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Contabilidade
para Controle
e Gestão
Patrimonial
Nome:
A Unipública
Conceituada Escola de Gestão Municipal do sul do país, especializada em capacitação e treinamento de agentes
públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras, câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos,
consórcios, institutos, fundações e empresas estatais nos municípios.
Os Cursos
Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (e-learning/online), a escola investe na qualidade e
seriedade, garantindo aos alunos:
- Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público
- Professores especializados e atuantes na área (Prática)
- Certificados de Participação digitalizado
- Material complementar de apoio (leis, jurisprudências, etc)
- Tira-dúvidas durante realização do curso
- Controle biométrico de presença (impressão digital)
- Atendimento personalizado e simpático
- Rigor no cumprimento de horários e programações
- Fotografias individuais digitalizadas
- Apostilas e material de apoio
- Coffee Breaks em todos os períodos
-Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno)para impressão de certificado, grade do curso, currículo completo dos
professores, apostila digitalizada, material complementar de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat
entre alunos e contato com a escola.
Público Alvo
- Servidores e agentes públicos (secretários, diretores, contadores, advogados, controladores internos, assessores,
atuantes na área de licitação, recursos humanos, tributação, saúde, assistência social e demais departamentos) .
- Autoridades Públicas, Vereança e Prefeitos (a)
Localização
Nossa sede está localizada em local privilegiado da capital do Paraná, próximo ao Calçadão da XV, na Rua Des.
Clotário Portugal nº 39, com estrutura própria apropriada para realização de vários cursos simultaneamente.
Feedback
Todos os cursos passam por uma avaliação criteriosa pelos próprios alunos, alcançando índice médio de satisfação 9,3
no ano de 2014, graças ao respeito e responsabilidade empregada ao trabalho.
Transparência
Embora não possua natureza jurídica pública, a Unipública aplica o princípio da transparência de seus atos mantendo
em sua página eletrônica um espaço específico para esse fim, onde disponibiliza além de fotos, depoimentos, notas de
avaliação dos alunos e todas as certidões de caráter fiscal, técnica e jurídica.
Qualidade
Tendo como principal objetivo contribuir com o aperfeiçoamento e avanço dos serviços públicos, a Unipública
investe no preparo de sua equipe de colaboradores e com rigoroso critério, define seu corpo docente.
Missão
Preparar os servidores e agentes, repassando-lhes informações e ensinamentos gerais e específicos sobre suas
respectivas áreas de atuação e contribuir com:
a) a promoção da eficiência e eficácia dos serviços públicos
b) o combate às irregularidades técnicas, evitando prejuízos e responsabilizações tanto para a população quanto para
os agentes públicos
c) o progresso da gestão pública enfatizando o respeito ao cidadão
Visão
Ser a melhor referência do segmento, sempre atuando com credibilidade e seriedade proporcionando satisfação aos
seus alunos, cidadãos e entidades públicas.
Valores
Reputação ilibada
Seriedade na atuação
Respeito aos alunos e à equipe de trabalho
Qualidade de seus produtos
Modernização tecnológica de metodologia de ensino
Garantia de aprendizagem
Ética profissional
SEJA BEM VINDO, BOM CURSO!
Telefone (41) 3099-5454 / Whats (41) 8852-8898
www.unipublicabrasil.com.br
Programação:
1. Aspectos Gerais o Setor de Patrimônio o Abrangência: Setor Macro o Principais atribuições o Legislação
Patrimonial o Integração: entre o Controle e a Contabilidade Patrimonial.
2. Estrutura, atribuições, competências e responsabilidades o Bens públicos o Domínio Público o
Delegação e responsabilidade pelos bens o Movimentação de bens
3. Rotinas Patrimoniais o Ingresso de Bens o Regras e Legislação sobre recebimento dos bens o
Incorporação / Tombamento – aspectos gerais e legislação o Considerações Contábeis o Registro no SIP –
Sistema Informatizado Patrimonial o Geração de número de tombamento o Etiquetagem /Emplacamento dos
Bens o Modelo de Termo de Responsabilidade o Definição de bem permanente o Bens de Uso: Comum,
Especial e Dominical o Conserto e Reparo de Bens o Modelo de Termo de Reparo e Bem Patrimonial o
Transferências de Bens o Baixa Patrimonial o Termo de Baixa o Doação o Considerações Contábeis o Cessão
de uso o Considerações Contábeis o Termo de Cessão de Uso o Inutilização o Extravio e Furto o Venda /
Leilão o Bens Inservíveis o Sucata o Roteiro Básico para venda de sucata o Sucata – Considerações Contábeis
o Noções Básicas sobre inventário, depreciação e avaliação de bens Apontamentos do TCE e TCU
4. Avaliação, reavaliação e redução ao valor recuperável o Avaliação e mensuração do ativo imobilizado o
Princípio Contábil do registro pelo valor original e sua influência nas reavaliações o Diferença entre avaliação
inicial para adoção das novas normas contábeis e a reavaliação; o Avaliação Inicial ao setor privado e sua
correlação com o setor público o Valor da aquisição e os gastos com geração de benefícios econômicos futuro.
o Avaliação no recebimento de bens em doação o Avaliação inicial dos bens de uso comum Seção 4 –
Especificações Técnicas 32 o Reavaliação e redução ao valor recuperável o Técnicas sugestivas para a
atribuição a valor justo de mobiliário.
5. Depreciação, amortização e exaustão do ativo o Determinação da vida útil econômica o Início,
continuidade do registro de depreciação e seu termino o Depreciação de bens reavaliados o Bens não sujeitos a
reavaliação o Depreciação de imóveis o Taxas de depreciação o Métodos de depreciação, amortização e
exaustão o Registros contábeis da depreciação.
6. Inventário físico do ativo imobilizado o Classificação de inventários o Formalização do inventário
analítico ou periódico o Termo de abertura e encerramento do inventário
7. Controle Patrimonial o Controles o Recepção o Classificação o Sistemas de Controle
8. Baixa Patrimonial o Baixas Patrimoniais o Baixa por alienação o Doação o Baixa por extravio ou furto o
Casos de baixa Especiais o Outros assuntos correlatos e pertinentes
9. Gestão Patrimonial o Gestão Orçamentária x Gestão Patrimonial o Gestão do Patrimônio Público x
Gestão do Patrimônio Privado
10 . Casos Práticos
Professor:
Nilton Cordoni: Professor Universitário - Mestre em Direção e Administração - Autor do livro GESTÃO DO PATRIMÔNIO
PÚBLICO – Palestrante sobre Patrimônio Público – Atuou como presidente do Instituto Curitiba de Arte e Cultura, Diretor
Administrativo Fundação Cultural de Curitiba, e coordenador do curso de graduação em administração.
Sumário
PATRIMÔNIO – INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1
PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE .................................................................................................... 2
BENS PÚBLICOS ....................................................................................................................................... 6
ROTINAS PATRIMONIAIS – ADMINISTRAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS ................................. 10
DOAÇÃO DE BENS ................................................................................................................................ 20
INVENTÁRIO DOS BENS ..................................................................................................................... 22
INDICADORES ....................................................................................................................................... 24
DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO .......................................................................... 26
REAVALIAÇÃO DE BENS ................................................................................................................... 33
ALMOXARIFADO – ORGANIZAÇÃO E CONTROLE ................................................................... 41
LEGISLAÇÃO BASE E REFERÊNCIAS ............................................................................................ 44
FEEDBACK ............................................................................................................................................. 49
1
Curso: Contabilidade Para Controle e Gestão Patrimonial – Setembro de 2016 /Curitiba-PR
CONTROLE E GESTÃO PATRIMONIAL NA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
(SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA)
Nilton Cordoni
1. Patrimônio – Introdução
Há muitas definições para “Patrimônio” e todas levam a uma mesma linha de pensamento e
objetividade. Se nos utilizarmos da Lei da Ação Popular – Lei 4.717/1965, a mesma define como
Patrimônio Público “o conjunto de bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou
turístico, pertencentes aos entes da administração pública direta e indireta”. Quando nos reportamos ao
Código Civil“os bens públicos são, entre outros, os rios, mares, estradas, ruas e praças (bens de uso comum),
edifícios ou terrenos destinados a serviços ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial
ou municipal, inclusive os de suas autarquias (bens de uso especial) e outros bens pertencentes a cada um dos
entes públicos (bens dominicais)”.
AConstituição Federal em seu artigo 216, veremos que o “Patrimônio Cultural é integrado pelos
bens de natureza material e imaterial como as criações científicas, artísticas e tecnológicas, construções,
espaços arqueológicos, paleontológicos, ecológico e outros”. No artigo 225 da Constituição da
República“integra o Patrimônio Ambiental, correspondendo a um meio ambiente ecologicamente equilibrado
auxiliando na qualidade de vida”.
Em termos contábeis, “o patrimônio das entidades, sejam elas públicas ou privadas, compreende o
conjunto de seus bens,direitos e obrigações, mensurável em moeda corrente (dinheiro), que pertence à União,
a um Estado, a um Município, a uma autarquia ou empresa pública”.
Portanto, para fins de administração do Patrimônio Público podemos definir Patrimônio como
conjunto de bens e direitos, tangíveis e intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos,
recebidos, mantidos ou utilizados pelas diversas entidades do setor público, refletindo em benefícios
presentes e futuros, relativos a serviços públicos ou exploração econômica por parte do setor público e seus
encargos.
2
Curso: Contabilidade Para Controle e Gestão Patrimonial – Setembro de 2016 /Curitiba-PR
Conceituando “Bens Públicos” são todos aqueles que integram o patrimônio da Administração
Pública direta e indireta, de domínio nacional pertencentes as pessoas jurídicas de direito público.
Importante: as empresas públicas e as sociedades de economia,embora sejam pessoas jurídicas de direito
privado, integram as pessoas jurídicas de direito público interno, assim os bensdestas entidades também são
públicos e devem ser controlados.
1.1 Normatização
A legislação para a administração do Patrimônio Público se dá pela adequação da contabilidade
brasileira, ensejamente à Contabilidade Pública, por exigência dos organismos internacionais na adequação
desta última aos moldes internacionais e uma padronização nacional objetivando a emissão de um Balanço
Nacional sintético que permita uma leitura e acompanhamento dos órgãos fiscalizadores nacionais e
internacionais, das agências e governos financiadores e à sociedade em geral.
O controle patrimonial público já era previsto pela Lei no. 4.320, de 17 de março de 1964, porém
com pouca efetividade, acompanhamento e controle. As necessidades de readequações, asdiscussões e os
trabalhossão reflexos da promulgação da Lei Complementar no. 101/2000 – Lei de Responsabilidade
Fiscal que culminaram em uma série de leis, normas, portarias e manuais que regem toda a movimentação,
controle e reconhecimento contábil dos bens patrimoniais públicos e as responsabilidades dos seus gestores.
A base central para a procura incessante da correta gestão e controle patrimonial se dá pelo
conhecimento e aplicação do MCASP– Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – 6ª.Edição,
aplicado à União, aos estados, aos Distrito federal e aos municípios, válido a partir do exercício de 2015,
tendo entrado em vigor pela Portaria Conjunta STN/SOF no. 1 e Portaria STN no. 700, ambas de 10 de
dezembro de 2010.
Outra base para a administração patrimonial e contábil se dá pelo PCASP – Plano de Contas
Aplicado ao Setor Público em vigor pela Portaria no. 408, de 31 de julho de 2015 e suas alterações para o
exercício de 2017 pela Portaria no. 510, de 10 de agosto de 2016.
Para o correto entendimento há de se seguir as NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade,
notadamente a NBCT 16 – Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público e a NBC TG
27 - Ativo Imobilizado, as quais dão sustentação contábil a aquisição, movimentação, (re)avaliação e baixa
de bens patrimoniais.
Toda esta mudança também ensejou mudanças nas Demonstrações Contábeis e que resultou na
alteração da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e a Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976 com a edição da
Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007. As Demonstrações Contábeis sofreram profundas mudanças a fim
de melhor representar e demonstrar a situação econômica, financeira e de mutações de seus números no
tempo.
Somente com a observância das leis e normas promulgadas é possível a integração almejada e
necessária entre o “Controle Patrimonial” e a “Contabilidade”, sendo que esta última não tem a função de
controlar, inventariar, mas de acompanhar e consolidar de forma a melhor representar suas evoluções e
mutações no tempo e demonstrar em suas Demonstrações Contábeis, incluindo as Notas Explicativas.
2. Princípios de Contabilidade
Pode-se dizer que os Princípios Contábeis nasceram com a própria evolução da contabilidade, porém
é na Escola Americana que foram aperfeiçoados. No Brasil o Conselho Federal de Contabilidade por meio da
Resolução CFC no. 750/93 estabeleceu os Princípios Fundamentais da Contabilidade que norteiam a
contabilidade edevem serobservados pelos profissionais atuantes na área. Estes Princípios foram modificados
pela Resolução CFC no. 1.282/10 que postulou a exclusão do Princípio da Atualização Monetária e clarificou
os demais Princípios. No tocante ao setor público, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público também deve
observar os referidos Princípios.
Importante salientar que a Resolução 750/93 e posteriormente a Resolução 1.282/10 em seu artigo 1º
e parágrafos § 1º e §2º destacaram a importância na observância dos princípios e a essência das informações
sobre a forma. A resolução 1.282/10 assim traz:
(....)
Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC) os enunciados por esta Resolução.
§ 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui
condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).
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Curso: Contabilidade Para Controle e Gestão Patrimonial – Setembro de 2016 /Curitiba-PR
§ 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a essência das transações deve
prevalecer sobre seus aspectos formais. (grifo nosso)
Antes de abordar cada Princípio de Contabilidade, é importante relembrar que os mesmos representam
a essência das doutrinas e teorias da contabilidade, cujo objeto é o patrimônio das entidades.
Os Princípios de Contabilidade são:
a) Princípio da Entidade
Se pensar em um sentido simples e resumido para o “Princípio da Entidade” pode-se definir: o
patrimônio (bens e direitos) da entidade não se confunde com o patrimônio de seus sócios. Portanto, o
patrimônio pertence à entidade.
Observe na íntegra da Resolução CFC no. 750/1193:
Art. 4º. – O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a
autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos
patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma
sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência,
nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de
sociedade ou instituição.
Parágrafo único. O Patrimônio pertence à Entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou a
agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova Entidade, mas numa unidade de natureza
econômico-contábil. (Resolução CFC no. 750/1993)
Segundo o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Parte II – Procedimentos Contábeis
Patrimoniais, Portaria STN no. 437/2012, observa-se:
Princípio da Entidade afirma-se, para o ente público, pela autonomia e responsabilização do patrimônio a
ele pertencente. A autonomia patrimonial tem origem na destinação social do patrimônio e a
responsabilização pela obrigatoriedade da prestação de contas pelos agentes públicos. (grifo nosso)
Portanto, o patrimônio da entidade pública não se mistura com os de seus gestores e agentes públicos,
isto é, os bens públicos não são e nunca poderão ser de seus administradores ou servidores.
b) Princípio da Continuidade
O Princípio da Continuidade, como o próprio nome já diz, refere-se a continuidade de sua finalidade
ou serviços, seguindo a determinados padrões ou formatos contábeis que deve se manter no tempo, não
devendo ser alterados em períodos muito curtos.
A Resolução CFC no. 1282/2010 descreve:
Art. 5º - O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e,
portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.
Reportando-se noManual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Parte II – Procedimentos
Contábeis Patrimoniais, Portaria STN no. 437/2012, o mesmo apresenta:
(....)
sob a perspectiva do setor público, a continuidade está vinculada ao estrito cumprimento da destinação
social do seu patrimônio, ou seja, a continuidade da entidade se dá enquanto perdurar sua finalidade. (grifo
nosso)
Usualmente determinados projetos ou programas governamentais são renunciados em detrimentos de
outros ou apenas tem sua descontinuidade, porém, o patrimônio empregado nestes programas ou projetos não
deixa de existir. Ocorre que estes mesmos bens, empregados anteriormente, tendem a fazer parte de novos
programas ou são, normalmente, transferidos a outras atividades ou entidades públicas. Portanto o Princípio
da Continuidade está sendo observado quando do prosseguimento das ações do órgão público e não de um
projeto.
Se observar situações em que entidades, órgãos, secretarias ou ministérios públicos são fechados, o
Princípio de Continuidade pode ser observado em duas óticas distintas:
(I) em sua essência o Princípio da Continuidade deixou de ser observado pelo encerramento das
atividades da entidade pública, não significando perda dos bens patrimoniais e
(II) o Princípio da Continuidade continua sendo observado, pois o fim último do patrimônio público
daquela entidade permanece com a mesma destinação social, ou seja, a finalidade de atendimento à
coletividade.
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Curso: Contabilidade Para Controle e Gestão Patrimonial – Setembro de 2016 /Curitiba-PR
c) Princípio da Oportunidade
Quando debatido o Princípio da Oportunidade, a ser perseguido por todos profissionais atuantes em
contabilidade, quer dizer que se está buscando por uma contabilidade que expresse de forma íntegra e
fidedigna seus registros e fatos, reconhecendo suas variações econômicas e/ou financeiras,
independentemente da execução orçamentária.
A Resolução CFC no. 1.282/2010 em seu artigo 6º assim descreve:
Art. 6° - O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes
patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação
contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a
oportunidade e a confiabilidade da informação. (grifonosso)
O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Parte II – Procedimentos Contábeis
Patrimoniais, Portaria STN no. 437/2012 mencionapara o setor público:
(....)
o princípio da oportunidade é base indispensável à integridade e à fidedignidade dos registros contábeis dos
atos e fatos que afetam ou possam afetar o patrimônio da entidade pública, observadas as Normas
Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público. A integridade e a fidedignidade dizem respeito à
necessidade das variações serem reconhecidas na sua totalidade, independentemente do cumprimento das
formalidades legais para sua ocorrência, visando ao completo atendimento da essência sobre a forma. (grifo
Nosso)
Na continuidade salienta que para atender ao Princípio da Oportunidade a contabilidade pública não
pode ficar circunscrita à execução orçamentária, conforme previsto na Lei 4.320/64, porém se faz necessário
a observância de fatos que alteraram ou possam alterar seu patrimônio.
É importante salientar que a tempestividade mantém relação direta com “prazo”, isto é, uma
informação a ser levantada e oportunizada somente terá valor se chegar dentro de determinado espaço de
tempo. Portanto, de nada adianta ter as informações completas e fidedignas do encerramento de um período
muito tempo após seu término, pois seu objetivo de auxiliar na tomada de decisões e informar seus usuários,
internos e externos, terá sido em vão, isto é, fora do tempo hábil.
d) Princípio do Registro pelo Valor Original
Em sua essência, os valores constantes nos registros contábeis, quando de seu lançamento inicial,
deve ser pelo valor original de aquisição, acrescido, quando for o caso, dos custos incidentes para sua
instalação. O montante original poderá sofrer alterações por atualização, reavaliações, depreciações e outros,
porém reconhecidos em lançamentos futuros e rubricas contábeis específicas.
A Resolução CFC no. 1.282/2010 assim especifica:
Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser
inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional.
§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do
tempo, de diferentes formas:
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes
de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os
passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em
algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para
liquidar o passivo no curso normal das operações; e
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e
passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais
teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das
demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não
descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações
contábeis;
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais
poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e
equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes
obrigações no curso normal das operações da Entidade;
5
Curso: Contabilidade Para Controle e Gestão Patrimonial – Setembro de 2016 /Curitiba-PR
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida
de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são
mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja
necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes
conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e
(....)
§ 2º São resultantes da adoção da atualização monetária:
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em
termos do poder aquisitivo;
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário
atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os
valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores
originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir
a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.
Sob a perspectiva do setor público, nos registros dos atos e fatos contábeis será considerado o valor
original dos componentes patrimoniais que, ao longo do tempo, não se confunde com o custo histórico. Ou
seja, o registro pelo valor original corresponde ao valor resultante de consensos de mensuração com agentes
internos e/ou externos, com base em valores de entrada – a exemplo de custo histórico, custo histórico
corrigido e custo corrente ou valores de saída – a exemplo de valor de liquidação, valor de realização, valor
presente do fluxo de benefício do ativo e valor justo (MCASP – Parte II).
e) Princípio da Competência
O Princípio da Competência rege a obrigatoriedade de se reconhecer as receitas e despesas no período
a que se refere, isto é, no mês de sua ocorrência ou obrigação, independentemente de seu pagamento ou
recebimento. Este Princípio tem sido comumente desobedecido pelos entes públicos, mesmo com a Lei de
Responsabilidade Fiscal, pois se encontra sistematicamente despesas, correntes ou não, sem o reconhecimento
contábil, orçamentário e financeiro.
Observe o que diz a Resolução CFC no. 1.282/2010 em seu artigo 9º:
Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam
reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. (grifo nosso)
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de
despesas correlatas.
O Princípio da Competência, quando aplicado ao setor público, não deixa de atender a Resolução
citada anteriormente, porém vai mais além obrigando a seguir normas que abrangem a execução orçamentária
(financeiro) constantes na Lei no. 4.320/67, a saber:
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
I – as receitas nele arrecadadas;
II – as despesas nele legalmente empenhadas.
Na continuidade a mesma lei em seu art. 89 estabelece:
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira, patrimonial
e industrial.(grifo nosso)
Quando do artigo 89 da Lei 4.320/64, fica evidente que não somente os registros da execução
orçamentária devem ser reconhecidos, mas também os impactos da execução financeira e patrimonial.
Portanto, os fatos modificativos do patrimônio público devem ser reconhecidos contabilmente, demonstrando
a variação patrimonial do exercício e possível impacto financeiro futuro.
Na continuidade a Lei 4.320/64 em seus artigos 100 e 104 esclarecem quanto ao reconhecimento
desses impactos na DVP – Demonstração das Variações Patrimoniais:
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Curso: Contabilidade Para Controle e Gestão Patrimonial – Setembro de 2016 /Curitiba-PR
Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução
orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistências
ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial.
(....)
Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio,
resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.
(grifo nosso)
Como resultado da aplicação da Lei 4.320/64, as receitas devem ser reconhecidas pelo fato gerador e
da oportunidade, representando seu impacto patrimonial e quando da arrecadação o aspecto orçamentário,
resultando em uma demonstração com a variação patrimonial e a execução orçamentária.
Para a entidade pública o reconhecimento contábil dos atos e fatos da execução orçamentária está
consolidado, porém a necessidade de reconhecimento de aspectos que impactaram ou possam impactar
futuramente o patrimônio público é ainda insipiente. Em muitos momentos os resultados a serem
apresentados nas demonstrações contábeis de entidades públicas podem não ser convenientes e pressões
políticas poderão ocorrer a fim de evitar o reconhecimento de fatos pelo princípio da competência, deixando
para o próximo período ou mesmo outra gestão, sendo esta situação não tão rara quanto se pensa ou se espera.
f) Princípio da Prudência
Dentre as muitas responsabilidades dos profissionais atuantes na contabilidade,especialmente
contadores e contabilistas, o Princípio da Prudência deve nortear seus trabalhos de forma a levar o menor
risco possível à entidade e porque não dizer ao profissional. Este princípio pode ser simplificado da seguinte
forma: o reconhecimento dos direitos ao menor valor e as obrigações ao maior valor, portanto pode-se chamar
de“conservadorismo”.
O artigo 10 da Resolução CFC no. 1.282/2010 assim estabelece:
Art. 10. O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do
maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação
das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício
dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e
receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior
confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. (grifo nosso)
O Princípio da Prudência é de fácil entendimento, porém sua aplicação às vezes é complicada quando
do uso de estimativas, especialmente em momentos de instabilidade econômica e financeira ou de cenários
incertos. Como exemplo tem-se as ações judiciais de grande extensão ou vulto e que podem impactar
sobremaneira o orçamento e as finanças públicas em um ou mais períodos. Como exemplo há a ação coletiva
da “correção da poupança”, a qual afeta milhões de brasileiros poupadores em períodos de grande inflação;
outro exemplo é a ação da Varig contra a União quanto ao congelamento ou correção parcial das passagens
aéreas, levando a empresa a fechar suas portas. Pode-se citar muitas outras ações de contingentes ativos e
passivos, porém o importante é que seja respeitado o mencionado no Art.1º, § 2º da Resolução CFC
1.282/2010 em que a essência deve prevaler sobre seus aspectos formais.
Há de se observar alguns aspectos quanto à aplicação dos Princípios de Contabilidade, pois sua
aplicação deve ter como elemento propulsor ou corretivo a qualidade e tempestividade da “informação”
contabilmente reconhecida.
3. Bens Públicos
3.1 Classificação
A classificação dos Bens Públicos dada pelo artigo 99 do Código Civil, o qual estabelece a destinação
do bem como critério de classificação:
a) Bens de Uso Comum
São bens de domínio público, isto é, aqueles destinados ao uso indistinto de toda a população. Exemplos:
mar, rio, rua, praças, estradas, parques.O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou oneroso,
conforme for estabelecido em da lei da entidade pública a qual o bem pertencer (art. 103 CC). Exemplo:
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rodovias com pedágios, Parque das Aves (Foz do Iguaçu), zoológicos. O uso desses bens públicos éonerosoao
visitante/usuário.
b) Bens de Uso Especial
Também chamados de patrimônios administrativos, são aqueles destinados a uma finalidade
específica, isto é, ao uso da administração e ao serviço público. Exemplos: prédio, terreno, veículo, móveis,
cemitério, biblioteca, teatro, escola, fórum,quartel, museu, material de consumo.
c) Bens Dominicais
Podendo ser denominado de patrimônio disponível, diferentemente das definições anteriores, os bens
dominicais não estão destinados nem a uma finalidade comum e nem a uma especial. Constituem opatrimônio
das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal ou real, de cada uma dessasentidades
(art. 99, III do CC).Os bens dominicais representam o patrimônio disponível do Estado, pois não estão
destinados e em razão disso oEstado figura como proprietário desses bens, podendo ser aplicados para
obtenção de renda. Exemplo: terras devolutas, bens móveis inservíveis.
Os bens de uso comum podem ainda ser subclassificados como (I) bens de infraestrutura e (II) de
Patrimônio Cultural, conforme Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Parte II –
Procedimentos Contábeis Patrimoniais. Chama a atenção quando do reconhecimento contábil dos bens de
infraestrutura devido a precariedade ou inexistência das informações, visto que parte significativa destes bens
terem sido construídos em décadas passadas. São eles:
d) Bens de Infraestrutura
Ativos de infraestrutura são ativos que normalmente podem ser conservados por um número
significativamente maior de anos do que a maioria dos bens de capital. Para serem classificados como ativos
de infraestrutura, os mesmos deverão ser partes de um sistema ou de uma rede, especializados por natureza e
não possuírem usos alternativos.
Exemplos desses ativos incluem redes rodoviárias, sistemas de esgoto, sistemas de abastecimento de água e
energia, rede de comunicação, pontes, calçadas, calçadões, dentre outros.
O reconhecimento e a mensuração dos ativos de infraestrutura seguem a mesma base utilizada para os
demais ativos imobilizados.(grifo nosso)
e) Bens do Patrimônio Cultural
Ativos descritos como bens do patrimônio cultural são assim chamados devido a sua significância histórica,
cultural ou ambiental.
Exemplos incluem monumentos e prédios históricos, sítios arqueológicos, áreas de conservação e reservas
naturais.
Certas características são geralmente apresentadas por bens do patrimônio cultural (apesar de não serem
exclusivas de tais ativos):
(a) O seu valor cultural, ambiental, educacional e histórico provavelmente não é refletido totalmente no
valor financeiro puramente baseado no preço de mercado;
(b) As obrigações legais ou estatutárias podem impor proibições ou restrições severas na alienação por
venda;
(c) São geralmente insubstituíveis e seus valores podem aumentar através do tempo mesmo se sua condição
física se deteriorar;
(d) Pode ser difícil estimar sua vida útil, a qual em alguns casos podem ser centenas de anos.
O reconhecimento e a mensuração desses ativos são facultativos e podem seguir bases outras que não as
utilizadas para os ativos imobilizados. (grifo nosso)
O reconhecimento contábil dos bens de uso comum – infraestrutura exige alto conhecimento técnico
dos integrantes da equipe responsável em ponderar os valores contábeis e tempo de vida útil. A complexidade
em se mensurar os dados dos bens de infraestrutura se dá por vários motivos, porém evidenciam-se quatro em
especial:
(I) existência e segurança dos dados históricos e atuais da infraestrutura existente;
(II) situação física e de manutenção da atual infraestrutura;
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(III) falta de parâmetros no mercado, mesmo para reposição e
(IV) legislação ainda em seu estado inicial (nascedouro) no reconhecimento dos bens de infraestrutura
e construção dos parâmetros, dificultando consultas ou balizadores utilizados em outros órgãos.
Os estados e a União que usualmente estão ampliando ou refazendo suas malhas viárias, rede de
esgotos, água e outras podem ter menos dificuldade em estabelecer os parâmetros estatísticos e índices a ser
utilizados como base nos cálculos de mensuração, porém com os constantes aditivo de contrato,
(des)valorização da moeda nacional e variações econômicas, estes parâmetros podem sofrer distorções e
impactar sobremaneira em momentos distintos quando do reconhecimento ou (re)avaliação destes bens.
Há mais de uma classificação dada aos bens patrimoniais pela contabilidade e legislação, sendo essas
classificações estabelecidas por diversos fatores como durabilidade, se pode ser deslocado ou transportado, se
é físico ou apenas créditos. Essas mesmas classificações servem, legalmente, para reconhecer fatores
econômicos que impactam nesses patrimônios como depreciação, amortização ou exaustão.
f) Bens Patrimoniais
Para ser considerado um bem(patrimonial) obrigatoriamente tem que possuir valor econômico e pode
ser convertido em dinheiro, sendo utilizado na efetivação dos objetivosda entidade. Ainda na definição pode-
se dizer que bens são as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades das pessoas - usuários, sociedade e
proprietários e da própria organização. Os bens (patrimoniais) classificam-se em: móveis, imóveis, tangíveis e
intangíveis e em alguns casos os bens de natureza industrial.
Na definição de Bens (patrimoniais) uma das premissas é que o bem possa ser convertido em
dinheiro, neste caso há de fazer um adendo quanto aos bens de infraestrutura ou bens culturais. Não muito
usual, os bens de infraestrutura podem ser convertidos em dinheiro quando de uma privatização, neste caso
conversão permanente, ou mesmo em uma concessão de serviços, conversão provisória, como de rodovias,
aeroportos, portos e outros, retornando os bens cedidos e construídos ao término do contrato de concessão. Os
bens culturais podem ser valorados, porém raramente convertidos em dinheiro, pois suas concessões são de
difícil retorno econômico-financeiro e as responsabilidades que pesam sobre o responsável público em
conservar, manter, perpetuar a história e a memória leva a se ter um cuidado especial no caso de desfazimento
do bem público, ou a sua concessão. Mesmo não sendo convertidos em dinheiro, apenas valorados, os bens de
patrimônio cultural são considerados bens (patrimoniais).
g) Bens de Consumo
Bens de Consumo, também denominado material de consumo, são bens não passíveis de incorporação
como bem de capital e em razão de seu uso corrente perde sua durabilidade física ou ainda tem utilização
limitada no período de até dois anos. Como exemplo: materiais em almoxarifado como canetas, réguas,
cadernos, cartucho de tinta para impressora, materiais para limpeza, materiais para copa e cozinha.
h) Bens Permanentes
Bens Permanentes, são os bens que mesmo tendo seu uso constante, tem durabilidade e utilização
superior a dois anos, diferentemente dos bens de consumo, e não perde sua identidade física. O bem
permanente é considerado uma despesa de capital e exige controle individualizado. Exemplo tem-se cadeiras,
mesas, equipamentos de informática e comunicação, veículos, imóveis em gera e outros.
i) Bens Móveis
Compreendem todos os equipamentos e materiais permanentes que, em razão da utilização, não
perdem a identidade física e constituem meio para a produção de outros bens e serviços, mas que possam ser
deslocados, transportados. Em outras palavras são os bens passíveis de remoção sem dano, seja por força
própria ou alheia, isto é, que não são fixos ao solo. Exemplificando os mobiliários em geral, utensílios,
veículos, aeronaves, embarcações, equipamentos, animais, estoques etc.
j) Bens Imóveis
Os bens imóveis são assim classificados por não poderem ser retirados de seu local ou lugar natural
sem destruição ou dano, parcial ou total.Os bens imóveisdevem fazer parte do sistema de patrimônio do setor
público para fins de controle, acompanhamento, fiscalização e (re)avaliação.Como exemplos de bens imóveis:
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terras, terrenos, edificações (escolas, hospitais, creches, sede administrativa, cemitérios) obras em andamento,
benfeitorias e edificações incorporadas etc.
A definição de bens imóveis acima exemplificada pode ser considerada parcialmente ultrapassada,
mesmo com a prerrogativa “que não podem ser retiradas de seu local ou lugar natural”. Ocorre que com a
evolução tecnológica já é possível deslocar imóveis, usualmente residenciais, mesmo de maior porte, assim
como transportar e replantar árvores com o uso de maquinário adequado. É certo que estas mudanças de local
e lugar natural causam pequenas alterações ou danos, porém há de se repensar futuramente a definição frente
a evolução tecnológica.
k) Bens Tangíveis
Também denominados de bens corpóreos ou bens materiais, são os bens que possui uma forma física,
corpórea, podendo ser tocado, e como resultado de seu uso implica no desgaste dos mesmos, tais como
terrenos, edificações, máquinas, instalações, automóveis, móveis e utensílios, dinheiro físico, estoques etc.
Perceba que a definição de “tangível” independe se o bem é móvel ou imóvel, permanente ou circulante.
l) Bens Intangíveis
Podendo ser denominados de bens incorpóreos ou imateriais, não constituem uma forma física,
portanto não podem ser tocados. Os bens intangíveis mais comuns são as marcas, patentes de invenções,
domínio de internet, conceito no mercado resultando em rentabilidade futura - goodwilletc.
m) Bens de Natureza Industrial
Os bens de Natureza Industrial são os bens patrimoniais, permanentes ou de uso contínuo, móveis ou
imóveis, necessários para a fabricação ou transformação de bens em outros com maior valor agregado,
podendo ou não manter as propriedades iniciais. Resumidamente são todos os bens utilizados na área fabril de
uma entidade, pública ou privados, e que são controlados de forma segregada dos bens da administração da
entidade.
n) Sucata
Utilizando da definição dada pela Wikipédia, o termo “sucata” vem do árabe “suqaTa” e inicialmente
era a denominação dada a todo o tipo de peça metálica que foi inutilizada devido a uso ou oxidação, mas que
pode ser refundida para posterior reutilização, comumente chamado de reciclagem. Atualmente o termo se
refere não apenas a objetos metálicos (ferro, aço, cobre, alumínio, zinco, magnésio etc.), mas também a
objetos não metálicos - papel, vidro, plástico, borracha etc., podendo ser reaproveitada e utilizada de diversas
formas.
Um bem poderá ser considerado “sucata”, portanto inservível, após uma comissão inventariante emitir
relatório de sucata e de posse do relatório os responsáveis pelos controles patrimoniais deverão dar baixa do
acervo (desincorporação e baixa) e certificar da necessidade de instauração de processo administrativo interno
para apurar responsabilidades.
Por ser o que sobrou de um bem, a sucata perde a condição de bem público e a receita de sua
alienação não pode ser considerado receitas de alienações de bens, devendo ser classificada como receitas
correntes.
3.2 Afetação, Desafetação, Alienável e Inalienável
Quando um bem público terá seu destino definido, isto é, sua destinação específica, denomina-se esta
ação de “Afetação”. Quando se deseja retirar a destinação específica anterior a ele conferida denomina-se de
“Desafetação”, expressão do direito administrativo para denominar o ato pelo qual o estado torna um bem
públicoapropriável.
O processo de afetação tem grande importância quanto a inalienabilidade do bem público, pois a
doutrina jurídica estabelece que os bens públicos afetados, aqueles que possuem uma destinação pública
específica, não podem, enquanto permanecerem nessa situação, ser alienados. Portanto, enquanto destinados
ao uso geral do povo e a fins administrativos especiais, não são suscetíveis de alienação.
O Código Civil em seu artigo 100 estabelece a inalienabilidade, conforme abaixo:
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.(grifo nosso)
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Art. 101. Osbens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
E para os bens dominicais o artigo 101 do Código Civil.
Com base nas normas legais, a desafetação se define pela perda da destinação pública de um bem em
uso comum ou de uso especial, caracterizando-o como um bem dominical e passível de alienação. Há de se
destacar que a desafetação deve garantir o não prejuízo ao ente público, podendo inclusive estabelecer
compensações urbanísticas e/ou ambientais.
Importante salientar que os Bens Dominicais não apresentam nenhuma destinação pública, conforme
definição anterior, portanto não estão afetados e não precisam ser desafetados para fins de alienação.
No artigo 17 da Lei 8.666/93 estabelece:
Art. 17 – A alienação de bens municipais, subordinados a existência de interesse público devidamente
justificado, será sempre precedida de avaliação, e obedecerá as seguintes normas:
I – quando imóveis será precedida de autorização legislativa (...)
II – quando móveis, dependerá de licitação, dispensada esta nos casos de permuta...
3.3 Incorporação e Desincorporação de Bens
a) Incorporação de Bens
A incorporação de bens pode se dar pela execução orçamentária (empenho, liquidação e pagamento) e
neste caso configura uma compra. A outra forma de incorporação é sem execução orçamentária que resulta de
doações, doações em pagamentos, permuta e outros.
b) Desincorporação de Bens
Quando resultante da execução orçamentária denominamos de alienação do bem e quando não
resultante da execução orçamentário se dá por consumo, permuta, extravio, desgaste, perda, etc.
4. Rotinas Patrimoniais – Administração dos Bens Públicos
A muito a Administração Pública vem trabalhando para melhor responder as demandas da sociedade e
suas próprias necessidades. Neste processo evolutivo a Gestão do Patrimônio Público começa a ter um novo
papel aos olhos dos gestores e da sociedade. Este novo marco exigiu dos entes públicos o completo
levantamento de seus bens materiais e imateriais e o reconhecimento contábil-patrimonial, obrigatório para os
bens materiais e ainda os bens de consumo em almoxarifado.
A Gestão do Patrimônio Público coloca os gestores em situação de alerta quanto ao prazo, mas
especialmente pela obrigatoriedade de fazer o levantamento, avaliação e reavaliação dos bens, algo bastante
novo na área pública, porém de estrema importância quando se quer administrar o patrimônio público.
Para uma melhor Gestão do Patrimônio Público alguns procedimentos, processos e etapas devem ser
seguidos, implantados e acompanhados a fim de que se possa estar em sintonia com o marco regulatório que
dá suporte a esta nova obrigação na área pública.
Não há um modelo padrão a ser seguido ou implantado pelos entes públicos, porém vamos sugerir
algumas etapas que entendemos importantes para auxiliar neste processo.
4.1 Nomenclaturas Usualmente Utilizadas
O levantamento inicial, o acompanhamento e as variações dos bens patrimoniais serão realizados e
acompanhados por profissionais do próprio ente público, com equipes que podem mudar com o tempo, ou
terceirizados.Portanto, é imprescindível que as nomenclaturas sejam devidamente entendidas e conhecidas
por todos os envolvidos, independentemente se da área contábil.
Assim sendo, para efeito de definição podemos ter:
Responsável: é todo aquele que, a qualquer título, indicado ou designado pelo dirigente da unidade
gestora, seja depositário, responsável ou encarregado que resulte em responsabilidade pela guarda, depósito
ou utilização do bem de propriedade ou não do ente público;
Responsabilidade Patrimonial:são deveres no tocante ao respeito pelo patrimônio como zelar pela
economia do material, pela conservação, guarda e utilização;
Usuário Contínuo: todo e qualquer profissional atuante na unidade gestora que se utilize de forma
contínua do bem ou quando o bem estiver à disposição para sua utilização por mais de cinquenta por cento
(estabelecido o padrão da unidade – horas/turno) de sua jornada de trabalho;
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Material: denominação genérica de equipamentos, componentes, acessórios, veículos em geral,
matérias primas e demais itens empregados nas atividades da unidade gestora;
Material Permanente: bem que em razão de seu uso constante/corrente, tem durabilidade e utilização
superior a doisanos e não perde sua identidade física. O bem permanente é considerado uma despesa de
capital e exige controle individualizado;
Material de Consumo:são bens não passíveis de incorporação como bem de capital e em razão de seu
uso corrente perde sua durabilidade física ou ainda tem utilização limitada no período de até doisanos;
Material Ocioso: material/bem em perfeitas condições de uso mas não está sendo utilizado, podendo
estar ou não no almoxarifado ou depósito de patrimônio;
Material Antieconômico: bem patrimonial quando sua manutenção for muito onerosa ou seu
rendimento precário devido ao uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo;
Material Recuperável: bem patrimonial passível de recuperação, desde que sua
manutenção/recuperação não ultrapasse cinquenta por cento de seu valor de mercado;
Material Irrecuperável: bem patrimonial com impossibilidade de uso para o fim a que se destina,
devido a perda de suas características ou pela inviabilidade econômica para sua recuperação;
Inutilização: destruição total ou parcial do material que ofereça ameaça vital para as pessoas, risco
ecológico ou ainda inconveniente de qualquer natureza;
Movimentação Física ou Transferência:é a transferência de um bem dentro do mesmo órgão ou
entidade ou pela distribuição pela coordenação de almoxarifado ou patrimônio, com a troca do responsável;
Recolhimento:transferência do bem de uma unidade gestora para o almoxarifado de patrimônio,
devendo ser atualizado o responsável e a localização do bem;
Redistribuição:transferência de um bem patrimonial da área de almoxarifado para uma unidade
gestora, com a devida atualização documental quanto ao responsável e sua localização;
Registro Patrimonial ou Tombamento:também chamado de incorporação, é o procedimento
administrativo obrigatório de cadastramento do bem no patrimônio de cada unidade gestora, sendo
identificadas suas características, especificações, valor de aquisição e demais informações existentes,
resultando em um número único do bem, denominado número de registro ou tombamento;
Sucata:Sucata pode ser definida como o que sobrou de um bem, jamais poderá atender a sua condição
inicial.
Alienação: modalidade de movimentação de um bem patrimonial e transferência do direito de
propriedade mediante venda, permuta ou doação;
Cessão: modalidade de movimentação de bem patrimonial, com a transferência gratuita de posse e
direito de propriedade entre a unidade gestora e órgãos e entidades da administração pública direta, autárquica
ou fundacional;
Renúncia ao Direito de Propriedade ou Desfazimento: movimentação de bens por abandono ou
inutilização por impossibilidade ou inconveniência da alienação do material já classificado como
irrecuperável;
Termo de Responsabilidade: documento oficial a ser utilizado para a efetivação da carga patrimonial
– bens patrimoniais confiados pelo dirigente, e responsabilidade pela guarda e zelo;
Termo de Inutilização: também podendo ser denominado de justificativa de abandono, é o
documento a ser utilizado no processo de desfazimento de materiais ou inutilização;
Termo Circunstanciado Administrativo: documento legal a ser utilizado quando de extravios ou dano
ao bem público, que implica em reduzido prejuízo financeiro;
Inventário Físico: procedimento administrativo que consiste no levantamento físico e de valores de
todos os bens patrimoniais, identificando inconsistências entre o físico e o contábil e ainda sua variação pelo
uso, desgaste, perda e outros;
Após a entidade pública ter definido com clareza e os partícipes do processo terem conhecimento das
definições e seus entendimentos, dá-se os trabalhos de levantamento físico dos bens patrimoniais e, concluído
esta fase, fazer o comparativo com o constante na contabilidade e posterior ajuste e avaliação.
4.2 Normatização
Para a implantação dos processos de Controle e Gestão Patrimonial Público se faz necessário se
reportar a algumas normativas legais para fins de certificar das responsabilidades e obrigações.
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A Portaria STN 828/2011 altera o artigo 6º. da Portaria STN no. 406 de 20/junho de 2011 e em seu
parágrafo único temos:
Art. 6º. A Parte II – Procedimentos Contábeis Patrimoniais deverá (....)
Parágrafo Único: Cada Ente da Federação divulgará, até 90 (noventa) dias após o início do exercício de
2012, em meio eletrônico de acesso público e ao Tribunal de Contas ao qual esteja jurisdicionado, os
Procedimentos Contábeis Patrimoniais e Específicos adotados e o cronograma de ações a adotar até 2014,
evidenciando os seguintes aspectos que seguem, em ordem cronológica a critério do poder ou Órgão:
I - Reconhecimento, mensuração e evidenciação dos créditos, tributários ou não, por competência, e a dívida
ativa, incluindo os respectivos ajustes para perdas;
II - Reconhecimento, mensuração e evidenciação das obrigações e provisões por competência;
III - Reconhecimento, mensuração e evidenciação dos bens móveis, imóveis e intangíveis;
IV - Registro de fenômenos econômicos, resultantes ou independentes da execução orçamentária, tais como
depreciação, amortização, exaustão;
V - Reconhecimento, mensuração e evidenciação dos ativos de infraestrutura;
VI - Implementação do sistema de custos;
VII - Aplicação do Plano de Contas, detalhado no nível exigido para a consolidação das contas nacionais;
VIII - Demais aspectos patrimoniais previstos no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público.
Para a execução do estabelecido na Portaria STN 406/2011 e suas alterações pela Portaria 828/2011, é forçoso
que os envolvidos nos processos de controle e gestão do Patrimônio Público tenham em mente a Lei
4.320/64, em especial os seguintes artigos:
Artigo 85 da Lei 4.320/64 – Titulo IX - Da Contabilidade
Art.85 Os serviçosde contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da
execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços
industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e
financeiros. (Grifo nosso)
O Artigo 89 ainda da Lei 4.320/64 – Titulo IX - Da Contabilidade
Art.89 A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira, patrimonial e
industrial. (Grifo nosso)
Quando nos reportamos ao artigo 100 da mesma Lei 4.320/64 – Titulo IX - Da Contabilidade
Art.100 As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução
orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistências
ativas e passivas, constituirão elemento da conta patrimonial. (Grifos nosso)
E finalmente no Artigo 104 da Lei 4.320/64 – Titulo IX - Da Contabilidade
Art.104 A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio,
resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.
(Grifo nosso)
No que se refere ao entendimento da classificação como bem de consumo ou permanente, a Lei n.º
4.320/1964, art. 15, § 2º, define como material permanente aquele com duração superior a dois anos,
conforme exposto anteriormente. Porém o art. 3° da Portaria n° 448/2002, da Secretaria do Tesouro Nacional
do Ministério da Fazenda, define a adoção de cinco condições excludentes para a identificação do material
permanente, sendo classificado como material de consumo aquele que se enquadrar em um ou mais itens dos
que se seguem:
Durabilidade -quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de
funcionamento, no prazo máximo de dois anos;
Fragilidade –material cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser quebradiço ou deformável,
caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade;
Perecibilidade –material sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se deteriora ou perde sua
característica normal de uso;
Incorporabilidade-quando destinado à incorporação a outro bem, não podendo ser retirado sem
prejuízo das características do principal;
Transformabilidade -quando adquirido para fim de transformação.
Verificadas as condições acima citadas, devem ser analisados, por fim, mais dois parâmetros que
complementam a definição final da classificação:
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1- A relação, custo de aquisição/custo de controle do material, como previsto no item 3.1 da IN N° 142
da DASP (Departamento Administrativo do Serviço Público), que determina, nos casos dos materiais com
custo de controle maior que o risco da perda do mesmo, que o controle desses bens seja feito através do
relacionamento do material (relação-carga) e verificação periódica das quantidades. De um modo geral, o
material de pequeno custo que, em função de sua finalidade, exige uma quantidade maior de itens, redunda
em custo alto de controle, devendo ser, portanto, classificado como de consumo;
2- Se o bem está sendo adquirido especificamente para compor o acervo patrimonial da Instituição.
Nestas circunstâncias, este material deve ser classificado sempre como um bem permanente.
Além disso, é importante frisar que a classificação do bem, para efeito de sua inclusão no sistema de
controle patrimonial, deve ser coerente com a adotada no respectivo processo de aquisição. (Fonte: Manual de
Administração Patrimonial de Bens Móveis do Ativo Permanente – Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Amazonas).
4.3 Etapas para Implantação da Administração Patrimonial
A gênesis dos Controles e Gestão Patrimoniais na Administração Pública se dá pela nomeação da
“Comissão de Patrimônio”, ou nome equivalente, a qual deverá ser publicada dando a legal legitimidade e
que responderá pela normatização interna com a criação do Manual de Procedimentos de Administração
Patrimonial e nomeação de subcomissões diversas e específicas para inventário, (re)avaliação, depreciação,
baixas e outras que entender necessárias.
A implantação dos procedimentos constantes da legislação acima citada e outras constantes no
arcabouço legal que rege a matéria, sugere a criação de etapas para o Planejamento e cada qual deverá ser
acompanhada. Importante salientar que algumas etapas podem ocorrer de forma paralela e em ordem
diferenciada, conforme estabelecido pelo coordenador do processo a ser implantado.
Etapas:
1ª. Etapa – Inventário Físico: constituição da base de dados dos bens patrimoniais através de levantamento
físico geral com a identificação dos itens por meio de etiqueta/placa de bem patrimonial.
2ª. Etapa – Conciliação Físico x Contábil: confrontação/conciliação dos itens levantados fisicamente com os
registros contábeis históricos, determinando o custo unitário e data de aquisição.
3ª. Etapa – Divergências: análise e tratamento contábil das divergências identificadas entre o levantamento
físico e o contábil, podendo ter sobras físicas e sobras contábeis.
4ª. Etapa – Implantação das Normas:necessária implantação de normas e processos, podendo ser
denominado “Manual de Controle Patrimonial”, no qual estabelece aestrutura técnica, administrativa e
jurídica da movimentação, controle e ajustes do Patrimônio Público da entidade.
5ª. Etapa – Procedimentos: com base nas normas a serem implantadas, são estabelecidos procedimentos para
auxiliar a auditoria patrimonial e o inventário físico, podendo ser realizado de forma cíclica (permanente por
setor/órgão, entidade...) ou periódica anual.
6ª. Etapa – Software:para uma correta a segura Gestão Patrimonial se faz necessário o uso de um software
capaz de auxiliar na identificação, movimentação (física, econômica e financeira) e na auditoria, segundo as
especificações do MCASP e PCASP.
4.4 Ferramenta Administrativa na Implantação dos Procedimentos
A comissão nomeada ou o gestor do processo de implantação dos controles patrimoniais, incluindo o
levantamento físico, deverá propor procedimentos para a realização das tarefas. Uma ferramenta que poderá
ser utilizada pela equipe é o sistema 5W3H, que nada mais é que um checklist de atividades a serem
desenvolvidas com o máximo de clareza possível.
Este modelo mapeia as atividades, estabelecendo o que será feito, responsável, período de tempo,
local(is), a justificativa da atividade a ser desenvolvida e ainda o “como” será executada e quanto custará aos
cofres público.
O nome da ferramenta 5W3H advém da junção das primeiras letras das diretrizes do processo, assim
temos:
What – O que será feito (etapas)
Why – Por que será feito (justificativa)
Where – Onde será feito (local)
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When – Quando será feito (tempo)
Who – Por quem será feito (responsabilidade)
How – Como será feito (método)
Howmuch – Quanto custará fazer (custo)
Howmany – Quantos (quantidade)
4.5 Controles
Todo processo de Gestão e Controle Patrimonial, seja na área pública como privada exige a
implementação de controles que possam ser confirmados, modificados e aperfeiçoados no decorrer do tempo
e do uso de tecnologias.
Os controles não são uniformes entre a União, os estados e os municípios, porém dentro da mesma
unidade de federação os controles deverão ser padronizados e unificados a fim de certificar sua aplicação,
eficiência, eficácia e efetividades nos objetivos e segurança.
4.5.1 Implantação dos Controles
Com a equipe definida e nomeada, as etapas estabelecidas e a ferramenta escolhida pode-se iniciar o
trabalho de levantamento, cadastramento, correções, (re)avaliações, ajustes e encerramento dos trabalhos com
a emissão do Relatório Final de Bens e Movimentação, ou outra nomenclatura que desejar.
a)Bens Móveis
De posse de toda documentação contábil e a escolha e nomeação das pessoas que conhecem o órgão,
inicia-se o levantamento de cada bem, ponderando as informações necessárias. Dentre as informações
necessárias o estado de conservação dos bens a serem inventariado é de estrema importância, pois dele
resultará informações ou parâmetros para a definição da depreciação, tempo de vida útil ou mesmo o valor
residual. Abaixo segue um modelo como referencial de conservação:
Referencial de Avaliação de Bens Permanentes Móveis:
ESTADO DE CONSERVAÇÃO VALOR
PERCENTUAL
AO VALOR DE
MERCADO
DESTINAÇÃO
CONCEITO DESCRIÇÃO
ÓTIMO
Recentemente adquirido,
completo e em plenas condições
de funcionamento
90% Uso
BOM Completo e em condições de
funcionamento 80% Uso
REGULAR
Em condições de
funcionamento e cuja despesa
de recuperação seja inferior a
50% do seu valor de mercado
55%
Uso e Manutenção
ou recuperação,
mediante parecer
técnico
PRECÁRIO
Com defeito e cuja despesa de
recuperação seja inferior ao
rendimento do bem, por uso
prolongado e desgaste
prematuro
20%
Doação, venda,
permuta, cessão ou
outro meio
definido
INSERVÍVEL
Bem obsoleto que ofereça
riscos ou seja imprestável para
uso
5%
Doação, venda,
permuta, cessão ou
outro meio
definido
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Definido pela administração o referencial (modelo acima ou outro estabelecido pelo órgão gestor), de
posse do bem patrimonial lança-se os dados no Cadastro Patrimonial tendo como base:
I. Número do Registro Patrimonial ou Tombo
II. Descrição Generalizada do Bem
III. Marca
IV. Modelo
V. Número de série
VI. Número de referência
VII. Número do empenho
VIII. Classificação do bem
o Exemplo: Móveis – Cadeiras ou Cadeiras Giratórias
IX. Lotação
X. Data de aquisição do bem
XI. Valor de inclusão (histórico/aquisição)
XII. Data de inclusão do bem no sistema
XIII. Valor atualizado
XIV. Fornecedor do bem
XV. Número da nota fiscal
XVI. Série da nota fiscal
XVII. Estado de conservação do bem (vide referência anterior)
XVIII. Conta contábil
XIX. Data de vencimento de garantia
XX. Taxa de depreciação (tabela padronizada)
Conforme estabelecido pela legislação em vigor, todo bem patrimoniado deverá ter uma
placa/etiqueta de identificação onde conste o número do Registro Patrimonial ou Tombo. Se a placa for de
plástico deverá certificar-se que a cola utilizada adere suficientemente, evitando retirada por pessoa qualquer.
Em sendo a placa de metal deve-se rebitar, preferencialmente com rebites de alumínio, evitando ferrugem. Há
ainda o sistema RFID - Radio-Frequency IDentificationque consiste em uma etiqueta transponder.
b)Bens Imóveis
O controle cadastral dos imóveis de propriedade ou posse do setor público é usualmente deficitário e
carece de informações mais detalhadas e seguras. Podemos encontrar bens imóveis em uso pelo poder público
que sequer foram registrados, isto é, inexistem para o poder público legalmente.
Dependendo do número de imóveis construídos e em construção para controlar, acompanhar e
administrar, é interessante certificar da viabilidade da constituição de uma coordenação de bens imóveis
exclusiva, garantindo assim o correto e melhor controle e retorno.
A Coordenação de Bens Imóveis deverá ter dentre as suas responsabilidades:
Providenciar registros e averbações, referente aos contratos de aquisição e alienação dos
bens imóveis
Proceder à aquisição e incorporação dos bens imóveis autorizados
Promover a avaliação de bens imóveis
Promover o controle dos bens imóveis cedidos a terceiros e os bens de terceiros em uso
pelo ente público
Propor critérios de ocupação dos imóveis do município
Auxiliar na contratação de seguros para os imóveis
Instruir processos de alienação, desapropriação, direito real e usucapião dos imóveis
Promover a alienação dos bens imóveis autorizados
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Controlar o patrimônio imobiliário
Analisar pleitos para cessão, doação ou locação de imóveis
Elaborar minuta de escritura pública e providenciar a lavratura
Solicitar para imóvel rural, quando houver, a inscrição junto ao Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária – INCRA
Quando de imóvel rural, requerer imunidade do ITR - Imposto Territorial Rural
Auxiliar na minuta de projetos de lei para alienação de imóveis
Para imóveis urbanos, certificar da existência de número de Inscrição Municipal e
solicitar imunidade
A ficha ou controle informatizado de inventário dos bens imóveis deve conter informações que são
consideradas básicas, porém necessárias, a saber:
1. Estado:
2. Município de Atividade:
3. Órgão:
4. Designação: biblioteca, hospital...
5. Endereço:
6. Propriedade: pública
7. Responsável: nome da responsável/gerente do espaço
8. Seguro:
Período de Vigência
Data de Contratação
No. Apólice
Telefone para Contato
Cobertura
9. Histórico:
10. Descrição pormenorizada do descritivo do Imóvel, seguindo rigorosamente o registro de
títulos e documentos
11. Uso Atual:
Residencial
Comercial
Industrial
Serviços
Institucional
Outros
12. Situação de Ocupação:
Própria
Cedida
Alugada
Comodato
Outros
13. Proteção Legal Existente:
Tombamento
UIP
UIEP
Municipal
Federal
Estadual
Nenhuma
14. Proteção Legal Proposta:
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Tombamento Federal / Estadual / Municipal
Documentação
Inventário
Restrição de Uso e Ocupação
15. Análise do Entorno – Situação e Ambiência
16. Estado de Conservação:
Ótimo
Bom
Regular
Precário
Inservível
17. Análise do Estado de Conservação:
18. Fatores de Degradação:
19. Medidas de Conservação:
20. Intervenções:
21. Informações Complementares:
22. Documentação Fotográfica
23. Ficha Técnica:
Elaboração
Revisão
Datas
Quando da entrega do imóvel, necessariamente deve ser vir o “Termo de Recebimento”, o qual é
regulamentado pela norma NBR-5675 que disciplina o Recebimento de Serviços e Obras de Engenharia e
Arquitetura. O Termo de Recebimento é um documento legal e obrigatório, onde é declarado pelo
proprietário que certificou tudo e encontrou tudo em ordem.
Importante também citar a NBR-5671 que disciplina as condições de “Participação dos
Intervenientes em Serviços e Obras de Engenharia e Arquitetura”, definindo suas responsabilidades e
prerrogativas como a) proprietário; b) contratante; c) firma projetista; d) autor do projeto; e) financiador; f)
executante; g) fiscal; h) empreiteiro técnico; i) subempreiteiro; j) consultor técnico; l) tecnólogo; m)
fabricante de materiais e/ou equipamentos; n) fornecedor; o) concessionário de serviço público; p) corretor; q)
adquirente; r) usuário; s) outros.
Para reduzir os riscos e as falhas possíveis no processo de recebimento da obra, nova ou reforma, e
ainda de vícios futuros, sugere-se a constituição de uma Comissão de Recebimento de Obras de Engenharia,
formado por um grupo técnico especializado com o intuito precípuo de proceder ao recebimento de serviços
obras de engenharia e arquitetura.
Sugere-se que antes da assinatura do Termo de Recebimento, seja realizada uma “Vistoria de
Recebimento”, podendo ser terceirizado caso não haja uma comissão constituída ou profissional habilitado no
quadro funcional público. Esta comissão ou profissional habilitado, com experiência em qualidade de
materiais e serviços construtivos, deve realizar a vistoria em todas as instalações da obra a ser
recebida,certificando que os itens foram construídos em obediência às especificações técnicas e projetos
construtivos.
Em se tratando de “reformas”, o Laudo de Vistoria de Recebimento deve ter uma importância ainda
maior, pois este caracteriza até onde vai a responsabilidade do construtor anterior e onde exatamente inicia-se
a responsabilidade do construtor que fez a reforma, isto é, os riscos de quem fez a reforma. Este Laudo será o
documento oficial em caso de litígio, pois o construtor da reforma tente a mencionar que o defeito já existia e
o construtor anterior vai dizer que o erro ocorreu na reforma, ficando o ente público usualmente em situação
de perda.
Com a vistoria dos serviços de engenharia, vícios de construção poderão ser verificados no momento
da vistoria ou poderão surgir posteriormente. Portanto, vícios construtivos, são defeitos, falhas, erros
construtivos reconhecidos por lei. Resumindo, “vício” é qualquer problema que impede que o imóvel possa
ser utilizado para os fins a que se destina ou lhe diminua o preço.
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A lei reconhece vícios de fácil identificação (uma porta que não fecha direito), assim como defeitos
que só se manifestam depois de certo tempo (queda do disjuntor quando do uso simultâneo de computadores,
máquinas e aquecedores ou ar condicionado). Podemos ainda citar defeitos que só se manifestam em
determinados eventos como uma janela que permite a entrada da água da chuva. Outros defeitos podem levar
mais tempo para se manifestar como de impermeabilização da parede externa.
O Código de Defesa do Consumidor - Lei no. 8.078/90 estabelececomo prazo de garantia:
90 dias para defeitos aparentes de fácil constatação;
5 anos para os defeitos relacionados à solidez e segurança do edifício/ obra.
Conforme Watanabe, os vícios podem ser categorizados em:
Vício Oculto - defeito que não é aparente e que requer um trabalho investigativo para ser detectado;
Vicio Aparente - defeito que é visível, mas que necessita que um móvel seja removido ou que ocorra um
evento como uma chuva para ser constatado;
Vício Aparente de Fácil Constatação - defeito que está visível a olho nu;
Vício Oculto que Afeta a Solidez - uma trinca pode afetar a solidez de uma parede ou uma laje trincada
pode ter a sua solidez diminuída;
Vício Oculto que Afeta a Segurança - uma divisória mal fixada pode cair e machucar o usuário e
Vício Redibitório - um defeito que pode anular o contrato, ou impedir que a coisa adquirida seja utilizada
para os fins a que se destina ou que pode acarretar a diminuição (desvalorização) do preço do bem.
Para a assinatura do Termo de Recebimento de Serviços de Obras de Engenharia e Arquitetura a
norma NBR-5675 estabelece uma relação de documentos obrigatórios. Esta relação poderá variar por
exigências em licitação ou leis municipais e de órgãos de serviços públicos. Os documentos obrigatórios em
norma são:
Documentos Básicos
Cópia autenticada da Licença de Construção e seus complementos/ condicionamentos,
passada pela autoridade local competente.
Auto de conclusão da obra ou aceite e o Habite-se passados pelas autoridades locais
competentes.
Cópia autenticada do Contrato de Execução, com a contratada e respectivos cronogramas
físico e físico-financeiro da obra.
Cópia autenticada do Projeto Executivo, incluindo todos os Projetos Complementares.
Cópia autenticada do Projeto como Construído, aprovado, incluindo todos os Projetos
Complementares da Edificação e/ou de cada edifício e respectivo(s) memorial (is)
descritivo(s) das discriminações técnicas, atualizados.
Livro de ocorrências diárias.
Boletim diário da obra.
Boletim de desempenho.
Relatório de recomendações e de Instruções de Utilização e Uso (Manual do Usuário),
das instalações e equipamentos, em ordem às condições de funcionamento, de segurança,
de higiene e de conforto da edificação, elaborado e autenticado pela contratada,
acompanhado de eventuais catálogos e tabelas de fabricantes e montadores, devidamente
vistoriados pela fiscalização da obra.
Termo de Garantia dos principais componentes da construção, das instalações e dos
equipamentos, devidamente avalizados pela contratada e visados pela fiscalização da
obra.
Documentos Circunstanciais
Comprovante da vistoria do corpo de bombeiros local, acompanhado de cópia do seu
regulamento.
Comprovantes das vistorias das companhias concessionárias de abastecimento de água,
gás, de telefones e de energia elétrica.
Comprovante de desinfecção sanitária.
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Comprovantes das vistorias das autoridades oficiais competentes de instalação
de equipamentos eletromecânicos (elevadores, por exemplo).
Comprovantes do pagamento de taxas de ligação de esgotos e às redes das companhias
concessionárias.
Cópias dos contratos de fornecimentos firmados pela contratada.
Certidão negativa do tribunal de justiça competente de que não pendem sobre o imóvel,
quaisquer ações, por prejuízos causados a terceiros.
Documentos básicos e circunstanciais para recebimento de incorporação imobiliária.
Certidão de memorial de incorporação e/ou dos documentos pertinentes, descritos no
artigo 32 da lei de condomínio nº 4.591/64 e posteriores, registrados na matrícula do
competente cartório imobiliário.
Cópia autenticada da convenção de condomínio geral, reajustado e atualizado e do
regimento interno de cada edifício e, bem assim, a respectiva certidão de registro no
competente cartório imobiliário.
Certidão de todas as escrituras de cessão de direitos aquisitivos e de compra e
venda averbadas no respectivo cartório imobiliário e
Cópias autenticadas de todas as apólices de seguros (de incêndio, de elevadores e outros).
c) Bens Semoventes
No mundo contábil e econômico o termo “semovente” é dado pelo direito como aqueles animais
(rebanho) que são uma propriedade e passíveis de transações patrimoniais como bovinos, ovinos, suínos,
caprinos, equinos, etc constituindo um patrimônio.
O patrimônio de semoventes exige que os mesmos sejam identificados e registrados para fins de
controle (quantitativo, comercial, controle de zootecnia, vacinação e outros). O Registro de animais se dá por
Ficha de Cadastro de Semoventes, eletrônica ou não, destinada a matriz e deve ser preenchido pelo órgão
governamental que adquiriu o animal com suas especificações. Cada animal deve ter sua Ficha de Cadastro de
Semoventes e as especificações do animal poderão ser feita por um técnico ou veterinário.
c.1)Tombamento de Semoventes
A entrada de semoventes no patrimônio público poderá se dar por nascimento, doação, compra ou
permuta.
O responsável pelos animais e seu controle ou ainda outro técnico estabelecido pelo setor responsável,
deverá avaliar os animais por ocasião do nascimento, atribuindo valor aos mesmos, levando em conta entre
outros o padrão racial e o valor genético. Em caso de compra ou doação o valor a ser atribuído ao semovente
é o constante em nota fiscal ou documento de doação que deverá acompanhar o animal quando do
recebimento.
O recebimento do semovente inicia-se pela conferência física do animal, devendo remeter a
documentação de entrada (nota fiscal, termo de doação ou formulário de nascimento) ao setor de patrimônio
do órgão jurisdicionado, procedendo assim o tombamento do animal com a inclusão dos dados sugeridos:
Número de Registro Animal
Nome do Animal
Data de Nascimento
Nome do Pai
Número de Registro do Pai
Nome da Mãe
Número de Registro da Mãe
Tatuagem (número de tatuagem na orelha do animal)
Espécie ou Classe
Tipo Genético
Raça
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Sexo
Pelo (branca, preta, vermelha, marrom, cinza, malhado ou outros)
Descriçõesoutras
Forma de Ingresso (compra, doação, permuta, nascimento, outras)
Classificação Contábil
Número de Empenho
Tipo e Número do Documento de Aquisição
Nome do Fornecedor (empresa ou criador)
Unidade Gestora
Data de Incorporação
Número do Termo de Responsabilidade
Valor Unitário
Observações
Data de preenchimento
c.2)Movimentação e Baixa de Semoventes
A movimentação de semoventes nada mais é do que a transferência de um ou mais animais
pertencentes ao patrimônio de unidade gestora para outra unidade ou órgão público, mediante e emissão de
documento de transferência e de responsabilidade da unidade cedente para a unidade recebedora.
A baixa de animais do acervo patrimonial pode se dar:
por doação, usualmente por razão de interesse social;
por alienação do animal;
por extravio ou
por morte do animal.
A baixa do animal semovente deverá ser formalizada mediante a emissão, pelo responsável do
controle patrimonial, de um formulário específico para este fim. No caso de haver extravio de animal, sua
baixa deverá ser acompanhada de documento de denúncia legal e poderá ser exigido o parecer de uma
comissão fiscalizadora constituída para este fim.
Em se tratando de morte de semovente, deverá ser emitido um atestado de óbito do animal e ser
assinado por um veterinário responsável. Este documento deverá fazer parte dos documentos que dão suporte
legal na baixa do patrimônio contábil e na Ficha de Registro de Semoventes.
c.3)(Re)Avaliaçãode Semoventes
Por exigência legal de controle e (re)avaliação dos bens patrimoniais dos entes públicos, os
semoventes devem ser avaliados periodicamente e não apenas em sua entrada ou saída.
A avaliação poderá se dar pelo preço de mercado, via Bolsa de Mercadorias e de Futuros
(BMF/BOVESPA), bolsas regionais ou mesmo mercado de negociadores de animais. Poderá ainda a
avaliação do semovente ser realizada por uma comissão criada para este fim e sugere-se a participação de um
veterinário.
Quando da avaliação, para fins de controle e gestão patrimonial, o relatório ou laudo resultante deverá
conter o número de registro, peso do animal e o valor avaliado, entre outras que o avaliador ou comissão
achar imprescindíveis.
5. Doação de Bens
A doação é uma modalidade de alienação regida pela Lei Federal no. 8.666/93 em seu art. 17, alínea
a, inc. II no qual estabelece que o donatário tem que reunir duas condições:
- exercer atividade identificada com fim social e
- o bem doado seja utilizado para o fim precípuo estabelecido e não outro.
No tocante ao órgão doador, depois de evidenciado o interesse social, avaliar a oportunidade e
conveniência socioeconômica da doação do bem em relação a outra forma de alienação, a exemplo de leilão e
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permuta. A avaliação social refere-se à existência do interesse público e a econômica as despesas e gastos
com a doação.
Vejamos o artigo 17 da Lei Federal 8.666/93:
Art. 17 A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público
devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:(...)
II quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
a. doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua
oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação.
Via de regra todos os bens integram o Patrimônio Público, restam afetados e exige a indisponibilidade
da coisa pública e a impenhorabilidade destes bens. Porém, estes mesmos bens sofrem com o efeito do tempo
como desgaste, obsolescência e como consequência deve ser resguardada à Administração Pública a
possibilidade de se desfazer daqueles bens que já não servem para desempenhar os serviços para qual foram
adquiridos.
A Lei Federal no. 8.987/95 estabelece a prestação de serviços públicos adequados, isto é, de
qualidade. Portanto, para atender ao interesse público de forma eficiente, não poderá a Administração Pública
se valer de bens desgastados e obsoletos, colocando o desempenho aquém do esperado pela população.
Por necessidade, chega o momento da Administração Pública se desfazer dos seus bens e o primeiro
aspecto que deve nortear a conduta do gestor/administrador é a observância dos princípios basilares do direito
administrativo:
moralidade
impessoalidade
legalidade
finalidade
publicidade
eficiência e
proteção ao interesse público
5.1Doação de Bens Móveis
A doação de bens móveis se dá à luz do Código Civil e da Lei Federal no. 8.666/923. Interpretando o
enunciado do art. 98 do Código Civil, vemos que os bens das empresas estatais (empresas públicas e
sociedades de economia mista) são considerados públicos. Porém há juristas que entendem que estas
obedecem ao regime jurídico de direito privado.
Para esclarecer a esta polêmica, podemos nos apoiar no inciso XXI do artigo 37 e o inciso II do artigo
71, ambos da CF/88:
Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
(...)
Art. 71 - O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público Federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público;”
Portanto, se as empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) estão sujeitas às
regras das licitações públicas e devem prestar contas aos órgãos de controle externo (Tribunal de Contas), a
regra é válida às sociedades de economia mista e as empresas públicas estaduais, distritais e municipais no
que é pertinente à sujeição de tais entes ao controle dos Tribunais de Contas locais, conforme diretriz contida
no artigo 75 da Constituição da República, por mais que elas estejam submetidas às mesmas condições das
demais empresas privadas que compõem o mercado.
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A doação de bens é disciplinada pelo artigo 538 do Código Civil, cuja redação é:
Art. 538 Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu
patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
Para que haja a dispensa de licitação na alienação de bens móveis pela Administração Púbica, temos
que entender os requisitos gerais citados no art. 17 da Lei Federal no. 8.666/93.
Interesse Público – considerada a finalidade precípua da Administração Pública, decorre deste todo
ato de gestão em visar ao interesse público, imediato ou mediato, sob pena de anulação judicial ou
administrativa. O interesse público é um instrumento da vontade da coletividade via normatização, portanto
exige a transparência ou publicidade e a impessoalidade.
Avaliação Prévia – considerada uma prova pericial, juntamente com o exame e vistoria do bem a ser
doado, deve ser apurado o valor do bem, inclusive direitos e obrigações, por técnicos habilitados para este
fim, ressalvadas as exceções previstas em lei. A de se valer do princípio lógico de que a avaliação é uma
atividade de natureza técnica, não podendo ser realizada por qualquer pessoa. Porém, em decisões do
Tribunal de Contas, o mesmo se posicionou contrária a este entendimento. Uma das linhas de decisão
estabelece que ao invés de a Administração Pública ter de se submeter ao artigo 420 do Código de Processo
Civil para que proceda a avaliação prévia do artigo 17 por meio de profissionais legalmente habilitados, deve
ela observar o que dispõem o Decreto-Lei no. 9.295/46 e o Decreto Federal no. 31.794/52, ou seja, deverá
contar com os serviços de um contador ou de um economista, sem prejuízo de que algum outro profissional a
realize.
Licitação–a lei ressalva que qualquer doação de bem público pressupõem a compatibilidade com o
desempenho das funções estatais e conseguinte, não se admite liberalidade à custa do patrimônio público. A
doação, ou ato donativo, deverá ter por objeto “fins e uso” de interesse social. Portanto, não basta doar para
uma instituição filantrópica, mas deve-se certificar que o uso a ser dado ao bem guardará correlação com
igual interesse social e não para uso pessoal ou da diretoria. Não há pretensão que a Administração Pública
trabalhe de forma investigativa, devendo ser suficiente que no termo de doação fique definida a
forma/circunstância em que serão empregados os móveis.Sendo obedecidos os ditames que caracterizam a
dispensa de licitação ou licitação dispensada - existência de interesse público devidamente justificado,
avaliação prévia, fins e uso de interesse social, avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica
a doação de bens móveis públicos poderá se dar sem procedimento.
Conveniência Socioeconômica – deverão ser levados em consideração pelo gestor as despesas do
órgão e os gastos decorrentes do ato. Pode parecer, à primeira vista, que sempre é mais vantajoso vender o
bem, pois haverá ingresso de recursos, mas a leitura é superficial se considerarmos o resultado da doação.
Exemplificando, pode-se doar um conjunto de bens hospitalar para uma instituição filantrópica, desonerando-
se da atividade, estrutura de recursos humanos, de material de manutenção e mesmo de controles de bens
obsoletos.
Portanto, face as considerações acima apresentadas, podemos afirmar resumidamente que a doação de
bens móveis (e imóveis) por parte da Administração Pública é possível desde que sejam atendidos os
seguintes requisitos:
a) Observância obrigatória aos princípios da legalidade, motivação, finalidade e do interesse público;
b) A entidade mantenedora do programa de interesse social que será beneficiária da doação prove se tratar de
entidade sem fins lucrativos (apresentando cópia do estatuto social);
c) Promova a avaliação prévia do bem a ser doado por técnico devidamente habilitado para tal (contadores
e/ou economistas);
d) Promovaavaliação de oportunidade e conveniência socioeconômica em relação a outra forma de alienação
(avaliação esta que levará em conta os benefícios sociais da doação em contraposição a uma outra destinação
que a Administração poderia dar ao bem a ser doado);
e) O termo de doação, configure de forma clara a forma/circunstância em que será empregado o bem doado e
que conste em tal instrumento cláusula de retrocessão que garanta o retorno do bem à Administração Pública
em caso de não utilização do objeto da doação em fins e uso de interesse social;
f) A doação, por cautela, não se dê em ano eleitoral, exceto em casos da continuidade de programas
governamentais pré-existentes ou em casos de eventos extraordinários (exemplos: doação de remédios,
roupas, colchões, etc, para vítimas de calamidades naturais).
Há de ressalvar que quando o bem estiver classificado como ocioso ou recuperável, poderá ser cedido a outro
órgão da Administração Pública que dele necessitem. A avaliação, classificação e formação poderá se dar por
lote, porém preferencialmente por uma comissão especial, formada por servidores integrantes do órgão
interessado para este fim.
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5.2Doação de Bens Imóveis
A doação de bens imóveis segue em sua essência a mesma legislação tratada no item anterior –
Doação de Bens Móveis, estabelecendo que a Administração Pública possa doar bens imóveis, desde que seja
conveniente, oportuno e vantajoso para esta.
As diferenças entre a doação de bens móveis e imóveis são poucas, sendo que para este último é
obrigatório a existência de uma Lei Autorizativa e que esta estabeleça a possibilidade de reversão do bem
doado para a Administração Pública em caso de descumprimento da finalidade a qual foi doado o imóvel.
É justificável e usual o doador, Administração Pública, estabelecer condições ao donatário para a
efetivação e continuidade da doação. Para tanto, entende-se que a doação de imóvel pela Administração
Pública seja cercada de cautelas e restrições que os contratos com a área pública sempre têm, em especial em
se tratando de imóveis que comumente se faz com objetivo de construção e atividades particulares de
interesse coletivo.
Regulada pelo art. 17 da Lei 8.666/93, cumpridas as formalidades: interesse público devidamente
justificado, avaliação do imóvel, autorização legislativa, licitação da modalidade concorrência e doação
modal (com encargos ou obrigações) e condicional resolutiva de reversão, pode haver doação de imóvel.
Ainda, a doação de imóvel pode ser com ou sem encargos, porém sempre com lei autorizadora, estabelecendo
as condições para efetivação, e ainda avaliação prévia e de licitação. Porém é salutar esclarecer que a letra
“b”, inciso “I” do art. 17 da Lei 8.666/93 estabelece que a doação pura e simples de bem imóvel somente
pode ocorrer quando o donatário for outro órgão ou entidade da Administração.
No que se refere à avaliação do imóvel, esta deverá ser feita por uma comissão especialmente
nomeada para a tarefa, a qual procederá a correta identificação do bem, estabelecendo o valor do imóvel, com
base em pesquisas de mercado. A avaliação da comissão do valor do imóvel, quando da doação, deverá ser
encaminhada a contabilidade para as alterações nos registros contábeis e balanço patrimonial.
6. Inventário dos Bens
O inventário é um processo de verificação in loco das existências físicas dos bens, tornando-se um
instrumento de controle quando permite a comparação e o ajuste dos dados contábeis com o saldo físico do
acervo patrimonial em cada unidade gestora. O inventário deve ainda permitir a inclusão de
informaçõesqualitativas do patrimônio quanto a situação dos bens em uso, a necessidade de manutenção,
disponibilidades de bens (ociosos) e baixas.
Com o inventário realizado, pode-se analisar o desempenho das atividades do setor de patrimônio
mediante os resultados obtidos no levantamento físico, isto é, certificar se os controles são suscetíveis de
erros e os procedimentos em caso de extravio.
Há diversos tipos de inventário e o órgão responsável pelo patrimônio deverá implantá-los conforme
as necessidades e em seu devido tempo. Os inventários são:
- Inventário Inicial: realizado quando da criação de uma nova unidade gestora (setor, órgão, secretaria...),
para identificação e registro dos bens sob a responsabilidade da unidade inventariada. Salienta-se que por
atendimento as normas para Administração do Patrimônio Público, muitos municípios não detinham o
inventário pormenorizado e estão reiniciando seus controles.
- Inventário Anual: destinado a comprovar a quantidade dos bens patrimoniais do acervo da unidade pública
gestora existente em 31 de dezembro de cada exercício, partindo do inventário anterior e das variações
patrimoniais ocorridas durante o exercício, seja por tombamentos, baixas ou transferências.
- Inventário Eventual: levantamento físico realizado a qualquer momento por solicitação ou demanda da
direção gestora ou por órgão fiscalizador.
- Inventário de Transferência de Responsabilidade:inventário que poderá ser levantado quando da mudança
do dirigente da unidade gestora. Neste caso também poderá ser considerado um inventário eventual.
- Inventário de Extinção ou Transformação: realizado quando do encerramento ou transformação da
unidade gestora.
O levantamento físico de bens deverá ser realizado por comissão inventariante designada para este fim
e pela autoridade máxima da unidade gestora.
6.1Inventário de Materiais Permanentes
Podendo ser incluso novos itens ao rol de procedimentos adotados para se inventariar os materiais ou
patrimônio permanente, temos:
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Nomeação de uma Comissão Inventariante;
Definição da data/período da contagem;
Proibição de qualquer transferência ou entrega de bens durante o processo de
contagem;
Impressão de relatório com posição da distribuição dos bens por gestor responsável;
Realização de contagem física in loco com avaliação do estado de conservação dos
referidos bens inventariados;
Identificação e apuração das divergências;
Lançamento dos ajustes administrativos, cuidando com a comprovação documental
das divergências levantadas e
Impressão de relatório com a posição final devidamente assinada pelos integrantes da
Comissão Inventariante.
6.2 Inventário de Materiais de Consumo
Quando nos reportamos ao levantamento físico dos materiais de consumo, devemos observar alguns
procedimentos e outros poderão ser incluídos por definição legal do município. São eles:
Nomeação da Comissão Inventariante;
Definição da data/período da contagem;
Proibição de qualquer entrada ou saída de materiais/bens durante o processo de contagem;
Arrumação física, evitando que o mesmo material possa ser encontrado em diversos lugares e ser contado
mais de uma vez;
Impressão de relatório com posição de estoque antes da contagem física;
Identificação e apuração das divergências;
Lançamento dos ajustes administrativos, cuidando com a comprovação documental das divergências
levantadas e
Impressão de relatório com a posição final devidamente assinada pelos integrantes da Comissão
Inventariante.
6.3 Comissão Inventariante
Responsável em inventariar os bens permanentes, isto é, a contagem física do acervo, uma Comissão
Inventariante, especialmente formada para este fim, poderá ser composta por no mínimo três servidores do
quadro permanente do setor a ser inventariado, porém sem a participação de qualquer servidor da área de
patrimônio.
São atribuições da Comissão Inventariante:
Verificação e certificação da localização física de todos os bens patrimoniais da unidade
de controle patrimonial;
Avaliação do estado de conservação dos bens patrimoniais;
Classificação dos bens passíveis de disponibilidade;
Identificação de bens pertencentes a outros setores ou órgãos administrativos e que
ainda não foram transferidos para seus setores de controle patrimonial;
Identificação de bens permanentes não tombados;
Identificação de bens patrimoniados que não foram localizados e
Emissão de relatório final com as observações dos trabalhos, constando:
o Procedimentos realizados
o Situação geral do patrimônio da unidade gestora
o Recomendações para corrigir as irregularidades apontadas e
o Recomendações para reduzir o risco de irregularidade
6.4 Bens Não Inventariados
25
Curso: Contabilidade Para Controle e Gestão Patrimonial – Setembro de 2016 /Curitiba-PR
São considerados bens não inventariados aqueles que não foram localizados durante a realização do
inventário, levantamento físico.
Quando da ocorrência de bens não inventariados, o responsável da unidade gestora (secretário,
superintendente ou diretor) deverá constituir uma Comissão de Sindicância para apuração dos fatos, tendo
como atribuições:
Verificar se há bens que foram recomendados para baixa imediata;
Apurar as responsabilidades pela irregularidade para os bens que não se enquadram em baixa imediata e
Elaborar relatório para o dirigente da unidade gestora com as conclusões e recomendações.
7. Indicadores
O controle é parte da gestão e deve resultar em domínio e conhecimento das movimentações
patrimoniais e ainda da acuracidade no nível de serviços e de rejeição.
A Gestão Patrimonial não é estática, exigindo o estabelecimento de metas e implantação de sistemas
de controles, usualmente informatizado, para que auxilie na administração, na tomada de decisões, corretivas
ou não, e na avalição do desempenho quanto ao atendimento das metas e a identificação de desvios e erros
que deverão ser sanados e corrigidos para reduzir riscos e anormalidadesnos padrões de resultado.
a) Índice de Rejeição de Bens Patrimoniais (IRbp)
O Índice de Refeição de Bens Patrimoniais segue a mesma definição do Nível de Serviços (NS) e a
necessidade de se manter a comparação do índice em iguais períodos a fim de não haver distorções no
indicador e sua análise.
Temos:
Índice de Rejeição de bens patrimoniais
(Irbp) =
Qtde de Itens Rejeitados no Período
Qtde de Itens Recebidos no Período
b) Índice de Rejeição de Bens Patrimoniais em Valor (IRbp(a/R$))
Diferentemente dos indicadores anteriores, o Índice de Rejeição de Bens Patrimoniais compara os
valores financeiros e quantitativos, isto é, transforma o montante de itens rejeitados e os transforma em
valores financeiros com base no valor de aquisição de cada operação ou lote ou pelos itens aprovados.
Vejamos a fórmula:
IRbp(aR$) = Valor dos Itens Rejeitados
Valor dos Itens Aprovados
c) Índice de Devolução no Período (IRbp(cad/t))
Muitos são os fatores que levam a rejeição, sendo o controle responsável em identificá-los, quantificá-
los e analisar os motivos que levaram a estas distorções, podendo ser do próprio ente receptor, do fornecedor
fabricante ou da transportadora responsável ou ainda um ou mais fatores conjugados. A grande valia é manter
os índices de rejeição o mais baixo possível e acompanhá-los, perseguindo possíveis melhoras.
Para o Índice de Devolução no Período temos:
IRbp(cad/t) NS = Itens Cadastrados e Devolvidos no Período
Itens Cadastrados Recebidos no Período
d) Itens com Divergências (Div (g) NS)
Este índice está relacionado aos bens inventariados e as divergências apontadas no relatório de
inventário, incluindo todo e qualquer bem, independente se adquirido por compra, bem novo, ou recebido em
doação.
Vejamos:
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Curso: Contabilidade Para Controle e Gestão Patrimonial – Setembro de 2016 /Curitiba-PR
Div (g) NS = Itens com Divergências
Itens Inventariados
e) Divergência de Inventário a Maior (Div (>) NS)
O indicador reflete o percentual de bens patrimoniais localizados fisicamente e não patrimoniados
oficialmente, portanto a relação é do total de bens localizados pelo de bens patrimoniados.
Temos:
Div (>) NS = Itens Localizados e Não Cadastrados
Total de Itens Inventariados
f) Divergência de Inventário a Menor (Div (<) NS)
Ao contrário do Inventário a Maior, o Inventário a Menor é quando do levantamento físicos dos bens
patrimoniais identifica-se o bem no cadastro, porém não se localiza fisicamente o bem.
Sua fórmula:
Div (<) NS = Itens Cadastrados e Não Localizados
Total de Itens Cadastrados
g) Antigiro ou Cobertura Média Patrimonial (CMP)
O indicador de cobertura média patrimonial é o cálculo do valor médio de estoque em quantidade,
podendo ser transformado em valores financeiros se assim desejar. Para a realização deste indicador tem-se
que ter segurança nas informações para que não haja risco de falta de materiais, especialmente em área de
risco ou necessidade constante.
A fórmula utiliza como referência o saldo no início e fim do período e ainda o consumo ou baixas em
determinado período.
Vejamos as fórmulas:
CMP =
SPI + SPF
X 360 2
BP
SPI – Saldo Patrimonial Inicial
SPF – Saldo Patrimonial Final
BP – Baixas Patrimoniais no Período
360 – Período de um exercício
h) Índice de Inatividade de Bens Patrimoniais (INbp (R$))
Indicador que relaciona a quantidade de bens inativos, podendo ser em valor financeiro ou
quantitativo, em relação ao total de bens patrimoniais em um determinado período de tempo.
Vejamos:
INbp (q) = Valor ou Quantidade dos Bens Desativados
x 100 Valor ou Quantidade Total dos Bens Patrimoniais
8. Depreciação, Amortização e Exaustão
Antes de iniciar os cálculos de depreciação, amortização e exaustão, se faz necessário verificar se no
momento do reconhecimento do ativo imobilizado houve critério do valor do conjunto, se os bens
imobilizados obtidos a título gratuito foram registrados pelo valor justo na data de aquisição (doação) e ainda
se custos subsequentes, custo de reposição com incremento na vida útil do bem e baixa contábil equivalente
27
Curso: Contabilidade Para Controle e Gestão Patrimonial – Setembro de 2016 /Curitiba-PR
das peças substituídas. Estando as movimentações patrimoniais corretamente reconhecidas e contabilizadas,
podem-se efetuar os cálculos e reconhecê-los na contabilidade.
Vamos nos utilizar do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Parte II o qual estabelece
quando reconhecer estes cálculos contabilmente:
MCASP – Parte II - Quando os elementos do ativo imobilizado tiverem vida útil econômica limitada,
ficam sujeitos a depreciação, amortização ou exaustão sistemática durante esse período. O reconhecimento da depreciação ou exaustão se dá pelo prazo previsto para sua utilidade ou retorno
e suas taxas estão previstas em lei, porém este prazo poderá ser alterado pelo reconhecimento de desgastes ou
obsolescência diferente do previsto.
8.1Alteração nos Prazos de Vida Útil do Bem Patrimoniado
A tabela de depreciação estabelecida em lei (NBC) e autorizada pela Secretaria da Receita Federal,
para fins tributários, representa a taxa média de desgaste e obsolescência dos bens e deve ser aplicada de
forma geral quando o uso do bem ficar na média de horas/dia (expediente) e desgaste conhecido.
Também ocorrem casos do uso de bens patrimoniados que exige do ente público, responsável pelo
bem, uma avaliação técnica a fim de reconhecer possíveis desgastes ou obsolescência diferentes do
estabelecido em lei, constituindo novo prazo de vida útil e taxa de depreciação diferente do usual e
independentemente de seu impacto contábil.
Para fins de exemplificação podemos pegar os mobiliários de escolas, como carteiras e cadeiras, os
quais sofrem desgaste acima da média, portanto exigindo readequação da taxa de depreciação anual dos
referidos bens. Nestes casos tem-se depreciado a uma taxa de 15% a/a, reduzindo o prazo de uso de 10 para
6,6 anos.
Outro exemplo importante são os bens adquiridos e usados nos Programas de Desenvolvimento
Tecnológico Industrial e o Setoriais Integrados, que por força da Lei no. 2.433/88 e Decreto no. 96.760/88
podem beneficiar-se da depreciação acelerada máxima, isto é, o uso dobrado da taxa estabelecida.
Para os profissionais da contabilidade é importante que se certifiquem da existência de marco legal
que permita alteração da taxa de depreciação ou exaustão, desde que seja condizente com o desgaste dos bens.
8.2 Depreciação
É a diminuição do valor dos bens tangíveis por desgastes, ações da natureza, perda de utilidade por uso
ou obsolescência. O reconhecimento da depreciação se dá quando da disponibilidade do bem para uso.
Na base de cálculo para fins de depreciação deve-se levar em conta o valor do bem devidamente
registrado na contabilidade quando de sua entrada, acrescida de reavaliações na forma da lei e a redução do
valor residual. A depreciação é o resultado da base de cálculo citada anteriormente dividido pelo prazo de
vida útil do bem.
A depreciação deve ser reconhecida individualmente, item a item. Importante salientar que em caso de
um componente de item do ativo imobilizado tiver um custo significativo, este deve ser registrado
separadamente e sua depreciação também ser reconhecida separadamente.
Devemos observar que nem todos os bens patrimoniais do ativo permanente são depreciados, pois parte
não sofrem obsolescência (obra de arte) ou desgaste (terras/lotes) ou não estão em uso ou à disposição. Como
exemplo:
terrenos rurais ou urbanos;
prédios ou construções não alugados ou não utilizados para fins de serviços públicos ou registrado como
bens dominicais;
bens móveis de natureza cultural, tais como obras de arte, antiguidades, documentos, bens de interesse
histórico, bens integrados em coleções;
bens de uso comum que absorveram e absorvem recursos públicos, considerados tecnicamente de vida útil
indeterminada;
animais que se destinam à exposição e à preservação.
A de se ressaltar que a não depreciação se dá em casos muito específicos, os quais usualmente por
terras e bens culturais, e ainda destacar que o reconhecimento da depreciação deva ser contabilizado em conta
retificadora dos bens, mantendo o valor dos ativos permanentes nas demonstrações.
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Usualmente a depreciação é reconhecida a partir do mês seguinte à aquisição ou de sua efetiva
utilização, não sendo depreciada em fração menor que um mês. Mas há de ressaltar que poderá ser ajustada
pro-rata quando o montante da depreciação for significativo, admitindo-se, em caráter de exceção, a
contabilização inferior a um mês. Caso o bem, a ser depreciado, já tenha sido depreciado anteriormente, em
outra esfera de governo ou ainda usado antes da posse do bem pela administração pública, é facultado o
estabelecimento de um novo prazo de vida útil nos seguintes modelos:
metade do tempo de vida útil da classe/bem;
resultado da avaliação técnica do bem onde se estabeleça o prazo de vida útil do bem em atividade ou
de posse das informações de aquisição original, o restante de tempo de vida útil do bem.
8.2.1Taxas de Depreciação
Cada classe de bem tem uma taxa de depreciação estabelecida em lei, podendo ser alterada em caso de
uso em mais de dois turnos, bem usado incorporado ao patrimônio público ou ainda em caso fortuito e
devidamente justificada.
TABELA DE DEPRECIAÇÃO DE ATIVOS PERMANENTES
Descrição Vida Útil
(Anos)
Valor
Residual
01 Aeronaves - 0%
02 Aparelhos de Mediação e Orientação 15 10%
03 Aparelhos e Equipamentos de Comunicação 10 20%
04 Aparelhos e Equipamentos de Medicina, Odontologia e
Laboratórios Hospitalares 15 20%
05 Aparelhos e Equipamentos p/Esportes, Diversões 10 10%
06 Aparelhos e Utensílios Domésticos 10 10%
07 Armazéns Estruturais – Coberturas de Lona 10 10%
08 Armamentos 20 15%
09 Bandeiras, Flâmulas e Insígnias - -
10 Coleções e Material Bibliográfico 10 0%
11 Discotecas e Filmotecas 5 10%
12 Embarcações - -
13 Equipamentos de Manobra e Patrulhamento 20 10%
14 Equipamentos de Proteção, Segurança e Socorro 10 10%
15 Instrumentos Musicais e Artísticos 20 10%
16 Máquinas e Equipamentos de Natureza Industrial 20 10%
17 Máquinas e Equipamentos Energéticos 10 10%
18 Máquinas e Equipamentos Gráficos 15 10%
19 Equipamentos para áudio, Vídeo e Foto 10 10%
20 Máquinas, Utensílios e Equipamentos Diversos 10 10%
21 Equipamentos de Processamento de Dados 5 10%
22 Máquinas, Instalações e Utensílios de Escritório 10 10%
23 Máquinas, Ferramentas e Utensílios de Oficina 10 10%
24 Equipamentos Hidráulicos e Elétricos 10 10%
25 Máquinas e Equipamentos Agrícolas, Rodoviários 10 10%
26 Mobiliário em geral 10 10%
27 Obras de Arte e Peças para Exposição - -
28 Semoventes e Equipamentos de Montaria 10 10%
29 Veículos Diversos 15 10%
30 Equipamentos e Material Sigiloso e Reservado 10 10%
31 Veículos Ferroviários 30 10%
32 Peças não Incorporáveis a Imóveis 10 10%
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33 Veículos e Tração Mecânica 15 10%
34 Carros de Combate 30 10%
35 Equipamentos, Peças e Acessórios Aeronáticos 30 10%
36 Equipamentos, Peças e Acessórios Proteção Vôo 30 10%
37 Acessórios para Automóveis 5 10%
38 Equipamentos de Mergulho e Salvamento 15 10%
39 Equipamentos, Peças e Acessórios Marítimos 15 10%
40 Equipamentos e Sistema de Proteção e Vigilância
Ambiental 10 10%
8.2.2 Métodos de Depreciação
A depreciação poderá ser calculada levando em conta três diferentes métodos:
a) Método por Quotas Constantes
O Método por Quotas Constantes é o mais utilizado pelo mercado e pela área pública. Seu cálculo é
bastante simples e considera o prazo de vida útil do bem a ser depreciado, ver tabela acima, pelo valor líquido
do montante residual.
Exemplificando:
Máquinas, Utensílios e Equipamentos Diversos
Composição do Valor
(+)Valor Contábil 12.800,00
(-) Valor Residual (10%) 1.280,00
(=) Valor Base de Depreciação 11.520,00
Cálculo
Valor Base de Depreciação 11.520,00
Depreciação Anual - 10% 1.152,00
Quadro Anual de Depreciação
Ano Vlr Anual
Depreciação
Depreciação
Acumulada
Saldo
Acumulado
Ano 1 1.152,00 1.152,00 11.648,00
Ano 2 1.152,00 2.304,00 10.496,00
Ano 3 1.152,00 3.456,00 9.344,00
Ano 4 1.152,00 4.608,00 8.192,00
Ano 5 1.152,00 5.760,00 7.040,00
Ano 6 1.152,00 6.912,00 5.888,00
Ano 7 1.152,00 8.064,00 4.736,00
Ano 8 1.152,00 9.216,00 3.584,00
Ano 9 1.152,00 10.368,00 2.432,00
Ano 10 1.152,00 11.520,00 1.280,00
b) Método por Soma dos Dígitos
O Método da Soma dos Dígitos, não usual na esfera pública e quase inexistente na área privada, soma
os dígitos dos anos e o cálculo é feito com base na proporcionalidade dos anos, ou seja, não é com base e
valores constantes.
Vejamos o Exemplo:
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Máquinas, Utensílios e Equipamentos Diversos
Composição do Valor
(+)Valor Contábil 12.800,00
(-) Valor Residual (10%) 1.280,00
(=) Valor Base de Depreciação 11.520,00
Soma dos Dígitos
Vida Útil do Bem 10 anos
Somatória - 1+2+3+4+5+6+7+8+9+10 55
Cálculo
Qtde Anos a Depreciar / Soma dos Dígitos x Base Depreciação
Quadro Anual de Depreciação
Ano Fórmula Vlr Anual
Depreciação
Depreciação
Acumulada
Saldo
Acumulado
Ano 1 10 / 55 x 11.520 2.094,55 2.094,55 10.705,45
Ano 2 9 / 55 x 11.520 1.885,09 3.979,64 8.820,36
Ano 3 8 / 55 x 11.520 1.675,64 5.655,27 7.144,73
Ano 4 7 / 55 x 11.520 1.466,18 7.121,45 5.678,55
Ano 5 6 / 55 x 11.520 1.256,73 8.378,18 4.421,82
Ano 6 5 / 55 x 11.520 1.047,27 9.425,45 3.374,55
Ano 7 4 / 55 x 11.520 837,82 10.263,27 2.536,73
Ano 8 3 / 55 x 11.520 628,36 10.891,64 1.908,36
Ano 9 2 / 55 x 11.520 418,91 11.310,55 1.489,45
Ano 10 1 / 55 x 11.520 209,45 11.520,00 1.280,00
c) Método por Unidades Produzidas
O Método por Unidades Produzidas é utilizado tanto na área privada como pública especificamente
em equipamentos industriais de produção de materiais e consiste depreciar o valor do equipamento pela
capacidade de produção anual, estabelecida em manuais ou com nova base quando de redução ou ampliação
considerável e que possa distorcer os resultados.
Vejamos:
Máquinas e Equipamentos de Natureza Industrial
Composição do Valor
(+)Valor Contábil 12.800,00
(-) Valor Residual (10%) 1.280,00
(=) Valor Base de Depreciação 11.520,00
Cálculo
Capacidade de Produção Ano 2.500
Capacidade de Produção Total 50.000
Taxa Depreciação 5% a/a
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Quadro Anual de Depreciação
Ano Vlr Anual
Depreciação
Depreciação
Acumulada
Saldo
Acumulado
Ano 1 576,00 576,00 12.224,00
Ano 2 576,00 1.152,00 11.648,00
Ano 3 576,00 1.728,00 11.072,00
Ano 4 576,00 2.304,00 10.496,00
Ano 5 576,00 2.880,00 9.920,00
Ano 6 576,00 3.456,00 9.344,00
Ano 7 576,00 4.032,00 8.768,00
Ano 8 576,00 4.608,00 8.192,00
Ano 9 576,00 5.184,00 7.616,00
Ano 10 576,00 5.760,00 7.040,00
Ano 11 576,00 6.336,00 6.464,00
Ano 12 576,00 6.912,00 5.888,00
Ano 13 576,00 7.488,00 5.312,00
Ano 14 576,00 8.064,00 4.736,00
Ano 15 576,00 8.640,00 4.160,00
Ano 16 576,00 9.216,00 3.584,00
Ano 17 576,00 9.792,00 3.008,00
Ano 18 576,00 10.368,00 2.432,00
Ano 19 576,00 10.944,00 1.856,00
Ano 20 576,00 11.520,00 1.280,00
8.2.3 Taxas Superiores de Depreciação
Para a aplicação pela contabilidade do órgão público de taxas diferenciadas de depreciação
estabelecidas em legislação fiscal, se faz necessário um laudo técnico que justifique a alteração, comprovando
por meio de pesquisas científicas ou tecnológicas.
A realização do laudo técnico para fins de embasamento na mudança da taxa de depreciação poderá
ser contratada uma entidade oficial de pesquisa científica ou tecnológica como INT – Instituto Nacional de
Tecnologia, LACTEC – Laboratório Técnico da UFPR e outros que tenham respaldos comprobatórios na
área.
Em se tratando de um conjunto de bens que forçosamente se percebe o desgaste em ritmo acelerado e
possa ser comprovado por uma equipe técnica, é possível fundamentar um laudo, completo e denso, para
servir de base à contabilidade e auditoria.
8.2.4 Taxas Inferiores de Depreciação
Não muito usual, a aplicação de taxas de depreciação inferiores ao legal segue os mesmos preceitos da
aplicação de taxas superiores, ou seja, a obrigatoriedade de um laudo técnico que possa dar embasamento
para a aplicação da taxa reduzida, o qual deverá ser emitido por entidades de reconhecimento padrão
científico e tecnológico na área.
Tal como citado anteriormente, é possível a realização de uma análise por equipe técnica do próprio
órgão gestor, resultando em um laudo capaz de balizar a contabilidade e possível auditoria.
Importante salientar que em caso da não depreciação, parcial ou total, dos bens patrimoniados, a
depreciação equivalente (não contabilizada) não poderá ser reconhecida no período subsequente para fins de
ajustes, respeitando assim o limite máximo de depreciação no período.
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8.2.5 Depreciação Acelerada
A depreciação acelerada não se assemelha com a utilização de taxas superiores de depreciação
mediante laudo técnico devidamente emitido por uma instituição de reconhecida capacidade técnica e
científica.
A depreciação, com suas taxas, é aplicada levando-se em conta uma média diária de 08 (oito) horas de
uso, porém sabemos que é recorrente o uso de bens acima desta média de horas/dia, especialmente no setor
público. Portanto, a depreciação acelerada é o reconhecimento do uso, quotidiano, bem acima das oito
horas/dia e pode ser assim aplicada:
Depreciação a Taxa Normal – aplicada quando o bem é utilizado em um (1) turno de até 8 horas/dia;
Depreciação Acelerada – aplicada quando o bem é utilizado em dois (2) turnos de 8 horas/dia, passando
seu coeficiente para 1,5 da taxa normal e
Depreciação Máxima – aplicada quando o bem é utilizado em três (3) turnos de 8 horas/dia, passando seu
coeficiente para 2,0 da taxa normal.
8.3 Amortização
Diferentemente da depreciação, os valores a serem amortizado tem origem em elementos patrimoniais
de direitos de propriedades (terceiros) e bens intangíveis.
A composição da base de cálculo para fins de amortização é a existência de duração limitada por
prazo legal ou contratualmente limitado. Os exemplos mais comuns são reformas em imóveis de terceiros,
uso de software de terceiros, que não a manutenção mensal, e construção com cláusula e prazo limitado de
uso pelo ente público.
O cálculo é simples, bastando para isso pegar o valor desembolsado/investido, dos bens patrimoniais
de propriedade de terceiros e dividir pelo prazo estipulado em contrato/legal. Importante frisar que não há
valor residual, pois o bem não é de propriedade do poder público.
Exemplo:
Reforma em Imóvel de Terceiro
Composição do Valor
(+)Valor Contábil 35.800,00
(-) Valor Residual -
(=) Valor Base de Amortização 35.800,00
Prazo Contratual 5 anos
Cálculo
Valor Base de Amortização / Prazo Contratual
- Base Amortização 35.800,00
- Período Contratual 5
- Amortização Anual 7.160,00
Quadro Anual de Amortização
Ano Vlr Anual
Amortização
Amortização
Acumulada Saldo Acumulado
Ano 1 7.160,00 7.160,00 28.640,00
Ano 2 7.160,00 14.320,00 21.480,00
Ano 3 7.160,00 21.480,00 14.320,00
Ano 4 7.160,00 28.640,00 7.160,00
Ano 5 7.160,00 35.800,00 -
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8.4 Exaustão
Como a exaustão se dá principalmente sobre recursos minerais e florestais, é imprescindível
salientarmos que o órgão público responsável por estes recursos minerais ou florestais possam ter muito bem
documentados as bases referentes a capacidade de extração ou aproveitamento total e em cada período,
embasando os registros contábeis. Para tanto, se faz necessário uma análise técnica da capacidade de extração
do ativo em avaliação, pois o cálculo da exaustão se dará proporcionalmente à quantidade produzida pelo
ativo e sua proporcionalidade no tempo.
A exaustão representa a perda do valor, decorrente da exploração de direitos, cujo objeto seja recursos
minerais ou florestais ou ainda bens aplicados nestas explorações, isto posto, significa que a exaustão
permitirá ao ente público que o custo seja distribuído durante o período de extração, resguardando a
proporção anual.
O cálculo é bastante simples e poderá ser realizado levando em conta a capacidade total esperada de
extração e o montante extraído no período.
Portanto temos:
Campo de Petróleo - PETRO ABN02
Informação para Cálculo da Exaustão
Valor Contábil 57.500.000.000,00
Previsão de Total de Extração de Petróleo 250 bilhões barris
Quadro Anual de Exaustão
Ano Produção Anual Vlr Anual
Exaustão
Exaustão
Acumulada Saldo Acumulado
Ano 1 0 - - 57.500.000.000,00
Ano 2 482.500.000
110.975.000,00
110.975.000,00 57.389.025.000,00
Ano 3 578.500.000
133.055.000,00
244.030.000,00 57.255.970.000,00
Ano 4 665.000.000
152.950.000,00
396.980.000,00 57.103.020.000,00
Ano 5 748.000.000
172.040.000,00
569.020.000,00 56.930.980.000,00
Ano 6 797.000.000
183.310.000,00
752.330.000,00 56.747.670.000,00
Ano 7 812.000.000
186.760.000,00
939.090.000,00 56.560.910.000,00
Ano 8 830.000.000
190.900.000,00
1.129.990.000,00 56.370.010.000,00
Ano 9 848.000.000
195.040.000,00
1.325.030.000,00 56.174.970.000,00
Ano 10 872.000.000
200.560.000,00
1.525.590.000,00 55.974.410.000,00
Ano "n"
9. Reavaliação de Bens
A Lei 4.320/64 traz a permissão para que se proceda à avaliação e a reavaliação dos bens permanentes
patrimoniados – bens móveis e imóveis, uma vez aplicados resultam em valores do patrimônio público mais
próximo a realidade de mercado e de uso. Para tanto vejamos:
Art. 106 A avaliação dos elementos patrimoniaisobedecerá às normas seguintes:(...)
II os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de construção;
(...)
34
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§ 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.
Reavaliação é a atualização dos valores dos bens patrimoniadosde uma instituição, pública ou privada,
mediante a aplicação de técnicas de levantamento ao preço de mercado, e o reconhecimento destas diferenças
entre o valor originalmente registrado e o valor reavaliado registrada no patrimônio. Em outras palavras, é a
adoção do valor de mercado ou do valor de consenso, quando este for superior ao valor líquido contábil.
Quando da impossibilidade em se estabelecer o valor de mercado, o valor da classe/grupo de bens poderá ser
definido com base em parâmetros de referência, levando em consideração característica, circunstâncias e
localização assemelhadas.
A reavaliação somente poderá ocorrer depois deestabelecido o valor justo dos bens do ativo
permanente, imobilizado e intangível, o qual deve ocorrer quando do cadastramento dos bens em atendimento
as novas normas contábeis. O primeiro ajuste quando do cadastramento, adequação, não é uma reavaliação
nem redução a valor recuperável e como tal não deve ser registrado, pois está no período de corte estipulado
pelo ente público em conformidade com a legislação contábil para as sociedades públicas.
Uma vez reconhecido e patrimoniado cada bem ao valor justo, período de corte, a entidade pública
deverá mensurar as classes que compõem escolhendo para toda a classe de ativos permanentes um dos
modelos abaixo:
custo, deduzido a depreciação e redução ao valor recuperável
reavaliação, deduzido a depreciação e redução ao valor recuperável Se observarmos o mercado de bens permanentes e suas variáveis como câmbio, tecnologia, inflação,
demanda e outros, saberemos que o valor contábil de um ativo dificilmente corresponderá ao seu valor justo.
Portanto, caso a entidade adote esse método de mensuração, é necessário que de tempos em tempos esses
mesmos bens passem por um processo de readequação do seu valor contábil.
As reavaliações não devem ser realizadas periodicamente, isto é, anualmente. Sua realização
dependerá das divergências observadas nas variações do mercado, valor justo, com o montante registrado na
contabilidade e se estas divergências forem significativas é salutar a realização da reavaliação e o
reconhecimento contábil da divergência de valores. Independentemente do valor justo de mercado e da
contabilidade, a reavaliação deverá ser realizada ao menos uma vez a cada quatro anos.
Resumidamente podemos dizer:
os bens móveis serão reavaliados a cada 04 (quatro) anos após implantação dos procedimentos de
depreciação;
anualmente, para os bens móveis cujos valores de mercado variarem significativamente em relação aos
valores líquidos contábeis registrados e
ao final do período da vida útil, para os bens móveis que ainda estão em condições de uso.
9.1 Reavaliação de Bens do Ativo Permanente
Mencionado anteriormente, a reavaliação dos bens do ativo permanente deverá ser realizada ao menos
uma vez a cada quatro anos, podendo ser procedida quando de significativas divergências de valores entre o
valor justo (mercado) e o contábil.
Quando da reavaliação de um bem patrimoniado é realizada, o montante de depreciação acumulada na
data da reavaliação deve ser transferida (eliminada) para o a conta do ativo patrimoniado, isto é, na própria
rubrica do bem, obtendo-se o valor líquido do bem patrimoniado e só então poder-se-á ajustar ao valor
reavaliado. Como a reavaliação deve se dar em todo um grupo ou classe do ativo permanente, o montante
final decorrente da atualização pode resultar em aumento ou da diminuição no valor contábil registrado.
Como definir uma classe ou grupo de bens do ativo imobilizado? O grupo de contas do ativo
imobilizado é um agrupamento de ativos de natureza e uso semelhantes nas operações da entidade. Pode-se
balizar as classes ou grupos com base na tabela apresentada no item 3.2 - depreciaçãoo qual sugere a
distribuição com base em bens com similaridade de uso.
A reavaliação de todos os bens do ativo permanente e de forma simultânea, objetiva evitar a
reavaliação seletiva de ativos e seus resultados patrimoniais anual,uma combinação de valores em datas
diferentes. Quando da reavaliação de bens imóveis, este poderá ser pelo valor de reposição do bem equivalente,
considerando a depreciação do período. Há algumas formas para se reavaliar um imóvel, sendo pelo valor de
compra de um bem equivalente, isto é, com as mesmas características e mesmo estado físico. Outra forma de
calcular o valor justo para fins de reavaliação é calcular o custo de construção de um ativo semelhante com
similar potencial de serviço, porém facilmente divergente quando se tratar de bem com muitos anos de uso.
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Os dois modelos acima citados exigem certo grau de conhecimento técnico da equipe de reavaliação,
o que nem sempre se pode contar. Porém é permitida a reavaliação documentada em relatório de avaliação
emitido por uma comissão de servidores designados para este fim. Frente àtecnicidade da matéria e as
dificuldades em se formar uma comissão técnica de servidores, outra solução, e sugestão, é a elaboração de
um laudo técnico por perito ou entidade especializada, devidamente comprovada.
Para a emissão do laudo técnico por perito ou relatório de avaliação por uma comissão técnica de
servidores, os documentos deverão conter, dentre outras exigências legais específicas,as seguintes
informações:
Documentação legal (exemplo: matrícula do imóvel) que conste a descrição detalhada do referido imóvel
ou conjunto de imóveisem avaliação;
A identificação contábil do bem, com o respectivo valor líquido;
Critérios utilizados para avaliação do bem e fundamentação;
Vida útil remanescente do bem, para que seja estabelecido novo prazo de depreciação;
Data da avaliação;
A identificação da comissão ou responsável pela reavaliação e
Demais observações que achar pertinente.
Na composição da comissão técnica de servidores ou mesmos do perito, exige-se preferencialmente a
habilitação adequada para a reavaliação como engenheiros civil, agrícola, agrimensor, aeronáutico, eletricista,
eletrônico, naval, metalurgista e outros, arquiteto, geólogo, veterinário e outros profissionais habilitados.
Na reavaliação dos bens do ativo permanente de um órgão público, este pode não ter em sua equipe de
trabalho um profissional com a titulação adequada, porém a comissão de avaliação deverá garantir que
mesmo sem esta certificação a equipe está apta em realizar o laudo técnico e garantir o resultado justo.
9.2 Planilha Modelo de Avaliação de Bens
Os trabalhos realizados pela Comissão de Avaliação requer que esta emita um laudo técnico
suficientemente embasado para que sirva de apoio e documentação contábil a fim de ajustar os valores
patrimoniais e apurar sua variação.
Não há um modelo padrão para os laudos, porém apresentamos dois modelos distintos e que poderão
servir como base para a emissão documental.
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Modelo (1)
LAUDO DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL – LAP
No __________/20_____
JUSTIFICATIVA
DESCRIÇÃO DO PATRIMÔNIO
Item No. Cadastro Especificação dos Bens Estado de
Conservação Valor R$
A Comissão de Avaliação, constituída pela Portaria no. ____/de __/__/20___,
submeteu o (s) bem (ns) acima discriminado(s) a processo de avaliação ora
consubstanciado ao presente laudo, que vai devidamente subscrito.
Cidade, em ______/______/___________
Membros da Comissão:
________________________________________
Nome (1)
________________________________________
Nome (2)
________________________________________
Nome (3)
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Modelo (2)
Quando a execução da reavaliação for realizada por um perito de mercado, o Laudo Pericial apresenta
outra configuração e informações como:
Informações do Solicitante
o Solicitante: Secretaria....
o Objeto(s): Bens Móveis
o Endereço: Endereço do solicitante, pois os bens podem estar espalhados em diversos endereços
o Objetivo: Determinação do Valor Justo mediante emissão de um Laudo Técnico para determinar o novo
custo atribuído aos bens móveis do ativo patrimoniado, em atendimento as normas do MCASP e outras.
Resumo da Avaliação
o Valor Total de Mercado dos Bens Móveis: R$ .....
Considerações Iniciais
o Finalidade da Avaliação: breve relato das exigências legais
o Grau de Agregação e Tipo de Valor:relação se por módulo industrial ou sistema integrado de avaliação e a
apuração é por valor de compra e/ou custo de reposição
Vistoria
Procedimento Avaliativo
o Referências normativas
o Metodologia Aplicada
o Pesquisa Mercadológica
o Depreciações Empregadas
Grau de Fundamentação da Avaliação
Anexos
o Planilha de Descrição e Avaliação dos Bens Móveis
o Fontes de Pesquisa
o Relatório Fotográfico
Modelo (3)
Criação de cálculos específicos pela unidade gestora do bem para (re)avaliação, estabelecendo as
regras no manual e no relatório a ser emitido. A definição para composição do valor justo deverá ser
definidoprimordialmente como referência o valor de mercado de um bem idêntico ou similar novo e ainda,
em não sendo possível definir este (valor de mercado), o valor justo poderá ser estipulado com base em
atualização do bem por um índice inflacionário sobre o montante do contábil reduzido pelo prazo de vida útil.
Fórmula:
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Fator de Redução
=
Valor Atualizado x Tempo de Vida Restante
Tempo Vida Útil
Exemplo:
Tabela de Atualização
Classe: Bens Móveis
Valor Contábil:
1.240,00
Data de Aquisição: 16/03/2010
Índice de Atualização: IPCA
Tempo Vida Útil
10 Anos
Tempo Vida Restante 77 Meses
Mês Índice Valor Atualizado Fator Redução
Exercício 2010 4,0246% 1.289,90 1.182,41
Exercício 2011 6,5076% 1.373,85 1.121,97
Exercício 2012 5,8287% 1.453,92 1.041,98
Exercício 2013 5,9064% 1.539,79 949,54
Exercício 2014 6,4124% 1.638,53 846,57
Exercício 2015 10,6671% 1.813,31 755,55
Exercício 2016 4,9741% 1.903,51 682,09
Decorrido a atualização do valor do bem, neste caso pela variação do índice do IPCA, ele é multiplicado pelo
fator de avaliação ou reavaliação, para originar o valor avaliado/reavaliado.
A reavaliação é calculada com base em fatores de influência, conforme fórmulas abaixo:
Fator de Reavaliação (FR) (EC x 4) + (PVUF x 6) + (PU x (-3))
= 100
Onde:
EC – Estado de Conservação do Bem
PVUF – Período de Vida Útil Futura do Bem
PU – Período de Utilização do Bem
Para o cálculo do valor reavaliado:
VR = VA XFR
Onde:
VA – Valor Atualizado ou Valor de Mercado
FR – Fator de Reavaliação
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Tabela de Fatores de Influência
Estado de Conservação
(EC)
Período de Utilização
(PU)
Período de Vida Útil
Futura (PVUF)
Valoração Conceito Valoração Conceito Valoração Conceito
10 Novo 10 ≥ 10 anos 10 ≥ 10 anos
8 Bom 9 9 anos 9 9 anos
5 Regular 8 8 anos 8 8 anos
2 Inservível 7 7 anos 7 7 anos
6 6 anos 6 6 anos
5 5 anos 5 5 anos
4 4 anos
4
4 anos
3 3 anos 3 anos
2 2 anos 2 anos
1 1 ano 1 ano
0 < 1 ano < 1 ano
E como base para os cálculos de reavaliação a tabela sugerida de vida útil dos bens:
Tabela de Vida Útil
Vida Útil Inicial
do Bem
Estado de
Conservação Vida Útil Futura
20 Anos
Bom Até 15 anos
Regular Até 10 anos
10 Anos
Bom Até 8 anos
Regular Até 5 anos
5 Anos
Bom Até 3 anos
Regular Até 2 anos
3 ou 4 Anos
Bom Até 2 anos
Regular Até 1 ano
Utilizando-se do exemplo citado acima (Tabela de Atualização Inflacionária) e as Tabelas de Fatores
de Influência e de Vida Útil, podemos exemplificar o cálculoda reavaliação, utilizando-se dos parâmetros
abaixo como base:
Estado de Conservação (EC) – Regular (5)
Período de Vida Útil Futura (PVUF)– 4 anos (4)
Período de Utilização (PU) – 8 anos (8)
Portanto obtemos:
Fator de Reavaliação (FR) = (EC x 4) + (PVUF x 6) + (PU x (- 3))
100
Fator de Reavaliação = (5 x 4) + (4 x 6) + (8 x (-3))
100
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Fator de Reavaliação = (20) + (24) + (-24)
100
Fator de Reavaliação =
0,20
Valor Reavaliado = Valor Atualizado x Fator de Redução
Valor Reavaliado = 1.903,51 x 0,20
Valor Reavaliado = 380,70
Os modelos acima apresentados seguem sugestões que podem servir como balizadores ao órgão
público que estiver realizando sua reavaliação. É importante salientar que não há um modelo padrão a ser
seguido, porém a Comissão para Avaliação especialmente formada para este fim deverá ter domínio dos
procedimentos legais, contábeis e um conhecimento de como procurar bases para se chegar/calcular o valor
reavaliado, cuidando com as documentações comprobatórias como sites, orçamentos, planilhas, fotos e
outros, trazendo segurança a quem emite o laudo e aos gestores e responsáveis pelos bens patrimoniais
públicos.
9.3 Reavaliação de Bens do Ativo Intangível
Seguindo a metodologia similar de bens tangíveis, os bens intangíveis, após reconhecimento inicial e
ao preço justo, pode ser (re)avaliados ao valor de mercado ativo, e a divergência de valores contábil e de
mercado, deve ser contabilizada. O resultado da reavaliação será apurado levando em conta o valor líquido do
bem, isto é, deduzido a amortização na própria rubrica contábil do bem.
Importante salientar que a reavaliação de bens intangíveis somente poderá ocorrer após o
reconhecimento como ativos patrimoniais e seus valores contábeis iniciais a valores diferentes do custo de
aquisição ou doação.
Conforme conta no MCASP – Parte II, caso um ativo intangível em uma classe de ativos intangíveis
não possa ser reavaliado porque não existe mercado ativo para ele, este somente pode ser mensurado pelo
custo menos a amortização acumulada e a perda por irrecuperabilidade.
9.4 Registro Contábil da Reavaliação
O registro contábil do aumento por reavaliação poderá ser diferenciado considerando o grau de
controle patrimonial da entidade. Quando uma entidade pública tiver um excelente controle patrimonial é
possível a criação de uma “Reserva de Reavaliação”, conforme normas internacionais de contabilidade do
setor público (utilizada na área privada). Em não se tendo um controle rigoroso dos bens patrimoniais,
poderão reconhecer contabilmente as variações, aumentos ou diminuições, diretamente no resultado
patrimonial do período.
Para as entidades públicas que optarem pela criação da Reserva de Reavaliação, resultado
aumentativo, para uma classe de bens, deverão se utilizarda mesma reserva quando da nova reavaliação
resultar em diminuição de valor contábil. A diminuição diretamente na Reserva de Reavaliação se dará até o
montante de saldo existente na reserva relativo à classe de ativo.
A Reserva de Reavaliação, além de redução por diminuição de reavaliação de uma classe de bens,
poderá ser alterada pela baixa ou alienação do ativo e pela depreciação sobre o resultado da reavaliação que
originou a reserva.
As entidades públicas que reconhecerem o aumento por reavaliação de uma classe de bens
patrimoniados diretamente em conta de resultado, forma simplificada, não terão registros posteriores ao fato
gerador.
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10. Almoxarifado – Organização e Controle
O termo “almoxarifado” é derivado de um vocábulo árabe que significa “depositar”.
Hoje quando se pensa em almoxarifado, imagina-se um lugar amplo, lotado de bens e materiais,
seguros e controlados, executando tarefas de forma integrada. A falta de planejamento nas aquisições, pessoal
qualificado para manuseio, guarda e organização física e administrativa do almoxarifado leva a se transformar
em uma área de despejo com crescente risco de perda e descontroles.
Com o surgimento de sofisticados sistemas de manuseio e armazenagem, os estoques passaram a
representar uma importante área das entidades, auxiliando no aumento da produtividade, maior segurança nas
operações de controle, rapidez nas entregas e na obtenção das informações.
10.1 Conceituação
Local, adequado à natureza a que serve, destinado à guarda e conservação de materiais de uso
constante ou permanente, podendo ser em espaço coberto ou não, objetivando reservar espaços específicos
para a guarda temporária de cada item/bem, com localização definida e conhecida e à disposição até sua
solicitação e transferência, condicionados à política geral de estoques da entidade.
10.2 Atribuições do Almoxarifado
iniciar processo de aquisição/solicitação sempre que o estoque mínimo assim demonstrar;
receber as mercadorias entregues e conferir com a nota fiscal, bem como com o empenho;
encaminhar cópia da nota fiscal ou original e seu respectivo empenho para o processo de pagamento;
certificar que o material adequado esteja, na quantidade devida, no local certo, quando necessário;
controlar a fim de que não haja divergência de inventário e perda de qualquer natureza;
preservar a qualidade e as quantidades exatas;
manter instalações adequadas e recursos de movimentação e distribuição suficientes a um atendimento
rápido e eficiente;
quando de ativo permanente, encaminhar o bem com uma cópia da nota fiscal e empenho para o setor de
patrimônio para registro, tombamento e distribuição;
quando de material permanente, colher assinatura do requisitante e incluir o número patrimonial;
organizar e manter organizado os materiais constantes no almoxarifado até sua distribuição/entrega;
entregar os materiais, ao menor custo possível, mediante requisição devidamente preenchida e assinada
pelo responsável;
controlar os estoques e estabelecer um estoque mínimo;
registrar toda e qualquer movimentação no estoque (entrada, saída, perdas, quebras...) de materiais de
consumo e permanente;
emitirconferir e corrigir, quando necessário, o relatório de Movimentação de Almoxarifado e encaminhar à
contabilidade gestora para conferência;
fazero inventário dos materiais em estoque no almoxarifado ao menos uma vez no exercício e enviar o
cópia à unidade gestora da contabilidade.
10.3 Controle
O controle do almoxarifado deve fazer parte do conjunto de atribuições de cada setor envolvido, qual
seja recebimento, armazenagem, distribuição, controle e conferência.
O correto controle deve fornecer a qualquer momento as quantidades que se encontram à disposição,
em processo de recebimento, as devoluções ao fornecedor e as compras recebidas e aceitas, bem como o
estoque mínimo estabelecido e suas quantidades no momento da informação.
10.4 Documentos Utilizados
Os documentos necessários para a movimentação e guarda de materiais no almoxarifado podem
mudar em quantidade e modelo, porém os mais usuais nas rotinas são:
Ficha de controle de estoque: exclusivamente para entidades/setores públicos que ainda não contam com
informatização, a ficha é um documento destinado a controlar manualmente o estoque, por meio da anotação
das quantidades de entradas e saídas, visando o controle do estoque mínimo;
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Ficha de Localização: também utilizada pelas entidades públicas sem a informatização devida, é um
formulário que indica as localizações, através de códigos, onde o material está armazenado;
Comunicação de Irregularidades: documento utilizado para esclarecer e justificar ao fornecedor os
motivos da devolução, quando aspectos qualitativo e/ou quantitativo divergirem da aquisição;
Relatório técnico de inspeção: documento utilizado para definir, sob o aspecto qualitativo, o aceite ou a
recusa do material comprado do fornecedor;
Requisição de material: documento utilizado para a retirada de materiais do almoxarifado;
Devolução de material: documento utilizado para devolver ao estoque do almoxarifado materiais
requisitados anteriormente, porém além do necessário ou por risco de perda ou vencimento;
Relatório de Movimentação de Almoxarifado: relatório emitido pelo almoxarifado a ser encaminhado
ao setor de contabilidade do órgão gestor, a fim de proceder à conciliação dos saldos apontados no
almoxarifado com os existentes na contabilidade;
Relatório de Movimentação de Bens: relatório emitido pelo setor de Patrimônio a ser encaminhado ao
setor de contabilidade do órgão gestor, a fim de proceder à conciliação dos saldos apontados no almoxarifado
com os existentes na contabilidade;
10.5 Recebimento de Bens pelo Almoxarifado - Etapas
A administração do almoxarifado, quando do recebimento de bens e materiais, abrange desde a
recepção do material entregue pelo fornecedor até a entrada e guarda nos estoques. Para melhor controle e
segurança, o recebimento de materiais deve fazer parte de um software exclusivo de almoxarifado que possa
integrar com a contabilidade, compra/licitação e transporte/entrega.
O recebimento dos materiais compreende quatro etapas:
1ª. Etapa: Entrada de Materiais
O início dos processos de recebimentos de materiais/bens se dá de forma objetiva:
Recepcionar os veículos transportadores;
Efetuar triagem da documentação suporte para o recebimento;
Certificar se a aquisição, objeto da Nota Fiscal em análise, está devidamente autorizada e com o empenho
respectivo;
Verificar se a entrega está no prazo contratual;
Examinar se o número do documento de compra consta na Nota Fiscal
(empenho/projeto/programa/PRONAC);
Cadastrar no sistema as informações referentes à compra autorizada, para a qual se inicia o processo de
recebimento;
Autorizar a descarga dos materiais;
Importante salientar que as compras não autorizadas ou em desacordo devem ser recusadas,
transcrevendo os motivos no verso da Nota Fiscal. Em havendo avarias e divergência de volumes, se faz
necessário a certificação do documento de uso da transportadora "Conhecimento de Transporte Rodoviário de
Carga", que é emitido quando do recebimento da mercadoria a ser transportada.
Certificado a existência de divergências e irregularidades insanáveis em relação às condições de
contrato ou de compra, deve o responsável (almoxarife) recusar o recebimento e justificar circunstâncias que
motivaram a recusa com anotações no verso da 1a via da nota fiscal, assim como nos documentos do
transportador. Para a constatação de avarias é feito análise da disposição das cargas, da observação das
embalagens, quanto a evidências de quebras, umidade, amassados e outros.
Os materiais aprovados pela avaliação documental como quantidade, qualidade, prazo de entrega e
outros devem ser encaminhados ao Almoxarifado. Uma vez no almoxarifado se dá início ao registro do
recebimento do material, compreendendo:
a) dados necessários à entrada dos materiais em estoque, visando seu controle;
b) dados referentes à liberação de pendências com fornecedores, dados necessários à atualização da posição
de fornecedores e
c) dados necessários à atualização de saldos e baixa dos processos de compras;
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2ª. Etapa: Conferência Quantitativa
Nem sempre a contagem física é possível ser realizada no momento da entrega, portanto a atividade
de certificação da quantidade constante na nota fiscal e a efetivamente recebida deve ser apurada. Um dos
procedimentos de contagem é por acusação, também conhecida como "contagem cega" onde o conferente
aponta a quantidade recebida, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. A confrontação do
recebido versus faturado é efetuada a posteriori por meio do Regularizador que analisa as distorções e
providencia a recontagem.
Conforme a natureza dos materiais envolvidos na contagem, estes podem ser contados utilizando os
seguintes métodos:
anual: quando de pequenas quantidades;
cálculos: quando envolvem embalagens padronizadas com grandes quantidades;
balanças contadoras pesadoras: envolvem grande quantidade de pequenas peças como parafusos, porcas,
arruelas e outras;
pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a pesagem pode ser feita através de balanças
rodoviárias ou ferroviárias e
medição: em geral as medições são feitas por meio de trenas;
3ª. Etapa: Conferência Qualitativa
Independentemente do material que se está adquirindo, a qualidade deve sempre sobrepor a questões
burocráticas. Muito se fala de produtos com preços acessíveis, porém com baixo retorno de vida útil,
manutenções constantes e fora da qualidade mínima esperada e não necessariamente estabelecida em
licitações. A conferência qualitativa tem como princípio garantir a correta adequação do material ao fim a
qual se destina.
Para fins de avaliação qualitativa, confrontando o solicitado em licitação e autorizações, temos:
a) Características dimensionais;
b) Características específicas;
c) Restrições de especificação;
No processo de conferência qualitativa se faz necessários procedimentos específicos a fim de
documentar eventuais distorções do material entregue ou em construção/fabricação e salvaguardar o
responsável pelo processo e o ente público de danos e perdas.
Neste processo alguns documentos usualmente utilizados para inspeção:
Especificação de compra do material e alternativas aprovadas;
Nota fiscal;
Conhecimento do transporte rodoviário;
Desenhos e catálogos técnicos e
Manual de inspeção a fim de orientar o responsável com parâmetros mínimos aceitáveis que deve ser
seguidos e auxiliar na recusa ou aceitação do material.
No campo prático da inspeção, o responsável poderá adotar um ou mais modelos de análise e ainda
optar em avaliar o total dos produtos ou por amostragem. Dentre os modelos mais comuns temos:
Análise visual que consiste em avaliar o acabamento em geral como possíveis defeitos, danos à pintura,
amassados e outros;
Análise dimensional visa certificar as dimensões dos materiais como largura, altura, comprimento,
diâmetros, espessura e pode ser inclusive de peso;
Ensaios, usualmente para materiais mecânicos e elétricos, a fim de comprovar a qualidade, a resistência
mecânica, o balanceamento, o desempenho de materiais ou do equipamento e outros e
Testes não destrutivos se dão pelo uso de ultra-som, radiografia, líquido penetrante, dureza, rugosidade,
hidráulicos, pneumáticos e outros levando em consideração o tipo de material ou equipamento avaliado.
4ª. Etapa: Regularização
O processo de regularização é o fechamento das etapas anteriores e objetiva o controle do processo de
recebimento do material, da confirmação das conferências quantitativas e qualitativas, realizadas com laudos
técnicos quando necessário e pela confrontação das quantidades entregues e faturadas.
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Do processo final da Regularização resultará nas seguintes possibilidades:
Liberação para liquidação e pagamento ao fornecedor;
Liberação parcial, quando possível e autorizado em licitação, de liquidação e pagamento ao fornecedor;
Processo de devolução, parcial ou total, do material ao fornecedor;
Processo por divergências quantitativas ao fornecedor e
Entrada do material em estoque.
11. Legislação Base e Referências
O controle e a gestão dos bens patrimoniais públicos nascem no processo de aquisição com a fonte de
recursos correta e seu processo licitatório amplo, transparente e em prazo suficiente para que não haja
situação de emergência ou mesmo na necessidade de se aceitar bens em dissonância com as necessidades ou
licitados.
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Partes II, III, IV, V VI e VII. 5ª. Edição,
Brasília: 2012.
Disponível em: www.tesouro.fazenda.gov.br/manuais-de-contabilidade
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Válido a partir de 2015, 6ª. Edição, Brasília:
2014.
Disponível em: www.tesouro.fazenda.gov.br/manuais-de-contabilidade
Código Civil, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, Atualizada em 15 de maio de 2012, 6ª. Edição.
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Lei no. 12.249, de 11 de junho de 2010.
Lei no. 11.638, de 28 de dezembro de 2007.
Lei no. 4.320, de 17 de março de 1964.
Lei no. 8.666, de 21 de junho de 1993.
Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao Setor Público NBC T 16
Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao Setor Público NBC T 19
Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao Setor Público NBC T 27
Portaria MF no. 184, de 25 de agosto de 2008.
Portaria STN no. 231, de 29 de março de 2012.
Portaria STN no. 406, de 20 de junho de 2011.
Portaria STN no. 437, de 12 de julho de 2012.
Portaria STN no. 700, de 10 de dezembro de 2014.
Portaria STN no. 828, de 14 de dezembro de 2011.
Portaria STN/SOF no. 1, de 10 de dezembro de 2014.
Resolução do CFC nº. 1.111, de 29 de novembro de 2007.
Resolução do CFC nº. 1282, de 28 de maio de 2010.
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Curso: Contabilidade Para Controle e Gestão Patrimonial – Setembro de 2016 /Curitiba-PR
ALMEIDA, Terezinha Borges. Manual de Administração Patrimonial do IFG
Disponível em: www.ifg.edu.br/dap/images/donwloads/Gestao/manual_adm_patrimonial.pdf
BOTELHO, Davi Ferreira. Artigo 02/2014 – Doação de Bens Imóveis e Bens Móveis pela
Administração Pública, Auditor do Estado de Mato Grosso, Superintendência de Auditoria em
Contabilidade, Financeiro e Patrimônio.
DIAS, Geisa Maria Almeida. O uso dos sistemas de informações contábeis como apoio nas decisões
gerenciais.
Disponível em http://www.classecontabil.com.br
FERRAZ, Célio Egidio. O Log no Gerenciamento do Patrimônio. 22ª. Edição, Curitiba: Negócios
Públicos, 2014.
GONÇALVES, Gilmar Francisco Gomes. História, Evolução da Contabilidade no Brasil e sua
Importância no mundo dos Negócios, João Monlevade-MG, 2004.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Elizeu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de contabilidade das
sociedades por ações. Aplicável às demais sociedades. 5ª. Edição, São Paulo: Atlas, 2000.
MARION, José Carlos. A Profissão Contábil no Brasil.
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SÁ, Antônio Lopes de. As grandes modificações do século que influem sobre a contabilidade.
Disponível em: www.sindicont-rio.org.br/artigo1402.htm
Parabéns por estudar!
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serviços públicos!
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Por favor, registre sua sincera opinião quanto à escola, queremos fazer ainda melhor!
1º Qual sua avaliação geral para este curso:
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2º Qual sua avaliação para aula do professor Nilton Cordoni?
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3º Qual sua avaliação para a estrutura oferecida no curso?
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4º Qual sua avaliação para o atendimento?
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5º Qual sua avaliação para o coffee break ofertado?
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6º Por favor, deixe sua sugestões, crítica ou elogio à escola e/ou Professores:
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7º Quais outros temas podemos lhe atender? Toda semana avaliamos esta demanda e
viabilizamos os próximos cursos:
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Muito Obrigado! Com certeza vamos levar em consideração sua opinião, faremos nosso melhor sempre!