Contribuições do ensino da Biotecnologia para a Química na ... · PDF fileSociedade Brasileira de Química (SBQ) 37 a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química Contribuições

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  • Sociedade Brasileira de Qumica (SBQ)

    37a Reunio Anual da Sociedade Brasileira de Qumica

    Contribuies do ensino da Biotecnologia para a Qu mica na perspectiva da Qumica Verde

    Leonardo V. Marcelino 1* (PG), Carlos A. Marques 1 (PQ)

    1Programa de Ps-Graduao Cientfica e Tecnolgica,Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis, SC. * [email protected]

    Palavras Chave: Biotecnologia, Ensino de Qumica, Qumica Verde, Meio Ambiente.

    Introduo

    A IUPAC1 define Biotecnologia como a integrao das Cincias Naturais e Cincias da Engenharia no intuito de aplicar organismos, clulas, suas partes e anlogos moleculares para produzir produtos e servios. Esta tem inegvel importncia ao setor produtivo, especialmente nos processos industriais, entre eles os da Qumica. Ressaltar estas inter-relaes, com olhar especial a uma melhor abordagem sobre problemas que o tema envolve, um propsito de nossas pesquisas, que busca discutir as contribuies da biotecnologia ao ensino de qumica em escolas de ensino mdio de Campo Grande (MS), tomando como referncia os princpios da Qumica Verde (QV).

    Resultados e Discusso

    As ligaes entre a Biotecnologia e a Qumica remetem ao incio do sec. XX, com a indstria de transformao de materiais, devido s dificuldades geradas pelas duas grandes guerras mundiais. Com isto, desenvolveram-se processos que utilizavam substratos baratos e acessveis, usando procedimentos microbiolgicos com metablitos primrios.2 No Brasil, Oswaldo Lima foi qumico pioneiro no uso da microbiologia para produzir acetona e cido butrico.3 Esses processos fermentativos foram de extrema importncia para a indstria qumica e um dos pilares da formao da Biotecnologia Industrial, cujo intuito de substituir a via qumica tradicional desenvolvendo processos que possibilitem a produo de produtos, materiais e energia a um custo competitivo e com menor impacto ambiental.2 Seu surgimento se d, principalmente, pela percepo da finitude do petrleo e da necessidade de meios de produo menos impactantes ao meio ambiente. Estima-se que em 2010 de 9 a 20% das vendas do setor qumico derivariam da biotecnologia industrial.2 A biotecnologia tem tornado possveis novas fontes de material, novos caminhos de snteses, melhoramento das condies de reaes e facilidade na separao e design de molculas-alvo, por isso importe QV. A biocatlise uma forma de aproveitamento da biotecnologia na qumica,

    cujas vantagens ambientais so: menor insero de massa, menor volume de solvente, menor desperdcio de massa e gerao de compostos opticamente puros,4 e o tratamento de resduos ambientais.5 Embora a biocatlise tenha crescido, em 2002 ainda representava menos de 10% da produo cientfica qumica.6 Esse entrelaamento entre as duas reas considerado pequeno no Brasil. Visto como uma deficincia na formao dos qumicos e impedindo a abordagem de novos desafios cientficos, que so interdisciplinares. Perdem-se oportunidades de inovao, progresso cientfico e econmico.6 Logo, uma maior insero de estudos da biotecnologia nas pesquisas, prticas e educao Qumica se faz necessria, no apenas para a economia, mas tambm para melhor embasar a populao na discusso (com especialistas e governantes) de temas polmicos, como os transgnicos, uso de clulas-tronco, etc., propiciando uma sociedade mais democrtica.

    Concluses

    Os problemas sociais e cientficos exigem uma abordagem interdisciplinar, tanto para a tomada democrtica de decises, como para uma pesquisa acadmica mais inovadora e que aborde os problemas ambientais. Assim, as relaes entre a qumica e a biotecnologia precisam ser cada vez mais explicitadas e incentivadas, e as bases tericas e produes da QV so fundamentais.

    Agradecimentos

    Ao CNPq (Proj. 481289/2012-7) e Capes (Bolsa Ms) ____________________ 1 IUPAC; Gold Book, Blackwell Scientific Publications: Oxford, 1997. 2 MALAJOVICH, M. A.; Biotecnologia: Fundamentos, Biblioteca Max

    Feffer: Rio de Janeiro, v. 1, 2012. 3 CARVALHO, H. G.; Qum. Nova, 1995, 18, 309. 4 HUDLICKY, T. Em Green Chemistry; ANASTAS, P. T.;

    WILLIAMSON, T. C., eds.; ACS: Washington, 1996. p. 180-197. 5 WEBSTER, L. C.; ANASTAS, P. T.; WILLIAMSON, T. C. Em Green

    Chemistry; ANASTAS, P. T.; WILLIAMSON, T. C., eds.; ACS:

    Washington, 1996. p. 198-211. 6 CORREIA, C. R. D.; COSTA, P. R. R.; FERREIRA, V. F.; Qum.

    Nova 2002, 25, 82.