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CONTRATO DE INFORMAÇÃO NAS MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS: DADOS EXTERNOS EM POSTAGENS DE JORNAIS BRASILEIROS NO FACEBOOK MEDIA INFORMATION CONTRACT ON DIGITAL SOCIAL MEDIA: EXTERNAL DATA IN BRAZILIAN NEWSPAPERS POSTS ON FACEBOOK Luciana Menezes Carvalho 1 Anelise Rublescki 2 Eugenia Mariano da Rocha Barichello 3 Resumo: O trabalho apresenta um recorte teórico- analítico de pesquisa em desenvolvimento sobre as possíveis transformações do contrato de informação midiático, que caracteriza tradicionalmente o jornalismo, na ambiência das mídias sociais digitais. Delimita-se à análise dos dados externos do contrato (identidade, finalidade, propósito e dispositivo), a partir de Patrick Charaudeau, no âmbito da esfera produtiva do jornalismo. Por meio de observação não participativa, são descritas as fanpages dos jornais brasileiros Zero Hora, Folha de S. Paulo e Estado de 1 Jornalista, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), docente no curso de Jornalismo e no MBA em Mídias Sociais do Centro Universitário Franciscano (Unifra), e-mail: [email protected]. 2 Jornalista, doutora em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pós-Doutora em Comunicação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), docente no Curso de Jornalismo e no Programa de Pós-Graduação da Feevale, jornalista da Fundação de Economia e Estatística, e-mail: [email protected]. 3 Graduada em Comunicação Social, doutora em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pós-Doutora pela University College of London (UCL) com bolsa de Estágio Sênior no Exterior concedida pela CAPES, professora titular do Programa de Pós- Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), bolsista em produtividade de pesquisa do CNPq, e-mail: [email protected]. 1

CONTRATO DE INFORMAÇÃO NAS MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS: DADOS EXTERNOS EM POSTAGENS DE JORNAIS BRASILEIROS NO FACEBOOK

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O trabalho apresenta um recorte teórico-analítico de pesquisa em desenvolvimento sobre as possíveis transformações do contrato de informação midiático, que caracteriza tradicionalmente o jornalismo, na ambiência das mídias sociais digitais. Delimita-se à análise dos dados externos do contrato (identidade, finalidade, propósito e dispositivo), a partir de Patrick Charaudeau, no âmbito da esfera produtiva do jornalismo. Por meio de observação não participativa, são descritas as fanpages dos jornais brasileiros Zero Hora, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, no site de rede social Facebook, com análise das quatro condições do contrato em uma postagem representativa de cada organização. O objetivo é ilustrar a adaptação da instituição jornalística à ambiência conversacional das mídias sociais digitais. Nesta etapa, percebe-se que variam as formas de contato com o leitor, por parte dos jornais, na mídia social, com postagens ora mais humanizadas ora tradicionais e informativas, indicando que o fornecimento de informação pode estar deixando de ser prioridade nesses espaços na busca de se constituir outros vínculos com o público.

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CONTRATO DE INFORMAO NAS MDIAS SOCIAIS DIGITAIS: DADOS EXTERNOS EM POSTAGENS DE JORNAIS BRASILEIROS NO FACEBOOK

CONTRATO DE INFORMAO NAS MDIAS SOCIAIS DIGITAIS: DADOS EXTERNOS EM POSTAGENS DE JORNAIS BRASILEIROS NO FACEBOOKMEDIA INFORMATION CONTRACT ON DIGITAL SOCIAL MEDIA: EXTERNAL DATA IN BRAZILIAN NEWSPAPERS POSTS ON FACEBOOK

Luciana Menezes Carvalho [footnoteRef:1] [1: Jornalista, doutoranda no Programa de Ps-Graduao em Comunicao da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), docente no curso de Jornalismo e no MBA em Mdias Sociais do Centro Universitrio Franciscano (Unifra), e-mail: [email protected]. ]

Anelise Rublescki [footnoteRef:2] [2: Jornalista, doutora em Comunicao e Informao pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ps-Doutora em Comunicao pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), docente no Curso de Jornalismo e no Programa de Ps-Graduao da Feevale, jornalista da Fundao de Economia e Estatstica, e-mail: [email protected].]

Eugenia Mariano da Rocha Barichello[footnoteRef:3] [3: Graduada em Comunicao Social, doutora em Comunicao pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ps-Doutora pela University College of London (UCL) com bolsa de Estgio Snior no Exterior concedida pela CAPES, professora titular do Programa de Ps-Graduao em Comunicao da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), bolsista em produtividade de pesquisa do CNPq, e-mail: [email protected].]

Resumo: O trabalho apresenta um recorte terico-analtico de pesquisa em desenvolvimento sobre as possveis transformaes do contrato de informao miditico, que caracteriza tradicionalmente o jornalismo, na ambincia das mdias sociais digitais. Delimita-se anlise dos dados externos do contrato (identidade, finalidade, propsito e dispositivo), a partir de Patrick Charaudeau, no mbito da esfera produtiva do jornalismo. Por meio de observao no participativa, so descritas as fanpages dos jornais brasileiros Zero Hora, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, no site de rede social Facebook, com anlise das quatro condies do contrato em uma postagem representativa de cada organizao. O objetivo ilustrar a adaptao da instituio jornalstica ambincia conversacional das mdias sociais digitais. Nesta etapa, percebe-se que variam as formas de contato com o leitor, por parte dos jornais, na mdia social, com postagens ora mais humanizadas ora tradicionais e informativas, indicando que o fornecimento de informao pode estar deixando de ser prioridade nesses espaos na busca de se constituir outros vnculos com o pblico.Palavras-Chave: Contrato de informao miditico 1. Instituio Jornalstica 2. Mdias Sociais Digitais 3. Contrato de Comunicao 4. Patrick Charaudeau 5.

Resumen: El artculo presenta una aproximacin terica y analtica de una investigacin actualmente en desarrollo sobre las posibles transformaciones del contrato de comunicacin meditica establecido por los medios de comunicacin en el ambiente digital. Se centra en el anlisis de la informacin de los datos externos del contrato, que se definen a partir de la teora propuesta por Patrick Charaudeau dentro de la esfera productiva del periodismo. A travs de la observacin no participante, describe las fanpages de tres diarios brasileos, Zero Hora, Folha de S. Paulo y O Estado de S. Paulo, presentes en la red social Facebook, y lleva a cabo el anlisis de las cuatro condiciones del contrato. El objetivo es ilustrar la adaptacin de la institucin periodstica en el ambiente de conversacin de los medios digitales. En esta etapa, se puede ver que varan las formas de contacto con el lector, entabuladas por los peridicos en el entorno de las redes sociales, donde encontramos los mensajes a veces ms humanos y a veces ms tradicionales e informativas, lo que indica que el suministro de informacin puede estar dejando de ser una prioridad en estos espacios digitales en una bsqueda para establecer otros vnculos con el pblico.

Palabras clave: Contrato de Comunicacin Miditica 1. Instituicin Periodstica 2. Contrato de Comunicacin 3 Medios de Comunicacin Digitales 4. Patrick Charaudeau 5.

Abstract: The paper presents a theoretical and analytical approach of a research currently in development concerning the possible changings of the media information contract, which traditionally features journalism, in the ambience of digital social media. It focuses on the analysis of external contract data which are delimited from Patrick Charaudeau proposal within the productive sphere of journalism. Through non-participant observation, are described fan pages of Brazilian newspaper Zero Hora, Folha de S. Paulo and O Estado de S. Paulo, all hosted on the social networking site Facebook, and is carried out the analysis of the four conditions of the contract in a posting representative of each organization. The aim is to illustrate the adaptation of journalistic institution in conversational ambience of digital social media. At this stage, one can see that vary forms of contact with the reader, by the newspapers, carried out on social media, where we find posts sometimes more human and sometimes more traditional and informative, indicating that the provision of information can be leaving to be a priority in these digital spaces looking to set up other links with the public

Keywords: Media Information Contract 1. Journalistic Institution 2. Digital Social Media 3. Contract of Communication 4. Patrick Charaudeau 5.

CONDIES DO CONTRATO DE INFORMAO DO JORNALISMO

Toda comunicao envolve algum tipo de contrato, ou acordo tcito, entre os sujeitos que se relacionam por meio da linguagem. Para Charaudeau (2009, 2012), as situaes de troca comunicativa envolvem, sempre, co-intencionalidades que so postas em prtica e reguladas por uma srie de restries. Os parceiros se relacionam por meio de um acordo prvio pelo qual se reconhecem um ao outro e identificam a situao na qual se encontram. O contrato envolve restries da ordem do gnero discursivo no qual se inscrevem os enunciados, e da instituio que regula suas prticas discursivas e que so reconhecidas pelos sujeitos. Ou seja, para que possam se comunicar, os indivduos precisam levar em considerao os dados internos[footnoteRef:4] (espaos linguageiros) e externos[footnoteRef:5] (condies situacionais) que constituem uma troca. No caso dos enunciados inscritos em determinados gneros de discurso, como os do jornalismo, significa submeter-se s suas regras, aceitando suas normas institucionais e lingusticas como vlidas. [4: Os dados internos dizem respeito aos espaos de locuo, relao e tematizao. Tais espaos no sero analisados neste trabalho.] [5: Os dados externos so as condies de identidade, finalidade, propsito e dispositivo, que constituem a anlise aqui apresentada.]

No jornalismo, a relao entre produtores e receptores se d, tradicionalmente, por meio de um contrato com foco na informao. a partir da expectativa de que a instncia de produo entregue informao com credibilidade que o pblico das organizaes jornalsticas com elas se relaciona, por meio de seus produtos (jornais, revistas, programas de rdio de TV). Com a internet e as plataformas digitais, e a conformao de um novo ecossistema miditico, essa relao se torna mais complexa.Entendendo o jornalismo como gnero de discurso (BENETTI, 2008) e instituio social (GUERRA, 2009; CARVALHO e BARICHELLO, 2008; CARVALHO, 2010), identificamos que a base da comunicao em seus espaos e condies se desdobra a partir de um contrato que permanece mais ou menos estvel, tendo na mediao informativa sua base. Alinha-se ao que Charaudeau (2009, 2012) denomina contrato de informao miditico, definido como o tipo de contrato comunicativo caracterstico dos meios voltados para informar.O que define uma dada situao comunicacional linguageira como pertencente ao gnero jornalstico e a este tipo de contrato a presena mais ou menos estvel das condies (dados externos) e espaos (dados internos) que envolvem as instncias de produo e recepo. Embora todos os dados sejam fundamentais para a anlise do contrato ofertado pela instncia de produo do jornalismo, delimitamos, neste trabalho, a anlise do contrato das organizaes jornalsticas no Facebook aos dados externos (condies) que o integram. A seguir, abordaremos as condies situacionais do contrato de informao, com foco na instncia de produo do jornalismo:a) IDENTIDADE - Trata-se de uma instncia composta por vrios atores que esto presentes em qualquer enunciado produzido por ela: alm dos valores da instituio jornalstica, a organizao enquanto empresa, seus diretores, editores, a programao, linha editorial, histrico da organizao. importante assinalar que, atualmente, o pblico deixou de ser apenas receptor para se tornar usurio e interagente, e tem espaos nos prprios dispositivos miditicos para se manifestar ou interagir diretamente com a instncia de produo, da qual eles tambm podem fazer parte, comentando, enviando seus relatos e testemunhos, fotos ou vdeos. b) FINALIDADE - A mdia, de forma geral, e no apenas jornalstica, se v entre a necessidade de fazer saber (visada de informao) e a de fazer sentir (visada de captao). No caso do jornalismo especificamente, prevalece a primeira, vide o contrato de informao que o caracteriza. Charaudeau (2009) esclarece que, mesmo que possamos identificar em alguns produtos jornalsticos um predomnio de uma funo emotiva, visivelmente voltada para captura de audincia, o que define o contrato jornalstico seu ideal informativo. c) PROPSITO - A questo do propsito est ligada s noes de universo de discurso e de acontecimento. Referem-se aos processos de transformao, por parte da instncia de produo, do acontecimento bruto em notcia; e de interpretao, por parte da instncia de recepo, da notcia em algo que faa sentido, de acordo com conhecimentos prvios, competncias culturais, mediaes sociais. Na instncia de produo, este acontecimento transformado em relato por meio de uma srie de filtros que passam pelos critrios de noticiabilidade e valores-notcia.d) DISPOSITIVO - Constitui as condies materiais pelas quais ocorrem as trocas dentro de um determinado contrato, envolvendo uma articulao estruturada de vrios elementos. No , ento, somente a tecnologia, ou o suporte utilizado para veicular ou receber os produtos jornalsticos. So as circunstncias que envolvem as caractersticas materiais, formais, semiticas do meio, e que influenciam na configurao da mensagem: Todo dispositivo formata a mensagem e, com isso, contribui para lhe conferir um sentido. (CHARAUDEAU, 2009, p. 105). O dispositivo , assim, um suporte associado a uma tecnologia, sendo permeado de materialidades e sistemas semiolgicos. Dentro do contrato de comunicao informativo (do jornalismo), cada dispositivo interfere na produo e na recepo das mensagens.

CONTRATO DE INFORMAO NAS MDIAS SOCIAIS DIGITAIS

Nas mdias sociais digitais, as condies situacionais pelas quais a informao circula so distintas daquelas dos meios tradicionais. Nem sempre a identidade de quem enuncia corresponde a um jornalista ou a uma organizao informativa; do mesmo modo, a visada informativa ganha outros contornos e desdobramentos; o propsito varia tanto a ponto de se discutir transformaes dos critrios de noticiabilidade do jornalismo (memes[footnoteRef:6] viram notcia a partir dos compartilhamentos nas redes, em uma outra lgica de seleo dos fatos); e o dispositivo se torna mais complexo. [6: So contedos que circulam de forma viral na internet, por meio do compartilhamento dos usurios.]

Nas mdias sociais digitais, o dispositivo envolve vrias condies materiais e sistemas semiolgicos (linguagem verbal escrita, oralidade, iconicidade); o suporte de transmisso digital, por meio de telas (de celulares, computadores, tablets); e a tecnologia hbrida, hipertextual e hipermiditica, interativa, a relao entre os atores (organizaes e pblicos) totalmente diferente da possibilitada pelos demais meios. Essas mdias esto permeadas pela colaborao dos participantes devido a uma srie de materialidades (HANKE, 2006; BRAGA, 2008), que constituem suas lgicas e gramticas por meio de interaes sociotcnicas. Entendemos que as mdias sociais digitais no so sociais a priori (PRIMO, 2013), mas se desenvolvem por meio de interaes complexas entre diferentes atores as tecnologias que incidem com suas materialidades sobre os usurios (indivduos e organizaes), e esses com suas apropriaes das tecnologias. A partir da noo de affordances (GIBSON, 1986) e do entendimento dos meios como gramticas (PEREIRA, 2004), podemos dizer que algumas mdias apresentam maior potencialidade que as demais para uma comunicao mais participativa e em rede. o caso das mdias sociais digitais, que podem ser definidas como [...] quaisquer tecnologias ou prticas online que permitem o compartilhamento de contedo, opinies, ideias, experincias e mdias, possibilitando conversaes sobre o que relevante. (SAAD, 2011, p. 164)Atualmente, h uma srie de servios na internet e aplicativos para plataformas mveis que possibilitam esse tipo de uso focado no compartilhamento e na conversao. Os sites de redes sociais como o Facebook e seus aplicativos para tecnologias mveis, como smartphones e tablets so um tipo de mdia social digital. O que caracteriza um site de rede social a possibilidade de criar um perfil ou pgina personalizada do ator social, ter um espao de interao com outros atores e a possibilidade de publicizao da rede de contatos aos demais atores (BOYD & ELISSON, 2007), o que a constitui tambm em uma mdia social, por onde circulam informaes.O aproveitamento das potencialidades informativas e conversacionais das mdias sociais ampliam caractersticas j presentes nas geraes anteriores do jornalismo digital, conforme apontaram Mielniczuk (2001) e Palacios (2003), como multimidialidade, hipertextualidade, interatividade, personalizao, ubiquidade, alm de explorar a cultura da participao e a convergncia miditica. Tais desdobramentos potencializam a circulao da notcia no ecossistema midiatizado, em um contexto em que o jornalismo passa a depender da participao dos interagentes da rede digital para que seus produtos tenham visibilidade. As mudanas ocorrem, tambm, no discurso jornalstico, historicamente marcado por estratgias de apagamento de sua prpria encenao, que passa a se voltar para o seu prprio dizer. Fausto Neto (2006) explica que a autorreferencialidade na mdia, como uma das manifestaes da midiatizao, apresenta-se de vrias formas, seja com as organizaes falando de si mesmas ou remetendo umas s outras, constituindo os jornalistas em atores da prpria enunciao, transformando vida privada em vida pblica, produzindo notcias sobre o prprio campo jornalstico.

CONDIES DO CONTRATO DO JORNALISMO NO FACEBOOK

Nesta etapa da pesquisa, selecionamos trs organizaes jornalsticas brasileiras presentes na internet que mantm fanpages[footnoteRef:7]: Zero Hora, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo. Aps a seleo das organizaes, partimos para a observao direta no participativa, conforme proposto por Johnson (2010), nas pginas das organizaes. [7: Em traduo literal para o portugus, pgina de fs, modalidade alternativa aos perfis, no Facebook. Enquanto os perfis so destinados construo de representaes de pessoas fsicas, as pginas ou fanpages so indicadas para pessoas jurdicas (empresas, pessoas pblicas, personagens, comunidades, etc). No trabalho, utilizamos pgina e fanpage como sinnimos.]

Os posts[footnoteRef:8] selecionados foram publicados entre outubro e novembro de 2013. A seleo do material foi realizada entre os dias 31/11 e 02/12 de 2013. Posteriormente observao direta nas pginas e coleta dos dados bsicos como nmero de seguidores, imagens utilizadas, e promessa junto aos leitores (no item sobre do Facebook), aplicamos um protocolo de anlise para identificao e interpretao dos dados externos, ou condies, do contrato de comunicao. [8: Palavra em ingls (verbo que significa enviar, informar) que foi apropriada pelos brasileiros como substantivo para designar os textos postados em blogs e outras mdias digitais.]

A seguir, apresentamos o resultado da observao realizada nas pginas dos jornais e a anlise das condies do contrato de comunicao em um post de cada jornal. As trs postagens apresentadas aqui foram selecionadas de um conjunto de dados coletados durante esta etapa da pesquisa. Devido s restries do nmero de pginas de um artigo, no seria possvel relacionar neste trabalho um maior nmero de posts.

1. Zero HoraO jornal Zero Hora (ZH), de Porto Alegre (RS) mantm a pgina no Facebook desde 17 de junho de 2009, informao que disponibilizada na prpria fanpage. O jornal apresenta-se informalmente aos seguidores, com uma saudao que se aproxima de uma conversa (Oi) e a utilizao do tom coloquial, de acordo com a ambincia da mdia social (Curta). Como podemos ver na Figura 1, a pgina permite envio de mensagens in box[footnoteRef:9] por parte de seus seguidores. [9: Mensagem enviada em modo fechado, particular para o dono da pgina.]

Figura 1 Cabealho da fanpage de ZHFonte: facebook.com/zerohora.[footnoteRef:10] [10: Acesso em 30/11/2013.]

Ao mesmo tempo, o texto de abertura da pgina informa que sua principal funo fornecer aos seguidores atualizaes e fotos sobre as ltimas notcias. A pgina de ZH no Facebook conta com aproximadamente 694 mil curtidas, ou seja, perfis que optaram por receber, em seus feeds[footnoteRef:11], o contedo postado pelo jornal. [11: Forma abreviada de newsfeed, que se trata de sistema de publicao automtica de informaes e notcias na internet. No Facebook, a forma pela qual os perfis recebem atualizaes das pginas que curtiram.]

Uma observao exploratria nas postagens mais recentes do jornal mostra que a organizao utiliza o espao para noticiar suas principais manchetes ou notcias de ltima hora; promover a participao dos interagentes, convidando-os a participar de coberturas colaborativas; autopromover-se atravs de um discurso autorreferencial ou da explorao dos bastidores da redao; e explorao do carter conversacional da mdia social, sobretudo no uso de uma linguagem coloquial permeada por marcas de oralidade, como quando o jornal deseja bom dia aos seus seguidores.As postagens apresentam nmeros expressivos de engajamento do pblico, dependendo do contedo, e foram encontradas algumas passagens em que o jornal conversa diretamente com algum seguidor por meio do espao de comentrios e respostas do Facebook. Selecionamos uma postagem que ilustra uma estratgia de adaptao do jornal ao carter participativo da mdia social (Figura 2).

Figura 2 Post de ZH.Fonte: facebook.com/zerohora [footnoteRef:12] [12: Acesso em 01/12/2013.]

O post selecionado consiste em uma imagem do trio de msicos da banda britnica Black Sabbath, que faria um show naquela noite na cidade de Porto Alegre (RS), contendo a hashtag[footnoteRef:13] #blacksabbathempoa[footnoteRef:14]. No enunciado verbal, tem-se um chamado de Zero Hora convidando os leitores a participar da cobertura colaborativa do show. Na anlise (Quadro 1), encontramos marcas de conversao por meio do tom coloquial, e do breve dilogo que se estabeleceu entre um interagente e o jornal[footnoteRef:15], no espao de comentrios. [13: Palavras-chave utilizadas com o smbolo cerquilha (hash, no ingls britnico) que funcionam como etiquetas (tags) para organizar as postagens nas mdias sociais, podendo facilitar em coberturas colaborativas no agrupamento de postagens que tratem do mesmo acontecimento.] [14: Referente presena da banda em P. Alegre (POA).] [15: Optamos por no reproduzir o dilogo entre o jornal e o leitor em funo dos limites de caracteres e da delimitao anlise dos dados externos do contrato nas postagens.]

CONDIESANLISE

IdentidadeQuem enuncia neste post a prpria ZH, por meio de um tom conversacional. A postagem inicia com um convite ao leitor, para que informe as msicas preferidas da banda, e faa parte da cobertura colaborativa em tempo real do show, lanada pelo veculo. Que msicas voc quer ouvir? e Participe da cobertura so marcas no enunciado que indicam que a instncia de produo visa um efeito de aproximao com seu enunciatrio. O destinatrio ideal algum que se identifica com a banda e estaria disposto a colaborar enviando fotos, relatos ou vdeos durante o show.

FinalidadePercebemos o predomnio das visadas prescritiva (fazer com o que o leitor participe da cobertura); do pathos (fazer sentir pelo apelo emotivo dos fs); e informativa (fazer saber ao pblico, mas contando com sua colaborao, na medida em que quanto mais gente participar da cobertura, melhor informados ficariam todos). As visadas de informao e captao se complementam.

PropsitoO show da banda Black Sabbath, em Porto Alegre, a temtica de interesse jornalstico sobre a qual se apoia a enunciao de ZH. O propsito informar sobre o show e, ao mesmo tempo, envolver o pblico neste processo informativo. H o emprego de uma estratgia de autorreferencialidade quando o jornal chama ateno para sua prpria cobertura, e no apenas para o show.

DispositivoA preferncia pela postagem com imagens estratgica no Facebook, pois assim como vdeos, atraem mais ateno dos interagentes nas mdias sociais do que apenas texto verbal. A incluso do link, alm de demonstrar a explorao, pela instncia de produo, do hipertexto (uma das caractersticas das mdias digitais e da internet), tambm indica o recurso transmidialidade entre fanpage e Blog do Leitor ambos se complementam e so utilizados com fins distintos. A estratgia relacional aparece na resposta dada pelo jornal a um comentrio de leitor-interagente, promovendo uma conversao tipo de comunicao que caracteriza as mdias sociais digitais. H, em cena, tambm, as materialidades dos dispositivos mveis, pois, ao solicitar a participao dos fs que estivessem no show, por meio do envio de fotos e vdeos, ZH apela para o uso das tecnologias mveis como smartphones e tablets.

Quadro 1 Anlise dos dados ou condies externas do contrato no post de ZH.Fonte: Elaborado pelas autoras.

2. Folha de S. Paulo A Folha de S. Paulo (FSP) apresenta-se em sua fanpage com a proposta de receber a opinio do leitor (Figura 3). Diferentemente de Zero Hora, no est disponvel a informao sobre desde quando o jornal est no Facebook, e tambm no possvel ao seguidor enviar mensagem in box aos administradores da pgina.

Figura 3: Print da imagem de capa da fanpage da FSP.Fonte: facebook.com/folhadesp[footnoteRef:16]. [16: Acesso em 01/12/2013.]

H um tom mais formal no texto, com destaque data de fundao (1921), e maior nfase promessa de fornecer informao, como podemos identificar no trecho A Folha de S.Paulo (www.folha.com) quer levar a voc o melhor contedo, com pluralismo, jornalismo crtico e independncia. O mesmo ocorre na seo sobre, em que a organizao jornalstica fala de seus princpios editoriais, que no por coincidncia relacionam-se a alguns dos principais pilares do jornalismo enquanto instituio, como pluralismo, apartidarismo, jornalismo crtico e independncia. O texto destaca, tambm, o fato de a FSP ter sido o primeiro veculo de comunicao do Brasil a adotar a figura do ombudsman e se compromete a oferecer contedo on-line a seus leitores. Como informao de contato, dado apenas o endereo do site do jornal.A fanpage da FSP conta com aproximadamente 2,3 milhes de seguidores ou perfis que curtiram a pgina para receber suas atualizaes em seus feeds do Facebook. A observao exploratria nas postagens do jornal em sua pgina mostra que o compromisso de fornecer informao neste espao levado a srio, pois so poucos os posts que adotam uma maior coloquialidade na linguagem ou que incluem um carter mais conversacional. Selecionamos, para este trabalho, uma postagem (Figura 3) coletada no perodo da investigao emprica, que tambm ilustra como o processo de adaptao dos jornais ambincia digital mais complexo do que se imagina, diante das transformaes do ecossistema como um todo e suas afetaes para o jornalismo.

Figura 3 Post da FSP.Fonte: facebook.com/folhadesp[footnoteRef:17]. [17: Acesso em 01/12/2013.]

Neste post, o jornal utiliza sua fanpage para divulgar as notcias e reportagens publicadas em seu site. H um recurso coloquialidade com a expresso o buraco mais embaixo, que no aparece na matria, portanto podemos inferir que se trata de uma adaptao ao carter conversacional da mdia social (Quadro 2). O assunto uma reportagem especial sobre a histria dos bueiros da cidade de So Paulo. Na imagem postada, tem-se um infogrfico que integra a reportagem.

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IdentidadeO post parte de um enunciatrio tradicional, a FSP, que assume sua identidade de fornecedora de informaes.

FinalidadePrevalece a visada de informao, o intuito do jornal em fazer saber, no pelo factual, j que no se trata de uma notcia, mas pelo apelo histrico, que pode se relacionar visada do pathos, j que o jornal fala da histria da cidade e seu cotidiano.

PropsitoO propsito informar sobre a cidade de So Paulo, sua histria e suas ruas, e ao mesmo tempo sobre o prprio jornal, que chama ateno para seu prprio fazer (Por trs meses, a Revistasaopaulo fez uma varredura...).

DispositivoA postagem encena a informao por meio de um dispositivo que explora as materialidades informativas da hipermdia (por meio do infogrfico que mistura imagem, grficos e texto), e da linguagem hipertextual, que convida o interagente a percorrer o caminho do link, para complementar as informaes includas no post. A fanpage utilizada, novamente, como canal de divulgao das informaes do jornal, chamando o leitor, por meio dos links, a visitar o site, indicando um recurso multimidialidade entre fanpage e site (que se complementam). Apesar de aparentemente funcionar como um dispositivo tradicional, o espao de comentrios e a possibilidade de curtir e compartilhar explorado amplamente pelos leitores, que interagem com a informao e entre si. No entanto, a possibilidade de conversar com o leitor no explorada pelo jornal. o primeiro post deste corpus a utilizar um recurso de informalidade para chamar para a matria: o uso da expresso o buraco mais embaixo ocorre apenas na fanpage, no fazendo parte do ttulo da matria no site do jornal.

Quadro 2 Anlise do post da FSP no FacebookFonte: Elaborado pelas autoras.

3. O Estado de S. PauloO jornal O Estado de S. Paulo (ESP) concorrente da Folha no estado, e d nfase, em seu texto de apresentao no Facebook, para o carter participativo da mdia social. Sua fanpage se coloca para o leitor como um espao para participao e debate. No entanto, deixa claro que esta participao deve ser conforme algumas regras[footnoteRef:18], consideradas necessrias para que sejam mantidas discusses bacanas no espao. No espao sobre, no est disponvel a informao sobre desde quando o jornal mantm a pgina. Tambm no possvel enviar mensagem in box. [18: As regras para participao referem-se a comentrios no s na fanpage, mas em todos os espaos do leitor no jornal, na internet: http://cadastro.estadao.com.br/responsabilidade-online.]

Figura 4: Imagem de capa da fanpage do Estado.Fonte: facebook.com/estadao[footnoteRef:19]. [19: Acessado dia 30/11/2013.]

Embora seja visvel a preocupao em mostrar o carter histrico, tradicional do jornal, com sua data de fundao (1875) e outras datas histricas que foram inseridas em sua linha do tempo, h uma nfase nas peculiaridades de seu papel na fanpage. A linguagem coloquial (discusses bacanas) e o destaque participao e debate atestam esta adaptao ambincia de mdia social. A fanpage do ESP possui 909 mil likes e a imagem de capa (Figura 4) trazia, no perodo da pesquisa, uma imagem diferente a cada dia, com o tema amanhecer. Tratavam-se de imagens enviadas por leitores por meio do aplicativo de rede social Instagram, com a utilizao da hashtag #AmanhecerEstadao. Em nossa observao exploratria, j possvel perceber significativas diferenas nas estratgias adotadas pelo Estado em relao ao seu concorrente Folha de S. Paulo no Facebook. Assim como Zero Hora, o ESP adota distintas formas de enunciao em sua fanpage, postando notcias que convidam a acessar seu site, mas tambm investindo no relacionamento com os interagentes, como quando deseja bom dia aos seguidores da rede social e compartilha imagens enviadas pelos leitores. Na Figura 5, o post analisado reflete essa estratgia do jornal.

Figura 5 Post do ESPFonte: facebook.com/estadao[footnoteRef:20]. [20: Acesso em 3/12/2013.]

Esta postagem apresenta o predomnio do tom conversacional em seu enunciado. O jornal d bom dia, utiliza expresses informais como galera, e recorre hashtag, recurso tpico das mdias sociais, alm de conectar a fanpage com o perfil do jornal no Instagram, conforme analisamos no Quadro 3.

CONDIESANLISE

IdentidadeNeste post, o jornal assume um enunciador informal, que no est preso linguagem objetiva da informao jornalstica. Tambm est presente como co-enunciador o leitor que enviou a imagem.

FinalidadeO ESP apresenta uma finalidade marcada pelo fazer sentir (pathos). Percebemos tambm uma estratgia promocional quando remete a uma misso proposta aos leitores no Instagram. No deixa de ser, tambm, autorreferencial, pois o jornal chama ateno para si.

PropsitoSobre o que se fala? Neste caso, sobre a imagem enviada pelo leitor, por meio da proposta colaborativa promovida pelo jornal no Instagram. H tambm o propsito de estabelecer uma conversa com o leitor (bom dia, tima semana...).

DispositivoEste post um exemplo de explorao do carter relacional das mdias sociais, a comear pela linguagem utilizada. Tem sido cada vez mais comum se ver empresas desejando bom dia aos seguidores, adotando uma linguagem mais prxima de uma conversao entre pessoas. O uso da expresso galera e do emoticon de sorriso so marcas da adaptao estratgica ambincia sociotcnica das mdias sociais. As lgicas da ambincia midiatizada tambm esto presentes no estmulo participao dos interagentes, convidados a enviar suas fotos pelo Instagram, e na incluso do interagente na enunciao. Neste caso, a foto do leitor utilizada como imagem de capa, e esta incluso estratgica enunciada: o clique foi enviado por Fausto Mota.... As caractersticas da plataforma digital so exploradas por meio da conectividade, com a convergncia entre as duas mdias sociais, e hipertextualidade, por meio do recurso ao link. Apesar do tom conversacional e da informalidade, no entanto, no se registra conversa direta entre leitores e organizao, embora o post tenha gerado muita interao dos leitores com o contedo, a julgar pelo nmero de compartilhamentos da imagem e de opes curtir.

Quadro 3: Anlise do post do Estado no Facebook.Fonte: Elaborado pelas autoras.

A observao nas fanpages dos jornais, nesta etapa exploratria da pesquisa, mostrou algumas nuances interessantes do processo de adaptao da instncia de produo do jornalismo ambincia de mdia social digital. Embora o perodo de anlise tenha sido restrito e as estratgias, em se tratando de ambincia digital, estejam sempre mudando, a presena do tom conversacional na enunciao e o incentivo participao dos leitores/interagentes representam pistas relevantes para compreender as transformaes do jornalismo no ecossistema midiatizado, sobretudo nas quatro condies do contrato de comunicao do jornalismo, do ponto de vista da instncia de produo, aqui analisadas.

CONSIDERAES PONTUAIS

A partir da anlise das condies (dados externos) do contrato de comunicao do jornalismo, do ponto de vista da instncia de produo, nas postagens dos jornais no Facebook, podemos perceber que variam as formas de contato com o leitor, com postagens humanizadas (como quando desejam bom dia e solicitam ao leitor contedo colaborativo) ou mais tradicionais e informativas (como quando apenas reproduzem manchetes e notcias de seus sites). Alm disso, recorrente a utilizao da autorreferencialidade, em postagens em que as organizaes chamam ateno para o seu prprio fazer ou ao seu lugar institucional.As postagens apresentam tanto elementos do contrato informativo tradicional do jornalismo (principalmente quanto identidade de quem enuncia, que em geral representa a prpria organizao), como alguns elementos que indicam adaptao s gramticas da mdia social, no que diz respeito principalmente a aspectos do dispositivo, como mostrou a anlise das condies do contrato. importante, no entanto, assinalar, que h postagens em que mesmo a condio de identidade partilhada com o leitor/interagente co-enunciador, quando a postagem traz fotos enviadas para a redao, por exemplo. J o dispositivo que se constitui na enunciao jornalstica, nas pginas dos jornais no Facebook, no raro explora as materialidades do meio digital, recorrendo multimidialidade (com vdeos, imagens), transmidialidade (uma mdia integrada outra, como site e fanpage, ou Instagram e fanpage), hipertextualidade (com a presena dos links), e interatividade (com a participao dos interagentes e a conversao), o que, acreditamos, ocorre por conta das affordandes ou gramticas da prpria mdia em que se d a enunciao.Percebemos, de forma inconclusiva e parcial, que a cultura participativa e conversacional, que caracteriza o ecossistema midiatizado das mdias sociais, afeta aos poucos o carter informativo do contrato de comunicao do jornalismo, dando visada de informao outros sentidos mais adaptados ao entorno midiatizado. Tais questes, aqui tangenciadas, devem ser aprofundadas nos encaminhamentos futuros da pesquisa, em que pretendemos investigar tambm os dados internos do contrato do jornalismo nas mdias sociais e ampliar o corpus de anlise.

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