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mento, está a cargo da Unida- de de Invesgação em Saúde do Instuto Politécnico de Lei- ria e conta com a colaboração de profissionais das instuições parceiras. O DARE+ foi também apresentado como exem- plo de projeto de melho- ria connua dos cuidados de enfermagem no 1º Seminário de Enferma- gem do ACES Pinhal Lito- ral que decorreu a 28 de Novembro de 2015 no Auditório da Escola Supe- rior de Saúde de Leiria. A assinatura do protocolo de arculação entre a ARS Centro, o CHL e o IPL que decorreu a 19 de Outubro veio facilitar o alar- gamento do Projeto DARE+ Diabetes mais Apoio Pelos Responsáveis Escolaresa todas as unidades e concelhos do ACES Pinhal Litoral. Para facilitar a expansão do projeto, irá decorrer na Escola Superior de Saúde de Leiria, nos dias 19,20 e 21 de Janeiro de 2016 a Formação Avançada A criança e adolescente com Dia- betes po 1 em contexto esco- lar”, dirigida a enfermeiros. A sua organização e desenvolvi- SUMÁRIO Ambição e Futuro 1 Dare+ e boas noticias 1 Procedimentos do Médico de Saúde Pú- blica perante uma notificação de tuber- culose 2 Consulta do viajante: Doenças veiculadas por mosquitos, que prevenção? 3 Campanha Vacinação contra a Gripe nas Instituições de Apoio a Idosos e Grupos Vulneráveis 4 Estabelecimentos de Apoio Social 5 A propósito da come- moração do dia mun- dial de luta contra a SIDA - Uma iniciativa conjunta com a Câma- ra Municipal de Leiria 6 Programa de Vigilân- cia Sanitária de Pisci- nas 7 Breve história das Piscinas 8 O tricot e o crochet na prevenção e trata- mento de doenças 9 Dizeres 9 Saúde em Portugal e Humanização 10 UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA ACES PINHAL LITORAL e-Boletim da Unidade de Saúde Pública JANEIRO DE 2016 Amália Assis Ana Silva Carolina Jordão Conceição Nolasco Dina Pascoal Fátima Soares Jorge Costa Odete Mendes Olinda Marques Paula Fernandes Teresa Gameiro Vitor Sousa AUTORES NÚMERO III QUADRIMESTRAL ACES PINHAL LITORAL Conteúdos O sucesso dos nossos propósitos, sejam estes pessoais ou profis- sionais, para além de pontuais conngências, depende essenci- almente daquilo que invesmos e damos de nós próprios. A com- petência de de- sempenho, a es- forçada dedica- ção, a convicção demonstrada e a ambição que nos mova. A nossa ambição, doseada e com uma boa dose de escrúpulos, pode- rá ser na vida um dos principais factores crícos de êxito. E se esvermos a falar de Saúde Pú- blica, a nobreza e o valor sem preço do que está em causa, jusficam sem sombra de dúvidas a nossa total com- petência, dedicação e convicção. Por outro lado, o nosso futuro, que se renova em cada momento, está também, em cada momento, depen- dente daquilo que fazemos ou que deixamos de fazer. Ambição e Futuro Jorge Costa Coordenador da Unidade de Saúde Pública DARE+ e boas notícias Maria de Fátima Soares Enfermeira de Saúde Pública Assim, ele nos responsabiliza por cada acto e por cada omis- são. Vem isto a propósito do desafio de Promover a Saúde através de uma Nova Ambição para a Saúde Pública”, que é lançado no presente Programa de Go- verno. A vida é composta por etapas, por ciclos, por tempose este pode bem ser um tempo de oportunidade para renovar a ambição na Saúde Pública e no Futuro. Ainda a propósito, aqui ficam os votos e a ambição de que o Novo Ano de 2016 possa trazer tudo de melhorpara todos e para cada um de nós. A vida é composta por etapas, por ciclos, por tempose este pode bem ser um tempo de oportunidade para renovar a ambição na saúde pública e no futuroNesse evento cienfico foram ainda apresentados outros pro- jetos em curso no ACES que tes- temunham o empenho e dedica- ção dos enfermeiros na procura de cuidados de excelência. Foto: Semanário Região de Leiria. Edição de 22 de Outubro de 2015 Assinatura do protocolo Eva Menino Enfermeira: ESSLei; UIS

Conteúdos 3

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O nº 3 do e-boletim Conteúdos divulga as atividades da Unidade de Saúde Pública do ACES Pinhal Litoral. Inclui uma reflexão sobre os procedimentos a ter em conta pelo Médico de Saúde Pública após uma notificação de Tuberculose, chama a atenção para as doenças veiculadas pelos mosquitos, aborda a vacinação contra a gripe e descreve o programa de vigilância sanitária de piscinas. Apresenta ainda um pequeno espaço de leituras sobre atividades extraprofissionais, sendo uma dedicada aos efeitos do tricot na saúde. Disponível em https://issuu.com/uspleiria/docs/conteudos_3?e=16811480/326

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mento, está a cargo da Unida-de de Investigação em Saúde do Instituto Politécnico de Lei-ria e conta com a colaboração de profissionais das instituições parceiras.

O DARE+ foi também apresentado como exem-plo de projeto de melho-ria contínua dos cuidados de enfermagem no 1º Seminário de Enferma-gem do ACES Pinhal Lito-ral que decorreu a 28 de Novembro de 2015 no Auditório da Escola Supe-rior de Saúde de Leiria.

A assinatura do protocolo de articulação entre a ARS Centro, o CHL e o IPL que decorreu a 19 de Outubro veio facilitar o alar-gamento do Projeto DARE+ “Diabetes mais Apoio Pelos Responsáveis Escolares” a todas as unidades e concelhos do ACES Pinhal Litoral.

Para facilitar a expansão do projeto, irá decorrer na Escola Superior de Saúde de Leiria, nos dias 19,20 e 21 de Janeiro de 2016 a Formação Avançada “A criança e adolescente com Dia-betes tipo 1 em contexto esco-lar”, dirigida a enfermeiros. A sua organização e desenvolvi-

S U M Á R I O

Ambição e Futuro 1

Dare+ e boas noticias 1

Procedimentos do Médico de Saúde Pú-blica perante uma notificação de tuber-culose

2

Consulta do viajante: Doenças veiculadas por mosquitos, que prevenção?

3

Campanha Vacinação contra a Gripe nas Instituições de Apoio a Idosos e Grupos Vulneráveis

4

Estabelecimentos de Apoio Social

5

A propósito da come-moração do dia mun-dial de luta contra a SIDA - Uma iniciativa conjunta com a Câma-ra Municipal de Leiria

6

Programa de Vigilân-cia Sanitária de Pisci-

nas

7

Breve história das

Piscinas 8

O tricot e o crochet na prevenção e trata-mento de doenças

9

Dizeres 9

Saúde em Portugal e Humanização

10

U N I D A D E D E S A Ú D E

P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

e-Boletim da Unidade de Saúde Pública

J A N E I R O D E 2 0 1 6

Amália Assis

Ana Silva

Carolina Jordão

Conceição Nolasco

Dina Pascoal

Fátima Soares

Jorge Costa

Odete Mendes

Olinda Marques

Paula Fernandes

Teresa Gameiro

Vitor Sousa

A U T O R E S N Ú M E R O I I I

Q U A D R I M E S T R A L

ACES PINHAL LITORAL

Conteúdos

O sucesso dos nossos propósitos, sejam estes pessoais ou profis-sionais, para além de pontuais contingências, depende essenci-almente daquilo que investimos e damos de nós próprios. A com-petência de de-sempenho, a es-forçada dedica-ção, a convicção demonstrada e a ambição que nos motiva.

A nossa ambição, doseada e com uma boa dose de escrúpulos, pode-

rá ser na vida um dos principais factores críticos de êxito. E se estivermos a falar de Saúde Pú-

blica, a nobreza e o valor sem preço do que está em causa, justificam sem sombra de dúvidas a nossa total com-petência, dedicação e convicção.

Por outro lado, o nosso futuro, que se renova em cada momento, está também, em cada momento, depen-dente daquilo que fazemos ou que deixamos de fazer.

Ambição e Futuro Jorge Costa Coordenador da Unidade de Saúde Pública

DARE+ e boas notícias Maria de Fátima Soares Enfermeira de Saúde Pública

Assim, ele nos responsabiliza por cada acto e por cada omis-são.

Vem isto a propósito do desafio de “Promover a Saúde através de uma Nova Ambição para a Saúde Pública”, que é lançado no presente Programa de Go-verno.

A vida é composta por etapas, por ciclos, por tempos… e este pode bem ser um tempo de oportunidade para renovar a ambição na Saúde Pública e no Futuro.

Ainda a propósito, aqui ficam os votos e a ambição de que o Novo Ano de 2016 possa trazer “tudo de melhor” para todos e para cada um de nós.

“A vida é composta

por etapas, por

ciclos, por tempos…

e este pode bem ser

um tempo de

oportunidade

para renovar a

ambição na saúde

pública

e no futuro“

Nesse evento científico foram ainda apresentados outros pro-jetos em curso no ACES que tes-temunham o empenho e dedica-ção dos enfermeiros na procura de cuidados de excelência.

Foto: Semanário Região de Leiria. Edição de 22 de Outubro de 2015

Assinatura do protocolo

Eva Menino Enfermeira: ESSLei; UIS

Page 2: Conteúdos 3

P Á G I N A 2

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

Após notificação dum caso de Tuberculose, a Autoridade de Saúde é informada pelo Sistema Nacional de Vigilância Epi-demiológica – SINAVE. Após ter tido conhecimento da notifi-cação, deve efetuar alguns passos importantes, para travar e evitar eventual progressão da doença na comunidade.

Os casos de tuberculose que requerem maior atenção, do ponto de vista epidemiológico, são os casos de tuberculose respiratória, embora as outras localizações (pleural, óssea, ganglionar ou de outro órgão) não devam ser descuradas, dado que podem ter também uma componente pulmonar, e nesse caso, com riscos potenciais de contágio.

Há que ter um cuidado especial com as crianças e com os imunodeprimidos, dado que o seu sistema imunológico não os consegue defender, podendo assim, mais facilmente, con-trair uma Tuberculose Infeção (Tuberculose Latente) ou mes-mo uma Tuberculose Ativa.

As crianças com menos de 6 anos e os imunodeprimidos, perante uma exposição a um caso bacilífero, devem fazer quimioprofilaxia, após exclusão de Tuberculose Ativa, mes-mo que os testes (TST e IGRA) sejam negativos.

Após a notificação dum caso de tuberculose, a Autoridade de Saúde deve efetuar o rastreio dos contactos próximos, po-dendo, para o efeito, fazer articulação com o Médico Assis-tente e com o Médico do Centro de Diagnóstico Pneumológi-co (CDP), com o objetivo de:

1. Identificar eventuais casos de Tuberculose Ativa

2. Identificar eventuais casos de Tuberculose Infeção (Tuberculose Latente)

3. Promover o tratamento dos casos identificados de Tuber-culose Ativa e de Tuberculose Latente, encaminhando-os para o CDP da área.

Procedimentos perante uma notificação de Tuberculose

1. Fazer os procedimentos habituais, no programa SINAVE:

a. Validar/Invalidar o caso

b. Fazer o Inquérito Epidemiológico

2. Rastrear os contactos do caso de Tuberculose, para:

a. Identificar ou excluir casos de Tuberculose Activa:

i. História clínica/sintomas

ii. RX tórax

b. Após exclusão de casos de Tuberculose Ativa, fazer a pesquisa de casos de Tuberculose Latente:

i. Teste Sensibilidade à Tuberculina (TST)

● Se TST ≥ 10 mm, pedir IGRA

a. Se IGRA positivo, estamos perante um caso de Tuberculose Latente - encaminhar para o CDP, para fazer tratamento.

b. Se IGRA negativo, repetir IGRA dentro de 2 a 3 meses.

● Se o TST < 10 mm, repetir TST dentro de 2-3 meses. Se o 2º TST ≥ 10 mm, pedir IGRA; se IGRA positivo, estamos em presença duma Tuberculose Latente; encaminhar para o CDP. Se IGRA negativo, não se confirma doença.

● Nos casos em que já há TST anteriores ≥ 10 mm, pode pedir-se logo o IGRA, sem fazer TST.

● Nos imunodeprimidos e nas crianças ≤ 5 anos e sem BCG, considera-se o TST positivo, a partir de 5 mm.

Após encaminhamento para o CDP, os casos confirmados como doença ativa, serão tratados com isoniazida, rifampi-cina, pirazinamida, etambutol durante dois meses (56 tomas) e depois mais quatro meses (126 tomas) de manu-tenção, com HR (isoniazida, rifampici-na). O tratamento é mais prolongado quando há cavitação pulmonar, quan-do os dois pulmões são atingidos, ou se a doença se localiza noutras zonas ou órgãos, podendo prolongar-se por 12 meses, nos casos de localização óssea ou do SNC.

Cerca de 20-30 % dos contactos com caso bacilífero, podem contrair Tuber-culose Infeção – Tuberculose Latente. Destes, cerca de 5 a 10%, irão desen-volver, no futuro, Tuberculose Doença, sendo que, em 10%, será nos dois anos seguintes à exposição.

O tratamento da Tuberculose Latente é efetuado, normal-mente, com HR (Isoniazida, rifampicina), durante 3 meses. Pode também fazer-se com H (isoniazida), 6 ou 9 meses, ou com R (rifampicina) 4 meses.

É importante informar os contactantes que os casos identifi-cados como Tuberculose Latente não são infeciosos, pelo que não têm risco de transmissão. Curam espontaneamente em 90% dos casos; contudo, cerca de 10% evoluem para Tubercu-lose Doença, pelo que é importante promover o seu adequa-do tratamento.

Bibliografia: (Tuberculose - Normas e recomendações) , DGS Consenso sobre a Abordagem da Criança Exposta a Doente com Tu-berculose, Aurora Carvalho, Isabel Carvalho, Laura Marques, Luísa Pereira, Maria João Brito, Raquel Duarte Grupo de trabalho da Socie-dade Portuguesa de Pediatria e Sociedade Portuguesa de Pneumolo-gia Acta Pediatr Port 2014;45:242-251 Planeamento do Rastreio de Contactos de Doentes com Tuberculose, DGS - Programa Nacional para a Tuberculose , Ana Maria Correia, Paula Valente, Raquel Duarte.

Procedimentos do Médico de Saúde Pública perante uma notificação de tuberculose

Vitor Sousa Médico de Saúde Pública

“Após a

notificação de

um caso de

tuberculose, a

Autoridade de

Saúde deve

efetuar o rastreio

dos contactos

próximos,

podendo, para o

efeito, fazer

articulação com

o Médico

Assistente e com

o Médico do

Centro de

Diagnóstico

Pneumológico

(CDP)”

Page 3: Conteúdos 3

Consulta do viajante: Doenças veiculadas por mosquitos, que prevenção?

P Á G I N A 3

As doenças veiculadas por mosquitos

são cada vez mais uma preocupação

pertinente. Isto porque, em geral, é

crescente o número de pessoas que

viajam, de acordo com a sua disponibi-

lidade, não pensando na adequação da

época do ano ao destino pretendido.

Assim, em particular, doenças como

Chikungunya, Dengue e vírus Zika têm-

se propagado pelos vários continentes

de forma célere, fazendo com que es-

tas doenças já tenham perdido a sua

circunscrição geográfica e sejam uma

preocupação progressivamente mais

relevante para os viajantes.

O facto de algumas das infeções virais

veiculadas por mosquitos serem, numa

percentagem considerável, assintomáti-

cas, faz com que o doente viaje sem ter

consciência de que, de facto, está doen-

te, servindo, inconscientemente, de fon-

te de disseminação.

A facilidade com que os mosquitos

“viajam”, em especial de barco, também

contribuiu para a sua disseminação pela

América Central e do Sul, África, Índia,

Ásia e Austrália.

Dentro das doenças deste tipo, mais

conhecidas, só a Febre Amarela e a En-

cefalite Japonesa têm vacina eficaz: a da

primeira é administrada em dose única,

com efeito protetor toda a vida, e para a

segunda são necessárias duas doses,

com intervalo de 8 dias (esquema rápi-

do) ou 1 mês (esquema normal).

Contudo, são as que não são possíveis

de prevenir através de vacina as mais

comuns, como Chikungunya, Dengue e

vírus Zika, já referidas.

Deste modo, é

importante que os

viajantes recorram

à Consulta do Via-

jante, onde é feito

o ensino sobre

cuidados de pre-

venção fundamen-

tais, nomeada-

mente cuidados

na casa/quarto

onde se irá pernoi-

tar, com o uso de repelente e aconselha-

mento de vestuário.

Há que evitar a picada dos mosquitos e

não pensar neles apenas depois da pica-

da acontecer. É na prevenção “que está

o ganho”.

Médicos de Saúde Pública: Amália Assis, Ana Isabel Nascimento, Ana Silva, Clarisse Bento, Corneliu Tapu (ISP), Gracinda Junqueira (ISP), Jorge Costa (Coordenador), José Luis Ruivo, Lourdes Costa, Odete Mendes, Ruben Rodri-gues (ISP), Rui Passadouro, Vitor Sousa

Enfermeiros: Dina Pascoal, Fátima Soares, Hélder Carreira

Técnicos de Saúde Ambiental: Anabela Cruz, Cátia Santos, Claudia Serrano, Helena Costa, Laurinda Lopes, Manuel Cardoso, Olinda Marques, Regina Costa, Rosália Campos, Teresa Gameiro

Assistentes Técnicos: Carolina Jordão, Conceição Nolasco, Elsa Oliveira (CEI), Gracinda Coutinho, Helena Carvalho, Margarida Santos, Olinda Nogueira, Paula Panta (CEI), Rosário Correia

Engenheira Sanitarista: Paula Fernandes

Profissionais da Unidade de Saúde Pública

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

N Ú M E R O I I I

ISP: Internato de Saúde Pública; CEI: Contrato de Emprego e Inserção

Ana Silva Médica de Saúde Pública

“... é importante

que os viajantes

recorram à

Consulta do

Viajante, onde é

feito o ensino

sobre cuidados

de prevenção

fundamentais …” Aedes aegypti

Page 4: Conteúdos 3

P Á G I N A 4

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

Esta relação de proximidade

com as instituições permite um

trabalho que é desenvolvido ao

longo do ano no desenvolvi-

mento de outras atividades,

nomeadamente as previstas no

Plano de Contingência para

Temperaturas Extremas Adver-

sas - Módulo Verão.

Reforçar a vacinação dos profis-

sionais de saúde do ACES, tem

sido uma preocupação da Equi-

pa Coordenadora da Vacinação,

uma vez que habitualmente

apresentam uma taxa de vaci-

nação contra a gripe baixa, na

ordem dos 49/40% (médicos e

enfermeiros, respetivamente).

Neste sentido, foram promovi-

das algumas estratégias de sen-

sibilização para a vacinação,

com veiculação de informação

isenta e afastamento de alguns

mitos, estando neste momento

a decorrer a recolha de dados,

mas prevendo-se melhorias nas

taxas de cobertura.

Referência bibliográfica:

1. Plano De Contingência Para Tem-peraturas Extremas Adversas-Módulo De Inverno 2015/2016 - DGS

Com a chegada das estações mais

frias, o outono e o inverno, surge

um aumento da incidência das infe-

ções respiratórias na população,

principalmente a gripe.

A Unidade de Saúde Pública tem

como principais objetivos a preven-

ção, contenção e controlo dessa

epidemia sazonal através de medi-

das de etiqueta respiratória, de

controlo de infeção e da promoção

da vacinação contra a gripe de

acordo com a Orientação anual da

DGS, que dá cumprimento ao pre-

visto no Plano de Contingência pa-

ra Temperaturas Extremas Adver-

sas - Módulo Inverno.

“O Plano de Contingência para

Temperaturas Extremas Adversas -

Módulo Inverno (Plano) surge na

sequência do Despacho nº 4113-

A/2015, de 13 de

abril, do Gabinete do

Secretário de Estado

Adjunto do Ministro

da Saúde, reforçando

a importância de to-

dos os serviços e esta-

belecimentos do Servi-

ço Nacional de Saúde

(SNS) implementarem

Planos de Contingên-

cia para Temperatu-

ras Extremas Adver-

sas, bem como do

Despacho nº 34/2015

de 9 de Setembro que

especifica algumas medidas.”(1)

No âmbito do Plano de Prevenção

e Resposta para o Outono/Inverno

das Infeções Respiratórias do ACES

Pinhal Litoral, a Unidade de Saúde

Pública aconselha, em setembro de

cada ano, todas as instituições de

apoio a idosos e outros grupos de

risco da sua área de abrangência

(cerca de 130), que se observem

cuidados especiais aos utentes apoi-

ados por aquelas instituições.

Além disso, solicita às mesmas que

procedam à identificação das suas

necessidades em vacinas, apoiadas

pelos documentos de operacionaliza-

ção então disponibilizados. A Unida-

de de Saúde Pública de Leiria, como

coordenadora de todo o processo,

foi responsável pela distribuição de

cerca de 5300 vacinas em 2014 e de

5500 (dados provisórios) em 2015, o

que corresponde a uma cobertura de

99% das instituições.

A vacinação normalmente inicia-se

em outubro, ficando à responsabili-

dade do serviço de enfermagem de

cada instituição ou da unidade de

saúde da área.

As listagens nominais dos utentes

vacinados, devolvidas pelas institui-

ções e recebidas na USP, permitem o

seu registo no SINUS favorecendo a

avaliação da vacinação.

Campanha Vacinação contra a Gripe nas Instituições de Apoio a Idosos e Grupos Vulneráveis

Dina Pascoal Enfermeira

“A Unidade de

Saúde Pública tem

como principais

objetivos a

prevenção,

contenção e

controlo dessa

epidemia sazonal

através de medidas

de etiqueta

respiratória, de

controlo de infeção

e da promoção da

vacinação contra a

gripe...”

Page 5: Conteúdos 3

P Á G I N A 5

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

N Ú M E R O I I I

Estabelecimentos de Apoio Social Introdução

Consideram-se estabelecimentos de

apoio social, todos os locais onde são

prestados serviços de apoio a pesso-

as e a famílias, independentemente

destes ocorrerem em equipamentos

ou a partir de estruturas prestadoras

de serviço, que prossigam a preven-

ção e reparação de situações de ca-

rência e desigualdade sócio económi-

ca, de dependência e de situação de

disfunção, exclusão ou vulnerabilida-

de sociais.

Estes serviços dão respostas sociais

no âmbito das seguintes valências:

creches, centros de atividades de

tempos livres (ATL’s), lares de infân-

cia e Juventude, centros de convívio,

centros de dia, serviço de apoio do-

miciliário (SAD), estruturas residenci-

ais para pessoas idosas, pessoas com

deficiência, pessoas com doença do

foro mental e psiquiátrico, centros de

atividades ocupacionais (CAO), gru-

pos vulneráveis e apoio à família e

comunidade. Com o aparecimento deste tipo de

estabelecimentos e sucessivas altera-

ções da legislação, tornou-se neces-

sário efetuar os investimentos neces-

sários, de modo a proporcionar me-

lhores condições de instalação e fun-

cionamento destes equipamentos,

permitindo assim dar maior conforto

e segurança aos seus utentes.

Intervenção da Unidade de Saúde

Pública

Para além da Segurança Social, en-

quanto entidade coordenadora do li-

cenciamento, organização e funciona-

mento destas instituições, a Unidade de

Saúde Pública (USP) tem um papel deci-

sivo na verificação das normas de higie-

ne e saúde e no cumprimento dos re-

quisitos de funcionamento deste tipo

de estabelecimentos.

Também é habitual, a intervenção dos

profissionais da USP na avaliação de

situações decorrentes de denúncias e/

ou reclamações devidamente apresen-

tadas nesta Entidade, por familiares de

utentes e de elementos que exercem ou

já exerceram anteriormente as suas

funções nestas instituições.

Área de Saúde Ambiental

Nesta USP, concretamente na área de

Saúde Ambiental, tem vindo a ser de-

senvolvido o Projeto denominado “ Es-

tabelecimentos de Apoio Social”, direci-

onado para o estudo e avaliação perió-

dica com recolha de informação e inter-

venção permanente junto das institui-

ções existentes na área geográfica cor-

respondente aos cinco concelhos que

integram o ACeS Pinhal Litoral.

A referida avaliação consiste na monito-

rização das condições de instalação,

funcionamento e na vigilância da quali-

dade alimentar existentes nos estabele-

cimentos em atividade. Foram ainda

elaboradas fichas técnicas, contendo

informação precisa no âmbito da legis-

lação e /ou regulamentação aplicáveis,

tendo em conta os diversos tipos de

estabelecimentos nesta área social, abaixo

indicados:

Conclusão

Esta intervenção continuará a ser desen-

volvida nos moldes apresentados, tendo

presente a exi-

gência da quali-

dade das instala-

ções e dos servi-

ços prestados

nestes equipa-

mentos sociais,

compatibilizando

essa ação com os

programas de

higiene e segu-

rança alimentar,

das condições de

saúde, higiene e segurança no trabalho,

enquanto locais de trabalho.

Bibliografia Legislação e Regulamentos aplicáveis a:

Competências da Autoridade de Saúde Acessibilidades Regulamento jurídico da Segurança contra Incêndios Acústica e ruido Regime de instalação, funcionamento e fiscalização dos estabelecimentos de apoio social Regulamento das condições da organização, instala-ção e funcionamento das estruturas residenciais para pessoas com deficiência Regulamento Geral Higiene e Segurança do Trabalho Normas reguladoras das condições de instalação e funcionamento das estruturas residenciais para pessoas idosas, das creches, dos serviços de apoio domiciliário e centros de atividades de tempos livres Regulamento (CE) relativo à segurança e higiene dos géneros alimentícios.

Olinda Sá Marques Técnica de Saúde Ambiental

“… a Unidade de

Saúde Pública tem

um papel decisivo

na verificação das

normas de higiene e

saúde e no

cumprimento dos

requisitos de

funcionamento deste

tipo de

estabelecimentos.”

Valências Total

Lar, Centro de Dia, Centro de Convívio e SAD

93

Centro de Dia, Centro de Convívio e SAD

29

SAD 2

Creches 75

Lar para Jovens 2

CAO 2

Centro de Formação Especial 1

Lar de Apoio Especial 2

Lar para Pessoas com Deficiência 3

OTL para Pessoas com Deficiência 1

Residência para Pessoas com Deficiência

2

Imagem 1 – convívio de residentes em estrutura de idosos

Imagem 2 – Colheita de amostras de alimentos

Page 6: Conteúdos 3

P Á G I N A 6

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E

P Ú B L I C A

vo de facilitar a acessibilidade

aos testes e promover a sua

realização.

Esta resposta, incluiu uma am-

pla e prévia divulgação da ativi-

dade assegurada pelos circuitos

de comunicação da Câmara Mu-

nicipal, disponibilização por

parte da saúde de material in-

formativo pelos mais de 500

funcionários, e no dia 1 de de-

zembro a presença dos profis-

sionais de saúde na Câmara

Municipal, que em espaço pró-

prio realizaram os testes rápidos

aos funcionários de forma vo-

luntária e confidencial.

A iniciativa contou em 2015

com uma maior participação,

que quadruplicou comparativa-

mente com o ano anterior, não

tendo existido nenhuma recusa

após o pré aconselhamento e

50% dos participantes realiza-

ram o teste pela 1ª vez.

Importa pois dar continuidade a

estas iniciativas, espaços mais

informais de aconselhamento,

onde se reforça a importância

da informação e se desmistifi-

cam preconceitos e mitos, apro-

ximando de forma indireta o/as

utentes aos serviços de saúde.

Assim relembramos:

PREVENÇÃO SEMPRE E DETEÇÃO CADA VEZ MAIS PRECOCE.

O Dia Mundial de Luta Contra a Sida,

que se assinala anualmente a 1 de

dezembro, integra habitualmente

diversas iniciativas que de uma forma

ou outra pretendem alertar a consci-

ência coletiva para a infeção VIH,

assim como a importância da preven-

ção e deteção precoce.

A infeção VIH/SIDA, continua a ter

um elevado impacto individual, fami-

liar e social, dependendo a evolução

da mesma do momento em que é

detetada, e de acordo com a informa-

ção disponibilizada pela ARS Centro,

a taxa de novos casos de infeção VIH

no ano 2014 para o ACES PL foi de

10,8/100. 000 habitantes e na ARS

Centro 8,1/100 0000 (Fonte: INSA,

tratamento de dados ORS/DSP).

Pela primeira vez desde o início da

infeção VIH/SIDA os números pare-

cem permitir algum otimismo, nome-

adamente com diminuição da per-

centagem dos diag-

nósticos tardios

(49,1%), caminho que

importa continuar a

percorrer de forma a

serem atingidos os

objetivos para 2030

da ONUSIDA a nível

mundial, partilhados

no compromisso naci-

onal de “ zero novas

infeções, zero casos

de SIDA, zero mortes

e também zero discri-

minações”

As vantagens do diag-

nóstico precoce são

evidentes (diminuição

do risco de transmis-

são do VIH, adoção de medidas pre-

ventivas, diminuição da probabilida-

de de mutações e a estabilização da

carga viral), existindo testes rápidos

VIH, com sensibilidade e especificida-

de muito elevados, simples de reali-

zar (apenas com uma picada no de-

do), permitindo também o aconselha-

mento pré e pós teste.

Se é que o ACES Pinhal Litoral desde

2010 tem vindo a promover a realiza-

ção dos testes rápidos VIH,

(voluntários e gratuitos), nas Unida-

des de Saúde, integrado no projeto da

ARS Centro, tornando mais acessível

para os utentes a realização do mes-

mo e contribuindo para o diagnóstico

precoce com aconselhamento pré e

pós teste - atingindo em 2015 13

Unidades de Saúde, também é certo

que muitos utentes sentem ainda

constrangimentos na realização do

mesmo face aos preconceitos, mitos e

discriminação ainda exis-

tente...

Para além das respostas

existentes nas Unidades de

saúde, deve a Saúde Públi-

ca pela especificidade da

sua intervenção comunitá-

ria, encontrar outras res-

postas de maior aproxima-

ção e facilitação nesta área

em particular…. promovendo ainda

mais a literacia em saúde.

Assim, entre as diversas iniciativas

levadas a cabo pelo ACeS Pinhal Lito-

ral/USP Leiria, no contexto da Come-

moração do Dia Mundial de Luta Con-

tra a Sida e também da Semana Euro-

peia do Teste VIH, importa destacar a

iniciativa realizada em parceria com a

Câmara Municipal de Leiria pelo 2º

ano consecutivo, com o duplo objeti-

A propósito da comemoração do dia mundial de luta contra a SIDA – Uma iniciativa conjunta com a câmara municipal de Leiria

Odete Mendes Médica de Saúde Pública

“Para além das

respostas existentes

nas Unidades de

saúde, deve a Saúde

Pública pela

especificidade da

sua intervenção

comunitária,

encontrar outras

respostas de maior

aproximação e

facilitação nesta

área em particular….

promovendo ainda

mais a literacia em

saúde.”

Page 7: Conteúdos 3

P Á G I N A 7 N Ú M E R O I I I

Programa de Vigilância Sanitária de Piscinas Considera-se piscina uma parte ou conjunto de construções e instalações que incluam um ou mais tanques des-tinados a conter água para fins recrea-tivos, formativos, terapêuticos ou des-portivos.

A utilização de piscinas tem sofrido nos últimos anos um crescimento no-tável por indivíduos de todas as idades devido a uma maior consciencialização da importância social e dos benefícios físicos e psicológicos que a prática da natação proporciona.

No entanto diversas questões se colo-cam relativamente à qualidade da água, às suas características estrutu-rais e às suas condições de funciona-mento. O enquadramento das ações de vigilância sanitária é dado pelo Decreto-lei n.º 82/2009, segundo o qual compete às autoridades de saúde “vigiar o nível sanitário dos aglomerados populacionais, dos serviços, estabelecimentos e locais de utilização pública e determinar as medidas corretivas necessárias à defesa da saúde publica”.

A primeira legislação aplicável aos recintos de diversão aquática foi publi-cada em 1977, nomeadamente o De-creto Lei n.º 65/97 e o Decreto Regula-mentar nº 5/97. Relativamente às pis-cinas de uso terapêutico e às dos em-preendimentos turísticos existe legis-lação própria, respetivamente Aviso n.º 9448/2002 (2ª Série) e a Portaria nº 358/2009.

A existência destes diplomas não veio, contudo, colmatar a lacuna em termos de legislação relativamente às restan-

tes piscinas de utilização pública. Assim, em 2009 surge a Circular Normativa nº 14/DA, da Direção Geral da Saúde (DGS), que estabelece o Programa de Vigilância Sanitária de Piscinas (PVSP).

Este documento teve como objetivos

gerais: 1. Uniformizar os procedimentos de vigilância sanitária a adotar pelos Serviços de Saúde Pública; 2. Definir os parâmetros microbiológicos e físico químicos a analisar em cada tipo de piscina; 3. Definir os valores de referên-cia máximos para os parâmetros micro-biológicos e físico químicos; 4. Assegu-rar a saúde e a segurança dos utilizado-res, trabalhadores e visitantes.

A Unidade de Saúde Pública (USP) do então ACeS Pinhal Litoral II, com base nesta Circular Normativa, elaborou o seu próprio PVSP em janeiro de 2010, o qual foi englobado no seu Programa de Saúde Ambiental.

Desde logo, foi feito o levantamento exaustivo e a caracterização das pisci-nas existentes em toda a área geográfi-ca do ACeS e a criação do Dossier de cada Piscina, onde passaram a constar todas as informações relevantes sobre a caracterização das instalações e equipa-mentos e sobre o histórico do seu funci-onamento, designadamente, relativo à qualidade da água, ocorrências, corres-pondência trocada com os responsá-veis, pareceres elaborados e medidas de correção impostas ou recomendadas pela Autoridade de Saúde.

Foi o início de um longo trabalho de vigilância sanitária em saúde pública, que se tem procurado aperfeiçoar cada vez mais e que, para além do controlo

dos riscos, sempre visou promover a me-lhoria da qualidade destes equipamentos e da sua utilização. Referem-se de seguida alguns aspetos relativos às intervenções desenvolvidas.

Reconhecida a importância de uma boa cooperação entre os profissionais da USP e os gestores das piscinas, numa perspetiva de melhorar a qua-lidade da água e a salubridade/segurança das infraestruturas e es-paços físicos, enquanto locais de trabalho e de lazer, foram promovi-das Reuniões de Trabalho com to-dos os responsáveis das piscinas, nas quais, para além da componen-te formativa, se foi abordando as diferentes responsabilidades e as vantagens de complementaridade entre o Programa de Controlo das entidades gestoras e o Programa de Vigilância Sanitária.

Foi também explicada a importância da criação de um Livro de Registo Sanitário por tanque, o qual passou a ser implementado e onde passariam a constar todos os seus registos diários de controlo da qualidade da água, os resultados das análises laboratori-ais realizadas, as ocorrências e a resolução das mesmas, e ainda, outras inter-venções técnicas ou de manutenção e as ações de vigi-lância da USP.

O nível de comuni-cação entre as Piscinas e a USP tem vindo a me-lhorar ao longo do tempo, como é demonstrado, por exemplo, pela re-ceção generalizada dos resultados analíticos realiza-dos pelas entida-des gestoras e en-vio dos que são por nós efetuados no âmbito do PVSP, pela comunicação das inconformidades e pelo apoio e acompa-nhamento das mesmas até à sua resolução.

>>> Pag 8

Paula Fernandes Engenheira Sanitarista

“…este Programa

tem uma

abrangência

generalizada nos

5 concelhos do

ACeS Pinhal

Litoral,

envolvendo 69

tanques

distribuídos por

39 complexos de

piscinas de lazer

e/ou hidroterapia,

empreendimentos

turísticos e

aquaparques”

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

Teresa Gameiro Técnica de Saúde Ambiental

Page 8: Conteúdos 3

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

As construções mais remotas, e que mais se aproximam daquilo que atualmente consideramos como piscina, são os vestígios de grandes tanques encontrados na Índia e em pirâmides do antigo Egito (cerca de 3.000 a.C.).

No entanto, foram outras civilizações, como a grega e principalmente a romana, quem mais apreciou e utilizou os banhos, fazendo evoluir as piscinas de simples tanques em pedra e pouco profundos para balneários cada vez mais luxuosos e locais de encontro e convívio social.

No período greco-romano, a natação era considerada parte do sistema educativo. Para os gregos, amantes da beleza e da perfeição, nadar era

uma das atividades mais importantes para o desenvolvimento de um corpo harmonioso, além de fazer parte do treino dos soldados. Platão (400 a.C.) dizia que quem não sabia nadar não era educado.

Com a queda do Império Romano, entretanto, a natação quase desapareceu da cultura popular e desportiva, bem como as piscinas, que deixaram de ser construídas.

Na Idade Média, acreditava-se que elas poderiam disseminar epidemias, o que fazia sentido, uma vez que não havia a informação de que a

água deveria ser tratada. Assim a prática do banho apenas era mantida nas abadias e castelos como ritual de batismo, tendo as piscinas ou tanques ficado cada vez menores até se tornarem meras pias batismais.

Com a explosão da Revolução Industrial nos países ocidentais desenvolveram-se os banhos públicos para apoio da classe operária. Estas instituições, destinadas à higiene, evoluiriam posteriormente para piscinas públicas.

Até ao século XIX a piscina esteve

normalmente relacionada com as termas e os banhos públicos. Tratava-se mais de um aspeto higiénico ou militar do que desportivo ou lúdico.

Contudo, foi o surgimento da natação o grande responsável pelo aparecimento de um elevado número de piscinas. O grande desenvolvimento das piscinas na Europa deu-se a partir do século XX, sobretudo no período do pós-guerra 1914-1918.

É também nesta década que os hotéis começaram a adotar a piscina como um equipamento obrigatório, e que começaram a aparecer as piscinas de mar ou de praia como equipamentos complementares de diversas estâncias balneares de costa e em parques urbanos.

Em Portugal, apenas a partir da década de 1960 se verificou a construção de um maior número de piscinas de carácter lúdico, principalmente, como um equipamento complementar dos hotéis. A generalização da construção das piscinas municipais concelhias, cobertas e descobertas, só viria a iniciar-se nos finais da década de 1980 e princípios da de 1990.

Bibliografia

Rebola, M. (2014). Relatório de atividade profis-sional. (Bacharelato), Universidade do Minho

P Á G I N A 8

Breve História das Piscinas Paula Fernandes Engenheira Sanitarista

Teresa Gameiro Técnica de Saúde Ambiental

Programa de Vigilância Sanitária de Piscinas (continuação) >>> O PVSP engloba, ainda, ações de vigilância das infraestruturas com preenchimento de uma “ficha/check list”, elaborada pela USP, com o objetivo de verificar as condições de segurança, de salubridade e de fun-cionamento das mesmas, o que tem vindo a contribuir significativamente para a diminuição dos riscos de quem nelas trabalha ou as frequen-ta.

Convém salientar que este Programa tem uma abrangência, atualmente, generalizada no âmbito dos 5 conce-lhos ACeS Pinhal Litoral, envolvendo 69 tanques distribuídos por 39 com-plexos de piscinas de lazer e/ou de

hidroterapia, empreendimentos tu-rísticos e aquaparques.

Finalmente registar que, das 360 colheitas realizadas no ano de 2015

no âmbito do PVSP, apenas 15% apresentaram “resultado im-próprio”, de acordo com a Cir-cular Normativa da DGS.

Page 9: Conteúdos 3

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

P Á G I N A 9 N Ú M E R O I I I

Outr

os

co

nte

údo

s...

As aparências

Antes sê-lo que parecê-lo As aparências enganam Boa Aparência é carta de apresentação Com bom traje, se esconde ruim linhagem Nem sempre o que parece é Não vos fieis nas aparências

O Inverno

Dos Santos ao Natal, é inverno natural Se a Senhora das Candeias rir, está o inverno para vir

Dezembro

Dezembro, treme de frio cada membro Dezembro frio, calor no estio

No Jardim

Para quem gosta de flores, sempre é bom lembrar: Dezembro é o mês bom de plantar Roseiras, lírios, cíclames …

Dizeres... Carolina Jordão Assistente Técnica

Esta prática é considerada um re-

médio natural para combater o

stress, baixar a tensão arterial e o

ritmo cardíaco, influenciar positi-

vamente na cura da depressão e

na dor crónica e melhorar a vida

das pessoas através de uma me-

lhor interação social, da autorreali-

zação e da satisfação pessoal. A

execução de trabalhos altera a

química do cérebro, diminuindo as

hormonas do stress (norepinefrina

e cortisol) e aumentando os níveis

de serotonina – substâncias res-

Tecer relaxa. A simples atividade

manual e o ato de fixar a atenção

na tarefa, conduz a um estado de

calma que oferece benefícios a

quem passa por períodos de stress

ou ansiedade.

A prática de tricot ou do crochet é

muito semelhante à da

meditação. Investigado-

res descobriram que, ao

tricotar, são ativadas as

mesma zonas cerebrais

que na prática do yoga:

na fase da concentração

são memorizados os

pontos e os gestos a

realizar; na segunda fase

os movimentos são au-

tomáticos e o cérebro

vagueia ao ritmo cons-

tante da atividade manual. Ou seja,

os benefícios para a nossa saúde

trazidos pelo yoga e pela medita-

ção, também podem ser aportados

pelo tricot ou pelo crochet.

O tricot e o crochet na prevenção e tratamento de doenças

Amália Assis Médica de Saúde Pública

ponsáveis pelas sensações de bem-

estar e prazer ou hormonas da

felicidade.

Os movimentos repetitivos baixam

a tensão arterial e geram uma sen-

sação de relaxamento, assim como

estimulam a agilidade das mãos

(motricidade fina). Estas

atividades requerem con-

centração, raciocínio e coor-

denação motora – o que

ajuda a prevenir doenças

degenerativa, como Alzhei-

mer e Parkinson. Por sua

vez, manter-se intelectual-

mente ativo favorece a di-

minuição da depressão.

Ainda que não se acredite,

tecer é uma prática que

requer uma atenção plena, e em

muitos casos meditação. Por este

fato se diz que estas manualidades

têm um efeito muito positivo na

melhoraria da nossa saúde, consta-

tando-se que têm reconquistado o

seu espaço na sociedade moderna.

Votos de Feliz 2016

Page 10: Conteúdos 3

to deficientes .

Confiou, pois eram humanos a trata-

rem de outros humanos. QUE ENGA-

NO!

Nos cuidados pré-operatórios foi um

sofrimento atroz, com colocação da

sonda naso-gástrica e vesical sem

qualquer lubrificante e com moscas

na sala de operações.

No pós-operatório ficou 3 dias em

cima do vomitado e a cada aproxima-

ção do pessoal de serviço, ficava so-

bressaltado com medo de dormir,

fruto do que vivera anteriormente,

pois a maca em que se encontrava foi

deslocada pelo pessoal esquecendo-

se de tudo o que lhe estava ligado

(sacos de drenagem, sacos de soro,

etc.).

Pela primeira vez após 51 anos repu-

diou quem, teoricamente estaria ali

para o ajudar; dizia ele “até compre-

A saúde comunitária em Portugal

tem acompanhado grandes pro-

gressos científicos, tecnológicos e

humanitários.

Foi nos anos 70 que se iniciou a

revolução no campo da assistência

na área da saúde, com a imple-

mentação dos Direitos do Utente.

Como é preciso ter-se um termo

de comparação para se poder ava-

liar seja o que for, passo a descre-

ver a experiência de um familiar

muito próximo, que me deu a no-

ção de quão boa é a nossa assis-

tência na área da saúde:

Estando a trabalhar em África e

sentindo-se doente, pediu o repa-

triamento para Portugal, tendo-lhe

sido comunicado que teria de pas-

sar pelo Hospital local, a fim de ser

avaliada a sua condição física para

poder viajar.

Nesse ato clínico, foi detetada uma

oclusão intestinal que não só o

impedia de regressar ao seu país,

como o obrigou a ser operado de

urgência; não havendo outra alter-

nativa aceitou a intervenção cirúr-

gica, embora verificasse que as

instalações do Hospital eram mui-

endo a falta de meios, mas onde está a

humanização?!”.

Após dias de sofrimento, veio de avião

ambulância para o Hospital de Stª Maria

em condições tão debilitadas que inter-

ditaram a segunda operação.

Ao chegar teve uma sensação de confor-

to e segurança nos nossos cuidados de

saúde que atenuou o medo de dormir e

o ajudaram a restabelecer.

Com este acontecimento narrado, pode-

mos depreender que na área da Saúde

temos progredido bastante a nível cien-

tífico, tecnológico e humano devido à

melhoria de equipamentos, restrutura-

ção e requalificação de serviços e especi-

alidades e ao envolvimento dos elemen-

tos de equipa que

trabalhando em

conjunto tentam

satisfazer as ne-

cessidades e solici-

tações do utente.

Ainda há muito a

fazer a nível de

recursos humanos

e barreiras financeiras atualmente exis-

tentes, mas embora se verifiquem lacu-

nas na Saúde no nosso País, felizmente

não se descura a HUMANIZAÇÂO”.

Saúde em Portugal e Humanização Conceição Nolasco Assistente Técnica

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

“... embora se

verifiquem lacunas

na Saúde no nosso

País, felizmente não

se descura a

“HUMANIZAÇÂO”...

N Ú M E R O I I I

Ficha Técnica Propriedade: Unidade de Saúde Pública do ACeS Pinhal Litoral

Corpo Editorial: Fátima Soares; Jorge Costa; Manuel Cardoso; Odete Mendes;

Rosário Correia; Ruben Rodrigues; Rui Passadouro

Contactos: eBoletim da USP

Centro de Saúde Dr. Arnaldo Sampaio Estrada da Mata, nº 56 Marrazes 2419-014 LEIRIA

Tel.: 244 849 000/10; Fax: 244 849 001; Correio eletrónico: [email protected]

Estatística do eBoletim: Conteúdos nº1: 502 leituras; 42 412 apresentações em plataformas

Conteúdos nº2: 707 leituras; 30 938 apresentações em plataformas

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