentar o sentimento mais sublime;
À minha família, meus pais Dinahyr e Siqueira, meus irmãos Dani e Sica, e a
Falcão pelo incentivo a realização deste trabalho;
Aos que fazem o NESC pela aconchegante e breve convivência, especialmente a
nossa coordenadora Duda sempre aposta a nos compreender;
Ao Prof. Carlos Pontes que nos fez viajar do espaço para cá;
Abel com estilo diferente a marcar;
Aos Professores Humberto, Toinho, Paulete a nos sensibilizar de forma crítica
com saúde e sociedade e políticas de saúde;
Heleny pela sabedoria e simplicidade a nos enquadrar ao método científico;
I dê a levantar a poeira ou melhor a bandeira do trabalhador;
Aos demais professores que sem dúvida não serão esquecidos;
Aos funcionários Sara, Dete, Janice, Mégine, Romero, Paulo, Cidália sempre a
nos alegrar;
e aos colegas de turma:
LUCIANACOMSUAS HÉRNIASACANTAR,
BRENO E SUA HONRAAGRESTINAAFLORAR
LEONILDACOM VALTINHO A NINAR
GEORGE SEMPRE UMA A CONTAR
ODALÉIA E SEUS ENCANTOS AQUI E ACOlÁ
ÉRICKA E SUAS CALORIAS A DOSAR
ELZIR FEZ LOGO DOIS (PEDRO E VINÍCIUS) PARA EDUCAR,
CRIS QUE EMBORA PERTENCESSE A TURMA ANTERIOR, ERA SEMPRE A AGRADAR.
A voas MEUS AMIGOS DESEJO MUITO AMOR E SUCESSO.
Aos colegas da Pesquisa LABSIS - Prof. Fábio Lessa, Domício Sá, Claudinha e
Petra pela paciência de nos ensinar;
A todos que fazem o Distrito Sanitário VI pela oportunidade de desenvolvimento
profissional, Mozart Sales, João Henrique, Teima, Alice, Alberto, Joaquim, Ana
Nery, e especialmente a minha querida preceptora Fátima Silva;
Aos colegas do curso de Especialização em Saúde Pública - 2000, especialmente
Elizabeth Barros, Vládima, Flávia, Lídia ....
Ao meu orientador, Prof. Sidney Farias, pela presteza de seus ensinamentos;
A querida Beth Amorim, pelo exemplo de dedicação a causa acidentes e violência,
e que na realidade representa sim, um exemplo de humanidade, amor e
cidadania. Meus sinceros agradecimentos.
4
~-" SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAL E MÉTODO
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
6. ANEXOS
10
28
34
53
55
61
í\.
.í\
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABRAS CO -Associação Brasileira de Saúde Coletiva
APH - Atendimento Pré-Hospitalar
DO - Declaração de Óbito
EÇA - Estatuto da Criança e do Adolescente
FIDEM- Fundação de Desenvolvimento Municipal
'\ FIOCRUZ- Fundação Oswaldo Cruz
·""' IBGE -Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
HAM - Hospital Agamenon Magalhães
HGOF - Hospital Geral Otávio de Freitas
HGV- Hospital Getúlio Vargas
'\ HR- Hospital da Restauração
MS - Ministério da Saúde
RM - Região Metropolitana
RPA- Região Político Administrativa
SIM- Sistema de Informação sobre Mortalidade
" UNESCO - Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura
.'\
LISTA DE TABELAS
TAB. 01- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS SEGUNDO CAUSA BÁSICA OCORRIDOS EM
PERNAMBUCO, 2000.
TAB. 02 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS EM PERNAMBUCO
'""' SEGUNDO MUNICÍPIO DE OCORRÊNCIA, 2000
TAB. 03- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS E COE-FICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.)
SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O- OMS). RECIFE, 2000.
TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE
MORTALIDADE (por 100.000 hab.). RECIFE, 2000.
TAB. OS '" DISTRIBUIÇÃO DOS ÓB~TOS POR CAUSAS EXTERNAS E COEFE-l-GfENTE DE
MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO SEXO. RECIFE, 2000.
TAB. 06 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS E COEFICiENTE DE
MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO FAI~ETÁRIA. RECIFE, 2000.
TAB. 07- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBtTGS E COEFICIENTE--DE MORTALIDADE (por 100.{}00 hab_.:)
-~ SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID10- OMS) E RPA. RECIFE, 2000.
TAB. 08 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE
~ MORTALIDADE SEGUNDO RPA. RECIFE, 2000.
TAB. 09 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS SEGUNDO LOCAL DE
OCORRÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO DOS BAIRROS. RECIFE, 2000.
TAB. 10 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS OCORRIDOS NOS
HOSPITAIS DE REFERÊNCIA. RECIFE, 2000.
TAB. 11 -DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS SEGUNDO ATESTANTE E
CLASSIFICAÇÃO DOS BAIRROS. RECIFE, 2000.
Página
34
35
37
38
42
42
43
45
48
50
50
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TAB. 12- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS SEGUNDO CLASSIFICAÇÃO DOS BAIRROS E ASSISTÊNCIA MÉDICA. RECIFE, 2000.
TAB. 13- COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID OCORRIDO EM RECIFE, 2000
TAB. 14- COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID
DE RESIDENTES EM RECIFE, 2000.
TAB. 15- DISTRIBUIÇÃO E COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) POR
CAUSAS EXTERNAS. RESIDENTES EM RECIFE, 2000.
8
51
62
65
68
'"-" RESUMO
~.
' . O presente estudo tem como objetivo descrever o perfil de mortalidade por causas
externas ocorrido na cidade do Recife, 2000, e ainda se propõe a espacializar este
agravo segundo Região Político Administrativa- RPA de forma a identificar áreas
de maior risco. O SIM/MS registrou 2.503 mortes por causas externas na cidade, e
para os cálculos de coeficientes foram consideradas as populações do censo
IBGE/2000. Denomina-se para bairro, o local de ocorrência do evento que
culminou no óbito. Os resultados mostraram que os acidentes e violência são
relevante causa de óbito principalmente na população jovem e masculina.
Observou-se não só a deficiência no preenchimento dos bairros na Declaração de
Óbito, visto que 40% não foram classificados, como também uma lógica que não
se aplica ao agravo causas externas no sentido de se determinar o grau de
periculosidade da área em estudo. Portanto, os dados do SIM/MS não se
mostraram fidedignos a proposta de estudo em questão.
""· Palavras-chave -Acidentes e violência, morte, declaração de óbito.
" 1. INTRODUÇÃO
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Realidade endêmica no Brasil e em vários países, a violência tem-se
tornado um dos principais problemas para a saúde pública, não só pela morbidade
geradora de seqüelas e incapacidades, como também pelas mortes precoces, em
plena atividade produtiva (Minayo, 1994).
Segundo Minayo (1999) a evolução da mortalidade por causas externas,
assume o seguinte posicionamento: "( ... )em 1930 foram responsáveis por 2% no
total dos óbitos (Prata, 1992), a violência sobe para 10,5% em 1980; 12,3% em
1988 (Minayo & Souza,1993) e 15,3% em 1989 (Minayo & Souza,1995)." Logo
torna-se a segunda causa de morte geral no país, precedida pelas do aparelho
circulatório e seguida pelas doenças neoplásicas. Já Chesnais ( 1999) afirma que
dos 5 aos 45 anos de idade salta para primeira causa de óbito. Estima-se que a
cada ano há uma média de 100.000 brasileiros mortos e 1.500.000 feridos por
trauma (Dário Birolini, 1998).
O perfil de mortalidade por causas externas no Brasil segue o padrão
mundial, em termos de maior incidência sobre o sexo masculino e faixas etárias
jovens. Atualmente, a tendência de crescimento da violência não se restringe
apenas ao espaço urbano, mas abrange tanto as capitais como as áreas
interioranas (Mello Jorge et ai., 1997 in Waldman & Mello Jorge, 1999). Embora
cerca de 75% ainda se concentrem nos centros mais desenvolvidos (Minayo &
Souza, 1999).
O Brasil é hoje a décima primeira potência econômica mundial. Sofre,
entretanto, grandes desníveis sócio-econômicos, de forma que os 20% mais ricos
da população acumulam 32 vezes o total de riquezas possuídas pelos 20% mais
pobres, ostentando contrastes inadmissíveis e insuportáveis, predisponentes da
criminalidade violenta que reduz a qualidade de vida social e produz a angústia
coletiva não raro culminando na síndrome do pânico de que falam com tanta
fréqüência os paulistanos, que iniciaram o movimento social pela paz. O
pauperismo junto a opulência, o desemprego, a degeneração dos valores, as
drogas - inclusive o álcool - propiciam a enorme quantidade de atos violentos.
Em pesquisa publicada pela UNESCO (2002), dentre sessenta países o
Brasil ocupa o segundo lugar em mortes por homicídios, com taxa 26,3 1100.000
habitantes, superado pela Colômbia (60,011 00.000). E na faixa etária dos 15 aos
24 anos, assume a terceira colocação, destacando-se com uma taxa de 48,5 I
100.000, e perde apenas para a Colômbia e Porto Rico. Já em relação a mortes
por acidente de trânsito e suicídios, ocupa a décima segunda e quiquagésima
segunda, respectivamente, o que não torna a situação menos grave, pois
correspondem a 7.909 e 1.659 "vidas perdidas".
Pernambuco, primeiro lugar nas estatísticas de criminalidade do país, com
uma taxa de 52,31100.000 assassinatos no ano 2000, ultrapassa o Rio de Janeiro
e o Espírito Santo com 50,9 e 46,7 I 100.000, respectivamente. Assume a
segunda posição em relação à mortalidade juvenil com taxa de homicídio de 102,8
I 100.000, superado apenas pelo Rio de Janeiro. No entanto, nos acidentes de
trânsito ocupa a décima sexta e em suicídios a décima quarta posição (UNESCO,
2002)
Recife, capital mais violenta do país, revela 95,8 homicídios I 100.000
habitantes, seguida por Vitória, Espírito Santo, com 78,7 I 100.000. Destaca-se o
componente juvenil por uma taxa de homicídio de 221,3 I 100.000 habitantes,
considerada de gravidade extrema, mantendo-se na primeira posição. Os
acidentes de trânsito e os suicídios correspondem à décima sexta e à nona
colocação, respectivamente (UNESCO, 2002). O país, com severas leis de
trânsito e campanhas educativas de desvitimização tenta reduzir o trágico
contributo dos infortúnios do trânsito.
Neste contexto, para Werneck et ai. (1992) apud Minayo (1994) a
mortalidade por causas externas torna-se o principal grupo de anos potenciais de
vida perdidos - APVP, indicador que prioriza a precocidade das mortes em
relação a expectativa de vida segundo causa básica de óbito, tendo em vista que
é atribuído maior peso às mortes ocorridas em faixas etárias mais jovens (Arnold,
11
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2000). Becker et ai. (1989) apud Drumond & Lira (2000) comenta que o APVP é
"capaz de associar, de certa forma, a magnitude da mortalidade com a sua
transcendência, sendo, esta, medida pela precocidade de ocorrência de óbitos".
A morte precoce torna-se um parâmetro essencial na medida das condições
de saúde de uma população, pois além de identificar grupos sob maior risco
também subsidia o planejamento, permite avaliar as políticas públicas de saúde,
os programas de intervenção bem como definir as respectivas prioridades (Cruz
Neto & Moreira, 1999; Ministério da Saúde, 2000).
Chesnais (1981) apud Agudelo (1997) aponta a relevância de estudos
sobre violência como indicador imprescindível para se avaliar a qualidade de vida
de determinada comunidade, cidade, estado, país ou nação.
A preocupante temática da violência tem despertado a necessidade de
compreender o fenômeno, através da busca de conceitos, causas, fatores de
risco, estratégias de prevenção ligadas a causalidades específicas e formular
propostas para minimizar suas conseqüências. A criminologia moderna situa o
crime como um fenômeno incidente na saúde pública, denominado patologia
social (Le~l, 2001 ).
Hoje, sabe-se que a violência não é inerente à natureza humana. Resulta
sim de uma agressividade instintiva que a impulsiona a manter seus interesses, a
conquistar ou reter poder no sentido de ampliar e proteger direitos e privilégios
(Minayo & Souza, 1999). Isso não implica em negar os condicionamentos sócio
econômicos culturais, que não a determinam mas concorrem fortemente _para sua
eclosão.
Para Waiselfisz (2002), "a violência consiste em fenômenos de natureza
social, produto de conjuntos de determinantes que se originam na convivência dos
grupos e nas estruturas da sociedade." Traz delimitações consensuais acerca do
tema como a noção de coerção ou força; dano que se produz em indivíduo ou
grupos de indivíduos pertencentes a determinada classe ou categoria social,
gênero ou etnia, afirmação que encontra eco substanciosamente nos demais
autores.
12
Sidou (2001) restringe a violência ao "emprego da força para obtenção de
um resultado contrário à vontade do paciente, podendo exercitar-se em caráter
físico, ou real, ou em forma intimidativa." Há também a concordância em relação
ao dano seja em integridade física e ou moral, seja em suas posses ou em suas
participações simbólicas e culturais, determinados por situações de interação de
indivíduos, grupos, classes ou nações (Michaud, 1989 in UNESCO, 2002;
Ministério da Saúde, 2001 ). Pode-se manifestar nas diversas esferas sociais, seja
no espaço público, seja no espaço privado (UNESCO, 1998).
Já Minayo (1994), aponta para um "complexo e dinâmico fenômeno
biopsicossocial, que se desenvolve nas relações sociais, considerando-se a
especificidade histórica." Desta forma, compreende que na temática da violência
perpassam problemas de ordem política, economia, moral, do direito, da
psicologia, das relações humanas e institucionais, e do plano inter-subjetivo.
Entretanto, para adotar um modelo de prevenção que contemple as
diversas formas da violência e suas especificidades, torna-se necessário
compreender as alterações ocorridas nas formas de sociabilidade e de relações
sociais, de acordo com o período histórico, bem como planejar a implantação de
sistemas de informações setoriais e locais que permitam precisar a real situação
das causas externas (Waiselfisz, 1998; Souza et ai., 1996).
Em Gregori (1997) apud UNESCO (1998), afirma que a violência consiste
num "fenômeno com múltiplas causas, no qual intervém, simultaneamente ou
quase simultaneamente, uma grande variedade de fatores': o que dificulta a
determinação da relação causa e efeito tal como as doenças de etiologia própria,
devido à especificidade de cada evento. Cada óbito configura um processo
histórico individual, com um conjunto de determinantes e causas, diferentes e
específicas para cada caso, irredutíveis em sua diversidade e compreensíveis só a
partir do contexto que lhe é próprio, tornando seu enfrentamento mais complexo
(Cruz Neto & Moreira, 1999; Waiselfisz, 2002).
13
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Para Agudelo (1998) apud Minayo (1999), ela "representa um risco maior
para a realização do processo vital humano: ameaça a vida, altera a saúde,
produz enfermidades e provoca morte como realidade ou possibilidade próxima."
Para alguns autores como Gastei & Touraine (1995), citados por Agudelo
(1997), a violência decorre da exclusão e crise social, do crescimento das
desigualdades sócio-econômicas, do desenvolvimento econômico em detrimento
do social que geram o desemprego e a degradação das condições de trabalho e
consequentemente da renda, e que associado ao intenso apelo da mídia ao
consumismo que ultrapassa "regras e valores" sociais transmitidos no interior da
família tornam a situação cada vez mais caótica. Destaca-se também a ausência
de políticas sociais integradas de acordo com as reais necessidades da população
e, principalmente, o desaparecimento dos controles sociais, políticos e
econômicos, indispensáveis para melhoria das condições e qualidade de vida.
Outros citam a pobreza e a miséria como fatores desencadeantes da
violência. No Brasil, 43,5% da população ganha menos de dois dólares por dia
(parâmetro de medida da pobreza) e 40 milhões de pessoas vivem em estado de
pobreza absoluta. Nos países desenvolvidos essa tendência está abaixo de 15%
da população (Kiiksberg, 2002). Entretanto, hoje já é consenso que a violência não
está diretamente relacionada à pobreza, embora as estatísticas demonstrem a
maior ocorrência do evento em populações mais desbastadas. Para Souza ( 1997)
deve-se atribuí-la a um conjunto de fatores associados e não apenas restringi-la à
pobreza.
Estudos reforçam a idéia sobre mortes violentas relacionadas à condição de
vida. Paim et ai. (2001 ), demonstram a relação entre homicídios e condição de
vida, e constatam que o risco de morrer por causas externas ocorre principalmente
nas populações residentes em áreas desprovidas de condições dignas de vida.
Lima & Ximenes (1998) nesta mesma perspectiva dest~cam os acidentes de
trânsito em estratos de elevada condição de vida. Muitas vezes a violência da
abastância supera a da necessidade, como nos crimes do colarinho branco a
espalharem um morticínio de fome insuspeitado.
14
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A fome, que não é citada como causa violenta do obituário, não deixa de
sê-lo quando decorre da violência sutil que é promovida pela ação insensata e
cruel de uns poucos que enriquecem à custa do acúmulo de riquezas e bens em
detrimento do que seria necessário ao suprimento das necessidades básicas da
maioria.
A fome não é uma fatalidade, um fenômeno inevitável da natureza. Ela
resulta da ganância de uns, da insensibilidade de outros, da inoperância do
Estado no tocante à obrigação indeclinável de promover o bem estar social de
todos.
A fome, expressão da miséria material e moral da humanidade, é uma
violência porque evitável e desnecessária, como expressão da violência, mascara
se, cinicamente, e mata com cara de causa natural. Mata criança, adulto, velho, de
inanição, aos poucos, aos montões, mais do que mataram todos as guerras
juntas. Às vezes ajudada por doenças que lhe são próprias, provenientes da
debilidade orgânica extrema, a caquexia, a anorexia, enfermidades de que são
exemplo a desidratação das crianças e a tuberculose, que continuam matando a
despeito do progresso da medicina.
Acredita-se também que o processo de urbanização da cidade exerça
influência sobre violência. Historicamente desordenado, geralmente marcado
pelas migrações e conseqüentes alocações periféricas sem estrutura de
saneamento, de lazer, de acesso digno aos bens sociais. Impõe-se uma política
excludente onde sequer os direitos básicos são respeitados. Deste modo,
Kliksberg (2002) acredita que esta forma de organização seja em si considerada
violência.
O espaço urbano definido por Barcellos & Bastos (1996) consiste num
conjunto de elementos sociais, econômicos, culturais e ambientais inter
relacionados que acumulam no decorrer do tempo as transformações ocorridas na
sociedade. Para Dubet (1995) apud Waiselfisz (2002) revela-se como "sintoma,
símbolo, representação da civilização e da barbárie modernas". Para a UNESCO
(1998), no tocante a sua estruturação, ocorre de modo a ocultar as contradições
15
r---,
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I~
da sociedade brasileira, marcada pelas diferenças sociais, étnicas e econômicas.
Nesta perspectiva, Paim & Costa (1996) ; CEDE C (1997) apud Paim (2001)
verificam a heterogeneidade do espaço urbano, quando constatam a desigualdade
na distribuição das causas violentas, embora observem maior freqüência em áreas
mais pobres.
"A abordagem geográfica apura e toma mais precisa a análise dos fatores
que orientam e condicionam a definição das políticas públicas na área de saúde."
(FIOCRUZ, 1998).
No Recife e Região Metropolitana, em moda as chacinas e eliminação de
menores delinqüentes, predomina a violência do extermínio humano.
A disputa do mercado de drogas, a cobrança na pontualidade do
pagamento das transações próprias da traficância, a briga pelos pontos de
fornecimento, a coação para garantir impunidade pela elisão de delatores e
testemunhas são responsáveis pelas chacinas de pessoas ligadas a esse tipo de
criminalidade organizada quando incomodam grupos concorrentes reduzindo-lhes
a lucratividade ou a segurança. Consumidores inadimplentes não raro encontram
a morte.
Criminalidade que têm produzido considerável aumento no obituário,
sobretudo de jovens, em Pernambuco, é a dos grupos de extermínio. Nos últimos
1 O anos, esses crimes tiveram, segundo pesquisa da UNESCO (2002) um
incremento de 77%.
A que se deve esse fenômeno?
Uma das razões (e matar é, sempre, uma desrazão) dessa delinqüência
contra a vida de crianças e adolescentes, tem sido apontada pelas autoridades
policiais, como sendo a impunidade dos atos infracionais freqüentes praticados
por eles em detrimento da paz e da segurança da sociedade.
O menor delinqüente que ameaça com sua violência os cidadãos é
problema do Estado e da Sociedade. Se o poder público não resolve o problema,
o cidadão comum, na sua lógica do desespero, livra-se dele eliminando-o. O
menor pode assaltar, estuprar, matar, sem ser preso. Perambula em bando pelas
16
r--,
ruas, cheirando cola, fumando crack, vendendo maconha, assaltando velhos,
mulheres e crianças, invadindo estabelecimentos comerciais, tirando o sossego
dos motoristas, principalmente os femininos, nos sinais de trànsito. Vez por outra
abatem-se sobre eles a ira pública, a irracionalidade coletiva, acontecendo
chacinas como a da Candelária, no Rio de Janeiro, primeira a ganhar o noticiário
nacional e internacional. Atualmente são tamanhamente comuns que se
banalizaram.
Estudando o fenômeno da "violência contra crianças e adolescentes no
Brasil: tendências e perspectivas", equipe do Ministério da Justiça (2001) concluiu:
"A não oferta ou oferta irregular de serviços potencialmente possíveis a parcelas inteiras de populações não integradas no meio urbano deixou expressivo número de famílias sem condições de cuidar dos filhos.
Crianças e adolescentes submetidos àquela difusa violência estrutural passaram a submeter-se a regras ditadas por exploradores de crianças, por bandos e quadrilhas.
Constatou-se, portanto, no Brasil, que essa submissão passou a dar-se na medida exata em que as políticas não conseguem integrar as famílias na "Lei do estado': ou seja a submissão de crianças à violencia estrutural é inversamente proporcional à integração das famílias à Lei do Estado.
Sempre que meninas e meninos explorados violam as regras da "convivência real", impostas na ausência da Lei do Estado, recebem a pena capital." In Violência e vitimização: a face sombria do cotidiano.
Concluindo, morrem as crianças não integradas na Lei do Estado, pelas
mãos homicidas dos bandidos que as exploram ou pelas armas assassinas dos
exterminadores que se dizem defensores da sociedade.
PORTE DE ARMA, ÁLCOOL E VIOLÊNCIA
Agudelo (1997) defende que a associação entre o porte de armas e a
freqüência de homicídios e suicídios, não é causa da violência e sim manifestação
de um problema estrutural, e que de certa forma pode influenciar a execução do
ato. Já Minayo (1994) parte do pressuposto que a tendência de crescimento dos
homicídios esteja relacionada ao incremento do uso de arma de fogo,
17
. \
r--\
evidenciados pela UNESCO (2002) que no Brasil 68,3% dos assassinatos foram
cometidos por arma de fogo, e ao se considerar o componente juvenil, este torna
se 7 4,2%. E segundo o Ministério da Saúde (2001 ), em 1997 a proporção para tal
instrumento em relação ao sexo era de uma mulher para cada quinze homens. No
Recife, Lima & Ximenes (1998) constaram em seu estudo que 83,5% dos
assassinatos foram cometidos por arma de fogo.
Assim como a dicotomia álcool e violência, também segue a lógica
supracitada, merecendo atenção especial das autoridades governamentais e da
própria sociedade (Agudelo, 1997).
No entanto, pesquisa publicada na Revista Veja, "Tragédias Inflamáveis",
coloca o álcool como o grande causador ou impulsor de acidentes e violências,
que mascara a maioria das mortes violentas como afogamento, atropelamentos,
colisões de veículos entre outros. O alcoólatra não é considerado grupo de risco
neste tipo de morte mas sim, o bebedor não costumaz e principalmente o de finais
de semana (CARLINI & CHASSIN, 1998).
Em São Paulo, ano de 1999, para cada 100 vítimas de homicídios, 95
apresentavam teor alcóolico no sangue, incidência que cobra das autoridades
urgente intervenção no tocante ao ordenamento jurídico, à educação, aos
costumes (Leal, 2001 ).
Novaes et ai. (1998), em estudo sobre o atendimento pré-hospitalar- APH,
observaram que 53% das vítimas de causas externas apresentaram indícios de
ingestão alcoólica e 11% de outros tipos de drogas. As colisões de veículos em
relação aos demais tipos de ocorrência destacaram-se ocupando um patamar de
42% de usuários de álcool, sendo que destes 50% eram condutores. A freqüência
relativa aos atropelamentos poderá ser maior se levarmos em consideração as
dos condutores de veículos, não sendo possível a sua determinação, uma vez
que, a omissão de socorro ocorreu em 83,3%. As quedas também destacam-se
com 25%. Estes dados só vêm a comprovar a influência do álcool na
determinação de elevados índices de morbimortalidade por trauma de diversas
causas. O álcool também influi na qualidade da assistência quando atinge os
18
profissionais envolvidos no atendimento. Registrou-se 2.2% de maqueiros
alcoolizados. Esse índice pode ser maior, pois quando o cliente I vítima chega
com a equipe APH não há a participação desta categoria a menos que seja
solicitado.
"· FALÊNCIA DO SISTEMA CARCERÁRIO E VIOLÊNCIA
Um agravante da atual süuação da violência é a falência do Sistema
Carcerário no cumprimento do seu papel. As prisões, que deveriam funcionar
como segurança da sociedade1 proteção do valores e bens jurídicos fundamentais
à convivência humana, e teriam o objetivo de reeducar o preso, melhorando-lhe o
comportamento, !ornando-o apto a reinserk-se na sociedade sem ameaçar-lhe o
equilíbrio das condições existenciais, ao invés disso, transformaram-se em fatores
predisponentes do aumento da crirninalidade.
Tanto o crime viceja nos estabelecimentos prisionais brasileiros, onde o
poder público tem sido ausente na expressão de sua autoridade ordenadora,
disciplinadora, educadora dos presos, que dentro deles próprios acentuam-se as
mazelas sociais, a degeneração dos costumes, a proliferação das drogas, . o
desrespeito a valores como honra, integridade corporal, patrimônio, vida e à
própria liberdade.
Presídios e Penitenciárias transformaram-se em palco freqüente de motins,
chacinas, íentativas violentas de fugas escudadas em reféns inocentes cuja
integridade psicológica, moral corpórea ou a própria vida comumente é violada.
Não raro os .próprios presos vitimam uns aos outros em disputa de poder.
Na Penitenciária Barreto Campelo, nos últimos dez anos, vários conflitos
aconteceram num deles morrendo 29 presos em um só dia.
No Presídio Aníbal Bruno tornou-se rotina durante algum tempo fazer reféns
para tentar fugir, eliminando-os .paulatinamente .para intimidar à autoridade. Na
última dessas tentativas, morreram um soldado refém, dois saíram gravemente
feridos, e sete amotinados .perderam a vida.
19
-,
'
,.--..,,
_,.--...,,
Independentemente de fugas e motins, o escandaloso excesso
populacional do Presídio Aníbal Bruno e da Penitenciária Professor Barreto
Campelo resulta em freqüentes crimes violentos contra presos e seguranças,
conseqüência da saturação espacial que torna os indivíduos, sejam eles racionais
ou irracionais, naturalmente violentos.
O ser humano, qual os animais irracionais, precisa de um espaço territorial
onde manifeste seu domínio. Quando carece dele, torna-se agressivo, vai à luta
para conquista-lo, ou instintivamente agride, violenta, sem saber porque.
Sature-se um espaço demasiadamente com qualquer animaJ e o resultado
será o enfurecimento, a agressividade, o entredevorar. Se esse animal é o
homem, não será diferente.
Nesta perspectiva, é importante destacar a violência Estatal contra o preso.
O discurso jurídico penal teoriza o respeito à dignidade humana do preso,
que é sujeito de direitos e obrigações igual a qualquer outro cidadão, guardadas
as proporções apenas decorrentes da limitação legaJ da liberdade.
A Constituição Federal e a Lei das Execuções Penais dispõemJ
explicitamente, sobre o trato respeitoso aos direitos humanos do preso.
O Estado, entretanto] deve o mesmo respeito à lei que os seus súditos. Não
a cumpre~ embora haja sido ditada por ele próprio_ Humilha o preso desde o
momento da sua prisão provisória até o final da execução da pena privativa de
liberdade, algemando-o publicamente mesmo que não ofereça qualquer
agressividade, encarcerando-o em locais excessivamente povoados de outros
presos, enxovias sem as mínimas condições de higiene e de habitalidade, onde se
submete à promiscuidade forçada, contrai doenças várias, desde escabiose à
AIDS, à tuberculose, e não raro encontra a morte prematura na ponta dos chuços,
nos espancamentos, na violência sexual, na ingestão descomedida de drogas.
A disputa de poder marginal onde o poder público é falto, ausente,
cinicamente inoperante, gera conflitos de interesses entre indivíduos ou facções
não raro resolvidos pela força das armas, limitando-se a administração pública
20
prisional a contabilizar os cadáveres, que são muitos, e a socorrer, mal socorridos,
os sobreviventes.
Na solução desses conflitos, que sucede evoluírem para amotinamento, a
intervenção tardia dos guardiães da ordem pública pode resultar em fatos
lamentáveis como o homicídio dos cento e onze presos do Carandirú, em São
Paulo, contributo às cifras da mortalidade por causas diversas das naturais.
Ressalte-se a violência do crime organizado contra a sociedade, arquitetado e
comandado de dentro para fora da prisão, sequestras, assaltos, tráfico de drogas
com saldo lamentável de vítimas decorrente da inoperância do poder público.
" VIOLÊNCIA E SAÚDE
No século XVIII, a expectativa de vida era de aproximadamente 27 anos, os
óbitos decorriam principalmente da falta de higiene pessoal e sanitária que
culminavam em elevadas taxas de mortalidade por doenças infecciosas e
parasitárias, nas quais algumas se tornaram epidêmicas. As ações de saúde
dirigiam-se a preservar a economia brasileira prejudicada pelas constantes
epidemias. Entre as principais medidas, Oswaldo Cruz propõe o
esquadrinhamento do espaço urbano, estabelece uma legislação portuária e a
vacina obrigatória. Há também a descoberta da penicilina que associada à
redução da natalidade e à fecundidade, nas décadas de 40 e 60, respectivamente,
e à posterior queda da mortalidade infantil, tornam-se grande contributo ao
aumento da sobrevida, ao envelhecimento populacional e à conseqüente elevação
das doenças crônico-degenerativas. No entanto, atualmente essa elevação da
expectativa de vida torna-se comprometida em virtude do crescimento exorbitante
da criminalidade no País (Mello Jorge, 1998 in Waldman & Mello Jorge, 1999).
Entretanto, apesar do Brasil exibir um perfil de mortalidade típico de países
desenvolvidos, onde predominam em ordem as doenças cardiovasculares, as
causas externas e as neoplasias, ainda há concomitância com doenças próprias
da pobreza, como exemplo a tuberculose que embora seja passível de prevenção
21
e tratamento ainda continua a dissipar muitas vidas. A omissão das autoridades
governantes, da sociedade e de outras instituições se revela a forma mais grave
de violência.
Até meados de 60 a violência, quarto lugar no perfil de mortalidade geral,
tratava-se de um problema apenas para os órgãos de segurança e justiça. A
saúde comportava-se como mero "espectadof; um contador de eventos, um
reparador dos estragos provocados pelos conflitos sociais" (ABRASCO, 1999),
uma vez que, centrava-se apenas nas conseqüências dos atos violentos,
especificamente em tratar os traumas e lesões físicas seja da emergência a
reabilitação, seja dos aspectos médicos-legais aos dos registros de informações
(Vethencourt, 1990; Costa. 1986 in Minayo, 1994).
É com o movimento dos pediatras em relação aos maus tratos infantis e
das femininistas contra atos violentos praticados à mulher que essa visão simplista
da participação do setor saúde começa a mudar'' (Minayo & Souza, 1999).
Entretanto, só no final da década de 80 é que a violência se consolida
enquanto tema de saúde pública, devido à mudança no perfil de morbimortalidade
do País, evidenciado pelo incremento dos acidentes e traumas por ação
criminosa, ocupando a segunda causa de morte.
É também nesta época que a Constituição da República além de instituir a
segurança como um direito social, individual e coletivo na perspectiva da defesa
social, também confere ao conceito de saúde uma visão mais abrangente do que
o simples bem-estar biopsicossocial, sendo portanto, decorrente de fatores
ambientais, sociais, econômicos e culturais, enfim, resultado das formas de
organização social da produção, responsáveis por gerar grandes desigualdades
nos níveis de vida. Deste modo, assume a categoria de direito social, logo
considerado como de cidadania. Então, torna-se relevante espaço de construção
coletiva, que confere a participação democrática da sociedade nas decisões do
Estado como instrumento essencial de luta pela valorização da vida e busca de
uma vida digna e justa. Vale salientar que o dever de promover a saúde não se
restringe apenas ao Estado mas também cabe ao cidadão e outras instituições.
22
Dentro deste conceito, a saúde pública passa a englobar "tudo o que
significa agravo e ameaça à vida, às condições de trabalho, às relações
interpessoais, e à qualidade da existência." ( Minayo & Souza, 1999).
No Brasil, os principais responsáveis pelos elevados índices de violência
são os homicídios e posteriormente os acidentes de trânsito. Nos países
desenvolvidos a maioria das mortes deve-se a colisões de veículos, já os
homicídios vem representado por baixas taxas para os Europeus e tendência a
crescimento na América do Norte. Aqui, as vítimas do trânsito são principalmente
pedestres e morrem por atropelamento, e os assassinatos assumem a liderança,
responsável pela alocação das causas externas na mortalidade geral (Minayo,
1994).
Já no final da década de 90, a violência assume proporções alarmantes,
que de certa forma incentivou as discussões das autoridades governamentais com
vários segmentos da sociedade ligados ao tema. Em dezesseis de maio de 2001 o
Ministério da Saúde aprova e regulamenta a Política Nacional de Redução da
Morbimortalidade por Acidentes e Violências, através da Portaria de N° 737,
considerada um avanço em relação a temática em questão e ao mesmo tempo um
desafio no sentido de tentar operacionalizar suas propostas, e restabelecer a paz
e justiça social.
Esta Política está pautada por diretrizes destacadas a seguir:
Promoção da adoção de comportamentos e ambientes seguros e saudáveis;
Monitorização da ocorrência de acidentes e violências;
Sistematização, ampliação e consolidação do APH;
Assistência interdisciplinar e intersetorial às vítimas de acidentes e violências;
Estruturação e consolidação do atendimento voltado à recuperação e à
reabilitação;
Capacitação de recursos humanos; e
- Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
23
Vale ressaltar que também define responsabilidades institucionais com
articulação intersetorial dos Gestores Federal, Estadual e Municipal. E ainda
acompanhamento e avaliação.
As mortes por acidentes e violência inserem-se na Classificação
Internacional de Doenças (CID) - décima revisão, da Organização Mundial de
Saúde, sob a denominação de causas externas, e com codificação de V01 à Y98.
Engloba os homicídios, suicídios e acidentes fatais. E, em relação à morbidade,
envolve as lesões de envenenamentos, ferimentos, fraturas, queimaduras e
intoxicações por agressões interpessoais, coletivas, omissões e acidentes. Alguns
autores criticam o termo designado pela CID-10, causas externas, o qual revela a
alocação da saúde na temática da violência. Além do que, devido a sua enorme
abrangência, há dificuldade na classificação precisa do evento. Por exemplo, um
acidente de transito pode ser também considerado homicídio ou suicídio, ou seja,
é limitada para decidir o caráter acidental ou intencional e se legal ou arbitrário
(Deslandes, 2000; Minayo, 1994).
SISTEMAS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Rouquayrol (1999) propõe que a organização de sistemas de vigilância
epidemiológica de causas externas esteja pautada em ações específicas de
vigilância epidemiológica, com as adaptações necessárias, e metodologia de
investigação em que os processos de informação, decisão e ação estejam
articulados. Para Souza et ai. (1996) faz-se necessária a implantação de sistemas
setoriais e locais de informações, que "contemplem as diferentes formas de
violência e as especificidades de uma realidade social complexa."
No entanto, segundo Mendes (2001) ao avaliar a implantação dos Núcleos
de Epidemiologia - NEPI em hospitais de alta complexidade da rede pública de
saúde no Recife, constatou que maioria ainda encontram-se desestruturados. Um
agravante é que o principal hospital de referência para o trauma do Estado, e
portanto para onde convergem um elevado percentual de vitimados da violência,
24
foi a único a se apresentar como crítico. Desta forma, como conhecer o real perfil
dos acidentes e violência, responsáveis por inúmeras seqüelas e cessar de vidas?
Hoje, a Prefeitura da Cidade do Recife busca trabalhar de forma
intersetorializada e integrada às demais instituições de interesse nesta temática.
No setor saúde encontra-se em fase de implantação as políticas relativas aos
maus tratos contra criança e adolescente,- à prevenção e notificação de acidentes
de trabalho e à violência contra a mulher (Secretaria de Saúde do Recife, 2002).
No Brasil, os dados sobre óbitos constituem o Sistema de Informação sobre
Mortalidade - SIM, criado desde 1976 pelo Ministério da Saúde. O SIM tem
abrangência nacional, e se nutre a partir das Declarações de Óbito - DO geradas
pelas secretarias municipais e estaduais de saúde, e visa sobretudo fornecer
informações sobre o perfil de mortalidade nos diferentes níveis do Sistema Único
de Saúde (Fiocruz et ai., 1998 in Lessa, 2000). Foi através deste sistema que se
verificou, a partir de 1989, o fato de que as mortes violentas constituíram a
segunda causa de óbito do País.
Vale salientar que o SIM consiste no principal banco de dados para estudos
de violência, uma vez que o sistema de informação sobre morbidade não se tem
mostrado adequado para o estudo do tema (Mello Jorge et ai., 1997). No entanto,
é através da dimensão da morbimortalidade que haverá a determinação do real
impacto das causas externas sobre o setor saúde, a sociedade, as políticas de
governo. É necessário a implementação do Sistema de Informação Hospitalar no
tocante às causas violentas.
Oliveira & Pereira (1997), na análise dos dados contidos nas DO,
apresentam como um dos principais problemas o preenchimento inadequado dos
seus diversos campos, como por exemplo: em considerável freqüência os legistas
após necrópsia, mencionam a natureza das lesões que levaram a morte e não
referem o tipo de acidente e violência que ocasionaram o óbito, ou ainda
informações mais simples que possibilitem traçar o perfil da vítima gera um
elevado percentual de informação ignorada. Destaca-se, também, o acentuado
número de óbitos por sintomas, sinais e afecções mal definidos (SSAMD)
25
incluindo os desprovidos de assistência médica, portanto torna-se indicador
indireto da qualidade dos dados e da assistência médica prestada à população.
Do ponto de vista quantitativo é considerado como boa fonte de informação (Mello
Jorge et ai., 1997; Souza et ai., 1996). Mas, consoante Lessa {2000) um dos
fatores que limitam o SIM é a defasagem entre a ocorrência do óbito e a
disponibilidade dos dados no âmbito nacional representada por dois anos.
Paula et ai. (1994) apresentam um outro indicador relativo à qualidade da
informação que diz respeito à proporção das causas externas não especificadas
em relação à totalidade de óbitos por causas vioJentas. Em algumas capitais
brasileiras esse percentual aproxima-se de 50%, o que evidencia falhas ou
inexistência de Serviço de Verificação de Óbito e ou Instituto de Medicina Legal.
O SIM abrange cerca de 80% do total de óbitos ocorridos no país. Segundo
Paula et ai. (1994) o subregistro varia de acordo com a região. O Nordeste
concentra 54%, o Norte 50% e o Centro-Oeste 30%, e praticamente não existe no
Sul e Sudeste. Ressaltam-se as cidades interioraranas e regiões menos
favorecidas como responsáveis pela não totalidade desse registro, enquanto nas
capitais ele é de praticamente 100% (Souza et ai., .1996).
A saúde pública não pode restringir sua atuação preventiva aos serviços de
atendimento, deve planejar e adotar poliücas de promoção à saúde, entendidas
segundo a carta de Otawa de 1986 como "processo de capacitação da
comunidade para atuar na melhoria da qualidade de sua vida e saúde incluindo
maior controle desse processo" (Carta Otawa, 1986 - Minayo, 1999). Neste
sentido, obstar a ocorrência do evento, e sobretudo buscar a intersetorialidade,
interdisciplinaridade e multidisciplinaridade (ABRASCO, 1999). Entre algumas
medidas estão o investimento no setor social com vistas a minimizar as
desigualdades sociais, implementar os sistemas educacional, saúde, assistência e
seguridade social e segurança publica que urge por ações dirigidas ao combate do
crime organizado, enfim que envolvam autoridades governamentais, a sociedade
e outras instituições comprometidas em restabelecer a justiça e a paz social.
26
Diante da magnitude alcançada pela mortalidade por causas externas, e
sendo Recife a capital com maiores índices estatísticos de criminalidade do paísJ
este estudo se propõe a descrever o perfjl das mortes violentas ocorridas na
cidade do Recife referente ao ano 2000, identificar as áreas de risco para esses
agravos e contribuir para as discussões do planejamento de ações e políticas
integradas de prevenção e combate à violência.
27
2. MATERIAL E MÉTODO
·'"'\ 2.1 Objetivo Geral
+ Descrever o perfil de mortalidade por causas externas ocorrido na cidade do
Recife, 2000.
,----,, 2.2. Objetivos Específicos /"\
+ Descrever o perfil de mortalidade por causas externas ocorrido na cidade do
Recife segundo sexo, faixa etária e tipo de causa externa;
+ Espacializar a mortalidade por causas externas segundo Região Político
Administrativa - RPA de forma a identificar áreas de maior risco para esses
agravos.
"' 2.3. Procedimentos Metodológicos
2.3.1. Área de Estudo
A área de estudo consiste na cidade do Recife, capital de Pernambuco,
situada no Nordeste do Brasil, e ocupa uma área de 218,0km2 equivalente a
0,22% do Estado. Entre seus limites, ao Norte encontra-se com Paulista, ao Sul
Jaboatão dos Guararapes, ao Leste Olinda e ao Oeste Camaragibe e São
Lourenço da Mata (FIDEM, 2001 ).
Inicialmente denominava-se muralha natural de recifes que tinha como
principal finalidade proteger suas praias e seu porto, onde centravam-se as
atividades comerciais e serviços. Assim nasce a cidade, em 1537, como uma
aldeia de pescadores. Entretanto, o título de capital do Estado só é adquirido em
1823 (FIDEM, 2001 ).
Destaca-se como cenário de memoráveis Jutas revolucionárias, como a
Revolução dos Padres (1817), Confederação do Equador (1824), Setembrizada
(1831), Revolução Praieira (1848) e a Revolução de 30 (FIDEM, 2001).
Atualmente, a Região Metropolitana do Recife - RMR, criada em 1973,
compõe-se de 14 municípios. Exercendo uma função centrípeta, Recife torna-se
referência social, econômica, cultural e política para os demais municípios (Plano
Municipal de Saúde, 2002 a 2005).
Divide-se também em seis Regiões Político-Administrativa -RPA, descritas
a seguir:
RPA01 Boa Vista, Cabanga, Coelhos, Ilha Joana Bezerra, Ilha do Leite, Paissandu,
Recife, Santo Antônio, São José e Soledade.
RPA02 Água Fria, Alto Santa Terezinha, Arruda, Beberibe, Bomba do Hemetério,
Cajueiro, Campina do Barreto, Campo Grande, Dois Unidos, Encruzilhada,
Fundão, Hipódromo, Linha do tiro, Peixinhos, Ponto de Parada, Porto da
Madeira, Rosar1nho e Torreão
RPA03 Microrregião 3. 1
Aflitos, Alto do Mandu, Apipucos, Casa Amarela, Casa forte, Derby, Dois
Irmãos, Espinheiro, Graças, Jaqueira, Monteiro, Parnamirim, Poço,
Santana, Sítio dos Pintos e Tamarineira.
Microrregião 3.2
Córrego do Jenipapo, Brejo da Guabiraba, Macaxeira, Brejo de Beberibe,
Nova Descoberta, Vasco da Gama, Alto José Bonifácio, Morro da
Conceição, Alto José do Pinho, Mangabeira, Guabiraba, Passarinho e Pau
Ferro.
29
-'"""\,
RPA04 Caxangá, Cidade Universitária, Cordeiro, Engenho do Meio, Ilha do Retiro,
lputinga, Madalena, Prado, Torre, Torrões, Várzea e Zumbi.
RPA05 Afogados, Areia , Barro , Bongi, Caçote, Coqueiral, Curado, Estância,
Jardim São Paulo, Jiquiá, Mangueira, Mustardinha, San Martin, Sancho,
Tejipió e Totó.
RPA06 Microrregião 6.1 - Boa Viagem, Brasília Teimosa, lmbiribeira, lpsep e Pina
Microrregião 6.2 - lbura, Jordão e COHAB
Segundo o censo demográfico realizado pelo IBGE, em Recife registrou-se
uma população apenas de residentes urbanos de 1A21.947, sendo 760.855 do
sexo feminino e 661.092 masculino, com densidade populacional de
6.523hab/hffi!, e cresciJ)lento anual (96/2000) de 1_38 (IBGE, 2002).
Cortada pelos Rios Capibaribe e Beberibe é conhecida como a Veneza
brasileira, com grande potencial em relação a exploração do turismo ecológico. No
ambiente, apresenta desde planícies a morros, praias a rios, áreas de preservação
histórica, turísticas a áreas comunitárias marcadas por lutas sociais, enfim com
encantos e desencantos como uma grande cidade. (Plano Municipal de Saúde,
2002/2005)
Já em relação a economia, destaca-se o setor terciário constituído pelo
comércio e prestadores de serviços responsáveis por ostentar 95% de todo valor
da riqueza. E neste setor sobressaem-se o comércio e os serviços médicos como
terceiro maior em arrecadação de Imposto sobre Serviços da Prefeitura da cidade~
Recife compreende o segundo maior polo médico do Pais. Contudo, ainda
experimenta taxa de desemprego de 7,9%, em 2001.
30
A economja jnformal consiste numa realidade excludente situada sobretudo
no comércio. Segundo Kliksberg (2002) um trabalho na economia informal
eqüivale de um terço a um quarto da produtivjdade de um emprego na economia
formal.
No ano 2000, o Sistema de Informação sobre Mortalidade- SIM registrou a
ocorrência de 20.670 óbitos em Recife. Destes sobressaem-se as doenças do
aparelho circulatório com 29% das mortes, as neoplásicas com 14%, as causas
externas com 12% e as doenças do aparelho respiratório com 1 0%. Já em reJação
ao coeficiente de mortalidade, por 100.000 habitantes, mantém a colocação das
cardiovasculares e o -grupo das causas externas torna-se três vezes superior ao
das neoplasias.
2.3.2. População de Estudo e Período de Referência
A população consiste nos óbitos por causas externas registrados pelo SJM/MS
no ano 2000 que ocorreram em Recife, totalizados numa amostra de 2.503
mortes.
Um fator limitante ao presente estudo, é o alto número de bairros não
classificados, correspondente a 1.011 óbjtos. Serão residentes em outros
municípios? Serão de Recife os não foram classificados? Porque não foram
classificados?
Pretendia-se traçar um perfil das vítimas quanto a grau de instrução, ocupação,
estado civil, mas o sistema não se mostrou eficaz para taJ, visto q_ue considerável
percentual está alocado a categoria de ignorados, representando uma limitação
qualitativa do SJM.
As tabelas referentes às populações segundo RPA/bairros do Recife
encontram-se em anexo.
2.3.3. Desenho de Estudo
É um estudo descritivo tipo corte transversal porque objetiva compreender o
agravo causas externas em determinada população representada pelos óbitos
31
decorrentes destas causas que ocorreram em Recife num tempo específico: ano
2000. Sua escolha se respalda num método de baixo custo e rapjdez para sua
realização.
2.3.4. Caracterização das Variáveis
São classificadas como sexo~ faixa etária, tipo de causa externa e bairro de
ocorrência agregados em seis RPA. Apenas as RPA 03 e 06 foram subdivididas
em microrregiões porque foram consideradas as mais populosas. A divisão das
microrregiões 3.1 e 6.1 ocorre de modo a concentrar os bairros com melhores
padrões de vida.
Os tipos de causas externas foram classificados em acidente de trânsito
(código V01 - V99), outros acidentes {código WOO - X59), homicídios, sendo
cometidos por arma de fogo (código X93 - X95) e por outras agressões (código
X85- Y09), suicídios (código X60- X84) e outras causas externas (códigoY10-
Y98) e compreendem o capítulo XX I CID10 - Causas externas de morbidade e
mortalidade.
O acidente de transporte envolve desde pedestres, motociclistas, ciclistas a
veículos automotivos leves e pesados, transporte aquático, aéreo, espacial, e não
específicados.
A categoria "outros acidentes" engloba as quedas, exposição a forças
mecânicas animadas e inanimadas,_ afogamento e submersão acidentais, outros
riscos acidentais a respiração, exposição a corrente elétrica, a radiação e a
temperadtura e pressão extremas do ar ambiental, exposição ao fumo, fogo e as
chamas, contato com uma fonte de calor e substancias quentes, contato com a
nimais e plantas venenosos, exposição às forças da natureza, envenenamento
acidental por exposição a substancias nocivas, excesso de esforços, viagens e
privações, esposição aciedntal a outros faotres e aos não especificados.
Os homicídios englobam os praticados por arma de fogo e os da categoria
"outras agressões" que envolvem os demais ·tipos de morte violenta. E os
suicídios como as lesões autoprovacadas voluntariamente.
32
Por fim, a categoria "outras causas externas" que compreende eventos cuja
intenção é indeterminada, intervenções legais e operações de guerra,
complicações de assistência médica e cirúrgica, seqüelas de causas externas de
morbidade e mortalidade e fatores suplementares relacionados com as causas de
morbidade e mortalidade classificadas em outra parte.
A lógica da resldência e ocorrência são diferentes~ Jogo não permitem
comparações. Na residência verifica-se de que bairros procedem os residentes em
Recife! acometidos pelas causas externas. Enquanto que a ocorrência, quais os
locais onde ocorrem eventos violentos que culminam em morte, desta forma
abrange os residentes e não residentes em Recife. Portanto passível de se
estruturar um plano de prevenção da morbimortalidade por causas violentas - "in
loco."
Neste trabalho considera-se local de ocorrência como o do evento que
culminou na morte e não o local do óbito.
2.3.5. Método de Coleta de Dados
Os dados de óbitos foram coletados a partir do Sistema de Informação
sobre Mortalidade- SIM através do arquivo DOOOPE.dbf, gerado pela Secretaria
Estadual de Saúde.
Utilizou-se para tabulação dos dados o software Tabwin versão 3.2 e
planilhas do Microsoft Excel.
33
""' 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
TAB. 01- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo
da CID10- OMS) OCORRIDOS EM PERNAMBUCO_,. 2000.
CAUSA BASICA NO -- o/õ I. Algumas- doeru)85- infecciosas e parasitárias-- ·- 2537-- ··- -- 4,7--
--11. Neoplasias (tumores) 4511 -3,4
---· .
111. Doenças sangue órgãos hemat e transt imllnitár 273 -9,5-
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 2974 5,5
v. Transtornos mentais e comportamentais 290 0,5
VI. Doenças do sistema nervoso 492 -0,-9
VIl. Doenças da olho e anexos 1 -----G-,0-
VIIJ.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 7 b,O IX. Doenças do aparelho circulatório 12188 22,6
X. Doenças do aparelho respiratório 3716 6;9
XI. Doenças do aparelho digestivo 2330 4,3-
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 79 0,1
XIII.Doenças sist osteomusculare tec ooAjuRtivo 83 -0-,2-
XIV. Doenças do aparelho genituríAário 577 1,1
XV. Gravidez parto e puerpéri&- 75 0,1
XVI. Algumas afec originadas no períoá()-perinatal 4082 1,6
XVII.Malf cong deformid e anomalias cromassômiGas-- 538 1-,Q-
XVIII.Sint sifU!is-e--achad anorm..ex.clín .e laborat 11978 f-·---
-22,2 ---·
XX. Causas- externas de morbidade-e mortalidade--- 7236 c:ta;:4\ Total 53967 -100;-8 Fonte. SIM I MS /2000 I
A mortalidade ocorrida em Pernambuco no ano 2000, totaliza 53.967
registros, nos quais as doenças do aparelho circulatório ocupam um patamar de
22,6%, seguidas das causas externas com 13,4% e das neoplásicas com 8,4%.
Vale salientar que os sinais, sintomas e afeções mal definidas, indicativo de
qualidade da assistência à saúde, concorrem com a primeira causa de óbito com
relevante percentual.
TAB. 02 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS EM
PERNAMBUCO SEGUNDO MUNJCÍPJO DE OCORRÊNCIA, 2000.
MUNICIPIO NO %
Recife 2503 34,6
Jaboatão dos Guararapes 542 7,5
Olinda 351 4,9
Caruaru 300 4,1
Petrolina 255 3,5
Paulista 176 2,4
Garanhuns 142 2,0
Outros Municípios 2849 39,4
Total 7236 100,0 Fonte. SIM I MS I 2000
Conforme tabela 02, ocorreu no Estad~ 7.236 óbitos devido as causas
externas. Recife destaca-se com 34,6% e a Região Metropolitana - RM com I
22,2%, seguindo a tendência que indica maior concentração desse tipo de agravo
em capitais e RM, consoante constatação na literatura supracitada. Os centros
interioranos mais desenvolvidos, evoluídos economicamente, também se
sobressaem entre os demais, casos de Caruaru e Petrolina, com 4,1% e 3,5%,
respectivamente.
Tal concentração de óbitos por acidentes e violência pode ser justificada
pelo fato da capital ter experimentado a partir da década de 60 um crescimento
populacional, decorrente da queda da fecundidade e da mortalidade infantil,
enriquecido também peJos movimentos migratórios do campo para a cidade, que
não foram acompanhados por investimentos em políticas públicas estruturantes.
A favelização consequente do inchaço desordenado da região
metropolitana do Recife, com as mazelas próprias de um crescimento desse tipo,
fundado na ilusão do emprego e melhoria das condições de vida, resultou nas
frustratções, comportamentos divergentes e compensatórios que explodiram na
35
i\
/\
onda de criminaíidade e vioíência a tornar notaria por essa reaiidade depíoraveí a
grande Recife.
O tráfico de drogas, carro chefe do crime organizado, funciona como um
agravo da sltuaçao na medida em que encausa toda uma crlmlnaHdade vloíenta
em torno da disputa do mercado da traficância e Induz as pessoas viciadas a
de !Inquirem para sustentar o vicio em afronta à famiHa e à sociedade.
O fiageio do crime organizado cresceu tanto que transcende às fronteiras
dos palses, exigindo a cooperaç8o internadonal para o seu enfrentamento. Em
Pernambuco, ainda nao chegou ao ponto atingido em Estados como R.lo de
Janeiro e EspírUo Santo onde a falêncja da autorjdade iocal Indica a necessidade
de o Governo Federal participar no controle da sltuaçao na forma de Integração de
forças tarefas g ate sob a forma de cogitaç8o e ameaça de Jntervençao estataL
Na RMR, apesar de o crime organizado estar sob relativo controle da
autoridade púbJica, o fenômeno da crjmjnalidade vioJenta desafia o poder do
Estado atingindo índices contra a vida humana inaceitáveis e insuportáveis.
36
TAB. 03- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE
(por 100.000 hab.) SEGUNDO CAUSA BÁSJCA (Capítulo da CID10- OMS).
RECIFE, 2000.
CAUSA BASICA NO o/o CM
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 1478 7,2 103,9
11. Neoplasias (tumores) 2888 14,0 203,1
111. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár 119 0,6 8,4
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 1321 6,4 92,9
v. Transtornos mentais e comportamentais 105 0,5 7,4
VI. Doenças do sistema neiVoso 325 1,6 22,9
VIl. Doenças do olho e anexos 1 0,0 0,1
Vlli.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 5 0,0 0,4
IX. Doenças do aparelho circulatório 5910 28,6 415,6
X. Doenças do aparelho respiratório 2029 9,8 142,7
XI. Doenças do aparelho digestivo 1438 7,0 101 '1
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 58 0,3 4,1
XIII. Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 55 0,3 3,9
XIV. Doenças do aparelho geniturinário 356 1,7 25,0
XV. Gravidez parto e puerpério 33 0,2 2,3
XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 1443 7,0 101,5
XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas 340 1,6 23,9
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laboral 263 1,3 18,5
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 2503 12,1 176,0
TOTAL 20670 100,0 1453,6 ·\ Fonte: SIM I MS I 2000
A mortalidade geral de ocorrência em Recife assume um padrão no qual
verifica-se o predomínio das doenças do aparelho circulatório, das neoplasias e
das causas externas, respectivamente, como . principais enriquecedoras dos
obituários, e que somadas assumem 55, O% de todos óbitos. Vale salientar que as
doenças infecciosas e parasitárias ainda ocupam a quinta posição. O risco de
morte para as doenças cardíacas supera as neoplásicas em 2 e as traumáticas '
em 2,~ vezes. Entretanto, conforme tabela 14 anexa, realizada na lógica da I
37
residência em Recife as circulatórias englobam 30,9% dos óbitos e as causas
externas assumem a segunda posição com 14,5% seguidas das neoplásicas com
13,7%.
TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS E
COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.). RECIFE, 2000.
TIPO CAUSA EXTERNA NO % CM
Acidentes Transporte 509 20,3 35,8
Outros Acidentes 315 12,6 22,2
Homicídio 1378 55,1 96,9
Suicídio 90 3,6 6,3
Outras causas externas 211 8,4 14,8
TOTAL 2503 100,0 176,0
Fonte: SIM I MS /2000
A morte resultante das causas externas representa o extremo da violência.
Traçar seu perfil é considerar suas múltiplas causas e determinantes.
No Recife, ressaltam-se os homicídios com 55,1% dos óbitos decorrentes
de causas violentas, especificamente 1.378 vidas destruídas, assocjadas a
inúmeras famílias afetadas social e emocionalmente. São também responsáveis
por impulsionar os atuais índices de criminalidade, os quais conferem a Recife o
título de cidade mais violenta do país.
O risco de morte para este evento corresponde a 2, 7 vezes superior ao de
acidente de trânsito, o que não torna essa situação menos preocupante. É grave
e requer medidas imediatas, pois conforme tabela supracitada corresponde a
segunda posição com 20,3% e representa um risco de morte de 35,8 por grupo de
100.000 habitantes.
A redução da morbimortalidade requer, entre outras medidas, uma eficiente
e permanente campanha de prevenção à violência, um atendimento pré-
38
r--,
hospitalar- APH adequado, planejado e regionalizado, somado a um sistema de
comunicação com os hospitais de referência e nosocômios equipados para
atender vítimas de trauma. Pesquisas realizadas na década de 80 nos Estados
Unidos e em Vários países da comunidade Européia evidenciam a redução de
50% ou mais nas mortes evitáveis, em decorrência da implantação de sistemas -
de atendimento ao traumatizado (Ministério da Saúde, 2001 ).
Apesar da categoria outras causas externas mostrar-se com risco de 6,5 e
2,4 vezes inferior aos homicídios e acidentes de trânsito, respectivamente, esta
não deve ser menosprezada visto que é considerada um importante indicativo de
qualidade da informação no sistema.
Já em relação à violência de gênero consoante tabela 05, verifica-se a
predominância dos óbitos masculinos em todos os tipos de causas externas,
sendo 91,7%, 83,9% e 71,1% atribuídos a homicídios, acidentes de trânsito e
suicídios, respectivamente. O risco do homem morrer por homicídio supera em 3
vezes os de acidentes de trânsito e 20 vezes de suicídios. Vale salientar que
89,4% desses homicídios foram cometidos por arma de fogo o que sugere que o
incremento deste tipo de instrumento associado a deficiência de políticas públicas
de prevenção aos acidentes e violência, a ineficiência do aparato policial no
combate ao crime e a morosidade do sistema judiciário que gera uma sensação
de impunidade e só favorecem o crescimento dessas agressões.
Apesar da menor representatividade feminina ser cerca de 6 vezes inferior,
as causas externas se distribuem quase uniformemente. O suicídio torna-se a
principal causa de óbito com 28,9%, seguida dos acidentes de transporte com
16,1% e dos homicídios com 8,3%. Entretanto, ao se considerar o risco de morte,
os homicídios avolumam-se e superpõem-se aos suicídios em 4 vezes. Observa
se uma aproximação entre os homicídios e os acidentes de trânsito.
Faz-se necessário determinar o que compõem outros acidentes e outras
causas externas visto que, somados, revelam-se num patamar considerável.
39
Ao se comparar os sexos, observa-se uma grande discrepância. O risco de
morte para o masculino torna-se exorbitante. Consiste em 20 vezes maior para
suicídios, 13 para homicídios e 6 para acidentes de trânsito.
A agressividade masculina do homem, o machismo culturai, o papei socfal
desempenhado por ele, determinadas particularidades biológicas como a da
secreção de testosterona proporcionalmente diversa do sexo feminino, são fatores
predisponentes do homem â criminalidade, que o fazem sobressair-se na
concorrência deJinquencial com a mulher. Esta, contudo, na medida em que
cresce no desempenho dos papeis que a sociedade e o ordenamento jurídico lhe
atribuem, torna-se cada vez mais vulnerável à prática do crime, sendo hoje
comum encontrá-la com autora, co-autora ou partíce de crimes violentos como
homicídios, Jatrocínios, chacinas e na violência própria decorrente do tráfico de
entorpecentes.
A mesma natureza que predispõe o homem, na sua agressi'vidade, a ser
maioria hoje na prática da violência, o fez historicamente, ser a regra nos campos
de batalha como guerreiro, enquanto as mulheres, as Margareth Tachar, Anita
Garibaldi, Joana D'arck são a exceção.
A situação agrava-se ao considerar que os maiores coeficientes estão
concentrados nas faixas etárias mais jovens de 15 a 39 anos, correspondentes a
65,1% dos óbitos. Apresenta, conforme tabela 06, pico máximo entre 20 e 29
anos. Tal achado foi encontrado por vários autores citados no referenciaJ teórico.
éonsidere-se nesta tabela, que 3 homicídios e 1 da categoria outras causas
externas apresentam-se como faixa etária ignorada, e portanto foram utilizados
para o cálculo dos percentuais.
õs menores de 1 O anos destacam-se pelos acidentes de transporte e
outros acidentes agrupados, que, somados, assumem um percentual
considerável, sejam quedas, afogamentos ou outros, "a posteriorí" seria
interessante determina-ias.
A partir dos 1 O anos os homicídios já se tornam primeira causa até os 49, e
com tendência de crescimento até os 29 anos. õ risco de morte para homicídio
40
sofre um incremento de 90% da faixa de 10 a 14 para 15 a 19, e desta para 20 a
29 anos de 31 %. É também na faixa dos 15 aos 39 anos que se observa grande
diferença entre os coeficientes dos homicídios e os acidentes de trânsito, segunda
causa de óbito. Dos 15 a 19 anos torna-se sete vezes maior, dos 20 a 29 seis e 30
a 39 três. Daí conclui-se que os acidentes de trânsito crescem de acordo com a
. idade exceto na faixa etária dos 1 O aos 14 e dos 40 aos 49 anos, e retornam à
principal causa de óbito após os 50 anos.
Assim como os acidentes de trânsito, os suicídios também acompanham a
faixa etária. Nos menores de 1 O anos praticamente não existem, atingem dos 20
aos 29 anos e a partir dos 40 anos chega a 7 4,4% das vítimas. Embora em
relação ao coeficiente assuma relevante causa de morte após os 40 anos, ocupam
nos 50 anos a terceira posição.
Salienta-se que a partir dos 50 anos a categoria outras causas externas
abrange 42,7% dos óbitos. Investigar tal percentual no sentido de aperfeiçoar a
qualidade da assistência ao idoso é no mínimo respeitar sua história de vida.
A faixa etária mais jovem da população é a mais carente de maturidade e,
em certas circunstâncias, de proteção, como no caso da menor idade
abandonada. O jovem é a vítima mais fácil no aliciamento ao vício e ao tráfico de
drogas. É também influenciável com mais facilidade para engajar-se tanto na
prática da delinqüência eventual como nas fileiras do crime organizado. Sua
audácia, própria do entusiasmo da juventude, e sua inexperiência, tornam-no, não
raro protagonista de crimes bárbaros e vítima do mesmo jeito.
A grande mortalidade dos jovens, sobressaídas nas chacinas, decorre de
enfrentamentos na disputa do crime organizado, também nos entrechoques das
galeras, e maiormente como alvo dos grupos de extermínios subsidiados pela
própria sociedade na sua ânsia de segurança ante a desproteção do poder
público.
41
TAB. 05 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS E COEFEICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.)
SEGUNDO SEXO. RECIFE, 2000.
SEXO
TIPO DE CAUSA EXTERNA MASCULINO FEMININQ NO % CM NO % eM
Acidentes Transporte 427 83,9 64,6 82 16,1 10,8
Outros Acidentes 221 70,2 33,4 94 29,8 12,4
Homicídio 1264 91,7 191,2 114 8,3 15,0
. Arma de fogo 1130 92,5 170,9 92 7,5 12,1
. Outras agressões 134 85,9 20,3 22 14,1 2,9
Suicídio 64 71,1 9,7 26 28,9 3,4
Outras C. Externas 142 67,3 21,5 69 32,7 9,1
TOTAL 2118 84,6 320,4 385 15,4 50,6
TAB. 06 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.)
SEGUNDO FAIXA ETÁRIA. RECIFE, 2000.
FAIXA ETARIA
TIPO DE CAUSA < 10a 10-148 15-19a 20-298 30-39a 40-49a SOe+ EXTERNA
NO % CM NO % CM NO % CM NO % CM NO % CM NO % CM NO % CM Acid. Transporte 27 5,3 11,3 10 2,0 7,5 33 6,5 22,7 101 19,8 39,4 118 23,2 52,4 85 16,7 49,7 135 26,5 55,5
Outros Acidentes 45 14,3 18,8 23 7,3 17,3 12 3,8 8,2 41 13,0 16,0 42 13,3 18,6 39 12,4 22,8 113 35,9 46,4
Homicfdio 3 0,2 1,3 24 1,7 18,1 246 17,9 169,0 623 45,2 243,1 305 22,1 135,4 103 7,5 60,2 71 5,2 29,2
Suicfdio o 0,0 0,0 1 1,1 0,8 6 6,7 4,1 19 21 '1 7,4 16 17,8 7,1 19 21,1 11 '1 29 32,2 11,9
Outras C.Externas 15 7,1 6,3 5 2,4 3,8 17 8,1 11,7 25 11,8 9,8 26 12,3 11,5 32 15,2 18,7 90 42,7 37,0
TOTAL 90 3,6 37,6 63 2,5 47,4 314 12,5 215,8 809 32,3 315,7 507 20,3 225,0 278 11,1 162,5 438 17,5 179,9
Fonte: SIM I MS I 2000
42
( c ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( c ( ( ( ( ( ( ( c ( c ( ( ( ( ( c ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( (
~,
A delinqüência jnfanto-juvenil, mercê da utopja do Estatuto da Criança e do
Adolescente em um Estado que o editou como fantasia desvinculada de condições
e de propósitos, chega ao ponto de se tornar jnsuportáveJ, ensejando o morticínio
de que são vítimas os jovens autores de atos infracionais contra a vida, o
patrimônio e outros bens das pessoas. O exterminio é uma atitude extrema e
insensata da sociedade, repudiável, injustificável, mas plenamente explicável nas
circunstâncias.
TAB. 07- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS-E COEFICIENTE DE MORTALIDADE
(por 100.000 hab.) SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID10- OMS) E
RPA. RECIFE, 2000.
CAUSA RPA BÁSICA 1 CM 2 CM 3.1 CM 3.2 CM 4 CM 5 CM 6.1 CM 6.2
Cap. 1 101 7,1 18 1,3 205 14,4 12 0,8 95 6,7 161 11,3 11 0,8 8
Cap. 2 587 41,3 38 2,7 323 22,7 27 1,9 213 15,0 136 9,6 55 3,9 16
Cap. 3 5 0,4 o 0,0 16 1,1 o 0,0 10 0,7 6 0,4 o 0,0 o Cap. 4 95 6,7 27 1,B 194 13,6 19 1,3 141 9,.9 93 6,5 17 1,2 .9
Cap. 5 3 0,2 2 0,1 20 1,4 3 0,2 11 0,8 14 1,0 o 0,0 1
Cap. 6 25 1,8 5 0,4 67 4,7 1 0,1 23 1,6 12 0,8 10 0,7 2
Cap. 7 o 0,0 o 0,0 1 0,1 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o Cap. 8 o 0,0 o 0,0 1 0,1 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o Cap.9 534 37,6 141 9,9 1197 84,2 78 5,5 546 38,4 353 24,8 127 8,9 118
Cap. 10 196 13,8 26 1,8 319 22,4 19 1,3 198 13,9 196 13,8 37 2,6 26
Cap. 11 87 6,1 16 1,1 225 15,8 6 0,4 158 11,1 97 6,8 16 1,1 6
Cap. 12 4 0,3 2 0,1 8 0,6 o 0,0 10 0,7 7 0,5 o 0,0 o Cap. 13 5 0,4 o 0,0 3 {),2 1 0,1 7 0,5 2 0,1 1 0,1 1
Cap. 14 41 2,9 5 0,4 49 3,4 4 0,3 42 3,0 24 1,7 5 0,4 2 Cap. 15 3 0,2 1 0,1 6 0,4 o 0,0 3 0,2 1 0,1 o 0,0 o Cap. 16 123 8,7 117 8,2 155 10,9 3 D,2 145 10,2 35 2,5 2 0,1 1
Cap. 17 51 3,6 5 0,4 26 1,8 o 0,0 30 2,1 o 0,0 1 0,1 2
Cap. 18 15 1,1 10 0,7 20 1,4 8 0,6 15 1,1 29 2,0 13 0,9 7
Cap.20 126 8,9 13 0,9 551 38,7 117 8,2 236 16,6 172 12,1 88 6,2 96
TOTAL 2001 140,7 426 30,0 3386 238,1 298 21,0 1883 132,4 1338 94,1 383 26,9 295 Fonte: SIM I MS I 2000
43
CM 0,6
1,1
0,0
0,6
0,1
0,1
0,0
0,0
8,3
1,8
0,4
0,0
{},1
0,1
0,0
0,1
0,1
0,5
6,8
20,7
Nesta tabeJa foram excJuidos os de bairros não classificados que
compreendem 51,12% (1 0.567) de todos os óbitos ocorridos em Recife.
Em relação as RPA, o perfil de mortalidade adquire algumas
particularidades.
A microrregião 3.1 concentra maior número de óbitos com 33,8%, nos quais
destacam-se as cardiovascuJares seguidas das causas externas e das
neoplásicas. Seguem-se as RPA 1 , 4 e 5. Na primeira, as neoplasias ultrapassam
as doenças do aparelho circuJatório, primeira causa de óbito em todas exceto
nesta e na RPA 3.2. E, conforme tabela 13 anexa, destacam-se os bairros
Paissandu e IJha no Leite _para as neopJásicas (nesta inclui também Santo Amaro)
e circulatórias. A terceira e quarta colocação atribuem-se ao aparelho respiratório
e as causas externas, respectivamente.
Já a RPA 02 caracteriza-se pela presença das afecções perinatais como
segunda posição no ranking dos óbitos, principalmente na EncruzinJhada, e
posteriormente as causas externas. Posição que também ocupa na RPA 05. Nas
demais é a segunda.
As doenças do aparelho digestivo são mencionadas como segunda e
terceira na RPA 05 e RPA 3.1 antes e após as causas externas, respectivamente,
nos bairros de Tejipió e Jordão.
Sobressaem-se como unanimidade nas RPA 03, 3.1, 04, 06 e 6.1 as
doenças do apareJho circulatório, as causas externas e as neoplasias. Dentre os
principais bairros estão o Derby e a Cidade Universitária para todas causas, e
para a sexta RPA lpsep, Jmbiribeira e Boa Viagem, respectivamente.
Já especificamente, em relação às causas violentas, a tabela 08 descreve
as RPA e seus respectivos bairros destacando os de maior ocorrência.
44
TAB. 08- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE
DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO RPA. RECIFE, 2000.
RPA/ BAIRROS
RPA01
116 SOL.EDADE
108 SANTO AMARO
094 PAISSANDU
086 BOA VISTA
078 IL.HA DO L.EITE
060COEL.HOS
051 CABANGA
043 I.JOANA BEZERRA
035SAOJOSE
027 SANTO ANTONIO
019RECIFE
RPA02
949 A.STA.TEREZINHA
930 PONTO DE PARADA
426 B. DO HEMETERIO
396 DOIS UNIDOS
388 L.INHA DO TIRO
370 BEBERIBE
361 P. DA MADEIRA
353 CAJUEIRO
345FUNDAO
337 AGUA FRIA
329ARRUDA
310 CAMP. DO BARRETO
302 HIPODROMO
299 PEIXINHOS
280 CAMPO GRANDE
272TORREAO
183 ROSARINHO
175 ENCRUZILHADA
RPA03
Microrregião 3.1
132AFL.ITOS
493 AL. TO DO MANDU
507 APIPUCOS
434 CASA AMARELA
442 CASA FORTE
140DERBY
590 DOIS IRMAOS
124 ESPINHEIROS
167GRACAS
159 JAQUEIRA
485 MONTEIRO
469 PARNAMIRIM
477POCO
450SANTANA
604 SITIO DOS PINTOS
191 TAMARINEIRA
Acid. Outros Acidentes Transporte
N° I CM NO I 21
o 3
3
5
o
2
2
2
2
8
o o o o o 2
o o o 1
2 1
o o
o o
26,9 15
0,0 o 10,3 2
565,0 3
35,6 5
104,3 2
0,0
65,1 o 15,7 1
23,1 o 371,1
216,2 o 3,9 5
0,0 o 0,0 o 0,0
0,0 o 0,0 o
23,2 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o 2,3 1
14,9 o 12,0 2
0,0 o 0,0 o 3,2 1
0,0 o 0,0
10,7
o o
144 31.4 86
136 124,8 82
o 0,0 o o 0,0 o o 0,0 o 6 23,5 5
o 0,0 2
130 5977,0 69
o 0,0 o o 0,0 2
o 0,0 3
o 0,0 o o 0,0 o o 0,0 o o 0,0 1
o 0,0 o o 0,0 o o 0,0 o
CM
19,2
0,0
6,9
565,0
35,6
208,6
14,6
0,0
7,8
0,0
185,5
0,0
2,4
0,0
0,0
11,6
0,0
0,0
D,O
0,0
0,0
0,0
2,3
0,0
24,0
0,0
0,0
3,2
0,0
0,0
0,0
18,8
75,2
0,0
0,0
0,0
19,6
44,7
3172,4
0,0
22,5
17,8
0,0
0,0
0,0
25,0
0,0
0,0
0,0
Homicídio Suicídio Outras C.Externas
N° I CM N° I CM N° I CM NO
68 87,1
o 0,0
18 61,8
o 0,0
6 42,8
104,3
5 73,2
65,1
16 125,4
19 219,6
2 371,1
o 0,0
86 41,8
12,8
59,8
4 46,3
7 25,7
5 35,9
6 69,5
o 0,0
14,8
1 14.4
17 38,6
12 89,3
13 156,0
o 0,0
5 118,7
11 35,2
1
o
111,1
38,4
0,0
5
o o 1
4
o o o o o o o 3
o o o
o o o o o 2 o o o o o o o o
476 103,9 25
274 251,4 17
1 22,8 o o 0,0 o o 0,0 o 67 262,3 2
6 134,1 o 186 8651,7 12
o 0,0 o 2 22,5 1
4 23,7 2
o 0,0 o o 0,0 o 1 18,6 o 3 74,9 o 2 82,1 o o 0,0 o 2 17,1 o
6.4
0,0
0,0
188,3
28,5
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1,5
0,0
0,0
0,0
3,7
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
4,5
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
17 21,8 126
o 0,0 o 2 6,9 25
6 1129,9 13
7,1 21
o 0,0 4
2 29,3 8
65,1 3
7,8 20
11,6 22
1 185,5 6
2 216,2 4
1 0,5 103
o 0,0
o 0,0
o 0,0 5
o 0,0 8
1 7,2 6
o 0,0 8
o 0,0 o o 0,0 1
o 0,0
o 0,0 21
o 0,0 14
o 0,0 16
o 0,0 o o 0,0 5
o 0,0 13
o 0,0 1
o o
0,0
0,0
5,5 50 10,9 781
15,6 42 38,5 551
0,0 o 0,0 1
0,0 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o 7,8 1 3,9 81
0,0 o 0,0 8
651,7 37 1701,1 434
0,0 o 0,0 o 11,2 3 33,7 8
11,9 5,9 10
0,0 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o 0,0
0,0 o 0,0 4
0,0 o 0,0 2
0,0 o 0,0 o 0,0 o 0,0 2
I
Total
CM
161,3
0,0
85,8
2448,2
149,6
417,1
117,2
195,3
156,8
254,2
1113,2
432,4
50,0
12,8
59,8
57,9
29.4
43,0
92,7
0,0
14,8
14.4
47,7
104,2
192,0
0,0
118,7
41,6
111,1
38,4
10,7
170,5
505,5
22,8
0,0
0,0
317,1
178,8
19954,0
0,0
89,9
59,3
0,0
0,0
18,6
99,9
82,1
0,0
17,1
45
'""
,,.--.,
Microrregião 3.2
620 COR. DO JENIPAPO
612 B. DA GUABIRABA
582 MACAXEIRA
574 B. 00 BEBERIBE
566 N.OESCOBERTA
558 VASCO DA GAMA
540 A.JOSE BONIFACIO
531 M. OA CONCEICAO
523 A.JOSE 00 PINHO
515 MANGABEIRA
418 GUABIRABA
400 PASSARINHO
PAU-FERRO
RPA04
760 ILHA 00 RETIRO
744CAXANGA
736VARZEA
728 CIO. UNIVERSITARlA
710 ENG. 00 MEIO
701 TORROES
698 IPUTINGA
680 CORDEIRO
671 ZUMBI
663PRAOO
655TORRE
647 MADALENA
RPA05
922 COQUEIRAL
914TOTO
902SANCHO
892TEJIPIO
876BARRO
868 J. SAO PAULO
850AREIAS
841 CACOTE
833 ESTANCIA
825JIQUIA
817 SAN MARTIN
aD9BONGI
795 MANGUEIRA
787 MUSTAROINHA
779 AFOGADOS
752CURAOO
RPA06
Microrregião 6.1
205 BOA VIAGEM
256 BRASILIA TEIMOSA
264 IMBIRIBEIRA
2131PSEP
24SPINA
Microrregião 6.2
2301BURA
221 JOROAO
884COHAB
4
o o o o 2
o o o
o o o 29
o o 2
2
o
18
o o o 5
13
o o o 7
o o 4
o 2
o o o o o o o 10
o o o o o o 10
8
2
o
2,3
0,0
0,0
0,0
0,0
5,8
3,4
0,0
0,0
0,0
13,7
0,0
0,0
0,0
11,5
0,0
0,0
3,1
165,a
18,9
0,0
2,1
48,0
0,0
0,0
0,0
25,3
5,2
0,0
0,0
0,0
82,5
0,0
0,0
13,2
0,0
22,4
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
2,8
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
7,4
18,3
9,2
0,0
4
o o o o o 2
o 1
o o 1
o o
21
o o 1 2
o o 2
13
o o o 3
17
o o o 8
o o 9
o o o o o o o o o 14
5
4
o o o 9
9
o o
2,3
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
s,a 0,0
9,9
0,0
0,0
13,7
0,0
0,0
8,3
0,0
0,0
1,6
331,7
0,0
0,0
4,3
34.~
0,0
0,0
0,0
15,2
6,8
0,0
0,0
0,0
94,3
0,0
0,0
29,6
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
4,0
2,3
4,0
5,2
0,0
0,0
0,0
6,7
20,6
0,0
0,0
101 57,9
o 0,0
a 70,4
11 57,0
1 17,2
44 126,9
10 34,0
3 24,2
3 29,6
3 24,1
1 13,7
15 205,0
2 13,0
o 0,0
167 66,0
4 123,0
5 75,0
22 34,1
o 0,0
8 75,8
15 50,8
21 44,7
74 197,1
17,4
4 36,5
6 35,4
7 35,4
128 51,5
o 0,0
4 176,6
2 21,8
29 341,7
8 25,7
15 50,7
22 72,5
o 0,0
4 44,8
2 25,6
10 43,6
3 36,5
4 45,8
7 59,9
15 41,5
3 22,3
137 38,7
65 29,7
27 26,9
2 10,4
21 45,2
7 27,2
8 29,2
72 53,5
54
9
9
123,6
41,2
13,0
4
o o
o
o o o o o o 7
o o o o o
o 5
o o o
5
o o 1
o 2
o o o o o o o o o 13
12
8
o 2
1
o o
2,3
0,0
0,0
5,2
0,0
2,9
3,4
8,1
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
2,8
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
3,4
0,0
13,3
0,0
0,0
0,0
5,1
2,0
9,0
0,0
0,0
11,8
0,0
6,8
3,3
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
3,7
5,5
8,0
0,0
4,3
3,9
3,6
0,7
2,3
0,0
0,0
4
o 2
o
o o o o o o o o 12
o o 1
2
1 2
4 o o
o 9
o o o 6
o o
o 1 o o o o o 1 o 10
6
3
o 1
2 o 4
3
o
2,3 117
11,6
0,0 8
10,4 14 '
0,0
2,9 48
0,0 14
0,0 4
0,0 4
0,0 3
0,0 2
0,0 16
0,0 2
0,0 o 4,7 236
0,0 4
0,0 5 1,6 26
331,7 5
9,5 11
6,8 18
2,1 25
10,7 114
0,0
0,0 4
5,9 7
0,0
3,6
0,0
0,0
0,0
70,7
0,0
0,0
3,3
0,0
11,2
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
2,8
0,0
2,8
2,7
3,0
0,0
2,2
7,8
0,0
3,0
6,9
0,0
1,4
16
172
4
2
51
8
17
37
o 7 2
10
3
4
7
16
3
184
88
42
3
24
10
9
96
75
11
10
67,0
11,6
70,4
72,6
17,2
138,4
47,6
32,3
39,4
24,1
27,3
218,6
13,0
0,0
93,3
123,0
75,0
40,3
829,2
104,2
61,0
53,3
303,7
17,4
36,5
41,3
80,9
69,2
9,0
176,6
21,8
601,0
25,7
57,4
121,9
0,0
78,4
25,6
43,6
36,5
45,8
59,9
44,3
22,3
52,0
40,2
41,8
15,7
51,6
38,9
32,8
71,3
171,7
50,4
14,5
46
A RPA 3.1 concentra o maior número de mortes decorrentes de traumas, e
torna-se também superior às demais localidades em reJação ao risco. Salienta-se
o Derby com 79% dos óbitos da microrregião, seguida de Casa Amarela com 15%.
O Derby na totalidade de sua região1 apresenta 65% dos óbitos de Recife.
A RPA 01 apresenta o segundo maior risco de morte, destacando-se o
Paissandu com 10,3% e Santo Antônio com 5% dos óbitos, embora seja
registrado para a maior freqüência Santo Amaro com 20%. Segue-se a RPA 04,
onde a Cidade Universitária e o Cordeiro assumem os maiores riscos, embora o
segundo concentre 48% dos óbitos da região.
Posteriormente, tem-se a RPA 6.2, onde destaca-se o lbura, com 78% dos
óbitos da microrregião. A RPA 5, com Tejipió a ocupar 30% dos óbitos, na 3.2
embora o maior risco seja para Guabiraba e Nova Descoberta, as proporções se
invertem em termos percentuais com 14% e 41%, respectivamente. Já na RPA 2,
sobressaem-se em termos de risco Campina do Barreto, Peixinhos, Torreão e
Arruda, e por fim a RPA 6.1 que evidencia o menor risco de morte, seis vezes
inferior ao maior, com destaque para Jmbiribeira e Boa Viagem, registrados com
27% e 48%, respectivamente.
Entretanto, esses dados não referem o grau de periculosidade da área
objeto deste estudo, visto que grandes percentuais de óbitos por causas externas
estão alocados no endereço dos hospitais de grande porte, seja público ou
privado, conforme tabela 09 e 1 O.
47
~ TAB. 09- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS SEGUNDO
·'"1 LOCAL DE OCORRÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO DOS BAIRROS. RECIFE, 2000.
CLASSIFICAÇAO LOCAL DE SIM I % IGNORADA I % NAO I % Total J o/o
OCORRÊNCIA
Hospital 742 45,5 o 0,0 888 54,5 1630 65,1 Via pública 2 40,0 o 0,0 3 60,0 5 0,2 Domicílio 78 98,7 o 0,0 1 1,3 79 3,2 Outro 561 86,2 3 0,5 87 13,4 651 26,0 Ignorado 106 76,8 o 0,0 32 23,2 138 5,5
TOTAL 1489 59,5 3 0,1 1011 40,4 2503 100,0
Fonte: SIM I MS I 2000
Verifica-se na tabela 09 que cerca de 60% dos óbitos ocorridos em Recife
decorrentes das causas violentas têm bairros conhecidos, o que não garante a
ocorrência do evento na cidade. Os de base hospitalar compreendem 65,1 %, e,
destes, 54,4% dos bairros não foram cJassjficados, o que pressupõe-se uma
deficiência no preenchimento da declaração de óbito para indivíduos de outros
municípios e quiçá do Recife.
Observa-se na tabela 10 que, dos 1.630 óbitos hospitalares, 65,3%
ocorreram no Hospital da Restauração- HR, 9,8% no Getúlio Vargas- HGV, 8,5%
no Otávio de Freitas- HGOF. Detecta-se também que dos óbitos do HR, 59,9%
não tem os bairros de ocorrência classificados, e supõe-se que os demais estão
no próprio endereço do hospital. Informação esta que demonstra um despreparo
dos recursos humanos desde a recepção ao óbjto da vítima, no que diz respeito à
determinação dos bairros, ao preenchimento adequado da declaração de óbito,
evidenciando um desconhecimento dos sistema de informação sobre mortalidade.
Vale salientar um irrisório percentual de óbitos em via pública de apenas
0,2% o que retrata uma distorção da realidade mostrada pelos meios de
comunicação. Dado que poderia ser usado, caso expressasse uma amostra
significativa, para determinar o grau de periculosidade de áreas da Cidade. Diante
do exposto, onde estarão agrupados esses óbitos? Aos hospitais ou a que
categoria? Seria necessário investigar e classificar os locais de ocorrência
48
intitulados como "outros" e "ignorados" pelo fato de juntos assumirem um patamar
de 31,5%.
Esses dados reforçam a idéia da intersetorialidade no tocante a prevenção
e combate das causas violentas de morte, visto supor-se que 60% sejam
residentes de Recife.
Este estudo detectou, em relação aos dados de ocorrência em Recife, um
viés que diz respeito à elevada alocação de óbitos nos bairros onde estão os
hospitais de referência ao agravo em questão.
Na realidade, seria preciso validar esses dados na perspectiva das
estatísticas oficiais da Secretaria de Defesa Social do Estado de Pernambuco ou
criar um banco de dados capaz de interligar as informações sobre violência em
várias esferas de interesse temático.
Assim como a legislação determina no preenchimento da DO para as
causas externas a natureza da lesão e as circunstâncias do evento, embora esta
ultima variável seja pouco valorizada pelos legistas, seria imprescindível
determinar também a especificidade de "local de ocorrência" - que na verdade
deveria incorporar o local de ocorrência do evento que ocasionou a morte e o local
da morte propriamente dita, encontrado em grande proporções neste trabalho
alocados nos hospitais.
Se levarmos em consideração que as grandes emergências hospitalares
atendem a demanda de outros munidpios e até Estados, não se tem a garantia de
que esses óbitos ocorreram em Recife, uma vez que não consta o local de
acometimento da vitima. Na verdade há um "inchaço" para ocorrência em Recife.
Esses dados só vêm reforçar a limitação do Sistema de Informação sobre
Mortalidade.
Considerar que a maioria dos homicídios ocorrem em região peridomiciliar,
geralmente cometidos por parentes, amigos e vizinhos, adotar o critério residência
pode adequar a analise embora cerca de 40% sejam desconsiderados. Entretanto,
essa lógica não se adapta aos acidentes de trânsito, relevante causa de óbito.
49
i\
TAB. 10 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS
OCORRIDOS NOS HOSPITAIS DE REFERÊNCIA. RECIFE, 2000.
HOSPITAL/ BAIRROS Acidentes Outros Homicídio Suicídio Outras C. Transporte Acidentes Externa
Hospital da Restauração 364 176 402 38 85 • Derby 129 67 183 12 36 • Não classificados 235 109 219 26 49 Hospital Getúlio Vargas 32 20 89 6 14 • Cordeiro 17 13 60 4 3 • Não classificados 15 7 29 2 11 Hospital Agamenon Magalhães 5 7 40 2 5 • Casa Amarela 4 5 37 2 1 • Não classificados 1 2 3 o 4 Hospital Geral Otávio de Freitas 20 20 82 3 13 • Tejipió 7 8 26 1 4 • Não classificados 13 12 56 2 9 TOTAL 421 223 613 49 117
.,..-., Fonte: SIM I MS I 2000
TAB. 11- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS SEGUNDO
ATESTANTE E CLASSIFICAÇÃO DOS BAIRROS. RECIFE, 2000.
CLASSIFICAÇAO ATESTANTE SIM I % IGNORADA L % NAO I % Total
Médico 34 48,6 o 0,0 36 51,4 70 Médico substituto 22 40,7 o 0,0 32 59,3 54 IML 1375 62,0 2 O, 1 840 37,9 2217 svo 10 35,7 o 0,0 18 64,3 28 Outro 2 13,3 o 0,0 13 86,7 15 Ignorado 46 38,7 1 0,8 72 60,5 119 TOTAL 1489 59,5 3 0,1 1011 40,4 2503
~ Fonte: SIM I MS I 2000
Já em relação ao atestante e segundo o pressuposto de que toda morte
não natural deva ser certificada pelo JML, este na tabela supracitada este torna-se
responsável por 88,6% das causas violentas de morte, seguidas de médicos com
5%. Já em reJação aos bairros o IML assume a autoria de 62,0% com "bairros
conhecidos" e 37,9% com os não classificados, embora estes não sejam os de
50
ocorrência do evento que levou ao óbito, informação relevante a prevenção da
morbimortaJidade de acidentes e violências.
O que justifica tal procedimento, levando-se em consideração que o IML é o
principal atestante das causas externas, e que a maioria destes óbitos estarão
envolvidos em processos judiciais?
No SIM a variável local de ocorrência do evento que levou ao óbito
praticamente inexiste, pois é vaJorizado apenas o local propriamente dito.
TAB. 12- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS SEGUNDO
CLASSIFICAÇÃO DOS BAIRROS E ASSISTÊNCIA MÉDICA RECIFE, 2000.
ASSISTÊNCIA MÉDICA BAIRROS SIM NAO IGNORADA TOTAL
NO % NO % NO % NO
Classificados 127 8,5 792 53,2 570 38,3 1489 Ignorado o 0,0 1 33,3 2 66,7 3 Não classificados 228 22,6 129 12,8 654 64,7 1011 TOTAL 355 14,2 922 36,8 1226 49,0 2503 Fonte: SIM I MS I 2000
Um outro agravante é relativo à assistência médica, na qual 48,9% estão
como ignorados e 36,8% das vftimas padeceram sem assistência, indicativo de
limitação do sistema de informação no tocante aos registros de óbitos por causas
externas. Dos que usufruíram dos cuidados médicos apenas 8,5% e 22,6% tinham
bairros conhecidos e não classificados, respectivamente.
O presente estudo não alcançou o objetivo proposto de determinar o grau
de periculosidade relativo à morte por causas externas, ou seja, quais bairros da
cidade apresentam maior risco para este agravo específico, visto que o sistema de
informação sobre mortalidade se mostrou limitado para tal.
Diante do exposto, conclui-se que o descaso com a informação da morte
por causas externas, trás consigo o peso de inúmeras histórias de vidas,
51
sepultadas, transformadas em casas decimais numa realidade desconhecida,
cruel e parcialmente encoberta pela hipocrisia do poder público, que impede traçar
o perfil epidemiológico da área. Logo, como relevante informação de interesse
social a violência urge por medidas adequadas.
52
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo aborda as causas externas na perspectiva quantitativa,
onde o sistema de informação sobre mortalidade apresenta-se limitado, embora
possa concluir que:
• Os acidentes e violência ocupam a segunda e terceira posição no obituário do
Estado e da Capital, respectivamente;
,.-.., • Recife e RM apresentam mais da metade dos óbitos decorrente das causas
externas, registrados no Estado;
• Considerando o tipo de causa externa, os homicídios são predominantes
sobretudo no sexo masculino, que em quase sua totalidade, foram cometidos
por arma de fogo. Também salienta-se em todos os tipos deste agravo.
"· • O sistema mostra-se limitado quanto a análise do perfil das vítimas de
agressão;
• Posteriormente, destacam-se os acidentes de trânsito;
• A variável outras causas externas mostrou-se indicativo de limitação do SIM;
• A faixa etária que abarca maior risco de morte, é portanto o adulto jovem dos
20 aos 29 anos, e em plena atividade produtiva;
• Devido a concentração de hospitais de alta complexidade de referência para as
doenças do aparelho cardiovascular, das neoplásicas e do trauma, ao
espacializar, os dados não se mostraram fidedignos a proposta de estudo;
~ • E ao considerar que Recife atende a demanda de outros municípios e até
outros estados, estes dados parecem sobrecarregar a ocorrência na cidade;
• O sistema de informação sobre mortalidade não se mostrou eficaz ao
espacializar as mortes por causas externas ocorridas no Recife, na perspectiva
de determinar o grau de periculosidade de seus bairros.
• Na realidade seria necessário especificar para os acidentes e violência a
variável "local de ocorrência" do evento que culminou na morte.
• A morte por trauma ainda é uma realidade desconhecida. Faz-se necessário
encarar a morbimortalidade por acidentes e violência um desafio ao
r--...
~.
estabelecimento da Justiça e Paz Social. Portanto, uma abordagem
qualitativa para estudar o complexo fenômeno em questão, associada a
criação de um sistema de monitoramento da vioJência interligando os setores
da Saúde, da Defesa Social e da Justiça, no sentido de viabilizar o
conhecimento do evento1 suas causas e determinantes, suas pecuJiaridades,
fatores de riscos, para que enfim, seja possível tratar com seriedade o grande
mal que afJige a humanidade passiveJ de prevenção e controle.
54
r"", ..
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60
ANEXOS
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TAB. 13 ~ COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID OCORRIDO EM RECIFE, 2000.
130,4
5649,7 22598,9 188,3
086 BOA VISTA 64,1 491,7 7,1
078 ILHA DO LEITE
060COELHOS
0,0 2398,3 0,0
293,0 117,2 29,3
051 CABANGA
0431.JOANA BEZERRA
035SAOJOSE
130,2 0,0 0,0
0,0 0,0 0,0
11,6 0,0 0,0
027 SANTO ANTONIO 0,0 0,0
426 BOMBA DO HEMETERIO 11,6 23,1
396 DOIS UNIDOS 11,0 7,3
388 LINHA DO TIRO 7,2 0,0
370 BEBERIBE 11,6 23,2
361PORTODAMADEIRA 13,1 13,1
353 CAJUEIRO 0,0 29,6
345 FUNDAO 14,4 28,9
337 AGUA FRIA 2,3 15,9
329 ARRUDA 14,9 0,0
310 CAMPINA DO BARRETO 36,0 12,0
302 HIPODROMO 0,0 76,1
299 PEIXINHOS 0,0 0,0
280 CAMPO GRANDE 6,4 28,8
272TORREAO
183 ROSARINHO
175 ENCRUZILHADA
0,0 0,0
0,0 115,1
10,7 53,5
~
~
~
~
~
~
~
~
~
~ op ~
~
~
~
2636,5 0,0
128,3 7,1 42,8
729,9 104,3 417,1
483,4 0,0 14,6
0,0 0,0 65,1
15,7 0,0 0,0
11,6 0,0 0,0
185,5 0,0 0,0
0,0
7,3 0,0 0,0
21,5 0,0 0,0
o,o 11 ,e 23,2
13,1 0,0 0,0
0,0 0,0 14,8
0,0 0,0 0,0
13,6 0,0 0,0
0,0 0,0 0,0
24,0 0,0 0,0
0,0 0,0 0,0
0,0 0,0 0,0
28,8 3,2 0,0
0,0
0,0
21,4
0,0
0,0
0,0
0,0
38,4
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
~
~
~
~
~
~
~
~
~
~
~ op ~
~
~
~
0,0 798,1
0,0 2815,4
0,0 498,1
0,0 0,0
0,0 15,7
0,0 80,9
0,0 57,9
0,0 36,7
0,0 78,9
0,0 69,5
0,0 26,2
0,0 59,3
0,0 72,2
0,0 54,5
0,0 89,3
0,0 204,0
0,0 114,2
0,0 0,0
0,0 60,8
0,0 111,1
0,0 230,2
0,0 128,4
4331,5
441,8 178,2
1877,0 834,2
190,4 87,9
130,2 65,1
0,0 15,7
23,1 11,6
0,0
7,3 14,7
7,2 0,0
11,6 11,6
0,0 0,0
14,8 0,0
0,0 0,0
11,4 4,5
14,9 7,4
24,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
12,8 12,8
0,0
38,4
42,8
0,0
0,0
10,7
0,0
14,3
0,0 104,3
0,0 14,6
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
4,5
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
~ op ~
~
~
~
~
~ op ~ op ~ op ~
~
~
1694,9
71,3
104,3
117,2
65,1
0,0
11,6
0,0
~
~
14~
~ op 1~8
op 2~
~
~
~
~
~
~
~
10J
0,0 1129,9
7,1 121,1 14,3
0,0 625,7 208,6
14,6 1347,8 498,1
0,0 0,0 0,0
0,0 0,0 7,8
0,0 11,6 11,6
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 11,6
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
2,3 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0 0,0
0,0
42,8
0,0 0,0
10,7 1240,9
62
651,0
227,4
450,7
208,3
117,5
172,1
278,1
65,4
148,2
129,9
159,0
238,2
527,9
190,3
118,7
195,3
222,2
460,5
1604,6 -
))))))) ))))))))))))))))))))))))))))J))))))))))))
- CO~FIOIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID OCORRIDO EM RECIFE, 2000.
434 CASA AMARELA
442 CASA FORTE
140DERBY
590 DOIS IRMAOS
124 ESPINHEIROS
167GRACAS
159 JAQUEIRA
485 MONTEI~O
469 PA~NAMIRIM 477 POCO
450SANTANA
604 SITIO DOS PINTOS
191 TAMARINEIRA
582 MACAXEIRA
574 BREJO DO BEBERIBE
566 NOVA DESCOBERTA
558 VASCO DA GAMA
540 A.JOSE BONIFACIO
531 MOR. DA CONCEICAO
523 A.JOSE DO PINHO
515 MANGABEIRA
418 GUABIRABA
400 PASSARINHO
PAU·FERRO
0,0
0,0 0,0 0,0
258,4 250,6 11,7
201,1 469,3 22,3
2574,7 3080,5 137,9
0,0 32,8 0,0
146,0 629,1 44,9
41,5 592,5 17,8
0,0 84,2 0,0
0,0 0,0 0,0
55,9 55,9 0,0
174,7 74,9 25,0
0,0 41,0 0,0
0,0 0,0 0,0
377,3 34,3 8,6
8,8
5,2 10,4
0,0 17,2
2,9 28,8
10,2 20,4
0,0 24,2
19,7 0,0
24,1 8,0
0,0 0,0
0,0 0,0
6,5 13,0
0,0 0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
19,7 0,0 0,0
0,0 0,0 57,7
234,9 47,0 50,9
178,8 0,0 0,0
2712,6 183,9 1195,4
0,0 0,0 0,0
348,2 0,0 78,6
83,0 0,0 35,6
0,0 0,0 0,0
0,0 0,0 0,0
37,3 18,6 0,0
274,6 74,9 0,0
0,0 0,0 0,0
17,7 0,0 0,0
60,0 0,0 102,9
8,8
10,4
0,0
14,4
10,2
8,1
0,0
8,0
13,7
41,0
13,0
0,0
0,0 0,0
op ~ op 21 ~8
~ op ~ op op op ~
0,0
0,0
0,0
0,0
3,4
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0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0 39,3
0,0 0,0
0,0 1409,4
0,0 692,7
46,0 21931 ,o 0,0 65,7
0,0 1988,3
0,0 515,5
0,0 168,4
0,0 21,1
0,0 223,8
0,0 898,7
0,0 0,0
0,0 17,7
0,0 51,4
0,0 15,6
0,0 17,2
0,0 54,8
0,0 51,0
0,0 64,6
0,0 69,0
0,0 32,2
0,0 41,0
0,0 0,0
0,0 38,9
0,0 0,0
0,0
28,8 0,0
552,0 266,2 11,7
335,2 134,1 0,0
2482,8 4459,8 183,9
0,0 65,7 0,0
741,4 191 ,o 11,2
100,7 ·106,7 0,0
84,2 0,0 0,0
0,0 0,0 0,0
130,5 111,9 0,0
199,7 249,6 0,0
41,0 0,0 0,0
0,0 17,7 0,0
42,9 0,0
~
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5,2
0,0
5,8
3,4
0,0
9,9
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
3,9
0,0
92,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
9,9
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
62,6
67,0
551,7
0,0 0,0
19,6 520,7
0,0 0,0
0,0 551,7
0,0 0,0 0,0
78,6 11 ,2 44,9
41 ,5 0,0 29,6
0,0 0,0 0,0
0,0 0,0 0,0
18,6 0,0 0,0
49,9 0,0 0,0
0,0 0,0 0,0
0,0 0,0 0,0
0,0
0,0
0,0
3,4
16,2
9,9
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0 17,2
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 16,1
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
63
59,0
86,5
4102,9
2301,7
197,0
4426,0
1629,4
336,7
21,1
671,3
2171,7
164,1
53,0
119,3
68,8
262,4
169,9
169,7
187,3
128,7
109,3
273,3
90,8
0,0 -
) ) ) ) ) ) ) ) J ) ) ) J ) ) ) ) ) ) J ) ) ) ) ) ) ) ) J ) ) ) ) ) ) J ) ) _)
TAB.13 ~ C~EFjCIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID OCORRIDO EM RECIFE, 2000. l:'
17,1
728 CICADE UNIVERSITARIA 2985,1 6799,3
710 ENGENHO CO MEIO 9,5 75,8
701 TORROES 3,4 6,8
698 IPUTINGA 34,1 100,1
680 CORDEIRO
671 ZUMBI
663PRADO
655TORRE
114,6 162,5
0,0 0,0
0,0 27,4
41,3 76,8
9,5
0,0
2,1
2,7
0,0
0,0
29,5
9,3
995,0
9,5
3,4
27,7
151,8
17,4
9,1
295,3
1,6
0,0
0,0
0,0
2,1
16,0
0,0
0,0
17,7
1,6
0,0
0,0
0,0
10,7
24,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
35,7
0,0 4477,6
0,0 85,2
0,0 16,9
0,0 108,6
0,0 743,2
0,0 52,1
0,0 63,9
0,0 537,5
7,8 6,2
1824,2 3316,7
37,9 9,5
6,8 3,4
80,9 32,0
263,7 231,8
0,0 0,0
0,0 0,0
141,8 124,0
0,0 0,0
0,0 331,7
0,0 0,0
0,0 0,0
2,1 0,0
24,0 8,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 11,8
1,6
1658,4
9,5
6,8
4,3
55,9
0,0
0,0
0,0 0,0 0,0
0,0 6136,0 1492,5
0,0 0,0 0,0
0,0 0,0 3,4
4,3 172,5 27,7
2,7 0,0 0,0
0,0 0,0 0,0
0,0 63,9 27,4
0,0 0,0
647 MAOALEN.+. -~P-;~~.<l)o'~~ljfifllíreYiifl~'Wi~~li'~~'j:Wi~lfi~~'l\ti(~~.('f~~~\~/i'J'Ii.'f'\ffg'f'"P•l~~$~f~11i~'(@!it~T1$~ífl!liii~~~'W'~~"'%íh~~~~"i';'\!\i.'il'~~~ff>i;'io\1\i)?'~~~~ DF~; &"i~'""i~~~~~~~~M:~m.~~~,.~~~:zt~Y.~~!'Jz.:"'".~~~~,.,..,.S~~~!!!''*'~s~~.=~~., .. ~Y~~Y~~~~ti!W~ .. 'l:I§Xg&·:Wlt!t~,:.~~~~~~.:twb~®l..V~-if~~~.!!ii~~l;'iliE~~'k.""t-tl<~~~~a:ÊiiW~T~ ....... _ -~~1 ... 1-•• AftA ......... ftft oOIAA AA AA AA AA ...... .-..... -- AA AA AA -- AA -- AA
914TOTO
902SANCHO
892 TEJIFIIO
876 BARRO
868 JARDIM SAO PAULO
850AREIAS
841 CACOTE
833 EST ANCIA 825JIQUIA
817 SAN MARTIN
809BONGI 795 MANGUEIRA 787 MUSTARCINHA
264 IMBIRIBEIRA
2131PSEP
221 JOROAO
884COHAB
0,0 0,0 0,0
1602,6 895,6 35,4
6,4 12,9 0,0
10,1 6,8 0,0
36,2 88,9 9,9
0,0 0,0 0,0
0,0 11,2 0,0 0,0 0,0 0,0
4,4 13,1 0,0
0,0 0,0 0,0 0,0 11,4 0,0
17,1 34,2 0,0
8,3 24,9 0,0
2,9 0,0
0,0
601 ,o 117,8
3,2 0,0
13,5 0,0
62,6 9,9
11,9 0,0
33,6 0,0 0,0 0,0
8,7 0,0
12,2 12,2 0,0 0,0 8,6 0,0
13,8
2,9
0,0
82,5
0,0
3,4
6,6
0,0
0,0 12,8
0,0
0,0 0,0 0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0 0,0
0,0
0,0 0,0 0,0
0,0
0,0
0,0
0,0 1661,6
0,0 16,1
0,0 64,2
0,0 375,4
0,0 11,9
0,0 44,8 0,0 12,8
0,0 69,7
0,0 73,1 0,0 68,7 0,0 34,2
0,0 58,1
0,0 41,9
0,0 0,0
1708,7 824,9
9,6 0,0
6,8 6,8
108,7 59,3
0,0 0,0
0,0 0,0 12,8 0,0
21,8 0,0
24,4 0,0 11,4 11,4 0,0 0,0
5,5 11,1
7,2 4,3
0,0
47,1
0,0
0,0
0,0
0,0
11,2 0,0
0,0
0,0 11,4 0,0
2,8
0,0
0,0
11,8
0,0
3,4
0,0
0,0
0,0 0,0
0,0
1,4
0,0
153,2
0,0
10,1
23,1
0,0
0,0 0,0
0,0
0,0 0,0 0,0
2,8
1,4
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0 0,0
0,0
0,0 0,0 0,0
0,0
58,9
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0 0,0
0,0
0,0 0,0 0,0
op ~
~ op ~ op ~o
~ op ~ ~
~
) )
64
) ) ) J
350,4
111,8
666,8
2123,2
86,8
246,5
43,7
8496,3
73,9
195,9
912,2
23,7
201,5 64,1
165,5
170,5 171,7 153,9
276,7
85,3 -
) ) \ j
) ) ) ) J ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) J ) ) ) ) ) ) ) J ) ) ) ) j ) .. ) J ) ) ) ) ) J ) ) ) ) )
TAB. 14- COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID RESIDENTES EM RECIFE, 2000.
Santo Amaro
Boa Vista
Cabanga
Ilha do Leite
Paissandu
Santo Antônio
São José
Soledade
Coelhos
Ilha Jean a Bezerra
Campina do Barreto
Campo Grande
Encruzilhada
Hipódromo
Peixinhos
Ponto de Parada
Rosarinho
Torreão
Agua Fria
Alto Santa Teresinha
Bomba do Hemetério
Cajueiro
Fundão
Porto da Madeira
Beberibe
Dois Unidos
Linha do Tiro
85,5 249,4 14,3
195,3 195,3 0,0
0,0 104,3 0,0
188,3 0,0 0,0
185,5 0,0 0,0
127,1 138,7 0,0
0,0 0,0 0,0
73,2 58,6 14,6
31,4 23,5 7,8
44,8 102,4 0,0
10,7 160,5 0,0
38,1 152,3 0,0
23,7 0,0 0,0
0,0 59,8 0,0
38,4 384,3 0,0
0,0 444,4 0,0
61,3 102,2 2,3
51,1 0,0 0,0
69,4 -138,8 0,0
59,3 133,4 0,0
72,2 86,6 0,0
39,3 91 ,6 13,1
115,9 139,1 0,0 ---36T ___ 69~8- 3,7
43,0 28,7 21,5
92,6
65,1
104,3
188,3
0,0
80,9
0,0
58,6
54,9
0,0 14,3
0,0 65,1
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 185,5
0,0 23,1
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 7,8
70,4 3,2 16,0
53,5 0,0 21,4
114,2 38,1 38,1
0,0 0,0 23,7
0,0 0,0 0,0
0,0 0,0 76,9
222,2 0,0 111,1
50,0 4,5 20,4
25,6 0,0 25,6
34,7 0,0 0,0
59,3 14,8 29,6
43,3 0,0 0,0
52,3 0,0 0,0
46,4 11,6 46,4
51-,4 3, 7 0,0
71,7 0,0 14,3
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0 195,3
0,0 417,1
0,0 0,0
0,0 556,6
0,0 462,3
0,0 90,9
0,0 190,4
0,0 164,6
0,0 230,5
0,0 278,1
0,0 380,7
0,0 47,5
0,0 179,3
0,0 307,5
0,0 444,4
0,0 268,1
0,0 166,1
0,0 219,8
0,0 326,1
0,0 231,0
0,0 170,1
0,0 324,5
0,0 139,6
0,0 222,3
149,6 99,8
195,3 65,1
104,3 104,3
188,3 0,0
0,0 0,0
80,9 34,7
0,0 45,4
73,2 29,3
47,0 39,2
80,0
181,9 32,1
76,1 76,1
23,7 23,7
0,0 59,8
76,9 0,0
0,0 0,0
90,9 63,6
76,7 12,8
57,9 81 ,O
44,5 59,3
158,8 0,0
26,2 26,2
69,5 57,9
77,1 55,1
64,5 21,5
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0 10,7
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
9,1 2,3
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 0,0
0,0 3,7
0,0 7,2
14,3 42,8 14,3
65,1 0,0 0,0 0,0
0,0 0,0 104,3 0,0
0,0 0,0 0,0 0,0
185,5 0,0 0,0 0,0
11,6 11,6 92,5 11,6
0,0 0,0 0,0 0,0
0,0 0,0 43,9 14,6
23,5 0,0 54,9 7,8
6,4 0,0 38,4 6,4
21,4 0,0 53,5 10,7
0,0 0,0 0,0 0,0
0,0 0,0 47,5 47,5
o~ o~ o~ op 38,4 0,0 38,4 0,0
o~ op op op 20,4 2,3 61,3 2,3
12,8 0,0 25,6 0,0
23,1 11,6 11,6 11 ,6
14,8 0,0 0,0 0,0
14,4 0,0 28,9 0,0
13,1 0,0 0,0 13,1
0,0 0,0 46,4 23,2
0,0 0,0 62,4 14,7
35,9 0,0 86,0 14,3
65
1042,8
565,0
1113,2
136,3
797,0
887,9
913,6
356,0
418,4
886,0
472,8
786,8
800,5
750,7
510,3
620,7
) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) )
TAB. 14- COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID RESIDENTES EM RECIFE, 2000.
Apipucos
Casa Amarela
Casa Forte
Oerby
Dois Irmãos
espinheiro
Graças
Jaqueira
Monteiro.
Parnamirim
Poço
Santana
Sitio dos Pintos
Mangabeira
Morro da Conceição
Vasco da Gama
Brejo da Guabiraba
Brejo de Beberibe
Córrego do Jenipapo
Guabiraba
Macaxeira
Nova Descoberta
Passarinho
Pau-Ferro
28,8 86,5
82,2 187,$1
22,3 134,1
46,0 137,9
98,5 65,7
44,9 146,0
23,7 112,6
0,0 336,7
42,2 42,2
18,6 223,8
49,9 149,8
0,0 123,1
35,3 17,7
~
~o
~
~
~o
op ~o
op op op ~
~
~
13,7 95,6 13,7
49,3 39,4 0,0
64,6 129,1 3,4
26,4 79,2 0,0
7,8 23,5 7,8
11,6 46,5 11,6
27,3 13,7 27,3
20,7 88,2
37,5 92,3
45,4 25,9
0,0 0,0
0,0
2,9
0,0
0,0
0,0
28,8 0,0 57,7
94,0 7,8 15,7
89,4 0,0 44,7
0,0 0,0 0,0
98,5 0,0 0,0
67,4 0,0 33,7
29,6 0,0 29,6
0,0 0,0 0,0
21,1 0,0 0,0
37,3 18,6 18,6
25,0 25,0 0,0
41,0 0,0 41,0
17,7 0,0 0,0
27,3 13,7
59,2 0,0
51,0 6,8
26,4 0,0
7,8 0,0
23,3 0,0
41,0 0,0
57,0
60,6
19,4
0,0
5,2
17,3
6,5
0,0
8,0
0,0
0,0
6,8
0,0
0,0
0,0
0,0
10,4
8,7
0,0
0,0
0,0
0,0
3,9
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
235,8
144,2
0,0 442,4
0,0 379,9
0,0 413,8
0,0 459,6
0,0 247,1
0,0 148,1
0,0 336,7
0,0 84,4
0,0 186,5
0,0 199,7
0,0 123,1
70,7
0,0
0,0 245,9
0,0 364,8
0,0 333,0
0,0 255,2
0,0 47,0
0,0 174,4
0,0 54,7
28,8 0,0
133,1 70,5
111,7 22,3
92,0 92,0
131,3 164,1
168,5 22,5
47,4 11,9
0,0 0,0
42,2 0,()
74,6 37,3
49,9 o,o 41,0 41,0
17,7 35,3
!!15,6 13,7
59,2 49,3
98,6 51,0
52,8 35,2
31,3 7,8
11,6 46,5
54,7 13,7
0,0
Q,O
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
9,9
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0 119,3 20,7 31,1 0,0
0,0 262,4 54,8 43,3 2,9
0,0 103,7 32,4 19,4 0,0
0,0 0,0 318452,4 0,0 9821,4
Q,O
7,8
0,0
0,0
0,0
0,0
5,9
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
9,9
3,4
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
28,8
7,8
22,3
0,0
0,0
22,5
17,8
0,0
0,()
37,~
0,0
0,0
0,0
0,0 86,5 0,0
0,0 50,9 11,7
0,0 22,3 0,0
0,0 0,0 0,0
0,0 131,3 98,5
0,0 44,9 22,5
0,0 5,9 0,0
0,0 0,0 0,0
0,0 21,1 21,1
0,0 0,0 0,0
0,0 49,9 0;0
0,0 0,0 0,0
0,0 35,3 0,0
0,0 72,4
27,3 0,0 27,3 0,0
9,9
6,8
0,0
0,0
0,0
0,0
5,2
8,7
0,0
0,0
19,7 0,0 2.9.6
13,6 3,4 64,6
17,6 8,8 26,4
0,0 0,0 39,1
0,0 0,0 11,6
0,0 13,7 109,3
0,0
8,7
6,5
0,0
0,0 31,1
2,9 66,3
0,0 13,0
0,0 0,0
66
519,2
1248,9
1005,6
873,6
1444,5
853,7
503,6
673,4
274,3
745,9
624,1
533,4
229,7
614,7
808,5
965,1
730,5
180,0
395,3
505,6
471,9
894,0
) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) J)))))))))))))))))))))))))))) ),
lputinga
Madalel)~
Prado
Torre
Zumbi
Engenho do Meio
Torrões
Caxangá
Cidade Universitária
Bongi
Mangueira
Mustardinha
San Martin Areias
Caçote Estância Jiquiã
Barro
Coqueiral
Curado
Jardim São Paulo
Sancho
93,7
30,3 141,5
9,1 100,4
29,5 118,1
0,0 104,2
56,8 179,9
47,4 50,8
30,0 30,0
45,8 91,6
68,4 179,6
30,5 87,1 72,5 141,6
0,0 23,7 44,8 201,5 25,6 102,5
22,5 41,8
36,1 117,2
22,3 37,1
50,7 124,9
0,0 10,9
58,9
2,1
0,0
0,0
5,9
0,0
9,5
0,0
0,0
8,6
0,0 6,6
0,0 0,0 0,0
0,0
0,0
0,0
3,4
0,0
0,0
uu.uuu hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID RESIDENTES EM RECIFE, 2000.
46,9
25,3
45,6
53,2
34,7
18,9
27,1
15,0
2,1 6,4
0,0 30,3
9,1 0,0
5,9 5,9
0,0 17,4
0,0 0,0
6,8 10,2
0,0 0,0
68,7 0,0 22,9
111,2 0,0 0,0
39,2 4,4 8,7 62,6 3,3 3,3
23,7 0,0 0,0 123,1 22,4 22,4
0,0 0,0 12,8
25,7 0,0 6,4
45,1 0,0 9,0
29,7 0,0 0,0
70,9 3,4 1 o, 1
21,8 0,0 0,0
58,9 0,0 11,8
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
o,o
0,0
0,0
0,0 0,0
0,0 0,0 0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0 181,1
Q,O 187,0
0,0 273,9
0,0 289,4
0,0 225,7
0,0 445,1
0,0 152,5
0,0 135,0
0,0 --wr;9
0,0 384,8
0,0 274,4 0,0 217,4
0,0 94,9 0,0 324,6 0,0 153,8
0,0 106,1
0,0 225,4
0,0 118,7
0,0 263,4
0,0 109,1
0,0 424,2
74,6 23,4
111,2 40,4
82,2 54,8
2,1
5,1
0,0
106,3 59,1 5,9
52,1 34,7 0,0
161 ,o 123,1 0,0
44,1 44,1 0,0
30,0 15,0
57,2 68,7 11,4
85,5 77,0 0,0
113,2 43,6 8,7 98,8 29,6 6,6
35,6 0,0 0,0 100,7 100,7 11,2 64,1 38,5 0,0
48,2 12,9 0,0
126,2 36,1 0,0
44,5 29,7 0,0
1 os, 1 64,2 3,4
1 0,9 0,0 10,9
165,0 94,3 0,0
0,0
5,1
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
8,6
0,0 0,0
0,0 0,0 0,0
0,0
9,0
0,0
6,8
0,0
0,0
6,4
20,2
0,0
11,8
17,4
37,9
13,6
15,0
22,9
25,7
4,4 9,9
11,9 11 .~ 0,0
6,4
0,0
0,0
23,6
10,9
11,8
40,5 10,7
0,0 30,3 20,2
0,0 9,1 18,3
0,0 35,4 0,0
0,0 0,0 17,4
0,0 66,3 28,4
0,0 33,9 6,8
0,0 30,0 15,0
0,0 45,8 11,4
0,0 51,3 0,0
0,0 21,8 8,7 0,0 46,1 13,2
0,0 23,7 11,9 0,0 56,0 11 ,2 0,0 25,6 0,0
0,0 19,3 9,6
9,0 36,1 9,0
0,0 22,3 0,0
3,4 47,3 3,4
0,0 0,0 0,0
82,5 23,6
67
632,7
727,8
757,8
791,4
642,5
552,4
435,0
881,6
801,4 829,9
261,1 1164,1 435,8
343,9
757,3
385,7
921,9
196,4
1484,8
) ) )')))))))))))))))))))))) J))))))))))))))))))))))
TAB. 15...,. P!STRIBUIÇÃQ i; COE:FICIENTE DE MORTALIDADE (pQr 100.000 hab.) POR CAUSAS EXTERNAS. RESIDENTES
E:M RECIFÇ, ~OQO.
B!lirrp/DS Re!?
1.1-Santo f.maro
1.2-Boa Vista
1 .2-Cabanga
3
1.2-llha do Leite O
1.2-Paissandu O
1.;2-santo Antônio 3
1 .2-São José 3
1 .2-soleqa,de O
1.3-Qoelhos 1 1.3-llha Joarw s,zefrã- · __ 3 __ _
2.1-Camp. do Barreto
2.1-Campo Grande
2.1-E;ncruzilhada
2.1-Hipódromo
2.1-Peixinhos
2.1-Ponto de Parad<!
2.1-Ro!?afinho
2.1-Torreão
2.2-Agua Fria
2.2-Aito S. Teresjnha
2.2-B. do Hemetério
2.2-Cajueiro
2.2-Fundão
2.2-Porto da Madeira
2.3-Beberibe
2.3-Dois Unidos
2.3-Linha do Tiro
o 5 o 1 o o o o 6
1
4
2
o 2
o
;21,~
6?.19 q,po Q,OQ
!XiE;i,69 ~.67 Q,OQ
14,~
~.52
0,00 16,00
0,00
38,07
0,00
0,00
0,00
0,00 13,63
12,78
46,28
14,82
28,87
0,00
23,18
3,67
0,00
o o 5 2 o o 2
2
2
o o o 2 o 5
2
o
4 4
'27 !;3;2,66 25
7,1~ 1S 42,76 6
65,10 o 0,00 o 0,00
0,00
~27,64
;2:3,11
Q,QO
0,00 15,!38
24,CXJ
6,40
21,;39
0,00
0,00
O,QO
76,86
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11,36
12,78
23,14
0,00
14,44
13,08
11,59
14,69
28,68
o ~ 14
o 2 24
104,28
(),00
PE!6.59 1€;11,79
0,00
~.30 1ee,16
o 2 13
o
24
131,97 11
26 ~.22 23
10,70
o 0,00 o 5 118,68 5
2 119,55 2
38,43
2 222,22 2
33 74,97 3D
2 25,56 2
4 46,28 4
2 29,65 2
3 43,31 2
3 39,25 3
4 46,36 4 13 47,74 12
9 64,53 9
~.79
42,76
0,00
104,28
0,00
371,06
1!?9,24
0,00
14,65
16~,16
73,62
10,70
O,QO
118,68
119,55
38,43
222,22
68,15
25,56
46,28
29,65
28,87
39,25
46,36
44,07
64,53
2
o o o o
o 1
o
o 3
o o o o o o 3
o o o
o o
o
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0,00
0,00
0,00
0,00
185,53
11,56
0,00
14,65
0,00
0,00
9,60
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
6,82
0,00
0,00
0,00
14,44
0,00
0,00
3,67
0,00
2
o o o o o o o o
o o o o o o o o 1
o o o o o
2
6,86
14,25
0,00
0,00
0,00
O,QQ 0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
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0,00
0,00
0,00
0,00
2,27
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
11,59
7,35
7,17
o o o o o 3 o 2
o 3 o o o o o o 1
o o o o o
3
3
6,86
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
;34,67 q,oq 29.30 7,84
0,00
9,60
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
2,27
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
11,59
11,02
21,51
68
) _) )') _) ) J ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) _) _) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) _) ) ) ) ) ) ) ) '
TAB.1$..,. PlaTRIBUIÇÃO E ÇQEFICJfiNTI;: 01;: MORTAl-,IDADI;: (por 100.000 h~b.) POR CAUSAS E;XTERNA$. R~$10ENTES EM R~b,ft1, ~~00. . . .
I·
~.1-Mç c:lo Mafldll o Q,OO o O,QQ 1 19,f?$ 1 1~.~ o o.oo o 0,00 o O,QO
~.1-Apipuqos o o,po o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 1 28,84
~.1-Qa~a Amarela 9 ~.23 3 11,74 17 66,55 14 54,81 3 11,74 1 3,91 1 3,91
~.1-0asa Forte 1 ?;2,39 o O,QO 4 !W;39 3 ~7,04 1 2235 '' ,, ' o O,QO 1 ~z.~
~.1-Perby o Q,OQ o o.oo 1 41S,9e 1 46,96 o 0,00 o O,QO 1 4P,9f3 ~.1-Pois Irmão!' 2 e;;.~ 1 32.~ 2· liXiS,E!l~ 2 6!:1,66 o Q,OP o o.ao o Q,QO
3.1-~S!pinhein;l o O,ÇJO 1 11,~ o 0,00 o o.oo o o.oo 1 11,~ 1 11,~
3.1-~raÇI!I!S 2 11,~ f 11,615 5 ~.~ 15 ~.63 o o.oo f 11,~ 1 !$,93
3.1-~aql!elr!l o o,po o 0,00 o Q,OO o 0,00 o O,OP o o.oo o Q,QO
3.1-IVIontelro o 0,00 o Q,OO o 0,00 o 0,00 o Q,()Q o Q,QO o 0.00 3.1-PE!rnamirirn o Q,OO o Q,QO 3 $!!5,e4 3 SE?.!34 o Q,oo o O,QO o Q,OQ
3.1-Poço o 0,00 1 Z4.96 o 0,00 o 0,00 o 0,00 1 24,96 o O,QO
3.1-San~éln!l o O,ÇJO o O,OQ 3 123,10 3 123.10 o 0,00 o 0,00 o 0.00 ~.1-~ltio ~P!> PjntQs 1 17,$7 o O,QO o Q,OQ o O,QCl Q 0,00 o O,QO Q O,QO
3.1-Tamarinfi!lrlil 2 17,15 3 26,72 o 0,00 o 0,00 o O,QO o 0,00 o Q,QO
114l,.alil~~~~flb~~~~~~~~l-<llfl111mr<i~~~t~tl~~iiJL81'E•B\I ~~.;<;~,..';:'&:t~«?Y6! _[S:<m,%-:-~~~;. --~~.\\<,~'.,..'}.~~~~i~:I.4~:J~,~"'-· .,.,.~~W.~~W~~;:.~;;,')-;.~.~'if, ~c~~~ "_,F,;,~zy;~~f;.::~~?J:.I~ · j!".;e; • "~~'h~f{tt'X"~~-:-._ m;;~ 'l;~~c;; ·<>"..B:í r~Y.~:<>"*,,;•;;;'k·A~~@~~ ·~ 00 o 0,00 15 121,19 14 113,11 1 8,08 1 e,os o o.oo
3.2-Aito José do Pinho 3 24,13 1 8,04 11 88,47 10 80,4;3 1 8,04 o 0,00 o 0,00
3.2-Miing~beir!! 1 13,~ o 0,00 2 27,32 1 13,66 1 13,66 o O,OQ o Q,OQ
3.2-fv'l. da Çonceição 1 9,86 2 19,72 5 49,30 5 49,30 o 0,00 o 0,00 o 0,00
3.2-Vasco da Gama 11 37,38 2 6,80 16 54,37 14 47,58 2 6,80 2 6,80 1 3,40
3.3-Brejo da Guabiraba o 0,00 2 17,00 16 140,82 14 123,22 2 17,00 o 0,00 1 8,80
3.3-Brejo de Beberibe 1 7,83 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00
3.3-Cór. do Jenipapo 1 11,63 o 0,00 4 46,50 4 46,50 o 0,00 o 0,00 o 0,00
3.3-Guabiraba o 0,00 o 0,00 7 95,65 7 95,65 o 0,00 1 13,66 1 13,66
3.3-Macaxeira 2 10,37 1 5,19 12 62,23 10 51,86 2 10,37 1 5,19 o 0,00
3.3-Nova Descoberta 6 17,30 2 5,77 56 161,49 53 152,84 3 8,65 2 5,77 4 11,54
3.3-Passarinho 2 12,97 o 0,00 5 32,41 5 32,41 o 0,00 o 0,00 o 0,00
3.3-Pau-Ferro o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00
69
) ) )' )') ) ) ) ) J ) )') ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) _) )
tA~ .•. 1~ + DIST~IIJ3l)IÇÃO E COEFICIENTE DE MORTALitOADE (por 100.000 hab.) POR CAUSAS EXTERNAS. RESIDENTES
EM R~biFt;, ~oq, ..
Bairro/OS Res
5.1-Bongi 1 12,18 2 24,36 4 48,72 4 48,72 o 0,00 1 12,18 o 0,00
5.1-Mangueira 3 34,35 o 0,00 12 137,39 12 137,39 o 0,00 o 0,00 o 0,00
5.1-Mustardinha 2 17,10 3 25,66 21 179,59 19 162,49 2 17,10 o 0,00 1 8,55
5.1-San Martin 5 21,78 2 8,71 27 117,60 27 117,60 o 0,00 o 0,00 o 0,00
5.2-Areias 5 16,47 4 13,17 19 62,57 19 62,57 o 0,00 o 0,00 3 9,88
5.2-Caçote o 0,00 o 0,00 3 35,60 3 35,60 o 0,00 o 0,00 o 0,00
5.2-Estância 1 11,19 2 22,39 3 33,58 3 33,58 o 0,00 o 0,00 3 33,58
5.2-Jiquiá o 0,00 o 0,00 1 12,82 1 12,82 o 0,00 o 0,00 o 0,00
5.3-Bàrrp 5 16,07 o 0,00 7 22,50 7 22,50 o 0,00 o 0,00 1 3,21
5.3-Coq~eiral 1 9,02 o 0,00 4 36,06 4 36,06 o 0,00 2 18,03 o 0,00
5.3-Curado 1 7,42 o 0,00 4 29,67 2 14,84 2 14,84 1 7,42 1 7,42
5.3-Jardim São Paulo 6 20,26 5 16,88 19 64,16 16 54,03 3 10,13 2 6,75 3 10,13
5.3-Sancho 1 10,91 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00
5.3-Tejipió 1 11,78 2 23,57 15 176,76 11 129,63 4 47,14 1 11,78 3 35,35
5.3-Totó o 0,00 o 0,00 4 176,60 3 132,45 1 44,15 o 0,00 o 0,00
6.1-Brasllia Teimosa 1 5,22 3 15,66 4 20,88 2 10,44 2 10,44 2 10,44 1 5,22
6.1-lmbiribeira 6 12,91 7 15,06 33 71,01 31 66,71 2 4,30 3 6,46 2 4,30
6.1-lpsep 2 7,78 2 7,78 7 27,22 7 27,22 o 0,00 2 7,78 1 3,89
6.1-Pina 1 3,65 5 18,23 15 54,70 13 47,41 2 7,29 1 3,65 2 7,29
r a 12 27,47 8 18,31 50 114,47 45 103,02 5 11,45 1 2,29 3 6,87
6.2-Jordão 2 9,16 1 4,58 12 54,96 12 54,96 o 0,00 1 4,58 o 0,00
6.3-Cohab 10 14,46 7 10,13 31 44,84 3D 43,39 1 1,45 o 0,00 6 8,68
Fonte: SIM I MS I 2000
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