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Aula 01 Noções de Contabilidade p/ PF - Agente - 2014 Professores: Gabriel Rabelo, Luciano Rosa

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    Noes de Contabilidade p/ PF - Agente - 2014Professores: Gabriel Rabelo, Luciano Rosa

  • Contabilidade Geral para Agente de Polcia Federal/2014

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    SUMRIO APRESENTAO .............................................................................................................................. 2 AINDA NOS CONCEITOS INICIAIS DA DISCIPLINA............................................................................... 3 PATRIMNIO: COMPONENTES PATRIMONIAIS (ATIVO, PASSIVO E PATRIMNIO LQUIDO) ...................... 4 BENS ............................................................................................................................................. 4 DIREITOS ....................................................................................................................................... 5 OBRIGAES .................................................................................................................................. 5 SITUAO LQUIDA E EQUAO FUNDAMENTAL DO PATRIMNIO ......................................................... 8 TIPOS DE SITUAO LQUIDA EXISTENTES ...................................................................................... 10 ATIVO MAIOR DO QUE PASSIVO. ..................................................................................................... 11 ATIVO MENOR DO QUE PASSIVO. .................................................................................................... 11 ATIVO IGUAL AO PASSIVO .............................................................................................................. 12 ATIVO IGUAL A SITUAO LQUIDA................................................................................................. 12 ALGUMAS CONSEQUNCIAS LGICAS.............................................................................................. 13 APURAO DE RESULTADOS........................................................................................................... 13 CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO. ...................................................................................... 14 CONCEITO DE CONTA, CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO ....................................................... 14 CONTAS PATRIMONIAIS ................................................................................................................. 14 RESULTADO .................................................................................................................................. 14 FUNES E ESTRUTURA DAS CONTAS. ............................................................................................ 15 RAZONETE E CONTAS .................................................................................................................... 15 TEORIA DAS CONTAS ..................................................................................................................... 17 TEORIA PERSONALISTA .................................................................................................................. 17 TEORIA MATERIALSTICA ............................................................................................................... 17 TEORIA PATRIMONIALISTA ............................................................................................................. 17 RESUMO TEORIA DAS CONTAS ....................................................................................................... 17 FATOS CONTBEIS E RESPECTIVAS VARIAES PATRIMONIAIS E 5.2 PLANO DE CONTAS ..................... 18 ATOS E FATOS CONTBEIS E RESPECTIVAS VARIAES PATRIMONIAIS. ............................................. 18 TCNICAS CONTBEIS ................................................................................................................... 19 ESCRITURAO ............................................................................................................................. 20 ELABORAO DAS DEMONSTRAES CONTBEIS ............................................................................. 20 AUDITORIA ................................................................................................................................... 21 ANLISE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS ................................................................................... 22 SISTEMA DE CONTAS, PLANO DE CONTAS. ESCRITURAO: CONCEITO .............................................. 22 MTODOS DE ESCRITURAO; PARTIDAS DOBRADAS; LANAMENTO CONTBIL ROTINA, FRMULAS; PROCESSOS DE ESCRITURAO. .................................................................................................... 24 CONTAS LANADAS A DBITO E A CRDITO ..................................................................................... 24 ELEMENTOS ESSENCIAIS DE UM LANAMENTO ................................................................................. 29 FRMULAS DO LANAMENTO .......................................................................................................... 30 1 FRMULA ................................................................................................................................. 30 2 FRMULA ................................................................................................................................. 30 3 FRMULA ................................................................................................................................. 30 4 FRMULA ................................................................................................................................. 31 TIPOS DE FATOS CONTBEIS .......................................................................................................... 31

    AULA 01: 2 PATRIMNIO: COMPONENTES, EQUAO FUNDAMENTAL DO PATRIMNIO, SITUAO LQUIDA, REPRESENTAO GRFICA. 3 ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITOS, FATOS PERMUTATIVOS, MODIFICATIVOS E MISTOS. 4 CONTAS: CONCEITOS, CONTAS DE DBITOS, CONTAS DE CRDITOS E SALDOS. 5 PLANO DE CONTAS: CONCEITOS, ELENCO DE CONTAS, FUNO E FUNCIONAMENTO DAS CONTAS. 6 ESCRITURAO: CONCEITOS, LANAMENTOS CONTBEIS, ELEMENTOS ESSENCIAIS, FRMULAS DE LANAMENTOS, LIVROS DE ESCRITURAO, MTODOS E PROCESSOS, REGIME DE COMPETNCIA E REGIME DE CAIXA. 8 BALANCETE DE VERIFICAO: CONCEITOS, MODELOS E TCNICAS DE ELABORAO.

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    FATO PERMUTATIVO OU QUALITATIVO ............................................................................................. 31 1) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO ATIVO ...................................................................................... 32 2) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO PASSIVO .................................................................................. 32 3) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO ATIVO E PASSIVO ...................................................................... 32 4) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO PATRIMNIO LQUIDO ............................................................... 33 FATO MODIFICATIVO OU QUANTITATIVO ......................................................................................... 33 1) MODIFICATIVO AUMENTATIVO .................................................................................................... 33 2) MODIFICATIVO DIMINUTIVO ....................................................................................................... 34 FATO MISTO ................................................................................................................................. 34 1) FATO MISTO AUMENTATIVO........................................................................................................ 34 2) FATO MISTO DIMINUTIVO .......................................................................................................... 35 RETIFICAO DE LANAMENTO CONTBIL ....................................................................................... 35 REGIME DE COMPETNCIA X REGIME DE CAIXA ................................................................................ 35 DEFINIO DE RECEITAS E DESPESAS DE ACORDO COM O CPC 00 ESTRUTURA CONCEITUAL BSICA DA CONTABILIDADE ........................................................................................................................... 36 VOLTANDO AO CONCEITO DE REGIME DE COMPETNCIA E DE CAIXA.................................................. 38 LIVROS CONTBEIS E FISCAIS ....................................................................................................... 40 LIVRO DIRIO ............................................................................................................................... 40 LIVRO RAZO ............................................................................................................................... 42 BALANCETE DE VERIFICAO ......................................................................................................... 43 RESUMO DOS PONTOS TERICOS ABORDADOS NESTA AULA ............................................................. 45 QUESTES COMENTADAS ............................................................................................................... 48 QUESTES COMENTADAS NESTA AULA ............................................................................................ 78 GABARITO DAS QUESTES COMENTADAS NESTA AULA ..................................................................... 86

    APRESENTAO Ol, meus amigos. Como esto?! com um imenso prazer que estamos aqui, no Estratgia Concursos, para mais uma aula de Noes de Contabilidade para o concurso de Agente de Polcia Federal, do quadro integrante do Departamento de Polcia Federal. Esperamos que tenham gostado da primeira aula. Da aula inicial, j vimos os seguintes tpicos (acompanhem conosco o controle): Noes de Contabilidade: 1 Conceitos, objetivos e finalidades da contabilidade. 2 Patrimnio: componentes, equao fundamental do patrimnio, situao lquida, representao grfica. 3 Atos e fatos administrativos: conceitos, fatos permutativos, modificativos e mistos. 4 Contas: conceitos, contas de dbitos, contas de crditos e saldos. 5 Plano de contas: conceitos, elenco de contas, funo e funcionamento das contas. 6 Escriturao: conceitos, lanamentos contbeis, elementos essenciais, frmulas de lanamentos, livros de escriturao, mtodos e processos, regime de competncia e regime de caixa. 7 Contabilizao de operaes contbeis diversas: juros, descontos, tributos, aluguis, variao monetria/ cambial, folha de pagamento, compras, vendas e provises, depreciaes e baixa de bens. 8 Balancete de verificao: conceitos, modelos e tcnicas de elaborao. 9 Balano patrimonial: conceitos, objetivo, composio. 10 Demonstrao de resultado de exerccio: conceito, objetivo, composio. 11 Lei n 6.404/1976: alteraes posteriores, legislao complementar e pronunciamentos do Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC). 12

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    Princpios fundamentais de contabilidade (aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade, por meio das Resolues do CFC n 750/1993 e n 774/1994). A aula de hoje versar sobre os seguintes tpicos: CRONOGRAMA Aula 01. 14.04.2014. 2 Patrimnio: componentes, equao fundamental do patrimnio, situao lquida, representao grfica. 3 Atos e fatos administrativos: conceitos, fatos permutativos, modificativos e mistos. 4 Contas: conceitos, contas de dbitos, contas de crditos e saldos. 5 Plano de contas: conceitos, elenco de contas, funo e funcionamento das contas. 6 Escriturao: conceitos, lanamentos contbeis, elementos essenciais, frmulas de lanamentos, livros de escriturao, mtodos e processos, regime de competncia e regime de caixa. 8 Balancete de verificao: conceitos, modelos e tcnicas de elaborao. Esta aula um pouco extensa, dada a importncia para o entendimento subsequente da disciplina. Nossos e-mails, para dvidas, so: [email protected] [email protected] Quaisquer dvidas, por favor, enviem aos dois e-mails, para que ambos possamos ter cincia do que est se passando no curso. isso! Vamos comear a nossa batalha?! Forte abrao!

    Gabriel Rabelo/Luciano Rosa. AINDA NOS CONCEITOS INICIAIS DA DISCIPLINA At agora, j sabemos o que contabilidade, qual o seu objeto e quais os seus princpios. Neste incio do curso, faz-se, ainda, imprescindvel saber que ela se aplica s aziendas. Como aziendas, devemos entender um patrimnio sendo gerido de maneira organizada. A contabilidade se aplica a entidades diversas, quer tenham fins lucrativos (empresrios e sociedades empresrias), quer no (Unio, Estados, associaes, por exemplo).

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    A doutrina costuma classificar a azienda, quanto ao fim a que se destina, em trs tipos, a saber: 1) Azienda econmica: Como, por exemplo, as empresas. Objetivo de lucro. 2) Aziendas econmico-sociais: So exemplo as associaes, cuja sobra lquida destinado a outros fins que no a remunerao do capital empregado. Por exemplo, a associao de moradores da Barra da Tijuca reverte o dinheiro que obteve ao trmino do exerccio com a limpeza e o cultivo de rvores na regio. 3) Aziendas sociais: No possui escopo lucrativo, tal como a Unio, Estados, Municpios. Ainda, h que se ressaltar a finalidade precpua da cincia contbil, que prover os seus diversos usurios de informaes sobre a situao patrimonial e financeira da entidade. Faz-se essencial a investidores, credores, fornecedores, governo e at mesmo aos prprios administradores da entidade que tenham a SOHQDFRQYLFomRGHFRPRDQGDDVD~GHGDHPSUHVDJHUHQFLDGD A partir de agora, passaremos a tecer consideraes sobre o patrimnio. PATRIMNIO: COMPONENTES PATRIMONIAIS (ATIVO, PASSIVO E PATRIMNIO LQUIDO) Patrimnio o conjunto de bens, direitos e obrigaes de uma entidade. A partir deste momento, chamaremos o conjunto de bens e direito de ativo. Por seu turno, as obrigaes sero chamadas de passivo. Gravem: Ativo: bens e direitos Passivo: obrigaes Faamos uma anlise de cada um destes itens patrimoniais... BENS Segundo a definio doutrinria, bem jurdico tudo aquilo que pode ser objeto de direito. Alguns vo ainda mais longe e definem os bens como tudo aquilo que pode proporcionar ao homem qualquer satisfao. Levando em conta esta definio extrada da 7 edio do dicionrio jurdico de Deocleciano Torrieri, podemos concluir que a sade um bem, pois proporciona ao homem certa satisfao. A amizade tambm o . Todavia, contabilmente, interessaremo-nos, na nossa disciplina, somente naqueles bens que possam ser avaliados em termos monetrios.

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    Os bens hoje, basicamente, podem ser divididos em bens corpreos e incorpreos (os chamados ativos intangveis). Como exemplo de bens tangveis temos: caixa, terrenos, estoques, veculos. Como exemplo de bens intangveis tem: software, patentes, propriedade intelectual. Portanto, a partir deste momento, sempre que falarmos em bens, temos de lembrar que eles integram o grupo do ativo. Guardem esta regra. DIREITOS Os direitos so aquelas quantias que nossa entidade tem a receber ou a recuperar em negcios jurdicos celebrados com terceiros, tal como uma venda a prazo realizada, um adiantamento feito a um fornecedor, um cheque que tenho a receber. Os direitos tambm integram o grupo que estamos chamando de ativo. OBRIGAES Grosso modo, so valores que a minha empresa deve a terceiros, tais como impostos a pagar, salrios a pagar, financiamentos a pagar, emprstimos a pagar. As obrigaes, por seu turno, compem o grupo que chamamos de passivo. E como as bancas cobram isso?! Para montar as demonstraes contbeis existentes (e que caem em concurso), tais como balano patrimonial e demonstrao do resultado do exerccio, o candidato deve saber discernir o grupo ou demonstrao a que aquela conta pertence. Se, por exemplo, a conta caixa, que um bem, um ativo, for classificada erroneamente como uma obrigao, isto poder comprometer a resoluo de toda a questo. E para no errar isso na prova, somente treinando muito, com as questes que deixaremos ao trmino da aula. Nada obstante a explicao posta acima, existe uma definio formal do que vem a ser ativo, passivo e patrimnio lquido. No nos surpreenderia fossem essas definies cobradas no concurso vindouro, posto que uma novidade (j nem tanto) estatuda no CPC 00 Estrutura conceitual bsica da contabilidade. Apenas um adendo. Voc sabe o que o Comit de Pronunciamentos Contbeis? &ULDGRSHOD5HVROXomR&)&R&3&WHPFRPRREMHWLYRRHVWXGRRpreparo e a emisso de Pronunciamentos Tcnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgao de informaes dessa natureza, para permitir a

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    emisso de normas pela entidade reguladora brasileira, visando centralizao e uniformizao do seu processo de produo, levando sempre em conta a convergncia da contabilidade brasileira aos padres internacionais Os pronunciamentos passaram a ser obrigatrios, para as empresas, a partir de 2010. Ou seja, os balanos fechados em 31.12.2010 foram os primeiros elaborados conforme os padres internacionais. Os pronunciamentos surgiram principalmente pelos seguintes motivos: 1. Convergncia internacional das normas contbeis. Esta convergncia tem o fito de prover a reduo de custo de elaborao de relatrios contbeis, reduo de riscos e custo nas anlises e decises, reduo de custo de capital. Temos o exemplo prtico de uma empresa europeia, que apresentava lucro de mais de U$ 370 milhes, e, desejando entrar no mercado norte-americano, teve de se adaptar s normas nesse pas vigentes. Para a surpresa da empresa, a converso das demonstraes levou a um prejuzo da ordem de U$ 1 bilho. A padronizao das normas internacionais reduz esse efeito; 2. Centralizao na emisso de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem); 3. Representao e processo democrticos na produo dessas informaes (produtores da informao contbil, auditor, usurio, intermedirio, academia, governo). Voltando. O CPC 00 Pronunciamento Conceitual Bsico da contabilidade traz as definies formais para ativo, passivo e patrimnio lquido. Conceito de ativo CPC 00: Ativo um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefcios econmicos para a entidade. Vamos analisar: 1) Recurso controlado pela entidade: o controle, e no a propriedade jurdica, determinante para a definio do ativo. Em regra, so registrados no ativo os bens de propriedade da empresa. Todavia, como isso uma regra existem excees, tais como, o arrendamento financeiro, no qual os bens pertencem ao arrendador, mas que ficam sob controle do arrendatrio, devem ser contabilizados como ativo.

    2) Como resultado de eventos passados: O ativo resultado de algo que j ocorreu. Ou seja, a inteno de comprar estoques, ou de vender estoques com lucro, no atende definio de ativo. Todavia, a mercadoria que j foi recebida resultado de um evento passado, qual seja, a compra.

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    3) E do qual se espera que resultem futuros benefcios econmicos para a entidade: Essa a parte mais importante para caracterizar um item como ativo. No basta controlar ou construir um bem. No basta j ter efetuado alguma ao passada, como a compra de um equipamento. Para caracterizar um ativo, necessrio que o bem resulte em futuros benefcios econmicos para a empresa. O teste de recuperabilidade (figura to cobrada em prova, a ser estudada adiante) destina-se a comprovar que os ativos iro gerar benefcios futuros (pelo uso ou pela venda) em valor superior ao seu registro contbil. Do contrrio, ajusta-se o valor do ativo. Exemplo: vamos considerar um ativo contabilizado pelo valor de R$ 100.000,00. Se a entidade continuar utilizando este ativo, gerar receitas no montante de R$ 90.000,00 (valor em uso). Todavia, decidindo vende-lo, obter um valor lquido pela venda deste ativo de R$ 80.000,00. Neste caso, como o maior benefcio futuro que se pode obter com este ativo monta a R$ 90.000,00, devemos fazer um ajuste. O valor do ativo dever ser ajustado para constar na contabilidade pelo valor apurado (R$ 90.000,00).

    D Despesa com teste de recuperabilidade 10.000 C Teste de recuperabilidade (retificadora Ativo) 10.000 Em sntese, este o chamado teste de recuperabilidade, previsto no artigo 183, 3 da Lei das Sociedades por Aes, assunto constante em quase que todas as provas atuais de contabilidade. O passivo costuma ser definLGR FRPR DV REULJDo}HV GD HPSUHVD SDUD FRPWHUFHLURV2SURQXQFLDPHQWR&3&IRUQHFHDVHJXLQWHGHILQLomR Conceito de passivo CPC 00: Passivo uma obrigao presente da entidade, derivada de eventos j ocorridos, cuja liquidao se espera que resulte em sada de recursos capazes de gerar benefcios econmicos. 1) Obrigao presente da entidade: gastos previstos e/ou esperados no constituem passivos. Por exemplo, se uma empresa de aviao tem a previso de trocar os motores de uma aeronave dentro de 2 anos, ao custo de R$ 200.000,00, isto no constitui um passivo, pois no obrigao presente. Dentro de dois anos, a empresa pode vender o avio e no realizar a troca dos motores. 2) Derivada de eventos j ocorridos: eventos futuros no constituem passivo. Ainda que o pagamento de uma obrigao seja feito em data posterior,

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    o evento que origina o passivo j deve ter ocorrido. Por exemplo, a compra a prazo de uma mercadoria j entregue configura evento j ocorrido. 3) Cuja liquidao se espera que resulte em sada de recursos capazes de gerar benefcios econmicos: O passivo dever ser liquidado com recursos capazes de gerar benefcios econmicos. Lembra-se da definio de ativo? Pois , os recursos capazes de gerar benefcios econmicos so os ativos da empresa. Assim, o passivo ser liquidado atravs da entrega de ativos (dinheiro, duplicatas a receber, outros bens ou mercadorias, entre outros). A maneira mais comum atravs do pagamento do passivo em dinheiro. Mas tambm pode ocorrer a liquidao de um passivo com a entrega de mercadoria, ou de qualquer outro ativo. Assim, um passivo deve ser liquidado com um ativo, uma dvida com fornecedores (passivo) ser quitada com a sada de dinheiro do caixa (diminuindo o meu ativo). O Patrimnio Lquido QRUPDOPHQWHpFDUDFWHUL]DGRFRPRRGLQKHLURGRVVyFLRVDSOLFDGRQDHPSUHVD Para o pronunciamento CPC 00, Conceito de Patrimnio Lquido CPC 00 Patrimnio Lquido o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passLYRV SITUAO LQUIDA E EQUAO FUNDAMENTAL DO PATRIMNIO J sabemos o que um ativo (bens e direitos) e o que um passivo (obrigaes). Agora, vejamos o seguinte exemplo... A empresa KLS tem as seguintes contas registradas em sua contabilidade: Caixa 100,00 Duplicatas a receber 200,00 Estoques 50,00 Fornecedores 60,00. Emprstimos a pagar 40,00. Classificando, temos nesta situao o seguinte: Bens: caixa e estoques = 100 + 50. Direitos: duplicatas a receber = 200. Obrigaes = fornecedores + emprstimos a pagar = 60 + 40 = 100. A partir de agora, toda vez que falarmos em ativo e passivo, graficamente vocs iro esquematizar do seguinte modo:

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    ATIVO PASSIVO Bens

    Obrigaes Direitos

    No nosso exemplo, portanto, teremos:

    ATIVO PASSIVO Caixa = 100 Fornecedores = 60,00 Estoques = 50

    Emprstimos a pagar = 40,00 Dupl. a receber = 200

    O ativo representa os bens e direitos que esto aplicados nas atividades empresariais, o passivo representa o capital que devemos a terceiros, os capitais de terceiros que esto empregados na nossa atividade. Por isso, contabilmente, diz-se que o ativo representa a aplicao de recursos na entidade. J o passivo representa uma origem. Estes recursos que os terceiros empregam nas atividades da empresa so chamados de capital de terceiros (gravem este nome, pois cai corriqueiramente em concursos). Pois bem. Mas, imaginem conosco. Quando o scio vai constituir as atividades empresariais ele emprega somente capitais de terceiros ou tambm entrega capitais prprios (pertencentes a ele - scio) s atividades. Ora, entrega capital prprio. Na contabilidade, este capital prprio chamado de situao lquida. No exemplo que demos, temos o seguinte:

    ATIVO PASSIVO Caixa = 100 Fornecedores = 60,00 Estoques = 50

    Emprstimos a pagar = 40,00 Dupl. a receber = 200 Total = 350 Total = 100

    Vejam que no ativo temos um total de R$ 350,00, enquanto que no passivo tem apenas R$ 100,00. O que podemos inferir? Os R$ 250,00 faltantes representam a chamada situao lquida ou patrimnio lquido (capital prprio) da empresa. Portanto, fica assim:

    ATIVO PASSIVO Caixa = 100 Fornecedores = 60,00 Estoques = 50

    Emprstimos a pagar = 40,00 Dupl. a receber = 200 Total = 350 Situao Lquida = 250

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    Total = 350 E como fizemos para achar o valor da situao lquida?! Ainda que sem perceber, utilizamo-nos de uma equao algbrica bsica: a equao fundamental bsica da contabilidade. EQUAO FUND. DA CONTAB. ATIVO = PASSIVO + SITUAO LQUIDA Portanto, amigos. Fica assim. O quadro que estamos montando para demonstrar o ativo e passivo passar agora a ser chamado de balano patrimonial, sendo esta a nossa principal demonstrao contbil. O lado esquerdo do balano patrimonial sempre deve ser igual ao lado direito. Esta uma regra que, numa escrita contbil regular, no comporta exceo. O ativo representa tudo aquilo que est sendo empregado nas atividades da entidade. Assim, se temos um veculo de R$ 10.000,00, dinheiro no valor de R$ 50.000,00 e investimentos em outra companhia no valor de R$ 20.000,00, nosso ativo de R$ 80.000,00. Este o capital total aplicado nas atividades. Este valor possui uma origem. E que origem esta?! Essa origem pode ser tanto de capital prprio, empregado pelos scios, como de terceiros, quando a empresa obtm, por exemplo, por um financiamento. Dizemos, assim, que o lado do ativo o lado da aplicao de recursos. J o lado do passivo e do PL o lado da origem de recursos.

    BALANO PATRIMONIAL LADO ESQUERDO LADO DIREITO ATIVO PASSIVO

    APLICAO DE RECURSOS PATRIMNIO LQUIDO ORIGEM DE RECURSOS

    TIPOS DE SITUAO LQUIDA EXISTENTES A situao lquida representa o quanto os scios empregam de patrimnio sociedade, com recursos prprios. Todavia, praxe que a expresso situao lquida seja entendida tambm como patrimnio lquido (embora o patrimnio lquido seja uma das espcies do gnero situao lquida). Mas, para ns, se a questo disser situao lquida ou patrimnio lquido, trataremos de maneira igual: vamos achar o capita prprio!

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    Vejamos os tipos de situaes lquidas patrimoniais existentes. ATIVO MAIOR DO QUE PASSIVO.

    BALANO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

    Bens 1.000 Obrigaes 500 Direitos 1.000 SL ? TOTAL 2.000 TOTAL 2.000

    H que se observar que o ativo maior do que o passivo exigvel por terceiros (isto , obrigaes). Como os bens e direitos no so iguais s obrigaes, devemos achar a situao atravs da equao bsica da contabilidade. Situao lquida = Ativo Passivo = 2.000 500 = 1.500. Essa uma situao confortvel para a empresa. Dissemos que as origens do capital podem ser de terceiros (obrigaes) ou prprias (patrimnio lquido ou situao lquida). Neste exemplo temos 75% de capital prprio (1.500/2000), o que pode representar uma boa administrao da empresa. Neste tipo de situao, temos: Ativo > Passivo exigvel Situao lquida > 0 ATIVO MENOR DO QUE PASSIVO.

    BALANO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

    Bens 1.000 Obrigaes 2.500 Direitos 1.000 SL ? TOTAL 2.000 TOTAL 2.000

    (VWDpDVLWXDomROtTXLGDHPTXHVHGHYHPDLVGRTXHVHWHP Imagine uma empresa que tenha to-somente R$ 1.000 em caixa e um carro velho avaliado em R$ 1.000, mas deve R$ 2.500 a um fornecedor. Esta a chamada situao lquida negativa, pois os elementos negativos superam os elementos positivos do balano. Essa parte do Passivo para o qual no temos recursos suficientes para pagar denominada passivo a descoberto. Este conceito explorado pelas bancas de forma mais conceitual. Vejam como o CESPE o fez:

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    (Assistente de Saneamento/Tcnico Contbil/Embasa/2009/Cespe) Quando o valor do passivo maior que o do ativo, ocorre a situao de passivo a descoberto. O item transcreve exatamente o que dissemos aqui! Essa questo recorrente em concursos. Neste tipo de situao, temos: Ativo < Passivo Patrimnio Lquido < 0 ATIVO IGUAL AO PASSIVO Nesta situao o ativo igual ao passivo exigvel, no havendo que se falar em resduo para os proprietrios no caso de dissoluo da empresa, isto , no existe capital prprio. O total dos bens e direitos igual aos valores das obrigaes dos proprietrios.

    BALANO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

    Bens 1.000 Obrigaes 2.000 Direitos 1.000 SL ??? TOTAL 2.000 TOTAL 2.000

    A situao lquida neste caso nula. ATIVO IGUAL A SITUAO LQUIDA Este o caso tpico da constituio da sociedade. Quando um scio emprega R$ 100,00 de capital nas atividades (e este o nico fato contbil existente), teremos:

    BALANO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

    Bens 100 PL 100 TOTAL 100 TOTAL 100

    Esta a situao tpica da constituio da empresa. O ativo igual ao patrimnio lquido. Pode ser o caso tambm de uma entidade que somente trabalhe com recursos prprios e no queria captar capitais de terceiros. No h qualquer dvida quando se est diante desta situao.

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    ALGUMAS CONSEQUNCIAS LGICAS De tudo o que expusemos at o momento, podemos tomar algumas concluses. So elas: O ativo pode ser maior ou igual a zero. O ativo no poder, jamais, ser negativo. No podemos ter, por exemplo, um veculo que valha R$ - 100,00, ou caixa no montante de R$ - 30,00. O mesmo vale para o passivo, que pode ser maior ou igual a zero, mas no negativo. No h possibilidade de ter obrigao de R$ - 1.000,00 com terceiros. O patrimnio lquido (situao lquida), por seu turno, pode ser positivo, negativo ou nulo. APURAO DE RESULTADOS. O patrimnio lquido da entidade pode variar. Mas variar como? Imaginemos que os scios A e B tenham entregues cada um o montante de R$ 100.000,00 para constituio de uma sociedade. Esta sociedade regularmente inscrita. A partir deste momento tudo o que HOD JDQKDU RX SHUGHU FRPRresultado de suas operaes, dever ser computado para a sociedade, devido ao que chamamos de princpio contbil da entidade. Portanto, esta sociedade tem um capital social (dinheiro que os scios injetam na empresa) de R$ 200.000,00. Na contabilidade, o lado do passivo e do patrimnio lquido onde os valores que so aplicados no ativo tm origem. Assim, praxe chamarmos os valores provenientes do passivo e do patrimnio lquido de origem, enquanto que tambm escorreito nominarmos aqueles valores do ativo como um todo de aplicao de recursos. Com efeito, imagine-se que esta sociedade tenha gerado receitas que lhe deram um lucro de R$ 50.000,00 recebido totalmente em dinheiro. Ora, este valor no poder ir diretamente para o bolso dos scios. Por que no? Pois, a partir da constituio da sociedade, h uma clara distino do patrimnio da sociedade do patrimnio dos scios. Ento analisemos. Este dinheiro, R$ 50.000,00 de lucro, foi recebido em dinheiro, certo? Onde ele se encontrar? No ativo da empresa, na conta caixa ou bancos, provavelmente. Mas para existir essa aplicao no ativo, no certo que devemos ter tambm uma origem? claro! Esses R$ 50.000,00 so valores que os scios conseguiram agregar, adicionar, ao montante inicial investido. Portanto, vocs

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    acreditam que eles representam origem de capital prpria ou de terceiros? Prpria, exatamente. Portanto, os valores de lucros ou prejuzos acumulados que a entidade obtm no decorrer de suas operaes devem figurar no patrimnio lquido. A apurao do lucro da entidade feita em uma demonstrao parte, chamada demonstrao do resultado do exerccio. L, fazemos o cotejo entre receitas e despesas. Sobrepondo-se as receitas s despesas, temos lucro. Ao revs, prejuzo. Esse resultado transferido para o patrimnio lquido (capital prprio), fazendo com que ele varie. Esse assunto ser estudado com mais profundidade quando estudarmos o grupo do patrimnio lquido e a demonstrao do resultado do exerccio. Por ora, basta que voc saiba isto: o patrimnio lquido varia conforme o lucro ou prejuzo do exerccio seja transferido da demonstrao do resultado do exerccio para o balano patrimonial. CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO.

    CONCEITO DE CONTA, CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO 1D FRQWDELOLGDGH FRQWDp R QRPHGDGRDRV FRPSRQHQWes patrimoniais (bens, GLUHLWRVHREULJDo}HVHGHUHVXOWDGRGHVSHVDVHUHFHLWDV De agora em diante, quando falarmos em caixa de uma empresa, falaremos em conta caixa. Quando falarmos em bancos, entenda-se conta bancos. Os registros contbeis so feitos atravs das contas. Todos os acontecimentos que ocorrem na empresa, como compra, venda, pagamento, recebimento, so registrados por meio de contas. As contas podem ser de dois tipos: patrimoniais e de resultado. CONTAS PATRIMONIAIS As patrimoniais so as que representam os bens, direitos, obrigaes e o patrimnio lquido da empresa. Por exemplo, conta caixa, conta bancos movimento, conta capital social, conta estoques de produtos acabados, conta reserva de gio na emisso de aes. RESULTADO As contas de resultado so as receitas e despesas. Elas no esto no balano patrimonial e servem para saber se a empresa apresentou lucro ou prejuzo. Aparecem na demonstrao do resultado do exerccio. Por exemplo, receita de vendas, custo das mercadorias vendidas, ICMS sobre vendas, despesas operacionais.

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    GRAVE-SE: Contas patrimoniais Ativo, passivo e patrimnio lquido Contas de resultado Receitas e despesas FUNES E ESTRUTURA DAS CONTAS. RAZONETE E CONTAS As contas, a partir de agora, sero apresentadas no chamado razonete. Como funciona? A ttulo de exemplo, mostremos o razonete da conta caixa:

    Caixa Lado do dbito Lado do crdito

    Saldo devedor Saldo credor Funcionar assim para todas as contas, sejam elas patrimoniais ou de resultado: VHPSUH TXH GHVHMDUPRV ID]HU ODQoDPHQWRV FRQWiEHLV GHYHPRV DEULU XPrazonete.

    Fornecedores

    Bancos Conta Movimento Lado do dbito Lado do crdito

    Lado do dbito Lado do crdito

    Saldo devedor Saldo credor

    Saldo devedor Saldo credor A conta tem por finalidade representar cada um dos itens contbeis, quer patrimoniais, quer de resultado. Embora, para ns, as contas sejam representadas da forma como expusemos acima, formalmente, elas so assim apresentadas no livro razo:

    Razo Analtico (Exemplo)

    KLS Comrcio LTDA Data: CNPJ: 00.000.000/0001-00 Perodo: Conta: Bancos Conta Movimento - XXXX S/A

    Data Histrico da Operao Dbito Crdito Saldo 01.01.2008 Saldo Inicial 1.000,00 D 02.01.2008 Depsito 500,00 1.500,00 D 02.01.2008 Cheque n 050070 200,00 1.300,00 D

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    Totais 500,00 200,00 1.300,00 D So elementos essenciais das contas: - Nome da conta; - Valor debitado; - Valor creditado; - Saldo devedor ou credor; - Histrico do lanamento; - Data do lanamento. Algumas contas aumentam por meio de dbito (contas de natureza devedora), outras por meio de crdito (contas de natureza credora). - Contas de natureza devedora: contas de ativo (bens e direitos), contas de despesa, - Contas de natureza credora: contas do passivo (obrigaes), contas do patrimnio lquido, contas de receita. Assim, por exemplo, considere os seguintes lanamentos na conta caixa: Primeiro temos de analisar: a que grupo pertence a conta caixa? Ao ativo, logo, uma conta de natureza devedora (aumenta a dbito), e, conseqentemente, diminui a crdito. - Recebimento de R$ 100,00 em espcie, pela integralizao de capital social. - Sada de R$ 50,00 para aquisio de mercadorias; - Entrada de R$ 30,00 pela venda de mercadorias. Ficaria assim:

    Caixa

    100,00 50,00 30,00

    80,00

    Alm disso, as contas podem ser vistas por dois aspectos: qualitativos e quantitativos. Segundo o aspecto qualitativo, devemos olhar para o que a conta representa. Por exemplo, a conta caixa, em seu aspecto qualitativo, representa os numerrios que temos guardados. J pelo aspecto quantitativo representa o quanto temos guardado.

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    TEORIA DAS CONTAS As principais teorias das contas exploradas pelas bancas examinadoras so as seguintes: 1) Teoria personalista; 2) Teoria materialstica; e 3) Teoria patrimonialista. TEORIA PERSONALISTA Segundo a teoria personalista, as contas so fictamente como pessoas. Temos trs tipos de pessoas: proprietrios, correspondentes e agentes consignatrios. Representa a contabilidade sob uma viso mais jurdica. A) Proprietrios: Os proprietrios so os responsveis pelas contas do patrimnio lquido e pelas receitas e despesas da sociedade. Portanto, so contas dos proprietrios: capital social, receita de vendas, custo da mercadoria vendida, ICMS sobre vendas, devolues de vendas, receitas financeiras, reserva legal. B) Correspondentes: So as pessoas que representam as contas de direitos (logo, ativo) e obrigaes (logo, passivo). So as pessoas com quem a entidade mantm esse tipo de relao jurdica, tal como clientes e fornecedores. C) Consignatrios: So as pessoas a quem a entidade confia a guarda bens (ativo). Por exemplo, caixa, veculos, terrenos. TEORIA MATERIALSTICA Esta uma viso mais econmica do que vem a ser a conta. Para esta teoria, as contas no so pessoas, mas, to-somente, entradas e sadas de valores. As contas so divididas em apenas dois grupos: A) Contas integrais: Representam o ativo e passivo exigvel (obrigaes); B) Contas diferenciais: Representam o patrimnio lquido, receitas e despesas. TEORIA PATRIMONIALISTA Pela teoria patrimonialista, que a utilizada na contabilidade hodierna, as contas podem ser divididas em dois grandes grupos, a saber: A) Contas patrimoniais: Representam as contas de ativo, passivo e patrimnio lquido. B) Contas de resultado: Representam as receitas e despesas. RESUMO TEORIA DAS CONTAS

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    Um rpido resumo sobre isso: Teoria Personalista: - Agentes consignatrios (bens) - Agentes correspondentes (direitos e obrigaes) - Proprietrios (receitas, despesas e Patrimnio lquido) Teoria Materialista: - Integrais (bens, direitos e obrigaes) - Diferenciais (receitas, despesas e Patrimnio lquido) Teoria Patrimonialista: - Patrimoniais (bens, direitos, obrigaes e Patrimnio Lquido) - Resultado (receitas e despesas) FATOS CONTBEIS E RESPECTIVAS VARIAES PATRIMONIAIS E 5.2 PLANO DE CONTAS ATOS E FATOS CONTBEIS E RESPECTIVAS VARIAES PATRIMONIAIS. O patrimnio societrio sofre constante movimento, haja vista que sofrem atos de gesto contnua. Esses acontecimentos podem ser divididos basicamente em dois grandes grupos: A) Atos contbeis. B) Fatos contbeis. Os atos contbeis so acontecimentos que ocorrem na entidade e no provocam alteraes do patrimnio, tais como admisso de empregados, assinatura de um contrato de compra, venda, o aval de um ttulo de crdito, uma fiana prestada em favor de terceiros. Os atos relevantes que faam parte das atividades da empresa devem ser apresentados em notas explicativas, como ordena a Lei 6.404/76: Art. 176. (...) 4 As demonstraes sero complementadas por notas explicativas e outros quadros analticos ou demonstraes contbeis necessrios para esclarecimento da situao patrimonial e dos resultados do exerccio. Art. 176. (...) 5o As notas explicativas devem: (Redao dada pela Lei n 11.941, de 2009) I apresentar informaes sobre a base de preparao das demonstraes financeiras e das prticas contbeis especficas selecionadas e aplicadas para negcios e eventos significativos; (Includo pela Lei n 11.941, de 2009)

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    II divulgar as informaes exigidas pelas prticas contbeis adotadas no Brasil que no estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstraes financeiras; (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) III fornecer informaes adicionais no indicadas nas prprias demonstraes financeiras e consideradas necessrias para uma apresentao adequada; e (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) IV indicar: (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) a) os principais critrios de avaliao dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos clculos de depreciao, amortizao e exausto, de constituio de provises para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas provveis na realizao de elementos do ativo; (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, pargrafo nico); (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliaes (art. 182, 3o ); (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) d) os nus reais constitudos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigaes a longo prazo; (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) f) o nmero, espcies e classes das aes do capital social; (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) g) as opes de compra de aes outorgadas e exercidas no exerccio; (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) h) os ajustes de exerccios anteriores (art. 186, 1o); e (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) i) os eventos subsequentes data de encerramento do exerccio que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situao financeira e os resultados futuros da companhia. (Includo pela Lei n 11.941, de 2009) Os fatos contbeis, por sua vez, so os acontecimentos que provocam variaes no patrimnio da entidade. Os fatos contbeis so contabilizados atravs das contas patrimoniais (ativo, passivo, patrimnio lquido) e/ou das contas de resultado (receitas e despesas). Os fatos contbeis podem ser divididos em trs tipos: permutativos, modificativos e mistos. Esse assunto, todavia, ser visto quando estudarmos lanamentos.

    TCNICAS CONTBEIS So quatro as tcnicas utilizadas na contabilidade: escriturao, elaborao das demonstraes contbeis, auditoria e anlise das demonstraes contbeis.

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    ESCRITURAO Funciona, grosso modo, mais ou menos da seguinte forma: Imagine-se que ns, Gabriel e Luciano, somos administradores da sociedade KLS. Cada nota fiscal de compra de mercadoria, cada NF de venda, cada cheque emitido, cada compra de ativo imobilizado para a produo, tudo isso tem de ser controlado. Pensem vocs se no houvesse um controle de todos os atos e fatos que ocorrem no mbito de uma empresa. O que seria desta empresa?! O que seria do mercado? E o que seria da economia nacional? Pois bem, todos esses eventos devem ser contabilizados. Ento, no perodo de competncia, colheremos todos os documentos necessrios e lanaremos nos respectivos livros contbeis. A tcnica utilizada para o registro dos fatos contbeis chamada de escriturao. Ento, em um primeiro momento, devemos escriturar, por meio de lanamentos contbeis, todas as notas fiscais e documentos que comprovem alterao no patrimnio da entidade. Segundo a Lei 6.404/76: Art. 177. A escriturao da companhia ser mantida em registros permanentes, com obedincia aos preceitos da legislao comercial e desta Lei (a prpria 6.404) e aos princpios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar mtodos ou critrios contbeis uniformes no tempo e registrar as mutaes patrimoniais segundo o regime de competncia. Ainda segundo a Lei 6.404/76: a companhia observar exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificao da escriturao mercantil e das demonstraes reguladas nesta Lei, as disposies da lei tributria, ou de legislao especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilizao de mtodos ou critrios contbeis diferentes ou determinem registros, lanamentos ou ajustes ou a elaborao de outras demonstraes financeiras (LSA, art. 177, 2). E o que quer dizer este artigo? Se, hipoteticamente, ao apurar o Imposto de Renda do exerccio, a legislao do IR prescreva um mtodo diferente que est previsto nos critrios contbeis, como a utilizao de regime de caixa, em vez de se utilizar do regime de competncia, esta apurao tributria dever ser feita em um livro auxiliar, sem que haja modificao da escriturao contbil (que ordena a utilizao do regime de competncia). ELABORAO DAS DEMONSTRAES CONTBEIS As entidades, em sua constituio, elegem o que chamamos de exerccio social. Segundo a Lei das SAs:

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    Art. 175. O exerccio social ter durao de 1 (um) ano e a data do trmino ser fixada no estatuto. Pargrafo nico. Na constituio da companhia e nos casos de alterao estatutria o exerccio social poder ter durao diversa. Vejam, o exerccio social tem durao de 1 ano. Isso no equivale a 12 meses (juridicamente falando). Ao trmino do exerccio, as sociedades tm de publicar o que chamamos de demonstraes financeiras. Todo ms faremos os lanamentos de fatos contbeis, procedendo escriturao dos livros. As demonstraes financeiras so um compilado de tudo o que ocorreu na empresa durante o exerccio social. Vejam que se trata de uma seqncia cronolgica. Se somarmos todas as vendas realizadas no exerccio, encontraremos a chamada receita bruta de vendas, na demonstrao do resultado do exerccio. Se somarmos tudo o que entrou e tudo o que saiu do caixa, teremos achado ento o saldo da conta caixa. E assim por diante. Segundo a Lei 6.404/76: Art. 176. Ao fim de cada exerccio social, a diretoria far elaborar, com base na escriturao mercantil da companhia, as seguintes demonstraes financeiras, que devero exprimir com clareza a situao do patrimnio da companhia e as mutaes ocorridas no exerccio: I - balano patrimonial; II - demonstrao dos lucros ou prejuzos acumulados; III - demonstrao do resultado do exerccio; e IV demonstrao dos fluxos de caixa; e (Redao dada pela Lei n 11.638,de 2007) V se companhia aberta, demonstrao do valor adicionado. (Includo pela Lei n 11.638,de 2007) Alm dessas, o CPC 26 Apresentao das demonstraes contbeis lista como demonstraes contbeis a demonstrao das mutaes do patrimnio lquido DMPL e a demonstrao dos resultados abrangentes. O FIPECAFI entende que essas demonstraes passam a ser obrigatrias para todos os tipos societrios, inobstante a Lei 6.404 seja silente. AUDITORIA

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    Uma vez elaborada as demonstraes contbeis, elas precisam passar pela verificao sobre se a escriturao est escorreita nos termos do que prescrevem as normas e princpios contbeis. Esse processo chamado de auditoria. Segundo a Lei 6.404: Art. 176: 3o As demonstraes financeiras das companhias abertas observaro, ainda, as normas expedidas pela Comisso de Valores Mobilirios e sero obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela registrados. A auditoria realizada por auditores da CVM em companhias abertas e nas fechadas de grande porte denominada de auditoria independente. Alm da independente, temos as auditorias interna (elaborada por empregados da companhia) e fiscal (elaborada por auditores fiscais da Unio, Estados, Municpios e/ou Distrito Federal, no mbito de suas competncias). ANLISE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS Depois que as demonstraes foram publicadas e auditadas, os seus usurios tm interesse nas informaes nelas contidas. Um investidor desejar saber, por exemplo, o quanto essa empresa est dando de retorno para cada ao do capital social. O credor por emprstimo desejar saber o quanto tem de garantia para poder conceder tranquilamente o emprstimo que deseja. E assim por diante. Tudo isso feito atravs da tcnica contbil chamada de anlise das demonstraes contbeis ou anlise de balanos. SISTEMA DE CONTAS, PLANO DE CONTAS. ESCRITURAO: CONCEITO Dissemos que a cincia contbil se utiliza, para sua perfeita existncia, de tcnicas. Quatro so as tcnicas que apresentamos: escriturao, elaborao das demonstraes contbeis, auditoria e anlise de balanos. Visto o conceito de escriturao, passemos a entender o processo amide. O processo de escriturao hoje est regulamentado pelo CFC 1.330/2011. A escriturao contbil deve ser realizada com observncia aos princpios de contabilidade (item 3, CFC 1.330). O nvel de detalhamento da escriturao contbil deve estar alinhado s necessidades de informao de seus usurios. Nesse sentido, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) no estabelece o nvel de detalhe ou mesmo sugere um

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    plano de contas a ser observado. O detalhamento dos registros contbeis diretamente proporcional complexidade das operaes da entidade e dos requisitos de informao a ela aplicveis e, exceto nos casos em que uma autoridade reguladora assim o requeira, no devem necessariamente observar um padro pr-definido. Com efeito, de esperar uma complexidade maior nas demonstraes contbeis de uma entidade tal como a Unilever (que produz mercadorias tais como Axe, Dove, Ades, Comfort, Seda, entre outros) do que nas demonstraes de uma pequena locadora de DVDs. A fim de padronizar a execuo da escriturao, a Resoluo prescreve certas formalidades. E essas finalidades so muito cobradas em concursos. Vejamos: 5. A escriturao contbil deve ser executada: a) em idioma e em moeda corrente nacionais; b) em forma contbil; c) em ordem cronolgica de dia, ms e ano; d) com ausncia de espaos em branco, entrelinhas, borres, rasuras ou emendas; e e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos contbeis. Lembrando novamente, dissemos que a escriturao contbil feita atravs de contas. Na contabilidade, conta o nome dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos e obrigaes) e de resultado (despesas e receitas). O dinheiro em espcie existente, por exemplo, chamado de conta caixa. As contas podem ser patrimoniais (ativo [bens e direitos], passivo [obrigaes] e patrimnio lquido [capital prprio]). O conjunto de todas as contas existentes dentro de uma entidade, para uniformizar os registros contbeis, denominado plano de contas. O plano de contas varia tambm de uma empresa para outra. Assim, uma indstria de calados no ter o mesmo plano de contas de um supermercado. Esse entendimento est em consonncia com o item 4 da Resoluo do CFC 1330/2011. DEFINIO Plano de contas: conjunto de todas as contas existentes dentro de uma entidade para uniformizar os registros contbeis. Temos ainda o chamado sistema de contas. O sistema de contas algo que mais tem a ver com a finalidade das contas em si. Ao agruparmos as contas, por

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    exemplo, em contas patrimoniais e contas de resultado. O sistema de contas racionalmente organizado vai ajudar a compreender melhor o patrimnio. MTODOS DE ESCRITURAO; PARTIDAS DOBRADAS; LANAMENTO CONTBIL ROTINA, FRMULAS; PROCESSOS DE ESCRITURAO. Mtodo o caminho de que nos utilizamos para chegar a uma meta. Na contabilidade, o mtodo utilizado para se escriturar o mtodo das partidas dobradas. Esse mtodo consiste em considerar que para todo e qualquer item que ingressa no patrimnio, h um lugar de onde ele proveniente. Ou seja, no h gerao espontnea de patrimnio, mas sim uma origem para todo elemento que se aplica no patrimnio, passando a integr-lo. Ao registro de um fato contbil chamamos lanamento. Este efetuado em livros contbeis prprios como o dirio, razo, caixa, duplicatas a receber etc. Ao conjunto de registros ou lanamentos que chamamos escriturao. Antes de aprendermos a efetuar lanamentos em espcie, devemos entender quando e quais contas so lanadas a dbito ou a crdito. CONTAS LANADAS A DBITO E A CRDITO No confundir a palavra dbito da linguagem comum com a utilizada na terminologia contbil. Assim, esquea o entendimento da vala comum de que dbito equivale a uma dvida. $V FRQWDV SDWULPRQLDLV SRGHP VHU UHSUHVHQWDGDV DWUDYpV GH XP 7 R ODGResquerdo sempre o lado do dbito, na terminologia contbil. Assim...

    Conta Caixa Lado do dbito Lado do crdito

    *UDYHPLVVR2VUHJLVWURVFRQWiEHLVVmRIHLWRVQHVWHV7HRODGRGRGpELWRpRlado esquerdo. E o outro lado? O outro lado s pode ser o do crdito. No podemos tambm confundir a palavra crdito usada na linguagem comum com o sentido com quem usada na contabilidade. Gravem (regra geral):

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    As contas do ativo e as de despesa tm natureza devedora As contas do passivo, PL e as de receita tm natureza credora.

    E o que quer dizer saldo devedor e saldo credor? Simples. Saldo devedor significa dizer que o total dos dbitos em uma conta supera o total dos crditos. Assim, se tenho registrado na conta caixa R$ 1.000,00 em dbitos e R$ 600,00 em crditos, isto me d um saldo devedor total de R$ 400,00. Agora, tivssemos R$ 4.000,00 de crditos na conta fornecedores e R$ 1.000,00 de dbitos, o saldo seria credor de R$ 3.000,00. O saldo poderia tambm ser nulo, quando os totais dos crditos e dos dbitos se equivalem. Assim, se a conta caixa aumentar em R$ 500, por causa de um recebimento de Duplicaras a Receber WHUHPRV D VHJXLQWH DOWHUDomR QR QRVVR 7 FKDPDGRtambm de razonete.

    Conta Caixa 500,00

    Como as contas do ativo tm natureza devedora, elas aumentam quando lanamos ali, no lado do dbito. Somente issRTXHUGL]HUDFRQWDGRDWLYRWHPQDWXUH]DGHYHGRUD6LJQLILFDGL]HUUHSLWRTXHHODDXPHQWDDGpELWRHGLPLQXLconseqentemente, a crdito). Por outro lado, a contas de natureza Credora (Passivo, Patrimnio Lquido e Receitas) aumentam com lanamentos a crdito e diminuem com lanamentos a dbito. Ateno: Considere que apenas uma conveno. Vamos explicar esta situao por meio de um exemplo. Observem este balano patrimonial:

    ATIVO PASSIVO Caixa Fornecedores 300 200

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    Mercadorias PL 200 Capital Social 300

    TOTAL 500 TOTAL 500 Ele equivale ao seguinte:

    ATIVO PASSIVO Caixa 300 Fornecedores 200

    Mercadorias 200 Capital Social 300 TOTAL 500 TOTAL 500

    Suponhamos que essa entidade tenha sido constituda por dois scios, que firmaram contrato social criando a pessoa jurdica KLS. Eles dispuseram de R$ 300 (R$ 150 cada) para dar incio s atividades. Esse montante inicial pode ser em dinheiro ou em quaisquer bens suscetveis de avaliao em dinheiro (Lei 6.404/76, art. 7) e denominado de capital social (nome importantssimo!). Vamos analisar a situao: o Caixa aumentou (passou de zero para R$ 300). A conta Caixa uma conta do Ativo e tem natureza devedora. Se o saldo da conta Caixa aumentou, vamos debitar a conta, para representar esse aumento. O PL tambm aumentou. Mas o PL tem natureza credora. Portanto, vamos creditar a conta Capital Social, no PL, em contrapartida ao dbito efetuado na conta caixa. O lanamento desta operao ser feito da forma seguinte: Dbito Caixa (ativo) 300,00 Crdito Capital Social (patrimnio lquido) 300,00 Fcil no ? Est feito. este o registro contbil (lanamento). Agora, j em funcionamento, esta empresa compra mercadorias a prazo, no valor de R$ 200,00. Como o lanamento contbil?! Dbito Mercadorias (ativo) 200,00 Crdito Fornecedores (passivo) 200,00

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    Veja-se. As mercadorias esto sendo compradas, passando, com a entrega (tradio) a serem propriedade da empresa. Debitamos a conta Estoque para registrar o aumento pela entrada da mercadoria. E creditamos a conta Fornecedores (que uma conta de Passivo e tem natureza credora) para registrar a dvida da empresa com os fornecedores. Com o decurso das aulas, estes lanamentos ficaro automticos, de modo que vocs sabero:

    As contas do ativo e as de despesa tm natureza devedora As contas do passivo, do PL e as de receita tm natureza credora.

    Se uma conta do ativo aumenta a dbito, consequentemente, ela diminui a crdito. De igual modo, se uma conta do patrimnio lquido aumenta por lanamento a crdito, diminui por lanamento a dbito. Mais um exemplo para fixao. Como contabilizar a compra de um veculo vista, no valor de R$ 30.000,00? Veja que o veculo um bem. Em que grupo devemos classificar os bens? No ativo! Se for vista est saindo dinheiro do caixa (outra conta do ativo). Na compra do veculo, est recebendo o carro (o que aumenta o Ativo) e diminuindo o Caixa, pela sada do dinheiro, portanto teremos: Dbito Veculos (ativo) 30.000,00 Crdito Caixa (ativo) 30.000,00 Est feito o lanamento. E se essa compra fosse 50% vista e 50% a prazo? Bem, neste caso, teramos o mesmo dbito em veculos, de R$ 30.000,00 e o mesmo crdito de caixa, mas no montante de R$ 15.000,00. O restante seria computado como obrigao. E onde lanamos as obrigaes? No passivo exigvel. Ficaria assim: Dbito Veculos (ativo) 30.000,00 Crdito Caixa (ativo) 15.000,00 Crdito Financiamentos a pagar (passivo) 15.000,00 Vejam que segundo o mtodo das partidas dobradas o valor dos crditos deve ser sempre igual ao dos dbitos. E se esse veculo fosse vendido metade vista, metade a prazo, antes do registro de qualquer depreciao, sem lucro ou prejuzo. Como lanaramos? Dbito Caixa 15.000,00

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    Dbito Duplicatas a receber 15.000,00 Crdito Veculo 30.000,00 RESUMINDO! GRAVEM: Contas do ativo Aumentam a dbito e diminuem a crdito. Consta do passivo e PL Aumentam a crdito e diminuem a dbito. O que voc deve conceber agora que sempre que houver qualquer aumento ou diminuio de uma ou mais contas a dbito, ter de existir uma compensao com o aumento ou diminuio de uma ou contas a crdito. Isso o chamado mtodo das partidas dobradas. Com base no mtodo das partidas dobradas, algumas concluses podem ser tomadas: 1) A soma dos dbitos sempre igual soma dos crditos. 2) Um ou mais dbitos numa ou mais contas deve corresponder a um ou mais

    crditos de valor equivalente em uma ou mais contas. 3) O total do ativo ser sempre igual soma do passivo exigvel com o

    patrimnio lquido.

    Imaginemos agora as seguintes situaes e faamos os lanamentos contbeis: 1) Constituio da sociedade KLS mediante R$ 100.000,00 totalmente integralizados em espcie. 2) Compra de um veculo por R$ 10.000,00 vista. 3) Compra de mercadorias por R$ 50.000,00 a prazo. 4) Pagamento de metade da dvida com o fornecedor. 5) Entrada de outro scio com capital social de R$ 30.000,00, integralizado com um terreno. Vamos l! 1) Constituio da sociedade KLS mediante R$ 100.000,00 totalmente integralizados em espcie. Dbito Caixa 100.000,00 Crdito Capital Social 100.000,00 2) Compra de um veculo por R$ 10.000,00 vista. Dbito Veculos 10.000,00 Crdito Caixa 10.000,00 3) Compra de mercadorias por R$ 50.000,00 a prazo.

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    Dbito Mercadorias 50.000,00 Crdito Fornecedores 50.000,00 4) Pagamento de metade da dvida com o fornecedor. Dbito Fornecedores 25.000,00 Crdito Caixa 25.000,00 5) Entrada de outro scio com capital social de R$ 30.000,00, integralizado com um terreno. Dbito Terrenos 30.000,00 Crdito Capital Social 30.000,00 ELEMENTOS ESSENCIAIS DE UM LANAMENTO essencial que conste em um lanamento: ELEMENTOS ESSENCIAIS DO LANAMENTO 1) Local (pode ser suprimido, considerando-se feito no local do estabelecimento) e data; 2) Conta debitada; 3) Conta creditada; 4) Histrico; 5) Valor. Por exemplo. O lanamento de uma compra vista de mercadorias no valor de R$ 100 pode ser descrito da seguinte forma: Vitria/ES, 21 de dezembro de 2010. Dbito Mercadorias Crdito Caixa Conforme nota fiscal de compra n. 1.000, emitida pela empresa X LTDA R$ 100. 7RGDYLD SDUD JDQKDU SUDWLFLGDGH QmR SUHFLVDPRV ID]HU LVVR SDUD PDWDUquestes. Basta fazer D Mercadorias C Caixa 100. Ou Mercadorias a Caixa 100.

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    $SUHSRVLomRDLQGLFDFRQWDFUHGLWDGD. Admite-se o uso de cdigos e/ou abreviaturas, nos histricos dos lanamentos, desde que permanentes e uniformes, devendo constar o significado dos cdigos e/ou abreviaturas no Livro Dirio ou em registro especial revestido das formalidades extrnsecas daquele. FRMULAS DO LANAMENTO Os lanamentos podem ser de: 1 FRMULA Envolve uma conta a dbito e uma conta a crdito. Exemplo: compra de mercadoria vista D Mercadorias C Caixa 100. 2 FRMULA Envolve uma conta a dbito e duas ou mais a crdito. Exemplo: compra de mercadoria, metade vista, metade a prazo. D Mercadorias 100 C Caixa 50 C Fornecedores 50. Ou assim, Mercadorias 100 a Diversos a Caixa 50 a Fornecedores 50 3 FRMULA Envolve duas ou mais contas a dbito e uma conta a crdito. Exemplo: Realizao da prestao de servio, recebida metade vista e metade para 30 dias. D Caixa 100 D Clientes 100

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    C Receita de prestao de servios 200 4 FRMULA Envolve duas ou mais contas a dbito e duas ou mais contas a crdito. Exemplo: compra de canetas, no valor de R$ 100, sendo metade vista e metade a prazo, a ser utilizada metade como estoque de material de consumo e metade como mercadoria para revenda. D Material de consumo 50 D Mercadoria para revenda 50 C Caixa 50 C Fornecedores 50 Macete

    Lanamento Dbito Crdito 1a frmula 1 1 2a frmula 1 2 3a frmula 2 1 4a frmula 2 2

    s ver a seqncia de nmeros e teremos: 11, 12, 21, 22. Em ordem crescente. Observando: onde est escrito 2, deve ser entendido como 2 ou mais. TIPOS DE FATOS CONTBEIS Dissemos que fatos contbeis so aqueles que tm por escopo promover alterao no patrimnio (conjunto de bens, direitos e obrigaes) de uma entidade. J os atos contbeis so atos relevantes que no alteram o patrimnio da entidade, tal como a contratao de empregados, o simples fato de se conceder fiana a um terceiro ou avalizar um cheque. Os fatos contbeis so divididos hoje em trs grupos: 1) Modificativos; 2) Permutativos; 3) Mistos.

    FATO PERMUTATIVO OU QUALITATIVO

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    Como o prprio nome j diz, os fatos permutativos alteram o patrimnio somente em aspectos qualitativos. Seria como, por exemplo, trocar o meu Fusca, avaliado em R$ 3.000,00, pela sua Braslia, avaliada pelo mesmo valor. Os fatos permutativos configuram apenas trocas, permutas, entre bens do ativo e passivo exigvel, sem que haja alterao no valor total do patrimnio lquido e contas de resultado. As trocas podem ser entre elementos do ativo, passivo, de ambos, ou entre elementos da situao lquida. 1) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO ATIVO Suponha a compra de mercadoria vista no valor de R$ 500,00. O lanamento, como j visto, o que se segue: D Mercadorias 500,00 C Caixa 500,00 Vejam que ambas as contas so do ativo. Tivemos um aumento na conta mercadorias e uma diminuio na conta caixa. 2) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO PASSIVO Suponha, por exemplo, que a empresa A tenha uma dvida com B, no montante de R$ 1.000,00. Porm, B pediu a A que promovesse a quitao perante C. Se na contabilidade de A tivssemos:

    Dvida com B 1.000

    Com a transferncia da dvida ficaria:

    Dvida com B Dvida com C (i) 1.000 1.000 1000 (i)

    3) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO ATIVO E PASSIVO Por exemplo, compra de mercadoria a prazo. Dbito Mercadoria 1.000,00 (+ Ativo) Crdito Fornecedores 1.000,00 (+ Passivo)

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    Quando promovermos o pagamento desta mercadoria, teremos outro fato permutativo. Dbito Fornecedores 1.000 (- Passivo) Crdito Caixa 1.000 (- Ativo) 4) PERMUTA ENTRE ELEMENTOS DO PATRIMNIO LQUIDO A primeira coisa aqui importante que vocs percebam que no se trata este tipo de fato permutativo de aumento do grupo PL, mas somente de permuta entre contas deste grupo. Por exemplo, se a sociedade A tem uma reserva estatutria no valor de R$ 100.000,00 e resolve se utilizar deste valor para aumentar seu capital social. Isto ser registrado pelo lanamento: D Reservas estatutrias 100.000,00 C Capital social 100.000,00

    Reservas estatutrias Capital Social (i) 100.000 100.000 (i) 100.000

    FATO MODIFICATIVO OU QUANTITATIVO Os fatos modificativos so aqueles que tm o condo de alterar, para mais ou para menos, o patrimnio lquido. A doutrina tambm os denomina como fatos quantitativos. Enquanto os fatos permutativos envolvem apenas contas patrimoniais, os fatos modificativos envolvem tambm conta de resultados (receitas e despesas). Assim, frise-se, o fato modificativo provoca aumento ou reduo do ativo ou passivo e, concomitantemente, modificao na situao lquida. Os fatos modificativos podem ser: 1) MODIFICATIVO AUMENTATIVO aquele que provoca aumento da situao lquida mediante aumento do ativo ou diminuio do passivo. Amigos, quando falamos de situao lquida e apresentamos contas de resultado (apuradas na DRE), lembrem-se de que o resultado do exerccio (lucro ou prejuzo) integra o capital prprio.

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    Exemplo 1: Recebimento de receita de juros no valor de R$ 700,00, em 31.05.2011, referente ao ms de maio de 2011. Dbito Bancos conta movimento 700,00 (+ Ativo) Crdito Receita de juros 700,00 (+ Receita) Exemplo 2: O Governo do Estado do Rio de Janeiro publicou lei que concede remisso do ICMS. A empresa ALFA tem dbito no valor de R$ 5.000,00 que foram abrangidos. Dbito ICMS a pagar 5.000 (- Passivo) Crdito Receita operacional/tributria 5.000 (+ Receita) 2) MODIFICATIVO DIMINUTIVO O fato modificativo diminutivo aquele que tem o condo de reduzir a situao lquida da empresa. Essa reduo se d, geralmente, pelo aumento do passivo ou pela reduo do ativo. Exemplo 1: Apropriao de despesa de salrios no valor de R$ 10.000,00, relativo ao ms de janeiro de 2011, em janeiro de 2011. Dbito Despesa de salrio 10.000,00 (+ Despesa) Crdito Salrios a pagar 10.000,00 (+ Passivo) Exemplo 2: Despesa com energia eltrica, no valor de R$ 500,00, paga dentro do prprio ms. Dbito Despesa com energia 500 (+ Despesa) Crdito Caixa 500 (- Ativo) FATO MISTO Fato misto o que envolve, ao mesmo tempo, um fato permutativo e um fato modificativo. Acarreta, portanto, alteraes no ativo e PL, no passivo e no PL ou no ativo, passivo e PL. 1) FATO MISTO AUMENTATIVO quando o fato misto tem o condo de aumentar a situao lquida patrimonial. Vamos relembrar o exerccio que resolvemos acima, que caiu no ltimo ATRFB. Nele, quando nos pusemos a liquidar a dvida que tnhamos, lanamos: D Duplicatas a pagar 1.000,00 (- Passivo) C Bancos 800,00 (- Ativo) C Descontos financeiros 200,00 (+ Resultado = Receita)

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    2) FATO MISTO DIMINUTIVO quando o fato misto tem o condo de diminuir a situao lquida patrimonial. O exemplo clssico aqui o pagamento de uma duplicata, de R$ 1.000,00 com a incidncia de juros de 10%, por exemplo. Lanamento: Dbito Duplicatas a pagar 1.000 Dbito Despesa de juros 100 Crdito Bancos conta movimento 1.100 RETIFICAO DE LANAMENTO CONTBIL Retificao de lanamento o processo tcnico de correo de registro realizado com erro na escriturao contbil da entidade e pode ser feito por meio de: a) estorno; b) transferncia; e c) complementao. Em qualquer das formas citadas acima, o histrico do lanamento deve precisar o motivo da retificao, a data e a localizao do lanamento de origem. O estorno consiste em lanamento inverso quele feito erroneamente, anulando-o totalmente. Lanamento de transferncia aquele que promove a regularizao de conta indevidamente debitada ou creditada, por meio da transposio do registro para a conta adequada. Lanamento de complementao aquele que vem posteriormente complementar, aumentando ou reduzindo o valor anteriormente registrado. Os lanamentos realizados fora da poca devida devem consignar, nos seus histricos, as datas efetivas das ocorrncias e a razo do registro extemporneo. e Pareceres do Conselho Fiscal. REGIME DE COMPETNCIA X REGIME DE CAIXA Alm de ser basilar para o aprendizado das cincias contbeis, este um tema deveras divertido, que envolve muito mais raciocnio lgico do que contabilidade propriamente dita. um tema tranqilo que no exigir tanto conhecimento tcnico, se soubermos alguns macetes. Vamos l! As contas de resultado servem para apurar o lucro/prejuzo do exerccio. Essas contas de resultado podem ser de RECEITA ou de DESPESA. Se as receitas se

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    sobrepuserem s despesas, teremos ento lucro. Ao revs, prejuzo. Essas receitas e despesas da entidade so apuradas em uma demonstrao contbil chamada de DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO. Vejamos o conceito de receitas e despesas, depois, voltemos ao nosso regime de competncia e de caixa. DEFINIO DE RECEITAS E DESPESAS DE ACORDO COM O CPC 00 ESTRUTURA CONCEITUAL BSICA DA CONTABILIDADE

    O Pronunciamento conceitual bsico da contabilidade (CPC 00) preleciona que a demonstrao do resultado do exerccio relata o desempenho (performance) da entidade. Para isso, h um confronto entre receitas e despesas. Mas o que vem a ser receita? O que vem a ser despesa? O prprio Pronunciamento esclarece a dvida ao estatuir: 4.25. Os elementos de receitas e despesas so definidos como segue: (a) receitas so aumentos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuio de passivos, que resultam em aumentos do patrimnio lquido, e que no estejam relacionados com a contribuio dos detentores dos instrumentos patrimoniais; (b) despesas so decrscimos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil, sob a forma da sada de recursos ou da reduo de ativos ou assuno de passivos, que resultam em decrscimo do patrimnio lquido, e que no estejam relacionados com distribuies aos detentores dos instrumentos patrimoniais. Vejamos. (a) receitas so aumentos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuio de passivos, que resultam em aumentos do patrimnio lquido, e que no estejam relacionados com a contribuio dos detentores dos instrumentos patrimoniais; Por exemplo, a empresa KLS mantm uma sala para aluguel. O inquilino paga R$ 1.000,00 por ms. Pensemos sob a definio de receita. Desmembremos a definio... - RECEITAS SO AUMENTOS NOS BENEFCIOS ECONMICOS DURANTE O PERODO CONTBIL. Pergunto, com a utilizao da sala pelo inquilino, e conseqente assuno da dvida por parte dele, estamos aumentando o benefcio econmico para a entidade?! Sim, pois haver recebimento em dinheiro ou surgimento de um direito (a receber o aluguel).

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    - SOB A FORMA DA ENTRADA DE RECURSOS OU DO AUMENTO DE ATIVOS OU DIMINUIO DE PASSIVOS. Esse aluguel gera entrada de recurso? Sim. Como? Pela entrada de dinheiro no caixa ou reconhecimento de direito a receber (aluguis a receber). Imagine-se, agora, que este inquilino um fornecedor nosso. A empresa KLS no possui dinheiro para saldar sua dvida, no montante de R$ 12.000,00. O fornecedor, por seu turno, pretende ampliar as suas atividades, querendo, para tanto, alugar um novo espao, pelo perodo de um ano. Uma alternativa para a KLS seria oferecer o espao, abatendo a dvida proporcionalmente (R$ 1.000,00/ms). Desta forma, a dvida estaria registrada no passivo da empresa do seguinte modo: PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores 12.000,00 Com o transcurso do prazo, e utilizao da sala da KLS pelo novo inquilino (fornecedor), lanaremos: D Fornecedores (passivo circulante) 1.000,00 C Aluguis ativos (receita) 1.000,00 E assim o faremos ms a ms, at que toda a conta esteja zerada. - QUE RESULTAM EM AUMENTOS DO PATRIMNIO LQUIDO, E QUE NO ESTEJAM RELACIONADOS COM A CONTRIBUIO DOS DETENTORES DOS INSTRUMENTOS PATRIMONIAIS; Essa receita de aluguel aumenta o PL, pois, as contas de resultado integram o chamado capital prprio. Ademais, no se relacionam com a contribuio dos detentores dos instrumentos patrimoniais (que so os scios por meio de aumento de capital). Analisemos agora a definio de despesas. Imagine-se que a minha empresa procedeu circulao de mercadorias, ocorrendo, nesta hiptese, fato gerador do ICMS, e conseqente surgimento da obrigao tributria. (b) despesas so decrscimos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil, sob a forma da sada de recursos ou da reduo de ativos ou assuno de passivos, que resultam em decrscimo do patrimnio lquido, e que no

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    estejam relacionados com distribuies aos detentores dos instrumentos patrimoniais. - DESPESAS SO DECRSCIMOS NOS BENEFCIOS ECONMICOS DURANTE O PERODO CONTBIL Com o surgimento da obrigao tributria haver decrscimo nos benefcios econmicos? Sim, pelo pagamento do imposto ou pela assuno da obrigao de pagar o tributo. - SOB A FORMA DA SADA DE RECURSOS OU DA REDUO DE ATIVOS OU ASSUNO DE PASSIVOS. Com o lanamento do ICMS para pagamento posterior: D ICMS sobre venda (despesa) XX,XX C ICMS a recolher (passivo) XX,XX Ou, se o recolhimento se der no momento do fato gerador D ICMS sobre venda (despesa) XX,XX C Caixa/Bancos (ativo) XX,XX Assim, haver sada de recurso (dinheiro) ou assuno de passivo. - QUE RESULTAM EM DECRSCIMO DO PATRIMNIO LQUIDO, E QUE NO ESTEJAM RELACIONADOS COM DISTRIBUIES AOS DETENTORES DOS INSTRUMENTOS PATRIMONIAIS. O reconhecimento da dvida acarretar reduo no PL, pois no um benefcio que se incorpora ao patrimnio. VOLTANDO AO CONCEITO DE REGIME DE COMPETNCIA E DE CAIXA Regime de caixa o regime contbil que apropria as receitas e despesas no perodo de seu RECEBIMENTO OU PAGAMENTO, respectivamente, independentemente do momento em que so realizadas. Regime de competncia o que apropria receitas e despesas ao PERODO DE SUA REALIZAO, INDEPENDENTEMENTE DO EFETIVO RECEBIMENTO DAS RECEITAS OU DO PAGAMENTO DAS DESPESAS. O regime a ser utilizado na contabilidade o de competncia. Assim, se temos uma conta de luz que vence em janeiro de 2010, referente a janeiro de 2010, devemos lanar este valor como despesa em janeiro de 2010, mesmo se o pagamento se der, por exemplo, s em maro de 2010.

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    Se anteciparmos o pagamento de um empregado em junho de 2011, por um servio que ele prestar somente em maro de 2012, a despesa com salrio s ser lanada em maro de 2012, pois nesse perodo que houve a efetiva despesa. Funciona, resumidamente, deste modo: REGIME DE COMPETNCIA: TEMOS DE OLHAR PARA O MS AO QUAL A CONTA SE REFERE (O MS DA PRESTAO DO SERVIO, O MS EM QUE FOI UTILIZADA A LUZ, A GUA, RECEBIDA A MERCADORIA, ETC). NO IMPORTA A DATA EM QUE FOI PAGO/RECEBIDO EM ESPCIE O VALOR. Por exemplo: Recebimento da fatura de luz em dezembro de 2009, referente ao ms de novembro de 2009, para pagamento em janeiro de 2010. Quando lanaremos como despesa de acordo com o regime de competncia? Ora, temos de procurar a quando a prestao, fatura, se refere. Utilizamos a luz em novembro. Ento, em novembro devemos lanar como despesa, pelo lanamento: D Despesa com energia eltrica (Despesa Resultado) C Contas a pagar (Passivo) A, quando do pagamento, vamos fazer o lanamento para dar baixa no passivo, assim: D Contas a pagar XXXXX C Caixa XXXXX S isso! Esse o regime de competncia. Ele est consagrado em um princpio contbil de mesmo nome, chamado princpio da competncia. Esse princpio est previsto na Resoluo 750/93, do CFC, que prega: Art. 9 O Princpio da Competncia determina que os efeitos das transaes e outros eventos sejam reconhecidos nos perodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Observao: Exemplificando mais uma vez. Se a remunerao de pessoal de uma empresa referente ao ms de dezembro de 2010 atrasar. O pagamento s vai ocorrer em janeiro de 2011 (ihh, no vai ter presente de Natal, rs). Quando ser feito o registro na Contabilidade? Ora, o pagamento se referir a que ms? Em que ms houve o fato gerador dessa despesa? Bem, meus amigos, em dezembro. Logo, dar-se- o registro contbil ainda no ms de dezembro, independentemente do pagamento. O mesmo vale para as receitas.

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    Pargrafo nico. O Princpio da Competncia pressupe a simultaneidade da confrontao de receitas e de despesas correlatas. (Redao dada pela Resoluo CFC n. 1.282/10). Era isso o que tnhamos a falar sobre o regime de competncia. Passemos agora ao regime de caixa. O regime de caixa, como j dito acima, o regime contbil que apropria as receitas e despesas no perodo de seu recebimento ou pagamento, respectivamente, independentemente do momento em que so realizadas. Assim, para o regime de caixa, se o salrio foi pago em dezembro, neste ms que devemos considerar a despesa como incorrida. Se uma venda teve seu recebimento em janeiro, independentemente se a entrega das mercadorias for a posteriori, reconheceremos a receita em janeiro! E assim por diante. S isso! Pois bem, o que as bancas exploram (alm destes conceitos tericos) o seguinte: d-se uma srie de fatos contbeis registrados sob o regime de caixa e pede para transformar em regime de competncia (e vice-versa). claro que fazem de forma menos palatvel. Mas vamos aprender a seguir. Agora, questes do CESPE. (Embasa/2009/CESPE) O regime de caixa de uso obrigatrio no processo de escriturao contbil. Est incorreto! Na contabilidade, devemos utilizar o regime de competncia. (Embasa/2009/CESPE) O princpio da competncia significa que os fatos devem ser reconhecidos no patrimnio, isto , registrados contabilmente independentemente do recebimento ou pagamento. O item est correto.

    LIVROS CONTBEIS E FISCAIS O registro dos fatos contbeis, em seu conjunto, denomina-se escriturao. A escriturao encontrada nos livros contbeis e fiscais. Estudemos os principais.

    LIVRO DIRIO Este livro est regulado pelo Cdigo Civil, que prescreve:

    Art. 1.179. O empresrio e a sociedade empresria so obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou no, com base na escriturao uniforme de seus livros, em correspondncia com a documentao respectiva, e a levantar anualmente o balano patrimonial e o de resultado econmico.

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    Art. 1.180. Alm dos demais livros exigidos por lei, INDISPENSVEL O DIRIO, que pode ser substitudo por fichas no caso de escriturao mecanizada ou eletrnica. Pargrafo nico. A adoo de fichas no dispensa o uso de livro apropriado para o lanamento do balano patrimonial e do de resultado econmico.

    O livro dirio um livro que contm o registro de todo e cada lanamento em ordem cronolgica, fato que nos permite compreender a seqncia de acontecimentos ocorridos na empresa. Ele obrigatrio para a quase que totalidade dos empresrios (ressalva-se o pequeno empresrio previsto na LC 123/2006). $OJXPDVEDQFDVLQGDJDPIUHTXHQWHPHQWHVHDHVFULWXUDomRGROLYURGLiULRSRGHVHU VXEVWLWXtGD SHOD HVFULWXUDomR REULJDWyULD GR OLYUR UD]mR 7DLVquestionamentos devem ser tidos como incorretos, pois cada livro cumpre a sua funo de modo distinto. O livro dirio obrigatrio pela legislao empresarial, comercial, j o livro razo facultativo sob esta tica. 2 UHJLVWUR GH XPD RSHUDomR QR OLYUR 'LiULR p GHQRPLQDGR GH 3$57,'$ '(',5,2 RX VLPSOHVPHQWH /$1d$0(172 LVVR PHVPR R ODQoDPHQWR TXHestamos tratando nesta aula). Alguns requisitos existem para essas partidas de dirio, a saber: Resoluo 1.330, CFC: Item 6. A escriturao em forma contbil de que trata o item 5 deve conter, no mnimo: a) data do registro contbil, ou seja, a data em que o fato contbil ocorreu; b) conta devedora; c) conta credora; d) histric