CONTESTAÇÃO - INDENIZAÇÃO (0033224-93.2010.8.16.0021)

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EXCELENTSSIMA SENHORA DOUTORA JUZA DE DIREITO DA 5 VARA CVEL DA COMARCA DE CASCAVEL, ESTADO DO PARAN

AUTOS N: 0033224-93.2010.8.16.0021 AO: INDENIZATRIA C/C PEDIDO POR DANO MORAIS, MATERIAIS E LUCROS CESSANTES REQUERENTE: REINALDO JOS ROCHA REQUERIDO: MUNICPIO DE SALGADO FILHO, ESTADO DO PARAN

MUNICPIO administrativa

........, pessoa jurdica de direito Municipal Rua

pblico interno, inscrito no CNPJ sob o n 00000000000000, com sede Prefeitura xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, n 50, Centro, representado por seu Assessor Jurdico (cf. Decreto de Nomeao n 013/2009 em anexo), vem respeitosamente, presena de Vossa Excelncia, apresentar sua CONTESTAO, a Ao de Indenizatria c/c Pedido por Danos Morais, Materiais e Lucros Cessantes, proposta por xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, pelos fatos e fundamentos a seguir. 1 - SNTESE O Requerente props ao indenizatria c/c pedido por danos morais, matrias e lucros cessantes, devido ao sinistroPgina 1 de 29

ocorrido em data de 22 de maro de 2010, no Municpio de Medianeira, mais precisamente na altura do KM 663, envolvendo o veculo XXXXX, de placas XXX-0000, chassi XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, de propriedade do Requerente, e o veculo marca Volvo, modelo B10M, placas BTS 0489-SP, de propriedade do Requerido. O Requerente alega que na data dos fatos conduzia seu veculo, quando foi obrigado a efetuar frenagem brusca em razo de o trnsito ter sido bruscamente impedido, sem sinalizao de segurana atravs de sinalizadores, cones ou outros meios protetivos. Ademais, alega que em decorrncia do acidente deteve danos materiais de grande monta, conforme se pode verificar no relatrio de avarias integrante do boletim de ocorrncia anexo a sua pea portal. Por fim, o Requerente declara ter suportado alm dos danos materiais, ter sofrido danos estticos em razo do acidente e das cirurgias que fora submetido na regio do joelho e tornozelo, sendo assim, teriam gerado sequelas de natureza permanentes. Ademais, afirma ter permanecido afastado de suas atividades laborativas habituais por cerca de seis meses para tratamento. 2 PRELIMINAR DE MRITO 2.1 DA CARNCIA DE AO - ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM O Requerente visando demonstrar ser proprietrio do veculo importado marca BMW, modelo 528i DD61, placas LYB9868, ano 1996, cor preta, chassi WBADD61T1TBR06665, junta cpia do Contrato Particular de Compromisso de Venda de Veculo, em que

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vendedor

LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL,

tendo

como

compradora a senhora RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRr. Entretanto, tem-se que o Certificado de Registro e Licenciamento de Veculo CRLV, exerccio de 2009, consta como sendo de propriedade do senhor PPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPP, assim, verifica-se que o Requerente no parte legtima para pleitear o exposto, haja vista que, o veculo pertence a PPPPPPPPPPPPPPPPPPPP ou a RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR. Assim, considerando que o documento emitido pelo DETRAN/PR cristalino em comprovar que o Requerente no proprietrio do referido veculo, faz-se necessrio trazer a baile os seguintes julgados extrados do Tribunal Regional Federal da 4 Regio, os quais tratam da ilegitimidade ativa em face da ausncia de comprovao da propriedade do veculo, veja-se:TRF4-116926) AO DE INDENIZAO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. ILEGITIMIDADE ATIVA. ACIDENTE DE TRNSITO. CULPA EXCLUSIVA DO AUTOR PELO ACIDENTE. Ilegtimo o autor para pleitear indenizao por danos materiais em veculo que no de sua propriedade. Concluindo-se pelas provas juntadas aos autos, Laudo Pericial e depoimentos, que a culpa do acidente foi exclusivamente do autor, descabe a indenizao pedida. (Apelao Cvel n 2008.71.01.000678-6/RS, 4 Turma do TRF da 4 Regio, Rel. Mrcio Antnio Rocha. j. 28.10.2009, unnime, DE 16.11.2009). TRF4-116757) RESPONSABILIDADE CIVIL. TRNSITO. INDENIZAO. ILEGITIMIDADE ATIVA. NO COMPROVAO DA PROPRIEDADE DO VECULO POCA DO ACIDENTE. 1 - A prova dos autos comprovou no ser o autor parte legitimada ad causam, eis que no logrou provar que era o proprietrio do veculo sinistrado na data em que ocorreu o acidente. 2 - A propriedade do veculo automotor somente pode ser comprovada atravs do "Certificado de Registro do Veculo - CRV" ou, ainda, por meio de documento congnere expedido pelo Detran, no sendo suficiente para atestar essa propriedade a declarao juntada pela parte autora, que sequer foi registrada no rgo competente. (Apelao Cvel n 2006.72.10.001471-6/SC, 3 Turma do TRF da 4 Regio, Rel. Maria Lcia Luz Leiria. j. 06.10.2009, unnime, DE 04.11.2009).

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Em consonncia com o exposto, antes de examinar o mrito, deve o juiz verificar se o direito de ao pode ser exercido naquele caso in concreto, pois as condies da ao funcionam como exigncias preliminares e se estas no forem observadas estar o juiz impedido de examin-lo. Segundo Theodoro Jnior, a) o reconhecimento da ausncia de pressupostos processuais leva ao impedimento da instaurao da relao processual ou nulidade do processo; b) o da ausncia das condies da ao redunda em declarao de carncia de ao. Diz Antonio Carlos de Arajo Cintra, dever do juiz a verificao da presena das condies da ao o mais cedo possvel no procedimento, e de ofcio, para evitar que o processo caminhe inutilmente, com dispndio de tempo e recursos, quando j se pode antever a inadmissibilidade do julgamento do mrito. Assim, observa-se tambm que a no observncia, no momento oportuno, das chamadas condies da ao e que levam chamada carncia de ao podem causar prejuzos processuais, como retardamento, despesas desnecessrias, entre outros. Assim, diante da ilegitimidade ativa ad causam do Requerente, pois este no proprietrio do veculo, deve o Juzo de plano extinguir o feito em conformidade com o inciso VI do art. 267, do Cdigo de Processo Civil. Por cautela, no sendo este o entendimento de Vossa Excelncia, o que no se espera, requer sejam observadas as demais razes a seguir expostas, ocasio em que sero impugnados os pedidos elencados na pea vestibular. 3 - DO MRITO

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3.1 DA AUSNCIA DE RESPONSABILIDADE DO MUNICPIO sabido que o Requerido, como pessoa jurdica de direito pblico interno, responde objetivamente apenas em caso de comportamento danoso comissivo, razo pela qual tem o dever de reparar o dano ocasionado ao particular. Entretanto, sua responsabilidade ser excluda quando tratar-se de caso fortuito ou fora maior, bem como, nos casos em que comprovar a culpa exclusiva da vtima mediante imprudncia, negligncia ou impercia, ou, responder na medida de sua culpabilidade quando a vtima houver contribuindo para o resultado danoso. desnecessrio prolongar-se nesta argumentao porque inequvoca, conforme o ensinamento de Diogenes1, veja-se:Afirma-se, assim, que em duas hipteses o Estado no tem que indenizar. A primeira diz respeito a acontecimento, imprevisvel e irresistvel, causado por fora externa ao Estado, do tipo do tufo e da nevasca (caso fortuito) ou da greve e da grave perturbao da ordem (fora maior). (...) A segunda diz respeito situao em que a vtima deu causa ao evento danoso. (...) Nesse caso e em outros semelhantes, no cabe qualquer responsabilidade ao Estado e o dano sofrido pela vtima. Ao contrrio, se algum prejuzo deve ser indenizado o do Estado, pois foi a vtima quem, com sua contribuio exclusiva e total para o evento, causou o dano ao veculo pblico.Pode ocorrer, no entanto, que a vtima apenas concorreu para o evento danoso, no sendo a nica responsvel pelo resultado. Ela e o Estado, em partes iguais ou no, contriburam para a ocorrncia do evento danoso. O dano, no caso, tem origem em dupla causa, pois decorre da ao do Estado e do comportamento da vtima. o que Celso Antnio Bandeira de Mello chama de o problema das concausas. Provado, pois, que a vtima participou, de algum modo, para o resultado gravoso, exime-se o Estado da obrigao de indenizar, na exata proporo dessa participao.

GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo. 14 ed. - rev. - So Paulo: Saraiva, 2009, p. 1048-1049. Pgina 5 de 291

Em consonncia com o exposto, verifica-se que so causas excludentes da responsabilidade do Estado a fora maior, o caso fortuito e a culpa exclusiva da vtima, restando assim como causa atenuante, a culpa concorrente da vtima. Cabe ressaltar os ensinamentos do estimado professor e desembargador aposentado do Tribunal de Justia do Estado do So Paulo, Yussef Said Cahali2 acerca da responsabilidade civil do Estado em casos de acidente de trnsito envolvendo veculos oficias, com leciona com propriedade, veja-se:O princpio da responsabilidade objetiva do Estado em casos de acidente de trnsito envolvendo veculos oficiais tem encontrado certa resistncia da parte de expressiva jurisprudncia. Isso se compreende quando se considera que, trafegando nas vias pblicas, tanto o veculo oficial como o veculo particular devem faz-lo em igualdade de condies na observncia dos regulamentos de trnsito, quando certo, por outro lado, que tambm a responsabilidade do motorista particular tente, hoje, a se definir como objetiva, em funo da teoria do risco que se representa na utilizao de objeto perigoso como o automvel. (...) Por que, num choque entre um carro oficial e um particular, atribuir-se a responsabilidade de toso os danos quele a pretexto do risco administrativo se porventura culpa alguma se possa apontar ao respectivo motorista? (...) Em suma, inexiste motivo jurdico, legal ou doutrinrio para, no setor de circulao de veculos, onerar um motorista relativamente ao outro, quanto aos acidentes entre ambos verificados.

Contudo, tem-se que o acidente ocorreu por culpa exclusiva da vtima, a qual na data dos fatos acabou freando seu veculo bruscamente, fato este que impossibilitou a reduo e o desvio do veculo da 1 Requerida, conforme ser demonstrado a seguir. Ademais, verifica-se que a 2 Requerida contribuiu para o resultado, haja vista no ter promovido a devida sinalizao do local o acidente, o qual ocasionou o impedimento da pista de

CAHALI, Yussef Said. Responsabilidade Civil do Estado. 3 ed. atual e ampl. 3 tiragem - So Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p. 227. Pgina 6 de 292

rolamento que por consequncia resultou na freada brusca do Requerente. 3.1.1 DA CULPA EXCLUSIVA DA VTIMA Extra-se da anlise da pea portal que, a narrativa dos fatos apresentada pelo Requerente demonstra a sua culpa exclusiva, ao passo que, o mesmo afirma ter efetuado frenagem em virtude de o trnsito ter sido bruscamente impedido, sendo que, aps a frenagem o veculo de propriedade da 1 Requerida veio a colidir com o Requerente. Em consonncia com o exposto, verifica-se que o Requerente agiu com imprudncia, negligncia e impercia, haja vista que, as orientaes de direo defensiva esclarecem que, para casos de acidente na pista de rolamento onde ocorre reduo da velocidade dos veculos que seguem o fluxo, faz-se necessrio promover a manobra de reduo da velocidade posicionando o veculo direita evitando assim, que os veculos que o seguem venham a colidir causando o chamado engavetamento. Sendo assim, no caso em tela, em que pese o trnsito tenha sido bruscamente impedido conforme alega o Requerente, este deveria ter reduzido a velocidade e conduzir o seu veculo ao acostamento e no ter parado na pista de rolamento, ocasio em que o veculo que o seguia (nibus), necessita de maior espao para promover a frenagem, sendo que o condutor no teve condies de promover manobra evasiva ou de reduzir a velocidade em tempo hbil. Em consonncia com o exposto e visando demonstrar a imprudncia, negligncia e impercia praticada pelo Requerente, tem-se que o condutor da 1 Requerida em seu

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depoimento, por ocasio da lavratura do Boletim de Acidente de Trnsito lavrado pela Policia Rodoviria Federal, declara que:Vindo sentido Foz do Iguau sentido Francisco Beltro, s 6:30 da tarde houve a coliso traseira, na freada do condutor da frente eu freei mas no pude evitar a coliso trazendo o nibus sentido esquerdo. Tendo um gol sentido Foz que saiu de uma encruzilhada no local.

Assim, conclui-se que a 1 Requerida vtima no refeito acidente, uma vez que, o seu condutor trafegava pela pista de rolamento respeitando as leis de trnsito e respeitando a distncia segura entre o carro da frente, conforme estabelece o inciso II, do art. 29 do Cdigo de Trnsito Brasileiro. Neste sentido, o ato praticado pelo Requerente ocasionou o acidente, visto que o veculo que o seguia, o qual de propriedade da 1 Requerida, era um veculo marca Volvo, modelo B10M (nibus), o qual necessita de uma distncia maior para realizar a frenagem, assim, em que pese o condutor da 1 Requerida estava mantendo a distncia segura do veculo da frente, entretanto, a freada brusca fato imprevisvel do qual no foi possvel evitar a coliso. Em razo do exposto, verifica-se que a responsabilidade da 1 Requerida objetiva, entretanto, a manobra realizada pelo Requerido a qual deu causa ao acidente, configura sua culpa exclusiva, fato este que elide a responsabilidade da 1 Requerida. No caso em apreo a responsabilidade deve recair totalmente sobre o Requerente, o qual no observou o dever de cuidado objetivo, bem como, desconsiderou as orientaes referentes direo defensiva, quando para em casos com o de impedimento da via o condutor deve reduzir a velocidade e posicionar o seu veculo direita e quando possvel, no acostamento.Pgina 8 de 29

De outro norte, tem-se a responsabilidade da 2 Requerida, a qual deveria ter promovido a sinalizao correta no local do acidente, a qual reduziria significativamente as chances de o acidente ter ocorrido. Ademais, a 2 Requerida enquanto concessionria de servio pblico, deve fornecer servios adequados, eficientes e seguros, e nos caso descumprimento, total ou parcial, tem o dever de reparar os danos causados, conforme estabelece o pargrafo nico do art. 22 do Cdigo de Defesa do Consumidor. Nesse sentido, faz-se necessrio trazer baila as lies do ilustre Prof. Rui Stoco3, o qual leciona sobre o fato de no existir um instituto especfico para a culpa exclusiva da vtima, veja-se:Embora a lei civil codificada no faa qualquer meno culpa exclusiva da vtima como causa excludente da responsabilidade civil, a doutrina e o trabalho pretoriano construram a hiptese, pois como se dizia no Direito Romano: quis ex culpa sua damnum sentit, non intelligitur damnum sentire.

Ademais, Rui Stoco4 ao tratar especificamente acerca da culpa exclusiva da vtima ensina que:(...) se a vtima contribuiu com ato seu na construo dos elementos do dano, o direito no se pode conservar alheio a essa circunstncia. (...) Quando se verifica a culpa exclusiva da vtima, tollitur quaestio: inocorre indenizao. Inocorre, igualmente. Se a concorrncia de culpas do agente e da vtima chegam a ponto de, compensando-se, anularem totalmente a imputabilidade do dano.

A culpa exclusiva da vtima causa de excludente de3

responsabilidade,

neste

sentido,

tem-se

por

indispensvel

STOCO, Rui. Tratado de responsabilidade civil: doutrina e jurisprudncia. 7 ed. Revista, atualizada e ampliada, So Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007, p. 185. 4 STOCO, Rui. Tratado de responsabilidade civil: doutrina e jurisprudncia. 7 ed. Revista, atualizada e ampliada, So Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007, p. 185. Pgina 9 de 29

colacionar o entendimento do Supremo Tribunal Federal ao julgar o RE 179.147-1, veja-se:A responsabilidade civil das pessoas jurdicas de direito pblico e das pessoas jurdicas de direito privado, prestadoras de servio pblico responsabilidade objetiva -, com base no risco administrativo, ocorre mediante os seguintes requisitos: a) do dano; b) da ao administrativa; c) e desde que haja nexo causal entre o dano e a ao administrativa. II Essa responsabilidade objetiva, com base no risco administrativo, admite pesquisa em torno da culpa da vtima, para o fim de abrandar ou mesmo excluir a responsabilidade da pessoa jurdica de direito pblico ou da pessoa jurdica de direito privado, prestadora de servio pblico (STF 2 T. RE 179.147-1 Rel. Carlos Velloso j. 12.12.97 DJU 27.02.98, p.18). (grifouse).

Esse o caminho trilhado pela jurisprudncia, consoante se verifica dos seguintes arestos que ora colacionamos:TJMG-167639) AO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS, MATERIAIS E ESTTICOS - ACIDENTE DE TRNSITO RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO MUNICPIO - EXCLUDENTE - CULPA EXCLUSIVA DA VTIMA. A responsabilidade civil do Municpio objetiva, bastando para a sua configurao a comprovao do dano, do fato administrativo e do nexo de causalidade entre eles, mas, demonstrada uma das excludentes de responsabilidade, qual seja, a culpa exclusiva da vtima no acidente de trnsito, a improcedncia do pedido medida que se impe, no havendo que se falar em pagamento de indenizao. (Apelao Cvel n 1.0686.02.048007-1/001(1), 8 Cmara Cvel do TJMG, Rel. Teresa Cristina da Cunha Peixoto. j. 22.01.2009, unnime, Publ. 06.03.2009). TJSC-162949) RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DE TRNSITO - PRETENSO DEDUZIDA EM FACE DO ENTE PBLICO E DO SERVIDOR - DENUNCIAO DA LIDE SEGURADORA - PRETENSO JULGADA IMPROCEDENTE CULPA EXCLUSIVA DO AUTOR - RECURSO DESPROVIDO. "O princpio da responsabilidade objetiva no se reveste de carter absoluto, eis que admite o abrandamento e, at mesmo, a excluso da prpria responsabilidade civil do Estado, nas hipteses excepcionais configuradoras de situaes liberatrias - como o caso fortuito e a fora maior ou evidenciadoras de ocorrncia de culpa atribuvel prpria vtima (RDA 137/233 - RTJ 55/50)" (RE n 109.615-2, Min. Celso de Mello). Provado que o acidente de trnsito ocorreu por culpa exclusiva do prprio autor, impe-se a confirmao da sentena que rejeitou a sua pretenso indenizatria. Pgina 10 de 29

(Apelao Cvel n 2009.025692-7, 1 Cmara de Direito Pblico do TJSC, Rel. Newton Trisotto. unnime, DJe 09.12.2009).

Em consonncia com o exposto, verifica-se que no caso em tela que, a conduta praticada pelo condutor da 1 Requerida, no infringe o disposto no Cdigo Nacional de Trnsito em relao distncia de segurana a ser respeitada, contudo, no caso em apreo, tem-se que o Requerente parou o seu veculo na rodovia, infringindo assim o disposto no inciso V, do art. 182 do CTB. Assim, normalmente, em colises de veculos, culpado o motorista que trafega atrs, pois a ele compete extrema ateno com a corrente de trfego que lhe segue frente. Muito embora a regra comporte exceo, como a frenagem repentina, inesperada e imprevisvel, conforme ser demonstrado no decorrer da instruo processual (Ap. n 50.400, 2 CCTASP, RT 363/196). Deste modo, diante da culpa exclusiva do condutor do veculo pelo resultado danoso, o feito deve ser julgado totalmente improcedente, condenando-se o Requerente ao pagamento das custas processuais e dos honorrios advocatcios. Entretanto, em ateno ao princpio da eventualidade, na remota hiptese de no se entender pela culpa exclusiva do condutor do veculo no caso, deve ser reconhecida a responsabilidade objetiva da 2 Requerida (Eco Cataratas). 3.1.2 RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA 2 REQUERIDA Tendo em vista que a 2 Requerida (Eco

Cataratas), na qualidade de empresa concessionria de servio pblico, a qual em que pese seja criada nos moldes do Direito

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Privado, no entanto, possu caractersticas de Direito Pblico, pois prestam servios de competncia do Estado. Assim, considerando que a 2 Requerida deixou de sinalizar o local do acidente, o qual posteriormente resultou no impedimento da via e com isso na posterior coliso traseira pelo condutor da 1 Requerida, desta forma, tem-se que a 2 Requerida (Eco Cataratas) responde objetivamente, haja vista que, o ato de no promover a devida sinalizao configura comportamento danoso comissivo por omisso. Ademais, Rui Stoco5 esclarece que a relao entre as concessionrias e o usurio da rodovia contratual. E, como este paga o preo pblico e no tributo (taxa), converte-se em consumidor. Deste modo, tem-se que a 2 Requerida na qualidade de concessionria respondem objetivamente pelos danos causados a usurios, quer por serem fornecedores de servio, logo, submetidas ao Cdigo do Consumidor. Neste sentido, faze-se necessrio colacionar o seguinte julgado, o qual trata da responsabilidade objetiva das concessionrias de rodovias pedagiadas, por danos causados a seus usurios em acidentes resultantes de ausncia de sinalizao, vejase:TJPR-065415) ACIDENTE DE TRNSITO OCORRIDO EM RODOVIA OBJETO DE CONCESSO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA CONCESSIONRIA. AUSNCIA DE CULPA DA VTIMA. DEPRESSO NA PISTA NO SINALIZADA ADEQUADAMENTE. DEVER DE INDENIZAR. DANO MORAL. CARACTERIZAO. APELAO NO PROVIDA. 1. As concessionrias de rodovias pedagiadas respondem objetivamente pelos danos causados a usurios, quer por serem fornecedores de servio, logo, submetidas ao Cdigo do Consumidor, quer porque o artigo 37, 6, da Constituio Federal submete-as ao mesmo regime da responsabilidade civil da Administrao Pblica. 2. Sendo objetiva a responsabilidade, da STOCO, Rui. Tratado de responsabilidade civil: doutrina e jurisprudncia. 7 ed. Revista, atualizada e ampliada, So Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007, p. 1151. Pgina 12 de 295

concessionria o nus de provar a culpa da vtima, exclusiva ou concorrente. 3. A morte do filho causa aos pais dano moral, porquanto o evento causa-lhes fortes sentimentos negativos que perturbam drasticamente a sua integridade psquica, esta um direito fundamental. 4. A indenizao do dano moral deve realizar as finalidades compensatria, punitiva e dissuasria, cabendo ao Juiz arbitr-la de acordo com a gravidade da leso, a intensidade das repercusses do ato ofensivo na vida do ofendido, o grau de culpa do ofensor, a capacidade econmica deste e, especialmente nas relaes de consumo, visando dissuadir o fornecedor de insistir em condutas de risco. Apelao no provida. (Apelao Cvel n 0612350-8, 10 Cmara Cvel do TJPR, Rel. Valter Ressel, Rel. Convocado Albino Jacomel Guerios. j. 24.09.2009, unnime, DJe 09.10.2009).

Por todo o exposto, verifica-se que, caso a concessionria houvesse cumprido com o seu dever de sinalizar os locais de acidente, a qual deve ser suficiente para informar aos condutores que seguem o fluxo, acerca da necessidade de reduzir a velocidade e com isso evitar outros acidentes, conforme ocorreu no caso em tela. Contudo, em ateno ao princpio da eventualidade, no sendo este o entendimento do r. Juzo, assim, a responsabilidade objetiva da 1 Requerida deve ser afastada haja vista a culpa concorrente da vtima (Requerente) para com o comportamento comissivo por omisso da 2 Requerida (Eco Cataratas), sendo que o ato de frear bruscamente (Requerente) corroborado com a ausncia de sinalizao (2 Requerida Eco Cataratas), contribuiu de forma determinante para o sinistro verificado, consoante as razes acima aduzidas. 3.1.3 CULPA CONCORRENTE REQUERENTE E A 2 REQUERIDA No sendo o entendimento do r. Juzo quanto a culpa exclusiva da vtima, bem com, no acolhendo a responsabilidade objetiva da 2 Requerida (Eco Cataratas) em razoPgina 13 de 29

do comportamento comissivo por omisso, assim, faz-se necessrio despender anlise acerca da culpa concorrente entre a manobra imprudente realizada pela Requerente, a qual corroborada com a ausncia de sinalizao adequada quanto ao local do acidente que resultou no impedimento da pista de rolamento. Sobre esta questo, o Prof. Celso A. Bandeira de Mello6 leciona que:Hipteses haver em que o evento lesivo seja fruto de ao conjunta do Estado e do lesado, concorrendo ambos para a gerao do resultado danoso. (...) Haver, sim, atenuao do quantum indenizatrio, a ser decidido na proporo em que cada qual haja participado para a produo do evento.

Neste sentido, o festejado doutrinador Rui Stoco7 ao comentar o art. 945 do Cdigo de Processo Ciivil leciona que: ... a grande virtude da disposio legal est em que a concorrncia de culpas entre autor e vtima far com que a repartio do prejuzo seja proporcional, de modo que no se submeta a critrio de diviso em partes iguais, que se mostrava injusto e, s vezes, odioso". Assim, verificando-se concausas, do Requerente e da 2 Requerida (Eco Cataratas) simultaneamente, importa aferir-se se uma delas no foi determinante dos danos verificados. No caso, no resta dvida de que a causa determinante para o sinistro foi imprudncia do Requerente o qual freou seu veculo bruscamente, ato continuo, parou o seu veculo na pista de rolamento, infringindo assim o disposto no inciso V, do art. 182 do CTB. Entretanto, a ausncia de sinalizao na via configura causa de ato comissivo por omisso, o qual resulta no dever de indenizar por parte da 2 Requerida (Eco Cataratas), afastandoMELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 15 ed., Malheiros. So Paulo: 2002, pg. 883 7 STOCO, Rui. Tratado de responsabilidade civil: doutrina e jurisprudncia. 7 ed. Revista, atualizada e ampliada, So Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007, p. 145. Pgina 14 de 296

assim, a responsabilidade objetiva da 1 Requerida, a qual no teve condies de promover a frenagem adequada e o desvio do veculo do Requerente. Em conformidade com o exposto, tem-se por oportuno colacionar os seguintes julgados, os quais tratam da culpa corrente e suas conseqncias de ordem indenizatria, quais sejam, a reduo no quantum indenizatrio proporcional a conduta praticada por ambas as partes, veja-se:TJPR-055710) APELAO CVEL - ADMINISTRATIVO ACIDENTE DE TRNSITO VTIMA FATAL RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO - NEXO CAUSAL COMPROVADO. INEXISTNCIA DE CULPA EXCLUSIVA DA VTIMA, MAS DE CULPA CONCORRENTE - NECESSIDADE DE REDUO EM 50% DO QUANTUM INDENIZATRIO FIXADO EM SENTENA - MANUTENO DAS VERBAS DE SUCUMBNCIA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO - SENTENA MANTIDA QUANTO AO MAIS EM REEXAME NECESSRIO. Em se tratando de ente pblico, ao qual se aplica a responsabilidade objetiva pelos danos por ele causados, no h que se falar em culpa do agente, mas apenas em nexo causal entre a conduta do agente e o dano, o que restou comprovado. Tendo a vtima concorrido para o resultado do evento danoso, o fato deve ser levado em conta para a fixao da indenizao, razo pela qual deve ser reduzido em 50% o valor determinado pela sentena, mantendo-se a sucumbncia como fixada. (Apelao Cvel e Reexame Necessrio n 0564709-2, 2 Cmara Cvel do TJPR, Rel. Slvio Dias. j. 09.06.2009, unnime, DJe 22.06.2009). TJDFT-080290) CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E CIVIL. APELAO CVEL. INDENIZAO POR ATO ILCITO. ACIDENTE DE TRNSITO. DANO MORAL E MATERIAL. CONCESSIONRIA DE SERVIO PBLICO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. CULPA CONCORRENTE. PENSIONAMENTO AOS DEPENDENTES. LIMITE TEMPORAL. CORREO MONETRIA. JUROS. 1. As pessoas jurdicas de direito privado, prestadoras do servio pblico de transporte, respondem objetivamente pelos danos causados a terceiros, conforme disposto no pargrafo 6 do artigo 37 da Constituio Federal, salvo se provada ocorrncia de fora maior ou culpa exclusiva da vtima. 2. Restando caracterizada a culpa concorrente, o dever de indenizar deve atender ao critrio da proporcionalidade. 3. Devem ser ressarcidos os danos morais advindos da dor e sofrimentos causados pela perda sbita do ente querido. 4. Os juros de mora e a correo Pgina 15 de 29

monetria, em casos de indenizao por dano moral, correro a partir da fixao do valor indenizatrio, seja sentena ou acrdo. 5. devida a penso mensal aos dependentes da vtima, no valor equivalente a 1/3 do salrio mnimo para cada, porquanto ausente prova dos rendimentos do falecido e reconhecida a culpa concorrente. 6. Em caso de responsabilidade extracontratual, ainda que objetiva, os juros moratrios so devidos a partir do evento danoso. Smula n 54 do STJ. 7. A extino da obrigao em relao aos beneficirios que atingirem a idade limite transfere aos demais o direito de acrescer a quota-parte exonerada. 8. Recurso parcialmente provido. (APC n 20050510029273 (338434), 3 Turma Cvel do TJDFT, Rel. Mrio-Zam Belmiro. j. 15.10.2008, unnime, DJU 19.01.2009, p. 70).

Ademais,

tem-se

que

no

caso

em

tela,

o

Requerente buscou ser indenizado pelo seguro obrigatrio DPVAT, conforme documento em anexo a pea portal, sendo assim, tem-se que, caso Vossa Excelncia entenda no sentido de indenizar o Requerente, seja atribudo a responsabilidade objetiva a 2 Requerida (Eco Cataratas), seja atribuindo culpa concorrente entre o Requerente e a 2 Requerida (Eco Cataratas) e com isso, fixando indenizao proporcional as condutas praticadas, assim, em consonncia com o disposto na Smula n 246 do STJ, o valor do seguro obrigatrio deve ser deduzido da indenizao judicialmente fixada, veja-se:

STJ Smula n 246 - 28/03/2001 - DJ 17.04.2001 Seguro Obrigatrio - Indenizao Judicial O valor do seguro obrigatrio deve ser deduzido indenizao judicialmente fixada.

da

Neste sentido, tem-se o seguinte julgado o qual amolda-se perfeitamente ao caso em apreo, veja-se:TJDFT-092490) AO DE INDENIZAO. AGRAVO RETIDO. AUSNCIA DE REITERAO. ACIDENTE DE TRNSITO. EMPRESA PRESTADORA DE SERVIO PBLICO DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. DANO MORAL. VALORAO. SEGURO OBRIGATRIO. SMULA 246/STJ. PENSO MENSAL. SALRIO MNIMO. LIMITE TEMPORAL. I - A Pgina 16 de 29

parte deve reiterar o pedido de apreciao do agravo retido, nas contrarrazes ou na apelao, sob pena de no conhecimento, nos moldes do art. 523, 1, do CPC. II - A responsabilidade civil de empresa prestadora de servio pblico de transporte de passageiros objetiva, art. 37, 6, da CF, cuja obrigao de indenizar somente se afasta com a prova de caso fortuito ou fora maior, ou culpa exclusiva da vtima. Provada culpa concorrente da vtima em grau mdio, a indenizao deve ter a correspondente reduo, nos termos que decidiu a r. sentena. III - A valorao da compensao moral deve observar o princpio da razoabilidade, a gravidade, a repercusso do dano, bem como a intensidade e os efeitos da leso. A finalidade compensatria, por sua vez, deve ter carter didticopedaggico, evitado o valor excessivo ou nfimo, objetivando, sempre, o desestmulo conduta lesiva. Mantido valor fixado pela r. sentena. IV - Para evitar o enriquecimento sem causa, a importncia referente ao seguro obrigatrio deve ser deduzida do valor total da condenao. Smula 246/STJ. V - A fixao de penso mensal em salrio mnimo no viola a Constituio Federal, uma vez que permitida mesmo antes do advento da Lei 11.232/05. VI Quanto ao limite temporal da penso, a jurisprudncia consolidou entendimento segundo o qual, em relao aos filhos, dever ser paga at a idade de 25 anos, quando se presume terem concludo sua formao. VII - Apelaes conhecidas. Parcialmente provido o recurso do ru e improvido o recurso do autor. (Processo n 2000.04.1.004274-5 (407173), 1 Turma Cvel do TJDFT, Rel. Vera Andrighi. unnime, DJe 08.03.2010).

Com a devida vnia Excelncia, denota-se das razes ora apresentadas, bem como, das fotos acostadas a presente contestao, que o condutor (Requerente) fora extremamente irresponsvel ao promover a frenagem brusca, bem como, a 2 Requerida (Eco Cataratas) seno for considerada integralmente responsvel pela ocorrncia do acidente, deve ser condenada de modo concorrente com o Requerente. Nesta senda, no pode o judicirio agasalhar o pleito da parte do Requerente, haja vista que, dar provimento ao pleito concedendo a reparao dos danos ao condutor sob a alegao de que a culpa do acidente seja do condutor da 1 Requerida, visto que no teve condies de promover manobra evasiva e impedir o ocorrido, quando este fora surpreendido por manobra imprudente ePgina 17 de 29

negligente do Requerente, penalizando o errio indevidamente e com isso, alocar verbas sob a rubrica de indenizao as quais poderiam ser alocadas para outro fim em prol dos muncipes. Por cautela, no sendo este o entendimento de Vossa Excelncia, o que no se espera, requer sejam observadas as demais razes a seguir expostas, ocasio em que sero impugnados os pedidos elencados na pea vestibular. 3.2 DA IMPUGNAO DOS PEDIDOS Extra-se da pea portal que, o Requerente busca em juzo indenizao por danos materiais, morais e lucros cessantes. Sendo assim, faz-se necessrio analisar separadamente os danos supra mencionados, para finalmente a presente ao ser julgada totalmente improcedente. 3.2.1 DOS DANOS MATERIAIS 3.2.1.1 DESPESAS MDICAS HOSPITALARES O Requerente busca com a presente ao

indenizatria, o ressarcimento das despesas mdicas hospitalares supostamente desembolsadas em decorrncia do acidente. Ademais, em tutela antecipada, pretende perceber o valor de R$ 38.300,00 (trinta e oito mil e trezentos reais) referentes ao veculo importado marca BMW, modelo 5281 DD61, placas LYB9868, ano 1996, preta, chassi WBADD61T1TBR06665. Contudo, em que pese o exposto, o Requerente no traz ao processo elementos suficientes para comprovar o dano sofrido.

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Assim, tem-se que, com relao s despesas mdicas hospitalares, verifica-se que o documento emitido pelo Hospital So Lucas, no se trata de nota fiscal, nem tampouco recibo de pagamento, mas sim de oramento, com valores estimados e no com valores que o requerente realmente desembolsou, o qual, diga-se de passagem, no contm qualquer assinatura que ateste a sua autenticidade, restando assim, IMPUGNADO qualquer valor probante. Por cautela, no sendo este o entendimento de Vossa Excelncia, o que no se espera, tem-se que a busca da verdade real dos autos ser suprida com a expedio de ofcio ao Hospital So Lucas, situado na Rua Engenheiro Rebouas, n 2219, no Municpio de Cascavel, Estado do Paran, para que junte aos autos nota fiscal ou recibo de pagamento das despesas mdicas hospitalares do Requerente, bem como, informe se eventuais despesas foram pagas pelo Requerente, pelo seguro DPVAT ou por plano de sade. 3.2.1.2 INDENIZAO REFERENTE AO VECULO O Requerente busca ser ressarcido dos prejuzos referentes ao veculo importado marca BMW, modelo 528i DD61, placas LYB-9868, ano 1996, preta, chassi WBADD61T1TBR06665. Entretanto, tem-se que o mesmo no parte legtima para pleitear o exposto, haja vista que, com base no contrato de compromisso de compra e venda e licenciamento em anexo, verifica-se que o veculo pertence a Pablo Antonio Jos ou a Rosemilda Eva de Lima. Neste sentido, em que pese argumentao exarada em preliminar de mrito, bem como, os entendimentos jurisprudenciais colacionados anteriormente, contudo, torna-se por no ter

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indispensvel colacionar o seguinte julgado, o qual amolda-se perfeitamente ao caso em apreo, veja-se:TJSC-159394) RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRNSITO. PLEITO DE INDENIZAO POR DANOS CAUSADOS AO VECULO. DEMANDA AJUIZADA PELO CONDUTOR DO AUTOMVEL E NO PELO PROPRIETRIO. ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DO CONDUTOR QUANTO A ESTE PEDIDO CORRETAMENTE RECONHECIDA PELO JUZO A QUO. Ausncia de condio da ao. Pleito indenizatrio, tambm, por danos morais e materiais, estes consistentes em despesas com tratamento de sade. Denunciao a lide da seguradora, levada a efeito pelo ru. Negativa de pagamento da indenizao por parte a denunciada. Embriaguez do ru/denunciante no momento do sinistro comprovada. Circunstncias fticas que indicam o estado ebrioso do ru/segurado como causa certa para o acidente. Invaso de pista contrria em rodovia de intenso trfego. Infrao aos princpios que regem as relaes contratuais. Dever de indenizar da seguradora no evidenciado. Sentena reformada. Recurso do autor desprovido. Recurso da litisdenunciada provido. (Apelao Cvel n 2009.049336-7, 3 Cmara de Direito Civil do TJSC, Rel. Marcus Tlio Sartorato. unnime, DJe 26.10.2009).

Em consonncia com o exposto e em conformidade com a Lei Processual Civil, torna claro o fato de o Requerente no ser parte legtima para ingressar com o presente pedido, uma vez que, o fato de estar conduzindo veculo de terceiro no lhe autoriza a ingressar com ao de ressarcimento em decorrncia dos danos resultantes do acidente de trnsito, razo pela qual IMPUGNA-SE. Por cautela, no sendo este o entendimento de Vossa Excelncia, o que no se espera, requer sejam observadas as demais razes a seguir expostas. Assim, extra-se dos autos que o Requerente busca ser ressarcido do valor total do veculo, entretanto, no apresenta laudo pericial por pessoa capacidade para demonstrar no ser mais possvel concertar o veculo. Ademais, verifica-se que o Requerente pleiteou em tutela antecipada o ressarcimento no importe de R$ 38.300 (trinta ePgina 20 de 29

oito mil e trezentos reais), porm, em consulta a tabela FIPE verificase que o valor de mercado do referido veculo compreende a importncia de R$ 28.371,00 (vinte e oito mil, trezentos e setenta e um reais), restando assim, devidamente IMPUGNADO. De outro norte, caso no decorrer da instruo processual seja comprovado no ser possvel promover o reparo no veculo avariado, o Requerente deve promover a venda do veculo como sucata sendo que, o valor obtido com a venda ser abatido do valor a ser indenizado. 3.2.2 DOS DANOS MORAIS O Requerente pretende ser indenizado por danos morais alegando que, o dano moral sempre em consequncia de uma leso ao direito, qualquer que seja a sua origem, patrimonial ou no. Ademais, destaca que o que deve servir de medida do dano no o patrimnio a pessoa que tanto pode ser lesada no que quanto no que tem. No que concerne a o quantum indenizatrio, faz meno a importncia do valor pedaggico da ao indenizatria, como forma de suprir, de forma equilibrada, todo o sofrimento causado ao Requerente diante de todo o alegado. Contudo, em que pese os argumentos elencados pea portal, a 1 Requerida vm presena de Vossa Excelncia, com a devida vnia, manifestar sua indignao para com o exposto, o que o faz sob os seguintes argumentos. Inicialmente, o caso em tela trata-se de acidente de trnsito, o qual no se faz necessrio despender grande esforo exegtico para compreender sobre a ausncia de inteno para o resultado, mas sim fato que pode ocorrer com qualquer pessoa que esteja transitando pelas rodovias deste pas.Pgina 21 de 29

Sendo assim, no h que se falar em indenizao de danos morais ao Requerente o qual, seno deu causa exclusivamente ao feito, concorreu com sua parcela de culpa para com a 2 Requerida. Em que pese o exposto, o pleito indenizatrio desta ordem somente ocorre quando o Requerente comprova que o acidente tenha causado sofrimento de ordem moral, o que no o caso, razo pela qual IMPUGNA-SE. Neste sentido, faz-se necessrio colacionar o seguinte julgado extrado do Tribunal Regional Federal da 4 Regio, o qual nega a ocorrncia de danos morais devido ao simples acidente e assevera que, o autor deve fazer prova de que, em razo do ocorrido, sofreu humilhao e vexames, seno vejamos:TRF4-087133) AO INDENIZATRIA. ACIDENTE DE TRNSITO. BURACOS NA PISTA. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MATERIAIS. DEVER DE INDENIZAR. INOCORRNCIA DE DANOS MORAIS. Entendo que se as provas documentais deixam alguma margem de dvida acerca dos fatos, os depoimentos testemunhais so suficientes para afast-la. Restou comprovado nos autos que o autor teve os quatro pneus de seu carro furados em decorrncia de buracos na pista em que trafegava. Trata-se, in casu, de responsabilidade subjetiva do Estado, na medida em que os supostos danos causados ao autor seriam decorrentes do no agir da r, quando havia obrigao legal em faz-lo. Agiu a r com negligncia, na medida em que deixou de adotar as medidas necessrias conservao da pista, gerando srios riscos aos motoristas que l trafegam. Ademais, restou evidente que o dano no veculo do autor decorreu dos buracos existentes na pista, sendo as testemunhas ouvidas unnimes nesse sentido. Desse modo, configurada a responsabilidade civil, deve a r indenizar pelos danos decorrentes de sua conduta. O simples acidente sofrido no pode ser considerado, por si s, causador de dano moral indenizvel. Deveria o autor fazer prova de que, em razo do ocorrido, sofreu humilhaes e vexames. Em nenhum momento restou comprovada a alegao de que teriam as filhas do autor e sua esposa ouvido improprios enquanto aguardavam seu retorno. No tendo o autor trazido aos autos elementos comprobatrios do dano sofrido, tenho que ele no se desincumbiu do nus que lhe cabia, nos termos do art. 333, inc. I, do CPC, merecendo ser julgado improcedente o pedido nesse tocante. (Apelao Cvel Pgina 22 de 29

n 2004.70.01.009460-6/PR, 3 Turma do TRF da 4 Regio, Rel. Vnia Hack de Almeida. j. 26.09.2006, unnime, DJU 25.10.2006).

Em razo do exposto, verifica-se no caso em tela que o Requerente no traz aos autos provas quanto a eventuais prejuzos dos danos morais, sendo assim, merece ser julgado improcedente o presente pedido, por ser medida da mais lidima e refulgente justia, sendo assim, IMPUGNA-SE. 3.2.3 DOS LUCROS CESSANTES O Requerente busca ser ressarcido de lucros cessantes alegando ser profissional liberal e perceber o importe mensal de R$ 18.000,00 (dezoito mol reais), em mdia. Declara ainda que, em decorrncia do acidente permaneceu afastado de suas atividades laborais e com isso teria sofrido brusca queda em seus rendimentos. Ademais, o Requerente visando comprovar seus rendimentos ao r. Juzo, junta notas fiscais de prestao de servio, srie F-1, supostamente emitida pela empresa LIMA Propagandas e Publicidade Ltda, de propriedade da senhora Rosemilda Eva de Lima (cnjuge do Requerente). Denota-se Excelncia que, o Requerente apresenta to somente quatro notas fiscais com o fito de demonstrar os seus rendimentos, as quais alm de possurem valores diversos foram emitidas pela empresa da cnjuge do Requerido, sendo assim, no mnimo suspeito. Entretanto, Requerente em momento a 1 Requerida entende quase que, o algum demonstrou foram

efetivamente os valores que deixou de auferir em decorrncia do suposto acidente, bem como, qual seria o perodo em que ficou

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impossibilitado de exercer suas atividades profissionais, sequer demonstrou ter ficado incapacitado para o trabalho. De outro norte, a m-f por parte do Requerido configura-se em diversas oportunidades e dentre elas tem-se que, o Requerido afirma em sua pea vestibular perceber a importncia mdia mensal de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais). Contudo, verificase que a soma das notas acostadas aos autos resultam no valor aportado, entretanto, tem-se que o valor refere-se a 6 (seis) meses de labor, assim, o valor mensal percebido seria de R$ 5.150,00 (cinco mil, cento e cinquenta reais). Em consonncia com o exposto, no h que se falar em pagamento a ttulo de lucros cessantes, haja vista que, o Requerente em momento algum demonstrou de forma concreta os prejuzos que teria amargado, sendo assim, acolher o presente pleito configura caso flagrante de enriquecimento sem causa. Em razo do exposto, tem-se que a splica esposada merece ser rechaada de plano ante a inexistncia de provas, sendo assim, requer-se a improcedncia do pedido de lucros cessantes. No entanto, apenas por amor teoria argumenativa, cabe ao Juzo ponderar que no existem elementos nos autos capazes de demonstrar os prejuzos suportados pelo Requerente, contudo, caso o r. Juzo entenda pela procedncia do pedido, faz-se necessrio que o Requerente apresente sua Declarao de Imposto de Renda referente ao ano de 2010, sob pena de que seja oficiada a Receita Federal acerca dos rendimentos apontados na ordem de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais mensais). Apresentada a referida Declarao de Imposto de Renda ser possvel mensurar os rendimentos mensais do Requerente e com a devida comprovao nos autos de que o mesmoPgina 24 de 29

permaneceu afastado do labor, ser possvel indenizar os lucros cessantes na exata proporo das perdas. Ante ao exposto, em que pese os danos alegados, o pleito indenizatrio no merece ser acolhido haja vista as razes expostas na presente contestao, bem como, em conformidade com as demais provas que sero produzidas no decorrer da instruo do processo. 3.2.4 DA RESPONSABILIDADE SOLIDRIA O Requerente pretende ver as Requeridas ser declaradas solidariamente responsveis pelos danos sofridos pelo mesmo. Ademais, caso for reconhecida a solidariedade passiva, o Requerente teria condies de escolher se quer demandar contra todos os devedores ou contra qualquer deles. No entanto Excelncia, os argumentos proferidos na presente contestao devem ser considerados afastando assim, a responsabilidade da 1 Requerida a qual guardava distncia segura entre o veculo da frente que freou bruscamente na via, a qual no estava sinalizada corretamente. Em razo do exposto, IMPUGNA-SE o presente pedido, devendo ser reconhecido no caso em tela culpa exclusiva da vtima ou a responsabilidade objetiva da 2 Requerida (ato comissivo por omisso) ou alternativamente, seja reconhecida a culpa concorrente entre as condutas praticadas pelo Requerente (frenagem brusca na via) e pela 2 Requerida (Eco Cataratas) (ausncia de sinalizao suficiente para informar aos condutores acerca do impedimento da via, configurando assim, ato comissivo por omisso. 3.2.5 DA TUTELA ANTECIPADA

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O

Requerente

pretende

liminarmente

ser

reembolsado das despesas mdicas, bem como do valor do seu veculo importado marca BMW, modelo 528i DD61, placas LYB-9868, ano 1996, preta, chassi WBADD61T1TBR06665, em decorrncia da morosidade do judicirio. Entretanto, verifica-se no caso em tela que, esto ausentes a prova inequvoca da verossimilhana do direito alegado e o perigo de leso grave ou de difcil reparao na espera do normal desenrolar do curso processual, impossvel a concesso da antecipao dos efeitos da tutela pretendida. Ademais, tendo em vista tratar-se de Requeridos de ente Pblico h limitao para tal concesso. Neste sentido, BENUCCI8 apresenta quais seriam os argumentos que afastam aplicao de tutela antecipada em face da Fazenda Pblica, veja-se:A tendncia inicial entre os autores apontava para a no aceitao da antecipao da tutela em face da Fazenda Pblica, e baseava-se, essencialmente, em trs argumentos principais: as disposies legais previstas nas Leis n 8.437/92 (posteriormente abarcada pela Lei 9.494/97); o reexame necessrio como condio da eficcia da deciso proferida contra a Fazenda Pblica (art. 475, inc. II, do Cdigo de Processo Civil); e a obrigatoriedade de que a realizao dos pagamentos, por fora de sentenas judiciais condenatrias contra a Fazenda Pblica, deve guardar respeito ordem cronolgica dos precatrios requisitrios de pagamento (dispositivo previsto no art. 730 do Cdigo de Processo Civil, consagrado constitucionalmente pelo art. 100 da Constituio Federal de 1998).

Em consonncia com o exposto, denota-se que somente a existncia de prova inequvoca a qual seja suficiente para convencer a verossimilhana das alegaes da parte, que autoriza o provimento antecipatrio da tutela jurisdicional em processo de conhecimento, o que no se verifica em momento algum nos autos.BENUCCI, Renato Luz. Antecipao da tutela em face da Fazenda Pblica. So Paulo: Dialtica, 2001, p. 47-48. Pgina 26 de 298

Sendo

assim,

requer-se

a

manuteno

do

indeferimento quanto tutela antecipada. 3.2.6 DA NECESSRIA REVOGAO QUANTO AO DEFERIMENTO DA JUSTIA GRATUITA Extra-se do caso em tela que o Requerente utilizase dos benefcios da Lei n 1.060/50, a qual estabelece normas para a concesso de assistncia judiciria aos necessitados, para pleitear a benesse da Justia Gratuita, a qual fora concedida pelo r. Juzo. Contudo, em que pese a Declarao de Pobreza firmada pelo Requerente e anexa aos autos, no entanto, o prprio Requerente em sua pea portal ao elencar os motivos acerca dos lucros cessantes, afirma que em mdia os seus rendimentos mensais resultam na importncia de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais). Sendo assim Excelncia, tem-se por necessrio revogar o benefcio da Justia Gratuita concedido ao Requerente, uma vez que, o mesmo possui plenas condies de arcar com as custas processuais sem prejuzo de seu prprio sustento ou de sua famlia. Neste sentido, faz-se necessrio trazer a baila os seguintes julgados extrados do Tribunal de Justia do Estado do Paran, bem como, do Tribunal de Justia do Estado do Rio Grande do Sul, seno vejamos:TJPR-070605) AO DE IMPUGNAO ASSISTNCIA JUDICIRIA GRATUITA. Existncia de documentos que comprovam que a impugnada capaz de pagar as custas processuais sem prejuzo de seu prprio sustento. Revogao do benefcio de justia gratuita concedido. Condenao da impugnada ao pagamento de custas processuais e honorrios advocatcios da ao rescisria. No condenao ao pagamento do dcuplo das custas processuais. Impugnao parcialmente procedente. (Impugnao Ao Pedido de Assistncia Judiciria n 0424050-0/01, 8 Cmara Cvel em Composio Integral do TJPR, Rel. Macedo Pacheco, Rel. Convocado Denise Kruger Pereira. j. 08.10.2009, maioria, DJe 20.11.2009). Pgina 27 de 29

TJRS-376063) APELAO CVEL. IMPUGNAO AO PEDIDO DE CONCESSO DO BENEFCIO DA JUSTIA GRATUITA. REVOGAO. CONJUNTO PROBATRIO. Elidida a presuno de que trata o 1 do art. 4 da Lei n 1.060/1950, porque evidenciadas as condies financeiras dos impugnados, procede a impugnao, revogando-se, de conseguinte, o deferimento do beneplcito. Sentena mantida. Recurso desprovido. (Apelao Cvel n 70029240074, 20 Cmara Cvel do TJRS, Rel. Jos Aquino Flores de Camargo. j. 24.06.2009, DJ 12.08.2009).

Assim, tendo em vista que o Requerente possui rendimento acima da mdia brasileira, fato este suficiente para afastar a sua condio de miserabilidade e com isso, ver-se revogado a benesse anteriormente concedida. Em razo do exposto, requer seja revogado o benefcio da Assistncia Judiciria Gratuita concedida ao Requerente, por ser medida da mais ldima e refulgente justia. 4 - DOS REQUERIMENTOS Diante do exposto, a) Requer preliminarmente o reconhecimento de ilegitimidade ativa da parte Requerente, extinguindo o feito em conformidade com o inciso VI, do artigo 267, do Cdigo de Processo Civil. b) Requer a 1 Requerida a total IMPROCEDNCIA da presente ao, por culpa exclusiva do condutor do veculo (Requerente), excluindo a responsabilidade da 1 Requerida, conforme acima exposto, com a condenao nas custas e despesas processuais e honorrios advocatcios; c) Em no se reconhecendo a culpa exclusiva do condutor do veculo (Requerente), seja-lhe reconhecida responsabilidade objetiva da 2 Requerida (Rodovia das Cataratas S/A ECOCATARATAS), em razo da ausncia de sinalizao na via, configurando assim, ato comissivo por omisso, conformePgina 28 de 29

amplamente demonstrado no decorrer das razes de contestao, condenando-a nas custas e despesas processuais e honorrios advocatcios; d) Em no se reconhecendo a culpa exclusiva do condutor do veculo, bem como, no sendo reconhecida a responsabilidade objetiva da 2 Requerida (Rodovia das Cataratas S/A ECOCATARATAS), seja-lhe reconhecida culpa concorrente entre as condutas do Requerente (frear bruscamente na via) e da 2 Requerida (Rodovia das Cataratas S/A ECOCATARATAS) (ausncia de sinalizao), como sendo determinante pelo sinistro e, via de conseqncia por todos os danos materiais e imateriais alegados, excluindo-se a responsabilidade da 1 Requerida e julgando-se totalmente improcedente a ao; Para instruir o processo, a 1 Requerida requer a produo de prova por todos os meios em direito admitidos, em especial o depoimento pessoal do Requerente, do condutor do nibus Paulo Rogrio Pereira, a oitiva de testemunhas, a juntada de novos documentos que se fizerem necessrios ao deslinde do feito. Nestes termos, pede e espera deferimento. CIDADE, Estado, em 03 de maro de 2011. FULANO DE TAL Advogado - OAB/PR sob n ........

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