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Adaptação de ESCOLOVAR A semente da verdade http://www.escolovar.org/conto_entrada.geral.valores.htm

Conto semente.da.verdade

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Page 1: Conto semente.da.verdade

Adaptação de ESCOLOVAR

A semente da verdade

http://www.escolovar.org/conto_entrada.geral.valores.htm

Page 2: Conto semente.da.verdade

Há muito tempo, na

China, viveu um

menino que

gostava muito de

flores.

Com mãos

dedicadas, Ping,

assim se chamava

ele, cultivava

orquídeas e outras

flores, bambus e

pequenos arbustos

e ainda árvores de

fruto.

Page 3: Conto semente.da.verdade

Cada planta tocada

por ele crescia

viçosa e forte.

Todos os

habitantes do

império gostavam

também muito de

flores e tratavam-

-nas com igual

carinho.

Page 4: Conto semente.da.verdade

Plantavam-nas

por todo o lado

e o ar era

deliciosamente

perfumado.

Page 5: Conto semente.da.verdade

O Imperador

gostava muito de

pássaros e de

outros animais

mas, acima de

tudo, preferia as

flores.

Todos os dias,

cultivava o seu

próprio jardim.

Page 6: Conto semente.da.verdade

O tempo passou e o

imperador , de idade

avançada e sem

filhos ou parentes

próximos, precisou

de escolher um

sucessor.

Page 7: Conto semente.da.verdade

Quem poderia

ser o seu sucessor?

Como o poderia

escolher?

Dado que gostava

tanto das flores,

decidiu deixar que

fossem elas a

escolher por ele.

Page 8: Conto semente.da.verdade

No dia seguinte,

enviou mensageiros

a todos os cantos

do império com uma

ordem: os meninos

deveriam dirigir-se

ao palácio.

Imediatamente,

milhares de

pequenos súbditos

tomaram o caminho

do palácio.

Page 9: Conto semente.da.verdade

O imperador aguardou

que todas as crianças

chegassem.

Apareceu, então,

montado no seu cavalo

branco, com um ar

feliz.

“Crianças”, disse ele,

com voz determinada,

“preciso de escolher o

meu sucessor de entre

vocês. Para isso,

tenho uma tarefa muito

especial para vos dar.”

Page 10: Conto semente.da.verdade

Então, mostrou-lhes

muitas sementes de

flores.

“Tenho aqui estas

sementes. Quero que

as levem e as

cultivem. Quem me

trouxer a flor mais

bonita, mais cuidada,

ao fim de um ano,

será o meu

sucessor”.

Page 11: Conto semente.da.verdade

Os pais sonhavam

que os seus filhos

tinham sido

escolhidos como

sucessores do

Imperador e os

meninos esperavam

com ilusão o mesmo.

Page 12: Conto semente.da.verdade

Quando Ping

recebeu a sua

semente das mãos

do Imperador, foi o

menino mais feliz

de todos. Estava

seguro que poderia

cultivar a flor mais

formosa. Ele era um

excelente jardineiro.

Page 13: Conto semente.da.verdade

Quando chegou a

casa, encheu um

vaso com terra

fértil. Depois, com

mil cuidados,

colocou a semente

nela.

Page 14: Conto semente.da.verdade

Cuidadosamente,

regou-a. Depois,

estrumou-a, para

que ela se

desenvolvesse

com vigor.

Estava ansioso

por vê-la brotar,

crescer e

florescer.

Page 15: Conto semente.da.verdade

Os dias

passaram,

depois,

semanas… mas

nada acontecia,

a semente não

germinava.

Page 16: Conto semente.da.verdade

Ping começou a

preocupar-se.

Decidiu pôr terra

num vaso maior. Na

sua inocência,

pensou que esse

deveria ser um

factor importante

para o início da

vida de uma planta.

Em seguida,

mudou a semente.

Page 17: Conto semente.da.verdade

Esperou algum tempo

mas nada aconteceu.

Ping desesperava. É

que, por mais que

Ping se esforçasse, a

semente não brotava.

O menino fez tudo o

que podia: adubou

mais a terra, colocou

o vaso ao sol, regou a

semente com água

nascente, mas os

seus esforços de

nada valeram.

Page 18: Conto semente.da.verdade

No fim do

Inverno,

completava-se

um ano. A tristeza

apoderou-se de

Ping.

Page 19: Conto semente.da.verdade

Chegou a

Primavera e, com

ela, o fim do

prazo dado pelo

Imperador.

Todas as

crianças se

prepararam para

irem à presença

do Imperador.

Page 20: Conto semente.da.verdade

No dia aprazado,

todos acorreram

ao palácio,

acalentando a

esperança de

serem os eleitos.

Page 21: Conto semente.da.verdade

Ping estava

envergonhado

com o seu vaso

vazio.

Pensou que os

outros meninos

iriam escarnecer

dele porque não

tinha sabido

cultivar uma flor.

Page 22: Conto semente.da.verdade

Ao palácio

chegavam meninos

carregando vasos

com flores de todas

as cores.

Até o vizinho de

Ping exibia, orgu-

lhoso, as belíssimas

flores do seu vaso.

Page 23: Conto semente.da.verdade

“Não conseguiste

cultivar una planta

tão bonita como a

minha.”, disse-lhe

o vizinho.

“Já cultivei muitas

flores melhores

que a tua.”

retorquiu Ping.

Page 24: Conto semente.da.verdade

Ping estava muito triste

mas o pai reconfortou-o:

“Fizeste o melhor que

pudeste. A tua dedicação

foi extrema, mas a semente

não brotou. Não te envergo-

nhes, filho. Diz a verdade ao

Imperador. Talvez seja esta

a lição que o imperador

deseje que tu aprendas:

algumas vezes, a verdade

não é tão bonita como uma

flor, mas precisamos de a

encarar com coragem para

vencer grandes desafios.”

Page 25: Conto semente.da.verdade

Animado com

estas palavras de

esperança, o

rapaz pegou no

vaso vazio e

rumou ao palácio.

Page 26: Conto semente.da.verdade

Sentado no seu trono,

o Imperador examinava

minuciosamente as

plantas. Perguntava a

cada criança que lição

aprendera com a

semente e todas

respondiam ter apren-

dido sobre o talento, a

perseverança e o dom

necessário para fazer a

semente brotar.

Page 27: Conto semente.da.verdade

Que linda era aquela

enorme quantidade

de flores! Porém, o

Imperador permane-

cia sério e não dizia

uma palavra. Sua

Majestade não

esboçava sequer um

sorriso.

Page 28: Conto semente.da.verdade

Finalmente,

aproximou-se de

Ping, que inclinou a

cabeça, cheio de

vergonha, esperando

ser repreendido. “Se

o imperador não

aprovou aquelas

plantas maravilhosas, o

que não dirá do meu

vaso contendo apenas

terra? ”, pensou o

rapaz, receoso.

Page 29: Conto semente.da.verdade

Ping fora-se atrasando

intencionalmente e,

quando deu conta, era

o último da fila.

“Vejamos”, pergun-

tou-lhe o imperador,

aproximando-se e

falando com voz grave,

“O que tens aí para me

mostrar? Hum… Por

que trouxeste um vaso

vazio?”

Page 30: Conto semente.da.verdade

Ping começou a

chorar e respondeu:

“Senhor, pus a

semente que me

deu na terra, reguei-

-a e tratei-a com

todos os cuidados

mas não germinou.

Pu-la num vaso

maior mas tão

pouco a situação

melhorou.”.

Page 31: Conto semente.da.verdade

“Esperei o ano

inteiro… mas nada.

Estou envergonhado

e peço perdão...

Talvez tenha sido

falta de sorte, mas

dedicação não me

faltou.”

E concluiu: “Reflecti

muito sobre qual

seria a minha atitude

e optei por dizer a

verdade, relatar-lhe

meu esforço e rogar-

- lhe perdão.”

Page 32: Conto semente.da.verdade

Quando o

Imperador escutou

estas palavras,

sorriu, abraçou

Ping e exclamou,

eufórico:

“Encontrei!

Encontrei uma

pessoa digna de

ser o próximo

Imperador!”

E dava pulos de

alegria, como uma

criança.

Page 33: Conto semente.da.verdade

“Não te envergonhes,

rapaz. Deste o teu

melhor. Levanta a ca-

beça. És o meu futuro

sucessor.”

“E vós”, disse o

Imperador, dirigindo-

se aos outros,

“Prestai atenção:

Hoje, o valor que

prevaleceu foi a ver-

dade, a honestidade.”

Page 34: Conto semente.da.verdade

E, dirigindo-se

novamente para Ping,

continuou:

“Vou-te explicar: eu

tinha queimado todas

as sementes antes de

as entregar às

crianças. Nenhuma

poderia germinar,

jamais. Portanto,

entre todas as

crianças que aqui

estão, tu foste a

única que cultivou a

semente da verdade.”

Page 35: Conto semente.da.verdade

Voltando-se nova-

mente para os

seus pequenos

súbditos, rematou:

“Admiro a grande

valentia de Ping de

comparecer diante

de mim com a sua

verdade vazia.

Assim, concedo-

-lhe o título de

«Imperador da

China»”.

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