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CONTRACULTURA Ideia de contestação dos valores centrais da sociedade – questionamento dos costumes. Antagonismo à realidade conservadora. Crítica às ideias e hábitos das classes dominantes. literalmente CONTRA a cultura dominante e conservadora. Estava nas margens/periferia da cultura dominante e legítima

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CONTRACULTURA

• Ideia de contestação dos valores centrais da sociedade – questionamento dos costumes.

• Antagonismo à realidade conservadora.• Crítica às ideias e hábitos das classes

dominantes.

• literalmente CONTRA a cultura dominante e conservadora.

• Estava nas margens/periferia da cultura dominante e legítima

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• Pra entender o movimento da contracultura, precisamos entender a sociedade.

• Guerra do Vietnã – paz e amor• Patriotismo? Política? Regras? > tudo

isso era questionado e “ignorado” pela contracultura.

• na Guerra do Vietnã, não havia um sentimento de honra em servir as forças armadas como havia na Segunda Guerra Mundial.

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Auto-exclusão/negação a se adaptar às visões

aceitas pela sociedade vigente.

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Liberdade – proximidade à natureza

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“Sem Destino”(1969) – Dennis Hooper

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Drogas

• Prática máxima da ideia de provocar a elite conservadora.

• LSD – símbolo da busca pelo prazer intenso – sensações diferentes das oferecidas pelo mundo – fuga de uma rotina medíocre.

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Woodstock

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• O Woodstock foi o símbolo da contracultura e também o oposto do conservadorismo, violência e da rotina rígida americana.

• Principal objetivo: protestar contra a Guerra do Vietnã.

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Aparência Essência

X

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Contracultura no Brasil• Tropicalismo

• Contra o imperialismo americano

• Mistura de estilos musicais brasileiros e estrangeiros.

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• Havia nitidamente duas posições, ou se aderia ao tropicalismo (questionamento e busca incessante do prazer) ou à jovem guarda (alienação e comodidade).

• A ditadura militar evidentemente era fundamental na formação cultural da juventude na época.

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Contracultura no Brasil

“meus heróis morreram de overdose, meus inimigos estão no poder”

“Ideologia, eu quero uma pra viver!!”

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Contracultura no Brasil

Viva a sociedade alternativa!!!

Faça o que tu queres pois é tudo da lei

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A obra Tropicália, de Hélio Oiticica, que inspirou o nome da música de Caetano Veloso

“O monumento é de papel crepom e prataOs olhos verdes da mulataA cabeleira esconde atrás da verde mata o luar do sertãoO monumento não tem porta, entrada é uma rua antiga estreita e torta”

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O golpe militar de 64: um “balde de água fria” na vanguarda

Crise na esquerda

O movimento estudantil na luta contra a ditadura

Produção artística “entre pares”

1968 – Ato Institucional nº5: o “segundo golpe”

A televisão e a integração nacional

A “Censura seletiva” e o investimento estatal na indústria cultural

Pós-64O contexto brasileiro

Cid Moreira apresentando o Jornal Nacional

Capa do disco do show “Opinião”, com Zé Keti, Nara Leão e João do Vale

Estudantes protestam conta a ditadura militar

Artistas de mãos dadas em passeata "Contra a censura pela Cultura". Da esquerda para a direita: Tônia Carrero, Eva Wilma, Odete Lara, Norma Benghe e Cacilda Becker

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“a ideia era criar uma situação em que imagens tropicais, nostálgicas e lúdicas convivessem com o futuro planejado, industrial e tecnológico representado pela TV”.

O Tropicalismo foi um movimento de ruptura que sacudiu o ambiente da música popular e da cultura brasileira entre 1967 e 1968.

Seus participantes formaram um grande coletivo, cujos destaques foram os cantores-compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil, além das participações da cantora Gal Costa e do cantor-compositor Tom Zé, da banda Mutantes, e do maestro Rogério Duprat. A cantora Nara Leão e os letristas José Carlos Capinan e Torquato Neto completaram o grupo, que teve também o artista gráfico, compositor e poeta Rogério Duarte como um de seus principais mentores intelectuais.

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Os tropicalistas deram um histórico passo à frente no meio musical brasileiro. A música brasileira pós-Bossa Nova e a definição da “qualidade musical” no País estavam cada vez mais dominadas pelas posições tradicionais ou nacionalistas de movimentos ligados à esquerda.

Contra essas tendências, o grupo baiano e seus colaboradores procuram universalizar a linguagem da MPB, incorporando elementos da cultura jovem mundial, como o rock, a psicodelia e a guitarra elétrica. Ao mesmo tempo, sintonizaram a eletricidade com as informações da vanguarda erudita por meio dos inovadores arranjos

Ao unir o popular, o pop e o experimentalismo estético, as ideias tropicalistas acabaram impulsionando a modernização não só da música, mas da própria cultura nacional.

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Os diálogos com obras literárias como as de Oswald de Andrade ou dos poetas concretistas elevaram algumas composições tropicalistas ao status de poesia.

Suas canções compunham um quadro crítico e complexo do País – uma conjunção do Brasil arcaico e suas tradições, do Brasil moderno e sua cultura de massa e até de um Brasil futurista, com astronautas e discos voadores.

Elas sofisticaram o repertório de nossa música popular, instaurando em discos comerciais procedimentos e questões até então associados apenas ao campo das vanguardas conceituais.

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Sincrético e inovador, aberto e incorporador, o Tropicalismo misturou rock mais bossa nova, mais samba, mais rumba, mais bolero, mais baião. Sua atuação quebrou as rígidas barreiras que permaneciam no País.

Pop x folclore. Alta cultura x cultura de massas. Tradição x vanguarda. Essa ruptura estratégica aprofundou o contato com formas populares ao mesmo tempo em que assumiu atitudes experimentais para a época.

A eclosão do movimento deu-se com as ruidosas apresentações, em arranjos eletrificados, da marcha “Alegria, alegria”, de Caetano, e da cantiga de capoeira “Domingo no parque”, de Gilberto Gil, no III Festival de MPB da TV Record, em 1967.

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Irreverente, a Tropicália transformou os critérios de gosto vigentes, não só quanto à música e à política, mas também à moral e ao comportamento, ao corpo, ao sexo e ao vestuário.

A contracultura hippie foi assimilada, com a adoção da moda dos cabelos longos encaracolados e das roupas escandalosamente coloridas.

O movimento, libertário por excelência, durou pouco mais de um ano e acabou reprimido pelo governo militar. Seu fim começou com a prisão de Gil e Caetano, em dezembro de 1968. A cultura do País, porém, já estava marcada para sempre pela descoberta da modernidade e dos trópicos.

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TROPICÁLIA Caetano Veloso

Quando Pero Vaz CaminhaDescobriu que as terras brasileirasEram férteis e verdejantes,Escreveu uma carta ao rei:Tudo que nela se planta,Tudo cresce e floresce.E o Gauss da época gravou".

Sobre a cabeça os aviõesSob os meus pés os caminhõesAponta contra os chapadõesMeu nariz

Eu organizo o movimentoEu oriento o carnavalEu inauguro o monumentoNo planalto central do país

Viva a Bossa, sa, saViva a Palhoça, ça, ça, ça, çaViva a Bossa, sa, saViva a Palhoça, ça, ça, ça, ça

O monumentoÉ de papel crepom e prataOs olhos verdes da mulataA cabeleira escondeAtrás da verde mataO luar do sertão

O monumento não tem portaA entrada é uma rua antigaEstreita e tortaE no joelho uma criançaSorridente, feia e mortaEstende a mão

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Viva a mata, ta, taViva a mulata, ta, ta, ta, taViva a mata, ta, taViva a mulata, ta, ta, ta, ta

No pátio interno há uma piscinaCom água azul de AmaralinaCoqueiro, brisa e fala nordestinaE faróis

Na mão direita tem uma roseiraAutenticando eterna primaveraE no jardim os urubus passeiamA tarde inteira entre os girassóis

Viva Maria, ia, iaViva a Bahia, ia, ia, ia, iaViva Maria, ia, iaViva a Bahia, ia, ia, ia, ia

No pulso esquerdo o bang-bangEm suas veias correMuito pouco sangueMas seu coraçãoBalança um samba de tamborim

Emite acordes dissonantesPelos cinco mil alto-falantesSenhoras e senhoresEle põe os olhos grandesSobre mim

Viva Iracema, ma, maViva Ipanema, ma, ma, ma, maViva Iracema, ma, maViva Ipanema, ma, ma, ma, ma

Domingo é o fino-da-bossaSegunda-feira está na fossaTerça-feira vai à roçaPorém...

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ANÁLISE DE ALGUNS FRAGMENTOS DA MÚSICA TROPICÁLIA

Sobre a cabeça os aviõesSob os meus pés os caminhõesAponta contra os chapadõesMeu nariz

Modernização – arcaísmo Sujeito autor: dono de suas atitudes.

Metáfora da sociedade brasileira, pisada, humilhada.

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Eu organizo o movimentoEu oriento o carnavalEu inauguro o monumentoNo planalto central do país

Crítica à política brasileira. Brasília é uma festa anárquica

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Viva a Bossa, sa, saViva a Palhoça, ça, ça, ça, çaViva a Bossa, sa, saViva a Palhoça, ça, ça, ça, ça 

Associação fonética entre “palhoça” e “palhaço” – povo brasileiro feito de bobo.

Palhoça disfarça a crítica e remete à gargalhada irônica de quem está por cima.

Palhoça – o Brasil ainda rural

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O monumento não tem portaA entrada é uma rua antigaEstreita e tortaE no joelho uma criançaSorridente, feia e mortaEstende a mão 

O Nordeste brasileiro.

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No pátio interno há uma piscinaCom água azul de AmaralinaCoqueiro, brisa e fala nordestinaE faróis Na mão direita tem uma roseiraAutenticando eterna primaveraE no jardim os urubus passeiamA tarde inteira entre os girassóis

Crítica ao governo federal.

Praça dos três poderes. Onde há uma piscina, mas não se pode tomar

banho“urubus” políticos

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Viva Maria, ia, iaViva a Bahia, ia, ia, ia, iaViva Maria, ia, iaViva a Bahia, ia, ia, ia, ia

Maria e Bahia – povo sofrido.Jogo sonoro – grito de dor AI – por oposição

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Domingo é o fino-da-bossaSegunda-feira está na fossaTerça-feira vai à roçaPorém... O monumento é bem modernoNão disse nada do modeloDo meu ternoQue tudo mais vá pro infernoMeu bem (...) Viva a banda, da, daCarmem Miranda, da, da, da, daViva a banda, da, daCarmem Miranda, da, da, da, da

Metáforas do povo: alegrias e tristezas – o trabalhador.Monumento – metáfora do

poder/ do governo.Intertextos (Roberto Carlos,

Ronnie Von, Carmem Miranda) – não está

sozinho na luta contra a opressão.

Pode-se gritar e clamar por justiça – jogo sonoro final.

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Em 60 HojeConflito ideológico polarizado entre “capitalismo” e “socialismo”

Forte mobilização política e social

“Inimigo” definido em lutas específicas regionais e difícil articulação entre as iniciativas locais (ex: países da América Latina na luta contra a ditadura)

Busca por uma identidade nacional através da cultura

Falta de liberdade de expressão em função da censura exercida pelo regime

Busca de uma função social da arte e do posicionamento político do artista

Antropofagia (assimilação das referências externas)

Referências híbridas: não predominância de um único modelo cultural hegemônico

Desencantamento com as instituições representativas (movimento estudantil, Estado, sindicalismos)

Iniciativas da população civil articulada em redes com um objetivo comum supranacional (ex: luta contra o aquecimento global)

Produção individual de subjetividades como garantia de preservação da identidade coletiva, frente a multiplicidade cultural

Meios de comunicação de massa monopolizados em função da “livre concorrência” neoliberal

Uso de NTCI em função da democratização da comunicação e do direito à significação

Hibridismo (coexistência de diversas referências)