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XVI ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO Desafios e Perspectivas da Internacionalização da Construção São Paulo, 21 a 23 de Setembro de 2016 CONTRIBUIÇÃO DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL NA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE ACESSIBILIDADE NO COTIDIANO DO IDOSO 1 TIBÚRCIO, Túlio Márcio de Salles (1); SOUZA, Sandro Ferreira (2); FONSECA, Talita da Conceição de Oliveira (3); MENDES, Rodrigo Bicalho (4) (1) UFV, email: [email protected]; (2) UFV, email: [email protected]; (3) UFV, email: [email protected]; (4) UFV, email: [email protected] RESUMO A legislação brasileira contém leis e regulamentos que determinam critérios básicos para a promoção da acessibilidade e benefícios aos idosos. O fenômeno de envelhecimento populacional que ocorre no Brasil indica um aumento da população de idosos em poucas décadas. Outro fenômeno que se observa é o constante avanço da tecnologia destinada à automação residencial. Dentro desse cenário, esta pesquisa tem objetivo de investigar se as tecnologias atuais usadas para automação residencial contribuem para solução de problemas do cotidiano vividos pelos idosos em suas residências, no que tange à acessibilidade. A pesquisa é baseada em estudos de casos, e utiliza o mapa comportamental; aplicação de questionários a uma amostra da população idosa e mapeamento de tecnologias existentes no mercado, através de pesquisa eletrônica. Concluiu-se que os idosos vivenciam diversas situações que envolvem problemas de acessibilidade e segurança em seu cotidiano e que a tecnologia para automação residencial contribui na busca de soluções nestes campos. Identificou-se que as empresas fornecedoras destas tecnologias, atendem parcialmente aos problemas citados, deixando lacunas relacionadas à segurança, às atividades da vida diária e ao mobiliário. Estas lacunas identificadas representam um potencial de crescimento no setor de tecnologias de automação residencial com foco nos idosos e suas atividades do cotidiano. Palavras-chave: Automação Residencial. Idosos. Acessibilidade. ABSTRACT Brazilian legislation contains laws and regulations describing basic criteria for the promotion of accessibility and benefits for the elderly. The population aging phenomenon that occurs in Brazil indicates an increase in the elderly population in a few decades. Another phenomenon that is observed is the constant advancement of technology intended for home automation. In this scenario, this study aims to investigate whether current technologies used for home automation contribute to the problems of everyday life experienced by older people in their homes, regarding accessibility. The search is based on case studies and uses the behavioral map; survey with questionnaires to a sample of the elderly population and mapping technologies in the industry, through electronic search. It was concluded that the elderly experience different situations involving accessibility and security issues in their daily lives and that the technology for home automation contributes to finding solutions in these fields. It was identified that the suppliers of these technologies, meet partially these problems, leaving 1 TIBÚRCIO, Túlio Márcio de Salles; SOUZA, Sandro Ferreira; FONSECA, Talita da Conceição de Oliveira; MENDES, Rodrigo Bicalho. Contribuição da Automação Residencial na Solução de Problemas de Acessibilidade no Cotidiano do Idoso. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 16, 2016, São Paulo. Anais... Porto Alegre: ANTAC, 2016. 2837

CONTRIBUIÇÃO DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL NA …infohab.org.br/entac/2016/ENTAC2016_paper_722.pdf · promoção da acessibilidade e benefícios aos idosos. O fenômeno de envelhecimento

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XVI ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO

Desafios e Perspectivas da Internacionalização da Construção São Paulo, 21 a 23 de Setembro de 2016

CONTRIBUIÇÃO DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL NA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE ACESSIBILIDADE NO COTIDIANO DO IDOSO1

TIBÚRCIO, Túlio Márcio de Salles (1); SOUZA, Sandro Ferreira (2); FONSECA, Talita da Conceição de Oliveira (3); MENDES, Rodrigo Bicalho (4)

(1) UFV, email: [email protected]; (2) UFV, email: [email protected]; (3) UFV, email: [email protected]; (4) UFV, email: [email protected]

RESUMO A legislação brasileira contém leis e regulamentos que determinam critérios básicos para a promoção da acessibilidade e benefícios aos idosos. O fenômeno de envelhecimento populacional que ocorre no Brasil indica um aumento da população de idosos em poucas décadas. Outro fenômeno que se observa é o constante avanço da tecnologia destinada à automação residencial. Dentro desse cenário, esta pesquisa tem objetivo de investigar se as tecnologias atuais usadas para automação residencial contribuem para solução de problemas do cotidiano vividos pelos idosos em suas residências, no que tange à acessibilidade. A pesquisa é baseada em estudos de casos, e utiliza o mapa comportamental; aplicação de questionários a uma amostra da população idosa e mapeamento de tecnologias existentes no mercado, através de pesquisa eletrônica. Concluiu-se que os idosos vivenciam diversas situações que envolvem problemas de acessibilidade e segurança em seu cotidiano e que a tecnologia para automação residencial contribui na busca de soluções nestes campos. Identificou-se que as empresas fornecedoras destas tecnologias, atendem parcialmente aos problemas citados, deixando lacunas relacionadas à segurança, às atividades da vida diária e ao mobiliário. Estas lacunas identificadas representam um potencial de crescimento no setor de tecnologias de automação residencial com foco nos idosos e suas atividades do cotidiano.

Palavras-chave: Automação Residencial. Idosos. Acessibilidade.

ABSTRACT Brazilian legislation contains laws and regulations describing basic criteria for the promotion of

accessibility and benefits for the elderly. The population aging phenomenon that occurs in

Brazil indicates an increase in the elderly population in a few decades. Another phenomenon

that is observed is the constant advancement of technology intended for home automation.

In this scenario, this study aims to investigate whether current technologies used for home

automation contribute to the problems of everyday life experienced by older people in their

homes, regarding accessibility. The search is based on case studies and uses the behavioral

map; survey with questionnaires to a sample of the elderly population and mapping

technologies in the industry, through electronic search. It was concluded that the elderly

experience different situations involving accessibility and security issues in their daily lives and

that the technology for home automation contributes to finding solutions in these fields. It was

identified that the suppliers of these technologies, meet partially these problems, leaving

1 TIBÚRCIO, Túlio Márcio de Salles; SOUZA, Sandro Ferreira; FONSECA, Talita da Conceição de Oliveira; MENDES, Rodrigo Bicalho. Contribuição da Automação Residencial na Solução de Problemas de Acessibilidade no Cotidiano do Idoso. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 16, 2016, São Paulo. Anais... Porto Alegre: ANTAC, 2016.

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gaps related to security, to the daily life activities and furniture. These gaps identified

represent a growth potential in home automation technology industry focusing on seniors

and their daily activities.

Keywords: Home automation. Elderly. Accessibility.

1 INTRODUÇÃO

A Lei Federal nº 10.098 de 19 de Dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, define estas pessoas como aquelas que, temporária ou permanentemente, têm limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo (art. 2º, III).

O Decreto nº 5.296 de 02 de Dezembro de 2004, que regulamenta a Lei supracitada, define a pessoa com mobilidade reduzida como aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção (art.5º, II). O mesmo decreto destaca também que se enquadram neste item as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos (idosos), gestantes, lactantes e pessoas com criança de colo (art. 5º, II, § 2º).

A acessibilidade é tratada também na Norma NBR 9050 / 2015 - Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Observa-se que nos três casos (Lei, Decreto e Norma) há preocupações com a segurança durante a rotina diária do indivíduo, bem como com sua capacidade de relação autônoma com o meio em que vive, com destaque para a preocupação direta ou indireta com o idoso. Tal preocupação mostra-se pertinente devido à ocorrência de fenômeno de envelhecimento da população brasileira, identificado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2008).

Quanto aos avanços tecnológicos, Tibúrcio e Souza (2014) citam que a atual geração de idosos possui limitações quanto ao uso de produtos de base tecnológica, o que caracteriza barreira em diversos aspectos, tais como social e física.

Enquanto a população envelhece e requer maiores cuidados em diversos aspectos, a tecnologia também progride, proporcionando diversos benefícios. Segundo Barbosa e Qualharini (2004), o avanço da tecnologia é estimulado pelo avanço e miniaturização dos componentes eletrônicos, impulsionando, por exemplo, o setor de automação residencial.

Entende-se desta forma, que a manutenção do idoso em sua residência é essencial à sua qualidade de vida, desde que a residência se adapte às novas exigências que as limitações físicas impõem.

Considerando a percepção de barreira aos idosos, destaca-se dentre estas características a de atender as necessidades dos ocupantes. Desta forma, o presente artigo irá discutir a aplicação da tecnologia para automação

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residencial sob a ótica de sua utilização pela pessoa idosa.

2 REVISÃO DA LITERATURA

Segundo Portela e Costa (2011) o envelhecimento é um processo natural, dinâmico, progressivo e irreversível, que se inicia ao nascer, indo até a morte.

De acordo com a 1ª Pesquisa Sobre Condições de Saúde e Vida dos Idosos da Cidade do Rio de Janeiro (2006) a velhice não deve ser confundida com uma doença, mas dela podem decorrer doenças crônicas que podem acarretar na perda da capacidade funcionaindependência e autonomia.

Edward, Jagger e Harper (1998) afirmam que o estudo das Atividades da Vida Diária (AVDs) tem a finalidade de realizar avaliação funcional do indivíduo. Os autores separam as AVDs em Atividades Básicas da Vida Diária (ABVDs) e Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs). A Associação Americana de Terapia Ocupacional (American Occupational Therapy Association) distingue as ABVDs e AIVDs conforme o diferenciadas no Quadro I. Esta categorização é um instrumento para investido cotidiano dos idosos.

Quadro

Fonte: Adaptado de American Occupational Therapy Association. (AOTA,2008)

Discutindo o cotidiano dos idosos, Barros (2000) aponta que a dimcapacidades físicas dificultescadas, tomar banho sozinho, arrumar a casa, entre outras e que com opassar do tempo e em decorrência disto, o ambiente tornaimportante em relação ao be

Um dos problemas vivenciados pelo idoso, a acessibilidadepor Sassaki (2005) em seis segmentos, sendo arquitetônica, instrumental,comunicacional, metodológica, programática e atitudinal. Para o

ENTAC2016 - São Paulo, Brasil, 21, 22 e 23 de setembro de 2016

residencial sob a ótica de sua utilização pela pessoa idosa.

REVISÃO DA LITERATURA

Segundo Portela e Costa (2011) o envelhecimento é um processo natural, dinâmico, progressivo e irreversível, que se inicia ao nascer, indo até a morte.

acordo com a 1ª Pesquisa Sobre Condições de Saúde e Vida dos Idosos da Cidade do Rio de Janeiro (2006) a velhice não deve ser confundida com uma doença, mas dela podem decorrer doenças crônicas que podem acarretar na perda da capacidade funcional, diminuin

e autonomia.

Edward, Jagger e Harper (1998) afirmam que o estudo das Atividades da Vida Diária (AVDs) tem a finalidade de realizar avaliação funcional do indivíduo. Os autores separam as AVDs em Atividades Básicas da Vida Diária

) e Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs). A Associação Americana de Terapia Ocupacional (American Occupational Therapy Association) distingue as ABVDs e AIVDs conforme o diferenciadas no Quadro I. Esta categorização é um instrumento para investigar as atividades

Quadro 1 - Atividades Da Vida Diária

Fonte: Adaptado de American Occupational Therapy Association. (AOTA,2008)

cotidiano dos idosos, Barros (2000) aponta que a dimdificulta a execução de tarefas diárias tais como

escadas, tomar banho sozinho, arrumar a casa, entre outras e que com opassar do tempo e em decorrência disto, o ambiente torna-se cada vez mais importante em relação ao bem-estar da pessoa que o utiliza”

Um dos problemas vivenciados pelo idoso, a acessibilidadeSassaki (2005) em seis segmentos, sendo arquitetônica, instrumental,

comunicacional, metodológica, programática e atitudinal. Para o

São Paulo, Brasil, 21, 22 e 23 de setembro de 2016

Segundo Portela e Costa (2011) o envelhecimento é um processo natural, dinâmico, progressivo e irreversível, que se inicia ao nascer, indo até a morte.

acordo com a 1ª Pesquisa Sobre Condições de Saúde e Vida dos Idosos da Cidade do Rio de Janeiro (2006) a velhice não deve ser confundida com uma doença, mas dela podem decorrer doenças crônicas que podem

, diminuindo sua

Edward, Jagger e Harper (1998) afirmam que o estudo das Atividades da Vida Diária (AVDs) tem a finalidade de realizar avaliação funcional do indivíduo. Os autores separam as AVDs em Atividades Básicas da Vida Diária

) e Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs). A Associação Americana de Terapia Ocupacional (American Occupational Therapy Association) distingue as ABVDs e AIVDs conforme o diferenciadas no

gar as atividades

Fonte: Adaptado de American Occupational Therapy Association. (AOTA,2008)

cotidiano dos idosos, Barros (2000) aponta que a diminuição das a a execução de tarefas diárias tais como subir

escadas, tomar banho sozinho, arrumar a casa, entre outras e que com o se cada vez mais ”.

Um dos problemas vivenciados pelo idoso, a acessibilidade, é classificada Sassaki (2005) em seis segmentos, sendo arquitetônica, instrumental,

comunicacional, metodológica, programática e atitudinal. Para o

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direcionamento desta pesquisa, sarquitetônica e acessibilidade instrumentalenvolvem diretamente os temas centrais desta pesquisa: a acessibilidade e as atividades da vida diária. Dão foco à relação do ipessoa idosa, com o ambiente em que vive e à vida cotidiana.

A automação residencial, objeto de estudo nesta pesquisa, pSilva e Slama (2001) “designa o conjunto de estudos e técnicas voltadas à integração dos sistemas depara proporcionar conforto no ambiente construído.”adaptando Deboni, Alvarez e Bissoli (2011), define uma lista de aspectos que devem ser considerados na automação predial e sintetizam as aplicações em cada aspecto

Quadro 2 – Aspectos da automação residencial e Potenciais Aplicações

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nto desta pesquisa, são destacadas a arquitetônica e acessibilidade instrumental. Estes dois conceitos associados envolvem diretamente os temas centrais desta pesquisa: a acessibilidade e as atividades da vida diária. Dão foco à relação do indivíduo, inclusive a pessoa idosa, com o ambiente em que vive e à vida cotidiana.

A automação residencial, objeto de estudo nesta pesquisa, pSilva e Slama (2001) “designa o conjunto de estudos e técnicas voltadas à integração dos sistemas de automatismos domésticos que oferece caminho

conforto no ambiente construído.” (p.1)Deboni, Alvarez e Bissoli (2011), define uma lista de aspectos que

devem ser considerados na automação predial e sintetizam as aplicações em cada aspecto (Quadro 2).

Aspectos da automação residencial e Potenciais Aplicações

Fonte: autores

São Paulo, Brasil, 21, 22 e 23 de setembro de 2016

ão destacadas a acessibilidade is conceitos associados

envolvem diretamente os temas centrais desta pesquisa: a acessibilidade e ndivíduo, inclusive a

pessoa idosa, com o ambiente em que vive e à vida cotidiana.

A automação residencial, objeto de estudo nesta pesquisa, para Bianchi, Silva e Slama (2001) “designa o conjunto de estudos e técnicas voltadas à

automatismos domésticos que oferece caminho (p.1). Souza (2015)

Deboni, Alvarez e Bissoli (2011), define uma lista de aspectos que devem ser considerados na automação predial e sintetizam as potenciais

Aspectos da automação residencial e Potenciais Aplicações

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3 METODOLOGIA

A pesquisa exploratória–descritiva é baseada em estudos de casos e utiliza o mapa comportamental; aplicação de questionários a uma amostra da população idosa e mapeamento de tecnologias existentes no mercado, através de pesquisa eletrônica.

3.1 Estudos de Caso

Para a realização dos estudos de casos, baseou-se na Psicologia Ambiental que, segundo Tibúrcio (2007), investiga as interações das pessoas com os ambientes, considerando suas percepções, suas atitudes e ações. Os estudos de caso foram realizados na modalidade coletiva que, segundo Gil (2002) tem como propósito estudar características de uma população, sendo as unidades-caso selecionadas por acreditar que, por meio delas, torna-se possível o entendimento do universo a que pertencem.

Para registro dessas interações utilizou-se o mapa comportamental que, segundo Zeisel (1984) consiste em registrar informações observadas sobre a planta do local, permitindo o registro de várias ilustrações produzidas durante a sessão de observação.

Os mapas comportamentais realizados nos estudos de caso tiveram como objetivo registrar a movimentação da pessoa pela residência, as atividades realizadas e a consequente interação com o ambiente, mobiliário e equipamentos, além de identificar as tecnologias existentes na residência. Tais observações foram realizadas entre os meses de março e abril de 2014 e, pela disponibilidade das pessoas, as observações ocorreram em período de uma tarde ou uma manhã. Para definição da unidade caso, buscou-se identificar características que seriam do indivíduo típico desta pesquisa, a saber:

• Ter idade maior ou igual a 60 anos; • Ser morador de residência uni ou multifamiliar, não sendo aceitos os

moradores de casa de repouso, asilos, etc.; • Não ser indivíduo acamado.

3.2 Questionários

O questionário teve como foco estratégico o levantamento de dados sobre a caracterização do idoso respondente; a satisfação do idoso em relação à acessibilidade em sua residência; satisfação do idoso em relação à sua capacidade de realizar as Atividades da Vida Diária e o entendimento, conhecimento ou desejo em ter as tecnologias para automação residencial.

As questões foram agrupadas em 4 blocos, sendo o primeiro com questões que avaliam a acessibilidade e segurança da residência. Estas questões foram formuladas a partir das observações feitas durante a realização dos estudos de caso e objetivaram a confirmação destas observações.

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O segundo bloco foi referente às AVDs, considerando as atividades que possuem relação com a acessibilidade e mobilidade do idoso. Objetivaram verificar se existe relação entre as AVDs com outras situações, tais como a acessibilidade e a incidência de quedas.

O terceiro bloco foi uma relação de tecnologias destinadas à automação residencial, para que os idosos indicassem quais delas eles conhecem, possuem ou desejam possuir. Objetivou avaliar as demandas pelas tecnologias existentes e verificar se existe relação da aplicação da tecnologia com questões de acessibilidade, AVDs e incidência de quedas.

O último bloco de perguntas é uma caracterização do respondente, com a finalidade de identificar perfis e verificar relações destes com questões de acessibilidade, AVDs ou incidência de quedas.

Do total de 170 questionários, obteve-se 145 respondidos. As respostas foram analisadas estatisticamente utilizando o software estatístico SPSS Versão 15.0 ®, 2010. As variáveis do questionário foram divididas em dois grupos: quantitativas contínuas (referente à idade) e qualitativas dicotômicas (referentes ao sexo, forma de moradia, atividades da vida diária, entre outros). Em seguida foi realizada estatística descritiva e exploratória dos dados utilizando frequências absolutas (n), frequências relativas (%), medidas de tendência central (média) e medidas de dispersão (desvio padrão).

Para a análise comparativa das características das variáveis qualitativas dicotômicas, foram geradas tabelas de contingência 2x2 contendo as frequências absolutas (n) e relativas (%). Para verificar a associação entre as variáveis realizou-se o Teste do Qui-Quadrado de Independência (sem correção). O nível de significância para este é p-value ≤ 0,05 para Intervalo de Confiança (IC) de 95%.

Frequentemente, é usada uma medida que traduz a associação entre as variáveis. A medida de ocorrência obtida neste estudo foi a prevalência, sendo assim, empregou-se como medida de associação o Odds Ratio de prevalência (OR de prevalência ou RCP= Razão de Chances Prevalentes). Por essa medida, é possível expressar a chance de um evento estar associado a outro.

3.3 Mapeamento Tecnológico

Nesta pesquisa, buscou-se a descrição das características das tecnologias para automação residencial, tendo como foco estratégico identificar as tecnologias para automação residencial que possam atender às necessidades relativas à acessibilidade da pessoa idosa e identificar e categorizar as áreas de atuação destas tecnologias.

Este mapeamento ocorreu com base nas informações disponibilizadas em sites de todas as empresas de fabricação, venda ou projetos de automação residencial, membros da Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial – Aureside e seus parceiros.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Análise dos Mapas Comportamentais

O mapa comportamental foi desenvolvido para registro gráfico da movimentação do idoso em sua residência, através do desenho da planta baixa em forma de croquis, e outros campos para observações, onde foram indicadas as dificuldades vivenciadas pelos idosos e observadas pelo pesquisador. Também, reservou-se espaço específico para o registro das tecnologias para automação residencial existentes no local. A partir da planta desenhada, a movimentação do idoso foi registrada indicando números sequenciais que representaram seu posicionamento. As observações foram durante o período de 4 horas, dependendo da disponibilidade do observado.

4.1.1 Movimentação dos Idosos em Suas Residências

Na primeira análise dos mapas, verificou-se a prevalência de “passar por” ou “permanecer” em determinados locais no percurso dos idosos no setor de serviço, principalmente a cozinha, conforme Figura 1. Esse caso é de uma senhora de 69 anos que mora sozinha. Sem problemas graves de saúde e muito ativa.

Figura 1 - Movimentação do idoso em um dos estudos de caso

Fonte: Os autores

A Tabela 1 apresenta a média de movimentação por setor, considerando

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todos os estudos de casospermaneceu ou passou pelo espaço.

Tabela 1 - Média de movimentação

Para uniformidade da informação, os setores foram assim definidos:

• Setor íntimo: quartos, banheiros privados.• Setor Social: sala de estar, sala de jantar, v• Setor de Serviço: cozinha,

4.1.2 Problemas Observados no Cotidiano dos Idosos

A segunda análise dos mapas decorreualgumas delas foram consideradasenvolvendo a acessibilidade arquitetônica, a acessibilidade instrumental, a mobilidade e a segurança dos moradores.identificados em alguns casos são relatados abaixo.

• Layout: Atribuído como problemamobilidade e segurança, o layoutqueda, principalmente quando o ambiente é mal iluminado.

• Desníveis: Atribuídos comomobilidade e segurançavalor estético. No entanto, pas pernas normalmente, tornano caso de pessoas que se locomovem por cadeiras de rodas.

• Dificuldade ao guardar utensílios:acessibilidade instrumentalarticulações, comuns entre os idosos, dificultando os atos delevantar para guardar utensílios em armários baixos. A perda de força física pelos idosos também uso dos armários altos.

• Dificuldade em manusear alguns objetos:acessibilidade instrumentalacuidade visual, quecontroles remotos para TVs e receptores de TV a cabo,celulares, xícaras e alguns objetos de maior peso

• Iluminação: Atribuída como problemamobilidade e segurança, a iluminação não apresentou boasseja natural ou não. A pouca iluminação dificulta a vique necessita mais luz para enxergar normalmente, dificultando sua movimentação pela residência e colocando

ENTAC2016 - São Paulo, Brasil, 21, 22 e 23 de setembro de 2016

casos realizados, indicando local onde o idoso mais permaneceu ou passou pelo espaço.

Média de movimentação dos idosos considerando

Fonte: Os autores

Para uniformidade da informação, os setores foram assim definidos:

uartos, banheiros privados. Setor Social: sala de estar, sala de jantar, varandas / garagem.

ozinha, lavanderia.

Observados no Cotidiano dos Idosos

A segunda análise dos mapas decorreu das observações consideradas como problemas no cotidiano dos idosos,

envolvendo a acessibilidade arquitetônica, a acessibilidade instrumental, a idade e a segurança dos moradores. Estes problemas gerais

identificados em alguns casos são relatados abaixo.

Atribuído como problema em acessibilidade arquitmobilidade e segurança, o layout mal pensado acarretaqueda, principalmente quando o ambiente é mal iluminado.

Atribuídos como problemas em acessibilidade arquitetônica, mobilidade e segurança, os desníveis são utilizados normalmente

No entanto, para o idoso que tem dificuldades em levantar as pernas normalmente, torna-se risco de queda ou uma barreira, como no caso de pessoas que se locomovem por cadeiras de rodas. Dificuldade ao guardar utensílios: Atribuída como acessibilidade instrumental, são agravadas pelos p

, comuns entre os idosos, dificultando os atos delevantar para guardar utensílios em armários baixos. A perda de força

também se torna um agravante, enquantotos.

Dificuldade em manusear alguns objetos: Atribuída como problemaacessibilidade instrumental, é decorrente da perda de força e da

, que dificultam o uso de alguns objetos, como os controles remotos para TVs e receptores de TV a cabo,

e alguns objetos de maior peso. Atribuída como problema em acessibilidade arquit

mobilidade e segurança, a iluminação não apresentou boasseja natural ou não. A pouca iluminação dificulta a visão plena do idoso, que necessita mais luz para enxergar normalmente, dificultando sua movimentação pela residência e colocando-o em risco de acidentes.

São Paulo, Brasil, 21, 22 e 23 de setembro de 2016

, indicando local onde o idoso mais

dos idosos considerando os 05 casos

Para uniformidade da informação, os setores foram assim definidos:

arandas / garagem.

das observações registradas e como problemas no cotidiano dos idosos,

envolvendo a acessibilidade arquitetônica, a acessibilidade instrumental, a Estes problemas gerais

em acessibilidade arquitetônica, mal pensado acarreta em riscos de

queda, principalmente quando o ambiente é mal iluminado. problemas em acessibilidade arquitetônica,

, os desníveis são utilizados normalmente por dificuldades em levantar

se risco de queda ou uma barreira, como no caso de pessoas que se locomovem por cadeiras de rodas.

problemas em das pelos problemas nas

, comuns entre os idosos, dificultando os atos de agachar e levantar para guardar utensílios em armários baixos. A perda de força

enquanto dificulta o

Atribuída como problema em perda de força e da

o uso de alguns objetos, como os controles remotos para TVs e receptores de TV a cabo, os aparelhos

em acessibilidade arquitetônica, mobilidade e segurança, a iluminação não apresentou boas condições,

são plena do idoso, que necessita mais luz para enxergar normalmente, dificultando sua

o em risco de acidentes.

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4.2 Tecnologias Para Automação Residencial Como Solução Aos Problemas de Acessibilidade dos Idosos

O questionário realizado junto aos idosos apresentou uma questão onde foi solicitado que indicassem, a partir de uma lista de tecnologias apresentadas, quais dentre elas eles conheciam, possuiam ou gostariam de possuir. Esta indicação apresenta uma possível demanda pelas tecnologias. A partir da análise dos questionários utilizando a matriz Importância / Satisfação, foi possível apontar as atividades ou áreas em que os idosos apresentam os menores índices de satisfação. Além disto, os estudos de caso possibilitaram determinar problemas ou dificuldades sofridas pelos idosos em seu cotidiano.

O Quadro 3, a seguir, apresenta uma listagem destes três dados supracitados, apontando ainda, dentre as tecnologias relacionadas aos idosos no questionário, quais podem auxiliar em questões referentes aos atributos com as menores médias na avaliação de satisfação, quais as que atendem às necessidades observadas pelos estudos de caso e quais atendem às demandas de aquisição indicadas pelos idosos.

Por este quadro percebe-se que, dentre os atributos listados como os que os idosos estão menos satisfeitos, nem todos possuem alguma tecnologia de automação residencial diretamente ligada à sua melhoria.

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Quadro 3 - Indicação das tecnologias que atendem aos problemas e demandas

Limpar a casa, lavar roupas e fazer compras são atividades que naturalmente deixam de ser de responsabilidade do indivíduo com o avanço da idade e nãoapresentam tecnologias de automação residencial diretamente ligadas à estas tarefas.

O uso do telefone, assim como outrosconfigura barreira aos idosos, que evitam conseguirem ler normalmente as telas efuncionamento.

Subir e descer escadas, pode se resolvelevadores ou até pelo uso de cadeiras elevatórias para escadas. relativamente simples, mas que

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Indicação das tecnologias que atendem aos problemas e demandas identificados pela pesquisa

Fonte: Os autores

Limpar a casa, lavar roupas e fazer compras são atividades que naturalmente deixam de ser de responsabilidade do indivíduo com o

e nãoapresentam tecnologias de automação residencial diretamente ligadas à estas tarefas.

, assim como outros equipamentos com tecnologiaconfigura barreira aos idosos, que evitam o uso ao máximo por não

normalmente as telas e não entenderem a lógica de

ubir e descer escadas, pode se resolver com aplicação de plataformas,elevadores ou até pelo uso de cadeiras elevatórias para escadas. relativamente simples, mas que, no entanto, não constam dentre os

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Indicação das tecnologias que atendem aos problemas e demandas

Limpar a casa, lavar roupas e fazer compras são atividades que naturalmente deixam de ser de responsabilidade do indivíduo com o

e nãoapresentam tecnologias de automação residencial

equipamentos com tecnologia, ainda ao máximo por não

não entenderem a lógica de

aplicação de plataformas, elevadores ou até pelo uso de cadeiras elevatórias para escadas. Soluções

, no entanto, não constam dentre os

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disponíveis pelas empresas de automaçãoresidencial pesquisadas.

Dos atributos identificados através da observação direta nos estudos de caso, as tecnologias atendem de forma indireta. Lay-out, desníveis e iluminação podem ser beneficiados pelos sistemas de sensores ou acionamento à distância. Os riscos de quedas pelos idosos, causados por lay-out mal resolvido ou por não enxergarem os móveis ou desníveis à noite, podem ser diminuídos pelo acionamento automático das luzes.

Guardar os utensílios também é um problema que pode ser resolvido, mas não possui uma tecnologia diretamente aplicada. Existe a possibilidade de utilização dos sistemas motorizados, os mesmos usados para abertura e fechamento de cortinas, aplicados ao mobiliário, ajustando a altura das prateleiras dos armários na hora de guardar itens que estariam em locais altos ou baixos, fora da área de conforto.

Já as tecnologias tidas como demandas, demonstram que a preocupação maior dos idosos é pela segurança. Mesmo que esta não esteja em situação crítica em sua avaliação os problemas como quedas são recorrentes e preocupantes entre os idosos.

5 CONCLUSÕES

Foram identificadas algumas lacunas das tecnologias de automação residencial quanto à contribuição na solução dos problemas vividos pelos idosos. Entendemos tais lacunas como potenciais de atuação, com áreas em que existe demanda de atendimento ou problema a ser resolvido, mas que a tecnologia ainda não atende de forma concisa. Neste aspecto, foram identificadas algumas áreas em que existe o potencial de atuação, a saber:

• Segurança (geral e contra riscos de acidente): a tecnologia hoje é bastante avançada no quesito segurança, uma das principais demandas dos idosos, mas o uso de aparelhos eletrônicos é tido como barreira tecnológica. Desta forma, é necessário entender a necessidade do idoso, criando soluções com interfaces mais direcionadas às suas fragilidades.

• A capacidade de subir e descer escadas: uma limitação física que, somada aos prejuízos do corpo com o avanço da idade, à legislação da construção civil e ao mercado que ainda apresenta soluções de alto custo, a circulação vertical residencial torna-se potencial principalmente para casos da população de mais baixa renda.

• Atividades Instrumentais da Vida Diária: preparar comida, cuidar do próprio dinheiro, fazer compras, entre outros, são exemplos de áreas que necessitam de apoio da tecnologia, para auxiliar, principalmente, ao idoso que mora sozinho e carrega o ônus de ter que realizar todas as tarefas por conta própria.

• O mobiliário: os estudos de caso evidenciaram problemas relacionados à interação do idoso com o mobiliário. Já os questionários apontam para os riscos. Assim, sugerem-se algumas características a serem trabalhadas no mobiliário, a saber: maior interatividade com o usuário, visando a diminuição da necessidade de força ou habilidades manuais;

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automatização de padrões de uso; uso de sensores para alerta de proximidade de situações de risco.

Com base no que foi apresentado sobre os potenciais de atuação da tecnologia e a resposta ao objetivo principal da pesquisa, considera-se que a tecnologia para automação residencial é adequada à solução de parte dos problemas do cotidiano vividos pelos idosos em suas residências. Mesmo que tenham sido detectadas lacunas, percebeu-se que as tecnologias para solucioná-las já são existentes, sendo possível a evolução em áreas específicas a fim de explorar a totalidade de seu potencial.

AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFV, ao Grupo de Pesquisa INOVA; aos sujeitos da pesquisa e à FAPEMIG.

REFERÊNCIAS

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