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Consultoras Patrícia Corsino e Hélen A. Queiroz Episódio: Quem Dançar, Dança Episódio: Quem Dançar, Dança Rap

Consultoras - TV Escola · letra com “ritmo e poesia” em forma de protesto. A dança incorporada ao RAP dá origem ao hip hop, o que deve ser evidenciado junto ao trabalho com

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ConsultorasPatrícia Corsino e Hélen A. Queiroz

Episódio:Quem Dançar, Dança

Episódio:Quem Dançar, Dança

Rap

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SINOPSE geral da série

Na segunda temporada de Chico na Ilha dos Jurubebas, nosso herói está com 8 anos e já sabe ler e escrever. Ele tem um novo amigo na escola, Reco, um game maníaco recém-chegado de Recife e que agora também passa as tardes com Chico e Ocride na estamparia do Vô Manu.

Já o velho marinheiro Manu tem novidades. Além de ampliar seus negócios, está se esforçando para perder alguns quilos e se livrar da compulsão por pão com linguiça... apesar das inevitáveis recaídas.

Na Ilha dos Jurubebas, para a infelicidade e o desespero de todos, Ozo se autoproclamou “Chefe Mala III”. Chico, Ocride, e Anabela contarão com Reco para lutar contra as ordens e as leis malucas que o tirano Ozo impõe aos Jurubebas.

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Nossa proposta é ampliar o universo cultural das crianças com

práticas lúdicas de leitura e escrita em gêneros discursivos variados. As

aventuras de Chico são compostas por episódios para televisão, página na

internet, jogos de computador e dicas pedagógicas que trazem gêneros

contextualizados em diversas situações. A série se propõe a ser um

recurso a mais para ampliar e/ou desencadear situações de ensino e de

aprendizagem relacionadas ao processo de alfabetização/letramento.

Apresentação

Agora, cabe a você, professor(a), alterar e adaptar nossas dicas a sua

realidade. Crie a partir delas situações para as crianças pensarem a língua

escrita tanto no mundo real quanto no mundo imaginado.

Boa aula! ☺

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Palavras-Chave

RAP - Poesia - Música – Oralidade - Desigualdade Social

Chico e Reco ensinam Vô Manu a cantar um rap. Na ilha, Chico, Reco e

Anabela compõem outro rap que “zoa” com os mandos e desmandos de Ozo. Os Jurubebas

acompanham dançando como num “baile charme”. Broa avisa Ozo da “Festa do Tremelique”,

que acontece na praça e o monstro acaba com a alegria de todos. Os meninos voltam à

estamparia para acudir Vô Manu. Ele tomou emprestado o iPod de Reco e ficou todo

“quebrado” de tanto dançar e cantar rap, esquecendo-se, inclusive, de tomar os remédios

prescritos por seu médico. Já na ilha, Chico e Reco encontram cartazes por todos os lados

com a mensagem ameaçadora do Monstro Ozo: “Quem dançar, dança”. Anabela, uma grande

dançarina, está desaparecida. Chico e Reco alteram os cartazes revertendo a lei que está

impedindo os Jurubebas de continuarem a dançar. Um dos cartazes agora anuncia: “Baile na

Ponte Pontuda”. Ozo se revolta e entra em desespero com a alteração dos cartazes da nova

lei, esquecendo-se de vigiar Anabela, que é libertada por Ocride. Na estamparia, Vô Manu

surpreende os meninos mandando um rap e as crianças fazem vocalizações no estilo “beat box”.

Neste episódio, os personagens se valem de um estilo musical em voga entre os jovens, o

rap, que em sua estrutura textual se aproxima da poesia e dos repentes nordestinos (usando rimas),

trazendo reivindicações, protestos, questionamentos sociais. Além de usarem uma composição

musical como instrumento de transformação no comportamento dos Jurubebas, as crianças

também alteram os cartazes espalhados pela ilha, mudando o sentido das leis de Ozo.

Sinopse do episódio3

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PrincipaisConceitos a serem trabalhados

Para abordar o RAP como gênero discursivo em um trabalho pedagógico, você, professor(a) pode começar pelo conhecimento prévio das crianças. Converse com elas sobre o RAP, veja se ouvem, cantam e dançam RAP, converse sobre a origem desse gênero poético-musical, ampliando assim esse conceito que está diretamente ligado a outros gêneros artísticos: o poema e a música.

O termo RAP significa rhythm and poetry (ritmo e poesia) e surgiu na Jamaica na década de 1960. No começo da década de 1970, este gênero musical foi levado pelos jamaicanos para os Estados Unidos, mais especificamente para os bairros pobres de Nova Iorque. Jovens de origens negras e espanholas, em busca de uma sonoridade nova, deram um significativo impulso ao RAP.

O rap tem uma batida rápida e acelerada e a letra vem em forma de discurso, muita informação e pouca melodia. Geralmente as letras falam das dificuldades da vida dos habitantes de bairros pobres das grandes cidades. As gírias dos grupos destes bairros são muito comuns nas letras de música RAP. O cenário RAP é acrescido de danças com movimentos rápidos e malabarismos corporais. Nesse sentido, a origem e o impacto

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social desse gênero devem permear as discussões e as atividades propostas em sala de aula com as crianças.

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No Brasil, vários grupos de RAP e seus artistas, os rappers, são conhecidos por sua irreverência e temáticas apresentadas nas letras, e suas performances e improvisações são, por vezes, “imitadas” pelas crianças que se identificam com esse universo. No entanto, para se realizar um trabalho pedagógico com crianças a partir desse gênero é preciso cautela ao escolher os artistas e as músicas a serem trabalhados na escola, evitando letras agressivas e impróprias.

O conceito de MC, que é o artista que canta/diz a letra do RAP, também merece atenção, já que ele é o Mestre de Cerimônias (MC), ou seja, aquele que conduz a multidão com sua performance artística, interpretando a letra com “ritmo e poesia” em forma de protesto. A dança incorporada ao RAP dá origem ao hip hop, o que deve ser evidenciado junto ao trabalho com as letras.

A trajetória do RAP no Brasil e seu diálogo com o repente nordestino podem também enriquecer a discussão e ampliar possibilidades de se conhecer esse gênero hibridizado em nossa cultura.

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Estereótipo de Rapper dentro e fora do Brasil

O Rap incorpora não só o texto e a

música, mas dança, linguagem corporal,

DJ e um público que interage com o MC

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Sugestão deAtividades

A partir do conheci-mento das crianças sobre RAP, seja o nacional ou o internacional, os professores podem buscar discutir seu cunho social e explorar suas letras que denunciam injustiças e desigualdades. A história da ori-gem do RAP, possivelmente, inte-ressará à turma, pois é um gênero popular contemporâneo, de com-por e cantar, que algumas crianças podem já ter tido contato. Enfocar a história desse movimento artís-tico-social no Brasil também aju-dará na ampliação do conceito de identidade cultural brasileira, pois os rappers brasileiros não apenas se apropriaram da cultura norte--americana, mas criaram novas formas de compor e dizer o RAP, mixando elementos da cultura afro e nordestina.

Como as composições, em geral, são grandes, nota-se a importância de trabalhar a questão

da oralidade e memória, algo muito marcante nas performances dos rappers. Ao saber um longo texto de cor, as crianças exercitam a concentração e a capacidade de se colocar em público, o que impulsiona a autoestima e a capacidade de expor ideias e opiniões.

Você, professor(a), pode propor a montagem de um mural com alguns refrãos de RAP preferidos da turma, separando-os por artistas

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Expressão esteriotipada da música e da dança como sendo

de rua, no sentido de gueto

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ou temáticas; uma atividade de escrita que pode ser proposta individualmente, em duplas, ou grupos.

O trabalho com as letras de RAP certamente incitará uma discussão sobre alguns problemas sociais que podem ser vivenciados por crianças da turma como, por exemplo, discriminação racial e social. Ainda que as crianças não vivenciem de maneira central essas questões, são temáticas que merecem muita atenção no

espaço escolar, onde os problemas sociais precisam ser debatidos e os preconceitos combatidos.

Essas discussões podem gerar novas letras escritas pelas crianças a partir de um determinado tema escolhido pela turma ou por subgrupos. Como é um trabalho de produção escrita proposto a partir de uma discussão com todas as crianças, a composição pode ser feita coletivamente, com toda a turma, ou em pequenos grupos.

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O RAP é um desabafo em forma de música.

Geralmente falam sobre questões sociais.

Gírias e expressões regionais são muito utilizadas no RAP

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As atividades propostas a partir do RAP podem durar entre 2 e 3 semanas, considerando no planejamento o tempo para pesquisa sobre o gênero, discussão sobre as letras, produção escrita e preparação das apresentações.

Duração das atividadesSugeridas

Por fim, a proposta de uma apresentação com as novas letras, acrescidas dos ritmos e sons peculiares a esse gênero que as crianças podem improvisar com o próprio corpo, usando as mãos e a boca, pode gerar um entusiasmo ainda maior na turma. Essa etapa inclui ensaios coordenados por você, professor(a), e a mobilização de toda a escola e também das famílias, para que os “artistas” se sintam prestigiados, o que vai contribuir para a autoestima e enriquecimento cultural das crianças.

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As crianças são as primeiras a incorporar os gestos e a linguagem usada na dança e na música do hip hop e do rap

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Avaliação O trabalho com esse gênero discursivo que transita entre poesia e música de protesto deve ser avaliado a partir das discussões sobre questões sociais, compreendendo que as produções artísticas fazem parte de um movimento artístico-social que busca discutir as desigualdades e injustiças sociais. As propostas pedagógicas devem dar vez e voz às crianças para exporem ideias e opiniões através da arte. A mobilização da turma para essas questões, certamente, merece ser o foco principal na avaliação do desenvolvimento desse trabalho pedagógico, não se encerrando nas apresentações artísticas das crianças, mas, sobretudo, abrindo espaço reflexivo em toda a comunidade escolar.

Criar uma batalha de RAP com composições

das crianças e convidar as famílias para

participar

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Sugestão de Ampliações

Para ampliar o conceito de RAP, explorar os artistas que unem RAP e repente no Brasil, evidenciando assim as criações e apropriações dos artistas brasileiros no cenário mundial desse gênero que foi tão polêmico na década de 1990, quando chega ao nosso país. Para além da linguagem jamaicana e norte-americana, os brasileiros inseriram elementos da nossa cultura e dos nossos problemas sociais, portanto, merecem um enfoque especial.

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Gabriel - O Pensador

Mano Brown

Emicida

Rappin Hood

Marcelo D2

MV Bill

Sabotage

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Sugestões de Leitura

VAZ, Sérgio. Literatura, pão e poesia. Editora Global.

YOSHINAGA, Gilberto. Nelson Triunfo: do sertão ao hip hop. Editora: Shuriken Produções / LiteraRUA.

http://www.tvbrasil.ebc.com.br/estacao-periferia/episodio/rap-e-repente

http://www.suapesquisa.com/rap/

Vídeos sobre RAP e repente na internet

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1212Ficha técnicaDireção Geral

Bebeto AbrantesProdução ExecutivaJussara Precioso

RoteirosPedro Salomão

Juliana MilheiroConteúdo de Língua Portuguesa –

ConsultorasPatrícia CorsinoHélen Queiroz

Direção de AnimaçãoDiogo Viegas

Produção de AnimaçãoRamon Vasconcellos

Desenho Sonoro & MúsicasPedro Cintra

EdiçãoWellington AnjosDireção Estúdio

Gabriel EdelDireção Documentais

Tatiana OstrowerDireção de Fotografia & Câmera

Marcelo PaternosterDireção de Produção

Cris Amorim

ElencoVÔ MANU

Ademir de SouzaCHICO

Gabriel LimaRECO

Nathan Alves RossetoANABELA

Érica Pires

FinalizaçãoCoordenação e Produção de

FinalizaçãoJussara Precioso

Assistência de EdiçãoNatália Santana

Edição de SomWellington Anjos

VideografismoInova FilmesFábio Araújo

MixagemRodrigo de Castro Lopes

Correção de CorWellington Anjos

Intérprete de LIBRASIsaac Gomes

Design GráficoMariana Vieira

DubladoresAnabela

Maíra GóesLucrão

Ricardo SchnetzerMonstro Ozo

Luiz Carlos PersyOcride

Marcelo GarciaDireção de Dublagens

Paulo VignoloTécnico de Gravação Dublagens

Allan ArnoldEstúdio DublagensEstúdio Gigavoxx

AnimaçãoSupervisão de Storyboard

Diogo ViegasStoryboards

Alessandro MonneratDiogo Viegas

Márcio de CastroRafael SchmidtRaphael Jesus

Direção de Arte e Design de PersonagensDiogo Viegas

LayoutMário ProençaRafael Schmidt

Cenários e Supervisão de CorMário Proença

Assistência de ColorizaçãoDiego Luis

Elementos de CenaJ. Luiz Bellas Jr.

Composição Setup 2D e ediçãoRamon Vasconcellos

RiggingAlessandro Monnerat

AnimadoresFelippe Steffens

Leonardo BentolilaJoão RicardoMaria Amélia

Sussumu TogoApoio Estúdio de Animação

2DLAB

Site & JogosGame Design & Arte

Rodrigo MottaWebdesign

Rodrigo Motta Dayvid MendesAnimação & Arte

José Trigueiro JuniorProgramaçãoAleff GhimelDiego GalizaSound DesignAndré Tolsen

Desenvolvimento Games & SiteKaipora Digital

TV ESCOLA Coordenação de EducaçãoVera Franco de Carvalho

Acompanhamento PedagógicoHenrique Polidoro

Coordenação de ProduçãoDaniela Pontes

Coordenação de MultimídiaRafael Mesquita

Produção Executiva do ProjetoDaniela PontesRafaela Camelo

Supervisão Multimídia do ProjetoDaniela PontesRafaela CameloRafael Mesquita

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tvescola.org.br

PRODUÇÃO REALIZAÇÃO