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7/21/2019 Contos Africanos http://slidepdf.com/reader/full/contos-africanos-56d983248c635 1/27 RAINHADAS7ENCRUZILHADA Pombagira das 7 encruzilhadas (entidadedaUmbanda etambém cultivadae cultuadono candomblé) foi uma Rainhano seu tempo na terra, diz a história ter sido ela uma linda cortesãque amarrouo coração de um Rei Francês que atornou Rainha.Passou-se alguns anos eo Rei veio afalecer. Arainhapassou atomar conta sozinhadoseu reinoo que deixoualguns membros da corte indignados porque ela nãotevefilhos para deixar o trono como herança etampoucoparentes sangueazul para substituí-la após a sua morte. Devidoa tenacidadedarainha o seutrono começou a ser cobiçado por outros reinos oque trouxe muita preocupação para a políticada corte, então o conselheiro real convenceu a Rainhaa casar-se novamente com um homem cujo oreinofosse aindamaior queo seu para juntos vencerem as batalhas etrazer ao reinadoa paz ea tranqüilidade quejá não tinham mais. Umdia surgiu no castelo um homem que se dizia seduzidopela belezada rainha edonodeum reinado incalculávelno oriente ea pediu emcasamento, a rainha preocupadacom destino da suacorte epela proteção de seutrono, aceitou a oferta de imediato e logo emseguidacasaram-se. Nãodemoroumuito aqueridarainha foi envenenada pelo seu atualmaridoque logo após se titulouo Rei e começoua governar a corte da pior maneira possível. Asaudosa rainha após oseudesencarnechegouaomundoastral muito perdidae logo começoua habitar o limbodevidoa faltas graves quenaterra havia cometido. Depois dealgum tempona trincheira das trevas do astral a Rainha foi encontrada pelo seu antigo Rei que no astral era conhecidocomo Senhor das encruzilhadas, este senhor passou acuida-la eincentiva- la atrabalhar do seu lado para aspessoasque ainda viviamno plano material aliviando suas dores e guerreando cominimigos astrais... Ofeito deste casal noastral tornou-setãoconhecidoe respeitadoque oExu Belo nomeou o Senhor das encruzilhadas como Rei das Sete encruzilhadas e prontamente o Rei nomeou a sua Rainha. Juntos eles passaram a reinar os caminhos das trevas e da luz e sob oseus comandos milhares deentidades subordinadas quefizeram doReinodas sete encruzilhadas omaior reino do astral médio superior. Passou-se muitos anose oRei que havia envenado arainha veio a morrer durante uma batalha, e este foi resgatado pelos soldados daRainhadas sete encruzilhadas e omesmo foi levadoaté ela. Ohomem ainda atônico sem entender ainda oque estava acontecendo comele, seviu diante daquela poderosamulher a qual foi obrigado a curvar-see a servi-la para o resto dasua eternidade como castigopor ter-la envenenado. Ehoje através das suas histórias quecompreendemos queo povo de exunão sãoentidades perdidas do baixo astral e simentidades respeitadas ede muita importância no mundoastral superior e inferior. APomba-Gira Rainha das Sete Encruzilhadas adora a cor Maravilha, Vermelho, Preto e Douradotrazendo na mãoum cedro de ouro. Suas oferendas sãosempre as mais caras, pois ela é muito exigente. APomba-Gira Rainha das 7 Encruzilhadas também é conhecida

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RAINHA DAS 7 ENCRUZILHADA

Pomba gira das 7 encruzilhadas (entidade da Umbanda e também cultivada e cultuado no

candomblé) foi uma Rainha no seu tempo na terra, diz a história ter sido ela uma linda

cortesã que amarrou o coração de um Rei Francês que a tornou Rainha.Passou-se alguns

anos e o Rei veio a falecer. A rainha passou a tomar conta sozinha do seu reino o que

deixou alguns membros da corte indignados porque ela não teve filhos para deixar o trono

como herança e tampouco parentes sangue azul para substituí-la após a sua morte.

Devido a tenacidade da rainha o seu trono começou a ser cobiçado por outros reinos o que

trouxe muita preocupação para a política da corte, então o conselheiro real convenceu a

Rainha a casar-se novamente com um homem cujo o reino fosse ainda maior que o seu

para juntos vencerem as batalhas e trazer ao reinado a paz e a tranqüilidade que já não

tinham mais. Um dia surgiu no castelo um homem que se dizia seduzido pela beleza da

rainha e dono de um reinado incalculável no oriente e a pediu em casamento, a rainha

preocupada com destino da sua corte e pela proteção de seu trono, aceitou a oferta de

imediato e logo em seguida casaram-se.

Não demorou muito a querida rainha foi envenenada pelo seu atual marido que logo após

se titulou o Rei e começou a governar a corte da pior maneira possível. A saudosa rainha

após o seu desencarne chegou ao mundo astral muito perdida e logo começou a habitar o

limbo devido a faltas graves que na terra havia cometido. Depois de algum tempo na

trincheira das trevas do astral a Rainha foi encontrada pelo seu antigo Rei que no astral

era conhecido como Senhor das encruzilhadas, este senhor passou a cuida-la e incentiva-

la a trabalhar do seu lado para as pessoas que ainda viviam no plano material aliviando

suas dores e guerreando com inimigos astrais...

O feito deste casal no astral tornou-se tão conhecido e respeitado que o Exu Belo nomeou

o Senhor das encruzilhadas como Rei das Sete encruzilhadas e prontamente o Rei

nomeou a sua Rainha. Juntos eles passaram a reinar os caminhos das trevas e da luz e

sob o seus comandos milhares de entidades subordinadas que fizeram do Reino das sete

encruzilhadas o maior reino do astral médio superior.

Passou-se muitos anos e o Rei que havia envenado a rainha veio a morrer durante uma

batalha, e este foi resgatado pelos soldados da Rainha das sete encruzilhadas e o mesmo

foi levado até ela. O homem ainda atônico sem entender ainda o que estava acontecendo

comele, se viu diante daquela poderosa mulher a qual foi obrigado a curvar-se e a servi-la

para o resto da sua eternidade como castigo por ter-la envenenado. E hoje através das

suas histórias que compreendemos que o povo de exu não são entidades perdidas do

baixo astral e sim entidades respeitadas e de muita importância no mundo astral superior e

inferior.

A Pomba-Gira Rainha das Sete Encruzilhadas adora a cor Maravilha, Vermelho, Preto e

Dourado trazendo na mão um cedro de ouro. Suas oferendas são sempre as mais caras,

pois ela é muito exigente. A Pomba-Gira Rainha das 7 Encruzilhadas também é conhecida

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no sudeste do país como “Dona 7” Se apresenta como uma mulher de meia idade, muito

reservada , educada, iteligente e culta.

Ao contrários que muitas pessoas pensam... é uma entidade calma e tranqüila, mais

quando chega ao mundo para deixar seu recado, traz na garganta um grito de guerra onde

expressa todo o seu poder de vitórias

Contos Africanos: A Menina que não FalavaCerto dia, um rapaz viu uma rapariga muito bonita e apaixonou-se por ela. Como

se queria casar com ela, no outro dia, foi ter com os pais da rapariga para tratar doassunto.

  !ssa nossa fil"a não fala. Caso consigas faz#-la falar, podes casar com ela,

responderam os pais da rapariga.$ rapaz aproximou-se da menina e come%ou a fazer-l"e v&rias perguntas, acontar coisas engra%adas, bem como a insult&-la, mas a mi'da não c"egou a rir e não

 pronunciou uma s( palavra. $ rapaz desistiu e foi-se embora.Ap(s este rapaz, seguiram-se outros pretendentes, alguns com muita fortuna

mas, ningu)m conseguiu faz#-la falar.$ 'ltimo pretendente era um rapaz su*o, pobre e insignificante. Apareceu *unto

dos pais da rapariga dizendo que queria casar com ela, ao que os pais responderam:  +e *& v&rias pessoas apresent&veis e com muito din"eiro não conseguiram

faz#-la falar, tu ) que vais conseguir em penses nisso

$ rapaz insistiu e pediu que o deixassem tentar a sorte. /or fim, os paisacederam.

$ rapaz pediu 0 rapariga para irem 0 sua mac"amba, para esta o a*udar a sac"ar.A mac"amba estava carregada de muito mil"o e amendoim e o rapaz come%ou a sac"&-los.

1epois de muito trabal"o, a menina ao ver que o rapaz estava a acabar com osseus produtos, perguntou-l"e:

  $ que est&s a fazer$ rapaz come%ou a rir e, por fim, disse para regressarem a casa para *unto dos

 pais dela e acabarem de uma vez com a questão.2uando a3 c"egaram, o rapaz contou o que se tin"a passado na mac"amba. A

questão foi discutida pelos anciãos da aldeia e organizou-se um grande casamento.

Contos Africanos:1uas Mul"eres

4A56A 17A+ M784!9!+ AM6A+, uma que podia ter fil"os e tin"amuitos e a outra não.

7m dia, a mul"er est)ril foi a casa da amiga e convidou-a a visit&-la, dizendo:  Amiga, ten"o muitas coisas novas em casa, ven"a v#-las

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  !st& bem concordou a outra.1e man"ã cedo, a mul"er que tin"a muitos fil"os foi visitar a amiga. Ao c"egar a

casa desta, c"amou-a:  Amiga, min"a amiga;razia consigo um pano que a mul"er est)ril aceitou e guardou.As duas amigas ficaram a conversar, tomando um c"& que a dona da casa tin"a

 preparado para as duas. Ao acabarem o c"&, a dona da casa quis, então, mostrar 0 amigaas coisas que tin"a comprado. /assaram para a sala e a mul"er est)ril abriu uma malamostrando 0 amiga roupa, brincos, prata e outras coisas de valor.

 o final da visita, a mul"er que tin"a muitos fil"os agradeceu, dizendo:  7m dia "&-de ir a min"a casa ver a mala que eu arran*ei.!, um certo dia, a mul"er que não tin"a fil"os, foi a casa da amiga. Mal a viram,

os fil"os desta gritaram:  A sua amiga est& aqui

Agradeceram a peneira que ela trazia na cabe%a e guardaram-na. Come%aram,então, a preparar o c"&.

A mãe das crian%as c"amava-as uma a uma:  F&tima  Mamã  /<e o c"& ao lume  Mariamo  +im  5ai partir len"a

  An*a  +im  5ai ao po%o  Muacisse  Mamã  5ai buscar a%'car  Mu"amede  +im  ;raz um copo  Mariamo  5amos l&, despac"a-te com o c"&Assim que o c"& ficou pronto, tomaram-no e conversaram todos um pouco.2uando a amiga se ia embora, a mul"er que tin"a fil"os disse:

  Min"a amiga, eu c"amei-a para ver a mala que arran*ei, mas a min"a malanão tem roupa nem brincos A mala que l"e queria mostrar são os meus fil"os

A mul"er que não podia ter fil"os ficou muito triste e, antes de c"egar a casa,sentiu-se muito mal, com dores de cabe%a e acabou por morrer.Coment&rio do narrador: coisa não ) coisa, coisa ) pessoa

 ome: +)rie: 

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Contos Africanos: $ 4omem e a Fil"a!ra uma vez um casal que teve uma fil"a. A mul"er morreu pouco depois do

 parto e a crian%a foi criada pelo pai. 2uando a menina cresceu, o pai anunciou-l"e:  Min"a fil"a, quero casarcontigoMas a menina respondeu:

  6sso não ) bom. +eremos descobertos pelos outros, pois no mundo não "&segredos

  +empre quero ver se no mundo não "& segredos, disse o pai.Foi buscar arroz, vazou duas medidas numa panela e cozin"ou-o. !m seguida,

levou a panela para o mato e enterrou-a. ingu)m sabia que ele tin"a enterrado no matouma panela c"eia de arroz a não ser ele pr(prio e a fil"a.

;empos mais tarde, apareceram "omens com redes para ca%ar no mato. !les nãosabiam que no local onde ca%avam, debaixo de uma &rvore, estava enterrada uma panelac"eia de arroz. 1escobriram, admirados, que formigas brancas sa3das da terra *unto

daquela &rvore, transportavam grão de arroz.1e imediato cavaram o buraco e encontraram uma panela c"eia de arroz cozido.A fil"a, então, voltou-se para o pai:

  !st& a ver pap& !u não l"e disse que o mundo não tem segredosComent&rio: o mundo não "& segredos, a fil"a bem o sabia

 ome: +)rie: 

C$;$ /$/78A9 1A 76=->6++A7 ? A Origem do Tambor

1izem na uin) que a primeira viagem 0 8ua foi feita pelo Macaquin"o de nariz branco.+egundo dizem, certo dia, os macaquin"os de nariz branco resolveram fazer umaviagem 0 8ua a fim de traze-la para a ;erra.Ap(s tanto tentar subir, sem nen"um sucesso, um deles, dizem que o menor, teve a id)iade subirem uns por cima dos outros, at) que um deles conseguiu c"egar 0 8ua./or)m, a pil"a de macacos desmoronou e todos ca3ram, menos o menor, que ficou

 pendurado na 8ua. !sta l"e deu a mão e o a*udou a subir.A 8ua gostou tanto dele que l"e ofereceu, como regalo, um tamborin"o.$ macaquin"o foi ficando por l&, at) que come%ou a sentir saudades de casa e resolveu

 pedir 0 8ua que o deixasse voltar.A lua o amarrou ao tamborin"o para desc#-lo pela corda, pedindo a ele que não tocasseantes de c"egar 0 ;erra e, assim que c"egasse, tocasse bem forte para que ela cortasse ofio.$ Macaquin"o foi descendo feliz da vida, mas na metade do camin"o, não resistiu etocou o tamborin"o. Ao ouvir o som do tambor a 8ua pensou que o Macaquin"o"ouvesse c"egado 0 ;erra e cortou a corda.$ Macaquin"o caiu e, antes de morrer, ainda pode dizer a uma mo%a que o encontrou,que aquilo que ele tin"a era um tamborin"o, que deveria ser entregue aos "omens do seu

 pa3s.

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A mo%a foi logo contar a todos sobre o ocorrido. 5ieram pessoas de todo o pa3s e,naquela terra africana, ouviam-se os primeiros sons de tambor.

 ome: +)rie: 

Contos Africanos: A 8ua Feiticeira e a Fil"a que não sabia pilar A 87A ;64A 7MA F684A >9ACA e em idade de casar. 7m dia apareceu-

l"e em casa um mon") pedindo a fil"a em casamento. A lua perguntou-l"e: @ Como pode ser isso, se tu )s mon") $s mon")s não comem ratos nem carne

de porco e tamb)m não apreciam cerve*a... Al)m disso, ela não sabe pilar...$ mon") respondeu:

  ão ve*o impedimento porque, embora eu se*a mon"), a menina podecontinuar a comer ratos e carne de porco e a beber cerve*a... 2uanto a não saber pilar,isso tamb)m não tem importncia, pois as min"as irmãs podem faz#-lo.

A lua, então, respondeu:  +e ) como dizes, podes levar a min"a fil"a que, quanto ao mais, ) boa

rapariga.$ mon") levou consigo a menina. Ao c"egar a casa foi ter com a sua mãe e fez-

l"e saber que a menina com quem tin"a casado comia ratos, carne de porco e bebiacerve*a, mas que era necess&rio deix&-la 0-vontade naqueles "&bitos. Acrescentoutamb)m que ela não sabia pilar, mas que as suas irmãs teriam a paci#ncia de suprir essafalta.

1ias depois, o mon") saiu para o mato 0 ca%a. a sua aus#ncia, as irmãs

c"amaram a rapariga Bsua cun"ada para ir pilar com elas para as pedras do rio e estadesatou a c"orar.As irmãs censuraram-na:

  !ntão tu p<es-te a c"orar por te convidarmos a pilar... 6sso não est& bem;ens de aprender porque ) trabal"o pr(prio das mul"eres.

!, sem mais conversas, pegaram-l"e na mão e conduziram-na ao lugar ondecostumavam pilar.

2uando c"egaram ao rio puseram-l"e o pilão na frente, entregaram-l"e um ma%oe ordenaram que pilasse.

A rapariga come%ou a pilar, mas com uma m&goa tão grande que as l&grimas não paravam de l"e escorrer pela cara. !nquanto pilava ia-se lamentando:

  2uando estava em casa da min"a mãe não costumava pilar...Ao dizer estas palavras, a rapariga, sempre a pilar e *untamente com o pilão,

come%ou a sumir-se pelo c"ão abaixo, por entre as pedras que, misteriosamente, seafastavam. ! foi mergul"ando, mergul"ando... at) desaparecer.

Ao verem aquele estran"o fenDmeno, as irmãs do mon") abandonaram os pil<ese foram a correr contar 0 mãe o que acontecera. !sta ficou assustada com a estran"anovidade e tin"a o cora%ão apertado de receio quando c"egou o mon"), seu fil"o.

!ste, ao ouvir o relato do que acontecera 0 sua mul"er, ral"ou com as irmãs,

censurando-as por não terem cumprido as suas ordens. Apressou-se a ir ter com a lua,sua sogra, para l"e dar conta do desaparecimento da fil"a.

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A lua, muito irritada, disse:  A min"a fil"a desapareceu porque não cumpriste o que prometeste. Faz como

quiseres, mas a min"a fil"a tem de aparecer  Mas como posso ir ao encontro dela se desapareceu pelo c"ão abaixoA lua mudou, então, de aspecto e, mostrando-se conciliadora, disse:

  >om, vou mandar c"amar alguns animais para se fazer um rem)dio queobrigue a min"a fil"a a voltar... 5ai para o lugar onde desapareceu a min"a fil"a eespera l& por mim.

$ mon") foi-se embora e a lua c"amou um criado ordenando:  C"ama o *avali, a pacala, a gazela, o b'falo e o c&gado e diz-l"es que

compare%am, sem demora, nas pedras do rio onde desapareceu a min"a fil"a.$ criado correu a cumprir as ordens e os animais convidados apressaram-se para

c"egar ao lugar indicado. A lua tamb)m para l& se dirigiu com um cesto de alpista.2uando c"egou ao rio, derramou um pun"ado de alpista numa pedra e ordenou ao porco

que moesse.$ porco, enquanto moia, cantou:

  !u sou o *avali e estou a moer alpista para que tu, rapariga, apare%as ao somda min"a voz

 esse momento ouviu-se a voz cava da menina que, debaixo do c"ão, respondia:  ão te con"e%o$ *avali, despeitado, largou a pedra das mãos e afastou-se cabisbaixo.Aproximou-se em seguida a pacala e, enquanto moia, cantou:

  !u sou a pacala e estou a moer alpista para que tu, rapariga, apare%as ao som

da min"a voz$uviu-se novamente a voz da menina que dizia:  ão te con"e%oA gazela e o b'falo a*oel"aram tamb)m *unto do moin"o, fazendo a sua

invoca%ão, mas a menina deu a ambos a mesma resposta:  ão te con"e%o/or 'ltimo, tomou a pedra o c&gado e, enquanto mo3a, cantou:

  !u sou o c&gado e estou a moer alpista para que tu, rapariga, apare%as ao somda min"a voz

A menina cantou, então, em voz terna e melodiosa:  +im, c&gado, 0 tua voz eu vou aparecer...!, pouco a pouco, a menina come%ou a surgir por entre as pedras do rio,

 *untamente com o pilão, mas sem pilar. 2uando emergiu completamente parou e ficousilenciosa.

$s animais *untaram-se todos, curiosos, 0 volta da menina.!ntão, a lua disse:

  Agora a min"a fil"a *& não pode continuar a ser mul"er do mon") pois elenão soube cumprir o que me prometeu. !la ser&, daqui para o futuro, mul"er do c&gado,

 pois s( 0 sua voz ) que ela tornou a aparecer.

!ntão o c&gado levantou a voz dizendo:

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  !stou muito feliz com a menina que acaba de me ser dada em casamento e,como prova da min"a satisfa%ão, vou oferecer-l"e um vestido luxuoso que ela vestir&uma s( vez, pois durar& at) ao fim da sua vida.

!, dizendo isto, entregou 0 menina uma carapa%a lindamente trabal"ada, igual 0sua.

1a liga%ão do c&gado com a fil"a da lua ) que descendem todos os c&gados domundo...

Conto Africano: !stou voltando...E7m *ovem angolano camin"ava solit&rio pela praia. /arou por alguns instantes

 para agradecer aos deuses por aquele momento milagroso: o deslumbramento de suaterra natal.

$ sil#ncio o fez adormecer em seu mago, despertando inesperadamente com o bater das ondas sobre as pedras. 1e repente, surgiram das matas "omens estran"os e p&lidos que o agarraram e o acorrentaram. +ua coragem e o medo travaram naquele

momento uma longa batal"a... !le c"amou pelos seus pais e clamou pelo seu 1eus. Masningu)m o ouviu. +ubitamente mais e mais rostos estran"os e p&lidos se uniram pararirem de sua "umil"a%ão. 5endo que não "avia sa3da, o *ovem angolano atacou umdeles, mas foi impedido por um golpe. ;udo se transformou em trevas.

7m balan%o intermin&vel o fez despertar dentro do estDmago de uma criatura.Ainda zonzo, ele notou a presen%a de guerreiros de outras tribos. ;odos sedemonstraram incr)dulos sobre o que estava acontecendo. +eus ol"os c"eios de medoindagavam. /assos e risos de seus algozes foram ouvidos acima.

1urante a viagem muitos guerreiros morreram, sendo seus corpos lan%ados ao

mar. 1ias depois, *& em terra firme, ele ) tratado e vendido como um animal. Com ocora%ão c"eio de banzoE ele e outros negros foram levados para um engen"o bemlonge dali. Foram recebidos pelo propriet&rio e pelo feitor que, com o estalar do seuc"icote não precisou expressar uma s( palavra.

7m dia, em meio ao trabal"o, o *ovem angolano fugiu. Mas não foi muito longeGfoi capturado por um capitão do mato. Como castigo foi levado ao tronco onde recebeunão duas, mas cinqHenta c"ibatadas. +eu sangue se uniu ao solo bastardo que não o viunascer.

$s anos se passaram, mas a sua sede por liberdade era insaci&vel. 5&rias vezesfoi testemun"a dos maus tratos que o sen"or aplicava sobre as negras, obrigando-as a seentregarem. 2uando uma recusava era imediatamente a%oitada pelo seu atrevimento. A+in"&, desonrada, vingava-se sobre uma delas, mandando que l"e cortassem os mamilos

 para que não pudesse aleitar.$ *ovem angolano não suportando mais aquilo fugiu novamente. o meio do

camin"o encontrou outros negros fugidos que o conduziram ao topo de uma colina ondeuma aldeia fortificada ? um quilombo ? estava sendo mantida e protegida por escravos.

Ali ele aprendeu a mane*ar armas e, principalmente a ensinar as crian%as o valorda cultura africana. ;amb)m foi ali que con"eceu a sua esposa, a mãe de seu fil"o. Como menino nos bra%os, ele o ergue diante as estrelas mostrando-o a $lorum, o deus

supremo...

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+urgem novos rostos, estran"os e p&lidos, mas de cora%ão puro, osabolicionistas. !ram pessoas que "& anos vin"am lutando pelo fim do cativeiro. +uas

 press<es surtiram efeito. 8eis come%aram a vigorar, embora lentamente, para o fim daescravatura: A 8ei !us)bio 2ueirozG a do 5entre-8ivre, a do +exagen&rio e, finalmente,a 8ei Iurea. A *uventude se foi.

$ vel"o angolano agora observa seus netos correndo livremente pelos campos.Aprenderam com o pai a zelarem pelas vel"as tradi%<es e andarem de cabe%a erguida.7m dia o vel"o ouviu o clamor do seu cora%ão: com dificuldade camin"ou solit&rio at)a praia. $l"ou compenetrado para o "orizonte. Agora podia ouvir as vozes de seus paissendo trazidas pelas ondas do mar.

A noite caiu cobrindo o vel"o angolano com o seu manto... $s tambores secalaram... o cora%ão do sil#ncio suas palavras lentamente ecoaram:

!stou voltando... !stou voltando...E

Conto Africano: A lenda do tamborinhoCorre entre os >i*ag(s, da uin), a lenda de que foi o Macaquin"o de nariz

 branco quem fez a primeira viagem 0 8ua. A "ist(ria come%ou assim:  as proximidades de uma aldeia, os macaquin"os de nariz branco, certo dia,

de que se "aviam de lembrar 1e fazer uma viagem 0 8ua e traz#-la para baixo, para a;erra.

  $ra numa bela man"ã, depois de terem em vão tentado encontrar um camin"o por onde subir, um deles, por sinal o mais pequeno, teve uma ideia: encavalitarem-seuns nos outros. 7m agora, outro depois, a fila foi-se erguendo ao c)u e um deles acabou

 por tocar na 8ua.!mbaixo, por)m, os macacos come%aram a cansar-se e a impacientar- se. $compan"eiro que tocou na 8ua nunca mais conseguia entrar. As for%as faltaram-l"es,ouviu-se um grito, e a coluna desmoronou-se. 7m a um, todos foram arrastados naqueda e ca3ram no c"ão. Apenas um s(, s( um macaquito, por sinal o mais pequeno,ficou agarrado 0 8ua, que o segurou pela mão e o a*udou a subir.

  A 8ua ol"ou-o com espanto e tão engra%adin"o o ac"ou que l"e deu de presente um tamborin"o.

$ Macaquin"o come%ou a aprender a tocar no seu tamborin"o e por longos diasdeixou-se ficar por ali. Mas tanto andou, tanto passeou, tanto no tamborin"o tocou, queos dias se passaram uns atr&s dos outros e o macaquin"o de nariz branco come%ou asentir profundas saudades da ;erra e das suas gentes. !ntão, foi pedir 0 8ua que odeixasse voltar.

 @ /ara que queres voltar@ ;en"o saudades da min"a terra, das palmeiras, dasmangueiras, das ac&cias, dos coqueiros, das bananeiras.

A 8ua mandou-o sentar no tamborin"o, amarrou-o com uma corda e disse-l"e: @ Macaquin"o de nariz branco, vou-te fazer descer, mas toma tento no que te

digo. ão toques o tamborin"o antes de c"egares l& abaixo. ! quando puseres os p)s na;erra, tocar&s então com for%a para eu ouvir e cortar a corda. ! assim ficar&s liberto.

  $ Macaquin"o, muito feliz da vida, foi descendo sentado no tambor. Mas ameio da viagem, o", não resistiu 0 tenta%ão. ! vai de leve, levezin"o, de modo que a

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8ua não pudesse ouvir, pDs-se a tocar o tambor tamborin"o. /or)m, o vento soltando brandos rumores fazia estremecer levemente a corda. $uviu a 8ua os sons compassadosdo tantãBJ e pensou:

K$ Macaquin"o c"egou 0 ;erraK. ! logo mandou cortar a corda.! eis omacaquin"o atirado ao espa%o, caindo desamparado na il"a natal. 6a pelo camin"odiante uma rapariga cantando e meneando- -se ao ritmo de uma can%ão. 1e repente viu,com espanto, o infeliz estendido no c"ão. Mas tin"a os ol"os muito abertos, despertos,duas brasas produzindo luz. $ tamborin"o estava *unto dele. ! ainda pDde dizer 0rapariga que aquilo era um tambor e o entregava aos "omens do seu pa3s.

  A mo%a, ainda não refeita da surpresa, correu o mais velozmente que pDde acontar aos "omens da sua ra%a o que acabava de acontecer.5eio gente e mais gente.!spal"avam-se arc"otes. $uviam-se can%<es. ! naquele recanto da terra africana fazia-se o primeiro batuqueBL ao som do maravil"oso tambor.!ntão os "omens constru3rammuitos tambores e, dentro em pouco, não "avia terra africana onde não "ouvesse esse

querido instrumento.Com ele transmitiam not3cias a longas distncias e com elefeste*avam os grandes dias da sua vida e a sua ra%a.

$ tambor tamborin"o ficou tão querido e tão estremecido do povo africano que,em dias de tristeza ou em dias de alegria, ) ele quem mel"or exprime a grandeza da suaalma.

Conto Africano: COMO SURGIU A GALINHA D”ANGOLA

  Antigamente as aves viviam felizes nos campos e florestas africanas, at) que ainve*a se instalou entre elas tornando insuport&vel a conviv#ncia.

  essa ocasião, quase todos os p&ssaros passaram a inve*ar a fam3lia do Melro,que era muito bonito. $ mac"o, com sua plumagem negra e seu bico amarelo ? alaran*ado, despertava em todos a vontade de ser igual a ele. As f#meas tin"a o dorso

 preto, o peito pardo-escuro, mal"ado de pardo-claro, e a garganta com manc"asesbranqui%adas. !las causavam inve*a maior ainda.

  $ Melro, vaidoso, certo de sua beleza, prometeu que se todas as aves oobedecessem usaria seus poderes m&gicos e os tornaria negros com plumagem bril"ante.

!ntretanto, os p&ssaros logo come%aram a desobedec#-lo. !ntão ele, furioso, *urouvingan%a, rogou-l"es uma praga e deu-l"es cores e aspectos diferentes.

  /ara a alin"a 1EAngola, disse que seria magra e sentiria fraqueza constante.Fez com que seu corpo se tornasse pintado assim como o de um leopardo. 1essa forma,seria devorada por aqueles felinos, que não suportariam ver outro animal que tivesse ocorpo tão belo, pintado de uma maneira semel"ante ao deles. !la pagaria assim por suainve*a. ! foi isso que aconteceu.

  1esde esse dia a alin"a 1EAngola, embora se*a muito esperta e voe para fugir

dos ca%adores, vive reclamando to fraca, to fraca. Com suas pernin"as magras, fogecom seu bando assim que surge algum perigo e ) muito dif3cil alcan%&-la. +uas penas,

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cinzas, brancas ou azuladas, são sempre manc"adin"as de escuro tornando as galin"asdEangola belas e cobi%adas

Conto Africano: As duas irms4& muito tempo, duas irmãs, $melumma e $meluNa, adoravam brincar ao ar

livre, rir e correr para todo lado. Certo dia, seus pais sa3ram para a feira que era um pouco longe de casa, e recomendaram:

- Cuidado com os animais da terra e do mar, porque muitas pessoas *& foram levadas pelos monstros. Fiquem dentro de casa e não fa%am muito barul"o. 2uando fizeremcomida, acendam um fogo pequeno, para que a fuma%a não atraia os animais. !, quandosecarem os grãos, fa%am em sil#ncio, para que os monstros não ou%am./or)m - disse o

 pai - o mais importante, ) que não saiam para brincar com outras crian%as. Fiquem

dentro de casa.As duas concordaram com tudo. Acenaram em despedida quando os pais se afastaram.

Ficaram dentro de casa a man"ã inteira, mas conforme as "oras iam passando,aumentava a sensa%ão de fome. !ntão, come%aram a socar os grãos para fazer uma

 papa, e aquilo virou logo uma brincadeira. !las riam e faziam muito barul"o. A3acenderam um grande fogo para que a comida ficasse pronta mais depressa,esquecendo-se da advert#ncia dos pais.Ap(s comer at) se fartar, as duas viram os amigos brincando no campo e foramcorrendo brincar com eles.!nquanto brincavam, um rugido imenso saiu de dentro da mata e outro veio do mar,aparecendo muitos monstros que cercaram as crian%as. Aterrorizadas, as duas correram,mas foram separadas. $s monstros do mar carregaram $melumma e os da terra$meluNa.As duas pensaramO se tiv)ssemos ouvido nossos pais. Agora seremos devoradas pelosmonstros.E/or)m, eles não as devoraram, mas as venderam como escravas em lugares muito

distantes de sua terra. $melumma foi escol"ida por um "omem, que comprou-a e casou-se com ela. $meluNa, mais *ovem, não teve a mesma sorte. Foi escol"ida por um"omem cruel, que a comprou, mas a fez de escrava, dando-l"e muitas tarefas dia e noite.

/assado um tempo ele vendeu-a para um outro "omem ainda pior do que ele que amaltratava ainda mais. Assim, passaram-se muitos anos.!nquanto isso, $melumma vivia confortavelmente com o marido e deu 0 luz seu

 primeiro fil"o, um menino. $ marido foi ao mercado para encontrar uma escrava que pudesse a*ud&-la nas tarefas com o beb# e a irmã, $meluNa, estava l&, para ser vendida.

Assim, ele trouxe $meluNa para ser escrava da irmã, mas ela estava muito mudada,devido aos maus tratos que sofrera e $melumma não recon"eceu-a.;odas as man"ãs, $melumma ia para o mercado e entregava o beb# aos cuidados dairmã, deixando tamb)m, muitas tarefas para serem realizadas. $meluNa se desdobrava,

mas era muito servi%o. 2uando ia buscar &gua ou len"a, o beb# ficava em casa, todaviaseu c"oro a trazia rapidamente de volta, e assim não trazia a len"a suficiente. A irmã

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quando c"egava a surrava por não ter cumprido suas ordens, mas se ela deixava o beb#c"orando, os vizin"os contavam e ela apan"ava do mesmo *eito.!la tentou levar o beb# quando ia pegar len"a, mas não deu certo, porque não

conseguia fazer o servi%o com ele no colo.Certa tarde, o beb# s( interrompeu o c"oro, quando ela o colocou no colo e o embalousuavemente. 7ma vizin"a aproximou-se perguntando por que ela não fazia suas tarefas.!la ficou com medo de ser denunciada e voltou ao trabal"o. Mas o beb# come%ou ac"orar e ela não teve sa3da senão se sentar e come%ar a embal&-lo de novo. ão sabendomais o que fazer, finalmente entoou uma can%ão:Shsh, shsh, bebezinho, não chore mais

 Nossa mãe nos disse para não fazer fogo grande,

 Mas nós fizemos

 Nossa mãe nos disse para não fazer barulho,

 Mas nós fizemos.

 Nosso pai nos disse para não brincar lá fora,

 Mas nós brincamos.

 Então os monstros do mato e do mar nos levaram embora,

 Para muito longe, muito longe

 E onde pode a minha irmã estar!

 Muito longe, muito longe

Shsh, shsh, bebezinho não chore mais.

7ma vel"a que ouviu aquela cantiga, lembrou-se da "ist(ria que $melumma l"econtara, "& muito tempo, sobre terem sido levadas pelos monstros do mar e da terra. !la

 percebeu que a escrava devia ser a irmã de $melumma, "& tanto tempo sumida. Correuat) o mercado para contar a novidade 0 $melumma. o dia seguinte, ela deu v&rias tarefas 0 irmã e em seguida saiu, para o mercado. Masvoltou em segredo e viu como a irmã corria de um lado para o outro tentando impedir o

 beb# de c"orar enquanto fazia seu servi%o. Finalmente a irmã sentou-se e come%ou acantar a can%ão que a vel"a escutara.Assim que $melumma ouviu a can%ão, recon"eceu que era sua irmã e, c"orando de dore remorso, c"egou perto dela para pedir perdão.As duas se abra%aram e c"oraram *untas. !m seguida $melumma libertou a irmã, *uroununca mais maltratar nen"um servo e quando o marido c"egou tamb)m ficou muitofeliz ao saber da novidade. 5iveram depois disso, muito felizes.

Conto Africano:$ Pabuti e o 8eopardo

$ *abuti, distra3do como sempre, estava voltando apressado para casa . A noitecome%ava a cobrir a floresta com seu manto escuro e o mel"or era apertar o passo.1e repente ...caiu numa armadil"a

7m buraco profundo coberto por fol"as de palmeiras que "avia sido cavado natril"a, no meio da floresta, pelos ca%adores da aldeia para aprisionar os animais.

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$ *abuti, gra%as a seu grosso casco, não se mac"ucou na queda, mas...comoescapulir dali ;in"a que encontrar uma solu%ão antes do aman"ecer se não quisessevirar sopa para os alde<es...

!stava ainda perdido em seus pensamentos quando um leopardo caiu tamb)m namesma armadil"a $ *abuti deu um pulo, fingindo ter sido incomodado em seuref'gio, e berrou para o leopardo:

-2ue ) isto o que est& fazendo aqui 6sto são modos de entrar em min"acasa ão sabe pedir licen%a

! quanto mais gritava. ! continuou...-ão v# por onde anda ão sabe que não gosto de receber visitas a estas "oras

da noite +aia *& daqui +eu pintado mal-educado $ leopardo bufando de raiva com tal atrevimento, agarrou o *abuti...e com toda a

for%a *ogou-o para fora do buraco $ *abuti, feliz da vida, foi andando para sua casa tranquilamente

4& !spantado ficou o leopardo...Conto A!ri"ano# O MACACO $ O HI%O%&TAMO$M uma )poca muito antiga, quando as bananeiras produziam poucas bananas,

existiam numerosos macacos.4avia um deles c"amado ;ravesso, que morava nas margens do rio.$ macaco ;ravesso possu3a um grupo de bananeiras que l"e proporcionavam

frutos suficientes para a sua alimenta%ão, o que l"e trazia satisfa%ão e orgul"o porque osseus frutos eram os mais saborosos da região.

 o rio "abitava o "ipop(tamo 9a-9a, que era o rei daquelas paragens.

A corpul#ncia desse animal era not&vel e tão grande a sua boca, que podia tragarseis macacos de uma s( vez.Al)m disso, gostava imensamente de bananas e,especialmente as da propriedade de ;ravesso.

9a-9a resolveu roubar-l"e as bananas, apesar de não ser um ato muito bonito para um rei.$rdenou então a todos os papagaios que as trouxessem para a suaresid#ncia.

!ntretanto, o macaco não arredava p) do seu grupo de bananeiras, a fim deimpedir que desaparecessem os seus preciosos frutos.

$s papagaios logo encontraram este obst&culo s)rio e recorreram 0 ast'cia paracumprir as ordens do rei. Ap(s uma confer#ncia de v&rias "oras estudando diversassolu%<es para resolver eficientemente o problema do roubo, concordaram em dizer aomacaco que seu irmão estava muito doente e dese*ava v#-lo.

2uando ;ravesso recebeu a not3cia, bom irmão que era, foi depressa procurarseu irmão doente. 5erificou logo que aquilo não era verdade. +eu irmão estava gozandode boa sa'de e, suspeitando imediatamente do que se tratava, voltou a toda pressa para

 perto de suas bananeiras.7ma surpresa dolorosa o aguardava. ão ficara nem uma banana para semente.

!nquanto lamentava sua perda aproximou?se um papagaio, dizendo-l"e: @ $",irmão ;ravesso +abes que 9a-9a, o "ipop(tamo, nos obrigou a roubar-te

as bananas e depois não nos quis dar uma s(

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 @ A" !Q assim !ntão esperaR 6rei 0 casa de 9a-9a e tirar-l"e-ei as min"as bananas @ exclamou o macaco.

A serpente, que ) um animal inve*oso, c"eio de defeitos, dos quais o pior ) oesp3rito de intriga, passou por ali por acaso quando o macaco falava e, ato cont3nuo, foicontar tudo ao "ipop(tamo.

 @ !st& bem @ disse 9a-9a. @ !m tal caso ordeno ao ;ravesso que compare%aaqui quanto antes.

A +erpente voltou ao lugar em que vivia ;ravesso e l"e deu a ordem de 9a-9a,de modo que o macaco se pDs a tremer, pois, não era tão valente como as suas palavras

 pareciam revelar.!ra preciso obedecer e quando se dispun"a a fazer a desagrad&vel visita ao

"ipop(tamo, ocorreu-l"e uma id)ia. /reparou com o maior cuidado uma boa quantidadede visgo, a cola que usava para ca%ar passarin"os, e untou-se com ele muito bem. Feitoisto encamin"ou-se para a casa de 9a-9a, 0 margem do rio.

 @ 1isseram-me @ disse-l"e o "ipop(tamo, ao v#-lo @ que amea%aste de virrecobrar tuas bananas. = certo que o disseste

 @ 1e modo algum, sen"or @ respondeu ;ravesso. @ ;anto min"as frutas comoeu mesmo, estamos 0 sua disposi%ão.

 @ >em, fico muito satisfeito em ouvir estas palavras. +em d'vida, quiseramfazer intriga e contaram-me essa mentira. +enta-te. /or)m, procura faz#-lo de frente

 para mim e sem tocar em nen"uma das bananas que estão atr&s de ti.Assim fez ;ravesso, apoiando com for%a as costas, inteiramente untadas, contra

as bananas.

 @ 1isseram-me que sabes muitas "ist(rias. 2ueres contar-me uma$ macaco dispDs-se a satisfazer o dese*o de seu soberano e l"e contou uma"ist(ria muito interessante.

!nquanto isso não se esquecia de esfregar o corpo contra as bananas afim de queaderisse 0s suas costas o maior n'mero delas.;erminado o conto, 9a-9a disse-l"e:

 @ $brigado. /odes sair, mas toma cuidado para sa3res de frente para mim.Assim se deve fazer diante de um rei.

 ada podia favorecer mel"or o macaco, que estava com as costas c"eias das bananas que a elas se "aviam colado.

2uando se viu fora da casa do "ipop(tamo, pDs-se a correr, ocultando-se.$s papagaios não tardaram a descobrir a ast'cia do macaco e foram correndo

contar a 9a-9a.$ "ipop(tamo, ao tomar con"ecimento da not3cia, teve tão grande ataque de

raiva que virou de barriga para o ar, morrendo instantaneamente.!ntão, os animais reuniram-se e, diante da intelig#ncia do macaco, resolveram

aclam&-lo soberano.Ficou muito con"ecido por sua esperteza e deram-l"e, então, o nome de +ua

Ma*estade ;ravesso 6, o !sperto.! o seu governo foi s&bio e prudente, durante anos e anos.

Conto Africano: A on%a e a raposa

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A on%a estava cansada de ser enganada pela raposa, e mais irritada ainda por nãoconseguir peg&-la para poder fazer um bom guisado.7m dia teve uma id)ia: deitou-se na sua toca e fingiu-se de morta.2uando os bic"os da floresta souberam da novidade, ficaram tão felizes, mas tão felizesque correram na toca da on%a para ver se a sua morte era mesmo verdade.Afinal de contas, a on%a era uma bic"o danado 5ivia dado sustos nos outros animais/or isso estavam todos muitos felizes com a noticia de sua morte.A raposa por)m, ficou desconfiada e como não ) boba nem nada,ficou de longe,apreciando a cena. Atr&s de todos os animais, ela gritou:

  Min"a av( quando morreu, espirrou tr#s vezes. 2uem t& morto de verdade, tem queespirrar.A on%a ouviu aquilo e para demonstrar para todos que estava mesmo mortin"a da silva,espirrou tr#s vezes.- = mentira gente !la t& viva- ritou a raposa

$s bic"os correram assustados, enquanto a on%a levantava furiosa. A raposa fugiu rindo& be%a da cara da sua advers&ria. Mas a on%a não desistiu de apan"ar a raposa e pensounum plano.4avia uma grande seca na floresta, e os bic"os para beber &gua tin"am que ir num lago

 perto da sua toca. !ntão ela resolveu ficar ali.1eitada.2uieta.!sperando...!spreitando a raposa dia e noite, sem parar.7m dia, irritada e com muita sede, a raposa resolveu dar basta naquela situa%ão. !tamb)m elaborou um plano. 8ambuzou-se de mel e espal"ou um monte de fol"a seca

 por seu corpo cobrindo-o todo. C"egando ao lago encontrou a on%a. +ua advers&ria,ol"ou-a bem e perguntou:  2ue bic"o ) voc# que eu não con"e%oC"eia de ast'cia, a raposa respondeu:

  +ou o bic"o fol"aral  !ntão, pode beber &gua.5endo que a raposa bebia &gua como se tivesse muita sede, a on%a perguntoudesconfiadaG

  !st& com muita sede "ein isso, a &gua amoleceu o mel e as fol"as foram caindo do corpo da raposa.2uando a 'ltima fol"a caiu, a on%a descobrindo que foi enganada,pulou sobre ela.Masnisso, a esperta raposa *& tin"a fugido rindo 0s gargal"adas.

Conto Africano : O CA'ADOR (URTI)O/!19$ estava almo%ando em compan"ia de seus pais. /restava muita aten%ão 0

conversa dos mesmos, porque de fato era muito interessante. @ 4& muitos ca%adores furtivos nos bosques @ disse o pai. @ Poaquim, o

guarda, diz que não sabe quem ) o culpado, mas, que todas as noites desaparecem

coel"os e aves. 1eve, for%osamente, ser algum forasteiro @ !scuta, papai @ interrompeu /edro @ Poaquim não viu o ca%ador furtivo

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 @ +im Pulga que uma vez c"egou a v#-lo @ respondeu o pai. @ = umindiv3duo alto, for%udo e com barbas

/edro ficou muito preocupado com o ca%ador furtivo e pensou que um diaPoaquim "avia de surpreender o criminoso.

 @ +e eu tivesse uma espingarda como Poaquim, "avia de persegui-lo todas asnoites, e não teria medo algum @ pensou o menino. @ $xal& pudesse descobri-lo

1ois dias depois, quando o sol se pun"a, deu-se a casualidade de estar /edrodebru%ado 0 *anela mais alta de sua casa. /rocurava ver se descobria seu amigo ;om&s,o fil"o do guarda, na colina situada em frente da casa.

!nquanto ol"ava, seus ol"os se fixaram num indiv3duo alto, que desaparecia nos bosques de seu pai.

$ sol poente fez bril"ar por um instante a arma de fogo que o descon"ecidolevava debaixo do bra%o. /edro imediatamente se lembrou de que aquele indiv3duo

 poderia muito bem ser o ca%ador furtivo.

 @ 2uem ser& esse que a estas "oras se mete nos bosques de papai = alto e levaespingarda +e for o ca%ador furtivo que "ei de fazer eu agora

1esceu correndo e dirigiu-se a Paime, o coc"eiro. @ Paime, Paime @ exclamou arque*ante. @ os bosques est& um ca%ador

furtivo 5e*a se pode apan"&-lo @ Calma, calma, /edrin"o @ respondeu Paime sorrindo. @ !stou vendo que

queres ca%oar comigo @ acrescentou. @ Puro que ) verdade, Paime @ exclamou o menino, agarrando-se ao bra%o do

coc"eiro. @ Faz-me o favor de ir l& antes que se*a tarde e que ele mate todas as aves e

todos os coel"os de papai @ ão diga tolices @ replicou o coc"eiro. @ ;en"o muito o que fazer e sequiseres vai tu mesmo apan"ar esse ca%ador furtivo

/edro compreendeu que era in'til insistir com Paime, e, por isso, saiu a correr. @ ão "& tempo de ir em busca de mais ningu)m @ pensou. @ ! se eu mesmo

fosse apan"&-lo na florestaCorreu em dire%ão ao bosque e, antes mesmo de "aver pensado no que faria,

esbarrou com o descon"ecido. @ 2uem ) voc#, menino @ perguntou aquele. @ /ouco l"e importa saber @ respondeu /edro bruscamente, porque se sentia

muito cora*oso. @ 5oc# ) um ca%ador furtivo @ Poaquim *& o viu uma vez. 5oc# )alto, usa barba e traz espingarda ! "o*e voltou para ca%ar indevidamente nos bosquesde meu pai Fa%a o favor de me acompan"ar

$ descon"ecido pDs-se a rir. @ ! onde pretende levar-me @ perguntou. @ Aqui perto, em casa de meu pai ! não resista, porque papai ficar& muito

zangado @ ! se eu tentar fugir @ perguntou o "omem. @ $ que far& voc# @ +egu3-lo-ei @ respondeu /edro. @ ! posso afirmar-l"e que corro com muita

rapidez Al)m disso gritaria c"amando Poaquim, o guarda, de forma que não tardaria em

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ser o sen"or preso. = mel"or vir comigo, porque se livrar& dos ponta-p)s e bordoadasque Poaquim certamente l"e aplicaria

 @ >om @ concordou o descon"ecido. @ !ntrego-me e o acompan"o./edro o segurou pela manga do casaco e, tirando-o do bosque, levou-o at) 0 sua

casa.$ descon"ecido o seguiu docilmente, sem intentar sequer a fuga./edro se considerava muito valente. Acabava de prender, ele sozin"o, um

ca%ador furtivo. $ que iria dizer o seu pai quando eles c"egassemAl)m disso, estava muit3ssimo contente porque todos os seus colegas de escola

ficariam sabendo que ele era valente e não tin"a medo de um ca%ador furtivo.Considerava-se um "er(i completo

 @ /apai /apai @ gritou ao c"egar. @ 5en"a ver o ca%ador furtivo !u o prendi e encerrei-o no tel"eiro ;em espingarda e bolsa, que com certeza deve estarrepleta de coel"os.

/apai e mamãe apressaram-se a acudir muito surpreendidos e /edro os conduziuao tel"eiro.

 @ Cuidado @ disse ele ao pai. @ /ode tentar uma fuga e nos apan"ar desurpresa.

/apai abriu a porta e ol"ou para dentro. 1eu um grito de assombro e entrou notel"eiro.

 @ uil"erme 2uerido uil"erme @ exclamou. @ 1e onde vens ãoesper&vamos que voc# c"egasse tão cedo

Aquele "omem de elevada estatura saiu sorrindo e segurando no bra%o de papai.

/edrin"o não podia compreender o que significava aquilo. /ois não ) que seu pai tratavaamigavelmente aquele descon"ecido @ !ste ) o teu tio uil"erme @ disse o pai a /edro. @ 5em de ca%ar tigres em

um pa3s muito distante, para passar uma temporada conosco. ! voc# menino foi prend#-lo, confundindo-o, com um ca%ador furtivo

Meu 1eusE/edro ficou vermel"o como um tomate e muito envergon"ado ol"ou para o seu

tio uil"erme @ +into muito @ disse por fim. @ A verdade ) que pensei mesmo que o sen"or 

fosse um ca%ador furtivo$ menino acrescentou ainda:

 @ /or que então, o sen"or não me disse logo que era o tio uil"erme ;eriaevitado o aborrecimento de fec"&-lo no tel"eiro

 @ 5oc# ) o menino mais valente que ten"o con"ecido @ respondeu o tio. @5oc# sozin"o me apan"ou e me prendeu quando eu menos esperava /rometo um dialev&-lo comigo, porque estou orgul"oso de ter um sobrin"o como voc#

A aventura, pois, não teve conseqH#ncias. /apai estava muito orgul"oso de /edroe a mesma coisa pensava a mamãe.

Assim, portanto, /edro não se envergon"ou quando, brincando, zombavam dele

 por ter encerrado o tio uil"erme no tel"eiro do *ardim, pensando ser um "er(iconforme vira no cinema.

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!ntretanto, no 3ntimo, /edrin"o estava desgostoso. +e os seus amiguin"osviessem, a saber, do acontecido, ca%oariam dele e teria que demonstrar que não admitia

 brincadeiras./edro e o tio uil"erme se fizeram muito bons amigos.

 ão tardaram em empreender uma viagem muito longa, não para prenderca%adores furtivos, mas, para matar tigres na Ifrica. 8& pDde demonstrar a sua coragemnão fugindo nunca aos constantes perigos das florestas africanas.

4o*e ele tem satisfa%ão em ter sido valente.

 ome: 

Conto Africano: A M$NINA *U$ N+O (ALA)ACerto dia, um rapaz viu uma rapariga muito bonita e apaixonou-se por ela. Como sequeria casar com ela, no outro dia, foi ter com os pais da rapariga para tratar do assunto.

--!ssa nossa fil"a não fala. Caso consigas faze-la falar, podes casar com ela -responderam os pais da rapariga.$ rapaz aproximou-se da menina e come%ou a fazer-l"e v&rias perguntas, a contarcoisas engra%adas, bem como a insulta-la, mas a mi'da não c"egou a rir e não

 pronunciou uma s( palavra. $ rapaz desistiu e foi-se embora.Ap(s este rapaz, seguiram-se outros pretendentes, alguns com muita fortuna mas,ningu)m conseguiu faze-la falar. $ 'ltimo pretendente era um rapaz su*o, pobre einsignificante. Apareceu *unto dos pais da rapariga dizendo que queria casar com ela, aoque os pais responderam:

----+e *& v&rias pessoas apresent&veis e com muito din"eiro não conseguiram faze-lafalar, tu ) que vais conseguir em penses nisso$ rapaz insistiu e pediu que o deixassem tentar a sorte. /or fim, os pais acederam. $rapaz pediu 0 rapariga para irem 0 sua mac"amba, para esta o a*udar a sac"ar. Amac"amba estava carregada de muito mil"o e amendoim e o rapaz come%ou a sac"a-los.1epois de muito trabal"o, a menina ao ver que o rapaz estava a acabar com os seus

 produtos, perguntou-l"e:-----$ que est&s a fazer$ rapaz come%ou a rir e, por fim, disse para regressarem a casa para *unto dos pais delae acabarem de uma vez com a questão.2uando a3 c"egaram, o rapaz contou o que se tin"a passado na mac"amba. A questão foidiscutida pelos anciãos da aldeia e organizou-se um grande casamento.

 ome: 

Conto Africano# A GA,$LA $ O CARACOL

7ma gazela encontrou um caracol e disse-l"e:  ;u, caracol, )s incapaz de correr, s( te arrastas pelo c"ão.

$ caracol respondeu:  5em c& no 1omingo e ver&s

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$ caracol arran*ou cem pap)is e em cada fol"a escreveu:2uando vier a gazela e disser: caracol , tu respondes com estas palavras:  Eu

 sou o caracol . 1ividiu os pap)is pelos seus amigos carac(is dizendo-l"es:  8eiam estes pap)is para que saibam o que fazer quando a gazela vier. o 1omingo a gazela c"egou 0 povoa%ão e encontrou o caracol. !ntretanto, este

 pedira aos seus amigos que se escondessem em todos os camin"os por onde ela passasse, e eles assim fizeram.

2uando a gazela c"egou, disse:  5amos correr, tu e eu, e tu vais ficar para tr&s$ caracol meteu-se num arbusto, deixando a gazela correr.!nquanto esta corria ia c"amando:

  Caracol! "avia sempre um caracol que respondia:

  !u sou o caracol.

Mas nunca era o mesmo por causa das fol"as de papel que foram distribu3das.A gazela, por fim, acabou por se deitar, esgotada, morrendo com falta de ar. $

caracol venceu, devido 0 esperteza de ter escrito cem pap)is.

 ome: 

Conto Africano: O HOM$M CHAMADO NAMARASOTHA 

4avia um "omem que se c"amava amarasot"a. !ra pobre e andava sempre

vestido com farrapos. 7m dia foi 0 ca%a. Ao c"egar ao mato, encontrou uma impalamorta. 2uando se preparava para assar a carne do animal apareceu um passarin"o quel"e disse:

  amarasot"a, não se deve comer essa carne. Continua at) mais adiante que oque ) bom estar& l&.

$ "omem deixou a carne e continuou a camin"ar. 7m pouco mais adianteencontrou uma gazela morta. ;entava, novamente, assar a carne quando surgiu um outro

 passarin"o que l"e disse:  amarasot"a, não se deve comer essa carne. 5ai sempre andando que

encontrar&s coisa mel"or do que isso.!le obedeceu e continuou a andar at) que viu uma casa *unto ao camin"o. /arou

e uma mul"er que estava *unto da casa c"amou-o, mas ele teve medo de se aproximar pois estava muito esfarrapado.

 C"ega aqui- insistiu a mul"er. amarasot"a aproximou-se então.  !ntra - disse ela.!le não queria entrar porque era pobre. Mas a mul"er insistiu e amarasot"a

entrou, finalmente. 5ai te lavar e veste estas roupas - disse a mul"er.

! ele lavou-se e vestiu as cal%as novas. !m seguida, a mul"er declarou:

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  A partir deste momento esta casa ) tua. ;u )s o meu marido e passas a ser tu amandar.

! amarasot"a ficou, deixando de ser pobre.7m certo dia "avia uma festa a que tin"am de ir. Antes de partirem para a festa,

a mul"er disse a amarasot"a:  a festa a que vamos quando dan%ares não dever&s virar-te para tr&s. amarasot"a concordou e l& foram os dois. a festa bebeu muita cerve*a de

farin"a de mandioca e embriagou-se. Come%ou a dan%ar ao ritmo do batuque. A certaaltura a m'sica tornou-se tão animada que ele acabou por se virar.

! no momento em que se virou, ficou como estava antes de c"egar 0 casa damul"er: pobre e esfarrapado.

 ome: 

Conto Africano: O RATO $ O CA'ADOR 

Antigamente "avia um ca%ador que usava armadil"as, abrindo covas no c"ão.!le tin"a uma mul"er que era cega e fizera com ela tr#s fil"os.

7m dia, quando visitava as suas armadil"as, encontrou-se com um leão: >om dia, sen"or 2ue fazes por aqui no meu territ(rio

  Ando a ver se as min"as armadil"as apan"aram alguma coisa -respondeu o"omem.

 ;u tens de pagar um tributo, pois esta região pertence-me. $ primeiro animal

que apan"ares ) teu e o segundo meu e assim sucessivamente.$ "omem concordou e convidou o leão a visitar as armadil"as, uma das quaistin"a uma presa ,uma gazela. Conforme o combinado, o animal ficou para o dono dasarmadil"as.

/assado algum tempo, o ca%ador foi visitar os seus familiares e não voltou nomesmo dia. A mul"er, necessitando de carne, resolveu ir ver se alguma das armadil"astin"a presa. Ao tentar encontrar as armadil"as, caiu numa delas com a crian%a que traziaao colo.

$ leão que estava 0 espreita entre os arbustos, viu que a presa era uma pessoa eficou 0 espera que o ca%ador viesse para este l"e entregar o animal, conforme o contrato.

 o dia seguinte, o "omem c"egou a sua casa e não encontrou nem a mul"er nem o fil"omais novo. 9esolveu, então, seguir as pegadas que a sua mul"er tin"a deixado, que oguiaram at) 0 zona das armadil"as.

2uando a3 c"egou, viu que a presa do dia era a sua mul"er e o fil"o. $ leão, l&de longe, exclamou ao ver o "omem a aproximar-se:

 >om dia amigo 4o*e ) a min"a vez A armadil"a apan"ou dois animais aomesmo tempo. P& ten"o os dentes afiados para os comer

  Amigo leão, conversemos sentados. A presa ) a min"a mul"er e o meu fil"o. ão quero saber de nada. 4o*e a ca%ada ) min"a, como rei da selva e

conforme o combinado, protestou o leão.1e s'bito, apareceu o rato.

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 >om dia titios $ que se passa - 1isse o pequeno animal. !ste "omem est& a recusar-se a pagar o seu tributo em carne, segundo o

combinado. ;itio, se concordaram assim, porque não cumpres /ode ser a tua mul"er ou o

teu fil"o, mas deves entrega-los. 1eixa isso e vai-te embora, disse o rato ao "omem.Muito contrariado, o ca%ador retirou-se do local da conversa, ficando o rato, a

mul"er, o fil"o e o leão.  $uve, tio leão, n(s *& convencemos o "omem a dar-te as presas. Agora deves-

me explicar como ) que a mul"er foi apan"ada. ;emos que experimentar como ) queesta mul"er caiu na armadil"a Be levou o leão para perto de outra armadil"a.

Ao fazer a experi#ncia, o leão caiu na armadil"a.!ntão, o rato salvou a mul"er e o fil"o, mandando-os para casa.A mul"er, vendo-se salva de perigo, convidou o rato a ir viver para a sua casa,

comendo tudo o que ela e a sua fam3lia comiam.

Foi a partir daqui que o rato passou a viver em casa do "omem, roendo tudoquanto existe...

 ome: 

Conto Africano# OS S$GR$DOS DA NOSSA CASA 

Certo dia, uma mul"er estava na cozin"a e, ao ati%ar a fogueira, deixou cair

cinza em cima do seu cão.$ cão queixou-se:  A sen"ora, por favor, não me queime!la ficou muito espantada: um cão a falar At) parecia mentira...Assustada, resolveu bater-l"e com o pau com que mexia a comida. Mas o pau

tamb)m falou: $ cão não me fez mal. ão quero bater-l"eA sen"ora *& não sabia o que fazer e resolveu contar 0s vizin"as o que se tin"a

 passado com o cão e o pau.Mas, quando ia sair de casa a porta, com um ar zangado, avisou-a:

 ão saias daqui e pensa no que aconteceu. $s segredos da nossa casa nãodevem ser espal"ados pelos vizin"os.

A sen"ora percebeu o consel"o da porta. /ensou que tudo come%ara porquetratara mal o seu cão. !ntão, pediu-l"e desculpa e repartiu o almo%o com ele.

 ome: 

Conto Africano: TODOS D$%$ND$M DA -OCA...

Certo dia, a boca, com ar vaidoso, perguntou:

 !mbora o corpo se*a um s(, qual ) o (rgão mais importante$s ol"os responderam:

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 $ (rgão mais importante somos n(s: observamos o que se passa e vemos ascoisas.

  +omos n(s, porque ouvimos - disseram os ouvidos. !stão enganados. (s ) que somos mais importantes, porque agarramos as

coisas - disseram as mãos.Mas o cora%ão tamb)m tomou a palavra:

 !ntão e eu !u ) que sou importante: fa%o funcionar todo o corpo  ! eu trago em mim os alimentos - interveio a barriga. $l"a 6mportante ) aguentar todo o corpo como n(s, as pernas, fazemos.!stavam nisto quando a mul"er trouxe a massa, c"amando-os para comer. !ntão

os ol"os viram a massa, o cora%ão emocionou-se, a barriga esperou ficar farta, osouvidos escutavam, as mãos podiam tirar bocados, as pernas andaram... mas a bocarecusou comer. ! continuou a recusar.

/or isso, todos os outros (rgãos come%aram a ficar sem for%as...

!ntão a boca voltou a perguntar: Afinal qual ) o (rgão mais importante no corpo =s tu boca - responderam todos em coro. ;u )s o nosso rei

 ome: 

Conto Africano: UMA ID/IA TONTA 

7m dia a "iena recebeu convite para dois banquetes que se realizavam 0 mesma"ora em duas povoa%<es muito distantes uma da outra. !m qualquer dos festins eraabatido um boi, e sabe-se que "iena ) especialmente gulosa.

 ão "& d'vida de que ten"o de assistir aos dois banquetes, pois não querodesconsiderar os anfitri<es. ;amb)m as oportunidades de comer carne de boi não sãomuitas... mas como "ei-de fazer, se as festas são em lugares tão distantes um do outro

A "iena pensou, pensou... e, de repente, bateu com a mão na testa. 1escobri Afinal ) simples... -disse ela, muito contente com a sua esperteza.+aiu 0 pressa de casa. Assim que c"egou ao local donde partiam os dois

camin"os que levavam aos locais das festas, come%ou a andar pelo camin"o que ficavado lado direito com a perna direita e pelo camin"o que ficava do lado esquerdo, com a

 perna esquerda./ensava c"egar deste modo a ambas as festas ao mesmo tempo. Mas come%ou a

ficar admirada de l"e custar tanto camin"ar dessa maneira. ! fez tanto esfor%o, que sesentiu dividir em duas de alto a baixo.

Coitada, l& a levaram ao m)dico que a proibiu, desde logo, de comer carne de

 boi durante um m#s.= muito tonta a "iena

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 ome: 

Conto Africano# A HI$NA $ O GALA0GALA

A 4iena estabeleceu rela%<es de amizade com o ala-ala.7m dia, a 4iena preparou cerve*a e foi c"amar o seu amigo lagarto:

  5amos beber cerve*a.Foram. $ ala-ala embriagou-se. /erguntou 0 sua amiga 4iena:

  Amiga, tu que gostas tanto de carne, se me encontrares morto no camin"o, )scapaz de me comer

 ão, isso nunca. !u quero ser tua amiga.$ lagarto embriagou-se muito e despediu-se:

  Amiga, vou para min"a casa.

 !st& bem.$ ala-ala partiu. A meio do camin"o, deitou-se a dormir. A 4iena pensou: $

meu amigo bebeu muito. = mel"or ir ver se ele c"ega bem a casa.!ncontrou-o no camin"o, deitado. 8evantou-o:

 = sono, amigo = embriaguez+egurou-o, virando-o. $ lagarto calou-se, sem respirar. A 4iena agarrou nele e

atirou-o para o mato. 1epois saiu do camin"o, foi ver onde ) que o ala-ala tin"aca3do e encontrou-o.

 $ meu amigo morreu.

Cortou len"a, fez fogo, e agarrou no lagarto para o assar na fogueira. $ ala-ala, sentindo o calor do fogo, bateu com a cauda nos ol"os da 4iena e subiu, depressa, para uma &rvore.

A amizade entre eles acabou ali. $ ala-ala passou a viver nas &rvores e a4iena continuou a andar no c"ão, para nunca mais se encontrarem.

 ome: 

Conto Africano: C$9AST$-+$U64$

$ 8eão e a 8eoa tiveram tr#s fil"osG um deu a si pr(prio o nome de Cora%ão-+ozin"o, o outro escol"eu o de Cora%ão-com-a-Mãe e o terceiro o de Cora%ão-com-o-/ai.

Cora%ão-+ozin"o encontrou um porco e apan"ou-o, mas não "avia quem oa*udasse porque o seu nome era Cora%ão-+ozin"o.

Cora%ão-com-a-Mãe encontrou um porco, apan"ou-o e sua mãe veio logo para oa*udar a matar o animal. Comeram-no ambos.

Cora%ão-com-o-/ai apan"ou tamb)m um porco. $ pai veio logo para o a*udar.Mataram o porco e comeram-no os dois.

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Cora%ão-+ozin"o encontrou outro porco, apan"ou-o mas não o conseguia matar. ingu)m foi em seu aux3lio. Cora%ão-+ozin"o continuou nas suas ca%adas, sem a*udade ningu)m. Come%ou a emagrecer, a emagrecer, at) que um dia morreu.

$s outros continuaram c"eios de sa'de por não terem um cora%ão sozin"o.

 ome: 

Conto AfricanoO (IM DA AMI,AD$ $NTR$ O COR)O $ O CO$LHO

$ Corvo era muito amigo do Coel"o. Combinaram, um dia, que cada um delestransportasse o compan"eiro 0s costas, indo de povoa%ão em povoa%ão, para dar acon"ecer 0s pessoas a amizade que os unia.

$ Corvo come%ou a carregar o Coel"o. Andou com ele 0s costas pelas aldeias e

a gente, quando o via, perguntava-l"e: V Corvo, que trazes tu a3 ;rago um amigo meu que acaba de c"egar de amandic"a./assou assim com ele por muitas terras.C"egou depois a vez de ser o Coel"o a carregar com o Corvo. Ao passar por uma

aldeia, os moradores perguntaram-l"e: V Coel"o, que trazes tu 0s costas $ra, ora, trago penas, penugem e um grande bico - respondeu, a tro%ar, o

Coel"o.

$ Corvo não gostou que o compan"eiro o gozasse daquela maneira, saltou logo para o c"ão e deixaram de ser amigos.

 ome: 

Conto Africano: O C1GADO $ O LAGARTO um ano em que "avia pouca comida, o C&gado pegou no din"eiro que tin"a

economizado e foi a an"agaia onde comprou um saco de mil"o.2uando voltava para casa, viu, a certa altura, um tronco de &rvore atravessado

no camin"o. Como não conseguia passar por cima dele, atirou o saco de mil"o para ooutro lado e depois foi dar a volta.

2uando estava a dar a volta, ouviu uma voz a gritar: 5iva, viva, ten"o um saco de mil"o que caiu l& de cima.!ra o 8agarto, que segurava o saco que o C&gado tin"a atirado.$ C&gado protestou:

  ão. $ saco ) meu. Comprei-o agora e vou leva-lo para casa.$ 8agarto não quis ouvir nada e levou o saco para casa dele, dizendo:

 !u não o roubei a ningu)m. Ac"ei-o. 5ou comer o mil"o porque encontrei osaco.

$ C&gado ficou muito zangado mas não podia fazer nada. C"eio de fome, no diaseguinte foi com os fil"os ver se encontrava alguma coisa para comer.

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A certa altura, viram o rabo do 8agarto que sa3a de dentro de um buraco, s( como rabo de fora.

$ C&gado agarrou no rabo e numa faca e preparou-se para o cortar. 1epois decortado, levou-o para casa e comeu-o com os fil"os.

$ 8agarto que, entretanto tin"a conseguido sair do buraco, foi queixar-se aorespons&vel da aldeia:

 $ C&gado cortou-me o rabo. Mande-o c"amar para ele dizer porque ) que mecortou o rabo.

$ respons&vel convocou o C&gado e perguntou-l"e: = verdade que tu cortaste o rabo ao 8agarto$ C&gado, que era muito esperto, disse:

  = verdade que eu encontrei um rabo perto de um buraco e o levei para casa para comer, mas não era de ningu)m. !u não vi mais nada senão o rabo.

 Mas o rabo era meu - gritou o 8agarto - tens de o pagar.

$ C&gado respondeu: ão, não pago. !u fiz o mesmo que tu fizeste ontem. ;u ontem encontraste o

meu saco de mil"o e comeste-o. !u "o*e encontrei o teu rabo e comi-o. Agora estamos pagos.

$ respons&vel ac"ou que ele tin"a razão e mandou-os embora. ome: 

Conto Africano: O CARACOL $ A IM%ALA7ma 6mpala, muito vaidosa da sua agilidade e da rapidez com que corria,

encontrou um Caracol e come%ou a fazer pouco dele:  V Caracol, tu não )s capaz de correr. 2ue vergon"a, s( )s capaz de te arrastar pelo c"ão.

$ Caracol, que era esperto, resolveu enganar a 6mpala. /or isso desafio-a:  5em c& no pr(ximo domingo e vamos fazer uma corrida por esta estrada,

desde aqui at) ao rio.  7ma corrida comigo - perguntou, espantada, a 6mpala. @ !st& bem, c&

estarei.! afastou-se a rir, pensando que o Caracol era maluco por querer correr com ela.$ Caracol, entretanto, como tin"a ido 0 escola e sabia ler e escrever, escreveu

uma carta a todos os carac(is amigos dele que moravam ao longo da estrada at) ao rio. essa carta ele dizia aos amigos para, no domingo, estarem *unto 0 estrada e, quando passasse a 6mpala, se ela c"amasse pelo Caracol, eles responderem: C& estou eu, oCaracol.

 o domingo, a 6mpala encontrou-se com o Caracol e, a rir muito, disse-l"e: 5amos l& então correr os dois e ver quem c"ega primeiro ao rio.$ Caracol deixou-a partir a correr e escondeu-se num arbusto. A 6mpala corria e,

de vez em quando, gritava: Caracol, ( Caracol, onde ) que tu est&s

! "avia sempre um dos amigos do Caracol que estava ali perto e respondia: C& estou eu, o Caracol.

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A 6mpala, que *ulgava ser sempre o mesmo Caracol que ia a correr com ela,corria cada vez mais, mas "avia em todos os momentos um Caracol para responderquando ela c"amava.

1e tanto correr, a 6mpala acabou por se deitar muito cansada e morrer com faltade ar.

$ Caracol gan"ou a aposta porque foi mais esperto que a 6mpala e tin"a ido 0escola *unto com os outros carac(is e todos sabiam ler e escrever. +( assim se puderamorganizar para vencer a 6mpala.

 ome: 

Conto Africano# O $L$(ANT$2 $SCRA)O DO CO$LHO 7ma vez, o Coel"o andava a passear e encontrou um grande a*untamento de

animais sentados 0 sombra de uma &rvore. C"eio de curiosidade, quis logo saber domotivo daquela reunião e perguntou:

  !ntão o que ) que se passa 2ue novidades "& por aqui7m dos animais explicou:

 ;rataWse de um milando e estamos 0 espera do !lefante, o nosso c"efe, para oresolver.

  $ qu#... $ qu#... $ !lefante vosso c"efe - perguntou o Coel"o, franzindo atesta.

! continuou:  $ !lefante não ) c"efe nen"um $ !lefante ) meu escravo e levaWme sempre

0s costas a qualquer parte que eu queira

Alguns do grupo admiraramWse:  Como pode o !lefante ser teu escravo se tu )s tão pequeno  $ ser pequeno nada tem a ver com o meu valor - replicou o Coel"o.!, em tom autorit&rio, acrescentou:

  P& vos disse e torno a dizer que o !lefante não ) c"efe, ) meu escravo, e porisso, voc#s podem ir embora daqui, que nesta coisa de resolver milandos ele não temnada que se meter.

1ito isto, o Coel"o dirigiu os passos para sua casa e muitos dos animaisforamWse tamb)m embora dali por terem acreditado nas suas palavras.

Algum tempo depois, c"egou o !lefante e perguntou:!ntão onde estão os outros que aqui faltam AtrasaramWse na viagem

 ãoexplicaramWl"e os poucos animais que l& tin"am ficado. @ $s que aquifaltam foramWse embora "& pouco tempo, porque passou neste lugar o Coel"o e

disseW nos que tu, !lefante, não )s c"efe, mas sim, um escravo dele.$ !lefante tremeu todo de indigna%ão e, muito furioso, resmungou:A", Coel"o malandro Coel"o vigarista... 1eixa l& que, "o*e mesmo, me dar&s

conta de palavras tão in*uriosas e tão vis...!ntretanto, o Coel"o c"egou a casa e fingiuWse doente. A mul"er, c"eia de pena,

foi estender uma esteira e o Coel"o deitouWse nela.

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1a3 a momentos c"egou a 6mpala, que era cun"ada do Coel"o, avisandoWo deque o !lefante *& se aproximava para l"e fazer mal. !, transmitido o recado, retirouWse.

$ Coel"o, man"oso, entrou então em grandes convuls<es, soltando, ao mesmotempo, gemidos tão lastimosos que era mesmo de partir o cora%ão.

C"egou o !lefante que se pDs a roncar, muito mal disposto:V Coel"o, ( malandro, salta depressa c& para fora, que tens de me acompan"ar.$ Coel"o murmurou, a gemer e entrecortando as palavras:

$" /or... fa... vor 1es... cul... peWme... porque eu... não... es...tou... bom...d(iWme mui...to... o cor... po to...do 6sto foi... um mal que me deu de re... pen... te...

 ão quero saber +e*a como for, tens de vir comigo ao lugar onde estão reunidosos outros animais, porque ouvi dizer que tiveste o descaramento de enxoval"ar o meut3tulo de c"efe e de dizer que eu sou teu escravo replicou o !lefante.

;ens to... da a ra... zão... mas o cer... to ) que eu... não aguen... to ca... mi...

n"ar... para te po... der... acom... pa... n"arP& te disse, tens de vir comigo, custe o que custar, mesmo que eu ten"a de te levar 0scostas ordenou o !lefante.

!ntão s( se for desse mo... do, mas fi... ca... sa... ben... do que mes... mo assim avia... gem me vai ser muito... pe... no... sa.

!, logo a seguir, c"amou a mul"er e disse, c"orosamente:1& c& a min"a ca... mi... sa nova. 4i... 4i... 4i... 4i... vai tam... b)m bus... car asmin"as cal... %as no... vas.

!, depois:

P& a... go... ra, traz tam... b)m os meus sa... pa... tos no... vos = que po... de a...con... te... cer que eu morra e, ao me... nos, que... ro morrer com os meus tra... *es maisricos.

7ma vez o Coel"o vestido e cal%ado, o !lefante abaixouWse e o Coel"osaltouWl"e para as costas, onde se instalou muito bem instalado.

!stava um calor de rac"ar pedras. Antes de partir, o Coel"o gritou para a mul"er:V mul"er, d&Wme c& a sombrin"a porque est& muito calor... e posso agravar os

meus males com alguma insola%ão.$ !lefante, em grandes e r&pidas passadas, pDsWse a camin"o da reunião.2uando se aproximavam do lugar, o Coel"o, deixando de fingir que estava

doente,ensaiou uma atitude de pessoa importante e esbo%ou um sorriso feliz.$s outros animais ao verem o Coel"o assim todo solene e bem apresentado, 0s

costas do!lefante, come%aram todos com grandes exclama%<es:

  $l"a $l"a... +empre ) verdade o que o Coel"o dizia. $ !lefante ) escravo

dele... pois que o traz 0s costas.

2uando o !lefante parou, o Coel"o deu um salto, muito &gil e elegante, para oc"ão e,

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tomando a palavra, dirigiuWse assim aos outros animais:  !stão a ver... !stão a ver... !u não vos dizia que o !lefante ) o meu escravo;odos os animais presentes romperam em grande gritaria, clamando:

 = verdade, sim sen"or, ) verdade. ;u, !lefante, não )s c"efe nen"um... =sescravo do

Coel"o pois o carregas 0s costas.$ !lefante s( então deu pelo acto de estupidez que cometera e, c"eio de

vergon"a,desandou dali para fora.