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_______________________________________________________________________________________ Mini curriculum Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor em Pós Graduação e Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil 1ª e 2ª Fases da OAB/FGV. Contatos: E‐mail: [email protected] Facebook: fb.com/custodio.nogueira 2ª FASE OAB GRÁTIS (site do Legale) www.custodionogueira.com.br _______________________________________________________________________________ Prescrição das Comissões: Reforma Trabalhista - Súmula nº 294 do TST. Art 11, §2º da CLT - § 2º Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei. Súmula 294 do TST. PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL. TRABALHADOR URBANO. Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei. Hipótese — Orientação Jurisprudencial 175 da SDI-1 do TST Orientação Jurisprudencial 175 da SDI-1 do TST. COMISSÕES. ALTERAÇÃO OU SUPRESSÃO. PRESCRIÇÃO TOTAL. A supressão das comissões, ou a alteração quanto à forma ou ao percentual, em prejuízo do empregado, é suscetível de operar a prescrição total da ação, nos termos da Súmula 294 do TST, em virtude de cuidar-se de parcela não assegurada por preceito de lei. Inserida em 8-11-2000 (nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial 248 da SBDI-1, DJ 22- 11-2005). Obs.: Art. 457, § 1º da CLT - Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. (Redação dada pela Lei 13.467/2017) Referida OJ não deixa dúvidas de que a afirmação “alteração do pactuado” da Súmula 294 do TST (prescrição total) equivale a “supressão das comissões, ou a alteração quanto à forma ou ao percentual, em prejuízo do empregado”, ou seja, a prescrição é total, devendo o empregado agir em 05 anos contatos do ato do empregador quando da alteração do pactuado. Jurisprudência:

Contatos: E‐mail Facebook: fb.com/custodio.nogueira 2ª ... · Conforme ilação extraída da cartilha de Orientação: PAT Responde, à disposição no site do MTE - Ministério

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Mini curriculum Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor em Pós Graduação e Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil 1ª e 2ª Fases da OAB/FGV.

Contatos: E‐mail: [email protected]

Facebook: fb.com/custodio.nogueira

2ª FASE OAB GRÁTIS (site do Legale) www.custodionogueira.com.br

_______________________________________________________________________________

Prescrição das Comissões: Reforma Trabalhista - Súmula nº 294 do TST.

Art 11, §2º da CLT - § 2º Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.

Súmula 294 do TST. PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL. TRABALHADOR URBANO. Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.

Hipótese — Orientação Jurisprudencial 175 da SDI-1 do TST

Orientação Jurisprudencial 175 da SDI-1 do TST. COMISSÕES. ALTERAÇÃO OU SUPRESSÃO. PRESCRIÇÃO TOTAL. A supressão das comissões, ou a alteração quanto à forma ou ao percentual, em prejuízo do empregado, é suscetível de operar a prescrição total da ação, nos termos da Súmula 294 do TST, em virtude de cuidar-se de parcela não assegurada por preceito de lei. Inserida em 8-11-2000 (nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial 248 da SBDI-1, DJ 22-11-2005).

Obs.:

Art. 457, § 1º da CLT - Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. (Redação dada pela Lei 13.467/2017)

Referida OJ não deixa dúvidas de que a afirmação “alteração do pactuado” da Súmula 294 do TST (prescrição total) equivale a “supressão das comissões, ou a alteração quanto à forma ou ao percentual, em prejuízo do empregado”, ou seja, a prescrição é total, devendo o empregado agir em 05 anos contatos do ato do empregador quando da alteração do pactuado. Jurisprudência:

RECURSO DE REVISTA. REDUÇÃO DAS COMISSÕES. PRESCRIÇÃO. Nos termos da Orientação Jurisprudencial nº 175 da SBDI1 desta Corte, a redução do percentual de pagamento de comissões é alteração contratual lesiva, passível de incidência da prescrição quinquenal e da extintiva do direito de ação, nos termos da Súmula nº 294 desta Corte e em consonância com o artigo 7º, XXIX, da Constituição Federal. Na hipótese, o Tribunal Regional consignou que o percentual de pagamento das comissões foi reduzido em maio de 2007, sendo que a presente ação foi ajuizada em 28/03/2010. Não se há de falar em prescrição total do direito às comissões, porquanto este foi exercido dentro do prazo de cinco anos (maio 2012), contado a partir de maio de 2007. (...) Processo: RR 2230092.2010.5.13.0009 Data de Julgamento:

28/03/2012, Relator Ministro: Pedro Paulo Manus, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 03/04/2012.

2º - Remuneração.

Art. 457 da CLT - Compreendem-se na REMUNERAÇÃO do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.

O que é Remuneração?

A fórmula abaixo tenta explicar.

R = S + G = art. 457 da CLT

R = Ss + T + V.indenizatória = na prática Sendo para CLT:

R - Remuneração, entendido como conjunto de todos os rendimentos auferidos pelo

empregado, sejam aqueles pagos diretamente pelo empregador, sejam aqueles pagos por terceiros; gorjetas/gueltas

S - Salário, que não é apenas no sentido de salário-base, ordenado ou salário em sentido

estrito, mas a SOMA de todas parcelas de natureza salarial, independentemente da nomenclatura (gratificações legais e comissões).

G - Gorjetas, é espécie do gênero pagamento feito por terceiros que integram os salários

nos termos da Súmula 354 do TST. gueltas O mais correto seria: R = Ss + T + V.Indenizatória, no sentido de que: R = remuneração a soma do salário base, das verbas de natureza salarial, dos pagamentos feito por terceiros e das verbas de natureza indenizatória.

O que são Gorjetas?

Art. 457, § 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados.(Redação dada pela Lei nº 13.419, de 2017)

Gorjetas – Integração ao Salário?

As gorjetas integram os salários para o cálculo do 13º $alário, das Férias com o terço constitucional, do FGTS e das CP - contribuições previdenciárias.

Súmula nº 354 do TST. GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, NÃO SERVINDO DE BASE DE CÁLCULO para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.

Portanto as gorjetas (pagto de Terceiros) NÃO integram os salários, para fins de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.

Possibilidade de Incorporação ao Salário?

Lei 13.419/2017, § 9o Cessada pela empresa a cobrança da gorjeta de que trata o § 3o deste artigo, desde que cobrada por mais de doze meses, essa se incorporará ao salário do empregado, tendo como base a média dos últimos doze meses, SALVO o estabelecido em convenção ou acordo coletivo de trabalho.

§ 17. Cessada pela empresa a cobrança da gorjeta de que trata o § 3º, desde que cobrada por mais de doze meses, essa se incorporará ao salário do empregado, a qual terá como base a média dos últimos doze meses, SEM PREJUÍZO do estabelecido em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017)

§ 9º - Salvo, que deverá aplicar a CCT ou ACT; § 17 – Sem Prejuízo, que deverá aplicar também a CCT ou ACT Gorjeta – É do Empregado! Sim.

Lei 13.419/2017, § 4o - A gorjeta mencionada no § 3o não constitui receita própria dos empregadores, destina-se aos trabalhadores e será distribuída segundo critérios de custeio e de rateio definidos em convenção ou acordo coletivo de trabalho. Lei 13.419/2017, § 3º - Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados. § 12. A gorjeta a que se refere o § 3º não constitui receita própria dos empregadores, destina-se aos trabalhadores e será distribuída segundo os critérios de custeio e de rateio definidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.(Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017)

Gueltas – Integração ao Salário?

Rede varejista de eletrodomésticos, com mais de 50 tipos de televisão, tornando a escolha de qualquer consumidor muito mais difícil do que as escolhas que seus avós faziam. O trabalhador-vendedor exerce papel fundamental nesta hora, exortando as qualidades de uma marca ou omitindo os defeitos de outra. O fabricante, estipula uma gratificação (em dinheiro, espera-se) por aparelho vendido. As gueltas a exemplo das gorjetas integram os salários para o cálculo do 13º Salário, das Férias com o terço constitucional, do FGTS e das CP - contribuições previdenciárias.

Súmula nº 354 do TST. GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.

Jurisprudência:

NATUREZA JURÍDICA DAS GUELTAS - APLICABILIDADE DA SÚMULA 354 DO TST. 1. Nos termos do art. 457 da CLT, a remuneração do empregado corresponde à soma do salário, pago diretamente pelo empregador como contraprestação do serviço prestado, com outras vantagens recebidas, pagas por terceiros de forma direta ou transferidas pelo empregador, em razão do contrato de trabalho. 2. E, segundo a diretriz da Súmula 354 do TST, as gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. 3. Já as gueltas são incentivos comerciais pagos pelo fabricante com a finalidade de fomentar a venda de seus produtos, beneficiando este terceiro em relação ao contrato de trabalho, que utiliza-se dos vendedores de outrem. Assemelham-se às gorjetas, pois ambos englobam valores pagos por terceiros, estranhos à relação empregatícia. A primeira paga por um parceiro ou um fornecedor e a segunda quitada pelo cliente. 4. Assim, as gueltas, tal como as gorjetas, possuem a mesma natureza jurídica, razão pela qual, não compõem a base de cálculo do aviso prévio, do adicional noturno, das horas extras e do descanso semanal remunerado (DSR), a teor da retromencionada súmula. Recurso de revista desprovido. TST - RECURSO DE REVISTA RR 2074007820045230001 207400-78.2004.5.23.0001

A natureza jurídica similar da Guelta com a Gorjeta foi reconhecida pela SDI-1 do TST –processo 224400-06.2007.5.02.0055 – maio de 2014.

Cumulação de Gueltas com Gorjeta? Restaurante de alto padrão, o importador de vinhos estabeleceu o pagamento de uma gratificação, do tipo da guelta, para o garçom que conseguir convencer o cliente a consumir determinado rótulo em detrimento de outros. Neste caso, por uma única refeição o garçom receberá:

(a) salário do empregador; (b) gorjeta do cliente; e (c) guelta do importador de vinhos.

Não há problema algum nessa equação, porque o direito do trabalho convive naturalmente com a variabilidade das fontes pagadoras e das formas de remuneração.

FORNECIMENTO DE PARCELAS IN NATURA

Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário (SALÁRIO-BASE), para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por fôrça do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.

UTILIDADE fornecida PELA prestação do serviço TERÁ NATUREZA SALARIAL (utilidades dispensáveis para a realização do trabalho)

1ª- Hipótese: Pagamento de condomínio, automóvel, casa, fornecido pela empresa quando dispensável para realização do trabalho. Jurisprudência:

INTEGRAÇÃO SALÁRIO HABITAÇÃO. BENEFÍCIO FORNECIDO AOS GERENTES. BANRISUL. Nos termos do art. 458 da CLT, a habitação somente consistirá em salário-utilidade quando for fornecida pelo trabalho e não para o desenvolvimento do trabalho. Na hipótese dos autos, os valores a título de auxílio moradia não serviam como instrumento de trabalho, mas sim como benefício pessoal concedido ao reclamante, por ocupar a função de confiança de gerência geral. Havendo habitualidade no recebimento da parcela e não sendo a moradia indispensável para a realização da atividade, entende-se que ela possui natureza remuneratória. Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região - Recurso Ordinário: RO 00003359720125040701 RS

Limite do valor da utilidade X salário base:

Art. 458, § 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário-contratual. Súmula nº 258 do TST. SALÁRIO-UTILIDADE. PERCENTUAIS (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Os percentuais fixados em lei relativos ao salário "in natura" apenas se referem às hipóteses em que o empregado percebe salário mínimo, apurando-se, nas demais, o real valor da utilidade.

2ª- Hipótese:

Súmula nº 241 do TST. SALÁRIO-UTILIDADE. ALIMENTAÇÃO (mantida) - O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais.

Jurisprudência:

AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO. NATUREZA JURÍDICA. Conforme ilação extraída da cartilha de Orientação: PAT Responde, à disposição no site do MTE - Ministério do Trabalho e Emprego e Portaria n. 03/2002 do MTE, a qual baixa instruções sobre a execução do PAT, as vantagens conferidas às empresas participantes do PAT dizem respeito àquelas cadastradas sob a modalidade beneficiária. Desse modo, porque não inscrita sob a categoria empresa beneficiária, mas fornecedora, não faz jus à benesse prevista no art. 3º da Lei n. 6.321/76. Assim, atraída a incidência da Súmula 241/TST, a qual confere caráter salarial à parcela paga a título de auxílio alimentação. Portanto, reformo a sentença para condenar a reclamada ao pagamento das diferenças salariais decorrentes da integração do auxílio alimentação na remuneração da reclamante, no importe de R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais), sobre férias, décimo terceiro salário, FGTS acrescido da multa de 40% e aviso prévio, a partir de abril de 2008. Recurso provido. Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região TRT-23 – RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA: RO 122201107123009 MT.

Curiosidade, reforçando a questão do “dispensável”: Jurisprudência:

SALÁRIO UTILIDADE. FORNECIMENTO DE ASSINATURA DE TELEVISÃO PAGA. Ao contrário do que alega a reclamada, não se observa relação entre a maioria das funções exercidas pelo obreiro e o produto que lhe foi concedido, assinatura de televisão paga, razão pela qual esta era dispensável para a realização do trabalho, como preconiza a Súmula nº 367, I do C. TST. Ademais, verifica-se que a concessão do título mencionado se deu de forma gratuita e com caráter habitual, o que lhe confere natureza salarial, nos termos do artigo 458 da CLT. Recurso do autor ao qual se nega provimento. Acórdão: 20170133090 Turma: 11 Data Julg.: 07/03/2017 Data Pub.: 14/03/2017 Processo: 20160066103

Portanto, as utilidades nestas hipótese, integram o salário base. UTILIDADE fornecida PARA prestação do serviço NÃO TERÁ NATUREZA SALARIAL (utilidades INdispensáveis para a realização do trabalho)

O §2º do Art. 458 da CLT aponta quando as utilidades NÃO serão consideradas salários.

Art. 458, § 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço;

Art. 28, § 9º da Lei 8.212/91 - Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços;

II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público;

Art. 2º da Lei 7.418/85 - O Vale-Transporte, concedido nas condições e limites definidos, nesta Lei, no que se refere à contribuição do empregador: a) não tem natureza salarial, nem se incorpora à remuneração para quaisquer efeitos; b) não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; c) não se configura como rendimento tributável do trabalhador.

IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde;

Reforma Trabalhista acrescentou §5º:

§ 5o O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9o do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Jurisprudência:

SALÁRIO-UTILIDADE - ART. 458 DA CLT. As utilidades mencionadas no parágrafo 2º. do art. 458 da CLT, que não se integram ao salário, são aquelas "concedidas pelo empregador" e a assistência médica a que se refere o inciso IV desse dispositivo é aquela por ele "prestada diretamente ou mediante seguro-saúde". Não se enquadra nesse conceito a importância entregue mensalmente pelo empregador ao empregado, em dinheiro e "por fora" dos recibos salariais, ainda que corresponda ao valor que o empregado desembolsa com plano de saúde. Sem demonstração de que o acesso ao plano de saúde esteja vinculado ao empregador, como prestação direta ou indireta, mediante seguro-saúde, e havendo liberdade do empregado quanto à destinação do dinheiro, é indubitável a sua natureza contraprestativa, mostrando-se cabível que seja integrada ao salário pago.

Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região TRT-3 – RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA: RO 37608 00866-2007-111-03-00-0

V – seguros de vida e de acidentes pessoais; VI – previdência privada;

Art. 202, § 2º CF - As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei.

VII – (vetado) VIII - o valor correspondente ao vale-cultura.

Art. 11 da Lei 12.761/2012 - A parcela do valor do vale-cultura cujo ônus seja da empresa beneficiária: I - não tem natureza salarial nem se incorpora à remuneração para quaisquer efeitos; II - não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; e III - não se configura como rendimento tributável do trabalhador.

Demais hipóteses de NÃO integração:

1º-) Participação nos Lucros.

Art. 3º da Lei 10.101/2000 - A participação de que trata o art. 2º não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade.

2º-) PAT não integra.

OJ 133 SDI-1 - AJUDA ALIMENTAÇÃO. PAT. LEI Nº 6.321/76. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO. A ajuda alimentação fornecida por empresa participante do programa de alimentação ao trabalhador, instituído pela Lei nº 6.321/76, não tem caráter salarial. Portanto, não integra o salário para nenhum efeito legal. OJ 413 SDI-1. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. ALTERAÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA. NORMA COLETIVA OU ADESÃO AO PAT. (DEJT divulgado em 14, 15 e 16.02.2012) A pactuação em norma coletiva conferindo caráter indenizatório à verba “auxílio-alimentação” ou a adesão posterior do empregador ao Programa de Alimentação do Trabalhador — PAT — não altera a natureza salarial da parcela, instituída anteriormente, para aqueles empregados que, habitualmente, já percebiam o benefício, a teor das Súmulas n.os 51, I, e 241 do TST.

3º-) Habitação e outros NÃO integração.

Súmula nº 367 do TST. UTILIDADES "IN NATURA". HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA.

VEÍCULO. CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando INdispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares. II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde.

FORMAS E MEIOS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO Salário por Unidade de Tempo

Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações. § 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.

É o tempo, ou seja (hora, dia ou mês) colocado a disposição do empregador, NÃO importando a produção ou produtividade do empregado. Daí a clássica divisão do salário no tempo; exemplo salário mínimo diário (unidade mês dividida por 30) e o salário mínimo horário (unidade mês dividida por 220).

OJ 358 SDI-1 TST - SALÁRIO MÍNIMO E PISO SALARIAL PROPORCIONAL À JORNADA REDUZIDA. EMPREGADO. SERVIDOR PÚBLICO (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.02.2016) - Res. 202/2016, DEJT divulgado em 19, 22 e 23.02.2016. I - Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o pagamento do piso salarial ou do salário mínimo proporcional ao tempo trabalhado.

Vantagem: O empregado NÃO se “preocupa” com a maior ou menor produção efetuada ou do maior ou menor rendimento alcançado na dinâmica produtiva. Também reduz o esgotamento do empregado no processo de trabalho e contribui para o implemento mais eficaz da política de diminuição dos males detectados pela saúde e segurança do trabalho no processo produtivo. Salário Por Unidade de Obra É o contrário do anterior, aqui o tempo não serve para calcular os salários e, sim, a produção alcançada pelo empregado A produção realizada (número de peças produzidas, por exemplo) é o critério essencial para cálculo do salário pactuado.

Cada unidade produzida recebe um valor previamente fixado pelo empregador (a chamada tarifa): o somatório das peças produzidas, multiplicado pelo valor da tarifa estipulada, permitirá o encontro do salário mensal do empregao. Hipótese: Adotado em situações contratuais que o empregador não tenha controle efetivo sobre o desenvolvimento da duração do trabalho do empregado, situações sem controle real sobre a jornada de trabalho. Exemplo, no trabalho em domicílio ou à distância ou em regime de teletrabalho (art. 6º da CLT), normalmente enquadrados como trabalho externo, sem controle de jornada (art. 62, da CLT).

Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. III - os empregados em regime de teletrabalho. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

CAPÍTULO II-A

(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) DO TELETRABALHO

Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em regime de teletrabalho observará o disposto neste Capítulo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 1o Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2o Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual.(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas

arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a remuneração do empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de responsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções fornecidas pelo empregador. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Garantia do Salário Mínimo, na CF:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

Na CLT:

Art. 78 - Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia normal da região, zona ou subzona.

Lei do Salário Mínimo 8.716/93:

Art. 1º Aos trabalhadores que perceberem remuneração variável, fixada por comissão, peça, tarefa ou outras modalidades, será garantido um salário mensal nunca inferior ao salário mínimo.

Desvantagem: A utilização do salário por unidade de obra tem sido criticada por razões de saúde e de segurança, pois muitas vezes o empregador fixa a tarifa muito baixa para a peça ou unidade de produção, acabando por estimular a prática de um ritmo exaustivo de trabalho pelo empregado, para este alcançar um rendimento salarial minimamente significativo. É o que se passa, por exemplo, no agronegócio, no setor de corte de cana.

OJ 235 SDI-1 do TST - HORAS EXTRAS. SALÁRIO POR PRODUÇÃO (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.04.2012) - Res. 182/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012. O empregado que recebe salário por produção e trabalha em sobrejornada tem direito à percepção apenas do adicional de horas extras, exceto no caso do empregado cortador de cana, a quem é devido o pagamento das horas extras e do adicional respectivo.

Salário-Tarefa. O salário-tarefa junta os dois critérios, da unidade de tempo e de obra, ou seja, (hora, dia, semana ou mês) por um certo montante mínimo de produção a ser alcançado pelo empregado.

Dinâmica: Caso o empregado atinja a meta de produção em menor número de dias da semana, por exemplo, dois efeitos podem ocorrer, a juízo do interesse do empregador:

libera-se o empregado do trabalho nos dias restantes, garantido o salário padrão fixado; ou,

determinasse a realização de uma produção adicional, no tempo disponível restante (pagando-se, é claro, um plus salarial por esse acréscimo de produção).

Caso o empregado NÃO atinja a produção mínima na duração semanal regular do trabalho e for compelido a manter o serviço até o cumprimento da meta estabelecida:

este tempo adicional de trabalho será tido, inquestionavelmente, como sobrejornada (art. 7º, XIII e XVI, CF/88).

É evidente que também no salário-tarefa não poderá o trabalhador receber pagamento mensal inferior ao mínimo legal ou ao mínimo da categoria.