71
MINISTÉRIO DA SAÚDE FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES DEPARTAMENTO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA PERFIL DE MORTAUDADE POR CAUSAS EXTERNAS EM RECIFE, 2000. CONSULTA. CRISTINA NOVAES DE SIQUEIRA SILVA RECIFEIPE ·. JULH02002 . . I i I

CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

  • Upload
    hakien

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

MINISTÉRIO DA SAÚDE

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MUL TIPROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA

PERFIL DE MORTAUDADE POR CAUSAS EXTERNAS EM RECIFE, 2000.

CONSULTA.

CRISTINA NOVAES DE SIQUEIRA SILVA

RECIFEIPE

·. JULH02002

. .

I i I

Page 2: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

./"\.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

FUNDAÇÃO OSWALDO CR~Z

CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS EM SAÚDE COLETIVA

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA

PERFIL DE MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS EM RECIFE, 2000.

CRISTINA NOVAES DE SIQUEIRA SILVA

Monografia apresentada ao Programa de

Residência Multiprofissional em Saúde

Coletiva dQ_ Centro de Pesquisas Ag_g_~u

Magalhães - Departamento de Estudos em

Saúde Coletiva - NESC, como requisito

parcial à obtenção de grau de Especialista em

Saúde Pública.

Orientador: Prof. Sidney Feitosa Farias

RECIFEIPE

JULHO 2002

Page 3: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

À BIZA MIRINHA NA CERTEZA DE QUE NÃO

SERÁS MAIS UM NÚMERO A ACRESCER O SISTEMA DE

INFORMAÇÃO SOBRE MORTALIDADE, ÉS VIDA

EMBORA NÃO MAIS MATERIALIZADA, ÉS HISTÓRIA,

ÉS SERENA DE PAZ, ÉS SIMPLESMENTE AMOR.

AOS ~~~OS QUE PARTIRAM EM

DECORRÊNCIA DE ACIDENTES E VIOLÊNCIA,

E AS TANTAS VÍTIMAS DE TRAUMA

DESCONHECIDAS.

Page 4: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

AGRADECIMENTOS

-A Deus, Amor, Paz, Luz ...

Ao meu príncipe José, que me fez experimentar o sentimento mais sublime;

À minha família, meus pais Dinahyr e Siqueira, meus irmãos Dani e Sica, e a

Falcão pelo incentivo a realização deste trabalho;

Aos que fazem o NESC pela aconchegante e breve convivência, especialmente a

nossa coordenadora Duda sempre aposta a nos compreender;

Ao Prof. Carlos Pontes que nos fez viajar do espaço para cá;

Abel com estilo diferente a marcar;

Aos Professores Humberto, Toinho, Paulete a nos sensibilizar de forma crítica

com saúde e sociedade e políticas de saúde;

Heleny pela sabedoria e simplicidade a nos enquadrar ao método científico;

I dê a levantar a poeira ou melhor a bandeira do trabalhador;

Aos demais professores que sem dúvida não serão esquecidos;

Aos funcionários Sara, Dete, Janice, Mégine, Romero, Paulo, Cidália sempre a

nos alegrar;

e aos colegas de turma:

LUCIANACOMSUAS HÉRNIASACANTAR,

BRENO E SUA HONRAAGRESTINAAFLORAR

LEONILDACOM VALTINHO A NINAR

GEORGE SEMPRE UMA A CONTAR

ODALÉIA E SEUS ENCANTOS AQUI E ACOlÁ

ÉRICKA E SUAS CALORIAS A DOSAR

ELZIR FEZ LOGO DOIS (PEDRO E VINÍCIUS) PARA EDUCAR,

CRIS QUE EMBORA PERTENCESSE A TURMA ANTERIOR, ERA SEMPRE A AGRADAR.

A voas MEUS AMIGOS DESEJO MUITO AMOR E SUCESSO.

Aos colegas da Pesquisa LABSIS - Prof. Fábio Lessa, Domício Sá, Claudinha e

Petra pela paciência de nos ensinar;

A todos que fazem o Distrito Sanitário VI pela oportunidade de desenvolvimento

profissional, Mozart Sales, João Henrique, Teima, Alice, Alberto, Joaquim, Ana

Nery, e especialmente a minha querida preceptora Fátima Silva;

Page 5: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

Aos colegas do curso de Especialização em Saúde Pública - 2000, especialmente

Elizabeth Barros, Vládima, Flávia, Lídia ....

Ao meu orientador, Prof. Sidney Farias, pela presteza de seus ensinamentos;

A querida Beth Amorim, pelo exemplo de dedicação a causa acidentes e violência,

e que na realidade representa sim, um exemplo de humanidade, amor e

cidadania. Meus sinceros agradecimentos.

4

Page 6: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

~-" SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

LISTA DE TABELAS

RESUMO

1. INTRODUÇÃO

2. MATERIAL E MÉTODO

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

6. ANEXOS

10

28

34

53

55

61

Page 7: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

í\.

.í\

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABRAS CO -Associação Brasileira de Saúde Coletiva

APH - Atendimento Pré-Hospitalar

DO - Declaração de Óbito

EÇA - Estatuto da Criança e do Adolescente

FIDEM- Fundação de Desenvolvimento Municipal

'\ FIOCRUZ- Fundação Oswaldo Cruz

·""' IBGE -Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

HAM - Hospital Agamenon Magalhães

HGOF - Hospital Geral Otávio de Freitas

HGV- Hospital Getúlio Vargas

'\ HR- Hospital da Restauração

MS - Ministério da Saúde

RM - Região Metropolitana

RPA- Região Político Administrativa

SIM- Sistema de Informação sobre Mortalidade

" UNESCO - Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura

.'\

Page 8: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

LISTA DE TABELAS

TAB. 01- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS SEGUNDO CAUSA BÁSICA OCORRIDOS EM

PERNAMBUCO, 2000.

TAB. 02 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS EM PERNAMBUCO

'""' SEGUNDO MUNICÍPIO DE OCORRÊNCIA, 2000

TAB. 03- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS E COE-FICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.)

SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O- OMS). RECIFE, 2000.

TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE

MORTALIDADE (por 100.000 hab.). RECIFE, 2000.

TAB. OS '" DISTRIBUIÇÃO DOS ÓB~TOS POR CAUSAS EXTERNAS E COEFE-l-GfENTE DE

MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO SEXO. RECIFE, 2000.

TAB. 06 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS E COEFICiENTE DE

MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO FAI~ETÁRIA. RECIFE, 2000.

TAB. 07- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBtTGS E COEFICIENTE--DE MORTALIDADE (por 100.{}00 hab_.:)

-~ SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID10- OMS) E RPA. RECIFE, 2000.

TAB. 08 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE

~ MORTALIDADE SEGUNDO RPA. RECIFE, 2000.

TAB. 09 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS SEGUNDO LOCAL DE

OCORRÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO DOS BAIRROS. RECIFE, 2000.

TAB. 10 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS OCORRIDOS NOS

HOSPITAIS DE REFERÊNCIA. RECIFE, 2000.

TAB. 11 -DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS SEGUNDO ATESTANTE E

CLASSIFICAÇÃO DOS BAIRROS. RECIFE, 2000.

Página

34

35

37

38

42

42

43

45

48

50

50

Page 9: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

,......._,

TAB. 12- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS SEGUNDO CLASSIFICAÇÃO DOS BAIRROS E ASSISTÊNCIA MÉDICA. RECIFE, 2000.

TAB. 13- COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID OCORRIDO EM RECIFE, 2000

TAB. 14- COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID

DE RESIDENTES EM RECIFE, 2000.

TAB. 15- DISTRIBUIÇÃO E COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) POR

CAUSAS EXTERNAS. RESIDENTES EM RECIFE, 2000.

8

51

62

65

68

Page 10: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

'"-" RESUMO

~.

' . O presente estudo tem como objetivo descrever o perfil de mortalidade por causas

externas ocorrido na cidade do Recife, 2000, e ainda se propõe a espacializar este

agravo segundo Região Político Administrativa- RPA de forma a identificar áreas

de maior risco. O SIM/MS registrou 2.503 mortes por causas externas na cidade, e

para os cálculos de coeficientes foram consideradas as populações do censo

IBGE/2000. Denomina-se para bairro, o local de ocorrência do evento que

culminou no óbito. Os resultados mostraram que os acidentes e violência são

relevante causa de óbito principalmente na população jovem e masculina.

Observou-se não só a deficiência no preenchimento dos bairros na Declaração de

Óbito, visto que 40% não foram classificados, como também uma lógica que não

se aplica ao agravo causas externas no sentido de se determinar o grau de

periculosidade da área em estudo. Portanto, os dados do SIM/MS não se

mostraram fidedignos a proposta de estudo em questão.

""· Palavras-chave -Acidentes e violência, morte, declaração de óbito.

Page 11: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

" 1. INTRODUÇÃO

r\,

r\,

Realidade endêmica no Brasil e em vários países, a violência tem-se

tornado um dos principais problemas para a saúde pública, não só pela morbidade

geradora de seqüelas e incapacidades, como também pelas mortes precoces, em

plena atividade produtiva (Minayo, 1994).

Segundo Minayo (1999) a evolução da mortalidade por causas externas,

assume o seguinte posicionamento: "( ... )em 1930 foram responsáveis por 2% no

total dos óbitos (Prata, 1992), a violência sobe para 10,5% em 1980; 12,3% em

1988 (Minayo & Souza,1993) e 15,3% em 1989 (Minayo & Souza,1995)." Logo

torna-se a segunda causa de morte geral no país, precedida pelas do aparelho

circulatório e seguida pelas doenças neoplásicas. Já Chesnais ( 1999) afirma que

dos 5 aos 45 anos de idade salta para primeira causa de óbito. Estima-se que a

cada ano há uma média de 100.000 brasileiros mortos e 1.500.000 feridos por

trauma (Dário Birolini, 1998).

O perfil de mortalidade por causas externas no Brasil segue o padrão

mundial, em termos de maior incidência sobre o sexo masculino e faixas etárias

jovens. Atualmente, a tendência de crescimento da violência não se restringe

apenas ao espaço urbano, mas abrange tanto as capitais como as áreas

interioranas (Mello Jorge et ai., 1997 in Waldman & Mello Jorge, 1999). Embora

cerca de 75% ainda se concentrem nos centros mais desenvolvidos (Minayo &

Souza, 1999).

O Brasil é hoje a décima primeira potência econômica mundial. Sofre,

entretanto, grandes desníveis sócio-econômicos, de forma que os 20% mais ricos

da população acumulam 32 vezes o total de riquezas possuídas pelos 20% mais

pobres, ostentando contrastes inadmissíveis e insuportáveis, predisponentes da

criminalidade violenta que reduz a qualidade de vida social e produz a angústia

coletiva não raro culminando na síndrome do pânico de que falam com tanta

fréqüência os paulistanos, que iniciaram o movimento social pela paz. O

Page 12: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

pauperismo junto a opulência, o desemprego, a degeneração dos valores, as

drogas - inclusive o álcool - propiciam a enorme quantidade de atos violentos.

Em pesquisa publicada pela UNESCO (2002), dentre sessenta países o

Brasil ocupa o segundo lugar em mortes por homicídios, com taxa 26,3 1100.000

habitantes, superado pela Colômbia (60,011 00.000). E na faixa etária dos 15 aos

24 anos, assume a terceira colocação, destacando-se com uma taxa de 48,5 I

100.000, e perde apenas para a Colômbia e Porto Rico. Já em relação a mortes

por acidente de trânsito e suicídios, ocupa a décima segunda e quiquagésima

segunda, respectivamente, o que não torna a situação menos grave, pois

correspondem a 7.909 e 1.659 "vidas perdidas".

Pernambuco, primeiro lugar nas estatísticas de criminalidade do país, com

uma taxa de 52,31100.000 assassinatos no ano 2000, ultrapassa o Rio de Janeiro

e o Espírito Santo com 50,9 e 46,7 I 100.000, respectivamente. Assume a

segunda posição em relação à mortalidade juvenil com taxa de homicídio de 102,8

I 100.000, superado apenas pelo Rio de Janeiro. No entanto, nos acidentes de

trânsito ocupa a décima sexta e em suicídios a décima quarta posição (UNESCO,

2002)

Recife, capital mais violenta do país, revela 95,8 homicídios I 100.000

habitantes, seguida por Vitória, Espírito Santo, com 78,7 I 100.000. Destaca-se o

componente juvenil por uma taxa de homicídio de 221,3 I 100.000 habitantes,

considerada de gravidade extrema, mantendo-se na primeira posição. Os

acidentes de trânsito e os suicídios correspondem à décima sexta e à nona

colocação, respectivamente (UNESCO, 2002). O país, com severas leis de

trânsito e campanhas educativas de desvitimização tenta reduzir o trágico

contributo dos infortúnios do trânsito.

Neste contexto, para Werneck et ai. (1992) apud Minayo (1994) a

mortalidade por causas externas torna-se o principal grupo de anos potenciais de

vida perdidos - APVP, indicador que prioriza a precocidade das mortes em

relação a expectativa de vida segundo causa básica de óbito, tendo em vista que

é atribuído maior peso às mortes ocorridas em faixas etárias mais jovens (Arnold,

11

Page 13: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

-'"\

~,

·""" .,...., ,....,

í\

,....,

í\

,...., ,...., .,....,

í\

í\

í\

í\

í\

,....,,

í\

í\

í\

í\

í\

í\

,...., ,....,

í\

í\

í\

"""· ·'""'\

.í\

í\

,....,

í\

'""'\

í\

,....,

í\

·Í\

í\

""" í\

""" í\

í\

í\

í\

í\

2000). Becker et ai. (1989) apud Drumond & Lira (2000) comenta que o APVP é

"capaz de associar, de certa forma, a magnitude da mortalidade com a sua

transcendência, sendo, esta, medida pela precocidade de ocorrência de óbitos".

A morte precoce torna-se um parâmetro essencial na medida das condições

de saúde de uma população, pois além de identificar grupos sob maior risco

também subsidia o planejamento, permite avaliar as políticas públicas de saúde,

os programas de intervenção bem como definir as respectivas prioridades (Cruz

Neto & Moreira, 1999; Ministério da Saúde, 2000).

Chesnais (1981) apud Agudelo (1997) aponta a relevância de estudos

sobre violência como indicador imprescindível para se avaliar a qualidade de vida

de determinada comunidade, cidade, estado, país ou nação.

A preocupante temática da violência tem despertado a necessidade de

compreender o fenômeno, através da busca de conceitos, causas, fatores de

risco, estratégias de prevenção ligadas a causalidades específicas e formular

propostas para minimizar suas conseqüências. A criminologia moderna situa o

crime como um fenômeno incidente na saúde pública, denominado patologia

social (Le~l, 2001 ).

Hoje, sabe-se que a violência não é inerente à natureza humana. Resulta

sim de uma agressividade instintiva que a impulsiona a manter seus interesses, a

conquistar ou reter poder no sentido de ampliar e proteger direitos e privilégios

(Minayo & Souza, 1999). Isso não implica em negar os condicionamentos sócio­

econômicos culturais, que não a determinam mas concorrem fortemente _para sua

eclosão.

Para Waiselfisz (2002), "a violência consiste em fenômenos de natureza

social, produto de conjuntos de determinantes que se originam na convivência dos

grupos e nas estruturas da sociedade." Traz delimitações consensuais acerca do

tema como a noção de coerção ou força; dano que se produz em indivíduo ou

grupos de indivíduos pertencentes a determinada classe ou categoria social,

gênero ou etnia, afirmação que encontra eco substanciosamente nos demais

autores.

12

Page 14: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

Sidou (2001) restringe a violência ao "emprego da força para obtenção de

um resultado contrário à vontade do paciente, podendo exercitar-se em caráter

físico, ou real, ou em forma intimidativa." Há também a concordância em relação

ao dano seja em integridade física e ou moral, seja em suas posses ou em suas

participações simbólicas e culturais, determinados por situações de interação de

indivíduos, grupos, classes ou nações (Michaud, 1989 in UNESCO, 2002;

Ministério da Saúde, 2001 ). Pode-se manifestar nas diversas esferas sociais, seja

no espaço público, seja no espaço privado (UNESCO, 1998).

Já Minayo (1994), aponta para um "complexo e dinâmico fenômeno

biopsicossocial, que se desenvolve nas relações sociais, considerando-se a

especificidade histórica." Desta forma, compreende que na temática da violência

perpassam problemas de ordem política, economia, moral, do direito, da

psicologia, das relações humanas e institucionais, e do plano inter-subjetivo.

Entretanto, para adotar um modelo de prevenção que contemple as

diversas formas da violência e suas especificidades, torna-se necessário

compreender as alterações ocorridas nas formas de sociabilidade e de relações

sociais, de acordo com o período histórico, bem como planejar a implantação de

sistemas de informações setoriais e locais que permitam precisar a real situação

das causas externas (Waiselfisz, 1998; Souza et ai., 1996).

Em Gregori (1997) apud UNESCO (1998), afirma que a violência consiste

num "fenômeno com múltiplas causas, no qual intervém, simultaneamente ou

quase simultaneamente, uma grande variedade de fatores': o que dificulta a

determinação da relação causa e efeito tal como as doenças de etiologia própria,

devido à especificidade de cada evento. Cada óbito configura um processo

histórico individual, com um conjunto de determinantes e causas, diferentes e

específicas para cada caso, irredutíveis em sua diversidade e compreensíveis só a

partir do contexto que lhe é próprio, tornando seu enfrentamento mais complexo

(Cruz Neto & Moreira, 1999; Waiselfisz, 2002).

13

Page 15: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

.~.

·'\

Para Agudelo (1998) apud Minayo (1999), ela "representa um risco maior

para a realização do processo vital humano: ameaça a vida, altera a saúde,

produz enfermidades e provoca morte como realidade ou possibilidade próxima."

Para alguns autores como Gastei & Touraine (1995), citados por Agudelo

(1997), a violência decorre da exclusão e crise social, do crescimento das

desigualdades sócio-econômicas, do desenvolvimento econômico em detrimento

do social que geram o desemprego e a degradação das condições de trabalho e

consequentemente da renda, e que associado ao intenso apelo da mídia ao

consumismo que ultrapassa "regras e valores" sociais transmitidos no interior da

família tornam a situação cada vez mais caótica. Destaca-se também a ausência

de políticas sociais integradas de acordo com as reais necessidades da população

e, principalmente, o desaparecimento dos controles sociais, políticos e

econômicos, indispensáveis para melhoria das condições e qualidade de vida.

Outros citam a pobreza e a miséria como fatores desencadeantes da

violência. No Brasil, 43,5% da população ganha menos de dois dólares por dia

(parâmetro de medida da pobreza) e 40 milhões de pessoas vivem em estado de

pobreza absoluta. Nos países desenvolvidos essa tendência está abaixo de 15%

da população (Kiiksberg, 2002). Entretanto, hoje já é consenso que a violência não

está diretamente relacionada à pobreza, embora as estatísticas demonstrem a

maior ocorrência do evento em populações mais desbastadas. Para Souza ( 1997)

deve-se atribuí-la a um conjunto de fatores associados e não apenas restringi-la à

pobreza.

Estudos reforçam a idéia sobre mortes violentas relacionadas à condição de

vida. Paim et ai. (2001 ), demonstram a relação entre homicídios e condição de

vida, e constatam que o risco de morrer por causas externas ocorre principalmente

nas populações residentes em áreas desprovidas de condições dignas de vida.

Lima & Ximenes (1998) nesta mesma perspectiva dest~cam os acidentes de

trânsito em estratos de elevada condição de vida. Muitas vezes a violência da

abastância supera a da necessidade, como nos crimes do colarinho branco a

espalharem um morticínio de fome insuspeitado.

14

Page 16: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

.\

A fome, que não é citada como causa violenta do obituário, não deixa de

sê-lo quando decorre da violência sutil que é promovida pela ação insensata e

cruel de uns poucos que enriquecem à custa do acúmulo de riquezas e bens em

detrimento do que seria necessário ao suprimento das necessidades básicas da

maioria.

A fome não é uma fatalidade, um fenômeno inevitável da natureza. Ela

resulta da ganância de uns, da insensibilidade de outros, da inoperância do

Estado no tocante à obrigação indeclinável de promover o bem estar social de

todos.

A fome, expressão da miséria material e moral da humanidade, é uma

violência porque evitável e desnecessária, como expressão da violência, mascara­

se, cinicamente, e mata com cara de causa natural. Mata criança, adulto, velho, de

inanição, aos poucos, aos montões, mais do que mataram todos as guerras

juntas. Às vezes ajudada por doenças que lhe são próprias, provenientes da

debilidade orgânica extrema, a caquexia, a anorexia, enfermidades de que são

exemplo a desidratação das crianças e a tuberculose, que continuam matando a

despeito do progresso da medicina.

Acredita-se também que o processo de urbanização da cidade exerça

influência sobre violência. Historicamente desordenado, geralmente marcado

pelas migrações e conseqüentes alocações periféricas sem estrutura de

saneamento, de lazer, de acesso digno aos bens sociais. Impõe-se uma política

excludente onde sequer os direitos básicos são respeitados. Deste modo,

Kliksberg (2002) acredita que esta forma de organização seja em si considerada

violência.

O espaço urbano definido por Barcellos & Bastos (1996) consiste num

conjunto de elementos sociais, econômicos, culturais e ambientais inter­

relacionados que acumulam no decorrer do tempo as transformações ocorridas na

sociedade. Para Dubet (1995) apud Waiselfisz (2002) revela-se como "sintoma,

símbolo, representação da civilização e da barbárie modernas". Para a UNESCO

(1998), no tocante a sua estruturação, ocorre de modo a ocultar as contradições

15

Page 17: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

r---,

~'

I~

da sociedade brasileira, marcada pelas diferenças sociais, étnicas e econômicas.

Nesta perspectiva, Paim & Costa (1996) ; CEDE C (1997) apud Paim (2001)

verificam a heterogeneidade do espaço urbano, quando constatam a desigualdade

na distribuição das causas violentas, embora observem maior freqüência em áreas

mais pobres.

"A abordagem geográfica apura e toma mais precisa a análise dos fatores

que orientam e condicionam a definição das políticas públicas na área de saúde."

(FIOCRUZ, 1998).

No Recife e Região Metropolitana, em moda as chacinas e eliminação de

menores delinqüentes, predomina a violência do extermínio humano.

A disputa do mercado de drogas, a cobrança na pontualidade do

pagamento das transações próprias da traficância, a briga pelos pontos de

fornecimento, a coação para garantir impunidade pela elisão de delatores e

testemunhas são responsáveis pelas chacinas de pessoas ligadas a esse tipo de

criminalidade organizada quando incomodam grupos concorrentes reduzindo-lhes

a lucratividade ou a segurança. Consumidores inadimplentes não raro encontram

a morte.

Criminalidade que têm produzido considerável aumento no obituário,

sobretudo de jovens, em Pernambuco, é a dos grupos de extermínio. Nos últimos

1 O anos, esses crimes tiveram, segundo pesquisa da UNESCO (2002) um

incremento de 77%.

A que se deve esse fenômeno?

Uma das razões (e matar é, sempre, uma desrazão) dessa delinqüência

contra a vida de crianças e adolescentes, tem sido apontada pelas autoridades

policiais, como sendo a impunidade dos atos infracionais freqüentes praticados

por eles em detrimento da paz e da segurança da sociedade.

O menor delinqüente que ameaça com sua violência os cidadãos é

problema do Estado e da Sociedade. Se o poder público não resolve o problema,

o cidadão comum, na sua lógica do desespero, livra-se dele eliminando-o. O

menor pode assaltar, estuprar, matar, sem ser preso. Perambula em bando pelas

16

Page 18: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

r--,

ruas, cheirando cola, fumando crack, vendendo maconha, assaltando velhos,

mulheres e crianças, invadindo estabelecimentos comerciais, tirando o sossego

dos motoristas, principalmente os femininos, nos sinais de trànsito. Vez por outra

abatem-se sobre eles a ira pública, a irracionalidade coletiva, acontecendo

chacinas como a da Candelária, no Rio de Janeiro, primeira a ganhar o noticiário

nacional e internacional. Atualmente são tamanhamente comuns que se

banalizaram.

Estudando o fenômeno da "violência contra crianças e adolescentes no

Brasil: tendências e perspectivas", equipe do Ministério da Justiça (2001) concluiu:

"A não oferta ou oferta irregular de serviços potencialmente possíveis a parcelas inteiras de populações não integradas no meio urbano deixou expressivo número de famílias sem condições de cuidar dos filhos.

Crianças e adolescentes submetidos àquela difusa violência estrutural passaram a submeter-se a regras ditadas por exploradores de crianças, por bandos e quadrilhas.

Constatou-se, portanto, no Brasil, que essa submissão passou a dar-se na medida exata em que as políticas não conseguem integrar as famílias na "Lei do estado': ou seja a submissão de crianças à violencia estrutural é inversamente proporcional à integração das famílias à Lei do Estado.

Sempre que meninas e meninos explorados violam as regras da "convivência real", impostas na ausência da Lei do Estado, recebem a pena capital." In Violência e vitimização: a face sombria do cotidiano.

Concluindo, morrem as crianças não integradas na Lei do Estado, pelas

mãos homicidas dos bandidos que as exploram ou pelas armas assassinas dos

exterminadores que se dizem defensores da sociedade.

PORTE DE ARMA, ÁLCOOL E VIOLÊNCIA

Agudelo (1997) defende que a associação entre o porte de armas e a

freqüência de homicídios e suicídios, não é causa da violência e sim manifestação

de um problema estrutural, e que de certa forma pode influenciar a execução do

ato. Já Minayo (1994) parte do pressuposto que a tendência de crescimento dos

homicídios esteja relacionada ao incremento do uso de arma de fogo,

17

Page 19: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

. \

r--\

evidenciados pela UNESCO (2002) que no Brasil 68,3% dos assassinatos foram

cometidos por arma de fogo, e ao se considerar o componente juvenil, este torna­

se 7 4,2%. E segundo o Ministério da Saúde (2001 ), em 1997 a proporção para tal

instrumento em relação ao sexo era de uma mulher para cada quinze homens. No

Recife, Lima & Ximenes (1998) constaram em seu estudo que 83,5% dos

assassinatos foram cometidos por arma de fogo.

Assim como a dicotomia álcool e violência, também segue a lógica

supracitada, merecendo atenção especial das autoridades governamentais e da

própria sociedade (Agudelo, 1997).

No entanto, pesquisa publicada na Revista Veja, "Tragédias Inflamáveis",

coloca o álcool como o grande causador ou impulsor de acidentes e violências,

que mascara a maioria das mortes violentas como afogamento, atropelamentos,

colisões de veículos entre outros. O alcoólatra não é considerado grupo de risco

neste tipo de morte mas sim, o bebedor não costumaz e principalmente o de finais

de semana (CARLINI & CHASSIN, 1998).

Em São Paulo, ano de 1999, para cada 100 vítimas de homicídios, 95

apresentavam teor alcóolico no sangue, incidência que cobra das autoridades

urgente intervenção no tocante ao ordenamento jurídico, à educação, aos

costumes (Leal, 2001 ).

Novaes et ai. (1998), em estudo sobre o atendimento pré-hospitalar- APH,

observaram que 53% das vítimas de causas externas apresentaram indícios de

ingestão alcoólica e 11% de outros tipos de drogas. As colisões de veículos em

relação aos demais tipos de ocorrência destacaram-se ocupando um patamar de

42% de usuários de álcool, sendo que destes 50% eram condutores. A freqüência

relativa aos atropelamentos poderá ser maior se levarmos em consideração as

dos condutores de veículos, não sendo possível a sua determinação, uma vez

que, a omissão de socorro ocorreu em 83,3%. As quedas também destacam-se

com 25%. Estes dados só vêm a comprovar a influência do álcool na

determinação de elevados índices de morbimortalidade por trauma de diversas

causas. O álcool também influi na qualidade da assistência quando atinge os

18

Page 20: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

profissionais envolvidos no atendimento. Registrou-se 2.2% de maqueiros

alcoolizados. Esse índice pode ser maior, pois quando o cliente I vítima chega

com a equipe APH não há a participação desta categoria a menos que seja

solicitado.

"· FALÊNCIA DO SISTEMA CARCERÁRIO E VIOLÊNCIA

Um agravante da atual süuação da violência é a falência do Sistema

Carcerário no cumprimento do seu papel. As prisões, que deveriam funcionar

como segurança da sociedade1 proteção do valores e bens jurídicos fundamentais

à convivência humana, e teriam o objetivo de reeducar o preso, melhorando-lhe o

comportamento, !ornando-o apto a reinserk-se na sociedade sem ameaçar-lhe o

equilíbrio das condições existenciais, ao invés disso, transformaram-se em fatores

predisponentes do aumento da crirninalidade.

Tanto o crime viceja nos estabelecimentos prisionais brasileiros, onde o

poder público tem sido ausente na expressão de sua autoridade ordenadora,

disciplinadora, educadora dos presos, que dentro deles próprios acentuam-se as

mazelas sociais, a degeneração dos costumes, a proliferação das drogas, . o

desrespeito a valores como honra, integridade corporal, patrimônio, vida e à

própria liberdade.

Presídios e Penitenciárias transformaram-se em palco freqüente de motins,

chacinas, íentativas violentas de fugas escudadas em reféns inocentes cuja

integridade psicológica, moral corpórea ou a própria vida comumente é violada.

Não raro os .próprios presos vitimam uns aos outros em disputa de poder.

Na Penitenciária Barreto Campelo, nos últimos dez anos, vários conflitos

aconteceram num deles morrendo 29 presos em um só dia.

No Presídio Aníbal Bruno tornou-se rotina durante algum tempo fazer reféns

para tentar fugir, eliminando-os .paulatinamente .para intimidar à autoridade. Na

última dessas tentativas, morreram um soldado refém, dois saíram gravemente

feridos, e sete amotinados .perderam a vida.

19

Page 21: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

-,

'

,.--..,,

_,.--...,,

Independentemente de fugas e motins, o escandaloso excesso

populacional do Presídio Aníbal Bruno e da Penitenciária Professor Barreto

Campelo resulta em freqüentes crimes violentos contra presos e seguranças,

conseqüência da saturação espacial que torna os indivíduos, sejam eles racionais

ou irracionais, naturalmente violentos.

O ser humano, qual os animais irracionais, precisa de um espaço territorial

onde manifeste seu domínio. Quando carece dele, torna-se agressivo, vai à luta

para conquista-lo, ou instintivamente agride, violenta, sem saber porque.

Sature-se um espaço demasiadamente com qualquer animaJ e o resultado

será o enfurecimento, a agressividade, o entredevorar. Se esse animal é o

homem, não será diferente.

Nesta perspectiva, é importante destacar a violência Estatal contra o preso.

O discurso jurídico penal teoriza o respeito à dignidade humana do preso,

que é sujeito de direitos e obrigações igual a qualquer outro cidadão, guardadas

as proporções apenas decorrentes da limitação legaJ da liberdade.

A Constituição Federal e a Lei das Execuções Penais dispõemJ

explicitamente, sobre o trato respeitoso aos direitos humanos do preso.

O Estado, entretanto] deve o mesmo respeito à lei que os seus súditos. Não

a cumpre~ embora haja sido ditada por ele próprio_ Humilha o preso desde o

momento da sua prisão provisória até o final da execução da pena privativa de

liberdade, algemando-o publicamente mesmo que não ofereça qualquer

agressividade, encarcerando-o em locais excessivamente povoados de outros

presos, enxovias sem as mínimas condições de higiene e de habitalidade, onde se

submete à promiscuidade forçada, contrai doenças várias, desde escabiose à

AIDS, à tuberculose, e não raro encontra a morte prematura na ponta dos chuços,

nos espancamentos, na violência sexual, na ingestão descomedida de drogas.

A disputa de poder marginal onde o poder público é falto, ausente,

cinicamente inoperante, gera conflitos de interesses entre indivíduos ou facções

não raro resolvidos pela força das armas, limitando-se a administração pública

20

Page 22: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

prisional a contabilizar os cadáveres, que são muitos, e a socorrer, mal socorridos,

os sobreviventes.

Na solução desses conflitos, que sucede evoluírem para amotinamento, a

intervenção tardia dos guardiães da ordem pública pode resultar em fatos

lamentáveis como o homicídio dos cento e onze presos do Carandirú, em São

Paulo, contributo às cifras da mortalidade por causas diversas das naturais.

Ressalte-se a violência do crime organizado contra a sociedade, arquitetado e

comandado de dentro para fora da prisão, sequestras, assaltos, tráfico de drogas

com saldo lamentável de vítimas decorrente da inoperância do poder público.

" VIOLÊNCIA E SAÚDE

No século XVIII, a expectativa de vida era de aproximadamente 27 anos, os

óbitos decorriam principalmente da falta de higiene pessoal e sanitária que

culminavam em elevadas taxas de mortalidade por doenças infecciosas e

parasitárias, nas quais algumas se tornaram epidêmicas. As ações de saúde

dirigiam-se a preservar a economia brasileira prejudicada pelas constantes

epidemias. Entre as principais medidas, Oswaldo Cruz propõe o

esquadrinhamento do espaço urbano, estabelece uma legislação portuária e a

vacina obrigatória. Há também a descoberta da penicilina que associada à

redução da natalidade e à fecundidade, nas décadas de 40 e 60, respectivamente,

e à posterior queda da mortalidade infantil, tornam-se grande contributo ao

aumento da sobrevida, ao envelhecimento populacional e à conseqüente elevação

das doenças crônico-degenerativas. No entanto, atualmente essa elevação da

expectativa de vida torna-se comprometida em virtude do crescimento exorbitante

da criminalidade no País (Mello Jorge, 1998 in Waldman & Mello Jorge, 1999).

Entretanto, apesar do Brasil exibir um perfil de mortalidade típico de países

desenvolvidos, onde predominam em ordem as doenças cardiovasculares, as

causas externas e as neoplasias, ainda há concomitância com doenças próprias

da pobreza, como exemplo a tuberculose que embora seja passível de prevenção

21

Page 23: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

e tratamento ainda continua a dissipar muitas vidas. A omissão das autoridades

governantes, da sociedade e de outras instituições se revela a forma mais grave

de violência.

Até meados de 60 a violência, quarto lugar no perfil de mortalidade geral,

tratava-se de um problema apenas para os órgãos de segurança e justiça. A

saúde comportava-se como mero "espectadof; um contador de eventos, um

reparador dos estragos provocados pelos conflitos sociais" (ABRASCO, 1999),

uma vez que, centrava-se apenas nas conseqüências dos atos violentos,

especificamente em tratar os traumas e lesões físicas seja da emergência a

reabilitação, seja dos aspectos médicos-legais aos dos registros de informações

(Vethencourt, 1990; Costa. 1986 in Minayo, 1994).

É com o movimento dos pediatras em relação aos maus tratos infantis e

das femininistas contra atos violentos praticados à mulher que essa visão simplista

da participação do setor saúde começa a mudar'' (Minayo & Souza, 1999).

Entretanto, só no final da década de 80 é que a violência se consolida

enquanto tema de saúde pública, devido à mudança no perfil de morbimortalidade

do País, evidenciado pelo incremento dos acidentes e traumas por ação

criminosa, ocupando a segunda causa de morte.

É também nesta época que a Constituição da República além de instituir a

segurança como um direito social, individual e coletivo na perspectiva da defesa

social, também confere ao conceito de saúde uma visão mais abrangente do que

o simples bem-estar biopsicossocial, sendo portanto, decorrente de fatores

ambientais, sociais, econômicos e culturais, enfim, resultado das formas de

organização social da produção, responsáveis por gerar grandes desigualdades

nos níveis de vida. Deste modo, assume a categoria de direito social, logo

considerado como de cidadania. Então, torna-se relevante espaço de construção

coletiva, que confere a participação democrática da sociedade nas decisões do

Estado como instrumento essencial de luta pela valorização da vida e busca de

uma vida digna e justa. Vale salientar que o dever de promover a saúde não se

restringe apenas ao Estado mas também cabe ao cidadão e outras instituições.

22

Page 24: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

Dentro deste conceito, a saúde pública passa a englobar "tudo o que

significa agravo e ameaça à vida, às condições de trabalho, às relações

interpessoais, e à qualidade da existência." ( Minayo & Souza, 1999).

No Brasil, os principais responsáveis pelos elevados índices de violência

são os homicídios e posteriormente os acidentes de trânsito. Nos países

desenvolvidos a maioria das mortes deve-se a colisões de veículos, já os

homicídios vem representado por baixas taxas para os Europeus e tendência a

crescimento na América do Norte. Aqui, as vítimas do trânsito são principalmente

pedestres e morrem por atropelamento, e os assassinatos assumem a liderança,

responsável pela alocação das causas externas na mortalidade geral (Minayo,

1994).

Já no final da década de 90, a violência assume proporções alarmantes,

que de certa forma incentivou as discussões das autoridades governamentais com

vários segmentos da sociedade ligados ao tema. Em dezesseis de maio de 2001 o

Ministério da Saúde aprova e regulamenta a Política Nacional de Redução da

Morbimortalidade por Acidentes e Violências, através da Portaria de N° 737,

considerada um avanço em relação a temática em questão e ao mesmo tempo um

desafio no sentido de tentar operacionalizar suas propostas, e restabelecer a paz

e justiça social.

Esta Política está pautada por diretrizes destacadas a seguir:

Promoção da adoção de comportamentos e ambientes seguros e saudáveis;

Monitorização da ocorrência de acidentes e violências;

Sistematização, ampliação e consolidação do APH;

Assistência interdisciplinar e intersetorial às vítimas de acidentes e violências;

Estruturação e consolidação do atendimento voltado à recuperação e à

reabilitação;

Capacitação de recursos humanos; e

- Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.

23

Page 25: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

Vale ressaltar que também define responsabilidades institucionais com

articulação intersetorial dos Gestores Federal, Estadual e Municipal. E ainda

acompanhamento e avaliação.

As mortes por acidentes e violência inserem-se na Classificação

Internacional de Doenças (CID) - décima revisão, da Organização Mundial de

Saúde, sob a denominação de causas externas, e com codificação de V01 à Y98.

Engloba os homicídios, suicídios e acidentes fatais. E, em relação à morbidade,

envolve as lesões de envenenamentos, ferimentos, fraturas, queimaduras e

intoxicações por agressões interpessoais, coletivas, omissões e acidentes. Alguns

autores criticam o termo designado pela CID-10, causas externas, o qual revela a

alocação da saúde na temática da violência. Além do que, devido a sua enorme

abrangência, há dificuldade na classificação precisa do evento. Por exemplo, um

acidente de transito pode ser também considerado homicídio ou suicídio, ou seja,

é limitada para decidir o caráter acidental ou intencional e se legal ou arbitrário

(Deslandes, 2000; Minayo, 1994).

SISTEMAS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Rouquayrol (1999) propõe que a organização de sistemas de vigilância

epidemiológica de causas externas esteja pautada em ações específicas de

vigilância epidemiológica, com as adaptações necessárias, e metodologia de

investigação em que os processos de informação, decisão e ação estejam

articulados. Para Souza et ai. (1996) faz-se necessária a implantação de sistemas

setoriais e locais de informações, que "contemplem as diferentes formas de

violência e as especificidades de uma realidade social complexa."

No entanto, segundo Mendes (2001) ao avaliar a implantação dos Núcleos

de Epidemiologia - NEPI em hospitais de alta complexidade da rede pública de

saúde no Recife, constatou que maioria ainda encontram-se desestruturados. Um

agravante é que o principal hospital de referência para o trauma do Estado, e

portanto para onde convergem um elevado percentual de vitimados da violência,

24

Page 26: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

foi a único a se apresentar como crítico. Desta forma, como conhecer o real perfil

dos acidentes e violência, responsáveis por inúmeras seqüelas e cessar de vidas?

Hoje, a Prefeitura da Cidade do Recife busca trabalhar de forma

intersetorializada e integrada às demais instituições de interesse nesta temática.

No setor saúde encontra-se em fase de implantação as políticas relativas aos

maus tratos contra criança e adolescente,- à prevenção e notificação de acidentes

de trabalho e à violência contra a mulher (Secretaria de Saúde do Recife, 2002).

No Brasil, os dados sobre óbitos constituem o Sistema de Informação sobre

Mortalidade - SIM, criado desde 1976 pelo Ministério da Saúde. O SIM tem

abrangência nacional, e se nutre a partir das Declarações de Óbito - DO geradas

pelas secretarias municipais e estaduais de saúde, e visa sobretudo fornecer

informações sobre o perfil de mortalidade nos diferentes níveis do Sistema Único

de Saúde (Fiocruz et ai., 1998 in Lessa, 2000). Foi através deste sistema que se

verificou, a partir de 1989, o fato de que as mortes violentas constituíram a

segunda causa de óbito do País.

Vale salientar que o SIM consiste no principal banco de dados para estudos

de violência, uma vez que o sistema de informação sobre morbidade não se tem

mostrado adequado para o estudo do tema (Mello Jorge et ai., 1997). No entanto,

é através da dimensão da morbimortalidade que haverá a determinação do real

impacto das causas externas sobre o setor saúde, a sociedade, as políticas de

governo. É necessário a implementação do Sistema de Informação Hospitalar no

tocante às causas violentas.

Oliveira & Pereira (1997), na análise dos dados contidos nas DO,

apresentam como um dos principais problemas o preenchimento inadequado dos

seus diversos campos, como por exemplo: em considerável freqüência os legistas

após necrópsia, mencionam a natureza das lesões que levaram a morte e não

referem o tipo de acidente e violência que ocasionaram o óbito, ou ainda

informações mais simples que possibilitem traçar o perfil da vítima gera um

elevado percentual de informação ignorada. Destaca-se, também, o acentuado

número de óbitos por sintomas, sinais e afecções mal definidos (SSAMD)

25

Page 27: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

incluindo os desprovidos de assistência médica, portanto torna-se indicador

indireto da qualidade dos dados e da assistência médica prestada à população.

Do ponto de vista quantitativo é considerado como boa fonte de informação (Mello

Jorge et ai., 1997; Souza et ai., 1996). Mas, consoante Lessa {2000) um dos

fatores que limitam o SIM é a defasagem entre a ocorrência do óbito e a

disponibilidade dos dados no âmbito nacional representada por dois anos.

Paula et ai. (1994) apresentam um outro indicador relativo à qualidade da

informação que diz respeito à proporção das causas externas não especificadas

em relação à totalidade de óbitos por causas vioJentas. Em algumas capitais

brasileiras esse percentual aproxima-se de 50%, o que evidencia falhas ou

inexistência de Serviço de Verificação de Óbito e ou Instituto de Medicina Legal.

O SIM abrange cerca de 80% do total de óbitos ocorridos no país. Segundo

Paula et ai. (1994) o subregistro varia de acordo com a região. O Nordeste

concentra 54%, o Norte 50% e o Centro-Oeste 30%, e praticamente não existe no

Sul e Sudeste. Ressaltam-se as cidades interioraranas e regiões menos

favorecidas como responsáveis pela não totalidade desse registro, enquanto nas

capitais ele é de praticamente 100% (Souza et ai., .1996).

A saúde pública não pode restringir sua atuação preventiva aos serviços de

atendimento, deve planejar e adotar poliücas de promoção à saúde, entendidas

segundo a carta de Otawa de 1986 como "processo de capacitação da

comunidade para atuar na melhoria da qualidade de sua vida e saúde incluindo

maior controle desse processo" (Carta Otawa, 1986 - Minayo, 1999). Neste

sentido, obstar a ocorrência do evento, e sobretudo buscar a intersetorialidade,

interdisciplinaridade e multidisciplinaridade (ABRASCO, 1999). Entre algumas

medidas estão o investimento no setor social com vistas a minimizar as

desigualdades sociais, implementar os sistemas educacional, saúde, assistência e

seguridade social e segurança publica que urge por ações dirigidas ao combate do

crime organizado, enfim que envolvam autoridades governamentais, a sociedade

e outras instituições comprometidas em restabelecer a justiça e a paz social.

26

Page 28: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

Diante da magnitude alcançada pela mortalidade por causas externas, e

sendo Recife a capital com maiores índices estatísticos de criminalidade do paísJ

este estudo se propõe a descrever o perfjl das mortes violentas ocorridas na

cidade do Recife referente ao ano 2000, identificar as áreas de risco para esses

agravos e contribuir para as discussões do planejamento de ações e políticas

integradas de prevenção e combate à violência.

27

Page 29: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

2. MATERIAL E MÉTODO

·'"'\ 2.1 Objetivo Geral

+ Descrever o perfil de mortalidade por causas externas ocorrido na cidade do

Recife, 2000.

,----,, 2.2. Objetivos Específicos /"\

+ Descrever o perfil de mortalidade por causas externas ocorrido na cidade do

Recife segundo sexo, faixa etária e tipo de causa externa;

+ Espacializar a mortalidade por causas externas segundo Região Político

Administrativa - RPA de forma a identificar áreas de maior risco para esses

agravos.

"' 2.3. Procedimentos Metodológicos

2.3.1. Área de Estudo

A área de estudo consiste na cidade do Recife, capital de Pernambuco,

situada no Nordeste do Brasil, e ocupa uma área de 218,0km2 equivalente a

0,22% do Estado. Entre seus limites, ao Norte encontra-se com Paulista, ao Sul

Jaboatão dos Guararapes, ao Leste Olinda e ao Oeste Camaragibe e São

Lourenço da Mata (FIDEM, 2001 ).

Inicialmente denominava-se muralha natural de recifes que tinha como

principal finalidade proteger suas praias e seu porto, onde centravam-se as

atividades comerciais e serviços. Assim nasce a cidade, em 1537, como uma

aldeia de pescadores. Entretanto, o título de capital do Estado só é adquirido em

1823 (FIDEM, 2001 ).

Page 30: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

Destaca-se como cenário de memoráveis Jutas revolucionárias, como a

Revolução dos Padres (1817), Confederação do Equador (1824), Setembrizada

(1831), Revolução Praieira (1848) e a Revolução de 30 (FIDEM, 2001).

Atualmente, a Região Metropolitana do Recife - RMR, criada em 1973,

compõe-se de 14 municípios. Exercendo uma função centrípeta, Recife torna-se

referência social, econômica, cultural e política para os demais municípios (Plano

Municipal de Saúde, 2002 a 2005).

Divide-se também em seis Regiões Político-Administrativa -RPA, descritas

a seguir:

RPA01 Boa Vista, Cabanga, Coelhos, Ilha Joana Bezerra, Ilha do Leite, Paissandu,

Recife, Santo Antônio, São José e Soledade.

RPA02 Água Fria, Alto Santa Terezinha, Arruda, Beberibe, Bomba do Hemetério,

Cajueiro, Campina do Barreto, Campo Grande, Dois Unidos, Encruzilhada,

Fundão, Hipódromo, Linha do tiro, Peixinhos, Ponto de Parada, Porto da

Madeira, Rosar1nho e Torreão

RPA03 Microrregião 3. 1

Aflitos, Alto do Mandu, Apipucos, Casa Amarela, Casa forte, Derby, Dois

Irmãos, Espinheiro, Graças, Jaqueira, Monteiro, Parnamirim, Poço,

Santana, Sítio dos Pintos e Tamarineira.

Microrregião 3.2

Córrego do Jenipapo, Brejo da Guabiraba, Macaxeira, Brejo de Beberibe,

Nova Descoberta, Vasco da Gama, Alto José Bonifácio, Morro da

Conceição, Alto José do Pinho, Mangabeira, Guabiraba, Passarinho e Pau

Ferro.

29

Page 31: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

-'"""\,

RPA04 Caxangá, Cidade Universitária, Cordeiro, Engenho do Meio, Ilha do Retiro,

lputinga, Madalena, Prado, Torre, Torrões, Várzea e Zumbi.

RPA05 Afogados, Areia , Barro , Bongi, Caçote, Coqueiral, Curado, Estância,

Jardim São Paulo, Jiquiá, Mangueira, Mustardinha, San Martin, Sancho,

Tejipió e Totó.

RPA06 Microrregião 6.1 - Boa Viagem, Brasília Teimosa, lmbiribeira, lpsep e Pina

Microrregião 6.2 - lbura, Jordão e COHAB

Segundo o censo demográfico realizado pelo IBGE, em Recife registrou-se

uma população apenas de residentes urbanos de 1A21.947, sendo 760.855 do

sexo feminino e 661.092 masculino, com densidade populacional de

6.523hab/hffi!, e cresciJ)lento anual (96/2000) de 1_38 (IBGE, 2002).

Cortada pelos Rios Capibaribe e Beberibe é conhecida como a Veneza

brasileira, com grande potencial em relação a exploração do turismo ecológico. No

ambiente, apresenta desde planícies a morros, praias a rios, áreas de preservação

histórica, turísticas a áreas comunitárias marcadas por lutas sociais, enfim com

encantos e desencantos como uma grande cidade. (Plano Municipal de Saúde,

2002/2005)

Já em relação a economia, destaca-se o setor terciário constituído pelo

comércio e prestadores de serviços responsáveis por ostentar 95% de todo valor

da riqueza. E neste setor sobressaem-se o comércio e os serviços médicos como

terceiro maior em arrecadação de Imposto sobre Serviços da Prefeitura da cidade~

Recife compreende o segundo maior polo médico do Pais. Contudo, ainda

experimenta taxa de desemprego de 7,9%, em 2001.

30

Page 32: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

A economja jnformal consiste numa realidade excludente situada sobretudo

no comércio. Segundo Kliksberg (2002) um trabalho na economia informal

eqüivale de um terço a um quarto da produtivjdade de um emprego na economia

formal.

No ano 2000, o Sistema de Informação sobre Mortalidade- SIM registrou a

ocorrência de 20.670 óbitos em Recife. Destes sobressaem-se as doenças do

aparelho circulatório com 29% das mortes, as neoplásicas com 14%, as causas

externas com 12% e as doenças do aparelho respiratório com 1 0%. Já em reJação

ao coeficiente de mortalidade, por 100.000 habitantes, mantém a colocação das

cardiovasculares e o -grupo das causas externas torna-se três vezes superior ao

das neoplasias.

2.3.2. População de Estudo e Período de Referência

A população consiste nos óbitos por causas externas registrados pelo SJM/MS

no ano 2000 que ocorreram em Recife, totalizados numa amostra de 2.503

mortes.

Um fator limitante ao presente estudo, é o alto número de bairros não

classificados, correspondente a 1.011 óbjtos. Serão residentes em outros

municípios? Serão de Recife os não foram classificados? Porque não foram

classificados?

Pretendia-se traçar um perfil das vítimas quanto a grau de instrução, ocupação,

estado civil, mas o sistema não se mostrou eficaz para taJ, visto q_ue considerável

percentual está alocado a categoria de ignorados, representando uma limitação

qualitativa do SJM.

As tabelas referentes às populações segundo RPA/bairros do Recife

encontram-se em anexo.

2.3.3. Desenho de Estudo

É um estudo descritivo tipo corte transversal porque objetiva compreender o

agravo causas externas em determinada população representada pelos óbitos

31

Page 33: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

decorrentes destas causas que ocorreram em Recife num tempo específico: ano

2000. Sua escolha se respalda num método de baixo custo e rapjdez para sua

realização.

2.3.4. Caracterização das Variáveis

São classificadas como sexo~ faixa etária, tipo de causa externa e bairro de

ocorrência agregados em seis RPA. Apenas as RPA 03 e 06 foram subdivididas

em microrregiões porque foram consideradas as mais populosas. A divisão das

microrregiões 3.1 e 6.1 ocorre de modo a concentrar os bairros com melhores

padrões de vida.

Os tipos de causas externas foram classificados em acidente de trânsito

(código V01 - V99), outros acidentes {código WOO - X59), homicídios, sendo

cometidos por arma de fogo (código X93 - X95) e por outras agressões (código

X85- Y09), suicídios (código X60- X84) e outras causas externas (códigoY10-

Y98) e compreendem o capítulo XX I CID10 - Causas externas de morbidade e

mortalidade.

O acidente de transporte envolve desde pedestres, motociclistas, ciclistas a

veículos automotivos leves e pesados, transporte aquático, aéreo, espacial, e não

específicados.

A categoria "outros acidentes" engloba as quedas, exposição a forças

mecânicas animadas e inanimadas,_ afogamento e submersão acidentais, outros

riscos acidentais a respiração, exposição a corrente elétrica, a radiação e a

temperadtura e pressão extremas do ar ambiental, exposição ao fumo, fogo e as

chamas, contato com uma fonte de calor e substancias quentes, contato com a

nimais e plantas venenosos, exposição às forças da natureza, envenenamento

acidental por exposição a substancias nocivas, excesso de esforços, viagens e

privações, esposição aciedntal a outros faotres e aos não especificados.

Os homicídios englobam os praticados por arma de fogo e os da categoria

"outras agressões" que envolvem os demais ·tipos de morte violenta. E os

suicídios como as lesões autoprovacadas voluntariamente.

32

Page 34: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

Por fim, a categoria "outras causas externas" que compreende eventos cuja

intenção é indeterminada, intervenções legais e operações de guerra,

complicações de assistência médica e cirúrgica, seqüelas de causas externas de

morbidade e mortalidade e fatores suplementares relacionados com as causas de

morbidade e mortalidade classificadas em outra parte.

A lógica da resldência e ocorrência são diferentes~ Jogo não permitem

comparações. Na residência verifica-se de que bairros procedem os residentes em

Recife! acometidos pelas causas externas. Enquanto que a ocorrência, quais os

locais onde ocorrem eventos violentos que culminam em morte, desta forma

abrange os residentes e não residentes em Recife. Portanto passível de se

estruturar um plano de prevenção da morbimortalidade por causas violentas - "in

loco."

Neste trabalho considera-se local de ocorrência como o do evento que

culminou na morte e não o local do óbito.

2.3.5. Método de Coleta de Dados

Os dados de óbitos foram coletados a partir do Sistema de Informação

sobre Mortalidade- SIM através do arquivo DOOOPE.dbf, gerado pela Secretaria

Estadual de Saúde.

Utilizou-se para tabulação dos dados o software Tabwin versão 3.2 e

planilhas do Microsoft Excel.

33

Page 35: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

""' 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

TAB. 01- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo

da CID10- OMS) OCORRIDOS EM PERNAMBUCO_,. 2000.

CAUSA BASICA NO -- o/õ I. Algumas- doeru)85- infecciosas e parasitárias-- ·- 2537-- ··- -- 4,7--

--11. Neoplasias (tumores) 4511 -3,4

---· .

111. Doenças sangue órgãos hemat e transt imllnitár 273 -9,5-

IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 2974 5,5

v. Transtornos mentais e comportamentais 290 0,5

VI. Doenças do sistema nervoso 492 -0,-9

VIl. Doenças da olho e anexos 1 -----G-,0-

VIIJ.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 7 b,O IX. Doenças do aparelho circulatório 12188 22,6

X. Doenças do aparelho respiratório 3716 6;9

XI. Doenças do aparelho digestivo 2330 4,3-

XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 79 0,1

XIII.Doenças sist osteomusculare tec ooAjuRtivo 83 -0-,2-

XIV. Doenças do aparelho genituríAário 577 1,1

XV. Gravidez parto e puerpéri&- 75 0,1

XVI. Algumas afec originadas no períoá()-perinatal 4082 1,6

XVII.Malf cong deformid e anomalias cromassômiGas-- 538 1-,Q-

XVIII.Sint sifU!is-e--achad anorm..ex.clín .e laborat 11978 f-·---

-22,2 ---·

XX. Causas- externas de morbidade-e mortalidade--- 7236 c:ta;:4\ Total 53967 -100;-8 Fonte. SIM I MS /2000 I

A mortalidade ocorrida em Pernambuco no ano 2000, totaliza 53.967

registros, nos quais as doenças do aparelho circulatório ocupam um patamar de

22,6%, seguidas das causas externas com 13,4% e das neoplásicas com 8,4%.

Vale salientar que os sinais, sintomas e afeções mal definidas, indicativo de

qualidade da assistência à saúde, concorrem com a primeira causa de óbito com

relevante percentual.

Page 36: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

TAB. 02 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS EM

PERNAMBUCO SEGUNDO MUNJCÍPJO DE OCORRÊNCIA, 2000.

MUNICIPIO NO %

Recife 2503 34,6

Jaboatão dos Guararapes 542 7,5

Olinda 351 4,9

Caruaru 300 4,1

Petrolina 255 3,5

Paulista 176 2,4

Garanhuns 142 2,0

Outros Municípios 2849 39,4

Total 7236 100,0 Fonte. SIM I MS I 2000

Conforme tabela 02, ocorreu no Estad~ 7.236 óbitos devido as causas

externas. Recife destaca-se com 34,6% e a Região Metropolitana - RM com I

22,2%, seguindo a tendência que indica maior concentração desse tipo de agravo

em capitais e RM, consoante constatação na literatura supracitada. Os centros

interioranos mais desenvolvidos, evoluídos economicamente, também se

sobressaem entre os demais, casos de Caruaru e Petrolina, com 4,1% e 3,5%,

respectivamente.

Tal concentração de óbitos por acidentes e violência pode ser justificada

pelo fato da capital ter experimentado a partir da década de 60 um crescimento

populacional, decorrente da queda da fecundidade e da mortalidade infantil,

enriquecido também peJos movimentos migratórios do campo para a cidade, que

não foram acompanhados por investimentos em políticas públicas estruturantes.

A favelização consequente do inchaço desordenado da região

metropolitana do Recife, com as mazelas próprias de um crescimento desse tipo,

fundado na ilusão do emprego e melhoria das condições de vida, resultou nas

frustratções, comportamentos divergentes e compensatórios que explodiram na

35

Page 37: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

i\

/\

onda de criminaíidade e vioíência a tornar notaria por essa reaiidade depíoraveí a

grande Recife.

O tráfico de drogas, carro chefe do crime organizado, funciona como um

agravo da sltuaçao na medida em que encausa toda uma crlmlnaHdade vloíenta

em torno da disputa do mercado da traficância e Induz as pessoas viciadas a

de !Inquirem para sustentar o vicio em afronta à famiHa e à sociedade.

O fiageio do crime organizado cresceu tanto que transcende às fronteiras

dos palses, exigindo a cooperaç8o internadonal para o seu enfrentamento. Em

Pernambuco, ainda nao chegou ao ponto atingido em Estados como R.lo de

Janeiro e EspírUo Santo onde a falêncja da autorjdade iocal Indica a necessidade

de o Governo Federal participar no controle da sltuaçao na forma de Integração de

forças tarefas g ate sob a forma de cogitaç8o e ameaça de Jntervençao estataL

Na RMR, apesar de o crime organizado estar sob relativo controle da

autoridade púbJica, o fenômeno da crjmjnalidade vioJenta desafia o poder do

Estado atingindo índices contra a vida humana inaceitáveis e insuportáveis.

36

Page 38: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

TAB. 03- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

(por 100.000 hab.) SEGUNDO CAUSA BÁSJCA (Capítulo da CID10- OMS).

RECIFE, 2000.

CAUSA BASICA NO o/o CM

I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 1478 7,2 103,9

11. Neoplasias (tumores) 2888 14,0 203,1

111. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár 119 0,6 8,4

IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 1321 6,4 92,9

v. Transtornos mentais e comportamentais 105 0,5 7,4

VI. Doenças do sistema neiVoso 325 1,6 22,9

VIl. Doenças do olho e anexos 1 0,0 0,1

Vlli.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 5 0,0 0,4

IX. Doenças do aparelho circulatório 5910 28,6 415,6

X. Doenças do aparelho respiratório 2029 9,8 142,7

XI. Doenças do aparelho digestivo 1438 7,0 101 '1

XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 58 0,3 4,1

XIII. Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 55 0,3 3,9

XIV. Doenças do aparelho geniturinário 356 1,7 25,0

XV. Gravidez parto e puerpério 33 0,2 2,3

XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 1443 7,0 101,5

XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas 340 1,6 23,9

XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laboral 263 1,3 18,5

XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 2503 12,1 176,0

TOTAL 20670 100,0 1453,6 ·\ Fonte: SIM I MS I 2000

A mortalidade geral de ocorrência em Recife assume um padrão no qual

verifica-se o predomínio das doenças do aparelho circulatório, das neoplasias e

das causas externas, respectivamente, como . principais enriquecedoras dos

obituários, e que somadas assumem 55, O% de todos óbitos. Vale salientar que as

doenças infecciosas e parasitárias ainda ocupam a quinta posição. O risco de

morte para as doenças cardíacas supera as neoplásicas em 2 e as traumáticas '

em 2,~ vezes. Entretanto, conforme tabela 14 anexa, realizada na lógica da I

37

Page 39: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

residência em Recife as circulatórias englobam 30,9% dos óbitos e as causas

externas assumem a segunda posição com 14,5% seguidas das neoplásicas com

13,7%.

TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS E

COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.). RECIFE, 2000.

TIPO CAUSA EXTERNA NO % CM

Acidentes Transporte 509 20,3 35,8

Outros Acidentes 315 12,6 22,2

Homicídio 1378 55,1 96,9

Suicídio 90 3,6 6,3

Outras causas externas 211 8,4 14,8

TOTAL 2503 100,0 176,0

Fonte: SIM I MS /2000

A morte resultante das causas externas representa o extremo da violência.

Traçar seu perfil é considerar suas múltiplas causas e determinantes.

No Recife, ressaltam-se os homicídios com 55,1% dos óbitos decorrentes

de causas violentas, especificamente 1.378 vidas destruídas, assocjadas a

inúmeras famílias afetadas social e emocionalmente. São também responsáveis

por impulsionar os atuais índices de criminalidade, os quais conferem a Recife o

título de cidade mais violenta do país.

O risco de morte para este evento corresponde a 2, 7 vezes superior ao de

acidente de trânsito, o que não torna essa situação menos preocupante. É grave

e requer medidas imediatas, pois conforme tabela supracitada corresponde a

segunda posição com 20,3% e representa um risco de morte de 35,8 por grupo de

100.000 habitantes.

A redução da morbimortalidade requer, entre outras medidas, uma eficiente

e permanente campanha de prevenção à violência, um atendimento pré-

38

Page 40: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

r--,

hospitalar- APH adequado, planejado e regionalizado, somado a um sistema de

comunicação com os hospitais de referência e nosocômios equipados para

atender vítimas de trauma. Pesquisas realizadas na década de 80 nos Estados

Unidos e em Vários países da comunidade Européia evidenciam a redução de

50% ou mais nas mortes evitáveis, em decorrência da implantação de sistemas -

de atendimento ao traumatizado (Ministério da Saúde, 2001 ).

Apesar da categoria outras causas externas mostrar-se com risco de 6,5 e

2,4 vezes inferior aos homicídios e acidentes de trânsito, respectivamente, esta

não deve ser menosprezada visto que é considerada um importante indicativo de

qualidade da informação no sistema.

Já em relação à violência de gênero consoante tabela 05, verifica-se a

predominância dos óbitos masculinos em todos os tipos de causas externas,

sendo 91,7%, 83,9% e 71,1% atribuídos a homicídios, acidentes de trânsito e

suicídios, respectivamente. O risco do homem morrer por homicídio supera em 3

vezes os de acidentes de trânsito e 20 vezes de suicídios. Vale salientar que

89,4% desses homicídios foram cometidos por arma de fogo o que sugere que o

incremento deste tipo de instrumento associado a deficiência de políticas públicas

de prevenção aos acidentes e violência, a ineficiência do aparato policial no

combate ao crime e a morosidade do sistema judiciário que gera uma sensação

de impunidade e só favorecem o crescimento dessas agressões.

Apesar da menor representatividade feminina ser cerca de 6 vezes inferior,

as causas externas se distribuem quase uniformemente. O suicídio torna-se a

principal causa de óbito com 28,9%, seguida dos acidentes de transporte com

16,1% e dos homicídios com 8,3%. Entretanto, ao se considerar o risco de morte,

os homicídios avolumam-se e superpõem-se aos suicídios em 4 vezes. Observa­

se uma aproximação entre os homicídios e os acidentes de trânsito.

Faz-se necessário determinar o que compõem outros acidentes e outras

causas externas visto que, somados, revelam-se num patamar considerável.

39

Page 41: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

Ao se comparar os sexos, observa-se uma grande discrepância. O risco de

morte para o masculino torna-se exorbitante. Consiste em 20 vezes maior para

suicídios, 13 para homicídios e 6 para acidentes de trânsito.

A agressividade masculina do homem, o machismo culturai, o papei socfal

desempenhado por ele, determinadas particularidades biológicas como a da

secreção de testosterona proporcionalmente diversa do sexo feminino, são fatores

predisponentes do homem â criminalidade, que o fazem sobressair-se na

concorrência deJinquencial com a mulher. Esta, contudo, na medida em que

cresce no desempenho dos papeis que a sociedade e o ordenamento jurídico lhe

atribuem, torna-se cada vez mais vulnerável à prática do crime, sendo hoje

comum encontrá-la com autora, co-autora ou partíce de crimes violentos como

homicídios, Jatrocínios, chacinas e na violência própria decorrente do tráfico de

entorpecentes.

A mesma natureza que predispõe o homem, na sua agressi'vidade, a ser

maioria hoje na prática da violência, o fez historicamente, ser a regra nos campos

de batalha como guerreiro, enquanto as mulheres, as Margareth Tachar, Anita

Garibaldi, Joana D'arck são a exceção.

A situação agrava-se ao considerar que os maiores coeficientes estão

concentrados nas faixas etárias mais jovens de 15 a 39 anos, correspondentes a

65,1% dos óbitos. Apresenta, conforme tabela 06, pico máximo entre 20 e 29

anos. Tal achado foi encontrado por vários autores citados no referenciaJ teórico.

éonsidere-se nesta tabela, que 3 homicídios e 1 da categoria outras causas

externas apresentam-se como faixa etária ignorada, e portanto foram utilizados

para o cálculo dos percentuais.

õs menores de 1 O anos destacam-se pelos acidentes de transporte e

outros acidentes agrupados, que, somados, assumem um percentual

considerável, sejam quedas, afogamentos ou outros, "a posteriorí" seria

interessante determina-ias.

A partir dos 1 O anos os homicídios já se tornam primeira causa até os 49, e

com tendência de crescimento até os 29 anos. õ risco de morte para homicídio

40

Page 42: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

sofre um incremento de 90% da faixa de 10 a 14 para 15 a 19, e desta para 20 a

29 anos de 31 %. É também na faixa dos 15 aos 39 anos que se observa grande

diferença entre os coeficientes dos homicídios e os acidentes de trânsito, segunda

causa de óbito. Dos 15 a 19 anos torna-se sete vezes maior, dos 20 a 29 seis e 30

a 39 três. Daí conclui-se que os acidentes de trânsito crescem de acordo com a

. idade exceto na faixa etária dos 1 O aos 14 e dos 40 aos 49 anos, e retornam à

principal causa de óbito após os 50 anos.

Assim como os acidentes de trânsito, os suicídios também acompanham a

faixa etária. Nos menores de 1 O anos praticamente não existem, atingem dos 20

aos 29 anos e a partir dos 40 anos chega a 7 4,4% das vítimas. Embora em

relação ao coeficiente assuma relevante causa de morte após os 40 anos, ocupam

nos 50 anos a terceira posição.

Salienta-se que a partir dos 50 anos a categoria outras causas externas

abrange 42,7% dos óbitos. Investigar tal percentual no sentido de aperfeiçoar a

qualidade da assistência ao idoso é no mínimo respeitar sua história de vida.

A faixa etária mais jovem da população é a mais carente de maturidade e,

em certas circunstâncias, de proteção, como no caso da menor idade

abandonada. O jovem é a vítima mais fácil no aliciamento ao vício e ao tráfico de

drogas. É também influenciável com mais facilidade para engajar-se tanto na

prática da delinqüência eventual como nas fileiras do crime organizado. Sua

audácia, própria do entusiasmo da juventude, e sua inexperiência, tornam-no, não

raro protagonista de crimes bárbaros e vítima do mesmo jeito.

A grande mortalidade dos jovens, sobressaídas nas chacinas, decorre de

enfrentamentos na disputa do crime organizado, também nos entrechoques das

galeras, e maiormente como alvo dos grupos de extermínios subsidiados pela

própria sociedade na sua ânsia de segurança ante a desproteção do poder

público.

41

Page 43: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

TAB. 05 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS E COEFEICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.)

SEGUNDO SEXO. RECIFE, 2000.

SEXO

TIPO DE CAUSA EXTERNA MASCULINO FEMININQ NO % CM NO % eM

Acidentes Transporte 427 83,9 64,6 82 16,1 10,8

Outros Acidentes 221 70,2 33,4 94 29,8 12,4

Homicídio 1264 91,7 191,2 114 8,3 15,0

. Arma de fogo 1130 92,5 170,9 92 7,5 12,1

. Outras agressões 134 85,9 20,3 22 14,1 2,9

Suicídio 64 71,1 9,7 26 28,9 3,4

Outras C. Externas 142 67,3 21,5 69 32,7 9,1

TOTAL 2118 84,6 320,4 385 15,4 50,6

TAB. 06 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.)

SEGUNDO FAIXA ETÁRIA. RECIFE, 2000.

FAIXA ETARIA

TIPO DE CAUSA < 10a 10-148 15-19a 20-298 30-39a 40-49a SOe+ EXTERNA

NO % CM NO % CM NO % CM NO % CM NO % CM NO % CM NO % CM Acid. Transporte 27 5,3 11,3 10 2,0 7,5 33 6,5 22,7 101 19,8 39,4 118 23,2 52,4 85 16,7 49,7 135 26,5 55,5

Outros Acidentes 45 14,3 18,8 23 7,3 17,3 12 3,8 8,2 41 13,0 16,0 42 13,3 18,6 39 12,4 22,8 113 35,9 46,4

Homicfdio 3 0,2 1,3 24 1,7 18,1 246 17,9 169,0 623 45,2 243,1 305 22,1 135,4 103 7,5 60,2 71 5,2 29,2

Suicfdio o 0,0 0,0 1 1,1 0,8 6 6,7 4,1 19 21 '1 7,4 16 17,8 7,1 19 21,1 11 '1 29 32,2 11,9

Outras C.Externas 15 7,1 6,3 5 2,4 3,8 17 8,1 11,7 25 11,8 9,8 26 12,3 11,5 32 15,2 18,7 90 42,7 37,0

TOTAL 90 3,6 37,6 63 2,5 47,4 314 12,5 215,8 809 32,3 315,7 507 20,3 225,0 278 11,1 162,5 438 17,5 179,9

Fonte: SIM I MS I 2000

42

( c ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( c ( ( ( ( ( ( ( c ( c ( ( ( ( ( c ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( (

Page 44: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

~,

A delinqüência jnfanto-juvenil, mercê da utopja do Estatuto da Criança e do

Adolescente em um Estado que o editou como fantasia desvinculada de condições

e de propósitos, chega ao ponto de se tornar jnsuportáveJ, ensejando o morticínio

de que são vítimas os jovens autores de atos infracionais contra a vida, o

patrimônio e outros bens das pessoas. O exterminio é uma atitude extrema e

insensata da sociedade, repudiável, injustificável, mas plenamente explicável nas

circunstâncias.

TAB. 07- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS-E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

(por 100.000 hab.) SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID10- OMS) E

RPA. RECIFE, 2000.

CAUSA RPA BÁSICA 1 CM 2 CM 3.1 CM 3.2 CM 4 CM 5 CM 6.1 CM 6.2

Cap. 1 101 7,1 18 1,3 205 14,4 12 0,8 95 6,7 161 11,3 11 0,8 8

Cap. 2 587 41,3 38 2,7 323 22,7 27 1,9 213 15,0 136 9,6 55 3,9 16

Cap. 3 5 0,4 o 0,0 16 1,1 o 0,0 10 0,7 6 0,4 o 0,0 o Cap. 4 95 6,7 27 1,B 194 13,6 19 1,3 141 9,.9 93 6,5 17 1,2 .9

Cap. 5 3 0,2 2 0,1 20 1,4 3 0,2 11 0,8 14 1,0 o 0,0 1

Cap. 6 25 1,8 5 0,4 67 4,7 1 0,1 23 1,6 12 0,8 10 0,7 2

Cap. 7 o 0,0 o 0,0 1 0,1 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o Cap. 8 o 0,0 o 0,0 1 0,1 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o Cap.9 534 37,6 141 9,9 1197 84,2 78 5,5 546 38,4 353 24,8 127 8,9 118

Cap. 10 196 13,8 26 1,8 319 22,4 19 1,3 198 13,9 196 13,8 37 2,6 26

Cap. 11 87 6,1 16 1,1 225 15,8 6 0,4 158 11,1 97 6,8 16 1,1 6

Cap. 12 4 0,3 2 0,1 8 0,6 o 0,0 10 0,7 7 0,5 o 0,0 o Cap. 13 5 0,4 o 0,0 3 {),2 1 0,1 7 0,5 2 0,1 1 0,1 1

Cap. 14 41 2,9 5 0,4 49 3,4 4 0,3 42 3,0 24 1,7 5 0,4 2 Cap. 15 3 0,2 1 0,1 6 0,4 o 0,0 3 0,2 1 0,1 o 0,0 o Cap. 16 123 8,7 117 8,2 155 10,9 3 D,2 145 10,2 35 2,5 2 0,1 1

Cap. 17 51 3,6 5 0,4 26 1,8 o 0,0 30 2,1 o 0,0 1 0,1 2

Cap. 18 15 1,1 10 0,7 20 1,4 8 0,6 15 1,1 29 2,0 13 0,9 7

Cap.20 126 8,9 13 0,9 551 38,7 117 8,2 236 16,6 172 12,1 88 6,2 96

TOTAL 2001 140,7 426 30,0 3386 238,1 298 21,0 1883 132,4 1338 94,1 383 26,9 295 Fonte: SIM I MS I 2000

43

CM 0,6

1,1

0,0

0,6

0,1

0,1

0,0

0,0

8,3

1,8

0,4

0,0

{},1

0,1

0,0

0,1

0,1

0,5

6,8

20,7

Page 45: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

Nesta tabeJa foram excJuidos os de bairros não classificados que

compreendem 51,12% (1 0.567) de todos os óbitos ocorridos em Recife.

Em relação as RPA, o perfil de mortalidade adquire algumas

particularidades.

A microrregião 3.1 concentra maior número de óbitos com 33,8%, nos quais

destacam-se as cardiovascuJares seguidas das causas externas e das

neoplásicas. Seguem-se as RPA 1 , 4 e 5. Na primeira, as neoplasias ultrapassam

as doenças do aparelho circuJatório, primeira causa de óbito em todas exceto

nesta e na RPA 3.2. E, conforme tabela 13 anexa, destacam-se os bairros

Paissandu e IJha no Leite _para as neopJásicas (nesta inclui também Santo Amaro)

e circulatórias. A terceira e quarta colocação atribuem-se ao aparelho respiratório

e as causas externas, respectivamente.

Já a RPA 02 caracteriza-se pela presença das afecções perinatais como

segunda posição no ranking dos óbitos, principalmente na EncruzinJhada, e

posteriormente as causas externas. Posição que também ocupa na RPA 05. Nas

demais é a segunda.

As doenças do aparelho digestivo são mencionadas como segunda e

terceira na RPA 05 e RPA 3.1 antes e após as causas externas, respectivamente,

nos bairros de Tejipió e Jordão.

Sobressaem-se como unanimidade nas RPA 03, 3.1, 04, 06 e 6.1 as

doenças do apareJho circulatório, as causas externas e as neoplasias. Dentre os

principais bairros estão o Derby e a Cidade Universitária para todas causas, e

para a sexta RPA lpsep, Jmbiribeira e Boa Viagem, respectivamente.

Já especificamente, em relação às causas violentas, a tabela 08 descreve

as RPA e seus respectivos bairros destacando os de maior ocorrência.

44

Page 46: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

TAB. 08- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE

DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO RPA. RECIFE, 2000.

RPA/ BAIRROS

RPA01

116 SOL.EDADE

108 SANTO AMARO

094 PAISSANDU

086 BOA VISTA

078 IL.HA DO L.EITE

060COEL.HOS

051 CABANGA

043 I.JOANA BEZERRA

035SAOJOSE

027 SANTO ANTONIO

019RECIFE

RPA02

949 A.STA.TEREZINHA

930 PONTO DE PARADA

426 B. DO HEMETERIO

396 DOIS UNIDOS

388 L.INHA DO TIRO

370 BEBERIBE

361 P. DA MADEIRA

353 CAJUEIRO

345FUNDAO

337 AGUA FRIA

329ARRUDA

310 CAMP. DO BARRETO

302 HIPODROMO

299 PEIXINHOS

280 CAMPO GRANDE

272TORREAO

183 ROSARINHO

175 ENCRUZILHADA

RPA03

Microrregião 3.1

132AFL.ITOS

493 AL. TO DO MANDU

507 APIPUCOS

434 CASA AMARELA

442 CASA FORTE

140DERBY

590 DOIS IRMAOS

124 ESPINHEIROS

167GRACAS

159 JAQUEIRA

485 MONTEIRO

469 PARNAMIRIM

477POCO

450SANTANA

604 SITIO DOS PINTOS

191 TAMARINEIRA

Acid. Outros Acidentes Transporte

N° I CM NO I 21

o 3

3

5

o

2

2

2

2

8

o o o o o 2

o o o 1

2 1

o o

o o

26,9 15

0,0 o 10,3 2

565,0 3

35,6 5

104,3 2

0,0

65,1 o 15,7 1

23,1 o 371,1

216,2 o 3,9 5

0,0 o 0,0 o 0,0

0,0 o 0,0 o

23,2 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o 2,3 1

14,9 o 12,0 2

0,0 o 0,0 o 3,2 1

0,0 o 0,0

10,7

o o

144 31.4 86

136 124,8 82

o 0,0 o o 0,0 o o 0,0 o 6 23,5 5

o 0,0 2

130 5977,0 69

o 0,0 o o 0,0 2

o 0,0 3

o 0,0 o o 0,0 o o 0,0 o o 0,0 1

o 0,0 o o 0,0 o o 0,0 o

CM

19,2

0,0

6,9

565,0

35,6

208,6

14,6

0,0

7,8

0,0

185,5

0,0

2,4

0,0

0,0

11,6

0,0

0,0

D,O

0,0

0,0

0,0

2,3

0,0

24,0

0,0

0,0

3,2

0,0

0,0

0,0

18,8

75,2

0,0

0,0

0,0

19,6

44,7

3172,4

0,0

22,5

17,8

0,0

0,0

0,0

25,0

0,0

0,0

0,0

Homicídio Suicídio Outras C.Externas

N° I CM N° I CM N° I CM NO

68 87,1

o 0,0

18 61,8

o 0,0

6 42,8

104,3

5 73,2

65,1

16 125,4

19 219,6

2 371,1

o 0,0

86 41,8

12,8

59,8

4 46,3

7 25,7

5 35,9

6 69,5

o 0,0

14,8

1 14.4

17 38,6

12 89,3

13 156,0

o 0,0

5 118,7

11 35,2

1

o

111,1

38,4

0,0

5

o o 1

4

o o o o o o o 3

o o o

o o o o o 2 o o o o o o o o

476 103,9 25

274 251,4 17

1 22,8 o o 0,0 o o 0,0 o 67 262,3 2

6 134,1 o 186 8651,7 12

o 0,0 o 2 22,5 1

4 23,7 2

o 0,0 o o 0,0 o 1 18,6 o 3 74,9 o 2 82,1 o o 0,0 o 2 17,1 o

6.4

0,0

0,0

188,3

28,5

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

1,5

0,0

0,0

0,0

3,7

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

4,5

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

17 21,8 126

o 0,0 o 2 6,9 25

6 1129,9 13

7,1 21

o 0,0 4

2 29,3 8

65,1 3

7,8 20

11,6 22

1 185,5 6

2 216,2 4

1 0,5 103

o 0,0

o 0,0

o 0,0 5

o 0,0 8

1 7,2 6

o 0,0 8

o 0,0 o o 0,0 1

o 0,0

o 0,0 21

o 0,0 14

o 0,0 16

o 0,0 o o 0,0 5

o 0,0 13

o 0,0 1

o o

0,0

0,0

5,5 50 10,9 781

15,6 42 38,5 551

0,0 o 0,0 1

0,0 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o 7,8 1 3,9 81

0,0 o 0,0 8

651,7 37 1701,1 434

0,0 o 0,0 o 11,2 3 33,7 8

11,9 5,9 10

0,0 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o 0,0 o 0,0

0,0 o 0,0 4

0,0 o 0,0 2

0,0 o 0,0 o 0,0 o 0,0 2

I

Total

CM

161,3

0,0

85,8

2448,2

149,6

417,1

117,2

195,3

156,8

254,2

1113,2

432,4

50,0

12,8

59,8

57,9

29.4

43,0

92,7

0,0

14,8

14.4

47,7

104,2

192,0

0,0

118,7

41,6

111,1

38,4

10,7

170,5

505,5

22,8

0,0

0,0

317,1

178,8

19954,0

0,0

89,9

59,3

0,0

0,0

18,6

99,9

82,1

0,0

17,1

45

Page 47: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

'""

,,.--.,

Microrregião 3.2

620 COR. DO JENIPAPO

612 B. DA GUABIRABA

582 MACAXEIRA

574 B. 00 BEBERIBE

566 N.OESCOBERTA

558 VASCO DA GAMA

540 A.JOSE BONIFACIO

531 M. OA CONCEICAO

523 A.JOSE 00 PINHO

515 MANGABEIRA

418 GUABIRABA

400 PASSARINHO

PAU-FERRO

RPA04

760 ILHA 00 RETIRO

744CAXANGA

736VARZEA

728 CIO. UNIVERSITARlA

710 ENG. 00 MEIO

701 TORROES

698 IPUTINGA

680 CORDEIRO

671 ZUMBI

663PRAOO

655TORRE

647 MADALENA

RPA05

922 COQUEIRAL

914TOTO

902SANCHO

892TEJIPIO

876BARRO

868 J. SAO PAULO

850AREIAS

841 CACOTE

833 ESTANCIA

825JIQUIA

817 SAN MARTIN

aD9BONGI

795 MANGUEIRA

787 MUSTAROINHA

779 AFOGADOS

752CURAOO

RPA06

Microrregião 6.1

205 BOA VIAGEM

256 BRASILIA TEIMOSA

264 IMBIRIBEIRA

2131PSEP

24SPINA

Microrregião 6.2

2301BURA

221 JOROAO

884COHAB

4

o o o o 2

o o o

o o o 29

o o 2

2

o

18

o o o 5

13

o o o 7

o o 4

o 2

o o o o o o o 10

o o o o o o 10

8

2

o

2,3

0,0

0,0

0,0

0,0

5,8

3,4

0,0

0,0

0,0

13,7

0,0

0,0

0,0

11,5

0,0

0,0

3,1

165,a

18,9

0,0

2,1

48,0

0,0

0,0

0,0

25,3

5,2

0,0

0,0

0,0

82,5

0,0

0,0

13,2

0,0

22,4

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

2,8

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

7,4

18,3

9,2

0,0

4

o o o o o 2

o 1

o o 1

o o

21

o o 1 2

o o 2

13

o o o 3

17

o o o 8

o o 9

o o o o o o o o o 14

5

4

o o o 9

9

o o

2,3

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

s,a 0,0

9,9

0,0

0,0

13,7

0,0

0,0

8,3

0,0

0,0

1,6

331,7

0,0

0,0

4,3

34.~

0,0

0,0

0,0

15,2

6,8

0,0

0,0

0,0

94,3

0,0

0,0

29,6

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

4,0

2,3

4,0

5,2

0,0

0,0

0,0

6,7

20,6

0,0

0,0

101 57,9

o 0,0

a 70,4

11 57,0

1 17,2

44 126,9

10 34,0

3 24,2

3 29,6

3 24,1

1 13,7

15 205,0

2 13,0

o 0,0

167 66,0

4 123,0

5 75,0

22 34,1

o 0,0

8 75,8

15 50,8

21 44,7

74 197,1

17,4

4 36,5

6 35,4

7 35,4

128 51,5

o 0,0

4 176,6

2 21,8

29 341,7

8 25,7

15 50,7

22 72,5

o 0,0

4 44,8

2 25,6

10 43,6

3 36,5

4 45,8

7 59,9

15 41,5

3 22,3

137 38,7

65 29,7

27 26,9

2 10,4

21 45,2

7 27,2

8 29,2

72 53,5

54

9

9

123,6

41,2

13,0

4

o o

o

o o o o o o 7

o o o o o

o 5

o o o

5

o o 1

o 2

o o o o o o o o o 13

12

8

o 2

1

o o

2,3

0,0

0,0

5,2

0,0

2,9

3,4

8,1

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

2,8

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

3,4

0,0

13,3

0,0

0,0

0,0

5,1

2,0

9,0

0,0

0,0

11,8

0,0

6,8

3,3

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

3,7

5,5

8,0

0,0

4,3

3,9

3,6

0,7

2,3

0,0

0,0

4

o 2

o

o o o o o o o o 12

o o 1

2

1 2

4 o o

o 9

o o o 6

o o

o 1 o o o o o 1 o 10

6

3

o 1

2 o 4

3

o

2,3 117

11,6

0,0 8

10,4 14 '

0,0

2,9 48

0,0 14

0,0 4

0,0 4

0,0 3

0,0 2

0,0 16

0,0 2

0,0 o 4,7 236

0,0 4

0,0 5 1,6 26

331,7 5

9,5 11

6,8 18

2,1 25

10,7 114

0,0

0,0 4

5,9 7

0,0

3,6

0,0

0,0

0,0

70,7

0,0

0,0

3,3

0,0

11,2

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

2,8

0,0

2,8

2,7

3,0

0,0

2,2

7,8

0,0

3,0

6,9

0,0

1,4

16

172

4

2

51

8

17

37

o 7 2

10

3

4

7

16

3

184

88

42

3

24

10

9

96

75

11

10

67,0

11,6

70,4

72,6

17,2

138,4

47,6

32,3

39,4

24,1

27,3

218,6

13,0

0,0

93,3

123,0

75,0

40,3

829,2

104,2

61,0

53,3

303,7

17,4

36,5

41,3

80,9

69,2

9,0

176,6

21,8

601,0

25,7

57,4

121,9

0,0

78,4

25,6

43,6

36,5

45,8

59,9

44,3

22,3

52,0

40,2

41,8

15,7

51,6

38,9

32,8

71,3

171,7

50,4

14,5

46

Page 48: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

A RPA 3.1 concentra o maior número de mortes decorrentes de traumas, e

torna-se também superior às demais localidades em reJação ao risco. Salienta-se

o Derby com 79% dos óbitos da microrregião, seguida de Casa Amarela com 15%.

O Derby na totalidade de sua região1 apresenta 65% dos óbitos de Recife.

A RPA 01 apresenta o segundo maior risco de morte, destacando-se o

Paissandu com 10,3% e Santo Antônio com 5% dos óbitos, embora seja

registrado para a maior freqüência Santo Amaro com 20%. Segue-se a RPA 04,

onde a Cidade Universitária e o Cordeiro assumem os maiores riscos, embora o

segundo concentre 48% dos óbitos da região.

Posteriormente, tem-se a RPA 6.2, onde destaca-se o lbura, com 78% dos

óbitos da microrregião. A RPA 5, com Tejipió a ocupar 30% dos óbitos, na 3.2

embora o maior risco seja para Guabiraba e Nova Descoberta, as proporções se

invertem em termos percentuais com 14% e 41%, respectivamente. Já na RPA 2,

sobressaem-se em termos de risco Campina do Barreto, Peixinhos, Torreão e

Arruda, e por fim a RPA 6.1 que evidencia o menor risco de morte, seis vezes

inferior ao maior, com destaque para Jmbiribeira e Boa Viagem, registrados com

27% e 48%, respectivamente.

Entretanto, esses dados não referem o grau de periculosidade da área

objeto deste estudo, visto que grandes percentuais de óbitos por causas externas

estão alocados no endereço dos hospitais de grande porte, seja público ou

privado, conforme tabela 09 e 1 O.

47

Page 49: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

~ TAB. 09- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS SEGUNDO

·'"1 LOCAL DE OCORRÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO DOS BAIRROS. RECIFE, 2000.

CLASSIFICAÇAO LOCAL DE SIM I % IGNORADA I % NAO I % Total J o/o

OCORRÊNCIA

Hospital 742 45,5 o 0,0 888 54,5 1630 65,1 Via pública 2 40,0 o 0,0 3 60,0 5 0,2 Domicílio 78 98,7 o 0,0 1 1,3 79 3,2 Outro 561 86,2 3 0,5 87 13,4 651 26,0 Ignorado 106 76,8 o 0,0 32 23,2 138 5,5

TOTAL 1489 59,5 3 0,1 1011 40,4 2503 100,0

Fonte: SIM I MS I 2000

Verifica-se na tabela 09 que cerca de 60% dos óbitos ocorridos em Recife

decorrentes das causas violentas têm bairros conhecidos, o que não garante a

ocorrência do evento na cidade. Os de base hospitalar compreendem 65,1 %, e,

destes, 54,4% dos bairros não foram cJassjficados, o que pressupõe-se uma

deficiência no preenchimento da declaração de óbito para indivíduos de outros

municípios e quiçá do Recife.

Observa-se na tabela 10 que, dos 1.630 óbitos hospitalares, 65,3%

ocorreram no Hospital da Restauração- HR, 9,8% no Getúlio Vargas- HGV, 8,5%

no Otávio de Freitas- HGOF. Detecta-se também que dos óbitos do HR, 59,9%

não tem os bairros de ocorrência classificados, e supõe-se que os demais estão

no próprio endereço do hospital. Informação esta que demonstra um despreparo

dos recursos humanos desde a recepção ao óbjto da vítima, no que diz respeito à

determinação dos bairros, ao preenchimento adequado da declaração de óbito,

evidenciando um desconhecimento dos sistema de informação sobre mortalidade.

Vale salientar um irrisório percentual de óbitos em via pública de apenas

0,2% o que retrata uma distorção da realidade mostrada pelos meios de

comunicação. Dado que poderia ser usado, caso expressasse uma amostra

significativa, para determinar o grau de periculosidade de áreas da Cidade. Diante

do exposto, onde estarão agrupados esses óbitos? Aos hospitais ou a que

categoria? Seria necessário investigar e classificar os locais de ocorrência

48

Page 50: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

intitulados como "outros" e "ignorados" pelo fato de juntos assumirem um patamar

de 31,5%.

Esses dados reforçam a idéia da intersetorialidade no tocante a prevenção

e combate das causas violentas de morte, visto supor-se que 60% sejam

residentes de Recife.

Este estudo detectou, em relação aos dados de ocorrência em Recife, um

viés que diz respeito à elevada alocação de óbitos nos bairros onde estão os

hospitais de referência ao agravo em questão.

Na realidade, seria preciso validar esses dados na perspectiva das

estatísticas oficiais da Secretaria de Defesa Social do Estado de Pernambuco ou

criar um banco de dados capaz de interligar as informações sobre violência em

várias esferas de interesse temático.

Assim como a legislação determina no preenchimento da DO para as

causas externas a natureza da lesão e as circunstâncias do evento, embora esta

ultima variável seja pouco valorizada pelos legistas, seria imprescindível

determinar também a especificidade de "local de ocorrência" - que na verdade

deveria incorporar o local de ocorrência do evento que ocasionou a morte e o local

da morte propriamente dita, encontrado em grande proporções neste trabalho

alocados nos hospitais.

Se levarmos em consideração que as grandes emergências hospitalares

atendem a demanda de outros munidpios e até Estados, não se tem a garantia de

que esses óbitos ocorreram em Recife, uma vez que não consta o local de

acometimento da vitima. Na verdade há um "inchaço" para ocorrência em Recife.

Esses dados só vêm reforçar a limitação do Sistema de Informação sobre

Mortalidade.

Considerar que a maioria dos homicídios ocorrem em região peridomiciliar,

geralmente cometidos por parentes, amigos e vizinhos, adotar o critério residência

pode adequar a analise embora cerca de 40% sejam desconsiderados. Entretanto,

essa lógica não se adapta aos acidentes de trânsito, relevante causa de óbito.

49

Page 51: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

i\

TAB. 10 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS

OCORRIDOS NOS HOSPITAIS DE REFERÊNCIA. RECIFE, 2000.

HOSPITAL/ BAIRROS Acidentes Outros Homicídio Suicídio Outras C. Transporte Acidentes Externa

Hospital da Restauração 364 176 402 38 85 • Derby 129 67 183 12 36 • Não classificados 235 109 219 26 49 Hospital Getúlio Vargas 32 20 89 6 14 • Cordeiro 17 13 60 4 3 • Não classificados 15 7 29 2 11 Hospital Agamenon Magalhães 5 7 40 2 5 • Casa Amarela 4 5 37 2 1 • Não classificados 1 2 3 o 4 Hospital Geral Otávio de Freitas 20 20 82 3 13 • Tejipió 7 8 26 1 4 • Não classificados 13 12 56 2 9 TOTAL 421 223 613 49 117

.,..-., Fonte: SIM I MS I 2000

TAB. 11- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS SEGUNDO

ATESTANTE E CLASSIFICAÇÃO DOS BAIRROS. RECIFE, 2000.

CLASSIFICAÇAO ATESTANTE SIM I % IGNORADA L % NAO I % Total

Médico 34 48,6 o 0,0 36 51,4 70 Médico substituto 22 40,7 o 0,0 32 59,3 54 IML 1375 62,0 2 O, 1 840 37,9 2217 svo 10 35,7 o 0,0 18 64,3 28 Outro 2 13,3 o 0,0 13 86,7 15 Ignorado 46 38,7 1 0,8 72 60,5 119 TOTAL 1489 59,5 3 0,1 1011 40,4 2503

~ Fonte: SIM I MS I 2000

Já em relação ao atestante e segundo o pressuposto de que toda morte

não natural deva ser certificada pelo JML, este na tabela supracitada este torna-se

responsável por 88,6% das causas violentas de morte, seguidas de médicos com

5%. Já em reJação aos bairros o IML assume a autoria de 62,0% com "bairros

conhecidos" e 37,9% com os não classificados, embora estes não sejam os de

50

Page 52: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

ocorrência do evento que levou ao óbito, informação relevante a prevenção da

morbimortaJidade de acidentes e violências.

O que justifica tal procedimento, levando-se em consideração que o IML é o

principal atestante das causas externas, e que a maioria destes óbitos estarão

envolvidos em processos judiciais?

No SIM a variável local de ocorrência do evento que levou ao óbito

praticamente inexiste, pois é vaJorizado apenas o local propriamente dito.

TAB. 12- DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS SEGUNDO

CLASSIFICAÇÃO DOS BAIRROS E ASSISTÊNCIA MÉDICA RECIFE, 2000.

ASSISTÊNCIA MÉDICA BAIRROS SIM NAO IGNORADA TOTAL

NO % NO % NO % NO

Classificados 127 8,5 792 53,2 570 38,3 1489 Ignorado o 0,0 1 33,3 2 66,7 3 Não classificados 228 22,6 129 12,8 654 64,7 1011 TOTAL 355 14,2 922 36,8 1226 49,0 2503 Fonte: SIM I MS I 2000

Um outro agravante é relativo à assistência médica, na qual 48,9% estão

como ignorados e 36,8% das vftimas padeceram sem assistência, indicativo de

limitação do sistema de informação no tocante aos registros de óbitos por causas

externas. Dos que usufruíram dos cuidados médicos apenas 8,5% e 22,6% tinham

bairros conhecidos e não classificados, respectivamente.

O presente estudo não alcançou o objetivo proposto de determinar o grau

de periculosidade relativo à morte por causas externas, ou seja, quais bairros da

cidade apresentam maior risco para este agravo específico, visto que o sistema de

informação sobre mortalidade se mostrou limitado para tal.

Diante do exposto, conclui-se que o descaso com a informação da morte

por causas externas, trás consigo o peso de inúmeras histórias de vidas,

51

Page 53: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

sepultadas, transformadas em casas decimais numa realidade desconhecida,

cruel e parcialmente encoberta pela hipocrisia do poder público, que impede traçar

o perfil epidemiológico da área. Logo, como relevante informação de interesse

social a violência urge por medidas adequadas.

52

Page 54: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo aborda as causas externas na perspectiva quantitativa,

onde o sistema de informação sobre mortalidade apresenta-se limitado, embora

possa concluir que:

• Os acidentes e violência ocupam a segunda e terceira posição no obituário do

Estado e da Capital, respectivamente;

,.-.., • Recife e RM apresentam mais da metade dos óbitos decorrente das causas

externas, registrados no Estado;

• Considerando o tipo de causa externa, os homicídios são predominantes

sobretudo no sexo masculino, que em quase sua totalidade, foram cometidos

por arma de fogo. Também salienta-se em todos os tipos deste agravo.

"· • O sistema mostra-se limitado quanto a análise do perfil das vítimas de

agressão;

• Posteriormente, destacam-se os acidentes de trânsito;

• A variável outras causas externas mostrou-se indicativo de limitação do SIM;

• A faixa etária que abarca maior risco de morte, é portanto o adulto jovem dos

20 aos 29 anos, e em plena atividade produtiva;

• Devido a concentração de hospitais de alta complexidade de referência para as

doenças do aparelho cardiovascular, das neoplásicas e do trauma, ao

espacializar, os dados não se mostraram fidedignos a proposta de estudo;

~ • E ao considerar que Recife atende a demanda de outros municípios e até

outros estados, estes dados parecem sobrecarregar a ocorrência na cidade;

• O sistema de informação sobre mortalidade não se mostrou eficaz ao

espacializar as mortes por causas externas ocorridas no Recife, na perspectiva

de determinar o grau de periculosidade de seus bairros.

• Na realidade seria necessário especificar para os acidentes e violência a

variável "local de ocorrência" do evento que culminou na morte.

• A morte por trauma ainda é uma realidade desconhecida. Faz-se necessário

encarar a morbimortalidade por acidentes e violência um desafio ao

Page 55: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

r--...

~.

estabelecimento da Justiça e Paz Social. Portanto, uma abordagem

qualitativa para estudar o complexo fenômeno em questão, associada a

criação de um sistema de monitoramento da vioJência interligando os setores

da Saúde, da Defesa Social e da Justiça, no sentido de viabilizar o

conhecimento do evento1 suas causas e determinantes, suas pecuJiaridades,

fatores de riscos, para que enfim, seja possível tratar com seriedade o grande

mal que afJige a humanidade passiveJ de prevenção e controle.

54

Page 56: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

r"", ..

"'\ 5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

.~.

,...-...,

. "\

.~

ALMEIDA FILHO, N., ROUQUAYROL, M.Z. Organização de sistema de vigilância

epidemiológica de causas externas. In Epidemiologia e saúde. S.ed. Rio de

Janeiro: MEDSI, 1999.

AGUDELO, S.F. Violência, cidadania e saúde pública. In Equidade e saúde,

contribuições da epidemiologia. BARATA, R.B., BARRETO, M.L., ALMEIDA

FILHO, N., VERSA, R.P. (org.). Rio de Janeiro: FIOCRUZ/ ABRASCO, 1997.

ARNOLD, M.W. Anos potenciais de vida perdidos pelas vítimas de homicídios

entre 1 mês e 19 anos de idade residentes na cidade do Recife no ano de

1997. Revista Brasileira de Saúde Matemo Infantil, Recife, v.1, n.1,

Jan/abril 2001.

BARROS, M.D.A. Mortalidade por causas externas em crianças e

adolescentes residentes no Recife: análise de tendência na série temporal de

1979 a 1995 e uma avaliação do sistema de informação de mortalidade.

Dissertação de mestrado, IMIP, Recife, 1999.

BASTOS, Y.G.L. e col. Acidentes de Trânsito e o Novo Código Brasileiro em

cidade da região sul de Brasil. In BRASIL, Ministério da Saúde, Fundação

Nacional de Saúde, Centro Nacional de Epidemiologia - Informe Epidemiológico

do SUS, v.8, n.2, abril/jun 1999 .

BARCELLOS, C., BASTOS, F.l. Geoprocessamento, ambiente e saúde:

uma união possível? Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.12, n.3,

jul./set. 1996.

Page 57: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

BIROLINI, Dário. Trauma é Doença. Revista Veja. São Paulo, a. 31, p.11-15,

nov. 1998.

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Capítulo da

Previdência Social, Seção 11 - Da Saúde. Brasília, 1988.

BRASIL, Ministério da Saúde. Lei orgânica de saúde 8080, set. /1990.

BRAS I L, Ministério da Saúde. Política nacional de redução da

morbimortalidade por acidentes e violências: Portaria MS/GM n° 737 de

16/5/01 publicada no DOU n° 96 seção 1 E, de 18/5/01 I Ministério da Saúde. -

Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

"\ CARLINI, B. ; CHASSIN, A. M. Tragédias Inflamáveis. Revista Veja. São Paulo,

"\ a.31, n. 49, p. 100, dez. 1998. ,.-"\

CHESNAIS, J.C. A violência no Brasil. Causas e recomendações políticas para

sua prevenção_ ln É possivel prevenir a violência? ABRASCO- Associação

Brasileira de Pós Graduação em Saúde CoJetiva, v.4,n.1, 1999.

CRUZ NETO, 0., MOREIRA, M.R. A concretização de políticas públicas em

direção à prevenção da violência estrutural. In É possível prevenir a violência?

ABRASCO- Associação Brasileira de Pós Graduação em Saúde Coletiva,

v.4,n.1, 1999.

DESLANDES, S. F. O atendimento ás vítimas de violência na emergência:

prevenção numa hora dessas? In É possível prevenir a violência? ABRASCO­

Associação Brasileira de Pós Graduação em Saúde Coletiva, v.4, n.1, 1999.

56

Page 58: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

,--..,

DESLANDES, S,F., SILVA, C.M,F.P. Análise da Morbidade Hospitalar por

Acidentes de Trânsito em Hospitais Públicos do Rio de Janeiro. Revista de

Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 4, agosto2000.

FARIA, E. 0., BRAGA, M.G.C. Propostas para minimizar os riscos de acidentes de

trânsito envolvendo crianças e adolescentes. In É possível prevenir a

violência? ABRASCO- Associação Brasileira de Pós Graduação em Saúde

Coletiva, v.4,n.1, 1999.

KLISKSBERG, B. América Latina: uma região de risco, pobreza e desigualdade e

institucionalidade social. 2.ed. BrasH: Cadernos da UNESCO- Série

desenvolvimento social, v.1, , 2002.

" LEAL, C.R Prisão~ crepúsculo de uma era.2.ed. Belo Horjzonte: Del Rey, 2001.

LEAL, C.B., PIEDADE JÚNIOR, H. Violência e vitimizacão: a face sombria do

cotidiano. BeJo Horizonte: Del Rey, 2001.

LESSA, F.J.D. Avaliação dos sistema de informações hospitalares na

notificação do óbito - Recife - 1997. Dissertação de mestrado, FJOCRUZ I

CPqAM I NESC, 2000.

LIMA, M.L.C. ; XIMENES, R Violência e morte: diferenciais da mortalidade por

causas externas no espaço urbano do Recife, 1991. Caderno de Saúde Pública,

Rio de Janeiro, v.14, n.4, out./dez. 1996.

57

Page 59: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

,,-,

,'\

~'

LIRA, M.T.A.; DRUMOND JÚNIOR, M. Anos Potenciais de Vida Perdidos no Brasil

em 1980 e 1997. Estudos Epidemiológicos. Brasília: Ministério da Saúde -

Fundação Nacional de Saúde, agostol2000.

MACEDO, A.C., PAIM, J., SAILVA, L.M.V., COSTA, M.C.N. Violência e

Desigualdade Social: Mortalidade por Homicídios e Condição de Vida em

Salvador. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 35, n. 6, dez 2000.

MARY, C. et ai. Cultivando vida, desarmando violências: experiências em

educação, cultura, lazer, esporte e cidadania com jovens em situação de

pobreza. Brasília: UNESCO, Brasil Telecom, Fundação Kellog, Banco

lnteramericano de Desenvolvimento, 2001.

MELLO JORGE, M.H.P., GAWRYSZEWSKI, V.P., LA TORRE, M.RD.O. Analise

dos dados de mortalidade. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.31, n.4,

1997.

MENDES, M.F.M. Avaliação da implantação dos núcleos de epidemiologia em

hospitais de alta complexidade da rede pública de saúde no Recife - PE.

Dissertação de mestrado, FIOCRUZ I CpqAM I NESC, 2001.

MINAYO MCS, organizador. O impacto da vioJência social na saúde pública do

Brasil: década de 80. In Os muitos Brasis: saúde e população na década de

80. São Paulo: Hucitec - ABRASCO - Associação Brasileira de Pós Graduação

em Saúde Coletiva, 1994.

MINAYO MCS. A violência social sob a perspectiva da saúde pública. Caderno de

Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.1 O, n.1, 1994.

58

Page 60: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

,...._\

'~

'"

MINAYO, M.C.S., SOUZA, E. R. É possível prevenir a violência? Reflexões a partir

do campo da saúde pública. In É possível prevenir a violência? ABRASCO -

Associação Brasileira de Pós Graduação em Saúde Coletiva, v.4,n.1, 1999.

MINAYO, MCS et ai. Fala galera: juventude, violência e cidadania na cidade

do Rio de Janejro. Rio de Janeiro: Garamond, 1999.

NOVAES, C.S.S., LIMA, F.C.F., OLIVEIRA, A.P.D. A continuidade do

atendimento pré-hospitalar nas emergências. Monografia de graduação em

Enfermagem, Universidade de Pernambuco I Faculdade de Enfermagem Nossa

Senhora das Graças, 1999.

OLIVEIRA, H., PEREIRA, I.P.A. Estatística de Mortalidade e nascidos vivos:

considerações sobre principais probJemas. Informe epidemiológico do SUS,

Brasília, n.3, ano VI, jul./set. 1997.

PAULA, A.M.C. et ai. Avaliação dos dados de Mortalidade, Brasil-1979 a 1989.

Informe epjdemioJógico do SUS, Brasília, ano 3, n. 1 , jan./mar. 1994.

PINA, M.F.R.P. Potencialidades dos Sistemas de Informações Geográficas na

Área de Saúde. In: Saúde e espaço: estudos metodológicos e técnicas de

análise. NAJAR, Alberto Lopes; MARQUES, Eduardo César { org). Rio de

Janeiro: Editora FIOCRUZ, 1998.

RECIFE, Secretaria de Saúde. PJano municjpal de saúde- ~º-02/2005_.

0 ROSA, A J.M.F. A assistência à saúde. In Execução penal. São Paulo: Editora

0 Revista dos Tribunais, 1995.

59

Page 61: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

SIDOU, J.M.O. Dicionário Jurídico: Academia Brasileira de Letras Jurídicas.

6.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001.

SOUZA, E. R, ASSIS, S.G., SILVA, C.M.F.P. Violência no Município do Rio de

Janeiro: áreas de risco e tendência da mortalidade entre adolescentes de 1 O a

19 anos. Revista Panamericana de Salud Pública, v.1, n.5, 1997.

SOUZA, E.R., MINAYO, M.C.S., NJAINE, K. Qualidade da informação sobre

violência: um caminho para construção da cidadania. Cadernos do programa

de pós graduação em ciência da informação, Rio de Janeiro, v.2, n.1, jan/jun

1996.

WAISELFISZ, J.J. Juventude, Violência e Cidadania: os jovens de Brasília.

UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e

Cultura, Ed. Cortez, 1998.

WAISELFISZ, J.J. Mapa da violência 111: os jovens do Brasil. UNESCO -

Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, Instituto

Ayrton Senna, Ministério da Justiça, 2002.

WALDMAN, E.A, MELLO JORGE, M.H. Vigilância para acidentes e violência:

instrumento para estrafegais de prevenção e controle. In É possível prevenir a

violência? ABRASCO- Associação Brasileira de Pós Graduação em Saúde

Coletiva, v.4, n.1, 1999.

60

Page 62: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

ANEXOS

Page 63: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

) ) ) ) J))))) J) J))))))))) J))) )) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) )

TAB. 13 ~ COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID OCORRIDO EM RECIFE, 2000.

130,4

5649,7 22598,9 188,3

086 BOA VISTA 64,1 491,7 7,1

078 ILHA DO LEITE

060COELHOS

0,0 2398,3 0,0

293,0 117,2 29,3

051 CABANGA

0431.JOANA BEZERRA

035SAOJOSE

130,2 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0

11,6 0,0 0,0

027 SANTO ANTONIO 0,0 0,0

426 BOMBA DO HEMETERIO 11,6 23,1

396 DOIS UNIDOS 11,0 7,3

388 LINHA DO TIRO 7,2 0,0

370 BEBERIBE 11,6 23,2

361PORTODAMADEIRA 13,1 13,1

353 CAJUEIRO 0,0 29,6

345 FUNDAO 14,4 28,9

337 AGUA FRIA 2,3 15,9

329 ARRUDA 14,9 0,0

310 CAMPINA DO BARRETO 36,0 12,0

302 HIPODROMO 0,0 76,1

299 PEIXINHOS 0,0 0,0

280 CAMPO GRANDE 6,4 28,8

272TORREAO

183 ROSARINHO

175 ENCRUZILHADA

0,0 0,0

0,0 115,1

10,7 53,5

~

~

~

~

~

~

~

~

~

~ op ~

~

~

~

2636,5 0,0

128,3 7,1 42,8

729,9 104,3 417,1

483,4 0,0 14,6

0,0 0,0 65,1

15,7 0,0 0,0

11,6 0,0 0,0

185,5 0,0 0,0

0,0

7,3 0,0 0,0

21,5 0,0 0,0

o,o 11 ,e 23,2

13,1 0,0 0,0

0,0 0,0 14,8

0,0 0,0 0,0

13,6 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0

24,0 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0

28,8 3,2 0,0

0,0

0,0

21,4

0,0

0,0

0,0

0,0

38,4

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

~

~

~

~

~

~

~

~

~

~

~ op ~

~

~

~

0,0 798,1

0,0 2815,4

0,0 498,1

0,0 0,0

0,0 15,7

0,0 80,9

0,0 57,9

0,0 36,7

0,0 78,9

0,0 69,5

0,0 26,2

0,0 59,3

0,0 72,2

0,0 54,5

0,0 89,3

0,0 204,0

0,0 114,2

0,0 0,0

0,0 60,8

0,0 111,1

0,0 230,2

0,0 128,4

4331,5

441,8 178,2

1877,0 834,2

190,4 87,9

130,2 65,1

0,0 15,7

23,1 11,6

0,0

7,3 14,7

7,2 0,0

11,6 11,6

0,0 0,0

14,8 0,0

0,0 0,0

11,4 4,5

14,9 7,4

24,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

12,8 12,8

0,0

38,4

42,8

0,0

0,0

10,7

0,0

14,3

0,0 104,3

0,0 14,6

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

4,5

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

~ op ~

~

~

~

~

~ op ~ op ~ op ~

~

~

1694,9

71,3

104,3

117,2

65,1

0,0

11,6

0,0

~

~

14~

~ op 1~8

op 2~

~

~

~

~

~

~

~

10J

0,0 1129,9

7,1 121,1 14,3

0,0 625,7 208,6

14,6 1347,8 498,1

0,0 0,0 0,0

0,0 0,0 7,8

0,0 11,6 11,6

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 11,6

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

2,3 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0 0,0

0,0

42,8

0,0 0,0

10,7 1240,9

62

651,0

227,4

450,7

208,3

117,5

172,1

278,1

65,4

148,2

129,9

159,0

238,2

527,9

190,3

118,7

195,3

222,2

460,5

1604,6 -

Page 64: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

))))))) ))))))))))))))))))))))))))))J))))))))))))

- CO~FIOIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID OCORRIDO EM RECIFE, 2000.

434 CASA AMARELA

442 CASA FORTE

140DERBY

590 DOIS IRMAOS

124 ESPINHEIROS

167GRACAS

159 JAQUEIRA

485 MONTEI~O

469 PA~NAMIRIM 477 POCO

450SANTANA

604 SITIO DOS PINTOS

191 TAMARINEIRA

582 MACAXEIRA

574 BREJO DO BEBERIBE

566 NOVA DESCOBERTA

558 VASCO DA GAMA

540 A.JOSE BONIFACIO

531 MOR. DA CONCEICAO

523 A.JOSE DO PINHO

515 MANGABEIRA

418 GUABIRABA

400 PASSARINHO

PAU·FERRO

0,0

0,0 0,0 0,0

258,4 250,6 11,7

201,1 469,3 22,3

2574,7 3080,5 137,9

0,0 32,8 0,0

146,0 629,1 44,9

41,5 592,5 17,8

0,0 84,2 0,0

0,0 0,0 0,0

55,9 55,9 0,0

174,7 74,9 25,0

0,0 41,0 0,0

0,0 0,0 0,0

377,3 34,3 8,6

8,8

5,2 10,4

0,0 17,2

2,9 28,8

10,2 20,4

0,0 24,2

19,7 0,0

24,1 8,0

0,0 0,0

0,0 0,0

6,5 13,0

0,0 0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

19,7 0,0 0,0

0,0 0,0 57,7

234,9 47,0 50,9

178,8 0,0 0,0

2712,6 183,9 1195,4

0,0 0,0 0,0

348,2 0,0 78,6

83,0 0,0 35,6

0,0 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0

37,3 18,6 0,0

274,6 74,9 0,0

0,0 0,0 0,0

17,7 0,0 0,0

60,0 0,0 102,9

8,8

10,4

0,0

14,4

10,2

8,1

0,0

8,0

13,7

41,0

13,0

0,0

0,0 0,0

op ~ op 21 ~8

~ op ~ op op op ~

0,0

0,0

0,0

0,0

3,4

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

op ~

~ op ~

~

~

u ~

~

op ~

~

~

~

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0 39,3

0,0 0,0

0,0 1409,4

0,0 692,7

46,0 21931 ,o 0,0 65,7

0,0 1988,3

0,0 515,5

0,0 168,4

0,0 21,1

0,0 223,8

0,0 898,7

0,0 0,0

0,0 17,7

0,0 51,4

0,0 15,6

0,0 17,2

0,0 54,8

0,0 51,0

0,0 64,6

0,0 69,0

0,0 32,2

0,0 41,0

0,0 0,0

0,0 38,9

0,0 0,0

0,0

28,8 0,0

552,0 266,2 11,7

335,2 134,1 0,0

2482,8 4459,8 183,9

0,0 65,7 0,0

741,4 191 ,o 11,2

100,7 ·106,7 0,0

84,2 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0

130,5 111,9 0,0

199,7 249,6 0,0

41,0 0,0 0,0

0,0 17,7 0,0

42,9 0,0

~

~

u 13~

~l

~~

~

v~

13J

~

~

5,2

0,0

5,8

3,4

0,0

9,9

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

3,9

0,0

92,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

9,9

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

62,6

67,0

551,7

0,0 0,0

19,6 520,7

0,0 0,0

0,0 551,7

0,0 0,0 0,0

78,6 11 ,2 44,9

41 ,5 0,0 29,6

0,0 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0

18,6 0,0 0,0

49,9 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0

0,0

0,0

0,0

3,4

16,2

9,9

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0 17,2

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 16,1

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

63

59,0

86,5

4102,9

2301,7

197,0

4426,0

1629,4

336,7

21,1

671,3

2171,7

164,1

53,0

119,3

68,8

262,4

169,9

169,7

187,3

128,7

109,3

273,3

90,8

0,0 -

Page 65: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

) ) ) ) ) ) ) ) J ) ) ) J ) ) ) ) ) ) J ) ) ) ) ) ) ) ) J ) ) ) ) ) ) J ) ) _)

TAB.13 ~ C~EFjCIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID OCORRIDO EM RECIFE, 2000. l:'

17,1

728 CICADE UNIVERSITARIA 2985,1 6799,3

710 ENGENHO CO MEIO 9,5 75,8

701 TORROES 3,4 6,8

698 IPUTINGA 34,1 100,1

680 CORDEIRO

671 ZUMBI

663PRADO

655TORRE

114,6 162,5

0,0 0,0

0,0 27,4

41,3 76,8

9,5

0,0

2,1

2,7

0,0

0,0

29,5

9,3

995,0

9,5

3,4

27,7

151,8

17,4

9,1

295,3

1,6

0,0

0,0

0,0

2,1

16,0

0,0

0,0

17,7

1,6

0,0

0,0

0,0

10,7

24,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

35,7

0,0 4477,6

0,0 85,2

0,0 16,9

0,0 108,6

0,0 743,2

0,0 52,1

0,0 63,9

0,0 537,5

7,8 6,2

1824,2 3316,7

37,9 9,5

6,8 3,4

80,9 32,0

263,7 231,8

0,0 0,0

0,0 0,0

141,8 124,0

0,0 0,0

0,0 331,7

0,0 0,0

0,0 0,0

2,1 0,0

24,0 8,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 11,8

1,6

1658,4

9,5

6,8

4,3

55,9

0,0

0,0

0,0 0,0 0,0

0,0 6136,0 1492,5

0,0 0,0 0,0

0,0 0,0 3,4

4,3 172,5 27,7

2,7 0,0 0,0

0,0 0,0 0,0

0,0 63,9 27,4

0,0 0,0

647 MAOALEN.+. -~P-;~~.<l)o'~~ljfifllíreYiifl~'Wi~~li'~~'j:Wi~lfi~~'l\ti(~~.('f~~~\~/i'J'Ii.'f'\ffg'f'"P•l~~$~f~11i~'(@!it~T1$~ífl!liii~~~'W'~~"'%íh~~~~"i';'\!\i.'il'~~~ff>i;'io\1\i)?'~~~~ DF~; &"i~'""i~~~~~~~~M:~m.~~~,.~~~:zt~Y.~~!'Jz.:"'".~~~~,.,..,.S~~~!!!''*'~s~~.=~~., .. ~Y~~Y~~~~ti!W~ .. 'l:I§Xg&·:Wlt!t~,:.~~~~~~.:twb~®l..V~-if~~~.!!ii~~l;'iliE~~'k.""t-tl<~~~~a:ÊiiW~T~ ....... _ -~~1 ... 1-•• AftA ......... ftft oOIAA AA AA AA AA ...... .-..... -- AA AA AA -- AA -- AA

914TOTO

902SANCHO

892 TEJIFIIO

876 BARRO

868 JARDIM SAO PAULO

850AREIAS

841 CACOTE

833 EST ANCIA 825JIQUIA

817 SAN MARTIN

809BONGI 795 MANGUEIRA 787 MUSTARCINHA

264 IMBIRIBEIRA

2131PSEP

221 JOROAO

884COHAB

0,0 0,0 0,0

1602,6 895,6 35,4

6,4 12,9 0,0

10,1 6,8 0,0

36,2 88,9 9,9

0,0 0,0 0,0

0,0 11,2 0,0 0,0 0,0 0,0

4,4 13,1 0,0

0,0 0,0 0,0 0,0 11,4 0,0

17,1 34,2 0,0

8,3 24,9 0,0

2,9 0,0

0,0

601 ,o 117,8

3,2 0,0

13,5 0,0

62,6 9,9

11,9 0,0

33,6 0,0 0,0 0,0

8,7 0,0

12,2 12,2 0,0 0,0 8,6 0,0

13,8

2,9

0,0

82,5

0,0

3,4

6,6

0,0

0,0 12,8

0,0

0,0 0,0 0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0 0,0

0,0

0,0 0,0 0,0

0,0

0,0

0,0

0,0 1661,6

0,0 16,1

0,0 64,2

0,0 375,4

0,0 11,9

0,0 44,8 0,0 12,8

0,0 69,7

0,0 73,1 0,0 68,7 0,0 34,2

0,0 58,1

0,0 41,9

0,0 0,0

1708,7 824,9

9,6 0,0

6,8 6,8

108,7 59,3

0,0 0,0

0,0 0,0 12,8 0,0

21,8 0,0

24,4 0,0 11,4 11,4 0,0 0,0

5,5 11,1

7,2 4,3

0,0

47,1

0,0

0,0

0,0

0,0

11,2 0,0

0,0

0,0 11,4 0,0

2,8

0,0

0,0

11,8

0,0

3,4

0,0

0,0

0,0 0,0

0,0

1,4

0,0

153,2

0,0

10,1

23,1

0,0

0,0 0,0

0,0

0,0 0,0 0,0

2,8

1,4

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0 0,0

0,0

0,0 0,0 0,0

0,0

58,9

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0 0,0

0,0

0,0 0,0 0,0

op ~

~ op ~ op ~o

~ op ~ ~

~

) )

64

) ) ) J

350,4

111,8

666,8

2123,2

86,8

246,5

43,7

8496,3

73,9

195,9

912,2

23,7

201,5 64,1

165,5

170,5 171,7 153,9

276,7

85,3 -

) ) \ j

Page 66: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

) ) ) ) J ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) J ) ) ) ) ) ) ) J ) ) ) ) j ) .. ) J ) ) ) ) ) J ) ) ) ) )

TAB. 14- COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID RESIDENTES EM RECIFE, 2000.

Santo Amaro

Boa Vista

Cabanga

Ilha do Leite

Paissandu

Santo Antônio

São José

Soledade

Coelhos

Ilha Jean a Bezerra

Campina do Barreto

Campo Grande

Encruzilhada

Hipódromo

Peixinhos

Ponto de Parada

Rosarinho

Torreão

Agua Fria

Alto Santa Teresinha

Bomba do Hemetério

Cajueiro

Fundão

Porto da Madeira

Beberibe

Dois Unidos

Linha do Tiro

85,5 249,4 14,3

195,3 195,3 0,0

0,0 104,3 0,0

188,3 0,0 0,0

185,5 0,0 0,0

127,1 138,7 0,0

0,0 0,0 0,0

73,2 58,6 14,6

31,4 23,5 7,8

44,8 102,4 0,0

10,7 160,5 0,0

38,1 152,3 0,0

23,7 0,0 0,0

0,0 59,8 0,0

38,4 384,3 0,0

0,0 444,4 0,0

61,3 102,2 2,3

51,1 0,0 0,0

69,4 -138,8 0,0

59,3 133,4 0,0

72,2 86,6 0,0

39,3 91 ,6 13,1

115,9 139,1 0,0 ---36T ___ 69~8- 3,7

43,0 28,7 21,5

92,6

65,1

104,3

188,3

0,0

80,9

0,0

58,6

54,9

0,0 14,3

0,0 65,1

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 185,5

0,0 23,1

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 7,8

70,4 3,2 16,0

53,5 0,0 21,4

114,2 38,1 38,1

0,0 0,0 23,7

0,0 0,0 0,0

0,0 0,0 76,9

222,2 0,0 111,1

50,0 4,5 20,4

25,6 0,0 25,6

34,7 0,0 0,0

59,3 14,8 29,6

43,3 0,0 0,0

52,3 0,0 0,0

46,4 11,6 46,4

51-,4 3, 7 0,0

71,7 0,0 14,3

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0 195,3

0,0 417,1

0,0 0,0

0,0 556,6

0,0 462,3

0,0 90,9

0,0 190,4

0,0 164,6

0,0 230,5

0,0 278,1

0,0 380,7

0,0 47,5

0,0 179,3

0,0 307,5

0,0 444,4

0,0 268,1

0,0 166,1

0,0 219,8

0,0 326,1

0,0 231,0

0,0 170,1

0,0 324,5

0,0 139,6

0,0 222,3

149,6 99,8

195,3 65,1

104,3 104,3

188,3 0,0

0,0 0,0

80,9 34,7

0,0 45,4

73,2 29,3

47,0 39,2

80,0

181,9 32,1

76,1 76,1

23,7 23,7

0,0 59,8

76,9 0,0

0,0 0,0

90,9 63,6

76,7 12,8

57,9 81 ,O

44,5 59,3

158,8 0,0

26,2 26,2

69,5 57,9

77,1 55,1

64,5 21,5

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0 10,7

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

9,1 2,3

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 0,0

0,0 3,7

0,0 7,2

14,3 42,8 14,3

65,1 0,0 0,0 0,0

0,0 0,0 104,3 0,0

0,0 0,0 0,0 0,0

185,5 0,0 0,0 0,0

11,6 11,6 92,5 11,6

0,0 0,0 0,0 0,0

0,0 0,0 43,9 14,6

23,5 0,0 54,9 7,8

6,4 0,0 38,4 6,4

21,4 0,0 53,5 10,7

0,0 0,0 0,0 0,0

0,0 0,0 47,5 47,5

o~ o~ o~ op 38,4 0,0 38,4 0,0

o~ op op op 20,4 2,3 61,3 2,3

12,8 0,0 25,6 0,0

23,1 11,6 11,6 11 ,6

14,8 0,0 0,0 0,0

14,4 0,0 28,9 0,0

13,1 0,0 0,0 13,1

0,0 0,0 46,4 23,2

0,0 0,0 62,4 14,7

35,9 0,0 86,0 14,3

65

1042,8

565,0

1113,2

136,3

797,0

887,9

913,6

356,0

418,4

886,0

472,8

786,8

800,5

750,7

510,3

620,7

Page 67: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) )

TAB. 14- COEFICIENTE DE MORTALIDADE (por 100.000 hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID RESIDENTES EM RECIFE, 2000.

Apipucos

Casa Amarela

Casa Forte

Oerby

Dois Irmãos

espinheiro

Graças

Jaqueira

Monteiro.

Parnamirim

Poço

Santana

Sitio dos Pintos

Mangabeira

Morro da Conceição

Vasco da Gama

Brejo da Guabiraba

Brejo de Beberibe

Córrego do Jenipapo

Guabiraba

Macaxeira

Nova Descoberta

Passarinho

Pau-Ferro

28,8 86,5

82,2 187,$1

22,3 134,1

46,0 137,9

98,5 65,7

44,9 146,0

23,7 112,6

0,0 336,7

42,2 42,2

18,6 223,8

49,9 149,8

0,0 123,1

35,3 17,7

~

~o

~

~

~o

op ~o

op op op ~

~

~

13,7 95,6 13,7

49,3 39,4 0,0

64,6 129,1 3,4

26,4 79,2 0,0

7,8 23,5 7,8

11,6 46,5 11,6

27,3 13,7 27,3

20,7 88,2

37,5 92,3

45,4 25,9

0,0 0,0

0,0

2,9

0,0

0,0

0,0

28,8 0,0 57,7

94,0 7,8 15,7

89,4 0,0 44,7

0,0 0,0 0,0

98,5 0,0 0,0

67,4 0,0 33,7

29,6 0,0 29,6

0,0 0,0 0,0

21,1 0,0 0,0

37,3 18,6 18,6

25,0 25,0 0,0

41,0 0,0 41,0

17,7 0,0 0,0

27,3 13,7

59,2 0,0

51,0 6,8

26,4 0,0

7,8 0,0

23,3 0,0

41,0 0,0

57,0

60,6

19,4

0,0

5,2

17,3

6,5

0,0

8,0

0,0

0,0

6,8

0,0

0,0

0,0

0,0

10,4

8,7

0,0

0,0

0,0

0,0

3,9

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

235,8

144,2

0,0 442,4

0,0 379,9

0,0 413,8

0,0 459,6

0,0 247,1

0,0 148,1

0,0 336,7

0,0 84,4

0,0 186,5

0,0 199,7

0,0 123,1

70,7

0,0

0,0 245,9

0,0 364,8

0,0 333,0

0,0 255,2

0,0 47,0

0,0 174,4

0,0 54,7

28,8 0,0

133,1 70,5

111,7 22,3

92,0 92,0

131,3 164,1

168,5 22,5

47,4 11,9

0,0 0,0

42,2 0,()

74,6 37,3

49,9 o,o 41,0 41,0

17,7 35,3

!!15,6 13,7

59,2 49,3

98,6 51,0

52,8 35,2

31,3 7,8

11,6 46,5

54,7 13,7

0,0

Q,O

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

9,9

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0 119,3 20,7 31,1 0,0

0,0 262,4 54,8 43,3 2,9

0,0 103,7 32,4 19,4 0,0

0,0 0,0 318452,4 0,0 9821,4

Q,O

7,8

0,0

0,0

0,0

0,0

5,9

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

9,9

3,4

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

28,8

7,8

22,3

0,0

0,0

22,5

17,8

0,0

0,()

37,~

0,0

0,0

0,0

0,0 86,5 0,0

0,0 50,9 11,7

0,0 22,3 0,0

0,0 0,0 0,0

0,0 131,3 98,5

0,0 44,9 22,5

0,0 5,9 0,0

0,0 0,0 0,0

0,0 21,1 21,1

0,0 0,0 0,0

0,0 49,9 0;0

0,0 0,0 0,0

0,0 35,3 0,0

0,0 72,4

27,3 0,0 27,3 0,0

9,9

6,8

0,0

0,0

0,0

0,0

5,2

8,7

0,0

0,0

19,7 0,0 2.9.6

13,6 3,4 64,6

17,6 8,8 26,4

0,0 0,0 39,1

0,0 0,0 11,6

0,0 13,7 109,3

0,0

8,7

6,5

0,0

0,0 31,1

2,9 66,3

0,0 13,0

0,0 0,0

66

519,2

1248,9

1005,6

873,6

1444,5

853,7

503,6

673,4

274,3

745,9

624,1

533,4

229,7

614,7

808,5

965,1

730,5

180,0

395,3

505,6

471,9

894,0

Page 68: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) J)))))))))))))))))))))))))))) ),

lputinga

Madalel)~

Prado

Torre

Zumbi

Engenho do Meio

Torrões

Caxangá

Cidade Universitária

Bongi

Mangueira

Mustardinha

San Martin Areias

Caçote Estância Jiquiã

Barro

Coqueiral

Curado

Jardim São Paulo

Sancho

93,7

30,3 141,5

9,1 100,4

29,5 118,1

0,0 104,2

56,8 179,9

47,4 50,8

30,0 30,0

45,8 91,6

68,4 179,6

30,5 87,1 72,5 141,6

0,0 23,7 44,8 201,5 25,6 102,5

22,5 41,8

36,1 117,2

22,3 37,1

50,7 124,9

0,0 10,9

58,9

2,1

0,0

0,0

5,9

0,0

9,5

0,0

0,0

8,6

0,0 6,6

0,0 0,0 0,0

0,0

0,0

0,0

3,4

0,0

0,0

uu.uuu hab.) SEGUNDO CAPÍTULO DA CID RESIDENTES EM RECIFE, 2000.

46,9

25,3

45,6

53,2

34,7

18,9

27,1

15,0

2,1 6,4

0,0 30,3

9,1 0,0

5,9 5,9

0,0 17,4

0,0 0,0

6,8 10,2

0,0 0,0

68,7 0,0 22,9

111,2 0,0 0,0

39,2 4,4 8,7 62,6 3,3 3,3

23,7 0,0 0,0 123,1 22,4 22,4

0,0 0,0 12,8

25,7 0,0 6,4

45,1 0,0 9,0

29,7 0,0 0,0

70,9 3,4 1 o, 1

21,8 0,0 0,0

58,9 0,0 11,8

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

o,o

0,0

0,0

0,0 0,0

0,0 0,0 0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0 181,1

Q,O 187,0

0,0 273,9

0,0 289,4

0,0 225,7

0,0 445,1

0,0 152,5

0,0 135,0

0,0 --wr;9

0,0 384,8

0,0 274,4 0,0 217,4

0,0 94,9 0,0 324,6 0,0 153,8

0,0 106,1

0,0 225,4

0,0 118,7

0,0 263,4

0,0 109,1

0,0 424,2

74,6 23,4

111,2 40,4

82,2 54,8

2,1

5,1

0,0

106,3 59,1 5,9

52,1 34,7 0,0

161 ,o 123,1 0,0

44,1 44,1 0,0

30,0 15,0

57,2 68,7 11,4

85,5 77,0 0,0

113,2 43,6 8,7 98,8 29,6 6,6

35,6 0,0 0,0 100,7 100,7 11,2 64,1 38,5 0,0

48,2 12,9 0,0

126,2 36,1 0,0

44,5 29,7 0,0

1 os, 1 64,2 3,4

1 0,9 0,0 10,9

165,0 94,3 0,0

0,0

5,1

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

8,6

0,0 0,0

0,0 0,0 0,0

0,0

9,0

0,0

6,8

0,0

0,0

6,4

20,2

0,0

11,8

17,4

37,9

13,6

15,0

22,9

25,7

4,4 9,9

11,9 11 .~ 0,0

6,4

0,0

0,0

23,6

10,9

11,8

40,5 10,7

0,0 30,3 20,2

0,0 9,1 18,3

0,0 35,4 0,0

0,0 0,0 17,4

0,0 66,3 28,4

0,0 33,9 6,8

0,0 30,0 15,0

0,0 45,8 11,4

0,0 51,3 0,0

0,0 21,8 8,7 0,0 46,1 13,2

0,0 23,7 11,9 0,0 56,0 11 ,2 0,0 25,6 0,0

0,0 19,3 9,6

9,0 36,1 9,0

0,0 22,3 0,0

3,4 47,3 3,4

0,0 0,0 0,0

82,5 23,6

67

632,7

727,8

757,8

791,4

642,5

552,4

435,0

881,6

801,4 829,9

261,1 1164,1 435,8

343,9

757,3

385,7

921,9

196,4

1484,8

Page 69: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

) ) )')))))))))))))))))))))) J))))))))))))))))))))))

TAB. 15...,. P!STRIBUIÇÃQ i; COE:FICIENTE DE MORTALIDADE (pQr 100.000 hab.) POR CAUSAS EXTERNAS. RESIDENTES

E:M RECIFÇ, ~OQO.

B!lirrp/DS Re!?

1.1-Santo f.maro

1.2-Boa Vista

1 .2-Cabanga

3

1.2-llha do Leite O

1.2-Paissandu O

1.;2-santo Antônio 3

1 .2-São José 3

1 .2-soleqa,de O

1.3-Qoelhos 1 1.3-llha Joarw s,zefrã- · __ 3 __ _

2.1-Camp. do Barreto

2.1-Campo Grande

2.1-E;ncruzilhada

2.1-Hipódromo

2.1-Peixinhos

2.1-Ponto de Parad<!

2.1-Ro!?afinho

2.1-Torreão

2.2-Agua Fria

2.2-Aito S. Teresjnha

2.2-B. do Hemetério

2.2-Cajueiro

2.2-Fundão

2.2-Porto da Madeira

2.3-Beberibe

2.3-Dois Unidos

2.3-Linha do Tiro

o 5 o 1 o o o o 6

1

4

2

o 2

o

;21,~

6?.19 q,po Q,OQ

!XiE;i,69 ~.67 Q,OQ

14,~

~.52

0,00 16,00

0,00

38,07

0,00

0,00

0,00

0,00 13,63

12,78

46,28

14,82

28,87

0,00

23,18

3,67

0,00

o o 5 2 o o 2

2

2

o o o 2 o 5

2

o

4 4

'27 !;3;2,66 25

7,1~ 1S 42,76 6

65,10 o 0,00 o 0,00

0,00

~27,64

;2:3,11

Q,QO

0,00 15,!38

24,CXJ

6,40

21,;39

0,00

0,00

O,QO

76,86

0,0()

11,36

12,78

23,14

0,00

14,44

13,08

11,59

14,69

28,68

o ~ 14

o 2 24

104,28

(),00

PE!6.59 1€;11,79

0,00

~.30 1ee,16

o 2 13

o

24

131,97 11

26 ~.22 23

10,70

o 0,00 o 5 118,68 5

2 119,55 2

38,43

2 222,22 2

33 74,97 3D

2 25,56 2

4 46,28 4

2 29,65 2

3 43,31 2

3 39,25 3

4 46,36 4 13 47,74 12

9 64,53 9

~.79

42,76

0,00

104,28

0,00

371,06

1!?9,24

0,00

14,65

16~,16

73,62

10,70

O,QO

118,68

119,55

38,43

222,22

68,15

25,56

46,28

29,65

28,87

39,25

46,36

44,07

64,53

2

o o o o

o 1

o

o 3

o o o o o o 3

o o o

o o

o

6,86

0,00

0,00

0,00

0,00

185,53

11,56

0,00

14,65

0,00

0,00

9,60

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

6,82

0,00

0,00

0,00

14,44

0,00

0,00

3,67

0,00

2

o o o o o o o o

o o o o o o o o 1

o o o o o

2

6,86

14,25

0,00

0,00

0,00

O,QQ 0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2,27

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

11,59

7,35

7,17

o o o o o 3 o 2

o 3 o o o o o o 1

o o o o o

3

3

6,86

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

;34,67 q,oq 29.30 7,84

0,00

9,60

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2,27

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

11,59

11,02

21,51

68

Page 70: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

) _) )') _) ) J ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) _) _) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) _) ) ) ) ) ) ) ) '

TAB.1$..,. PlaTRIBUIÇÃO E ÇQEFICJfiNTI;: 01;: MORTAl-,IDADI;: (por 100.000 h~b.) POR CAUSAS E;XTERNA$. R~$10ENTES EM R~b,ft1, ~~00. . . .

~.1-Mç c:lo Mafldll o Q,OO o O,QQ 1 19,f?$ 1 1~.~ o o.oo o 0,00 o O,QO

~.1-Apipuqos o o,po o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 1 28,84

~.1-Qa~a Amarela 9 ~.23 3 11,74 17 66,55 14 54,81 3 11,74 1 3,91 1 3,91

~.1-0asa Forte 1 ?;2,39 o O,QO 4 !W;39 3 ~7,04 1 2235 '' ,, ' o O,QO 1 ~z.~

~.1-Perby o Q,OQ o o.oo 1 41S,9e 1 46,96 o 0,00 o O,QO 1 4P,9f3 ~.1-Pois Irmão!' 2 e;;.~ 1 32.~ 2· liXiS,E!l~ 2 6!:1,66 o Q,OP o o.ao o Q,QO

3.1-~S!pinhein;l o O,ÇJO 1 11,~ o 0,00 o o.oo o o.oo 1 11,~ 1 11,~

3.1-~raÇI!I!S 2 11,~ f 11,615 5 ~.~ 15 ~.63 o o.oo f 11,~ 1 !$,93

3.1-~aql!elr!l o o,po o 0,00 o Q,OO o 0,00 o O,OP o o.oo o Q,QO

3.1-IVIontelro o 0,00 o Q,OO o 0,00 o 0,00 o Q,()Q o Q,QO o 0.00 3.1-PE!rnamirirn o Q,OO o Q,QO 3 $!!5,e4 3 SE?.!34 o Q,oo o O,QO o Q,OQ

3.1-Poço o 0,00 1 Z4.96 o 0,00 o 0,00 o 0,00 1 24,96 o O,QO

3.1-San~éln!l o O,ÇJO o O,OQ 3 123,10 3 123.10 o 0,00 o 0,00 o 0.00 ~.1-~ltio ~P!> PjntQs 1 17,$7 o O,QO o Q,OQ o O,QCl Q 0,00 o O,QO Q O,QO

3.1-Tamarinfi!lrlil 2 17,15 3 26,72 o 0,00 o 0,00 o O,QO o 0,00 o Q,QO

114l,.alil~~~~flb~~~~~~~~l-&ltllfl111mr<i~~~t~tl~~iiJL81'E•B\I ~~.;<;~,..';:'&:t~«?Y6! _[S:<m,%-:-~~~;. --~~.\\<,~'.,..'}.~~~~i~:I.4~:J~,~"'-· .,.,.~~W.~~W~~;:.~;;,')-;.~.~'if, ~c~~~ "_,F,;,~zy;~~f;.::~~?J:.I~ · j!".;e; • "~~'h~f{tt'X"~~-:-._ m;;~ 'l;~~c;; ·<>"..B:í r~Y.~:<>"*,,;•;;;'k·A~~@~~ ·~ 00 o 0,00 15 121,19 14 113,11 1 8,08 1 e,os o o.oo

3.2-Aito José do Pinho 3 24,13 1 8,04 11 88,47 10 80,4;3 1 8,04 o 0,00 o 0,00

3.2-Miing~beir!! 1 13,~ o 0,00 2 27,32 1 13,66 1 13,66 o O,OQ o Q,OQ

3.2-fv'l. da Çonceição 1 9,86 2 19,72 5 49,30 5 49,30 o 0,00 o 0,00 o 0,00

3.2-Vasco da Gama 11 37,38 2 6,80 16 54,37 14 47,58 2 6,80 2 6,80 1 3,40

3.3-Brejo da Guabiraba o 0,00 2 17,00 16 140,82 14 123,22 2 17,00 o 0,00 1 8,80

3.3-Brejo de Beberibe 1 7,83 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00

3.3-Cór. do Jenipapo 1 11,63 o 0,00 4 46,50 4 46,50 o 0,00 o 0,00 o 0,00

3.3-Guabiraba o 0,00 o 0,00 7 95,65 7 95,65 o 0,00 1 13,66 1 13,66

3.3-Macaxeira 2 10,37 1 5,19 12 62,23 10 51,86 2 10,37 1 5,19 o 0,00

3.3-Nova Descoberta 6 17,30 2 5,77 56 161,49 53 152,84 3 8,65 2 5,77 4 11,54

3.3-Passarinho 2 12,97 o 0,00 5 32,41 5 32,41 o 0,00 o 0,00 o 0,00

3.3-Pau-Ferro o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00

69

Page 71: CONSULTA. - cpqam.fiocruz.br · SEGUNDO CAUSA BÁSICA (Capítulo da CID1 O-OMS). RECIFE, 2000. TAB. 04 - DISTRIBUIÇÃO DOS ÓBITOS .POR .CAUSAS EXTERNAS E COEFICIENTE DE MORTALIDADE

) ) )' )') ) ) ) ) J ) )') ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) _) )

tA~ .•. 1~ + DIST~IIJ3l)IÇÃO E COEFICIENTE DE MORTALitOADE (por 100.000 hab.) POR CAUSAS EXTERNAS. RESIDENTES

EM R~biFt;, ~oq, ..

Bairro/OS Res

5.1-Bongi 1 12,18 2 24,36 4 48,72 4 48,72 o 0,00 1 12,18 o 0,00

5.1-Mangueira 3 34,35 o 0,00 12 137,39 12 137,39 o 0,00 o 0,00 o 0,00

5.1-Mustardinha 2 17,10 3 25,66 21 179,59 19 162,49 2 17,10 o 0,00 1 8,55

5.1-San Martin 5 21,78 2 8,71 27 117,60 27 117,60 o 0,00 o 0,00 o 0,00

5.2-Areias 5 16,47 4 13,17 19 62,57 19 62,57 o 0,00 o 0,00 3 9,88

5.2-Caçote o 0,00 o 0,00 3 35,60 3 35,60 o 0,00 o 0,00 o 0,00

5.2-Estância 1 11,19 2 22,39 3 33,58 3 33,58 o 0,00 o 0,00 3 33,58

5.2-Jiquiá o 0,00 o 0,00 1 12,82 1 12,82 o 0,00 o 0,00 o 0,00

5.3-Bàrrp 5 16,07 o 0,00 7 22,50 7 22,50 o 0,00 o 0,00 1 3,21

5.3-Coq~eiral 1 9,02 o 0,00 4 36,06 4 36,06 o 0,00 2 18,03 o 0,00

5.3-Curado 1 7,42 o 0,00 4 29,67 2 14,84 2 14,84 1 7,42 1 7,42

5.3-Jardim São Paulo 6 20,26 5 16,88 19 64,16 16 54,03 3 10,13 2 6,75 3 10,13

5.3-Sancho 1 10,91 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00 o 0,00

5.3-Tejipió 1 11,78 2 23,57 15 176,76 11 129,63 4 47,14 1 11,78 3 35,35

5.3-Totó o 0,00 o 0,00 4 176,60 3 132,45 1 44,15 o 0,00 o 0,00

6.1-Brasllia Teimosa 1 5,22 3 15,66 4 20,88 2 10,44 2 10,44 2 10,44 1 5,22

6.1-lmbiribeira 6 12,91 7 15,06 33 71,01 31 66,71 2 4,30 3 6,46 2 4,30

6.1-lpsep 2 7,78 2 7,78 7 27,22 7 27,22 o 0,00 2 7,78 1 3,89

6.1-Pina 1 3,65 5 18,23 15 54,70 13 47,41 2 7,29 1 3,65 2 7,29

r a 12 27,47 8 18,31 50 114,47 45 103,02 5 11,45 1 2,29 3 6,87

6.2-Jordão 2 9,16 1 4,58 12 54,96 12 54,96 o 0,00 1 4,58 o 0,00

6.3-Cohab 10 14,46 7 10,13 31 44,84 3D 43,39 1 1,45 o 0,00 6 8,68

Fonte: SIM I MS I 2000

70