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PUMC-UNAM5Texto escrito a mquinahttp://reporterbrasil.org.br/documentos/Dende2013.pdf
PUMC-UNAM5Texto escrito a mquinaFecha de consulta: 05/08/2013.
http://reporterbrasil.org.br/documentos/Dende2013.pdf
Expediente
Reprter Brasil - Organizao de Comunicao e Projetos Sociais
Coordenao geralLeonardo Sakamoto
Centro de Monitoramento dos AgrocombustveisMarcel Gomes (coordenao)Verena Glass (pesquisa)
Suporte FinanceiroFabiana Garcia
Suporte AdministrativoMaia Fortes
O relatrio Expanso do dend na Amaznia brasileira: elementos para uma anlisedos impactos sobre a agricultura familiar no nordeste do Par uma realizaodo Centro de Monitoramento de Agrocombustveis da ONG Reprter Brasil
AutoraVerena Glass
RevisoMarcel Gomes
FotosVerena Glass
DiagramaoGustavo Monteiro
Endereos para [email protected]://twitter.com/reporterbhttp://www.facebook.com/ONGReporterBrasil
Rua Bruxelas, 169, So Paulo - SP, CEP 01259-020 Telefones: (+55 11) 2506-6570, 2506-6562, 2506-6576 e 2506-6574
ApoioCordaidFederao de rgos para Assistncia Social e Educacional - FASE/AmazniaSigrid Rausing Trust
Copyright ONG Reprter Brasil permitida a reproduo total ou parcial da publicao, devendo citar fonte de referncia.
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ndice
Expanso do dend na Amaznia brasileira
1. Aspectos econmicos
Estudo dE cAso: pArcEriA com AgriculturA
fAmiliAr Em concrdiA do pAr
2. reordenao da produo regional
Estudo dE cAso: trAbAlho pEnoso E consumo dE drogAs
3. Aspectos ambientais
consideraes finais
notas
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A expanso do dend no nordeste do par
Apesar de constar como prioridade do Programa Nacional de Produo e Uso de Biodiesel (PNPB) para a re-gio Norte desde a sua criao em 2004, o dend (ou palma) passou a receber investimentos mais vultosos, principal-mente no estado do Par - maior estado produtor -, a partir do lanamento do Zoneamento Agroecolgico do Dend1 e do Programa de Produo de Palma de leo, em 20102.
A institucionalizao da dendeicultura amazni-ca - que j ocorre industrialmente na regio desde a dca-da de 1990 -atravs da nova regulamentao das polticas pblicas para o setor possibilitou a implementao, com o apoio financeiro do Pronaf Eco Dend3, da integrao da agricultura familiar a grandes empresas de biodiesel sob uma nova tica. Com contratos de parceria de 25 anos (de-talhado mais adiante), empresas devero se beneficiar de incentivos fiscais na produo de biodiesel atravs do Selo Combustvel Social4, enquanto pequenos agricultores so inseridos em uma nova escala de produo agroindustrial.
A participao da agricultura familiar no cultivo do dend est ampliando a rea ocupada pela cultura no Nordeste do Par, principal regio produtora do estado com 37 municpios adequados atividade, segundo o Zoneamen-to Agroecolgico do Dend. Atualmente, de acordo com da-dos da Secretaria de Agricultura do Estado do Par (Sagri), somando-se as reas prprias do setor empresarial s ocu-padas com dend na agricultura familiar, a regio contabili-za cerca de 166 mil hectares ocupados pela cultura5.
Atualmente, empresas de mdio e grande porte, como Agropalma, Biopalma Vale,Yossan, Dempasa, Mar-borges, Dentau, Petrobras/ Galp, ADM e Palmasa, alm de outras de menor envergadura, ocupam, juntas, 140 mil hectares, com perspectivas de expanso para 329 mil ha at 2020, como mostra tabela 1.
EMPRESA MUNICIPIOS REA PLANTADA (ha) CAPACIDADE INSTALADA (t) PROJETOS DE EXPANSO (ha)
Agropalma Acar, Moju e Tailandia 45.000 201 50.000
BiopalmaAbaetetuba, Acar, Concrdia do Par, Moju,
Tom Au e So Domingos do Capim42.000 40 80.000
Yossan Santa Isabel do Par 16.000 --------------------- 20.000
Denpasa Santa Brbara do Par 6.000 12 10.00
Marborges Moju 5.000 20 10.000
Dentau Concrdia do Par, Santo Antnio do Tau 4.000 ---------------------- 6.000
Petrobras/GalpMoju Tailndia, Tom-Au, Acar, Concrdia do
Par, Bujaru e Abaetetuba4.000 ---------------------- 75.000
ADM So Domingos do Capim 3.000 50.000
Palmasa Igarap Au 3.000 28 8.000
Outros 12.000 ---------------------- 20.000
Total 140.000 340 329.000
TABELA 1: PRODUO DE DEND NO PAR
Fonte: Sagri e R
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Adicionalmente s reas de dend cultivadas pela agricultura familiar antes de 2010 (cerca de 20,2 mil ha), entre aquele ano e 2012 o setor firmou, de acordo com da-dos do Banco da Amaznia (Basa, repassador dos finan-ciamentos do Pronaf Eco Dend ), 581 novos contratos de parceria, como mostra a tabela 2.
J para a safra 2012/2013, o Basa projetou o fi-nanciamento de outros 1.610 contratos entre empresas e agricultores familiares, adicionando mais 15,3 mil ha dendeicultura da regio, como mostra a tabela 3:
1. Aspectos econmicos
Como constatam os pesquisadores da Universi-dade Federal do Para (UFPA) Joo Santos Nahum e An-tonio Malcher6, a populao do plo paraense do dend composta predominantemente por ribeirinhos, quilom-bolas, agricultores familiares e trabalhadores rurais, que usam a terra como ncleo estruturante das comunidades. Segundo Nahum e Malcher, tal fato, associado viso se-torial e econmica de meio rural que prevalece nos recen-seamentos, provavelmente explica a quase invisibilidade
da produo camponesa nas estatsticas dos rgos oficiais, que insistem em reforar que as unidades familiares cam-ponesas amaznicas no tm peso econmico, so obsole-tas, irracionais economicamente.
A fragilidade, na opinio do poder pblico, dos processos produtivos da agricultura fa-miliar no Nordeste paraense tem justi-ficado os investimentos no dend como uma alternativa vivel de renda. De acordo com o programa do dend na agricultura familiar, que prev reas de 10 hectares cultivados em bases familia-res, pequenos agricultores podero obter uma renda de cerca de R$ 2 mil mensais no pico produtivo, que se estende do quinto ao 18 ano de vida das palmeiras.
Uma base de clculo de gastos e ganhos, elaborada pela Empresa Brasi-leira de Pesquisa Agropecuria (Embra-pa) em parceria com a empresa Dend do Par S.A. (Denpasa) em 2010, tem orde-nado os financiamentos do Pronaf Eco Dend do Banco da Amaznia, que atu-
almente disponibiliza at R$ 80 mil por famlia com prazo de 14 anos (prorrogveis por mais seis) para quitao dos dbitos. A estimativa das empresas que, se manejado de acordo com as indicaes tcnicas, uma famlia poder pro-
duzir de 80 toneladas de dend por ano, em 10 ha, a partir do terceiro ano, e at 280 t/ano, a partir do 10 ano7.
Na prtica, porm, os clculos apresentam algumas distores se fossem aplicados ao p da letra em 2013. Alm da inflao dos ltimos trs anos, que aumentou os custos com insumos, mo-de-obra, equipamentos de proteo in-dividual, instrumentos de tra-balho (como pulverizadores) e
horas-mquina, muitos agricultores produzem bem menos e utilizam bem mais agrotxicos, mo-de-obra e outros itens do que o previsto pela Embrapa.
Por outro lado, a produo dos dendezais no tem chegado a 280 toneladas/ano em lotes de agricultura familiar, como pode ser constatado nas experincias mais antiga da regio. Na comunidade de Araua, no municpio de Moju, por exemplo, onde cerca de 150 famlias plantam dend para a empresa Agropalma desde 2002, a produo mdia fica em torno de 200 toneladas em 10 ha, de acor-do com os produtores. Partindo-se desta experincia, a
MUNICPIOS NMERO DE FAMLIAS REA
Acara 42 420
Aurora do Par 3 30
Baio 1 10
Bujaru 1 10
Cameta 3 30
Castanhal 1 10
Concrdia do Par 16 160
Garrafo do Norte 20 200
Igarap-Au 3 30
Irituia 11 110
Mocajuba 1 10
Moju 115 1150
So Domingos do Capim 143 1.430
Tailndia 95 950
Tom-Au 126 1.260
Total 581 5.810
TABELA 2: AGRICULTORES FAMILIARES INTEGRADOS NO DEND ENTRE 2010 E 2012
Font
e: B
asa
Font
e: B
asa
EMPRESAS MUNICPIOS FAMLAS (ha) Valores (R$)
Biopalma Vale Abaetetuba \ Moju 200 2.000 16.000.000,00
Agropalma Moju 15 150 1.200.000,00
Petrobrs Igarap-Miri, Baio e Mocajuba 300 3.000 20.000.000,00
ADM do Brasil S. Domingos do Capim 1 160 1.200 12.800.000,00
ADM do Brasil S. Domingos do Capim 2 160 1.200 12.800.000,00
Belm Bioenergia Tailndia 200 2.000 16.000.000,00
Belm Bioenergia Tom-Au 100 1.000 8.000.000,00
Biopalma Vale Tom-Au \ Concrdia 300 3.000 24.000.000,00
Garrafo do Norte 60 600 4.800.000,00
Capito Poo 75 750 6.000.000,00
Nova Esperana do Piri 40 400 3.200.000,00
Total 1.610 15.300 124.800.000,00
Marborges
TABELA 3: PLANEJAMENTO PARA APLICAO DO PRONAF-ECODEND NA SAFRA 2012/2013
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possibilidade de que o ganho de uma famlia com a cultura no atinja os ndices previstos pela Embrapa real.
Diante disto, na ta-bela 4 esto listados apenas os itens referidos para o clculo de custos e rendimentos, por amostragem de ano