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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª VARA 00ª VARA CÍVEL CÍVEL DE CURITIBA - PR DE CURITIBA - PR CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Art. 103 – Reputam-se conexas duas ou mais Art. 103 – Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto ou a ações, quando lhes for comum o objeto ou a causa de pedir. causa de pedir. Art. 105 - Havendo conexão ou continência, Art. 105 - Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente. que sejam decididas simultaneamente. Página Página 1 de de 120 120

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contestação ação de reintegração de posso de leasing

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª VARA CÍVEL00ª VARA CÍVEL DE CURITIBA DE CURITIBA

- PR- PR

CÓDIGO DE PROCESSO CIVILCÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 103 – Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhesArt. 103 – Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes

for comum o objeto ou a causa de pedir.for comum o objeto ou a causa de pedir.

Art. 105 - Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou aArt. 105 - Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a

requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reuniãorequerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião

de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididasde ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas

simultaneamente.simultaneamente.

Art. 106 – Correndo em separado ações conexas entre doisArt. 106 – Correndo em separado ações conexas entre dois

juízes que têm a mesma competência territorial, considera-sejuízes que têm a mesma competência territorial, considera-se

prevento aquele que despachou em primeiro lugar.prevento aquele que despachou em primeiro lugar.

Ação de Reintegração de PosseAção de Reintegração de Posse

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Proc. nº. 44556.2012.11.8.99.0001Proc. nº. 44556.2012.11.8.99.0001AA: ZETA S/A ARRENDAMENTO MERCANTILAA: ZETA S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL

RR: JOÃO MARIARR: JOÃO MARIA

JOÃO MARIAJOÃO MARIA, brasileiro, casado, maior, bancário, residente e, brasileiro, casado, maior, bancário, residente e

domiciliado na domiciliado na Rua X, nº. 0000 – Curitiba (PR) – Rua X, nº. 0000 – Curitiba (PR) – CEPCEP nº 0000-00, possuidor do CPF(MF) nº. nº 0000-00, possuidor do CPF(MF) nº.

111.222.333-44111.222.333-44, razão qual vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por, razão qual vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por

intermédio de seu patrono que ao final subscreve -- intermédio de seu patrono que ao final subscreve -- instrumento procuratório acostadoinstrumento procuratório acostado - -

causídico inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Paraná, sob o nº. 0000, comcausídico inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Paraná, sob o nº. 0000, com

seu escritório profissional consignado no mandato acostado, para, fulcrado nos seu escritório profissional consignado no mandato acostado, para, fulcrado nos arts. 300 e segs.arts. 300 e segs.

c/c art. 214, § 1º, da Legislação Adjetiva Civil, c/c art. 214, § 1º, da Legislação Adjetiva Civil, oferecer a presente oferecer a presente

CONTESTAÇÃO,CONTESTAÇÃO,

em face da presente Ação de Reintegração de Posse, aforada porem face da presente Ação de Reintegração de Posse, aforada por ZETA S/A ARRENDAMENTOZETA S/A ARRENDAMENTO

MERCANTILMERCANTIL,, em decorrência das justificativas de ordem fática e de direito abaixo delineadas. em decorrência das justificativas de ordem fática e de direito abaixo delineadas.

1 – DA TEMPESTIVIDADE 1 – DA TEMPESTIVIDADE

Verifica-se que o ato citatório e muito menos a reintegração de posseVerifica-se que o ato citatório e muito menos a reintegração de posse

do veículo em ensejo não foram concretizados. do veículo em ensejo não foram concretizados.

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O Réu, portanto, espontaneamente comparece ao processo, de sorteO Réu, portanto, espontaneamente comparece ao processo, de sorte

que tem-se por suprida a citação. que tem-se por suprida a citação.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVILCÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 214 – Para a validade do processo, é indispensável a citação inicial do réu.Art. 214 – Para a validade do processo, é indispensável a citação inicial do réu.

§ 1º - § 1º - O comparecimento espontâneo do réu supre, entretanto, a falta de citaçãoO comparecimento espontâneo do réu supre, entretanto, a falta de citação . .

Neste sentido:Neste sentido:

AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. DECRETO LEI Nº 911/69. LIMINAR DEFERIDA.AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. DECRETO LEI Nº 911/69. LIMINAR DEFERIDA.

DESENTRANHAMENTO DA CONTESTAÇÃO APRESENTADA ANTE DA EXECUÇÃO DADESENTRANHAMENTO DA CONTESTAÇÃO APRESENTADA ANTE DA EXECUÇÃO DA

LIMINAR. IMPOSSIBILIDADE. LIMINAR. IMPOSSIBILIDADE. COMPARECIMENTO ESPONTANEOCOMPARECIMENTO ESPONTANEO. OFENSA AO. OFENSA AO

PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA. INFORMAÇÃO QUANTO A EXISTÊNCIA DE AÇÃO DEPRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA. INFORMAÇÃO QUANTO A EXISTÊNCIA DE AÇÃO DE

REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS C/C CONSIGNAÇÃO ANTERIORMENTEREVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS C/C CONSIGNAÇÃO ANTERIORMENTE

AJUIZADA. DECISÃO REFORMADA. RECURSO PROVIDO. AJUIZADA. DECISÃO REFORMADA. RECURSO PROVIDO.

Nos termos do Nos termos do artigo 214, §2º, do CPC, o comparecimento espontâneo do réu supre aartigo 214, §2º, do CPC, o comparecimento espontâneo do réu supre a

citaçãocitação. Assim, a execução da liminar na ação de busca e apreensão regida pelo. Assim, a execução da liminar na ação de busca e apreensão regida pelo

Decreto-Lei nº 911/69 (artigo 3º, §3º) somente pode ser interpretada como marcoDecreto-Lei nº 911/69 (artigo 3º, §3º) somente pode ser interpretada como marco

inicial para a apresentação da defesa e não como condição para o exercício do direitoinicial para a apresentação da defesa e não como condição para o exercício do direito

de defesa, sob pena de ofensa ao princípio do contraditório e da ampla defesa.de defesa, sob pena de ofensa ao princípio do contraditório e da ampla defesa.

Informando o réu que há ação de revisão de cláusula contratual c/c consignação,Informando o réu que há ação de revisão de cláusula contratual c/c consignação,

suscitando a conexão e a prevenção, impõe-se, deste logo, a análise da questãosuscitando a conexão e a prevenção, impõe-se, deste logo, a análise da questão

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processual suscitada. (processual suscitada. (TJDFTJDF - Rec 2012.00.2.024652-6; Ac. 642.071; Segunda Turma - Rec 2012.00.2.024652-6; Ac. 642.071; Segunda Turma

Cível; Relª Desª Carmelita Brasil; DJDFTE 19/12/2012; Pág. 112)Cível; Relª Desª Carmelita Brasil; DJDFTE 19/12/2012; Pág. 112)

2 – PEDIDO DE PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA 2 – PEDIDO DE PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA

A instituição financeira em apreço, ajuizou A instituição financeira em apreço, ajuizou na data de 00/11/2222na data de 00/11/2222 a a

presente Ação de Reintegração de Posse em desfavor do ora Réu.presente Ação de Reintegração de Posse em desfavor do ora Réu.

Em que pese esse aspecto, Excelência, já encontra-se emEm que pese esse aspecto, Excelência, já encontra-se em

tramitação perante a 00ª Vara Cível de Curitiba (PR), na data de 11/22/0000, uma Açãotramitação perante a 00ª Vara Cível de Curitiba (PR), na data de 11/22/0000, uma Ação

Revisional contra a ora Autora, Revisional contra a ora Autora, tratando do mesmo contratotratando do mesmo contrato, envolvendo as mesmas partes, o, envolvendo as mesmas partes, o

que se pode constatar pela certidão narrativa e consultas processuais ora imersas. (que se pode constatar pela certidão narrativa e consultas processuais ora imersas. (docs.docs.

01/0201/02). ).

Destarte, honroso Julgador, ao ser manejado a presente ação deDestarte, honroso Julgador, ao ser manejado a presente ação de

reintegração de posse, outra já havia destacada a prevenção, ou seja, reintegração de posse, outra já havia destacada a prevenção, ou seja, perante a 00ª Vara Cívelperante a 00ª Vara Cível

(Proc. nº. 44444-07.2011.8.06.0001), a qual fora protocolada primeiramente e devidamente(Proc. nº. 44444-07.2011.8.06.0001), a qual fora protocolada primeiramente e devidamente

despachada em 11/22/3333 – despachada em 11/22/3333 – antes portanto de qualquer despacho nesta ação de reintegratóriaantes portanto de qualquer despacho nesta ação de reintegratória

--, o que comprova-se pela cópia integral do aludido processo, ora anexado. (--, o que comprova-se pela cópia integral do aludido processo, ora anexado. (doc. 03doc. 03))

Neste caso, havendo mais de uma vara competente para apreciar osNeste caso, havendo mais de uma vara competente para apreciar os

processos, torna-se prevento àquele Juízo que tivera por primeiro a ação distribuída.processos, torna-se prevento àquele Juízo que tivera por primeiro a ação distribuída.

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVILCÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 106 – Correndo em separado ações conexas perante juízes que tem a mesmaArt. 106 – Correndo em separado ações conexas perante juízes que tem a mesma

competência territorial, competência territorial, considera-se prevento aquele despachou em primeiro lugarconsidera-se prevento aquele despachou em primeiro lugar. .

Art. 263 – Art. 263 – Considera-se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja despachadaConsidera-se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja despachada

pelo juiz, pelo juiz, ou simplesmente distribuída, onde houver mais de uma varaou simplesmente distribuída, onde houver mais de uma vara. A propositura. A propositura

da ação, todavia, só produz efeito quanto ao réu, os efeitos mencionados no art. 219da ação, todavia, só produz efeito quanto ao réu, os efeitos mencionados no art. 219

depois que for validamente citado. depois que for validamente citado.

É que em ambos os processos não houve despacho determinando aÉ que em ambos os processos não houve despacho determinando a

citação (CPC, art. 106), sendo, pois, o juízo cuja ação fora primeira distribuída a ser competente.citação (CPC, art. 106), sendo, pois, o juízo cuja ação fora primeira distribuída a ser competente.

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CONEXÃO. JUÍZES DA MESMACONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CONEXÃO. JUÍZES DA MESMA

COMPETÊNCIA TERRITORIAL. PREVENÇÃO DAQUELE QUE PRIMEIRO PROFERIUCOMPETÊNCIA TERRITORIAL. PREVENÇÃO DAQUELE QUE PRIMEIRO PROFERIU

DESPACHO NOS AUTOS. INTELIGÊNCIA DO ART. 106 DO CPC. CRITÉRIODESPACHO NOS AUTOS. INTELIGÊNCIA DO ART. 106 DO CPC. CRITÉRIO

INSUFICIENTE. APLICAÇÃO DO ART. 263 DO CPC. INSUFICIENTE. APLICAÇÃO DO ART. 263 DO CPC.

Nas ações conexas perante juízos com a mesma competência territorial,Nas ações conexas perante juízos com a mesma competência territorial,

considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar. considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar. SendoSendo

insatisfatória a aplicabilidade do art. 106 do CPC, deve ser aplicado o art. 263insatisfatória a aplicabilidade do art. 106 do CPC, deve ser aplicado o art. 263

do CPCdo CPC, o qual considera proposta a ação tanto que a petição inicial seja, o qual considera proposta a ação tanto que a petição inicial seja

despachada pelo Juiz, ou meramente distribuída, onde houver mais de umadespachada pelo Juiz, ou meramente distribuída, onde houver mais de uma

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Vara. (Vara. (TJMGTJMG - CONF 0085059-70.2010.8.13.0000; Uberlândia; Décima Oitava - CONF 0085059-70.2010.8.13.0000; Uberlândia; Décima Oitava

Câmara Cível; Rel. Des. Arnaldo Maciel; Julg. 18/05/2010; DJEMG 28/05/2010) Câmara Cível; Rel. Des. Arnaldo Maciel; Julg. 18/05/2010; DJEMG 28/05/2010)

Ademais, urge asseverar que o debate de Ademais, urge asseverar que o debate de conexão de açõesconexão de ações deve ser deve ser

visto como visto como de ordem públicade ordem pública, de forma cogente, tanto que , de forma cogente, tanto que Humberto Theodoro JúniorHumberto Theodoro Júnior adverte que: adverte que:

““ É, outrossim, É, outrossim, de ordem públicade ordem pública o princípio que recomenda o julgamento o princípio que recomenda o julgamento

comum das ações conexas, para impedir decisões contraditórias e evitar perda decomum das ações conexas, para impedir decisões contraditórias e evitar perda de

tempo da Justiça e das partes com exame das mesmas questões em processostempo da Justiça e das partes com exame das mesmas questões em processos

diferentes. diferentes. Não pode, por isso, o juiz deixar de acolher o pedido de reunião deNão pode, por isso, o juiz deixar de acolher o pedido de reunião de

açõesações, nos termos do art. 105. Negada a fusão dos processos conexos, haverá, nos termos do art. 105. Negada a fusão dos processos conexos, haverá

nulidade da sentença que julgar separadamente apenas uma das ações, e senulidade da sentença que julgar separadamente apenas uma das ações, e se

verificar, de fato, o risco de julgamento conflitantes. “( THEODORO JUNIOR,verificar, de fato, o risco de julgamento conflitantes. “( THEODORO JUNIOR,

Humberto. Humberto. Curso de Direito Processual CivilCurso de Direito Processual Civil. 51ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010.. 51ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010.

Pág. 192)Pág. 192)

( ( destacamosdestacamos ) )

Também nesse sentido, necessário se faz mencionar o entendimentoTambém nesse sentido, necessário se faz mencionar o entendimento

do ilustre processualista do ilustre processualista Moacyr Amaral SantosMoacyr Amaral Santos que preconiza, que preconiza, in berbisin berbis::

““ Se a sentença de mérito depender do julgamento de Se a sentença de mérito depender do julgamento de outra causaoutra causa, já, já

ajuizada, diz-se que a decisão desta constitui ajuizada, diz-se que a decisão desta constitui prejudicial prejudicial àquela. Na àquela. Na dependênciadependência

desse outro julgamento, tudo aconselha, inclusive a lógica jurídica e o princípio dadesse outro julgamento, tudo aconselha, inclusive a lógica jurídica e o princípio da

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economia processual, que se suspenda o processo que a esse se ache condicionado.economia processual, que se suspenda o processo que a esse se ache condicionado.

Assim, por exemplo, ‘se o conhecimento da lide depender necessariamente daAssim, por exemplo, ‘se o conhecimento da lide depender necessariamente da

verificação de fato delituoso, pode o juiz mandar sobrestar o andamento doverificação de fato delituoso, pode o juiz mandar sobrestar o andamento do

processo até que se pronuncie a justiça criminal’ (Cód. Cit., art. 110). A suspensãoprocesso até que se pronuncie a justiça criminal’ (Cód. Cit., art. 110). A suspensão

do processo poderá dar-se de ofício ou a requerimento da parte interessada.do processo poderá dar-se de ofício ou a requerimento da parte interessada.

“(SANTOS, Moacyr Amaral. “(SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. 24ª Ed. São24ª Ed. São

Paulo: Saraiva, 2008, vol. 2. P. 98)Paulo: Saraiva, 2008, vol. 2. P. 98)

A corroborar o exposto acima, insta transcrever o entendimento doA corroborar o exposto acima, insta transcrever o entendimento do

renomado professor renomado professor Arruda AlvimArruda Alvim, o que leciona que:, o que leciona que:

““ O que interessa primordialmente para uma abordagem teórica daO que interessa primordialmente para uma abordagem teórica da

conexão de causas é estabelecer se uma ação é ligada a outra, a ponto de a decisãoconexão de causas é estabelecer se uma ação é ligada a outra, a ponto de a decisão

de uma influir na da outra. Nesse caso, os ordenamentos jurídicos preveemde uma influir na da outra. Nesse caso, os ordenamentos jurídicos preveem

fórmulas para afastar a perspectiva de um conflito de decisões que poderão serfórmulas para afastar a perspectiva de um conflito de decisões que poderão ser

contraditórias, evitando que isso ocorra, o que traria dano evidente à atividadecontraditórias, evitando que isso ocorra, o que traria dano evidente à atividade

jurisdicional. “ALVIM, Arruda. jurisdicional. “ALVIM, Arruda. Manual de Direito Processual Civil. Manual de Direito Processual Civil. 11ª Ed. São Paulo:11ª Ed. São Paulo:

RT, 2007, vol. 1. P. 379)RT, 2007, vol. 1. P. 379)

Ademais, a confirmar os posicionamentos doutrinários supra citados,Ademais, a confirmar os posicionamentos doutrinários supra citados,

impende trazer à colação julgados na mesma esteira de entendimento:impende trazer à colação julgados na mesma esteira de entendimento:

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CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE DEAÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE DE

VEÍCULO. AÇÃO REVISIONAL.VEÍCULO. AÇÃO REVISIONAL. IDENTIDADE SUBSTANCIAL ENTRE AS DEMANDAS. IDENTIDADE SUBSTANCIAL ENTRE AS DEMANDAS.

CONEXÃO.CONEXÃO. RECONHECIMENTO. PRECEDENTES STJ. PREVENÇÃO. RECONHECIMENTO. PRECEDENTES STJ. PREVENÇÃO.

ART. 106, CPC. Apesar de as demandas não possuírem idêntica causa de pedir,ART. 106, CPC. Apesar de as demandas não possuírem idêntica causa de pedir,

havendo um vínculo substancial entre ambas, mostra-se prudente a reunião doshavendo um vínculo substancial entre ambas, mostra-se prudente a reunião dos

processos, a fim de se evitar a prolação de decisões conflitantes. Uma vez reconhecidaprocessos, a fim de se evitar a prolação de decisões conflitantes. Uma vez reconhecida

a conexão entre as demandas, considera-se prevento aquele que primeiro despachoua conexão entre as demandas, considera-se prevento aquele que primeiro despachou

no processo, uma vez possuírem a mesma competência territorial, nos termos dono processo, uma vez possuírem a mesma competência territorial, nos termos do

artigo 106 do Código de Processo Civil. Conflito de competência conhecido. Declaradoartigo 106 do Código de Processo Civil. Conflito de competência conhecido. Declarado

competente o Juízo suscitante. Unânime. (competente o Juízo suscitante. Unânime. (TJDFTJDF - Rec 2012.00.2.027261-4; Ac. 641.081; - Rec 2012.00.2.027261-4; Ac. 641.081;

Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Otávio Augusto; DJDFTE 14/12/2012; Pág. 1045)Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Otávio Augusto; DJDFTE 14/12/2012; Pág. 1045)

CIVIL E PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CIVIL E PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DEAÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE

POSSEPOSSE. PRELIMINAR. . PRELIMINAR. CONEXÃO ENTRE A AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE E ACONEXÃO ENTRE A AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE E A

AÇÃO REVISIONAL FUNDADAS EM IDÊNTICO CONTRATOAÇÃO REVISIONAL FUNDADAS EM IDÊNTICO CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA.

MÉRITO. PEDIDO GENÉRICO DE REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAISMÉRITO. PEDIDO GENÉRICO DE REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS

ALEGADAMENTE ABUSIVAS. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 381 DOALEGADAMENTE ABUSIVAS. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 381 DO

STJ. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. PRELIMINAR. CONEXÃO ENTRE A AÇÃO DESTJ. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. PRELIMINAR. CONEXÃO ENTRE A AÇÃO DE

REINTEGRAÇÃO DE POSSE E A AÇÃO REVISIONAL FUNDADAS EM IDÊNTICOREINTEGRAÇÃO DE POSSE E A AÇÃO REVISIONAL FUNDADAS EM IDÊNTICO

CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA.

1. O Código de Processo Civil Brasileiro de 1973 optou por legislativamente conceituar1. O Código de Processo Civil Brasileiro de 1973 optou por legislativamente conceituar

a hipótese de conexão, em seu art. 103, afirmando que "reputam-se conexas duas oua hipótese de conexão, em seu art. 103, afirmando que "reputam-se conexas duas ou

mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir", circunstância namais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir", circunstância na

qual poderá o juiz, de ofício, ou a requerimento de qualquer das partes, ordenar aqual poderá o juiz, de ofício, ou a requerimento de qualquer das partes, ordenar a

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reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididasreunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas

simultaneamente, observando, para tanto, as regras relativas à prevenção do juízo,simultaneamente, observando, para tanto, as regras relativas à prevenção do juízo,

quando idêntica a competência territorial para processamento das ações conexasquando idêntica a competência territorial para processamento das ações conexas

(arts. 105 e 106, CPC).2. A conexão afigurase entre duas ou mais ações quando há(arts. 105 e 106, CPC).2. A conexão afigurase entre duas ou mais ações quando há

entre elas identidade do objeto, ou da causa de pedir, impondo a reunião das açõesentre elas identidade do objeto, ou da causa de pedir, impondo a reunião das ações

para julgamento em unum et idem judex, evitando, assim, a prolação de decisõespara julgamento em unum et idem judex, evitando, assim, a prolação de decisões

incociliáveis. (…) A consequência jurídico-processual mais expressiva da conexão,incociliáveis. (…) A consequência jurídico-processual mais expressiva da conexão,

malgrado não lhe seja a única, é a imposição de julgamento simultâneo das causasmalgrado não lhe seja a única, é a imposição de julgamento simultâneo das causas

conexas no mesmo processo (simultaneus processus). A razão desta regra deriva doconexas no mesmo processo (simultaneus processus). A razão desta regra deriva do

fato de que o julgamento em separado das causas conexas gera o risco de decisõesfato de que o julgamento em separado das causas conexas gera o risco de decisões

contraditórias, que acarretam grave desprestígio para o Poder Judiciário. (STJ, CCcontraditórias, que acarretam grave desprestígio para o Poder Judiciário. (STJ, CC

55584/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe55584/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe

05/10/2009) 3. A conexão configura, nesse aspecto, o vínculo ou ligação entre05/10/2009) 3. A conexão configura, nesse aspecto, o vínculo ou ligação entre

processos distintos, que se relacionam em virtude de possuírem semelhança quanto aprocessos distintos, que se relacionam em virtude de possuírem semelhança quanto a

alguns (não todos) de seus elementos constitutivos, cujo reconhecimento se coadunaalguns (não todos) de seus elementos constitutivos, cujo reconhecimento se coaduna

com o princípio da economia processual e a harmonia entre os julgados de ações quecom o princípio da economia processual e a harmonia entre os julgados de ações que

se reputa conexas. 4. "Do mesmo modo, duas demandas são conexas pela causa dese reputa conexas. 4. "Do mesmo modo, duas demandas são conexas pela causa de

pedir quando os fatos narrados são os mesmos, ainda que só parcialmente coincidam.pedir quando os fatos narrados são os mesmos, ainda que só parcialmente coincidam.

A mera coincidência dos fundamentos jurídicos não é todavia suficiente para fazer comA mera coincidência dos fundamentos jurídicos não é todavia suficiente para fazer com

que duas causas sejam conexas(...). Daí falar a doutrina italiana em identidade parcialque duas causas sejam conexas(...). Daí falar a doutrina italiana em identidade parcial

de títulos, que é suficiente para produzir a conexidade entre demandas" (Cândidode títulos, que é suficiente para produzir a conexidade entre demandas" (Cândido

Rangel Dinamarco. Instituições de Direito Processual Civil, vol. II, 2009, p. 152). 5. ARangel Dinamarco. Instituições de Direito Processual Civil, vol. II, 2009, p. 152). 5. A

conexão pressupõe a existência de causas que, embora não sejam iguais, guardamconexão pressupõe a existência de causas que, embora não sejam iguais, guardam

entre si algum vínculo, uma relação de afinidade, o que denota que o alcance da regraentre si algum vínculo, uma relação de afinidade, o que denota que o alcance da regra

de conexão tem sido alargado, de modo a se interpretar "o vocábulo "comum",de conexão tem sido alargado, de modo a se interpretar "o vocábulo "comum",

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contido no texto legal, como uma indicação do legislador de que, para caracterizar acontido no texto legal, como uma indicação do legislador de que, para caracterizar a

conexão, seria desnecessária a identidade total dos elementos da ação, bastando tãoconexão, seria desnecessária a identidade total dos elementos da ação, bastando tão

somente uma identidade parcial. (…) O art. 103 do CPC se limita a instituir requisitossomente uma identidade parcial. (…) O art. 103 do CPC se limita a instituir requisitos

mínimos de conexão, cabendo ao Juiz, conforme os elementos presentes em cadamínimos de conexão, cabendo ao Juiz, conforme os elementos presentes em cada

caso, aquilatar se a adoção da medida se mostra aconselhável e consentânea com acaso, aquilatar se a adoção da medida se mostra aconselhável e consentânea com a

finalidade do instituto, que, em última análise, se presta a colaborar com a efetividadefinalidade do instituto, que, em última análise, se presta a colaborar com a efetividade

da justiça e da pacificação social. (STJ, REsp 1226016/RJ, Rel. Ministra NANCYda justiça e da pacificação social. (STJ, REsp 1226016/RJ, Rel. Ministra NANCY

ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/03/2011, DJe 25/03/2011) 6. No queANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/03/2011, DJe 25/03/2011) 6. No que

atine à particularidade da conexão entre ações revisionais e ações de busca eatine à particularidade da conexão entre ações revisionais e ações de busca e

apreensão ou reintegração de posse de veículos, tendo como relação jurídica baseapreensão ou reintegração de posse de veículos, tendo como relação jurídica base

contratos de alienação fiduciária ou arrendamento mercantil (leasing), já secontratos de alienação fiduciária ou arrendamento mercantil (leasing), já se

manifestou favoravelmente o Superior Tribunal de Justiça. Precedentes (STJ, CCmanifestou favoravelmente o Superior Tribunal de Justiça. Precedentes (STJ, CC

89681/ MG; REsp 276195/MS) 7. São conexas ação de revisão de cláusula contratual e89681/ MG; REsp 276195/MS) 7. São conexas ação de revisão de cláusula contratual e

ação de busca e apreensão, porque decorrem de um mesmo contrato de concessão deação de busca e apreensão, porque decorrem de um mesmo contrato de concessão de

crédito, razão pela qual devem ser reunidas perante um único juízo (o prevento) a fimcrédito, razão pela qual devem ser reunidas perante um único juízo (o prevento) a fim

de evitar a coexistência de decisões contraditórias e dar maior eficiência à atividadede evitar a coexistência de decisões contraditórias e dar maior eficiência à atividade

processual (V. TJPI - Conflito de Competência n. 2011.0001.004154-1, Des. Relatorprocessual (V. TJPI - Conflito de Competência n. 2011.0001.004154-1, Des. Relator

JOSÉ FRANCISCO DO NASCIMENTO, Tribunal Pleno, julgado em 01/03/2012, DJJOSÉ FRANCISCO DO NASCIMENTO, Tribunal Pleno, julgado em 01/03/2012, DJ

13/03/2012).8. Ainda que haja conexão entre demandas, não serão reunidos os13/03/2012).8. Ainda que haja conexão entre demandas, não serão reunidos os

processos, quanto um deles já foi sentenciado pelo juízo prevento, no teor da Súmulaprocessos, quanto um deles já foi sentenciado pelo juízo prevento, no teor da Súmula

nº 235 do STJ: "a conexão não determina a reunião dos processos se um deles já foinº 235 do STJ: "a conexão não determina a reunião dos processos se um deles já foi

julgado". 9. No caso desses autos, verifica-se que o processo de Ação Revisional, emjulgado". 9. No caso desses autos, verifica-se que o processo de Ação Revisional, em

trâmite no juízo prevento, já foi sentenciado. Assim, embora haja conexão, desta nãotrâmite no juízo prevento, já foi sentenciado. Assim, embora haja conexão, desta não

decorrerá a reunião dos processos na vara do juízo prevento. MÉRITO PEDIDOdecorrerá a reunião dos processos na vara do juízo prevento. MÉRITO PEDIDO

GENÉRICO DE REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS ALEGADAMENTE ABUSIVAS.GENÉRICO DE REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS ALEGADAMENTE ABUSIVAS.

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IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 381 DO STJ. 10. "De acordo com aIMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 381 DO STJ. 10. "De acordo com a

jurisprudência do STJ, é possível a ampliação do objeto de análise da ação de busca ejurisprudência do STJ, é possível a ampliação do objeto de análise da ação de busca e

apreensão, para o debate de cláusulas contratuais consideradas abusivas pelo autor.apreensão, para o debate de cláusulas contratuais consideradas abusivas pelo autor.

Precedentes. " (STJ - AgRg no REsp 708.049/MG, Rel. Ministro PAULO DE TARSOPrecedentes. " (STJ - AgRg no REsp 708.049/MG, Rel. Ministro PAULO DE TARSO

SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/03/ 2012, DJe 26/03/2012), daíSANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/03/ 2012, DJe 26/03/2012), daí

porque, "(é) possível a discussão sobre a legalidade de cláusulas contratuais comoporque, "(é) possível a discussão sobre a legalidade de cláusulas contratuais como

matéria de defesa na ação de busca e apreensão decorrente de arrendamentomatéria de defesa na ação de busca e apreensão decorrente de arrendamento

mercantil. " (STJ - REsp 267.758/MG, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, Rel. p/ Acórdãomercantil. " (STJ - REsp 267.758/MG, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, Rel. p/ Acórdão

Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 27/04/2005, DJMinistro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 27/04/2005, DJ

22/06/2005, p. 222) 11. Por outro lado, conforme dicção da Súmula nº 381 do STJ:22/06/2005, p. 222) 11. Por outro lado, conforme dicção da Súmula nº 381 do STJ:

"nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das"nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das

cláusulas", não sendo apto a afastar a incidência deste enunciado no caso concreto ocláusulas", não sendo apto a afastar a incidência deste enunciado no caso concreto o

simples pedido genérico de rescisão do contrato. Precedentes. 12. No caso destessimples pedido genérico de rescisão do contrato. Precedentes. 12. No caso destes

autos, a parte agravante alegou a abusividade de cláusulas contratuais doautos, a parte agravante alegou a abusividade de cláusulas contratuais do

arrendamento mercantil celebrado entre os litigantes, mas, apesar disso, formulouarrendamento mercantil celebrado entre os litigantes, mas, apesar disso, formulou

pedido genérico, porque não indicou os pontos evidenciadores da alegada abusividadepedido genérico, porque não indicou os pontos evidenciadores da alegada abusividade

contratual, da qual não se pode conhecer de ofício, por força da citada Súmula nº 381contratual, da qual não se pode conhecer de ofício, por força da citada Súmula nº 381

do STJ. 13. Recurso conhecido e improvido. (do STJ. 13. Recurso conhecido e improvido. (TJPITJPI - AI 2010.0001.002834-2; Terceira - AI 2010.0001.002834-2; Terceira

Câmara Especializada Cível; Rel. Des. Francisco Landim; DJPI 18/06/2012; Pág. 12)Câmara Especializada Cível; Rel. Des. Francisco Landim; DJPI 18/06/2012; Pág. 12)

Nesse contexto, temos que a Ré as causas de pedir entre ambas asNesse contexto, temos que a Ré as causas de pedir entre ambas as

causas são idênticas e, por conseguinte, adequado que os processos em liça sejam reunidos. causas são idênticas e, por conseguinte, adequado que os processos em liça sejam reunidos.

3 – PRELIMINARMENTE 3 – PRELIMINARMENTE CPC, ART. 301, Inc. X CPC, ART. 301, Inc. X

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a) ausência de notificação do devedor a) ausência de notificação do devedor

–– documento imprescindível documento imprescindível

–– pedido juridicamente impossívelpedido juridicamente impossível

Entende o Promovido que Entende o Promovido que nãonão houve notificação houve notificação do débito de do débito de

forma válida, como exige a leiforma válida, como exige a lei. .

O pretenso ato de ciência do débitoO pretenso ato de ciência do débito não fora feita por Tabelião, não fora feita por Tabelião,

tornando a notificação eivada de tornando a notificação eivada de vício insanávelvício insanável, posto que contraria aos ditames do , posto que contraria aos ditames do art. 160art. 160

da Lei nº 6.015, de 31/12/1973da Lei nº 6.015, de 31/12/1973, uma vez que , uma vez que efetivada por Escritório de Advocaciaefetivada por Escritório de Advocacia localizado no localizado no

Estado de São PauloEstado de São Paulo, cidade esta diversa do endereço do Promovido, estipulado no enlace, cidade esta diversa do endereço do Promovido, estipulado no enlace

contratual (contratual (CuritibaCuritiba). ).

Art. 160 – O oficial será obrigado, quando o apresentante o requerer, aArt. 160 – O oficial será obrigado, quando o apresentante o requerer, a

notificar do registro ou da averbação os demais interessados quenotificar do registro ou da averbação os demais interessados que

figurarem no título, documento, ou papel apresentado, e a quaisquerfigurarem no título, documento, ou papel apresentado, e a quaisquer

terceiros lhes sejam indicados, terceiros lhes sejam indicados, podendo requisitar dos oficiais depodendo requisitar dos oficiais de

registro, em outros Municípios, as notificações necessáriasregistro, em outros Municípios, as notificações necessárias . Por esse. Por esse

processo, também, poderão ser feitos avisos, denúncias e notificações,processo, também, poderão ser feitos avisos, denúncias e notificações,

quando não for exigida a intervenção judicial. “ quando não for exigida a intervenção judicial. “

( ( sem destaques no original sem destaques no original ))

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Nesta mesma linha de raciocínio é a regra contida na Nesta mesma linha de raciocínio é a regra contida na Lei Federal nº.Lei Federal nº.

8.935/948.935/94, que assim dispõe:, que assim dispõe:

LEI FEDERAL Nº. 8.935/94LEI FEDERAL Nº. 8.935/94

Art. 8º É livre a escolha do tabelião de notas, qualquer que seja o domicílioArt. 8º É livre a escolha do tabelião de notas, qualquer que seja o domicílio

das partes ou o lugar de situação dos bens objeto do ato ou negócio.das partes ou o lugar de situação dos bens objeto do ato ou negócio.

Art. 9º O tabelião de notas Art. 9º O tabelião de notas não poderá não poderá praticar atos de seu ofício fora dopraticar atos de seu ofício fora do

Município para o qual recebeu delegaçãoMunicípio para o qual recebeu delegação. .

( ( destacamos destacamos ))

CabiaCabia ser observado ser observado os limites da circunscrição do Tabelionatoos limites da circunscrição do Tabelionato

onde reside o Réuonde reside o Réu e, destarte, se considerada a “notificação” como pertinente, ainda assim e, destarte, se considerada a “notificação” como pertinente, ainda assim

deveria ser requerido os préstimos de um Tabelionato da Comarca destinatária. Mas não foi odeveria ser requerido os préstimos de um Tabelionato da Comarca destinatária. Mas não foi o

que ocorreu na hipótese em estudo. que ocorreu na hipótese em estudo.

Neste sentido, em nota jurisprudencial, podemos destacar que:Neste sentido, em nota jurisprudencial, podemos destacar que:

APELAÇÃO CÍVEL. BUSCA E APREENSÃO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. NOTIFICAÇÃOAPELAÇÃO CÍVEL. BUSCA E APREENSÃO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. NOTIFICAÇÃO

EXTRAJUDICIAL INVÁLIDA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA MORA. EXTRAJUDICIAL INVÁLIDA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA MORA.

1. É nulo, de pleno direito, o ato notificatório procedido por serventia notarial sediada1. É nulo, de pleno direito, o ato notificatório procedido por serventia notarial sediada

em circunscrição diversa de seu domicílio, carecendo, portanto, de eficácia jurídicaem circunscrição diversa de seu domicílio, carecendo, portanto, de eficácia jurídica

para os fins de caracterização da mora, a incidir a Súmula nº 72 do STJ. Inteligência dopara os fins de caracterização da mora, a incidir a Súmula nº 72 do STJ. Inteligência do

art. 9º, da Lei nº 8.935/94, conforme entendimento prevalecente nesta Corte. art. 9º, da Lei nº 8.935/94, conforme entendimento prevalecente nesta Corte.

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2. A notificação extrajudicial constitui2. A notificação extrajudicial constituise documento indispensável para a constituiçãose documento indispensável para a constituição

em mora do devedor, entretanto, na sua ausência, deve o Juiz singular oportunizar aem mora do devedor, entretanto, na sua ausência, deve o Juiz singular oportunizar a

emenda da inicial ao Demandante, cumprindo o mandamento inserido no art. 284 doemenda da inicial ao Demandante, cumprindo o mandamento inserido no art. 284 do

CPC. CPC.

3. Sentença desconstituída. (3. Sentença desconstituída. (TJCETJCE - AC 0038266 - AC 003826618.2011.8.06.0167; Terceira Câmara18.2011.8.06.0167; Terceira Câmara

Cível; Rel. Des. Rômulo Moreira de Deus; DJCE 03/05/2012; Pág. 31)Cível; Rel. Des. Rômulo Moreira de Deus; DJCE 03/05/2012; Pág. 31)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL PORAPELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL POR

CARTÓRIO DE CIRCUNSCRIÇÃO DIVERSA DO DOMICÍLIO DO DEVEDOR. NOTIFICAÇÃOCARTÓRIO DE CIRCUNSCRIÇÃO DIVERSA DO DOMICÍLIO DO DEVEDOR. NOTIFICAÇÃO

FEITA DIRETAMENTE PELO CREDOR. MORA NÃO COMPROVADA. EXTINÇÃOFEITA DIRETAMENTE PELO CREDOR. MORA NÃO COMPROVADA. EXTINÇÃO

MANTIDA. INTIMAÇÃO PESSOAL DO AUTOR. MANTIDA. INTIMAÇÃO PESSOAL DO AUTOR.

I - Para fins de consolidação da mora na ação de busca e apreensão, é irrelevante que aI - Para fins de consolidação da mora na ação de busca e apreensão, é irrelevante que a

notificação tenha sido expedida por cartório de registro de títulos e documentos denotificação tenha sido expedida por cartório de registro de títulos e documentos de

circunscrição diversa do domicílio do notificado, bastando que a carta expedida cheguecircunscrição diversa do domicílio do notificado, bastando que a carta expedida chegue

ao endereço do devedor, ainda que do AR não conste a assinatura do próprio devedor.ao endereço do devedor, ainda que do AR não conste a assinatura do próprio devedor.

II- Se a notificação não é enviada através de Cartório, sendo feita diretamente peloII- Se a notificação não é enviada através de Cartório, sendo feita diretamente pelo

credor, tem-se por não concretizado o ato notificatório, eis que realizado emcredor, tem-se por não concretizado o ato notificatório, eis que realizado em

desconformidade com os ditames legais atinentes à espécie. desconformidade com os ditames legais atinentes à espécie.

III- Ao credor não é dado substituir o órgão cartorário competente, promovendoIII- Ao credor não é dado substituir o órgão cartorário competente, promovendo

sponte sua a notificação do devedor, vez que é o Cartório que detém a fé públicasponte sua a notificação do devedor, vez que é o Cartório que detém a fé pública

necessária para certificar a comprovação do ato de notificação. necessária para certificar a comprovação do ato de notificação.

IV- Sem a prova de regular constituição em mora do devedor, impõe-se a extinção doIV- Sem a prova de regular constituição em mora do devedor, impõe-se a extinção do

feito, por ausência de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e regularfeito, por ausência de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e regular

do processo. do processo.

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V - Correta a sentença que diante da não comprovação da mora, extingue o feito, nosV - Correta a sentença que diante da não comprovação da mora, extingue o feito, nos

termos do art. 284, parágrafo único c/c 267, I, do CPC, abstendo-se de intimartermos do art. 284, parágrafo único c/c 267, I, do CPC, abstendo-se de intimar

pessoalmente a parte, já que esta última providência só se aplica às hipóteses dopessoalmente a parte, já que esta última providência só se aplica às hipóteses do

artigo 267, II e III, do CPC. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. (artigo 267, II e III, do CPC. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. (TJGOTJGO - AC - AC

206636-30.2011.8.09.0149; Trindade; Rel. Des. Carlos Escher; DJGO 23/02/2012; Pág.206636-30.2011.8.09.0149; Trindade; Rel. Des. Carlos Escher; DJGO 23/02/2012; Pág.

205)205)

Há uma forma prescrita em leiHá uma forma prescrita em lei, portanto e, desta maneira, quando, portanto e, desta maneira, quando

feita em contrário, corresponde à sua nulidade. (feita em contrário, corresponde à sua nulidade. (CC, art. 104CC, art. 104))

Quanto à imprescindibilidade do ato de notificação do devedor, Quanto à imprescindibilidade do ato de notificação do devedor, estaesta

já se encontra sumulada pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiçajá se encontra sumulada pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça. .

SÚMULA 369 DO STJSÚMULA 369 DO STJ

No contrato de arrendamento mercantil (No contrato de arrendamento mercantil (leasingleasing), ainda que haja), ainda que haja

cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatáriocláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário

para constituí-lo em mora. “para constituí-lo em mora. “

No plano processual, não devemos olvidar que No plano processual, não devemos olvidar que é impossívelé impossível, nesta, nesta

fase da querela (após a contestação), que a Autora, venha, eventualmente, tentar fase da querela (após a contestação), que a Autora, venha, eventualmente, tentar emendar aemendar a

inicialinicial. A notificação, como referenciado em linhas anteriores, . A notificação, como referenciado em linhas anteriores, é tida como documentoé tida como documento

indispensávelindispensável à propositura da ação à propositura da ação. Portanto, o alongamento de prazo para que a parte. Portanto, o alongamento de prazo para que a parte

venha tentar corrigir o erro insanável é absolutamente impertinente. venha tentar corrigir o erro insanável é absolutamente impertinente.

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVILCÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 283 - A petição inicial será instruída com os documentos Art. 283 - A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis àindispensáveis à

propositura da açãopropositura da ação. .

Art. 396 – Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art.Art. 396 – Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art.

297), com os documentos destinados a provar-lhe as alegações. “297), com os documentos destinados a provar-lhe as alegações. “

No caso, o pedido de reintegração de posse torna-seNo caso, o pedido de reintegração de posse torna-se

juridicamente impossíveljuridicamente impossível, à luz da disciplina da Legislação Adjetiva Civil e, pois, poderá ser, à luz da disciplina da Legislação Adjetiva Civil e, pois, poderá ser

extinto de imediato (extinto de imediato (CPC, art. 295, I e Parágrafo único, inc. IIICPC, art. 295, I e Parágrafo único, inc. III). ). Há, portanto, a Há, portanto, a inépcia dainépcia da

inicial inicial e o processo deverá ser extinto. e o processo deverá ser extinto. ((CPC, art. 267, ICPC, art. 267, I))

b) b) pretensapretensa notificação do devedor feita por notificação do devedor feita por escritório de advocaciaescritório de advocacia

É consabido, mais, para a propositura da ação de reintegração deÉ consabido, mais, para a propositura da ação de reintegração de

posse, decorrente de contrato de arrendamento mercantil, como acima aludido, posse, decorrente de contrato de arrendamento mercantil, como acima aludido, é indispensávelé indispensável

a prévia constituição em mora do devedora prévia constituição em mora do devedor, , que deve ser realizada por carta registradaque deve ser realizada por carta registrada

expedida pelo Cartório de Títulos e Documentos, ou pelo protesto do títuloexpedida pelo Cartório de Títulos e Documentos, ou pelo protesto do título. .

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Com relação ao modo de comprovação da mora nas hipóteses deCom relação ao modo de comprovação da mora nas hipóteses de

ações de reintegração de posse com base em contrato de arrendamento mercantil, há que seações de reintegração de posse com base em contrato de arrendamento mercantil, há que se

aplicar a disposição do aplicar a disposição do artigo 4º, da Lei de Introdução ao Código Civilartigo 4º, da Lei de Introdução ao Código Civil, que assevera:, que assevera:

Art. 4º. - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, osArt. 4º. - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os

costumes e os princípios gerais de direito.costumes e os princípios gerais de direito.

Inexistindo lei específica que trata de contrato de arrendamentoInexistindo lei específica que trata de contrato de arrendamento

mercantil (mercantil (Lei nº. 6.099/74Lei nº. 6.099/74) modo expresso para comprovar a mora do devedor, ) modo expresso para comprovar a mora do devedor, aplica-se,aplica-se,

analogicamente, o Decreto-Lei 911/69analogicamente, o Decreto-Lei 911/69, que regula os contratos de alienação fiduciária em, que regula os contratos de alienação fiduciária em

garantia.garantia.

Neste diapasão, dispõe o Neste diapasão, dispõe o § 2º, do artigo 2º, do Decreto-Lei 911/69§ 2º, do artigo 2º, do Decreto-Lei 911/69,,

a comprovação da mora do devedor a comprovação da mora do devedor será efetivada através de carta registrada expedida porserá efetivada através de carta registrada expedida por

intermédio de Cartório de Títulos e Documentos ou pelo protesto do títulointermédio de Cartório de Títulos e Documentos ou pelo protesto do título , a critério do, a critério do

credor:credor:

Art. 2º. (...)Art. 2º. (...)

§ 2º § 2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá serA mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser

comprovada por carta registrada expedida comprovada por carta registrada expedida por intermédio de Cartório de Títulos epor intermédio de Cartório de Títulos e

Documentos ou pelo protesto do títuloDocumentos ou pelo protesto do título, a critério do credor, a critério do credor..

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Entretanto, constata-se que o banco credor Entretanto, constata-se que o banco credor não comprovou anão comprovou a

constituição em mora do devedorconstituição em mora do devedor, ora Réu, posto que a pretensa e aludida “, ora Réu, posto que a pretensa e aludida “notificaçãonotificação

extrajudicialextrajudicial” não se realizou por meio do Cartório de Títulos e Documentos, como determina o” não se realizou por meio do Cartório de Títulos e Documentos, como determina o

Decreto-lei n. 911/69. Ao revés, Decreto-lei n. 911/69. Ao revés, foi expedida diretamente foi expedida diretamente pelo Escritório de Advocaciapelo Escritório de Advocacia que que

patrocina os interesses do banco credor (fl. 22), notoriamente destituído de fé-pública. Ineficaz,patrocina os interesses do banco credor (fl. 22), notoriamente destituído de fé-pública. Ineficaz,

portanto, a ciência do débito ao Réu.portanto, a ciência do débito ao Réu.

Neste sentido:Neste sentido:

RECURSO DE AGRAVO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. NOTIFICAÇÃORECURSO DE AGRAVO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. NOTIFICAÇÃO

EXTRAJUDICIAL REALIZADA POR ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA. IMPOSSIBILIDADE. EXTRAJUDICIAL REALIZADA POR ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA. IMPOSSIBILIDADE.

I- embora o instituto do arrendamento mercantil seja distinto da alienação fiduciária, aI- embora o instituto do arrendamento mercantil seja distinto da alienação fiduciária, a

jurisprudência dominante exige a comprovação da mora através de notificaçãojurisprudência dominante exige a comprovação da mora através de notificação

realizada por cartório de títulos e documentos ou pelo protesto de título, comorealizada por cartório de títulos e documentos ou pelo protesto de título, como

requisito para desenvolvimento válido do processo. requisito para desenvolvimento válido do processo.

II- em análise a documentação acostada aos autos, observa-se que o recorrenteII- em análise a documentação acostada aos autos, observa-se que o recorrente

constituiu em mora o devedor através de notificação expedida pelo escritório deconstituiu em mora o devedor através de notificação expedida pelo escritório de

advocacia celso marcon advogados associados advocacia celso marcon advogados associados

iii- a comprovação da mora por intermédio de escritório de advocacia não é meio hábiliii- a comprovação da mora por intermédio de escritório de advocacia não é meio hábil

a constituição em mora do devedor. Recurso improvido. (a constituição em mora do devedor. Recurso improvido. (TJPETJPE - AgRg 0001999- - AgRg 0001999-

23.2012.8.17.0000; Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Bartolomeu Bueno de Freitas23.2012.8.17.0000; Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Bartolomeu Bueno de Freitas

Morais; Julg. 20/12/2012; DJEPE 07/01/2013; Pág. 474)Morais; Julg. 20/12/2012; DJEPE 07/01/2013; Pág. 474)

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REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ARRENDAMENTO MERCANTIL. NOTIFICAÇÃO FEITA PORREINTEGRAÇÃO DE POSSE. ARRENDAMENTO MERCANTIL. NOTIFICAÇÃO FEITA POR

ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA. ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA.

A notificação extrajudicial do devedor, na ação de reintegração de posse de veículoA notificação extrajudicial do devedor, na ação de reintegração de posse de veículo

objeto de arrendamento mercantil, deve ser feita por cartório extrajudicial. Não éobjeto de arrendamento mercantil, deve ser feita por cartório extrajudicial. Não é

válida se realizada por escritório de advocacia. Apelação provida. (válida se realizada por escritório de advocacia. Apelação provida. (TJDFTJDF - Rec - Rec

2011.01.1.147274-7; Ac. 641.885; Sexta Turma Cível; Rel. Des. Jair Soares; DJDFTE2011.01.1.147274-7; Ac. 641.885; Sexta Turma Cível; Rel. Des. Jair Soares; DJDFTE

19/12/2012; Pág. 271)19/12/2012; Pág. 271)

AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL. AUSÊNCIA DE FATO NOVO. AGRAVOAGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL. AUSÊNCIA DE FATO NOVO. AGRAVO

IMPROVIDO. IMPROVIDO.

I - É de se negar provimento ao agravo que não trouxe ao autos nenhum fato novo,I - É de se negar provimento ao agravo que não trouxe ao autos nenhum fato novo,

limitando-se a repetir os argumentos expendidos por ocasião da peça de ingresso. limitando-se a repetir os argumentos expendidos por ocasião da peça de ingresso.

II - Estando a decisão recorrida de acordo com a jurisprudência dominante doII - Estando a decisão recorrida de acordo com a jurisprudência dominante do

respectivo tribunal ou Tribunal Superior, nos termos do art. 557, do Código derespectivo tribunal ou Tribunal Superior, nos termos do art. 557, do Código de

Processo Civil, não há falar em reforma. Processo Civil, não há falar em reforma.

III - Para ter validade, a notificação extrajudicial deve ser expedida por intermédio deIII - Para ter validade, a notificação extrajudicial deve ser expedida por intermédio de

Cartório de Títulos e Documentos ou pelo protesto do título, ante a fé pública inerenteCartório de Títulos e Documentos ou pelo protesto do título, ante a fé pública inerente

do seu ofício, aplicando-se o que dispõe o artigo 2º do Decreto-Lei nº 911/69, nãodo seu ofício, aplicando-se o que dispõe o artigo 2º do Decreto-Lei nº 911/69, não

subsistindo, para os efeitos legais, a encaminhada pelo escritório de advocacia quesubsistindo, para os efeitos legais, a encaminhada pelo escritório de advocacia que

patrocina os interesses do credor. AGRAVO REGIMENTAL CONHECIDO E DESPROVIDO.patrocina os interesses do credor. AGRAVO REGIMENTAL CONHECIDO E DESPROVIDO.

((TJGOTJGO - AC-AgRg 9061-21.2012.8.09.0006; Anápolis; Rel. Des. Jeova Sardinha de - AC-AgRg 9061-21.2012.8.09.0006; Anápolis; Rel. Des. Jeova Sardinha de

Moraes; DJGO 17/12/2012; Pág. 206)Moraes; DJGO 17/12/2012; Pág. 206)

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APELAÇÃO CÍVEL. BUSCA E APREENSÃO. DECRETO-LEI Nº 911/69. NOTIFICAÇÃOAPELAÇÃO CÍVEL. BUSCA E APREENSÃO. DECRETO-LEI Nº 911/69. NOTIFICAÇÃO

EXTRAJUDICIAL PROCEDIDA POR ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA MEDIANTEEXTRAJUDICIAL PROCEDIDA POR ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA MEDIANTE

TELEGRAMA. DEVEDOR NÃO CONSTITUÍDO EM MORA. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOTELEGRAMA. DEVEDOR NÃO CONSTITUÍDO EM MORA. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO

DE CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO.DE CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO.

EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO.

A notificação extrajudicial realizada para fins de configuração da mora, que é requisitoA notificação extrajudicial realizada para fins de configuração da mora, que é requisito

indispensável para a propositura de ação de busca e apreensão, deve ser feita porindispensável para a propositura de ação de busca e apreensão, deve ser feita por

intermédio de Cartório cuja circunscrição territorial coincida com a do domicílio dointermédio de Cartório cuja circunscrição territorial coincida com a do domicílio do

devedor e não por meio de escritório de advocacia. Se ausente a comprovação dadevedor e não por meio de escritório de advocacia. Se ausente a comprovação da

mora do devedor, há ausência de pressuposto processual, devendo ser decretada,mora do devedor, há ausência de pressuposto processual, devendo ser decretada,

consequentemente, a extinção do processo sem resolução de mérito. Recursoconsequentemente, a extinção do processo sem resolução de mérito. Recurso

prejudicado. (prejudicado. (TJMGTJMG - APCV 1.0525.11.021582-5/001; Rel. Des. Veiga de Oliveira; Julg. - APCV 1.0525.11.021582-5/001; Rel. Des. Veiga de Oliveira; Julg.

04/12/2012; DJEMG 14/12/2012)04/12/2012; DJEMG 14/12/2012)

De outro contexto, não devemos olvidar que as disposições contidasDe outro contexto, não devemos olvidar que as disposições contidas

no art. 284 da Legislação Adjetiva Civil no art. 284 da Legislação Adjetiva Civil são inaplicáveissão inaplicáveis à hipótese em vertente, maiormente à hipótese em vertente, maiormente

porquanto a abertura de prazo para a juntada aos autos da notificação destinada ao Réu, queporquanto a abertura de prazo para a juntada aos autos da notificação destinada ao Réu, que

deve ser anterior à propositura da açãodeve ser anterior à propositura da ação, e não para a constituição em mora do devedor. , e não para a constituição em mora do devedor.

Em verdade, não se há de falar em irregularidade sanável, eis que aEm verdade, não se há de falar em irregularidade sanável, eis que a

comprovação da mora do devedor, em sede de ação de reintegração de posse decorrente decomprovação da mora do devedor, em sede de ação de reintegração de posse decorrente de

contrato de arrendamento mercantil, é providência indispensável que deve preceder o própriocontrato de arrendamento mercantil, é providência indispensável que deve preceder o próprio

ajuizamento da ação. ajuizamento da ação.

2020 de de 7979

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A ação, por este ângulo, deve ser extinta, sem adentrar-se ao mérito.A ação, por este ângulo, deve ser extinta, sem adentrar-se ao mérito.

4 – QUESTÃO PREJUDICIAL “EXTERNA”4 – QUESTÃO PREJUDICIAL “EXTERNA”PEDIDO DE SUSPENSÃO DESTE PROCESSO PEDIDO DE SUSPENSÃO DESTE PROCESSO

Em razão do ajuizamento de Ação Revisional (Proc. nº. 55.777.88.9.-Em razão do ajuizamento de Ação Revisional (Proc. nº. 55.777.88.9.-

0001), por dependência à presente, vem o Réu requerer a0001), por dependência à presente, vem o Réu requerer a imediata suspensão do processo emimediata suspensão do processo em

referência, até o julgamento final da Ação Revisional em tela, referência, até o julgamento final da Ação Revisional em tela, pleito este que o faz com abrigopleito este que o faz com abrigo

no art. 265, IV, ´a`, do Código de Processo Civilno art. 265, IV, ´a`, do Código de Processo Civil , porquanto o julgamento de mérito, porquanto o julgamento de mérito

eventualmente favorável ao ora Promovido, importa, diretamente, no resultado desta ação deeventualmente favorável ao ora Promovido, importa, diretamente, no resultado desta ação de

reintegração de posse. reintegração de posse.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVILCÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 265 – Suspende-se o processo:Art. 265 – Suspende-se o processo:

......

IV – quando a sentença de mérito:IV – quando a sentença de mérito:

a) depender do julgamento de outra causa, ou da declaração da existência oua) depender do julgamento de outra causa, ou da declaração da existência ou

inexistência da relação jurídica, que constitua objeto principal de outro processoinexistência da relação jurídica, que constitua objeto principal de outro processo ;;

Neste sentido:Neste sentido:

AGRAVO. LEASING. BUSCA E APREENSÃO. PROPOSITURA DE AÇÃO REVISIONAL.AGRAVO. LEASING. BUSCA E APREENSÃO. PROPOSITURA DE AÇÃO REVISIONAL.

SUSPENSÃO. NÃO CABIMENTO. SUSPENSÃO. NÃO CABIMENTO.

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O ajuizamento da ação de revisão contratual, por si só, não é suficiente paraO ajuizamento da ação de revisão contratual, por si só, não é suficiente para

descaracterizar a mora do devedor fiduciário, porque é necessário que este tenhadescaracterizar a mora do devedor fiduciário, porque é necessário que este tenha

depositado naquela os valores que entende como devidos e comprove tal fato na açãodepositado naquela os valores que entende como devidos e comprove tal fato na ação

de busca e apreensão, o que não ocorreu nos presentes autos. V. V. Tendo sidode busca e apreensão, o que não ocorreu nos presentes autos. V. V. Tendo sido

interposta ação que tenha por objeto a revisão do contrato no qual se pactuou ointerposta ação que tenha por objeto a revisão do contrato no qual se pactuou o

arrendamento mercantil de bens, deve a reintegração destes últimos ser suspensa atéarrendamento mercantil de bens, deve a reintegração destes últimos ser suspensa até

decisão final da revisional, em nome da segurança jurídica. (decisão final da revisional, em nome da segurança jurídica. (TJMGTJMG - AGIN 0021775- - AGIN 0021775-

51.2009.8.13.0444; Natércia; Décima Quinta Câmara Cível; Rel. Desig. Des. José51.2009.8.13.0444; Natércia; Décima Quinta Câmara Cível; Rel. Desig. Des. José

Affonso da Costa Cortês; Julg. 17/06/2010; Affonso da Costa Cortês; Julg. 17/06/2010; DJEMG 10/08/2010DJEMG 10/08/2010))

ARRENDAMENTO MERCANTIL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. AÇÃO REVISIONALARRENDAMENTO MERCANTIL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. AÇÃO REVISIONAL

ANTERIORMENTE PROPOSTA. PREJUDICIALIDADE EXTERNA (CPC, ART. 265, INC. IV,ANTERIORMENTE PROPOSTA. PREJUDICIALIDADE EXTERNA (CPC, ART. 265, INC. IV,

"A"). CAUSA PREJUDICIAL ANTERIOR À PREJUDICADA. SUSPENSÃO DO PROCESSO."A"). CAUSA PREJUDICIAL ANTERIOR À PREJUDICADA. SUSPENSÃO DO PROCESSO.

ADMISSIBILIDADE. RECURSO IMPROVIDO. ADMISSIBILIDADE. RECURSO IMPROVIDO.

A prejudicialidade externa prevista pelo art. 265, inc. IV, "a", do CPC, exige que a causaA prejudicialidade externa prevista pelo art. 265, inc. IV, "a", do CPC, exige que a causa

prejudicial esteja em curso quando do início do processo prejudicado. Na hipótese aprejudicial esteja em curso quando do início do processo prejudicado. Na hipótese a

ação revisional de contrato de leasing, que se mostra prejudicial à reintegração deação revisional de contrato de leasing, que se mostra prejudicial à reintegração de

posse, foi por primeiro distribuída. (posse, foi por primeiro distribuída. (TJSPTJSP - AI 990.10.138341-1; Ac. 4579263; São - AI 990.10.138341-1; Ac. 4579263; São

Bernardo do Campo; Trigésima Quinta Câmara de Direito Privado; Rel. Des. MendesBernardo do Campo; Trigésima Quinta Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Mendes

Gomes; Julg. 05/07/2010; DJESP 26/07/2010)Gomes; Julg. 05/07/2010; DJESP 26/07/2010)

5 – ARRENDAMENTO MERCANTIL (“5 – ARRENDAMENTO MERCANTIL (“LEASINGLEASING”)”)APLICABILIDADE DO CDCAPLICABILIDADE DO CDC

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Consabido que a prestação de serviços bancários encontra-seConsabido que a prestação de serviços bancários encontra-se

regidas pelas normas de proteção ao consumidor. Isto porque, plenamente cabível oregidas pelas normas de proteção ao consumidor. Isto porque, plenamente cabível o

enquadramento das instituições financeiras, enquadramento das instituições financeiras, prestadora de serviçosprestadora de serviços, na conceituação de, na conceituação de

fornecedorfornecedor, preconizada , preconizada no art. 3º, caput, da Lei n. 8.078/90no art. 3º, caput, da Lei n. 8.078/90. De igual sorte, perfeitamente. De igual sorte, perfeitamente

compreendida a situação do aderente na definição de compreendida a situação do aderente na definição de consumidorconsumidor, disposta no , disposta no caputcaput do art. 2º do art. 2º

do mesmo ordenamento: do mesmo ordenamento:

Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ouArt. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou

estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade deestrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de

produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,

distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Art. 2º - Consumidor é toda a pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produtoArt. 2º - Consumidor é toda a pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto

ou serviço como destinatário final. ou serviço como destinatário final.

Como pode ser observado, ambos os dispositivos remetem àsComo pode ser observado, ambos os dispositivos remetem às

expressões "expressões "produtosprodutos" ou "" ou "prestação de serviçosprestação de serviços" a fim de se aferir a efetiva aplicabilidade da" a fim de se aferir a efetiva aplicabilidade da

legislação protetiva às atividades desenvolvidas no mercado.legislação protetiva às atividades desenvolvidas no mercado.

E, também sob esse aspecto, inequívoco que as atividadesE, também sob esse aspecto, inequívoco que as atividades

bancárias, financeiras e de crédito restam inseridas na enunciação de bancárias, financeiras e de crédito restam inseridas na enunciação de produtos e serviçosprodutos e serviços, por, por

força de preceito legal expresso nesse sentido:força de preceito legal expresso nesse sentido:

2323 de de 7979

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Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, medianteServiço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante

remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito ou securitária,remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito ou securitária,

salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. (art. 3º, § 2º, do CDC). salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. (art. 3º, § 2º, do CDC).

Afora isso, a submissão das atividades bancárias às normasAfora isso, a submissão das atividades bancárias às normas

protetivas consumeristas é entendimento já sumulado pelo protetivas consumeristas é entendimento já sumulado pelo Superior Tribunal de JustiçaSuperior Tribunal de Justiça::

Súmula 297 do STJSúmula 297 do STJ - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições

financeiras.financeiras.

Acompanhando o preceito sumular, colhe-se o seguinte precedenteAcompanhando o preceito sumular, colhe-se o seguinte precedente

emanado do Superior Tribunal de Justiçaemanado do Superior Tribunal de Justiça::

CONTRATOS E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DECONTRATOS E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE

INSTRUMENTO. INSTRUMENTO. REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. CDCREVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. CDC. POSSIBILIDADE. POSSIBILIDADE

MITIGAÇÃO DO PRINCÍPIO DO PACTA SUNT SERVANDA. MITIGAÇÃO DO PRINCÍPIO DO PACTA SUNT SERVANDA. LEASINGLEASING. DEVOLUÇÃO DO. DEVOLUÇÃO DO

BEM ARRENDADO. RESTITUIÇÃO DO VRG PAGO ANTECIPADAMENTE.BEM ARRENDADO. RESTITUIÇÃO DO VRG PAGO ANTECIPADAMENTE.

POSSIBILIDADE. ALEGAÇÕES RECURSAIS DESASSOCIADAS DOS FUNDAMENTOS DOPOSSIBILIDADE. ALEGAÇÕES RECURSAIS DESASSOCIADAS DOS FUNDAMENTOS DO

ACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULA Nº 284/STF. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. SÚMULAACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULA Nº 284/STF. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. SÚMULA

Nº 7/STJ. Nº 7/STJ.

1. A jurisprudência do STJ se posiciona firme no sentido que a revisão das cláusulas1. A jurisprudência do STJ se posiciona firme no sentido que a revisão das cláusulas

contratuais pelo Poder Judiciário é permitida, mormente diante dos princípios da boa-contratuais pelo Poder Judiciário é permitida, mormente diante dos princípios da boa-

fé objetiva, da função social dos contratos e do dirigismo contratual, devendo serfé objetiva, da função social dos contratos e do dirigismo contratual, devendo ser

mitigada a força exorbitante que se atribuía ao princípio do pacta sunt servanda.mitigada a força exorbitante que se atribuía ao princípio do pacta sunt servanda.

Precedentes. Precedentes.

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2. Com a resolução do contrato de arrendamento mercantil por inadimplemento do2. Com a resolução do contrato de arrendamento mercantil por inadimplemento do

arrendatário e a consequente reintegração do bem na posse da arrendadora, faz-searrendatário e a consequente reintegração do bem na posse da arrendadora, faz-se

devido o cumprimento das parcelas vencidas e em aberto até a retomada do bem pelodevido o cumprimento das parcelas vencidas e em aberto até a retomada do bem pelo

arrendatário, ressalvando seu direito quanto à devolução ou compensação em seuarrendatário, ressalvando seu direito quanto à devolução ou compensação em seu

favor dos valores pagos antecipadamente a título de VRG. A diluição do valor residualfavor dos valores pagos antecipadamente a título de VRG. A diluição do valor residual

ao longo do prazo contratual, cuja cobrança é feita juntamente com as parcelas dasao longo do prazo contratual, cuja cobrança é feita juntamente com as parcelas das

contraprestações, não impede que o arrendatário, por sua livre opção e interesse,contraprestações, não impede que o arrendatário, por sua livre opção e interesse,

desista da compra do bem objeto do contrato de leasing. Retomada a posse direta dodesista da compra do bem objeto do contrato de leasing. Retomada a posse direta do

bem pela arrendadora, extingue-se a possibilidade de o arrendatário exercer a opçãobem pela arrendadora, extingue-se a possibilidade de o arrendatário exercer a opção

da compra; por conseguinte, o valor residual, que antecipadamente vinha sendo pagoda compra; por conseguinte, o valor residual, que antecipadamente vinha sendo pago

para essa finalidade, deve ser devolvido. Precedentes. para essa finalidade, deve ser devolvido. Precedentes.

3. A alegação de que o acórdão recorrido procedera à alteração no indexador3. A alegação de que o acórdão recorrido procedera à alteração no indexador

pactuado no contrato de arrendamento mercantil mostra-se completamentepactuado no contrato de arrendamento mercantil mostra-se completamente

desassociada das questões tratadas e decididas pelo acórdão, caracterizandodesassociada das questões tratadas e decididas pelo acórdão, caracterizando

fundamentação deficiente e, por conseguinte, óbice à exata compreensão dafundamentação deficiente e, por conseguinte, óbice à exata compreensão da

controvérsia, o qua atrai, de forma inexorável, a dicção da Súmula nº 284/STF. controvérsia, o qua atrai, de forma inexorável, a dicção da Súmula nº 284/STF.

4. É pacífico no STJ o entendimento segundo o qual a verificação do grau de4. É pacífico no STJ o entendimento segundo o qual a verificação do grau de

sucumbência de cada parte, para fins de aplicação da norma contida no parágrafosucumbência de cada parte, para fins de aplicação da norma contida no parágrafo

único do art. 21 do CPC, enseja incursão à seara fático-probatória dos autos, vedadaúnico do art. 21 do CPC, enseja incursão à seara fático-probatória dos autos, vedada

pela Súmula nº 7 desta Corte. pela Súmula nº 7 desta Corte.

5. Agravo regimental não provido. (5. Agravo regimental não provido. (STJSTJ - AgRg-Ag 1.383.974; Proc. 2010/0213363-0; - AgRg-Ag 1.383.974; Proc. 2010/0213363-0;

SC; Quarta Turma; Rel. Min. Luis Felipe Salomão; Julg. 13/12/2011; DJE 01/02/2012)SC; Quarta Turma; Rel. Min. Luis Felipe Salomão; Julg. 13/12/2011; DJE 01/02/2012)

Nessa esteira de raciocínio, colecionamos as lições de Nessa esteira de raciocínio, colecionamos as lições de Cláudia LimaCláudia Lima

MarquesMarques, quando professa que:, quando professa que:

2525 de de 7979

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““ A inclusão do contrato de A inclusão do contrato de leasing leasing no campo de aplicação do CDC não é maisno campo de aplicação do CDC não é mais

polêmica. Os casos do polêmica. Os casos do leasing leasing em dólar consolidaram a aplicação do CDC aoem dólar consolidaram a aplicação do CDC ao

arrendamento mercantil. Efetivamente, o contato de arrendamento mercantil. Efetivamente, o contato de leasingleasing massificou-se no massificou-se no

Brasil, as novas leis sobre consórcio e patrimônio de afetação tratam o Brasil, as novas leis sobre consórcio e patrimônio de afetação tratam o leasingleasing

conjuntamente com outros contratos de consumo e a própria jurisprudênciaconjuntamente com outros contratos de consumo e a própria jurisprudência

propugna o diálogo das fontes com o CDC. A verdade é que o propugna o diálogo das fontes com o CDC. A verdade é que o leasingleasing conquistou o conquistou o

mercado de consumo (tanto em bens de pequeno valor, como nos de grande valor),mercado de consumo (tanto em bens de pequeno valor, como nos de grande valor),

e a este e a este leasingleasing massificado perante os consumidores é aplicável o CDC. massificado perante os consumidores é aplicável o CDC.

O contrato de O contrato de leasingleasing, mesmo que regulado com a denominação de, mesmo que regulado com a denominação de

arrendamento mercantil está sendo utilizado como contrato de consumo simplesarrendamento mercantil está sendo utilizado como contrato de consumo simples

de pessoas física, especialmente no caso do de pessoas física, especialmente no caso do leasingleasing de computadores, de de computadores, de

eletrodomésticos e, em especial, de automóveis. “ (MARQUES, Cláudia Lima.eletrodomésticos e, em especial, de automóveis. “ (MARQUES, Cláudia Lima.

Contratos no Código de Defesa do Consumidor.Contratos no Código de Defesa do Consumidor. 6ª Ed. São Paulo: RT, 2011. Págs. 6ª Ed. São Paulo: RT, 2011. Págs.

573-574)573-574)

No mesmo sentido:No mesmo sentido:

““ As operações bancárias estão abrangidas pelo regime jurídico do CDC, desdeAs operações bancárias estão abrangidas pelo regime jurídico do CDC, desde

que constituam relações jurídicas de consumo. [...] Não há dúvida sobre a naturezaque constituam relações jurídicas de consumo. [...] Não há dúvida sobre a natureza

jurídica da atividade bancária, que se qualifica como empresarial. [...] Analisado ojurídica da atividade bancária, que se qualifica como empresarial. [...] Analisado o

problema da classificação do banco como empresa e de sua atividade negocial,problema da classificação do banco como empresa e de sua atividade negocial,

tem-se que é considerado pelo art. 3º, caput, do CDC, como fornecedor, vale dizer,tem-se que é considerado pelo art. 3º, caput, do CDC, como fornecedor, vale dizer,

um dos sujeitos da relação de consumo. O produto da atividade negocial do banco éum dos sujeitos da relação de consumo. O produto da atividade negocial do banco é

o crédito; agem os bancos, ainda, na qualidade de prestadores de serviço, quandoo crédito; agem os bancos, ainda, na qualidade de prestadores de serviço, quando

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recebem tributos mesmo de não clientes, fornecem extratos de contas bancáriasrecebem tributos mesmo de não clientes, fornecem extratos de contas bancárias

por meio de computadores etc. [...] Suas atividades envolvem, pois, os dois objetospor meio de computadores etc. [...] Suas atividades envolvem, pois, os dois objetos

das relações de consumo: os produtos e os serviços.”das relações de consumo: os produtos e os serviços.” (GRINOVER, Ada Pellegrini, et(GRINOVER, Ada Pellegrini, et

al. al. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor: comentado pelos autores doCódigo Brasileiro de Defesa do Consumidor: comentado pelos autores do

anteprojeto.anteprojeto. 10ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011, p. 540). 10ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011, p. 540)...

Com a mesma sorte de entendimento, evidenciamos julgados deCom a mesma sorte de entendimento, evidenciamos julgados de

diversos Tribunais: diversos Tribunais:

APELAÇÃO CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL AÇÃO DE REVISÃO DE AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTILCONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL

APLICAÇÃO DO CDC APLICAÇÃO DO CDC ANATOCISMO ANATOCISMO VEDAÇÃO VEDAÇÃO UTILIZAÇÃO COMO ÍNDICE DE UTILIZAÇÃO COMO ÍNDICE DE

CORREÇÃO MONETÁRIA CORREÇÃO MONETÁRIA PACTUAÇÃO EXPRESSA PACTUAÇÃO EXPRESSA POSSIBILIDADE POSSIBILIDADE RECURSO RECURSO

PARCIALMENTE PROVIDO. PARCIALMENTE PROVIDO.

1. Fica evidente a possibilidade de incidência do referido comando normativo aos1. Fica evidente a possibilidade de incidência do referido comando normativo aos

contratos da espécie. Nesse sentido é o entendimento, inclusive sumulado, docontratos da espécie. Nesse sentido é o entendimento, inclusive sumulado, do

Superior Tribunal de Justiça: Súmula nº 297 Superior Tribunal de Justiça: Súmula nº 297 O Código de Defesa do Consumidor é O Código de Defesa do Consumidor é

aplicável às instituições financeiras. aplicável às instituições financeiras.

2. No que tange à prática de anatocismo, o instituto, que consiste na cobrança de juros2. No que tange à prática de anatocismo, o instituto, que consiste na cobrança de juros

sobre juros vencidos e não pagos, foi expressamente vedado pelo Decreto nº 22.6266,sobre juros vencidos e não pagos, foi expressamente vedado pelo Decreto nº 22.6266,

de 07 de abril de 1933, verbis: É proibido contar juros dos juros; esta proibição nãode 07 de abril de 1933, verbis: É proibido contar juros dos juros; esta proibição não

compreende a acumulação de juros vencidos aos saldos líquidos em conta corrente decompreende a acumulação de juros vencidos aos saldos líquidos em conta corrente de

ano a ano. ano a ano.

3. Sobre o assunto, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula nº 121: É vedada a3. Sobre o assunto, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula nº 121: É vedada a

capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada. capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada.

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4. Posteriormente, a Medida Provisória nº 1.9634. Posteriormente, a Medida Provisória nº 1.96317, publicada em 31 de março de17, publicada em 31 de março de

2000, atualmente reeditada sob o nº 2.1702000, atualmente reeditada sob o nº 2.170367, de 23 de agosto de 2001, admitiu a367, de 23 de agosto de 2001, admitiu a

capitalização dos juros em período inferior a um ano, nas avenças posteriores à suacapitalização dos juros em período inferior a um ano, nas avenças posteriores à sua

vigência, desde que haja previsão contratual expressa. vigência, desde que haja previsão contratual expressa.

5. Compulsando os autos, observa5. Compulsando os autos, observase que o contrato foi firmado em 07 de agosto dese que o contrato foi firmado em 07 de agosto de

1998, ou seja, anterior à publicação do comando normativo acima indicado, enquanto1998, ou seja, anterior à publicação do comando normativo acima indicado, enquanto

vigorava a vedação. Assim, a decisão do Juízo a quo, neste ponto, não merecevigorava a vedação. Assim, a decisão do Juízo a quo, neste ponto, não merece

qualquer reparo, devendo, pois, em sede de liquidação de sentença, ser apurado oqualquer reparo, devendo, pois, em sede de liquidação de sentença, ser apurado o

montante a ser excluído do valor cobrado para fazer parte da repetição. 6. Quanto àmontante a ser excluído do valor cobrado para fazer parte da repetição. 6. Quanto à

legalidade da utilização da TR como índice de correção monetária, as razões recursaislegalidade da utilização da TR como índice de correção monetária, as razões recursais

merecem acolhimento. Sobre o assunto, a jurisprudência do Superior Tribunal demerecem acolhimento. Sobre o assunto, a jurisprudência do Superior Tribunal de

Justiça estabelece que a previsão aludida é possível, desde que feita expressamente. Justiça estabelece que a previsão aludida é possível, desde que feita expressamente.

7. Na hipótese dos autos, o instrumento contratual objeto da demanda em exame7. Na hipótese dos autos, o instrumento contratual objeto da demanda em exame

prevê, expressamente, em sua cláusula 14 (fl. 20v) a incidência de comissão deprevê, expressamente, em sua cláusula 14 (fl. 20v) a incidência de comissão de

permanência, a par da correção monetária e multa moratória de 2%. Assim, nestapermanência, a par da correção monetária e multa moratória de 2%. Assim, nesta

parte, o decisum não merece reforma. parte, o decisum não merece reforma.

8. Quanto à alegação de ausência de prova de cobrança de multa moratória acima de8. Quanto à alegação de ausência de prova de cobrança de multa moratória acima de

2% (dois por cento), entendo que não há qualquer utilidade a sua apreciação,2% (dois por cento), entendo que não há qualquer utilidade a sua apreciação,

sobretudo porque ficou consignado na sentença vergastada que o limite acima devesobretudo porque ficou consignado na sentença vergastada que o limite acima deve

ser respeitado, motivo pelo qual deixo de conhecêser respeitado, motivo pelo qual deixo de conhecêlo. lo.

9. Apelo conhecido e parcialmente provido. (9. Apelo conhecido e parcialmente provido. (TJCETJCE - APL 8837 - APL 883703.2003.8.06.0000/0;03.2003.8.06.0000/0;

Quinta Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Alberto Mendes Forte; DJCE 16/04/2012; Pág.Quinta Câmara Cível; Rel. Des. Carlos Alberto Mendes Forte; DJCE 16/04/2012; Pág.

46)46)

2828 de de 7979

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APELAÇÃO CÍVEL. REVISIONAL. APELAÇÃO CÍVEL. REVISIONAL. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL.CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL.

LEASINGLEASING PARA FINANCIAMENTO DE VEÍCULO. PRELIMINAR DE NULIDADE DA PARA FINANCIAMENTO DE VEÍCULO. PRELIMINAR DE NULIDADE DA

SENTENÇA. RECHAÇADA. MÉRITO.SENTENÇA. RECHAÇADA. MÉRITO. APLICAÇÃO DO CDC. APLICAÇÃO DO CDC. POSSIBILIDADE DE REVISÃO POSSIBILIDADE DE REVISÃO

CONTRATUAL. CONTRATUAL.

Mitigação do princípio do pacta sunt servanda. Vedada capitalização de juros comMitigação do princípio do pacta sunt servanda. Vedada capitalização de juros com

periodicidade inferior à anual. Permissão desta, desde que pactuada. Ausência deperiodicidade inferior à anual. Permissão desta, desde que pactuada. Ausência de

previsão contratual. Manutenção da sentença. Princípio do não reformatio in pejus.previsão contratual. Manutenção da sentença. Princípio do não reformatio in pejus.

Comissão de permanência. Defesa sua cumulação com encargos moratórios. Como háComissão de permanência. Defesa sua cumulação com encargos moratórios. Como há

previsão no contrato, correta a sentença que vedou sua incidência. Manutenção dosprevisão no contrato, correta a sentença que vedou sua incidência. Manutenção dos

demais encargos durante o período de inadimplência. Sucumbência matida. Apelodemais encargos durante o período de inadimplência. Sucumbência matida. Apelo

conhecido e improvido. conhecido e improvido.

1. Deve ser rejeitada a preliminar de nulidade de parte da sentença por ausência de1. Deve ser rejeitada a preliminar de nulidade de parte da sentença por ausência de

motivação, uma vez que deve ser livre o julgador para formar seu convencimento,motivação, uma vez que deve ser livre o julgador para formar seu convencimento,

desde que fundamente de forma adequada seus decisórios, ainda que de formadesde que fundamente de forma adequada seus decisórios, ainda que de forma

concisa, como no caso em tela; concisa, como no caso em tela;

2. O código consumeirista é aplicável aos contratos bancários, por serem as2. O código consumeirista é aplicável aos contratos bancários, por serem as

instituições financeiras expressamente definidas como prestadoras de serviço (súm.instituições financeiras expressamente definidas como prestadoras de serviço (súm.

297. STJ). A revisão das cláusulas contratuais representa o corolário do princípio da297. STJ). A revisão das cláusulas contratuais representa o corolário do princípio da

proteção ao consumidor, a parte hipossuficiente na relação de consumo, para coibir oproteção ao consumidor, a parte hipossuficiente na relação de consumo, para coibir o

enriquecimento ilícito da parte adversa; enriquecimento ilícito da parte adversa;

3. Quanto à permissividade da capitalização anual de juros autorizada pela sentença,3. Quanto à permissividade da capitalização anual de juros autorizada pela sentença,

em que pese a jurisprudência do STJ só admiti-la quando expressamente pactuada, éem que pese a jurisprudência do STJ só admiti-la quando expressamente pactuada, é

de manter-se inalterada a disposição sentencial de primeiro grau, em virtude dode manter-se inalterada a disposição sentencial de primeiro grau, em virtude do

princípio da não reformatio in pejus; princípio da não reformatio in pejus;

2929 de de 7979

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4. Inadmissibilidade de incidência da comissão de permanência de forma cumulativa4. Inadmissibilidade de incidência da comissão de permanência de forma cumulativa

com outros encargos durante o período de inadimplência, conforme jurisprudênciacom outros encargos durante o período de inadimplência, conforme jurisprudência

dominante do STJ. Como há previsão no contrato, admite-se a previsão dos demaisdominante do STJ. Como há previsão no contrato, admite-se a previsão dos demais

encargos durante o período de inadimplência; encargos durante o período de inadimplência;

5. Sucumbência mínima do autor. Manutenção do ônus na forma estabelecida na5. Sucumbência mínima do autor. Manutenção do ônus na forma estabelecida na

sentença; sentença;

6. Recurso conhecido e improvido. (6. Recurso conhecido e improvido. (TJSETJSE - AC 2011222281; Ac. 4553/2012; Segunda - AC 2011222281; Ac. 4553/2012; Segunda

Câmara Cível; Rel. Des. Cezário Siqueira Neto; DJSE 13/04/2012; Pág. 35)Câmara Cível; Rel. Des. Cezário Siqueira Neto; DJSE 13/04/2012; Pág. 35)

AGRAVO REGIMENTAL NA APELAÇÃO CÍVEL. AGRAVO REGIMENTAL NA APELAÇÃO CÍVEL.

Ação consignatória c/c revisional de cláusulas contratuais. Ação consignatória c/c revisional de cláusulas contratuais. Contrato de arrendamentoContrato de arrendamento

mercantilmercantil. . Código de Defesa do Consumidor. AplicabilidadeCódigo de Defesa do Consumidor. Aplicabilidade. As instituições. As instituições

financeiras se submetem às disposições do artigo 3º, parágrafo 2º, da Lei nº 8.078/90.financeiras se submetem às disposições do artigo 3º, parágrafo 2º, da Lei nº 8.078/90.

Código de Defesa do Consumidor. Ante as cláusulas abusivas ou impostasCódigo de Defesa do Consumidor. Ante as cláusulas abusivas ou impostas

unilateralmente no fornecimento de serviços, conforme prevê, também, a Súmula nºunilateralmente no fornecimento de serviços, conforme prevê, também, a Súmula nº

297 do STJ. 297 do STJ.

II. Ausência do contrato. Ônus da instituição financeira. Encargos financeiros aplicadosII. Ausência do contrato. Ônus da instituição financeira. Encargos financeiros aplicados

mantidos. Determinada à instituição financeira a juntada do contrato em discussão, nomantidos. Determinada à instituição financeira a juntada do contrato em discussão, no

intuito de averiguar a veracidade dos fatos alegados pelo apelado, em relação aosintuito de averiguar a veracidade dos fatos alegados pelo apelado, em relação aos

encargos financeiros ali aplicados, e mantendo-se inerte ao chamado judicial, impõe-encargos financeiros ali aplicados, e mantendo-se inerte ao chamado judicial, impõe-

se-lhe a aplicação da pena processual expressa no artigo 359 do CPC. se-lhe a aplicação da pena processual expressa no artigo 359 do CPC.

III. Limitação de juros remuneratórios, afastamento de capitalização de juros e tabelaIII. Limitação de juros remuneratórios, afastamento de capitalização de juros e tabela

price. Impertinência. O leasing não é uma modalidade de financiamento, nem mesmoprice. Impertinência. O leasing não é uma modalidade de financiamento, nem mesmo

pode ser assim entendido segundo orientação jurisprudencial contida na Súmula nºpode ser assim entendido segundo orientação jurisprudencial contida na Súmula nº

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293 do STJ. Portanto, impertinente se falar em limitação de juros remuneratórios,293 do STJ. Portanto, impertinente se falar em limitação de juros remuneratórios,

capitalização mensal de juros e incidência de tabela price, encargos próprios dascapitalização mensal de juros e incidência de tabela price, encargos próprios das

operações de mútuo, estranhos ao contrato sub analise. Daí a razão porque sequeroperações de mútuo, estranhos ao contrato sub analise. Daí a razão porque sequer

foram pactuados. foram pactuados.

lV. Ônus sucumbenciais. Ante a manutenção da sentença vergastada e tendo em vistalV. Ônus sucumbenciais. Ante a manutenção da sentença vergastada e tendo em vista

que a autora foi vencida, impõe-se a condenação desta ao pagamento integral dosque a autora foi vencida, impõe-se a condenação desta ao pagamento integral dos

honorários advocatícios e das despesas processuais, com fulcro no artigo 21, caput, dohonorários advocatícios e das despesas processuais, com fulcro no artigo 21, caput, do

código de processo civil. código de processo civil.

V - prequestionamento. Dentre as funções do judiciário não se encontra cumulada a deV - prequestionamento. Dentre as funções do judiciário não se encontra cumulada a de

órgão consultivo. Ademais, não é necessário para o ingresso nas instâncias especial eórgão consultivo. Ademais, não é necessário para o ingresso nas instâncias especial e

extraordinária, pronúncia expressa dos dispositivos levantados pela parte. extraordinária, pronúncia expressa dos dispositivos levantados pela parte.

VI- repetição dos argumentos invocados no recurso. Ausência de fundamento novo.VI- repetição dos argumentos invocados no recurso. Ausência de fundamento novo.

Nega-se provimento ao agravo regimental quando apenas renova a discussão jáNega-se provimento ao agravo regimental quando apenas renova a discussão já

examinada no recurso de apelação. Assim, não apresentado pela agravanteexaminada no recurso de apelação. Assim, não apresentado pela agravante

fundamento novo a ensejar a alteração do entendimento anteriormente firmado,fundamento novo a ensejar a alteração do entendimento anteriormente firmado,

impõe-se a manutenção da decisão vergastada. Agravo regimental conhecido eimpõe-se a manutenção da decisão vergastada. Agravo regimental conhecido e

desprovido. (desprovido. (TJGOTJGO - AC-AgRg 346891-69.2008.8.09.0011; Aparecida de Goiânia; Rel. - AC-AgRg 346891-69.2008.8.09.0011; Aparecida de Goiânia; Rel.

Des. Carlos Alberto França; DJGO 12/04/2012; Pág. 157)Des. Carlos Alberto França; DJGO 12/04/2012; Pág. 157)

APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO REVISIONAL. APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO REVISIONAL. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL.CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL.

LEASING. INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDORLEASING. INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. .

Aplicação do CDC, nos termos do art. 3º, parágrafo 2º, da Lei nº 8.078/90.Aplicação do CDC, nos termos do art. 3º, parágrafo 2º, da Lei nº 8.078/90.

Entendimento referendado pela Súmula nº 297 do STJ, de 12 de maio de 2004. AEntendimento referendado pela Súmula nº 297 do STJ, de 12 de maio de 2004. A

possibilidade de revisão judicial do contrato de arrendamento mercantil, assim comopossibilidade de revisão judicial do contrato de arrendamento mercantil, assim como

3131 de de 7979

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as demais espécies de contrato comercial e civil tem seu permissivo legal na magnaas demais espécies de contrato comercial e civil tem seu permissivo legal na magna

carta, que estabelece no art. 5º, inciso XXV, que "a Lei não excluirá da apreciação docarta, que estabelece no art. 5º, inciso XXV, que "a Lei não excluirá da apreciação do

poder judiciário lesão ou ameaça a direito". Não-descaracterização do contrato. Apoder judiciário lesão ou ameaça a direito". Não-descaracterização do contrato. A

antecipação do valor residual garantido não descaracteriza o contrato deantecipação do valor residual garantido não descaracteriza o contrato de

arrendamento mercantil para compra e venda parcelada. Súmula no 293 do STJ.arrendamento mercantil para compra e venda parcelada. Súmula no 293 do STJ.

Mantida a cobrança do valor residual garantido conforme contratado. Taxa de jurosMantida a cobrança do valor residual garantido conforme contratado. Taxa de juros

remuneratórios. No caso concreto, como o contrato não estipula taxa de juros naremuneratórios. No caso concreto, como o contrato não estipula taxa de juros na

composição do preço do arrendamento mercantil, que se traduz no valor dacomposição do preço do arrendamento mercantil, que se traduz no valor da

contraprestação e do valor residual garantido, mostra-se descabida a pretensão decontraprestação e do valor residual garantido, mostra-se descabida a pretensão de

limitar os juros, notadamente, sem a comprovação cabal da discrepância entre alimitar os juros, notadamente, sem a comprovação cabal da discrepância entre a

quantia utilizada pela arrendadora para adquirir o bem e o montante a ser pago peloquantia utilizada pela arrendadora para adquirir o bem e o montante a ser pago pelo

arrendatário. Capitalização de juros. Descabida a pretensão do arrendatário de vedar aarrendatário. Capitalização de juros. Descabida a pretensão do arrendatário de vedar a

incidência da capitalização, uma vez que não havendo a incidência de jurosincidência da capitalização, uma vez que não havendo a incidência de juros

remuneratórios, logicamente não há capitalização desses. Mora. Encargos daremuneratórios, logicamente não há capitalização desses. Mora. Encargos da

normalidade mantidos conforme contratados. No caso concreto, inexistem razões anormalidade mantidos conforme contratados. No caso concreto, inexistem razões a

justificar o afastamento da mora. Comissão de permanência e demais encargosjustificar o afastamento da mora. Comissão de permanência e demais encargos

cobrados no período da inadimplência. No caso concreto, não houve expressa previsãocobrados no período da inadimplência. No caso concreto, não houve expressa previsão

contratual acerca da incidência da comissão de permanência, no entanto, restoucontratual acerca da incidência da comissão de permanência, no entanto, restou

ajustado a cobrança de juros remuneratórios, além da multa de 2% e dos jurosajustado a cobrança de juros remuneratórios, além da multa de 2% e dos juros

moratórios em 1% ao mês, o que é permitido, desde que os juros remuneratóriosmoratórios em 1% ao mês, o que é permitido, desde que os juros remuneratórios

sejam cobrados de acordo com a taxa média de mercado, limitado a taxa do contrato,sejam cobrados de acordo com a taxa média de mercado, limitado a taxa do contrato,

nos termos da Súmula nº 296 do STJ. Mantida a cobrança dos encargos nos limites danos termos da Súmula nº 296 do STJ. Mantida a cobrança dos encargos nos limites da

fundamentação. Direito à compensação de créditos e/ou repetição de indébito. Sendofundamentação. Direito à compensação de créditos e/ou repetição de indébito. Sendo

apurada a existência de saldo devedor, devem ser compensados os pagamentos aapurada a existência de saldo devedor, devem ser compensados os pagamentos a

maior feitos no curso da contratualidade. Caso se verifique que o débito já estámaior feitos no curso da contratualidade. Caso se verifique que o débito já está

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quitado, devem ser devolvidos os valores eventualmente pagos a maior, na formaquitado, devem ser devolvidos os valores eventualmente pagos a maior, na forma

simples, corrigidos pelo IGP-m desde o desembolso e com juros legais desde a citação.simples, corrigidos pelo IGP-m desde o desembolso e com juros legais desde a citação.

Indeferida a antecipação de tutela. Apelo da arrendadora provido em parte. Apelo doIndeferida a antecipação de tutela. Apelo da arrendadora provido em parte. Apelo do

arrendatário desprovido. (arrendatário desprovido. (TJRSTJRS - AC 514406-76.2011.8.21.7000; Porto Alegre; Décima - AC 514406-76.2011.8.21.7000; Porto Alegre; Décima

Terceira Câmara Cível; Relª Desª Angela Terezinha de Oliveira Brito; Julg. 17/11/2011;Terceira Câmara Cível; Relª Desª Angela Terezinha de Oliveira Brito; Julg. 17/11/2011;

DJERS 10/04/2012)DJERS 10/04/2012)

4 – JUROS REMUNERATÓRIOS4 – JUROS REMUNERATÓRIOS

SUA COBRANÇA EM CONTRATOS DE “SUA COBRANÇA EM CONTRATOS DE “LEASINGLEASING””

Inconteste que as instituições financeiras, em face de pacto deInconteste que as instituições financeiras, em face de pacto de

arrendamento mercantil, defendem a inexistência de cobrança de juros remuneratórios, pois,arrendamento mercantil, defendem a inexistência de cobrança de juros remuneratórios, pois,

segundo as mesmas, mostra-se como mero contrato de locação de bem, com possibilidade desegundo as mesmas, mostra-se como mero contrato de locação de bem, com possibilidade de

sua aquisição ao final do pacto. sua aquisição ao final do pacto.

Trata-se, em verdade, de uma tentativa sorrateira de esquivarem-seTrata-se, em verdade, de uma tentativa sorrateira de esquivarem-se

dos limites da remuneração do capital imposto pela lei. dos limites da remuneração do capital imposto pela lei.

Mas, segundo definiu Mas, segundo definiu Robert Ruozi Robert Ruozi (“Leasing”, p. 23), tal(“Leasing”, p. 23), tal

modalidade de contrato deve ser vista como:modalidade de contrato deve ser vista como:

““O leasing é uma operação de financiamentoO leasing é uma operação de financiamento a médio ou longo prazo, calcada em a médio ou longo prazo, calcada em

contrato de locação de bens móveis ou imóveis. Integra essa operação umcontrato de locação de bens móveis ou imóveis. Integra essa operação um

3333 de de 7979

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intermediário financeiro, que intervém entre o produtor do bem objeto do contrato eintermediário financeiro, que intervém entre o produtor do bem objeto do contrato e

a empresa que dele necessita, adquirindo do primeiro o referido bem e cedendo-o ema empresa que dele necessita, adquirindo do primeiro o referido bem e cedendo-o em

locação à segunda, a qual se obriga irretratavelmente, a pagar ao intermediáriolocação à segunda, a qual se obriga irretratavelmente, a pagar ao intermediário

financeiro um determinado número de prestações periódicas, por conta de umafinanceiro um determinado número de prestações periódicas, por conta de uma

importância global, superior ao custo dos bens, cuja propriedade, ao término doimportância global, superior ao custo dos bens, cuja propriedade, ao término do

contrato, pode ser transferida a título oneroso, do intermediário financeiro à empresacontrato, pode ser transferida a título oneroso, do intermediário financeiro à empresa

locatária, por iniciativa desta última” (locatária, por iniciativa desta última” (apudapud, Carlos Alberto Etcheverry, “Perecimento, Carlos Alberto Etcheverry, “Perecimento

do Bem no Contrato de Leasing”, Revista da AJURIS, nº 48).do Bem no Contrato de Leasing”, Revista da AJURIS, nº 48).

( ( destacamosdestacamos ) )

Neste diapasão, dado que o contrato de arrendamento mercantilNeste diapasão, dado que o contrato de arrendamento mercantil

certamente certamente comporta financiamentocomporta financiamento para a aquisição de determinado bem(arrendado), é de para a aquisição de determinado bem(arrendado), é de

clareza solar que clareza solar que existem encargos remuneratórios existem encargos remuneratórios na composição dos cálculos dona composição dos cálculos do

arrendamento(cobrança da contraprestação), em que pese expressamente não exista noarrendamento(cobrança da contraprestação), em que pese expressamente não exista no

contrato. contrato.

Ademais, segundo as lições do professor Ademais, segundo as lições do professor CarlosCarlos Alberto DiAlberto Di

AgustiniAgustini, experimentado administrador de empresas e pós-graduado em finanças (, experimentado administrador de empresas e pós-graduado em finanças (PUC, USP ePUC, USP e

New York UniversityNew York University), o contrato de leasing comporta a cobrança de juros remuneratórios e), o contrato de leasing comporta a cobrança de juros remuneratórios e

mais, de forma capitalizada mensalmentemais, de forma capitalizada mensalmente, utilizando-se a tabela price., utilizando-se a tabela price.

“Entre as maneiras existentes para se amortizar o valor principal de um empréstimo, o“Entre as maneiras existentes para se amortizar o valor principal de um empréstimo, o

mercado de mercado de leasing leasing normalmente utiliza a Tabela Price para cálculo da prestação.normalmente utiliza a Tabela Price para cálculo da prestação.

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Entretanto, alguns contratos podem utilizar o Sistema SAC(Sistema de AmortizaçãoEntretanto, alguns contratos podem utilizar o Sistema SAC(Sistema de Amortização

Constante). (Constante). (In, In, Leasing FinanceiroLeasing Financeiro. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 1999. Pág. 25). . 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 1999. Pág. 25).

Mais adiante o mesmo jurisconsulto assevera que Mais adiante o mesmo jurisconsulto assevera que os juros sãoos juros são

capitalizadoscapitalizados, inclusive evidenciando sua fórmula:, inclusive evidenciando sua fórmula:

““Sistema Price: o valor das parcelas é constante e pode ser obtido pela seguinteSistema Price: o valor das parcelas é constante e pode ser obtido pela seguinte

expressão:expressão:

Vb = valor do bem;Vb = valor do bem;

Vr – valor residual;Vr – valor residual;

I = taxa de juros que a empresa de leasing cobrará na operação;I = taxa de juros que a empresa de leasing cobrará na operação;

N = praco contratado da operação;N = praco contratado da operação;

% ISS = percentual de alíquota de ISS sobre a operação;% ISS = percentual de alíquota de ISS sobre a operação;

% PIS = percentual da alíquota de PIS sobre a operação. “(Ob. cit, pág. 26). % PIS = percentual da alíquota de PIS sobre a operação. “(Ob. cit, pág. 26).

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Neste sentido, ou seja, Neste sentido, ou seja, reconhecendo a reconhecendo a cobrança de juroscobrança de juros nos contratos nos contratos

de leasing e de leasing e limitando-alimitando-a, o Egrégio , o Egrégio Superior Tribunal de JustiçaSuperior Tribunal de Justiça tem decidido que: tem decidido que:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. EFEITOS INFRINGENTES.EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. EFEITOS INFRINGENTES.

ACOLHIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL. INCIDÊNCIA DE ÓBICES PROCESSUAIS.ACOLHIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL. INCIDÊNCIA DE ÓBICES PROCESSUAIS.

AFASTAMENTO. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL.AFASTAMENTO. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL.

JULGAMENTO EXTRA PETITA. TAXA DE JUROS REMUNERATÓRIOS. AUSÊNCIA DEJULGAMENTO EXTRA PETITA. TAXA DE JUROS REMUNERATÓRIOS. AUSÊNCIA DE

PREVISÃO CONTRATUAL. TAXA MÉDIA DE MERCADO. PRECEDENTES. REVISÃO DEPREVISÃO CONTRATUAL. TAXA MÉDIA DE MERCADO. PRECEDENTES. REVISÃO DE

MATÉRIA FÁTICA E CONTRATUAL. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. PERIODICIDADE.MATÉRIA FÁTICA E CONTRATUAL. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. PERIODICIDADE.

COBRANÇA ANTECIPADA DO VALOR RESIDUAL DE GARANTIA. NÃOCOBRANÇA ANTECIPADA DO VALOR RESIDUAL DE GARANTIA. NÃO

DESCARACTERIZAÇÃO DO LEASING. COMPENSAÇÃO DE VALORES. POSSIBILIDADE.DESCARACTERIZAÇÃO DO LEASING. COMPENSAÇÃO DE VALORES. POSSIBILIDADE.

ENUNCIADOS NºS 5, 7, 281, 293 DA SÚMULA DO STJ. ENUNCIADOS NºS 5, 7, 281, 293 DA SÚMULA DO STJ.

1. "Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade1. "Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade

das cláusulas" (Enunciado nº 381 da Súmula do STJ). das cláusulas" (Enunciado nº 381 da Súmula do STJ).

2. Ausente no contrato o percentual dos juros remuneratórios, circunstância fática e2. Ausente no contrato o percentual dos juros remuneratórios, circunstância fática e

contratual alheia à instância especial, a jurisprudência do STJ firmou seucontratual alheia à instância especial, a jurisprudência do STJ firmou seu

posicionamento no sentido de que prevalece a taxa média de mercado (2ª Seção, RESPposicionamento no sentido de que prevalece a taxa média de mercado (2ª Seção, RESP

1.112.880/PR, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe de 19.5.2010). 1.112.880/PR, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe de 19.5.2010).

3. A capitalização mensal de juros somente é permitida em contratos bancários3. A capitalização mensal de juros somente é permitida em contratos bancários

celebrados posteriormente à edição da MP 1.963-17/2000, de 31/3/2000, e desde quecelebrados posteriormente à edição da MP 1.963-17/2000, de 31/3/2000, e desde que

expressamente pactuada. expressamente pactuada.

4. "A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o4. "A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o

contrato de arrendamento mercantil" (Enunciado nº 293 da Súmula do STJ). contrato de arrendamento mercantil" (Enunciado nº 293 da Súmula do STJ).

5. A cobrança a maior importa na restituição dos valores, podendo operar-se por5. A cobrança a maior importa na restituição dos valores, podendo operar-se por

intermédio da compensação com o débito remanescente. 6. Embargos de declaraçãointermédio da compensação com o débito remanescente. 6. Embargos de declaração

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acolhidos para permitir o julgamento do agravo regimental, com o consequenteacolhidos para permitir o julgamento do agravo regimental, com o consequente

provimento parcial do Recurso Especial em parte conhecido. (provimento parcial do Recurso Especial em parte conhecido. (STJSTJ - EDcl-AgRg-REsp - EDcl-AgRg-REsp

681.439; Proc. 2004/0112286-8; RS; Quarta Turma; Relª Minª Isabel Gallotti; Julg.681.439; Proc. 2004/0112286-8; RS; Quarta Turma; Relª Minª Isabel Gallotti; Julg.

07/08/2012; DJE 15/08/2012)07/08/2012; DJE 15/08/2012)

AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL ARRENDAMENTOAGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL ARRENDAMENTO

MERCANTIL. MERCANTIL.

Juros remuneratórios ausência de pactuação do percentual- limitação à taxa média deJuros remuneratórios ausência de pactuação do percentual- limitação à taxa média de

mercado - Recurso improvido. (mercado - Recurso improvido. (STJSTJ - AgRg-REsp 1.253.012; Proc. 2011/0107469-0; SC; - AgRg-REsp 1.253.012; Proc. 2011/0107469-0; SC;

Terceira Turma; Rel. Min. Massami Uyeda; Julg. 18/09/2012; DJE 03/10/2012)Terceira Turma; Rel. Min. Massami Uyeda; Julg. 18/09/2012; DJE 03/10/2012)

Por prudência, ora evidenciamos julgados de outros Tribunais:Por prudência, ora evidenciamos julgados de outros Tribunais:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL. ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DAAGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL. ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA

TUTELA. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL. DEPÓSITO DOS VALORESTUTELA. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL. DEPÓSITO DOS VALORES

INCONTROVERSOS, IMPEDIMENTO DE INCLUSÃO/ MANUTENÇÃO DE NOME NOINCONTROVERSOS, IMPEDIMENTO DE INCLUSÃO/ MANUTENÇÃO DE NOME NO

CADASTRO DOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO E GARANTIA DA POSSE DOCADASTRO DOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO E GARANTIA DA POSSE DO

VEÍCULO ATÉ O DESFECHO DA LIDE. VEÍCULO ATÉ O DESFECHO DA LIDE.

1. O contrato de arrendamento mercantil constitui negócio jurídico de natureza1. O contrato de arrendamento mercantil constitui negócio jurídico de natureza

complexa, composto pelos contratos de locação, empréstimo e de compra e venda, decomplexa, composto pelos contratos de locação, empréstimo e de compra e venda, de

modo que a remuneração mensal devida ao arrendante se caracteriza tão somentemodo que a remuneração mensal devida ao arrendante se caracteriza tão somente

como uma contraprestação relativa ao próprio uso do bem pelo arrendatário e que,como uma contraprestação relativa ao próprio uso do bem pelo arrendatário e que,

por esta razão, não há incidência de juros remuneratórios. Na espécie, porém, opor esta razão, não há incidência de juros remuneratórios. Na espécie, porém, o

contrato de leasing inspira reflexão, máxime nesse juízo inicial de cognição sumária. Ocontrato de leasing inspira reflexão, máxime nesse juízo inicial de cognição sumária. O

item ""valor total do arrendamento"" faz referência a taxas em percentuais mensal eitem ""valor total do arrendamento"" faz referência a taxas em percentuais mensal e

3737 de de 7979

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anual, o que indica a potencial cobrança de juros remuneratórios capitalizados eanual, o que indica a potencial cobrança de juros remuneratórios capitalizados e

""camuflados"". ""camuflados"".

2. Ante a dúvida sobre o que está sendo efetivamente cobrado, que poderá ser futura2. Ante a dúvida sobre o que está sendo efetivamente cobrado, que poderá ser futura

e definitivamente dirimida por meio de perícia contábil, mostra-se prudente deferir ae definitivamente dirimida por meio de perícia contábil, mostra-se prudente deferir a

liminar para determinar que a arrendante se abstenha de incluir/manter o nome doliminar para determinar que a arrendante se abstenha de incluir/manter o nome do

agravante no rol de devedores. Essa medida privilegia a vulnerabilidade do consumidoragravante no rol de devedores. Essa medida privilegia a vulnerabilidade do consumidor

ante a notória existência de cláusula obscura, que, insista-se, demanda elucidação emante a notória existência de cláusula obscura, que, insista-se, demanda elucidação em

cognição exaustiva, e ante a possibilidade de cobrança de valores indevidos. O perigocognição exaustiva, e ante a possibilidade de cobrança de valores indevidos. O perigo

de dano irreparável e de difícil reparação é intuitivo porque as cláusulas contratadasde dano irreparável e de difícil reparação é intuitivo porque as cláusulas contratadas

não podem ser utilizadas como instrumento de domínio e espoliação do consumidor.não podem ser utilizadas como instrumento de domínio e espoliação do consumidor.

Encontrando-se em discussão o contrato de financiamento celebrado entre as partes,Encontrando-se em discussão o contrato de financiamento celebrado entre as partes,

mostra-se razoável o depósito do valor incontroverso das parcelas avençadas, o que,mostra-se razoável o depósito do valor incontroverso das parcelas avençadas, o que,

inclusive, já foi deferido pela MM. Juíza de 1º grau. (inclusive, já foi deferido pela MM. Juíza de 1º grau. (TJDFTJDF - Rec 2011.00.2.021158-6; - Rec 2011.00.2.021158-6;

Ac. 578.131; Segunda Turma Cível; Rel. Des. Waldir Leôncio Lopes Júnior; DJDFTEAc. 578.131; Segunda Turma Cível; Rel. Des. Waldir Leôncio Lopes Júnior; DJDFTE

13/04/2012; Pág. 125)13/04/2012; Pág. 125)

ARRENDAMENTO MERCANTIL REINTEGRAÇÃO DE POSSE. DESCARATERIZAÇÃO DOARRENDAMENTO MERCANTIL REINTEGRAÇÃO DE POSSE. DESCARATERIZAÇÃO DO

CONTRATO PARA COMPRA E VENDA A PRAZO AFASTAMENTO. CONTRATO PARA COMPRA E VENDA A PRAZO AFASTAMENTO.

A cobrança do VRG antecipada não descaracteriza o contrato de arrendamentoA cobrança do VRG antecipada não descaracteriza o contrato de arrendamento

mercantil Orientação da Súmula nº 293 do STJ Incidência do Código de Defesa domercantil Orientação da Súmula nº 293 do STJ Incidência do Código de Defesa do

Consumidor nos termos da Súmula nº 297 do STJ Alegação da existência de cláusulasConsumidor nos termos da Súmula nº 297 do STJ Alegação da existência de cláusulas

abusivas e leoninas e insurgência quanto ao critério de correção monetáriaabusivas e leoninas e insurgência quanto ao critério de correção monetária

Afastamento. Prevalência do princípio Afastamento. Prevalência do princípio pacta sunt servandapacta sunt servanda. . Limitação da taxa de jurosLimitação da taxa de juros

a 12% ao anoa 12% ao ano. Não adoção às instituições financeiras, conforme orientação da Súmula. Não adoção às instituições financeiras, conforme orientação da Súmula

3838 de de 7979

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nº 596 do STF Inadmissibilidade, contudo, de cumulação de comissão de permanêncianº 596 do STF Inadmissibilidade, contudo, de cumulação de comissão de permanência

com juros remuneratórios e correção monetária Devolução, porém, da Tarifa decom juros remuneratórios e correção monetária Devolução, porém, da Tarifa de

Emissão de Lâmina (TEL). Recurso parcialmente provido. (Emissão de Lâmina (TEL). Recurso parcialmente provido. (TJSPTJSP - APL 9181767- - APL 9181767-

37.2008.8.26.0000; Ac. 5772082; São Paulo; Vigésima Sétima Câmara de Direito37.2008.8.26.0000; Ac. 5772082; São Paulo; Vigésima Sétima Câmara de Direito

Privado; Rel. Des. Claudio Hamilton; Julg. 13/03/2012; DJESP 28/03/2012)Privado; Rel. Des. Claudio Hamilton; Julg. 13/03/2012; DJESP 28/03/2012)

5 – DA IMPERTINÊNCIA DA COBRANÇA DE JUROS5 – DA IMPERTINÊNCIA DA COBRANÇA DE JUROS

CAPITALIZADOSCAPITALIZADOS

O Contestante, em poder de demonstrativo de débito fornecido pelaO Contestante, em poder de demonstrativo de débito fornecido pela

instituição financeira demanda, requisitou que um perito particular fizesse um laudo apontandoinstituição financeira demanda, requisitou que um perito particular fizesse um laudo apontando

eventuais ilegalidades na contratação e, maiormente, a eventual cobrança de encargoseventuais ilegalidades na contratação e, maiormente, a eventual cobrança de encargos

abusivos.(abusivos.(doc. 01doc. 01) )

O resultado foi que, primeiramente,O resultado foi que, primeiramente, não existe não existe no contrato ora emno contrato ora em

debate debate qualquer cláusulaqualquer cláusula que estipule a celebração entre as partes da possibilidade da que estipule a celebração entre as partes da possibilidade da cobrançacobrança

de juros capitalizados mensaisde juros capitalizados mensais. .

Portanto, Excelência, Portanto, Excelência, diante da diante da inexistência de cláusula expressainexistência de cláusula expressa

ajustando a cobrança de juros capitalizadosajustando a cobrança de juros capitalizados, e sua periodicidade, , e sua periodicidade, há de ser afastada a suahá de ser afastada a sua

cobrançacobrança, segundo, ademais, o assente entendimento dos Tribunais:, segundo, ademais, o assente entendimento dos Tribunais:

3939 de de 7979

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AGRAVO EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO COM PEDIDO DE REVISÃO DE CLÁUSULASAGRAVO EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO COM PEDIDO DE REVISÃO DE CLÁUSULAS

FINANCEIRAS DE CONTRATO DE MÚTUO COM GARANTIA FIDUCIÁRIA. DECISÃOFINANCEIRAS DE CONTRATO DE MÚTUO COM GARANTIA FIDUCIÁRIA. DECISÃO

SINGULAR DO RELATOR QUE DEU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO INTERPOSTOSINGULAR DO RELATOR QUE DEU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO INTERPOSTO

PELA AGRAVANTE PARA DETERMINAR A DEVOLUÇÃO DOS VALORES COBRADOS APELA AGRAVANTE PARA DETERMINAR A DEVOLUÇÃO DOS VALORES COBRADOS A

MAIOR NA FORMA SIMPLES AFASTANDO A DOBRA DO ART. 42, § ÚNICO, DO CDC.MAIOR NA FORMA SIMPLES AFASTANDO A DOBRA DO ART. 42, § ÚNICO, DO CDC.

SENTENÇA MANTIDA NA PARTE EM QUE SENTENÇA MANTIDA NA PARTE EM QUE AFASTOU A CAPITALIZAÇÃO MENSAL DEAFASTOU A CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE

JUROS COMPUTADOS NO CÁLCULO DA PRESTAÇÃO, POR AUSÊNCIA DE EXPRESSAJUROS COMPUTADOS NO CÁLCULO DA PRESTAÇÃO, POR AUSÊNCIA DE EXPRESSA

PACTUAÇÃOPACTUAÇÃO. CÉDULA DE CRÉDITO. ART. 28, § 1º, I DA LEI Nº 10.931/2004.. CÉDULA DE CRÉDITO. ART. 28, § 1º, I DA LEI Nº 10.931/2004.

(PRECEDENTES DO STJ. AGRG NO RESP 1019369/ MS. AGRG NO RESP 1239878/RS.(PRECEDENTES DO STJ. AGRG NO RESP 1019369/ MS. AGRG NO RESP 1239878/RS.

EDCL NO AG 1082229/RS. AGRG NO RESP 109.291-7/RN, 3ª TURMA. DJE 26.04.2011).EDCL NO AG 1082229/RS. AGRG NO RESP 109.291-7/RN, 3ª TURMA. DJE 26.04.2011).

RECURSO DESPROVIDO. RECURSO DESPROVIDO.

1. Quando a decisão monocrática do relator, na parte recorrida, apresentar total1. Quando a decisão monocrática do relator, na parte recorrida, apresentar total

simetria com o entendimento do STJ, deve ser julgado improcedente o recursosimetria com o entendimento do STJ, deve ser julgado improcedente o recurso

interposto com fundamento no art. 557, § 1º do CPC. interposto com fundamento no art. 557, § 1º do CPC.

2. A instituição financeira pode computar juros capitalizados mensalmente no cálculo2. A instituição financeira pode computar juros capitalizados mensalmente no cálculo

da prestação, da prestação, quando o instrumento apresentar de forma clara cláusula autorizandoquando o instrumento apresentar de forma clara cláusula autorizando

a incidência desse encargoa incidência desse encargo. (. (TJPRTJPR - Agr 0844346-5/01; Cornélio Procópio; Décima - Agr 0844346-5/01; Cornélio Procópio; Décima

Sétima Câmara Cível; Rel. Des. Lauri Caetano da Silva; DJPR 04/04/2012; Pág. 258)Sétima Câmara Cível; Rel. Des. Lauri Caetano da Silva; DJPR 04/04/2012; Pág. 258)

EMBARGOS À MONITÓRIA. CONTRATO DE CONTA GARANTIDA CÓDIGO DE DEFESAEMBARGOS À MONITÓRIA. CONTRATO DE CONTA GARANTIDA CÓDIGO DE DEFESA

DO CONSUMIDOR. APLICABILIDADE. DO CONSUMIDOR. APLICABILIDADE.

Reconhecida a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, vez que foramReconhecida a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, vez que foram

preenchidos, no caso em tela, os requisitos do art. 2º daquele diploma legalpreenchidos, no caso em tela, os requisitos do art. 2º daquele diploma legal

Inteligência da Súmula nº 297 do STJ Relação de consumo que se qualifica pelaInteligência da Súmula nº 297 do STJ Relação de consumo que se qualifica pela

4040 de de 7979

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presença de uma parte vulnerável (consumidor) de um lado e de um fornecedor dopresença de uma parte vulnerável (consumidor) de um lado e de um fornecedor do

outro. Possibilidade de inversão do ônus da prova. Decisão mantida. Apelo improvido.outro. Possibilidade de inversão do ônus da prova. Decisão mantida. Apelo improvido.

EMBARGOS À MONITÓRIA. CONTRATO DE CONTA GARANTIDA. LIMITAÇÃO DE JUROS.EMBARGOS À MONITÓRIA. CONTRATO DE CONTA GARANTIDA. LIMITAÇÃO DE JUROS.

Decisão recorrida manteve a taxa de juros pactuada. Acaso não houvesse estipulação,Decisão recorrida manteve a taxa de juros pactuada. Acaso não houvesse estipulação,

o que não é o caso dos autos, seriam limitados à taxa média de mercado, emo que não é o caso dos autos, seriam limitados à taxa média de mercado, em

conformidade com jurisprudência desta Colenda Câmara. Decisão mantida. Apeloconformidade com jurisprudência desta Colenda Câmara. Decisão mantida. Apelo

improvido. EMBARGOS À MONITÓRIA. CONTRATO DE CONTA GARANTIDA.improvido. EMBARGOS À MONITÓRIA. CONTRATO DE CONTA GARANTIDA.

CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. É vedada a capitalização de juros, ainda que expressamenteCAPITALIZAÇÃO DE JUROS. É vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente

convencionada. A única exceção que se abre está na capitalização mensal que seconvencionada. A única exceção que se abre está na capitalização mensal que se

admite nas cédulas previstas em Leis especiais, ou nos contratos celebrados após aadmite nas cédulas previstas em Leis especiais, ou nos contratos celebrados após a

entrada em vigor da Medida Provisória nº. 1.963-17/2000, de 30.03.2000, e suasentrada em vigor da Medida Provisória nº. 1.963-17/2000, de 30.03.2000, e suas

reedições. Contrato firmado após a edição da MP. reedições. Contrato firmado após a edição da MP. Ausência de cláusula expressaAusência de cláusula expressa

autorizadora da cobrança de juros capitalizados mensalmente. Capitalização mensalautorizadora da cobrança de juros capitalizados mensalmente. Capitalização mensal

indevidaindevida Decisão mantida. Apelo improvido. EMBARGOS À MONITÓRIA. CONTRATO DE Decisão mantida. Apelo improvido. EMBARGOS À MONITÓRIA. CONTRATO DE

CONTA GARANTIDA. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA Cabível a cobrança da comissão deCONTA GARANTIDA. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA Cabível a cobrança da comissão de

permanência, em período de inadimplência, com exclusividade, calculada pela taxapermanência, em período de inadimplência, com exclusividade, calculada pela taxa

média de mercado apurada pelo BACEN, não podendo ultrapassar a taxa do contrato,média de mercado apurada pelo BACEN, não podendo ultrapassar a taxa do contrato,

ou seja, não podendo ser superior à somatória dos juros remuneratórios contratados,ou seja, não podendo ser superior à somatória dos juros remuneratórios contratados,

mais juros de mora, mais multa contratual Apelo parcialmente provido. EMBARGOS Àmais juros de mora, mais multa contratual Apelo parcialmente provido. EMBARGOS À

MONITÓRIA. CONTRATO DE CONTA GARANTIDA. PROVA PERICIAL. ÔNUS DA PROVA.MONITÓRIA. CONTRATO DE CONTA GARANTIDA. PROVA PERICIAL. ÔNUS DA PROVA.

Reconhecido que, nas relações de consumo, em face da inversão do ônus da prova, oReconhecido que, nas relações de consumo, em face da inversão do ônus da prova, o

banco não é obrigado a arcar com o ônus econômico da produção desta, mas assumebanco não é obrigado a arcar com o ônus econômico da produção desta, mas assume

as conseqüências pela sua não-produção. Apelo parcialmente provido. (as conseqüências pela sua não-produção. Apelo parcialmente provido. (TJSPTJSP - APL - APL

9141797-30.2008.8.26.0000; Ac. 5759600; São José do Rio Preto; Vigésima Quarta9141797-30.2008.8.26.0000; Ac. 5759600; São José do Rio Preto; Vigésima Quarta

Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Salles Vieira; Julg. 15/03/2012; DJESP 02/04/2012)Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Salles Vieira; Julg. 15/03/2012; DJESP 02/04/2012)

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CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. CONTRATO DE RELACIONAMENTOS. ABERTURA DECIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. CONTRATO DE RELACIONAMENTOS. ABERTURA DE

CONTAS E ADESÃO A PRODUTOS E SERVIÇOS. PESSOA FÍSICA. CONTAS E ADESÃO A PRODUTOS E SERVIÇOS. PESSOA FÍSICA. CAPITALIZAÇÃO DECAPITALIZAÇÃO DE

JUROS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO CONTRATUALJUROS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO CONTRATUAL. COMISSÃO DE. COMISSÃO DE

PERMANÊNCIA. CUMULAÇÃO. VEDAÇÃO. PERMANÊNCIA. CUMULAÇÃO. VEDAÇÃO.

1. A jurisprudência pátria admite a cobrança de juros capitalizados em contratos1. A jurisprudência pátria admite a cobrança de juros capitalizados em contratos

diretos ao consumidor, firmados na vigência da medida provisória nº 1.963-17/2000,diretos ao consumidor, firmados na vigência da medida provisória nº 1.963-17/2000,

atual medida provisória nº 2.170-36/2001, contudo, inexistindo expressa cláusulaatual medida provisória nº 2.170-36/2001, contudo, inexistindo expressa cláusula

contratual autorizando a incidência de tais juros, forçoso é reconhecer acontratual autorizando a incidência de tais juros, forçoso é reconhecer a

impossibilidade de admitir-se a cobrança dessa maneira. Precedentes. impossibilidade de admitir-se a cobrança dessa maneira. Precedentes.

2. Impossibilidade de cumulação da comissão de permanência com qualquer outro2. Impossibilidade de cumulação da comissão de permanência com qualquer outro

encargo financeiro. Precedentes desta corte. encargo financeiro. Precedentes desta corte.

3. Apelação improvida. (3. Apelação improvida. (TRF 5ª R.TRF 5ª R. - AC 0001402-05.2010.4.05.8500; SE; Terceira - AC 0001402-05.2010.4.05.8500; SE; Terceira

Turma; Rel. Des. Fed. Marcelo Navarro Ribeiro Dantas; Julg. 15/03/2012; DEJFTurma; Rel. Des. Fed. Marcelo Navarro Ribeiro Dantas; Julg. 15/03/2012; DEJF

21/03/2012; Pág. 122)21/03/2012; Pág. 122)

Nem se afirme que os Nem se afirme que os juros capitalizadosjuros capitalizados poderiam ser cobrados poderiam ser cobrados

por força das por força das MPs 1.963-17(art. 5º) e 2.170-36(art. 5º)MPs 1.963-17(art. 5º) e 2.170-36(art. 5º) – – visto que a cédula é posterior avisto que a cédula é posterior a

vigência das mesmasvigência das mesmas --, mantidas pela Emenda Constitucional nº. 32/01, posto que, --, mantidas pela Emenda Constitucional nº. 32/01, posto que, tambémtambém

para estas hipóteses, o para estas hipóteses, o pacto expresso de capitalização de juros se faz necessáriopacto expresso de capitalização de juros se faz necessário. .

MÚTUO BANCÁRIO. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO ROTATIVO EM CONTAMÚTUO BANCÁRIO. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO ROTATIVO EM CONTA

CORRENTE. VERBAS LÍCITAS. TAXA DE JUROS REMUNERATÓRIA. AUSÊNCIA DECORRENTE. VERBAS LÍCITAS. TAXA DE JUROS REMUNERATÓRIA. AUSÊNCIA DE

4242 de de 7979

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CONTRATAÇÃO EXPRESSA. EVOLUÇÃO DA DÍVIDA COM FINCAS NA TAXA MÉDIA DOCONTRATAÇÃO EXPRESSA. EVOLUÇÃO DA DÍVIDA COM FINCAS NA TAXA MÉDIA DO

BACEN SE INFERIOR ÀS QUE INCIDIRAM NO PACTO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL.BACEN SE INFERIOR ÀS QUE INCIDIRAM NO PACTO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL.

ILÍCITA. ILÍCITA.

Critério reputado lícito somente pela Critério reputado lícito somente pela Medida Provisória nº 1963, de 30 de março deMedida Provisória nº 1963, de 30 de março de

20002000, que legalizou a cobrança de juros capitalizados em contratos bancários de toda e, que legalizou a cobrança de juros capitalizados em contratos bancários de toda e

qualquer natureza, qualquer natureza, e desde que expressamente contratada com as taxas de jurose desde que expressamente contratada com as taxas de juros

respectivasrespectivas; Comissão de permanência. Licitude desde que aplicada a taxa de mercado; Comissão de permanência. Licitude desde que aplicada a taxa de mercado

informada pelo BACEN, se inferior àquelas que incidiram no pacto, com incidência deinformada pelo BACEN, se inferior àquelas que incidiram no pacto, com incidência de

juros de mora. Súmula nº 294 do STJ, sendo vedada a sua cumulação com qualquerjuros de mora. Súmula nº 294 do STJ, sendo vedada a sua cumulação com qualquer

índice adotado como reajuste monetário ou com os juros remuneratórios. Recurso, emíndice adotado como reajuste monetário ou com os juros remuneratórios. Recurso, em

parte, provido. (parte, provido. (TJSPTJSP - APL 9219678-59.2003.8.26.0000; Ac. 5810233; Sorocaba; - APL 9219678-59.2003.8.26.0000; Ac. 5810233; Sorocaba;

Vigésima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Cunha Garcia; Julg. 24/10/2011; DJESPVigésima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Cunha Garcia; Julg. 24/10/2011; DJESP

13/04/2012)13/04/2012)

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO.CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO.

GIROCAIXA. EMBARGOS EM PARTE PROCEDENTES. PRELIMINARES DE NULIDADE DAGIROCAIXA. EMBARGOS EM PARTE PROCEDENTES. PRELIMINARES DE NULIDADE DA

SENTENÇA. REJEIÇÃO. JUROS CAPITALIZADOS. AUSÊNCIA DE PREVISÃOSENTENÇA. REJEIÇÃO. JUROS CAPITALIZADOS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO

CONTRATUAL. IMPOSSIBILIDADE. CONTRATUAL. IMPOSSIBILIDADE.

1. Deixando de requerer a autora a citação por edital de um dos requeridos, é de ser1. Deixando de requerer a autora a citação por edital de um dos requeridos, é de ser

mantida a sentença que, em relação ao réu não citado, extinguiu o processo, semmantida a sentença que, em relação ao réu não citado, extinguiu o processo, sem

resolução de mérito, nos termos do art. 267, iv e § 3º, do cpc. resolução de mérito, nos termos do art. 267, iv e § 3º, do cpc.

2. Havendo, nos embargos monitórios, expressa impugnação à cobrança da comissão2. Havendo, nos embargos monitórios, expressa impugnação à cobrança da comissão

de permanência com a inclusão da taxa de rentabilidade de até 10% ao mês, nãode permanência com a inclusão da taxa de rentabilidade de até 10% ao mês, não

4343 de de 7979

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merece acolhimento o pedido de anulação do decisum, sob à alegação de que ele foimerece acolhimento o pedido de anulação do decisum, sob à alegação de que ele foi

ultra petita. ultra petita.

3. Não obstante seja admitida a cobrança de juros capitalizados em contratos diretos3. Não obstante seja admitida a cobrança de juros capitalizados em contratos diretos

ao consumidor, firmados após a edição da medida provisória nº 1.963-17/2000, atualao consumidor, firmados após a edição da medida provisória nº 1.963-17/2000, atual

medida provisória nº 2.170-36/2001medida provisória nº 2.170-36/2001, , faz-se necessário que a referida prática estejafaz-se necessário que a referida prática esteja

expressamente prevista no respectivo instrumento contratualexpressamente prevista no respectivo instrumento contratual. Precedentes. . Precedentes.

4 - é legal a incidência da comissão de permanência prevista em cláusula contratual,4 - é legal a incidência da comissão de permanência prevista em cláusula contratual,

desde que sua cobrança não seja cumulada com a taxa de rentabilidade, juros de moradesde que sua cobrança não seja cumulada com a taxa de rentabilidade, juros de mora

e multa, bem como a capitalização dos juros. e multa, bem como a capitalização dos juros.

5. Levando-se em conta que a comissão de permanência, além de realizar a correção5. Levando-se em conta que a comissão de permanência, além de realizar a correção

monetária, também serve para remunerar o capital (pois em sua composição existemonetária, também serve para remunerar o capital (pois em sua composição existe

parcela de juros), é de ser mantida a sentença que, verificando a cada períodoparcela de juros), é de ser mantida a sentença que, verificando a cada período

inadimplido a incidência da comissão de permanência sobre o saldo atualizado dainadimplido a incidência da comissão de permanência sobre o saldo atualizado da

dívida, determinou que fossem excluídos da cobrança do débito os valores decorrentesdívida, determinou que fossem excluídos da cobrança do débito os valores decorrentes

da capitalização mensal dos juros embutida na comissão de permanência incidente, ada capitalização mensal dos juros embutida na comissão de permanência incidente, a

cada mês, sobre o saldo devedor. cada mês, sobre o saldo devedor.

6. Apelação a que se nega provimento. (6. Apelação a que se nega provimento. (TRF 5ª RTRF 5ª R. - AC 0004328-74.2010.4.05.8300; PE;. - AC 0004328-74.2010.4.05.8300; PE;

Quarta Turma; Rel. Des. Fed. Lázaro Guimarães; Julg. 27/03/2012; DEJF 03/04/2012;Quarta Turma; Rel. Des. Fed. Lázaro Guimarães; Julg. 27/03/2012; DEJF 03/04/2012;

Pág. 461)Pág. 461)

APELAÇÃO CÍVEL. Ação revisional de contrato de abertura de crédito em contaAPELAÇÃO CÍVEL. Ação revisional de contrato de abertura de crédito em conta

corrente. Cheque especial e contrato de empréstimo. Recurso do banco. Prescrição dacorrente. Cheque especial e contrato de empréstimo. Recurso do banco. Prescrição da

pretensão de restituição do indébito. Preliminar afastada. Ação pessoal. Prazo de dezpretensão de restituição do indébito. Preliminar afastada. Ação pessoal. Prazo de dez

anos, conforme o artigo 205 do Código Civil. Inaplicabilidade do art. 206, § 3º, IV doanos, conforme o artigo 205 do Código Civil. Inaplicabilidade do art. 206, § 3º, IV do

4444 de de 7979

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estatuto civilista. Utilização da regra da imputação do pagamento para a realização doestatuto civilista. Utilização da regra da imputação do pagamento para a realização do

cálculo dos valores a restituir, de modo a considerar capitalizados apenas os juros nãocálculo dos valores a restituir, de modo a considerar capitalizados apenas os juros não

amortizados. Impossibilidade de se aferir o valor do débito. Momento processualamortizados. Impossibilidade de se aferir o valor do débito. Momento processual

inadequado para discussão da matéria. Negar provimento ao reclamo no particular.inadequado para discussão da matéria. Negar provimento ao reclamo no particular.

Recurso da autora. Comissão de permanência. Recurso da demandante que pugna pelaRecurso da autora. Comissão de permanência. Recurso da demandante que pugna pela

ilegalidade da exigência da comissão de permanência. Observância do atualilegalidade da exigência da comissão de permanência. Observância do atual

entendimento do STJ. Decote dos excessos. Princípio da conservação dos negóciosentendimento do STJ. Decote dos excessos. Princípio da conservação dos negócios

jurídicos (RESP n. 1.058.114/RS). Desprovimento. 4. Constatada abusividade dosjurídicos (RESP n. 1.058.114/RS). Desprovimento. 4. Constatada abusividade dos

encargos pactuados na cláusula de comissão de permanência, deverá o juiz decotá-los,encargos pactuados na cláusula de comissão de permanência, deverá o juiz decotá-los,

preservando, tanto quanto possível, a vontade das partes manifestada na celebraçãopreservando, tanto quanto possível, a vontade das partes manifestada na celebração

do contrato, em homenagem ao princípio da conservação dos negócios jurídicosdo contrato, em homenagem ao princípio da conservação dos negócios jurídicos

consagrado nos arts. 139 e 140 do Código Civil alemão e reproduzido no art. 170 doconsagrado nos arts. 139 e 140 do Código Civil alemão e reproduzido no art. 170 do

Código Civil brasileiro. 5. A decretação de nulidade de cláusula contratual é medidaCódigo Civil brasileiro. 5. A decretação de nulidade de cláusula contratual é medida

excepcional, somente adotada se impossível o seu aproveitamento. 6. Recurso Especialexcepcional, somente adotada se impossível o seu aproveitamento. 6. Recurso Especial

conhecido e parcialmente provido (RESP n. 1058114/RS, Rel. Min. Nancy andrighi, Rel.conhecido e parcialmente provido (RESP n. 1058114/RS, Rel. Min. Nancy andrighi, Rel.

P/ acórdão Min. João Otávio de noronha, dje 16.11.2010. Grifou-se). Mora. ContratoP/ acórdão Min. João Otávio de noronha, dje 16.11.2010. Grifou-se). Mora. Contrato

de abertura de conta corrente. Ação revisional que, por si só, não afasta a mora.de abertura de conta corrente. Ação revisional que, por si só, não afasta a mora.

Súmula n. º 380, do STJ. Redução considerável dos encargos incidentes no período daSúmula n. º 380, do STJ. Redução considerável dos encargos incidentes no período da

normalidade e necessidade de liquidação para determinação do quantum debeatur.normalidade e necessidade de liquidação para determinação do quantum debeatur.

Desnecessidade do depósito do valor incontroverso. Descaracterização da mora que seDesnecessidade do depósito do valor incontroverso. Descaracterização da mora que se

impõe. Precedentes desta câmara. Sentença mantida. Recursos de ambas as partes.impõe. Precedentes desta câmara. Sentença mantida. Recursos de ambas as partes.

Juros remuneratórios. Contrato de abertura de crédito em conta corrente. ChequeJuros remuneratórios. Contrato de abertura de crédito em conta corrente. Cheque

especial. Manutenção da taxa pactuada, porquanto em consonância com a média deespecial. Manutenção da taxa pactuada, porquanto em consonância com a média de

mercado apurada pelo Banco Central do Brasil. Entendimento consolidado pelo STJ nomercado apurada pelo Banco Central do Brasil. Entendimento consolidado pelo STJ no

julgamento do RESP n. 1.061.530/RS, em que se aplicou a Lei dos recursos repetitivos.julgamento do RESP n. 1.061.530/RS, em que se aplicou a Lei dos recursos repetitivos.

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"Nos contratos bancários, com exceção das cédulas e notas de crédito rural, comercial"Nos contratos bancários, com exceção das cédulas e notas de crédito rural, comercial

e industrial, não é abusiva a taxa de juros remuneratórios superior a 12 % (doze pore industrial, não é abusiva a taxa de juros remuneratórios superior a 12 % (doze por

cento) ao ano, desde que não ultrapassada a taxa média de mercado à época do pacto,cento) ao ano, desde que não ultrapassada a taxa média de mercado à época do pacto,

divulgada pelo Banco Central do Brasil" (Enunciado N. I do grupo de câmaras de direitodivulgada pelo Banco Central do Brasil" (Enunciado N. I do grupo de câmaras de direito

comercial). Parcial provimento do recurso do banco. Contrato de empréstimo.comercial). Parcial provimento do recurso do banco. Contrato de empréstimo.

Manutenção da taxa pactuada, porquanto menor que a média de mercado apuradaManutenção da taxa pactuada, porquanto menor que a média de mercado apurada

pelo Banco Central do Brasil. Entendimento consolidado pelo STJ no julgamento dopelo Banco Central do Brasil. Entendimento consolidado pelo STJ no julgamento do

RESP n. 1.061.530/RS, em que se aplicou a Lei dos recursos repetitivos. "Nos contratosRESP n. 1.061.530/RS, em que se aplicou a Lei dos recursos repetitivos. "Nos contratos

bancários, com exceção das cédulas e notas de crédito rural, comercial e industrial,bancários, com exceção das cédulas e notas de crédito rural, comercial e industrial,

não é abusiva a taxa de juros remuneratórios superior a 12 % (doze por cento) ao ano,não é abusiva a taxa de juros remuneratórios superior a 12 % (doze por cento) ao ano,

desde que não ultrapassada a taxa média de mercado à época do pacto, divulgadadesde que não ultrapassada a taxa média de mercado à época do pacto, divulgada

pelo Banco Central do Brasil" (Enunciado N. I do grupo de câmaras de direitopelo Banco Central do Brasil" (Enunciado N. I do grupo de câmaras de direito

comercial). Capitalização mensal e anual de juros. Ajuste posterior a 31.3.2000,comercial). Capitalização mensal e anual de juros. Ajuste posterior a 31.3.2000,

quando entrou em vigor a quando entrou em vigor a medida provisória n. 1.963-17/2000, reeditada pela MP n.medida provisória n. 1.963-17/2000, reeditada pela MP n.

2.170-36/20012.170-36/2001. Inexistência de previsão explícita da cobrança. Vedação de sua. Inexistência de previsão explícita da cobrança. Vedação de sua

utilização em qualquer periodicidade. Provimento do recurso da autora. "1. Nosutilização em qualquer periodicidade. Provimento do recurso da autora. "1. Nos

termos da MP 2.170/01, é admissível a capitalização mensal de juros termos da MP 2.170/01, é admissível a capitalização mensal de juros quandoquando

expressamente pactuada, o que não ocorre nos autosexpressamente pactuada, o que não ocorre nos autos . 2. Não é suficiente que a. 2. Não é suficiente que a

capitalização mensal de juros tenha sido pactuada, sendo imprescindível que tenhacapitalização mensal de juros tenha sido pactuada, sendo imprescindível que tenha

sido de forma expressa, clara, de modo a garantir que o contratante tenha a plenasido de forma expressa, clara, de modo a garantir que o contratante tenha a plena

ciência dos encargos acordados; no caso, apenas as taxas de juros mensal simples eciência dos encargos acordados; no caso, apenas as taxas de juros mensal simples e

anual estão, em tese, expressas no contrato, mas não a capitalizada [... ]" (AGRG noanual estão, em tese, expressas no contrato, mas não a capitalizada [... ]" (AGRG no

RESP n. 895.424/RS, Rel. Min. Hélio quaglia barbosa, DJU de 20.8.2007). Ônus deRESP n. 895.424/RS, Rel. Min. Hélio quaglia barbosa, DJU de 20.8.2007). Ônus de

sucumbência. Readequação em virtude da alteração do julgado. Partes que sãosucumbência. Readequação em virtude da alteração do julgado. Partes que são

vencedoras e vencidas, devendo as custas processuais e honorários advocatícios seremvencedoras e vencidas, devendo as custas processuais e honorários advocatícios serem

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arcados por ambas, de forma recíproca e proporcional. Exegese do art. 21, caput, doarcados por ambas, de forma recíproca e proporcional. Exegese do art. 21, caput, do

código de processo civil. Admitida a compensação dos honorários advocatícios, noscódigo de processo civil. Admitida a compensação dos honorários advocatícios, nos

termos da Súmula n. 306 do STJ. (termos da Súmula n. 306 do STJ. (TJSCTJSC - AC 2010.017718-2; Palhoça; Quinta Câmara de - AC 2010.017718-2; Palhoça; Quinta Câmara de

Direito Comercial; Rel. Des. Volnei Celso Tomazini; Julg. 01/03/2012; DJSC 21/03/2012;Direito Comercial; Rel. Des. Volnei Celso Tomazini; Julg. 01/03/2012; DJSC 21/03/2012;

Pág. 313)Pág. 313)

AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. JULGAMENTO MONOCRÁTICO PELOAGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. JULGAMENTO MONOCRÁTICO PELO

RELATOR. POSSIBILIDADE. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO C/CRELATOR. POSSIBILIDADE. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO C/C

REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. CONTRATO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃOREVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. CONTRATO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃO

MENSAL. EXPRESSA CONTRATAÇÃO. AUSÊNCIA. AFASTAMENTO. TABELA PRICE.MENSAL. EXPRESSA CONTRATAÇÃO. AUSÊNCIA. AFASTAMENTO. TABELA PRICE.

EXCLUSÃO. REDISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS SUCUMBÊNCIAIS. EXCLUSÃO. REDISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS SUCUMBÊNCIAIS.

I - Referindo-se o recurso a temas sobre os quais há jurisprudência dominante tantoI - Referindo-se o recurso a temas sobre os quais há jurisprudência dominante tanto

nesta Corte de Justiça quanto nos Tribunais Superiores, perfeitamente cabível onesta Corte de Justiça quanto nos Tribunais Superiores, perfeitamente cabível o

julgamento monocrático pelo Relator, conforme autoriza o artigo 557 do Código dejulgamento monocrático pelo Relator, conforme autoriza o artigo 557 do Código de

Processo Civil, em prestígio aos princípios da celeridade e da economia processual. Processo Civil, em prestígio aos princípios da celeridade e da economia processual.

II - A cobrança de juros capitalizados mensalmente, nos contratos firmadosII - A cobrança de juros capitalizados mensalmente, nos contratos firmados

posteriormente à edição da posteriormente à edição da Medida Provisória nº 2.170-36, de 24/08/2001Medida Provisória nº 2.170-36, de 24/08/2001,,

condiciona-se à existência de estipulação clara e induvidosa nesse sentido, emcondiciona-se à existência de estipulação clara e induvidosa nesse sentido, em

respeito aos deveres de informação e transparência do fornecedor para com orespeito aos deveres de informação e transparência do fornecedor para com o

consumidorconsumidor. .

III - A utilização da Tabela Price como método de amortização da dívida representaIII - A utilização da Tabela Price como método de amortização da dívida representa

escamoteada capitalização mensal de juros e provoca o enriquecimento sem causa deescamoteada capitalização mensal de juros e provoca o enriquecimento sem causa de

um contratante em detrimento do outro. Por isso, e à míngua de inequívocaum contratante em detrimento do outro. Por isso, e à míngua de inequívoca

convenção entre as partes, é imperativa a sua exclusão do pacto negocial. lV -convenção entre as partes, é imperativa a sua exclusão do pacto negocial. lV -

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Reconhecida a sucumbência recíproca, mas não equivalente, impõe-se a redistribuiçãoReconhecida a sucumbência recíproca, mas não equivalente, impõe-se a redistribuição

proporcional das despesas do processo e honorários advocatícios entre os litigantes,proporcional das despesas do processo e honorários advocatícios entre os litigantes,

nos termos do art. 21, caput, do Diploma Processual Civil. V - Se a parte agravante nãonos termos do art. 21, caput, do Diploma Processual Civil. V - Se a parte agravante não

demonstra a superveniência de fatos novos, tampouco apresenta argumentação hábildemonstra a superveniência de fatos novos, tampouco apresenta argumentação hábil

a acarretar a modificação da linha de raciocínio adotada pelo órgão julgador, cingindo-a acarretar a modificação da linha de raciocínio adotada pelo órgão julgador, cingindo-

se a debater novamente pontos já exaustivamente examinados no recurso primitivose a debater novamente pontos já exaustivamente examinados no recurso primitivo

decidido singularmente por esta Relatoria, o improvimento do agravo interno sedecidido singularmente por esta Relatoria, o improvimento do agravo interno se

impõe. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E IMPROVIDO. (impõe. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E IMPROVIDO. (TJGOTJGO - AC-AgRg 185263- - AC-AgRg 185263-

37.2009.8.09.0011; Aparecida de Goiânia; Rel. Des. Kisleu Dias Maciel Filho; DJGO37.2009.8.09.0011; Aparecida de Goiânia; Rel. Des. Kisleu Dias Maciel Filho; DJGO

02/03/2012; Pág. 187)02/03/2012; Pág. 187)

RECURSOS DE APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO (CÉDULA DERECURSOS DE APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO (CÉDULA DE

CRÉDITO BANCÁRIO. FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS). REVISÃO DE CLÁUSULASCRÉDITO BANCÁRIO. FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS). REVISÃO DE CLÁUSULAS

CONTRATUAIS. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA PACTA SUNT SERVANDA MITIGADOCONTRATUAIS. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA PACTA SUNT SERVANDA MITIGADO

PELO CDC. TAXA DE JUROS REMUNERATÓRIOS FIXADA EM PATAMAR SUPERIOR APELO CDC. TAXA DE JUROS REMUNERATÓRIOS FIXADA EM PATAMAR SUPERIOR A

12% (DOZE POR CENTO) AO ANO. POSSIBILIDADE. REVISÃO PERMITIDA APENAS,12% (DOZE POR CENTO) AO ANO. POSSIBILIDADE. REVISÃO PERMITIDA APENAS,

QUANDO CONFIGURADA ABUSIVIDADE. HIPÓTESE NÃO COMPROVADA NOS AUTOS.QUANDO CONFIGURADA ABUSIVIDADE. HIPÓTESE NÃO COMPROVADA NOS AUTOS.

CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. LEGALIDADE DE SUA INCIDÊNCIA APENASCAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS. LEGALIDADE DE SUA INCIDÊNCIA APENAS

QUANDO EXPRESSAMENTE CONTRATADA. INADIMISSIBILIDADE QUANDO, NOQUANDO EXPRESSAMENTE CONTRATADA. INADIMISSIBILIDADE QUANDO, NO

CONTRATO, HOUVER PREVISÃO DE OUTROS ENCARGOS MORATÓRIOS. TARIFA DECONTRATO, HOUVER PREVISÃO DE OUTROS ENCARGOS MORATÓRIOS. TARIFA DE

EMISSÃO DE BOLETO BANCÁRIO. ILEGALIDADE DA COBRANÇA. SENTENÇA MANTIDA,EMISSÃO DE BOLETO BANCÁRIO. ILEGALIDADE DA COBRANÇA. SENTENÇA MANTIDA,

NESTE PONTO. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. POSSIBILIDADE, DESDE QUE,NESTE PONTO. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. POSSIBILIDADE, DESDE QUE,

COMPROVADO O PAGAMENTOINDEVIDO -RESTITUIÇÃONA FORMA SIMPLES.COMPROVADO O PAGAMENTOINDEVIDO -RESTITUIÇÃONA FORMA SIMPLES.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCOS. PEDIDO DE REDUÇÃO DA CONDENAÇÃO POSTA NAHONORÁRIOS ADVOCATÍCOS. PEDIDO DE REDUÇÃO DA CONDENAÇÃO POSTA NA

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INSTÂNCIA SINGELA NÃO ACOLHIDO. SUCUMBENCIA RECÍPROCA CONFIGURADA NAINSTÂNCIA SINGELA NÃO ACOLHIDO. SUCUMBENCIA RECÍPROCA CONFIGURADA NA

HIPÓTESE. DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL. RECURSO DA INSTITUIÇÃO BANCÁRIAHIPÓTESE. DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL. RECURSO DA INSTITUIÇÃO BANCÁRIA

CREDORA CONHECIDO E IMPROVIDO. RECURSO DO AUTOR/DEVEDOR CONHECIDO ECREDORA CONHECIDO E IMPROVIDO. RECURSO DO AUTOR/DEVEDOR CONHECIDO E

PROVIDO PARCIALMENTE. PROVIDO PARCIALMENTE.

1 - Os contratos firmados com instituições financeiras, não estão sujeitos à limitação1 - Os contratos firmados com instituições financeiras, não estão sujeitos à limitação

da taxa de juros no patamar de 12% (doze por cento) ao ano, podendo, todavia, a taxada taxa de juros no patamar de 12% (doze por cento) ao ano, podendo, todavia, a taxa

contratada ser anulada ou readequada, quando apresentar abusividade excessiva, ocontratada ser anulada ou readequada, quando apresentar abusividade excessiva, o

que, in casu, não restou comprovado pela autora. que, in casu, não restou comprovado pela autora.

2 - Assim, mantém-se a taxa de juros remuneratórios contratada em 3,15% (três2 - Assim, mantém-se a taxa de juros remuneratórios contratada em 3,15% (três

vírgula quinze por cento) ao mês, todavia, capitalizados anualmente, ante a ausênciavírgula quinze por cento) ao mês, todavia, capitalizados anualmente, ante a ausência

de pactuação expressa da capitalização mensal. E isso porque, conformede pactuação expressa da capitalização mensal. E isso porque, conforme

entendimento pacífico da jurisprudência emanada, não só dos tribunais estaduais, masentendimento pacífico da jurisprudência emanada, não só dos tribunais estaduais, mas

principalmente do Superior Tribunal de Justiça, não basta, para incidência daprincipalmente do Superior Tribunal de Justiça, não basta, para incidência da

capitalização mensal, que o contrato seja firmado após a vigência da capitalização mensal, que o contrato seja firmado após a vigência da MP 1.963-7/2000MP 1.963-7/2000,,

mas que tenha sido expressamente pactuadamas que tenha sido expressamente pactuada (capitalização mensal). Não sendo essa (capitalização mensal). Não sendo essa

a hipótese, apresenta-se abusiva a capitalização mensal e por isso deve ser afastada,a hipótese, apresenta-se abusiva a capitalização mensal e por isso deve ser afastada,

como ocorre na fatispécie versanda. como ocorre na fatispécie versanda.

3 - Nos contratos bancários em que há previsão de multa contratual e juros3 - Nos contratos bancários em que há previsão de multa contratual e juros

moratórios, não há lugar para aplicabilidade da taxa de comissão de permanência,moratórios, não há lugar para aplicabilidade da taxa de comissão de permanência,

pois, por serem todos esses encargos de natureza moratória, são inacumuláveis, nospois, por serem todos esses encargos de natureza moratória, são inacumuláveis, nos

termos das Súmulas nºs 30, 294 e 296 do Superior Tribunal de Justiça. termos das Súmulas nºs 30, 294 e 296 do Superior Tribunal de Justiça.

4 - Ostenta-se abusiva e contrária ao artigo 51, IV, da Lei consumerista, a cobrança de4 - Ostenta-se abusiva e contrária ao artigo 51, IV, da Lei consumerista, a cobrança de

tarifa de emissão de boleto bancário por transferir ao consumidor ônus que deve sertarifa de emissão de boleto bancário por transferir ao consumidor ônus que deve ser

suportado pela própria instituição financeira. suportado pela própria instituição financeira.

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5 - Não mais subsistindo os motivos que ensejaram a concessão da antecipação da5 - Não mais subsistindo os motivos que ensejaram a concessão da antecipação da

tutela, para impedir a remessa do nome do devedor aos cadastros de inadimplentes etutela, para impedir a remessa do nome do devedor aos cadastros de inadimplentes e

que lhe permitia consignar os valores incontroversos, em juízo imperiosa se mostra aque lhe permitia consignar os valores incontroversos, em juízo imperiosa se mostra a

revogação daquela medida -, "autorizando o réu-credor, no exercício de seu direitorevogação daquela medida -, "autorizando o réu-credor, no exercício de seu direito

promover os meios próprios à cobrança do débito existente". promover os meios próprios à cobrança do débito existente".

6 - Admite-se a repetição de indébito, na forma simples, desde que, na elaboração de6 - Admite-se a repetição de indébito, na forma simples, desde que, na elaboração de

novo cálculo (liquidação de sentença), restar confirmado que o consumidor, ante aonovo cálculo (liquidação de sentença), restar confirmado que o consumidor, ante ao

emprego de cláusulas contratuais abusivas, efetuou pagamento indevido ao credor. emprego de cláusulas contratuais abusivas, efetuou pagamento indevido ao credor.

7 - Não comporta redução da condenação posta a título de honorários advocatícios se,7 - Não comporta redução da condenação posta a título de honorários advocatícios se,

ao ser consideradas as circunstâncias do caso concreto, restar demonstrado que aao ser consideradas as circunstâncias do caso concreto, restar demonstrado que a

importância fixada de R$ 1.800,00 está dentro dos princípios da razoabilidade eimportância fixada de R$ 1.800,00 está dentro dos princípios da razoabilidade e

proporcionalidade. Todavia, em sendo a hipótese de sucumbência recíproca, comoproporcionalidade. Todavia, em sendo a hipótese de sucumbência recíproca, como

ocorreu in casu, deve referida verba honorária ser rateada de acordo com aocorreu in casu, deve referida verba honorária ser rateada de acordo com a

proporcionalidade do ganho e perda de cada parte litigante, in casu, fixando-se 60%proporcionalidade do ganho e perda de cada parte litigante, in casu, fixando-se 60%

(sessenta por cento) de responsabilidade do banco-réu e 40% (quarenta por cento) de(sessenta por cento) de responsabilidade do banco-réu e 40% (quarenta por cento) de

responsabilidade do autor, podendo haver compensação dos valores, caso hajaresponsabilidade do autor, podendo haver compensação dos valores, caso haja

consenso entre os litigantes. consenso entre os litigantes.

8 - Recurso da instituição financeira cifra s. A. Crédito financiamento e investimento8 - Recurso da instituição financeira cifra s. A. Crédito financiamento e investimento

conhecido e improvido. conhecido e improvido.

9 - Recurso do autor-devedor wanderson willian de Almeida pontes conhecido e9 - Recurso do autor-devedor wanderson willian de Almeida pontes conhecido e

provido parcialmente. (provido parcialmente. (TJMTTJMT - APL 34228/2011; Várzea Grande; Sexta Câmara Cível; - APL 34228/2011; Várzea Grande; Sexta Câmara Cível;

Rel. Des. José Ferreira Leite; Julg. 18/01/2012; DJMT 01/02/2012; Pág. 16)Rel. Des. José Ferreira Leite; Julg. 18/01/2012; DJMT 01/02/2012; Pág. 16)

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É a hipótese de incidência, portanto, ante à inexistência de cláusulaÉ a hipótese de incidência, portanto, ante à inexistência de cláusula

expressa, do que reza a expressa, do que reza a Súmula 121Súmula 121 do Supremo Tribunal Federal do Supremo Tribunal Federal, bem como , bem como SúmulaSúmula 9393 do do

Superior Tribunal de Justiça:Superior Tribunal de Justiça:

STF - Súmula nº 121STF - Súmula nº 121 - - É vedada a capitalização de jurosÉ vedada a capitalização de juros, ainda que, ainda que

expressamente convencionada.expressamente convencionada.

STJ - Súmula nº 93STJ - Súmula nº 93 - A legislação sobre cédulas de crédito rural, comercial e - A legislação sobre cédulas de crédito rural, comercial e

industrial industrial admite o pactoadmite o pacto de capitalização de juros de capitalização de juros..

Não se diga, também – Não se diga, também – ainda que por absurdo não seja afastada aainda que por absurdo não seja afastada a

capitalização mensal em face dos argumentos supra aludidos(ausência de pacto expresso)capitalização mensal em face dos argumentos supra aludidos(ausência de pacto expresso) --, --,

que não haveria ilegalidade alguma porque a operação passou a ser permitida pelo art. 5°, daque não haveria ilegalidade alguma porque a operação passou a ser permitida pelo art. 5°, da

Medida Provisória n° 1. 963/17, de 30/3/2000, ainda em vigor reedições posteriores e, segundo oMedida Provisória n° 1. 963/17, de 30/3/2000, ainda em vigor reedições posteriores e, segundo o

voto do eminente relator, por força do art. 2°, da Ementa Constitucional n° 32, de 11/9/2001. voto do eminente relator, por força do art. 2°, da Ementa Constitucional n° 32, de 11/9/2001.

O exame de tais diplomas legais, entretanto, revela que o invocadoO exame de tais diplomas legais, entretanto, revela que o invocado

dispositivo deve ter recusada a aplicação porque sem validade.dispositivo deve ter recusada a aplicação porque sem validade.

O preâmbulo das O preâmbulo das Medidas Provisórias n°s 1. 963 e 2.170 Medidas Provisórias n°s 1. 963 e 2.170 – esta– esta

última como reedição daquela – indica que última como reedição daquela – indica que suas normas dispõem sobresuas normas dispõem sobre “ “a administração dosa administração dos

recursos de caixa do Tesouro Nacional, consolidam e atualizam a legislação pertinente aorecursos de caixa do Tesouro Nacional, consolidam e atualizam a legislação pertinente ao

assunto e dão outras providenciasassunto e dão outras providencias”. Apreciando-se com acuidade o texto das normas, até o art.”. Apreciando-se com acuidade o texto das normas, até o art.

4º, ao menos, 4º, ao menos, indica que o executivo legislador teve em mente indica que o executivo legislador teve em mente tratar dos recursos do caixatratar dos recursos do caixa

do Tesouro Nacional exclusivamentedo Tesouro Nacional exclusivamente. O art. 5º, entretanto enveredou por assunto diverso,. O art. 5º, entretanto enveredou por assunto diverso,

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passando a tratar, passando a tratar, em completo descompasso com o restante da Medidaem completo descompasso com o restante da Medida , da possibilidade de, da possibilidade de

capitalização de juros pelas instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional.capitalização de juros pelas instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional.

No entanto, temos que a No entanto, temos que a Lei Complementar n° 95Lei Complementar n° 95, de 26/2/1998 em, de 26/2/1998 em

cumprimento ao art. 59, parágrafo único, da Constituição Federal, aplicável, também, às Medidascumprimento ao art. 59, parágrafo único, da Constituição Federal, aplicável, também, às Medidas

Provisórias (art. 1° parágrafo único), Provisórias (art. 1° parágrafo único), estabelece, no art. 7° queestabelece, no art. 7° que “o primeiro artigo do texto “o primeiro artigo do texto

indicará o objeto da lei e o respectivo âmbito de aplicação” e proíbe, no inciso II, o tratamento deindicará o objeto da lei e o respectivo âmbito de aplicação” e proíbe, no inciso II, o tratamento de

matéria estranha a seu objeto: “matéria estranha a seu objeto: “a lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este nãoa lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este não

vinculada por afinidade, pertinência ou conexãovinculada por afinidade, pertinência ou conexão”.”.

Óbvio que a matéria relativa à capitalização de juros em favor deÓbvio que a matéria relativa à capitalização de juros em favor de

instituições financeiras nada tem com os mecanismos de administração dos recursos do Tesouroinstituições financeiras nada tem com os mecanismos de administração dos recursos do Tesouro

Nacional, destoando flagrantemente do objeto principal das invocadas Medidas Provisórias, comNacional, destoando flagrantemente do objeto principal das invocadas Medidas Provisórias, com

o qual não tem afinidade, pertinência ou conexão.o qual não tem afinidade, pertinência ou conexão.

Convém realçar, nesse ponto, que o enfoque na colidência deConvém realçar, nesse ponto, que o enfoque na colidência de

normas pode-se dar pelo prisma constitucional ou pelo prisma infraconstitucional, como decidiu onormas pode-se dar pelo prisma constitucional ou pelo prisma infraconstitucional, como decidiu o

C. Superior Tribunal de Justiça nos Embargos de Divergência n° 357.415/PR (Rela. Min. ElianaC. Superior Tribunal de Justiça nos Embargos de Divergência n° 357.415/PR (Rela. Min. Eliana

Calmon).Calmon).

Neste último aspecto, assentado que a lei complementar trate doNeste último aspecto, assentado que a lei complementar trate do

assunto que lhe foi confiado pelo texto constitucional, assume inegável superioridade hierárquicaassunto que lhe foi confiado pelo texto constitucional, assume inegável superioridade hierárquica

em relação à lei ordinária (GERALDO ATALIBA, em relação à lei ordinária (GERALDO ATALIBA, Lei Complementar na Constituição Federal, Lei Complementar na Constituição Federal, SãoSão

Paulo, RT, p. 57), à qual se equipara a Medida Provisória.Paulo, RT, p. 57), à qual se equipara a Medida Provisória.

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Bem por isso, sujeitando-se esta aos contornos estabelecidos porBem por isso, sujeitando-se esta aos contornos estabelecidos por

aquela, “aquela, “não prevalecem contra ela, sendo inválidas as normas que a contradisseremnão prevalecem contra ela, sendo inválidas as normas que a contradisserem ””

(MANOEL GONGALVES FERREIRA FILHO, (MANOEL GONGALVES FERREIRA FILHO, Do Progresso Legislativo,Do Progresso Legislativo, São Paulo Saraiva, p. São Paulo Saraiva, p.

247).247).

Tem-se, assim, que o art. 5º de referidos diplomas está em aberto confrontoTem-se, assim, que o art. 5º de referidos diplomas está em aberto confronto

com o art. 7°, II, da Lei Complementar n° 95/98, motivo qual que V. Exa. com o art. 7°, II, da Lei Complementar n° 95/98, motivo qual que V. Exa. deve recusar-lhedeve recusar-lhe

validadevalidade..

Não fosse este o entendimento, o que se diz apenas por argumentar,Não fosse este o entendimento, o que se diz apenas por argumentar,

o Poder Executivo não tem o condão de ´legislar´, por Medida Provisória(CF, art. 62), noo Poder Executivo não tem o condão de ´legislar´, por Medida Provisória(CF, art. 62), no

tocante à matéria de juros cobrados por instituições financeirastocante à matéria de juros cobrados por instituições financeiras . Ademais, . Ademais, a mesma, restaa mesma, resta

saber, saber, sequer fora apreciada pelo Poder Legislativosequer fora apreciada pelo Poder Legislativo..

Há, neste tocante, há uma gritante ilegalidade.Há, neste tocante, há uma gritante ilegalidade.

Ademais, a Ademais, a cláusula de capitalizaçãocláusula de capitalização, por ser de importância, por ser de importância

crucial ao desenvolvimento do contrato, ainda que eventualmente existisse neste pacto, crucial ao desenvolvimento do contrato, ainda que eventualmente existisse neste pacto, devedeve

ser redigida de maneira a demonstrar exatamente ao contratante do que se trata e quaisser redigida de maneira a demonstrar exatamente ao contratante do que se trata e quais

os reflexos gerarão ao plano do direito material.os reflexos gerarão ao plano do direito material.

Desse modo, como a instituição financeira não se preocupou deDesse modo, como a instituição financeira não se preocupou de

contratar expressamente, muito menos -- contratar expressamente, muito menos -- mesmo que absurdamente tenha por falar em algumamesmo que absurdamente tenha por falar em alguma

cláusula implícitacláusula implícita --, em respeitar o que dispõe o --, em respeitar o que dispõe o Código de Defesa do ConsumidorCódigo de Defesa do Consumidor ,,

notadamente os notadamente os artigos 46, 51, inciso IV, 52, 54, parágrafo 3º e 4ºartigos 46, 51, inciso IV, 52, 54, parágrafo 3º e 4º , pode-se afirmar que a, pode-se afirmar que a

cédula de crédito bancário, ora em debate, não conteria o pacto, visto sob a ótica consumerista. cédula de crédito bancário, ora em debate, não conteria o pacto, visto sob a ótica consumerista.

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Isto se deve ao Isto se deve ao desrespeito de um dos deveres anexosdesrespeito de um dos deveres anexos

defluentes do princípio da boa-fédefluentes do princípio da boa-fé : : o dever de informação que impõe a obrigação deo dever de informação que impõe a obrigação de

transparência das condições pactuadastransparência das condições pactuadas. Por conseguinte, deve a cláusula, que eventual venha. Por conseguinte, deve a cláusula, que eventual venha

prevê a capitalização mensal de juros, ser declarada inválida, desprezando, prevê a capitalização mensal de juros, ser declarada inválida, desprezando, in casuin casu, a Súmula, a Súmula

nº. 93 do STJ, em face de sua patente inaplicabilidade ao caso em tela. nº. 93 do STJ, em face de sua patente inaplicabilidade ao caso em tela.

O pacto, à luz do princípio consumerista da transparência, queO pacto, à luz do princípio consumerista da transparência, que

significa informação clara, correta e precisa sobre o contrato a ser firmado, mesmo na fase pré-significa informação clara, correta e precisa sobre o contrato a ser firmado, mesmo na fase pré-

contratual, teria que necessariamente conter: contratual, teria que necessariamente conter:

1) redação clara e de fácil compreensão(art. 46);1) redação clara e de fácil compreensão(art. 46);

2) Informações completas acerca das condições pactuadas e seus reflexos2) Informações completas acerca das condições pactuadas e seus reflexos

no plano do direito material;no plano do direito material;

3) Redação com informações corretas, claras, precisas e ostensivas, sobre3) Redação com informações corretas, claras, precisas e ostensivas, sobre

as condições de pagamento, juros, encargos, garantia(art. 54, parágrafoas condições de pagamento, juros, encargos, garantia(art. 54, parágrafo

3º, c/c art. 17, I, do Dec. 2.181/87);3º, c/c art. 17, I, do Dec. 2.181/87);

4) Em destaque, a fim de permitir sua imediata e fácil compreensão, as4) Em destaque, a fim de permitir sua imediata e fácil compreensão, as

cláusulas que implicarem limitação de direito(art. 54, parágrafo 4º)cláusulas que implicarem limitação de direito(art. 54, parágrafo 4º)

Nesse compasso,Nesse compasso, impertinente a diretriz que venha ser sustentadaimpertinente a diretriz que venha ser sustentada

pela Autora no sentido de que pela Autora no sentido de que a simplesmente multiplicação da taxa mensal contratada por doze,a simplesmente multiplicação da taxa mensal contratada por doze,

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superando a taxa anual acertada, configura pacto dos juros capitalizados na periodicidadesuperando a taxa anual acertada, configura pacto dos juros capitalizados na periodicidade

mensal. mensal.

A questão levantada nesta ação diz respeito a uma relação deA questão levantada nesta ação diz respeito a uma relação de

consumo entre as partes e, por conseguinte, reclama a consumo entre as partes e, por conseguinte, reclama a boa-fé objetivaboa-fé objetiva prevista no prevista no Código deCódigo de

Defesa do ConsumidorDefesa do Consumidor. .

Nesse contexto, a hipótese em estudo pede o Nesse contexto, a hipótese em estudo pede o dever de informaçãodever de informação

ao consumidorao consumidor no âmbito contratual, especialmente em face dos no âmbito contratual, especialmente em face dos artigos 4º, 6º, 31, 46 e 54 doartigos 4º, 6º, 31, 46 e 54 do

CDCCDC. .

Não é possível aceitar a mera presunção de ajuste Não é possível aceitar a mera presunção de ajuste cláusulascláusulas

implícitasimplícitas de capitalização mensal de juros. Frustra, mais, o de capitalização mensal de juros. Frustra, mais, o princípio da transparênciaprincípio da transparência previsto previsto

no Código Consumerista. no Código Consumerista.

Nesse compasso é o magistério de Nesse compasso é o magistério de Cláudia Lima MarquesCláudia Lima Marques::

““ A grande maioria dos contratos hoje firmados no Brasil é redigidaA grande maioria dos contratos hoje firmados no Brasil é redigida

unilateralmente pela economicamente mais forte, seja um contrato aqui chamadounilateralmente pela economicamente mais forte, seja um contrato aqui chamado

de paritário ou um contrato de adesão. Segundo instituiu o CDC, em seu art. 46, de paritário ou um contrato de adesão. Segundo instituiu o CDC, em seu art. 46, inin

fine, fine, este fornecedor tem um dever especial quando da elaboração desseseste fornecedor tem um dever especial quando da elaboração desses

contratos, podendo a vir ser punido se descumprir este dever tentando tirarcontratos, podendo a vir ser punido se descumprir este dever tentando tirar

vantagem da vulnerabilidade do consumidor.vantagem da vulnerabilidade do consumidor.

( . . . )( . . . )

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O importante na interpretação da norma é identificar como será apreciada ‘aO importante na interpretação da norma é identificar como será apreciada ‘a

dificuldade de compreensão’ do instrumento contratual. É notório que adificuldade de compreensão’ do instrumento contratual. É notório que a

terminologia jurídica apresenta dificuldades específicas para os não profissionaisterminologia jurídica apresenta dificuldades específicas para os não profissionais

do ramo; de outro lado, a utilização de termos atécnicos pode trazer ambiguidadesdo ramo; de outro lado, a utilização de termos atécnicos pode trazer ambiguidades

e incertezas ao contrato. “ (MARQUES, Cláudia Lima. e incertezas ao contrato. “ (MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no Código de DefesaContratos no Código de Defesa

do Consumidor: o novo regime das relações contratuais.do Consumidor: o novo regime das relações contratuais. 6ª Ed. São Paulo: RT, 2011. 6ª Ed. São Paulo: RT, 2011.

Pág. 821-822)Pág. 821-822)

No mesmo sentido seguem as lições de No mesmo sentido seguem as lições de Ezequiel MoraisEzequiel Morais, quando, quando

professa que:professa que:

““ Fato é que, nesse compasso, a liberdade contratual ( e não a liberdade deFato é que, nesse compasso, a liberdade contratual ( e não a liberdade de

contratar!) foi mitigada graças à interferência do direito público nas relações decontratar!) foi mitigada graças à interferência do direito público nas relações de

caráter privado. caráter privado.

Desde então, isto é, desde que o CDC começou a vigora, o fornecer deDesde então, isto é, desde que o CDC começou a vigora, o fornecer de

produtos ou serviços deve sempre informar claramente ao consumidor sobre todoprodutos ou serviços deve sempre informar claramente ao consumidor sobre todo

o conteúdo clausular do contrato a ser firmado (arts. 4º, 6º, III, e 30); é seu dever –o conteúdo clausular do contrato a ser firmado (arts. 4º, 6º, III, e 30); é seu dever –

e é direito do consumidor à informação adequada, em toda a sua amplitudee é direito do consumidor à informação adequada, em toda a sua amplitude

(conteúdo, riscos que apresentam, qualidade e quantidade). Se assim não o fizer,(conteúdo, riscos que apresentam, qualidade e quantidade). Se assim não o fizer,

enfrentará as consequências advindas da aplicação da responsabilidade civilenfrentará as consequências advindas da aplicação da responsabilidade civil

objetivo (via de regra) e do ônus da prova. “ (PODESTÁ, Fábio; MORAIS, Ezequiel;objetivo (via de regra) e do ônus da prova. “ (PODESTÁ, Fábio; MORAIS, Ezequiel;

CARAZAI, Marcos Marins. CARAZAI, Marcos Marins. Código de Defesa do Consumidor ComentadoCódigo de Defesa do Consumidor Comentado . São Paulo:. São Paulo:

RT, 2010. Pág. 231)RT, 2010. Pág. 231)

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Lapidar nesse sentido o entendimento expendido pelo EgrégioLapidar nesse sentido o entendimento expendido pelo Egrégio

Superior Tribunal de Justiça:Superior Tribunal de Justiça:

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA. CONTRATO DEAGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA. CONTRATO DE

ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE. COBRANÇA DE ENCARGOS ILEGAISABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE. COBRANÇA DE ENCARGOS ILEGAIS

NO PERÍODO DA NORMALIDADE. MORA. DESCARACTERIZADA. NO PERÍODO DA NORMALIDADE. MORA. DESCARACTERIZADA.

1. - O reconhecimento da cobrança de encargos ilegais no período da normalidade1. - O reconhecimento da cobrança de encargos ilegais no período da normalidade

descaracteriza a mora do contratante. descaracteriza a mora do contratante.

2.- Agravo Regimental improvido. (2.- Agravo Regimental improvido. (STJSTJ - AgRg-REsp 1.315.764; Proc. 2012/0059613-5; - AgRg-REsp 1.315.764; Proc. 2012/0059613-5;

PR; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 26/06/2012; DJE 29/06/2012)PR; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 26/06/2012; DJE 29/06/2012)

CIVIL. BANCÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL.CIVIL. BANCÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL.

CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. CONTRATAÇÃO EXPRESSA. NECESSIDADE DE PREVISÃO.CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. CONTRATAÇÃO EXPRESSA. NECESSIDADE DE PREVISÃO.

DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA. DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA.

1. A contratação expressa da capitalização de juros deve ser clara, precisa e ostensiva,1. A contratação expressa da capitalização de juros deve ser clara, precisa e ostensiva,

não podendo ser deduzida da mera divergência entre a taxa de juros anual e onão podendo ser deduzida da mera divergência entre a taxa de juros anual e o

duodécuplo da taxa de juros mensal. duodécuplo da taxa de juros mensal.

2. Reconhecida a abusividade dos encargos exigidos no período de normalidade2. Reconhecida a abusividade dos encargos exigidos no período de normalidade

contratual, descaracteriza-se a mora. contratual, descaracteriza-se a mora.

3. Recurso Especial não provido. (3. Recurso Especial não provido. (STJSTJ - REsp 1.302.738; Proc. 2011/0257601-3; SC; - REsp 1.302.738; Proc. 2011/0257601-3; SC;

Terceira Turma; Relª Minª Nancy Andrighi; Julg. 03/05/2012; DJE 10/05/2012)Terceira Turma; Relª Minª Nancy Andrighi; Julg. 03/05/2012; DJE 10/05/2012)

6 – LIMITE DOS JUROS REMUNERATÓRIOS6 – LIMITE DOS JUROS REMUNERATÓRIOS

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Se Se não pactuada não pactuada (embora embutida sua cobrança) a cobrança de(embora embutida sua cobrança) a cobrança de

juros remuneratóriosjuros remuneratórios, como ocorre na hipótese em estudo, a mesma , como ocorre na hipótese em estudo, a mesma deve ser limitada a taxadeve ser limitada a taxa

anual de 12%(doze por cento)anual de 12%(doze por cento). .

A propósito, vejamos os seguintes julgados:A propósito, vejamos os seguintes julgados:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL.APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL.

JUROS REMUNERATÓRIOS. PEDIDO DO INSURGENTE DE LIMITAÇÃO EM 12% AOJUROS REMUNERATÓRIOS. PEDIDO DO INSURGENTE DE LIMITAÇÃO EM 12% AO

ANO. INVIABILIDADE. APELO DESPROVIDO NESTE PONTO. ANO. INVIABILIDADE. APELO DESPROVIDO NESTE PONTO. POSSIBILIDADE DEPOSSIBILIDADE DE

INCIDÊNCIA DO ENCARGO EM SEDE DE CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTILINCIDÊNCIA DO ENCARGO EM SEDE DE CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL

APENAS SE EXPRESSAMENTE PACTUADO OU CONFESSADA SUA COBRANÇAAPENAS SE EXPRESSAMENTE PACTUADO OU CONFESSADA SUA COBRANÇA..

HIPÓTESES NÃO CONSTATADAS. VERIFICAÇÃO, ADEMAIS, DE IMPOSIÇÃO PELAHIPÓTESES NÃO CONSTATADAS. VERIFICAÇÃO, ADEMAIS, DE IMPOSIÇÃO PELA

SENTENÇA DE FIXAÇÃO DOS JUROS CONFORME PERCENTUAL ATRIBUÍDO À TÍTULOSENTENÇA DE FIXAÇÃO DOS JUROS CONFORME PERCENTUAL ATRIBUÍDO À TÍTULO

DE CUSTO EFETIVO TOTAL. INVIABILIDADE. AFASTAMENTO. DE CUSTO EFETIVO TOTAL. INVIABILIDADE. AFASTAMENTO.

Nos contratos de arrendamento mercantil, Nos contratos de arrendamento mercantil, apenas nas hipóteses de contrataçãoapenas nas hipóteses de contratação

expressa ou confissão da cobrança de juros remuneratórios é que fica autorizada suaexpressa ou confissão da cobrança de juros remuneratórios é que fica autorizada sua

incidênciaincidência. o custo efetivo total (cet), "corresponde a todos os encargos e despesas. o custo efetivo total (cet), "corresponde a todos os encargos e despesas

incidentes nas operações de crédito e de arrendamento mercantil financeiro,incidentes nas operações de crédito e de arrendamento mercantil financeiro,

contratadas ou ofertadas a pessoas físicas, microempresas ou empresas de pequenocontratadas ou ofertadas a pessoas físicas, microempresas ou empresas de pequeno

porte", não se confundindo, portanto, com os juros remuneratórios pura eporte", não se confundindo, portanto, com os juros remuneratórios pura e

simplesmente. capitalização de juros. Possibilidade de incidência, em leasing, apenassimplesmente. capitalização de juros. Possibilidade de incidência, em leasing, apenas

se, uma vez contratada expressamente, houver pacto de juros remuneratórios.se, uma vez contratada expressamente, houver pacto de juros remuneratórios.

Encargo não avençado no caso concreto. Inviabilidade. dada a peculiaridade daEncargo não avençado no caso concreto. Inviabilidade. dada a peculiaridade da

natureza do contrato de leasing, a capitalização de juros tem lugar apenas nasnatureza do contrato de leasing, a capitalização de juros tem lugar apenas nas

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hipóteses em que, além de expressamente contratada, houve pacto de juroshipóteses em que, além de expressamente contratada, houve pacto de juros

remuneratórios. comissão de permanência. Recorrente que defende a tese de que aremuneratórios. comissão de permanência. Recorrente que defende a tese de que a

cobrança do encargo deve ter por base os índices de correção monetária. Discussãocobrança do encargo deve ter por base os índices de correção monetária. Discussão

sem sentido prático. Contrato em questão, que em razão de sua natureza, inviabiliza asem sentido prático. Contrato em questão, que em razão de sua natureza, inviabiliza a

incidência do encargo na falta de pactuação dos juros remuneratórios. em sede deincidência do encargo na falta de pactuação dos juros remuneratórios. em sede de

contrato de arrendamento mercantil, a comissão de permanência, ainda quecontrato de arrendamento mercantil, a comissão de permanência, ainda que

expressamente pactuada, só incide na hipótese de contratação de jurosexpressamente pactuada, só incide na hipótese de contratação de juros

remuneratórios. multa. Decisão que admite a incidência no limite postulado peloremuneratórios. multa. Decisão que admite a incidência no limite postulado pelo

insurgente. Ausência de interesse recursal. Não conhecimento. não se conhece doinsurgente. Ausência de interesse recursal. Não conhecimento. não se conhece do

pedido formulado nas razões recursais quando verificado que o comando proferido napedido formulado nas razões recursais quando verificado que o comando proferido na

sentença não trouxe qualquer prejuízo ao recorrente. (sentença não trouxe qualquer prejuízo ao recorrente. (TJSCTJSC - AC 2011.077981-7; Lages; - AC 2011.077981-7; Lages;

Segunda Câmara de Direito Comercial; Rel. Juiz Robson Luz Varella; Julg. 28/02/2012;Segunda Câmara de Direito Comercial; Rel. Juiz Robson Luz Varella; Julg. 28/02/2012;

DJSC 21/03/2012; Pág. 146)DJSC 21/03/2012; Pág. 146)

AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL. JUROS REMUNERATÓRIOS. AUSÊNCIA DEAÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL. JUROS REMUNERATÓRIOS. AUSÊNCIA DE

ESTIPULAÇÃO EXPRESSA. LIMITAÇÃO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL E COMISSÃO DEESTIPULAÇÃO EXPRESSA. LIMITAÇÃO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL E COMISSÃO DE

PERMANÊNCIA. VEDAÇÃO. CLÁUSULA MANDATO. ABUSIVIDADE. PERMANÊNCIA. VEDAÇÃO. CLÁUSULA MANDATO. ABUSIVIDADE.

O colendo Superior Tribunal de Justiça (RESP 923. 778) ampara a pretensão do autorO colendo Superior Tribunal de Justiça (RESP 923. 778) ampara a pretensão do autor

de revisar contratos já extintos, visto que a cláusula abusiva é nula desde a sua origem.de revisar contratos já extintos, visto que a cláusula abusiva é nula desde a sua origem.

A ausência de contratação expressa impede a aplicação de juros remuneratóriosA ausência de contratação expressa impede a aplicação de juros remuneratórios

superiores a 1% (um por cento) ao mêssuperiores a 1% (um por cento) ao mês.. Não se admite a prática de capitalização de Não se admite a prática de capitalização de

juros (anatocismo) fora dos casos expressamente permitidos (crédito rural, comercial ejuros (anatocismo) fora dos casos expressamente permitidos (crédito rural, comercial e

industrial), a teor da aplicação das Súmulas n. 121, do STF, e 93 do STJ. A comissão deindustrial), a teor da aplicação das Súmulas n. 121, do STF, e 93 do STJ. A comissão de

permanência é encargo de mora e quando ajustada de forma incompatível com opermanência é encargo de mora e quando ajustada de forma incompatível com o

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verbete da Súmula n. 294, do STJ, deve ser decotada do contrato. Na esteira do Códigoverbete da Súmula n. 294, do STJ, deve ser decotada do contrato. Na esteira do Código

de Defesa do Consumidor, afigura-se abusiva e, portanto, nula, a cláusula contratualde Defesa do Consumidor, afigura-se abusiva e, portanto, nula, a cláusula contratual

firmada no sentido de o devedor autorizar ao credor, mediante cláusula de adesão, afirmada no sentido de o devedor autorizar ao credor, mediante cláusula de adesão, a

emissão de nota promissória ou letra de câmbio representativa de qualquer quantiaemissão de nota promissória ou letra de câmbio representativa de qualquer quantia

em atraso. (em atraso. (TJMGTJMG - APCV 0158069-20.2000.8.13.0479; Passos; Décima Segunda - APCV 0158069-20.2000.8.13.0479; Passos; Décima Segunda

Câmara Cível; Rel. Des. Alvimar de Ávila; Julg. 21/07/2010;Câmara Cível; Rel. Des. Alvimar de Ávila; Julg. 21/07/2010; DJEMG 09/08/2010DJEMG 09/08/2010))

7 – DA AUSÊNCIA DE MORA 7 – DA AUSÊNCIA DE MORA DEBITORISDEBITORIS

Destaque-se que Destaque-se que nãonão há que se falar em mora do Réu há que se falar em mora do Réu. .

A mora reflete uma inexecução de obrigação diferenciada, porquantoA mora reflete uma inexecução de obrigação diferenciada, porquanto

representa o injusto retardamentorepresenta o injusto retardamento ou o descumprimento culposo da obrigação, conceituação ou o descumprimento culposo da obrigação, conceituação

esta que se encontra estabelecida no artigo esta que se encontra estabelecida no artigo 394 do Código Civil394 do Código Civil, aplicável à espécie, com a, aplicável à espécie, com a

complementação disposta no complementação disposta no artigo 396 artigo 396 desse mesmo Diploma Legal.desse mesmo Diploma Legal.

CÓDIGO CIVILCÓDIGO CIVIL

Art. Art. 394 - Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e oArt. Art. 394 - Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o

credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convençãocredor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção

estabelecer.estabelecer.

Art. 396 - Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este emArt. 396 - Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em

moramora

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Do mesmo teor a posição do Do mesmo teor a posição do Superior Tribunal de JustiçaSuperior Tribunal de Justiça::

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. CONTRATOAGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO

DE ARRENDAMENTO MERCANTIL. VARIAÇÃO CAMBIAL. PROVA DA CAPTAÇÃO DOSDE ARRENDAMENTO MERCANTIL. VARIAÇÃO CAMBIAL. PROVA DA CAPTAÇÃO DOS

RECURSOS. AUSÊNCIA. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS. AUSÊNCIA DERECURSOS. AUSÊNCIA. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS. AUSÊNCIA DE

PACTUAÇÃO. REEXAME DE PROVAS. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS.PACTUAÇÃO. REEXAME DE PROVAS. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS.

SÚMULAS NºS 5 E 7 DESTA CORTE. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. SÚMULAS NºS 5 E 7 DESTA CORTE. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. MORAMORA

DESCARACTERIZADADESCARACTERIZADA. INSCRIÇÃO EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. VEDADA.. INSCRIÇÃO EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. VEDADA.

DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. NÃO COMPROVADO. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. NÃO COMPROVADO.

1.- É imprescindível que a arrendadora prove a captação específica de recursos1.- É imprescindível que a arrendadora prove a captação específica de recursos

provenientes de empréstimo em moeda estrangeira, quando for impugnada a validadeprovenientes de empréstimo em moeda estrangeira, quando for impugnada a validade

da cláusula de correção pela variação cambial. da cláusula de correção pela variação cambial.

2.- Tendo o acórdão afirmado inexistir expressa pactuação a respeito da capitalização2.- Tendo o acórdão afirmado inexistir expressa pactuação a respeito da capitalização

mensal de juros, não há como acolher a pretensão do banco recorrente, ante o óbicemensal de juros, não há como acolher a pretensão do banco recorrente, ante o óbice

das Súmulas 05 e 07 do Superior Tribunal de Justiça. das Súmulas 05 e 07 do Superior Tribunal de Justiça.

3.- Admite-se a cobrança da comissão de permanência em caso de inadimplemento, à3.- Admite-se a cobrança da comissão de permanência em caso de inadimplemento, à

taxa de mercado, desde que (I) pactuada, (II) cobrada de forma exclusiva - ou seja, nãotaxa de mercado, desde que (I) pactuada, (II) cobrada de forma exclusiva - ou seja, não

cumulada com outros encargos moratórios, remuneratórios ou correção monetária - ecumulada com outros encargos moratórios, remuneratórios ou correção monetária - e

(III) que não supere a soma dos seguintes encargos: taxa de juros remuneratórios(III) que não supere a soma dos seguintes encargos: taxa de juros remuneratórios

pactuada para a vigência do contrato; juros de mora; e multa contratual (RESP nºpactuada para a vigência do contrato; juros de mora; e multa contratual (RESP nº

834.968/RS, Rel. Ministro ARI Pargendler, DJ de 7.5.07). 834.968/RS, Rel. Ministro ARI Pargendler, DJ de 7.5.07).

4.- 4.- A cobrança de encargos ilegais no período da normalidade descaracteriza a moraA cobrança de encargos ilegais no período da normalidade descaracteriza a mora

do devedordo devedor. .

6161 de de 7979

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5.- É vedada a inscrição do nome do devedor nos cadastros de proteção ao crédito na5.- É vedada a inscrição do nome do devedor nos cadastros de proteção ao crédito na

hipótese em que descaracterizada a mora pelo reconhecimento da cobrança dehipótese em que descaracterizada a mora pelo reconhecimento da cobrança de

encargos ilegais. encargos ilegais.

6.- O dissenso pretoriano deve ser demonstrado por meio do cotejo analítico, com6.- O dissenso pretoriano deve ser demonstrado por meio do cotejo analítico, com

transcrição de trechos dos acórdãos recorrido e paradigma que exponham a similitudetranscrição de trechos dos acórdãos recorrido e paradigma que exponham a similitude

fática e a diferente interpretação da Lei Federal. fática e a diferente interpretação da Lei Federal.

7.- Agravo Regimental improvido. (7.- Agravo Regimental improvido. (STJSTJ - AgRg-Ag 1.428.036; Proc. 2011/0243472-0; SC; - AgRg-Ag 1.428.036; Proc. 2011/0243472-0; SC;

Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 27/03/2012; DJE 10/04/2012)Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 27/03/2012; DJE 10/04/2012)

AGRAVO REGIMENTAL. CONTRATO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS.AGRAVO REGIMENTAL. CONTRATO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS.

AUSÊNCIA DE PACTUAÇÃO. REEXAME DE PROVAS. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULASAUSÊNCIA DE PACTUAÇÃO. REEXAME DE PROVAS. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS

CONTRATUAIS. CONTRATUAIS. MORA DESCARACTERIZADAMORA DESCARACTERIZADA. COBRANÇA DE ENCARGOS ILEGAIS.. COBRANÇA DE ENCARGOS ILEGAIS.

INSCRIÇÃO DO NOME DO DEVEDOR EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. VEDAÇÃO. INSCRIÇÃO DO NOME DO DEVEDOR EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. VEDAÇÃO.

1.- É inviável em sede de Recurso Especial a interpretação de cláusulas contratuais e o1.- É inviável em sede de Recurso Especial a interpretação de cláusulas contratuais e o

reexame do acervo fático-probatório dos autos. reexame do acervo fático-probatório dos autos.

2.- 2.- A cobrança de encargos ilegais no período da normalidade descaracteriza a moraA cobrança de encargos ilegais no período da normalidade descaracteriza a mora

do devedordo devedor. .

3.- O julgamento de mérito que declara a existência de encargos abusivos afasta a3.- O julgamento de mérito que declara a existência de encargos abusivos afasta a

caracterização da mora, assim como a possibilidade de inscrição do nome docaracterização da mora, assim como a possibilidade de inscrição do nome do

contratante nos cadastros de proteção ao crédito contratante nos cadastros de proteção ao crédito

4.- Agravo Regimental improvido. (4.- Agravo Regimental improvido. (STJSTJ - AgRg-AREsp 81.209; Proc. 2011/0198922-9; - AgRg-AREsp 81.209; Proc. 2011/0198922-9;

RS; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 16/02/2012; DJE 13/03/2012)RS; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 16/02/2012; DJE 13/03/2012)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRATO BANCÁRIO.AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRATO BANCÁRIO.

CAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS. AUSÊNCIA DE PACTUAÇÃO. REEXAME DECAPITALIZAÇÃO MENSAL DOS JUROS. AUSÊNCIA DE PACTUAÇÃO. REEXAME DE

6262 de de 7979

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PROVAS. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INADMISSIBILIDADE.PROVAS. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. INADMISSIBILIDADE.

COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. SÚMULA Nº 83/STJ. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. SÚMULA Nº 83/STJ. MORA DESCARACTERIZADAMORA DESCARACTERIZADA..

MANUTENÇÃO DO BEM NA POSSE DO DEVEDOR. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA. MANUTENÇÃO DO BEM NA POSSE DO DEVEDOR. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA.

1.- Tendo o acórdão reconhecido que as partes nada pactuaram a respeito da1.- Tendo o acórdão reconhecido que as partes nada pactuaram a respeito da

capitalização mensal de juros, não há como acolher a pretensão do banco recorrente,capitalização mensal de juros, não há como acolher a pretensão do banco recorrente,

ante o óbice das Súmulas 05 e 07 do Superior Tribunal de Justiça. ante o óbice das Súmulas 05 e 07 do Superior Tribunal de Justiça.

2.- No que se refere à comissão de permanência, já admitiu esta Corte a legalidade de2.- No que se refere à comissão de permanência, já admitiu esta Corte a legalidade de

sua cobrança em caso de inadimplemento, à taxa de mercado, desde que (I) pactuada,sua cobrança em caso de inadimplemento, à taxa de mercado, desde que (I) pactuada,

(II) cobrada de forma exclusiva - ou seja, não cumulada com outros encargos(II) cobrada de forma exclusiva - ou seja, não cumulada com outros encargos

moratórios, remuneratórios ou correção monetária - e (III) que não supere a soma dosmoratórios, remuneratórios ou correção monetária - e (III) que não supere a soma dos

seguintes encargos: taxa de juros remuneratórios pactuada para a vigência doseguintes encargos: taxa de juros remuneratórios pactuada para a vigência do

contrato; juros de mora; e multa contratual (RESP nº 834.968/RS, Rel. Ministro ARIcontrato; juros de mora; e multa contratual (RESP nº 834.968/RS, Rel. Ministro ARI

Pargendler, DJ de 7.5.07). Incidência da Súmula nº 83/STJ. Pargendler, DJ de 7.5.07). Incidência da Súmula nº 83/STJ.

3.- O Tribunal de origem decidiu pela vedação da inscrição do nome do recorrido nos3.- O Tribunal de origem decidiu pela vedação da inscrição do nome do recorrido nos

cadastros de inadimplentes e pela manutenção do bem na posse do devedor tendo emcadastros de inadimplentes e pela manutenção do bem na posse do devedor tendo em

vista a descaracterização da mora, tanto pelo reconhecimento da abusividade dosvista a descaracterização da mora, tanto pelo reconhecimento da abusividade dos

encargos cobrados como pela consignação judicial dos valores devidos. Assim, nãoencargos cobrados como pela consignação judicial dos valores devidos. Assim, não

dissentiu do entendimento desta Corte sobre o tema. dissentiu do entendimento desta Corte sobre o tema.

4.- 4.- Descaracterizada a mora do devedor no caso de cobrança de encargos ilegais noDescaracterizada a mora do devedor no caso de cobrança de encargos ilegais no

período da normalidade, o que se verifica, no presente processo, em que foiperíodo da normalidade, o que se verifica, no presente processo, em que foi

reconhecida a abusividade dos juros capitalizados mensalmentereconhecida a abusividade dos juros capitalizados mensalmente. .

5.- O agravo não trouxe nenhum argumento capaz de modificar a conclusão do5.- O agravo não trouxe nenhum argumento capaz de modificar a conclusão do

julgado, a qual se mantém por seus próprios fundamentos. julgado, a qual se mantém por seus próprios fundamentos.

6.- Agravo Regimental improvido. (6.- Agravo Regimental improvido. (STJSTJ - AgRg-AG-REsp 77.265; Proc. 2011/0193624-1; - AgRg-AG-REsp 77.265; Proc. 2011/0193624-1;

RS; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 13/12/2011; DJE 03/02/2012)RS; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 13/12/2011; DJE 03/02/2012)

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Convém ressaltar a doutrina de Convém ressaltar a doutrina de Washington de Barros MonteiroWashington de Barros Monteiro::

““ A mora do primeiro apresenta, assim, um lado objetivo e um lado subjetivo.A mora do primeiro apresenta, assim, um lado objetivo e um lado subjetivo.

O lado objetivo decorre da não realização do pagamento no tempo, lugar e formaO lado objetivo decorre da não realização do pagamento no tempo, lugar e forma

convencionados; o lado subjetivo descansa na culpa do devedor. Este é o elementoconvencionados; o lado subjetivo descansa na culpa do devedor. Este é o elemento

essencial ou conceitual da mora essencial ou conceitual da mora solvendisolvendi. Inexistindo fato ou omissão imputável ao. Inexistindo fato ou omissão imputável ao

devedor, não incide este em mora. Assim se expressa o art. 396 do Código Civil dedevedor, não incide este em mora. Assim se expressa o art. 396 do Código Civil de

2002. “ (MONTEIRO, Washington de Barros. 2002. “ (MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito CivilCurso de Direito Civil. 35ª Ed. São. 35ª Ed. São

Paulo: Saraiva, 2010, vol. 4. Pág. 368)Paulo: Saraiva, 2010, vol. 4. Pág. 368)

Como bem advertem Como bem advertem Cristiano Chaves de FariasCristiano Chaves de Farias e e NélsonNélson

RosenvaldRosenvald::

““ Reconhecido o abuso do direito na cobrança do crédito, restaReconhecido o abuso do direito na cobrança do crédito, resta

completamente descaracterizada a mora completamente descaracterizada a mora solvendisolvendi. Muito pelo contrário, a mora. Muito pelo contrário, a mora

será do credor, pois a cobrança de valores indevidos gera no devedor razoávelserá do credor, pois a cobrança de valores indevidos gera no devedor razoável

perplexidade, pois não sabe se postula a purga da mora ou se contesta a ação. “perplexidade, pois não sabe se postula a purga da mora ou se contesta a ação. “

(FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direito das ObrigaçõesDireito das Obrigações. 4ª Ed.. 4ª Ed.

Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. Pág. 471)Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. Pág. 471)

Na mesma linha de raciocínio, Na mesma linha de raciocínio, Silvio RodriguesSilvio Rodrigues averba: averba:

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““ Da conjunção dos arts. 394 e 396 do Código Civil se deduz que sem culpa doDa conjunção dos arts. 394 e 396 do Código Civil se deduz que sem culpa do

devedor não há mora. Se houve atraso, mas o mesmo não resultar de dolo,devedor não há mora. Se houve atraso, mas o mesmo não resultar de dolo,

negligência ou imprudência do devedor, não se pode falar em mora. “ ( negligência ou imprudência do devedor, não se pode falar em mora. “ ( InIn, , DireitoDireito

civil: parte geral das obrigaçõescivil: parte geral das obrigações. 32ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 245). . 32ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 245).

Por fim, colhe-se lição dePor fim, colhe-se lição de Cláudia Lima Marques Cláudia Lima Marques: :

““ Superadas as dúvidas interpretativas iniciais, a doutrina majoritária concluiSuperadas as dúvidas interpretativas iniciais, a doutrina majoritária conclui

que a nulidade dos arts. 51 e 53 é uma nulidade cominada de absoluta (art. 145, V,que a nulidade dos arts. 51 e 53 é uma nulidade cominada de absoluta (art. 145, V,

do CC/1916 e art. 166, VI e VII, do CC/2002, como indica o art. 1º do CDC e reforçado CC/1916 e art. 166, VI e VII, do CC/2002, como indica o art. 1º do CDC e reforça

o art. 7º, o art. 7º, caputcaput, deste Código. , deste Código.

( . . . )( . . . )

Quanto à eventual abusividade de cláusulas de remuneração e das cláusulasQuanto à eventual abusividade de cláusulas de remuneração e das cláusulas

acessórias de remuneração, quatro categorias ou tipos de problemas foramacessórias de remuneração, quatro categorias ou tipos de problemas foram

identificados pela jurisprudência brasileira nestes anos de vigência do CDC: 1) asidentificados pela jurisprudência brasileira nestes anos de vigência do CDC: 1) as

cláusulas de remuneração variável conforme a vontade do fornecedor, seja atravéscláusulas de remuneração variável conforme a vontade do fornecedor, seja através

da indicação de vários índices ou indexadores econômicos, seja através dada indicação de vários índices ou indexadores econômicos, seja através da

imposição de ‘regimes especiais’ não previamente informados; 2) as cláusulas queimposição de ‘regimes especiais’ não previamente informados; 2) as cláusulas que

permitem o somatório ou a repetição de remunerações, de juros sobre juros, depermitem o somatório ou a repetição de remunerações, de juros sobre juros, de

duplo pagamento pelo mesmo ato, cláusulas que estabelecem um verdadeiro duplo pagamento pelo mesmo ato, cláusulas que estabelecem um verdadeiro bis inbis in

idem idem remuneratório; 3) cláusulas de imposição de índices unilaterais para oremuneratório; 3) cláusulas de imposição de índices unilaterais para o

reajuste ou de correção monetária desequilibradora do sinalagma inicial; cláusulasreajuste ou de correção monetária desequilibradora do sinalagma inicial; cláusulas

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de juros irrazoáveis. “(MARQUES, Cláudio Lima. de juros irrazoáveis. “(MARQUES, Cláudio Lima. Contratos no Código de Defesa doContratos no Código de Defesa do

ConsumidorConsumidor. 6ª Ed. São Paulo: RT, 2011. Págs. 942-1139). 6ª Ed. São Paulo: RT, 2011. Págs. 942-1139)

Em face dessas considerações, conclui-se que a mora cristaliza oEm face dessas considerações, conclui-se que a mora cristaliza o

retardamento por um fato, retardamento por um fato, quando imputável ao devedorquando imputável ao devedor, o que vale dizer que, se o credor, o que vale dizer que, se o credor

exige o pagamento com encargos excessivos, o que deverá ser apurado em momento oportuno,exige o pagamento com encargos excessivos, o que deverá ser apurado em momento oportuno,

retira do devedor a possibilidade de arcar com a obrigação assumidaretira do devedor a possibilidade de arcar com a obrigação assumida , não podendo lhe ser, não podendo lhe ser

imputados os efeitos da mora. imputados os efeitos da mora.

Entende-se, de outro bordo, se constatado que no “Entende-se, de outro bordo, se constatado que no “período daperíodo da

normalidadenormalidade” contratual – ou seja, aqueles exigidos e previstos em face do quanto contratado --,” contratual – ou seja, aqueles exigidos e previstos em face do quanto contratado --,

existiram cobranças abusivas, existiram cobranças abusivas, restará afastada eventual condição de mora dosrestará afastada eventual condição de mora dos

PromoventesPromoventes..

O Superior Tribunal de Justiça, ao concluir o julgamento de recursoO Superior Tribunal de Justiça, ao concluir o julgamento de recurso

repetitivo sobre revisão de contrato bancário (REsp nº. 1.061.530/RS), quanto ao tema derepetitivo sobre revisão de contrato bancário (REsp nº. 1.061.530/RS), quanto ao tema de

“configuração da mora” destacou que:“configuração da mora” destacou que:

“ORIENTAÇÃO 2 – CONFIGURAÇÃO DA MORA“ORIENTAÇÃO 2 – CONFIGURAÇÃO DA MORA

a) O reconhecimento da abusividade nos encargos exigidos noa) O reconhecimento da abusividade nos encargos exigidos no período daperíodo da

normalidade contratualnormalidade contratual(juros remuneratórios e capitalização) (juros remuneratórios e capitalização) descaracteriza a moradescaracteriza a mora;;

b) Não descaracteriza a mora o ajuizamento isolado de ação revisional, nemb) Não descaracteriza a mora o ajuizamento isolado de ação revisional, nem

mesmo quando o reconhecimento de abusividade incidir sobre os encargos inerentes aomesmo quando o reconhecimento de abusividade incidir sobre os encargos inerentes ao

período de inadimplência contratual. “ período de inadimplência contratual. “

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( os destaques são nossos )( os destaques são nossos )

E do preciso acórdão em liça, ainda podemos destacar que:E do preciso acórdão em liça, ainda podemos destacar que:

“Os encargos abusivos que possuem potencial para descaracterizar a mora são,“Os encargos abusivos que possuem potencial para descaracterizar a mora são,

portanto, aqueles relativos ao chamado ‘período da normalidade’, ou seja, portanto, aqueles relativos ao chamado ‘período da normalidade’, ou seja, aquelesaqueles

encargos que naturalmente incidem antes mesmo de configurada a moraencargos que naturalmente incidem antes mesmo de configurada a mora . “. “

( destacamos ) ( destacamos )

Por todo o exposto, Por todo o exposto, devem-se afastar os encargos moratórios, oudevem-se afastar os encargos moratórios, ou

seja, seja, comissão de permanência, multa contratual e juros moratórioscomissão de permanência, multa contratual e juros moratórios. .

8 – DA COMISSÃO DE PERMANÊNCIA E OUTROS ENCARGOS8 – DA COMISSÃO DE PERMANÊNCIA E OUTROS ENCARGOS

Entende o Promovido, inclusive fartamente alicerçado nosEntende o Promovido, inclusive fartamente alicerçado nos

fundamentos antes citados, que o mesmo fundamentos antes citados, que o mesmo não se encontra em moranão se encontra em mora, razão qual da, razão qual da

impossibilidade absoluta da cobrança de encargos moratóriosimpossibilidade absoluta da cobrança de encargos moratórios. .

Caso este juízo entenda pela impertinência destes argumentos, oCaso este juízo entenda pela impertinência destes argumentos, o

que se diz apenas por argumentar, devemos sopesar que é abusiva a cobrança da comissão deque se diz apenas por argumentar, devemos sopesar que é abusiva a cobrança da comissão de

permanência cumulada com outros encargos moratórios/remuneratórios, ainda quepermanência cumulada com outros encargos moratórios/remuneratórios, ainda que

expressamente pactuada, expressamente pactuada, pois é pacífico o entendimento do Colendo Superior Tribunal depois é pacífico o entendimento do Colendo Superior Tribunal de

Justiça no sentido de que em caso de previsão contratual para a cobrança de comissão deJustiça no sentido de que em caso de previsão contratual para a cobrança de comissão de

permanência, cumulada com correção monetária, juros remuneratórios, juros de mora e multapermanência, cumulada com correção monetária, juros remuneratórios, juros de mora e multa

contratual, impõe-se a exclusão de sua incidência. contratual, impõe-se a exclusão de sua incidência. Em verdade, a comissão de permanência jáEm verdade, a comissão de permanência já

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possui a dupla finalidade de corrigir monetariamente o valor do débito e de remunerar o banco pelopossui a dupla finalidade de corrigir monetariamente o valor do débito e de remunerar o banco pelo

período de mora contratual. período de mora contratual.

Perceba que no pacto Perceba que no pacto há estipulação contratualhá estipulação contratual pela cobrança depela cobrança de

comissão de permanência com outros encargos moratórioscomissão de permanência com outros encargos moratórios , os quais devem ser afastados, os quais devem ser afastados

pela via judicial. pela via judicial.

APELAÇÃO DA AUTORA. AÇÃO REVISIONAL DE FINANCIAMENTODEVEÍCULO.APELAÇÃO DA AUTORA. AÇÃO REVISIONAL DE FINANCIAMENTODEVEÍCULO.

LIMITAÇÃODEJUROS. TAXAINFERIORÀ MÉDIA DE MERCADO. CAPITALIZAÇÃOLIMITAÇÃODEJUROS. TAXAINFERIORÀ MÉDIA DE MERCADO. CAPITALIZAÇÃO

MENSAL AVENÇADA. POSSIBILIDADE. MENSAL AVENÇADA. POSSIBILIDADE. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. CUMULAÇÃOCOMISSÃO DE PERMANÊNCIA. CUMULAÇÃO

COM OUTROS ENCARGOS MORATÓRIOS. IMPOSSIBILIDADECOM OUTROS ENCARGOS MORATÓRIOS. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO. RECURSO

PARCIALMENTE PROVIDO. APELAÇÃO DA REQUERIDA. MAJORAÇÃO DA COMISSÃOPARCIALMENTE PROVIDO. APELAÇÃO DA REQUERIDA. MAJORAÇÃO DA COMISSÃO

DE PERMANÊNCIA. RECURSO PREJUDICADO. DE PERMANÊNCIA. RECURSO PREJUDICADO.

Pactuada a capitalização mensal de juros e não demonstrada a abusividade na taxaPactuada a capitalização mensal de juros e não demonstrada a abusividade na taxa

praticada no contrato, abaixo da média de mercado, esta deve ser mantida nospraticada no contrato, abaixo da média de mercado, esta deve ser mantida nos

patamares livremente avençados. Precedentes do STJ. patamares livremente avençados. Precedentes do STJ. A cobrança de comissão deA cobrança de comissão de

permanência não pode ser cumulada com juros moratórios e multa porpermanência não pode ser cumulada com juros moratórios e multa por

inadimplementoinadimplemento. Precedentes do STJ. Excluída a cobrança da comissão de. Precedentes do STJ. Excluída a cobrança da comissão de

permanência do contrato sub judice, resta prejudicada a apelação que pleiteava apermanência do contrato sub judice, resta prejudicada a apelação que pleiteava a

majoração de tal encargo. (majoração de tal encargo. (TJMTTJMT - APL 132601/2011; Capital; Primeira Câmara Cível; - APL 132601/2011; Capital; Primeira Câmara Cível;

Rel. Des. Orlando de Almeida Perri; Julg. 04/04/2012; DJMT 16/04/2012; Pág. 125)Rel. Des. Orlando de Almeida Perri; Julg. 04/04/2012; DJMT 16/04/2012; Pág. 125)

AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO COM CLÁUSULA DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO COM CLÁUSULA DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA.

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Cerceamento de defesa. Inocorrência. Aplicabilidade do CDC à espécie, frente àCerceamento de defesa. Inocorrência. Aplicabilidade do CDC à espécie, frente à

mitigação da teoria finalista. Tarifas cobradas conforme o pactuado pelas partesmitigação da teoria finalista. Tarifas cobradas conforme o pactuado pelas partes

contratantes. Prevalência do princípio contratantes. Prevalência do princípio pacta sunt servandapacta sunt servanda. Capitalização dos juros.. Capitalização dos juros.

Compreensão do que preleciona o art. 5º da Medida Provisória nº 2.170-36 queCompreensão do que preleciona o art. 5º da Medida Provisória nº 2.170-36 que

autoriza o anatocismo. Comissão de permanência. Vedação quando cumulada comautoriza o anatocismo. Comissão de permanência. Vedação quando cumulada com

outros encargos. Afastamento. Necessidade. Inexistência de demonstração de má-fé.outros encargos. Afastamento. Necessidade. Inexistência de demonstração de má-fé.

Repetição de indébito que deve ser fixada na forma simples, exigível apenas no queRepetição de indébito que deve ser fixada na forma simples, exigível apenas no que

concerne à concerne à cobrança cumulada da comissão de permanência com juros de mora ecobrança cumulada da comissão de permanência com juros de mora e

multamulta. Recurso parcialmente provido. (. Recurso parcialmente provido. (TJSPTJSP - APL 0004448-34.2009.8.26.0185; Ac. - APL 0004448-34.2009.8.26.0185; Ac.

5789336; Estrela d'Oeste; Vigésima Sétima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Dimas5789336; Estrela d'Oeste; Vigésima Sétima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Dimas

Rubens Fonseca; Julg. 27/03/2012; DJESP 16/04/2012)Rubens Fonseca; Julg. 27/03/2012; DJESP 16/04/2012)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. CÉDULA DE CREDITOAPELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. CÉDULA DE CREDITO

COMERCIAL. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. PERMISSIBILIDADE. DECRETO LEI Nº 413/69.COMERCIAL. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. PERMISSIBILIDADE. DECRETO LEI Nº 413/69.

SÚMULA Nº 93 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. CORREÇÃO MONETÁRIA. TR.SÚMULA Nº 93 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. CORREÇÃO MONETÁRIA. TR.

APLICAÇÃO. POSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 295, DO STJ. LIMITAÇÃO DE JUROS EM 12%APLICAÇÃO. POSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 295, DO STJ. LIMITAÇÃO DE JUROS EM 12%

AO ANO. PERMISSÃO. DECRETO Nº 22.626/33. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA.AO ANO. PERMISSÃO. DECRETO Nº 22.626/33. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA.

CUMULAÇÃO COM OUTROS ENCARGOS. IMPOSSIBILIDADE. RECURSOS CONHECIDOSCUMULAÇÃO COM OUTROS ENCARGOS. IMPOSSIBILIDADE. RECURSOS CONHECIDOS

E IMPROVIDOS. SENTENÇA MANTIDA. E IMPROVIDOS. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata1. Tratase de recursos de apelação interpostos contra decisão a quo que limitou osse de recursos de apelação interpostos contra decisão a quo que limitou os

juros remuneratórios ao percentual de 1% ao mês, permitida a capitalização; mantevejuros remuneratórios ao percentual de 1% ao mês, permitida a capitalização; manteve

a TR como indexador; e excluiu a cobrança da comissão de permanência cumuladaa TR como indexador; e excluiu a cobrança da comissão de permanência cumulada

com a correção monetária. com a correção monetária.

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2. Nesta hipótese, de contrato representado por Cédula de Crédito Comercial, o2. Nesta hipótese, de contrato representado por Cédula de Crédito Comercial, o

Superior Tribunal de Justiça sumulou o entendimento de que é permitida aSuperior Tribunal de Justiça sumulou o entendimento de que é permitida a

capitalização mensal de juros, a teor do que dispõe o artigo 5º do Decreto Lei nºcapitalização mensal de juros, a teor do que dispõe o artigo 5º do Decreto Lei nº

413/69 413/69 "A legislação sobre cédulas de crédito rural, comercial e industrial admite o "A legislação sobre cédulas de crédito rural, comercial e industrial admite o

pacto de capitalização de juros" pacto de capitalização de juros" Súmula nº 93/STJ. Súmula nº 93/STJ.

3. Cabe ainda, a aplicação da Taxa Referencial (TR) como indexador de correção3. Cabe ainda, a aplicação da Taxa Referencial (TR) como indexador de correção

monetária, porque o contrato é datado do ano de 1997, e a Lei nº 8.177/91 autorizamonetária, porque o contrato é datado do ano de 1997, e a Lei nº 8.177/91 autoriza

sua utilização a partir de março daquele ano, matéria inclusive, também, já sumuladasua utilização a partir de março daquele ano, matéria inclusive, também, já sumulada

pelo colendo Superior Tribunal de Justiça, nos seguintes termos: "A taxa referencialpelo colendo Superior Tribunal de Justiça, nos seguintes termos: "A taxa referencial

(TR) é indexador válido para contratos posteriores à Lei nº 8.177/91, desde que(TR) é indexador válido para contratos posteriores à Lei nº 8.177/91, desde que

pactuada" pactuada" Súmula nº 295/STJ. Súmula nº 295/STJ.

5. Quanto aos juros remuneratórios, seja nesta espécie de contrato (Cédula de Credito5. Quanto aos juros remuneratórios, seja nesta espécie de contrato (Cédula de Credito

Comercial), seja nas de crédito rural e industrial, o Superior Tribunal de Justiça temComercial), seja nas de crédito rural e industrial, o Superior Tribunal de Justiça tem

emprestado, sem divergência, tratamento diferenciado sobre aplicação desses juros,emprestado, sem divergência, tratamento diferenciado sobre aplicação desses juros,

entendendo que nesta hipótese, incide a limitação de 12% (doze por cento) aos jurosentendendo que nesta hipótese, incide a limitação de 12% (doze por cento) aos juros

remuneratórios, prevista no Decreto nº 22.626/33 (Lei da Usura), nas cédulas deremuneratórios, prevista no Decreto nº 22.626/33 (Lei da Usura), nas cédulas de

crédito rural, comercial e industrial, ao fundamento de que o Conselho Monetáriocrédito rural, comercial e industrial, ao fundamento de que o Conselho Monetário

Nacional deixou de regulamentáNacional deixou de regulamentálos. los.

6. 6. A comissão de permanência é inacumulável com a correção monetária ou comA comissão de permanência é inacumulável com a correção monetária ou com

qualquer outro encargo moratório, a exemplo, da multa e dos juros. Entendimentoqualquer outro encargo moratório, a exemplo, da multa e dos juros. Entendimento

consolidado do Superior Tribunal de Justiça (STJ)consolidado do Superior Tribunal de Justiça (STJ). .

7. Recursos conhecidos e improvidos, mantendo in totum a sentença atacada. (7. Recursos conhecidos e improvidos, mantendo in totum a sentença atacada. ( TJCETJCE - -

AC 1864AC 186403.2001.8.06.0000/0; Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Emanuel Leite03.2001.8.06.0000/0; Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Emanuel Leite

Albuquerque; DJCE 13/04/2012; Pág. 56)Albuquerque; DJCE 13/04/2012; Pág. 56)

7070 de de 7979

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AGRAVO REGIMENTAL NA APELAÇÃO CÍVEL. AGRAVO REGIMENTAL NA APELAÇÃO CÍVEL.

Ação consignatória c/c revisional de cláusulas contratuais com pedido liminar.Ação consignatória c/c revisional de cláusulas contratuais com pedido liminar.

Contrato de arrendamento mercantil. Código de defesa do consumidor. Aplicabilidade.Contrato de arrendamento mercantil. Código de defesa do consumidor. Aplicabilidade.

Limitação de juros remuneratórios e capitalização de juros. Impertinência. ComissãoLimitação de juros remuneratórios e capitalização de juros. Impertinência. Comissão

de permanência cumulada com outros encargos. Repetição dos argumentos invocadosde permanência cumulada com outros encargos. Repetição dos argumentos invocados

no recurso. Ausência de fundamento novo. no recurso. Ausência de fundamento novo.

I- às instituições financeiras se aplicam as disposições do artigo 3º, parágrafo 2º, da LeiI- às instituições financeiras se aplicam as disposições do artigo 3º, parágrafo 2º, da Lei

nº 8.078/90. Código de Defesa do Consumidor. Ante as cláusulas abusivas ou impostasnº 8.078/90. Código de Defesa do Consumidor. Ante as cláusulas abusivas ou impostas

unilateralmente no fornecimento de serviços, conforme prevê, também, a Súmula nºunilateralmente no fornecimento de serviços, conforme prevê, também, a Súmula nº

297 do STJ. 297 do STJ.

II- o leasing/arrendamento mercantil não é uma modalidade de financiamento, nemII- o leasing/arrendamento mercantil não é uma modalidade de financiamento, nem

mesmo pode ser assim entendido, segundo orientação jurisprudencial contida namesmo pode ser assim entendido, segundo orientação jurisprudencial contida na

Súmula nº 293 do STJ. Portanto, impertinente se falar em limitação de jurosSúmula nº 293 do STJ. Portanto, impertinente se falar em limitação de juros

remuneratórios e capitalização mensal de juros, encargos próprios das operações deremuneratórios e capitalização mensal de juros, encargos próprios das operações de

mútuo, estranhos ao contrato em análise. Daí a razão porque sequer foram pactuados.mútuo, estranhos ao contrato em análise. Daí a razão porque sequer foram pactuados.

III- III- constitui constitui bis in idembis in idem a cumulação de comissão de permanência com outros a cumulação de comissão de permanência com outros

encargos que possuam o desiderato de atualização e remuneração do capital peloencargos que possuam o desiderato de atualização e remuneração do capital pelo

período de inadimplência, tais como juros de mora e multa contratualperíodo de inadimplência, tais como juros de mora e multa contratual . No entanto,. No entanto,

não sendo pactuada, não há se falar em incidência de comissão permanência, comonão sendo pactuada, não há se falar em incidência de comissão permanência, como

bem decidido pelo juiz monocrático, falecendo ao apelante até mesmo interessebem decidido pelo juiz monocrático, falecendo ao apelante até mesmo interesse

recursal no questionamento sobre o referido encargo. recursal no questionamento sobre o referido encargo.

IV- nega-se provimento ao agravo regimental quando apenas renova a discussão jáIV- nega-se provimento ao agravo regimental quando apenas renova a discussão já

examinada no recurso de apelação. Assim, não apresentado pela agravanteexaminada no recurso de apelação. Assim, não apresentado pela agravante

fundamento novo a ensejar a alteração do entendimento anteriormente firmado,fundamento novo a ensejar a alteração do entendimento anteriormente firmado,

impõe-se a manutenção da decisão vergastada. Agravo regimental conhecido eimpõe-se a manutenção da decisão vergastada. Agravo regimental conhecido e

7171 de de 7979

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desprovido. (desprovido. (TJGOTJGO - AC-AgRg 317697-87.2009.8.09.0011; Aparecida de Goiânia; Rel. - AC-AgRg 317697-87.2009.8.09.0011; Aparecida de Goiânia; Rel.

Des. Carlos Alberto França; DJGO 12/04/2012; Pág. 154)Des. Carlos Alberto França; DJGO 12/04/2012; Pág. 154)

9 – DA NECESSIDADE DE DESPACHO SANEADOR9 – DA NECESSIDADE DE DESPACHO SANEADOR

REQUER A PRODUÇÃO DE PROVA PERICIALREQUER A PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL

O Contestante O Contestante entendeentende por devida a produção de por devida a produção de prova pericialprova pericial,,

onde, inclusive, onde, inclusive, pede seja ofertado o despacho saneador avaliando as provas a serempede seja ofertado o despacho saneador avaliando as provas a serem

produzidas e os pontos controvertidosproduzidas e os pontos controvertidos, pleito este que deve ser alegado nas vias ordinárias,, pleito este que deve ser alegado nas vias ordinárias,

segundo orientação jurisprudencial, segundo orientação jurisprudencial, sob pena de preclusãosob pena de preclusão..

AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. NECESSIDADE DE PROVAAGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. NECESSIDADE DE PROVA

PERICIAL. CARACTERIZAÇÃO E PERDA DA POSSE. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 7/STJ.PERICIAL. CARACTERIZAÇÃO E PERDA DA POSSE. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 7/STJ.

AUSÊNCIA DE DESPACHO SANEADOR. PRECLUSÃO.AUSÊNCIA DE DESPACHO SANEADOR. PRECLUSÃO. SÚMULA Nº 283/STF. DECISÃO SÚMULA Nº 283/STF. DECISÃO

AGRAVADA CONFIRMADA. AGRAVADA CONFIRMADA.

I - A necessidade de revolvimento de matéria fático-probatória, permeia, com umI - A necessidade de revolvimento de matéria fático-probatória, permeia, com um

todo, as alegações suscitadas pelos Recorrentes, o que inviabiliza a transposição datodo, as alegações suscitadas pelos Recorrentes, o que inviabiliza a transposição da

barreira de admissibilidade pelo recurso. Incidência da Súmula nº 7 desta Corte. barreira de admissibilidade pelo recurso. Incidência da Súmula nº 7 desta Corte.

II - II - Não foi impugnado o fundamento do Acórdão recorrido a respeito da preclusãoNão foi impugnado o fundamento do Acórdão recorrido a respeito da preclusão

do direito de se insurgir contra a inexistência de despacho saneador do direito de se insurgir contra a inexistência de despacho saneador (Súmula nº(Súmula nº

283/STF). 283/STF).

III - Os Agravantes não trouxeram nenhum argumento capaz de modificar a conclusãoIII - Os Agravantes não trouxeram nenhum argumento capaz de modificar a conclusão

do julgado, a qual se mantém por seus próprios fundamentos. Agravo improvido. (do julgado, a qual se mantém por seus próprios fundamentos. Agravo improvido. ( STJSTJ - -

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AgRg-REsp 822.555; Proc. 2006/0041408-4; SC; Terceira Turma; Rel. Min. SidneiAgRg-REsp 822.555; Proc. 2006/0041408-4; SC; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei

Beneti; Julg. 16/04/2009; DJE 06/05/2009) Beneti; Julg. 16/04/2009; DJE 06/05/2009)

Torna-se essencial, desta maneira, a Torna-se essencial, desta maneira, a produção desta provaprodução desta prova, o que, o que

de logo requer pelos fundamentos abaixo evidenciadosde logo requer pelos fundamentos abaixo evidenciados, por meio do despacho saneador. , por meio do despacho saneador.

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PRISÃO EM FLAGRANTE. ALEGAÇÃO DE EXCESSOCIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PRISÃO EM FLAGRANTE. ALEGAÇÃO DE EXCESSO

PRATICADO POR POLICIAL MILITAR. JULGAMENTO ANTECIPADO. PROCEDÊNCIA DOPRATICADO POR POLICIAL MILITAR. JULGAMENTO ANTECIPADO. PROCEDÊNCIA DO

PEDIDO. APELAÇÃO. PEDIDO. APELAÇÃO. NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVAS. CERCEAMENTO DENECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVAS. CERCEAMENTO DE

DEFESADEFESA. ACOLHIMENTO. APELO PROVIDO. . ACOLHIMENTO. APELO PROVIDO.

1. A presente demanda não poderia ter sido julgada antecipadamente ante a1. A presente demanda não poderia ter sido julgada antecipadamente ante a

imprescindível imprescindível necessidade de verificação da matéria de fato mediante dilaçãonecessidade de verificação da matéria de fato mediante dilação

probatóriaprobatória. .

2. Tal expediente não poderia ter sido tomado na medida em que o que se discute era2. Tal expediente não poderia ter sido tomado na medida em que o que se discute era

a conduta, do Estado de Pernambuco, através do seu agente público, e suasa conduta, do Estado de Pernambuco, através do seu agente público, e suas

conseqüências, que segundo relata o autor/apelado, agiu ativamente para o fatoconseqüências, que segundo relata o autor/apelado, agiu ativamente para o fato

descrito na inicial. descrito na inicial.

3. Ambas as partes pugnaram por produção de provas; o particular subsidiando o seu3. Ambas as partes pugnaram por produção de provas; o particular subsidiando o seu

pedido na conduta do agente através de qualquer meio em direito admitido e o Estadopedido na conduta do agente através de qualquer meio em direito admitido e o Estado

de Pernambuco pela suposta ausência de excesso de força na abordagem policialde Pernambuco pela suposta ausência de excesso de força na abordagem policial

pugnando, assim, pela oitiva de testemunhas. pugnando, assim, pela oitiva de testemunhas.

4. Bem plausível a alegação do ente público em afirmar que as lesões descritas nas4. Bem plausível a alegação do ente público em afirmar que as lesões descritas nas

perícias traumatológicas foram causadas pela reação do autor/apelado em acatar asperícias traumatológicas foram causadas pela reação do autor/apelado em acatar as

ordens de prisão. ordens de prisão.

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5. Portanto, não poderia o juiz de piso, julgar antecipadamente a lide, ou seja, 5. Portanto, não poderia o juiz de piso, julgar antecipadamente a lide, ou seja, sem osem o

despacho saneador, para, ao menos saber do interesse das partes na produção dedespacho saneador, para, ao menos saber do interesse das partes na produção de

provas, principalmente quando há expresso requerimentoprovas, principalmente quando há expresso requerimento. .

6. O Magistrado não se encontra adstrito a realização de todas as provas requeridas6. O Magistrado não se encontra adstrito a realização de todas as provas requeridas

pelas partes no intuito de firmar seu convencimento acerca da matéria objeto dopelas partes no intuito de firmar seu convencimento acerca da matéria objeto do

litígio, pois, para tanto, se torna necessário apenas o livre convencimento do julgadorlitígio, pois, para tanto, se torna necessário apenas o livre convencimento do julgador

diante das provas existentes. Entretanto, in casu, resta insofismável que as provasdiante das provas existentes. Entretanto, in casu, resta insofismável que as provas

requeridas pelo Apelante constituem matéria essencial ao julgamento da lide. requeridas pelo Apelante constituem matéria essencial ao julgamento da lide.

7. Apelo provido, 7. Apelo provido, para anular a sentença vergastadapara anular a sentença vergastada, determinando o retorno dos, determinando o retorno dos

autos ao Juízo de origem para permitir a produção de provas requeridas na instânciaautos ao Juízo de origem para permitir a produção de provas requeridas na instância

originária. 8. Decisão unânime. (originária. 8. Decisão unânime. (TJPETJPE - Proc 0009964-62.2009.8.17.1130; Sétima - Proc 0009964-62.2009.8.17.1130; Sétima

Câmara Cível; Rel. Des. Luiz Carlos Figueirêdo; Julg. 06/03/2012; DJEPE 12/03/2012;Câmara Cível; Rel. Des. Luiz Carlos Figueirêdo; Julg. 06/03/2012; DJEPE 12/03/2012;

Pág. 153)Pág. 153)

ILEGALIDADE NA COBRANÇA DE ENCARGOS CONTRATUAIS NO “ILEGALIDADE NA COBRANÇA DE ENCARGOS CONTRATUAIS NO “PERÍODO DEPERÍODO DE

NORMALIDADENORMALIDADE” DO CONTRATO – AUSÊNCIA DE MORA. ” DO CONTRATO – AUSÊNCIA DE MORA.

Defende mais o Réu que, no Defende mais o Réu que, no ““período da normalidadeperíodo da normalidade”” contratual contratual – –

ou seja, aqueles exigidos e previstos em face do quanto contratado --, além de outras anomalias,ou seja, aqueles exigidos e previstos em face do quanto contratado --, além de outras anomalias,

existiram exorbitância na cobrança dos mesmos, o que existiram exorbitância na cobrança dos mesmos, o que afastará a eventual condição de mora doafastará a eventual condição de mora do

mesmomesmo. Houvera, pois, sobretudo, cobrança de . Houvera, pois, sobretudo, cobrança de remuneração no contrato de leasing e acima doremuneração no contrato de leasing e acima do

limite médio do mercadolimite médio do mercado para o período e, mais, para o período e, mais, juros capitalizadosjuros capitalizados sem previsão contratual e, sem previsão contratual e,

por outro ângulo, por período que discrepa da legalidade.por outro ângulo, por período que discrepa da legalidade.

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Esta matéria, destarte, fica devidamente Esta matéria, destarte, fica devidamente debatida nestes autosdebatida nestes autos,,

devendo a sentença abranger tais fundamentos de defesa(devendo a sentença abranger tais fundamentos de defesa(CPC, art. 458, inc. IIICPC, art. 458, inc. III) )

O Superior Tribunal de Justiça, ao concluir O Superior Tribunal de Justiça, ao concluir o julgamento deo julgamento de recursorecurso

repetitivorepetitivo sobre revisão de contrato bancário sobre revisão de contrato bancário(REsp nº. 1.061.530/RS), quanto ao tema de(REsp nº. 1.061.530/RS), quanto ao tema de

““configuração da moraconfiguração da mora” destacou que:” destacou que:

“ORIENTAÇÃO 2 – CONFIGURAÇÃO DA MORA“ORIENTAÇÃO 2 – CONFIGURAÇÃO DA MORA

a) a) O reconhecimento da abusividade nos encargos exigidos noO reconhecimento da abusividade nos encargos exigidos no

período da normalidade contratual(juros remuneratórios e capitalização)período da normalidade contratual(juros remuneratórios e capitalização)

descaracteriza a moradescaracteriza a mora;;

b) Não descaracteriza a mora o ajuizamento isolado de açãob) Não descaracteriza a mora o ajuizamento isolado de ação

revisional, nem mesmo quando o reconhecimento de abusividade incidir sobrerevisional, nem mesmo quando o reconhecimento de abusividade incidir sobre

os encargos inerentes ao período de inadimplência contratual. “ os encargos inerentes ao período de inadimplência contratual. “

( ( os destaques são nossos ) os destaques são nossos )

E do preciso acórdão em liça, ainda podemos destacar que:E do preciso acórdão em liça, ainda podemos destacar que:

““ Os encargos abusivos que possuem potencial para descaracterizar a mora Os encargos abusivos que possuem potencial para descaracterizar a mora são,são,

portanto, aqueles relativos ao chamado ‘período da normalidade’,portanto, aqueles relativos ao chamado ‘período da normalidade’, ou seja, ou seja,

aqueles encargos que naturalmente incidem aqueles encargos que naturalmente incidem antesantes mesmo de configurada a mesmo de configurada a

moramora. “ ( destacamos ) . “ ( destacamos )

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E isto tem que ser constado E isto tem que ser constado por perícia técnicapor perícia técnica contábilcontábil, onde,, onde,

neste sentido, ainda do mesmo acórdão do neste sentido, ainda do mesmo acórdão do Superior Tribunal de JustiçaSuperior Tribunal de Justiça, podemos encontrar, podemos encontrar

que:que:

“cabalmente “cabalmente comprovada por períciacomprovada por perícia, , nas instâncias ordináriasnas instâncias ordinárias, que a, que a

estipulação da taxa de juros remuneratórios foi aproximadamente 150% maiorestipulação da taxa de juros remuneratórios foi aproximadamente 150% maior

que a taxa média praticada no mercado, nula é a cláusula do contrato´(REspque a taxa média praticada no mercado, nula é a cláusula do contrato´(REsp

327.727, Segunda Seção, DJ de 08.03.2004)” 327.727, Segunda Seção, DJ de 08.03.2004)”

( ( destacamos destacamos ))

Em face dessas considerações, conclui-se que a mora cristaliza oEm face dessas considerações, conclui-se que a mora cristaliza o

retardamento por um fato, retardamento por um fato, quando imputável ao devedorquando imputável ao devedor, o que vale dizer que, se o credor, o que vale dizer que, se o credor

exige o pagamento com encargos excessivos, como deverá ser constatado pela perícia, exige o pagamento com encargos excessivos, como deverá ser constatado pela perícia, retira-retira-

se do devedor a possibilidade de arcar com a obrigação assumidase do devedor a possibilidade de arcar com a obrigação assumida , não podendo lhe ser, não podendo lhe ser

imputados os efeitos da mora. imputados os efeitos da mora.

DO PEDIDO DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL CONTÁBILDO PEDIDO DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL CONTÁBIL

Neste diapasão, temos que a matéria ora aduzida pelo PromovidoNeste diapasão, temos que a matéria ora aduzida pelo Promovido

necessitanecessita, certamente, -- , certamente, -- o que de logo requero que de logo requer -- -- ser provada por meioser provada por meio de: de:

( a ) prova pericial contábil ( a ) prova pericial contábil

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Assim, Assim, pretende provar quepretende provar que: : ( i ) ( i ) o pacto na verdade, desde o seuo pacto na verdade, desde o seu

nascedouro, já trouxera encargos contratuais excessivos, perdurando pois durante o “nascedouro, já trouxera encargos contratuais excessivos, perdurando pois durante o “período deperíodo de

normalidadenormalidade”, o que descaracterizará a mora do Réu;”, o que descaracterizará a mora do Réu; ( ii ) ( ii ) houvera cobrança de juroshouvera cobrança de juros

remuneratórios mascarados no pacto de remuneratórios mascarados no pacto de leasingleasing e, ademais, por meio de juros capitalizados e, ademais, por meio de juros capitalizados

mensalmente, utilizando-se a “mensalmente, utilizando-se a “Tabela PriceTabela Price”; ”;

Não há comoNão há como este Julgador proferir sentença destacando a eventualeste Julgador proferir sentença destacando a eventual

cobrança de encargos excessivos, no “cobrança de encargos excessivos, no “período da normalidadeperíodo da normalidade”, bem como destacar a existência”, bem como destacar a existência

de juros remuneratórios no pacto de arrendamento mercantil, sem o que os mesmos sejamde juros remuneratórios no pacto de arrendamento mercantil, sem o que os mesmos sejam

comprovados pela comprovados pela prova pericialprova pericial, ora requerida. , ora requerida.

Neste diapasão, ínclito Magistrado, Neste diapasão, ínclito Magistrado, constitui fragranteconstitui fragrante

cerceamento de defesa o indeferimento e/ou julgamento antecipado da lidecerceamento de defesa o indeferimento e/ou julgamento antecipado da lide, caso não seja, caso não seja

acolhido o presente pedido de produção de prova pericial, acolhido o presente pedido de produção de prova pericial, devidamente justificadodevidamente justificado..

Ante o exposto, Ante o exposto, requer o Contestante requer o Contestante que Vossa Excelência se digneque Vossa Excelência se digne

de de admitir a produção da prova pericial aqui requeridaadmitir a produção da prova pericial aqui requerida, , delimitandodelimitando, também, na oportunidade, também, na oportunidade

processual pertinente, processual pertinente, os pontos controvertidos desta pendenga judicialos pontos controvertidos desta pendenga judicial. .

12 – EM CONCLUSÃO 12 – EM CONCLUSÃO

POSTO ISSO,POSTO ISSO,

o Réu expressa o desejo que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:o Réu expressa o desejo que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:

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1)Pleiteia o acolhimento da preliminar ao1)Pleiteia o acolhimento da preliminar ao

mérito, levantado nesta peça vestibular, com amérito, levantado nesta peça vestibular, com a

extinção do processo pela ausência deextinção do processo pela ausência de

pressuposto indispensável ao desenvolvimentopressuposto indispensável ao desenvolvimento

válido da querela; válido da querela;

2) subsidiariamente(CPC, art. 289), pede sejam2) subsidiariamente(CPC, art. 289), pede sejam

JULGADOS IMPROCEDENTES OS PEDIDOS FORMULADOSJULGADOS IMPROCEDENTES OS PEDIDOS FORMULADOS

PELA AUTORAPELA AUTORA, condenando-a no ônus de, condenando-a no ônus de

sucumbência, o que de logo requer;sucumbência, o que de logo requer;

3) ainda sucessivamente(CPC, art. 289),3) ainda sucessivamente(CPC, art. 289),

pleiteia sejam afastados os encargospleiteia sejam afastados os encargos

contratuais abusivos citados nesta defesa, comcontratuais abusivos citados nesta defesa, com

a condenação supra aludida;a condenação supra aludida;

4) protesta provar o alegado por todos meios4) protesta provar o alegado por todos meios

admissíveis em direito, nomeadamente peloadmissíveis em direito, nomeadamente pelo

depoimento pessoal do representante legal dadepoimento pessoal do representante legal da

Autora, prova pericial e testemunhas a seremAutora, prova pericial e testemunhas a serem

arroladas oportunamente, tudo de logoarroladas oportunamente, tudo de logo

requerido.requerido.

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Respeitosamente pede, e espera merecer, deferimento.Respeitosamente pede, e espera merecer, deferimento.

Curitiba (PR), 00 de janeiro do ano de 0000. Curitiba (PR), 00 de janeiro do ano de 0000.

Fulano de TalFulano de Tal Advogado - OAB(PR) 112233Advogado - OAB(PR) 112233

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