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Uma resenha de vida – Contos & Crônicas 1 Uma Resenha De Vida Contos & Crônicas

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Uma resenha de vida – Contos & Crônicas

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Uma Resenha

De Vida

Contos & Crônicas

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Copyright 2016 (1ª Edição) Todos os direitos desta edição reservados aos autores.

Impresso no Brasil Printed in Brazil.

Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto n 1.825, de 20/12/1907.

Projeto editorial e diagramação: Antônio Ramos da Silva

Capa:

UQC – comunicação Visual Ltda

Revisão técnica e ortográfica: dos autores.

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

ISBN –

PERMISSÃO DOS AUTORES PARA CITAÇÃO

É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, inclusive

quanto às características gráficas e/ou editoriais. A violação de direitos autorais

constitui crime (Código Penal, art. 184 e Parágrafos, e Lei nº 6.895, de 17/12/1980)

sujeitando-se à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei nº 9.610/98).

EV92u Uma resenha de vida / José Alfredo Evangelista [et al.]. – 1. ed.

– [S.l.]: Bookess, 2016. 92 p.

ISBN: 978-85-

1. Contos e Crônicas brasileiras. 2. Literatura brasileira –

Miscelânea.

I. Evangelista, José Alfredo. Título.

CDD: 869.98

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Jose Alfredo Evangelista

Uma Resenha

De Vida

Contos & Crônicas

1ª Edição

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Apresentação “Uma Resenha De Vida - Contos & Crônicas”, tem os limites da realidade e da ficção por onde o autor percorre na sua imaginação. Como jornalista, o autor externa suas opiniões por temas da atualidade sócio-política da sociedade. A edição começa com casos de sua infância, juventude e tempos adultos para desembocar em crônicas políticas, esportivas e reflexões religiosas. O perfil de contos ficcionais leva o autor ao outro lado da vida e o traz de volta no seu dia-a-dia da realidade humana. Este trabalho editorial revela a formação jornalística e religiosa do autor que analisa e reflete um pouco o rosto de cada vivente ao longo da sua vida, desde o seu nascimento até os problemas atuais.

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SumárioHora de vir ao mundo! (9) O rapaz e o cão (48)

O susto da aranha (10) O feio e o espelho (49)

O ataque da galinha (11) A igreja e a mídia (50)

O cachorro louco (12) Nos tempos da subversão (51)

Um bebe no telhado (13) O conto do vigário (53)

Sob o trem (14) Conto das cores (54)

Trem de operários (15) Bate-boca entre dois burros (55)

Providência divina (16) JÔ sem ares na TV Órbita (57)

A zona de meretrício (17) O medonho (59)

Tiro pelas costas (18) Entre a vida e a morte (61)

Sequestro (19) ALLARTE: “Um foco de luz sobre a nossa cultura” (62)

Virgindade por princípio (20) O idoso da pracinha (64)

Por conta do anjo da guarda (21) Curtição (66)

Zelo pela igreja (22) Tudo como dantes no quartel de Abrantes (68)

Agressão (24) Inocentes úteis (70)

A máfia da saúde (25) Tempo sem tempo (71)

Aparelhamento - Especialidade petista (26) O rei nomeia o rei (73)

As duas faces da praça (28) Consciência coletiva (74)

Caridade (30) Teoria de gênero (75)

Futebol – Perdi o encanto! (31) Vida online (76)

Mudança de foco (33) O vagalume (78)

Sátira (35) A nova cartilha das esquerdas (79)

Olhos – Janela no tempo (37) Conto da sexta-feira (81)

Um conto do faz de conta (38) Caiu a ficha (82)

O combate (40) A Igreja Católica, o Concílio Vaticano II e a revolução de 64 (83)

Eles nunca sabiam de nada (41) A História do Cerco de Jericó (86)

Conto por um conto (42) O homem e o cidadão (87)

Genitália de metal (43) O happy dos jovens (88)

O mendigo (44) A retórica de lula (89)

Contos, casos e causos (45) Uma nação espoliada (91)

O comissário de bordo (46) A blindagem de um ministro (92)

Conto da caserna (47)

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José Alfredo Evangelista nasceu no dia 25 de Fevereiro de 1946, na cidade de São Roque (SP). Ingressou nas fileiras do Exército Brasileiro e passou para a reserva, após trinta anos de efetivo serviço, tendo fixado residência na cidade de Lorena onde formou sua família. Estudou Teologia na Universidade Salesiana de Lorena e Jornalismo em Mogi das Cruzes. É um dos fundadores da Associação dos Militares Inativos e Pensionistas de Lorena – AMIPEL. Possui o título de Comendador outorgado pelo Poder Executivo de Lorena com a “Comenda Bernardo José de Lorena” por relevantes serviços prestados à comunidade. É Acadêmico na ALLARTE – Academia Lorenense de Letras e Artes, ocupando a cadeira nº 11 e tem como seu Patrono, o Marechal Cândido da Silva Rondon, Patrono das Comunicações. É autor dos livros: “TENENTE CLÁUDIO PEREIRA – Tributo e Memórias”; “CASOS E CAUSOS DA CASERNA – Relatos de um militar inativo”; “DIVAGAÇÕES POÉTICAS - Um olhar aos meandros da vida” e “CONTOS & CRÔNICAS – Uma resenha da vida”, “POEMAS DA ALMA”, todos na suas 1ª Edições.

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Hora de vir ao mundo! Quis o Senhor da Vida que no meu nascimento, eu viesse ao mundo, como um guerreiro que venceu uma batalha. Sim, fui um guerreiro, pois minha mãe, durante a minha gestação, teve problemas, sérios que quase me levaram a óbito! O meu parto fora executado por uma senhora parteira de 90 anos que dirigida pela Mão de Deus, trouxe-me ao mundo e à luz, na casa de meu avô materno. Naquele tempo, a maioria dos partos era feito em casa e sob os trabalhos de uma parteira. E conosco não fora diferente! São Roque foi a minha cidade natal e eu e minha mãe, sobrevivemos, após a demora, para que eu viesse à luz. A cor arroxeada mostrara a gravidade do meu nascimento e os riscos que corremos. Mas, a Mão Poderosa do Criador e sua vontade nos trouxeram à vida que Dele sempre emanou. Ganhei a primeira corrida entre milhões de concorrentes a atingir o óvulo materno e por fim, tivemos que lutar, mas, com a graça de Deus, vencemos a segunda batalha e hoje estamos vivendo em plenitude essa vida que ganhamos de presente do Altíssimo a quem louvo e dirijo minha gratidão! O Senhor da vida, realmente estava conosco, a partir de então!

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O susto da aranha Minha mãe tinha que trabalhar como costureira para ajudar meu pai. Essa era a vida deles, como muitas dificuldades financeiras, pois, meu pai tinha um salário baixo e mal dava para pagar o aluguel da casa. Sentada à beira de uma máquina de costura ela arrematava roupas para uma alfaiataria e eu ainda bebê, ficava ao chão, me entretendo com as coisas mais próximas. Numa certa ocasião, uma grande aranha caranguejeira, acessou a sala onde estávamos e sorrateiramente veio para perto de mim. Minha mãe entretida com a costura não se apercebia do perigo. Eu, sem noção do que estava ocorrendo, via aquela enorme aranha preta, se aproximando de mim. Aos pequenos e rápidos movimentos dela eu sentia-me compelido a levar a minha mãozinha em direção à aranha! Essa relação de perigo continuava, mas, ainda não tinha sido picado pela caranguejeira, porque, a MÃO DE DEUS pousava sobre nós e os Seus Anjos da Guarda, me protegiam. Num relance de olhos, minha mãe viu aquele quadro de perigo que eu estava passando e num pulo me pegou no colo e saiu correndo em pânico. A aranha, então, se afastou e sumiu da casa. Vizinhos vieram para auxiliar minha mãe que tinha soltado um grande grito, mas fomos salvos e eu, escapei de ser picado por aquela aranha peluda e venenosa.

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O ataque da galinha Com um pouco mais de um ano de vida, morávamos na chácara de meu nono, em São Roque. Era uma família tipicamente italiana. Meus avós maternos vieram da Itália e cultivavam uvas para o fabrico de vinho. Meu nono era alfaiate e fazia seu trabalho num quarto da casa. Enquanto ele operava aquela enorme máquina de costurar, minha mãe ajudava minha nona no trabalho doméstico e eu, como sempre, ficava engatinhando pelo chão e me entretendo com alguma coisa. Mas, como eu já era uma criança “arteira”, sempre pregava peças hora à minha mãe ora aos nonos! E foi assim, que engatinhando me afastei e consegui ir para o terreiro defronte à casa. Mas para meu azar, fui logo mexer com alguns “pintinhos” cuja mamãe galinha que estava por perto, defendendo sua prole, veio para cima de mim. Caído ao chão e com a galinha sobre mim e me bicando no rosto eu me defendia, cobrindo minha face e olhos, principalmente, para que a galinácea não atingisse meus olhos! A agressão logo foi debelada com meu nono socorrendo-me e afastando a mamãe galinha que estava muito irritada. Pois é, contei esse pequeno, mas, significativo fato ocorrido com a percepção de que meu Deus sempre esteve comigo me protegendo nos momentos de algum perigo.

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O cachorro louco Já tinha meus cinco para seis anos e morava em Sorocaba. Certo dia, acompanhando minha mãe que comprava verduras numa quitanda fui atacado por um cachorro que escapou de dentro de um portão, mordendo-me. A dona do cão bravio preocupou-se, e disse à minha mãe que ele estava “louco” e que ela tinha que me levar com urgência para um médico! Em pânico outra vez, pois minha mãe tinha seu sistema nervoso muito abalado, levou ao meu pai, com urgência o fato. Meu pai, então, levou-me ao médico e depois de relatado o corrido, eu tive que tomar trinta injeções, “antirrábica”. Esse processo levava meu pai e eu, todos os dias, de Sorocaba para o Instituto Pasteur, na Avenida Paulista em São Paulo. As injeções eram aplicadas no meu umbigo. Mas com a graça do Criador, eu novamente pude contar com Sua proteção e sobreviver sem nenhum problema que me deixasse sequelas. O cão, provavelmente tenha sido sacrificado, pois era a rotina naquela época em que havia grande surto de “raiva canina” uma doença muito perigosa aos humanos, pois, cães bravios e loucos, sempre acabam agredindo-nos e mordendo-nos. A rotina, das idas e voltas de Sorocaba a São Paulo e vice-versa, desgastaram e cansaram muito a mim e meu pai, mas salvaram-me de um grande perigo de morte!

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Um bebe no telhado Com pouco mais de três anos e já andando eu aprontei outro grande susto para a minha mãe. Como sempre ela estava trabalhando duro na costura para ajudar meu pai no “ganha-pão” da nossa vida. E certamente, quando ela estava entretida e aprontando todas aquelas peças de roupas para entregar ao alfaiate eu permanecia meio largado ao seu derredor. Tínhamos como vizinha nossa uma casa que estava em construção. Paredes ainda nos tijolos e o telhado ainda sem telhas. Grandes escadas ladeavam a construção. Num certo dia, bem à tardinha, quando os pedreiros já haviam encerrado o expediente, eu afastei-me de minha mãe, e segui a minha curiosidade, com aquela construção que me despertava algum interesse! Caminhei, então, andando para fora da nossa casa e galguei aquela alta escada que levava ao topo do telhado. Subi lentamente os degraus e um a um, atingi os caibros e ripas ainda sem as telhas. Lá de cima eu podia vislumbrar o grande Bairro de Osasco balbuciando algumas palavras, sob o desespero de minha mãe que ao não me ver nas suas imediações, logo saiu à minha procura e me vendo lá em cima do telhado da construção, entrou em pânico outra vez. Quanto mais ela falava comigo em desespero mais eu lhe dizia sobre a bela vista que tinha de Osasco! Sem querer me assustar, ela começou a falar comigo de uma maneira mais mansa, pois, eu poderia despencar de lá! Então, chamou pessoas vizinhas para que a ajudassem a tirar-me daquele local extremamente perigoso para uma criança de três anos. Por fim, um senhor, usando de muita psicologia, falava comigo e subia bem devagarinho, os degraus daquela enorme escada até se aproximar de mim e pegar-me em segurança. A mão de DEUS, novamente estava sobre mim e sob a Sua guarda eu fora salvo de um acidente que poderia tirar-me a vida.

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Sob o trem Já com uma vida intensa e cheia de travessuras, nos meus dez anos, eu gostava de brincadeiras com pitadas de perigo. Em Sorocaba, havia o Rio de mesmo nome que passava perto de nossa casa. Vez ou outra eu arrumava uma vara e ia pescar, debaixo de um pontilhão de ferro, por onde passava o trem que ia até o grande bairro de Votorantim. Enquanto pescava eu já maquinava a próxima brincadeira, olhando para aquele imenso pontilhão de ferro... Depois de algumas ferroadas no dedo ao tirar o “côin-côin”, um peixe pequeno que enterrava suas barbatanas afiadas no dedo quando tínhamos que tirá-lo do anzol... Eu parava com a pescaria e subia pela armação de ferro do viaduto, ficando encaixado e encolhido esperando o trem passar “sobre mim”! E lá vinha a “Maria fumaça” apitando e puxando sete vagões de passageiros. Encolhia-me, bem abaixo daquelas armações de ferro e podia ver aquela máquina gigante e seus vagões passarem sobre a posição que eu estava. Eu vibrava com aquele barulho infernal, passando a poucos centímetros de minha cabeça, muito embora eu estivesse em segurança e de lá saia, após a passagem do trem. Sentia-me um super-homem depois daquele desafio alucinante e perigoso para uma criança de dez anos!

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Trem de operários Como meus pais eram pobres eu logo aos meus quinze anos tive que ir à luta para ajuda-los com meu salário. Como tinha o diploma de datilografia, muito útil naquela época, fui admitido no escritório da Companhia Brasileira de Alumínio. Mas tinha que levantar-me de madrugada junto com meu pai. Saíamos os dois, ele para o seu trabalho em Sorocaba e eu para a estação de trens da Sorocabana. Às 05h40min chegava a composição procedente de Iperó, mas na parada da estação de Sorocaba, o trem ficava repleto e quase que todo tomado pelos operários que iam para a CBA, que ficava próximo a Mairinque. A viagem durava uma hora e podíamos até tirar uma pestana até a parada em Alumínio. Certa ocasião, eu embarquei extremamente gripado e fiquei em pé, no engate entre dois vagões. Ali havia um balanço entre os dois carros. Eu estava sobre uma chapa de aço e sem proteção lateral. Podia-se ver a mata e as montanhas que passavam rápido, do lado de fora. Comecei a passar mal, e tive um princípio de vertigem, mas os colegas que ali estavam também, ao meu lado, observaram-me e ampararam-me para que eu não sofresse um terrível acidente! A Mão do Criador, mais uma vez se fez presente e me protegeu naquele momento de dificuldade. Pude chegar ao destino que era o meu serviço e lá fui medicado e retomei minhas atividades sem problemas e curado.

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Providência divina Quando atingi a idade de prestação de serviço militar, dezoito anos, trabalhava na CBA para ajudar meu pai na renda familiar que era baixa. Mas, tive que me alistar, como era obrigatório aos jovens nessa idade. Meus pais ficaram preocupados, ante a possibilidade de eu vir a servir o Exército, pois, ficariam sem a minha ajuda. E assim, aconteceu que eu fui selecionado, para a incorporação na cidade vizinha de Itu. Era o ano de 1965 e tive que cumprir a minha obrigação. Passei o ano de 65, como recruta, mas, ao final e próximo ao meu licenciamento, fui chamado pelo meu capitão que me propôs o engajamento. Como eu tinha feito o Curso de Formação de Cabos, aceitei, depois de consultar meus pais e fui promovido ainda no mesmo ano. Com o salário de Cabo, continuei ajudando os velhos e no ano seguinte, fui selecionado aos exames da Escola de Formação de Sargentos – ESA e em 1967, fui promovido a Terceiro Sargento e transferido para a cidade de Lorena. Iniciei assim, a minha carreira de trinta anos de efetivo serviço no Exército Brasileiro, galgando todas as promoções até a de Subtenente, quando me transferi para a reserva remunerada. Foi a melhor coisa que me aconteceu. Hoje tenho uma vida tranquila, graças ao que pude conquistar pelo Exército Brasileiro. Mas, olhando atrás, no meu caminho, percebo a Mão de Deus, que sempre me encaminhou aos diversos níveis de destino e providenciou-me em tudo o que eu precisei.

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A zona de meretrício Com meus quinze anos, eu tinha como amigos, a patotinha que eram nossos vizinhos. Uma gurizada como eu, dividíamos nosso tempo entre a escola e as brincadeiras de rua, como o pega-pega, unha na mula, balança-caixão, peladas na calçada com bolas de meias de nossas mães e até um par de luvas de boxe dando bordoadas uns nas caras dos outros! Mas, como a própria idade da juventude, vai mudando seus hábitos e costumes, a nossa não foi diferente. Certa ocasião era chegada o momento em que nos reunimos para uma aventura, no mínimo perigosa... Resolvemos todos juntos, pegar o ônibus, à noitinha e sem o consentimento de nossos pais, fomos fazer uma aventura na “zona de meretrício” de Sorocaba. Lá chegando, todos se espalharam... Cada um conforme a sua vontade. A minha, foi mais uma “curiosidade” e sem eu saber, estava correndo daquela promiscuidade. Dei algumas olhadelas nas casas e constatava cenas que não me chamaram a atenção... Apenas deu-me nojo! Resolvi então, retirar-me daquele bordel, pois em minha opinião e de um garoto ainda imberbe eu estava perdendo tempo ali naquele prostíbulo. Voltei para a minha casa, meio assustado e enojado com o que havia visto e resolvi nunca mais ver aquilo. Hoje, fico a perguntar-me, se o que acontecera comigo foi um caso pontual e isolado, para aquele tempo que a família ensinava os filhos e estes respeitavam seus pais ou nós já estávamos entrando numa época da imoralidade e da sexualidade desenfreada que leva a juventude, tão cedo à essas práticas? Bem, mas uma coisa eu tenho certeza e faço sempre questão de ressaltar nestas minhas histórias: DEUS ESTAVA COMIGO e Ele sempre me dirigiu para o bem, para a moralidade, para o respeito. Certamente, naquele momento ELE me retirou dali, porque tinha coisas mais interessantes para a minha vida!

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Tiro pelas costas Quis a mão divina que eu escapasse de tomar um tiro pelas costas! Esse momento, terrível, aconteceu quando eu era 3º Sargento no 5º Regimento de Infantaria em Lorena. A minha personalidade sempre foi muito forte e na vida em caserna, eu tinha como característica, chamar a atenção dos meus subordinados, com muita veemência. Como se diz no jargão militar, eu era MUITO CAXIAS, mas gostava de tudo certo e correto... Não admitia falhas por falta de atenção ou mesmo indisciplina, e me tornava sempre muito “duro” com os soldados recrutas. Certa ocasião, durante a formatura do “pernoite”, onde ali deveriam apresentar-se, todo o pessoal de serviço daquele dia e os “alterados” que por atos de indisciplina ficavam de castigo e entravam na formatura do pernoite que acontecia sempre por das 21 horas eu extrapolei os limites do bom senso. Então, quando os soldados “alterados” já em forma começaram a “bagunçar” e eu após ter-lhes chamado à atenção e observar que não estava adiantando, dei um pontapé na traseira de um deles, atitude essa que acirraram os ânimos e eu tive que mostrar pulso para controlar a situação! Após a liberação da pequena tropa eu ia me deslocando para a ceia que seria no rancho dos Cabos e Soldados, quando sem eu perceber, veio um daqueles “alterados” que eu havia chutado sua bunda e me apontou um fuzil pelas costas! Graças a Deus, o tiro não foi executado e hoje, aquele soldado, é um cidadão de bem e honrado no seu trabalho. Ele me conhece e sempre nos encontramos aqui em Lorena. Numa oportunidade desses encontros, ele me disse que foi pela GRAÇA DE DEUS que ele não atirou! É que o nosso Deus protege-nos, mesmo que estejamos no pecado! Eu, hoje, posso sentir que a mão do Altíssimo tem estado sobre mim, cobrindo-me de muitas bênçãos!

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Sequestro Eram 22h30min horas, de certo dia, no ano de 1985. Estava eu assistindo televisão, quando ouvi um ruído forte de escapamento aberto de u carro que acelerou defronte a minha casa. Minha percepção levou-me a lembrar de minha esposa que fora num grupo de oração e estava para chegar. Minutos depois, um dos nossos vizinhos cuja esposa tinha acompanhado minha mulher naquele dia, me procurou afobado e nervoso, dizendo-me se a Rosely (minha esposa) já havia chegado do grupo de oração. Segundo ele me dizia, estava desconfiado que alguma coisa de ruim, tinha acontecido com “elas”! Então, eu mais calmo, procurei saber com outras pessoas próximas de nossa casa, que também frequentavam o grupo, sobre nossa esposa e a do amigo! Todos eram unânimes em afirmar que os trabalhos do grupo de oração já tinham encerrado por volta das 10h30min! Percebemos então, que realmente havia algo estranho no ar e tomamos a iniciativa de procurar socorro no Batalhão da Polícia Militar de Lorena, informando-lhes sobre o provável “sequestro”! A Polícia então começou a tomar as medidas cabíveis, ligando-se com os postos da Rodovia Dutra, nos dois sentidos entre Rio/São Paulo e Rodovia Lorena/Itajubá. Por volta das 00h30min, o Oficial de Dia do 5º Batalhão de Infantaria, ligou para minha casa informando-me que minha esposa acompanhada de mais uma colega, estavam lá, após serem soltas do sequestro. O bandido sequestrador, após passar em alta velocidade defronte ao quartel do 5º BI, acessou a Rodovia Dutra e as soltou com o carro em movimento! Após alguns minutos, um Jeep do quartel do 5º BI, chega a nossa casa trazendo minha esposa e a do meu amigo, sãs e salvas. Os dias que se passaram, foram motivos para que eu colocasse os joelhos no chão e orasse muito ao Pai Celestial pelo desfecho do grave ocorrido com nossas esposas, bem como, rogasse-lhe, que o nosso veículo voltasse às nossas mãos, porque nos fora tirado com violência bem como também a nossa BÍBLIA SAGRADA, que sempre nos acompanhava e naquele fatídico dia, nossa esposa A levava para o Grupo de Oração! Dois meses depois, de tantas orações, um policial civil nos procurou em casa dizendo-nos que o nosso carro havia sido resgatado em Volta Redonda (RJ) e o sequestrador estava preso... Fora julgado e mandado para a prisão do Carandiru em São Paulo onda fora assassinado tempos depois... “A MÃO DO ALTÍSSIMO ESTAVA E CONTINUA SOBRE NÓS”. Amém!

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Virgindade por princípio Tive uma infância e mocidade extremamente equilibrada sob a orientação e proteção dos meus pais. Na minha época, brincávamos todos de pés ao chão, nas imediações de nossas casas e sempre enturmados com os amiguinhos da vizinhança. A vida transcorria lúdica e na inocência daquela juventude que não era vilipendiada por essa enxurrada de informações midiáticas e eletrônicas como é hoje! Não “tínhamos tempo” para ficar na frente da televisão e nem tampouco com esses aparelhinhos que chamam de iPod e não conhecíamos as redes sociais da Internet! Entre diversas formas de conduzir-nos, havia as brincadeiras, os corre-corres, os pega-pegas e até pequenas imitações de boxes! Sexo passava despercebido, pois a libido era sublimada pela intensidade de outros entretenimentos que nos satisfaziam... Nesse contexto de pura saúde mental e física, atingi minha puberdade e maioridade, na condição de virgindade sexual. Cumprindo minhas obrigações de alistado para o serviço militar, fui incorporado num quartel da Artilharia do Exército na cidade de Itu (SP). Depois de algum tempo, fiz o Curso de Formação de Sargentos do Exército e me mantinha ainda sob aquela condição, pois, trazia na minha personalidade, a fortaleza e a sabedoria que papai do céu me legou com dons inestimáveis para que eu pudesse me orientar nos caminhos da vida! E assim, com determinação e equilíbrio, fui até o matrimônio, já com meus vinte e quatro anos. Tive o privilégio, de compartilhar, tal situação com minha atual esposa. Sob o escopo da religiosidade e acendrado na fé, temos sido contemplados por tantos dons e proteção divina. Hoje, na maturidade de meu momento atual, posso perceber o quanto a Mão do Altíssimo, tem nos protegido e encaminhado na nossa vida. Nossa família é o grande sinal do Criador que nos tem garantido felicidade e muitas alegrias, pois, temos três filhos que são presentes de Deus. Nessa perspectiva de vida posso afirmar que “aquela virgindade” não se configura apenas no campo sexual. Procuramos também, ser VIRGEM na conduta, no dia a dia, nos pensamentos, relacionamentos, amizades, atos, retratando sempre e dentro de nossas forças, a presença indispensável de DEUS PAI!

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Por conta do anjo da guarda Se eu tinha dúvidas na existência dos “Anjos da Guarda”, posso afirmar que não tenho mais e creio na presença desses agentes e mensageiros de Deus, destinados a cada pessoa humana. Num certo tempo de nossa vida matrimonial, eu cumpria o expediente no quartel do 5º Batalhão de Infantaria, nas funções de Terceiro Sargento. Minha esposa era professora numa escola de Cruzeiro (SP). Nossas crianças ficavam aos cuidados de uma senhora de extrema confiança que nos ajudava nas refeições, limpeza da casa e cuidados com as crianças. Tínhamos, então, uma filha primogênita e um filho com dois anos que ainda engatinhava pela casa. Certo dia, o baby engatinhando pela casa, saiu da cozinha, atingiu o alpendre do quintal e se aproximou de uma grande caixa de água térrea que tinha um largo alçapão que a fechava. Esse alçapão era de madeira e estava podre. Nosso filho ao subir sobre a tampa mergulhou de cabeça no interior daquela caixa que estava cheia até o nível da tampa. A empregada, ainda não tinha percebido a sua ausência na cozinha... O garoto dentro d’água por alguns minutos já começava a virar os olhos e a morte chegava! Então, o ANJO DA GUARDA suscitou à empregada que dando pela falta do menino saiu do quintal e pode socorrer e salvar nosso filho que já estava no limite de sua curta vida, pois tinha dois anos de vida. Graças a Deus pelo ANJO que evitou uma grande tragédia na nossa família! Louve o seu ANJO DA GUARDA porque ele te protege e te guarda!

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Zelo pela igreja Na fé somos compelidos pelo Paráclito a buscarmos soluções quase impossíveis aos paradigmas humanos. Porém, para a nossa fraqueza somos ajudados pela força divina que vem ao nosso encontro! Certa ocasião eu fui visitar minha mãe que estava muito doente em Sorocaba (SP). Sempre dizia a ela que buscasse amparo na oração e colocasse na providência divina todas as suas angústias. Então, num daqueles dias, em que clamava ao Altíssimo, pela cura de minha mãe, fui rezar na Catedral de Nossa Senhora da Ponte, no centro de Sorocaba. Lá chegando, prostrei-me no altar e com muita devoção e fé, iniciei uma conversa na amizade com Jesus e Nossa Senhora! Mas qual não foi minha surpresa, quando um grande barulho entrava pelo grande templo e atrapalhava minha concentração e minhas orações. Era um trio elétrico parado bem na frente das escadarias da Catedral... Era tempo de carnaval. Parei por instantes minhas orações e me dirigi ao responsável por aquele ato. Entre mulheres seminuas e o som extremamente alto, disse ao chefe daquela cena frontal à Igreja: - “Por favor, estou rezando para minha mãe que está muito doente em casa. Peço por gentileza, que vocês levem esse trio elétrico para tocar num local mais distante, para que eu possa rezar em paz”! Retirei-me e voltei para o interior do grande templo... Minutos depois observei que o silêncio voltava a reinar no recinto... Dei graças a Deus e O louvei por ter atendido ao meu pedido! Nessa mesma Catedral, e em outra oportunidade da minha estada na cidade e junto à minha mãe, observei que após a cerimônia de Batismo, todos se retiraram do local.

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Mas havia um casal de fotógrafos, com todo o seu material e equipamento em cima da mesa do altar e o fotógrafo “sentado sobre a mesa”! Fiquei indignado com aquela cena, que mostrava total falta de respeito com o Templo, e, sobretudo com o altar (Território sagrado e santo). Procurei o Padre que por sorte estava na Sacristia e lhe avisei... Ao que ele imediatamente foi até os fotógrafos e chamou-lhes a atenção! Foi o mínimo que pude fazer em defesa e por “zelo” à Casa de Deus! Hoje vejo ainda, muitas atitudes desrespeitosas de católicos no interior das Igrejas. Rapazes que vão às Missas trajando bermudas e de camiseta regata. Mulheres com roupas indecentes e incompatíveis para o momento de oração que a Missa exige. Fiéis que se retiram antes do final das Celebrações. Outros que chegam atrasados. Conversas ruidosas ao invés do silêncio orante. Celulares que tocam incomodando a celebração. Crianças pequenas e de colo que fazem ruídos e correm pelos corredores da Igreja. Fiéis que não se ajoelham e ficam sentados no momento da “Consagração”. Etc... O maior dos zeladores pelo Templo foi JESUS quando observando a presença de mercadores e vendilhões do templo, se apossou de um chicote e os expulsou dizendo-lhes: - “Minha Casa é uma casa de oração, mas vós fizestes um covil de ladrões”!

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Agressão A proteção do Senhor novamente se fazia presente na minha vida. Eu participava de um jogo de futebol num dos estádios de Lorena. O jogo estava difícil, pois o adversário era muito bom! Aguentamos o empate sem gols durante o primeiro tempo, porém, um dos nossos atletas, apresentava sintomas de embriaguez e prejudicava muito o nosso time! Isso era notado por todos os jogadores. Ao final do jogo, estávamos todos encabulados pela derrota, mas, sobretudo, grande parcela de culpa era daquele atleta “embriagado” que comprometeu o resultado da partida. Estávamos todos no vestiário tomando nosso banho. O atleta “bêbado” sentou-se no banco para tirar o seu uniforme e começamos a fazer comentários sobre o jogo e ele respondia a tudo o que ouvia, destratando os colegas. Certamente alguma coisa foi falada a respeito dele que nos prejudicou muito, pelo seu estado alcoólico! Então, eu, ainda no chuveiro, tive a infelicidade de dizer-lhe: - “Fulano, você não quer admitir que prejudicou-nos por estar alcoolizado e ainda tem coragem de desonrar esse crucifixo pendurado no seu pescoço. Um cristão não age dessa maneira”! O comentário mexeu com o demônio. Sem eu perceber, pois, o vestiário estava com muita gente, o atleta saiu dali e depois de alguns minutos retornou, se aproximou de mim e me surpreendeu com um soco no nariz, quebrando-o. O sangue desceu! Quase desmaiei, mas me aguentei em pé, sendo socorrido pelos amigos que me levaram ao pronto socorro. Fui socorrido e quase tive que fazer um Boletim de Ocorrência na Polícia, mas com muita conversa convenci a médica que me atendeu, dizendo-a que cai no banho! Dias depois, eu frequentava um grupo de oração na minha Paróquia. Era um grupo somente para homens. Qual foi a minha surpresa, o meu agressor ao meu lado, num dado momento da oração, quando havia testemunhos, ele me convidou para que fôssemos à frente, e nós dois, começando por ele que rogava a Deus o perdão pelo que tinha feito. Da mesma forma eu também, roguei a Deus pelo julgamento inconveniente que tinha lançado sobre ele. Demos as mãos, fizemos as pazes e sob as Bênçãos de Deus, nos reconciliamos! Mas, o que mais me comoveu foi quando ele testemunhou que havia saído do vestiário para apanhar sua arma, pois, iria atirar em mim! Uma voz de anjo falou-lhe na sua consciência para que não fizesse aquilo! “Fui salvo pela proteção de Deus e dos Anjos”.

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A máfia da saúde Um dos maiores imbróglios que afetam a vida dos brasileiros é a saúde. Para a população ela é caríssima quando se tem que deparar com médicos, cirurgias e hospitais. Além, é óbvio das trapalhadas do governo brasileiro quando recentemente importou médicos de Cuba. Na base dessa gigantesca e mafiosa pirâmide, estão médicos mal pagos. Obrigam-se ao atendimento de dez pacientes por hora e com a rapidez que o mercado exige, ou seja, não mais examinam os pacientes com toques e conversas ao pé do ouvido, mas pedem baterias de exames nos quais, com uma leitura rápida, ganham tempo sobre os diagnósticos e assim não perdem seu precioso tempo, já que dois a três por cento são o seu ganho, mas com valores que variam de duzentos a trezentos reais a consulta, em média! No topo da pirâmide e na gula financeira de ganharem muito dinheiro estão os donos de laboratórios que fabricam remédios e os de exames, tudo isso extremamente oneroso aos bolsos do povo. As redes de hospitais, no mesmo nível dos médicos, ficam à mercê e nas mãos dos grandes laboratórios que manipulam medicamentes sem os quais não é possível exercer a medicina. Por outro lado e também, no topo pirâmide, dominam o mercado os “Planos de Saúde” com seguros astronômicos sendo reajustados anualmente. Na base da pirâmide, está o povo que estratificado em camadas segundo seus recursos financeiros, apenas os da classe alta e média se inserem nos Planos caríssimos de saúde. O restante que é maioria fica excluído desses planos a mercê do INSS, enfrentando as gigantescas e intermináveis filas nas madrugadas para serem atendidos ou meses para cirurgias específicas! No frigir dos ovos, quem tem saúde, preserve-a para não cair nas malhas dessa máfia!

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Aparelhamento - Especialidade petista No tempo da ditadura era comum na mídia a divulgação das explosões de “novos aparelhos do terrorismo”. Os ardis da esquerda terrorista especializavam-se na organização de “aparelhos” espalhando-os por todas as grandes capitais brasileiras e desfechando atos atentatórios contra diversos alvos para desestabilizar o governo militar da época. De aeroportos aos postos de sentinelas militares, a esquerda utilizava-se de varias formas de atentados que além do enfrentamento aos militares, atingiam indiscriminadamente a população civil fazendo vítimas inocentes. Seguindo nessa mesma linha, na atualidade podemos perceber a estratégia do governo petista, na “aparelhagem” de todo o Estado Brasileiro. Sorrateiramente a cúpula petista, livre dos militares, e assegurada pela falsa democracia travestida de “democratura”, objetiva sua perpetuação no poder que lhe tem assegurado inúmeros privilégios tanto no aspecto ideológico quanto no financeiro e eleitoreiro! Portanto, podemos afirmar, sem medo de errar, a “especialidade petista” quanto se trata da aparelhagem em qualquer instância. De início, trataram de atar as mãos da mais alta esfera governamental – o “Supremo Tribunal Federal” que devidamente aparelhado está sob o comando dos “delegados petistas” que ao arrepio das leis e do que consagra a democracia legislam e defendem suas próprias causas. Outra aparelhagem característica trata do uso forjado das urnas eletrônicas, sob o pretexto de sua segurança e tecnologia nas apurações! O descaso às Forças Armadas no sentido de enfraquecê-las por se tratarem de um dos mais firmes pilares de manutenção da soberania nacional, portanto, já se percebe a presença dos Ministros Civis de Defesa neutralizando o assessoramento de um antigo Estado Maior (EMFA) para assuntos de defesa nacional e políticas de guerra.

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A sanha continua com a “substituição de bustos e estátuas consagradas” a brasileiros ilustres do tempo dos governos militares e pretende trocar o nome da Ponte Rio-Niterói um dos ícones da engenharia militar. Com isso e no afã da aparelhagem subversiva e sistemática da nossa história buscam engessar os conhecimentos de nossos estudantes na inversão do processo histórico massificando junto aos mais jovens, os valores ideológicos de um petismo-comunismo execrando toda a classe militar brasileira depositária de tantas conquistas e legitimação democrática de nossa gente! Talvez, ao que se possa depreender, de tanta sujeira, falcatruas e corrupção, os cofres petistas tenham surrupiado do erário público a grande fortuna que os assegura tanto poder sobre um povo anestesiado com os “contos da sereia petista”! A classe média brasileira passa a ser o grande inimigo pensante que começa a incomodar o sossego da classe dominante! E os aposentados, já tidos como vagabundos e ombreando aos professores, tentam sobreviver com salários de fome! Grandes negociatas acontecem envolvendo somas astronômicas de recursos, como a intrigante compra de uma refinaria sucateada americana! O gigante e até então, “imaculada” Petrobras fora inoculada pelo vírus petista pelas escusas sanhas financeiras da cirandinha do poder! Quer dizer então, que o aparelhamento petista, é inescrupuloso, imoral, corrupto quando ocupa espaços desde o seu reduto mais frenético no Congresso Nacional, lançando raízes pelas demais instâncias de poder em todos os Estados brasileiros, contaminando os mais caros princípios democráticos consagrados na nossa Constituição! Por fim, sua ira ideológica de esquerda doentia e ultrapassada, deita seus tentáculos e inicia seu namoro com seus pares do cone sul, levando o Brasil a fazer parte no grande APARELHO COMUNISTA-SOCIALISTA LATINO-AMERICANO. Quem diria que durante o Governo Militar tínhamos uma dura luta contra o “aparelhamento terrorista contra o Estado brasileiro” e na atualidade é o próprio governo petista encastelado que aprisiona o Estado, e impõe sua ditadura terrorista, descaradamente?

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As duas faces da praça Um logradouro belo por natureza. Suas arvores frondosas, suas plantas e flores são a casa da passarada em festa. As maritacas que se aninham ao entardecer emoldurando o bucolismo de um quadro vivo e a cores... Além de uma praça, tem os contornos de um lindo jardim gramado visitado por idosos, crianças e adultos que se reúnem para curtir uma pequena parcela da natureza. Contrastando esse pedaço do paraíso, o desrespeito de gente insensata e indiferente com o meio ambiente pode ali ser notado frequentemente. Um jovem casal entra no logradouro, senta-se num banco e começa a desembrulhar algo. Vão aparecendo, uma grande bisnaga de refrigerante, saquinhos de lanche, sacola de plástico, latinhas de cerveja, tudo ao sabor de um lanche na praça! Oh, que grande prazer, sentar-se numa praça para tomar um lanche à tarde! Porém, esse prazer não vai além, de um simples respeito que deixa a marca registrada da indiferença do casal que ao se retirar do seu momento de laser e prazer, vai embora, deixando para trás um rastro de sujeira e um acinte à limpeza pública, agredida que fora, pois há alguns metros de distância, a pequena lixeira, não foi notada e aquele lixo produzido pelo incauto casal fora deixado no chão. No mesmo logradouro e em outra ocasião, jovens estudantes de engenharia da USP, aparecem com seus elásticos gigantes que os prendem em troncos das árvores, e pisoteando o gramado, se deleitam sobre os jardins agredindo a grama e as árvores. Noutro dia, bandos de maconheiros ainda imberbes, reúnem-se em grupos sedentos e nas suas baforadas, emporcalham o ar puro com sua fumaça fedorenta, na frente de crianças e idosos... Mas essas indiferenças e acintes de desrespeito ao patrimônio público, não param por aí...

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Motoqueiros que deliberadamente entram com suas máquinas no interior da praça e estacionam-nas junto aos bancos onde ficam sentados... Marmanjos despudorados aparecem com uma bola de futebol, utilizam os bancos como balizas e jogam suas peladas com boladas que ferem e destroem as plantas do jardim... Crianças malcriadas e sem educação, na presença de seus pais, desgalham plantas, sobem nas árvores quebrando seus galhos, sob as vistas de seus genitores que nada falam nem corrigem seus filhos... Aos sábados os grupos beberrões, infestam o logradouro, sorvendo suas latinhas de cerveja e quando “ficam apertados”, sem nenhuma parcimônia, vão para trás dos troncos das árvores e urinam tranquilamente como se estivessem nos banheiros de suas casas...

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Caridade Muitos são os conceitos atuais sobre caridade. Dispor de recursos financeiros às instituições de filantropia, ajudar os pobres com alimentos, roupas. Contribuir com os dízimos eclesiais, etc. No seu Evangelho, Jesus disse: - “Pobres sempre os terão à sua volta”! O Mestre parecia dizer, nas entrelinhas de suas sábias palavras que a prática do amor que passa pela “caridade” não se resume apenas aos auxílios financeiros aos mais necessitados! Afinal, não vemos nas atitudes de Jesus, nos seus Evangelhos, nenhuma ocasião em que Ele, exercitou sua divina caridade, dando dinheiro aos pobres! O Senhor dos senhores, era a “caridade personificada” e sua caridade era notória com sua Palavra, acolhimento, correções e ensinamentos sobre o Reino que preparava a todos! Com seu olhar sempre terno de amor e suas atitudes firmes, curava os doentes, expulsava os demônios, corrigia seus inimigos e invejosos, preparava e capacitava seus discípulos e questionava os mestres judeus sobre as doutrinas por eles praticadas! A “CARIDADE” que Jesus ensinou e legou à humanidade jamais foi a de privilegiar repasse de dinheiro ou bens materiais aos pobres e aos que a Ele recorriam. O Mestre dava mostras de como se deve praticar a CARIDADE, através do acolhimento, palavras, orações, reflexões e ensinamentos sobre a proximidade do Reino de Deus, do Pai, do caminho, da verdade e da vida! Na atualidade, o conceito de caridade volta-se para o “dar dinheiro e dar esmolas”; condições essas que permitem certo conforto e descompromisso com o autêntico comprometimento cristão. A maioria dos cristãos e não cristãos, hoje, querem se livrar rapidamente desse tipo de CARIDADE, uma vez que, a atitude de DAR, algum recurso financeiro ou mesmo, algum bem material ou alimentação, é realizado com rapidez e não exige nenhum sacrifício, como seria, por exemplo, uma conversa edificante, um conselho, uma palavra de consolo, um acolhimento, um sorriso, uma pequena oração, etc. CARIDADE é a atitude que transpassa as benesses materiais dos bens e do dinheiro. Ela reveste-se de carinho, amor, piedade, compreensão, oração, sorriso, partilha, humildade ao pobre que muito mais que o dinheiro e ajuda material, necessita de humanidade no tratamento que pressupõe, “amor entre irmãos semelhantes à imagem de Jesus, mesmo”! Nesta Páscoa, reflitamos que CARIDADE; é o gesto que Jesus ensinou, na Instituição da Eucaristia quando “LAVOU OS PÉS DOS SEUS DISCÍPULOS” quando praticou uma das regras básicas e essenciais da caridade: A HUMILDADE!

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Futebol – Perdi o encanto! Quando vejo os jovens torcedores brasileiros, berrando e gritando nos estádios pelos seus times fico acometido por uma grande e imensa compaixão! Sou da época romântica quando a Seleção Canarinho conquistava pela primeira vez o campeonato mundial, em 1958 na Suécia. Depois vieram os triunfos mundiais do São Paulo nos campos japoneses... Mais um pouco e a Seleção Brasileira alcança a marca de Penta Campeã mundial! Mais recente, as jovens torcidas de Flamengo, Grêmio, Atlético Mineiro, Internacional e Corinthians, deleitam-se com seus grandes times, na “Copa Libertadores da América”! Não me surpreendo em afirmar que perdi o “encanto” pelo futebol brasileiro e mundial!... Tanto quanto podemos perceber a podridão que grassa nos bastidores da política e em empresas, no futebol não é diferente! Para justificar a minha total descrença e desencanto, mostro a seguir algumas razões que, acabaram com o futebol brasileiro que vem sorrateiramente sendo minado, a partir da FIFA e da CBF. Essas duas siglas, não passam de organizações mafiosas e fraudulentas que se utilizaram do futebol para uma grande festa de desvio de divisas, empresas laranjas, enriquecimento ilícito nos paraísos fiscais, dirigentes corruptos, favorecimentos ilegais envolvendo nomes do governo brasileiro, delegados, juízes, empresários brasileiros, europeus e americanos, multinacionais, emissoras de televisão, clubes e jogadores! Nesse jogo sem vergonha, não existem limites. Vale bajular ditadores, fazer uso político dos atletas, colocar sócio para comprar jogador na concentração, entregar contratos milionários aos amigos...

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Comecemos pela figura patriarcal do conhecido “Chefão” da FIFA João Havelange que se instala na poderosa empresa que manda no futebol mundial, após a conquista da Taça Jules Rimet quando então era o Presidente da CBD – (Confederação Brasileira de Desporto). Havelange, nessa ocasião já estava de olho na Presidência da FIFA que estava com o inglês Stanley Rous. A conhecida figura e xerife da atual CBF, “Ricardo Teixeira”, casou-se com a filha de Havelange, onde começa então, a proliferação de negócios e negociatas, usando do futebol como a “galinha dos ovos de ouro”. Rolou muita grana através de contratos de gaveta e desvio de recursos da CBF para apaniguar, padrinhos políticos, governantes, cubes e jogadores. Para ter-se uma ideia do poderio econômico sob a regência do sogro e seu genro, empresas de domínio mundial como NIKE e ADIDAS estiveram metidas nas negociatas, a tal ponto da NIKE mandar na Seleção Brasileira, indicando jogadores desde a sua convocação até a entrada em campo. A roubalheira contou ainda com um empresário e Presidente do Barcelona que veio ao Brasil antes da Copa de 2014, a fim de coordenar contratos de Empresas com direitos de transmissão e pacotes para a Copa. Bem, essas minhas considerações, são apenas gotinhas de orvalho ante o vendaval e a enxurrada da sujeira que tomou conta do futebol brasileiro, que vem impune desde João Havelange com Ricardo Teixeira encabeçando tantos outros nomes que constam da documentação de diversas CPI, como da Bola, da NIKE e outras estâncias da jurisprudência brasileira. Toda essa nojeira atingiu meu antigo encanto pelo futebol. Parei de torcer. Não Torço mais nem para a Seleção Brasileira, que foi exposta ao ridículo na Copa passada. Repito, tenho dó da garotada de hoje que se descabela a torcer pelo seu time, mas que desconhece a SUJEIRA DE BASTIDORES que se encalacrou no apaixonante esporte da bola.

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Mudança de foco A mídia brasileira, face o atentado de Paris, tem noticiado com insistência o repudiado ato terrorista que vitimou os cartunistas franceses. O desdobramento da chacina tem sido veiculado com insistência nos telejornais. Mas esse desvio jornalístico, na verdade, dá uma folga ao noticiário deste começo de 2015, com as eleições, ditas “fraudulentas” e que já há algum tempo, vem desgastando o Partido que “infesta” o Planalto! A mesma mídia que comenta os horrores perpetrados pelos terroristas islâmicos deixa de fazê-lo, de certa forma, aos “terrores financeiros” que assolam, neste começo de ano, nossa gente. Já tomamos conhecimento que, nestes dias, a cúpula econômica do atual governo, retirou verbas de uma área sabidamente nevrálgica da sociedade brasileira: “A EDUCAÇÃO”! Mas a pergunta que não quer calar indica outra linha de raciocínio: “Será que a roubalheira é tão grande, que o rombo ocasionado, não deixa recursos financeiros para o custeio dessa intocável pasta ministerial que é a da EDUCAÇÃO” e outras como, por exemplo, a das “FORÇAS ARMADAS”? Na verdade, a nossa mídia que se derrete de amores pela Presidente e seus “trapalhões”, deveria botar a mão na ferida provocada pelo terrorismo econômico-financeiro, a começar por essa esdruxula medida contra a EDUCAÇÃO! Muitas outras formas de terrorismo vêm sendo propagadas a partir do governo brasileiro, notadamente quanto às falcatruas que grassam, no Congresso Nacional e principalmente na mais recente e que envolve a gigante PETROBRAS!

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De certa forma, o povo brasileiro que a tudo tem assistido pacientemente, é vítima de um terrorismo que lhe é impingido, através das abusivas taxas de juros, na obsolescência do Estado na garantia da segurança dos cidadãos, na incompetência das ações policiais para o enfrentamento de organizações criminosas, na desatenção dos serviços médicos e hospitalares, nas muitas obras iniciadas e não acabadas e até abandonadas, com gastos do dinheiro público, com as superfaturadas construções dos estádios para a Copa do Mundo... Observa-se que grande parcela da população brasileira, tem se manifestado, pós-eleições, por uma intervenção militar, mostrando a grande rejeição pelo Partido dos Trabalhadores que domina e se encastela em todas as instâncias governamentais, da Federação, Estados e Municípios, servindo não mais como um mecanismo partidário que se escora sob as normas estatutárias e Constituição Brasileira, mas explicitamente como “Polícia Política” que na atualidade já se compara com uma “ditadura” e braço executivo de um novo terrorismo de Estado. A distorção momentânea que a mídia exaustivamente tem explorado no caso de Paris, tem servido aos mais incautos dos cidadãos para uma trégua do nosso próprio terrorismo interno perpetrado pelo governo Dilma...

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Sátira O mundo anda aborrecido. O povo emburrecido! Suas relações estremecidas trocam consciência cívica por maledicência coletiva. Os cultos, entristecidos, atônitos e enfraquecidos, nada podem fazer! A cultura e o bom senso esquecidos, atormentam o gigante adormecido. Os direitos individuais avançam os sinais da razão! No meio ambiente, sinais de agressões. Grupos “emburrecidos” reúnem-se para emporcalhar, praças e jardins! Bens públicos destruídos por prazer. O que fazer? Bons e velhos tempos quando a educação e boas maneiras distinguia a maioria dos cidadãos! Educação e acolhimento era regra social do bem viver. “Benção pai e mãe”! Era frase comum entre filhos e pais. Sim senhor. Obrigado, por favor, pois não. Como vai? Bom dia... Condutas que hoje são esquecidas e excluídas do vocabulário popular... Ando aborrecido! As pessoas empobrecidas no vernáculo pátrio, estraçalham verbos e substantivos! ... OOpsss: Será que sabem o que é isso? ... “Fale alguma coisa e eu digo quem és”! (rsrs) Na sátira, encontro meio para desabafar o meu espanto, de como anda hoje a sociedade! Cada um por si e Deus por ninguém! A família não forma mais os filhos. Apenas os põem e entregam ao mundo! A escola não ensina! Da Igreja está se afastando e a sociedade, põe a pá de cal em cima, enterrando as chances do fortalecimento de cidadania...

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A péssima distribuição de renda gera o potencial de pobreza cultural e material. Faculdade só para uns poucos ricos. Emprego? Dependente da escassa mão de obra especializada... Pobre sociedade, empobrecida e emburrecida pela falta de recursos culturais e sem educação, sobrevive nos currais “eleitorais”. Satisfaz-se com esmolas em forma de bolsas assistenciais de um Estado mentiroso que convence na base do: “FINJAM DE CIDADÃOS QUE EU FINJO GOVERNAR”! Cultura e educação - Virtudes raras no mundo atual! Sociedade insolente na hipocrisia. Cega na cultura, não enxerga o fundo túnel para escapar do seu futuro sem luz e empobrecida pela ausência do saber... Juventude de hoje. Sociedade de amanhã! ... Esse é o futuro sombrio, de jovens sem brio e sem respeito às virtudes esquecidas no tempo!

País dos feriados, do carnaval, do futebol e da cerveja. E mulher, que é no bolo, a “cereja”!

No jeitinho brasileiro, tudo se resolve. Nossos pecados, Deus os absolve!

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Olhos – Janela no tempo No percurso de nossa vida, nos deparamos com se estivéssemos numa janela do tempo. Às vezes enxergamos o mundo do lado de dentro e em outros momentos olhamos pelo lado de fora. Os olhos nos fazem inteirarmos com a vida de ambos os lados de uma janela... Nessa experiência, vemos o que não queremos e o que não devemos, em detrimento da liberdade com que em nossos sentidos visuais, nos inserimos no contexto da vida. Na janela do tempo, permanecemos como expectadores olhando por uma janela, os fatos que correm à nossa vista. O tempo passa como num filme. A vida corre como num quadro vivo e colorido. Olhos que percebem, sentem, veem, distinguem o bem e o mal... Olhos que são janela de um tempo passageiro que corre como um trem nos trilhos e nós do lado de dentro dessa janela, observando a paisagem, vamos conduzindo nosso destino à estação final. A janela da vida é a tela colorida, que os olhos percebem a cada dia que amanhece. A cada tarde que alvorece. A cada noite que escurece! Nem tudo na vida nos é conveniente. Olhamos o que nos é interessante e nos cativa como as obras do bem e do amor. Contudo nossos olhos nos levam a ver o que não deveríamos e pela força da curiosidade e da sensualidade, a janela se abre às cenas imorais e deprimentes corrompendo nossa moral e bom senso! Seria muito bom se a janela do tempo fechasse sempre que nossos olhos sucumbissem às tentações das visões maléficas e se abrissem para que olhássemos as cenas do amor e da paz. Na janela do tempo, temos duas opções: Enxergamos as paisagens que nos edificam ou somos atraídos pelas cenas que nos corrompem... Ela vai estar sempre aberta para o deleite da vida...

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Um conto do faz de conta Certo o contador de contos, contou um conto do “faz de conta” e encantou a todos pela sua objetividade. O contador, ao descer do trem, reuniu, pela sua palavra, todo o público à sua volta para ouvi-lo. Falando em alta voz ele, parado no meio da estação disse: - “Vocês sabem o significa este momento?”... E sob os olhares atentos ele continua dizendo: - “Vocês acabaram de chegar ao fim de uma viagem no trem da vida”... - “Isto é como a morte... É uma viagem sem volta”. E todos os semblantes que o ouviam ficaram atônitos. E o contador de contos continuava: - ”Sim”! Todos vocês acabaram de chegar de uma viagem e agora terão de passar por uma triagem. Uma prestação de contas, pois seus nomes estão no livro da vida como uma caderneta que no fim do mês deve ser paga! Naquele instante, todos os passageiros foram cercados por uns homens de branco que começaram a surgir daquela estação e um deles portava nas mãos, um grande livro de contabilidade e o apresentaram ao contador de contos que ao abri-lo começava a pronunciar, um a um, todos os nomes daqueles que o escutavam... E todos, depois de ouvirem seus nomes pronunciados pelo contador de contos, foram confinados pelos homens de branco, dentro de uma grande sala ao lado da estação do trem. Um deles, então, começou a ler sentenças que iam, desde o grande fogaréu até um grande campo coberto de lírios perfumados... Havia ainda outras sentenças que condenava a um lugar, sem fogo, mas muito quente e abafado onde se podiam ouvir choro e ranger de dentes...

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Um a um, após lida a sua sentença e prestação de contas do enorme livro da vida, iam sendo conduzidos conforme suas penas e pagamentos... Depois de tudo concluído, o trem que se encontrava estacionado naquela estação, iniciou nova viagem de volta. O chefe da estação, com uma foice nas mãos, apitava forte liberando o trem que partia vazio, para mais uma viagem. Após a estação vazia e silenciosa, uma criança surge na plataforma e indaga a um velhinho que havia ficado por ali: - “O senhor sabe me dizer se o trem volta logo, porque eu o perdi”?... O idoso então, lhe respondeu: - “Deixe-me ver sua passagem”? A criança mostrou-lhe sua passagem e o idoso disse-lhe: - “Não se preocupe, a sua passagem não era para esse trem, mas você vai ter que esperar mais algum tempo e vai embarcar comigo. Vamos retornar no mesmo trem”.

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O combate Tocam as trombetas nas muralhas do céu. Altos e imponentes Arcanjos das milícias celestes entram em formação de combate. Do outro lado enfumaçado e escuro do céu, surgem dos umbrais seres informes e deformados liderados por um capeta de longos chifres e focinhos como de porco. O sol brilha do lado dos Arcanjos e as trevas apavorantes encobrem os seres horrendos. Ao sinal das trombetas começa o combate. Na linha de frente dos horrendos, uma grande parede de seres como humanos trôpegos que iam caindo ante a potência dos raios fulminantes que desabavam das milícias celestes. A formação intransponível dos Anjos e Arcanjos dominava a batalha sobre aquela miríade horrenda, que obedecia aos comandos de uma criatura chifruda e má! A cada criatura abatida, a criatura chifruda e má, cuspia fogo pelas ventas e estremecia o campo da batalha com ensurdecedores urros e avançava sobre as potestades divinas. Na linha de frente dos Arcanjos, um enorme cavaleiro empunhando sua mortífera lança, lançava-se sobre a miríade horrenda dos seres macabros. Os gritos infernais gemiam e não desistiam daquele combate desigual. De repente, eis que surge uma mulher vestida de branco, com uma coroa à cabeça, ladeada por muitos anjos e com uma serpente à mão! A mulher, então, lança a serpente ao chão e pisa-lhe esmagando sua cabeça. Ao horrível som, a serpente se retorce e se enrola com a cabeça esmagada e desaparece do cenário do combate. Logo em seguida, a miríade oponente aos Arcanjos, começa a sumir no fogaréu. As labaredas aos poucos vão se extinguindo. A fumaça de enxofre vai se abaixando até desaparecer. As trombetas começam a tocar o hino da vitória. Nos umbrais daquele cenário, um como criatura chifruda, se recolhe para dentro do fogaréu, segurando nas mãos uma serpente semimorta! O combate está, por ora, vencido pelas milícias do céu. A criatura chifruda ainda não se deu por vencida. Ela retornará!

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Eles nunca sabiam de nada Era uma vez, na terra do “nunca”, uma porção de pessoas que formavam uma organização. Nela havia os que mandavam e os que obedeciam. Essa organização tinha como missão recolher fundos financeiros para aplicá-los nas necessidades de todos os seus componentes. O tesoureiro registrava e contabilizava toda a receita e a despesa desse movimento onde todos contribuíam com sua parcela. Certo dia, um dos componentes da organização, da classe dos que obedeciam, sentiu-se lesado no que deveria, por direito, receber e recorreu ao chefe dos que mandavam, para reivindicar seus direitos. O chefe dos que mandavam, mandou chamar o seu subchefe que mandava menos, que acionou seu imediato, que chamou seu tesoureiro que acionou seu secretário que chamou o seu contador que acionou seu funcionário que chamou o caixa, para que esclarecessem o caso! No empurra-empurra, o caixa disse ao funcionário que disse ao contador que disse ao secretário que disse ao tesoureiro que disse ao imediato do chefe que mandava que “não sabiam de nada” a respeito. Então o chefe que mandava, chamou o lesado, da classe dos que obedeciam, e disse-lhe: - “Cupanhero,” você deve estar enganado na sua reivindicação. Falei com toda a cadeia dos que mandam aqui na organização, e todos foram unânimes em dizer que “não sabem de nada”, mas eu sei! Com a cara de espanto, o componente da classe dos que obedeciam, perguntou ao Chefe dos que mandavam: - “E então, o que está acontecendo com os meus direitos”? O Chefe dos que mandavam lhe respondeu: - “Você jamais foi lesado nos seus direitos. Apenas foi sua contribuição para o nosso sindicato, aqui todos devem contribuir e trabalhar para nossos fins”! Assim a organização enriquecia os bolsos dos que mandavam com as contribuições dos que deviam apenas obedecer...

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Conto por um conto Olha ai moço! Quer que eu lhe conte um conto? ... Então ele custa um conto e não conto sem um conto... Só o conto se pagar um conto! Este conto que vou lhe contar vai para a conta do faz de conta! Então não faça conta se eu não lhe contar... Uma vez, um contador de contos, parou bem no meio de uma feira e começou a contar, sob os olhares curiosos dos ouvintes; - “Minhas senhoras e meus senhores, vou lhes contar um conto que custa um conto. Podem colocar no chapéu seu conto pra que eu possa contar esse conto”. E foi dizendo, enquanto seus ouvintes jogavam seus contos no chapéu do contador de contos! Lá por umas tantas dos seus contos, um ouvinte lhe perguntou: - “Mas quando você vai começar a contar o seu conto”? ... Todos riram e perceberam que o contador de contos estava enrolando a todos com suas bazófias. Então, o contador de contos, na maior desfaçatez respondendo com toda a ironia, disse-lhes: - Mas eu já contei muitos contos... Eu contei “doze contos” e vocês não perceberam? ... Portanto, devo ter recebido doze contos e vou-me embora agora! O contador de contos pegou seu chapéu com os doze contos e se retirou sob os olhares de poucos amigos que o xingavam e o chamavam de embusteiro!

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Genitália de metal Pousou no pé da montanha, uma geringonça de metal. Suas luzes clareavam a noite bucólica da freguesia. O silêncio tomava conta daquele momento. Aquela coisa pousou sem fazer alarde. Ninguém viu. Amanheceu o dia, a passarada em festa cantava ao redor daquela coisa metálica e redonda! Isolada sem a presença dos humanos, lentamente a porta da coisa foi-se abrindo e de dentro dela foram saindo seres informes e esquisitos com enormes olhos e armaduras de metal. De repente, aproximou-se da nave metálica como que descobrindo aquela visita inusitada, uma jovem bonita e esbelta. Uma escultura humana, ditosa e bela que deixaria uma multidão extasiada com sua beleza! No inevitável encontro, ela olhou para eles e eles olharam para ela. Um silêncio de expectativas pairou entre os seres opostos... Parecendo ler seus pensamentos, um ser metálico se aproximou e estendeu-lhe as mãos possantes, mas com resquícios de fraternal acolhida! Ela, então, como a entender a mensagem e o convite de amor, fitou o ser metálico e se afastaram da nave em direção a uma moita próxima... Breves minutos de silêncio e ambos retornam do encontro de amor. O ser metálico com suas luzes piscando, lança sobre a bela criatura humana, um feixe de luz verde, que a envolve e a leva para dentro da nave. As portas se fecham e com um estrondoso barulho inicia a decolagem numa rapidez supersônica e se afasta no horizonte azul. Nunca mais a bela criatura fora vista que desapareceu sem deixar pistas.

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O mendigo Ao sair da Missa naquele domingo à noite, dirigi-me à minha casa que fica defronte à uma bela praça toda ajardinada. Quando me preparava para entrar com meu carro na garagem, fui abordado por um senhor, mal vestido e trôpego que me pedia comida, pois estava com fome! Ao seu olhar eu fiquei extasiado! Era um olhar que me prendia e cativava. Havia alguma coisa estranha naquele olhar penetrante e misterioso! Disse-me ele: - “O senhor pode dar-me alguma coisa para eu comer, estou com muita fome”. Àquela voz eu fiquei paralisado e por instantes, não sabia o que fazer! Então ele voltou a falar-me: - “O que o senhor tiver está bom para mim”. Acordei daquela visão que me cativava e disse-lhe: - “Dê-me um instante que vou para dentro para trazer alguma coisa para comer”. Retornei com um prato feito e servi-lhe. O Mendigo sentou-se na calçada e começou a se alimentar com muita fome. Eu deixei-lhe só, para que comesse em paz e sossegado aquele prato de comida e disse-lhe: - “Quando o senhor terminar pode deixar aqui no portão o seu prato e talheres a que eu venho recolher”. E ele com muita educação, disse-me: - “Deus lhe pague por esta refeição que há dias eu venho tentando comer”. Depois de algum tempo eu retornei ao portão para apanhar o material deixado pelo mendigo. Ao me aproximar, deparei-me com uma cena insólita e surpreendente. Vi o prato e os talheres, “reluzentes com uma cor verde”. Os talheres estavam como que formando um crucifixo sobre o prato de cabeça para baixo, como que simbolizando um monte e ao lado um papel escrito: “Eu estive aqui te visitando”!

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Contos, casos e causos Quem conta um conto aumenta um conto... A história de um conto eu nunca conto, pois o conto contado conta muito menos que o conto pensado... Se conto um conto podem achar que é mentira! Mas na verdade os contos contados são quase todos contados em cima de mentiras e do faz de conta! No imaginário popular os contos entram sempre na esfera da imaginação e do insólito. No mundo do faz de conta, contar um conto, conta mais a criatividade que a veracidade... Quem conta um conto, não conta um conto, mas conta um caso com cara de conto e sempre há um tonto que acredita nesses contos! Os contos envolvem sempre histórias da carochinha ou embustes dramáticos, casos e causos que podem pertencer à realidade ou ficção. Quem não conhece os tradicionais e famosos contos do: Lobisomem, Saci-pererê, Mula sem cabeça, Gnomos, Fantasmas, Bruxas? Etc... Das crendices populares e dos espaços folclóricos da cultura popular, surgem os mais interessantes casos, causos e contos que permeiam o tecido cultural de nossa gente brasileira. De cada época, os contos vão representando personagens típicas da sociedade. O “Jeca-Tatu” de Monteiro Lobato retrata bem os contos infantis que enchem as crianças de encantos. Os mais velhos se lembram da “Alice no país das maravilhas” que marcaram nossas infâncias! Da ficção aos heróis, do Boitatá à Mula sem cabeça, o imaginário popular vem criando sempre seus CONTOS a encantarem nossa imaginação. No mundo encantado dos sonhos estão os contos que se escondem atrás da imaginação da vida humana.

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O comissário de bordo Lá pelas duas horas da madrugada, o Boeing voava a céu de brigadeiro e todos passageiros dormiam. De repente solavancos despertavam todos que assustados se agitavam sob as orientações dos comissários que avisavam para que todos se afivelassem por estarem passando por um momento de fortes turbulências. O desconforto era grande e assustador. Parecia um ônibus rodando sobre uma estrada esburacada com todos balançando nas poltronas. O medo era medonho em quase todos os passageiros. O Comandante informava: - Senhores passageiros não se preocupem que em breve a turbulência vai cessar, mantenham-se todos sentados às suas poltronas e afivelados. Os comissários iam de um lado a outro dentro dos corredores da aeronave para socorrer os mais assustados e que entravam em pânico. E a turbulência não cessava, até que um dos passageiros abordou um comissário perguntando-lhe: - “Moço eu preciso ir ao banheiro”! E o comissário com toda a educação respondeu-lhe: - “Agora não é possível senhor, somente quando terminar a turbulência”! E o aflito passageiro, retrucou: - “Então depois que parar a turbulência o senhor pode me arrumar um rolo de papel higiênico”? A partir de então, aquele passageiro aflito, se aguentou na sua poltrona, todo borrado e todos ao seu redor não reclamavam mais dos solavancos da turbulência, mas do mau odor que pairava dentro do avião.

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Conto da caserna Num certo quartel de infantaria do Exército, o Comandante resolveu uma questão que lhe vinha tirando o sossego. Havia quatro grandes gramados no meio do grande pátio de formaturas do Batalhão. Os gramados cresciam rapidamente e os soldados não venciam para apará-los. Então, o Comandante resolveu soltar e manter seis “carneiros” que se esparramavam pelos pátios durante o dia inteiro. Eles comiam constantemente a grama mais alta e assim os gramados mantinham-se sempre baixinho. Mas o Comandante resolveu um problema e arrumou outro! Os carneiros viviam se estranhando com toda a tropa que se aproximavam deles, com chifradas inopinadas. Certo dia, por ocasião do café da manhã de toda a tropa, uma das Companhias chegou, em forma e fora apresentada ao Oficial de Dia. Nesse interim, a manada de carneiros, desembestou-se para cima da tropa com chifradas nas bundas dos soldados que se dizimaram para todos os lados, não ficando nenhum em forma. Com esse incômodo o Comandante então, mandou os seus estimados carneiros para o gramado do campo de futebol onde não havia a presença de tropas e eles ficariam “em paz” no seu território.

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O rapaz e o cão Um rapaz, sentado num banco de praça, sob a sombra de uma árvore frondosa, fumava seu pacalzinho de maconha. Sentiu vontade de urinar. Levantou-se e foi ao pé de uma árvore e a regou sem nenhuma vergonha. Quando ele ainda chacoalhava sua genitália, um cão o observava a poucos metros e olhando com indignação, disse ao rapaz: - “Eu que sou irracional posso fazer isso, mas você que é racional, não tem vergonha do seu comportamento”? O rapaz levou um susto quando ouviu a reprimenda do cão e disse-lhe: - “É que eu estava muito apertado”! E o cão falante continuou sua reprimenda para cima do mijão, dizendo-lhe: - “Você é um grande porcalhão, aposto que não urinaria sobre sua cama nem dentro do seu prato”! Depois da lição de moral do cão o rapaz maconheiro, irritado, tentou enxotá-lo, mas o cão voltou a lhe falar: - “Além do mais, nós cães, só morremos se formos atropelados ou de velhice. Vocês maconheiros morrem bem cedo com seus pulmões podres e cheios dessa fumaça fedorenta”! A gota d’água entornou e o mijão apanhou uma pedra para afugentar aquele cão inoportuno que foi-se embora e não mais voltou. Moral da história: “Mais vale um animal irracional que outro racional”!

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O feio e o espelho Na angustia de virar bonito o feio aproximou-se do espelho e lhe perguntou: - “Espelho meu quero ver-me bonito”! E o espelho sem parcimônia respondeu ao feio: - “Ora meu velho, é só você atravessar-me que eu aqui de dentro lhe transformarei”! O feio então, surpreso e cheio de esperança na sua prometida beleza, mergulhou para o lado de dentro do espelho. Dentro do seu novo universo, o feio achando que já tinha virado bonito começou a cortejar todas as garotas que encontrava, mas elas o repeliam deixando-o furioso! Até que um dia ele já sem paciência procurou o espelho para lhe cobrar explicações sobre o que estava acontecendo, afinal, ele pensando que havia virado bonito, perguntou-lhe: - “Já que eu virei bonito, porque as garotas não me querem e nem me dão atenção”? O espelho, então cheio de sabedoria tentou amenizar a bronca do feio, explicando-lhe: - “Senhor feio, quando o senhor mergulhou para dentro de mim, o senhor ficou no seu avesso; que não é bonito! O seu avesso é tão feio que nem eu consegui lhe transformar! Queira desculpar-me”! E o feio mergulhou novamente para fora do espelho, mas não ultrapassou a barreira donde tinha saído, pois durante o tempo que ele ficou do lado de dentro, houve uma mudança no espelho quando ele ficou transparente! Assim o feio nunca mais conseguiu voltar e continuou feio por toda a eternidade.

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A igreja e a mídia Tenho observado que quando a mídia se propõe a emitir conceitos e opiniões sobre a Igreja Católica, ela o faz sem conhecimento de causas! Seria preciso que antes de falar sobre a Igreja Católica, houvesse conhecimento doutrinal e social para não se incorrer em injustiças e difamações sobre essa Instituição milenar que é a fiel depositária das Tradições e do legado apostolar do tempo de Jesus Cristo! Um exemplo típico do que falo ocorreu quando a França indicou um embaixador “homossexual” para serviços no Vaticano, fato esse não aceito pelo Papa Francisco! À primeira vista, a mídia noticiando o ocorrido, manifestou opinião refutando que o Papa estaria sendo “discriminatório” quando a própria Igreja Católica prega o “acolhimento e o respeito” aos homossexuais! Por outro lado, e a guisa de esclarecimentos, destacamos que o Vaticano tem status de ESTADO e, por conseguinte, o Papa, Chefe da Igreja Católica, é também CHEFE DE ESTADO, o que leva à seguinte reflexão: Sob o ponto de vista doutrinal, a Igreja Católica que tem por escopo o seguimento do Evangelho de Jesus, “não faz distinção nem apologia” de raças, de credos nem de convicções ideológicas das pessoas. Ela as tem, por doutrina evangélica, como filhos de Deus e a todos acolhe! A questão que envolve a “rejeição do Papa” ao embaixador indicado, é uma salvaguarda de Estado, que pressupõe ilibada condição social e diplomática, entre seus embaixadores. É questão política e moral que envolve o ESTADO DO VATICANO, perante o universo internacional de nações! Portanto, considerando que a Igreja, como um organismo de Estado, tem também, seu “Código Canônico de jurisprudência”, Ela está sob a orientação segura quando envolvida em questões desse tipo! Erra a mídia ignorante nas questões da Igreja Católica, mais uma vez, ao se expressar contra essa atitude tomada pelo clero do Vaticano, salientando, na ocasião, que o “Papa Francisco é uma pessoa popular e de muita cultura e que a Igreja precisa ser renovada e atualizada”. A Igreja Católica, não necessita ser atualizada, pois Ela segue a moral dos Evangelhos de Cristo dos quais é plenamente depositária. A Igreja repousa sua doutrina de fé nas Leis de Deus. Ela é sustentada sobre os pilares apostólicos desde há dois mil anos. E o Papa é INFALÍVEL nas questões de moral, como por exemplo, a “rejeição a um diplomata gay”!

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Nos tempos da subversão Uma das técnicas empregadas pelo comunismo internacional, no tempo da ditadura militar era a “subversão”. Atividade que visava a inversão dos valores de cidadania da sociedade brasileira, trocando quase sempre as “verdades” por mentiras, para promover a desordem e o enfraquecimento das Instituições Nacionais, com o objetivo de dominar o Estado. O período revolucionário de 64 deixou bem claro que as atividades subversivas das esquerdas comunistas tiveram seguidores que hoje ainda mantem vivas essas técnicas! A ascensão gradativa dos governos pós-revolução de 64, vem mostrando com suas ações níveis cada vez mais crescente de SUBVERSÃO. Nos tempos revolucionários, havia a subversão ideológica que pregava, por exemplo, os levantes das classes operárias que paravam o país com as greves e incitações contra empregadores e patrões - Uma produção literária com panfletagens procurava atacar os governos militares - O terrorismo das guerrilhas urbanas desafiavam a paz social... Nos dia de hoje, cinquenta anos depois da Revolução democrática de 1964, temos a “SUBVERSÃO” de valores como, a Família, Igreja, Forças Armadas, Polícias Militares, Congresso Nacional; que, se não visam, ainda, a tomada do poder, ao menos continuam a focar essas principais instituições, minando-as na consagração das mentiras históricas em detrimento dos conceitos consagrados pela VERDADE! Temos hoje, uma forma de pensar e dirigir a sociedade, subvertida e quase sempre na “contramão” dos conceitos que deveriam balizar nosso desenvolvimento. Contando, sobretudo, com a fraca cultura política do nosso povo, a memória histórica do Brasil, começa a ser subvertida com exaltações a bandidos e facínoras que recebem condecorações pelo Estado brasileiro. Grandes obras realizadas pelos governos militares têm seus nomes de célebres personagens trocados pelos guerrilheiros e inimigos da pátria, nos idos de 64.

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Estudantes universitários, jovens e adolescentes, recebem em seus currículos escolares, informações dando conta de que os militares são agentes truculentos e sanguinários... Conceitos teológicos da Igreja Católica, seguidamente são questionados cobrando a “atualização” da Igreja e do clero, subvertendo sua teologia... Menores infratores, considerados vítimas da sociedade, cometem crimes ao arrepio da lei e não são punidos... Novos critérios que apelam para os crimes de “preconceito” tentam incriminar cidadãos de bem quando se defendem contra o homossexualismo que atinge a consagração do matrimônio e da criação dos filhos... Ao lado de toda essa gama de subversão, caminha a deslavada CORRUPÇÃO política que grassa em todos os níveis da administração civil no Governo e na sociedade, apodrecendo o tecido social tomando de assalto os recursos financeiros, pago pelo povo a custo bem alto nos impostos exorbitantes! Portanto, estamos na atualidade, vivendo outra era subversiva, que não mais a “ideológica”, pregada nos tempos do governo revolucionário, mas a da subversão das Instituições perenes consagradas pela democracia. A subversão cultural comunista que se infiltra nas Instituições de ensino. A subversão que enfraquece o matrimônio e a família. A subversão que atinge frontalmente as Forças Armadas, depositárias dos mais caros valores da história do Brasil e da nossa integridade territorial. Tentam subverter a nossa história, mas jamais irão subverter nossa alma de brasilidade!

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O conto do vigário Havia numa Paróquia um cidadão chamado “Chico Vigário” que resolveu aventurar, se passando pelo Vigário. Na grande festa do Padroeiro, o tal falso vigário, arrumou os paramentos sacerdotais e travestiu-se de vigário, pois ele era sósia do Padre. Num dia de pouco movimento na Igreja, o falso vigário, entrou rápido num confessionário, fechou-se no anonimato e decidiu ouvir as confissões, principalmente das carolas que uma a uma, iam desfilando seus pecados ao sabor da curiosidade de Chico! Por alguns dias Chico Vigário deliciou-se com as historias secretas que as mulheres relatavam no confessionário e as absolvia com a cara de pau, escondido e camuflado dentro do confessionário, onde não seria descoberto. Mas, eis que todo crime não compensa, o próprio Vigário, Padre Zeca, desconfiou da armação de Chico, quando percebeu que as mulheres estavam confessando-se, com algum impostor no confessionário, pois na Paróquia não havia outro Padre a não ser ele próprio! Então, Padre Zeca deu o troco naquela armação esperta do falso vigário. Combinou com a delegada de polícia da freguesia, relatando o fato e que ela fosse confessar-se e pegaria o Chico Vigário no pulo... No dia marcado, a delegada aproximou-se do confessionário e começou a falar com o vigário de araque. Este ia então, puxando conversa com a bonita delegada. Até que num dado momento da conversa, a delegada disse ao Vigário de araque: - “Qual penitência que o senhor prefere, para expiar seus pecados: Ir para o xilindró agora ou prestar serviços à comunidade por um ano”? À essa pergunta da delegada, o Chico amarelou dentro do confessionário e sem saída, se apresentou “preso” à delegada de polícia que o autuou em flagrante delito de falso sacerdote. Chico Vigário, foi para trás das grades e o verdadeiro Vigário Padre Zeca, ia seguidamente à cela de Chico para receber suas confissões!

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Conto das cores O AMARELO, reluzente na sua exuberância, coloca-se no pedestal da glória e menospreza as demais cores que se rebelam contra a atitude do “Gold Man”! Meio tristonho e do seu canto, o ROXO com ares de velório, diz: - “Cara, desce da sua petulância”! Ao que o AMARELO lhe responde: - “Fica quietinho ai seu coveiro de meia pataca”! O VERMELHO ouvindo a resposta do AMARELO ao ROXO tomou-se em defesa do amigo: - “Sua cor apenas ostenta riqueza, mas eu tenho a força do amor e do coração”! Mas o irrequieto AMARELO contestou o VERMELHO dizendo: - “Sua cor de sangue representa lutas e derrotas”! E o VERDE ouvindo as intrigas entre o AMARELO, ROXO e VERMELHO entrou na discussão: - “Não se esqueçam de que sem a minha cor da ESPERANÇA vocês não podem ir a lugar algum”! E o AZUL que a tudo ouvia, interfere na conversa questionando as demais cores envolvidas e diz: - “Ei amigos, vocês discutem e estão sem paz. A minha cor sempre representa que está tudo certo e tudo AZUL”! O BRANCO assumindo sempre a sua neutralidade, remendou dizendo: - “Ei turminha, vocês estão discordando uns dos outros, mas, que tal, chamar o nosso mentor e guru em cores, pra resolver toda essa discussão”? Então, todos em comum acordo solicitaram ao mentor das cores que se apresentou pronto para dirimir as dúvidas. O ARCO-ÍRIS chegou falando, todo pompudo: - “Não discutam seus valores, pois todos juntos somos mais fortes e unidos somos mais reluzentes e coloridos! Na mistura de todos, mostramos nossa neutralidade”! A COR DE ROSA meio sem jeito tomou da palavra e requebrando-se toda disse: - “Eu não quero todos juntos porque não posso namorar com quem eu desejar”! Já irritado no seu canto, o PRETO xingou a todos dizendo: - “Vocês não estão com nada. Eu é que sou a verdadeira cor”! Todos riam da besteira dita pelo PRETO. O ARCO-ÍRIS, então, vendo que a discussão iria continuar num lance muito rápido e mágico, subiu e desceu na velocidade da luz e absorveu todas as cores numa grande e colorida faixa no céu... E, hoje, quando o céu fica carrancudo ou mesmo após grandes chuvas, todas as cores aparecem unidas dizendo: - “Estamos aqui e queremos dar alegria a todos com a bonança”!

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Bate-boca entre dois burros Certa vez, um homem conduzia sua carroça puxada por um asno, ou burro, talvez! O sol a pino queimava e fritava mamona no asfalto. Era quase meio dia e a carroça cheia de móveis fazia o pobre animal suar pela boca que pingava até quase a exaustão. O carroceiro condutor nem ligava para o pobre animal que custava a dar os passos de tanto peso e derrubado pelo cansaço. Num dado momento, o carroceiro, vendo que o animal quase não podia andar deu-lhe uma violenta chicotada nos lombos fazendo o animal berrar de dor. Ao mesmo tempo em que após a chicotada o condutor bradou em alta voz: - “Vê se anda seu burro”... Para surpresa do carroceiro, o animal deu um pinote empacou e disse ao seu truculento chefe: - “Burro é você seu idiota e imbecil que fica sentado ai em cima e na moleza só quer me esfolar”! O carroceiro estupefato, disse ao animal: - “Quem disse que burro fala”? E o animal espumando pela boca, rebateu: - “Burro fala sim pra outro burro entender”! O carroceiro tomado pela ira deu-lhe outra chicotada nos lombos do animal que relinchou de dores e mandou um violento coice na bunda do homem que foi ao chão assustado. Ao virem a cena, os transeuntes foram socorrer o homem que se esborrachava ao chão depois daquele coice certeiro na sua traseira. Perguntaram-lhe se estava tudo bem e abominavam a violência daquele animal quando perguntaram-lhe: - “Puxa que animal feroz o senhor tem. Se ele fez isso com o senhor imaginem com estranhos”!

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De repente, o burro que estava quieto preso à carroça relinchou possantemente e disse: - “O burro aqui não sou eu, mas, esse imbecil que vive me chicoteando achando que eu não estou entendendo suas ordens. Dei o troco nele”! Todos ficaram estarrecidos com aquela cena e se puseram a correr, gritando: - “Vejam, tem aqui um burro que fala”! E o burro respondia: -“Aqui tem dois burros: Um que fala e outro que dá chicotada”! O homem levantou-se, tomando as rédeas às mãos, subiu na carroça e disse ao burro: - “Vamos agora seu imbecil”! E o burro mais calmo obedeceu respondendo ao seu chefe: - “Agora sim, você está sendo educado comigo, seu FDP”! E foram embora um resmungando com o outro, mas, sem chicotadas nem coices!

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JÔ sem ares na TV Órbita Nestes novos ares da pseudo-democracia petista, certos “arautos” usam do poder de mídia para fazer prosopopeias e puxar o saco, literalmente falando, do governo Dilma Rousseff. Trata-se da figura de JÔ SOARES que sem ares, mas, com muita munição da esquerda intelectualóide, atira para todos os lados com extremada presunção quando se acha dono da verdade, mas sempre em defesa do patrão petista que o sustenta na “TV ÓRBITA”, quer dizer, GLOBO porque orbita em volta do poder, sustentando-se com as polpudas cifras vindas do governo via BNDES. JÔ SEM ARES mais conhecido como o JÔ, “o do programa”, especializou-se em vociferar sobre temas políticos e sociológicos escrachando com suas piadas de mau gosto tudo o que ele não gosta ou não vai com a cara. O Programa do Jô é um reduto do show de besteirol produzido para as camadas intelectualóides como estudantes universitários que trocam suas nefastas experiências com o apresentador “Jô sem ares” e no frenesi orgasmico gozam e identificam-se como autênticos bobos da corte num programa vazio, mas, muito cheio de porcarias intelectuais, dentro mesmo das características petistas socialistas. Sem ares de uma autenticidade cultural e travestido da máscara midiática, JÔ SEM ARES começa a dar sinais de esvaziamento e chatice. Seu tempo está se esgotando. Seus ares começam a ceder lugar a outros ARES DA VERDADEIRA DEMOCRACIA, caminho oposto ao que é atualmente encetado pela TV ÓRBITA, digo, GLOBO, já que esta avançou os sinais e os ares do desrespeito aos recônditos familiares e dos bons costumes num acinte à moralidade e bons princípios quando polui o tecido social com suas NOVELAS nojentas e inescrupulosas, seus textos ofensivos às Forças Armadas e à Igreja Católica, as imoralidades dos BIG BROTHERS lançadas ao ar sem pudor nem respeito aos lares, mas com objetivos financeiros de encher seus cofres com o dinheiro público repassado de Banco do Estado.

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“JÔ SEM ARES”, conhecido como JÔ SOARES é uma cria e produto global de um organismo midiático sem nexo, mas, com a sede cada vez maior de poder, de influência, e de dirigir a opinião pública brasileira, nem que para esse fim tenha que atropelar vozes da consciência, valores perenes da cidadania, retratos da nossa história, legados de nossos heróis, acintes à moralidade e à religiosidade de um povo, veiculação de notícias ofensivas às Instituições, como Forças Armadas e Igreja Católica além da Família... Jô Soares é o retrato falado da TV ÓRBITA. Pois ele e ela orbitam no entorno do poder do Estado, mancomunado, com as ideologias da esquerda intelectual. Maus ventos que sopram contra o nosso País em ares poluídos originários da mídia de cabresto.

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O medonho Zé Preto era tão feio que chegava a ser “medonho”. Suas feições lembravam um pouco do Saci, Boitatá e Lobisomem ao mesmo tempo! Seus dentes quando abria a boca parecia um sedento vampiro. Tinha os olhos vermelhos e inflamados que mais lembrava um Zumbi saindo do túmulo! Zé Preto, além de tudo era taciturno, desconfiado e vivia amoitado, parecendo querer dar o “bote” em alguém! Na vila onde morava ninguém passava por perto e se benziam quando o viam. “O MEDONHO” como era chamado era o avesso do avesso da feiura. Assustava e espantava até quebrante. À noite era terrível aos moradores do local que evitavam encontrar com aquela coisa terrivelmente medonha. O MEDONHO era tão estranho e feio que, se ele olhasse para o espelho ele se partiria de medo! Um dia de noite limpa e lua cheia, Zé Preto saiu à rua, como era seu hábito, talvez por vergonha da sua feiura não quisesse ser visto. Ao virar uma esquina, foi surpreendido por uma grande revoada de “corujas” que se aninhavam no beiral de um telhado e sumiram na escuridão. Mas um fato medonho aconteceu quando um cortejo fúnebre se dirigia ao cemitério para o sepultamento do morto. Quando o caixão chegou à beira da cova, foi aberto para que a família e os amigos do falecido se despedissem. Zé Preto, que soube do sepultamento, pois morava perto do cemitério, viu a cena e sentiu curiosidade em saber quem estava sendo enterrado. Criou coragem e saiu a poucos metros de sua casa para olhar o cadáver. Assim que entrou no cemitério e se aproximou do caixão, houve uma debandada geral. Todos gritaram de espanto e abandonaram o caixão ali às portas do sepulcro.

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Zé – O MEDONHO, não ligou, pois já estava acostumado, e se aproximou de mansinho para ver o rosto do morto. Quando abaixou a cabeça para ver e reconhecer o cadáver, eis que o morto abriu os olhos de espanto, deu um salto dentro da urna mortuária, pulou fora e saiu gritando e dizendo: - “Não, não, Senhor diabo. Eu quero ir para o céu... AI... AI... NÃO ME LEVE PRO INFERNO... EU NÃO MEREÇO”! E a partir desse fato medonho, o cemitério foi fechado e interditado. Toda a vila passou a chama-lo de: “INFERNO É A CASA DO ZÉ MEDONHO”! E o coitado e rejeitado Zé Preto, de tão medonho, quando morreu tempos depois, teve o seu encontro pessoal com o DEMÔNIO que lhe disse: - “NÃO QUERO VOCÊ AQUI ME FAZENDO CONCORRÊNCIA”. E o expulsou do inferno. A alma do MEDONHO ZÉ PRETO, até hoje vagueia procurando um lugar para seu eterno descanso, mas, quando descobriu o caminho para o céu, se encontrou com São Pedro, que lhe disse: - “AQUI VOCÊ NÃO PODE ENTRAR PORQUE VAI ASSUSTAR OS SANTOS”! E o Zé Preto, hoje vive entre o céu e o inferno por conta da sua cara MEDONHA!

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Entre a vida e a morte Uma vez num velório na roça, duas comadres se encontraram e começaram a trocar papos em frente ao caixão do defunto. Então, a comadre VIDA toda prosa falava com a comadre MORTE que meio desconfiada ouvia: - “Comadre MORTE, nóis vive uma de cada lado. E cada vez que nóis se encontra o papo é sempre o mesmo, né”? E a comadre MORTE responde: - “Nóis num vevi uma de cada lado, não! Sô! É ocê que não qué passa pro lado de cá”! Exclamou então a comadre VIDA: - “Ó xente. Veja só comadre MORTE do lado de cá é muito mió! Aqui nóis tem de tudo e aí do seu lado num tem mais nada”! E a comadre MORTE irritada respondeu: - “Ô comadre VIDA, no seu lado, tem é muita frescura! Todo mundo aí, tem medo de morrê”! E a comadre VIDA volta a responder à COMADRE morte: - “Num é medo não! É que ninguém do lado de cá sabe o que tem ai do seu lado”! E a comadre MORTE volta a responder à sua comadre VIDA: - “Pois é comadre VIDA, mas isso é surpresa! É pra num estraga a surpresa, porque quem vem pra cá, tem dois caminhos pra seguir! E a comadre VIDA, curiosa quis saber da comadre MORTE: - “Mas que negócio é esse de surpresa”? A comadre MORTE respondeu: - “É que se souberem o que tem do lado de cá ninguém quer vir. Todo mundo quer ficar sempre vivo”! Nesse momento, o defunto que a tudo ouvia, levantou-se e disse: - “É memo, eu embarquei nessa. Me disserum que aqui era muito legar então eu resolvi ver com meu próprio zóio, mas até agora num vi nada. Tô aqui preso neste caixão que é só escuridão e solidão. E aí dona comadre MORTE, quando a senhora vai me mostra que é muito legar o lado de cá”? A comadre VIDA ao ouvir as lamúrias do defunto disse à comadre MORTE: - “Tá vendo comadre MORTE é por isso que nóis aqui da VIDA num queremo passar pra esse lado”! E a comadre MORTE, então, remendou a fala do defunto, respondendo: - “É que você, seu defunto besta, não pediu pra vir pra cá. Você veio de xereta e intrometido, agora guenta ai até o patrão decidi o que fazê cocê”! E as duas comadres, depois do entêrro, despediram-se uma da outra e cada uma foi para o seu lado.

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ALLARTE: “Um foco de luz sobre a nossa cultura” Vivemos na atualidade uma aridez cultural, onde os reais valores da cultura de nossa nação são renegados ao segundo plano. A estrutura escolar deixa a desejar com a fragilidade do processo pedagógico utilizado. O hábito à leitura deu lugar à manipulação dos teclados dos computadores e dos celulares. Cria-se, com isso, um rol vocabular conhecido como “gírias” que prolifera, principalmente entre os jovens. A aridez cultural popular tende ao desconhecimento da nossa própria historia e, por conseguinte, dos nossos escritores, músicos, pintores, poetas, filósofos, heróis e outros tantos agentes que nos legaram rico painel cultural. A invasão sorrateira do processo midiático, interessado na publicidade e propaganda, tem levado as massas ao hábito do consumo, com uma enxurrada de marcas e modismos. A cultura física na modelagem do corpo, a aquisição de bens eletrônicos e automotivos, a proliferação de músicas com apelo de sensualidade, as novelas de TV com acintosos programas imorais nos horários sujeitos à “censura”, o consumo desvairado de drogas, a ausência do Estado nas questões da segurança pública e outros aspectos, que tem tomado o lugar dos processos de inculturação de nossa gente, tem dado a tônica, desse deserto cultural que assola o País. Com todo esse quadro negativo, observa-se pequenas bolhas que tentam sobreviver em terreno minado que bloqueia a nossa cultura: Lorena, uma pequena cidade, incrustada, no Vale do Paraíba, região de um notável acervo cultural, é possuidora de “DUAS” Academias de Letras, com cujas atividades, têm buscado atingir levando a toda a cidade e região, seus trabalhos voltados às suas características acadêmicas – “As LETRAS e as ARTES”! Falo pela “Academia Lorenense de Letras e Artes” - ALLARTE, onde sou um dos seus acadêmicos e tenho, à medida dos meus limites, produzido alguma literatura de CONTOS, TROVAS, CASOS E POESIAS.

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A nossa ALLARTE que vai completar neste ano, seu primeiro aniversário, pautada pela dedicação, talento e pujança dos seus membros, tem procurado levar às Instituições de Ensino, Públicas e Políticas, momentos de LETRAS e ARTES. Enfocando pequenos números teatrais, apresentando números musicais com diversos instrumentistas, desde o piano até o violino; poesias sendo declamadas por exímios declamadores; a exaltação de grandes vultos da história, como Patronos da ALLARTE e dos acadêmicos; lançamentos frequentes de livros de autoria dos nossos acadêmicos; palestras nas faculdades, sorteios de livros ao público; apresentação de pinturas com exposição de quadros; expressão corporal na dança; apresentação do nosso tenor e maestro... Enfim, é realmente uma pequena bolha intrometida e corajosa num grande deserto que tem impedido o desenvolvimento cultural do nosso povo! Na minha visão jornalística, acalento uma expectativa de que a ALLARTE receba o indispensável apoio dos Poderes Públicos e de toda a população, como suporte e ferramenta da propagação das letras e das artes no seio da nossa gente! (ALLARTE: Academia Lorenense de Letras e Artes)

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O idoso da pracinha Entre tantos idosos, um chamava-me a atenção, pela sua longevidade de 97 anos. Ele sentava-se todos os dias, numa pracinha arborizada, e ficava a ouvir os pássaros e as pessoas que com que ele conversava. Sua lucidez de memória era surpreendente. Lembrava-se de histórias da sua infância e juventude e as contava com alegria e satisfação. Tinha a visão limitada e quase não reconhecia as pessoas, mas as tratava com muito carinho e atenção. Pela constância de sua presença na pracinha foi adotado por todos como o “Vô Marcos”, como era chamado. Ele costumava brincar com os bem-te-vis que quando cantavam, dizia, que estavam conversando com ele. Sua percepção com a natureza era notório, pois durante sua infância e juventude, fora criado num sitio e lá, ordenhava, colhia, plantava, andava a cavalo, jogava futebol nas fazendas da região. Sua vida então foi mudando... Como adulto casou-se e adquiriu notável experiência em mestre de fundição, atividade que a exerceu até sua aposentadoria. Entre suas diversas histórias algumas merecem destaque: Ele participou da Copa do Mundo, realizada no Brasil e assistiu ao jogo do Brasil versus Bélgica, no Estádio do Pacaembu. Como fundidor, ele fundiu bancos de ferro para o Estádio do Maracanã. Jogava futebol e era zagueiro. Conta ele, que quando ainda morava no sitio, foi sondado por um agente do “Palestra Itália”, que queria levá-lo para o futebol profissional do atual Palmeiras, mas sua mãe, não o deixou e o sonho acabou.

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Quando morou em Cubatão, frequentava os estádios da Vila Belmiro e da Portuguesa Santista. Certa ocasião, conta ele, foi treinar na Portuguesa de Santos e chutou bolas no famoso goleiro da Seleção Brasileira, “Gilmar dos Santos Neves”, da Copa na Suécia! “Seu Marcos”, do alto dos seus 97 anos, ama a vida, sua família, mas está viúvo há quinze anos e reside com seu filho há oito. Nesta última fase de sua vida, ficou com sua visão extremamente comprometida, por conta das cataratas que embora operadas, não o livrou da caída abrupta de sua visão. Quase cego, ele ainda encontrava forças para, na companhia de sua bengala, atravessar a rua e na pracinha, sentar-se sempre no mesmo banco, onde por horas ficava meditando, com sua cabeça apoiada sobre sua inseparável bengala; sentado sobre o conforto de sua almofada. Mas, quis o destino que ele fora acometido de algumas doenças, próprias da velhice e no dia 17 de Junho de 2015, às 15h45min, ele nos deixou partindo para o Altíssimo, deixando saudades. Esse querido idoso é o nosso pai MARCOS EVANGELISTA.

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Curtição Tenho observado dentro do contexto cultural de nossa sociedade, um aspecto que muito me tem intrigado. Trata-se de um comportamento muito presente entre as pessoas adultas e notoriamente na juventude. Quando se trata de algo prazeroso e que desperta emoções, o vocábulo CURTIR tem definido bem essas sensações de prazer. Quando a palavra flexiona para o substantivo CURTIÇÃO a coisa fica mais explícita e percebo um pouco do espírito de aventura que toma conta do jeitinho brasileiro de aproveitar os prazeres da vida numa forma irreverente e até irresponsável. Estamos acostumados a ouvir, da parte dos jovens, a curtição de uma balada, de um programa insólito, de algo aventureiro que se aproxime do desconhecido com características de aventura. Essa nova cultura que chega como bandeira de prazer, tem avançado os limites de bom senso e às vezes de responsabilidade individual e até coletiva! Na verdade a juventude que vive agora em bando e desvinculados da vigilância paterna e materna, lança voo quase sempre, com acentuada imaturidade, aos novos ares das CURTIÇÕES! Para eles, curtir é aproveitar tudo o que apareça como forma de prazeres, nem que para isso, custe caro, não só para seus bolsos furados ou sua integridade física. Curtir as novas modalidades cibernéticas dos iPhones, iPads, celulares que são expressivamente objetos de estimação e caros; voar com suas motos barulhentas e perigosas; dirigir afoitamente mergulhados num imenso prazer os carros; aventurar-se nas tragadinhas maconhentas ou nas latinhas de cerveja pelas madrugadas... Enfim, é a maior CURTIÇÃO curtir a vida nos momentos de laser e divertimento com resquícios de irresponsabilidade e imaturidade que muitas vezes dão retornos trágicos e violentos!

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Seria bem melhor, se, todos curtíssemos a vida, a partir da família, num passeio pelo campo e florestas... Curtindo os riachos, as flores e borboletas... Se curtíssemos um passeio calmo dirigindo nosso carro com sensatez e segurança... Com nossa moto andando em paz sem atazanar o trânsito... Se nas baladas curtíssemos a música e nossa cerveja de maneira responsável e educada... Em minha opinião e de jornalista, CURTIR deveria ser uma expressão de vida responsável e segura. Com responsabilidade social CURTIÇÃO é sentir prazer dentro dos limites que a consciência pede. Fora disso não é CURTIÇÃO, mas, zoeira, farra, puteiro, barraco, orgia e um monte de adjetivos imorais que atingem adultos e jovens sem a percepção de certo e errado!

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Tudo como dantes no quartel de Abrantes O discurso das elites do governo, mais parece ladainha em procissão. Tudo se repete e nada acontece. Promessas descumpridas e acintes às expectativas dos cidadãos que enganados ainda estão de mãos atadas ante a velada ditadura que está se impondo, lenta e gradualmente na pirâmide social, onde do cume a opressão se derrama desde a cúpula do governo, passando pelas classes dominantes, sem fazer muito estrago e espremendo cruelmente a base da maioria pobre trabalhadora. Não temos no país, uma clara definição de programas nem de planejamentos. Tudo é empurrado de barriga. Vê-se nas decisões congressual, uma continuada ladainha, quase sempre na base do “toma lá, da cá” o que sempre caracterizou interesses político-partidários em arroubos de corrupção desvairada. Se considerarmos que o povo não tem uma cultura política que oferecesse uma pressão das bases da sociedade, devemos crer que a consequência dessa deformação cultural, são os “currais eleitorais”, “os bolsas famílias”, “os bolsas presidiários” e muitas outras formas de se comprar consciências das grandes camadas pobres do povo que é a ferramenta que dá suporte à essa ganância de poder que grassa o nosso Congresso que deveria ser a casa do povo, no entanto, é a casa de uma elite corrupta que se encastela cada vez mais nos estamentos políticos. Como isso vem do topo da pirâmide de “ABRANTES”, certamente e por um efeito cascata ela chega também, às Assembleias Legislativas Estaduais e Prefeituras e Câmaras Municipais como aprendizes das falcatruas ensinadas pelos professores eméritos que mancomunam-se nos mais altos porões do governo! Por fim, nesse “quartel de Abrantes”, onde reinam inimigos declarados dos fardados, controlam como marionetes, a casa judiciária cujas leis não são nem um pouco respeitadas e acatadas.

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Haja vista os escraches contra a nossa “Constituição Federal”, nossa Carta Magna, que é constantemente aviltada como uma “carta na manga” em conchavos de Medidas Provisórias e outras artimanhas ao arrepio das nossas leis! Por ocasião da entrega do governo militar ao poder civil, o contexto da época era de um Brasil, relativamente encaixado, onde as perspectivas de futuro se apresentavam promissoras. A economia ia bem e estava estabilizada a nossa moeda, a inflação e a balança comercial, ajustadas. O povo vivia em paz. A polícia controlava a criminalidade com braço e pulso firme. Instituições como a família e a escola, navegavam em águas calmas e promissoras. Os salários eram equilibrados e justos. A esfera política, ainda assustada com os desfechos encetados pela ditadura, se apresentava à altura das necessidades do Estado brasileiro que reclamava por um Congresso ordeiro e cidadão. Mas esse mar calmo rapidamente se transformou em mar bravio e revolto. Foram dadas todas as condições de infraestrutura à uma horda de brasileiros incautos, irresponsáveis e levianos que, “como melado em mãos de crianças”, foram tomados de tamanha sanha de poder e estamos pagando um preço muito alto pela ganância que fere e desequilibra o “andar da carruagem” porque está “TUDO COMO DANTES NO QUARTEL DE ABRANTES”!

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Inocentes úteis Muito comentada e discutida no tempo dos governos militares, a participação dos “inocentes úteis” que na sua inocência colaboravam sem perceber com a ideologia comunista, a chamada massa de manobra que era aproveitada e usada como instrumento de cabresto das intenções das esquerdas mal intencionadas que enfrentavam o poder militar. Hoje, com o império Petista que aparelha todo o Estado brasileiro, podemos observar uma camada subserviente do nefasto Partido e encabrestado como os antigos inocentes úteis, são militantes espalhados por toda a sociedade a serviço da roubalheira comunista da petralhada. Foi veiculada notícia na mídia televisiva e rola no FACEBOOK que esses “ativistas” infiltrados no povo, tentam arrebanhar quantias em dinheiro justificando que o PT está “sem dinheiro”, pasmem todos em sã consciência! Acho que somente esses “inocentes burros e imbecis” controlados pela ditadura petista não sabem que os cofres comunistas estão abarrotados pelas roubalheiras oficiais com recursos oriundos do povo! Quer dizer... o próprio cidadão “ativista” e cego de paixão pelo Partido Comunista não enxerga toda a sujeira que lhe venda os olhos porque sua “inocência” se presta a ajudar na captação de recursos e servem como instrumento de manobra de inocentes úteis! Estamos revivendo os tempos da lavagem cerebral das consciências e dirigindo-as como instrumentos serviçais a serviço do roubo institucionalizado. Essa técnica consta da cartilha de Marx sobre a abordagem comunista aos governos e aos povos!

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Tempo sem tempo Nestes dias de hoje, caminhamos numa estrada com muitas encruzilhadas. A cada momento, nos deparamos com estranhas bifurcações que não indicam destinos! O tempo urge e rouba-nos o tempo de pensarmos com calma quais serão os próximos passos? O torvelinho da vida urbana limita nossa rotina, agora, mais reclusa entre nossos lares e o trabalho. Já quase não temos mais tempo para observar a natureza. Sentir o perfume das flores. Ouvir a sinfonia dos pássaros. A brisa fresca do campo. A corredeira dos riachos. A caminhada na mata. Talvez até, ouvir o silêncio! Nem quase percebemos a beleza singela das crianças, nos convidando à pureza de seu comportamento imaculado e inocente! Não temos tempo para sentarmos nas tardes fagueiras e batermos um papo, na calçada da vida, porque a rua se transformou em pista de corrida do trânsito desvairado! O relógio, para muitos, é o mecanismo de subtração do tempo e até o nosso sonho, interrompe! Há tempo para dormir, acordar, comer, sair, trabalhar, pagar as contas, honrar com os compromissos, tomar banho, assistir a novela na televisão. Onde foi parar o tempo para meditarmos, orarmos, falarmos com Deus? Ouvir uma boa música, conversarmos a quatro paredes com entes queridos? Lermos um livro, assoviarmos uma canção, brincarmos com nosso cão, nosso neto, nossa esposa, nosso amigo? O tempo está sem tempo para dar tempo ao tempo? Ou será que fabricamos um tempo conveniente aos nossos interesses? Somos donos do tempo? Será que estamos no nosso tempo para perder tempo e não aproveitarmos o tempo?

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O nosso tempo, se esvai na unidade que o próprio homem criou no lapso do segundo. Na rapidez do minuto e no inevitável passar das horas! E assim, num piscar de olhos, lá se foram os meses e os anos, que sem tempo, consumiram nosso tempo. Nessa falta do tempo, sobrou-nos uma esperança. Sem a inclemência do relógio, o lapso dos segundos, a imposição dos minutos, a fatalidade dos meses e a impaciência dos anos; dispomos de um tesouro, que não está limitado na falta de tempo... “TEMOS A ETERNIDADE DA ALMA”... Somos livres para vivermos, sem a chatice do relógio, a implacável marcação do calendário e as rotinas temporais de cada dia, cada noite, cada almoço, cada jantar, cada banho, cada fim de mês, cada inverno e todo o verão... Tempo que não dá tempo para termos um tempo, SÓ NOSSO! Exclusividade que só a eternidade vai dar-nos com plena liberdade! Sim, liberdade que ganhamos quando escapamos da prisão do tempo da vida...

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O rei nomeia o rei Numa terra distante e milenar, havia um pequeno garoto que pastoreava nos campos. Era bonito e esbelto entre todos os outros. O jovem era destemido e corajoso, atributos que exercitava nos seus afazeres. Certo dia fora molestado por um gigante filisteu que o desafiou e tentou mata-lo. Houve uma contenda sem igualdade. O pequenino rapaz era uma pequena pulga diante do gigante ameaçador. Num ato de inteligência e destemor, o pequeno rapaz, e da sua pequenez, armou-se de uma “funda” munido de uma pedra. Às ameaças do gigante filisteu, aceitou sem medo o terrível desafio, girando rapidamente sua arma em direção ao poderoso agressor. Ao soltar a pedra que atingiu frontalmente a cabeça do gigante que desabou ao chão desfalecido. A partir desse ato o garoto franzino cresceu e conquistou as afeições de um Poderoso Rei que o escolheu para, também reinar. O Rei não era deste mundo, mas o escolheu para reinar no mundo. O Rei do céu entronava no reinado da Terra, o seu escolhido: “O REI DAVI”. No reinado consolidou e firmou o poder real primeiro sobre a tribo de Judá e depois das de Israel. Davi no auge de seu reinado corrompeu-se com suas concubinas e governou até sua velhice quando preparou a entrega do seu reino ao filho Salomão. E Davi adormeceu com seus pais e foi sepultado na cidade de Davi. Seu reinado sobre Israel durou quarenta anos.

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Consciência coletiva A consciência do cidadão, hoje, está condicionada a diversas vertentes sociais. Para que se tome uma decisão, antes é preciso ver e ouvir a mídia, saber as opiniões alheias, consultar o que diz a Igreja, etc... O conceito de “consciência coletiva” fala mais alto nesse aspecto. A vida está atrelada ao discurso coletivo. A moda, os comportamentos, os vizinhos, a escola, a televisão, a música, o futebol, a religião, a família. A individualidade humana foi se perdendo ao longo das décadas. O discurso político, baliza a teia social e estabelece parâmetros de vida conformada aos grupos sociais. Estereótipos começam a determinar regras de convívio social. Preconceitos sociais delimitam fronteiras que além das quais, está-se infringindo leis dos direitos e das tolerâncias! Haja vista os “direitos” de homo e heterossexuais, negros, viciados em drogas, menores de idade, empregadas domésticas, pais em relação aos filhos, lei do silêncio, mulheres e maridos, vizinhos, professores, alunos, etc... Na verdade, não há um consenso na forma de pensar e agir. O que há é sempre uma imposição arbitrária e individualizada, ao arrepio das leis que, inócuas, não produzem os efeitos para as quais foram elaboradas. É notório quando se diz que o Brasil é um país com excesso de leis, mas que também a maioria dos brasileiros não as cumpre. A consciência coletiva de justiça está quase à revelia do que cada cidadão deseja. E em consequência, o cidadão já não crê nas instituições que a partir do Estado brasileiro, produz corrupção em larga escala. Esse processo adoece o Estado nas suas relações de democracia. O modelo democrático não está satisfazendo os anseios da nação. O povo, não tem uma cultura política que permita cobrar soluções. Bolsões de miséria desequilibram a igualdade econômica para a justa distribuição da renda nacional. Em resumo, a sociedade brasileira tem, hoje, uma consciência a cabresto e formatada, segundo o discurso impositivo das elites políticas e intelectuais, além da forte presença midiática que se vale da propaganda e publicidade para vender seus produtos sob a forma subliminar.

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Teoria de gênero Numa concepção que transcende à razão humana, pois remete aos mistérios da criação do homem, o gênero humano é e sempre será o conceito do masculino e do feminino! Trata-se de um critério misterioso da criação que ordena as coisas dentro de uma ORDEM NATURAL! Toda a criação é ordenada, segundo sua própria ordem natural que define seu nascimento, desenvolvimento, progresso e interação social, como é o caso da humanidade. Esse conceito da “Teoria de Gênero”, como se autoproclama, não passa da conceituação teórica na divagação intelectualóide, que procura “pelo em ovos” e “chifre em vacas”, como produção socialista/comunista que descobriu mais um instrumento de confusão, no afã de, via projeto apelativo inferir nos modelos escolares, com intuito de inocular nas mentes das crianças, um novo método de pensar a questão do “SER” masculino e feminino! O conceito de ORDEM NATURAL das coisas está sendo deturpado nas novas maneiras da livre concepção sobre homem e mulher, segundo a qual, à revelia do livre pensamento, os jovens e crianças podem acharem-se “feminino ou masculino”, dentro do conceito da troca de gêneros! O desvario intelectual beira às raias da inconsequência quando “pelo em ovos” ou mesmo “chifre em vaca” refletem o intelectualismo socialista/comunista subvertem critérios da divina criação quando HOMEM e MULHER são os parâmetros da criação da humanidade! Portanto, o conceito de “Teoria de Gênero”, é uma perversão da sexualidade e em nada soma para o progresso social da humanidade; muito ao contrário, conflítua a paz social da juventude ameaçada por tão ignóbil ameaça! Há uma base sólida no processo que generaliza os gêneros – masculino e feminino; imutável na ordem natural das coisas!

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Vida online Ao acordar acessei a Internet. Abriu-se a área de trabalho e comecei mais um dia de minha existência. Havia deletado na noite anterior, todas as informações salvas, mas sem interesse e que apenas estariam sobrecarregando a minha memória RAM. Aberta a nova janela, cliquei o acesso à Internet e mergulhei navegando pelo mundo virtual. Na navegação, aportei em vários portos os quais me forneciam diferentes visualizações. Algumas de interesse, outras nem tanto, mas o NAVEGADOR não para e leva-me à infinitas viagens. Mas as mais interessantes são aquelas que, aproximam-me de meus filhos, todos longe e até em outro país. Pelo SKYPE sinto-me como se estivesse pessoalmente conversando com eles, mas, fecho o programa e vou para o correio eletrônico dos meus E-MAILS. Ali, tomo conhecimento das correspondências de uma grande parcela de amigos e conhecidos que se comunicam comigo, matando saudades e trocando figurinhas! Algumas vezes, minhas curiosidades e necessidades de pesquisar as coisas, levam-me ao GOOGLE onde posso me orientar e captar recursos literários para a edição dos meus livros bem como a aquisição de outros conhecimentos. A fotografia em minha opinião é um grande patrimônio cultural que as mantenho nos arquivos das “minhas imagens”, muitas das quais compartilho com amigos e familiares, utilizando os recursos do FACEBOOK que, além disso, nos proporciona interagir com uma gama muito grande de pessoas conhecidas e postar comentários sobre diversos assuntos. A vida ONLINE não está restrita apenas à navegação pela INTERNET. Sou compelido por vezes, DIGITAR meus textos jornalísticos, poesias, crônicas e livros, usando a FERRAMENTA para isso destinada: O MICROSOFT WORD permite-me a criação digitada e salva em “MEUS DOCUMENTOS” que permanecem no arquivo à minha disposição.

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No TECLADO que é o mesmo das antigas e obsoletas máquinas de datilografia, posso digitar para a INTERNET com a transmissão imediata e ou mandar para as PASTAS de arquivos específicos. Assim como na vida real onde precisamos tomar cuidados e precauções com os perigos que atentam contra a nossa integridade física, também na ONLINE somos obrigados a nos proteger contra os inimigos do COMPUTADOR que são os VÍRUS. São dispositivos que contaminam a saúde do COMPUTADOR levando perigos até de destruição do DISCO RÍGIDO onde ficam armazenados os programas necessários ao seu pleno funcionamento. Por fim, passa pelas mãos da vida real uma ferramenta que permite a inclusão digital com movimentos imperceptíveis de manuseio... É o MOUSER, o ratinho navegador, sem o qual jamais mergulhamos da vida real para dentro da vida ONLINE!

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O vagalume Certa noite, de verão, com lua alta e clara e uma leve brisa a refrescar o calor, um bando de vagalume pôs-se a voar por entre a floresta negra. De repente, deram de frente com uma coisa que também piscava como que a responder aos seus pisca-piscas. Então, o líder dos vagalumes deu a ordem à turma para que parassem a emissão dos sinais luminosos ao que também, aquela coisa, a certa distância, ficava no escuro! Mas um vagalume descuidado ligou sua bateria e começou a piscar... e a coisa respondia na mesma forma, emitindo luz azulada, semelhante a dos vagalumes. E aquilo continuava com um pisca do vagalume e uma resposta daquela coisa estacionada no escuro da floresta. Até que a coisa sinistra ligou com toda sua potência os possantes faróis azuis formando um grande clarão na floresta negra ao que os vagalumes assustados voaram num gigantesco pisca-pisca e foram seguidos pela “coisa piscante” até chegarem numa alta torre de energia elétrica. Ali pousaram com suas luzes resplandecentes atraindo a coisa que ao tocar na torre, formaram uma grande bola de fogo e um estrondo ensurdecedor. Aquela coisa estranha e sinistra fora destruída e os vagalumes pisca-piscas queimados e torrados. Hoje, não se vê mais nenhum vagalume naquela região, mas, segundo lendas dos moradores, nas noites de luar, percebe-se no topo do pequeno monte onde fica a torre, uma luminosidade azulada que pisca por instantes e outra na entrada da mata responde sistematicamente alternada.

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A nova cartilha das esquerdas Lembram-se dos inimigos do governo militar de 64 que balizavam suas ações, seguindo a famosa CARTILHA Marxista-leninista? E lembram-se também da propalada expressão: “Inocentes úteis” que serviam aos propósitos das esquerdas revolucionárias de 64? Pois é, passaram-se mais de cinquenta anos e quase nada evoluiu nos conceitos de democracia neste País! Temos hoje como base de toda essa articulação esdrúxula que aprisiona o Estado brasileiro, nos moldes ideológicos de 64, uma nova e mais moderna CARTILHA, segundo atualização “GRAMCISTA”: - Conhecemo-la como “FÓRUM DE SÃO PAULO”! Daí sai todas as iniciativas orquestradas pelo Partido do Governo, que conhecemos como PT, de cujos seguidores, têm as mesmas características debilóides dos idos de 64, conhecidos como “INOCENTES ÚTEIS”! A CARTILHA PETISTA, mais moderna e sem a mão de ferro do governo militar, está livre e solta na orientação dos futuros APARELHOS que vão se formando e se agrupando nos porões do governo ditatorial petista-comunista-socialista, com seus cofres abarrotados para o financiamento do golpe final. Nesse contexto, tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. As velhas técnicas Marxistas de implantação do comunismo buscam no enfraquecimento das instituições brasileiras a desmoralização social e o emburrecimento do povo, que dá mostras de uma letargia que impede a sua cultura política em detrimento de um grande curral eleitoral que o leva às eleições de cartas marcadas para a consolidação do poder. Os conteúdos da CARTILHA DO FÓRUM DE SÃO PAULO são enriquecidos com as ingerências ideológicas dos esquerdopatas Venezuelanos, Bolivianos, Uruguaios, Argentinos, Chilenos, Cubanos e toda a cúpula do movimento pseudodemocrático do xenófobo MERCOSUL, que já travestido com o manto do FORUM, objetivam transformar toda a América Latina na nova CORTINA COMUNISTA abaixo do equador!

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O Fórum de São Paulo, composto por partidos e movimentos de esquerda da América Latina e Caribe, como o PT, desperta o medo e a desinformação. Ele foi fundado em 1990, pelo PT do ex-presidente Lula e pelo Partido Comunista Cubano de Fidel Castro, entre outros. Ele se autodeclara como sendo de esquerda, anti-imperialista, socialista e democrático. É um fórum de debates que discute as alternativas à visão neoliberal da economia e da política. Esses grupos e partidos de esquerda trocam experiências e conhecimento a respeito de como construir políticas sociais. No final dos anos 80, com a queda da União Soviética, parecia que a esquerda estava destinada a acabar. Alguns até sugeriam que a visão neoliberal da sociedade – baseada na utopia de que o livre mercado seria capaz de promover crescimento econômico para todos – era o “fim da história”. O Fórum surgiu justamente para oferecer um contraponto a essa visão. O “Fórum de São Paulo” é a mais vasta organização política que já existiu na América Latina e, sem dúvida, uma das maiores do mundo. Dele participam todos os governantes esquerdistas do continente. Mas não é uma organização de esquerda como outra qualquer. Ele reúne mais de uma centena de partidos legais e várias organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e à indústria dos sequestros, como as Farc e o MIR chileno, todas empenhadas numa articulação estratégica comum e na busca de vantagens mútuas. Nunca se viu, no mundo, em escala tão gigantesca, uma convivência tão íntima, tão persistente, tão organizada e tão duradoura entre a política e o crime.

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Conto da sexta-feira Dois rapazes caminhavam juntos, por volta das 23 horas. O papo rolava animado, pois conversavam sobre a expectativa do programa por eles desejado. Iriam à balada com muita cerveja e garotas! Quando passavam, em frente ao cemitério, um fantasma os abordou, dando-lhes um grande susto! A figura fantasmagórica, perguntou-lhes: - “Vocês não temem passar por aqui, numa sexta-feira a essa hora”? Ao que os rapazes, ainda sem fôlego e estáticos com aquela abordagem, tremendo, responderam: - “Quem é você e o que faz aqui”? O fantasma da sexta-feira, logo lhes respondeu: - “Sou uma alma penada e desejo divertir–me assustando as pessoas que passam por aqui nas sextas-feiras”! Um dos rapazes, mais calmo e equilibrado com a inusitada cena, disse: - “Espera meu irmão! Vamos fazer um acordo. Você pare de nos assustar e venha conosco participar do nosso programa. Hoje é sexta-feira, e no mundo dos vivos, é o dia da cerveja e da balada”! O fantasma, então, pensou um pouco e respondeu-lhe: - “É isso aí garoto. Acho que vou divertir-me mais com vocês, no mundo dos vivos, mas não vai adiantar nada eu tomar cerveja, porque não consigo embriagar-me e não sei se vou ficar alegre como vocês ficam”! Os rapazes foram para a balada na companhia daquele fantasma disfarçado de humano. A festa rolava, com muita música, bebida e garotas! Lá pelas tantas, o fantasma enrustido, subiu no palco e fez uma zoeira com a Banda que tocava. Começou a tocar todos os instrumentos sob os olhares curiosos dos “baladeiros”! Após sua “apresentação” ele identificou-se ao público, dizendo em alta voz e no microfone da Banda: - “Pô, estou divertindo-me muito mais aqui que lá no cemitério, donde eu saí, com dois rapazes”! E deu uma fantasmagórica gargalhada! Foi um pega pra capá. Todo mundo saiu correndo e gritando e um dos “bebuns” chegou a gritar: - “Pô, eu tô na balada ou num cemitério”? E acabou a festa por conta do fantasma intruso. Os dois rapazes, arrependidos, sumiram e até hoje nunca mais foram vistos na balada das sextas-feiras!

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Caiu a ficha A opinião pública brasileira tem dado mostras, ultimamente, na aceitação às Forças Armadas. Parece que caiu a ficha no entendimento de que jamais os militares brasileiros “foram ditadores”! Na comparação dos governos militares após 64 com os governos civis que os sucederam, as diferenças são incomparáveis! O progresso econômico e social conquistado por aqueles períodos revolucionários legaram ao país, avanços de prosperidade que já deixam saudades. As redes sociais mostram a enxurrada nas opiniões pró-Forças Armadas, em detrimento da grande insatisfação nos governantes da atualidade, cuja debilidade do Estado, faz-se sentir em todos os setores da vida pública nacional. Os clamores da sociedade fazem ecos, exigindo “intervenção constitucional” ante a desmoralização total dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que transformaram o Congresso Nacional numa fachada hipócrita de corruptos afrontando o erário público, a moralidade social e a integridade institucional! A máscara ideológica encalacrada desde 1964 está caindo. A percepção civil da sociedade começa a questionar com veemência os descaminhos e desgovernos de uma casta desmoralizada. O lastro histórico de 64, do qual os militares são fiéis depositários já por mais de cinquenta anos estão aflorando nos sentimentos cívicos e nacionalistas de uma nação pródiga nos valores legados pela própria história! É chegado o momento em que mudanças drásticas hão de ocorrer, pois os limites de tais situações estão a exigir providências. A ficha finalmente começa a cair. O povo já percebeu o universo de antibrasileiros que está por trás de tudo isso. A mídia, como porta voz da opinião e dos anseios sociais, já, desnuda diariamente as falcatruas que denigrem o Brasil enfraquecendo suas instituições à revelia de cofres abarrotados com recursos financeiros do povo. “Os militares não foram ditadores”. A Revolução de 64 finalmente já não é vista mais como um golpe, mas, necessariamente, à época, uma INTERVENÇÃO CONSTITUCIONAL. As fichas caem e mostram a urgência tão decantada pela opinião pública brasileira!

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A Igreja Católica, o Concílio Vaticano II e a revolução de 64 Dois momentos embolados no ano de 1964. Transcorria a pleno vapor o “Concílio Vaticano II” e eclodia a “Revolução de 64”. O primeiro mobilizava o mundo para uma expectativa de mudanças na Igreja Católica que já vinha pedindo reformas na sua constitucionalidade. O segundo, da mesma maneira, mas, por caminhos diferentes, pedia mudanças nos rumos constitucionais do Brasil. No frigir dos ovos, componentes político/ideológicos de âmbito internacional, eram combustíveis em ebulição na busca das definições propostas, por ambos os movimentos. As erupções de um grande vulcão derramavam lavas sobre, o convulsivo leste europeu com a cortina de ferro que ameaçava o resto do mundo ocidental. O Vietnã sob as invasões americanas. Em 1964, a Igreja Católica alinhava-se no apoio aos militares, face às perspectivas da incursão comunista, importando da China, União Soviética e de Cuba doutrina que afrontava não somente os ideais democráticos do país como se contrapunha às linhas eclesiásticas. Movimentos exponenciais surgiram. “A Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, reuniu mais de 500 mil pessoas em São Paulo, em repúdio ao governo Jango e à ameaça comunista. Enquanto isso, o Concílio Vaticano II tentava suplantar os desafios internos da Igreja. Confrontos entre os “Conservadores e os Progressistas”, davam o tom nos trabalhos conciliares, desde o seu início em 1962. Os efeitos daquela Igreja medieval fora sacudida com o anuncio de João XXIII convocando um novo concílio com objetivos de buscar uma grande “renovação” (aggiornamento) de toda a Instituição eclesial. As circunstâncias políticas de 64 fizeram os militares apertarem o cerco na extinção dos movimentos da guerrilha e do terrorismo perpetrados por movimentos da esquerda ideológica que culminaram com confrontos, de ambos os lados, e tendo como saldo, inúmeras mortes e assassinatos.

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Os “Direitos humanos” que intervinham gerou homens como Dom Helder Câmara que liderava as hostilidades em desacordo com as ações dos militares, Frei Beto, Dom Paulo Evaristo Arns e a Teologia da Libertação. Por outro lado, homens como Dom Eugênio Sales, mostravam-se contrário. As resoluções que iam nascendo dos trabalhos conciliares fizeram ecos à América Latina, com uma Igreja mais missionária, a Teologia da Libertação, a Opção Preferencial pelos Pobres, e as Comunidades Eclesiais de Base (CEBS). As Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe (CELAM) em Medelín, 1967 e Puebla (1979) fortaleceram o sul do planeta com os novos ventos surgidos e soprados pelo Concílio Vaticano II. Mas um dos aspectos mais importantes que embasava as Comissões de discussão conciliares chamava a atenção para uma Igreja leiga e pastoral que não tivesse nenhum vínculo político com o Estado. Em que pese outra preocupação conciliar com a centralização curial de Roma, notadamente com poderes do episcopado europeu ocidental na diplomacia política. Então, observa-se à luz da história a fase de transição da Igreja Católica no mundo. E a Igreja do Brasil, não ficaria de fora desse processo! Iniciado pelo papa João XXIII e continuado por Paulo VI, o Concílio Vaticano II abriu portas e janelas para uma profunda abertura da Igreja com a sociedade mundial. Aqui no Brasil, essa abertura sustentada pelas CEBS, Teologia da Libertação, Sindicalismo, mídias e farta produção literária da esquerda fomentou o enfrentamento aos governos militares que por sua vez, abriram fogo contra movimentos da violência assassina de guerrilheiros e terroristas. Durante séculos, a Igreja fora elitista e conservadora, mas, se modernizou e atualizou sua doutrina com as proposições homologadas pelo Concílio Vaticano II que fortaleceu atividades pastorais, a aprovação da nova Constituição Litúrgica, formação sacerdotal, liberdade religiosa, entre outras, as mais importantes. Portanto a historia mostra dois momentos na posição da Igreja Católica, no período entre 1962-1964.

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Sob os efeitos já de uma mudança radical proporcionado pelas resoluções conciliares (Concílio Vaticano II iniciado em 1962) e sustentada pela eclosão dos movimentos políticos-ideológicos durante o Período Revolucionário de 64, de início “APOIA” as iniciativas dos governos militares na deposição do Presidente João Goulart, quando faz uma leitura benéfica da tomada de poder pelos militares ante a possibilidade de comunização do grande país católico da América do Sul. Ante a decepção causada pelo continuísmo no poder, por parte dos militares, a Igreja Católica alinha-se com a esquerda que viu e aproveitou a possibilidade de contar com um braço extremamente oportuno na sua causa, o de fustigar o poder militar governante.

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A História do Cerco de Jericó O Cerco de Jericó consiste em uma semana incessante de batalha espiritual, com intensificação da oração pessoal e comunitária, missa diária, adoração ao Santíssimo, confissão, jejum, pregação da Palavra de Deus e o Terço de Nossa Senhora. Por que “Cerco de Jericó”? Um fato do Antigo Testamento nos mostra a conquista da cidade de Jericó pelos judeus, liderados por Josué (Js 6,1ss). Josué foi formado por Moisés, desde sua juventude, para substituí-lo. A Bíblia nos mostra que a mesma força que estava com Moisés, esteve também neste jovem, que ao assumir o encargo de dar continuidade na tomada de posse da terra prometida, recebeu a autoridade espiritual e o governo sobre as tribos de Israel. Jericó era uma cidade fortificada e inacessível, com imensas muralhas ao redor. Na conquista de Jericó, encontramos o exército de Israel desanimado diante da imensa dificuldade de tomar aquela cidade. O desânimo já havia tomado conta de muitos que duvidavam da promessa de Deus. Esta promessa dizia que não seria pela força humana que aquela cidade seria conquistada, mas Deus mesmo é quem agiria. O plano da vitória foi revelado por Deus, de um modo concreto e detalhado. Durante seis dias o povo deveria dar uma volta em torno da cidade. No sétimo dia, sete voltas. Josué e todo Israel executaram fielmente as ordens recebidas. Durante a sétima volta, ao som da trombeta, todo o povo levantou um grande clamor e, pelo poder de Deus, as muralhas de Jericó caíram. A exemplo de Josué, diante das muralhas de Jericó, devemos cercar nossos inimigos com orações e louvores e esperar que Deus mesmo haja em nosso favor. Para isto, precisamos ser perseverantes e persistentes até o fim. Esse é o objetivo do Cerco de Jericó: derrubar as muralhas pela força da oração. Precisamos tomar consciência de que o Espírito Santo pela força da oração é capaz de derrubar, destruir e aniquilar as forças malignas. O terço de Nossa Senhora e o silêncio fecundo em frente ao Senhor Eucarístico, vão semeando a terra de nossa alma e também quebrando os alicerces das muralhas. Acreditamos que muitas curas e libertações acontecerão: portas que estavam fechadas se abrirão crises conjugais e econômicas, doenças, e tantos outros problemas serão solucionados. Mas, o mais importante será o poder de Deus derramando o Espírito Santo sobre o povo, o Evangelho crescendo, sendo anunciado, sendo acolhido e transformando vidas.

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O homem e o cidadão Duas dimensões que democraticamente deveriam estar harmoniosamente inferida no contexto do ESTADO, mas que além de estarem diametralmente opostas estão alienados nas suas relações políticas. Homem e cidadão, elementos políticos, estão separados de quem, institucionalmente e por sufrágio universal, carecem de sua integralidade dentro dos princípios de sociedade civil. De um lado, o HOMEM, agente de sua própria história e dissociado de vida política, luta contra as demandas de um inerte e atrasado. De outro, o CIDADÃO, ser eminentemente político, também fora da cultura política que o deveria prover, democraticamente, sua inclusão no processo do sufrágio universal. Isto significa dizer que, tanto HOMEM como o CIDADÃO brasileiro, não está inserido nem politicamente, nem socialmente a um ESTADO abstrato e imperativo. “Homem e cidadão” confrontam-se no dualismo “ESTADO E POLITICISMO”, porém, não se integram dentro dos princípios democráticos. No campo da teoria, fala-se, ainda que, timidamente, na reforma eleitoral, mostrando assim, a distância entre o ESTADO e a sociedade (política). Discrepância histórica que tenta corrigir a sociedade feudal de um Estado moderno e abstrato que mantém e privilegia castas de poderes econômicos e políticos em detrimento da razão óbvia: “O CIDADÃO E O HOMEM”. Preso e amarrado num modelo antigo e ultrapassado, o ESTADO brasileiro jamais proveu cidadania política e social ao cidadão de direito democrático. Pelo processo viciado e corrupto, do sufrágio universal, e tomado como instrumento manipulativo de interesses eleitoreiros, esse mesmo ESTADO mentiroso e extemporâneo da realidade política e social, segue sua sina ditatorial contrariando todas as iniciativas da sociedade para modernizá-lo de suas amarras mal-intencionadas e travestidas de doentio socialismo-democrático.

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O happy dos jovens Hoje tive uma grata surpresa. Frequento diariamente a pequena praça onde resido e sempre as mesmas cenas: “jovens que ali vão, para fumarem maconha e drogarem-se”! Mas eis que, ao ver um grupo de cinco jovens, entre eles, três deficientes visuais, guiados por uma garota. Todos se aproximaram de um banco próximo ao meu. Logo pensei o incômodo que passaria, principalmente pelo forte cheiro da fumaça! Eu, àquele momento, estava costumeiramente, rezando o meu terço, que faço diariamente em baixo do frescor das árvores. Então, entre o terço e a presença deles, fui, discretamente observando, que eram jovens diferenciados dos da maioria que frequenta a praça, pois, começaram a cantar “happy” cujas letras, falavam da atual situação do povo, como, a violência, as drogas, a corrupção, a falta de oportunidades, etc... Ao terminar a oração do meu terço, aproximei-me deles e pedi-lhes se eu podia ouvir suas músicas ao que, gentilmente acolheram-me. Eu, então, após minutos de silêncio ouvindo-os, lhes falei da minha surpresa e admiração pelas suas atitudes, o que não era normal naquela praça! Mas todos eles se mostravam jovens equilibrados, apesar de “cegos” junto com a garota que os conduzia e outro jovem amigo que os acompanhava, recitando aquela “riqueza cultural” do “happy” na qual se expressavam nas letras inteligentes, uma nova cultura musical. Um deles cantou o seu “happy”, oferecendo-o a mim, cuja letra falava de sua própria vida, acometido de um câncer que o levou a perda da vista em ambos os olhos, mas, que se colocava nas mãos de Deus que o curaria! Como então o momento era oportuno, falei-lhes um pouco da fé espiritual, do poder do Espírito Santo, do poder da oração e até fiz orações, impondo minhas mãos, nas faces dos cegos, cobrindo-lhes seus olhos e pedindo suas curas a Jesus! Foi um momento de pleno êxtase para mim que movido por um profundo amor, os abracei dando-lhes a paz de Jesus a todos. Eles, então, quiseram tirar fotos comigo que ostentava um terço nas mãos e eu pedi-lhes que numa próxima ocasião, trouxessem-me, por escrito, letras de suas músicas que reputo de muita riqueza cultural dando ênfase e mostrando os questionamentos dos jovens sobre os males que infestam atualmente a sociedade.

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A retórica de lula Assisti ao discurso do ex-presidente Lula da forma o mais isenta possível e mente aberta. Obviamente não esperei grandes mudanças, mas imaginei que haveria um pouco de autocontrole como demonstração de inteligência. Aguardei alguma demonstração de contenção, se não por gestão de imagem, mas como medida destinada a não aumentar a grande fogueira dos ódios deste país. Imaginei que, dado o momento inédito em sua vida, manifestaria algum respeito aos milhões de brasileiros cujas mentes não se curvam à retórica barata. Em vão: Palavras vazias, em uma fala recheada de clichês e tolices, plena de auto louvação, piadas grosseiras, delírios narcisistas e frases piegas que comoveriam apenas pré-adolescentes ou amigos encharcados de boa vontade. Houve, ainda, uma revisita a dois clássicos: a velha estratégia vitimista sobre a perseguição movida pelas elites por ser o redentor dos pobres; e o desejo sádico de alimentar um pouco mais o ódio que hoje divide seus compatriotas. Observei-lhe o rosto contorcido, a expressão raivosa, a incapacidade de se reconhecer como cidadão comum, submetido às leis do país. E entendi: Lula hoje acredita piamente na imagem que ele e seus aduladores criaram. Para ele, é inadmissível que seja investigado, ou conduzido a depor: trata-se de falta de respeito. Logo ele, tão grandioso, dotado de tal inteligência que chega a mencionar com desprezo os que dedicam longos anos ao estudo. Atrás dele, uma multidão aplaude mesmerizada. E me veio à memória uma história que se conta sobre Júlio Cesar. Ao entrar triunfante em Roma, quase semideus em sua dourada carruagem, trazia consigo um escravo que o prevenia contra os excessos da vaidade, lembrando-o, de tempos em tempos: "Memento mori"! (Lembra-te que és mortal!). É uma pena que Lula não tenha entre os seus; quem os alerte para os excessos intoxicantes da vaidade que cega. É uma pena que Lula ame apenas a si mesmo e não ao país, transformando uma parte significativa de nossa população em inimigos sobre quem açula seus cães.

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É uma pena que ninguém lhe diga, francamente, que o rei está nu - que sua habilidade de comunicação só funciona para dois segmentos: os que se renderam a essa nova forma de fanatismo criada por seu partido; e a parcela da população cuja ausência de educação é louvada como vantagem e não como vergonha. Despido de riquezas morais, passará à história como fanfarrão histriônico. Órfão de qualidades éticas, não consegue reconhecer que ultrapassou todos os limites. Desabituado à reflexão, não vê além dos limites das necessidades básicas. Embriagado pela bajulação, não consegue ver nas críticas de milhões de brasileiros a advertência severa para seus excessos. Tudo isso, Lula já havia demonstrado sobejamente em ocasiões anteriores. Hoje apenas reafirmou, em rede nacional, que desconhece o significado da palavra grande.

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Uma nação espoliada “Querem o Lula. Depois, vão querer a Dilma”, diz líder do governo. Assim se expressam como arautos da verdade, na tentativa de salvarem seu projeto de dominação do Estado Brasileiro. Lula é a alavanca do governo Dilma e por ele e através dele, o PT se segura com arroubos de boas intenções democráticas como uma máscara tênue que a qualquer momento vai ruir. A direção petista já começa a comandar militantes para que vão às ruas e incita-os às manifestações que quase sempre, levam ao confronto e depredações públicas. Essas são as atuais cenas de um teatro, cujas cortinas jamais se abaixaram e os atores sempre em cena representam a peça bem conhecida de um povo que passa por palhaço no picadeiro de um grande circo! Oxalá, o desempenho da “LAVA JATO”, não venha a ser maculado pelas articulações subterrâneas da máfia petista e siga em frente com o aval do povo, nas investigações que agora atingem LULA e, por conseguinte, cheguem à DILMA! A “LAVA JATO” tem que ser autenticada pela justiça e endossada pela nação. A turma de Dilma, Lula e PT, jamais devem estar acima das leis e da justiça. Há muita falcatrua, vindo à tona nesse mar de lama. O Brasil necessita urgentemente ser passado a limpo e retornar à normalidade, sobretudo, política. As Instituições democráticas, ora encalacradas por interesses escusos, necessitam serem revigoradas com a saúde governamental. A nação está doente. A sociedade brasileira está à deriva, cultural e politicamente. “Ela não está participando da vida nacional alijada que fora, pela “democratura” petista”. A pátria está sendo conduzida por um arremedo de governo que faz caixa para custear suas falsas intenções de governar e fortalece seus mecanismos de domínio do Estado enganando o povo com pseudodemocracia!

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A blindagem de um ministro É um verdadeiro imbróglio o atual contexto político do país. Não há retidão nem moralidade nos discursos. O que se vê são acintes ao bom senso da opinião pública. As investigações estão apertando os pescoços e cabeças vão rolar. É uma vergonha o que estamos vendo: “A Presidente resolve, como pau mandado da cúpula petista, blindar Lula convidando-o a assumir uma pasta ministerial”. Dessa forma ele será protegido da justiça civil e do pai da Lava-Jato, o Juiz Sergio Moro, ficando restrito à justiça congressual, que como podemos observar, terá muito mais conforto, como réu, mas, defendido por parte dos conchavos do Congresso que lhe são aliados. Temos “JUSTIÇA E JUSTIÇA” nesse balaio de gato político. De um lado, a verdadeira e autêntica Justiça que faz pender a balança de Lula, sob as acusações investigativas da Operação Lava-Jato. O “agente Juiz Moro” apenas dá cumprimento aos preceitos da justiça. Por outro lado, e na contramão da verdadeira Justiça, os conchavos alinhavados no submundo do Congresso e, sob falsa justiça, os asseclas petistas e aliados do grupelho, desafiam descaradamente os trâmites jurisprudentes, guindando Lula para dentro do Congresso e fazendo-o ministro! Falsa estratégia que desrespeita os preceitos democráticos e derruba valores de honestidade democrática. Parece-nos que, a Presidente e toda sua corruptela, não se abalou e está fazendo vistas grossas e ouvidos moucos à recente e gigantesca “manifestação pública” exigindo seu “impeachment” e a prisão do ex. Com esses procedimentos, “eles” expressam toda a sua capacidade de traição à nação e o povo que fica alijado na participação do processo, continua sendo enganado e apenas um detalhe! Sorrateiramente, estão invertendo os papéis: Lula está virando herói e o Juiz Sergio Moro, vilão. Estratégia bem conhecida e sempre orquestrada quando as coisas apertam para cima deles! A pátria está sendo ameaçada com critérios criminosos. A Constituição é frequentemente aviltada. A Justiça não pende mais como fiel da balança. A corja precisa ser contida!