Contabilidade de Custos Para Analista - Aula 01

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Contabilidade de Custos Para Analista - Aula 01

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  • CONTABILIDADE DE CUSTOS PACOTE DE TEORIA E EXERCCIOS MPU 2013

    PROF. ALEXANDRE LIMA

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    Sistemas de custos e informaes gerenciais

    Contedo

    1 Sistemas de Custos e Informaes Gerenciais .......................................................... 2

    1.1 A Contabilidade Geral, a Contabilidade de Custos e a Contabilidade Gerencial ....................................................................................................................................... 2

    1.2 Custeio por Absoro ................................................................................................... 5

    1.3 Terminologia Aplicvel Contabilidade de Custos ........................................... 6

    1.3.1 Gasto ............................................................................................................................... 7

    1.3.2 Desembolso ..................................................................................................................... 7

    1.3.3 Tipos de Gastos ............................................................................................................... 7

    1.4 Viso Geral dos Outros Tipos de Custeio ........................................................... 11

    1.4.1 Em Relao Apropriao aos Produtos Fabricados ................................................... 11

    1.4.2 Em Relao ao Nvel da Produo ................................................................................ 13

    1.4.3 Outras Terminologias de Custos e Despesas ................................................................ 16

    1.4.4 Outros Tipos de Custeio ................................................................................................ 19

    1.5 Resumo ............................................................................................................................ 23

    1.6 Exerccios de Fixao ................................................................................................. 26

    1.7 Gabarito .......................................................................................................................... 31

    1.8 Resoluo dos Exerccios de Fixao ................................................................... 32

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    Duas observaes antes de iniciarmos a exposio terica. As notas explicativas esto indicadas pelos smbolos (*) ou (**). Optei por no usar notas de rodap para que haja uma melhor fluncia da sua leitura. A ltima seo da parte terica traz um resumo de alguns conceitos e frmulas importantes para a prova de Contabilidade Gerencial e de Custos. 1 Sistemas de Custos e Informaes Gerenciais 1.1 A Contabilidade Geral, a Contabilidade de Custos e a Contabilidade Gerencial

    A Contabilidade Geral (ou Financeira) nasceu h aproximadamente 1.000 anos das mos dos comerciantes, para lhes servir de instrumento de controle e gesto. At a Revoluo Industrial do sculo XVIII, s havia a Contabilidade Financeira, que foi desenvolvida na era mercantilista para servir aos propsitos das empresas comerciais. A Contabilidade Geral tem por objetivo controlar o Patrimnio das entidades, sejam elas pblicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos. Ela deve prestar informaes a usurios externos que tenham interesse em acompanhar a evoluo da empresa, tais como entidades financeiras que podero lhe conceder emprstimos, o governo e quaisquer pessoas que desejem adquirir aes da empresa se a mesma for aberta. A teoria da Contabilidade Geral mostra que a apurao do resultado do perodo (o perodo em considerao pode ter a durao de 1 ano, por exemplo) de uma empresa comercial depende do clculo de um parmetro denominado Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), que nada mais do que o valor de aquisio das mercadorias vendidas no perodo em considerao. O CMV dado pela frmula (1) CMV = EI + C - EF em que EI representa o valor em unidades monetrias do Estoque Inicial, EF o valor do Estoque ao Final do perodo e C o valor das Compras do perodo. Note que a apurao do CMV pela frmula (1) extremamente simples. No procedimento de apurao do resultado da empresa comercial, tem-se que o Resultado com Mercadorias (RCM) obtido a partir da confrontao do CMV com as vendas lquidas (V) geradas pela venda das mercadorias (*) (2) RCM = V CMV.

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    (*) As vendas lquidas (ou receita operacional lquida) correspondem s vendas brutas (ou receita operacional bruta) diminudas das dedues de vendas, ou seja, V = vendas brutas dedues de vendas. Quando positivo, o RCM denominado Lucro Operacional Bruto ou Lucro Bruto (LB) e, quando negativo, Prejuzo Operacional Bruto ou Prejuzo Bruto. Finalmente, o Resultado antes do Imposto de Renda (REXAIR) dado por (3) REXAIR = RCM (DC + DA + DF), em que DC representa as Despesas Comerciais, DA as Despesas Administrativas e DF as Despesas Financeiras. As despesas comerciais correspondem s despesas referentes s vendas de bens. As despesas administrativas so aquelas relativas manuteno da empresa. As despesas financeiras so aquelas incorridas para o financiamento das atividades da entidade. Com o advento da Revoluo Industrial, complicou-se a funo do contabilista, uma vez que, para o levantamento do balano e apurao do resultado da indstria, no dispunha mais to facilmente dos dados para poder atribuir valores aos estoques: seu valor de Compras estava agora diludo em uma srie de valores pagos pelos fatores de produo (por exemplo, matria-prima, mo de obra e combustveis) usados. A soluo encontrada pela cincia contbil foi adaptar o procedimento de apurao do resultado das empresas comerciais para a realidade da empresa industrial, substituindo o item C da equao (1) de apurao do CMV pelos gastos (com matrias-primas, salrios dos trabalhadores da produo, energia eltrica, combustveis, etc.) efetuados na atividade industrial, conhecidos como Custo de Produo do Perodo (CPP) ou Gastos de Produo (GP), de tal forma que (1) possa ser reescrita como (4) CPV = EI + CPP - EF em que CPV o Custo dos Produtos Vendidos. As equaes (1) e (4) indicam que a Contabilidade de Custos (ou industrial) filha da Contabilidade Financeira. De fato, a Contabilidade de Custos um dos vrios ramos em que se subdivide a Contabilidade Geral. Historicamente, a Contabilidade de Custos teve como principal funo a avaliao de estoques em empresas industriais. Exemplos de outros ramos da Contabilidade Geral: bancria, comercial, rural, hospitalar etc.

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    Uma empresa industrial possui dois tipos de estoques: produtos em elaborao e produtos acabados. Logo, EI e EF em (4) referem-se aos a) Estoques Iniciais de Produtos em Elaborao (EIPE) e de Produtos Acabados (EIPA) e b) aos Estoques Finais de Produtos em Elaborao (EFPE) e de Produtos Acabados (EFPA), respectivamente. Como as atividades que caracterizam a empresa industrial ocorrem na rea de produo, a Contabilidade de Custos cuida do registro e controle dos fatos que se realizam nessa rea da empresa. A Contabilidade de Custos tradicional, desenvolvida para avaliar estoques, era (e ainda ) uma importante ferramenta de controle e atribuio de custos aos produtos; por outro lado, ela no fornecia informaes para o gerenciamento da produo e para a comercializao dos produtos. Por exemplo, ela no ajudava a administrao da empresa a alcanar um dado percentual de lucratividade na venda de um produto ou linha de produtos, uma vez que desconsiderava os fatores externos relacionados ao mercado. Os princpios dessa Contabilidade de Custos histrica derivam da finalidade inicial de avaliao de estoques em empresas industriais; porm, observe-se que eles nem sempre se coadunam completamente s duas funes mais recentes da moderna Contabilidade de Custos: auxlio ao controle e ajuda s tomadas de decises. Portanto, a atual Contabilidade de Custos no somente uma metodologia de mensurao de estoques e do resultado; ela , alm disso, um instrumento de administrao da empresa. da que advm a sua conexo com a Contabilidade Gerencial, surgida na dcada de 1950. A Contabilidade Gerencial tem como funes ou objetivos: 1. fornecer informaes extradas dos dados contbeis, que ajudem os administradores no processo de tomada de decises, tais como: a) Quais so os produtos que do lucro ou prejuzo? e b) Deve-se comprar um equipamento novo ou deve-se reformar o antigo? 2. fornecer informaes para os administradores da empresa que lhes permitam gerenciar o desempenho da mesma, avaliando se foram cumpridas as metas previstas no oramento (funo de controle). Os dados obtidos pela Contabilidade de Custos so usados pela Contabilidade Gerencial para auxlio ao controle e tomada de decises.

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    Com relao funo de controle, a funo da Contabilidade de Custos fornecer informaes para o estabelecimento de padres, oramentos ou previses e, a seguir acompanhar o efetivamente acontecido (Custeio Padro). 1.2 Custeio por Absoro A frmula (4) pode ser reescrita como (5) (EIPE + EIPA) + CPP = (EFPE + EFPA) + CPV, se substituirmos EI por (EIPE + EIPA) e EF por (EFPE + EFPA). A equao (5) indica que os custos incorridos no passado e incorporados aos estoques iniciais de produtos em elaborao e acabados (EIPE + EIPA) e os custos atuais (representados pelo CPP) sero absorvidos (ou apropriados) pelos (aos) estoques finais de produtos em elaborao e acabados (EFPE + EFPA), que ainda no foram vendidos, ou pelo (ao) CPV. A frmula (5) define o Custeio por Absoro (ou Custeio Pleno), pois todos os custos so absorvidos pelos bens produzidos; todos os gastos relativos ao esforo de produo so distribudos para todos os produtos ou servios feitos. Mas os gastos no fabris ou despesas so excludos. A equao (5) tambm pode ser posta nas formas alternativas (6) (CPP + EIPE - EFPE) + EIPA EFPA = CPV

    (7) CPA + EIPA EFPA = CPV

    em que (8) CPA = CPP + EIPE EFPE o Custo da Produo Acabada. A figura a seguir ilustra as equaes (6), (7) e (8).

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    O Custeio por Absoro normalmente exigido pela Auditoria Externa das Companhias Abertas e pela Legislao do Imposto de Renda (IR). Ele est baseado nos seguintes princpios contbeis (vistos na Contabilidade Geral): 1. Princpio do Registro pelo Valor Original: os estoques e o resultado das indstrias so avaliados pelo custo histrico, no sendo corrigidos quando h variao no preo dos fatores de produo entre a aquisio e a elaborao do balano patrimonial. 2. Princpio da Competncia: todos os gastos com a produo (fixos e variveis) que no tiverem correspondncia com as receitas obtidas pela empresa devem ser incorporados ao valor dos estoques (custeio por absoro). 1.3 Terminologia Aplicvel Contabilidade de Custos necessrio definir a terminologia aplicada Contabilidade de Custos a fim de evitar ambiguidades. Por exemplo, devemos falar em

    Despesas com matria-prima ou Custos de matria-prima? Gastos ou Despesas de fabricao?

    Na vida prtica, as pessoas costumam utilizar os termos Gastos, Custos e Despesas de forma intercambivel. Pergunta-se: essas trs palavras so

    (+)

    (-)

    CPP

    CPA

    CPV

    EIPA EFPA

    EIPE EFPE

    (+) (-)

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    sinnimas ou referem-se a conceitos diferentes na tica da Contabilidade de Custos? Podemos antecipar que a resposta certa NO. Aprenderemos na sequncia que o termo Gastos tem uma conotao ampla, englobando Custos e Despesas, os quais, por sua vez, so nomenclaturas distintas. 1.3.1 Gasto a compra de um produto ou servio qualquer, que gera sacrifcio financeiro para a entidade (desembolso), sacrifcio esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro)1. Note que Gasto implica Desembolso, mas este ltimo pode ser defasado no tempo em relao ao Gasto. Exemplos de Gastos:

    Gastos com mo de obra (salrios e encargos sociais);

    Gastos com aquisio de mercadorias para revenda;

    Gastos com aquisio de matrias-primas para industrializao;

    Gastos com aquisio de mquinas;

    Gastos com aquisio de equipamentos;

    Gastos com o consumo de energia eltrica;

    Gastos com aluguis de instalaes;

    Gastos com reorganizao administrativa;

    Gastos com desenvolvimento de produtos.

    Os Gastos no incluem todos os sacrifcios com que a entidade pode arcar, pois o Custo de Oportunidade (ou juros sobre o capital prprio) no includo, uma vez que no implica a entrega de ativos. O conceito de Custo de Oportunidade ser detalhado em aula posterior. 1.3.2 Desembolso Corresponde ao pagamento efetuado devido a aquisio de um bem ou servio, podendo ocorrer concomitantemente com o gasto, quando o pagamento a vista, ou posteriormente ao gasto, quando o pagamento a prazo. 1.3.3 Tipos de Gastos Os Gastos podem ser divididos em: a) Investimentos, b) Custos, c) Despesas e d) Perdas (*).

    1 MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9

    a ed. So Paulo: Ed. Atlas S.A., 2008, p. 24.

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    (*) Neves e Viceconti2, pg. 16, consideram que os Gastos podem ser divididos somente em Investimentos, Custos e Despesas. A classificao dada nesta aula est de acordo com Velter e Missagia3, pg. 113, e Martins4, pgs. 24 a 26. Investimento Um Investimento corresponde ao gasto com um bem ou servio ativado em funo de vida til ou de benefcios atribuveis a perodos futuros. Exemplos:

    aquisio de mveis e utenslios;

    aquisio de imveis;

    despesas pr-operacionais;

    aquisio de marcas e patentes;

    aquisio de matrias-primas (*)

    aquisio de material de escritrio.

    (*) O gasto com a aquisio de matrias-primas adquiridas pela empresa e que ainda no foram utilizadas no processo de produo de bens ou servios considerado um investimento. Os investimentos podem ser de diversas naturezas e de perodos de ativao variados: a matria prima um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante, a mquina um gasto que se transforma num investimento permanente, as aes adquiridas de outras empresas so gastos classificados como investimentos circulantes ou permanentes, dependendo da inteno que levou a sociedade aquisio. Custo O Custo corresponde ao gasto com bens ou servios que sero utilizados na produo de outros bens ou servios, ou seja, so gastos relacionados atividade de produo. Exemplos:

    Salrios e encargos sociais dos funcionrios que trabalham na produo;

    Matria-prima utilizada no processo produtivo;

    2 NEVES, Silvrio das e VICECONTI, Paulo E. V. Contabilidade de Custos: um enfoque direto e objetivo. 8

    a ed. So

    Paulo: Ed. Frase Ltda, 2008 3 VELTER, Francisco e MISSAGIA, Luiz Roberto. Contabilidade de Custos e Anlise das Demonstraes Contbeis.

    Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 4 MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9

    a ed. So Paulo: Ed. Atlas S.A., 2008

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    Combustveis e lubrificantes utilizados nas mquinas da fbrica;

    Aluguis das instalaes da fbrica;

    Seguro das instalaes da fbrica;

    Seguros do maquinrio utilizado na produo;

    Depreciao dos equipamentos utilizados na produo; e

    Gastos com manuteno das mquinas utilizadas na produo.

    Observaes: 1. No momento que as matrias-primas adquiridas pela empresa passam a ser utilizadas no processo produtivo de bens ou servios, deixam de ser consideradas Investimentos (classificados no Ativo Circulante - Estoque de Matrias-Primas) e passam a ser consideradas Custos de produo. A matria-prima foi um Gasto na sua aquisio que imediatamente se tornou Investimento, e assim, ficou durante o tempo de sua estocagem, sem que aparecesse nenhum Custo associado a ela. No momento de sua utilizao na fabricao de um bem, surge o Custo da matria-prima como parte integrante do bem elaborado. Este, por sua vez, de novo um Investimento, j que fica ativado (isto , classificado no Ativo) at sua venda. 2. A energia eltrica utilizada na fabricao de um bem qualquer gasto (na hora de seu consumo) que passa imediatamente para custo, sem transitar pela fase de investimento. 3. A mquina provocou um gasto na sua entrada, tornado investimento e parceladamente transformado em custo (depreciao), na medida em que utilizada no processo de produo de utilidades. Despesa As Despesas so gastos com bens ou servios no utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obteno de receitas. Ou seja, as Despesas so itens que reduzem o Patrimnio Lquido e que possuem a caracterstica de representar sacrifcios no processo de obteno de receitas. Logo, pode-se concluir que as empresas tm Despesas para gerar receitas e tm Custos para produzir seus bens e servios. Entretanto, normalmente, nem sempre fcil distinguir Custos e Despesas. Para facilitar a sua compreenso, podemos adotar a seguinte regra: Custos so todos os gastos realizados at que o produto fique pronto; a partir deste ponto, todos os gastos passam a ser Despesas.

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    Por exemplo, os gastos com a embalagem de um determinado produto podem ser Custos se realizados no mbito do processo produtivo (o produto vendido embalado); e podem ser Despesas se realizados aps a produo (o produto pode ser vendido com ou sem embalagem). A comisso do vendedor, por exemplo, um Gasto que se torna imediatamente uma Despesa. O computador de um funcionrio administrativo de uma fbrica, que fora transformado em Investimento, tem uma parcela reconhecida como Despesa de depreciao, sem transitar pelo Custo de produo. Por outro lado, a mquina usada na linha de produo, que fora Gasto transformado em Investimento, tem uma parcela reconhecida como Custo de Depreciao. Todas as Despesas so ou foram Gastos, porm alguns Gastos muitas vezes no se transformam em Despesas (por exemplo, terrenos, que no so depreciados) ou somente se tranformam em Despesas quando de sua venda. Segundo a Contabilidade Geral, as Despesas consideram-se incorridas: 1. quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferncia de sua propriedade para terceiros; 2. pela diminuio ou extino do valor econmico de um ativo; 3. pelo surgimento de um passivo sem correspondente ativo. Todos os Custos incorporados ou apropriados aos produtos acabados da indstria so reconhecidos como Despesas (apropriao em conta de resultado) no momento da venda desses produtos. Outros exemplos de Despesas:

    Salrios e encargos sociais do pessoal de vendas; Salrios e encargos sociais do pessoal da administrao da indstria; Energia eltrica consumida nas instalaes da administrao da

    indstria; Gastos com combustveis e refeies do pessoal de vendas; Conta telefnica da administrao e do pessoal de vendas; e Aluguis e seguros das instalaes da administrao da indstria.

    Os encargos financeiros incorridos pela empresa, independentemente de sua origem (por exemplo: decorrente da aquisio de insumos para a produo), so sempre considerados despesas.

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    Perdas Define-se Perda como bem ou servio consumidos de forma anormal e involuntria. No devemos confundir Perda com Despesa ou Custo, porque a Perda tem uma caracterstica de anormalidade e involuntariedade. A Perda no um sacrifcio feito com inteno de obteno de receita. Exemplos: perdas com incndios, obsoletismo de estoques, perdas com alagamentos, etc. Assim como as Despesas, as Perdas vo diretamente conta de Resultado. 1.4 Viso Geral dos Outros Tipos de Custeio 1.4.1 Em Relao Apropriao aos Produtos Fabricados Custos Diretos Os Custos Diretos so aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, pois podem ser identificados e diretamente apropriados a um produto, uma linha de produto, um centro de custo ou um departamento, no momento de sua ocorrncia, pois h uma medida objetiva e precisa de seu consumo. Exemplos (*): 1. Matria-prima: a empresa sabe exatamente a quantidade de matria-prima utilizada na fabricao de uma unidade de determinado produto. Ou seja, conhecendo-se o preo da matria-prima, o custo decorrente est associado diretamente ao produto. 2. Mo de Obra Direta (MOD): so os custos com os funcionrios que trabalham diretamente na produo, ou seja, como so conhecidos o tempo que cada um trabalhou e o preo de sua mo de obra, possvel apropriar estes custos diretamente ao produto. 3. Material de embalagem. 4. Depreciao de equipamento, quando o equipamento utilizado para produzir apenas um tipo de produto. 5. Energia eltrica consumida pelas mquinas da produo, quando for possvel saber quanto foi consumido na fabricao de cada produto.

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    (*) O Imposto sobre a Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS), o Imposto de Produtos Industrializados (IPI), o Imposto sobre Servios (ISS), bem como Comisses sobre Vendas, na rea comercial, constituem exemplos de despesas diretas. Custos Indiretos de Fabricao (CIF) So os custos que dependem de clculos, rateios ou estimativas para serem apropriados a determinado produto; so custos apropriados indiretamente ao produto. Necessitam, portanto, de algum critrio de rateio para a sua alocao. Exemplos: 1. Depreciao de equipamentos que so utilizados na fabricao de mais de um produto. 2. Salrios dos Supervisores de equipes de produo (mo de obra indireta). 3. Salrios de operrios que cuidam da manuteno de equipamentos (mo de obra indireta). 4. Materiais indiretos (como cola e verniz consumidos na fabricao de mveis). 5. Gastos com a limpeza da fbrica. 6. Energia eltrica que no pode ser associada a um produto especfico. 7. Demais custos de fabricao (seguros, impostos, aluguel da fbrica). A mo de obra indireta representada pelo trabalho nos departamentos auxiliares nas indstrias ou prestadores de servios e que no so mensurveis em nenhum produto ou servio executado. Os materiais indiretos so materiais empregados nas atividades auxiliares de produo, ou cujo relacionamento com o produto irrelevante. So eles: graxas e lubrificantes, lixas etc. Outros custos indiretos so aqueles que dizem respeito existncia do setor fabril, como por exemplo, a depreciao, seguros contra incndios da fbrica, transporte e refeies da mo de obra etc. Note que, se uma empresa produz apenas um tipo de produto, ento todos os seus custos so diretos.

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    H determinadas situaes em que o custo direto, mas, de to pequeno valor que no compensa o trabalho de associ-lo a cada produto. Neste caso, estes custos, apesar de serem diretos, so considerados custos indiretos. Exemplo: gastos com cola e graxa na fabricao de sapatos. Segue-se uma tabela com alguns critrios para alocao dos CIF.

    Custo Indireto de Fabricao Critrio Depreciao de mquinas Quantidades produzidas ou tempo

    de utilizao das mquinas Mo de obra indireta Tempo de utilizao da mo de

    obra Aluguel rea ocupada pelos

    departamentos Energia eltrica Consumo efetivo Depreciao dos prdios rea ocupada pelos

    departamentos 1.4.2 Em Relao ao Nvel da Produo Com relao aos nveis de produo, os custos podem ser divididos em custos fixos, custos variveis, custos semivariveis e custos semifixos. Custos Fixos Os Custos Fixos (CF) so aqueles cujos valores permanecem inalterados, independentemente do volume de produo da empresa (*). So os custos que permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada, independente do volume de produo, ou seja, uma alterao no volume de produo para mais ou para menos no modifica o valor total do custo. Exemplo: salrios dos chefes, aluguel, seguros etc. (*) As Despesas Fixas so aquelas que permanecem constantes, independentemente do volume de vendas ou de prestao de servios. Os custos fixos so fixos em relao ao volume de produo, mas podem variar ao longo do tempo. O exemplo caracterstico o aluguel de imvel ocupado por indstria, cujo valor mensal o mesmo em cada perodo, independentemente do volume produzido. Mesmo quando o valor do aluguel reajustado, o custo continua fixo porque houve apenas uma atualizao do valor contratado, em funo da desvalorizao do poder aquisitivo da moeda.

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    Outro exemplo a depreciao calculada pelo mtodo das cotas constantes, em que o valor de cada perodo sempre o mesmo independentemente do volume produzido pelo equipamento que est sofrendo depreciao. Caractersticas dos Custos Fixos: 1. valor total permanece constante dentro de determinada faixa da produo; 2. o valor por unidade produzida diminui com o aumento da produo, conforme ilustrado; 3. sua alocao para os departamentos ou centros de custos necessita, na maioria das vezes, de critrios de rateios determinados pelo contador de custos; 4. a variao dos valores totais pode ocorrer em funo de desvalorizao da moeda ou por aumento/reduo significativa do volume de produo.

    Custos Fixos de um Perodo

    Volume de Produo

    Custo Fixo Unitrio

    $ 20.000,00 5.000 unidades $ 4,00 $ 20.000,00 10.000 unidades $ 2,00 $ 20.000,00 20.000 unidades $ 1,00

    Os custos fixos podem ser subdivididos : 1. Custo Fixo de Capacidade - o custo relativo s instalaes da empresa e reflete a prpria capacidade instalada, como depreciao, amortizao etc. 2. Custo Fixo Operacional - o relativo as operaes das instalaes da companhia, como seguro, imposto predial etc. Custos Variveis Os Custos Variveis so aqueles cujos valores so alterados em funo do volume de produo da empresa, ou seja, quanto maior o volume de produo, no perodo, maior ser o custo varivel (os custo variveis variam direta e proporcionalmente com o volume da produo) (*). Exemplos:

    1. Matria-prima consumida por unidade de produto (**);

    2. Materiais indiretos consumidos por unidade de produto;

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    3. Depreciao dos equipamentos quando for calculada em funo das horas/mquina trabalhadas.

    4. Gastos com horas-extras na produo.

    (*) As Despesas Variveis so aquelas que variam proporcionalmente s variaes no volume das receitas. Exemplos: impostos sobre faturamento, comisses sobre venda e servios. (**) Se no houver matria-prima consumida, o custo varivel relativo a este insumo nulo. Caractersticas dos custos variveis:

    1. seu valor total varia na proporo direta do volume de produo (vide a prxima Tabela );

    2. o valor constante por unidade, independentemente da quantidade produzida;

    3. a alocao aos produtos ou Centros de Custos (*) , normalmente, feita de forma direta, sem a necessidade de utilizao de critrios de rateios.

    (*) O Centro de Custos a menor unidade de acumulao de custos, sendo representada por homens, mquinas e equipamentos de caractersticas semelhantes que desenvolvem atividades homogneas relacionadas com o processo produtivo.

    Produo

    Consumo no perodo

    Consumo total de gasolina

    10.000 unidades 1 litro 10.000 litros 15.000 unidades 1 litro 15.000 litros 20.000 unidades 1 litro 20.000 litros

    Custos Semivariveis Os custos semivariveis so custos que variam com o nvel de produo, mas possuem uma parcela fixa, mesmo que nada seja produzido, ou seja, so os custos variveis que no acompanham linearmente a produo, mas aos saltos, mantendo-se fixos dentro de estreitos limites.

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    Um exemplo de custo semivarivel a conta de energia eltrica, visto que h uma taxa mnima mesmo que no ocorra nenhum consumo, embora o valor total da conta dependa do consumo de energia da empresa. Custos Semifixos ou por Degraus Os custos semifixos so custos que so fixos em determinada faixa de produo, mas que variam quando h uma mudana desta faixa. A Tabela a seguir mostra que o custo dos supervisores fixo (R$ 70.000,00) com uma produo de at 50.000 unidades, mas, se a empresa passar a produzir 70.000 unidades, o custo dos supervisores aumentar para R$ 140.000,00.

    Produo Necessidade de

    Supervisores Custos (Salrios

    + Encargos) 0 50.000 unidades 1 70.000,00 50.001 100.000

    unidades 2 140.000,00

    100.001 200.000 unidades

    3 210.000,00

    Despesas Fixas e Variveis As despesas fixas independem do volume de vendas e as despesas variveis variam proporcionalmente ao volume de vendas. Por exemplo, as comisses pagas aos vendedores so consideradas despesas variveis, pois o seu valor funo do volume de vendas, enquanto que o aluguel do escritrio da administrao uma despesa fixa, que deve ser paga independentemente do volume de vendas. 1.4.3 Outras Terminologias de Custos e Despesas Custo de Produo do Perodo O Custo de Produo do Perodo (CPP) corresponde aos custos incorridos no processo produtivo num determinado perodo de tempo. O CPP usualmente decomposto de acordo com a seguinte frmula: (9) CPP = MD + MOD + CIF em que MD denota os Materiais Diretos (matria-prima, materiais secundrios apropriados diretamente ao produto e material de embalagem), MOD a Mo de obra Direta (gastos com a mo de obra que so diretamente apropriveis ao produto) e CIF representa os demais gastos

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    indiretos de fabricao. Os CIF tambm recebem outros nomes tais como Gastos Gerais de Fabricao, Gastos Gerais de Produo e Despesas Indiretas de Fabricao. Custo Primrio O Custo Primrio (CPrim) dado por (10) CPrim = MD + MOD. Custo de Converso ou Transformao O Custo de Converso ou de Transformao (CTransf) definido como (11) CTransf = MOD + CIF. Outras Despesas Alm dos custos de produo, a empresa incorre em gastos de perodos, que so propriamente despesas complementares de natureza no industrial. Estas despesas so absorvidas totalmente na apurao do resultado, medida que vo acontecendo e so classificadas, quanto funo em:

    a) DESPESAS COMERCIAIS

    - comisses de vendedores

    - salrios de vendedores

    - viagens e estadias

    - propaganda e promoo

    - aluguel de escritrios regionais

    - outras

    b) DESPESAS ADMINISTRATIVAS

    - aluguel

    - salrios administrativos

    - honorrios de diretores

    - telefone, gua, luz

    - material de expediente

    - leasing de equipamentos de escritrio

    - outros

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    c) DESPESAS FINANCEIRAS

    - juros moratrios

    - juros bancrios

    - IOF

    - comisses

    - outros

    Custo dos Produtos Vendidos (CPV) Corresponde ao valor dos gastos incorridos no processo de produo dos bens que foram sacrificados para que a empresa gerasse receita de vendas de produtos. Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) Corresponde ao valor dos gastos incorridos no processo de aquisio dos bens que foram sacrificados para que a empresa gerasse receitas de vendas de mercadorias. Custo dos Servios Prestados (CSP) Corresponde ao valor dos gastos incorridos no processo de prestao dos servios para que a empresa gerasse receita de prestao de servios. Centro de Custos a menor unidade de acumulao de custos, sendo representada por homens, mquinas e equipamentos de caractersticas semelhantes que desenvolvem atividades homogneas relacionadas com o processo produtivo. Centro de Custos Produtivos So os centros de custos por onde os produtos passam durante o processo de fabricao e nos quais so transformados ou beneficiados. Exemplo: montagem, pintura, acabamento etc. Centro de Custos Auxiliares So os centros de custos que fazem parte do processo produtivo, mas no atuam diretamente nos produtos. Prestam servios ou do apoio aos centros de custos produtivos. Exemplo: manuteno, planejamento, refeitrio, ambulatrio etc.

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    Centro de Despesas Corresponde menor unidade de acumulao de despesas sendo representada por homens, mquinas e equipamentos de caractersticas semelhantes que desenvolvem atividades homogneas relacionadas com as atividades administrativas, financeiras e comerciais. Exemplo: contabilidade, departamento de pessoal, tesouraria, faturamento etc. 1.4.4 Outros Tipos de Custeio Nesta Seo, apresentaremos, de forma bastante resumida, os Custeios Varivel, Padro e ABC (Activity-Based Costing) ou Custeio Baseado em Atividades. Custo Varivel Neste mtodo de custeio, somente so apropriados produo os custos variveis. Os custos fixos so contabilizados diretamente dbito de conta de resultado (juntamente com as despesas) sob a alegao de que estes ocorrero independentemente do volume de produo da empresa. O custeio varivel viola o Princpio da Competncia, porque os custos fixos so reconhecidos como despesas mesmo que nem todos os produtos fabricados tenham sido vendidos. um mtodo indicado para tomada de decises na empresa. Custeio Padro Neste mtodo, os custos so apropriados produo no pelo seu valor efetivo (ou real) mas sim por uma estimativa do que deveriam ser (Custo Padro). Este mtodo surge da necessidade de avaliar o desempenho da empresa industrial. Para que isso seja possvel, necessrio que se tenha um padro de medida para que se possa fazer a comparao e a avaliao do desempenho. A grande finalidade do custeio padro o planejamento e o controle de custos. Custeio ABC A origem do mtodo de custeio ABC est relacionada ao significativo aumento dos custos indiretos na produo industrial nas ltimas dcadas.

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    Nos primrdios da atividade industrial no mundo moderno, os elementos mais importantes do custo de produo eram os MD e a MOD, cuja apropriao se faz diretamente aos produtos. Portanto, as distores nos custos dos produtos provocadas pelo rateio dos CIF baseado em estimativas tinham pequena influncia na determinao do CPV e, por conseguinte, na apurao da margem de lucratividade. medida que a atividade industrial tornou-se extremamente complexa e com um alto grau de automao, houve um aumento considervel dos CIF e, por esse motivo, eles passaram a representar, em muitos casos, a maior parcela dos custos de produo de uma empresa. Assim, caso fossem cometidos erros no rateio dos CIF aos produtos fabricados e dado que todo rateio parte de uma base arbitrria, os gerentes poderiam cometer erros no processo de tomada de decises, j que os clculos de margem de lucro poderiam estar furados. Nesse cenrio, surgiu o Custeio ABC como um mtodo de alocao mais justo dos recursos produtivos da empresa. No mtodo de Custeio ABC, o objetivo delinear as atividades para determinar os custos, ou seja, as atividades da empresa constituem os objetos fundamentais para a determinao dos custos. Na sequncia, os custos por atividades so apropriados aos produtos. Uma atividade uma ao que utiliza recursos humanos, materiais, tecnolgicos e financeiros para a produo de bens ou servios. composta por um conjunto de tarefas necessrias ao seu desempenho. As atividades so necessrias para a concretizao de um processo, que uma cadeia de atividades interdependentes. Exemplos de atividades (por departamentos de uma fbrica):

    Departamento de Compras:

    - comprar materiais; e

    - desenvolver fornecedores.

    Almoxarifado:

    - receber materiais; e

    - movimentar materiais.

    O mtodo ABC pressupe que os fatores produtivos (recursos) so consumidos pelas suas atividades e no pelos produtos fabricados. Os produtos so uma mera consequncia das atividades efetuadas pela empresa para fabric-los e comercializ-los.

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    O custo de uma atividade compreende todos os sacrifcios de recursos necessrios para desempenh-la. Deve incluir salrios com os respectivos encargos sociais, materiais, depreciao, energia, uso de instalaes etc. A atribuio de custos s atividades deve ser feita da forma mais criteriosa possvel, de acordo com a seguinte ordem de prioridade:

    1. alocao direta;

    2. rastreamento; e

    3. rateio.

    A alocao direta feita quando h uma identificao clara, direta e objetiva de certos itens de custos com certas atividades. Pode ocorrer com salrios, depreciao, viagens, material de consumo etc. O rastreamento uma alocao baseada na identificao da relao de causa e efeito entre a ocorrncia da atividade e a gerao dos custos. Essa relao dada em termos de direcionadores de custos. Um direcionador de custos o fator que determina o custo de uma atividade. Como as atividades exigem recursos para serem realizadas, tem-se que o direcionador a causa dos seus custos. Alguns exemplos de direcionadores:

    nmero de empregados;

    rea ocupada;

    homem-hora (tempo de mo-de-obra);

    quantidade de kWh;

    hora-mquina;

    estimativa do responsvel pela rea etc.

    O direcionador de custos o parmetro utilizado para atribuir os custos das atividades aos produtos. O rastreamento deve identificar quais so as atividades que esto consumindo de forma mais significativa os recursos da produo. Os custos so ento direcionados para essas atividades e destas para os bens fabricados. O rastreamento de custos um mtodo muito mais complexo do que o simples rateio dos CIF aos produtos. necessrio elencar as atividades relevantes dentro dos departamentos, verificar quais so os recursos que esto sendo consumidos por elas, direcionar os custos para essas atividades e delas para os produtos.

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    O rateio realizado apenas quando no h a possibilidade de utilizar nem a alocao direta nem o rastreamento; mas deve-se ter em mente que, para fins gerenciais, rateios arbitrrios no devem ser feitos. O principal objetivo do custeio ABC reduzir as distores causadas em virtude da arbitrariedade da distribuio, via rateio, de custos indiretos de fabricao aos produtos. O custeio ABC tambm pode ser aplicado aos custos diretos, como, por exemplo, a mo de obra direta, mas, neste caso, no haver muita diferena em relao ao mtodo de custeio por absoro. Resumindo, a diferena fundamental est no tratamento dado aos custos indiretos. Normalmente, os custos obtidos pelo mtodo de custeio ABC incluem despesas administrativas e com vendas, razo pela qual no aceito, para fins contbeis, para avaliao dos estoques. Entretanto, este mtodo de custeio de grande utilidade para a tomada de deciso do administrador da empresa. Nota: no fique preocupado se voc no conseguiu entender tudo de custeio ABC na aula de hoje. Ns voltaremos a esse tpico em uma aula posterior, em que sero dados vrios exemplos do mtodo ABC, bem como comparaes com os outros mtodos de custeio. O objetivo da aula de hoje to somente introduzir uma viso geral da Contabilidade de Custos e Gerencial, sem entrar muito nos detalhes.

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    1.5 Resumo CPV = EI + CPP EF EIPE + EIPA + CPP = EFPE + EFPA + CPV CPA = EIPE + CPP EFPE CPV = EIPA + CPA EFPA No Custeio por Absoro, todos os custos (fixos ou variveis) so absorvidos pelos bens produzidos; todos os gastos relativos ao esforo de produo so distribudos para todos os produtos ou servios feitos. Mas os gastos no fabris ou despesas so excludos. Tipos de Gastos: Investimentos, Custos, Despesas e Perdas. Custos e Despesas so conceitos distintos. Custo: gasto relativo a bem ou servio utilizado na produo de outros bens ou servios, ou seja, um gasto relacionado atividade de produo (ex.: matria-prima usada na fabricao de um produto).

    (+)

    (-)

    CPP

    CPA

    CPV

    EIPA EFPA

    EIPE EFPE

    (+) (-)

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    Despesa: bem ou servio consumido direta ou indiretamente para a obteno de receitas (ex.: comisso do vendedor). As empresas tm Despesas para gerar receitas e tm Custos para produzir seus bens e servios. Perda: bem ou servio consumidos de forma anormal e involuntria (ex.: perda por alagamento da fbrica). Custos Diretos: so os custos que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, pois podem ser identificados e diretamente apropriados a um produto, uma linha de produto, um centro de custo ou um departamento, no momento de sua ocorrncia, pois h uma medida objetiva e precisa de seu consumo. Ex.: mo de obra direta. Custos Indiretos de Fabricao (CIF): so os custos que dependem de clculos, rateios ou estimativas para serem apropriados a determinado produto; so custos apropriados indiretamente ao produto. Necessitam, portanto, de algum critrio de rateio para a sua alocao. Exs.: mo de obra indireta, materiais indiretos. Custos Fixos: so aqueles cujos valores permanecem inalterados, independentemente do volume de produo da empresa (ex.: aluguel da fbrica). Custos Variveis: so aqueles cujos valores so alterados em funo do volume de produo da empresa (ex.: matria-prima consumida por unidade de produto). Custos de Produo do Perodo (CPP) = MD + MOD + CIF. Custo Primrio (CPrim) = MD + MOD. Custo de Transformao (CTransf) = MOD + CIF. Custo dos Produtos Vendidos (CPV): total dos gastos incorridos no processo de produo dos bens que foram sacrificados para que a empresa gerasse receita de vendas de produtos. Custo das Mercadorias Vendidas (CMV): valor dos gastos incorridos no processo de aquisio dos bens que foram sacrificados para que a empresa gerasse receitas de vendas de mercadorias.

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    Custo dos Servios Prestados (CSP): valor dos gastos incorridos no processo de prestao dos servios para que a empresa gerasse receita de prestao de servios. Custeio Varivel: mtodo de custeio em que somente os custos variveis so apropriados aos bens produzidos ou servios prestados. Os custos fixos so contabilizados diretamente dbito de conta de resultado (juntamente com as despesas) sob a alegao de que estes ocorrero independentemente do volume de produo da empresa. O Custeio Varivel viola o Princpio da Competncia porque os custos fixos so reconhecidos como despesas, ainda que nem todos os produtos fabricados tenham sido vendidos. Custeio Padro: o mtodo em que os custos so apropriados produo no pelo seu valor efetivo (ou real) mas sim por uma estimativa do que deveriam ser. A grande finalidade do custeio padro o planejamento e o controle de custos. Para se utilizar o mtodo de custeio ABC necessria a definio das atividades relevantes dentro dos departamentos, bem como dos direcionadores de custos que iro alocar os diversos custos incorridos s atividades. O principal objetivo do custeio ABC reduzir as distores causadas em virtude da arbitrariedade da alocao, via rateio, de Custos Indiretos de Fabricao aos produtos.

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    1.6 Exerccios de Fixao (Questes inditas estilo CESPE) Julgue os itens a seguir. 1. Os dados obtidos pela Contabilidade Gerencial so usados pela Contabilidade de Custos para auxlio ao controle e tomada de decises. 2. A Contabilidade de Custos tem uma rea de atuao menos ampla do que a Contabilidade Gerencial. 3. O conhecimento do custo de um produto no vital para se determinar, dado o preo, se o mesmo d lucro ou no. 4. A Contabilidade Geral tem por objetivo controlar somente o Patrimnio das entidades privadas. 5. A principal finalidade da Contabilidade de Custos tradicional a avaliao de estoques na indstria. 6. Custeio por Absoro um processo de apurao de custos que rateia todos os custos, fixos ou variveis, em cada fase de produo 7. Um custo considerado absorvido quando for atribudo a um produto ou unidade de produo 8. No Custeio por Absoro, cada produto receber sua parcela no custo at que o valor total dos custos seja absorvido pelo Custo dos Produtos Vendidos ou pelo Estoque Final de Produtos Acabados e/ou em Elaborao 9. O principal objetivo do custeio ABC reduzir as distores causadas em virtude da arbitrariedade da distribuio, via rateio, de custos indiretos de fabricao aos produtos. 10. O custeio varivel no viola o Princpio da Competncia, porque os custos fixos so reconhecidos como despesas mesmo que nem todos os produtos fabricados tenham sido vendidos. 11. O custeio por absoro refere-se apenas a um processo para determinao do valor dos Estoques Finais de Produtos Acabados e em Elaborao, no podendo ser, portanto, aplicado obteno do valor dos Custos dos Produtos Vendidos por contrariar o Princpio Contbil da Competncia 12. Os gastos podem ser divididos somente em custos e despesas.

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    (TCE-ES/CESPE-UnB/2012) Com relao contabilidade de custos, importante ferramenta para a apurao de resultados e para a gesto empresarial, julgue os itens que se seguem. 13. A mo de obra direta pode ser classificada como custo primrio juntamente com a matria-prima e como custo de converso juntamente com os custos gerais de fabricao. 14. Departamento consiste na unidade mnima administrativa representada, em geral, por homens e mquinas em que so contabilizados os custos e o setor em que so desenvolvidas atividades homogneas. 15. A metodologia de custeio varivel, apesar de amplamente utilizada para fins gerenciais, no pode ser utilizada no Brasil para fins de publicao societria ou de apurao fiscal. 16. Define-se custeio integral como a metodologia de custeio em que tanto os custos variveis como os custos fixos so atribudos aos objetos de custo. (ANAC/CESPE-UnB/2012/Adaptada) Em relao classificao e terminologia de custos, julgue o item a seguir. 17. O gasto com mo de obra durante um perodo de greve e a sobra de material proveniente da produo so considerados perda. Algumas Boas Questes de Outras Bancas ... 18. (Agente Fiscal de Rendas SP/FCC/2009) A grande finalidade do Custo Padro . (A) o planejamento e controle de custos.

    (B) a gesto de preos.

    (C) o atendimento s Normas Contbeis Brasileiras.

    (D) a rentabilidade de produtos.

    (E) o retorno do investimento. 19. (Agente Fiscal de Rendas SP/FCC/2009) A diferena fundamental do Custeio Baseado em Atividades Activity-Based Costing em relao aos sistemas tradicionais Varivel e Absoro est no tratamento dado (A) aos custos diretos de fabricao.

    (B) ao ponto de equilbrio financeiro.

    (C) aos custos indiretos de fabricao.

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    (D) s despesas variveis.

    (E) s despesas financeiras. 20. (Agente Fiscal de Rendas SP/FCC/2009) Na terminologia de custos, so custos de converso ou transformao: (A) Mo de obra direta e Mo de obra indireta.

    (B) Mo de obra direta e Materiais diretos.

    (C) Custos primrios e Custos de fabricao fixos.

    (D) Matria-prima, Mo de obra direta e Custos indiretos de fabricao.

    (E) Mo de obra direta e Custos indiretos de fabricao. (Agente Fiscal de Rendas SP/FCC/2006) Instrues: Considere as informaes abaixo para responder s questes de nmeros 21 a 23. No ms de janeiro de 2006, dos relatrios de produo da Cia. Albion foram extradas as seguintes informaes: I. Valor dos inventrios de incio e final do ms (valores em R$): Itens Saldo Inicial Saldo Final Unidades acabadas 125.000 117.000 Unidades em processo 235.000 251.000 Matria-prima 134.000 124.000 II. Movimentos ocorridos no perodo (valores em R$): Itens Saldo Inicial Compra de matria-prima 191.000 Mo de obra direta utilizada 300.000 Custos indiretos de fabricao ocorridos 175.000 III. Informaes adicionais: A empresa aplica custos indiretos de fabricao a uma taxa de 60% da mo de obra direta. Os excessos ou sub-aplicao dos CIF sero apropriados no final do exerccio. 21. Custos primrios no ms: (A) 501.000

    (B) 499.000

    (C) 489.000

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    (D) 201.000

    (E) 199.000 22. Total de custos de produo no ms de janeiro: (A) 743.000

    (B) 681.000

    (C) 673.000

    (D) 665.000

    (E) 501.000 23. Custos das unidades vendidas em janeiro: (A) 665.000

    (B) 657.000

    (C) 673.000

    (D) 681.000

    (E) 697.000 24. (ICMS-PR/UEL-COPS/2012) Com relao s funes da contabilidade de custos, financeira e gerencial, considere as afirmativas a seguir. I. A contabilidade de custo tem um escopo mais amplo que a contabilidade gerencial.

    II. O uso da contabilidade de custos como instrumento gerencial preocupao permanente dos contadores, auditores e fiscais.

    III. O sistema de custos pode subsidiar a deciso gerencial de administrao de preo de venda.

    IV. Lucro bruto o resultado do confronto do custo das mercadorias ou produtos vendidos ou dos servios prestados aos clientes com a respectiva receita lquida.

    Assinale a alternativa correta. (A) Somente as afirmativas I e II so corretas.

    (B) Somente as afirmativas I e IV so corretas.

    (C) Somente as afirmativas III e IV so corretas.

    (D) Somente as afirmativas I, II e III so corretas.

    (E) Somente as afirmativas II, III e IV so corretas.

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    25. (ICMS-PR/UEL-COPS/2012) Quanto s terminologias contbeis bsicas da contabilidade de custos, relacione a coluna da esquerda com a da direita.

    (I) Comisso de vendedores. (A) Custos.

    (II) Compra de material de escritrio (B) Desembolso.

    (III) Depreciao do prdio fabril. (C) Despesas.

    (IV) Mercadoria danificada por enchente. (D) Investimento.

    (V) Pagamento de fornecedores. (E) Perdas.

    Assinale a alternativa que contm a associao correta.

    (A) I-A, II-B, III-C, IV-D, V-E.

    (B) I-C, II-A, III-E, IV-D, V-B.

    (C) I-C, II-D, III-A, IV-E, V-B.

    (D) I-D, II-C, III-A, IV-B, V-E.

    (E) I-E, II-A, III-D, IV-B, V-C.

    26. (ICMS-PR/UEL-COPS/2012) Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o mtodo de custeio que procura reduzir sensivelmente as distores provocadas pelo rateio arbitrrio dos custos indiretos. (A) Absoro.

    (B) Custeio ABC.

    (C) Direto.

    (D) Indireto.

    (E) Varivel.

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    1.7 Gabarito 1 E 2 C 3 E 4 E 5 C 6 C 7 C 8 C 9 C 10 E 11 E 12 E 13 C 14 C 15 C 16 E 17 E 18 A 19 C 20 E 21 A 22 B 23 C 24 C 25 C 26 B

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    1.8 Resoluo dos Exerccios de Fixao (Questes inditas - estilo CESPE) Julgue os itens a seguir. 1. Os dados obtidos pela Contabilidade Gerencial so usados pela Contabilidade de Custos para auxlio ao controle e tomada de decises. Resoluo Errado, pois o correto afirmar-se o contrrio, ou seja, que os dados obtidos pela Contabilidade de Custos so usados pela Contabilidade Gerencial para auxlio ao controle e tomada de decises. GABARITO: E 2. A Contabilidade de Custos tem uma rea de atuao menos ampla do que a Contabilidade Gerencial. Resoluo Certo. As novas funes da moderna Contabilidade de Custos (auxlio ao controle e ajuda s tomadas de decises) no englobam o todo da Contabilidade Gerencial, porque esta ltima tem um escopo mais amplo. GABARITO: C 3. O conhecimento do custo de um produto no vital para se determinar, dado o preo, se o mesmo d lucro ou no. Resoluo Errado. Pelo contrrio, o conhecimento do custo essencial para se calcular a lucratividade, ou no, de um dado produto. GABARITO: E 4. A Contabilidade Geral tem por objetivo controlar somente o Patrimnio das entidades privadas. Resoluo Errado. A Contabilidade Geral tem por objetivo controlar o Patrimnio das entidades, sejam elas pblicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos.

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    GABARITO: E 5. A principal finalidade da Contabilidade de Custos tradicional a avaliao de estoques na indstria. Resoluo Certo. A Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade Financeira, quando da necessidade de avaliar os estoques na indstria, tarefa essa que era trivial na empresa comercial. GABARITO: C 6. Custeio por Absoro um processo de apurao de custos que rateia todos os custos, fixos ou variveis, em cada fase de produo Resoluo Certo, conforme a frmula (5). GABARITO: C 7. Um custo considerado absorvido quando for atribudo a um produto ou unidade de produo. Resoluo Certo, conforme a frmula (5). GABARITO: C 8. No Custeio por Absoro, cada produto receber sua parcela no custo at que o valor total dos custos seja absorvido pelo Custo dos Produtos Vendidos ou pelo Estoque Final de Produtos Acabados e/ou em Elaborao. Resoluo Certo, conforme a explicao dada na Seo 5.2. GABARITO: C 9. O principal objetivo do custeio ABC reduzir as distores causadas em virtude da arbitrariedade da distribuio, via rateio, de custos indiretos de fabricao aos produtos.

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    Resoluo Certo, vide seo 5.4.4. GABARITO: C 10. O custeio varivel no viola o Princpio da Competncia, porque os custos fixos so reconhecidos como despesas mesmo que nem todos os produtos fabricados tenham sido vendidos. Resoluo Errado, pois o custeio varivel viola o Princpio da Competncia, haja vista que os custos fixos so reconhecidos como despesas mesmo que nem todos os produtos fabricados tenham sido vendidos. GABARITO: E 11. o custeio por absoro refere-se apenas a um processo para determinao do valor dos Estoques Finais de Produtos Acabados e em Elaborao, no podendo ser, portanto, aplicado obteno do valor dos Custos dos Produtos Vendidos por contrariar o Princpio Contbil da Competncia Resoluo Errado. Custeio por absoro um processo de apurao de custos que rateia todos os custos fixos ou variveis em cada fase da produo, atribuindo aos produtos vendidos ou ao que permanecer nos estoques suas respectivas parcelas na apurao do custo total. Alm disso, o custeio por absoro obedece ao Princpio da Competncia. GABARITO: E 12. Os gastos podem ser divididos somente em custos e despesas. Resoluo Errado. Os gastos podem ser divididos em investimentos, custos e despesas e perdas. GABARITO: E (TCE-ES/CESPE-UnB/2012) Com relao contabilidade de custos, importante ferramenta para a apurao de resultados e para a gesto empresarial, julgue os itens que se seguem.

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    13. A mo de obra direta pode ser classificada como custo primrio juntamente com a matria-prima e como custo de converso juntamente com os custos gerais de fabricao. Resoluo O Custo Primrio (CPrim) pode ser definido como

    CPrim = MD + MOD em que MD denota os Materiais Diretos (matria-prima, materiais secundrios cujo valor compense apropri-los diretamente ao produto e material de embalagem) e MOD a Mo de Obra Direta (*). O Custo de Converso ou Transformao (CTransf) dado por

    Ctransf = MOD + CIF em que CIF denota os Custos Indiretos de Fabricao. Os CIF tambm recebem outros nomes, tais como Gastos Gerais de Fabricao, Custos Gerais de Fabricao, Gastos Gerais de Produo e Despesas Indiretas de Fabricao. Portanto, a mo de obra direta pode ser classificada como custo primrio juntamente com a matria-prima e como custo de converso juntamente com os custos gerais de fabricao. Item certo. (*) Eliseu Martins5 considera que o Custo Primrio dado pela soma da matria-prima com a mo de obra direta, ou seja

    CPrim = Matria-Prima + MOD GABARITO: C 14. Departamento consiste na unidade mnima administrativa representada, em geral, por homens e mquinas em que so contabilizados os custos e o setor em que so desenvolvidas atividades homogneas. Resoluo A afirmao est correta. O Departamento a unidade mnima administrativa para a Contabilidade de Custos, representada em geral por pessoas e mquinas, em que se desenvolvem atividades homogneas. 5 Eliseu Martins, Contabilidade de Custos, 9 edio, Ed. Atlas, 2008.

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    Diz-se unidade mnima administrativa porque sempre h um responsvel para cada Departamento. Os Departamentos podem ser divididos em dois grandes grupos:

    Departamentos de Produo, que so aqueles que atuam sobre os produtos; e

    Departamentos de Servios, que so os que executam servios auxiliares e no tm atuao direta sobre os produtos.

    Na maioria das vezes um Departamento um Centro de Custos, ou seja, nele so acumulados os custos indiretos de fabricao para posterior alocao aos produtos. Mas podem existir diversos Centros de Custos dentro de um mesmo Departamento. Deste modo, podemos definir Centro de Custo como sendo a menor frao de atividade ou rea de responsabilidade para a qual realizada a acumulao de custos. GABARITO: C 15. A metodologia de custeio varivel, apesar de amplamente utilizada para fins gerenciais, no pode ser utilizada no Brasil para fins de publicao societria ou de apurao fiscal. Resoluo O mtodo de custeio varivel vedado pela legislao do Imposto de Renda. Contudo, considerado mais adequado que o mtodo do custeio por absoro para fins gerenciais. por esta razo que vem sendo amplamente usado no Brasil como ferramenta de apoio ao processo de tomada de decises em uma empresa. Item certo. GABARITO: C 16. Define-se custeio integral como a metodologia de custeio em que tanto os custos variveis como os custos fixos so atribudos aos objetos de custo. Resoluo Foi dada a definio de Custeio por Absoro. O Custeio Integral uma extenso do conceito de Custeio por Absoro. O Custeio Integral consiste em ratear, aos produtos, todos os gastos da empresa; no s os custos, mas

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    tambm despesas comerciais, administrativas e at mesmo as despesas financeiras. Item errado. GABARITO: E (ANAC/CESPE-UnB/2012/Adaptada) Em relao classificao e terminologia de custos, julgue o item a seguir. 17. O gasto com mo de obra durante um perodo de greve e a sobra de material proveniente da produo so considerados perda. Resoluo A perda um bem ou servio consumido de forma anormal e involuntria. O gasto com a mo de obra durante um perodo de greve um exemplo de perda. No considerado um custo de produo. A sobra de material proveniente da produo um custo produtivo, pois inerente ao processo de fabricao. No se produz sem que haja sobras ou perdas de material (*). Por essa razo o item errado. Assim como as Despesas, as Perdas vo diretamente conta de Resultado. (*) No se confunda! Apesar de ser comum na prtica o uso da expresso perdas de material, essas perdas so consideradas custos produtivos! GABARITO: E Algumas Boas Questes de Outras Bancas ... 18. (Agente Fiscal de Rendas SP/FCC/2009) A grande finalidade do Custo Padro . (A) o planejamento e controle de custos.

    (B) a gesto de preos.

    (C) o atendimento s Normas Contbeis Brasileiras.

    (D) a rentabilidade de produtos.

    (E) o retorno do investimento. Resoluo A grande finalidade do custo padro o planejamento e controle dos custos. O custo padro visa estabelecer uma base de comparao entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido. Logo o custo padro no outra forma,

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    mtodo ou critrio de contabilizao de custos (como Absoro e Varivel), mas sim uma tcnica auxiliar. Portanto, todas as alternativas esto incorretas, exceto a primeira. GABARITO: A 19. (Agente Fiscal de Rendas SP/FCC/2009) A diferena fundamental do Custeio Baseado em Atividades Activity-Based Costing em relao aos sistemas tradicionais Varivel e Absoro est no tratamento dado (A) aos custos diretos de fabricao.

    (B) ao ponto de equilbrio financeiro.

    (C) aos custos indiretos de fabricao.

    (D) s despesas variveis.

    (E) s despesas financeiras. Resoluo O mtodo de custeio ABC visa minimizar as distores provocadas pelo rateio arbitrrio dos custos indiretos, sendo esta a sua principal diferena em relao aos sistemas tradicionais (custo por absoro e custo varivel). GABARITO: C 20. (Agente Fiscal de Rendas SP/FCC/2009) Na terminologia de custos, so custos de converso ou transformao: (A) Mo de obra direta e Mo de obra indireta.

    (B) Mo de obra direta e Materiais diretos.

    (C) Custos primrios e Custos de fabricao fixos.

    (D) Matria-prima, Mo de obra direta e Custos indiretos de fabricao.

    (E) Mo de obra direta e Custos indiretos de fabricao. Resoluo O Custo de Converso ou de Transformao (CTransf) definido como CTransf = MOD + CIF, em que MOD denota a mo de obra direta e CIF so os Custos Indiretos de Fabricao. GABARITO: E

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    (Agente Fiscal de Rendas SP/FCC/2006) Instrues: Considere as informaes abaixo para responder s questes de nmeros 21 a 23. No ms de janeiro de 2006, dos relatrios de produo da Cia. Albion foram extradas as seguintes informaes: I. Valor dos inventrios de incio e final do ms (valores em R$): Itens Saldo Inicial Saldo Final Unidades acabadas 125.000 117.000 Unidades em processo 235.000 251.000 Matria-prima 134.000 124.000 II. Movimentos ocorridos no perodo (valores em R$): Itens Saldo Inicial Compra de matria-prima 191.000 Mo de obra direta utilizada 300.000 Custos indiretos de fabricao ocorridos 175.000 III. Informaes adicionais: A empresa aplica custos indiretos de fabricao a uma taxa de 60% da mo de obra direta. Os excessos ou sub-aplicao dos CIF sero apropriados no final do exerccio. 21. Custos primrios no ms: (A) 501.000

    (B) 499.000

    (C) 489.000

    (D) 201.000

    (E) 199.000 Resoluo Matria-Prima Saldo Inicial 134.000 (+) Compras de Matria-Prima 191.000 (-) Matria-Prima Saldo Final (124.000) Material Direto 201.000 (+) Mo de obra Direta 300.000 Custo Primrio 501.000

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    GABARITO: A 22. Total de custos de produo no ms de janeiro: (A) 743.000

    (B) 681.000

    (C) 673.000

    (D) 665.000

    (E) 501.000 Resoluo Custo Primrio 501.000 (+) Custos Indiretos de Fabricao 180.000 (= 60% x300.000) Custo de Produo 681.000 Nota: repare que o enunciado diz o seguinte: "Os excessos ou sub-aplicao dos CIF sero apropriados ao final do exerccio". Neste caso, a banca deu a dica para o candidato trabalhar com uma estimativa dos CIF com base na aplicao de uma taxa de 60% sobre a MOD. As razes para se usar os CIF pr-determinados em vez dos efetivos ficaro mais claras em uma aula posterior. Por enquanto, fique com esta dica para a prova. GABARITO: B 23. Custos das unidades vendidas em janeiro: (A) 665.000

    (B) 657.000

    (C) 673.000

    (D) 681.000

    (E) 697.000 Resoluo Unidades em Processo Estoque Inicial 235.000 (+) Custo da Produo no Ms 681.000 (-) Estoque Final (251.000) (=) Produtos Acabados no Ms 665.000

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    Estoque de Unidades Acabadas Estoque Inicial 125.000 (+) Produo Acabada no Ms 665.000 (-) Estoque Final (117.000) (=) CMV 673.000 GABARITO: C 24. (ICMS-PR/UEL-COPS/2012) Com relao s funes da contabilidade de custos, financeira e gerencial, considere as afirmativas a seguir. I. A contabilidade de custo tem um escopo mais amplo que a contabilidade gerencial.

    II. O uso da contabilidade de custos como instrumento gerencial preocupao permanente dos contadores, auditores e fiscais.

    III. O sistema de custos pode subsidiar a deciso gerencial de administrao de preo de venda.

    IV. Lucro bruto o resultado do confronto do custo das mercadorias ou produtos vendidos ou dos servios prestados aos clientes com a respectiva receita lquida.

    Assinale a alternativa correta. (A) Somente as afirmativas I e II so corretas.

    (B) Somente as afirmativas I e IV so corretas.

    (C) Somente as afirmativas III e IV so corretas.

    (D) Somente as afirmativas I, II e III so corretas.

    (E) Somente as afirmativas II, III e IV so corretas.

    Resoluo Anlise das afirmativas: I. Incorreta. A contabilidade de custo tem um escopo menos amplo que a contabilidade gerencial II. Incorreta. O uso da contabilidade de custos como instrumento gerencial preocupao permanente dos contadores de custos, administradores, gerentes e diretores da empresa. Contadores, auditores e fiscais usam a Contabilidade de Custos como uma forma de resolver seus problemas de mensurao monetria dos estoques e do resultado.

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    III. Correta. O sistema de custos pode subsidiar a deciso gerencial de administrao de preo de venda. Mas a deciso final sobre o preo de venda leva em conta outros fatores como o mercado, estratgias de marketing etc. IV. Correta, pois LB = V CPV, em que LB o Lucro Bruto, V denota a receita lquida e CPV o Custo do Produto Vendido. GABARITO: C 25. (ICMS-PR/UEL-COPS/2012) Quanto s terminologias contbeis bsicas da contabilidade de custos, relacione a coluna da esquerda com a da direita.

    (I) Comisso de vendedores. (A) Custos.

    (II) Compra de material de escritrio (B) Desembolso.

    (III) Depreciao do prdio fabril. (C) Despesas.

    (IV) Mercadoria danificada por enchente. (D) Investimento.

    (V) Pagamento de fornecedores. (E) Perdas.

    Assinale a alternativa que contm a associao correta.

    (A) I-A, II-B, III-C, IV-D, V-E.

    (B) I-C, II-A, III-E, IV-D, V-B.

    (C) I-C, II-D, III-A, IV-E, V-B.

    (D) I-D, II-C, III-A, IV-B, V-E.

    (E) I-E, II-A, III-D, IV-B, V-C.

    Resoluo O desembolso corresponde ao pagamento efetuado devido a aquisio de um bem ou servio, podendo ocorrer concomitantemente com o gasto, quando o pagamento a vista, ou posteriormente ao gasto, quando o pagamento a prazo. Exemplo de desembolso: pagamento de fornecedores. Os gastos podem ser divididos em: investimentos, custos, despesas e perdas. Um investimento corresponde ao gasto com um bem ou servio ativado em funo de vida til ou de benefcios atribuveis a perodos futuros. Exemplos:

    aquisio de mveis e utenslios;

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    aquisio de imveis;

    despesas pr-operacionais;

    aquisio de marcas e patentes;

    aquisio de matrias-primas

    aquisio de material de escritrio.

    O custo corresponde ao gasto com bens ou servios que sero utilizados na produo de outros bens ou servios, ou seja, so gastos relacionados atividade de produo. Exemplos:

    Salrios e encargos sociais dos funcionrios que trabalham na produo;

    Matria-prima utilizada no processo produtivo;

    Combustveis e lubrificantes utilizados nas mquinas da fbrica;

    Aluguis das instalaes da fbrica;

    Seguro das instalaes da fbrica;

    Seguros do maquinrio utilizado na produo;

    Depreciao dos equipamentos utilizados na produo;

    Depreciao do prdio da fbrica; e

    Gastos com manuteno das mquinas utilizadas na produo.

    As despesas so gastos com bens ou servios no utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obteno de receitas. Ou seja, as despesas so itens que reduzem o Patrimnio Lquido e que possuem a caracterstica de representar sacrifcios no processo de obteno de receitas. Logo, pode-se concluir que as empresas tm Despesas para gerar receitas e tm Custos para produzir seus bens e servios. Entretanto, normalmente, nem sempre fcil distinguir Custos e Despesas. Para facilitar a sua compreenso, podemos adotar a seguinte regra: Custos so todos os gastos realizados at que o produto fique pronto; a partir deste ponto, todos os gastos passam a ser Despesas. Por exemplo, os gastos com a embalagem de um determinado produto podem ser custos se realizados no mbito do processo produtivo (o produto vendido embalado); e podem ser despesas se realizados aps a produo (o produto pode ser vendido com ou sem embalagem). A comisso do vendedor, por exemplo, um gasto que se torna imediatamente uma Despesa.

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    O computador de um funcionrio administrativo de uma fbrica, que fora transformado em investimento, tem uma parcela reconhecida como despesa de depreciao, sem transitar pelo custo de produo. Por outro lado, a mquina usada na linha de produo, que fora gasto transformado em investimento, tem uma parcela reconhecida como custo de depreciao. Todas as despesas so ou foram gastos, porm alguns gastos muitas vezes no se transformam em despesas (por exemplo, terrenos, que no so depreciados) ou somente se tranformam em despesas quando de sua venda. Outros exemplos de Despesas:

    Salrios e encargos sociais do pessoal de vendas;

    Salrios e encargos sociais do pessoal da administrao da indstria;

    Energia eltrica consumida nas instalaes da administrao da indstria;

    Gastos com combustveis e refeies do pessoal de vendas;

    Conta telefnica da administrao e do pessoal de vendas; e

    Aluguis e seguros das instalaes da administrao da indstria.

    Os encargos financeiros incorridos pela empresa, independentemente de sua origem (por exemplo: decorrente da aquisio de insumos para a produo), so sempre considerados despesas. Define-se perda como bem ou servio consumidos de forma anormal e involuntria. No devemos confundir perda com despesa ou custo, porque a perda tem uma caracterstica de anormalidade e involuntariedade. A perda no um sacrifcio feito com inteno de obteno de receita. Exemplos: perdas com incndios, obsoletismo de estoques, perdas com enchentes, etc. Assim como as despesas, as perdas vo diretamente conta de Resultado. Portanto, a associao correta

    Comisso de vendedores Despesa I C;

    Compra de material de escritrio Investimento II D;

    Depreciao do prdio fabril custo III A;

    Mercadoria danificada por enchente Perda IV E; e

    Pagamento de fornecedores Desembolso V B.

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    GABARITO: C 26. (ICMS-PR/UEL-COPS/2012) Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o mtodo de custeio que procura reduzir sensivelmente as distores provocadas pelo rateio arbitrrio dos custos indiretos. (A) Absoro.

    (B) Custeio ABC.

    (C) Direto.

    (D) Indireto.

    (E) Varivel.

    Resoluo A origem do mtodo de custeio ABC est relacionada ao significativo aumento dos custos indiretos na produo industrial nas ltimas dcadas. Nos primrdios da atividade industrial no mundo moderno, os elementos mais importantes do custo de produo eram os MD e a MOD, cuja apropriao se faz diretamente aos produtos. Portanto, as distores nos custos dos produtos provocadas pelo rateio dos CIF baseado em estimativas tinham pequena influncia na determinao do CPV e, por conseguinte, na apurao da margem de lucratividade. medida que a atividade industrial tornou-se extremamente complexa e com um alto grau de automao, houve um aumento considervel dos CIF e, por esse motivo, eles passaram a representar, em muitos casos, a maior parcela dos custos de produo de uma empresa. Assim, caso fossem cometidos erros no rateio dos CIF aos produtos fabricados e dado que todo rateio parte de uma base arbitrria, os gerentes poderiam cometer erros no processo de tomada de decises, j que os clculos de margem de lucro poderiam estar furados. Nesse cenrio, surgiu o Custeio ABC como um mtodo de alocao mais justo dos recursos produtivos da empresa. No mtodo de Custeio ABC, o objetivo delinear as atividades para determinar os custos, ou seja, as atividades da empresa constituem os objetos fundamentais para a determinao dos custos. Na sequncia, os custos por atividades so apropriados aos produtos.

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    Uma atividade uma ao que utiliza recursos humanos, materiais, tecnolgicos e financeiros para a produo de bens ou servios. composta por um conjunto de tarefas necessrias ao seu desempenho. As atividades so necessrias para a concretizao de um processo, que uma cadeia de atividades interdependentes. Exemplos de atividades (por departamentos de uma fbrica):

    Departamento de Compras:

    - comprar materiais; e

    - desenvolver fornecedores.

    Almoxarifado:

    - receber materiais; e

    - movimentar materiais.

    O mtodo ABC pressupe que os fatores produtivos (recursos) so consumidos pelas suas atividades e no pelos produtos fabricados. Os produtos so uma mera consequncia das atividades efetuadas pela empresa para fabric-los e comercializ-los. O custo de uma atividade compreende todos os sacrifcios de recursos necessrios para desempenh-la. Deve incluir salrios com os respectivos encargos sociais, materiais, depreciao, energia, uso de instalaes etc. A atribuio de custos s atividades deve ser feita da forma mais criteriosa possvel, de acordo com a seguinte ordem de prioridade:

    4. alocao direta;

    5. rastreamento; e

    6. rateio.

    A alocao direta feita quando h uma identificao clara, direta e objetiva de certos itens de custos com certas atividades. Pode ocorrer com salrios, depreciao, viagens, material de consumo etc. O rastreamento uma alocao baseada na identificao da relao de causa e efeito entre a ocorrncia da atividade e a gerao dos custos. Essa relao dada em termos de direcionadores de custos. Um direcionador de custos o fator que determina o custo de uma atividade. Como as atividades exigem recursos para serem realizadas, tem-se que o direcionador a causa dos seus custos. Alguns exemplos de direcionadores:

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    nmero de empregados;

    rea ocupada;

    homem-hora (tempo de mo-de-obra);

    quantidade de kWh;

    hora-mquina;

    estimativa do responsvel pela rea etc.

    O direcionador de custos o parmetro utilizado para atribuir os custos das atividades aos produtos. O rastreamento deve identificar quais so as atividades que esto consumindo de forma mais significativa os recursos da produo. Os custos so ento direcionados para essas atividades e destas para os bens fabricados. O rastreamento de custos um mtodo muito mais complexo do que o simples rateio dos CIF aos produtos. necessrio elencar as atividades relevantes dentro dos departamentos, verificar quais so os recursos que esto sendo consumidos por elas, direcionar os custos para essas atividades e delas para os produtos. O rateio realizado apenas quando no h a possibilidade de utilizar nem a alocao direta nem o rastreamento; mas deve-se ter em mente que, para fins gerenciais, rateios arbitrrios no devem ser feitos. O principal objetivo do custeio ABC reduzir as distores causadas em virtude da arbitrariedade da distribuio, via rateio, de custos indiretos de fabricao aos produtos (alternativa B). O custeio ABC tambm pode ser aplicado aos custos diretos, como, por exemplo, a mo de obra direta, mas, neste caso, no haver muita diferena em relao ao mtodo de custeio por absoro. Resumindo, a diferena fundamental est no tratamento dado aos custos indiretos. Normalmente, os custos obtidos pelo mtodo de custeio ABC incluem despesas administrativas e com vendas, razo pela qual no aceito, para fins contbeis, para avaliao dos estoques. Entretanto, este mtodo de custeio de grande utilidade para a tomada de deciso do administrador da empresa. GABARITO: B Bons estudos e at a prxima aula! Alexandre Lima. [email protected]