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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE MARINGÁ - PR Processo nº 1020/2009 AÇÃO DE RAPARAÇÃO POR DANOS MORAIS BANCO DA PRAÇA, já qualificado nos autos da Ação de Reparação de Danos Morais que lhe move Pedro Silva, processo em epígrafe, vem, respeitosamente, por meio de sua advogada, brasileira, advogada, inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o n.º 000.000.000-00, Inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil Secção Paraná sob o n.º 00.000, com escritório profissional na Rua dos Alfeneiros n.º 20 - Maringá- Paraná, apresentar CONTESTAÇÃO, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 1. DAS PRELIMINARES:

Contestacao a Acao de Reparacao Por Danos Morais

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Page 1: Contestacao a Acao de Reparacao Por Danos Morais

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE MARINGÁ - PR

Processo nº 1020/2009

AÇÃO DE RAPARAÇÃO POR DANOS MORAIS

BANCO DA PRAÇA, já qualificado nos autos da Ação de Reparação de Danos Morais que lhe move Pedro Silva, processo em epígrafe, vem, respeitosamente, por meio de sua advogada, brasileira, advogada, inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o n.º 000.000.000-00, Inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil Secção Paraná sob o n.º 00.000, com escritório profissional na Rua dos Alfeneiros n.º 20 - Maringá- Paraná, apresentar CONTESTAÇÃO, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

1. DAS PRELIMINARES:

1.1- Da ilegitimidade de parte:

Circunstância de não poder ser parte processual a pessoa que se apresenta.

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A relação jurídica processual deve ser composta pelas mesmas partes que compõem a relação jurídica de direito material que originou a lide. Sendo assim, autor e réu devem ter uma relação jurídica de direito material que os una para que sejam partes legítimas para integrarem a relação jurídica processual. A legitimidade de parte se refere ao pólo ativo e ao passivo da ação. Entende-se que afirmar que alguém não é parte legítima, significa dizer que ou o autor não tem a pretensão de direito material que deduz em juízo ou que o réu não integra a relação jurídica de direito material invocada pelo autor como supedâneo da sua pretensão.

1.2- Da carência de ação:

Desse modo, verifica-se a carência da ação diante da ilegitimidade do polo ativo da demanda (art. 301 CPC), tornando-se justo a extinção do processo sem resolução do mérito, conforme previsto artigo 267, VI, do CPC.

“Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:

Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;”

Nesse sentido se coloca a jurisprudência,

AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ILEGITIMIDADE DE PARTE. Existe ilegitimidade de parte no feito, uma vez que a empresa que interpôs recurso de revista não consta nos autos. Ao contrário do que assevera a agravante não se verifica a existência de grupo econômico. A legislação assegura o direito de a parte buscar a prestação jurisdicional, bem como o de recorrer das decisões prolatadas. No entanto, se não o faz de forma adequada, isso não significa cerceio de defesa ou negativa de prestação jurisdicional, mas incidência das regras processuais. Agravo a que se nega provimento.

(TST - Ag-AIRR: 304008320095060391 30400-83.2009.5.06.0391, Relator: Valdir Florindo, Data de Julgamento: 08/05/2013, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/05/2013).

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Todavia, entendendo-se a legitimidade de parte como uma questão de mérito, a sentença que reconhece uma parte como ilegítima teria o condão de analisar o mérito da demanda, formando, assim, coisa julgada material.

Entretanto, caso Vossa Excelência entenda pelo indeferimento da preliminar arguida, em razão do princípio da eventualidade, não deixe de apreciar e decidir sobre os méritos a seguir expostos.

2. DO MÉRITO:

O requerente Pedro Silva já qualificado nos autos, ajuizou Ação de reparação de danos morais em face do requerido Banco da Praça, tendo alegado, na causa de pedir, exatamente os fatos a seguir descritos: que era devedor das Empresas Bom Preço, tendo emitido, para o pagamento de suas dívidas, uma nota promissória no valor de R$ 15.000,00 com vencimento para 10.01.2003. Todavia, antes do vencimento da cártula, ou seja, aos 09.01.2003, quitou a dívida, tendo recebido das Empresas Bom preço o respectivo recibo de a quitação, mas não a nota promissória. Aos 20.05.2003, entretanto, foi surpreendido por um comunicado do Cartório de Protestos, dando-lhe prazo de 05 dias para o pagamento da nota promissória supramencionada. Pelo que viu do comunicado, o protesto havia sido indicado pelo Banco da Praça, que era possuidor de referido título de crédito, dado o endosso que recebeu das Empresas Bom Preço.

Prontamente, entrou em contato com a instituição bancária e explicitou que já havia quitado o valor da cártula aos 19.01.2003, sendo que o banco somente aceitou suspender o procedimento do protesto caso o autor lhe exibisse o recibo, e assim o fez, como qualquer sujeito médio faria.

Porém, a ação de reparação de danos morais não pode se realizar em face do requerido, por não ser este responsável pelo transtorno do autor, cuja honra subjetiva e objetiva foi ferida, além de seus sentimentos de angustia e raiva. Não se caracteriza como parte legitima para a ação, pois ao banco só foi enviada a nota promissória sem qualquer tipo de explicação ou argumentos de acordo com a quitação da mesma, que pela Empresa contratada Bom Preço devolveu-lhe apenas o recibo e não a carta promissória que deveria lhe acompanhar. Ao invés disso, encaminhou-lhe ao banco requerido, tendo este apenas executado a devida nota promissória como manda suas normas, sem qualquer tipo de dolo ou fraude ao autor.

Desta feita, O Banco requerido apenas tinha um contrato de cobrança celebrado com as Empresas Bom Preço, por meio do qual recebeu desta a nota promissória

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apenas para cobrá-la do autor, como mandataria em seu exercício regular de Direito.

Dessa forma se desdobra a jurisprudência a defender:

Origem: Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais

Órgão Julgador: Sétima Câmara Cível

Processo: 0237830-9

Recurso: Apelação (Cv)

Julgamento: 6/26/97

Decisão: Unânime

Ementa Técnica: Indenização - dano moral - prova - não logrando o autor demonstrar a existência do fato lesivo originário do alegado dano moral, não há falar em reparação, ainda mais quando as cartas de cobrança, ditas lesivas a honra, tiveram lugar em virtude da má condução de sua própria vida financeira.

Número do Processo: 0337291-4

Orgão Julgador: Segunda Câmara Cível

Recurso: Apelação (Cv)

Data da Julgamento: 07/08/2001

Ementa Técnica:

PROCESSUAL CIVIL. INDENIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. REQUISITOS. DESCARACTERIZAÇÃO. - Para que se imponha o dever de indenizar, necessária a comprovação dos requisitos subjetivos da responsabilidade civil, quais sejam, o dano, a ilicitude da conduta e o nexo causal entre ambos. - Ao autor cabe o ônus da prova dos fatos constitutivos do seu direito. - Recurso não provido.

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Número do Processo: 0331101-1

Orgão Julgador: Terceira Câmara Cível

Data da Julgamento: 26/09/2001

Assunto: INDENIZAÇÃO

Ementa Técnica:

APELAÇÃO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ATO ILÍCITO. TEORIA SUBJETIVA. REQUISITOS. CONDUTA ANTIJURÍDICA. AUSÊNCIA DE PROVA. PRETENSÃO REJEITADA. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. A configuração da responsabilidade civil exige uma conduta antijurídica do agente (eventus damni), uma lesão efetiva, ainda que meramente moral (dano) e a relação de causa e efeito entre uma e outra (nexo causal). 2. Inexistindo prova convincente acerca da existência do eventus damni, não há como agasalhar a pretensão indenizatória veiculada na ação respectiva. 3. Apelação conhecida e não provida.

Ora, Culto Julgador, in casu o Autor não demonstrou o fato lesivo e sua suposta consequência, nem tampouco o nexo causal, o que acarreta a improcedência dos pedidos.

3. DA DENUNCIAÇÃO À LIDE:

O instituto da denunciação da lide vem previsto nos arts. 70 a 76 do CPC e cuida-se da espécie de intervenção de terceiro mais corriqueira no cotidiano forense.

Segundo conceituação oferecida por Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery, a “denunciação da lide é ação secundária, de natureza condenatória, ajuizada no curso de outra ação condenatória principal”.

A denunciação poderá ser oferecida pelo autor ou pelo réu, ou até por aquele que já figura no processo como denunciado, “em relação a outros alienantes ou responsáveis regressivos anteriores”, conforme aponta Humberto Theodoro Junior, sendo legitimados passivos “o alienante a título oneroso, o proprietário ou possuidor indireto e o responsável pela indenização regressiva”.

Determina o art. 71, do CPC, que o autor deve promover a denunciação ao mesmo tempo em que propõe a ação e, se denunciante for o réu, deve promover a denunciação no prazo da contestação.

Quando for o autor quem promover a denunciação, será feita em primeiro lugar a citação do denunciado (a citação do réu virá em seguida), que poderá defender-se

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no que tange à ação regressiva e, também, aditar a petição inicial, eis que assume a posição de litisconsorte do autor, conforme aponta Athos Gusmão Carneiro:

“O autor pedirá a citação do denunciado e a citação do réu. Será feita, em primeiro lugar, a citação do denunciado, o qual poderá defender-se quanto à ação regressiva e poderá, também, assumindo a posição de litisconsorte do autor (pois seu interesse é na procedência da ação principal), aditar a petição inicial (CPC, art. 74)”.

Um dos objetivos buscados com a denunciação é levar a terceiro potencialmente responsável pelo pedido formulado pelo autor o conhecimento do litígio para que, então, venha a juízo e assuma os riscos da demanda, segundo leciona Sérgio Sahione Fadel:

“Com a denunciação da lide, colima-se levar ao conhecimento do alienante, do proprietário, do possuidor indireto, ou do obrigado a indenizar, a existência de um litígio sobre a coisa alienada ou possuída, para que o denunciado assuma a posição de parte no processo e responda pessoalmente pelos riscos da demanda”.

4. DOS PEDIDOS:

Diante dos fatos e fundamentos acima expostos, Requer a Vossa Excelência:

A) Julgar totalmente improcedente os pedidos da inicial.

B) Seja deferida a matéria preliminar acima exposta, julgando-se extinto o processo sem julgamento do mérito, ante a manifesta ilegitimidade ad causam ativa;

C) Proceder a denunciação da lide.

5. REQUERIMENTOS:

Que seja condenado o Autor ao ônus sucumbencial e honorários advocatícios.

6. DAS PROVAS:

Requer a produção das provas em direito admitidas, sem exceção de uma só, notadamente o depoimento pessoal do autor, sob pena de confesso e oitiva de testemunhas, tudo em função do princípio constitucional do contraditório processual.

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Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Maringá, 19 de junho de 2009.

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OAB/PR xxx