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ͳ CONSULTA PÚBLICA Nº 07, DE 03 DE NOVEMBRO DE 2011 O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, torna pública, nos termos do artigo 34, inciso II, e artigo 59 do Decreto n o 4.176, de 28 de março de 2002, minuta de portaria que institui a Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral (AVC), bem como as diretrizes clínico-assistenciais sobre Acidente Vascular Cerebral no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O texto em apreço encontra-se disponível, também, no seguinte endereço eletrônico: http://www.saude.gov.br/sas . A relevância da matéria recomenda a sua ampla divulgação, a fim de que todos possam contribuir para o seu aperfeiçoamento. Eventuais sugestões poderão ser encaminhadas ao Ministério da Saúde até 30 (trinta) dias a contar desta publicação, exclusivamente, para o endereço eletrônico: [email protected] , especificando o número desta Consulta Pública e o nome do anexo no título da mensagem. O Departamento de Atenção Especializada, da Secretaria de Atenção à Saúde, coordenará a avaliação das proposições apresentadas, elaborando a versão final consolidada da Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral (AVC) para que, findo o prazo estabelecido, seja aprovada e publicada, passando a vigorar em todo o território nacional. ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

Consulta publica AVC

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  • 1. CONSULTA PBLICA N 07, DE 03 DE NOVEMBRO DE 2011O MINISTRO DE ESTADO DA SADE, torna pblica, nos termosdo artigo 34, inciso II, e artigo 59 do Decreto no 4.176, de 28 de maro de 2002,minuta de portaria que institui a Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral(AVC), bem como as diretrizes clnico-assistenciais sobre Acidente Vascular Cerebralno mbito do Sistema nico de Sade (SUS). O texto em apreo encontra-se disponvel, tambm, no seguinteendereo eletrnico: http://www.saude.gov.br/sas.A relevncia da matria recomenda a sua ampla divulgao, a fim de quetodos possam contribuir para o seu aperfeioamento. Eventuais sugestes podero serencaminhadas ao Ministrio da Sade at 30 (trinta) dias a contar destapublicao, exclusivamente,para oendereo eletrnico:[email protected] , especificando o nmero desta Consulta Pblica eo nome do anexo no ttulo da mensagem.O Departamento de Ateno Especializada, da Secretaria de Ateno Sade, coordenar a avaliao das proposies apresentadas, elaborando a versofinal consolidada da Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral (AVC) paraque, findo o prazo estabelecido, seja aprovada e publicada, passando a vigorar emtodo o territrio nacional. ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

2. MINUTAPORTARIA N Institui a Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral (AVC) no mbito do Sistema nico de Sade (SUS).O MINISTRO DE ESTADO DA SADE, no uso das atribuiesque lhe conferem os incisos I e II do pargrafo nico do art. 87 da Constituio, e Considerando que as doenas cerebrovasculares se constituem umadas principais causas de morbidade, incapacidade e morte no mundo e no Brasil;Considerando a necessidade de uma ao integrada contra asdoenas cerebrovasculares, bem como a necessidade de padronizar o tratamento doAcidente Vascular Cerebral (AVC) no mbito do Sistema nico de Sade (SUS);Considerando a implantao da Rede de Ateno s Urgncias e anecessidade de implantao da Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral(AVC);Considerando a necessidade de aprimorar os mecanismos deregulao, controle e avaliao da assistncia aos portadores de doenascerebrovasculares; e Considerando a avaliao da Secretaria de Ateno Sade -Departamento de Ateno Especializada - DAE/SAS, resolve: Art. 1 Instituir a Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral(AVC) no mbito do Sistema nico de Sade (SUS) , constante do Anexo a estaPortaria.Pargrafo nico. A Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral(AVC) e as diretrizes clnico-assistenciais sobre o Acidente Vascular Cerebralencontram-se disponveis no stio: www.saude.gov.br/sas.Art. 2 Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicao.ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA 3. MINISTRIO DA SADE SECRETARIA DE ATENO ESPECIALIZADADEPARTAMENTO DE ATENO ESPECIALIZADAIMPLANTANDO A LINHA DECUIDADO DO ACIDENTEVASCULAR CEREBRAL - AVC NA REDE DE ATENO S URGNCIAS 2011 4. Sumrio2. Objetivo 2.1. Geral: 2.2. Especficos:3. Linha de Cuidados Integrada para Assistncia ao AVCDiagrama 1. Diagrama 2. 3.1SAMU: 3.2Servio de Atendimento de Urgncia ao AVC 3.3Servio de Ateno Integral ao AVC 3.4Reabilitao hospitalar 3.5Unidade de cuidados crnicos complexos 3.6Ambulatrio especializado/Reabilitao ambulatorial: 3.7Institucionalizao 3.8Ateno domiciliar4. Assistncia Multiprofissional5. Regionalizao6. Telemedicina7. Campanha de educao populacional:8. Capacitao dos servios, articulao e educao continuada dos servios queconstituem a rede:9. Reintegrao social10. Bibliografia Anexo 1 Diretrizes clnico-assistenciais 1. Atendimento pr-hospitalar 2. Atendimento hospitalar da fase aguda nas unidades referenciadasAVC Hemorrgico Hemorragia Intraparenquimatosa Hemorragia Subaracnidea Espontnea Anexo 2 5. Introduo: O acidente vascular cerebral (AVC) uma das maiores causas de morte e 1,2incapacidade adquirida em todo o mundo.A mortalidade varia consideravelmenteem relao ao grau de desenvolvimento scio-econmico3, sendo que cerca de 85%ocorre em pases subdesenvolvidos ou em desenvolvimento e um tero dos casos 4,5atinge a parcela economicamente ativa da populao.Considerando-se a previsode um crescimento da ordem de 300% da populao idosa nas prximas trs dcadas,concentrado nos pases em desenvolvimento, o prognstico epidemiolgico do AVCtorna-se ainda mais sombrio. 6,7 Estatsticas brasileiras indicam que o AVC a causa mais frequente de bitona populao adulta7-10 (10% dos bitos) e consiste no diagnstico de 10% dasinternaes hospitalares pblicas. 6 Na Amrica Latina, a taxa de incidncia do AVCgira em torno de 150 casos por 100.000 habitantes9, 11, 12,13 e as taxas de letalidadevariam de 10 a 55% 7, 8, 12,14. O Brasil apresenta a quarta taxa de mortalidade por AVCentre os pases da Amrica Latina e Caribe. 15 A mortalidade nos primeiros 30 dias de 10%, atingindo 40% no primeiro ano ps-evento. A imensa maioria dossobreviventes necessita de reabilitao para as sequelas neurolgicas consequentes,sendo que aproximadamente 70% no retornam ao seu trabalho e 30% necessita deauxlio para caminhar. Nos ltimos 15 anos, o advento de novas abordagens da fase aguda dospacientes com AVC, a terapia tromboltica e os cuidados em Unidades de AVC,trouxeram excepcional avano do ponto de vista prognstico aos pacientes. Ambosdemonstram nveis de evidncia relevantes ao ponto de se configurarem como asprincipais formas de interveno com melhores resultados prognsticos. Diante do exposto acima e do inegvel impacto social, econmico eprevidencirio do AVC, urgente a necessidade de reformulao do sistema deatendimento, abordando de forma integrada o paciente, disponibilizando as melhoresestratgias de diagnstico e tratamento conhecidas atualmente. 16 6. 2. Objetivo2.1.Geral: Reduzir a morbimortalidade pelo AVC no Brasil, atravs da criao da linha de cuidado do AVC na Rede de Ateno s Urgncias para o atendimento integral ao paciente, vislumbrando todas as suas demandas de ateno sade;2.2. Especficos: - Disseminar o conhecimento de que o AVC uma emergncia mdica; - Melhorar o conhecimento da populao sobre o AVC, seus sinais e sintomas, fatores de risco e a necessidade de controle adequado destes; - Aumentar e resolutividade da rede bsica de ateno no aspecto do controle adequado dos fatores de risco para doenas vasculares; - Qualificar o SAMU para atendimento e referenciamento adequado do paciente com suspeita de AVC; - Credenciar Servios de Atendimento de Urgncia ao AVC, conforme portaria prpria, com capacidade para realizao do atendimento geral e terapia tromboltica; - Credenciar Servios de Ateno Integral ao AVC, conforme portaria prpria, com capacidade para realizao do atendimento geral, terapia tromboltica e disponibilidade de Unidades de AVC para o cuidado na fase aguda; - Ampliar a oferta de leitos hospitalares para reabilitao e cuidados crnicos complexos; - Instituir adequada retaguarda ambulatorial para a assistncia sequencial aps a alta hospitalar, com reabilitao, atendimento especializado, cuidados domiciliares e reintegrao social e ao trabalho dos indivduos com AVC; 7. 3. Linha de Cuidados Integrada para Assistncia ao AVC Os modelos assistncias de cuidado integral ao paciente com AVC agudosmais difundidos no mundo, com relevante evidncia cientfica, preveem a incluso dediversos setores de assistncia sade, distribudos em padro reticular, com fluxospr-definidos. Dentro deste conceito devem estar previstas a educao populacional, aateno primria, os servios de urgncia/emergncia (hospitalares, componentesfixos e mveis), as Unidades de AVC, a reabilitao, cuidados mdicos ambulatoriaisps-ictus e a reintegrao social. Assim, a Linha de Cuidado deve incluir necessariamente: rede bsica, SAMU,unidades de urgncia e emergncia, unidades hospitalares de referncia, reabilitaoambulatorial e hospitalar, ambulatrio especializado para egressos, leitos deretaguarda para cuidados hospitalares crnicos complexos, programas de atenodomiciliar, reintegrao social. Objetiva proporcionar cuidado integrado e continuado,promovendo a transferncia deste entre suas estaes, tendo como pressuposto quetodas elas tm fundamental relevncia no fluxo da linha de cuidado. Apesar da inquestionvel relevncia do papel exercido pelos programas deeducao populacional e da otimizao do controle adequado dos fatores de risco natentativa de reduo da incidncia do AVC, tais aspectos no so contemplados nestetexto, pois j fazem parte de outros programas de ateno aos portadores de doenascrnicas, no se relacionando diretamente ao planejamento da linha de cuidado dopaciente com evento cerebrovascular agudo. 8. O Diagrama 1 ilustra a linha de cuidado completa, formada pelas diversasestaes de cuidado que compem a rede.Diagrama 1. 9. O Diagrama 2 ilustra o fluxo de transio do cuidado continuado dentro darede, a partir do evento agudo.Diagrama 2. 10. Conforme ilustrado no diagrama 2, cada estao da Linha de Cuidado estdevidamente disposta dentro de um fluxo pr-estabelecido. Abaixo, seguedetalhamento estrutural de cada componente para o pleno exerccio de seu papel nalinha de cuidado:3.1 SAMU: Deve se configurar como principal direcionador do fluxo (regulador) logo aps o incio dos sintomas; Utilizar protocolo unificado de cuidados pr-hospitalares conforme anexo de diretrizes clnico-assistenciais; Implantar uma escala de avaliao pr-hospitalar para aumentar a especificidade diagnstica, o que prev treinamento simples e rpido para aplicao; Comunicao compulsria do transporte unidade receptora; Encaminhamento imediato para Servios de Atendimento de Urgncia ou Servio de Ateno Integral ao AVC; No pode realizar tromblise para o AVC agudo;3.2 Servio de Atendimento de Urgncia ao AVC Credenciados pelo CNES como Servios de Atendimento de Urgncia aoAVC. Uma unidade de rede ter tantas unidades de atendimento de urgncia quantasforem possveis, devendo ter a estrutura mnima para realizao de tromblisesistmica: - Atendimento de urgncia 24 horas por dia, todos os dias da semana, incluindo feriados; - Tomografia Computadorizada de crnio 24 horas por dia; - Equipe de AVC organizada e capacitada (com emergencista, tcnicos de enfermagem, enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudilogo), coordenada por neurologista (com ttulo de especialista em Neurologia pela ABN/AMB ou residncia mdica em Neurologia/MEC); - Protocolos clnicos e assistenciais escritos e disponibilizados; 11. - Cobertura em tempo integral de neurologista, disponvel em at 30 minutos da admisso do paciente (planto presencial ou sobreaviso distncia); - Quando no houver neurologista disponvel 24 horas por dia, unidades com a estrutura fsica, organizao e treinamento necessrios podero ser referncia para o atendimento de urgncia do AVC, desde que supram a falta do neurologista com suporte por telemedicina; - Enfermagem treinada em urgncia e atendimento de pacientes com AVC; - Leitos monitorados para o atendimento ao AVC agudo, com mdico 24 horas por dia e equipe treinada para o atendimento, podendo ser no servio de urgncia ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI); - UTI para casos mais graves; - Laboratrio de anlises clnicas em tempo integral; - Disponibilidade de tromboltico Alteplase; - Equipe Neurocirrgica 24 horas (presencial ou disponvel em 2 horas), - Banco de Sangue, - Cada unidade dever ter um responsvel tcnico qualificado (neurologista com titulo de especialista em neurologia pela ABN/AMB ou residncia mdica em neurologia pelo MEC)) credenciadopela Academia Brasileira de Neurologia/Sociedade Brasileira de Doenas Cerebrovasculares/Ministrio da Sade.3.3 Servio de Ateno Integral ao AVC Credenciado pelo CNES como Servio de Ateno Integral ao AVC e Serviode Atendimento de Urgncia ao AVC agudo, podendo ser credenciado o servio queno tenha atendimento de urgncia, mas que seja comprovadamente referncia para oServio de Atendimento de Urgncia ao AVC agudo, estabelecido pelo gestor. Deve ter a estrutura mnima descrita abaixo: - Centro de referncia que deve ter estrutura fsica, humana e tecnolgica completa para assistncia ao paciente com AVC agudo, com equipe treinada para os protocolos de atendimento. - Protocolo unificado de abordagem inicial/tratamento geral; - Protocolo unificado de terapia tromboltica; 12. - Tem o papel de prosseguir o tratamento da fase aguda, reabilitao precoce einvestigao etiolgica completa (obrigatrio: ECG, laboratrio, RX, banco desangue, Doppler de artrias cervicais, ecocardigrafo com Dopplertranstorcico e ecocardiograma transesofgico, angiografia, angiotomografia /recomendados: ressonncia magntica,angioressonncia, Dopplertranscraniano, neuroradiologia intervencionista);- (Ambulatrio especializado para dar suporte rede, preferencialmente prprioou referenciado);- Responsvel pela educao continuada dos demais componentes da redeconforme orientaes/portarias/protocolos do Ministrio da Sade;- Possuir Unidade de AVC que deve objetivar o atendimento de 100% dos casosde AVC agudo admitidos na instituio, com estrutura mnima descrita abaixo(alm dos critrios para Servio de Atendimento de Urgncia ao AVC): Capacidade para monitor todos os pacientes na fase aguda (primeira 72 horas); Pelo menos 1 mdico, 24 horas por dia, se os leitos agudos forem na Unidade de AVC; Planto neurolgico fixo 24 horas por dia na instituio; 1 enfermeira na unidade (tempo integral); 1 tcnico de enfermagem para cada 3 a 4 leitos (tempo integral); 1 Fisioterapeuta para fisioterapia motora para at 10 leitos (6 horas/dia); 1 Fisioterapeuta para fisioterapia respiratria para at 25 leitos (6 horas/dia); 1 Fonoaudilogo para cada 10 leitos (6 horas/dia); 1 Assistente Social (8 horas/dia); Recomenda-se contar com servios de suporte de Nutrio, Psicologia e Terapia ocupacional; Cada unidade dever ter um responsvel tcnico qualificado (neurologista com titulo de especialista em Neurologia pela ABN/AMB ou residncia mdica em Neurologia pelo MEC)), credenciado pela Academia Brasileira de Neurologia/ Sociedade Brasileira de Doenas Cerebrovasculares/ Ministrio da Sade; 13. - Monitorar e registrar os indicadores de segurana e qualidade (assistenciais e de processo): Profilaxia para trombose venosa profunda iniciada at o segundo dia; Alta em uso de antiagregante plaquetrio em pacientes com AVC no cardioemblico (salvo situaes especficas); Alta em uso de anticoagulao oral para pacientes com FA ou Flutter (salvo contraindicaes); Uso de antiagregantes plaquetrios, quando indicado, iniciado at o segundo dia de internao; Alta em uso de estatina para pacientes com AVC aterotrombtico (salvo contraindicaes); Alta com plano de terapia profiltica e de reabilitao; Monitorar porcentagem de pacientes com doenas cerebrovasculares agudos atendidos na Unidade de AVC; Monitorar o tempo de permanncia hospitalar por AVC visando reduo do mesmo; Monitorar as seguintes complicaes: trombose venosa profunda, lcera de presso, pneumonia, infeco do trato urinrio; Registrar o CID-10 especfico do tipo de AVC alta hospitalar; Monitorar mortalidade hospitalar por AVC, visando reduo da mesma; Tempo porta-tomografia < 25 minutos; Tempo porta-agulha < 60 minutos;3.4 Reabilitao hospitalar Corresponde a leitos hospitalares especificamente voltados a reabilitao depacientes com comprometimento funcional importante, mas com bom prognsticoneurolgico (Escala de Rankin modificada entre 2 e 4).3.5 Unidade de cuidados crnicos complexos Consistem em unidades com leitos de clnica mdica voltados para cuidadosclnicos prolongados, sem indicao de seguimento neurolgico contnuo e semcondies clnicas de alta hospitalar; 14. Deve contar com protocolos/equipes para cuidados paliativos (Clnico geral,Fisioterapeuta, Fonoaudilogo, Assistente social, Psiclogo, Nutricionista);3.6 Ambulatrio especializado/Reabilitao ambulatorial: 3.6.1 Ambulatrio especializado em neurologia: Prprio ou referenciado para atendimento dos casos que necessitem do especialista. Casos com etiologia bem definida, estveis, que precisam apenas manter preveno podem ser encaminhados para acompanhamento na rede bsica (ateno primria), com plano teraputico definido pelo especialista da Unidade de Referncia. 3.6.2 Ambulatrio de anticoagulao (prprio ou referenciado): destinado ao controle de anticoagulao plena contnua. 3.6.3 Reabilitao ambulatorial: fisiatria, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, Psicologia, Nutrio, dependendo da necessidade do paciente.3.7 Institucionalizao Instituies voltadas aos pacientes em condies clnicas de retorno comunidade, porm sem um mnimo suporte social e familiar. Sero institudas aesque promovam a criao e ampliao de unidades voltadas institucionalizao, abaixo custo, independente da idade, custeadas com benefcios do prprio paciente.3.8 Ateno domiciliar Deve envolver o Programa de Sade da Famlia e o Programa de AtenoDomiciliar, dando suporte clnico e monitorao domiciliar aos pacientes com maiordependncia, maior dificuldade de transporte e com maiores riscos de complicaes(p.ex. usurios de sonda nasoentrica, portadores de lcera de presso, em regime deanticoagulao...). O servio deve dispor de mdico, enfermeiro, tcnico deenfermagem, de fisioterapia respiratria e/ou motora, de terapia ocupacional e defonoaudiologia (todos com regime de visitas adaptado s necessidades do paciente).4. Assistncia MultiprofissionalConfigura-se em pea chave de toda a engrenagem da linha do cuidado.Absolutamente necessria em todos os nveis de cuidados, funcionando de formaintegrada.Neurologia,neurocirurgia, clnica mdica/geriatria/cardiologia,neuroradiologia intervencionista, cirurgia vascular, enfermagem (superior e 15. tcnico), fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, nutrio, servio social (nos diversos nveis de assistncia distribudos de acordo com a necessidade de cada estao).5. Regionalizao importante estudar, salientar e respeitar o papel de referncia regional nainterface intermunicipal que a unidade de referncia por ventura j exeram nasregies metropolitanas. A pactuao intermunicipal deve ser formalizada e asredes desenvolvidas sob a tica desta pactuao.6. Telemedicina A utilizao de tecnologia em telemedicina vem se estendendoprogressivamente em todo o mundo, se consolidando como uma ferramenta muitopoderosa na ampliao do acesso a assistncia especializada qualificada,independente da barreira fsica da distncia. A terapia tromboltica com suportepor telemedicina uma realidade em diversos pases e j tem experinciasexitosas no Brasil. A telemedicina para o AVC pode ser muito til como suportedas Unidades de referncia aos centros de menor complexidade, tanto no processode assistncia, quanto na facilitao da promoo de fruns regulares de discusso distncia e educao continuada.7. Campanha de educao populacional:Baseada no reconhecimento do AVC como uma emergncia mdica, na importncia do controle de fatores de risco (preveno primria), identificao dos sintomas iniciais e conduta adequada quando os sinais agudos forem observados.8. Capacitao dos servios, articulao e educao continuada dos servios que constituem a rede:Todos os servios que se inserem na rede de assistncia e que compem a Linha de Cuidados do AVC devem passar por um treinamento para capacitao que deve englobar aspectos gerenciais e tcnico-assistenciais. 16. A Rede de Ateno s Urgncias contar com servios credenciados para atenointegral ao AVC que ser capacitado diretamente pelo MS, em parceria com aSociedade Brasileira de Doenas Cerebrovasculares/Academia Brasileira deNeurologia. O programa de capacitao inclui: 1. Aspectos gerais sobre a Poltica Nacional de Ateno s Urgncias do MS; 2. Modelo da Linha de Cuidado do AVC; 3. Reconhecimento das estaes que compem a rede assistencial e seus respectivos papis dentro da linha de cuidado do AVC; 4. Fluxo de referncia e contra referncia na Linha de Cuidado do AVC; 5. Treinamento terico e prtico (com oficinas de simulao realstica) das diretrizes clnico-assistenciais;O servio credenciado como referncia para a ateno integral ao AVC,uma vez capacitado, conforme o programa do MS assume o papel de multiplicadordo conhecimento do programa dentro da sua prpria rede. Assim, junto com oapoio institucional e logstico das SMS e SES, devem promover a capacitaoperidica anual dos demais servios que compes a linha de cuidado na qual estinserido, sempre respeitando as definies do programa do MS e das portarias queo regem.O cumprimento dos programas de treinamento deve ser regularmenteformalizado junto ao MS, promovendo: 8.1. Fruns regulares anuais, incluindo os representantes de todas as unidades da linha do cuidado, com a finalidade de refinar a articulao entre as estaes de cuidado. 8.2. Programa de educao continuada, multiprofissional, envolvendo profissionais de todas as unidades da rede; 8.3. Promoo de cursos de formao e/ou aperfeioamento de cuidadores.9. Reintegrao social Programa de cadastro para busca ativa de empregos aos portadores de necessidades especiais ps-AVC; Incentivo a criao de instituies/grupos de convivncia da melhor idade. 17. 10. Bibliografia1. Boden-Albala B, Sacco RL. The stroke prone individual. Rev Soc CardiolEstado de So Paulo 1999; 4:501-8.2. Brown RD Jr, Whisnant JP, Sicks JD et al. Stroke incidence, prevalence, andsurvival. Secular trends in Rochester, Minnesota,through 1989. Stroke1996;27:373-80.3. Sarti C, Rastenyte D, Cepaitis Z et al. International trends in mortality fromstroke, 1968 to 1994. Stroke 2000;31:1588- 1601.4. The Who stepwise approach to stroke surveillance. Overview and Manual(version2.0). Noncommunicable Diseases and Mental Health. World HealthOrganization. Disponvel em : www.who.int/entity/ncd_surveillance/steps/enAcessado em: 01.11.20055. Yach D, Hawkes C, Gould CL, Hoffman KJ. The global burden of chronicdiseases: Overcoming impediments to prevention and control. JAMA2004;291:2616-26226. Organizao Pan Americana da Sade. Rede interagencial de informaes para aSade. Disponvel em http:// www.opas.org.br/ripsa/produto_final_det.cfm?id=9.(Acessado em Novembro, 2007).7. Lessa I. Epidemiologia das doenas cerebrovasculares no Brasil. Rev. Soc.Cardiol Estado de So Paulo 1999; 4:509-18.8. Menken M, Munsat TL, Toole JF. The global burden of disease study:implications for neurology. Arch Neurol 2000; 57:418-20.9. Cabral NL, Longo AL, Moro CH, Amaral CH, Kiss HC. [Epidemiology ofcerebrovascular disease in Joinville, Brazil. An institutional study]. ArqNeuropsiquiatr 1997; 55:357-63. 18. 10. Lessa I, Silva MR. [Cerebrovascular diseases as multiple cause of death inSalvador: magnitude and space differences of mortality omitted in officialstatistics]. Arq Neuropsiquiatr 1993; 51:319-24.11. Saposnik G, Del Brutto OH for the Iberoamerican Society of CerebrovascularDiseases. Stroke in South America: A systematic review of incidence, prevalence,and stroke subtypes. Stroke 2003;34:2103-2108.12. Lessa I, Bastos CA. Epidemiology of cerebrovascular accidents in the city ofSalvador, Bahia, Brazil. Bull Pan Am Health Organ 1983; 17:292-303.13. Minelli C, Fen LF, Minelli DPC. Stroke incidence, Prognosis, 30-Day, and 1-Year Case Fatality rates in Matao, Brazil. Stroke 2007; 38: 000-000.14. Bacellar A, Assis T, Costa G, et al. Analysis of the clinical profile of ischemiccerebrovasular diseases subtypes in patients admitted to a general hospital inSalvador - Brazil. The Hospital Sao Rafael Stroke Data Bank. Arq Neuropsiquiatr2004; 62:4-5.15. Lavados P, Hennis A, Jefferson G Fernandes J et al. Stroke epidemiology,prevention, and management strategies at a regional level: Latin America and theCaribbean. Lancet Neurol 2007; 6: 36272.16. Hachinski V, Donnan G, Gorelick P, Hacke W et al. Stroke: Working Toward aPrioritized World Agenda. Stroke 2010;41;1084-1099. 19. Anexo 1 Diretrizes clnico-assistenciaisAs presentes diretrizes clnico-assistenciais se prestam a auxiliar os serviosno manejo do paciente com AVC agudo e servir de referncia de conduta clnica parao Ministrio da Sade. So abordados os temas Acidente Vascular CerebralIsqumico (AVCi), Hemorragia Intracerebral (HIC) e Hemorragia subaracnideaespontnea (HSAe). Como todo protocolo, trata-se de referncias de conduta quedevem, em todas as circunstncias, ser avaliadas no contexto clnico individualizadode cada paciente.Uma vez que o diagnstico definitivo das condies supracitadas s se d apsrealizao da tomografia de crnio, todo o contedo abaixo que se refere aoatendimento pr-hospitalar comum s trs condies. A partir do item AtendimentoHospitalar, cada uma ter orientao especfica.1. Atendimento pr-hospitalarO AVC sempre uma emergncia mdica e todo o paciente deve ser atendidono hospital, mesmo que os sintomas sejam transitrios (Ataque isqumico transitrio -AIT). O principal objetivo do atendimento pr-hospitalar direcionar o paciente parao hospital o mais rpido possvel, priorizando os pacientes potenciais candidatos terapia tromboltica. O atendimento pr-hospitalar compreende os Centos de sade,UPA, servios 24 horas de urgncia (no referenciados para AVC) e SAMU.1.1 Deteco:O diagnstico de AVC deve ser suspeitado sempre que o paciente apresentarincio sbito de dficit focal, com ou sem alterao do nvel de conscincia. Principaissinais de alerta:- Perda sbita de fora ou formigamento de um lado do corpo face e/oumembro superior e/ou membro inferior;- Dificuldade sbita de falar ou compreender; 20. - Perda visual sbita em um ou ambos os olhos; - Sbita tontura, perda de equilbrio e ou de coordenao; - Dor de cabea sbita, intensa sem causa aparente; A escala pr-hospitalar de AVC deve ser aplicada para reconhecer os sinais maisfrequentes. Um sinal positivo (com incio sbito) suficiente para suspeitar de umAVC: Avaliar trs itens ComandoVerifique Face D um sorrisoVeja se h desvio da boca ForaEleve os dois braos Veja se um brao cai por perda de fora Fala Diga uma frase: o cu azul Veja se a fala est alterada 1.2 Cuidados clnicos pr-hospitalares: - Verificar os sinais vitais (presso arterial, pulso, saturao, temperatura axilar); - Posicionar a cabeceira a 0 (exceto se vmitos. Neste caso manter cabeceira a 30 graus); - Acesso venoso perifrico em membro superior no partico; - Administrar oxignio por cateter nasal ou mscara se oximetria < 92%; - Checar glicemia capilar hipoglicemia pode causar sinais focais e simular um AVC. Se glicose < 70 MG/dl administrar glicose hipertnica 50% 20 ml; - Aplicar a escala pr-hospitalar de AVC; - Determinar a hora do incio dos sintomas e sinais, que pode ser referida pelo paciente (se este estiver orientado e coerente) ou pelo acompanhante (o horrio do incio dos sintomas o ltimo momento que o paciente foi visto sem sinais e sintomas neurolgicos. No caso do incio dos sintomas serem observados ao acordar, ser considerado o ltimo momento em que o paciente foi visto sem sintomas, antes de dormir); - No reduzir nveis pressricos, exceto se presso arterial sistlica220 mmHg ou presso arterial diastlica 120 mmHg, ou se outra doena 21. associada exija a reduo da presso arterial (disseco de aorta, infarto agudo do miocrdio, edema pulmonar); - No administrar grande volume de fluido a no ser em caso de hipotenso (em caso de necessidade, utilizar soro fisiolgico 0,9%); - Utilizar antitrmico se temperatura axilar > 37,5oC (Dipirona 1 ampola IV); - Se atendimento no pr-hospitalar fixo, acionar o servio mvel de urgncia o mais rpido possvel (SAMU 192 onde este estiver implantado) para transferncia ao servio referenciado de atendimento ao paciente com AVC; - Resgate pela ambulncia no domiclio ou nas unidades de pronto atendimento ou servios 24h deve priorizar o paciente com AVC; - Notificar o hospital de destino; - Levar a acompanhante (preferencialmente que tenha presenciado o inicio dos sintomas) para o hospital; Nas UPA e Atendimentos 24 horas, enquanto aguardam a remoo para oservio referenciado para o AVC, pacientes no candidatos terapia trombolticadevem seguir a seguintes orientaes:- Dieta suspensa at avaliao da capacidade adequada de deglutio.- No caso de no haver possibilidade de transferncia do paciente, realizar teste detriagem para disfagia. No havendo alterao ao teste, iniciar medicao oral e dietapastosa hipossdica, com cabeceira a 90 graus, sob superviso;- Antitrmico se temperatura axilar (TAx)37,5 C: Paracetamol 750mg se via oralpresente ou Dipirona 1 ampola IV se ausente;- Administrar AAS 300mg VO uma vez ao dia;- Captopril 25 mg VO at 6/6 horas se PAS 220mmHg ou PAD 120 mmHg ou seoutra condio clnica exigir controle mais estreito;- Hidratao venosa base de soluo fisiolgica a 0,9% IV contnuo (ateno aovolume infundido em pacientes sabidamente cardiopatas); 22. 1.3 Regulao O SAMU ser o responsvel pela triagem dos pacientes com suspeita de AVC,devendo prioriz-los e direcion-los, aps contato, e no menor tempo possvel, aoservio de urgncia de referncia mais adequado para o atendimento do paciente, sema necessidade de passar por outro mtodo de triagem ou regulao. Se o atendimentoinicial do paciente com AVC for realizado em unidade hospitalar no referenciada ouUnidade de Pronto Atendimento ou Unidade Bsica de Sade, o SAMU ser acionadopara efetuar o transporte para uma unidade de referncia.2. Atendimento hospitalar da fase aguda nas unidades referenciadas 2.1 Cuidados clnicos hospitalares no AVCi - Confirmao do diagnstico de AVC; - Paciente transferido para o local de atendimento agudo (Unidade monitorada na emergncia, UTI ou Unidade de AVC monitorada); - Confirmao do horrio do incio dos sintomas (ltimo momento em que o paciente foi visto sem sintomas ou sinais neurolgicos); - Aplicar escala de avaliao e AVC do NIH (NIHSS. Anexo 2); - Pacientes em condies de iniciar tromblise intravenosa em menos de 4,5 horas do incio dos sintomas: desencadear protocolo de tromblise; - Pacientes com contraindicao para tromblise, seguir protocolo de atendimento geral; - Considerar craniectomia descompressiva em pacientes com infartos extensos em territrio de artria cerebral mdia atravs de protocolo especfico; - Pacientes com diagnstico de AVC hemorrgico ou hemorragia subaracnidea, desencadear protocolos especficos; 2.1.1 Critrios para a Terapia Tromboltica (conforme protocolo anexo portaria especfica); 23. 2.1.2 Cuidados gerais- Monitorar o paciente (PA no invasiva, monitorao cardaca contnua,oximetria, temperatura axilar);- Glicemia capilar admisso. Monitorao de 4/4h no caso de glicemia normal admisso. Monitorar de 1/1h se glicemia alterada a admisso;- Puncionar acesso venoso calibroso, preferencialmente em membro nopartico;- Eletrocardiograma em 12 derivaes;- Coletar hemograma, glicemia, atividade de protrombina, tempo parcial detromboplastina ativada, plaquetas, sdio, potssio, creatinina, ureia;- Solicitar TC crnio sem contraste;- Aplicar escala do National Institutes of Health (NIH): neurologista, clnico ouenfermeiro (Anexo 2);- Manejo dos parmetros fisiolgicos no AVC isqumico:a. Presso Arterial (PA): i. No paciente candidato tromblise ou ps-tromblise, a PA deve sercontrolada com anti-hipertensivo EV e mantida < 180/105 mmHg.Tentar manter PAS preferencialmente > 160 mmHg:-Esmolol (Beta bloqueador de uso contnuo) 1 amp = 2500 mg=10 ml:Diluir 1 amp. em 240 ml de SF 0,9% = 10 mg/ml. Dose de ataque: 0,5mg/Kg em 1 minuto - paciente de 70 kg=3,5 ml. Depois, infusocontnua de 0,05- 3,0 mg/kg/min (iniciar com a menor dose e ajustar acada 4 minutos, repetindo a dose de ataque e aumentando a infuso atatingir a PA desejada). (ATENO AOS CUIDADOS E RESTRIESDE USO);ii. Nitroprussiato de sdio: 1 ampola (50 mg), diluda em soluo deglicose 5%. Aplicar EV: 0,5 a 8 g/Kg/min, fazendo reajustes, senecessrio, a cada 10 minutos (ATENO AOS CUIDADOS ERESTRIES DE USO PRINCIPALMENTE HIPOTENSOARTERIAL); 24. iii. Nos pacientes no submetidos tromblise, utilizar anti-hipertensivo se PAS220mmHg ou PAD120mmHg ou se suspeita de disseco de aorta, Infarto agudo do Miocrdio concomitante, edema agudo de pulmo;iv. Se o paciente apresentar hipotenso com o tratamento anti-hipertensivo, iniciar infuso de soluo fisiolgica (SF 0,9% 500 ml em bolus se PAS < 140 mmHg) e, se esta no for efetiva, iniciar vasopressor (Noradrenalina 4 mg/4 ml: 2 ampolas em 242 ml SF se PAS < 140 mmHg sem resposta volume);b. Manter e a saturao de oxignio 92%: O2 cateter nasal ou mscara;c. Manter temperatura axilar menor que 37,5 C;d. Manter glicemia > 70 mg/dl e < 200 mg/Dl;e. Manter monitorao cardaca contnua para deteco precoce de alteraes miocrdicas isqumicas ou arritmias;f. Considerar intubao endotraqueal se Glasgow 8. No deve ser guiada somente por um determinado valor de corte da Escala de Coma de Glasgow, mas por evidncia de rebaixamento de conscincia com claro sinal clnico de insuficincia respiratria (pO2 < 60mmHg ou pCO2 > 50 mmHg), ou se evidente risco de aspirao. Sedao adequada deve precederoprocedimento deintubao independentemente do nvel de conscincia admisso.g. Soro Fisiolgico 0,9% IV continuo (cuidado em pacientes com insuficincia cardaca);h. No utilizar soluo glicosada isotnica 5% para repor volume;2.1.3 Prescrio padro inicial para AVC Isqumico Agudo sem Tromblise devecontar com (alm dos cuidados j descritos): - Dieta suspensa at avaliao da capacidade adequada de deglutio pela Fonoaudiologia; - Sinvastatina 40 mg/dia VO/SNE; - AAS 100-300 mg/dia; 25. - Se contra-indicao AAS: Clopidogrel 75 mg 4 comprimidos VO no primeiro dia seguidos de 75 mg/dia; - Enoxaparina 40 mg SC 1x/dia ou heparina no-fracionada 5000 UI SC 8/8 h (em pacientes de risco para TVP);2.1.4 Prescrio padro inicial para AVC Isqumico Agudo com Tromblise(conforme protocolo anexo portaria especfica) - Dieta suspensa; - Puncionar dois acessos venosos perifricos calibrosos antes da tromblise; - Monitorao cardaca e oximetria continua; - Monitorao da presso arterial no invasiva 15/15 min; - Manter a PAS entre 160 e 160 mmHg e < 180/105 mmHg) no iniciar tromblise se a PA no estiver controlada; - Sinvastatina 40 mg/dia; - Hidratao venosa base de soluo fisiolgica 0,9%; AVC Hemorrgico Dentro do grupo dos Acidentes Vasculares Cerebrais Hemorrgicos, opresente texto abordar distintamente os cuidados relativos HemorragiaIntraparenquimatosa (HIP) e Hemorragia Subaracnidea espontnea (HSAe).Hemorragia Intraparenquimatosa Habitualmente, o quadro clnico da HIP consiste de dficit neurolgico focalde incio sbito, com alguma piora progressiva do quadro em poucas horas, associado cefaleia intensa, nuseas e vmitos, reduo do nvel de conscincia e grandeselevaes pressricas arteriais. Porm, em cerca de um tero dos pacientes o auge dossintomas pode ocorrer logo no incio do quadro. Os demais sintomas, apesar deconsideravelmente mais frequentes na HIP do que no AVC isqumico, no raramentepodem se manifestar neste. Apesar de poder se suspeitar da maior probabilidade de um quadro de AVCagudo se tratar de uma HIP por dados clnicos, a confirmao diagnstica inequvocano pode se dar somente com estes dados. absolutamente essencial a realizao deuma TC de crnio sem contraste para a definio diagnstica.1. Cuidados pr-hospitalares Uma vez que o diagnstico diferencial inequvoco entre HIP e AVCisqumico no pode ser realizado sem uma TC de crnio, ambos os eventos devemcompartilhar de cuidados clnicos pr-hospitalares idnticos (descritos anteriormentepra o AVCi). 27. 2. Cuidados hospitalares Ateno especial inicial deve ser dada a patncia de vias areas e ventilao.A intubao oro traqueal no deve ser guiada somente por um determinado valor decorte da Escala de Coma de Glasgow, mas por evidncia de rebaixamento deconscincia com claro sinal clnico de insuficincia respiratria (pO2 < 60mmHg oupCO2 > 50 mmHg), ou se evidente risco de aspirao. Sedao adequada devepreceder o procedimento de intubao independentemente do nvel de conscincia admisso. Um importante fator de piora prognstica o controle pressrico inadequadonas primeiras horas. Nas HIP, ao contrrio do AVCi, no h permissividade comnveis pressricos muito elevados e o tratamento anti-hipertensivo deve ser maisagressivo (devido ao maior risco de ressangramento precoce determinado pelos nveistensionais elevados). De fato, diversos fatores influenciam no manejo adequado da PA nestespacientes: HAS prvia, causa da hemorragia, presena de hipertenso intracraniana(HIC), entre outros.Controle da Presso Arterial:- PAS > 200 ou PAM > 150mmHg: reduo agressiva da PA com medicao EVcontnua e monitorizao preferencialmente invasiva contnua (na impossibilidade demonitorizao invasiva , monitorar de forma intermitente a cada 5 min).- PAS > 180 ou PAM > 130mmHg com possibilidade de HIC: monitorizao da PICe reduo da PA usando medicaes EV contnuas ou intermitentes, mantendo a PPC60mmHg.- PAS >180 ou PAM > 130mmHg sem evidencias de HIC: redues menores da PA(PAM de 110mmHg ou 160 X 90mmHg) usando medicaes EV contnuas ouintermitentes, com reexame clnico do paciente a cada 15 min.Controle da Temperatura corporal: Como todo paciente neurocrtico, na HIP a hipertermia se configura numimportante preditor de mau prognstico. Portanto, a monitorao da temperaturaaxilar (2/2h) e o agressivo tratamento de temperatura superior a 37,5o soimprescindvel. 28. Oferta de fluidos: O uso de soluo glicosada a 5% deve ser evitado, dando preferencia ao sorofisiolgico a 0,9%, objetivando a euvolemia.Profilaxia para crises epilpticas: Os pacientes com histria pregressa de crises epilpticas ou com crise duranteo atual evento devem receber anticonvulsivante em dose de manuteno (Fenitona100mg 8/8h). Nos demais casos, no h indicao de profilaxia comanticonvulsivantes.Hipertenso Intracraniana A HIC complicao frequente na fase aguda da HIP e deve se estar atento aesta possibilidade diagnstica para monitorizao e tratamento adequado o mais brevepossvel. A monitorao da presso intracraniana (PIC) deve ser instituda nospacientes com Glasgow < 9 ou com rpida piora de pelo menos 2 pontos na mesmaescalam. Aqueles pacientes com hematomas muito volumosos (supratentorial >10ml einfratentorial > 3ml) ou hemoventrculo e com necessidade de sedao tambmpodem ser candidatos a monitorao da PIC. O objetivo da monitorao da PIC mant-la < 20 mmHg com presso deperfuso cerebral > 60 mmHg. O controle da HIC deve ser realizado sob protocolosespecficos visando estrutura e familiaridade de cada servio com as estratgiasteraputicas.Tratamento cirrgico Se de origem hipertensiva, em reas no suspeitas da presena de aneurismacerebral ou devido angiopatia amiloide, nos idosos, o tratamento ideal visa evitar osangramento contnuo, manejar adequadamente a PIC e programar o momento idealda descompresso cirrgica, que deve ser considerada: em pacientes com hemorragiacerebelar que vem piorando o quadro neurolgico ou os que tm compresso dotronco cerebral e/ou hidrocefalia por obstruo ventricular (operar o mais brevepossvel), pacientes apresentando hematomas lobares supretentoriais > 30ml, a menosde 1cm do crtex, hemorragia intracraniana associada leso estrutural, pacientesjovens com moderadas ou grandes hemorragias lobares, que estejam clinicamentedeteriorando. A ventriculostomia com monitorizao da PIC intraventricular deve serprocedida nos casos de hidrocefalia aguda, sem hematoma a ser drenado (hemorragias 29. intraventriculares ou hemorragias de tronco cerebral). Nos casos de sangramento emrea suspeita de aneurisma cerebral, proceder a exame de imagem para estudovascular cerebral.Seguimento propedutico Uma angiografia cerebral deve ser considerada nos pacientes jovens,normotensos, clinicamente estveis, sem causa clara para a hemorragia em questo. A RM de crnio em fase tardia pode ser til no diagnstico de pacientesnormotensos com angiografia normal e suspeita de cavernoma ou malformaesarteriovenosas, que sejam candidatos a interveno.Prescrio inicial HIP Dieta oral suspensa at avaliao formal da deglutio (preferencialmente por fonoaudilogo SNE se impossibilidade de VO); Monitorao contnua: PNI, ECG, SatO2; Diurese: 12/12h; Cabeceira elevada a 30o; Profilaxia para TVP; Proteo gstrica; Dipirona IV se Tax > 37,5o Bomoprida (preferencialmente) ou Metoclopramida se nusea ou vmito; Anti-hipertensivo conforme texto; Fenitona conforme texto; Hidratao venosa base de SF 0,9%;Hemorragia Subaracnidea Espontnea A Hemorragia Subaracnidea Espontnea (HSAe) uma emergncia mdicacom elevadssimas taxas de morbimortalidade. A causa mais comum a ruptura deum aneurisma cerebral. Classicamente, ela se manifesta com cefaleia aguda, de incioabrupto, sbito, explosivo, e de forte intensidade desde o incio, vmitos, rigidez denuca e alterao do nvel de conscincia. O quadro clnico, habitualmente, muitoexuberante no criando maiores dificuldades para se considerar a hiptesediagnstica. Porm, com certa frequncia, nos deparamos com quadros menos 30. exuberantes, sem alterao de conscincia ou sinais menngeos, sendo que as queixasse restringem a uma cefaleia muito forte com nuseas e por vezes vmitos. Assim,pode se assemelhar muito a crises migranosas (enxaquecosas), o que pode leva-la aser subdiagosticada. A forma mais segura para se ter uma maior sensibilidadediagnstica nestes casos difceis consiste em uma boa histria do episdio de cefaleia,com especial ateno a sua forma de instalao (sbita!) e a sua intensidade (comgrande frequncia referida como a cefaleia mais intensa da vida!). Diante da suspeita de uma HSAe, deve-se proceder a uma tomografia decrnio sem contaste em regime de urgncia. Esta define o diagnstico na grandemaioria das vezes. Porm, hemorragias discretas podem no ser visualizadas TCcrnio e, nestes casos, uma puno lombar recomendada. Definido o diagnstico, o mais brevemente possvel, deve se realizar umaangiografia cerebral seletiva para documentar a presena e estudar a anatomia deaneurismas cerebrais. Na impossibilidade de realizao de uma angiografia em tempohbil, pode-se considerar um angiotomografia ou angiorressonncia cerebrais. Considerando que o resangramento e o vaso espasmo cerebral so o maioresdeterminantes de desfecho desfavorvel, toda a ateno deve ser dada para prevenirestas situaes. O vaso espasmo cerebral uma condio muito frequentemente associada HSAe e deve ser sistematicamente monitorado atravs do Doppler transcraniano(DTC). O diagnstico definitivo do vaso espasmo e sua quantificao so feito atravsde angiografia cerebral, mas o DTC tem fundamental importncia na monitoraodestes casos.Preveno e tratamento do vaso espasmo cerebral- Nimodipina oral: 60mg, 4/4h (SNE);- Evitar hipovolemia;- Terapia dos 3 Hs (expanso de volume, induo de hipertenso e hemodiluio);- Angioplastia cerebral e/ou uso de vasodilatador intra-arterial;Medidas para prevenir resangramento: Repouso absoluto; Presso arterial deve ser monitorada e controlada levando-se em conta o risco de resangramento e a presso de perfuso cerebral (PPC); 31. Interveno cirrgica ou embolizao endovascular precoces do aneurismaroto;Tratamento de aneurismas rotos:Clipagem cirrgica ou tratamento endovascular devem ser realizados o maisprecocemente possvel para reduzir a taxa de resangramento de aneurismas apsHSAe.Aneurismas envoltos, revestidos, parcialmente clipados ou embolizados temrisco aumentado de resangramento. Obliterao completa do aneurisma o ideal,sempre que possvel.Tratamento precoce dos aneurismas reduz risco de resangramento e permiteimplementar medidas anti-vasoespasmo cerebral;Profilaxia para crises convulsivasA administrao de anticonvulsivante profiltico recomendada no perodops-hemorrgico imediato (por at 3 dias). O uso, em longo prazo, s recomendadonos indivduos com maior risco (histria de convulses prvias, hematomasintraparenquimatosos, isquemias ou aneurismas de artria cerebral mdia).Prescrio inicial HSAeDieta oral suspensa at avaliao formal da deglutio (preferencialmente porfonoaudilogo SNE se impossibilidade de VO);Monitorao contnua: PA invasiva, ECG, SatO2;Diurese: 12/12h;Cabeceira elevada a 30o;Considerar profilaxia para TVP;Proteo gstrica;Dipirona IV se Tax > 37,5oBromoprida (preferencialmente) ou Metoclopramida se nusea ou vmito;Anti-hipertensivo conforme texto;Fenitona 100mg de 8/8h;Nimodipina 60mg de 4/4h;Hidratao venosa base de SF 0,9%; 32. Anexo 2 33. Caneda MAG, Fernandes JG et. al. Arq. Neuropsiquiatr. 2006;64(3 A):690 697 34. Carolina Cincura, Octavio M. Pontes Neto, Iuri S. Neville, Henrique F. Mendes, Daniela F. Menezes,Dbora C. Mariano, et al. Validation of the National Institutes of Health Stroke Scale, ModifiedRankin Scale and Barthel Index in Brazil: The Role of Cultural Adaptation and StructuredInterviewing Cerebrovasc Dis 2009;27:119122. 35. VOC SABE COMO.COM OS PS NO CHO.EU CHEGUEI EM CASA DOTRABALHO.PERTO DA MESA DA SALA DEJANTAR.ELES O OUVIRAM FALAR NO RADIONA NOITE PASSADA.Caneda MAG, Fernandes JG et. al. Arq. Neuropsiquiatr. 2006;64(3 A):690 697 36. MAMETIP-TOPFOTO FATOTANQUERICOBERRO TRISTEPROBLEMACaneda MAG, Fernandes JG et. al. Arq. Neuropsiquiatr. 2006;64(3 A):690 697 37. Carolina Cincura, Octavio M. Pontes Neto, Iuri S. Neville, Henrique F. Mendes, Daniela F. Menezes,Dbora C. Mariano, et al. Validation of the National Institutes of Health Stroke Scale, ModifiedRankin Scale and Barthel Index in Brazil: The Role of Cultural Adaptation and StructuredInterviewing Cerebrovasc Dis 2009;27:119122.