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CONTRATO DE EMPREITADA I – DA LOCATIO CONDUTIO Existia em Roma um contrato-mãe de onde se derivou em três modalidades: locatio rei, locatio operarum (locação de serviços – quando você coloca sua força de trabalho a disposição de outrem sem subordinação), locatio operis faciendi (empreitada). A “Locatio Operarum” A “Locatio Peris Faciendi” II – DO CONTRATO DE EMPREITADA Dificuldade de diferenciação para com o contrato de prestação de serviços. Como diferenciá-las? Temos um tronco em comum e uma debilidade da nossa lei em dierenciá-los. 1 – Em que consiste: Alguém (pessoa física ou jurídica) se obriga a realizar (por si ou pro prepostos seus) uma obra ou serviço com o escopo de um resultado a outrem mediante remuneração. Na prestação de serviços também temos a realização de um serviço para outrem. Na prestação de serviços também não tem subordinação. A diferenciação está no escopo de resultado. Lembre da obrigação de meio e da obrigação de resultado. A obrigação de meio não é aquela em que o contratante não tem interesse no resultado: o que a caracteriza é a responsabilização que inexiste na obrigação de meio no que tange a obtenção do resultado. Se você não alcançar o resultado, você não será responsabilizado. A diferença se esconde em uma névoa. 2 – Caracteres a) Realização de obra: b) Intenção do resultado: c) Realização pelo próprio contratado ou por terceiro: d) Inexistência de Subordinação

Contrato de Empreitada

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contrato de empreitada

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CONTRATO DE EMPREITADA

I DA LOCATIO CONDUTIOExistia em Roma um contrato-me de onde se derivou em trs modalidades: locatio rei, locatio operarum (locao de servios quando voc coloca sua fora de trabalho a disposio de outrem sem subordinao), locatio operis faciendi (empreitada).

A Locatio Operarum

A Locatio Peris Faciendi

II DO CONTRATO DE EMPREITADA

Dificuldade de diferenciao para com o contrato de prestao de servios. Como diferenci-las? Temos um tronco em comum e uma debilidade da nossa lei em dierenci-los.

1 Em que consiste: Algum (pessoa fsica ou jurdica) se obriga a realizar (por si ou pro prepostos seus) uma obra ou servio com o escopo de um resultado a outrem mediante remunerao.Na prestao de servios tambm temos a realizao de um servio para outrem. Na prestao de servios tambm no tem subordinao. A diferenciao est no escopo de resultado. Lembre da obrigao de meio e da obrigao de resultado. A obrigao de meio no aquela em que o contratante no tem interesse no resultado: o que a caracteriza a responsabilizao que inexiste na obrigao de meio no que tange a obteno do resultado. Se voc no alcanar o resultado, voc no ser responsabilizado. A diferena se esconde em uma nvoa. 2 Caracteres

a) Realizao de obra: b) Inteno do resultado:

c) Realizao pelo prprio contratado ou por terceiro:

d) Inexistncia de Subordinao

e) Remunerao

3. Empreitada x Prestao de Servio

4. Classificao:

a) Bilateral; simplesmente consensual; oneroso; de durao; intuitu personae ou impessoal; Se eu sou contratado como empreiteiro pelas minhas caractersticas pesoais ou porque as partes colocaram que personalssimo no contrato.

III DOS ELEMENTOS DE VALIDADE

1 As partes1.1. Quem so: quem contrata, ns chamamos de dono da obra. Empreiteiro quem contratado para realizar a obra ou servio. Veja o exemplo do Estado que contratou algum para fazer a ponte entre Salvador e Itaparica.1.2. Capacidade: se pessoa fsica, a capacidade a genrica. Se pessoa jurdica...1.3. Legitimao: se ns contratamos com pessoa jurdica, necessrio saber se quem se apresenta em nome da pessoa jurdica poderia faz-lo. Se um procurador que tem instituto de mandato por quem tem poderes para... Se consta no Contrato Social...

1 Objeto2 Forma: livre. simplesmente consensual. sempre recomendvel a forma escrita. Se for celebrado pela Administrao Pblica obrigatria a forma escrita. Isso porque a Administrao Pblica tem o primado da formalidade.

2.1 A Regra2.2 As Excees

IV MODALIDADES

1 Quanto participao do empreiteiro

1.1 Empreitada de Lavor:1.2 - Empreitada Mista:

2 Quanto ao Preo2.1 Empreitada por Preo Global:2.2 Empreitada por Preo Unitrio:

V DA EMPREITADA DE LAVOR

1 Em que consiste: a regra, pelo CC02. A outra modalidade no se presume: deriva da lei ou da vontade das partes. A palavra lavor significa labor, trabalho. aquele contrato em que o empreiteiro apenas concorre com o seu trabalho. Quando eu digo que a empreitada de lavor, eu digo que o empreiteiro entra somente com a fora de trabalho e o dono da obra entra com o material. Se ele (o emrpeiteiro) entrar com tudo empreitada mista.2 - Consequncias (PROVA)a) Todos os riscos que o empreiteiro no tiver culpa correro por conta do dono: simples: se o empreiteiro s entra com o trabalho e se ele no tiver culpa...b) Se a coisa perecer antes de entregue sem mora do dono e sem culpa do empreiteiro, este perder a remunerao SALVO se provar que a perda resultou de defeitos dos materiais e que, em tempo, reclamara de sua qualidade ou quantidade: c) O empreiteiro obrigado a pagar os materiais que recebeu se por negligncia ou impercia inutilizar: imagine a obra da faculdade. Ele recebeu o material que eu entreguei, mas ele no guardou e deixou e local mido, comprometendo a qualidade dos meus materiais por negligncia.

VI DA EMPREITADA MISTA

1 Em que consiste2 Sua excepcionalidade: uma exceo! O contrato tem que prever expressamente se for empreitada mista. Se o contrato silenciar, ser de lavor. Embora seja legalmente a exceo, hoje, as grandes obras normalmente so de empreitada de lavor.3 Consequncias: Anlise dos art. 618: Nos contratos de empreitada de edifcios (esta mesma redao estava no CC16; modernizando: edifcio significa tudo aquilo que voc edifica) e outras construes considerveis o empreiteiro... responder peo prazo de 5 anos... Primeira observao: edifcio tudo o que se edificaO empreiteiro responde pela segurana e solidez de trabalho pelo prazo IRREDUTVEL de 5 anos. No CC 16, essa palavra no existia. As partes podem disciplinar diferentemente? Colocar que so 2 ou 3 anos? No o Cdigo colocou que irredutvel. Ele responder pela obra, material e solo.

VII DA EMPREITADA POR PREO GLOBAL

Ao celebrarmos o contrato, j temos um preo certo e global. 1 Em que consiste: contrata-se a obra ou servio por preo CERTO e TOTAL;

2 Caracteres:

a) O contrato celebrado por preo certo, definido e total;b) No descaracteriza a empreitada por preo global se a proposta for apresentada ou exigida com a discriminao dos preos das diversas fases da obre e/ou dos materiaisc) O pagamento pode ser feito por etapas segundo cronograma fsico financeiro aprovado pelas partes

3 Cronograma fsico financeiro e o preo global: Anlise do Art. 619. Cronograma fsico financeiro uma planilha. Diz que a fundao custar x, a paga. E que a laje x. Voc paga conforme vo construindo a obra. O fato de se pagar por etapa no descaracteriza a empreitada por preo global. Voc no tem que entregar os R$ 300.000,00 de vez, O pagamento parcelado tambm no descaracteriza, porque eu j tenho um preo certo e final.

4 O preo global e o equilbrio econmico-financeiro do contrato: pelo fato de ser um valor certo, no quer dizer que se houver fato que desequilibre, voc no possa pedir a reviso do preo. o caso da onerosidade excessiva. Se o contrato sai de nvel, voc pode quilibrar. Eu posso ter um evento previsvel, mas se as conseqncias do evento previsvel forem imprevisveis eu posso pedir tambm o re-equilbrio contratual. O que seria um fato previsvel de conseqncia imprevisvel? Se eu falo em obra, eu tenho as categorias profissionais: eles tem o salrio-base. Eu no sei qual vai ser o impacto dos reajustes. Se o reajuste salarial tiver impacto forte nos custos da obra eu posso pedir a reviso.

Art 619: alterao do preo se, por ventura, o dono da obra fizer alteraes de mona no projeto.

VIII EMPREITADA POR PREO UNITRIO

1 Em que consiste: existe um preo determinado, mas esse preo estimado. Eu vou fazer minha casa por preo unitrio, cujo valor est em R$ 300.000,00. Imagine que eu coloquei 3 luminrias a 1000 reais cada e 3000 no total. Se eu mudar o quantitativo, muda o preo. Na modalidade global no assim, alterao do preo s por preo excepcional.

Porque preo estimado para a operao tapa buraco? Porque hoje eu tenho em mdia X buracos e vou gastar Y de cimento e Z de areia. Mas, quando eu vou executar, o buraco aumentou por chuva. Ento eu vou gastar mais cimento, mis areia, mais cimento. Se eu mando fechar todos os buracos a 20 mil reais, pouco importa se aumentou ou no o dimetro do buraco.

2 Caracteres

IX DA ALTERAO DO PROJETO

Anlise do Art. 620.Esse artigo veio no CC02. Se hovuer diminuio no preo do material ou da mo de obra e essa diminuio for superior a um dcimo do preo o valor da obra poder ser revista.

IX DA ALTERAO DO PROJETO

1 A regra: O prejeto pode ser feito pelo prprio empreiteiro ou pode ser feito por outra pessoa. Pode o dono da obram mudar o projeto? EM REGRA NO. Mas em alguma situaes especficas, pode.2 Situaes Especiais

a) Motivos Supervenientes de ordem tcnica: demonstrarem a inconvenincia daquele projeto. Ex.: projeto que previa determinado tipo de solo e depois de feito o estudo verificou que o solo era diferente do pensado.b) Excessiva onerosidade do projeto: imagine que as fundaes precisam de muita profundidade, onerou terrivelmente a obra.c) Alteraes de pouca monta ressalvada a unidade esttica: o arquiteto prima pela unidade esttica. Eu posso fazer pequenas alteraes desde que e no mude a unidade esttica que o autor fez.

Se, por ventura, o autor do projeto no foi o mesmo empreiteiro e sim uma terceira pessoa (no foi o egenheiro que fez, mas o arquiteto). A regra, pela autoria, ser que no se poder alterar o projeto sem a autorizao do autor (direito propriedade intelectual). Mas possvel que por motivos supervenientes ou de ordem tcnica, fique comprovada a excessiva onerosidade de ordem tcnica.

REGRA: No posso alterar projeto de terceiro sem autorizao do seu autor telectual.EXCEO: Existem situaes que justifiquem a alterao: ex.: verificao de situaes sueprvenientes (alterao no solo...) alterao na natureza do solo, novas condies geolgicas ou se, mediante estas alteraes, houver onerosidade excessiva para a realizao da obra. Mas lembre-se que tem que ser por FENOMENOS SUPERVENIENTES>

Agora, alteraes de pequena monta, desde que no prejudique a concepo esttica, podem ser realizados. O arquiteto no prima pela qualidade de vida de quem ficar entro do prdio e sim pela esttica.

Aula em 28/04

XII DA SUSPENSO DA EXECUO DA OBRA

O dono da obra pode suspender a obra. Mas pra isso ele precisa primeiro pagar ao emrpeiteiro os gastos que j foram realizar. Em segundo lugar, diz a lei, que o contratante deve uma indenizao razovel calcula em funo do que teria ganho, se concluda a obra. Isso se irradia do contrato de servio por prazo determinado, quando se quer findar o contrato antes de findo o prazo ou antes de completa a obra.

Mas h causas que justificam o empreiteiro suspender a obra: por culpa do dono (deixou de pagar os materiais, pode at pedir a resoluo contratual) ou a fora maior. Ou ento por intercorrncia imprevisveis no curso da obra que a tornem excessivamente onerosa e o dano se oponha a reajustar o preo, resultante de causa geolgicas ou hbridas. Ex.: problema grave no solo que vai me obrigar a fazer uma fundao muito mais profunda, encarecendo a obra. Nesse caso, eu posso suspender a obra.

Observe que o legislador colocou causa geolgicas ou hbridas OU OUTRAS SEMELHANTES. Geolgicas ou hbridas so causas exemplificativas.

1 Por parte do dono da obra possvel desde que PAGUE o empreiteiro

a) Despesas e lucros relativos aos juros j feitos; MAISb) Indenizao RAZOVEL calculada em funo do que teria ganho, se concluda obra

2 Por parte do empreiteiro

1.1 Sem justa causa: responde por perdas e danos1.2 Causas que a justificam:a) Culpa do dono ou fora maior;b) Intercorrncia imprevisveis no curso da obra que a tornem excessivamente onerosa e o dono se oponha a reajustar o preo, resultante de causas geolgicas ou hdricas ou outras semelhantes.c) Se as modificaes exigidas pelo dono, pelo seu vulto ou natureza forem desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se disponha a arcar com o acrscimo do preo. : notem que o dono pode se predispor a pagar o acrscimo do preo, mas, ainda assim, o emrpeiteiro pode aceitar no continuar na obra. Isso porque estas alteraes so desproporcionais, Isso porque muitas vezes o empreiteiro tem 20 obras e se ele precisar demandar uma estrutura tcnica, financeira ou administrativa para suportar essa obra mais vultuosa, prejudicando ou trs obras que ele j se comprometeu tambm.

XIII DA DESONERAO DO EMPREITEIRO: REGRAS

1 O que se pagou presume-se verificado.: observ que o legislador colocou aqui uma PRESUNO: se ele pagou, presume-se que o dono da obra j chegou. Mas, como presuno, admite prova em contrato.2 O que se mediu, presume-se verificado SE em 30 dias, a contar da medio, no forem denunciados os vcios ou defeitos pelo dono da obra ou por quem estiver incumbido de fiscalizao.: Na obra faz-se medio, para ver em que etapa est a obra para verificar o pagamento. O pagamento pelo CRONOGRAMA FSICO-FINANCEIRO. O que se mediu, presume-se que j foi verificado. Essa fiscalizao, em regra pelo dono da obra, mas eu posso contratar uma outra empresa para fiscalizar a obra.3 Do autor do projeto e sua responsabilidade: Anlise do Art. 662: Se o autor do projeto for um terceiro, a responsabilidade a mesma do Art. 618, nico: ele se responsabiliza pelo dano e solidezda obra pelo prazo de 5 anos. Isso no tinha no cdigo anterior o que era um problema. Se eu tinha um projeto, o empreiteiro fazia e, depois, a obra cai, a responsabilidade do projeto ou do empreiteiro? Resposta: do empreiteiro.

XIV DA CONCLUSO E DO RECEBIMENTO DA OBRA

1 A regra: concluda a obra, conforme ajustado, o dono obrigado a receb-la: se no receb-la, incorre em mora no recebimento. Mas pode acontecer de no acontecer esse recebimento se o empreitro::2 A exceo: se o empreiteiro se afastar das instrues recebidas dos planos dados ou das regras tcnicas, o DONO PODE:

a) Rejeitar a obra ou;b) Receb-la com abatimento no preo.