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CONTRATO DE CAPITALIZAÇÃO

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JERÔNIMO JESUS DOS SANTOSProcurador FederalMestre em Direito

CONTRATO DE CAPITALIZAÇÃO

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R

EDITORA LTDA.

Rua Jaguaribe, 571CEP 01224-001São Paulo, SP — BrasilFone (11) 2167-1101www.ltr.com.br

Foto capa: RENATO FERNANDES ALVES, ASCOM/MTECapa: RODRIGO SOARES DA SILVA e BRUNO ALVESRevisão Formal: EDIBALDO HOMOBONO SANTA BRÍGIDA Impressão: HR GRÁFICA E EDITORA

Setembro, 2013

Todos os direitos reservados

Índice para catálogo sistemático:

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Santos, Jerônimo Jesus dosContrato de capitalização / Jerônimo Jesus dos

Santos. — 1. ed. — São Paulo : LTr, 2013.

1. Capitalização 2. Capitalização (Finanças)3. Contratos 4. Contratos (Direito) — Brasil

13-09495 CDU-347.44(81)

1. Brasil : Contratos : Direito civil 347.44(81)

Versão impressa - LTr 4880.4 - ISBN 978-85-361-2700-2Versão digital - LTr 7651.4 - ISBN 978-85-361-2769-9

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, por, mais uma vez, transformar o meu sonho em realidade.À memória de meu pai, Américo dos Santos,

pelos ensinamentos dos verdadeiros valores de caráter, honestidade e vontade de viver.

À memória dos meus irmãos, Adinei dos Santos e Adinéia Nogueira dos Santos, pelos exemplos de força e dignidade,

uma perpétua lembrança.Em especial, a minha mãe, in memoriam, Isabel de Jesus Viana, doce e eterna vida, pela minha existência física, moral, intelectual e humana.

Aos meus irmãos “Belinha”, Osvaldo, Damiana e Juvenal.Aos meus filhos Ana Paula e Fillipe.

Ao “meu filho postiço” ViníciusAos meus sobrinhos e filhos.

A minha neta, Yasmim, e ao meu neto, Joaquim, todos sangue do meu sangue, razão maior do meu viver e eterna

perpetuação da vida através deles.À CNSEG, à FENACAP, à SUSEP e às Sociedades de

Capitalização pelo apoio e estímulo.Às bibliotecárias, dentre as quais, a amiga Juscenira de

Freitas Leite Oliveira, competente bibliotecária, pela atenção e pela incansável colaboração amistosa; e à Rosana Souza,

pela paciência e cooperação.Aos integrantes e membros da Advocacia-Geral da União

(AGU), da Procuradoria-Geral Federal, da Procuradoria da Fazenda Nacional, do Banco Central do Brasil, e da

Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).Aos alunos, professores, colegas de trabalho, amigos (companheiros

de todas as horas), o meu sempre vivo reconhecimento.Àqueles que, direta ou indiretamente, colaboraram na execução

desta obra, meus sinceros agradecimentos, sobretudo a meus colegas, os quais facilitaram muitas pesquisas de natureza

técnica e jurídica.A todos, a minha dívida de gratidão, o meu sentimento de

ternura, pela bondade, pela delicadeza, pelo afeto, pelo olhar bondoso, pelo afago, pelo sorriso e pela gentileza.

Enfim, àqueles que acreditam que, a cada instante, a vida pode ser construída, reconstruída, pode ser revitalizada,

pode ser regenerada, e que dão mais valor ao que vem do coração, o meu muitíssimo obrigado por existirem.

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DEDICATÓRIA

A saudade não tem nada de trivial(1).

Interfere em nossa vida de um modo às vezes sereno, às vezes não.

É um sentimento bem-vindo, pois confirma o valor de quem é ou foi importante para nós, e é ao mesmo tempo um sentimento

incômodo, porque acusa a ausência, e os ausentes sempre nos doem.

É justamente isto que sinto agora: ausência.

Ausência dos meus pais, dos meus irmãos (Adinei e Adnéia), da minha ex-sogra Narcisa, do ex-cocunhado Marcos.

Também ausência do saudoso radialista, jornalista, escritor, corretor de seguros e companheiro de sempre:

Jota Garcia

(divulgou, por muitos anos, a atividade securitária nacional; mantinha uma imprensa especializada com “Espaço Seguro”).

Um dos meus mais nobres incentivadores, inclusive para escrever(2) esta obra,

a quem, onde estiver, daqui dedico este livro.

Sabemos que há muitas saudades possíveis de se conviver e possíveis de matar.

A única saudade que não se mata é a de quem morreu.

Todos partiram cedo demais, mas ficam as cenas guardadas na lembrança,

que não esvaecem, embora sejam recordações abstratas.

De concreto, palpável, também ficam as fotos, as imagens, as gravações, o som da voz...

Eterna lembrança a todos que partiram...

Um...

Até logo!

(1) MEDEIROS, Martha. Revista O Globo, p. 24, 4 nov. 2007.(2) Escrever um livro é a atividade mais solitária do mundo. Uma vez a cada dois anos, vou para frente do computador, olho para o mar desconhecido de minha alma, vejo que ali existem algumas ilhas — ideias que se desenvolveram e estão prontas para serem exploradas. Então pego meu barco — chamado Palavra — e resolvo navegar para aquela que está mais próxima. No caminho, defronto--me com correntezas, ventos, tempestades, mas continuo remando, exausto, agora já consciente de que a ilha a que pretendia chegar já não está mais em meu horizonte. cf. COELHO, Paulo. Revista O Globo, p. 54, 4 nov. 2007.

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SUMÁRIO

Lista de abreviaturas .................................................................................. 19

Prefácio ........................................................................................................ 23

Introdução ................................................................................................... 25

CAPÍTULO I

A EVOLUÇÃO HISTÓRICA, ECONÔMICA EJURÍDICA DA CAPITALIZAÇÃO

1.1. Considerações iniciais ............................................................................. 31

1.2. Surgimento e desenvolvimento do segmento de Capitalização ............... 35

CAPÍTULO II

DA TEORIA GERAL DO CONTRATO DE CAPITALIZAÇÃO

2.1. Considerações iniciais ............................................................................. 47

2.2. A concepção do CDC .............................................................................. 48

2.3. Conceito de contrato .............................................................................. 52

2.4. Evolução da definição de contrato, seus elementos e categorias ............ 56

2.4.1. Distinções do contrato moderno ....................................................... 57

2.4.2. Uma visão do contrato pós-moderno ................................................ 58

2.4.3. Nova concepção do contrato pós-moderno ...................................... 59

2.5. Teoria contratual no CDC ....................................................................... 71

2.5.1. Do contrato preliminar ou pré-contrato ............................................ 71

2.5.2. A formação dos contratos ................................................................ 76

2.5.2.1. A proposta ................................................................................. 80

2.5.2.2. A aceitação ............................................................................... 82

2.5.2.2.1. Teoria da informação ou cognição ....................................... 84

2.5.2.2.2. Teoria da recepção ............................................................... 85

2.5.2.2.3. Teoria da declaração ou agnição .......................................... 85

2.5.2.2.4. Teoria da expedição ............................................................. 85

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2.5.3. Lugar da formação do contrato ........................................................ 86

2.5.4. Do contrato com pessoa a declarar .................................................. 86

CAPÍTULO III

DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E DAFUNÇÃO SOCIAL DOS CONTRATOS DE CAPITALIZAÇÃO

3.1. Considerações sobre usos e costumes .................................................... 88

3.2. Conceito de princípio .............................................................................. 89

3.3. Princípio e regra — diferença ................................................................... 93

3.4. Princípios da relação contratual .............................................................. 95

3.4.1. Princípio da autonomia da vontade .................................................. 96

3.4.1.1. Princípio da liberdade de contratar ............................................. 97

3.4.2. Princípio do consensualismo ............................................................. 98

3.4.2.1. Limitações aos princípios da autonomia da vontade, da liberdade e contratar e do consensualismo ................................................ 98

3.4.3. Princípio da relatividade .................................................................... 101

3.4.4. Princípio da obrigatoriedade ............................................................. 104

3.4.4.1. Princípio da irretratabilidade (unilateralidade e bilateralidade) .... 105

3.4.4.2. Princípio da intangibilidade (unilateralidade e bilateralidade) ...... 106

3.4.4.3. Limitação dos princípios da obrigatoriedade, da irretratabilidade e da intangibilidade .................................................................... 107

3.4.5. Princípio da revisão dos contratos ..................................................... 110

3.4.6. Princípio da boa-fé objetiva e subjetiva — diferenças ......................... 111

3.4.7. Princípio da supremacia da ordem pública e da função social dos contratos .......................................................................................... 118

CAPÍTULO IV

DOS VÍCIOS E DA EXTINÇÃO DO CONTRATO DE CAPITALIZAÇÃO

4.1. Considerações iniciais ............................................................................. 122

4.2. Dos vícios redibitórios ............................................................................. 124

4.3. Da evicção .............................................................................................. 132

4.4. Vícios na concepção consumerista .......................................................... 139

4.5. Extinção dos contratos ............................................................................ 142

4.5.1. Extinção por fatos anteriores à celebração ........................................ 143

4.5.1.1. Do direito de arrependimento .................................................... 145

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4.5.2. Extinção por fatos supervenientes à celebração ................................ 147

4.5.2.1. Da resolução .............................................................................. 147

4.5.2.1.1. Da resolução por onerosidade excessiva ............................... 148

4.5.2.2. Resilição ..................................................................................... 154

4.5.2.2.1. Do distrato ........................................................................... 154

4.5.2.2.2. Da denúncia ......................................................................... 156

4.5.2.3. Da morte .................................................................................... 157

4.5.2.4. Da rescisão ................................................................................. 157

4.5.2.5. Da exceção de contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus) ................................................................................ 158

CAPÍTULO V

DAS CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE CAPITALIZAÇÃO

5.1. Considerações iniciais ............................................................................. 161

5.2. Conceitos de Contrato de Capitalização .................................................. 163

5.3. Contrato: fonte de obrigação ................................................................. 167

5.3.1. Elementos da obrigação ................................................................... 171

5.3.2. Obrigação legal e obrigação voluntária ............................................. 172

5.4. Natureza jurídica do Contrato de Capitalização ...................................... 173

5.5. Classificação do Contrato de Capitalização ............................................. 178

5.5.1. Quanto aos efeitos ........................................................................... 178

5.5.1.1. Dos contratos aleatórios ............................................................. 183

5.5.2. Quanto à formação .......................................................................... 186

5.5.2.1. Contratos consensuais e reais ..................................................... 186

5.5.2.2. Contratos paritários .................................................................... 192

5.5.2.3. Contratos de adesão .................................................................. 192

5.5.3. Quanto ao momento de sua execução ............................................. 197

5.5.4. Quanto ao agente ............................................................................ 198

5.5.5. Quanto ao modo por que existem .................................................... 199

5.5.6. Quanto à forma ................................................................................ 199

5.5.7. Quanto ao objeto ............................................................................. 204

5.5.8. Quanto à designação........................................................................ 205

5.5.8.1. Contratos nominados ou típicos ................................................. 205

5.5.8.2. Contratos inominados ou atípicos .............................................. 205

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5.6. Da estipulação a favor de terceiro........................................................... 206

5.7. Da promessa de fato de terceiro ............................................................. 208

5.8. Requisitos de validade do Contrato de Capitalização .............................. 209

5.9. Prova do Contrato de Capitalização ........................................................ 214

5.9.1. Confissão ............................................................................................. 215

5.9.2. Documento ......................................................................................... 216

5.9.3. Testemunha ......................................................................................... 218

5.9.4. Presunção ............................................................................................ 218

5.9.5. Perícia .................................................................................................. 218

CAPÍTULO VI

O PAPEL DO ESTADO, DA ATUAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS DO SISTEMA NACIONAL DE CAPITALIZAÇÃO (SNC), DAS PARTES E

DOS ELEMENTOS DO CONTRATO DE CAPITALIZAÇÃO

6.1. O papel do Estado no domínio econômico ............................................. 220

6.2. O papel do Estado e as relações obrigacionais ........................................ 222

6.3. O papel do Estado e as sociedades anônimas ......................................... 223

6.4. Do Sistema Nacional de Capitalização ..................................................... 224

6.4.1. Conselho Nacional de Seguros Privados — CNSP ............................... 225

6.4.2. Superintendência de Seguros Privados — SUSEP ............................... 226

6.4.2.1. Breve histórico sobre o surgimento da SUSEP ............................. 226

6.4.2.2. O papel atual dos órgãos reguladores e fiscalizadores ................ 230

6.4.3. Conselho Administrativo de Defesa Econômica — CADE ................... 232

6.4.4. Conselho de Controle de Atividades Financeiras — COAF .................. 234

6.4.5. As sociedades de capitalização ......................................................... 239

6.5. Partes do Contrato de Capitalização e informações relativas ao título ..... 241

6.5.1. Titular e subscritor ............................................................................ 245

6.6. Elementos do Contrato de Capitalização................................................. 247

6.6.1. Substituições .................................................................................... 247

6.6.1.1. Do Titular ................................................................................... 247

6.6.1.1.1. Na assunção de dívida ou na cessão de débito ..................... 247

6.6.1.1.2. Na cessão de crédito ............................................................ 248

6.6.1.2. Cessionário de sorteio ................................................................ 250

6.6.2. Corretores de Capitalização .............................................................. 252

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6.6.2.1. Conceito ..................................................................................... 252

6.6.2.1.1. O corretor ............................................................................ 253

6.6.2.1.2. Surgimento do profissional corretor ..................................... 254

6.6.2.1.3. A legislação básica ............................................................... 256

6.6.2.1.4. Registro de corretor de Capitalização ................................... 258

6.6.2.1.5. O contrato de corretagem e sua remuneração ..................... 258

6.6.2.1.6. Da ação de cobrança de corretagem .................................... 260

6.6.2.1.7. Da responsabilidade do corretor de Capitalização ................ 261

6.6.2.1.8. Seguro obrigatório de responsabilidade civil de corretor ....... 263

6.6.3. O corretor, a sociedade de capitalização e o relacionamento com o cliente .............................................................................................. 264

6.6.3.1. Conhecendo potenciais clientes de um título de Capitalização .... 265

6.6.3.2. Da oferta de produtos tangíveis e produtos intangíveis .............. 266

6.6.3.3. Do conhecimento e da conquista da clientela ............................. 268

6.6.3.4. Da necessidade de planejamento de visita e prospecção de clientes ............................................................................................ 272

6.6.3.5. Da abordagem e das necessidades dos clientes .......................... 276

6.6.3.6. Da necessidade de se ouvir o cliente e suas consequências......... 278

6.6.3.7. Da pós-contratação: busca da satisfação e de novos clientes ...... 285

6.6.3.8. Melhores práticas das sociedades de capitalização ..................... 288

6.6.3.8.1. Melhores práticas com relação aos consumidores ................ 289

6.6.3.8.2. Melhores Práticas com relação aos órgãos reguladores ........ 289

6.6.3.8.3. Melhores práticas com relação aos órgãos de defesa do con-sumidor ............................................................................... 290

6.6.3.8.4. Melhores práticas com relação aos órgãos de comunicação ...... 290

6.6.3.8.5. Melhores práticas com relação às congêneres ...................... 290

CAPÍTULO VII

A SOCIEDADE DE CAPITALIZAÇÃO

7.1. A empresa .............................................................................................. 291

7.1.1. Conceito, natureza jurídica e requisitos de constituição, da autoriza-ção para funcionamento, da transferência de controle societário, da reorganização societária e do cancelamento da autorização para funcionamento de sociedade de capitalização .................................. 292

7.2. Sociedade anônima ................................................................................ 300

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7.2.1. Introdução ........................................................................................ 300

7.2.2. Características gerais da sociedade anônima ..................................... 301

7.2.3. Classificação ..................................................................................... 304

7.2.4. Constituição ..................................................................................... 306

7.2.5. Valores mobiliários ........................................................................... 308

7.2.6. Ações ............................................................................................... 310

7.2.7. Capital social .................................................................................... 312

7.2.8. Órgãos sociais .................................................................................. 314

7.2.8.1. Assembleia geral ........................................................................ 314

7.2.8.2. Conselho de administração ......................................................... 316

7.2.8.3. Diretoria ..................................................................................... 317

7.2.8.4. Conselho fiscal ........................................................................... 318

7.2.9. Administração da sociedade ............................................................. 318

7.2.10. O acionista ..................................................................................... 320

7.2.10.1. Acordo de acionistas ................................................................ 322

7.2.10.2. Poder de controle ..................................................................... 323

7.2.11. Demonstrações financeiras ............................................................. 325

7.2.12. Lucros, reservas e dividendos .......................................................... 326

7.2.13. Dissolução e liquidação ................................................................... 329

7.2.14. Transformação, incorporação, fusão e cisão ................................... 330

7.2.14.1. Transformação ......................................................................... 332

7.2.14.2. Incorporação ............................................................................ 332

7.2.14.3. Fusão ....................................................................................... 333

7.2.14.4. Cisão ........................................................................................ 333

7.2.15. Grupos de sociedade e consórcio ................................................... 335

7.2.15.1. Grupos de fato ......................................................................... 335

7.2.15.2. Grupos de direito ..................................................................... 336

7.2.15.3. Consórcios ................................................................................ 336

CAPÍTULO VIII

TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO

8.1. Considerações iniciais ............................................................................. 338

8.2. Origem do termo Título .......................................................................... 338

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8.3. Características básicas do Título de Capitalização .................................... 339

8.4. Natureza jurídica do Título de Capitalização ............................................ 340

8.5. Conceitos e definição de Título de Crédito .............................................. 340

8.6. Características do Título de Crédito ......................................................... 342

8.7. Características do Título de Capitalização................................................ 343

8.8. Da ação de execução cambial ................................................................. 348

8.9. Da prescrição do Título de Capitalização ................................................. 349

CAPÍTULO IX

INSTITUTOS DA OPERAÇÃO DE CAPITALIZAÇÃO, CONCEITOS E SEUS EFEITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E JURÍDICOS

9.1. Considerações iniciais ............................................................................. 361

9.2. Capitalização — conceitos ....................................................................... 361

9.2.1. Capitalização, economia e remuneração do capital ........................... 366

9.2.2. Dos atributos da Capitalização e a concentração de economias ........ 370

9.2.3. A produção e a teoria das Capitalizações .......................................... 371

9.3. Institutos da Capitalização ...................................................................... 372

9.3.1. Poupança ou economia programada, loteria e sorteio ...................... 372

9.3.1.1. Diferença entre caderneta de poupança e Título de Capitaliza-ção, sorteio e jogo de azar ......................................................... 385

9.3.2. Capital social e reserva matemática .................................................. 389

9.3.3. Das reservas matemáticas e das reservas técnicas — conceitos e apli-cações .............................................................................................. 391

9.3.3.1. Constituição da reserva matemática ........................................... 393

9.3.3.2. Da importância e constituição das reservas técnicas ................... 396

9.3.4. Da utilidade das reservas matemáticas e do Título de Capitalização .. 401

9.3.4.1. Em títulos da dívida pública ........................................................ 403

9.3.4.2. Em títulos de renda, obrigações de garantia pública e ações da bolsa de valores ......................................................................... 403

9.3.4.3. Em crédito hipotecário ou empréstimos hipotecários .................. 404

9.3.4.4. Em distribuição de lucros ............................................................ 406

9.3.4.5. Em adiantamento pessoal .......................................................... 407

9.3.4.6. Em aquisição de bens ................................................................. 408

9.3.5. Modalidades de Títulos ..................................................................... 412

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9.3.5.1. Modalidade tradicional (clássica).................................................... 413

9.3.5.2. Modalidade compra programada ............................................... 416

9.3.5.3. Modalidade popular ................................................................... 419

9.3.5.4. Modalidade incentivo (empresarial) ............................................ 420

9.3.6. Contrato de Capitalização e Títulos de Capitalização ..................... 425

9.3.7. Microsseguro e Título de Capitalização .......................................... 430

9.3.7.1. Conceito e características principais do microsseguro ................. 431

9.3.7.2. Microsseguro x seguro e regulamentação .................................. 433

9.3.7.3. O papel do microsseguro ........................................................... 434

9.3.7.4. Cessão de direitos dos Títulos de Capitalização e microsseguro .. 438

9.3.8. Taxas de juros ............................................................................... 442

9.3.9. Do valor do resgate ....................................................................... 443

9.3.10. Oferta e procura de Contrato de Capitalização e o papel do cor-retor de Capitalização ................................................................ 444

9.3.11. Certificação Técnica profissional .................................................. 446

9.3.11.1. Recursos humanos na sociedade do conhecimento .................. 446

9.3.11.1.1. Mercado competitivo ............................................................ 446

9.3.11.1.2. Competências individuais ...................................................... 447

9.3.11.1.3. Certificação técnica profissional dos empregados das socie-dades de Capitalização e de corretoras, pessoas jurídicas .... 449

9.3.12. Benefícios e vantagens da Capitalização ...................................... 452

CAPÍTULO X

MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS NOS CONTRATOS DE CAPITALIZAÇÃO

10.1. Considerações iniciais ........................................................................... 456

10.2. Negociação........................................................................................... 465

10.3. Ouvidoria .............................................................................................. 471

10.3.1. Surgimento e evolução ................................................................... 471

10.3.2. Acepção do vocábulo OMBUDSMAN ............................................. 473

10.3.3. Principais objetivos.......................................................................... 474

10.3.4. Princípios Éticos da Ouvidoria ......................................................... 474

10.3.5. Vantagens do uso da ouvidoria ...................................................... 475

10.3.6. O papel e a importância da ouvidoria/do ombudsman ................... 476

10.3.7. Atributos da ouvidoria/do ombudsman .......................................... 478

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10.4. Mediação ............................................................................................. 479

10.4.1. Papel do mediador ........................................................................ 480

10.4.2. Conceito didático de mediação ..................................................... 480

10.4.3. Definição de mediação.................................................................. 481

10.4.4. A ética do mediador ..................................................................... 482

10.4.5. Formas de mediação ..................................................................... 482

10.4.5.1. Mediação facilitadora............................................................ 483

10.4.5.2. Mediação avaliadora ............................................................. 483

10.4.5.3. Mediação transformadora .................................................... 483

10.4.6. Classificação do contrato de mediação ......................................... 483

10.5. Conciliação ........................................................................................... 484

10.5.1. Papel do conciliador ...................................................................... 484

10.6. Arbitragem ........................................................................................... 485

10.6.1. Definição ...................................................................................... 485

10.6.2. Vantagens do uso da arbitragem .................................................. 487

10.6.3. A lei brasileira de arbitragem ........................................................ 492

10.6.3.1. Arbitrabilidade....................................................................... 492

10.6.4. Arbitragem: conceito, diferenças e semelhanças ........................... 496

10.6.5. Surgimento da arbitragem ............................................................ 497

10.6.5.1. Evolução histórica da arbitragem no mundo ......................... 498

10.6.5.2. Evolução histórica da arbitragem no Brasil ............................ 500

10.6.6. Procedimento na arbitragem ......................................................... 501

10.6.7. O árbitro ....................................................................................... 502

10.6.8. Recomendações históricas da arbitragem na atividade securitária . 503

10.6.9. Principais princípios da arbitragem ................................................ 505

10.6.10. Da necessidade de eleição de tribunal arbitral no Contrato de Capitalização .............................................................................. 506

10.6.10.1. Da importância da cláusula de arbitragem no Contrato de Capitalização ...................................................................... 506

10.6.10.2. Vantagens da submissão do litígio no tribunal arbitral ........ 508

10.7. Termo de Ajustamento de Conduta — TAC ........................................... 510

10.7.1. Conceito, evolução histórica do TAC ............................................. 510

10.7.1.1. Conceito ............................................................................... 510

10.7.1.2. Evolução histórica do TAC no Brasil ...................................... 511

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10.7.2. A importância do TAC................................................................... 513

10.7.3. Da realidade do TAC no Sistema Nacional de Capitalização — SNC .............................................................................................. 519

10.7.4. O TAC no mercado de Capitalização ............................................. 519

CAPÍTULO XI

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Glossário — definições básicas ....................................................................... 530

Principais dúvidas / perguntas e respostas ..................................................... 538

Referências bibliográficas ............................................................................... 567

Referência histórica. Decreto n. 22.456, de 10 de fevereiro de 1933 ............. 575

Apêndice — Minuta de anteprojeto de Lei Complementar de Capitalização ............... 576

Anexos — Legislação básica de Capitalização ................................................. 598

Anexo I — Decreto-lei n. 261, de 28 de fevereiro de 1967.............................. 598

Anexo II — Decreto-lei n. 73, de 21 de novembro de 1966 ............................ 599

Anexo III — Lei n. 10.190, de 14 de fevereiro de 2001 ................................... 605

Anexo IV — Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990 ................................... 607

Anexo V — Lei n. 5.768, de 20 de dezembro de 1971 ................................... 627

Anexo VI — Lei n. 12.529, de 30 de novembro de 2011 ................................ 632

Anexo VII — Decreto n. 7.738, de 28 de maio de 2012 ................................. 659

Anexo VIII — Resolução CNSP n. 15, de 03 de dezembro de 1991 ................. 663

Anexo IX — Resolução CNSP n. 004/97, de 25 de junho de 1997 .................. 673

Anexo X — Resolução CNSP n. 23, de 17 de fevereiro de 2000 ...................... 673

Anexo XI — Resolução CNSP n. 36, de 2000, de 8 de dezembro de 2000 ........... 674

Anexo XII — Resolução CNSP n. 101, de 2004, de 6 de janeiro de 2004 ............. 680

Anexo XIII — Circular SUSEP n. 365, de 27 de maio de 2008 ......................... 681

Anexo XIV — Circular SUSEP n. 378, de 19 de dezembro de 2008 ................. 693

Anexo XV — Circular SUSEP n. 396, de 10 de dezembro de 2009 .................. 694

Anexo XVI — Circular SUSEP n. 416, de 23 de dezembro de 2010 ................. 694

Anexo XVII — Circular SUSEP n. 444, de 27 de junho de 2012 ....................... 696

Anexo XVIII — Lista de endereços da Confederação e da Federação e das Sociedades de Capitalização .................................................. 698

Anexo XIX — Lista de endereços dos sindicatos das empresas de seguros, de resseguros, de capitalização e de previdência complementar aberta ...................................................................................... 700

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LISTA DE ABREVIATURAS

a. — autor, autuada, assinatura

ABRH — Associação Brasileira de Recursos Humanos

ac. — acórdão

a.C. — antes de Cristo

ADCT — Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

ADIN — Ação Direta de Inconstitucionalidade

Ad. lit. — ad litteram — ao pé da letra; literalmente

AGU — Advocacia-Geral da União; Advogado-Geral da União

ANAPP — Associação Nacional da Previdência Privada

Ap. — apud — preposição latina cujo significado é “junto a”, “em”

ANATEL — Agência Nacional de Telecomunicações

ANSEP — Agência Nacional de Seguros Privados

BACEN ou BCB — Banco Central do Brasil

CADE — Conselho Administrativo de Defesa Econômica

C.C.B. — Código Civil Brasileiro

C. Com — Código Comercial

CDC — Código de Defesa e Proteção do Consumidor

CEMASC — Centro de Mediação, Conciliação e Arbitragem para Solução de Conflitos

cf. — conforme

CF — Constituição Federal

Cia. — companhia, empresa

CLT — Consolidação das Leis Trabalhistas

CMN — Conselho Monetário Nacional

CNI — Confederação Nacional da Indústria

CNSP — Conselho Nacional de Seguros Privados

CNSeg — Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Pre-vidência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização

CONDGs — Condições Gerais ou Condições Gerais do Contrato

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CPC — Código de Processo Civil

CRFB — Constituição da República Federativa do Brasil

CRM — Customer Relationship Management

CVM — Comissão de Valores Mobiliários

d.C. — depois de Cristo

D. ou Dec. — Decreto

DJ — Diário da Justiça

Des. — Desembargador

EC — Emenda Constitucional

Ed. — edição (editor)

ed. — edição

E.g. — exempli gratia (por exemplo)

EUA — Estados Unidos da América

Fls. ou f. — folha

FENACAP — Federação Nacional de Capitalização

FENACOR — Federação Nacional dos Corretores de Seguros e de Capitalização

FENAPREVI — Federação de Previdência Privada e Vida

FENASAÚDE — Federação de Saúde Suplementar

FENASEG — Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização

FENSEG — Federações Associativas de Seguros Gerais

FUNENSEG — Fundação Escola Nacional de Seguros

Ibid., (ib) — ibidem — forma de ib (advérbio latino cujo significado é “onde”) + dem (elemento reforçativo) = no próprio lugar, no mesmo lugar, na mesma obra

Id. — idem: is (este) + dem (reforçativo): a própria pessoa, este mesmo, o próprio autor

i.e. — id est — literalmente “isto é” (a saber)

in casu — no caso

INSS — Instituto Nacional de Seguridade Social

Ip.v. — ipsis verbis — corresponde a ip. lit. (ipsis litteris, literalmente): com as próprias palavras, com as próprias letras

IRB — Instituto de Resseguros do Brasil (atual IRB-Brasil Resseguros S/A)

LA — Lei de Arbitragem

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LC — Lei Complementar

LICC — Lei de Introdução ao Código Civil, hoje denominada Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro com a redação dada pela Lei n. 12.376, de 30 de dezembro de 2010

Lit. — litteratim — literalmente

Loc. cit. — loco citato (no lugar citado) ou locus citatus (lugar citado). Pode-se abreviar ob. cit. (obra citada)

LPI — Lei de Propriedade Industrial

LSA — Lei das Sociedades Anônimas ou Lei das Sociedades por Ações

MASC — Meios Alternativos de Solução de Conflitos

Min. — Ministro

MPT — Ministério Público do Trabalho

N. — número

N.B. — nota bene — do verbo notyare (2ª pessoa do singular do imperativo afirmativo: nota, observa) + bene (advérbio latino bem). A tradução correta é: nota bem, observa bem.

Ob. — obra

Obs. — observação

Op. cit. — opus citatum (obra citada) ou opere citato (na obra citada)

p. ex. — por exemplo

PIB — Produto Interno Bruto

pres. — presidente

prof. — professor

P.S. — post scriptum (pós-escrito)

Q.e.d. — quod est (erat) demonstrandum (o que se tem ou tinha de provar)

RE — Recurso Extraordinário

Rev. — revista

S/A — sociedade anônima

Sc. — scilicet — advérbio latino afirmativo hoje usado com o sen-tido de “a saber”

s.d. — sine data (sem data)

SDE — Secretaria de Direito Econômico

SE — Sentença Estrangeira

s.e. — sem editor

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SEAE — Secretaria de Acompanhamento Econômico

SBDC — Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência

séc. — século

SEBRAE — Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SENAI — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAC — Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAR — Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

SENAT — Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

SESC — Serviço Social do Comércio

SESC — Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo

SESI — Serviço Social da Indústria

SEST — Serviço Social de Transporte

SFN — Sistema Financeiro Nacional

SINCORs — Sindicatos dos corretores de seguros, de Capitalização e de previdência complementar aberta

s.l. — sine loco, sem indicação de lugar

s.n. — sine nomine (sem nome do editor)

S.N.C. — Sistema Nacional de Capitalização

S.N.S.P. — Sistema Nacional de Seguros Privados

SPC — Serviço de Proteção ao Crédito

STF — Supremo Tribunal Federal

STJ — Superior Tribunal de Justiça

Supl. — Suplemento

SUSEP — Superintendência de Seguros Privados

t. — tomo (singular ou plural)

TAC — Termo de Ajustamento de Conduta

Tb. — também

TC — Título de Capitalização

Tit. — Título

Ult. — ulterior (ulteriormente)

un. — único (unânime)

v. — veja (ver)

verbo ad verbum — palavra por palavra

v.g. — verbi gratia (por exemplo)

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PREFÁCIO

É com renovado apreço que faço a apresentação pública desta obra. Não é tarefa fácil prefaciar monografia de um jurista que já desponta com força inegá-vel no pensamento jurídico brasileiro. Autor de quatro reconhecidos livros, quais sejam, Meios alternativos de solução de conflitos; Previdência Privada; Termo de ajustamento de conduta; e organizador, coordenador e coautor de Temas Apli-cados de Direito do Trabalho & Estudos de Direito Público e de diversos artigos publicados em revistas do mundo jurídico, nas áreas de seguros, resseguro, previ-dência complementar, de Capitalização e do direito do trabalho.

Aliás, por ser oportuno, devo consignar que o doutor Jerônimo não se des-taca apenas como doutrinador, professor, jurista e escritor, mas também como gestor público. Há cinco anos à frente da Consultoria Jurídica junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, como seu titular, tem sido criativo e inovador.

Sabemos que a Gestão Pública é indispensável ao cumprimento e pleno de-sempenho dos princípios constitucionais capitulados no art. 37 da CF, de forma a responder, eficiente e eficazmente, às demandas institucionais de políticas públi-cas e sociais conclamadas pela população brasileira.

O autor aprofunda o estudo do tema em seus textos e capítulos especifican-do e diferenciando o “Contrato de Capitalização” no mundo jurídico pactual.

De maneira que o presente livro tem todos os motivos para agradar ao leitor, considerando que o tema nele tratado, além do Direito Constitucional, do Direito Civil, do Direito Econômico e do Consumidor, abrange várias áreas da Economia brasileira.

Este livro surge como marco de ascensão do segmento de Capitalização com propostas concretas, inclusive com uma doação de um anteprojeto de lei para sua disciplina legislativa, de forma autônoma e independente.

Sensibilizarão este trabalho o empresariado brasileiro, o tomador de decisão e os gestores públicos. Contribuirá para a melhoria da eficiência e eficácia da atividade, bem como para a agilização dos processos que elevarão mais ainda o desenvolvimento da capitalização no país.

Especialmente, este trabalho monográfico buscará mostrar ao órgão fiscali-zador, ao gestor, ao consumidor, ao operador e ao intérprete que o Direito existe enquanto uma dinâmica que se relaciona com as atividades de hoje que implicam crescimento em curto, médio e longo prazo.

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Nesse prisma, despertam alto interesse os tópicos em que são analisados a evolução histórica, econômica e jurídica da Capitalização, a teoria geral dos contra-tos aplicada ao Contrato de Capitalização, bem como os princípios fundamentais, a função social, os vícios e extinção deste tipo de convenção negocial. Como tam-bém são estudados os seus conceitos, suas fontes, seus elementos da obrigação, a natureza jurídica, classificação, seus efeitos, sua executoriedade, seus requisitos e a prova de validade deste específico, especial, exclusivo e tão particular pacto.

Além disso, o livro aborda o papel do Estado, dos órgãos públicos do Siste-ma Nacional de Capitalização (SNC), das partes e os elementos do Contrato de Capitalização. Em capítulo à parte, a obra cuida do conceito, da natureza jurídica, da classificação e da constituição da Sociedade de Capitalização. Particularmente, versam ainda sobre o Título de Capitalização, sobre os institutos de sua operação, conceitos e seus efeitos econômicos, sociais e jurídicos.

Em apêndice, o autor sugere e apresenta proposta de minuta de Anteprojeto de Lei Complementar que poderá alterar toda legislação de Capitalização.

Uma das propostas jusfilosóficas desta publicação é mostrar para o mundo jurídico a importância desse papel que operadores e intérpretes do Direito têm a ocupar e a importância de não estarem apenas focados na operação, no micro-cosmo — mas de estarem atentos ao todo, aos grandes movimentos do mundo à nossa volta.

Na verdade, esta obra oferece um completo Curso de Direito do Consumidor aplicado às operações de Capitalização constitucionalmente assegurada.

Esta obra ajudará a formar profissionais e torná-los empreendedores de ne-gócios com uma visão mais ampla do Direito, singularmente do direito contratual voltado à Capitalização.

No Capítulo X, registro, o autor promove uma formulação de como os litígios de justiça distributiva podem ser resolvidos pelos meios alternativos de solução de conflitos diante de elaborado modelo de gestão de interesses.

Portanto, pela boa iniciativa, pela credibilidade do seu autor e pela densidade jurídica como é distinguido e revelado o tema, logrará êxito o inventor desta obra. Acredito que Contrato de Capitalização será de grande utilidade para a sociedade brasileira e, assim, este livro está destinado ao sucesso editorial.

Recomendo, então, com entusiasmo, a leitura atenta de mais uma obra do doutor Jerônimo Jesus dos Santos.

Brasília, maio de 2013.

Michel Temer

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INTRODUÇÃO

“O essencial para o direito objetivo é que sancioneapenas os contratos justos e úteis.”

Jacques Ghestin(3)

O tema central ora proposto relativo ao Contrato de Capitalização, veículo empírico do setor da Capitalização (sendo esta integrante do conjunto de quatro macrossegmentos distintos: o seguro propriamente dito, o resseguro, a previdência complementar aberta, a Capitalização e, incluindo ainda, a respectiva corretagem) que intitula este livro, já se permite consagrado, porém, em poucas obras jurídicas e econômicas.

Esta temática do direito, cúmplice, intrinsecamente ligada à economia (e, aqui no Brasil, assim como o próprio instituto da Capitalização) é deficiente e insuficien-temente tratada na formação profissional acadêmica tanto na graduação quanto na pós-graduação e, de conseguinte, na doutrina e na jurisprudência. E quando isso ocorre, com excepcionais exceções, tem-lhe marcado o itinerário às vezes sinuoso o caminho da copiosa produção dos autores internacionais mais ilustres.

Contrato de Capitalização é assunto vasto, mas quase insondável em nossa literatura. Às vezes, apenas ventilado; não farto em revistas especializadas. São ra-ros os livros. Tratadistas de renome ainda não perceberam as filigranas e sutilezas da economia sistematizada e produtiva, através das possibilidades, que somente a Capitalização pode oferecer à coletividade sob o controle do Estado e das garan-tias da Lei.

Pode se afirmar, então, com todas as letras, que muito pouco os autores nacionais têm escrito a respeito da Capitalização, quanto mais da sua aplicação, via Contrato de Capitalização, na atividade de economia programada com ou sem sorteio ou premiações, ou simplesmente a poupança, forma primeira de um in-vestimento, embora com algum sacrifício, para enfrentar o futuro. O sacrifício é necessário, nada sem ele até hoje se fez. São raras as obras encontradas.

Ressalta-se que no direito e na economia estrangeira afloram discussões, po-sições e ensinamentos em vários pontos essenciais deste nicho tão específico que é o mercado de Capitalização, bem como o seu debate acerca da natureza do Contrato de Capitalização.

(3) GHESTIN, Jacques. Traité de droit civil, Les Obligations. Le Contrat: Formation. Paris: L.G.D.J., 1988.

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Na verdade, o Contrato de Capitalização se apresenta como um contrato sui generis, não semelhante nem identificável com nenhum outro, possuindo ca-racterísticas individualistas, único na espécie. Aliás, sob esse aspecto deverá ser abordado neste trabalho já que é, de fato, considerado como um contrato novo em nossos textos legais (Contrato-tipo-Capitalização).

De fato, o País tem experimentado alto ritmo de crescimento no mercado de Capitalização nos últimos anos, particularmente em virtude de sua premente seg-mentação requerida pela própria sociedade consumidora, vez que o Programa de Estabilização da Economia possibilitou planejar-se o futuro e o aumento do poder aquisitivo viabilizou poupar-se e aplicar-se em investimentos de curto, médio e lon-go prazo, ou em economia programada com ou sem sorteio, ou somente sorteio, como forma de investimento, como é o caso da Capitalização.

Exalta-se a importância do Contrato de Capitalização, vez que, em qualquer momento de crise generalizada e acelerada, o mercado de Capitalização sempre ganhou e ganha perfil destacado contra o fundo nebuloso da economia interna e externa. Aliás, já vimos historicamente isso antes.

A história nos conta que a cultura disseminada aumenta a concorrência, daí se verifica uma transposição do modo de encarar a vida. Ainda mais com a pro-gressiva complexidade oriunda da coabitação humana em um mundo cada vez maior, essas aglomerações engendram novos aspectos de sobrevivência.

Em tempos idos, os problemas eram o presente, porque este assegurado, poucas variações advinham. A estabilidade é a característica e se transmite através de gerações. Repentinamente tudo se alterou. Tão sérias e fortes são as mutações na vida humana que a preocupação maior passa a ser a do futuro.

O homem treme ante o desconhecido, que é o dia de amanhã. Fortunas desaparecem, situações se liquidam, valores são aniquilados, uma série de novas técnicas e invenções ameaça o que existe, e a incógnita do futuro preocupa a maioria do gênero humano, ensina HORÁCIO LAFER (1949:04).

O Estado, premido pela inquietação, começa a encarar o problema e a ini-ciativa privada procura soluções. As organizações espalham-se pelo mundo nas formas mais variadas.

A “segurança”, diz EDWIN E. WITTE(4), tornou-se o objetivo a atingir da quase totalidade dos povos. Segurança ante a doença, o desemprego, a velhice, a morte.

(4) Edwin E. Witte (janeiro 4, 1887 — maio 20, 1960) é chamado às vezes de o pai da segurança social, porque desenvolveu a planta original para a segurança social como o diretor executivo de Comitê do presidente na segurança econômica em 1934, sob o presidente Franklin D. Roosevelt dos Estados Unidos. Escreveu várias obras, dentre as quais se destacam: The Government in Labor Disputes (1932) e Social Security in American (1937). Disponível em: <http://www.ssa.gov/history/witte3.html>. Acesso em: 7 de novembro de 2006.

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O homem hoje pensa no seu futuro e nas garantias de vida para a sua família. Esta é uma característica do século atual e envolve talvez o maior problema que os governos terão a resolver.

Um mínimo de garantias deve ser concedido a todo homem cuja proteção compete à coletividade. Sem que se tranquilize o indivíduo, na sua inquietação pelo futuro, nenhum organismo social poderá se considerar estável. Surge, assim, a indagação: até onde deverá ir a atuação do Estado e qual o domínio a ser reser-vado à iniciativa privada? Salvo casos especiais, a boa teoria prescreve o aspecto supletivo do Estado, isto é, a cobertura pelo poder público daquilo que o empreen-dimento particular não pode ou não quis ou não quer realizar.

Nessa linha, a Capitalização é um dos meios de poupança da população e garantia para o futuro, entretanto não se confunde e se diferencia, essencialmen-te, da tradicional “poupança” brasileira. Em outras palavras, Capitalização é uma combinação de economia programada com aplicação única ou mensal, vinculada à participação em sorteios.

No mundo, o seu desenvolvimento não foi enorme como no Brasil; forjan-do-se útil instrumento de formação de economias, já está bastante difundido, sedimentado e segmentado.

O Contrato de Capitalização tem, assim, por objeto a formação de um deter-minado capital mínimo, correspondente aos pagamentos efetuados, em um prazo determinado, geralmente longo, e o sorteio funciona como estímulo para que o subscritor permaneça até o final do prazo contratual.

Decerto que a Capitalização possui características diferenciadas, mas isso não afasta a possibilidade de ser considerada um bem-sucedido tipo de aplicação financeira que tem como estímulo a oportuna distribuição periódica de prêmios, via sorteio.

Por isso, costuma-se dizer que a Capitalização é o meio mais frequente de se transformar um sonho em realidade, seja pela sua utilização como instrumento na aquisição programada de bens de consumo, seja através das premiações distribuí-das pelas empresas, proporcionando a felicidade de seus afortunados ganhadores (MORAES, 2002:01).

O mercado de Capitalização é muito ativo. Além de promover uma poupança interna, gera um incremento da atividade econômica, através de geração direta e indireta de empregos, por meio de volume de recursos utilizados no pagamento de salários e impostos.

Contudo a Capitalização constitui uma atividade técnica de natureza comple-xa. Pode ser examinada por diferentes ângulos, comportando cada um alentados estudos.

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Sob o aspecto matemático, são tantas as implicações de cálculos de suas bases técnicas, que culminaram numa maior exploração de um ramo especializado denominado Atuária. Notadamente, utilizada para elaborar e aferir os mecanis-mos de proteção ao consumidor, seja por meio da obrigatoriedade de constituição de provisões matemáticas e técnicas, seja pela necessidade prévia de aprovação dos produtos que venham a ser comercializados.

Como fonte de captação de recursos financeiros, a Capitalização exerce pa-pel preponderante no campo da economia, aspecto esse que tem merecido obras especializadas, infelizmente, de poucos autores, como, por exemplo, José Sciotti, em A Capitalização no Brasil, e David Campista Filho, em Capitalização, sua Inter-pretação Econômica e Social.

Os elementos técnicos, que servem de suporte à instituição da Capitalização, constituem campo fecundo de estudos e de elaboração da maioria dos trabalhos escritos sobre essa matéria, como na obra Sociedades de Capitalização de M. Bo-nini Lourenço; Capitalização, uma história de prosperidade, de Paulo Amador, e Capitalização: histórico, conceitos, perspectivas, de Ryvio Matias Pires dos Santos, Marcos Eduardo de Carvalho e Edmilson Gama da Silva.

É bom que se diga que o conjunto das empresas que operam no mercado de Capitalização pode ser incluído entre os principais investidores institucionais do País, pois, ao intermediar operações, contribui, de forma significativa, para a criação de mecanismos de formação de poupança de médio e longo prazos, es-senciais para o financiamento do desenvolvimento econômico do País (MORAES, 2002:10).

O sucesso do Contrato de Capitalização está condicionado ao atendimento de alguns parâmetros básicos, como o papel de seu principal personagem, o in-vestidor, que cada vez mais toma consciência de seus direitos. Não se pode olvidar que Capitalização é uma combinação de economia programada com aplicação única ou mensal, vinculada à participação em sorteios.

Desta forma, esse pacto deve priorizar o Princípio da Transparência das re-lações entre a Sociedade de Capitalização e o Consumidor, determinando, assim, progresso de um mercado crescente e sadio.

Ademais, só se expande esse mercado, similar a outros, se as Sociedades de Capitalização oferecerem produtos voltados para a real necessidade ou por interesse da coletividade usuária, segmentando, portanto, os interesses e as ne-cessidades de grupos de consumidores, de maneira que se tente personalizar o máximo possível o produto atendendo à expectativa do consumidor.

Por outro lado, há que se ter um constante aprimoramento de um arcabouço regulatório e fiscalizatório de forma eficiente e eficaz, para acompanhar a solvên-cia e liquidez das Sociedades de Capitalização.

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De sorte que este é o objetivo desta obra e como tal se submete à disciplina jurídica e econômica que regula os contratos em geral, implicando, desta forma, o exame de muitos institutos do direito comum, mas atentando-se às suas pecu-liaridades que dão origem a muitas figuras jurídicas existentes no seu âmbito que tentar-se-á elucidar.

Dentro das modestas possibilidades do autor, foram analisados os aspectos jurídicos aplicáveis aos diferentes segmentos da Capitalização e os efeitos nos seus respectivos Contratos.

De fato, tenta o autor, em linguagem simples e acessível, esclarecer e difun-dir o Contrato de Capitalização junto ao grande público.

Com isso, procura-se, nesta obra, apresentar uma visão ampla do universo da Capitalização, muito mais dilatado e profundo do que se imagina antes de conhe-cer seus elementos e segmentos tão diversificados quanto surpreendentes e, não raro, curiosos e fascinantes.

Além do que, não se pode esquecer, o mercado de Capitalização representa um grande avanço na vida social, econômica e política do Brasil, quiçá do mundo. Nessa esteira, o setor de Capitalização, no ramo do direito e da economia, consti-tucionalmente consagrado, renasce a cada dia com nova força e sob novo impulso.

Sem dúvida, o desempenho nacional da Capitalização tem evoluído com grande velocidade devido ao PPP — purching power parity, ou o poder de compra. Daí a necessidade de conscientização, objetivando a constante construção da cul-tura da Capitalização.

Nesse contexto é que se pretende apresentar na presente obra, em linhas gerais, o Contrato de Capitalização em sua forma atual e fornecer subsídios para uma mais ampla segmentação e propostas para a massificação desse instituto, bem como apontar uma diversificação do uso do Contrato de Capitalização.

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CAPÍTULO I

A EVOLUÇÃO HISTÓRICA, ECONÔMICA E JURÍDICA DA CAPITALIZAÇÃO

1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Inicialmente, apesar de ser esta uma obra de cunho jurídico, ousa-se, seguin-do ensinamentos dos economistas, conceituar e relembrar a origem da palavra Economia, ou ciência econômica, que consiste na produção, distribuição e no con-sumo de bens e serviços. O termo economia vem do grego οικονομία (de οἶκος, translit. oikos, “casa” + νόμος, translit. nomos, “costume ou lei”, ou também “ge-rir, administrar”: daí “regras da casa” ou “administração doméstica. (5)

Produção, distribuição, circulação e consumo de riquezas, as quatro pro-víncias da Economia e Política, que se entrosam, e continuamente se renovam, formam o ciclo no qual se estrutura a ciência econômica.

Produzir para consumir, extinguindo-se o que se produz no sentido de con-sumação fatal de tudo o que se cria, não seria concebível na economia, como na vida humana não se aceitaria que “os pais gerassem para a morte, as mães ama-mentassem para o túmulo” (CAMPISTA FILHO, 1949:09).

A união sexual, pelos sortilégios do amor, enflorando-se dos mais puros e belos sentimentos, destina-se à perpetuidade da espécie, à eternidade do homem, como a produção de riquezas em revivescência constante realiza a eternidade econômica. Eternidade na acepção de longa duração, entendida no espírito da relatividade humana.

Em luminosa síntese sobre a vida e a morte da matéria, GUSTAVO LE BON(6) afirma que ela não é eterna como parece, e condensada pelo movimento intenso do éter, acaba por esgotar-se, consumir-se pela radioatividade, como a chama que se extingue queimando.

(5) HARPER, Douglas (November 2001). Online Etymology Dictionary — Economy (HTML) (em inglês). Página visitada em 27 de julho de 2010.(6) Gustave Le Bon (1841-1931). Disponível em:<http://www.filosofia.org/aut/svc/1922p261.htm> Acesso em: 7 de novembro de 2006.

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De tempos imemoriais, assinala CAMPISTA FILHO (1949:10), guarda a terra em seu seio e sua superfície, matérias para gasto do homem em entretimento de sua breve existência, e ele, por transformá-las e decompô-las, aparece como um destruidor, um perdulário.

Entretanto, em consumindo, emprega, também, processos de conservação e reprodução das utilidades de que se apropria, amanhando a terra que lhe dá os frutos, replantando florestas, utilizando reservatórios de energia da natureza, e aí se revela sua índole para economizar, guardar, reservar.

A obra de progresso e civilização material consiste em desenvolver os meios para maior duração das utilidades, para mais prolongada fruição das coisas, re-tardando-lhes o consumo que, por isso, não significa o término dos fenômenos de produção, distribuição e circulação das riquezas. É, então, que se desvenda no panorama econômico o ato de poupança ou reserva. Ele assume a forma do consumo diferido, isto é, aquele que se transporta a tempos futuros em previsão de exigências suspeitadas (CAMPISTA FILHO, 1949:10).

Nem toda produção é conduzida a consumo imediato; grande parte destina--se à economia, à acumulação para fomento da reprodução criadora de novos instrumentos de trabalho.

Por isso CHARLES GIDE(7) chama pré-humano, natural por excelência, esse ato econômico frequente em todas as manifestações da vida, no exemplo das formigas, das plantas e do mundo inorgânico, em que a economia, na forma de reservas acumuladas, é fenômeno habitual.

A previdência, essa faculdade particular que consiste em pressentir uma ne-cessidade futura como se atual fosse, é de todos o sentimento humano.

Esse sentimento fecunda a economia, segundo CAMPISTA FILHO (1949:11), faz germinar a poupança, não nas velhas figuras da acumulação estéril, do entesouramento avaro, mas, sim, à luz das civilizações modernas, na forma de Ca-pitalização, isto é, criação continuada de novos instrumentos de trabalho. E assim chegamos à serena compreensão do dizer de MARX (1976:13)(8) de que o capital é a cristalização do trabalho, pois o trabalho, fator da produção, não se dispensa integralmente no consumo, condensa-se, cristalizando-se em capital, para retornar a sua missão criadora na revolução contínua que aviventa o ciclo econômico.

O progresso econômico mede-se tanto pelo aumento de consumos popula-res normais, que se traduz na elevação do padrão de vida, como pela formação e pelo acréscimo de capitais resultantes da economia.

(7) Charles Gide (1847-1932). Disponível em:<http://www.infoplease.com/ce6/people/A0820778.html> Acesso em: 7 de novembro de 2006.(8) �arl Heinrich Marx (�arl Heinrich Marx (5 de maio de 1818 — 14 de março de 1883). Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/�arl_Marx> Acesso em: 8 de novembro de 2006.

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Por meio da Capitalização, o homem realiza o ato de poupar, reservar, o que não significa entesourar valores, mas, sim, insuflar-lhes, pela aplicação, a força criadora de novas riquezas. É “a economia sob a forma de trabalho”, expressão de JEAN COURCELLE SENEUIL(9).

Volvendo um olhar para o passado, na interpretação econômica da história, vemos o crescimento da economia seguir paralelamente ao desenvolvimento da civilização, tanto pela educação que propaga o espírito de previdência em todas as classes sociais como pela oportunidade de poupar proporcionada pelo aumento dos salários, tudo isso acrescido dos instrumentos e mecanismos que o engenho e a inteligência põem a serviço do homem, possibilitando o emprego de valores em toda a sua escala.

Não fossem, entretanto, os estímulos que as civilizações criaram, os incita-mentos que a experiência sugere, a economia formada pelo poupar e reservar não se efetuaria em condições de proveito e utilidade social.

O homem quando economiza pratica aparentemente uma ação egoísta, como o é reservar para seu próprio eu, guardar para atender as suas necessida-des futuras. Tal ação revela, todavia, espírito social, já por isso altruísta, quando a quantia economizada tem aplicação reprodutiva, emprego remunerador que lhe dá aquele que arrecada. Impõe-se, pois, a organização capaz de intervir na frutificação das economias, portanto, no florescimento do trabalho, e, dentre as criações do gênio humano inspiradas pela previdência, a Capitalização é das for-mas mais engenhosas. Visto que Capitalização é uma combinação de economia programada com aplicação única ou mensal, vinculada à participação em sorteios.

Como vimos, discorrer sobre Economia e os benefícios inúmeros que sói proporcionar ao indivíduo e à coletividade é, em última análise, tecer o elogio da previdência bem compreendida. Também o é dissertar sobre Capitalização, seus objetivos e as suas grandes possibilidades, de vez que somente ela, pela sistematiza-ção e produtividade, realiza a Economia perfeita. Tarefa, entretanto, essa não que se revê das mais fáceis como de relance poder-se-ia supor, porquanto o assunto é extenso e abrange atualmente conhecimentos e detalhes por demais complexos, dado o progresso e aperfeiçoamento que o método de Capitalização vem apresen-tando cada ano que passa, operante em alguns países, sobretudo no Brasil, onde goza, sui generis, com brilho, de conceito firmado pelas garantias legais.

O empecilho maior que ainda se antepõe à sua difusão (aliás, como a qual-quer outro sistema matemático-econômico), refere-se a um fato psicológico que se observa em todas as latitudes: o desinteresse do homem feliz pelo enigma do futuro, estendendo-se o fato, além do indivíduo, às suas próprias organizações sociais.

(9) Jean Courcelle-Seneuil (Seneuil, Dordogne, 22 de dezembro de 1813; Paris, em 29 de junho de 1892). Disponível em:<http://www.asmp.fr/fiches_academiciens/decede/COURCELLE-SENEUIL.htm> Acesso em: 8 de novembro de 2006.

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Raros, raríssimos mesmo, ensina SCIOTTI (1948:09), os que têm inato o sen-so de Economia e são previdentes na abastança. Vive-se intensamente a hora de prosperidade que passa pródiga e farta, cheia de atrativos, e descuida-se do capri-cho do destino humano, tão à mercê da instabilidade eterna das circunstâncias(10). O homem, via de regra, esquece a previdência, fugindo de aceitar a possibilidade de um futuro desfavorável.

Urge, portanto, economizar — reter sistematicamente pequenas reservas para a incerteza, de maneira racional, científica, sem tendência à avareza, que reflete descontrole, quiçá preocupação mórbida.

Nesse sentido, disse, com muito acerto, um de nossos financistas: “os indivíduos econômicos são os que prosperam(11). Um indivíduo pode ser generoso e ao mesmo tempo econômico, pode viver vida folgada de acordo com os seus recursos, economi-zando, porém, parte de suas rendas para os maus dias”, magistra SCIOTTI (1948:09).

Aliás, o senso normal de Economia não cria avaros, pois o sentido de previ-dência é bem orientado e em absoluto não exige o sacrifício injustificado da hora presente. Em si, o acúmulo racional de reservas monetárias segue o exemplo que nos dá a obra divina, maravilhosamente perfeita, que é o organismo humano. A ciência da nutrição evidencia muito bem o extraordinário papel que os nossos ór-gãos desempenham no tocante ao armazenamento, sabiamente proporcionado, de substâncias indispensáveis à integridade de todo o organismo. Elementos esses facilmente mobilizáveis em face das solicitações constantes da vida, garantidores da saúde, agentes providenciais no infortúnio das doenças.

Por conseguinte, segundo SCIOTTI (1948:09), a Economia cientificamente diri-gida tem a sua filosofia natural que a define como sendo a garantia melhor contra os infortúnios, os imprevistos, os esgotamentos eventuais no terreno financeiro.

Atualmente todo o sistema matemático-econômico baseia-se, de um modo geral, em operações de Capitalização. Capitalizar não consiste literalmente em “guardar dinheiro”, mas em “empregá-lo a juros compostos e transformá-lo, por força desses mesmos juros, em importâncias superiores às empregadas”, ensina WEBER (1931:11-13).

Traz-nos um sorriso aos lábios a simples lembrança de como os nossos ances-trais concebiam a Economia, confiando as suas reservas às velhas arcas tacheadas, aos pesadíssimos cofres-fortes, aos modestos baús de folha de flandres encon-

(10) Ainda hoje como nos tempos bíblicos, nos quais vamos encontrar JOSÉ explicando o sonho fara-ônico das sete vacas gordas e das sete vacas magras, tal como nos relata o GÊNESIS. Não somente na prosperidade, a mais completa, mas naquela em que se anulam as preocupações imediatas em relativa modéstia de vida.(11) A vida do direito não é diferente da vida das pessoas. Ao longo da sua existência, o homem vai polindo aquele diamante bruto que ele é quando nasce, sendo, por isso, joalheiro de si mesmo. O Direito também necessita desse constante polimento, a fim de que possa conferir utilidade social àqueles que labutam nas relações sociais do dia a dia.

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tradiças no Norte do país ou ao clássico pé-de-meia originário do Velho Mundo, e mantendo-as em espécie. Era noção única de um só armazenamento estático, improdutivo, no qual também um só progresso assistia: a chegada de novas reser-vas. Tal conceito e tal prática derivavam por certo da insegurança do ambiente e da inexistência de instituições adequadas, e por esse motivo são de todo inconce-bíveis na época atual. Hoje é mister que se faça progredir a reserva amealhada, e se transforme o sentido do mealheiro no da produtividade da reserva confiada a um estabelecimento de crédito (SCIOTTI, 1948:11).

Urge economizar, dizíamos há pouco, mas cientificamente procurando não dispersar as pequenas parcelas que, se empregadas de maneira sistemática, cons-tituirão, por força dos juros capitalizados, somas apreciáveis. Arraigada esta noção no seio de uma coletividade, é óbvio que toda ela se beneficia e progride. Também se revela desvantajosíssima a paralisação não propriamente do dinheiro, mas do capital, como se pode observar em fortunas pessoais, mas, em particular, em cer-tas empresas, organizações industriais ou casas comerciais que mantêm inativas cifras elevadas, em caixa ou em estabelecimentos bancários. Seja pela instabilida-de na situação econômica mundial, seja pelo receio de recorrerem a meios pouco convenientes ou capazes para a inversão de suas reservas acumuladas. Tais firmas, assim procedendo, incorrem após determinado tempo em prejuízos inevitáveis de não pequena monta (SCIOTTI, 1948:11).

De qualquer maneira, sejam quais forem as reservas (ou de dinheiro ou de capital), todas elas necessitam ser movimentadas, uma vez que representam o verdadeiro sangue do organismo social (veículo de energias, vetor de realizações), não sendo possível que permaneçam estagnadas, virtualmente mortas, sem que determinem o pauperismo, o enfraquecimento fatal de toda a coletividade.

Guardar dinheiro, em sentido lato, então, não é um critério de escolha do indivíduo que possa se chamar puramente egoísta, mas, pelo contrário, pode per-feitamente ser racionalmente altruísta, visto, portanto, como um caso em que o interesse próprio do indivíduo inclui fazer o bem aos outros.

Guardar dinheiro, contudo, sem aplicação justa não é apenas prejudicar a si mesmo, mas atrasar o dinamismo do país, que tem de ser, sem dúvida, o resultado do giro contínuo de suas reservas.

1.2. SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTODO SEGMENTO DE CAPITALIZAÇÃO

Historicamente aprendemos que o segmento de Capitalização teve seu berço na França, em 1850.

A concepção inicial dessa Capitalização é atribuída a um habilíssimo ourives, estabelecido à Rue dês Martyres, em Paris, chamado PAUL VIGET. Esse delicado artista, profissionalmente um encantado da maravilha destes pequenos astros (as