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Consumo alimentar de adolescentes com sobrepeso eobesidade, estudantes de escolas pública e privadado Município de Cotia - SP

 Alimentary consumption of adolescents with overweight and obesity, students of  public and private schools of the Municipality of Cot ia - SP 

Simone Hernandes Campos Maria

Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário São Camilo. Tenente nutricionista do Hospital da Aeronáutica de São Paulo.

Cibele Cardoso DannaGraduada em Nutrição pelo Centro Universitário São Camilo.

Lúcia Maria BrancoEliana Cristina de Almeida

Maria Aparecida Zanetti PassosElisabete Souza

Especialistas e mestrandas pelo Departamento de Pediatria - Unifesp/EPM.

Isa de Pádua Cintra

Professora adjunta do Centro de Apoio e Acompanhamento do Adolescente (CAAA). Unifesp/EPM 

Mauro Fisberg

Professor adjunto e chefe do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Disciplina deEspecialidades Pediátricas do Departamento de Pediatria da Unifesp/EPM. Coordenador do Centro de

Estudos Aplicadas à Saúde da Universidade São Marcos. Diretor da Nutrociência Assessoria em Nutrologia.

Pediatria Moderna Mar/Abr 06 V 42 N 2

Indexado LILACS LLXP: S0031-39202006004500002

Unitermos: ado lescente, sobrepeso , obes idade, consumo a limentar.

Unterms: adolescent, overweight, obe sity, alimentary consumption.

SumárioObjetivo: Avaliar quantitativa e qualitativamente o consumo alimentar deadolescentes com sobrepeso e obesidade, estudantes de escolas pública e privadado Município de Cotia. Casuística e métodos: Estudo transversal com 67estudantes (55,2% do sexo feminino) de 10 a 18 anos, que preencheram umregistro de consumo alimentar de três dias alternados e responderam a umapergunta fechada sobre a prática de dieta para perda de peso. Utilizou-se osoftware Nutwin para obter valores de energia e macronutrientes, analisando-ossegundo DRIs/2002. Para avaliação qualitativa foram determinadas refeiçõespadrão e freqüências de alimentos. Resultados: População homogênea quanto aosexo e à escola, sendo 64,2% com consumo abaixo das necessidades energéticas,

dos quais 27,9% realizavam dieta para perda de peso, predominando o sexofeminino e a escola privada. Quanto aos macronutrientes, 85,1%, 62,7% e 98,5%apresentaram valores dentro da faixa de recomendação para carboidrato, lipídeo eproteína, respectivamente. A refeição menos praticada foi o desjejum. Notou-sesubstituição do almoço e do jantar por lanches, salgados e pizzas. Durante operíodo escolar, 58,2% dos adolescentes consumiram alimentos da cantina, sendo

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a maioria da escola pública. Conclusão: A alimentação dos adolescentes édesequilibrada quantitativamente, principalmente quanto à energia, equalitativamente, como um todo, devendo-se intervir precocemente por meio deeducação nutricional, visando sua saúde futura.

SumaryObjective: To evaluate, quantitative and qualitatively, the food intake of adolescents with overweight and obesity, all of hem students of public and private

schools in the city of Cotia, SP, Brazil.

Metodology: Transversal study comprising 67 students (55.2% females) aged 10to 18 years, who had filled in a food intake register of 3 alternating days andanswered a closed question on the use of a weight loss diet. The Nutwin softwarewas used to get energetic and macronutrient values, which were analysedaccording to DRIs/2002. For qualitative evaluation, standard meals and theirfrequencies had been determined.

Results: Homogeneous population, as regards sex and school, 64.2% with foodintake below their energetic needs, of which 27.9% were on a weight loss diet,mainly of the female sex and private school. As to macronutrients, 85.1%, 62.7%

and 98.5% presented values in the recommended range for carbohydrates, lipidsand proteins, respectively. The less practiced meal was breakfast. It was notedthat lunch and dinner were often replaced by snacks and pizzas. During theschooling period, 58.2% of the adolescents had consumed canteen food, themajority of them from public school.

Conclusion: Adolescent nutrition is qualitatively unbalanced, particularly as regardsthe energetic requirements and qualitatively as a whole, which points to the needfor an early intervention, by means of nutritional education, keeping in mind thefuture health of these youngsters.

Numeração de páginas na revista impressa: 69 à 77

Resumo

Objetivo: Avaliar quantitativa e qualitativamente o consumo alimentar deadolescentes com sobrepeso e obesidade, estudantes de escolas pública e privadado Município de Cotia. Casuística e métodos: Estudo transversal com 67estudantes (55,2% do sexo feminino) de 10 a 18 anos, que preencheram umregistro de consumo alimentar de três dias alternados e responderam a umapergunta fechada sobre a prática de dieta para perda de peso. Utilizou-se osoftware Nutwin para obter valores de energia e macronutrientes, analisando-ossegundo DRIs/2002. Para avaliação qualitativa foram determinadas refeiçõespadrão e freqüências de alimentos. Resultados: População homogênea quanto aosexo e à escola, sendo 64,2% com consumo abaixo das necessidades energéticas,dos quais 27,9% realizavam dieta para perda de peso, predominando o sexofeminino e a escola privada. Quanto aos macronutrientes, 85,1%, 62,7% e 98,5%apresentaram valores dentro da faixa de recomendação para carboidrato, lipídeo eproteína, respectivamente. A refeição menos praticada foi o desjejum. Notou-sesubstituição do almoço e do jantar por lanches, salgados e pizzas. Durante operíodo escolar, 58,2% dos adolescentes consumiram alimentos da cantina, sendoa maioria da escola pública. Conclusão: A alimentação dos adolescentes édesequilibrada quantitativamente, principalmente quanto à energia, equalitativamente, como um todo, devendo-se intervir precocemente por meio de

educação nutricional, visando sua saúde futura.Introdução

A adolescência é considerada uma fase vulnerável em termos nutricionais,principalmente pelo fato de haver maior demanda de nutrientes relacionada ao

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aumento dramático no crescimento e desenvolvimento físicos, mudança de estilode vida e hábitos alimentares inadequados, afetando a ingestão e a necessidadede nutrientes. Além disso, a participação em esportes, a gravidez, odesenvolvimento de distúrbios da alimentação, a realização excessiva de dietas, ouso de álcool e de drogas são situações comuns na vida dos adolescentes,podendo comprometer mais ainda o seu estado nutricional (Mahan & Scott-Stump,2002).

As intensas transformações físicas, psíquicas e sociais ocorridas nesta fase

acabam por influenciar o comportamento alimentar. Assim, o adolescente se tornasuscetível às preferências alimentares, que podem acarretar hábitos inadequadose deficiências nutricionais (Gama, 1999).

Os hábitos alimentares se criam na ocasião em que o adolescente valoriza cadavez mais a sua independência e se torna responsável pelo seu próprio consumoalimentar. Nota-se que ele tende a estabelecer associação negativa com osalimentos saudáveis e positiva com os alimentos de baixo valor nutriticional(Jacobson, 1998; Oliveira & Escrivão, 2001).

Segundo Fisberg et al. (2000), os principais problemas detectados na alimentação

dos adolescentes são:· Omissão de refeições, principalmente o café da manhã, o que pode levar a ummenor rendimento escolar;· Substituição das principais refeições (almoço e jantar) por lanches,principalmente quando este é o hábito familiar;· Alta ingestão de refrigerantes (aproximadamente um litro por dia);· Alimentos com alta densidade calórica (normalmente salgados fritos, bolachasrecheadas, chocolate e alto consumo de balas, diariamente);· Baixa ingestão de frutas e hortaliças.

Sabe-se que, durante o período de pico de velocidade de crescimento, os

adolescentes freqüentemente precisam consumir maiores quantidades dealimentos, sendo capazes de utilizá-los com alta concentração de energia.Entretanto, eles precisam ser mais cuidadosos com a freqüência da alimentaçãoquando o crescimento tiver cessado. O hábito de alimentar-se em excesso,adotado durante a adolescência, pode finalmente contribuir para uma série dedoenças debilitantes, assim como para o sobrepeso e a obesidade (Mahan & Scott-Stump, 2002).

Segundo Dietz (1997), a adolescência pode ser um dos períodos críticos dodesenvolvimento em que mudanças fisiológicas aumentam o risco de obesidade ede sua persistência futura, pois durante a puberdade se estabelece o padrão degordura corporal, caracterizado pelo aumento da quantidade e redistribuição degordura.Pode-se dizer que os fatores causais da obesidade estão ligados ao excesso deenergia proveniente do consumo de alimentos ricos em carboidratos e gorduras, aoreduzido gasto, devido ao sedentarismo, ou às alterações na regulação destebalanço energético (Oliveira & Escrivão, 2001; Monteiro et al., 1995).

No decorrer dos últimos decênios a at ividade física em adolescentes diminuiu,enquanto o consumo de alimentos permaneceu, tendo como conseqüênciainevitável o aumento da predominância do sobrepeso e da obesidade (Jacobson,1998).

Segundo estimativas do IBGE (2001), o número de pessoas obesas está em 60milhões, sendo que em algumas capitais está havendo um crescente aumento daprevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de 6 a 18 anos (Cintra,Oliveira & Fisberg, 2001).

Atualmente, a obesidade constitui problema de difícil solução. Verifica-se que

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cerca de 80% dos adolescentes obesos tornam-se adultos obesos. Na infância eprincipalmente durante a adolescência a obesidade deve ser encarada com muitaseriedade, pois é nessa fase que realmente se pode ajudar o paciente a corrigireventuais falhas. Entretanto, os programas terapêuticos realistas, educacionais ecompletos são raros. Dessa forma, o adolescente obeso permaneceráprovavelmente obeso pelo resto da vida (Sichieri, 1999; Saito, 1994; Mahan & Scott-Stump, 2002).

Os distúrbios nutricionais já em idades precoces estão geralmente associados ao

aparecimento e desenvolvimento de fatores de risco que podem predispor osadultos à maior incidência de distúrbios metabólicos e funcionais. Hábitosalimentares inadequados na adolescência podem ser fatores de risco para apresença de doenças crônicas não transmissíveis, tanto na vida atual como nafutura (Guedes & Guedes, 1998; Mendes et al., 2001).

Após estudo com 320 adolescentes obesos do município de São Paulo, observou-se um risco aumentado de morbimortalidade para certas moléstias, como doençacardiovascular, diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia e alguns tipos de câncer(Oliveira & Escrivão, 2001). Nos últimos anos se verifica um aumento significativode doenças associadas à obesidade em escolares mais jovens, com maior número

de crianças e adolescentes apresentando complicações cardiovasculares emidades mais precoces (Fisberg, 2004).

A prevenção primária para o controle da obesidade está no controle alimentar naadolescência. Atitudes propostas para o controle objetivo da obesidade devem serorientadas para conscientização global da população, com medidas para corrigirdistúrbios alimentares que podem predispor ao desencadeamento da doença (Silva& Palhares, 1999).

Visto que a obesidade é uma alteração nutricional em ascensão no mundomoderno, com sérias repercussões na saúde, na vida adulta, torna-se fundamentalconhecer o consumo alimentar de adolescentes com sobrepeso e obesidade, com

o intuito de incentivar hábitos e estilo de vida que propiciem saúde, alimentação enutrição adequadas.

Casuística e métodos

Este estudo é do tipo transversal e foi realizado em duas escolas de EnsinoFundamental e Médio, sendo uma pública e outra privada, localizadas no municípiode Cotia - SP.

A partir de dados previamente coletados para verificar o perfil antropométrico dosestudantes de Cotia, sortearam-se duas escolas, em que seriam verificados operfil alimentar dos estudantes classificados como apresentando excesso de peso.

A população de estudo foi composta por 67 alunos de ambos os sexos, na faixaetária de 10 a 18 anos, que apresentavam sobrepeso e obesidade, segundo aclassificação da World Health Organization (WHO, 1995), utilizando os parâmetrosestabelecidos por Must et al (1991).

Do total de adolescentes estudados, 33 (49,3%) e 34 (50,7%) pertenciam àsescolas pública e privada, respectivamente. Em relação ao sexo, 37 (55,2%) eramdo sexo feminino, sendo 19 (51,4%) na rede pública e 18 (48,6%) na rede privada,e 30 (44,8%) eram do sexo masculino, dos quais 14 (46,7%) eram da rede públicae 16 (53,3%) da rede privada.

Para verificar o consumo alimentar dos adolescentes, primeiramente foi realizadoum inquérito alimentar, utilizando-se o método de registro do consumo dealimentos. Para tanto, foi entregue a cada aluno um impresso contendoorientações para o preenchimento e um modelo a ser seguido, de acordo com osperíodos escolares, sendo estes matutino e vespertino. Neste mesmo impresso

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havia uma pergunta fechada sobre a realização de dieta.

Orientou-se para que o aluno anotasse tudo o que comesse e bebesse durantetrês dias não consecutivos, sendo estes dias determinados como 3ª feira, 5ª feirae sábado, visando uma padronização. Os horários de cada refeição seriamanotados e o aluno deveria especificar o alimento consumido, a forma depreparação e a quantidade, bem como se foi ou não consumido na cantina.

Para análise quantitativa dos alimentos consumidos se utilizou o software Nutwin -

Programa de Apoio à Nutrição, versão 1.5 (Anção et al., 2002), desenvolvido peloDepartamento de Informática em Saúde da Universidade Federal de São Paulo.

Para os alimentos e/ou preparações que não constavam no banco de dados dosoftware, as informações quanto aos nutrientes presentes e ao tamanho dasporções consumidas foram retiradas de rótulos dos produtos. No caso dosalimentos e/ou preparações possuírem mais de uma variação (por exemplo, marcascomerciais diferentes), optou-se por aqueles com maior número de informaçõesquanto aos aspectos nutricionais.

Para análise dos valores de energia se utilizaram as DRIs, estabelecidas pela

National Academy Press (NAP, 2002), de acordo com as seguintes fórmulas:Sexo masculino:Energia (Kcal) = 88,5 - [61,9 x Idade] + Atividade física x [26,7 x Peso (Kg) + 903x Altura (m)] + 25Sexo feminino:Energia (Kcal) = 135,3 - [30,8 x Idade] + Atividade física x [10,0 x Peso (Kg) +934 x Altura (m)] + 25

Estipulou-se o fator atividade física como 1,13 para o sexo masculino e 1,16 parao feminino, uma vez que os adolescentes apresentavam como atividade física,somente a educação física presente no currículo escolar.

De acordo com a maioria das pesquisas, considerou-se como consumo dentro dasnecessidades energéticas aqueles indivíduos que apresentassem entre 80% e120% de energia.

Para avaliar a proporção dos macronutrientes em relação ao valor energéticorecomendado, utilizaram-se as DRIs estabelecidas pela National Academy Press(NAP, 2002): carboidrato - 45% a 65%, lipídeo - 25% a 35% e proteína - 10% a30%.

Para a avaliação qualitativa do consumo alimentar dos adolescentes houve adeterminação de três refeições padrão, desjejum, almoço e jantar, as quaisdeveriam ser constituídas, em pelo menos dois dias de registro, de alimentosfontes de carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais.

Visando analisar a freqüência dos alimentos consumidos pelos adolescentes,considerou-se que o alimento que estivesse presente em um dia de registrosignificaria um consumo de um a dois dias na semana; em dois dias de registro umconsumo de três a quatro dias na semana; e em três dias de registro um consumodiário.

A análise estatística foi realizada por meio do software SPSS 10.0. Para avaliar sehouveram diferenças significativas entre as variáveis aplicaram-se testes não

paramétricos, por duas variáveis independentes (Mann-Whitney), considerandoestatisticamente significativo quando o valor de p menor que 0,05.

Resultados e discussão

Verificou-se que a população de adolescentes estudados é homogênea para

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ambos os sexos e que não há diferenças estatisticamente significativas entre asescolas (p > 0,05).

Os resultados concernentes à ingestão energética mostraram que a maioria dosadolescentes apresentou consumo abaixo das necessidades energéticas, havendoum equilíbrio entre as escolas e os sexos. O consumo de energia entre 80% e120% foi semelhante em ambas as escolas, no entanto foi mais prevalente no sexofeminino (76,5%). O consumo acima de 120% foi verificado somente na escolapública, sendo igualmente distribuído entre os sexos (Figura 1).

O fato de haver um consumo de energia abaixo de 80% pode estar relacionado àprática de dieta para perda de peso entre os adolescentes ou à omissão daingestão de certos alimentos ou da quantidade destes no preenchimento doregistro de consumo de alimentos, o que é comum por se tratar de adolescentescom sobrepeso e obesidade. Vários estudos realizados por nosso grupo mostramesta subestimativa do alimento realmente consumido.

O consumo de energia ac ima de 120%, apresentado por alguns adolescentes daescola pública, pode agravar com o avançar da idade o excesso de peso, bemcomo as suas conseqüências. É importante que as necessidades de energia desta

fase sejam cumpridas, uma vez que sua não observação poderá causar prejuízosao crescimento e ao desenvolvimento, nesta fase em que estão bastanteacelerados (Jacobson, 1998).

Figura 1 - Porcentagem de adolescentes, segundo os percentuais de energia.Município de Cotia, 2003.

Figura 2 - Freqüência de prática de dieta, segundo os percentuais de energia, osexo e a escola. Município de Cotia, 2003.

A freqüência da prática de dieta encontrada em adolescentes com consumo deenergia abaixo de 80% foi de 27,9%, sendo a maioria (66,7%) do sexo feminino. Amaior freqüência da prática de dieta entre as adolescentes também foi verificadapor Fonseca, Sichieri & Veiga (1998), os quais relataram que 62,4% dasadolescentes com sobrepeso realizavam dieta. Verificou-se, também, que a prática

de dieta foi maior na escola privada, em ambos os sexos, quando comparada àescola pública, sendo esta diferença estatisticamente significativa (p=0,012)(Figura 2).

Esses dados sugerem que quanto melhor a condição socioeconômica da família,

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maior o risco dos adolescentes desenvolverem comportamentos que impliquem emprivações alimentares, em busca do corpo "ideal". Essa situação é favorecida,provavelmente, pelo maior acesso às revistas que ditam recomendações paracontrole de peso, como também pela possibilidade de adesão às mesmas. Alémdisso, o fato de pessoas próximas na família fazerem dieta (mãe, irmãos etc.) podecontribuir para que o adolescente siga o mesmo caminho (Gama, 1999).

É importante ressaltar que apenas quatro adolescentes do sexo masculino daescola privada relataram estar fazendo dieta para perda de peso, sendo que os

mesmos apresentaram um consumo de energia entre 80% e 120%. Isto poderia ser justificado por um conceito distorcido em relação à dieta.

Quanto aos carboidratos, o consumo abaixo de 45% diz respeito somente aadolescentes do sexo feminino da escola privada. Destas, 5 (71,4%) realizavamdieta, associando a esta uma baixa ingestão de carboidratos. Já o consumo acimade 65% se refere a adolescentes do sexo masculino da escola pública (Figura 3).

Salienta-se que este nutriente é uma importante fonte de energia para o corpo eque, se não estiver presente em quantidades adequadas, outros nutrientesdesempenharão o seu papel, prejudicando o crescimento e o desenvolvimento dos

indivíduos. Além disso, sabe-se que nesta fase da vida a atividade física podeestar presente e que o carboidrato é o principal nutriente para o exercício(Demonte, 1998).

Em relação aos lipídeos, o consumo abaixo de 25% foi bem maior na escola pública(24,2%), em relação a escola privada (11,8%), sendo que naquela houve umequilíbrio entre os sexos (50%) e nesta um predomínio do sexo masculino (75%).Em torno de 20% de adolescentes do sexo feminino e 7% do sexo masculino, deambas as escolas, apresentaram um consumo acima de 35%. No geral, o consumoabaixo de 25% foi maior no sexo masculino (58,3%) e o consumo acima de 35%,mais elevado no sexo feminino (84,6%) (Figura 3).

Figura 3 - Porcentagem de adolescentes, segundo os percentuais demacronutrientes. Município de Cotia, 2003.

Figura 4 - Porcentagem de adolescentes, segundo o consumo de alimentos nodesjejum, almoço e jantar. Município de Cotia, 2003.

A alta prevalência do consumo de lipídeos pelas adolescentes de ambas as escolaspode não somente agravar a obesidade, mas também contribuir para o

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aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis, principalmente se estehábito persistir na vida adulta (Mendes et al., 2001).

O alto consumo de lipídeos pode estar associado às frituras, sendo esta a formade preparo mais freqüentemente consumida pelos adolescentes estudados,correspondendo a 88,1%. Em ambas as escolas se observou maior freqüência deadolescentes que consomem preparações fritas de três a quatro vezes na semana.Em relação ao consumo diário de frituras, a freqüência entre os adolescentes naescola pública foi maior quando comparada à da escola privada.

A respeito das proteínas, somente um (1,5%) adolescente apresentou consumoinferior a 10%, sendo este do sexo masculino e da escola pública. Não foiverificado um consumo acima de 30% entre os adolescentes (Figura 3).

O consumo de proteínas dentro das necessidades energéticas está maisrelacionado ao consumo de carnes, o que foi verificado em todos os inquéritosalimentares analisados. Priore (1998), em estudo com 319 adolescentes domunicípio de São Paulo, reporta que 97,5% dos adolescentes citaram haveringerido carnes no recordatório de 24 horas, porcentagem esta muito próxima àdeste estudo.

É importante enfatizar que o organismo dos adolescentes que apresentaram umconsumo de carboidratos abaixo de 45% pode estar utilizando a proteínaerroneamente, pois este nutriente pode estar sendo desviado de sua funçãoprincipal para gerar energia (Kazapi et al., 2001).

Quanto ao café da manhã, verificou-se que 48 (71,6%) adolescentes realizaramesta refeição consumindo algum tipo de alimento, sendo que destes, 7 (14,6%)consumiram os alimentos conforme o padrão. Constatou-se que 19 (28,4%)adolescentes não consumiram nenhum alimento nesta refeição (Figura 4).

A prática dos adolescentes de não realizarem o café da manhã ou de não fazê-lo

corretamente inviabiliza a elevação da glicemia necessária às atividades matinais epode contribuir para uma possível deficiência de cálcio, visto ser nesta refeiçãoque se encontram mais alimentos ricos neste mineral.

Observou-se que para os alimentos fontes de carboidratos, vitaminas, minerais efibras prevaleceu o consumo de uma a duas vezes na semana, enquanto que paraos alimentos fontes de proteínas predominou o consumo diário. Embora isso tenhaocorrido, a porcentagem de adolescentes que não consumiram estes alimentostodos os dias foi elevada (53,5%). O consumo dos alimentos ricos em carboidratospor três a quartro vezes na semana foi baixo, o que contribuiu, em grande parte,para a não realização do café da manhã padrão.

Em relação ao almoço, verificou-se que 66 (98,5%) adolescentes realizaram estarefeição consumindo algum tipo de alimento. Destes, 20 (30,3%) substituíram arefeição por lanches, salgados ou pizzas e 8 (12,1%) consumiram os alimentosconforme o padrão. Observou-se que um adolescente (1,5%) não consumiunenhum alimento nesta refeição (Figura 4).

No que se refere ao jantar, verificou-se que 64 (95,5%) adolescentes realizaramesta refeição consumindo algum tipo de alimento. Destes, 41 (64,1%) substituírama refeição por lanches, salgados ou pizzas e 6 (9,4%) consumiram os alimentosconforme o padrão. Observou-se que 3 (4,5%) adolescentes não consumiramnenhum alimento nesta refeição (Figura 4).

Tanto no almoço quanto no jantar, notou-se que para todos os alimentos fontesprevaleceu o consumo de uma a duas vezes na semana. O consumo de alimentosricos em vitaminas, minerais e fibras de três a quatro vezes na semana foi baixo, oque em muito contribuiu para a não realização destas refeições conforme opadrão.

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A ingestão de refrigerantes, apontada no café da manhã por 2 (3,0%)adolescentes, no almoço por 32 (47,8%) e no jantar por 30 (44,8%) pode estarcontribuindo para a obesidade, apesar do consumo encontrado ser consideradohabitual entre os adolescentes. Dos 64 adolescentes, 6 (9,4%) reportaram tomarrefrigerantes diet ou light, o que pode reforçar o conceito distorcido de dieta,visto serem consumidos com alimentos altamente calóricos, como pizzas e lanchesde "fast food", entre outros.

A grande preocupação com o consumo habitual de refrigerante é a substituição dealimentos de maior valor nutricional, como leite e/ou suco natural.

Um estudo com 724 adolescentes do município de São Paulo mostrou que cerca de30% apresentaram consumo inadequado de frutas e hortaliças (Gama, 1999). Nopresente estudo, a porcentagem encontrada foi mais que o dobro, correspondendoa aproximadamente 70%. Porém, é importante frisar que houve consumo de frutase hortaliças pelos adolescentes estudados, sendo isso pouco comum nestapopulação.

Nota-se que há um maior consumo de lanches e salgados no jantar, quando

comparado ao almoço. Isso se deve à troca de uma refeição completa por outra,mais rápida. A menor ingestão de arroz e feijão no jantar reforça a idéia de queeste está sendo substituído por lanches.

No presente estudo se verificou que a refeição menos praticada foi o café damanhã, diferentemente do estudo de Priore (1998), o qual relata como sendo o

 jantar.

A ingestão de pelo menos uma refeição padrão foi observada em 21 (31,3%)adolescentes. Duas refeições padrão foram informadas por 6 (9,0%) adolescentes,sendo em 4 casos (66,7%) o café da manhã e o jantar e em 2 (33,3) almoço e

 jantar. Três refeições padrão não foram realizadas por nenhum adolescente.

Em estudo realizado por Gambardella, Frutuoso & Franchi (1999), com 153adolescentes de escolas públicas da região de Santo André - SP, verificou-se que45% dos adolescentes realizavam o café da manhã padrão. Neste, porém, não foiconsiderado o consumo de alimentos fontes de vitaminas, minerais e fibras, osquais foram relatados por apenas 7% dos adolescentes, metade do que foiobservado no presente estudo.O mesmo estudo mostrou que o almoço e o jantar padrão foram verificados em76% e 53% dos adolescentes, respectivamente, sendo estas porcentagens muitosuperiores às encontradas nos adolescentes por nós estudados.

Durante o período escolar, 39 adolescentes (58,2%) consumiram alimentosprovenientes da cantina, sendo 15 (38,5%) da escola privada e 24 (61,5%) daescola pública. Na escola privada houve predomínio do sexo masculino (53,3%) ena escola pública do sexo feminino (58,3%). Dentre os alimentos consumidos sedestacam na escola privada bala, chiclete, croissant, pastel e cachorro quente,enquanto que na escola pública a bala, o pirulito e o salgadinho industrializado.

Após a análise quantitativa e qualitativa do consumo, pode-se afirmar que aalimentação destes adolescentes não é equilibrada. Visto ser uma população comsobrepeso e obesidade, deve-se intervir precocemente, visando à saúde futura.Para tanto, a correção das distorções observadas no hábito alimentar sãoextremamente importantes, tornando o trabalho de educação nutricional um

instrumento valioso para alertar e orientar o adolescente das conseqüências daobesidade.

Page 10: Consumo Alimentar de Adolescentes Com Sobrepeso e Obesidade, Estudantes de Escolas Pública e Privada Do Município de Cotia - SP

7/23/2019 Consumo Alimentar de Adolescentes Com Sobrepeso e Obesidade, Estudantes de Escolas Pública e Privada Do M…

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