Turma e Ano: Flex B (2014)

Matéria / Aula: Tutela coletiva / Aula 12

Professor: Samuel Côrtes

Contato >> Samuel@wcortesadvogados.com

Monitor: Joanes

CONTEÚDO DA AULA: Inquérito civil(continuação)

Fases do IC

Ao estudarmos sobre o IC, devemos, para melhor compreensão, avançar por fases. São quatro. reveja:

1ª Fase de instauração >> conforme a res. 23/07 do CNMP, a instauração é feita por portaria. Se houver indeferimento liminar caberá recurso administrativo. Se dessa decisão de indeferimento não houver recurso administrativo não haverá controle por parte do conselho superior. Se for deferido, caberá M.S.. O requerimento para instauração do IC pode ser anônimo e o MP está autorizado a fazer um procedimento preparatório. lembre que o IC em nada se confunde com o inquérito criminal.

2ª Fase probatória>> audiência pública / expedir recomendação 3ª Fase conclusão >> aqui pode se chegar a decidir pelo ajuizamento de

uma ACP, ou por firmar um TAC ou ainda, pelo arquivamento. 4ª Fase de desarquivamento.

O IC serve para qualquer tipo de ação perpetrada pelo MP?

Entendimentos:

1º Prof Didier. > apenas para ACP. 2º Majoritário> para Direitos coletivos e direitos individuais indisponíveis.

Qual é o principal efeito do IC?

Conforme artigo 26 do CDC, obstar a decadência.

Observações!!!

Muito se discute sobre a aplicação do contraditório. Classicamente se ente que não há. Todavia, existe doutrina mais moderna que entende que deve haver o mínimo do contraditório.

É possível, no inquérito civil, a interceptação telefonica?

Veja o que diz o inciso XII, do artigo 5º da CF/88: XII ­ é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

Considerando o art. 5º da CF/88, majoritariamente se entende que não.

Todavia, minoritariamente, se entende que não há no texto constitucional nenhum direito absoluto. Logo, seria possível no caso concreto.

Em todo caso, é possível pegar uma prova emprestada da ação penal para o inquérito civil ou para a ação civil publica..

Da fase probatória

Na fase instrutória o MP pode:

Notificar testemunhas > caráter coercitivo. Requisitar documentos; Realizar inspeção pessoal; Determinar a produção de prova pericial; Realizar audiência publica; Fazer recomendações.

Observações!!!

Corrente majoritária entende que a testemunha, no bojo de IC, não pratica falso testemunho. Conforme artigo 342 do CP.

Quanto a requisitar documentos tenha em mente as situação que devem ser observado a reserva de jurisdição. Veja, também, o art. 10 da lei 7347/85. E não esqueça que para rastreio de verba publica não é necessário autorização judicial.

Quando pensar em recomendações tenha em mente que o caráter é preventivo. Ou seja, antes da lesão. Isto quer dizer que não substitui o TAC nem a ACP.

O efeito pratico da recomendação é que uma vez expedida e não observada, presume­se que há uma conduta dolosa.

Há uma corrente doutrinaria que sustenta que uma vez respondida a recomendação e não observada, o prazo de 72 horras do artigo 20 da lei 9494/97 não deve prevalecer.

O IC não tem sigilo. Mas em algumas situações há. (ex. art. 7º da Res. 23/07 do CNMP) veja, também o que diz a súmula vinculante nº 14.

O prazo para conclusão do IC é de 1 ano. Podendo ser prorrogando. (art. 90 da Res. 23/07 do CNMP)

O prazo para a conclusão do procedimento preparatório é 90 dias. Seja no arquivamento do IC (que pode ser expresso ou implícito) ou seja

no arquivamento de TAC aplica­se o art. 9º da lei 7347/85 No arquivamento não há controle pelo judiciário. O MP não requer. Ele

promove. Quanto ao desarquivamento veja o que diz o artigo 12 da Res. 23/07 do

CNMP.

Fim de curso.

Ótimos estudos!!!

Paz e Bem!

.