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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS ANIMAIS
CURSO DE ZOOTECNIA
IONARA DÁRCYA LIMA DA COSTA
CONSUMO DE NUTRIENTES POR CORDEIROS ALIMENTADOS COM
CAULE DE MAMOEIRO EM SUBSTITUIÇÃO AO SORGO NA ENSILAGEM
MOSSORÓ-RN
2020
IONARA DÁRCYA LIMA DA COSTA
CONSUMO DE NUTRIENTES POR OVINOS ALIMENTADOS COM CAULE
DE MAMOEIRO EM SUBSTITUIÇÃO AO SORGO NA ENSILAGEM
Monografia apresentada a Universidade
Federal Rural do Semi-Árido como
requisito para obtenção do título de
Bacharel em Zootecnia.
Orientadora: Profª. Drª. Liz Carolina da
Silva Lagos Cortes Assis
Co-orientadores: Prof. Dr. Hilton Felipe
Marinho Barreto e Profª. Drª. Cicília
Maria Silva de Souza
MOSSORÓ-RN
2020
© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteiraresponsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leisque regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n°9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectivaata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a)sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.
O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Institutode Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecasda Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informaçãoe Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos deGraduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
C837 c
COSTA, IONARA DARCYA LIMA DA. CONSUMO DE NUTRIENTES POR CORDEIROSALIMENTADOS COM CAULE DE MAMOEIRO EM SUBSTITUIÇÃOAO SORGO NA ENSILAGEM / IONARA DARCYA LIMA DACOSTA. - 2020. 32 f. : il.
Orientador: Liz Carolina da Silva Lagos Cortes Assis. Coorientador: Hilton Felipe Marinho Barreto. Monografia (graduação) - Universidade FederalRural do Semi-árido, Curso de Zootecnia, 2020.
1. Alimentação alternativa. 2. ovinos. 3. ganhode peso. 4. consumo de água. 5. silagem. I.Assis, Liz Carolina da Silva Lagos Cortes ,orient. II. Barreto, Hilton Felipe Marinho , co-orient. III. Título.
AGRADECIMENTOS
À Deus, meu amado pai e amigo. Por ter me dado forças e esperança nos momentos
difíceis e por nunca ter me desamparado, iluminando meu caminho e me mostrando sempre
que existe um propósito para tudo.
Aos meus pais, Ednelvia Maria e Uede Costa, pelo amor, incentivo e por sempre ter
batalhado para me dar uma boa educação e me manter em outra cidade, mesmo quando as
situações eram difíceis. Ao meu irmão, José Hilário, que sempre torceu por mim. Todas as
minhas conquistas, essa e as próximas, serão para e por vocês.
Ao meu noivo, Roberto Rabelo, pelo carinho, amor, paciência, por estar presente em
todos os momentos e por ter sido meu apoio e maior incentivador. Obrigado por sonhar os
meus sonhos e sempre acreditar em mim, essa conquista é nossa.
Aos meus sobrinhos do coração, Maria Geovana e João Guilherme, que a cada olhar,
sorrisos e abraços me faziam esquecer de todos os problemas e me enchia de amor e
esperança para enfrentar os dias difíceis, amo vocês.
A minha orientadora e amiga, profª. Drª. Liz Carolina da Silva Lagos Cortes Assis,
pelos ensinamentos compartilhados na sala de aula e na vida. Por estar sempre disponível a
me ouvir e pelas orientações ao conduzir este trabalho. Eu sempre tive a certeza que seria
você que faria parte desse momento, obrigado pelos ensinamentos, conselhos e cuidado.
Ao meu co-orientador prof. Dr Hilton Felipe Marinho Barreto e minha co-orientadora
profª. Drª Cicília Maria Silva de Souza, pela oportunidade de participar do projeto, pela
paciência, amizade, dedicação, incentivo e disponibilidade em sempre me ajudar. Pelos seus
valiosos ensinamentos profissionais que foram essenciais para desenvolvimento desse
trabalho. A vocês minha gratidão e toda minha admiração.
Ao IFRN, pela oportunidade de crescimento acadêmico e por ter mais uma vez aberto
as portas e participado da minha vida acadêmica. À equipe do Núcleo Experimental de
Pequenos Ruminantes (NUTRISA), pelo apoio e desempenho na execução das atividades,
vocês foram fundamentais para o desenvolvimento e conclusão desta pesquisa.
Aos técnicos do laboratório de nutrição animal – UFERSA, Vilma de Andrade e
Odonil Gomes, por todo o apoio e paciência nas orientações do experimento.
Aos meus primeiros amigos nessa caminhada da UFERSA, Paulo Ricardo, Júlia Melo,
Alícia Vitória e Poliana Torres. Os dias foram mais fáceis quando vocês estavam presentes,
obrigado por todo apoio, incentivo, amizade e por sempre torcerem por mim. Essa conquista é
nossa.
2
Aos meus amigos ao longo da vida e da caminhada acadêmica, que sempre estiveram
presentes e torceram por mim, Jéssica Justino, Flávia Cinésia, Luana Pessoa, Eula Paula,
Luiane Rodrigues, João Guilherme, Antônia Rafaela, Mariana Freitas, Paloma Priscila,
Mateus Medeiros, Victor Alexandro, Lindolfo Gomes, Breno Noronha, Terceiro Rodrigues e
Andrezza Maria. Tornando meus dias mais divertidos, tranquilos e também por dividirem as
alegrias e angustias. Todo meu amor e gratidão.
A Empresa Junior de Zootecnia – EMJUZ, pela oportunidade de evolução dentro do
curso, minha gratidão a todos os membros pela parceria e por compartilhar o conhecimento e
a amizade.
A Universidade Federal Rural do Semi-Árido e todos os meus professores por
colaborarem com minha formação profissional.
3
RESUMO
O objetivo deste estudo foi determinar o consumo de nutrientes por cordeiros confinados e
alimentados com silagens contento o caule do mamoeiro em substituição ao sorgo. Foram
utilizados 24 ovinos machos, não castrados e mestiços das raças Dorper (½) e Santa Inês (½),
com peso médio inicial de 15 kg ± 0,5 distribuídos em quatro níveis (0; 33,5%; 66,5% e 100%)
de caule de mamoeiro associado ao sorgo na ensilagem. O experimento teve duração de 63
dias, sendo 14 dias de adaptação e 49 dias de coleta. Durante o experimento foi avaliado o
consumo de matéria natural, água, matéria seca, matéria orgânica, matéria mineral, proteína
bruta, fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e lignina, assim
como o ganho de peso total, ganho de peso diário e conversão alimentar. O delineamento
adotado foi o inteiramente ao acaso, em que os resultados foram submetidos à análise de
variância e ao efeito dos níveis de inclusão do caule do mamoeiro em substituição ao sorgo,
avaliados por meio de análise de regressão a 5%. Foi encontrado efeito significativo dos níveis
de substituição da dieta (P<0,05) no consumo de matéria mineral, FDN, FDA, lignina,
conversão alimentar, e em todos os consumos referente a água. A substituição do sorgo pelo
caule de mamoeiro na ensilagem, em até 65%, não influenciou, de forma geral, no consumo
dos nutrientes, desempenho dos cordeiros e consumo de água.
Palavras-chave: Alimentação alternativa, ovinos, ganho de peso, consumo de água,
silagem.
ABSTRACT
The objective of this study was to determine the consumption of nutrients by lambs confined
and fed with silage containing the papaya stem as a substitute for sorghum. Twenty-four male,
non-castrated and crossbred sheep of the Dorper (½) and Santa Inês (½) breeds were used, with
an average initial weight of 15 kg ± 0.5 distributed in four levels (0; 33.5%; 66.5% and 100%)
of papaya stem associated with sorghum in silage. The experiment lasted 63 days, with 14 days
of adaptation and 49 days of collection. During the experiment the consumption of natural
matter, water, dry matter, organic matter, mineral matter, crude protein, neutral detergent fiber
(NDF), acid detergent fiber (FDA) and lignin was evaluated, as well as the total weight gain ,
daily weight gain and feed conversion. The design adopted was entirely random, in which the
results were subjected to analysis of variance and the effect of the inclusion levels of papaya
stem in substitution for sorghum, evaluated by means of a 5% regression analysis. A significant
effect of the levels of substitution of the diet (P <0.05) was found in the consumption of
mineral matter, NDF, FDA, lignin, feed conversion, and in all the consumptions related to
water. The substitution of sorghum by papaya stem in silage, up to 65%, did not influence, in
general, the consumption of nutrients, lamb performance and water consumption.
Keywords: Alternative feed, sheep, weight gain, water consumption, silage.
5
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Composição química dos ingredientes e das silagens contendo níveis de
substituição da forragem de sorgo pelo caule do mamoeiro...........................................19
Tabela 02 - Consumos de nutrientes por ovinos mestiços alimentados com silagem de
Sorgo associado ao caule de Mamoeiro..........................................................................22
Tabela 03 - Desempenho de ovinos mestiços alimentados com silagem de Sorgo
associado ao caule de Mamoeiro.....................................................................................24
Tabela 04 - Consumos de matéria natural (CMN) e de água por ovinos mestiços
alimentados com silagem de Sorgo associado ao caule de Mamoeiro............................25
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 7
2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 10
2.2 Objetivo geral .......................................................................................................... 10
2.3 Objetivos específicos ................................................................................................ 10
3. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 11
3.1 Silagem de sorgo na alimentação de ovinos ............................................................ 11
3.2 Resíduos agroindustriais na alimentação de ruminantes ....................................... 16
3.3 Consumo de nutrientes no desempenho de ovinos ................................................. 13
4. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 15
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 18
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 23
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 24
7
1. INTRODUÇÃO
A ovinocultura é uma atividade econômica e promissora que vem crescendo
anualmente. Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o
Brasil concentra aproximadamente 18,43 milhões de cabeças com destaque na região Nordeste,
que representa 65% do rebanho efetivo nacional. Enquanto algumas regiões apresentaram
redução no rebanho nos últimos anos, como a região Sul e Sudeste, a região Nordeste foi a
única que apresentou um aumento, cerca de 18% entre os anos de 2006 e 2017, passando de 6,4
milhões de cabeças para 7,6 milhões (EMBRAPA, 2018).
Essa expressividade do rebanho nordestino evidencia um grande potencial produtivo da
carne ovina, como também demonstra um alto poder de adaptabilidade às mais diversas
condições de alimentação, manejo e ambiente. Porém, apesar desse potencial produtivo, a
ovinocultura apresenta baixa oferta de carne para o mercado interno, pois existem alguns
entraves que impossibilitam o crescimento dessa atividade e um deles é a instabilidade na
oferta de forragem de boa qualidade, tendo em vista que o sistema produtivo mais adotado é o
extensivo. Essa condição é decorrente da irregularidade das chuvas e diferentes condições
climáticas durante o ano, o que limita a produção e consequentemente interfere no desempenho
corporal dos animais (PILECCO et al., 2018). Além disso, os pastos nativos são insuficientes
para atender a demanda de nutrientes para manutenção dos índices de produção dos animais,
pois a caatinga apresenta baixa capacidade de suporte no período de estiagem (SOUZA et al.,
2013).
Diante deste cenário, a implementação do sistema de confinamento mostra-se como
uma alternativa absorvente para melhorar as condições produtivas do rebanho, pois a
intensificação do sistema produtivo traz como consequência a redução na idade ao abate dos
animais e um melhor acabamento de carcaça. Possibilitando ainda, a manipulação da dieta dos
animais, ferramenta esta, que promove eficiência nos índices produtivos. Por outro lado, é um
sistema de produção de alto custo, pois a alimentação é o fator mais oneroso dentro da
produção (PILECCO et al., 2018). Dessa maneira, fica explícita a necessidade de fontes
alternativas de alimentação e disponíveis na região que possam reduzir o custo de produção,
mas garantindo o desempenho animal ao longo do ano e trazendo sustentabilidade ao sistema
(HOFFMANN et al., 2014).
Silva (2018) afirma que, há uma forte relação entre a demanda de água e de alimentos
para os animais, pois a disponibilidade de água, além da oferta de alimentos é na maioria das
vezes um fator limitante para os rebanhos nas regiões áridas e semiárida. Durante o período de
8
estiagem, os animais consomem forragem de baixa qualidade nutricional e tem acesso irregular
e limitado à água potável e isso contribui significativamente no seu desempenho produtivo.
Além da baixa capacidade de suporte da caatinga, outra limitação seria a falta de planejamento
forrageiro adotado pelos produtores.
Dentro desse contexto, é fundamental a implementação de um programa de conservação
de forragem. A conservação de forragem através da ensilagem pode contribuir para aumentar a
produtividade animal e tornar mais rentável o sistema produtivo, tendo em vista que é uma
ferramenta que surge com o objetivo de conservar a forragem excedente do período mais
favorável do ano e suplementar os animais no período de estiagem, a fim de minimizar os
efeitos negativos no desempenho dos animais (MACHADO et al., 2011). O cultivo do sorgo se
destaca, principalmente na região semiárida, por apresentar alta resistência hídrica e altas
temperaturas, tendo em vista que o sorgo possui seu sistema radicular altamente desenvolvido.
Como também, elevada capacidade de produção de matéria seca, com produção de até 60% no
primeiro corte, bem como fermentação adequada, gerando uma silagem de grande qualidade
nutricional (PINHO et al., 2007).
No Brasil, há uma potencialidade significativa para o aproveitamento de resíduos
agrícolas na alimentação de ruminantes, esse fator está relacionado com a capacidade que os
ruminantes têm, a partir de sua microbiota, de converter resíduos vegetais em nutrientes para
seu próprio beneficiamento e consequentemente em produtos de qualidade como a carne e o
leite (SILVA FILHO et al., 2001). A utilização desses subprodutos apresenta significativas
vantagens, entre elas a minimização de impactos ambientais causados pela produção, conversão
de produtos inadequados para o consumo humano em nutrientes de qualidade absorvidos pelos
ruminantes, como também a redução de custos com a alimentação, tendo em vista o baixo custo
de nutriente por unidade de matéria seca (BRINGEL et al ., 2011).
Dados do IBGE (2017a) relatam que, o cultivo do mamoeiro (Carica papaya L.) teve
destaque na região Nordeste no ano de 2017 com uma produção equivalente a 628.404
toneladas em uma média de 15 mil hectares em área plantada. Serrano et al (2010), afirmam
que o mamoeiro é considerado uma das fruteiras mais cultivadas e consumidas nas regiões
tropicais e subtropicais do mundo. Bem como, excelente fonte de cálcio, vitamina A e vitamina
C e assim possuindo potencial de aproveitamento na alimentação animal.
Dentre todos os nutrientes essenciais ao metabolismo animal, a água é o mais
importante. A importância de ofertar uma quantidade adequada de água aos animais está
relacionada com as consequências de sua restrição, vários são os processos metabólicos que
dependem desse nutriente e este afeta diretamente a termorregulação, na digestão e no
9
metabolismo de outros componentes. O consumo de água pelos animais pode se dar através da
ingestão da água voluntária, como também através da contida no alimento e da água
metabólica. A ingestão de água é afetada por diversos fatores, entre eles a temperatura do
ambiente, o peso corporal do animal, estado fisiológico, nível de umidade do alimento e o tipo
de alimento que está sendo fornecido que influencia no desempenho dos animais (SANTANA,
2019).
10
2. OBJETIVOS
2.2 Objetivo geral
Determinar o consumo de nutrientes por cordeiros confinados e alimentados com
silagens contento o caule do mamoeiro em substituição a forragem de sorgo.
2.3 Objetivos específicos
Avaliar a influência dos diferentes níveis de caule de mamoeiro em substituição ao sorgo
na ensilagem no consumo de matéria seca, de nutrientes e ganho de peso dos cordeiros;
Avaliar a ingestão de água/eficiência hídrica e consumo de sal mineral por cordeiros
alimentados com níveis de caule de mamoeiro em substituição ao sorgo na ensilagem;
11
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Silagem de sorgo na alimentação de ovinos
O sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) contribui com um grande percentual de produção
da área total cultivada para silagem no Brasil, em que apresenta elevado potencial produtivo
de matéria seca, elevado valor nutritivo e concentração de carboidratos solúveis se comparado
ao cultivo no milho (ALVES et al., 2012). Apresenta ainda grande flexibilidade para ser
utilizado em diferentes sistemas de produção de forragem, principalmente em regiões
semiáridas por apresentar resistência hídrica e a altas temperaturas, diferente do milho que é
uma cultura mais sensível a solos com baixa disponibilidade de água (MACHADO et al.,
2011).
O sorgo apresenta-se como uma forrageira de qualidade para ser utilizado na alimentação
animal, com níveis de proteína entre 8 e 15% e nutrientes digestíveis totais (NDT) entre 60 e
70% (MARTINI et al., 2019). Porém existe a presença de fatores antinutricionais que podem
limitar o consumo de nutrientes, pelo qual prejudicam a aceitabilidade pelos animais e o seu
desempenho (SILVA et al., 2012), que são a lignina e o tanino. Sua presença nas plantas está
relacionada com a defesa física contra predadores em geral e patógenos, e o conhecimento
sobre suas concentrações é importante, pois estes geram consequências negativas, entre elas a
baixa digestibilidade total de matéria seca ocasionado pela presença da lignina e a baixa
aceitabilidade e sabor adstringente devido a concentração do tanino (SILVA et al., 2012).
A questão de a presença da lignina nas forragens ser fator limitante de digestibilidade, está
relacionado a incrustação dos polissacarídeos da parece celular o que consequentemente torna
a planta mais resistentes a ação das bactérias. A medida que a idade fisiológica da planta
avança, aumenta-se também as concentrações dos níveis de hemicelulose e celulose e a ação
conjunta desses componentes reduz a proporção dos nutrientes digestíveis disponíveis,
diminuindo a qualidade do alimento (VELASQUÉZ, 2006).
Os taninos, são resultantes do metabolismo secundário dos vegetais que formam
complexos com proteínas e assim reduzem a palatabilidade e digestibilidade do alimento.
Além disso, possui ação negativa na digestão proteica, embora nos animais ruminantes esse
efeito seja reduzido devido a ação dos microrganismos rumais, porém em alguns estudos são
observadas variações na retenção de nitrogênio, na absorção de aminoácidos e no consumo de
matéria seca. Sendo assim, a caracterização nutricional do sorgo e o estudo dos efeitos dos
compostos antinutricionais é importante para uma melhor utilização desta planta na
12
alimentação animal já que sus impactos podem limitar a digestão e consumo de nutrientes e
consequentemente afetar o desempenho animal (FILHO, 2004).
Ao avaliar o valor nutritivo da silagem de sorgo, Souza et al. (2003) encontrou níveis de
matéria seca (MS) que variou entre 23,2 e 38,5% e que o menor valor não influenciou na
qualidade do processo fermentativo da silagem, que pode ser explicado devido a sua alta
concentração de carboidratos solúveis (19,5% na matéria seca). Os teores médios de matéria
orgânica (MO) estavam entre 95,7 e 96,3%, extrato etéreo (EE) com valor médio de 2,0 e
87,6% para carboidratos totais (CHOT). Quanto ao teor de fibra em detergente neutro (FDN),
registraram valores de 60,1 a 65,0%, para os valores de nutrientes digestíveis totais (NDT)
variou entre 46,9 e 57,8%. Brito et al. (2000) ao analisarem o valor nutritivo de diferentes
genótipos de sorgo no material natural e na ensilagem, encontraram valores de lignina entre
5,9 e 4,6%, respectivamente.
3.2 Resíduos agroindustriais na alimentação de ruminantes
Na região do Nordeste brasileiro, a fruticultura, é um setor da agropecuária que está em
ascensão. Em resposta a este desenvolvimento, tem-se aumentado o número de agroindústrias
e consequentemente resíduos que não são utilizados para a alimentação humana, mas que
podem ser manipulados para a alimentação animal, gerando otimização no sistema de
produção devido ao seu baixo custo. Os subprodutos gerados a partir desse processamento
representam uma quantidade significativa de descarte, cerca de 30 a 40%, que na maioria das
vezes não é feito de forma adequada e que impacta diretamente o meio ambiente. A proposta
de reutilização desses produtos na alimentação animal contribui para a minimização dos
impactos ambientais, agregando valor nutricional e redução de custos na dieta (LOUSADA et
al., 2005).
A região Nordeste é responsável por grande parte da produção de frutas, especialmente o
abacaxi, abacate, banana, caju, mamão, manga, maracujá e outros, e o mamão responde por
52,4% na produção nacional anual (LOUSADA et al., 2005). Surge então a necessidade de
estudar a viabilidade da inclusão das frutas e seus subprodutos na alimentação animal, tendo
em vista que estudos recentes, demonstraram que as frutas são ricas em muitos nutrientes e
compostos antioxidantes, como também analisar o desempenho dos animais em relação aos
índices produtivos e econômicos (SOUSA et al., 2011).
Desta forma, a utilização de subprodutos na alimentação animal apresenta-se como uma
oportunidade para melhorar a eficiência alimentar, suprindo as necessidades dos animais e
13
otimizar o sistema produtivo, assim como reduzir o impacto ambiental. Entretanto, a adoção
dessa tecnologia de forma adequada ainda é limitada devido à escassez de informações sobre
suas características nutricionais e o desempenho, sendo necessário estudos que contemplem a
conservação desses subprodutos e sua caracterização nutricional.
O mamoeiro (Carica papaya L.) é considerado uma das frutíferas mais cultivadas e
consumidas nas regiões tropicais do mundo. Segundo o IBGE, o Nordeste foi responsável por
54,9% da produção total do mamão no ano de 2019 e o Rio Grande do Norte correspondeu a
6,8% dessa produção, considerado um dos principais estados produtores de mamão (IBGE,
2019). O caule do mamoeiro é um subproduto produzido em grande escala regional e
descartado a cada ciclo de produção o que o torna um material apto para ser utilizado como
alimento alternativo na alimentação de ruminantes, levando em consideração que é um
alimento economicamente viável e de fácil acesso ao produtor.
A junção do caule de mamoeiro e o sorgo, pode vir a determinar uma alternativa de
alimentação importante em áreas que apresentam esses subprodutos em abundância. Devido
ao sorgo ser um material com maior flexibilidade para ser utilizado em diferentes sistemas de
produção e ser utilizado em região semiárida devido a sua resistência hídrica e adaptação a
altas temperaturas, além de ter uma produção de baixo custo, em relação a produção de milho
para produção de silagem, quando em associação com o caule de mamoeiro no processo de
ensilagem, torna possível a avaliação sobre seu potencial nutritivo.
3.3 Consumo de nutrientes no desempenho de ovinos
A nutrição e o manejo alimentar são responsáveis por até 80% dos custos de produção
e são considerados os elementos que mais influenciam no desempenho animal. O consumo
voluntário constitui o aporte de nutrientes para atender as exigências de mantença e produção
do animal, referindo-se à quantidade de alimento ingerida pelo animal espontaneamente em
um determinado período de tempo com disponibilidade de acesso a alimentação. A resposta
produtiva do animal está inteiramente ligada ao consumo da matéria seca, da digestibilidade
dos nutrientes e do metabolismo animal, sendo o consumo o fator mais importante, tendo em
vista que este é responsável por 60 a 90% da ingestão de energia digestível e somente 10 a
40% estão ligadas a digestibilidade do alimento (FERREIRA et al., 2013).
Apesar da pequena contribuição, a digestibilidade é um fator importante para determinar
o valor nutritivo do alimento, a predição do ganho de peso e por permitir ser ajustado na
alimentação. Sua aferição está correlacionada com a quantidade de nutriente ingerido e o
14
excretado nas fezes, o que representa uma parcela do nutriente que foi aproveitado pelo animal
(LEITE, 2013). O aumento da energia, através da adição de concentrado, melhora a
digestibilidade da dieta, porém aumenta a taxa de passagem do alimento no rúmen, diminuindo
assim a exposição a ação dos microrganismos e consequentemente a digestibilidade da fibra. É
interessante que os níveis de fibra estejam adequados na dieta para promover a saúde do trato
digestivo, levando em consideração que este pode estimular a mastigação, alterar a
concentração de ácidos graxos voláteis, e manter o nível de pH apropriado para os
microrganismos ruminais. (ALVES, 2013).
Existe uma forte relação entre o consumo de água e o desempenho dos animais, pois a
água é considerada um fator limitante para os rebanhos da região Nordeste. Durante o período
de estiagem e seca, os animais consomem forragens de baixo teor nutricional e de umidade,
como também tem acesso irregular à água de boa qualidade, contribuindo de forma negativa
seu desempenho produtivo (SILVA, 2018). Oliveira (2017) cita que algumas propriedades
sensoriais do alimento e da água são consideradas estimulantes para o processo de ingestão e
que o consumo de água é necessário para os processos de mastigação, deglutição e digestão do
alimento. A ingestão do alimento requer a ingestão de água, pois facilita o processo de
consumo de alimento. Em contrapartida, a ingestão de alimento reduz quando há carência de
água.
Berchielli et al., (2006) afirmam que, as propriedades sensoriais do alimento ingerido
são importantes no estímulo da ingestão de água e do próprio alimento. Alguns mecanismos
induzem o consumo de água, como por exemplo, o estímulo gastrointestinal de componentes
do alimento. A ingestão de água facilita a mastigação, deglutição e participa da digestão do
alimento e no caso dos animais ruminantes possuem uma grande reserva de fluidos, devido à
alta quantidade de saliva secretada durante a ingestão de alimentos.
As forragens geralmente não fornecem níveis ideais de minerais que possam atender as
demandas fisiológicas dos animais e para isso é imprescindível a suplementação mineral
durante todo o ciclo produtivo. Sua deficiência afeta diretamente o desempenho do animal o
que acarreta perdas produtivas como diminuição da produção de leite e carne, reflete em baixa
imunidade, reduz os índices reprodutivos, assim como diminuição do crescimento e má
formação óssea (ORTUNHO, 2013).
15
4. MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi conduzida no Núcleo Experimental de Pequenos Ruminantes do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – Campus Apodi, estado
do Rio Grande do Norte, aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais - CEUA-
UFERSA sob o nº 23091.011989/201982. O desenvolvimento do projeto teve duração de 63
dias, sendo 14 dias destinados a adaptação dos animais à dieta experimental, manejo e
instalações e os 49 dias seguintes para desenvolvimento do projeto e coleta de dados.
Para os testes de desempenho foram utilizados 24 ovinos machos, não castrados e
mestiços das raças Dorper (½) e Santa Inês (½), com peso médio inicial de 15 kg ± 0,5, todos
provenientes da propriedade Lagoa do Serrote, em Umarizal/RN. Os animais foram mantidos
em baias individuais, medindo 1,0m x 1,2m dotadas de comedouro, bebedouro e saleiro.
Na ensilagem, foi utilizado o sorgo (Sorghum bicolor) da variedade BRS ponta negra.
O ponto de colheita foi realizado mecanicamente no momento em que a forragem atingir
teores de matéria seca entre 30 e 35%, onde o grão se encontra no estado farináceo. A
aquisição do caule de mamoeiro foi proveniente dos descartes de plantios de produção final
do pólo frutícola da região de Apodi-RN.
As dietas experimentais foram compostas de silagens confeccionadas com forragem de
sorgo associado ao caule de mamoeiro com substituição de 0; 33,5; 66,5 e 100% e o
concentrado formulado à base de milho em grão triturado (63%), farelo de soja (35%) e
calcário calcítico (2%), buscando uma concentração de, no mínimo, 20% de proteína bruta e
75% de nutrientes digestíveis totais (Tabela 1), de acordo com as recomendações do NRC
para animais dessa categoria.
Tabela 1 - Composição química dos ingredientes e das silagens contendo níveis de
substituição da forragem de sorgo pelo caule do mamoeiro
Nutrientes
(g.kg-1 MS)
Caule do
mamoeiro
Forragem
de sorgo Concentrado
Silagens com níveis de substituição pelo
caule do mamoeiro
0% 35% 65% 100%
MS 124,00 286,50 876,10 273,60 223,20 202,30 143,80
MO 876,30 942,60 942,20 919,80 911,10 908,80 859,20
PB 35,40 40,10 284,50 49,90 49,30 42,00 38,60
MM 123,70 57,40 57,80 80,20 88,90 91,20 140,80
FDN 543,90 51,83 120,10 539,40 532,70 580,00 593,70
FDA 440,50 287,10 52,50 351,90 375,00 390,30 493,10
Lignina 84,10 54,90 2,00 59,40 56,40 52,90 91,10 Legenda: MS = Matéria seca; MO = Matéria orgânica; PB = Proteína bruta; Matéria mineral; FDN = Fibra
insolúvel em detergente neutro; FDA = Fibra insolúvel em detergente ácido
16
Foram utilizados no total 12 silos de superfície, confeccionados com as matérias
primas trituradas e homogeneizadas de acordo com cada nível de substituição do caule de
mamoeiro em relação ao sorgo na ensilagem. Na produção, a forragem foi compactada
tentando manter uma densidade próxima a 600kg/m3 e posteriormente vedada com lona
plástica de 200 micras que recebeu em seguida uma camada de solo de 10 a 20 cm para
contribuir na expulsão de ar e conservação da lona. Os silos foram abertos 35 dias após a
ensilagem.
A alimentação foi fornecida em duas refeições diárias (8h e 16h), ajustadas de modo a
ter uma sobra diária permitida de no máximo 10% em relação à quantidade de alimento
(silagem + concentrado) total fornecida, com o objetivo de avaliar o consumo voluntário. Essa
medida foi determinada através da diferença entre a quantidade diária de silagem e
concentrado ofertado e suas respectivas sobras. Em relação a quantidade de concentrado
fornecido, este foi fixado em 3% do peso vivo e reajustado semanalmente após o controle
ponderal dos cordeiros para determinação do ganho de peso.
Durante a fase experimental, foi coletada amostras do alimento fornecido
semanalmente e das sobras diariamente, para determinação dos teores de nutrientes e seus
respectivos consumos. Essas amostras foram armazenadas e acondicionadas em freezer, a -
10ºC, para posterior determinação dos teores de nutrientes no Laboratório de Nutrição Animal
do IFRN – Campus Apodi e Laboratório de Nutrição Animal - UFERSA.
As análises de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM),
proteína bruta (PB), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN), fibra insolúvel em
detergente ácido (FDA) e lignina foram realizados segundo os procedimentos descritos por
Silva e Queiroz (2002).
Foram avaliados o ganho de peso total (GPT) obtido através da diferença entre o peso
corporal final (PCF) e o inicial (PCI), assim como o ganho de peso diário (GPD) determinado
pela relação entre o GPT e o tempo de duração do confinamento. A conversão alimentar foi
obtida a partir da relação entre o consumo médio de matéria natural e o ganho de peso obtido
para o período.
O fornecimento de água foi feito em baldes plásticos (bebedouros) com capacidade
para 10 litros, distribuídos no interior das baias individuais, onde a cada 48 horas eram
higienizados. No entanto, os bebedouros foram abastecidos sempre que foi necessário e a
quantidade adicionada de água registrada. Durante o período de observação do consumo de
água voluntária (CAV) foram utilizados dois baldes com as mesmas especificações e o
mesmo posicionamento dos utilizados como bebedouros, sendo pesados e reabastecidos da
17
mesma forma para se obter os valores estimados de perdas por evaporação. O consumo de
água voluntária foi determinado com base na diferença de peso dos baldes entre cada
higienização, sendo acrescido dos valores que foram adicionados entre esse intervalo e
subtraído os valores obtidos pela evaporação. Foram também avaliados o consumo de água
contida no alimento (CAAL) e o consumo total de água (CTAG), sendo CTAG = CAV +
CAAL. O consumo de água proveniente do alimento foi determinado através da quantidade
ingerida de alimentos reduzida de seu teor de matéria seca.
O delineamento experimental para a avaliação do desempenho, consumo de nutrientes,
ingestão de água e sal mineral, foi o inteiramente casualizado com quatro níveis de
substituição da forragem de sorgo pelo caule de mamoeiro (0; 33,5%; 66,5% e 100%) e seis
repetições, equivalente a seis cordeiros para cada tratamento. Os resultados foram submetidos
à análise de variância e o efeito dos níveis de inclusão do caule do mamoeiro em substituição
ao sorgo avaliados por meio de análise de regressão a 5% de significância. Foi utilizado o
seguinte modelo: Yijk = µ + Ai + aij, em que: Yijk = valor observado no nível i; j = repetição
(animal); µ = efeito geral; Ai = efeito do nível i; i = níveis de substituição do caule de
mamoeiro; aij = efeito do erro aleatório atribuído a repetição.
18
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os consumos dos nutrientes por ovinos mestiços apresentados na Tabela 2, foram
significativos (P<0,05) em função dos níveis de substituição da forragem de sorgo pelo caule
de mamoeiro na silagem, exceto o consumo de matéria seca (CMS), consumo de matéria
orgânica (CMO) e consumo de proteína bruta (CPB).
Tabela 2- Consumos de nutrientes por ovinos mestiços alimentados com silagem de Sorgo
associado ao caule de Mamoeiro.
Parâmetros
(Kg/dia)
Níveis de substituição (%) R² P- Valor CV%
0 35 65 100 Linear Quadrática
CMS1 0,72 0,72 0,80 0,74 - 0,345 0,441 20,17
CMO2 0,66 0,66 0,74 0,66 - 0,640 0,295 12,41
CMM3 0,04 0,05 0,05 0,06 0,92 0,001 0,205 14,23
CPB4 0,14 0,14 0,15 0,14 - 0,937 0,370 10,05
CFDN5 0,18 0,18 0,23 0,21 0,51 0,039 0,500 16,00
CFDA6 0,11 0,11 0,14 0,15 0,94 0,001 0,594 17,32
CLIG7 0,015 0,014 0,015 0,025 0,98 0,000 0,001 21,24
Legenda: CMS: consumo de matéria seca; CMO: consumo de matéria orgânica; CMM: consumo de matéria
mineral; CPB: consumo de proteína bruta; CEE: consumo de extrato etéreo; CFDN: consumo de fibra em
detergente neutro; CFDA: consumo de fibra em detergente ácido; CLIG: consumo de lignina; R²: regressão; P:
probabilidade; CV: coeficiente de variação; y: variável dependente; x: variável independente- nível de
suplementação. 1Y = 0,74; 2Y = 0,68; 3Y = 0,007x + 0,039; 4Y = 0,15; 5Y = 0,014x + 0,171; 6Y = 0,017x +
0,092; 7Y = 0,003x2 - 0,011x + 0,024
O CMS médio dos animais encontrado nesse estudo foi de 0,745kg por dia, que se
encontra dentro do padrão recomendado pelo NRC (2007) de 0,63 a 1,2kg MS/ animal/dia. O
CMS foi de 3,60% do peso vivo, próximo ao nível de ingestão mínima exigido pelo NRC
(2007) que é de 4,17%. Indicando que a substituição da forragem de sorgo pelo caule do
mamoeiro não limitou o consumo e permitiu a expressão do potencial de ganho de peso dos
cordeiros.
Esperava-se que ocorresse uma diminuição do consumo de matéria seca, pois o alimento
ingerido tinha um baixo teor de MS e alto nível de FDN (média de 210,7 e 561,45 g.kg-1 MS,
respectivamente. Tabela 1), características que podem causar lenta degradação e baixa taxa de
passagem pelo rúmen, contudo os resultados obtidos no estudo não mostraram essa diferença.
Assim, é possível que, o CMS não foi influenciado pelo efeito de enchimento do rúmen, como
também pelo seu teor de umidade. Segundo Mertens (1994), se a densidade energética do
alimento for elevada em relação às exigências mínimas do indivíduo, a ingestão passa a ser
19
limitada pela demanda fisiológica de energia, pressupondo-se que, a densidade energética do
caule de mamoeiro seja semelhante ao do sorgo.
O consumo de matéria orgânica (CMO) apresentou média de 0,680kg/dia e não diferiu
estatisticamente (P>0,05), entre os diferentes níveis de substituição do sorgo pelo caule do
mamoeiro na ensilagem. Possivelmente justificado por apresentarem níveis equivalentes de
matéria orgânica nas diferentes dietas (Tabela 1)
Em relação ao consumo de matéria mineral (CMM) pelos ovinos, foi observado
comportamento linear positivo, ou seja, à medida que houve a substituição do caule de
mamoeiro em relação ao sorgo na ensilagem observou-se acréscimo nesses consumos,
variando de 0,04kg/dia no nível zero à 0,06kg/dia no nível 100% de caule de mamão.
Possivelmente, esse comportamento pode ser explicado pela sua própria composição química,
descrita na Tabela 1, onde mostra que a matéria mineral do caule de mamoeiro é elevada, que
por sua vez, favoreceu o teor de MM nas dietas experimentais, refletindo em comportamento
semelhante quanto ao seu consumo.
Não foi observado diferença estatística (P>0,05) para o consumo de proteína bruta
(CPB) nos diferentes níveis de substituição, superior ao nível de ingestão mínima exigido pelo
NRC (2007) para cordeiros precoces, que é de 0,106kg por dia, que em termos percentuais
representa 20%. Essa ausência de significância pode ser explicada pelos valores de proteína
bruta do caule de mamoeiro (35,4g.kg-1 MS ) e do sorgo (40,10 g.kg-1 MS) terem sido
parecidos, promovendo pouca alteração nas dietas experimentais.
O consumo de FDN, FDA e Lignina foram influenciados pelos níveis crescentes de
substituição da forragem de sorgo pelo caule do mamoeiro na ensilagem (P<0,05). O
consumo de FDN pelos cordeiros variou de 0,18kg/dia a 0,21kg/dia, onde o nível de 65%
obteve o maior consumo (0,23kg/dia), enquanto o de FDA variou de 0,11kg/dia a 0,15kg/dia,
com maior consumo para o nível de 100% de mamão, ambos os consumos, apresentando
comportamento linear positivo.
Quanto ao consumo de Lignina, foi observado comportamento quadrático, com
variação entre 0,015kg/dia a 0,025kg/dia a medida que se substituiu o caule de mamoeiro em
relação ao sorgo na ensilagem, notando-se, que o nível máximo de mamão, obteve o maior
dos consumos(0,015kg/dia). O acréscimo desses carboidratos fibrosos, possivelmente pode
ser explicado considerando a composição bromatológicas das dietas fornecidas (Tabela 1),
pois houve aumento à medida que se substituiu o caule do mamoeiro, além disso, o FDA e a
Lignina estão correlacionados com a digestibilidade do alimento.
20
Esperava-se que os animais, nas diferentes dietas experimentais, não apresentassem o
mesmo desempenho devido a suas altas concentrações de material não digestível, porém não
foi visto diferença estatística do desempenho (Tabela 3). Possivelmente, por que os níveis de
proteína consumidos foram mais elevados do que os níveis exigidos pelo NRC (2007),
aumentando sua densidade proteica, promovendo um possível compensação.
Tabela 3- Desempenho de ovinos mestiços alimentados com silagem de Sorgo associado ao
caule de Mamoeiro.
Parâmetros
Níveis de substituição (%) R²
P- Valor CV%
0 35 65 100 Linear Quadrática
GPT (kg)1 9,95 10,09 11,36 9,68 - 0,909 0,180 15,55
GPD (kg)2 0,20 0,21 0,23 0,20 - 0,901 0,183 15,54
CA (kg MN/Kg PC)3 8,60 9,48 11,02 12,29 0,99 0,006 0,841 20,94
Legenda: GPT = Ganho de peso total; GPD = Ganho de peso diário; CA = Conversão alimentar; MN = Matéria
mineral; PC = peso corporal; R²: regressão; ER: Equação de regressão; P: probabilidade; CV: coeficiente de
variação; y: variável dependente; x: variável independente- nível de suplementação. 1Y = 10,27; 2Y = 0,21; 3Y = 1,26x + 7,20
O ganho de peso total (GPT) e o ganho de peso diário (GPD) não foram influenciados
(P>0,05) pelos níveis crescentes de substituição da forragem de sorgo pelo caule do mamoeiro
na ensilagem (Tabela 3), obtendo ganhos médios de 10,27kg e 0,210kg, respectivamente. O
valor médio encontrado para o GPD no presente estudo, foi melhor ao recomendado pelo
NRC (2007) que é de 0,200kg/dia para animais dessa categoria.
Em relação a conversão alimentar (CA), observou-se significância linear positiva entre
as dietas (P<0,05), obtendo-se valores superiores nos animais que foram submetidos a dietas
com maiores níveis do caule do mamoeiro, 65,5% e 100% com 11,02 e 12,29,
respectivamente. Comportamento inverso, ocorreu para o nível zero ou com 35,5% de mamão
na dieta. Diante desses resultados, se conclui que a conversão alimentar piorou à medida que
foi acrescido o caule do mamoeiro na dieta, onde encontrava-se a dieta 100% caule do
mamoeiro. Fato que pode ser explicado pelo alto consumo de matéria natural (2,68 kg/dia).
Observou-se que para os consumos de matéria natural das dietas, assim como a água
contida no alimento e seus consumos voluntários e total (Tabela 4), foram influenciados
estatisticamente em função da substituição da forragem de sorgo pelo caule do mamoeiro na
ensilagem.
21
Tabela 4- Consumos de matéria natural (CMN) e de água por ovinos mestiços alimentados
com silagem de Sorgo associado ao caule de Mamoeiro.
Parâmetros
(Kg/dia)
Níveis de substituição (%) R²
P- Valor CV%
0 35 65 100 Linear Quadrática
CMN1 1,60 1,81 2,33 2,68 0,98 0,0001 0,720 15,49
CACA3 0,68 0,81 1,05 1,23 0,99 0,0001 0,672 14,56
CAgV4 0,88 1,09 1,52 1,90 0,98 0,0001 0,406 17,53
CAT5 1,57 1,91 2,58 3,14 0,99 0,0001 0,497 16,28
CAgV: CMS6 1,21 1,49 1,90 2,58 1,00 0,0001 0,013 9,86
Legenda: CMN = Consumo de matéria natural; CACA: consumo de água contida no alimento; CAgV: consumo
de água voluntária; CAT: consumo de água total; CAgV:MAS: consumo de água voltuntária em relação ao de
matéria seca; R²: regressão; ER: Equação de regressão; p: probabilidade; CV: coeficiente de variação; y: variável
dependente; x:variável independente- nível de suplementação. 1Y = 0,364x +1,19; 2Y = 0,74; 3Y = 0,18x + 0,470; 4Y = 0,34x +0,480; 5Y = 0,53x +0,955; 6Y = 0,01x2 – 0,047x
+ 1,17
O consumo de matéria natural (CMN) apresentou comportamento linear positivo
(P<0,05) e variou de 1,60kg/dia à 2,68kg/dia, pois à medida que foi acrescentado o caule de
mamoeiro na dieta, o CMN aumentou, apesar do CMS não ter sido sofrido influência
estatística.
Os valores da água contida nos alimentos (CACA) ingeridos pelos animais,
comportam-se de maneira linear positiva (P<0,05) e variaram de 0,68kg/dia a 1,23kg/dia.
Pois, conforme é acrescentado o caule de mamoeiro na dieta, aumenta-se o consumo de água
contida no alimento, efeito semelhante e esperado, sendo este, reflexo do comportamento
encontrado para o CMN. Associado a este fato, Berchielli et al., (2006) citam que o
organismo animal pode obter além da água voluntária, do próprio metabolismo dos nutrientes,
da água em espécie e da encontrada nos alimentos.
Ao analisar o consumo de água voluntária (CAgV) encontrou-se uma variação entre
0,88kg/dia à 1,90kg/dia, em que os resultados apresentaram comportamento linear positivo
(P<0,05), a medida que os níveis de substituição do caule do mamoeiro foram também
aumentando, onde os animais submetidos a dieta de nível 100% de caule mamoeiro ingeriram
(1,90kg/dia).
No geral os consumos de água voluntária pelos ovinos experimentais foram superiores
ao recomendado pelo NRC (2007), que é de 0,800kg por dia. Efeito contrário ao esperado,
pois a dieta em questão, por ser caracterizada como de alto teor de umidade, deveria ter
reduzido a necessidade de ingestão de água. Esta explicação pode estar fundamentada por
Berchielli et al., (2006), que afirmam que o consumo de água está inteiramente ligado a
composição do alimento utilizado e seu teor de umidade e que alimentos ricos em sais
22
minerais e com alto teor de proteína, resultam em maior ingestão de água. Desta forma, o
aumento do consumo de água voluntária com a inclusão do caule de mamoeiro na dieta, pode
ser justificado pelo seu teor de MM (Tabela 1), já que os níveis elevados de sódio podem
acarretar maior consumo de água pelo estímulo de sede e retenção hídrica pelos rins através
da ação do hormônio antidiurético (ADH) que aumenta a liberação de água. Da mesma forma,
para o alto teor de PB devido ao seu incremento calórico e a eliminação de resíduos do
metabolismo (DUKES, 1996).
Analisando o consumo de água total (CAT), observou-se comportamento linear positivo
(P<0,05) onde valores variaram entre 1,57kg/dia à 3,14kg/dia, sendo superior ao
recomendado pelo NRC (2007) que é de 0,800kg por dia. Situação esperada, tendo em vista
os resultados vistos nos consumos anteriores, associado a influência da umidade presente na
silagem e pela característica individual e metabólica de cada ovino do experimento. Para
animais que recebem silagens na dieta, certifica-se que aproximadamente 66% da quantidade
total de água ingerida é oriunda do alimento, concluindo-se entende-se então, que a
quantidade de água diária exigida pode ser atendida utilizando-se forragens conservadas por
fermentação (Souza et al., 2010).
Ao se analisar os valores de água voluntária ingerida em relação ao consumo de matéria
seca (CAg: CMS), foi observado comportamento linear positivo (P<0,05), pois a ingestão de água
para cada quilograma de matéria seca ingerida pelos ovinos, aumentou em todos os níveis de
substituição do caule de mamoeiro, principalmente no nível 100% do subproduto. Fato provável
de acontecer, devido ao aumento do consumo de água voluntária pela presença da matéria
mineral.
23
6. CONCLUSÃO
A substituição do sorgo pelo caule de mamoeiro na ensilagem pode ser usado em
até 100%, pois não influenciou, de forma geral, no consumo dos nutrientes e no desempenho
dos cordeiros. Em contrapartida o consumo de água foi influenciado.
24
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