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Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa – Aula 03 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 107 SUMÁRIO 1. OLÁ, AMIGOS. ............................................................................................................................................................ 2 2. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS .......................................................................................... 3 3. BALANÇO PATRIMONIAL ........................................................................................................................................ 5 3.1 REGRAS SOBRE A ELABORAÇÃO E PUBLICAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............. 5 3.2 ATIVO, PASSIVO E PL: CONCEITOS ............................................................................................................... 7 3.3. ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................... 9 4. GRUPOS PATRIMONIAIS ...................................................................................................................................... 10 4.1 ATIVO........................................................................................................................................................................ 10 4.1.1 ATIVO CIRCULANTE ........................................................................................................................................ 11 4.1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE .............................................................................................................................. 12 4.1.2.1 ATIVO NÃO CIRCULANTE – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO ......................................................... 12 4.1.2.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE - INVESTIMENTOS .................................................................................... 12 4.1.2.3 ATIVO NÃO CIRCULANTE IMOBILIZADO ............................................................................................. 13 4.1.2.4 ATIVO NÃO CIRCULANTE - INTANGÍVEL ............................................................................................. 15 4.1.2.5 ATIVO PERMANENTE DIFERIDO.............................................................................................................. 18 5. PASSIVO..................................................................................................................................................................... 19 5.1 PASSIVO CIRCULANTE E PASSIVO NÃO CIRCULANTE .......................................................................... 19 5.2 RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS E RECEITAS DIFERIDAS .................................................... 20 6. CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O CICLO OPERACIONAL................................................................. 20 7. PATRIMÔNIO LÍQUIDO ......................................................................................................................................... 21 7.1 CONCEITO E ESTRUTURA ................................................................................................................................. 21 7.2 CAPITAL SOCIAL ................................................................................................................................................... 22 7.3 GASTOS NA EMISSÃO DE AÇÕES .................................................................................................................. 23 7.4 RESERVAS DE CAPITAL...................................................................................................................................... 23 7.4.1 RESERVA DE ÁGIO NA EMISSÃO DE AÇÕES ......................................................................................... 25 7.4.2 ALIENAÇÃO DE PARTES BENEFICIÁRIAS E BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO ......................................... 25 7.4.3 DOAÇÕES E SUBVENÇÕES PARA INVESTIMENTOS GOVERNAMENTAIS..................................... 27 7.4.4 PRÊMIO NA EMISSÃO DE DEBÊNTURES .................................................................................................. 29 7. 5 AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL....................................................................................................... 30 7.6 AÇÕES EM TESOURARIA ................................................................................................................................... 31 7.7 RESERVAS DE LUCROS ...................................................................................................................................... 32 7.7.1 RESERVA LEGAL ............................................................................................................................................... 33 7.7.2 RESERVAS ESTATUTÁRIAS ........................................................................................................................... 35 7.7.3 RESERVA DE CONTINGÊNCIAS ................................................................................................................... 36 7.7.4 RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS .......................................................................................................... 39 7.7.5 RESERVA DE LUCROS A REALIZAR ........................................................................................................... 41 7.7.6 RESERVA ESPECIAL PARA DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS NÃO DISTRIBUÍDOS ..................... 44 7.8 DIVIDENDOS ADICIONAIS ............................................................................................................................... 44 7.9 ADIANTAMENTO PARA AUMENTO DE CAPITAL ......................................................................................... 47 7.10 LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS .................................................................................................... 47 8. QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................................... 49 9. QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ........................................................................................................ 91 10. GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ................................................................... 107 AULA 03: 8. BALANÇO PATRIMONIAL: OBRIGATORIEDADE E APRESENTAÇÃO; CONTEÚDO DOS GRUPOS E SUBGRUPOS. ELABORAÇÃO. 9. CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS

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SUMÁRIO 1. OLÁ, AMIGOS. ............................................................................................................................................................ 2

2. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS .......................................................................................... 3

3. BALANÇO PATRIMONIAL ........................................................................................................................................ 5

3.1 REGRAS SOBRE A ELABORAÇÃO E PUBLICAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............. 5

3.2 ATIVO, PASSIVO E PL: CONCEITOS ............................................................................................................... 7

3.3. ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................... 9

4. GRUPOS PATRIMONIAIS ...................................................................................................................................... 10

4.1 ATIVO........................................................................................................................................................................ 10

4.1.1 ATIVO CIRCULANTE ........................................................................................................................................ 11

4.1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE .............................................................................................................................. 12

4.1.2.1 ATIVO NÃO CIRCULANTE – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO ......................................................... 12

4.1.2.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE - INVESTIMENTOS .................................................................................... 12

4.1.2.3 ATIVO NÃO CIRCULANTE IMOBILIZADO ............................................................................................. 13

4.1.2.4 ATIVO NÃO CIRCULANTE - INTANGÍVEL ............................................................................................. 15

4.1.2.5 ATIVO PERMANENTE DIFERIDO .............................................................................................................. 18

5. PASSIVO ..................................................................................................................................................................... 19

5.1 PASSIVO CIRCULANTE E PASSIVO NÃO CIRCULANTE .......................................................................... 19

5.2 RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS E RECEITAS DIFERIDAS .................................................... 20

6. CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O CICLO OPERACIONAL................................................................. 20

7. PATRIMÔNIO LÍQUIDO ......................................................................................................................................... 21

7.1 CONCEITO E ESTRUTURA ................................................................................................................................. 21

7.2 CAPITAL SOCIAL ................................................................................................................................................... 22

7.3 GASTOS NA EMISSÃO DE AÇÕES .................................................................................................................. 23

7.4 RESERVAS DE CAPITAL...................................................................................................................................... 23

7.4.1 RESERVA DE ÁGIO NA EMISSÃO DE AÇÕES ......................................................................................... 25

7.4.2 ALIENAÇÃO DE PARTES BENEFICIÁRIAS E BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO ......................................... 25

7.4.3 DOAÇÕES E SUBVENÇÕES PARA INVESTIMENTOS GOVERNAMENTAIS..................................... 27

7.4.4 PRÊMIO NA EMISSÃO DE DEBÊNTURES .................................................................................................. 29

7. 5 AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL ....................................................................................................... 30

7.6 AÇÕES EM TESOURARIA ................................................................................................................................... 31

7.7 RESERVAS DE LUCROS ...................................................................................................................................... 32

7.7.1 RESERVA LEGAL ............................................................................................................................................... 33

7.7.2 RESERVAS ESTATUTÁRIAS ........................................................................................................................... 35

7.7.3 RESERVA DE CONTINGÊNCIAS ................................................................................................................... 36

7.7.4 RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS .......................................................................................................... 39

7.7.5 RESERVA DE LUCROS A REALIZAR ........................................................................................................... 41

7.7.6 RESERVA ESPECIAL PARA DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS NÃO DISTRIBUÍDOS ..................... 44

7.8 DIVIDENDOS ADICIONAIS ............................................................................................................................... 44

7.9 ADIANTAMENTO PARA AUMENTO DE CAPITAL ......................................................................................... 47

7.10 LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS .................................................................................................... 47

8. QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................................... 49

9. QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ........................................................................................................ 91

10. GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ................................................................... 107

AULA 03: 8. BALANÇO PATRIMONIAL: OBRIGATORIEDADE E APRESENTAÇÃO; CONTEÚDO DOS GRUPOS E SUBGRUPOS. ELABORAÇÃO. 9. CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS

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1. OLÁ, AMIGOS.

Olá, meus amigos. Como estão?!

Agradecemos por estarem aqui, em mais um encontro conosco, no curso de

Contabilidade Geral para Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil.

Hoje, veremos o seguinte:

Aula Data Conteúdo

Aula 3 18/06/2012 08. Balanço Patrimonial: Obrigatoriedade e apresentação. Conteúdo dos Grupos e Subgrupos. 09. Classificação das

Contas.

[email protected]

[email protected]

Quaisquer dúvidas, por favor, enviem aos dois e-mails, para que ambos possamos ter ciência do que está se passando no curso.

É isso! Vamos começar a nossa batalha?!

Forte abraço!

Gabriel Rabelo/Luciano Rosa.

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2. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS

Vamos começar a falar agora sobre a principal demonstração contábil (e,

obviamente, a mais explorada em concurso), qual seja, o BALANÇO

PATRIMONIAL.

Antes de darmos início ao estudo das principais demonstrações contábeis e suas finalidades, vamos entender quais são as demonstrações contábeis obrigatórias.

Tal assunto está previsto na Lei das SAs, da seguinte forma:

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as

mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

III - demonstração do resultado do exercício; e

IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007)

§ 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior

a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e

publicação da demonstração dos fluxos de caixa.

Pois bem. Desse excerto, muitas questões são cobradas em concursos.

As sociedades por ações podem ser do tipo aberta (quando comercializam títulos e valor mobiliários no mercado) e fechadas (quando não o fazem).

As demonstrações contábeis são diferentes conforme estejamos frente a um ou

outro tipo societário.

COMPANHIA

DEMONSTRAÇÃO CONTÁBIL ABERTA FECHADA

Balanço Patrimonial X X

Demonstração do Resultado do Exercício X X

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

X X

Demonstração dos Fluxos de Caixa X PL > 2 MI

Demonstração do Valor Adicionado X

Alguns aspectos merecem destaque.

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1) Nas companhias abertas, a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados

pode estar contida dentro da DMPL. 2) A DMPL não consta como sendo obrigatória pela Lei 6.404/76. Todavia, o

CPC 26 (Apresentação das demonstrações contábeis) arrolou esta demonstração dentre aquelas que fazem parte do conjunto das demonstrações

contábeis de uma entidade. Tal menção levou o FIPECAFI, no livro Manual de Contabilidade Societária, a considerar que, a partir da edição do

Pronunciamento Contábil, a DMPL passa a ser obrigatória a todos os tipos societários. Não sabemos ainda como as bancas cobrarão este assunto.

3) A Demonstração de origens e aplicações de recursos, a DOAR, deixou de ser obrigatória com as modificações contábeis introduzidas pelas Leis 11.638 e

11.941.

Pois bem, vejam que o balanço patrimonial está arrolado como obrigatório, quer seja a companhia aberta, quer seja fechada.

Vejamos como isso foi cobrado recentemente pela ESAF:

(ESAF/AFRFB/2009) Lei n. 6.404/76, com suas diversas atualizações, determina que, ao fim de cada exercício social, com base na escrituração mercantil da companhia, exprimindo com clareza a situação do patrimônio e as mutações

ocorridas no exercício, a diretoria fará elaborar as seguintes demonstrações financeiras:

a) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

demonstração do resultado do exercício; demonstração das origens e aplicações de recursos; demonstração dos fluxos de caixa; e, se companhia aberta,

demonstração do valor adicionado. b) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

demonstração do resultado do exercício; demonstração dos fluxos de caixa; e demonstração do valor adicionado.

c) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

demonstração do resultado do exercício; demonstração das origens e aplicações de recursos; e demonstração das mutações do patrimônio líquido.

d) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; demonstração do resultado do exercício; demonstração das origens e aplicações

de recursos; e, se companhia aberta, demonstração das mutações do patrimônio líquido.

e) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; demonstração do resultado do exercício; demonstração dos fluxos de caixa; e,

se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.

Comentários

A resolução desta questão está contida na Lei das SAS, artigo 176, in verbis:

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Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras,

que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial;

II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

III - demonstração do resultado do exercício; e

IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de

2007)

V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei

nº 11.638,de 2007)

A DOAR (demonstração de origem e aplicações de recursos) não mais é obrigatória. Decorem este artigo. É de extrema relevância! Questão

praticamente certa como questão teórica em boa parte dos concursos.

Gabarito E.

Passemos a falar agora sobre o balanço patrimonial em si...

3. BALANÇO PATRIMONIAL

CONCEITO: Balanço Patrimonial é a principal demonstração contábil e se destina a evidenciar, seja de forma qualitativa, seja de forma quantitativa, a

POSIÇÃO PATRIMONIAL E FINANCEIRA DA ENTIDADE.

No balanço patrimonial, temos a apresentação dos bens, direitos e obrigações da empresa. Esta informação é estática, pois funciona tal qual uma fotografia

da entidade em determinado momento.

3.1 REGRAS SOBRE A ELABORAÇÃO E PUBLICAÇÃO DAS

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto (LSA, art. 175). Na constituição da companhia e nos casos de

alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa (LSA, art. 175, parágrafo único).

Ao término do exercício, as companhias devem fazer com que sejam publicas as

suas demonstrações contábeis (as que citamos acima).

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Assim, se a companhia foi constituída regularmente e a data do término foi

fixada em 31 de março, o exercício social terá a duração de 01 de abril a 31 de março.

Imagine-se que esta sociedade foi instituída em 01 de janeiro de X0. Vejam que

a lei não determinou se o primeiro exercício social deverá durar apenas 3 meses ou se, alternativamente, poderá durar pelo período de 15 meses.

Não há exigência, outrossim, de que o exercício social se inicie em 01 de

janeiro e termine em 31 de dezembro. Todavia, por questões fiscais, é muito difícil que na prática as sociedades adotem data diversa. Mas, repetimos, para

concursos, o exercício pode começar e terminar em qualquer dia do ano.

Cuidado, igualmente, com questões que dizem ser a duração do exercício social de 12 meses. Juridicamente falando, 12 meses e 1 ano são termos distintos.

Segundo o artigo 176, parágrafo primeiro, as demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das

demonstrações do exercício anterior.

Assim, as demonstrações contábeis do exercício social de 2011 deverão demonstrar também os valores de 2010. Tudo isso para atender à finalidade

básica da contabilidade, que sabemos ser o fornecimento de informações aos diversos usuários.

Ainda, de acordo com o artigo 176:

§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e

não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou

"contas-correntes".

A finalidade de tal dispositivo é de facilitar o entendimento das demonstrações contábeis, evitando que o excesso de detalhes prejudique o entendimento.

Deste modo, se temos as contas aplicação em certificado bancário e aplicação

em fundo de renda fixa, podemos agrupar tudo em uma única conta chamada aplicações financeiras.

Vejam que há também a exigência que não se ultrapasse 10% do valor do

respectivo grupo. Portanto, se no exemplo, as aplicações somassem o valor de R$ 10.000,00 e o ativo circulante montasse a R$ 50.000,00, não poderíamos

agrupar, pois houve quebra do limite estabelecido pela lei.

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Ainda com fulcro no artigo 176, § 3º: As demonstrações financeiras registrarão

a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia-geral.

O que isso quer dizer?! O lucro ou prejuízo obtido no exercício pela entidade é

apurado em uma demonstração conhecida como demonstração do resultado do exercício (a ser estudada oportunamente).

Ocorre que os lucros obtidos precisam ser destinados e sua destinação é

definida pelo órgão máximo deliberativo dentro da SA: a assembléia-geral.

Quem administra a sociedade, no seu cotidiano, são os administradores. Desta forma, no término do exercício social, os administradores procedem à

destinação do lucro das forma que estabelecerem, pressupondo-se que a assembléia-geral (que só ocorre 4 meses após o término do exercício social) irá

aprovar a destinação.

As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros

quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício (LSA, art. 176, parágrafo

quarto).

As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados (LSA, art. 177, §4º). Vejam que este inciso

estabelece que as demonstrações financeiras são assinadas por CONTABILISTA legalmente habilitado (e não contador). A expressão

contabilista abrange tanto o técnico em contabilidade, como o bacharel em ciências contábeis.

3.2 ATIVO, PASSIVO E PL: CONCEITOS

Segundo o CPC 00 – Estrutura conceitual básica da contabilidade, temos as

seguintes definições para os grupos patrimoniais:

DEFINIÇÃO DE A, P e PL DE ACORDO COM O CPC 00:

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4.4 Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial financeira são ativos, passivos e patrimônio líquido. Estes são

definidos como segue:

(a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para

a entidade; (b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já

ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos;

(c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de

deduzidos todos os seus passivos.

Expliquemos.

Costumamos definir o ativo como sendo os “bens e direitos” da empresa. Essa

definição é bastante útil para fins de classificação contábil.

Segundo o CPC 00, ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios

econômicos para a entidade. Vamos analisar rapidamente:

1) RECURSO CONTROLADO PELA ENTIDADE: o controle, e não a propriedade jurídica, é determinante para a definição do ativo. Assim, o

arrendamento financeiro, no qual os bens pertencem ao arrendador, mas ficam sob controle do arrendatário, devem ser contabilizados como ativo.

2) COMO RESULTADO DE EVENTOS PASSADOS: O ativo é resultado de algo

que já ocorreu. Ou seja, a intenção de comprar estoques, ou de vender estoques com lucro, não atende à definição de ativo.

3) E DO QUAL SE ESPERA QUE RESULTEM FUTUROS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS PARA A ENTIDADE: Essa é a parte mais importante para

caracterizar um item como ativo. Não basta controlar ou construir um bem. Não basta já ter efetuado alguma ação passada, como a compra de um

equipamento. Para caracterizar um ativo, é necessário que o bem resulte em futuros benefícios econômicos para a empresa. O teste de recuperabilidade

destina-se a comprovar que os ativos irão gerar benefícios futuros (pelo uso ou pela venda) em valor superior ao seu registro contábil. Do contrário, ajusta-se o

valor do ativo.

Exemplo: vamos considerar um ativo contabilizado pelo valor contábil de R$ 100.000,00, e que tenha valor de uso de R$ 90.000,00 e valor líquido de

vendas de R$ 80.000,00. Como o benefício futuro que irá gerar é de R$ 90.000,00 (devemos considerar o maior entre o valor em uso e o valor líquido

de venda), o valor do ativo deverá ser ajustado para constar na contabilidade

pelo valor apurado (R$ 90.000,00).

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D – Despesa com teste de recuperabilidade 10.000 C – Teste de recuperabilidade (retificadora Ativo) 10.000

O Passivo costuma ser definido como “as obrigações da empresa para com

terceiros”. O pronunciamento CPC 00, por seu turno, fornece a seguinte definição: Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos

já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

1) OBRIGAÇÃO PRESENTE DA ENTIDADE: Gastos previstos e/ou esperados

não constituem passivos. Por exemplo, se uma empresa de aviação tem a previsão de trocar os motores de uma aeronave dentro de 2 anos, ao custo de

R$200.000,00, isto não constitui um passivo, pois não é obrigação presente. Dentro de dois anos, a empresa pode vender o avião e não realizar a troca dos

motores.

2) DERIVADA DE EVENTOS JÁ OCORRIDOS: eventos futuros não constituem

passivo. Ainda que o pagamento seja feito em data posterior, o evento que origina o passivo já deve ter ocorrido.

3) CUJA LIQUIDAÇÃO SE ESPERA QUE RESULTE EM SAÍDA DE

RECURSOS CAPAZES DE GERAR BENEFÍCIOS ECONÔMICOS: O passivo deverá ser liquidado com recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

Lembra da definição de Ativo? Pois é, os recursos capazes de gerar benefícios

econômicos são os Ativos da empresa. Assim, o Passivo será liquidado através da entrega de Ativos (dinheiro, duplicatas a receber, outros bens ou

mercadorias, etc). A maneira mais comum é através do pagamento do passivo em dinheiro. Mas também pode ocorrer a liquidação de um passivo com a

entrega de mercadoria, ou de qualquer outro ativo.

O Patrimônio Líquido normalmente é caracterizado como o “dinheiro dos sócios

aplicado na empresa”. Para o pronunciamento CPC 00, “Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus

passivos.”

Pois bem, essas definições estão sendo cada vez mais exploradas nos concursos públicos. Assim, é essencial que as assimilemos.

3.3. ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL

Antes de começarmos a falar efetivamente sobre cada um dos grupos

patrimoniais, é interessante que vocês saibam que assim se divide o balanço patrimonial:

ATIVO PASSIVO

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Circulante Passivo Circulante

Não Circulante Passivo Não Circulante

Patrimônio Líquido

4. GRUPOS PATRIMONIAIS

Começaremos a discorrer agora sobre os grupos patrimoniais. Deve-se ter em mente que são duas grandes classes de contas que se apresentam no balanço

patrimonial: O ATIVO E O PASSIVO.

Quando apresentamos a equação fundamental da contabilidade falamos em ativo, passivo e patrimônio líquido, e não somente em ativo e passivo. Ocorre

que o PL trata-se das obrigações da sociedade com os sócios, por isso pertence à classe passivo.

No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio

que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia (LSA, art. 178).

4.1 ATIVO

No ativo, as contas serão dispostas em ORDEM DECRESCENTE de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

I – ativo circulante; e

II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.

Assim, vejam que o ativo é disposto em ordem decrescente do grau de liquidez.

A liquidez se refere à expectativa de conversão em dinheiro de um bem ou direito.

Desta forma, começaremos a expor as conta no ativo pela maior

conversibilidade em dinheiro, ou seja, pela conta caixa, que já representa o

próprio numerário. Em seguida, classificaremos a conta bancos, aplicações financeiras de liquidez imediata e assim por diante, até a conta terrenos ou

outra que tenha baixíssima liquidez.

A ESAF abordou este tema da seguinte forma no concurso para Técnico da Receita Federal de 2003: No ativo, as contas serão dispostas em ordem

crescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, em grupos especificados na lei.

O item está incorreto, pois, pelo que expusemos acima, as contas são

classificadas em ordem decrescente do grau de liquidez.

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Vejam que o ativo se divide em:

1) Ativo circulante; e

2) Ativo não circulante.

4.1.1 ATIVO CIRCULANTE

Segundo a Lei 6.404:

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do

exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do

exercício seguinte;

As disponibilidades são elementos que representam dinheiro ou nele possam

ser convertidos de forma imediata, como a conta caixa, bancos conta movimento.

Os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente podem ser

REAIS ou PESSOAIS. Os reais representam os bens (estoques de matérias-primas, produtos acabados, em elaboração). Os pessoais representam os

direitos (clientes, adiantamentos a fornecedores, ICMS e recuperar).

Essa realização dita pela lei se dá pelo consumo ou venda destes bens.

As aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte (também chamadas despesas antecipadas) são despesas que foram pagas pela empresa

com antecedência.

Por exemplo, se a sociedade alfa paga uma despesa de seguro, em 01.12.2010,

que se refere ao exercício de 2011, no valor de R$ 1.200,00, registrará o fato como despesa antecipada, do seguinte modo:

D – Seguros a vencer 1.200,00 (+ Ativo Circulante)

C – Caixa 1.200,00 (- Ativo Circulante)

Assim, já em 2011, mês a mês, no período a que se referir a parcela do seguro, iremos lançar:

D – Despesas de seguros 100,00 (- Resultado = Despesa)

C – Seguros a vencer 100,00 (- Ativo)

Mas por que, professor, lança como seguro a vencer e não como despesa?! Tudo em homenagem ao já estudado princípio da competência.

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4.1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE

O ativo não circulante é composto por:

1 – ativo não circulante realizável a longo prazo;

2 – investimentos; 3 – imobilizado;

4 – intangível.

4.1.2.1 ATIVO NÃO CIRCULANTE – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

Segundo a Lei das Sociedades por Ações (6.404/76), o ativo não circulante realizável a longo prazo é composto por:

a) direitos realizáveis após o término do exercício seguinte;

b) direitos realizáveis derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a

sociedades coligadas ou controladas, diretores (administradores em geral), acionistas (ou sócios), ou participantes no lucro da companhia, que não

constituírem negócios usuais na exploração do objeto (atividade) da companhia.

Como exemplo do item a.

O balanço é elaborado ao término do exercício social, vamos supor, 31.12.2010. O exercício social seguinte é 2011. Os direitos a receber em 2012

e exercícios posteriores são classificados no ANC – RLP. Esses direitos também podem ser reais (animais em criação ou bens que exijam longo período de

produção) ou pessoais (duplicatas a receber).

Quanto ao item b, deve-se ficar atento para que os três requisitos sejam atendidos, a espécie do direito, a operação ser não usual e pessoa ligada

(devedor). Caso não se perfaçam o crédito deve ser classificado conforme o

prazo.

CONDIÇÕES

DIREITO DERIVADO DE A NEGÓCIO

Venda Coligadas, controladas

NÃO USUAL Adiantamento Diretores, administradores, sócios

Empréstimo Acionistas ou participantes do lucro

4.1.2.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE - INVESTIMENTOS

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Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que

não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;

Portanto, neste subgrupo classificam-se as participações permanentes em

outras sociedades, isto é, aqueles investimentos em sociedades cujo caráter não seja o especulatório. Esses investimentos podem ser avaliados por dois

métodos (a serem estudados adiante): o método de custo e o método da equivalência patrimonial.

Ainda, são classificáveis como ativo não circulante investimentos os direitos que

não sejam classificáveis em outros grupos. Os exemplos clássicos a serem levados para a prova são: obras de arte, casas e edificações mantidas para

aluguel e terrenos.

4.1.2.3 ATIVO NÃO CIRCULANTE IMOBILIZADO

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou

exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação

dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Assim, classificam-se no imobilizado direitos que tenham por objeto bens

corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia como, por exemplo, os terrenos, edificações, máquinas e equipamentos, móveis e

utensílios, veículos.

A regra é a classificação de bens de propriedade da companhia. Bens locados

não satisfazem, em regra, o critério para serem classificados como ativo.

Faz-se necessária somente mais uma explicação.

Sobre o trecho destacado da questão: “Os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da

empresa, ou exercidos com essa finalidade, INCLUSIVE OS DECORRENTES DE OPERAÇÕES QUE TRANSFIRAM À COMPANHIA OS BENEFÍCIOS,

RISCOS E CONTROLE DESSES BENS, devem ser classificados no grupo de contas (...)”

Trata-se esta última parte de bens que não são de propriedade da empresa

juridicamente, como os bens objetos de leasing.

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O leasing, basicamente, pode ser de dois tipos: operacional e financeiro. A

diferença entre um e outro reside principalmente no seguinte critério: o leasing transfere ou não os riscos e benefícios inerentes à propriedade.

Se transferir, será classificado como leasing financeiro. Se não, como leasing

operacional. E como saberemos se há ou não transferência dos riscos e benefícios? O tema está prescrito no CPC 06, que dispõe sobre o arrendamento

mercantil.

SE OS RISCOS E BENEFÍCIOS FICAM COM O ARRENDATÁRIO ARRENDAMENTO FINANCEIRO.

SE OS RISCOS E BENEFÍCIOS FICAM COM O ARRENDADOR

ARRENDAMENTO OPERACIONAL.

Para se caracterizar um arrendamento financeiro, basicamente cinco características podem aparecer:

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UM ARRENDAMENTO FINANCEIRO

1) Transfere-se a propriedade ao final do contrato; 2) Valor residual mais baixo que o valor justo;

3) O prazo do arrendamento refere-se à maior parte da vida útil do ativo 4) O valor presente dos pagamentos totaliza substancialmente o todo o valor

justo do ativo; 5) O ativo arrendado é de tal forma especializado, que apenas o arrendatário

pode usá-lo sem grandes modificações.

Memorize os 5 itens acima. Não são difíceis, e uma questão pode não mencionar se o arrendamento é operacional ou financeiro, mas indicar uma ou

mais das características acima.

Vamos exemplificar?

“A Cia ABC contratou o arrendamento de uma máquina construída especialmente para ser usada nas suas operações” (Arrendamento financeiro –

item “5” acima).

“Um veículo foi arrendado por dois anos, com valor residual segundo a tabela da Revista 4 Rodas do final do contrato”. Supondo que a tabela da Revista 4

Rodas represente o valor justo do veículo, será arrendamento operacional (Não

atende o item 2).

“Um veículo foi arrendado por dois anos, com valor residual de 500 reais”. Nesse caso, teremos arrendamento financeiro, pois o valor residual é mais

baixo que o valor justo (nenhum veículo com dois anos de uso custa apenas 500 reais).

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E qual a importância de saber isso? Aí está a questão. A depender do tipo de

arrendamento, teremos tratamentos contábeis distintos. E, para sua sorte, esses tratamentos são cobrados em concurso.

GRAVE-SE!!!! O BEM OBJETO DE LEASING FINANCEIRO DEVE SER

RECONHECIDO NO BALANÇO PATRIMONIAL DO ARRENDATÁRIO COMO ATIVO!

Exemplo: Arrendamento mercantil de um veículo, com valor justo de 20.000, o

qual será pago em 4 prestações anuais de 6.000, sem valor residual.

Nesse caso, a contabilização inicial seria:

D – Veículos 20.000 D – Juros a transcorrer (Redutora do passivo) 4.000

C – Arrendamento mercantil a pagar (Passivo) 24.000

GRAVE-SE!!! O BEM OBJETO DE LEASING OPERACIONAL NÃO DEVE SER

RECONHECIDO NO BALANÇO PATRIMONIAL DO ARRENDATÁRIO COMO ATIVO!

Exemplo: Vamos supor que uma empresa faça um arrendamento operacional

de um veículo pelo prazo de dois anos, pagando o valor de 500 reais por mês. Nesse caso, a contabilização fica assim:

D – Despesa de arrendamento 500

C – Bancos 500

4.1.2.4 ATIVO NÃO CIRCULANTE - INTANGÍVEL

O que são ativos intangíveis? A resposta é simples. Podemos dizer, em linguajar simples, que os intangíveis SÃO AQUELES ATIVOS QUE NÃO TÊM

EXISTÊNCIA FÍSICA.

Como exemplos de intangíveis, temos os direitos de exploração de serviços públicos mediante concessão ou permissão do Poder Público, marcas e

patentes, fundo de comércio adquirido.

Segundo a lei 6.404...

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos

destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade,

inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007)

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Isto é muito importante para concursos: classificam-se no intangível os direitos

que tenham por objeto BENS INCORPÓREOS destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio

adquirido.

O subgrupo intangível ganhou existência com a vigência da Lei 11.638/07, que separou os direitos corpóreos no imobilizado e os incorpóreos no intangível.

Antes, classificaríamos tudo no imobilizado.

Frise-se, também, que o subgrupo deve estar contido no grupo ativo não-circulante.

O ativo intangível é matéria que tem seu regulamento na Resolução do

Conselho Federal de Contabilidade n. 1.139/08 e no CPC 04.

O conceito de ativo intangível veio trazido pela norma, como se segue:

CONCEITO: Ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem

substância física.

Exemplos de itens que se enquadram nessas categorias amplas são: softwares, patentes, direitos autorais, direitos sobre filmes cinematográficos, listas de

clientes, direitos sobre hipotecas, licenças de pesca, quotas de importação, franquias, relacionamentos com clientes ou fornecedores, fidelidade de clientes,

participação no mercado e direitos de comercialização.

Segundo o CPC, três são as condições para que os itens acima sejam considerados ativos intangíveis, a saber:

Em síntese, é isto o que vocês precisam saber. Um item será intangível quando

atenda esses três requisitos cumulativamente:

Ser identificável; Ser controlável;

Ser gerador de benefícios futuros.

Ativo Intangível

Identificável

Gerador de Benefícios Econômicos Futuros

Controlável

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Nem todos os itens descritos no item anterior (softwares, patentes) se

enquadram na definição de ativo intangível, ou seja, são identificáveis, controláveis e geradores de benefícios econômicos futuros.

Se um item abrangido pela presente Norma não atenda à definição de ativo

intangível, o gasto incorrido na sua aquisição ou geração interna deve ser reconhecido como despesa quando incorrido.

No entanto, se o item for adquirido em uma combinação de negócios, passa a

fazer parte do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) reconhecido na data da aquisição.

O ágio por expectativa de rentabilidade futura é o excesso de preço pago pela

compra de um empreendimento ou patrimônio sobre o valor de mercado de seus ativos líquidos. Vejamos um exemplo. Suponha que uma empresa seja

avaliada pelo valor de mercado em $ 100.000. Todavia, um comprador,

interessado no negócio, examinando a situação da empresa resolve pagar $ 120.000. Nesta situação temos um goodwill de $ 20.000. Não podemos

identificar individualmente os itens que compõem este ágio. O ágio, neste caso, pode ser considerado como o somatório de vários itens não identificáveis como,

por exemplo, capital intelectual, marca, tecnologia, lealdade dos clientes.

IMPORTANTE Um intangível será reconhecido se, cumulativamente, atender aos seguintes

critérios: - Atender ao conceito de intangível, ou seja, ser não monetário identificável

sem substância física;

- Ser identificável, controlável e gerar benefícios futuros.

A ESAF ainda não explorou este tema em concursos, contudo, a Fundação

Carlos Chagas andou fazendo no concurso para Agente Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo, no ano de 2009. Senão vejamos:

(FCC/Agente Fiscal de Rendas/ICMS SP/2009) São características necessárias para a identificação de um ativo Intangível

(A) apresentar a possibilidade concreta de reconhecimento futuro e ser

indivisível. (B) permitir a utilização de base confiável de controle, mesmo que a

mensuração de seu custo não possa ser feita em bases fidedignas, e ter indivisibilidade patrimonial.

(C) ser identificável, controlado e gerar benefícios econômicos futuros. (D) ter indivisibilidade patrimonial e financeira e utilização econômica limitada.

(E) ter indivisibilidade patrimonial e não resultar de direitos contratuais.

Ficou fácil inferir que o gabarito da questão é a letra c.

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4.1.2.5 ATIVO PERMANENTE DIFERIDO

Segundo a redação anterior da Lei 6.404/76, o diferido era subgrupo do ativo, nos seguintes termos:

V – no diferido: as despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação que contribuirão, efetivamente, para o aumento do resultado de mais de um

exercício social e que não configurem tão-somente uma redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de

2007).

Eram contas classificadas no diferido:

- Gasto com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos;

- Gastos com reorganização societária;

- Gastos com reestruturação; - Gastos pré-operacionais.

Duas eram as condições para que os gastos com reestruturação fizessem parte

do diferido:

1) Contribuir para o aumento do resultado de dois ou mais exercícios; e 2) Não configurar apenas uma redução de custos ou acréscimo na eficiência

operacional.

O diferido foi extinto com as modificações recentes ocorridas na contabilidade (MP 449 convertida na Lei 11.941/09).

Segundo o CPC 13 – Adoção inicial da Lei 11.638/2007 e 11.941/2009 (item

20), os saldos porventura existentes deste grupo patrimonial devem ser

alocados a outro grupo no balanço patrimonial.

Não havendo essa possibilidade, ficam no ativo diferido até sua completa amortização ou, alternativamente, podem ser baixados à conta de lucros ou

prejuízos acumulados, do patrimônio líquido.

Com fulcro na MP 449:

“Art. 299-A. O saldo existente em 31 de dezembro de 2008 no ativo diferido que, pela sua natureza, não puder ser alocado a outro grupo de contas, poderá

permanecer no ativo sob essa classificação até sua completa amortização, sujeito à análise sobre a recuperação de que trata o § 3o do art. 183.”

Portanto, caso permaneça no ativo diferido, a conta estará sujeita ao teste de

recuperabilidade.

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Segundo a Lei das S.A´s, com sua redação antiga:

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

VI - o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, deduzido do saldo das

contas que registrem a sua amortização.

O lançamento para a amortização é:

D – Despesa com amortização (Despesa)

C – Amortização acumulada (Redutora do ativo diferido)

Caso a opção seja pela baixa com contrapartida na conta lucros acumulados, faremos:

D – Lucros acumulados (Patrimônio Líquido) C – Ativo diferido (Ativo)

Ainda, de acordo com o mesmo artigo, parágrafo 3º, os recursos aplicados no

ativo diferido serão amortizados periodicamente, em prazo não superior a 10 (dez) anos, a partir do início da operação normal ou do exercício em que

passem a ser usufruídos os benefícios deles decorrentes, devendo ser registrada a perda do capital aplicado quando abandonados os

empreendimentos ou atividades a que se destinavam, ou comprovado que essas atividades não poderão produzir resultados suficientes para amortizá-los.

5. PASSIVO

Dissemos que o passivo representa nada mais do que as obrigações que a

sociedade tem perante terceiros. Estudaremos agora os seus aspectos amiúde.

5.1 PASSIVO CIRCULANTE E PASSIVO NÃO CIRCULANTE

O passivo exigível basicamente pode ser dividido em passivo circulante e não circulante. Segundo a Lei das Sociedades por Ações:

Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante,

quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único

do art. 179 desta Lei.

Como exemplo de obrigações temos: Impostos a pagar, provisão para

contingências, salários a pagar, ICMS a recolher, provisão para IR, FGTS a

recolher, duplicatas a pagar, fornecedores, entre outros.

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5.2 RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS E RECEITAS DIFERIDAS

O grupo resultado de exercícios futuros foi extinto com a edição da MP 449 e Lei 11.941/2009.

Em seu lugar, deve ser usada a conta RECEITAS DIFERIDAS. O saldo que

porventura existente no REF deve ser reclassificado para receita diferida.

O exemplo clássico explorado pela ESAF de resultado de exercícios futuros (agora receita diferida, no passivo não circulante) são os aluguéis recebidos

antecipadamente. São diversas questões da banca que versam sobre este tema.

6. CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O CICLO OPERACIONAL

Segundo o parágrafo único do artigo 179 da Lei das SAs: Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a

classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.

Um primeiro aspecto digno de nota é que esta disposição vale tanto para o ativo como para o passivo.

O ciclo operacional de uma empresa industrial é o prazo que a empresa leva

para comprar matéria-prima, produzir, vender e receber. Para uma empresa comercial, é o prazo médio entre a aquisição de mercadorias, venda e

recebimento dos clientes.

Vamos explicar esta situação por meio de uma questão abordada em 2009, pela FCC, para o concurso de Analista Judiciário do TRT 3ª região:

(FCC/Analista Judiciário/TRT 3ª região/2009) A empresa A é uma indústria e produz máquinas especiais, cujo processo demora 400 dias. Estas máquinas são adquiridas para comercialização pela empresa B que leva aproximadamente 20

dias para comercializá-las, 40 dias para receber o valor das vendas realizadas a prazo, e 30 dias para pagar as máquinas adquiridas. A empresa C é cliente da

empresa B e utiliza as máquinas especiais em suas operações. Com base nestas informações, as máquinas especiais serão classificadas nas empresas A, B e C,

respectivamente, no

(A) ativo circulante, no ativo circulante e no ativo imobilizado. (B) ativo circulante, no ativo não-circulante e no ativo realizável a longo prazo.

(C) ativo realizável a longo prazo, no ativo circulante e no ativo imobilizado. (D) ativo realizável a longo prazo, no ativo realizável a longo prazo e no ativo

imobilizado. (E) ativo realizável a longo prazo, no ativo imobilizado e no ativo realizável a

longo prazo

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Comentários

Empresa A: Demora 400 dias para produzir. Portanto, seu ciclo operacional será

maior que o exercício social, e as máquinas produzidas ficarão no Ativo Circulante.

Empresa B: Demora 20 dias para comercializar, 40 para receber o valor das

vendas e 30 dias para pagar as máquinas adquiridas. Portanto, tudo ocorre a custo prazo, nesta empresa. Ativo Circulante.

Empresa C: Utiliza as máquinas em suas operações. Ativo Imobilizado.

O gabarito, portanto, é a letra a.

Em qualquer dessas situações, o exercício social continua a ser de um ano.

Se estamos em 31 de dezembro de 2011 (data de término do exercício social) e

temos uma fábrica de navios, por exemplo, cujo ciclo operacional seja de 2 anos, teremos que todas as obrigações e direitos que vencerem até 31 de

dezembro de 2013 serão consideradas como de curto prazo. A partir deste momento é que haverá que se falar em longo prazo. Repetimos, porém, que o

exercício social continua a ter a duração de um ano.

7. PATRIMÔNIO LÍQUIDO

7.1 CONCEITO E ESTRUTURA

O patrimônio líquido, como há muito estamos dizendo, é considerado como sendo o capital dos sócios (capital próprio) empregado nas atividades

empresariais.

De acordo com a Lei 6.404/76:

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes

de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos

acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Antes de prosseguirmos, façamos a comparação entre como era e como está agora o patrimônio líquido:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

ANTES LEI 11.638/07 APÓS LEI 11.638/07 E LEI

11.941/09

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Capital Social Capital Social

(-) Capital a Realizar (-) Capital a Realizar

Reserva de Lucro Reserva de Lucro

Reserva de Capital Reserva de Capital

Reserva de Reavaliação Ajuste de Avaliação Patrimonial

+ - Lucro ou Prejuízo Acumulado (-) Prejuízo Acumulado

(-) Ações em Tesouraria (-) Ações em Tesouraria

7.2 CAPITAL SOCIAL

É a conta do PL composto pelas ações subscritas na constituição da sociedade

ou com o aumento de capital. É dividido em capital social e capital social a realizar. A lei das S.A´s dispõe que:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por

dedução, a parcela ainda não realizada.

EXEMPLO 1:

Constituição da sociedade X, com R$ 100.000,00 em dinheiro.

Lançamento:

D – Caixa 100.000,00

C – Capital Social 100.000,00

EXEMPLO 2:

A sociedade X é constituída com ações no montante de R$ 100.000,00, sendo apenas R$ 50.000,00 depositados imediatamente para o início do negócio,

lançaremos:

D – Caixa 50.000,00 (Ativo) D – Capital Social a Realizar (- PL) 50.000,00

C – Capital Social (PL) 100.000,00

Segundo a Lei 6.404, o capital social poderá ser formado com contribuições em

dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.

A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos preliminares:

I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se

divide o capital social fixado no estatuto; II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de

emissão das ações subscritas em dinheiro;

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III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário

autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.

7.3 GASTOS NA EMISSÃO DE AÇÕES

Os gastos com emissão de ações, a partir de 2008, não mais podem ser

tratados como despesas do período. Passam a figurar como redução do valor obtido do capital social.

7.4 RESERVAS DE CAPITAL

Reservas são valores que representam elementos patrimoniais sem qualquer característica de exigibilidade atual ou futura.

As reservas de capital são valores recebidos pela empresa (dos sócios ou de terceiros) que não se configuram como receita, isto é, não transitam pelo

resultado do exercício, sendo contabilizadas diretamente à conta de Patrimônio Líquido.

Com espeque no artigo 182 da Lei das S.A´s:

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as

contas que registrarem: a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar

o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância

destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes

beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

O item a corresponde à chamada “Reserva para ágio na emissão de ações”.

Partes beneficiárias são títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao

capital social, criados a qualquer tempo pela sociedade por ação. As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual contra a

companhia, consistente na participação nos lucros anuais – no máximo 10% (LSA, art. 46, caput, e §1º).

Por seu turno, os bônus de subscrição são títulos de credito emitidos no limite

do capital social autorizado no estatuto e dão aos titulares o direito de subscrever ações da companhia.

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Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser

utilizadas para: I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros

acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único);

II - resgate, reembolso ou compra de ações; III - resgate de partes beneficiárias;

IV - incorporação ao capital social; V - pagamento de dividendo a ações preferenciais,

quando essa vantagem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º).

Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao

resgate desses títulos.

Com as modificações recentes ocorridas na contabilidade (Leis 11.638 e

11.941) AS DOAÇÕES E SUBVENÇÕES PARA INVESTIMENTO E OS PRÊMIOS NA EMISSÃO DE DEBÊNTURES NÃO SERÃO MAIS

CLASSIFICADOS COMO RESERVAS DE CAPITAL, devendo ser registrados como receitas do exercício, de acordo com o Princípio da Competência.

Vejamos como a ESAF explorou estes assuntos em prova (questões analisadas

sob a situação atual, independentemente do ano):

(ESAF/AFC/CGU/2008) Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem o produto da alienação de partes beneficiarias e bônus de subscrição, o prêmio recebido na emissão de debêntures e as doações e as

subvenções para investimento.

O item está incorreto. São reservas de capital: reserva de ágio na emissão de

ações e produto de alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição. O

prêmio recebido na emissão de debêntures e as doações e as subvenções para investimento não figuram mais como reservas de capital.

(ESAF/AFRFB/2002) Deverão ser classificadas como reserva de capital, agrupadas ou separadamente, entre outras, as doações e subvenções

recebidas, quando destinadas a investimentos, e os prêmios recebidos na

emissão de debêntures.

O item está incorreto.

(ESAF/AFRFB/2002) Reservas de Capital representam, genericamente, acréscimo ao Patrimônio Líquido que não transitam pela conta de resultado da

companhia nem são provenientes de reavaliação de ativos.

O item está correto.

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Estudemos as reservas de capital pormenorizadamente:

7.4.1 RESERVA DE ÁGIO NA EMISSÃO DE AÇÕES

Ágio, em linguajar comum, é o valor cobrado a maior por algo. Nas sociedades

por ações o estatuto social deve definir o valor do capital social, o número de ações em que o capital se divide e se elas terão ou não valor nominal.

A ação tem um valor pré-definido, o valor do capital social subscrito dividido

pelo número de ações emitidas.

O ágio na emissão de ações é o valor da contribuição do subscritor que ultrapassar o valor nominal das ações por ele adquiridas. No caso de emissão

de ações sem valor nominal, o ágio na emissão de ações será o valor da contribuição do subscritor que ultrapassar a importância destinada ao capital

social. Na conta capital social, as ações só podem figurar por seu valor nominal.

O excesso é levado a uma conta de reserva de capital, que recebe essa

denominação.

Suponha-se que a empresa X possua um capital social de R$ 100.000,00, configurando 100.000,00 ações a R$ 1,00 cada. Mostrando-se uma empresa

extremamente lucrativa, decide expandir o seu negócio oferecendo ao mercado mais 100.000,00 ações. Todavia, cobra dos novos sócios não mais o aporte de

R$ 1,00, mas, sim, de R$ 1,50. Mesmo assim, as ações foram rapidamente vendidas e mais R$ 150.000,00 ingressaram aos cofres da empresa. O

lançamento é o seguinte:

D – Caixa 150.000,00 (Ativo) C – Capital Social 100.000,00 (PL)

C – Reserva de capital – Ágio na emissão de ações 50.000,00 (PL)

7.4.2 ALIENAÇÃO DE PARTES BENEFICIÁRIAS E BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO

Segundo a Lei das S.A´s:

Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo,

títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social, denominados "partes beneficiárias".

§ 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares

direito de crédito eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais (artigo

190).

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Vê-se que as partes beneficiárias são estranhas ao capital social. Diferem das

ações, pois não dão direito a uma parte do patrimônio da companhia, nem o de participação da administração. Não se confundem também com as debêntures,

uma vez que não dá direito creditório contra a companhia para os que as possuem.

O direito a lucro é eventual. Esta é a palavra chave. A emissão das PB´s é

exclusivo de cias fechadas (LSA, art. 47). Como já dito, a participação nos lucros deve ser menor do que 10%.

As partes beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas condições

determinadas pelo estatuto ou pela assembléia-geral, ou atribuídas a fundadores, acionistas ou terceiros, como remuneração de serviços prestados à

companhia (LSA, art. 47). Somente a alienação onerosa das partes beneficiárias gera lançamento contábil.

Assim, se os administradores de uma companhia, que tanto contribuíram para o seu crescimento, resolvem aposentar, e os novos administradores, como forma

de reconhecimento deste trabalho, alienam partes beneficiárias a esses antigos administradores, por R$ 100.000,00. O lançamento é o que se segue:

D – Caixa 100.000,00 (Ativo)

C – Reserva de Capital – Produto de alienação de partes beneficiárias 100.000,00 (PL).

A LSA dispõe que:

Art. 200. Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser

destinada ao resgate desses títulos.

Falamos sobre as partes beneficiárias.

Veremos agora os bônus de subscrição. Segundo a LSA, art. 75, a companhia

poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados "bônus de subscrição". Os bônus

de subscrição conferirão aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que será exercido

mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de emissão das ações. Os antigos acionistas detêm a preferência para aquisição de

novas ações emitidas por uma companhia. Todavia, o bônus de subscrição retira este direito relativamente a algumas ações. Vejamos:

Art. 172. O estatuto da companhia aberta que contiver

autorização para o aumento do capital pode prever a emissão, sem direito de preferência para os antigos

acionistas, ou com redução do prazo de que trata o § 4o

do art. 171, de ações e debêntures conversíveis em

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ações, ou bônus de subscrição, cuja colocação seja feita

mediante:

I - venda em bolsa de valores ou subscrição pública; ou II - permuta por ações, em oferta pública de aquisição

de controle, nos termos dos arts. 257 e 263.

Se a empresa X emite R$ 100.000,00 em bônus de subscrição, o lançamento é o que se segue:

D – Caixa 100.000,00

C – Reserva de Capital – Produto da alienação de bônus de subscrição 100.000,00

7.4.3 DOAÇÕES E SUBVENÇÕES PARA INVESTIMENTOS

GOVERNAMENTAIS

As doações e subvenções para investimentos governamentais (tão-somente, excluem-se as privadas) eram contabilizadas como reserva de capital. Contudo,

com as alterações da Lei das S/A, são agora consideradas receitas, que transitam pelo resultado, podendo ser registradas (depois da apuração do

resultado) em uma reserva de lucros (de incentivos fiscais).

No caso de doações em dinheiro, o lançamento é o que se segue:

D – Caixa 10.000,00 (Ativo) C – Receitas – Doações 10.000,00 (Resultado)

O CFC 1.143/08 que rege o tema dispõe que:

12. Uma subvenção governamental deve ser reconhecida como receita ao longo do período confrontada com as despesas que pretende compensar, em base sistemática, desde que atendidas às condições desta Norma. A subvenção

governamental não pode ser creditada diretamente no patrimônio líquido.

Exemplificando: uma subvenção que transfira a propriedade definitiva de um

terreno pode ter como condição a construção de uma planta industrial e é apropriada como receita na mesma proporção da depreciação dessa planta.

Poderão existir situações em que essa correlação exija que parcelas da subvenção sejam reconhecidas segundo critérios diferentes.

Vejamos como contabilizar com uma questão cobrada no concurso para Agente

Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo, em 2009: A Cia. Poente recebe da prefeitura do município X um terreno avaliado em R$ 1.000.000,00, assumindo

o compromisso de instalar nessa propriedade um parque fabril modular no valor

de R$ 15.000.000,00, com vida útil estimada em 10 anos.

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Primeiro passo, quando saberemos se uma subvenção será registrada? São dois os requisitos estatuídos pelo CPC 07, a saber:

7. Subvenção governamental, inclusive subvenção não monetária a valor justo, não deve ser reconhecida até que exista segurança de que:

(a) a entidade cumprirá todas as condições estabelecidas; e

(b) a subvenção será recebida.

Na questão, o governo efetuou a doação à empresa, mas com condições. A

empresa deve instalar um parque fabril.

Como o terreno ainda não pertence à empresa, pois ela deve instalar um parque fabril, não podemos reconhecer esta subvenção (doação) no resultado.

Se a empresa não instalar o parque fabril, ela deverá devolver o terreno.

O lançamento do REGISTRO INICIAL é o que se segue:

D - Imobilizado - Terreno R$ 1.000.000,00

C - Passivo - Doações e subvenções R$ 1.000.000,00

16. É fundamental, pelo regime de competência, que a receita de subvenção governamental seja reconhecida em bases sistemáticas e racionais, ao longo do período necessário e confrontada com as despesas correspondentes. Assim, o

reconhecimento da receita de subvenção governamental no momento de seu recebimento somente é admitido nos casos em que não há base de alocação da

subvenção ao longo dos períodos beneficiados.

A receita de subvenção deve ser apropriada conforme vai ser realizando, e não

numa única etapa. Na maioria dos casos essa correlação pode ser feita, e a

subvenção é reconhecida em confronto com as despesas correspondentes.

Semelhantemente, subvenção relacionada a ativo depreciável deve ser reconhecida como receita ao longo do período da vida útil do bem e na mesma

proporção de sua depreciação.

Esse item 17 é importantíssimo para a prova: A subvenção não deve ser reconhecida de imediato em seu recebimento. A receita deve ser correlacionada

com as despesas correspondentes.

Vamos supor que a empresa tenha instalado o parque fabril (ao custo de 15.000.000, e com vida útil estimada em 10 anos). Após a instalação, a

empresa "ganhou" o terreno (cumpriu a condição necessária).

Assim, deve ser feita a seguinte contabilização:

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D - Passivo - Doações e subvenções 1.000.000

C - Receita diferida (PNC) 1.000.000

Após cumprir as condições, o valor da doação passa para receita diferida (já pertence à empresa). Mas o reconhecimento da receita deve ser realizado por

competência.

Após um ano, a empresa terá reconhecido como despesa de depreciação da unidade fabril o valor de $ 1.500.000. E deverá reconhecer também a receita

da subvenção (doação do terreno), na mesma proporção.

Portanto:

Pela depreciação da fábrica:

D - Depreciação (resultado) 1.500.000

C - Depreciação acumulada (ANC) 1.500.000

Pelo reconhecimento da receita de subvenção (1/10 do total)

D - Receita diferida (PNC) 100.000 C - Outras receitas (resultado) 100.000

E assim por diante, até reconhecer toda a receita em 10 anos.

7.4.4 PRÊMIO NA EMISSÃO DE DEBÊNTURES

O Prêmio na emissão de debêntures era classificado como reserva de capital. Com o advento da Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser apropriado ao

resultado como receita, conforme o regime de competência.

As debêntures são títulos exclusivos das sociedades anônimas. É uma forma

alternativa ao lançamento de ações no mercado e aos empréstimos bancários, para captação de recursos. Não podem ser confundidas com as ações, pois não

são títulos de propriedade. Não se confundem também com os empréstimos, uma vez que oferecidas ao público, não sendo captados junto a instituições

financeiras.

Quando o preço da debênture supera o seu valor nominal, teríamos, à visão da legislação antiga, uma reserva de capital a ser registrada, chamada Reserva de

Prêmio na Emissão de Debêntures. Isso ocorre quando as condições como juros, garantias e outras vantagens forem atraentes para os investidores.

Se uma empresa lançasse debêntures a R$ 1,00, num vulto de 10.000

debêntures, com resgate em 10 anos encontrando investidores que pagassem

R$ 1,50 pelo referido título, lançaríamos:

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D – Caixa 15.000 (Ativo) C – Debêntures a pagar 10.000,00 (PNC)

C – Reserva de capital – prêmio na emissão de debêntures 5.000,00 (PL)

Contudo, essa reserva de capital deixou de existir e a mesma situação é agora registrada da seguinte forma:

D – Caixa 15.000 (Ativo)

C – Debêntures a resgatar 10.000,00 (PNC) C – Receitas recebidas antecipadamente - 5.000,00 (PNC – Receitas diferidas)

Assim, exemplificando, se o resgate dessas debêntures se dará em 10 anos,

deveremos apropriar ao resultado (utilizando-se do método linear) R$ 500,00 por ano, através do seguinte lançamento:

D - Receitas recebidas antecipadamente - 500,00 (PNC – Receitas diferidas) C – Receitas financeiras 500,00 (Resultado)

O valor apropriado ao resultado pode ser destinado à formação de reserva

específica de prêmios de debêntures, para evitar a tributação pelo Imposto de Renda (Lei 11.941/09).

Ressaltamos que é uma faculdade da empresa. Ela pode ou não constituir tal

reserva. Se não constituir, será tributada pelo IR.

A reserva específica de prêmio de debêntures é reserva de lucro, eis que esse valor transitou pelo resultado do exercício.

7. 5 AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL

Antes das alterações da Lei das S.A´s, havia no patrimônio líquido a conta Reserva de Reavaliação. Esta conta foi suprimida, surgindo então o ajuste de

avaliação patrimonial. Contudo, não se trata de mera alteração de nome.

A reavaliação que se aplicava aos bens tangíveis do ativo permanente e que poderia ser ou não realizada, a bel-prazer dos acionistas, deixou de existir.

Ademais, o ajuste de avaliação patrimonial serve tanto para aumentar como

para reduzir valores de ativos e de passivos, enquanto que a reavaliação servia apenas para o aumento de bens do permanente. A nova redação prescreve o

seguinte:

Art. 183, § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no

resultado do exercício em obediência ao regime de

competência, as contrapartidas de aumentos ou

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diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e

do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas

expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177.

Veremos, na próxima aula, os casos em que os aumentos e diminuições de

valor de elementos do ativo são contabilizados na conta Ajuste de Avaliação Patrimonial.

7.6 AÇÕES EM TESOURARIA

São as ações da empresa adquiridas pela própria empresa e mantidas na tesouraria. O limite do saldo da conta ações em tesouraria é o saldo de lucros

acumulados e reservas, exceto a reserva legal (estudada a seguir).

A CONTA AÇÕES EM TESOURARIA É REDUTORA DO PL.

Art. 182. § 5º As ações em tesouraria deverão ser

destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos

aplicados na sua aquisição.

O CESPE explorou este assunto em prova, da seguinte forma:

(Cespe) A contabilização da aquisição de ações da própria empresa reduz o valor do disponível e também do patrimônio líquido. O oposto ocorre quando os

sócios resolvem aumentar o capital da empresa em dinheiro.

O item está correto. O lançamento, pela aquisição, é o seguinte:

D – Ações em tesouraria (Redutora do PL)

C – Caixa (- Ativo)

Pela alienação, lançamos o seguinte:

D – Caixa (Ativo) C – Ações em tesouraria (PL)

Se a alienação se der com lucro, este lucro deve ser registrado à conta de

RESERVA DE CAPITAL, pelo seguinte lançamento:

D – Caixa 2.000 C – Ações em tesouraria 1.000

C – Reserva de capital – lucro na alienação de ações em tesouraria

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Esse é o mais importante para concursos.

7.7 RESERVAS DE LUCROS

As reservas de lucros são retenções de parcelas provenientes de ganhos do período, com o objetivo de preservar o Patrimônio Líquido de uma sociedade,

com o objetivo de posterior destinação. São, em suma, lucros que a empresa não entrega aos acionistas, mas guarda para si, seja para investir em projetos,

seja para resguardar o capital social.

Segundo a Lei das S.A´s:

Artigo 182, §4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros

da companhia.

Ao final do exercício social as contas de resultado (receitas e despesas) são

zeradas. O saldo, lucro ou prejuízo, é transferido para o PL. No PL, podemos ter três destinações:

1) Dividendos (para os sócios);

2) Reservas de lucros; 3) Aumento do capital social.

Assim, se a empresa tem receitas de 2.000, despesas de 1.000, terá um lucro

de 1.000 (2.000 – 1.000). Esse lucro pode ser distribuído para os sócios, para aumento do CS ou pode ir para reserva de lucros (se atendidos os requisitos

legais).

Com a alteração da lei das S.A´s a conta antigamente denominada lucros ou

prejuízos acumulados passa a ser denominada prejuízos acumulados, ou seja, haverá de existir uma destinação para este lucro, não podendo ficar em conta

específica do PL.

As reservas de lucros hoje existentes são as seguintes:

- Reserva Legal; - Reservas Estatutárias;

- Reservas para Contingências; - Reserva de Incentivos Fiscais;

- Reserva de Retenção de Lucros; - Reserva de Lucros a Realizar;

- Reserva Especial de Dividendo Obrigatório Não Distribuído; - Reserva Específica de Prêmio na Emissão de Debêntures.

Existe um limite máximo para essas reservas, a saber:

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Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a

realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembléia deliberará sobre

aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos.

(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

A Lei 11.941/2009, art. 19, incluiu, entre as reservas acima, a reserva específica de prêmio de debêntures.

Assim, gravemos:

RESERVAS DE LUCROS (EXCETO RIF, CONTINGÊNCIAS, LUCROS A

REALIZAR E PRÊMIO DE DEBÊNTURES) < CAPITAL SOCIAL

Isso equivale a dizer:

RESERVA LEGAL + ESTATUTÁRIA + RETENÇÃO DE LUCROS + R.

INVESTIMENTOS + NÃO PAGAMENTO DE DIVIDENDO OBRIGATÓRIO < CAPITAL SOCIAL.

Na verdade, podemos dizer que é menor ou igual, pois se for igual não há

ultrapassagem.

Falemos agora sobre cada uma dessas reservas:

7.7.1 RESERVA LEGAL

Segundo a lei das S/A´s:

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por

cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não

excederá de 20% (vinte por cento) do capital social.

§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva,

acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por

cento) do capital social.

§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para

compensar prejuízos ou aumentar o capital.

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Esquematizemos:

Reserva legal 5% do LLE Limitado a 20% do capital social.

Trata-se a reserva legal da única reserva de constituição obrigatória para a

empresa.

Vejam a sua finalidade: manter a integridade do capital social.

Saber também da sua utilização é também extremamente importante para concursos: somente poderá ser utilizada para COMPENSAR PREJUÍZOS OU

AUMENTAR O CAPITAL SOCIAL. Existe também um limite facultativo para a constituição da reserva legal, qual

seja, quando ela, somada às reservas de capital, atingir o montante de 30% do

capital social. Grave-se!

Vamos ver como a ESAF explora este tema em prova:

(AFC/STN/2005/ESAF) A Cia. Comercial SST terminou o exercício social com lucro liquido de R$ 120.000,00, devendo constituir a reserva legal nos termos da lei, para fins de elaboração de suas Demonstrações Financeiras. O

Patrimônio Líquido da referida empresa tem o valor de R$ 224.000,00, e é composto das seguintes contas:

Capital Social R$ 200.000,00

Capital a Integralizar R$ 50.000,00 Reservas de Capital R$ 21.000,00

Reservas de Reavaliação R$ 6.000,00

Reserva Legal R$ 35.000,00 Reservas Estatutárias R$ 1.000,00

Lucros Acumulados R$ 11.000,00

Com base na situação supra descrita, a empresa devera contabilizar na conta Reserva Legal

(a) R$ 6.000,00, pois deverá ser constituída com destinação de 5% do lucro líquido do exercício.

(b) R$ 5.000,00, pois não devera ultrapassar 20% do capital social. (c) R$ 4.000,00, pois somada as reservas de capital, não deverá ultrapassar

30% do capital social. (d) R$ 3.000,00, pois somada as outras reservas de lucro e as reservas de

capital, não deverá ultrapassar 30% do capital social. (e) R$ 0,00, pois a reserva legal não deverá ultrapassar 20% do capital social

realizado.

Vamos lá. Passo a passo:

1) 5% x 120.000 = R$ 6.000,00

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2) Agora, analisemos os limites: a) Teto: 20% x CS – Reserva legal anteriormente constituída

20% x 200.000 – 35.000 = 5.000,00 3) Teto facultativo: 30% CS – Reserva legal anteriormente constituída –

Reserva de capital anteriormente constituída = 30% x 200.000 – 35.000 – 21.000 = 60.000 – 35.000 – 21.000 = 4.000,00.

Analisemos:

(a) R$ 6.000,00, pois deverá ser constituída com destinação de 5% do lucro

líquido do exercício.

Errado. Deverá contabilizar no máximo 5.000 ou, opcionalmente, 4.000.

(b) R$ 5.000,00, pois não devera ultrapassar 20% do capital social.

Correto. Todavia, a questão foi imprecisa, pois poderia ser constituído somente

4.000,00.

(c) R$ 4.000,00, pois somada as reservas de capital, não deverá ultrapassar 30% do capital social.

Errado. Esse montante é opcional. Deveria ser “não poderá ultrapassar...”

(d) R$ 3.000,00, pois somada as outras reservas de lucro e as reservas de

capital, não deverá ultrapassar 30% do capital social.

Errado.

(e) R$ 0,00, pois a reserva legal não deverá ultrapassar 20% do capital social realizado.

Errado.

Gabarito B.

7.7.2 RESERVAS ESTATUTÁRIAS

As reservas estatutárias são reservas constituídas com base no lucro líquido da companhia. E devem estar previstas no estatuto. Segundo a LSA:

Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que,

para cada uma:

I - indique, de modo preciso e completo, a sua

finalidade;

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II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos

lucros líquidos que serão destinados à sua constituição; III - estabeleça o limite máximo da reserva.

7.7.3 RESERVA DE CONTINGÊNCIAS

A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar,

em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado (LSA, art. 195).

A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda

prevista e justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva (LSA, art. 195, §1º).

A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda (LSA, art. 195, §2º).

O termo contingência, em contabilidade, quando usada sem nenhuma

qualificação (como ativa ou passiva), é usado para se referir a problema previsto, sobre o qual existe dúvida acerca de sua ocorrência.

As reservas de contingências, especificamente, objetivam salvaguardar o capital

social, de modo que se posteriormente algo acontecer, decorrente de perda julgada provável cujo valor possa ser estimado, a companhia esteja preparada.

Exemplo extraído do Manual de Contabilidade Societária – FIPECAFI (pág. 350):

Podem ser constituídas reservas de contingências para:

- Geadas ou secas, que podem atingir empresas com plantações, criações ou estoques nessas áreas, ou ainda as que dependem desses produtos para suas

operações, como no caso de empresas comerciais ou industriais que utilizem tais produtos como matérias-primas em seu processo produtivo.

- Cheias, inundações e outros fenômenos naturais que podem ocorrer

ciclicamente nas áreas onde se localizam estoques ou instalações da empresa, gerando prejuízos efetivos por perdas de bens, por paralisação temporária das

operações.

Suponhamos que tal perda provável possa ser estimada em um montante de R$ 100.000,00. A empresa, então, lançará:

D – Lucros acumulados 100.000,00

C – Reserva para contingências 100.000,00

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Se essa perda vier realmente ocorrer, havendo um prejuízo no exercício

subseqüente no montante de R$ 100.000,00, o patrimônio líquido ficará da seguinte forma:

Patrimônio Líquido

Capital Social 1.000.000,00 Reserva para contingências 100.000,00

Prejuízos acumulados (100.000,00) Total 1.000.000,00

Veja que a reserva para contingências realmente salvou o nosso capital social.

Se não tivéssemos constituído a reserva a empresa ficaria com um PL de 900.000,00 (1 milhão – 100.000). Entretanto, como houve a prudente

constituição, o capital social permanecerá intacto.

O lançamento de compensação da reserva com o Prejuízo é:

D – Reversão da Reserva para contingências 100.000,00

C – Lucros/Prejuízos acumulados 100.000,00

Importante distinção é a que devemos fazer entre a reserva para contingências da provisão para contingências. Vamos explicar por uma

questão...

(Contador/Cia Potiguar de Gás/2006/FGV) Analise as afirmativas a seguir e assinale com C ou E:

I. A provisão para contingências corresponde a perdas já incorridas, mas ainda não desembolsadas.

II. A reserva para contingências corresponde a perdas já incorridas, mas ainda não desembolsadas.

III. Provisão para contingências e reservas para contingências são sinônimos.

Comentários

Uma excelente explicação sobre a diferença está nesta nota explicativa da CVM: Diferença entre Reservas para contingências e Provisões para contingências

(nota explicativa CVM)

1. Reservas para Contingências - São constituídas com o objetivo de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda com

probabilidade de ocorrer, sendo tal perda passível de ser monetariamente mensurada (art. 195 da LEI Nº 6.404/76).

A ocorrência de tal perda poderá importar, para a sociedade, uma substancial

redução de seu lucro ou mesmo o ingresso em uma faixa de prejuízo.

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Prudentemente, a constituição dessa reserva, prejudicando a distribuição do

dividendo obrigatório, busca evitar uma situação de desequilíbrio financeiro, que ocorreria caso se distribuíssem os dividendos em um exercício, face à

probabilidade de redução de lucros ou mesmo da ocorrência de prejuízos em exercício futuro, em virtude de fatos extraordinários previsíveis.

Por configurar uma postergação no pagamento de dividendos, a constituição

dessa reserva deve obedecer o § 1º do artigo 195 da LEI Nº 6.404/76, isto é, a proposta feita pelos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda e

justificar, com as razões de cautela devidamente fundamentadas, a constituição dessa reserva.

A utilização dessa reserva é até recomendável no caso de determinados ramos

de negócios, diretamente sujeitos a fenômenos naturais ou cíclicos, tais como: geadas, secas, inundações. É o caso, também, de empresas que, por outra

razões definidas, operam com períodos fortemente lucrativos, seguidos de

períodos com baixa lucratividade ou mesmo prejuízos, desde que seja previsível tal situação.

Também pode ser constituída nos casos de suspensão temporária (anormal,

extraordinária) de produção e, conseqüentemente, perdas devido à paralisação não recorrente, não repetitiva, em virtude de substituições ou reformas de

equipamentos causadas por danos, greves, falta de suprimentos de matérias-primas, por períodos relativamente extensos.

Há, todavia, casos em que o aplicável é a constituição de provisão para

contingências e não de reserva para contingências.

Com o objetivo de dissipar eventuais dúvidas quanto à aplicabilidade da constituição de reservas ou de provisão para contingências, estabelecemos a

seguir as características de cada uma. Os principais fundamentos para

constituição da reserva para contingência são:

a) Dar cobertura a perdas ou prejuízos potenciais (extraordinários, não repetitivos) ainda não incorridos, mediante segregação de parcela de lucros que

seria distribuída como dividendo; b) Ocorrendo ou não o evento esperado, a parcela constituída será, em

exercício futuro, revertida para lucros acumulados, integrando a base de cálculo para efeito de pagamento do dividendo e a perda, de fato ocorrendo, é

registrada no resultado do exercício; c) É uma conta integrante do patrimônio líquido, no grupamento de reserva de

lucros. d) Representa uma destinação do lucro líquido do exercício, contrapartida da

conta de lucros acumulados, por isso sua constituição não afeta o resultado do exercício;

2. Quanto à provisão para contingências suas particularidades são:

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a) tem por finalidade dar cobertura a perdas ou despesas, cujo fato gerador já ocorreu, mas não tendo havido, ainda, o correspondente desembolso ou

perda. Em atenção ao regime de competência, entretanto, há necessidade de se efetuar o registro contábil;

b) representa uma apropriação ao resultado do exercício, contrapartida de perdas extraordinárias, despesas ou custos e sua constituição normalmente

influencia o resultado do exercício ou os custos de produção; c) deve ser constituída independentemente de a companhia apresentar, afinal,

lucro ou prejuízo no exercício; d) visto que o evento que serviu de base à sua constituição já ocorreu, não há,

em princípio, reversão dos valores registrados nessa provisão. A pequena sobra ou insuficiência é decorrente do cálculo estimativo feito à época da constituição;

e) não está sujeita à atualização monetária patrimonial (art. 185, LEI Nº 6.404/76) e sim à decorrente da natureza do evento que a originou;

f) finalmente, se a probabilidade for difícil de calcular ou se o valor não for

mensurável, há necessidade de uma nota explicativa esclarecendo o fato e mencionando tais impossibilidades.

São exemplos: devedores duvidosos, indenizações contratuais, contingências

fiscais ou trabalhistas, etc.

Vamos, finalmente, analisar a questão...

I. A provisão para contingências corresponde a perdas já incorridas, mas ainda não desembolsadas. II. A reserva para contingências corresponde a perdas já incorridas, mas ainda

não desembolsadas.

III. Provisão para contingências e reservas para contingências são sinônimos.

O item I está correto. Na provisão para contingências a perda já ocorreu,

contudo, ainda não houve o pagamento.

O item II está incorreto. As perdas não ocorreram ainda na reserva para contingências.

O item III está incorreto, haja vista que reserva e provisão para contingências

não são sinônimos.

7.7.4 RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS

Falemos um pouco sobre esta nova reserva...

Dissemos anteriormente que as doações e subvenções governamentais, antes do advento das mudanças contábeis, eram registradas à conta de reserva de

capital. Pois bem, agora essas doações são registradas como receita (lembrem-

se de que as receitas são contas de resultado).

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Inobstante o valor do lucro líquido recebido com doações e subvenções governamentais tenha deixado de figurar como reserva de capital, a companhia

poderá deliberar por formar com esse montante uma reserva de lucro, chamada reserva de incentivos fiscais.

Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta

dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de

doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de

cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei).

Assim, se o poder público faz uma doação de um terreno, no montante de R$

100.000,00, para a empresa Alfa, o lançamento para registro é o seguinte:

D – Terrenos 100.000,00

C - Outras Receitas – Doações do poder público 100.000,00

O resultado (confronto das receitas com as despesas) deve ser encerrado ao fim do exercício. Como esse controle (das receitas e despesas) é feito em uma

demonstração separada do Balanço Patrimonial, demonstração esta chamada Demonstração do Resultado do Exercício, devemos transferir o valor do lucro ou

prejuízo para o Balanço Patrimonial, no grupo Patrimônio Líquido.

Supondo que tivemos um lucro de R$ 2.000.000,00. A transferência para o Balanço Patrimonial se dá do seguinte modo...

D – Lucro Líquido do Exercício 2.000.000,00

C - Lucros/Prejuízos Acumulados 2.000.000,00

Ok? A transferência desta parcela para a reserva de incentivos fiscais se dará

do seguinte modo:

D – Lucros/Prejuízos Acumulados 100.000,00 C – Reserva de Incentivos Fiscais 100.000,00.

Vejam que o saldo do lucro no balanço será de 1,9 milhões, valor este que terá

outras destinações. A ESAF abordou este tema na prova da SUSEP, realizada em 2010, com a seguinte afirmação: (Analista Técnico/SUSEP/2010/ESAF) A

assembléia geral poderá destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para

investimentos, mas esse valor não poderá ser excluído da base de cálculo do dividendo obrigatório.

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O item está incorreto. Pode, sim, ser excluído da base de cálculo do dividendo

obrigatório.

7.7.5 RESERVA DE LUCROS A REALIZAR

No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202 da Lei das S/A, ultrapassar a parcela realizada do

lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a

realizar.

Desta forma, à opção da companhia, poderá ser constituída a reserva de lucros a realizar, mediante destinação dos lucros do exercício, cujo objetivo é

evidenciar a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente, apesar de

reconhecida contabilmente, pela empresa.

Imagine-se, então, uma empresa que, em 2010, só tenha efetuado vendas para recebimento em 2012. Seria justo, assim, que procedesse esta empresa ao

pagamento de dividendos (remuneração dos sócios) em 2011? Talvez, não seria viável financeiramente, pois nada entrará no caixa desta sociedade.

É este o intuito da reserva de lucros a realizar: evitar que a companhia pague

dividendos sobre receitas/lucros que ainda foram realizados, que não entraram no caixa.

Um aspecto deveras importante é anotar que a constituição desta reserva é FACULTATIVA.

Assim, vamos exemplificar.

Uma empresa X tem a seguinte situação no exercício de 2010:

- Lucro derivado das vendas de curto prazo (recebimento em 2011): R$ 100.000,00

- Lucro derivado das vendas de longo prazo (recebimento em 2012 ou posteriormente): R$ 200.000,00.

- Dividendos obrigatórios a pagar: R$ 150.000,00.

Neste caso, podemos considerar que os dividendos que teremos de pagar aos sócios ao termo de 2011 são maiores do que o entrou no meu caixa durante o

exercício. Teríamos R$ 50.000,00 (150.000 – 100.000,00) desacobertados de recursos para pagamento deste dividendo.

Nesta hipótese, uma alternativa viável é constituir a reserva de lucros chamada

de reserva de lucros a realizar nesse valor (R$ 50.000,00) para pagamento em

2012 ou quando houve o recebimento de lucros posteriores. Temos uma

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questão da FCC que exemplifica muito bem este assunto, de modo prático.

Vamos ver?

(FCC/Analista Judiciário/Contabilidade/TRT 2ª/2008) Considere as informações abaixo, extraídas da contabilidade da Cia. Carandiru, relativas ao exercício findo em 31/12/2007.

Lucro líquido do exercício 520.000,00

Resultado positivo na equivalência patrimonial 270.000,00 Acréscimo à reserva legal 26.000,00

Reversão de reservas para contingências 14.000,00 Lucro com realização financeira a ocorrer em 2009 20.000,00

O estatuto da companhia é omisso com relação ao pagamento de dividendos.

De acordo com o disposto nos artigos 197 e 202 da Lei das Sociedades por Ações, ela poderá constituir, nesse exercício, reserva de lucros a realizar no

valor, em R$, de

(A) 40.000,00.

(B) 36.000,00. (C) 30.000,00.

(D) 24.000,00. (E) 18.000,00.

Comentários

No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos

do estatuto ou do art. 202 da Lei das S/A, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos

da administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar.

Desta forma, à opção da companhia, poderá ser constituída a reserva de lucros a realizar, mediante destinação dos lucros do exercício, cujo objetivo é

evidenciar a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente, apesar de reconhecida contabilmente, pela empresa.

Evita-se distribuir dividendo obrigatório sobre essa parcela de lucros que,

apesar de existente, não está realizada financeiramente no caixa da empresa.

Assim, na questão, devemos primeiramente calcular os dividendos. Os dividendos podem ser fixados livremente pelo estatuto. Caso o estatuto seja

omisso, devemos aplicar um percentual de 50% sobre o lucro líquido ajustado. No nosso caso, o estatuto é omisso?! SIM! Como o estatuto é omisso, deve-se

aplicar o percentual de 50% de lucro ajustado. E como fazer este ajuste?

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BASE DE CÁLCULO DIVIDENDOS = LUCRO LÍQ. DO EXER. – R. LEGAL – R. CONTINGÊNCIAS + REVERSÃO R. CONTINGÊNCIAS – R. INCENTIVOS

FISCAIS [FACULTATIVO] – RESERVA ESPECÍFICA DE PRÊMIO NA EMISSÃO DE DEBÊNTURES [FACULTATIVO]

Na questão,

BC dividendos = 520.000 – 26.000 + 14.000 = 508.000

Assim, os dividendos devidos são 50% de 508.000 = 254.000

A Lei das SAs diz que se consideram lucros não realizados OS RESULTADOS

POSITIVOS NA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL (INVESTIMENTOS EM COLIGADAS/CONTROLADAS/EMPRESAS DO MESMO GRUPO) E

RECEITAS AUFERIDAS PARA RECEBIMENTO A LONGO PRAZO (LSA, art. 197).

Desta forma, o lucro realizado é calculado da seguinte forma:

Lucro Líq. do Exerc. - Resultado positivo na equivalência patrimonial - Lucro com realização financeira de Longo Prazo

Lucro realizado = 520.000 – 270.000 – 20.000 = 230.000

Portanto, de acordo com a LSA a companhia poderá constituir Reserva de Lucros a realizar no valor de R$ 24.000 (R$ 254.000 – R$ 230.000)

Gabarito: Letra D.

Por fim, à medida que esses lucros estiverem sendo realizados, entrando em caixa, deveremos acrescer o lucro agora realizado ao dividendo a pagar. A

reversão deve-se dar no primeiro dividendo declarado após a realização.

As reservas de lucros a realizar só podem ser utilizadas para dois fins:

pagamento de dividendos ou absorção de prejuízos! Gravem.

O lançamento para constituição da reserva é o seguinte:

D – Lucros acumulados XXXX C – Reserva de Lucros a realizar XXXX

A doutrina majoritária (incluindo-se o FIPECAFI) entende que quando da

realização de lucros o lançamento é o seguinte:

D – Reserva de Lucros a realizar XXXX C – Lucros acumulados XXXX

Sendo o dividendo destinado posteriormente pelo seguinte lançamento:

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C – Dividendos a pagar (Passivo) XXXX D – Lucros acumulados XXXX

7.7.6 RESERVA ESPECIAL PARA DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS NÃO DISTRIBUÍDOS

Segundo a Lei das Sociedades por Ações:

Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em

cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto (...)

Portanto, a regra é a distribuição de dividendos ao final de cada exercício social. Contudo, como todo negócio está sujeito a risco, pode acontecer de a empresa

possuir lucro, mas não possuir situação financeira ou patrimonial que permita o

pagamento de dividendos, como, por exemplo, quando a empresa tem um volume extraordinário de empréstimos a serem quitados, ou quando está em

recuperação judicial ou extrajudicial. Tal situação está prevista na Lei da SAs da seguinte forma:

§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em que os órgãos da administração informarem à assembléia-geral ordinária

ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e, na

companhia aberta, seus administradores encaminharão à Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembléia-geral,

exposição justificativa da informação transmitida à assembléia. § 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão

registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser pagos como dividendo assim que o

permitir a situação financeira da companhia.

É só isso! Esse montante não distribuído fica incorporado ao patrimônio líquido em reserva especial, sendo pago quando a situação permitir. No nosso

exemplo, com a quitação do empréstimo ou com a extinção da recuperação judicial ou extrajudicial.

Acabamos de falar, portanto, sobre as reservas de lucros.

Falaremos sobre os dividendos adicionais...

7.8 DIVIDENDOS ADICIONAIS

Os dividendos mínimos obrigatórios devem figurar no passivo, na data do

balanço.

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Quanto aos dividendos adicionais, serão contabilizados ou não, dependendo da

data em que forem declarados. Ou seja, se a empresa fechar as demonstrações contábeis em 31.12.X1, e declarar dividendos adicionais em janeiro ou fevereiro

de X2, tais dividendos não serão contabilizados no balanço de 31.12.X1. Serão apenas divulgados em Nota Explicativa.

Por outro lado, os dividendos adicionais que forem declarados pela assembleia

geral ou outro órgão competente antes da data base das demonstrações contábeis, atendem aos requisitos de obrigação presente e, portanto, devem

figurar nas Demonstrações Contábeis da entidade.

A parcela do dividendo mínimo obrigatório, que se caracterize efetivamente como uma obrigação legal, deve figurar no passivo da entidade. Mas a parcela

da proposta dos órgãos da administração à assembléia de sócios que exceder a esse mínimo obrigatório deve ser mantida no patrimônio líquido, em conta

específica, do tipo “dividendo adicional proposto”, até a deliberação definitiva

que vier a ser tomada pelos sócios. Afinal, esse dividendo adicional ao mínimo obrigatório não se caracteriza como obrigação presente na data do balanço, já

que a assembléia dos sócios ou outro órgão competente poderá, não havendo qualquer restrição estatutária ou contratual, deliberar ou não pelo seu

pagamento ou por pagamento por valor diferente do proposto.

Portanto, a contabilização dos dividendos fica assim:

TRATAMENTO DOS DIVIDENDOS 1) Dividendos obrigatórios: ficam contabilizados no Passivo, na data do fechamento das demonstrações contábeis.

2) Dividendos adicionais: 2.1) Declarados após o período contábil: Não são contabilizados, sendo apenas

divulgados em Nota Explicativa. 2.2) Declarados antes do período contábil: ficam no Patrimônio Líquido, até a

aprovação pela Assembléia, quando são transferidos para o Passivo.

A ESAF ainda não abordou este tema em prova, contudo, a FCC, pioneira, o fez através da seguinte questão:

(Analista Judiciário/TRT 4ª/2011/FCC) Em conformidade com a ICPC-08, os dividendos

(A) declarados, após o período contábil e antes da aprovação pela assembléia

dessas demonstrações, devem ser reconhecidos no passivo como dividendos a pagar.

(B) que forem declarados pela assembléia geral, ou declarados e pagos, de acordo com as formalidades previstas no estatuto social, quando não pagos

devem figurar no passivo da entidade como uma obrigação.

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(C) mínimos obrigatórios devem ser registrados como uma obrigação, na data do encerramento do exercício social a que se referem as demonstrações

contábeis. (D) adicionais ao mínimo obrigatório devem ser todos contabilizados no

passivo. (E) decorrentes de distribuição de resultado, após a data do balanço e antes da

data da autorização de emissão dessas demonstrações, não gerará registro no

passivo da entidade na data do balanço.

Comentários

(A) declarados, após o período contábil e antes da aprovação pela assembléia dessas demonstrações, devem ser reconhecidos no passivo como dividendos a

pagar. Alternativa INCORRETA, os dividendos declarados após o período contábil não

são contabilizados.

(B) que forem declarados pela assembléia geral, ou declarados e pagos, de

acordo com as formalidades previstas no estatuto social, quando não pagos devem figurar no passivo da entidade como uma obrigação.

Alternativa INCORRETA. Veja esse trecho da Instrução Técnica ICPC 08: Pelos itens precedentes, os dividendos que forem declarados pela assembleia

geral ou outro órgão competente, ou declarados e pagos, de acordo com as formalidades previstas no estatuto social ou equivalente, antes da data base

das demonstrações contábeis, atendem aos requisitos de obrigação presente e, portanto, se não pagos devem figurar no passivo da entidade como uma

obrigação Na alternativa B, faltou a frase “antes da data base”, o que a torna incorreta.

(C) mínimos obrigatórios devem ser registrados como uma obrigação, na data

do encerramento do exercício social a que se referem as demonstrações

contábeis. Alternativa CORRETA, os dividendos mínimos obrigatórios devem ser

registrados no passivo.

(D) adicionais ao mínimo obrigatório devem ser todos contabilizados no passivo.

Alternativa INCORRETA, os dividendos adicionais ficam contabilizados no Patrimônio Líquido até sua aprovação pela Assembléia.

(E) decorrentes de distribuição de resultado, após a data do balanço e antes da

data da autorização de emissão dessas demonstrações, não gerará registro no passivo da entidade na data do balanço.

Alternativa INCORRETA, os dividendos adicionais declarados após a data do balanço não são contabilizados, mas os dividendos obrigatório são

contabilizados no passivo.

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7.9 ADIANTAMENTO PARA AUMENTO DE CAPITAL

Falaremos do adiantamento para aumento do capital social, que é o recurso

recebido pela empresa de seus sócios/acionistas para ser utilizado no aumento do capital social.

Suponha que determinada empresa tenha recebido R$ 100.000,00 de

determinado sócio como adiantamento para um futuro ingresso na sociedade.

Nesta hipótese, como fazer a classificação?! O lançamento é o seguinte:

D - Bancos 100.000 (Ativo) C - Adiantamento para aumento de capital 100.000 (Passivo)

Mas por que passivo? Não é um sócio que está integralizando capital próprio?

Vejam, meus caros, que, na verdade, não está havendo integralização, mas somente um adiantamento para uma FUTURA entrada do sócio, o que, de fato,

ainda não se concretizou.

Repito, classifica-se no passivo por se tratar de uma OBRIGAÇÃO da empresa perante terceiros, haja vista que ainda não é integrante do quadro societário.

Quando houver a formalização da entrada do sócio, lançaremos:

D - Adiantamento para aumento de capital 100.000 (reduzindo o passivo)

C - Capital social 100.000 (patrimônio líquido)

É este o lançamento EM REGRA.

Digo em regra, porque esses adiantamentos também poderão ser classificados

no patrimônio líquido, numa única hipótese: quando os recursos forem recebidos com cláusula de absoluta condição de permanência na sociedade, não

havendo, assim, por que considerá-los como exigíveis. Nesta hipótese, o valor adiantado deve ser considerado como destacado do capital social total da

empresa.

Portanto, ficamos assim:

ADIANTAMENTO PARA AUMENTO DE CAPITAL REGRA ----> PASSIVO EXIGÍVEL

EXCEÇÃO ----> QUANDO NÃO HOUVER HIPÓTESE DE RESTITUIÇÃO = PL

7.10 LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

A conta lucros ou prejuízos acumulados é uma conta do PL.

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A conta lucros acumulados não pode mais constar no Balanço Patrimonial, quando do fechamento da demonstração. Não é mais possível, com as

mudanças recentes advindas na contabilidade, que a empresa retenha lucros injustificadamente. Alguns autores afirmam, erroneamente, que esta conta

deixou de existir. Tal afirmação está inconsistente, posto que a conta lucros acumulados pode ser utilizada temporariamente (antes do fechamento do

balanço), sendo que a partir dela distribuímos os lucros do exercício as mais diversas finalidades. Sendo uma conta de PL, o seu saldo é credor.

Ressalve-se, contudo, que a conta prejuízos acumulados diminui o PL, tendo,

assim, saldo devedor.

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8. QUESTÕES COMENTADAS

1. (ESAF/AFRFB/2009) Lei n. 6.404/76, com suas diversas atualizações, determina que, ao fim de cada exercício social, com base na escrituração

mercantil da companhia, exprimindo com clareza a situação do patrimônio e as mutações ocorridas no exercício, a diretoria fará elaborar as seguintes

demonstrações financeiras:

a) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; demonstração do resultado do exercício; demonstração das origens e aplicações

de recursos; demonstração dos fluxos de caixa; e, se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.

b) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

demonstração do resultado do exercício; demonstração dos fluxos de caixa; e demonstração do valor adicionado.

c) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; demonstração do resultado do exercício; demonstração das origens e aplicações

de recursos; e demonstração das mutações do patrimônio líquido. d) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

demonstração do resultado do exercício; demonstração das origens e aplicações de recursos; e, se companhia aberta, demonstração das mutações do

patrimônio líquido. e) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

demonstração do resultado do exercício; demonstração dos fluxos de caixa; e, se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.

Comentários

A resolução desta questão está contida na Lei das SAS, artigo 176, in verbis:

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras,

que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

III - demonstração do resultado do exercício; e IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de

2007) V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei

nº 11.638,de 2007)

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A DOAR (demonstração de origem e aplicações de recursos) não mais é

obrigatória. Decorem este artigo. É de extrema relevância! Questão praticamente certa como questão teórica em boa parte dos concursos.

Gabarito E.

2. (FCC/Analista Judiciário/TRT 3ª região/2009) A empresa A é uma indústria e produz máquinas especiais, cujo processo demora 400 dias. Estas máquinas são

adquiridas para comercialização pela empresa B que leva aproximadamente 20 dias para comercializá-las, 40 dias para receber o valor das vendas realizadas a

prazo, e 30 dias para pagar as máquinas adquiridas. A empresa C é cliente da empresa B e utiliza as máquinas especiais em suas operações. Com base nestas

informações, as máquinas especiais serão classificadas nas empresas A, B e C,

respectivamente, no

(A) ativo circulante, no ativo circulante e no ativo imobilizado. (B) ativo circulante, no ativo não-circulante e no ativo realizável a longo prazo.

(C) ativo realizável a longo prazo, no ativo circulante e no ativo imobilizado. (D) ativo realizável a longo prazo, no ativo realizável a longo prazo e no ativo

imobilizado. (E) ativo realizável a longo prazo, no ativo imobilizado e no ativo realizável a

longo prazo

Comentários

Empresa A: Demora 400 dias para produzir. Portanto, seu ciclo operacional será maior que o exercício social, e as máquinas produzidas ficarão no Ativo

Circulante.

Empresa B: Demora 20 dias para comercializar, 40 para receber o valor das

vendas e 30 dias para pagar as máquinas adquiridas. Portanto, tudo ocorre a custo prazo, nesta empresa. Ativo Circulante.

Empresa C: Utiliza as máquinas em suas operações. Ativo Imobilizado.

O gabarito, portanto, é a letra a.

Gabarito A.

3. (ESAF/AFRFB/2009) Considere o exemplo da Chácara Caçula. Ela possui

1.000 frangos de corte para revender. Quatrocentos deles foram comprados de João Batista e ainda não foram pagos. Trezentos desses frangos já foram

entregues ao José Maria, mediante uma transação de venda realizada a prazo, em que o preço unitário foi nove reais e o imposto foi de 10%. A atividade

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empresarial é exercida em instalações próprias, mas o equipamento é alugado

de terceiros.

Na avaliação monetária dessa chácara temos que: 1. as instalações físicas valem R$ 10.000,00;

2. os equipamentos valem R$ 5.000,00; 3. o aluguel mensal dos equipamentos é de R$ 300,00;

4. o salário mensal do caseiro é de dois salários-mínimos; 5. os frangos custaram R$ 8,00 por unidade, isentos de impostos.

Calculando-se o patrimônio final dessa entidade, com base nas informações

prestadas, certamente, no início do ano se encontrará um:

a) passivo exigível de R$ 3.200,00. b) patrimônio líquido de R$ 14.800,00.

c) patrimônio líquido de R$ 13.600,00.

d) patrimônio bruto de R$ 18.300,00. e) patrimônio bruto de R$ 23.300,00.

Comentários

Esta questão apresenta alguns pequenos problemas, que passamos a listar:

1) A questão se inicia com a afirmação que “ela possui 1000 frangos de corte

para revender”. Mais adiante, afirma que “trezentos desses frangos já foram entregues ao José Maria, mediante uma transação de venda...”

Como interpretar o comando da questão? Pensemos! Se a granja POSSUI 1000

frangos e trezentos JÀ FORAM ENTREGUES ao José Maria, então a granja possuía originariamente 1300 frangos, entregou 300 e possui 1000. Essa é a

conclusão a que um bom aluno de português chegaria. Contudo, se

entendermos dessa forma, a questão não tem resposta, pois teríamos:

ATIVO

Clientes..............(300 frangos x 9,00 R$) ........ R$ 2.700 Estoque de frangos (1000 frangos x 8,00 R$ )....... R$ 8.000

Instalações......................................10.000 TOTAL ATIVO.......................................................R$ 20.700

PASSIVO

Imposto a recolher.........( 10% x R$ 9 x 300 frangos)...R$ 270

Fornecedores (João Batista)............(400 frangos x 8 R$).......R$ 3.200 Salários a pagar...(R$ 465 à época da prova x 2).........R$ 930 (A ESAF tem

essa mania! Sofrível)

Aluguel a pagar................................R$ 300

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TOTAL PASSIVO................................. R$ 4.700

Assim, de posse da equação básica da contabilidade, faríamos:

A = P + PL ... Logo, PL = A –P PL = 20.700 – 4.700 = 16.000

Não existe essa resposta, que, a nosso ver, seria a forma correta. Vamos ver o

entendimento da banca?

2) Se levarmos em conta que a granja tinha 1000 frangos e, desses, entregou 300, restando-lhe 700, ficaremos com o seguinte:

ATIVO

Clientes..............(300 frangos x 9,00 R$) ........ R$ 2.700 Estoque de frangos (700 frangos x 8,00 R$ )....... R$ 5.600

Instalações......................................10.000 TOTAL ATIVO.......................................................R$ 18.300

PASSIVO

Imposto a recolher.........( 10% x R$ 9 x 300 frangos)...R$ 270 Fornecedores (João Batista)............(400 frangos x 8 R$).......R$ 3.200

Salários a pagar...(R$ 465 à época da prova x 2).........R$ 930 (A ESAF tem essa mania! Sofrível)

Aluguel a pagar................................R$ 300 TOTAL PASSIVO................................. R$ 4.700

Assim, de posse da equação básica da contabilidade, faríamos:

A = P + PL

Logo, PL = A –P PL = 18.300 – 4.700 = 13.600

Portanto, a questão possui duas respostas corretas. Preliminarmente, a ESAF deu como gabarito a letra C. Entretanto, com os resultados dos recursos, o

gabarito mudou para D.

Gabarito D.

4. (ESAF/AFRFB/2009) A firma comercial Alvorada Mineira Ltda. adquiriu um bem de uso por R$ 6.000,00, pagando uma entrada de 25% em dinheiro e

financiando o restante em três parcelas mensais e iguais. A operação foi tributada com ICMS de 12%.

Ao ser contabilizada a operação acima, o patrimônio da firma Alvorada

evidenciará um aumento no ativo no valor de:

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a) R$ 6.720,00. b) R$ 4.500,00.

c) R$ 5.220,00. d) R$ 5.280,00.

e) R$ 3.780,00.

Comentários

Pois bem, essa questão é mole. Matemos!

O bem foi adquirido por R$ 6.000,00.

Segundo a Lei Complementar 87/96: I – somente darão direito de crédito as mercadorias destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento nele entradas a

partir de 1o de janeiro de 2020. Portanto, nesta hipótese, não teremos ICMS a

recuperar. O ICMS integrará o custo de aquisição.

Preço de aquisição ........ 6.000

Vamos ver o lançamento, como se faz...

D – Bem de uso (Aumento do ativo) 6.000,00 C – Caixa (Reduz o ativo) 1.500,00

C – Financiamentos a pagar (Aumenta o passivo exigível) 4.500,00

Portanto, atendendo ao comando da questão, teremos:

Variação do ativo = Aumentos – diminuições

Variação do ativo = 6.000,00 – 1.500,00 = 4.500,00

Gabarito B.

5. (ESAF/Analista de Mercados de Capitais/CVM/2010) Aponte abaixo a opção que contém uma assertiva incorreta.

a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos

passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.

b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes

de gerar benefícios econômicos para a entidade.

c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os resultados.

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d) Muitos ativos têm uma substância física. Entretanto, substância física não é

essencial à existência de um ativo. e) Muitos ativos estão ligados a direitos legais, inclusive a direito de

propriedade. Ao determinar a existência de um ativo, entretanto, o direito de propriedade não é essencial.

Comentários

A questão versa sobre o CPC 00. Vamos analisá-la!

Os elementos da contabilidade relacionados à mensuração da posição financeira

e patrimonial da empresa são: ativo, passivo e patrimônio líquido.

Por seu turno, os elementos da contabilidade relacionados à mensuração do desempenho na DRE são as receitas e as despesas.

O CPC trouxe importantes definições que, além de serem levadas como conhecimento básico para o estudo da contabilidade, devem estar na ponta da

língua para o concurso que vocês prestarão, são elas:

a) Ativo: é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade (LETRA A ESTÁ CORRETA);

b) Passivo: é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes

de gerar benefícios econômicos (LETRA B ESTÁ CORRETA); c) Patrimônio Líquido: é o valor residual dos ativos da entidade depois de

deduzidos todos os seus passivos (LETRA C ESTÁ INCORRETA, GABARITO

DA QUESTÃO).

Ao avaliar se um item se enquadra na definição de ativo, passivo ou patrimônio

líquido, deve-se atentar para a sua essência e realidade econômica e não apenas sua forma legal. Assim, por exemplo, no caso do arrendamento

financeiro, a essência e a realidade econômica são que o arrendatário adquire os benefícios econômicos do uso do ativo arrendado pela maior parte da sua

vida útil, como contraprestação de aceitar a obrigação de pagar por esse direito um valor próximo do valor justo do ativo e o respectivo encargo financeiro.

Dessa forma, o arrendamento financeiro dá origem a itens que satisfazem a

definição de um ativo e um passivo e, portanto, são reconhecidos como tais no balanço patrimonial do arrendatário.

Falemos agora sobre os Ativos!!

A entidade geralmente usa os seus ativos na produção de mercadorias ou

prestação de serviços capazes de satisfazer os desejos e necessidades dos

clientes. Tendo em vista que essas mercadorias ou serviços podem atender aos

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seus desejos ou necessidades, os clientes se dispõem a pagar por eles e

contribuir assim para o fluxo de caixa da entidade.

Muitos ativos, por exemplo, máquinas e equipamentos industriais, têm uma substância física. Entretanto, substância física não é essencial à existência de

um ativo (A letra d está correta); dessa forma, as patentes e direitos autorais, por exemplo, são ativos, desde que deles sejam esperados benefícios

econômicos futuros para a entidade e que eles sejam por ela controlados.

No mesmo diapasão, o CPC 00 dispõe que

57. Muitos ativos, por exemplo, contas a receber e imóveis, estão ligados a direitos legais, inclusive o direito de propriedade. Ao determinar a existência de um ativo, o direito de propriedade não é essencial; assim, por exemplo, um

imóvel objeto de arrendamento é um ativo, desde que a entidade controle os benefícios econômicos provenientes da propriedade. Embora a capacidade de

uma entidade controlar os benefícios econômicos normalmente seja proveniente

da existência de direitos legais, um item pode satisfazer a definição de um ativo mesmo quando não há controle legal. Por exemplo, o know-how obtido por

meio de uma atividade de desenvolvimento de produto pode satisfazer a definição de ativo quando, mantendo o know-how em segredo, a entidade

controla os benefícios econômicos provenientes desse ativo.

Portanto, a letra e está igualmente correta.

O nosso gabarito é mesmo a letra c.

Gabarito C.

6. (ESAF/ISS RJ/2010) A Sociedade Limítrofe S/A obteve, no ano de 2009,

como Resultado Líquido do Exercício, um lucro no valor de R$ 50.000,00 e mandou distribuí-lo da seguinte forma:

5% para constituição de reserva legal;

10% para constituição de reserva estatutária; 10% para participação estatutária de administradores;

25% para provisão para o Imposto de Renda; 50% para dividendos obrigatórios; e

O restante para reservas de lucro.

Na destinação de resultados feita na forma citada, pode-se dizer que, para constituição da reserva legal, coube a importância de

a) R$ 2.500,00. b) R$ 1.875,00.

c) R$ 1.687,50.

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d) R$ 1.500,00.

e) R$ 1.375,00.

Comentários

Segundo a lei das S/A´s:

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra

destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social.

§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva,

acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por

cento) do capital social.

§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para

compensar prejuízos ou aumentar o capital.

Esquematizemos:

Reserva legal 5% do LLE Limitado a 20% do capital social.

Trata-se a reserva legal da única reserva de constituição obrigatória para a empresa.

Vejam a sua finalidade: manter a integridade do capital social. Veja que deve

ela ser feita antes de qualquer destinação.

Saber também da sua utilização é também extremamente importante para

concursos: somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital social.

Existe também um limite facultativo para a constituição da reserva legal, qual

seja, quando ela, juntamente das reservas de capital atingirem o montante de 30% do capital social. Grave-se!

Vamos à nossa questão:

Resultado do exercício 50.000,00

(-) IR 25% (12.500,00) Lucro após o IR e CSLL 37.500

(-) Participação dos administradores (3.750,00)

Lucro líquido 33.750,00

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Deste valor retiramos 5%, conforme determina o artigo 193, caput, da Lei das

S.A´s.

33.750 x 5% = R$ 1.687,50.

Gabarito C.

7. (ESAF/ISS RJ/2010) A empresa Mercantil Varejista S/A mandou elaborar o balanço de 2009 com base nos seguintes saldos contábeis, aqui demonstrados

em ordem alfabética:

C o n t a s s a l d o s

Aluguéis Ativos 195,00

Aluguéis a Pagar 75,00 Aluguéis a Receber 120,00

Aluguéis Passivos 150,00 Caixa 300,00

Capital Social 1.200,00 Clientes 420,00

Custo das Mercadorias Vendidas 360,00 Depreciação Acumulada 330,00

Despesas a Pagar 105,00 Despesas a Vencer 180,00

Duplicatas a Pagar 690,00 Duplicatas a Receber 480,00

Duplicatas Descontadas 210,00

Fornecedores 840,00 ICMS a Recuperar 90,00

IPI a Recolher 45,00 Mercadorias 540,00

Móveis e Utensílios 600,00 Provisão p/Ajuste de Estoques 54,00

Provisão p/Imposto de Renda 186,00 Receitas a Receber 240,00

Receitas de Vendas 660,00 Reserva Legal 150,00

Salários 210,00 Veículos 1.050,00

Somatório 9.480,00

Apurado o resultado do exercício, a empresa destinou um terço para imposto de

renda e dois terços para reserva de lucros.

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Ao elaborar o balanço patrimonial com base nas contas e saldos acima, a

empresa vai constatar a existência de um

a) Ativo Circulante no valor de R$ 2.280,00. b) Ativo Permanente no valor de R$ 1.386,00.

c) Passivo Circulante no valor de R$ 1.986,00. d) Patrimônio Líquido no valor de R$ 1.485,00.

e) Ativo Total no valor de R$ 4.020,00.

Comentários

Primeiro, vamos apurar a DRE. Atente-se para o fato de que o lucro deverá ser destinado em 2/3 para reservas de lucros e 1/3 para provisão para IR

(passivo). Calculemos:

Resultado do exercício

Receitas de Vendas 660,00

Aluguéis Ativos 195,00

(-) Salários 210,00

(-) Aluguéis Passivos 150,00

(-) Custo das Mercadorias Vendidas 360,00

Lucro líquido 135

Destinação do lucro

Lucro líquido 134

Reserva de lucros 90

Provisão para IR 45

Lucros acumulados 0

Ativo

Circulante

Caixa 300,00

Clientes 420,00

Aluguéis a Receber 120,00

Despesas a Vencer 180,00

Duplicatas a Receber 480,00

Duplicatas Descontadas (210,00)

ICMS a Recuperar 90,00

Mercadorias 540,00

Provisão p/Ajuste de Estoques (54,00)

Receitas a Receber 240,00

Subtotal 2.106

Não circulante

Móveis e Utensílios 600,00

Depreciação Acumulada (330,00)

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Veículos 1.050,00

Subtotal 1.320

TOTAL 3.426

Passivo Exigível

Aluguéis a Pagar 75,00

Despesas a Pagar 105,00

Fornecedores 840,00

IPI a Recolher 45,00

Provisão p/Imposto de Renda 231 (186,00+45)

Duplicatas a Pagar 690,00

Subtotal 1.986

Patrimônio Líquido

Capital Social 1.200,00

Reserva Legal 150,00

Reservas de lucros 90

Subtotal 1.575

TOTAL 3.426

Gabarito C.

Próxima!

8. (ESAF/ATRFB/2009) A empresa Gregório, Irmãos & Cia. Ltda., possuindo Disponibilidades de R$ 2.730,00, Imobilizações de R$ 3.270,00 e Dívidas de R$

2.900,00, realizou duas transações:

1. A compra de uma máquina por R$ 2.000,00, pagando 20% de entrada; e

2. A venda de um equipamento por R$ 3.000,00, perdendo 30%.

Concluídas as operações, e devidamente registradas, pode-se afirmar com certeza que essa firma tem:

a) prejuízos de R$ 500,00.

b) passivo exigível de R$ 4.500,00. c) patrimônio líquido de R$ 3.100,00.

d) passivo a descoberto de R$ 900,00. e) ativo de R$ 4.600,00.

Comentários

As duas operações serão contabilizadas da seguinte forma:

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1. A compra de uma máquina por R$ 2.000,00, pagando 20% de entrada;

D – Imobilizações.........................2.000

C – Disponibilidades.......................400 C – Dívidas...................................1.600

2. A venda de um equipamento por R$ 3.000,00, perdendo 30%.

Valor da venda.................................3.000 100%

(-) Valor contábil................................X (=) Resultado da venda....................(Y)......(30%)

Resolvendo, temos: Resultado = 30% x 3000 = 900

Valor contábil: 3.900

Contabilização:

D – Disponibilidades 3.000 D – Resultado na alienação de ativos 900

C – Imobilizações 3.900

O quadro de contabilização fica assim:

Saldo inicial Débito Crédito Saldo final

Disponibilidades 2.730 3.000 400 5.330

Imobilizações 3.270 2.000 3.900 1.370

Dívidas 2.900 1.600 4.500

Resultado venda ativos 900 -900

Gabarito B.

9. (ESAF/ATRFB/2009) No balanço de encerramento do exercício social, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e

agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

No ativo patrimonial, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau

de liquidez dos elementos nelas registrados, compondo os seguintes grupos:

a) ativo circulante; ativo realizável a longo prazo; investimentos; ativo

imobilizado; e intangível.

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b) ativo circulante; ativo realizável a longo prazo; e ativo permanente, dividido

em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido. c) ativo circulante; e ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo

prazo, investimentos, imobilizado e intangível. d) ativo circulante; ativo realizável a longo prazo; investimentos; ativo

imobilizado; e ativo diferido. e) ativo circulante; e ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo

prazo, investimentos, imobilizado e diferido.

Comentários

Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a

análise da situação financeira da companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de

liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Logo, gabarito letra c.

Gabarito C.

10. (ESAF/ATRFB/2009) Em relação ao encerramento do exercício social e à

composição dos grupos e subgrupos do balanço, assinale abaixo a opção falsa.

a) No ativo circulante, serão incluídas as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social e as aplicações de recursos em despesas do

exercício seguinte. b) No intangível, serão classificados os direitos que tenham por objeto bens

incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.

c) Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base

o prazo desse ciclo. d) Em investimentos, serão classificadas as participações permanentes em

outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou

da empresa.

e) No ativo imobilizado, serão classificados os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da

empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de

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operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses

bens.

Comentários

Vejamos a redação da Lei 6.404/76:

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, OS DIREITOS REALIZÁVEIS NO

CURSO DO EXERCÍCIO SOCIAL SUBSEQÜENTE e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou

empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem

negócios usuais na exploração do objeto da companhia;

III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que

não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos

destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que

transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade,

inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

O gabarito da questão, portanto, reproduzindo a literalidade da Lei 6.404, é a

letra a.

Gabarito A.

11. (ESAF/ATRFB/2009) A Companhia Cereais Sereias, em 31 de dezembro de 2008, apresentou o seguinte rol de contas e saldos:

Ações em Tesouraria 100,00

Caixa 696,00 Despesas Pré-Operacionais 95,00

Mercadorias 1.293,00 Empréstimos Bancários 120,00

Provisão para Devedores Duvidosos 35,00

Custo dos Produtos Vendidos 5.582,00 Fornecedores 437,00

Capital Social 4.591,00

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Duplicatas a Receber 1.302,00

Vendas de Produtos 7.675,00 Duplicatas Descontadas 280,00

Despesas Gerais e Administrativas 1.141,00 Máquinas e Equipamentos 3.106,00

Juros Passivos a Vencer 48,00 Depreciação Acumulada 225,00

Ao realizar o levantamento do balanço patrimonial, o Contador da empresa

certamente encontrará um Ativo total no valor de

a) R$ 5.625,00. b) R$ 6.000,00.

c) R$ 5.905,00. d) R$ 5.720,00.

e) R$ 6.100,00.

Comentários

Classifiquemos as contas

Conta Classificação

Ações em Tesouraria 100,00 Redutora PL

Caixa 696,00 Ativo

Despesas Pré-Operacionais 95,00 Resultado

Mercadorias 1.293,00 Ativo

Empréstimos Bancários 120,00 Passivo

Provisão para Devedores Duvidosos 35,00 Redutora do ativo

Custo dos Produtos Vendidos 5.582,00 Resultado

Fornecedores 437,00 Passivo

Capital Social 4.591,00 Patrimônio Líquido

Duplicatas a Receber 1.302,00 Ativo

Vendas de Produtos 7.675,00 Resultado

Duplicatas Descontadas 280,00 Redutora do ativo*

Despesas Gerais e Administrativas 1.141,00 Resultado

Máquinas e Equipamentos 3.106,00 Ativo

Juros Passivos a Vencer 48,00 Ativo

Depreciação Acumulada 225,00 Redutora do ativo

Somando as do ativo, teremos:

Conta Classificação Valores

Caixa Ativo 696

Mercadorias Ativo 1293

Provisão para Devedores Duvidosos Redutora do ativo -35

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Duplicatas a Receber Ativo 1302

Duplicatas Descontadas Redutora do ativo* -280

Máquinas e Equipamentos Ativo 3106

Juros Passivos a Vencer Ativo 48

Depreciação Acumulada Redutora do ativo -225

Total 5905

OBS: A conta duplicatas descontadas, tecnicamente, hoje, é classificada no passivo circulante. Este posicionamento encontra-se de acordo com as normas

internacionais e com o Manual de Contabilidade Societária emitido pelo FIPECAFI.

Portanto, fazendo as contas acima, chegaríamos ao gabarito C. Todavia, a

questão deu como correta a assertiva B, incluindo as despesas pré-operacionais como ativo.

Dissemos que:

“O diferido foi extinto com as modificações recentes ocorridas na contabilidade

(MP 449 convertida na Lei 11.941/09).

Segundo o CPC 13 – Adoção inicial da Lei 11.638/2007 e 11.941/2009 (item

20), os saldos porventura existentes deste grupo patrimonial devem ser alocados a outro grupo no balanço patrimonial.

Não havendo essa possibilidade, ficam no ativo diferido até sua completa

amortização ou, alternativamente, podem ser baixados à conta de lucros ou prejuízos acumulados, do patrimônio líquido”.

Vejam que o balanço patrimonial refere-se a 31.12.2008.

Segundo o artigo 299-A da LSA:

“Art. 299-A. O saldo existente em 31 de dezembro de 2008 no ativo diferido

que, pela sua natureza, não puder ser alocado a outro grupo de contas, poderá permanecer no ativo sob essa classificação até sua completa amortização,

sujeito à análise sobre a recuperação de que trata o § 3o do art. 183 desta Lei.

(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)”.

A questão claramente tenta confundir o candidato (e os professores, consecutivamente). Mas veja que a LSA faculta (utiliza o termo PODE) que a

despesa pré-operacional fique no ativo. Assim, entendemos que a letra c também poderia ser o gabarito. A ESAF manteve como letra B.

Gabarito da banca B.

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12. (ESAF/APO/MPOG/2010) A empresa Massas e Maçãs S/A listou as seguintes

contas para elaborar o seu balanço:

01 - Ações de Outras Companhias R$ 200,00 02 - Ações de Coligadas R$ 300,00

03 - Ações em Tesouraria R$ 50,00 04 - Duplicatas a Pagar R$ 2.000,00

05 - Duplicatas a Receber R$ 1.800,00 06 - Duplicatas Descontadas R$ 1.400,00

07 - Mercadorias R$ 1.200,00 08 - Produtos Acabados R$ 800,00

09 - Máquinas e Equipamentos R$ 1.600,00 10 - Móveis e Utensílios R$ 1.500,00

11 - Imóveis R$ 4.810,00 12 - Despesas Operacionais R$ 250,00

13 - Despesas Administrativas R$ 600,00

14 - Receitas de Vendas R$ 1.700,00 15 - Receitas Não-Operacionais R$ 660,00

16 - Custo dos Serviços Vendidos R$ 920,00 17 - Salários R$ 180,00

18 - Fornecedores R$ 1.400,00 19 - Provisão p/Devedores Duvidosos R$ 120,00

20 - Provisão para Imposto de Renda R$ 370,00 21 - Capital Social R$ 5.000,00

22 - Capital a Realizar R$ 320,00 23 - Depreciação R$ 310,00

24 - Depreciação Acumulada R$ 500,00 25 - Amortização Acumulada R$ 190,00

26 - ICMS a Recolher R$ 230,00 27 - ICMS sobre Vendas R$ 80,00

28 - Reserva Legal R$ 1.260,00

29 - Provisão para FGTS R$ 90,00

Na elaboração do Balanço Patrimonial, com os valores acima listados, vamos encontrar um

a) Ativo Circulante de R$ 3.680,00.

b) Ativo total de R$ 10.000,00. c) Passivo Circulante de R$ 5.490,00.

d) Patrimônio Líquido de R$ 5.890,00. e) Saldos devedores de R$ 14.630,00.

Comentários

ATIVO PASSIVO

Circulante Circulante

05 - Duplicatas a Receber R$ 1.800,00 04 - Duplicatas a Pagar R$ 2.000,00

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07 - Mercadorias R$ 1.200,00 18 - Fornecedores R$ 1.400,00

08 - Produtos Acabados R$ 800,00

20 - Provisão para Imposto de Renda

R$ 370,00

19 - Provisão p/Devedores Duvidosos (R$

120,00) 26 - ICMS a Recolher R$ 230,00

06 - Duplicatas Descontadas (R$ 1.400,00) 29 - Provisão para FGTS R$ 90,00

TOTAL 2.280,00 TOTAL 4.090

Não circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO

01 - Ações de Outras Companhias R$

200,00 21 - Capital Social R$ 5.000,00

02 - Ações de Coligadas R$ 300,00 22 - Capital a Realizar (R$ 320,00)

09 - Máquinas e Equipamentos R$ 1.600,00 03 - Ações em Tesouraria (R$ 50,00)

10 - Móveis e Utensílios R$ 1.500,00 28 - Reserva Legal R$ 1.260,00

11 - Imóveis R$ 4.810,00 Lucros acumulados 20,00

24 - Depreciação Acumulada (R$ 500,00) TOTAL 5.910

25 - Amortização Acumulada (R$ 190,00)

TOTAL 7.720

TOTAL DO ATIVO 10.000,00 TOTAL DO PASSIVO 10.000,00

Apuração do resultado

Despesas Receitas

12 - Despesas Operacionais R$ 250,00 14 - Receitas de Vendas R$ 1.700,00

13 - Despesas Administrativas R$ 600,00

15 - Receitas Não-Operacionais R$

660,00 16 - Custo dos Serviços Vendidos R$

920,00 TOTAL 2.360

17 - Salários R$ 180,00

27 - ICMS sobre Vendas R$ 80,00

23 - Depreciação R$ 310,00

TOTAL 2.340

Resultado: Lucro acumulado de R$ 20,00 (Conta transitória do PL)

Gabarito, portanto, letra b.

Gabarito B.

13. (ESAF/APOF/SP/2009) Ao encerrar o exercício social de 2008, a empresa

Cibrazém de Armazenagem e Comércio Ltda. apurou os seguintes saldos:

Contas Saldos (R$)

Capital Social 200.000,00

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Vendas 540.000,00

Mercadorias 180.000,00 Duplicatas a Receber 140.000,00

Caixa 70.000,00 ICMS sobre Vendas 100.000,00

Duplicatas a Pagar 100.000,00 Ações de Coligadas 50.000,00

Fornecedores 150.000,00 Móveis e Utensílios 310.000,00

Provisão para Férias 15.000,00 Depreciação 60.000,00

Duplicatas Descontadas 90.000,00 Depreciação Acumulada 180.000,00

Fretes e Carretos 25.000,00 Prejuízos Acumulados 31.000,00

Salários a Pagar 18.000,00

Compras 230.000,00 Salários 88.000,00

Provisão para Devedores Duvidosos 2.000,00 Aluguéis Ativos 12.000,00

Juros Passivos 7.000,00 Capital a Realizar 40.000,00

ICMS a Recolher 65.000,00 Reserva Legal 6.000,00

Ações em Tesouraria 30.000,00 Prêmios de Seguros 17.000,00

Soma total 2.756.000,00

O inventário físico apontou o valor de R$ 154.000,00 de mercadorias em estoque no fim do ano.

Elaborando o balanço patrimonial com os dados apresentados, após a apuração

do resultado do exercício, vamos encontrar um

a) Ativo total de R$ 478.000,00. b) Passivo e Patrimônio Líquido de R$ 453.000,00.

c) Passivo Circulante de R$ 438.000,00. d) Prejuízo Acumulado de R$ 31.000,00.

e) Patrimônio Líquido de R$ 104.000,00.

Comentários

ATIVO PASSIVO

Mercadorias 154.000,00 Duplicatas a Pagar 100.000,00

Duplicatas a Receber 140.000,00 Salários a Pagar 18.000,00

Caixa 70.000,00 Provisão para Férias 15.000,00

Duplicatas Descontadas (90.000,00) Fornecedores 150.000,00

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Provisão para Devedores Duvidosos

(2.000,00) ICMS a Recolher 65.000,00

Ações de Coligadas 50.000,00 TOTAL DO PASSIVO 348.000

Móveis e Utensílios 310.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Depreciação Acumulada (180.000,00) Capital Social 200.000,00

Capital a Realizar (40.000,00)

Prejuízos acumulados (31.000) + (1.000) =

(32.000)

Reserva Legal 6.000,00

Ações em Tesouraria (30.000,00)

TOTAL DO PL 104.000

TOTAL DO ATIVO 452.000 TOTAL DO PASSIVO + PL 452.000

APURAÇÃO DO RESULTADO

DESPESAS RECEITAS

ICMS sobre Vendas 100.000,00 Vendas 540.000,00

Depreciação 60.000,00 Aluguéis Ativos 12.000,00

Fretes e Carretos 25.000,00

Prêmios de Seguros 17.000,00

Salários 88.000,00

Juros Passivos 7.000,00

CMV = 256.000

TOTAL 553.000 TOTAL 552.000

PREJUÍZOS ACUMULADOS (1.000)

CMV = EI + CO - EF

CMV = 180.000 + 230.000 - 154.000 = 256.000

Gabarito E.

14. (ESAF/TRF/RFB/2002) O patrimônio da Empresa Alvas Flores, em 31.12.01,

era composto pelas seguintes contas e respectivos saldos, em valores simbólicos.

Caixa R$ 100,00

Capital Social R$ 350,00

Empréstimos Obtidos LP R$ 150,00 Bancos c/ Movimento R$ 200,00

Lucros Acumulados R$ 200,00 Fornecedores R$ 100,00

Contas a Receber R$ 100,00 Empréstimos Concedidos LP R$ 100,00

Dividendos a Pagar R$ 150,00 Duplicatas Emitidas R$ 800,00

Notas Promissórias Emitidas R$ 500,00 Adiantamento de Clientes R$ 200,00

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Impostos a Pagar R$ 50,00

Equipamentos R$ 100,00 Clientes R$ 450,00

Reserva Legal R$ 100,00 Mercadorias R$ 500,00

Notas Promissórias Aceitas R$ 250,00 Duplicatas Aceitas R$ 1.000,00

Patentes R$ 200,00

A representação gráfica do patrimônio que acima se compõe evidenciará um ativo total no valor de

a) R$ 2.400,00

b) R$ 2.600,00 c) R$ 2.800,00

d) R$ 2.850,00

e) R$ 3.050,00

Comentários

São contas do ativo:

Caixa R$ 100,00 Bancos c/ Movimento R$ 200,00

Contas a Receber R$ 100,00 Empréstimos Concedidos LP R$ 100,00

Duplicatas Emitidas R$ 800,00 Equipamentos R$ 100,00

Clientes R$ 450,00 Mercadorias R$ 500,00

Notas Promissórias Aceitas R$ 250,00

Patentes R$ 200,00 TOTAL R$ 2.800,00

Devemos fazer uma consideração sobre as duplicatas e as notas promissórias.

As duplicatas é um título de crédito emitido pela empresa contra o devedor.

Assim, quando a empresa ALFA emite uma duplicata para que João pague daqui a 30 dias, ela terá direito a receber tal quantia naquele prazo.

Já quando a empresa ALFA compra da sociedade BETA mercadorias, sendo que

BETA emite uma duplicata, ALFA terá uma obrigação, um passivo a adimplir.

Fica assim:

DUPLICATAS ACEITAS OBRIGAÇÃO

DUPLICATAS EMITIDAS DIREITO

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Situação reversa ocorre para a nota promissória. A nota promissória é uma promessa de pagamento. Deste modo, quando ALFA emite uma nota

promissória, ela está prometendo pagar determinada quantia na data X. Portanto, uma nota promissória emitida é uma obrigação.

Já uma nota promissória aceita pela empresa ALFA significa um direito.

NOTA PROMISSÓRIA ACEITA DIREITO

NOTA PROMISSÓRIA EMITIDA OBRIGAÇÃO

Gabarito C.

15. (ESAF/AFTM/ISS/NATAL/2008) Os Armazéns da Esquina S/A mantêm, em seu plano de contas, os títulos a seguir relacionados, entre outros, os quais

apresentam os seguintes saldos:

Contas Saldos Duplicatas a Pagar R$ 90.000,00

Duplicatas Descontadas R$ 60.000,00 Duplicatas a Receber R$ 50.000,00

Duplicatas a Vencer R$ 30.000,00

Depreciação Acumulada R$ 9.000,00 Encargos de Depreciação R$ 8.000,00

Impostos a Pagar R$ 6.000,00 Impostos a Vencer R$ 5.000,00

Impostos a Recolher R$ 3.000,00 Impostos a Recuperar R$ 2.800,00

Aluguéis Passivos R$ 4.000,00 Aluguéis a Pagar R$ 2.000,00

Aluguéis Ativos R$ 1.900,00 Aluguéis a Receber R$ 1.500,00

Aluguéis a Vencer R$ 1.000,00

Considerando apenas a relação de contas acima, ao classificá-las para fins de balanço, vamos encontrar no Passivo Circulante o valor de:

a) R$ 101.000,00. b) R$ 105.000,00.

c) R$ 131.000,00. d) R$ 135.000,00.

e) R$ 161.000,00.

Comentários

CONTA VALOR CLASSIFICAÇÃO

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Duplicatas a Pagar R$ 90.000,00 Passivo Circulante

Duplicatas Descontadas R$ 60.000,00 Redutora do AC*

Duplicatas a Receber R$ 50.000,00 Ativo Circulante

Duplicatas a Vencer R$ 30.000,00 Ativo Circulante

Depreciação Acumulada R$ 9.000,00 Redutora do ANC - Imob

Encargos de Depreciação R$ 8.000,00 Despesa

Impostos a Pagar R$ 6.000,00 Passivo Circulante

Impostos a Vencer R$ 5.000,00 Ativo Circulante

Impostos a Recolher R$ 3.000,00 Passivo Circulante

Impostos a Recuperar R$ 2.800,00 Ativo Circulante

Aluguéis Passivos R$ 4.000,00 Despesa

Aluguéis a Pagar R$ 2.000,00 Passivo Circulante

Aluguéis Ativos R$ 1.900,00 Receita

Aluguéis a Receber R$ 1.500,00 Ativo Circulante

Aluguéis a Vencer R$ 1.000,00 Ativo Circulante

CONTA VALOR CLASSIFICAÇÃO

Duplicatas a Pagar R$ 90.000,00 Passivo Circulante

Impostos a Pagar R$ 6.000,00 Passivo Circulante

Impostos a Recolher R$ 3.000,00 Passivo Circulante

Aluguéis a Pagar R$ 2.000,00 Passivo Circulante

TOTAL R$ 101.000,00

Algumas considerações.

A conta DUPLICATAS A VENCER, para a ESAF, significa um direito da

empresa.

A conta IMPOSTOS A VENCER e ALUGUÉIS A VENCER também são representativas de direito, posto que são impostos e aluguéis já pagos mas

ainda não incorridos.

Gabarito A.

16. (ESAF/TRF/2000) Em 31 de dezembro de 1999, o Contador da firma ZÊ LTDA. apresenta as seguintes contas e saldos, extraídos do livro Razão:

C O N T A S SALDOS

Caixa

250

Duplicatas a Pagar 650 Lucros Acumulados 130

Aluguéis Passivos 140 Comissões Ativas 30

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Receita de Juros 110

Impostos a Recolher 300 Veículos 900

Custo das Vendas 600 Receita de Vendas 900

Despesas de Juros 130 Clientes 360

Móveis e Utensílios 540 Capital Social 950

Impostos Federais 200 Salários 450

Fornecedores 880 FGTS a Recolher 200

Conferimos essa listagem e verificamos que o balancete não está fechado, pois

a soma dos saldos devedores não está com valor igual à soma dos saldos

credores. Mesmo assim, certificamo-nos de que as contas diferenciais estão todas representadas com saldos corretos na relação acima. Deste modo,

podemos afirmar que o Patrimônio Líquido contido na listagem apresentada soma o valor de

a) R$ 1.080,00

b) R$ 710,00 c) R$ 800,00

d) R$ 910,00 e) R$ 600,00

Comentários

A teoria materialística divide as contas em:

A) CONTAS INTEGRAIS: Representam o ativo e passivo exigível (obrigações); B) CONTAS DIFERENCIAIS: Representam o patrimônio líquido, receitas e

despesas.

CONTA VALOR CLASSIFICAÇÃO

Caixa 250 Ativo

Duplicatas a Pagar 650 Passivo

Lucros Acumulados 130 Patrimônio Líquido

Aluguéis Passivos 140 Despesa

Comissões Ativas 30 Receita

Receita de Juros 110 Receita

Impostos a Recolher 300 Passivo

Veículos 900 Ativo

Custo das Vendas 600 Despesa

Receita de Vendas 900 Receita

Despesas de Juros 130 Despesa

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Clientes 360 Ativo

Móveis e Utensílios 540 Ativo

Capital Social 950 Patrimônio Líquido

Impostos Federais 200 Despesa

Salários 450 Despesa

Fornecedores 880 Passivo

FGTS a Recolher 200 Passivo

Vamos lá!

Encerrando o resultado...

Despesas Receitas

Aluguéis Passivos 140 Comissões Ativas 30

Custo das Vendas 600 Receita de Juros 110

Despesas de Juros 130 Receita de Vendas 900

Impostos Federais 200 TOTAL 1040

Salários 450

TOTAL 1520

RESULTADO (PREJUÍZO) 480

Agora, vamos ver o nosso PL.

Capital social 950 Lucros acumulados – Prejuízos acumulados 130 – 480 = (350)

TOTAL DO PL 600

Gabarito E.

17. (ESAF/ATE/MS/2001) As contas e saldos listados a seguir foram extraídos,

entre outras contas, do Livro Razão da Cia. Comercindústria, no último dia do exercício social:

Contas (em ordem alfabética) saldos(R$) Ações de Coligadas 100,00

Aluguéis a Pagar 150,00 Aluguéis a Receber 200,00

Caixa 250,00 Capital a Integralizar 300,00

Capital Social 950,00 Clientes 900,00

Duplicatas Aceitas 850,00 Duplicatas Emitidas 800,00

Fornecedores 750,00

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Juros Ativos 700,00

Juros Passivos 650,00 Máquinas e Equipamentos 600,00

Materiais 550,00 Mercadorias 500,00

Notas Promissórias Aceitas 450,00 Notas Promissórias Emitidas 400,00

Receitas a Receber 350,00 Receitas a Vencer 300,00

Considerando, exclusivamente, as contas acima listadas, podemos verificar que

os saldos devedores e os créditos da empresa estão nelas evidenciados, respectivamente, pelos valores de:

a) R$ 5.650,00 e R$ 4.100,00

b) R$ 2.700,00 e R$ 3.800,00

c) R$ 2.900,00 e R$ 4.200,00 d) R$ 5.300,00 e R$ 4.450,00

e) R$ 5.650,00 e R$ 3.000,00

Comentários

Saldos devedores são as contas que apresentam saldo desta natureza. Os créditos, por seu turno, são os direitos da empresa. Classifiquemos.

CONTA CLASSIFICAÇÃO SALDO

Ações de Coligadas ANC/Investimentos Devedor

Aluguéis a Pagar Passivo Circulante Credor

Aluguéis a Receber Ativo Circulante Devedor

Caixa Ativo Circulante Devedor

Capital a Integralizar Patrimônio Líquido Devedor

Capital Social Patrimônio Líquido Credor

Clientes Ativo Circulante Devedor

Duplicatas Aceitas Passivo Circulante Credor

Duplicatas Emitidas Ativo Circulante Devedor

Fornecedores Passivo Circulante Credor

Juros Ativos Receita Credor

Juros Passivos Despesa Devedor

Máquinas e Equipamentos ANC/Imobilizado Devedor

Materiais ANC/Imobilizado Devedor

Mercadorias Ativo Circulante Devedor

Notas Promissórias Aceitas Ativo Circulante Devedor

Notas Promissórias Emitidas Passivo Circulante Credor

Receitas a Receber Ativo Circulante Devedor

Receitas a Vencer PNC/Receitas diferidas Credor

Segregando, teremos:

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SALDOS DEVEDORES CONTA CLASSIFICAÇÃO SALDO VALOR

Ações de Coligadas ANC/Investimentos Devedor 100

Aluguéis a Receber Ativo Circulante Devedor 200

Caixa Ativo Circulante Devedor 250

Capital a Integralizar Patrimônio Líquido Devedor 300

Clientes Ativo Circulante Devedor 900

Duplicatas Emitidas Ativo Circulante Devedor 800

Juros Passivos Despesa Devedor 650

Máquinas e Equipamentos ANC/Imobilizado Devedor 600

Materiais ANC/Imobilizado Devedor 550

Mercadorias Ativo Circulante Devedor 500

Notas Promissórias Aceitas Ativo Circulante Devedor 450

Receitas a Receber Ativo Circulante Devedor 350

TOTAL 5650

CRÉDITOS

CONTA CLASSIFICAÇÃO SALDO VALOR

Aluguéis a Receber Ativo Circulante Devedor 200

Capital a Integralizar Patrimônio Líquido Devedor 300

Clientes Ativo Circulante Devedor 900

Duplicatas Emitidas Ativo Circulante Devedor 800

Notas Promissórias Aceitas Ativo Circulante Devedor 450

Receitas a Receber Ativo Circulante Devedor 350

TOTAL 3000

Gabarito E.

18. (ESAF/AFC/STN/2002) O patrimônio da Indústria Luzes & Velas é constituído pelos elementos que abaixo apresentamos com valores apurados

em 30 de setembro.

Bens fixos R$ 2.100,00

Notas Promissórias emitidas R$ 600,00 Débitos de Funcionamento R$ 900,00

Créditos de Financiamento R$ 600,00 Bens de Venda R$ 900,00

Créditos de Funcionamento R$ 1.200,00 Bens Numerários R$ 450,00

Bens de Renda R$ 750,00 Débitos de Financiamento R$ 300,00

Reservas de Lucros R$ 750,00 Reservas de Capital R$ 1.800,00

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Sabendo-se que essa empresa apresenta lucros acumulados correspondentes a

25% do valor do capital de terceiros, podemos afirmar que o valor do seu Capital Social é

a) R$ 4.200,00

b) R$ 3.000,00 c) R$ 2.550,00

d) R$ 1.800,00 e) R$ 1.200,00

Comentários

ATIVO PASSIVO

Bens fixos R$ 2.100,00 Notas Promissórias emitidas R$ 600,00

Créditos de Financiamento R$ 600,00 Débitos de Funcionamento R$ 900,00

Bens de Venda R$ 900,00 Débitos de Financiamento R$ 300,00

Créditos de

Funcionamento R$ 1.200,00 TOTAL R$ 1.800,00

Bens Numerários R$ 450,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Bens de Renda R$ 750,00 Reservas de Lucros R$ 750,00

Reservas de Capital R$ 1.800,00

LUCROS ACUMULADOS (25% x

1.800) R$ 450,00

Capital Social R$ 1.200,00

TOTAL DO PL R$ 4.200,00

TOTAL DO ATIVO

R$

6.000,00 TOTAL DO PASSIVO + PL

R$

6.000,00

E como encontramos o valor do Capital Social?!

Vejam, meus amigos, que a questão trouxe o valor tão-somente das reservas

de lucros e reservas de capital, que, indubitavelmente, são contas do PL.

Disse, também, que os lucros acumulados representavam 25% do valor do passivo exigível. Como o passivo exigível é de R$ 1.800,00, temos que a conta

lucros acumulados é de R$ 450,00. Lembrem-se de que a utilização da conta lucros acumulados agora só pode ser feita de modo transitório.

Portanto, como o ativo é de R$ 6.000,00, utilizamo-nos da equação básica da

contabilidade: A = P + PL.

A = P + PL 6.000,00 = 1.800,00 + PL

PL = 4.200,00.

Como só temos R$ 3.000,00, temos que o capital social corresponde a R$

1.200,00.

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Gabarito E.

19. (ESAF/AFRFB/RFB/2003) No sistema contábil abaixo apresentado só faltou anotar as despesas incorridas no período. Todavia, considerando as regras do

método das partidas dobradas, podemos calcular o valor dessas despesas.

Componentes Valores

Capital R$ 1.300,00 Receitas R$ 1.000,00

Dívidas R$ 1.800,00 Dinheiro R$ 1.100,00

Clientes R$ 1.200,00

Fornecedores R$ 1.350,00 Prejuízos Anteriores R$ 400,00

Máquinas R$ 1.950,00

Com base nos elementos apresentados, pode-se afirmar que o valor das despesas foi

a) R$ 200,00

b) R$ 400,00 c) R$ 800,00

d) R$ 1.200,00 e) R$ 1.400,00

Comentários

Vamos lá!

Ativo: 1.100 + 1.200 + 1.950 = 4.250,00 Passivo: 1.800 + 1.350 = 3.150,00

Logo, o PL deve ser: 1.100.

A questão apresentou as seguintes contas do PL

Capital 1.300

Prejuízos anteriores (400) Total 900

Portanto, para chegar ao valor de R$ 1.100,00, ainda faltam R$ 200,00. Isto

significa dizer que as minhas receitas devem suplantar as despesas neste

montante. Portanto, se as receitas foram de R$ 1.000,00, as despesas só podem ser de R$ 800,00, o que dará um saldo de R$ 200,00 para lucros

acumulados.

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Capital 1.300 Prejuízos anteriores – lucro do período (400) + 200 = (200)

Total 1.100

Gabarito C.

20. (ESAF/Analista/SERPRO/2001) Os correntistas bancários, atualmente,

podem dispor de facilidades nas chamadas contas de livre movimentação ou Bancos c/Movimento, com limites de saques garantidos por contratos de

“cheque especial”. Estas contas ora representam ativo contábil, ora representam passivo contábil, dependendo de seu tipo de saldo.

Podemos dizer que a conta de depósitos bancários da empresa, garantida por contrato de cheque especial, é uma conta de passivo quando

a) o saldo da conta no livro razão da empresa for devedor

b) o saldo da conta no livro razão do banco for devedor c) o saldo da conta no extrato bancário for credor

d) o saldo da conta tanto no livro razão da empresa, como no extrato bancário for credor

e) o saldo da conta tanto no livro razão da empresa como no extrato bancário for devedor

Comentários

Sabemos que a conta “bancos conta movimento”, no ativo, representa um

direito da empresa frente a uma instituição financeira.

Ocorre que, diversas vezes, a entidade pode se utilizar do chamado cheque

especial, utilizando-se de recursos que pertencem ao banco.

Fazendo isso, estará usufruindo de capital de terceiros. Como sabemos, na contabilidade vige a primazia da essência sobre a forma. Tal situação, portanto,

equipara-se a um empréstimo.

Assim, quando a empresa tem um saldo positivo no banco, temos:

LIVRO RAZÃO:

DA EMPRESA SALDO DEVEDOR (DIREITO FRENTE AO BANCO).

DO BANCO CREDOR (OBRIGAÇÃO FRENTE AO CORRENTISTA).

Quando o saldo, por seu turno, passa a ser negativo, teremos:

NA EMPRESA SALDO CREDOR (OBRIGAÇÃO FRENTE AO BANCO).

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NO BANCO SALDO DEVEDOR (DIREITO FRENTE AO CORRENTISTA).

Neste caso, do cheque especial, a conta passa a figurar no passivo e não como

redutora do ativo circulante, como algumas questões tentam propor. A regra é que as contas do ativo não sejam de saldo credor.

Gabarito B.

21. (ESAF/Analista de Finanças e Controle/CGU/2008) O Balancete de

Verificação de uma empresa apresenta as seguintes contas e respectivos saldos ao final do exercício social (31.12.20X8):

Móveis e Utensílios 530

Bancos 4.000 Vendas 50.000

Duplicatas a Pagar 6.000 Despesa de Salários 10.000

Contas a Receber 8.000 Despesas de Juros 2.000

Receitas de Serviços 17.000 Despesa de Aluguel 3.000

Prejuízos Acumulados 4.000 Edifícios de Uso 12.000

Custo das Vendas 40.000

Empréstimos a Pagar 3.000

Com base nos dados acima e nas regras de apuração de resultado, pode-se afirmar que:

a) após a apuração do resultado, os Prejuízos Acumulados foram transformados

em lucros acumulados de 12.000. b) o Lucro do Período foi de 52.000.

c) o Capital Social é de 7.530. d) o Patrimônio Líquido é de 8.000.

e) o Ativo e o Passivo somam 33.000.

Comentários

ATIVO

Móveis e Utensílios 530

Bancos 4.000 Contas a Receber 8.000

Edifícios de Uso 12.000 TOTAL DO ATIVO 24.530

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PASSIVO

Duplicatas a Pagar 6.000

Empréstimos a Pagar 3.000 TOTAL DO PASSIVO 9.000

APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Receitas – Despesas =

Vendas 50.000

Receitas de Serviços 17.000 Despesa de Salários (10.000)

Despesas de Juros (2.000) Despesa de Aluguel (3.000)

Custo das Vendas (40.000)

LUCRO 12.000 (VAI PARA O PL PARA DESTINAÇÃO)

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Lucro ou Prejuízos Acumulados (4.000) + 12.000 = 8.000 Capital social ?

Portanto, de posse da equação básica da contabilidade, faremos:

A = P + PL

24.530 = 9.000 + PL PL = 15.530

Agora, vejam que o PL é composto por Lucros acumulados, no montante de R$

8.000,00, e capital social, cujo valor queremos descobrir.

PL = Lucros acumulados + Capital Social

15.530 = 8.000 + Capital Social Capital social = 7.530,00.

Gabarito C.

22. (ESAF/AFRF/2002) José Rodrigues Mendes, Maria Helena Souza e Pedro Paulo Frota, tempos atrás, criaram uma empresa para comerciar chinelos e

roupas, na forma de Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada, com capital inicial de 20 mil reais, dividido em quatro quotas iguais, sendo dois

quartos para José Rodrigues, completamente integralizado.

Hoje, a relação patrimonial dessa empresa apresenta:

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Dinheiro no valor de R$ 2.000,00;

Títulos a receber de Manuel Batista, R$ 4.000,00; Duplicatas aceitas pelo mercado local, R$ 6.000,00;

Móveis de uso, no valor de R$ 5.000,00; Duplicatas emitidas pela Brastemp R$ 2.500,00;

Empréstimos no Banco do Brasil, R$ 5.800,00; Adiantamentos feitos a empregados, no valor de R$ 200,00;

Adiantamento feito a Pedro Paulo, no valor de R$ 1.800,00.

Os bens para vender estão avaliados em R$ 5.300,00; o aluguel da loja está atrasado em R$ 1.000,00; e o carro da firma foi comprado por R$ 8.100,00.

No último período a empresa conseguiu ganhar R$ 4.900,00, mas, para isto,

realizou despesas de R$ 2.600,00.

Ao elaborar a estrutura gráfica patrimonial com os valores acima devidamente

classificados, a empresa vai encontrar capital próprio no valor de:

a) R$ 20.000,00 b) R$ 21.300,00

c) R$ 23.100,00 d) R$ 22.300,00

e) R$ 24.300,00

Comentários

Vamos lá!

ATIVO

Dinheiro no valor de R$ 2.000,00;

Títulos a receber de Manuel Batista, R$ 4.000,00; Duplicatas aceitas pelo mercado local, R$ 6.000,00;

Móveis de uso, no valor de R$ 5.000,00; Adiantamentos feitos a empregados, no valor de R$ 200,00;

Adiantamento feito a Pedro Paulo, no valor de R$ 1.800,00. Estoque de mercadorias R$ 5.300,00.

Veículos R$ 8.100,00 TOTAL DO ATIVO R$ 32.4000,00

PASSIVO

Duplicatas emitidas pela Brastemp R$ 2.500,00;

Empréstimos no Banco do Brasil, R$ 5.800,00; Aluguéis atrasado R$ 1.000,00.

TOTAL DO PASSIVO R$ 9.300,00,00

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Agora, é só se utilizar da equação fundamental da contabilidade e

encontraremos o PL. Não há necessidade de apurar o resultado, posto que ele já está embutido dentro do PL.

A = P + PL

32.400 = 9.300,00 + PL PL = 23.100,00

Gabarito C.

23. (ESAF/AFTN/1998) No dia primeiro do mês quatro a firma Violetas S/A

demonstrou a seguinte situação patrimonial:

Ativo Circulante R$ 2.300,00

Ativo Não Circulante R$ 2.300,00 Passivo Circulante R$ 2.300,00

Patrimônio Líquido R$ 2.300,00

Durante o referido mês, a empresa executou e contabilizou diversas partidas contábeis, chegando ao último dia com a seguinte situação patrimonial:

Ativo Circulante R$ 1.100,00

Ativo Não Circulante R$ 4.800,00 Passivo Circulante R$ 3.400,00

Patrimônio Líquido R$ 2.500,00

No período não houve aumento de capital por subscrição e integralização de

ações novas. Diante destas informações, podemos dizer que a Violetas S/A, no mês de abril acima referido, apurou

a) perdas de R$ 1.200,00, como mostra a redução do Ativo Circulante

b) perdas de R$ 1.100,00, como mostra o aumento do Passivo Circulante c) ganhos de R$ 200,00, como mostra o aumento do Patrimônio Líquido

d) ganhos de R$ 1.300,00, como mostra o aumento do ativo total e) nem ganhos nem perdas já que o patrimônio permanece balanceado

Comentários

Situação inicial

ATIVO PASSIVO

Circulante 2.300 Circulante 2.300

Não circulante 2.300 PL 2.300

TOTAL 4.600 TOTAL 4.600

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Situação final

ATIVO PASSIVO

Circulante 1.100 Circulante 3.400

Não circulante 4.800 PL 2.500

TOTAL 5.900 TOTAL 5.900

Vejam que o PL aumentou de R$ 2.300 para R$ 2.500. Tal fato evidencia

alteração no valor de R$ 200,00, o que pode ter ocorrido por ganhos, como lucro no período.

Gabarito C.

24. (ESAF/Analista de Comércio Exterior/MDIC/2012) Em relação ao

patrimônio, objeto da contabilidade, é correto afirmar que

a) o ativo patrimonial é composto dos bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica.

b) o patrimônio líquido pode ser entendido como sendo a diferença entre o valor do ativo e o valor do passivo de um patrimônio.

c) se calcularmos os direitos reais e os direitos pessoais pertencentes a uma

entidade, estaremos calculando o ativo patrimonial dessa entidade. d) o capital social de um empreendimento comercial é o montante de recursos

aplicados em seu patrimônio. e) o montante dos bens e dos direitos de uma pessoa física ou jurídica tem o

mesmo valor de seu passivo real.

Comentários

a) o ativo patrimonial é composto dos bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica.

O item está incorreto. O ativo compreende os bens e direitos.

b) o patrimônio líquido pode ser entendido como sendo a diferença

entre o valor do ativo e o valor do passivo de um patrimônio.

A ESAF considerou o item como incorreto, pois, aparentemente, tratou a

expressão passivo, como sinônimo de passivo total, ou seja, passivo exigível mais patrimônio líquido.

c) se calcularmos os direitos reais e os direitos pessoais pertencentes a

uma entidade, estaremos calculando o ativo patrimonial dessa entidade.

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Este foi o gabarito dado pela banca. Os direitos reais compreendem os direitos

diretamente sobre coisas, como estoques, veículos, máquinas. Os direitos pessoais são direitos sobre relações, no campo do direito obrigacional, como

duplicatas a receber, notas promissórias a receber, adiantamento a fornecedores, entre outros.

Somando o conjunto de direitos reais e pessoais, teremos encontrado o valor do

ativo total.

d) o capital social de um empreendimento comercial é o montante de recursos aplicados em seu patrimônio.

O item está incorreto. O capital social é somente a fração de recursos investidos

pelos sócios. O montante de recurso aplicado no patrimônio é o ativo. O ativo corresponde às aplicações de recursos, provenientes de terceiros (passivo

exigível) ou de recursos próprios (patrimônio líquido).

e) o montante dos bens e dos direitos de uma pessoa física ou jurídica

tem o mesmo valor de seu passivo real.

O item está incorreto. Em regra, o valor do ativo difere do passivo, haja vista que existe também a aplicação de recursos próprios nas atividades

empresariais. De acordo com a equação fundamental da contabilidade:

ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

Gabarito B.

25. (ESAF/Analista de Comércio Exterior/MDIC/2012) As demonstrações financeiras obrigatórias são as seguintes:

a) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração

de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado, em alguns casos.

b) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração das Origens e Aplicações de

Recursos. c) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração

de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e Demonstração do Valor Adicionado, em alguns casos.

d) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração do Fluxo de Caixa.

e) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração

do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado, em alguns casos.

Comentários

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SUGESTÃO DE RECURSO

Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as

mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

III - demonstração do resultado do exercício; e IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de

2007) V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei

nº 11.638, de 2007)

Ainda, o mesmo artigo dispõe em seu parágrafo sexto que:

§ 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e

publicação da demonstração dos fluxos de caixa.

Portanto, analisemos.

O balanço patrimonial, a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados e a demonstração do resultado do exercício são obrigatórias para todas as

companhias, quer abertas, quer fechadas.

Veja-se que a demonstração do valor adicionado é obrigatória somente para as

companhias abertas, como frisa o artigo 176, caput, V.

Para as companhias fechadas é facultativa a elaboração da DVA.

Nada trouxe o caput do artigo 176 sobre a apresentação da DFC, contudo, o parágrafo sexto apresentado acima salienta que para as companhias fechadas

com PL menor do que 2 milhões na data do balanço a sua apresentação é facultativa.

Agora, vejamos a questão.

A alternativa apontada como correta pela banca diz:

a) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração

de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração do Fluxo de Caixa e

Demonstração do Valor Adicionado, em alguns casos.

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Assevere-se que a alternativa que a banca considerou que a demonstração do valor adicionado é apresentada somente em alguns casos, mas não fez a

restrição para a DFC.

Ocorre que o simples fato de a opção para as companhias fechadas com PL menor do que 2 milhões apresentarem à sua escolha o Fluxo de Caixa constar

de um inciso do artigo, não desnatura como norma jurídica.

Assim, do mesmo que a DVA é apresentado somente em alguns casos (opcionalmente) a DFC também o é.

Portanto, a nosso ver, não há assertiva correta na questão, sendo o caso de

anulação.

Gabarito preliminar: A

Gabarito definitivo: Ainda não divulgado.

26. (ESAF/Analista de Comércio Exterior/MDIC/2012) Saldos contábeis

apurados no livro Razão em 31 de dezembro, antes do encerramento do resultado:

CONTAS SALDOS

Receita de Vendas 21.000,00 Capital Social 15.000,00

Produtos Acabados 14.800,00 Duplicatas a Pagar 14.000,00

Custo das Mercadorias Vendidas 14.000,00 Duplicatas a Receber 10.000,00

Salários a Pagar 5.200,00

Equipamentos 4.600,00 Caixa 4.000,00

Veículos 3.900,00 Títulos a Pagar a Longo Prazo 3.800,00

Investimentos em Controladas 3.500,00 Salários 3.000,00

Títulos a Receber a Longo Prazo 3.000,00 Reserva Legal 1.800,00

Impostos 1.700,00 Aluguéis Ativos 1.600,00

Depreciação Acumulada 1.500,00 Prejuízos Acumulados 1.400,00

Reserva de Capital 1.200,00 Despesas Diferidas 1.200,00

Juros Passivos 1.100,00

Provisão p/ Ajuste de Estoques 1.100,00

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Elaborando o balanço patrimonial com os títulos acima, obteremos os seguintes valores:

a) Ativo Circulante R$ 30.000,00

b) Ativo Circulante R$ 28.900,00 c) Ativo Permanente R$ 12.000,00

d) Ativo Não Circulante R$ 12.000,00 e) Ativo Não Circulante R$ 15.000,00

Comentários

São contas do ativo.

ATIVO CIRCULANTE

Produtos Acabados 14.800,00 Duplicatas a Receber 10.000,00

Caixa 4.000,00 Despesas Diferidas 1.200,00

Provisão p/ Ajuste de Estoques (1.100,00) Total 28.900,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE

Equipamentos 4.600,00

Veículos 3.900,00 Investimentos em Controladas 3.500,00

Títulos a Receber a Longo Prazo 3.000,00 Depreciação Acumulada 1.500,00

Total 16.500,00

Gabarito B.

27. (ESAF/Analista de Comércio Exterior/MDIC/2012) Assinale abaixo a opção correta.

a) Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária, o

exercício social não poderá ter duração diferente de um ano. b) Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os

pequenos saldos poderão ser agregados e é permitida a utilização dos termos “diversas contas” ou “contas correntes”.

c) As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a

proposta dos órgãos da administração no pressuposto de sua aprovação pela assembleia geral.

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d) Na determinação do resultado do exercício, serão computados as receitas e

os rendimentos ganhos e realizados no período, além dos custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos.

e) O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliações, registrado como reserva de reavaliação, poderá ser computado como lucro para

efeito de distribuição de dividendos ou participações.

Comentários

SUGESTÃO DE RECURSO

Comentemos item a item.

a) Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária, o exercício social não poderá ter duração diferente de um ano.

O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto (LSA, art. 175). Na constituição da companhia e nos casos de

alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa (LSA, art. 175, parágrafo único).

Ao término do exercício, as companhias devem fazer com que sejam publicadas

as suas demonstrações contábeis (as que citamos acima).

Assim, se a companhia foi constituída regularmente e a data do término foi fixada em 31 de março, o exercício social terá a duração de 01 de abril a 31 de

março.

Imagine-se que esta mesma sociedade foi instituída em 01 de janeiro de X0. Vejam que a lei não determinou se o primeiro exercício social deverá durar

apenas 3 meses ou se, alternativamente, poderá durar pelo período de 15

meses.

Não há exigência, igualmente, de que o exercício social se inicie em 01 de janeiro e termine em 31 de dezembro. Todavia, por questões fiscais, é muito

difícil que na prática as sociedades adotem data diversa. Mas, repetimos, para concursos, o exercício pode começar e terminar em qualquer dia do ano.

Item incorreto.

b) Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas;

os pequenos saldos poderão ser agregados e é permitida a utilização dos termos “diversas contas” ou “contas correntes”.

De acordo com o artigo 176:

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§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e

não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou

"contas-correntes".

A finalidade de tal dispositivo é de facilitar o entendimento das demonstrações

contábeis, evitando que o excesso de detalhes prejudique o entendimento.

Deste modo, se temos as contas aplicação em certificado bancário e aplicação em fundo de renda fixa, podemos agrupar tudo em uma única conta chamada

aplicações financeiras.

Item incorreto.

c) As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros

segundo a proposta dos órgãos da administração no pressuposto de sua aprovação pela assembleia geral.

Com fulcro no artigo 176, § 3º: As demonstrações financeiras registrarão a

destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia-geral.

O que isso quer dizer?! O lucro ou prejuízo obtido no exercício pela entidade é

apurado em uma demonstração conhecida como demonstração do resultado do exercício (a ser estudada oportunamente).

Ocorre que os lucros obtidos precisam ser destinados e sua destinação é

definida pelo órgão máximo deliberativo dentro da SA: a assembléia-geral.

Quem administra a sociedade, no seu cotidiano, são os administradores. Desta

forma, no término do exercício social, os administradores procedem à destinação do lucro da forma que lhes aprouverem, pressupondo-se que a

assembléia-geral (que só ocorre 4 meses após o término do exercício social) irá ratificar a destinação.

Item correto.

d) Na determinação do resultado do exercício, serão computados as

receitas e os rendimentos ganhos e realizados no período, além dos custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos.

Segundo o artigo 187 da Lei 6.404:

§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:

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a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e

b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,

correspondentes a essas receitas e rendimentos.

Temos dois tipos de receitas que são registradas de acordo com o regime de competência:

- as ganhas e realizadas (financeiramente): por exemplo, uma venda de

mercadoria à vista. - as ganhas mas não realizadas: por exemplo, uma venda de mercadoria a

prazo.

Pois bem, ao afirmar que "serão computados as receitas e os rendimentos ganhos e realizados no período" a questão está correta, pois estas receitas são,

sim, registradas.

O mesmo vale para as despesas. Com espeque no regime de competência,

devemos registrar as despesas independentemente de pagamento. Todavia, mesmo as despesas que sejam pagas devem ser registradas, já que o norte

para o princípio de competência é o período e não a entrada ou saída de dinheiro em caixa.

Portanto, a nosso ver, essa alternativa também está correta e seria o caso de

anulação.

e) O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliações, registrado como reserva de reavaliação, poderá ser

computado como lucro para efeito de distribuição de dividendos ou participações.

O item está incorreto, posto que novos lançamentos na reserva de reavaliação foram proibidos com as modificações ocorridas na contabilidade pelas Lei

11.638 e 11.941.

Gabarito C. Gabarito definitivo: Ainda não divulgado.

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9. QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (ESAF/AFRFB/2009) Lei n. 6.404/76, com suas diversas atualizações,

determina que, ao fim de cada exercício social, com base na escrituração mercantil da companhia, exprimindo com clareza a situação do patrimônio e as

mutações ocorridas no exercício, a diretoria fará elaborar as seguintes demonstrações financeiras:

a) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

demonstração do resultado do exercício; demonstração das origens e aplicações de recursos; demonstração dos fluxos de caixa; e, se companhia aberta,

demonstração do valor adicionado. b) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

demonstração do resultado do exercício; demonstração dos fluxos de caixa; e

demonstração do valor adicionado. c) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

demonstração do resultado do exercício; demonstração das origens e aplicações de recursos; e demonstração das mutações do patrimônio líquido.

d) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; demonstração do resultado do exercício; demonstração das origens e aplicações

de recursos; e, se companhia aberta, demonstração das mutações do patrimônio líquido.

e) balanço patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; demonstração do resultado do exercício; demonstração dos fluxos de caixa; e,

se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.

2. (FCC/Analista Judiciário/TRT 3ª região/2009) A empresa A é uma indústria e produz máquinas especiais, cujo processo demora 400 dias. Estas máquinas são

adquiridas para comercialização pela empresa B que leva aproximadamente 20

dias para comercializá-las, 40 dias para receber o valor das vendas realizadas a prazo, e 30 dias para pagar as máquinas adquiridas. A empresa C é cliente da

empresa B e utiliza as máquinas especiais em suas operações. Com base nestas informações, as máquinas especiais serão classificadas nas empresas A, B e C,

respectivamente, no

(A) ativo circulante, no ativo circulante e no ativo imobilizado. (B) ativo circulante, no ativo não-circulante e no ativo realizável a longo prazo.

(C) ativo realizável a longo prazo, no ativo circulante e no ativo imobilizado. (D) ativo realizável a longo prazo, no ativo realizável a longo prazo e no ativo

imobilizado. (E) ativo realizável a longo prazo, no ativo imobilizado e no ativo realizável a

longo prazo

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3. (ESAF/AFRFB/2009) Considere o exemplo da Chácara Caçula. Ela possui

1.000 frangos de corte para revender. Quatrocentos deles foram comprados de João Batista e ainda não foram pagos. Trezentos desses frangos já foram

entregues ao José Maria, mediante uma transação de venda realizada a prazo, em que o preço unitário foi nove reais e o imposto foi de 10%. A atividade

empresarial é exercida em instalações próprias, mas o equipamento é alugado de terceiros.

Na avaliação monetária dessa chácara temos que:

1. as instalações físicas valem R$ 10.000,00; 2. os equipamentos valem R$ 5.000,00;

3. o aluguel mensal dos equipamentos é de R$ 300,00; 4. o salário mensal do caseiro é de dois salários-mínimos;

5. os frangos custaram R$ 8,00 por unidade, isentos de impostos.

Calculando-se o patrimônio final dessa entidade, com base nas informações

prestadas, certamente, no início do ano se encontrará um:

a) passivo exigível de R$ 3.200,00. b) patrimônio líquido de R$ 14.800,00.

c) patrimônio líquido de R$ 13.600,00. d) patrimônio bruto de R$ 18.300,00.

e) patrimônio bruto de R$ 23.300,00.

4. (ESAF/AFRFB/2009) A firma comercial Alvorada Mineira Ltda. adquiriu um bem de uso por R$ 6.000,00, pagando uma entrada de 25% em dinheiro e

financiando o restante em três parcelas mensais e iguais. A operação foi tributada com ICMS de 12%.

Ao ser contabilizada a operação acima, o patrimônio da firma Alvorada

evidenciará um aumento no ativo no valor de:

a) R$ 6.720,00.

b) R$ 4.500,00. c) R$ 5.220,00.

d) R$ 5.280,00. e) R$ 3.780,00.

5. (ESAF/Analista de Mercados de Capitais/CVM/2010) Aponte abaixo a opção que contém uma assertiva incorreta.

a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos

passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.

b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes

de gerar benefícios econômicos para a entidade.

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c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de

deduzidos todos os resultados. d) Muitos ativos têm uma substância física. Entretanto, substância física não é

essencial à existência de um ativo. e) Muitos ativos estão ligados a direitos legais, inclusive a direito de

propriedade. Ao determinar a existência de um ativo, entretanto, o direito de propriedade não é essencial.

6. (ESAF/ISS RJ/2010) A Sociedade Limítrofe S/A obteve, no ano de 2009, como Resultado Líquido do Exercício, um lucro no valor de R$ 50.000,00 e

mandou distribuí-lo da seguinte forma:

5% para constituição de reserva legal; 10% para constituição de reserva estatutária;

10% para participação estatutária de administradores; 25% para provisão para o Imposto de Renda;

50% para dividendos obrigatórios; e O restante para reservas de lucro.

Na destinação de resultados feita na forma citada, pode-se dizer que, para

constituição da reserva legal, coube a importância de

a) R$ 2.500,00.

b) R$ 1.875,00. c) R$ 1.687,50.

d) R$ 1.500,00. e) R$ 1.375,00.

7. (ESAF/ISS RJ/2010) A empresa Mercantil Varejista S/A mandou elaborar o balanço de 2009 com base nos seguintes saldos contábeis, aqui demonstrados

em ordem alfabética:

C o n t a s s a l d o s

Aluguéis Ativos 195,00 Aluguéis a Pagar 75,00

Aluguéis a Receber 120,00 Aluguéis Passivos 150,00

Caixa 300,00

Capital Social 1.200,00 Clientes 420,00

Custo das Mercadorias Vendidas 360,00 Depreciação Acumulada 330,00

Despesas a Pagar 105,00 Despesas a Vencer 180,00

Duplicatas a Pagar 690,00 Duplicatas a Receber 480,00

Duplicatas Descontadas 210,00

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Fornecedores 840,00

ICMS a Recuperar 90,00 IPI a Recolher 45,00

Mercadorias 540,00 Móveis e Utensílios 600,00

Provisão p/Ajuste de Estoques 54,00 Provisão p/Imposto de Renda 186,00

Receitas a Receber 240,00 Receitas de Vendas 660,00

Reserva Legal 150,00 Salários 210,00

Veículos 1.050,00 Somatório 9.480,00

Apurado o resultado do exercício, a empresa destinou um terço para imposto de

renda e dois terços para reserva de lucros.

Ao elaborar o balanço patrimonial com base nas contas e saldos acima, a

empresa vai constatar a existência de um

a) Ativo Circulante no valor de R$ 2.280,00. b) Ativo Permanente no valor de R$ 1.386,00.

c) Passivo Circulante no valor de R$ 1.986,00. d) Patrimônio Líquido no valor de R$ 1.485,00.

e) Ativo Total no valor de R$ 4.020,00.

8. (ESAF/ATRFB/2009) A empresa Gregório, Irmãos & Cia. Ltda., possuindo

Disponibilidades de R$ 2.730,00, Imobilizações de R$ 3.270,00 e Dívidas de R$ 2.900,00, realizou duas transações:

1. A compra de uma máquina por R$ 2.000,00, pagando 20% de entrada; e

2. A venda de um equipamento por R$ 3.000,00, perdendo 30%.

Concluídas as operações, e devidamente registradas, pode-se afirmar com certeza que essa firma tem:

a) prejuízos de R$ 500,00.

b) passivo exigível de R$ 4.500,00.

c) patrimônio líquido de R$ 3.100,00. d) passivo a descoberto de R$ 900,00.

e) ativo de R$ 4.600,00.

9. (ESAF/ATRFB/2009) No balanço de encerramento do exercício social, as

contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira

da companhia.

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No ativo patrimonial, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau

de liquidez dos elementos nelas registrados, compondo os seguintes grupos:

a) ativo circulante; ativo realizável a longo prazo; investimentos; ativo imobilizado; e intangível.

b) ativo circulante; ativo realizável a longo prazo; e ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido.

c) ativo circulante; e ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.

d) ativo circulante; ativo realizável a longo prazo; investimentos; ativo imobilizado; e ativo diferido.

e) ativo circulante; e ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e diferido.

10. (ESAF/ATRFB/2009) Em relação ao encerramento do exercício social e à composição dos grupos e subgrupos do balanço, assinale abaixo a opção falsa.

a) No ativo circulante, serão incluídas as disponibilidades, os direitos realizáveis

no curso do exercício social e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.

b) No intangível, serão classificados os direitos que tenham por objeto bens

incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.

c) Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base

o prazo desse ciclo. d) Em investimentos, serão classificadas as participações permanentes em

outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou

da empresa. e) No ativo imobilizado, serão classificados os direitos que tenham por objeto

bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de

operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens.

11. (ESAF/ATRFB/2009) A Companhia Cereais Sereias, em 31 de dezembro de 2008, apresentou o seguinte rol de contas e saldos:

Ações em Tesouraria 100,00 Caixa 696,00

Despesas Pré-Operacionais 95,00 Mercadorias 1.293,00

Empréstimos Bancários 120,00 Provisão para Devedores Duvidosos 35,00

Custo dos Produtos Vendidos 5.582,00 Fornecedores 437,00

Capital Social 4.591,00

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Duplicatas a Receber 1.302,00

Vendas de Produtos 7.675,00 Duplicatas Descontadas 280,00

Despesas Gerais e Administrativas 1.141,00 Máquinas e Equipamentos 3.106,00

Juros Passivos a Vencer 48,00 Depreciação Acumulada 225,00

Ao realizar o levantamento do balanço patrimonial, o Contador da empresa

certamente encontrará um Ativo total no valor de

a) R$ 5.625,00. b) R$ 6.000,00.

c) R$ 5.905,00. d) R$ 5.720,00.

e) R$ 6.100,00.

12. (ESAF/APO/MPOG/2010) A empresa Massas e Maçãs S/A listou as seguintes

contas para elaborar o seu balanço:

01 - Ações de Outras Companhias R$ 200,00

02 - Ações de Coligadas R$ 300,00 03 - Ações em Tesouraria R$ 50,00

04 - Duplicatas a Pagar R$ 2.000,00 05 - Duplicatas a Receber R$ 1.800,00

06 - Duplicatas Descontadas R$ 1.400,00 07 - Mercadorias R$ 1.200,00

08 - Produtos Acabados R$ 800,00 09 - Máquinas e Equipamentos R$ 1.600,00

10 - Móveis e Utensílios R$ 1.500,00 11 - Imóveis R$ 4.810,00

12 - Despesas Operacionais R$ 250,00 13 - Despesas Administrativas R$ 600,00

14 - Receitas de Vendas R$ 1.700,00 15 - Receitas Não-Operacionais R$ 660,00

16 - Custo dos Serviços Vendidos R$ 920,00

17 - Salários R$ 180,00 18 - Fornecedores R$ 1.400,00

19 - Provisão p/Devedores Duvidosos R$ 120,00 20 - Provisão para Imposto de Renda R$ 370,00

21 - Capital Social R$ 5.000,00 22 - Capital a Realizar R$ 320,00

23 - Depreciação R$ 310,00 24 - Depreciação Acumulada R$ 500,00

25 - Amortização Acumulada R$ 190,00 26 - ICMS a Recolher R$ 230,00

27 - ICMS sobre Vendas R$ 80,00

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28 - Reserva Legal R$ 1.260,00

29 - Provisão para FGTS R$ 90,00

Na elaboração do Balanço Patrimonial, com os valores acima listados, vamos encontrar um

a) Ativo Circulante de R$ 3.680,00.

b) Ativo total de R$ 10.000,00. c) Passivo Circulante de R$ 5.490,00.

d) Patrimônio Líquido de R$ 5.890,00. e) Saldos devedores de R$ 14.630,00.

13. (ESAF/APOF/SP/2009) Ao encerrar o exercício social de 2008, a empresa Cibrazém de Armazenagem e Comércio Ltda. apurou os seguintes saldos:

Contas Saldos (R$)

Capital Social 200.000,00

Vendas 540.000,00 Mercadorias 180.000,00

Duplicatas a Receber 140.000,00

Caixa 70.000,00 ICMS sobre Vendas 100.000,00

Duplicatas a Pagar 100.000,00 Ações de Coligadas 50.000,00

Fornecedores 150.000,00 Móveis e Utensílios 310.000,00

Provisão para Férias 15.000,00 Depreciação 60.000,00

Duplicatas Descontadas 90.000,00 Depreciação Acumulada 180.000,00

Fretes e Carretos 25.000,00 Prejuízos Acumulados 31.000,00

Salários a Pagar 18.000,00 Compras 230.000,00

Salários 88.000,00

Provisão para Devedores Duvidosos 2.000,00 Aluguéis Ativos 12.000,00

Juros Passivos 7.000,00 Capital a Realizar 40.000,00

ICMS a Recolher 65.000,00 Reserva Legal 6.000,00

Ações em Tesouraria 30.000,00 Prêmios de Seguros 17.000,00

Soma total 2.756.000,00

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O inventário físico apontou o valor de R$ 154.000,00 de mercadorias em

estoque no fim do ano. Elaborando o balanço patrimonial com os dados apresentados, após a apuração

do resultado do exercício, vamos encontrar um

a) Ativo total de R$ 478.000,00. b) Passivo e Patrimônio Líquido de R$ 453.000,00.

c) Passivo Circulante de R$ 438.000,00. d) Prejuízo Acumulado de R$ 31.000,00.

e) Patrimônio Líquido de R$ 104.000,00.

14. (ESAF/TRF/RFB/2002) O patrimônio da Empresa Alvas Flores, em 31.12.01,

era composto pelas seguintes contas e respectivos saldos, em valores simbólicos.

Caixa R$ 100,00

Capital Social R$ 350,00 Empréstimos Obtidos LP R$ 150,00

Bancos c/ Movimento R$ 200,00 Lucros Acumulados R$ 200,00

Fornecedores R$ 100,00

Contas a Receber R$ 100,00 Empréstimos Concedidos LP R$ 100,00

Dividendos a Pagar R$ 150,00 Duplicatas Emitidas R$ 800,00

Notas Promissórias Emitidas R$ 500,00 Adiantamento de Clientes R$ 200,00

Impostos a Pagar R$ 50,00 Equipamentos R$ 100,00

Clientes R$ 450,00 Reserva Legal R$ 100,00

Mercadorias R$ 500,00 Notas Promissórias Aceitas R$ 250,00

Duplicatas Aceitas R$ 1.000,00 Patentes R$ 200,00

A representação gráfica do patrimônio que acima se compõe evidenciará um ativo total no valor de

a) R$ 2.400,00

b) R$ 2.600,00 c) R$ 2.800,00

d) R$ 2.850,00 e) R$ 3.050,00

15. (ESAF/AFTM/ISS/NATAL/2008) Os Armazéns da Esquina S/A mantêm, em seu plano de contas, os títulos a seguir relacionados, entre outros, os quais

apresentam os seguintes saldos:

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Contas Saldos Duplicatas a Pagar R$ 90.000,00

Duplicatas Descontadas R$ 60.000,00 Duplicatas a Receber R$ 50.000,00

Duplicatas a Vencer R$ 30.000,00 Depreciação Acumulada R$ 9.000,00

Encargos de Depreciação R$ 8.000,00 Impostos a Pagar R$ 6.000,00

Impostos a Vencer R$ 5.000,00 Impostos a Recolher R$ 3.000,00

Impostos a Recuperar R$ 2.800,00 Aluguéis Passivos R$ 4.000,00

Aluguéis a Pagar R$ 2.000,00 Aluguéis Ativos R$ 1.900,00

Aluguéis a Receber R$ 1.500,00

Aluguéis a Vencer R$ 1.000,00

Considerando apenas a relação de contas acima, ao classificá-las para fins de balanço, vamos encontrar no Passivo Circulante o valor de:

a) R$ 101.000,00.

b) R$ 105.000,00. c) R$ 131.000,00.

d) R$ 135.000,00. e) R$ 161.000,00.

16. (ESAF/TRF/2000) Em 31 de dezembro de 1999, o Contador da firma ZÊ

LTDA. apresenta as seguintes contas e saldos, extraídos do livro Razão:

C O N T A S SALDOS

Caixa

250 Duplicatas a Pagar 650

Lucros Acumulados 130

Aluguéis Passivos 140 Comissões Ativas 30

Receita de Juros 110 Impostos a Recolher 300

Veículos 900 Custo das Vendas 600

Receita de Vendas 900 Despesas de Juros 130

Clientes 360 Móveis e Utensílios 540

Capital Social 950

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Impostos Federais 200

Salários 450 Fornecedores 880

FGTS a Recolher 200

Conferimos essa listagem e verificamos que o balancete não está fechado, pois a soma dos saldos devedores não está com valor igual à soma dos saldos

credores. Mesmo assim, certificamo-nos de que as contas diferenciais estão todas representadas com saldos corretos na relação acima. Deste modo,

podemos afirmar que o Patrimônio Líquido contido na listagem apresentada soma o valor de

a) R$ 1.080,00

b) R$ 710,00 c) R$ 800,00

d) R$ 910,00

e) R$ 600,00

17. (ESAF/ATE/MS/2001) As contas e saldos listados a seguir foram extraídos, entre outras contas, do Livro Razão da Cia. Comercindústria, no último dia do

exercício social:

Contas (em ordem alfabética) saldos(R$)

Ações de Coligadas 100,00 Aluguéis a Pagar 150,00

Aluguéis a Receber 200,00 Caixa 250,00

Capital a Integralizar 300,00 Capital Social 950,00

Clientes 900,00 Duplicatas Aceitas 850,00

Duplicatas Emitidas 800,00 Fornecedores 750,00

Juros Ativos 700,00 Juros Passivos 650,00

Máquinas e Equipamentos 600,00 Materiais 550,00

Mercadorias 500,00

Notas Promissórias Aceitas 450,00 Notas Promissórias Emitidas 400,00

Receitas a Receber 350,00 Receitas a Vencer 300,00

Considerando, exclusivamente, as contas acima listadas, podemos verificar que

os saldos devedores e os créditos da empresa estão nelas evidenciados, respectivamente, pelos valores de:

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a) R$ 5.650,00 e R$ 4.100,00

b) R$ 2.700,00 e R$ 3.800,00 c) R$ 2.900,00 e R$ 4.200,00

d) R$ 5.300,00 e R$ 4.450,00 e) R$ 5.650,00 e R$ 3.000,00

18. (ESAF/AFC/STN/2002) O patrimônio da Indústria Luzes & Velas é

constituído pelos elementos que abaixo apresentamos com valores apurados em 30 de setembro.

Bens fixos R$ 2.100,00

Notas Promissórias emitidas R$ 600,00 Débitos de Funcionamento R$ 900,00

Créditos de Financiamento R$ 600,00 Bens de Venda R$ 900,00

Créditos de Funcionamento R$ 1.200,00

Bens Numerários R$ 450,00 Bens de Renda R$ 750,00

Débitos de Financiamento R$ 300,00 Reservas de Lucros R$ 750,00

Reservas de Capital R$ 1.800,00 Sabendo-se que essa empresa apresenta lucros acumulados correspondentes a

25% do valor do capital de terceiros, podemos afirmar que o valor do seu Capital Social é

a) R$ 4.200,00

b) R$ 3.000,00 c) R$ 2.550,00

d) R$ 1.800,00 e) R$ 1.200,00

19. (ESAF/AFRF/RFB/2003) No sistema contábil abaixo apresentado só faltou anotar as despesas incorridas no período. Todavia, considerando as regras do

método das partidas dobradas, podemos calcular o valor dessas despesas.

Componentes Valores

Capital R$ 1.300,00 Receitas R$ 1.000,00

Dívidas R$ 1.800,00 Dinheiro R$ 1.100,00

Clientes R$ 1.200,00 Fornecedores R$ 1.350,00

Prejuízos Anteriores R$ 400,00 Máquinas R$ 1.950,00

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Com base nos elementos apresentados, pode-se afirmar que o valor das

despesas foi

a) R$ 200,00 b) R$ 400,00

c) R$ 800,00 d) R$ 1.200,00

e) R$ 1.400,00

20. (ESAF/SERPRO 2001) Os correntistas bancários, atualmente, podem dispor de facilidades nas chamadas contas de livre movimentação ou Bancos

c/Movimento, com limites de saques garantidos por contratos de “cheque especial”. Estas contas ora representam ativo contábil, ora representam passivo

contábil, dependendo de seu tipo de saldo.

Podemos dizer que a conta de depósitos bancários da empresa, garantida por

contrato de cheque especial, é uma conta de passivo quando

a) o saldo da conta no livro razão da empresa for devedor b) o saldo da conta no livro razão do banco for devedor

c) o saldo da conta no extrato bancário for credor d) o saldo da conta tanto no livro razão da empresa, como no extrato bancário

for credor e) o saldo da conta tanto no livro razão da empresa como no extrato bancário

for devedor

21. (ESAF/Analista de Finanças e Controle/CGU/2008) O Balancete de Verificação de uma empresa apresenta as seguintes contas e respectivos saldos

ao final do exercício social (31.12.20X8):

Móveis e Utensílios 530

Bancos 4.000 Vendas 50.000

Duplicatas a Pagar 6.000 Despesa de Salários 10.000

Contas a Receber 8.000 Despesas de Juros 2.000

Receitas de Serviços 17.000 Despesa de Aluguel 3.000

Prejuízos Acumulados 4.000 Edifícios de Uso 12.000

Custo das Vendas 40.000 Empréstimos a Pagar 3.000

Com base nos dados acima e nas regras de apuração de resultado, pode-se

afirmar que:

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a) após a apuração do resultado, os Prejuízos Acumulados foram transformados

em lucros acumulados de 12.000. b) o Lucro do Período foi de 52.000.

c) o Capital Social é de 7.530. d) o Patrimônio Líquido é de 8.000.

e) o Ativo e o Passivo somam 33.000.

22. (ESAF/AFRF/2002.2) José Rodrigues Mendes, Maria Helena Souza e Pedro Paulo Frota, tempos atrás, criaram uma empresa para comerciar chinelos e

roupas, na forma de Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada, com capital inicial de 20 mil reais, dividido em quatro quotas iguais, sendo dois

quartos para José Rodrigues, completamente integralizado.

Hoje, a relação patrimonial dessa empresa apresenta:

Dinheiro no valor de R$ 2.000,00;

Títulos a receber de Manuel Batista, R$ 4.000,00; Duplicatas aceitas pelo mercado local, R$ 6.000,00;

Móveis de uso, no valor de R$ 5.000,00; Duplicatas emitidas pela Brastemp R$ 2.500,00;

Empréstimos no Banco do Brasil, R$ 5.800,00; Adiantamentos feitos a empregados, no valor de R$ 200,00;

Adiantamento feito a Pedro Paulo, no valor de R$ 1.800,00.

Os bens para vender estão avaliados em R$ 5.300,00; o aluguel da loja está atrasado em R$ 1.000,00; e o carro da firma foi comprado por R$ 8.100,00.

No último período a empresa conseguiu ganhar R$ 4.900,00, mas, para isto,

realizou despesas de R$ 2.600,00.

Ao elaborar a estrutura gráfica patrimonial com os valores acima devidamente

classificados, a empresa vai encontrar capital próprio no valor de:

a) R$ 20.000,00 b) R$ 21.300,00

c) R$ 23.100,00 d) R$ 22.300,00

e) R$ 24.300,00

23. (ESAF/AFTN/1998) No dia primeiro do mês quatro a firma Violetas S/A demonstrou a seguinte situação patrimonial:

Ativo Circulante R$ 2.300,00

Ativo Não Circulante R$ 2.300,00 Passivo Circulante R$ 2.300,00

Patrimônio Líquido R$ 2.300,00

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Durante o referido mês, a empresa executou e contabilizou diversas partidas

contábeis, chegando ao último dia com a seguinte situação patrimonial:

Ativo Circulante R$ 1.100,00 Ativo Não Circulante R$ 4.800,00

Passivo Circulante R$ 3.400,00 Patrimônio Líquido R$ 2.500,00

No período não houve aumento de capital por subscrição e integralização de

ações novas. Diante destas informações, podemos dizer que a Violetas S/A, no mês de abril acima referido, apurou

a) perdas de R$ 1.200,00, como mostra a redução do Ativo Circulante

b) perdas de R$ 1.100,00, como mostra o aumento do Passivo Circulante c) ganhos de R$ 200,00, como mostra o aumento do Patrimônio Líquido

d) ganhos de R$ 1.300,00, como mostra o aumento do ativo total

e) nem ganhos nem perdas já que o patrimônio permanece balanceado

24. (ESAF/Analista de Comércio Exterior/MDIC/2012) Em relação ao patrimônio, objeto da contabilidade, é correto afirmar que

a) o ativo patrimonial é composto dos bens, direitos e obrigações de uma

pessoa física ou jurídica. b) o patrimônio líquido pode ser entendido como sendo a diferença entre o valor

do ativo e o valor do passivo de um patrimônio. c) se calcularmos os direitos reais e os direitos pessoais pertencentes a uma

entidade, estaremos calculando o ativo patrimonial dessa entidade. d) o capital social de um empreendimento comercial é o montante de recursos

aplicados em seu patrimônio. e) o montante dos bens e dos direitos de uma pessoa física ou jurídica tem o

mesmo valor de seu passivo real.

25. (ESAF/Analista de Comércio Exterior/MDIC/2012) As demonstrações

financeiras obrigatórias são as seguintes:

a) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração do Fluxo de Caixa e

Demonstração do Valor Adicionado, em alguns casos. b) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração

de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

c) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração das Mutações do Patrimônio

Líquido e Demonstração do Valor Adicionado, em alguns casos. d) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração

de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração do Fluxo de Caixa.

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e) Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração

do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado, em alguns casos.

26. (ESAF/Analista de Comércio Exterior/MDIC/2012) Saldos contábeis

apurados no livro Razão em 31 de dezembro, antes do encerramento do resultado:

CONTAS SALDOS

Receita de Vendas 21.000,00 Capital Social 15.000,00

Produtos Acabados 14.800,00 Duplicatas a Pagar 14.000,00

Custo das Mercadorias Vendidas 14.000,00 Duplicatas a Receber 10.000,00

Salários a Pagar 5.200,00

Equipamentos 4.600,00 Caixa 4.000,00

Veículos 3.900,00 Títulos a Pagar a Longo Prazo 3.800,00

Investimentos em Controladas 3.500,00 Salários 3.000,00

Títulos a Receber a Longo Prazo 3.000,00 Reserva Legal 1.800,00

Impostos 1.700,00 Aluguéis Ativos 1.600,00

Depreciação Acumulada 1.500,00 Prejuízos Acumulados 1.400,00

Reserva de Capital 1.200,00 Despesas Diferidas 1.200,00

Juros Passivos 1.100,00

Provisão p/ Ajuste de Estoques 1.100,00

Elaborando o balanço patrimonial com os títulos acima, obteremos os seguintes valores:

a) Ativo Circulante R$ 30.000,00

b) Ativo Circulante R$ 28.900,00 c) Ativo Permanente R$ 12.000,00

d) Ativo Não Circulante R$ 12.000,00 e) Ativo Não Circulante R$ 15.000,00

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27. (ESAF/Analista de Comércio Exterior/MDIC/2012) Assinale abaixo a

opção correta.

a) Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária, o exercício social não poderá ter duração diferente de um ano.

b) Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados e é permitida a utilização dos termos

“diversas contas” ou “contas correntes”. c) As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a

proposta dos órgãos da administração no pressuposto de sua aprovação pela assembleia geral.

d) Na determinação do resultado do exercício, serão computados as receitas e os rendimentos ganhos e realizados no período, além dos custos, despesas,

encargos e perdas, pagos ou incorridos. e) O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliações,

registrado como reserva de reavaliação, poderá ser computado como lucro para

efeito de distribuição de dividendos ou participações.

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10. GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

QUESTÃO GABARITO

1 E

2 A

3 D

4 B

5 C

6 C

7 C

8 B

9 C

10 A

11 B

12 B

13 E

14 C

15 A

16 E

17 E

18 E

19 C

20 B

21 C

22 C

23 C

24 B

25 A

26 B

27 C