Contributo Riscos Naturais e Tecnologicos

Embed Size (px)

DESCRIPTION

trabalho

Citation preview

  • Riscos Naturais e Tecnolgicos

    Contributo para a Sntese de Diagnstico e Viso Estratgica

    Autores

    Doutor Alexandre Oliveira Tavares (FCTUC) Coordenador Doutor Divo Quintela (FCTUC)

    Doutor Domingos Xavier Viegas (FCTUC) Doutor Jos Carlos Gis (FCTUC)

    Doutor Jos Manuel Baranda (FCTUC) Doutor Jos Manuel Mendes (FEUC)

    Doutor Lcio Cunha (FLUC) Doutor Lus Neves (FCTUC)

    Doutor Rui Figueiredo (FCTUC) Eng. Joo Patrcio

    Eng. Lus Mrio Ribeiro Tcnico de SIG Nelson Gomes da Silva

    Dra. Susana Freiria

    2007

  • 1

    NDICE

    1. ENQUADRAMENTO ________________________________________________________________________ 2 1.1 PRESSUPOSTOS E CONCEITOS ______________________________________________________________ 2 1.2 METODOLOGIA ____________________________________________________________________________ 6 1.3 INVENTARIAO DA PERIGOSIDADE__________________________________________________________ 8 2. DIAGNSTICO ___________________________________________________________________________ 10 2.1. PERIGOSIDADE NATURAL RELACIONADA COM A GEODINMICA _______________________________ 10 2.1.1. SISMICIDADE _________________________________________________________________________ 10 2.1.2. RADIOACTIVIDADE NATURAL ___________________________________________________________ 11 2.1.3. MOVIMENTOS DE MASSA EM VERTENTES________________________________________________ 12 2.1.4. EROSO COSTEIRA ___________________________________________________________________ 14 2.2. PERIGOSIDADE RELACIONADA COM CHEIAS E INUNDAES __________________________________ 15 2.3. PERIGOSIDADE RELACIONADA COM A METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA_______________________ 17 2.3.1. SECA ________________________________________________________________________________ 17 2.3.2. ONDAS DE CALOR ____________________________________________________________________ 17 2.3.3. ONDAS DE FRIO ______________________________________________________________________ 19 2.4. PERIGOSIDADE RELACIONADA COM INCNDIOS FLORESTAIS _________________________________ 20 2.5. PERIGOSIDADE RELACIONADA COM PROCESSOS TECNOLGICOS ____________________________ 22 2.5.1. CONTAMINAO ASSOCIADA AO TRANSPORTE MARTIMO NA DEPENDNCIA DA MORFOLOGIA

    COSTEIRA ___________________________________________________________________________ 22 2.5.2. ACTIVIDADES INDUSTRIAIS E COMERCIAIS ASSOCIADAS AO ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO

    E TRANSFORMAO DE MATRIAS PERIGOSAS __________________________________________ 23 2.5.3. TRANSPORTE DE MERCADORIAS PERIGOSAS ____________________________________________ 25 2.5.4. CONDIES AMBIENTAIS ASSOCIADAS A REAS MINEIRAS ABANDONADAS OU DEGRADADAS _ 26 2.6. VULNERABILIDADE SOCIAL RELACIONADA COM OS RISCOS NATURAIS E TECNOLGICOS ________ 28 3. VISO ESTRATGICA _____________________________________________________________________ 31 4. VISO ESTRATGICA GLOBAL _____________________________________________________________ 35 5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ___________________________________________________________ 36

  • 2

    1. ENQUADRAMENTO

    Os riscos materializam processos ou aces, naturais ou tecnolgicos, que adquirem relevncia scio-econmica e tm expresso territorial. A anlise e gesto dos riscos constituem foros de aco e deciso integrantes das actividades em sociedade, embora com diferentes graus de visibilidade e explicitao.

    Sob condies globais de menor admissibilidade social, econmica e jurdica s perdas e incertezas relacionadas com os processos e modelos, assumem importncia crescente as respostas proactivas, preventivas e planeadas aos acontecimentos que possam afectar as expectativas, os objectivos estratgicos e tcticos das organizaes.

    Nas chamadas sociedades de risco, em que aumenta a conscincia individual e colectiva quanto aos potenciais perigos, e em que estes mesmos perigos podem assumir contornos difusos e terem efeitos prolongados no tempo, os cidados, tcnicos, cientistas e agentes polticos organizam-se em torno desta problemtica. Os intervenientes projectam nos instrumentos e critrios de ordenamento e planeamento, bem como nas instituies da proteco civil, emergncia e socorro, a gesto, a capacidade de reduo dos riscos, ao nvel local, regional, nacional e global.

    Com as transformaes globais, as dinmicas populacionais de urbanizao e litoralizao, a no reversibilidade de muitos dos processos naturais, adquirem importncia a expresso espacial dos riscos e a qualificao da probabilidade de ocorrncia de eventos extraordinrios. A preocupao dos cidados, dos grupos, das comunidades, das instituies, ou dos estados relativamente aos valores ambientais e aos critrios de segurana e fiabilidade dos processos, estruturas e equipamentos, determinou a incorporao de princpios ticos na gesto dos perigos.

    A Regio Centro, sendo caracterizada por contrastes morfolgicos, pela diversidade litolgica e complexidade estrutural, variaes climticas e eventos meteorolgicos extremos, regimes hidrolgicos sazonais, diferentes potencialidades hidrogeolgicas, diversas apetncias agrcolas e florestais, fluxos e dinmicas demogrficas e scio-econmicas, heterogeneidade da concentrao e tipologia de infra-estruturas produtivas e equipamentos, variadas qualificaes ambientais e patrimoniais, determina uma observao atenta dos processos naturais e tecnolgicos, susceptveis de produzirem perdas e danos humanos, econmicos e ambientais.

    Uma anlise mais detalhada faz ressaltar para a Regio Centro que muitos dos processos tm magnitudes e severidades territorialmente muito diversas, expresso espacial de escalas locais a supra-regionais e incidncia temporal episdica a irreversvel.

    1.1 PRESSUPOSTOS E CONCEITOS

    A anlise encetada para os riscos naturais, ambientais e tecnolgicos procura estabelecer uma articulao com as polticas e directrizes para o ordenamento do territrio emanadas do Programa Nacional das Polticas de Ordenamento do Territrio (PNPOT) (Lei 58/2007), nomeadamente:

    ao promover a criao de um espao sustentvel e bem ordenado;

  • 3

    ao propor a preservao do quadro natural e paisagstico, em particular os recursos hdricos, a orla costeira a floresta e os espaos de potencial agrcola;

    ao suscitar a criao, nomeadamente, de um modelo territorial coerente comportando um sistema de preveno e gesto dos riscos;

    ao defender a gesto sustentvel dos recursos naturais e dos espaos agro-florestais, assim como o reforo da qualidade e eficincia da gesto territorial, promovendo a participao informada, activa e responsvel dos cidados e das instituies.

    A abordagem, bem como as metodologias a implementar, procuram ainda concretizar alguns dos objectivos estratgicos especficos emanados do PNPOT, determinantes no diagnstico territorial, nomeadamente contribuindo para:

    a produo, organizao e monitorizao dos conhecimentos sobre o ambiente e os recursos naturais;

    o aperfeioamento e consolidao dos regimes, sistemas e reas para proteger e valorizar a biodiversidade e os recursos naturais;

    a definio e execuo de uma estratgia nacional de proteco do solo e uma poltica de gesto integrada da gua;

    a definio e execuo de uma poltica de ordenamento e planeamento e gesto integrada da zona costeira, nas vertentes terrestre e martima;

    a proteco e valorizao do espao martimo e os recursos ocenicos; a avaliao e preveno dos factores e das situaes de risco, desenvolvendo dispositivos e

    medidas de minimizao dos respectivos efeitos; a promoo do ordenamento e a gesto sustentvel da silvicultura e dos espaos naturais; a articulao dos planos de ordenamento florestal, planos de gesto florestal e planos de defesa

    da floresta contra incndios, com as polticas de desenvolvimento rural.

    Da mesma forma, contribuiu-se para um modelo integrador global atravs da articulao com os pressupostos e funes principais resultantes das orientaes gerais proposta para os Planos Regionais de Ordenamento do Territrio (MAOTDR-GSEOTC, 2005), nomeadamente atravs de:

    definio de directrizes para o uso, ocupao e transformao do territrio, num quadro de opes estratgicas a nvel regional;

    promoo, no plano regional, a integrao de polticas sectoriais e ambientais no ordenamento do territrio e a coordenao das intervenes;

    orientao dos Planos intermunicipais e municipais de ordenamento do territrio; estabelecimento de directivas relativas aos regimes territoriais especiais (reserva agrcola,

    reserva ecolgica e domnio hdrico); identificao dos espaos sub-regionais com vista operacionalizao e definio de

    estratgias especficas de interveno; definio de normas especficas, entre outras, visando a segurana e proteco civil, bem como

    regimes territoriais especiais.

    A leitura das medidas prioritrias emanadas do PNPOT, determinantes no diagnstico regional, faz ressaltar que h elementos que resultam directamente da valorizao da perigosidade e vulnerabilidade decorrente de processos ou aces naturais e tecnolgicos, nomeadamente os relacionados com:

    a gesto e ordenamento florestal e defesa contra incndios; a gesto e ordenamento da orla costeira; a gesto e proteco martima; a avaliao, preveno e minimizao de riscos naturais, ambientais e tecnolgicos; o reforo da interveno de proteco e socorro em ocorrncias de incndios florestais ou de

    matrias perigosas e de catstrofes e acidentes graves;

  • 4

    a definio de um sistema integrado de circuitos para o transporte, armazenagem, eliminao e valorizao de resduos industriais;

    a gesto e proteco das reservas estratgicas da gua; a adopo de comportamentos defensivos e seguros; a implementao de modelos de participao e envolvimento das entidades pblicas e

    organizaes; o desenvolvimento de aces de sensibilizao, educao e mobilizao dos cidados para o

    ordenamento territorial.

    A organizao espacial dos recursos territoriais do PNPOT contm a identificao e representao cartogrfica dos perigos e/ou riscos, com relevncia no modelo territorial no contexto de Portugal continental. Esta identificao constituiu a matriz inicial de anlise para a Regio Centro, a ser completada e detalhada ao nvel da sistemtica de outros perigos, dos factores determinantes nos processos ou aces, e da representao territorial.

    A sistemtica dos perigos elencados no PNPOT, uma anlise reflexiva por parte da equipa bem como do levantamento de variadas fontes, permitiu a identificao e caracterizao dos processos e aces naturais e tecnolgicos de perigosidade relevantes na Regio, bem como a representao cartogrfica dos diferentes graus de propenso territorial.

    A expresso da vulnerabilidade ambiental ou humana, relacionada com os elementos expostos, a contextualizao das prticas, e vivncias culturais, e a disponibilidade e efectividade de medidas estruturais e no estruturais de mitigao, constituram objectivos a aprofundar escala regional e local, sendo considerados pela equipa como elementos determinantes na expresso territorial e na cenarizao estratgica.

    Apresentam-se seguidamente alguns dos conceitos que envolvem a anlise do risco, enquanto disciplina cientfico-tcnica cujo objecto a identificao e anlise dos factores de risco (perigosidade, exposio e vulnerabilidade), procurando a avaliao do risco e a adopo de medidas de mitigao.

    Assim, risco constitui o dano ou perda estimada em consequncia da aco de um perigo sobre um bem a preservar, seja a vida humana, os bens econmicos ou os valores ambientais. O risco R pode expressar-se em termos quantitativos, em valores de perda total ou anual, ou em valores qualitativos (baixo, aceitvel, no aceitvel). A expresso seguinte expressa os vrios componentes da anlise do risco:

    R = Pi x (E x Vi)

    em que Pi Perigosidade representa a probabilidade de um territrio ser afectado por um evento ou processo natural ou tecnolgico, e funo nomeadamente de parmetros como a magnitude e severidade (capacidade de produzir danos); Vi Vulnerabilidade o grau de perda de um determinado elemento de risco (humanos, econmicos, estruturais ou ambientais) quando exposto a um processo natural, ambiental ou tecnolgico (expresso probabilisticamente entre 0 e 1). E Exposio ou elementos em risco (conjunto de bens a preservar e que podem sofrer danos por aco do perigo);

    Um outro conceito determinante na anlise regional foi a incidncia espacial, ou susceptibilidade, representada pela propenso para uma rea ser afectada por um determinado perigo, em tempo indeterminado, sendo avaliada atravs de factores condicionantes e desencadeantes dos processos ou aces.

  • 5

    Assim, a anlise do risco, de processos ou sistemas, sendo qualitativa ou quantitativa, inicia-se por uma avaliao iterativa que vai sendo detalhada pela incorporao e gesto dos dados, pela formulao do problema, delimitao do mbito e definio da escala de anlise. A fase ulterior consiste na comparao do risco calculado com o risco aceitvel, de acordo com condies de admissibilidade ou as especificaes de fiabilidade.

    A anlise da gesto e reduo do risco engloba um conjunto de medidas de carcter decisrio com vista ao controlo, do ponto de vista dos custos e perdas ou dos benefcios resultantes da reduo.

    No fluxograma seguinte, FIGURA 1, esto identificados e relacionados os vrios passos de anlise que possibilitam avaliar o grau de admissibilidade ao risco e as opes ou a pertinncia de implementar solues de controlo e/ou reduo.

    FIGURA 1, a partir de F. Ayala-Carcedo (2002)

    Anlise dos registos histricos dos danos

    Perigosidade, Exposio, Vulnerabilidade

    Estatstica dos danos

    Anlise espacial, temporal, tipolgica e cartogrfica

    INVENTRIO E ANLISE DOS

    FACTORES DE RISCO

    Critrio de admissibilidade econmica

    Critrio de admissibilidade social

    AVALIAO DO RISCO

    Risco no admissvel

    ANLISE PARA A REDUO DO RISCO

    Disposies legais

    Inventrio de medidas mitigadoras

    Anlise da eficincia mitigadora

    Prioridade pblica

    Seleco da estratgia de mitigao

    PLANO DE REDUO DO RISCO

    Risco residual

    PROTECO CIVIL GESTO DO RISCO

    Fluxograma para anlise e gesto dos riscos

  • 6

    1.2 METODOLOGIA

    A anlise encetada para os riscos naturais, ambientais e tecnolgicos na Regio Centro privilegia uma primeira tarefa constituda por:

    Identificao e classificao tipolgica, escala regional, da perigosidade; Avaliao, escala regional, da magnitude e severidade dos vrios perigos; Definio e expresso cartogrfica, escala regional, da susceptibilidade dos vrios perigos; Identificao dos elementos expostos e aferio de uma escala de vulnerabilidade para os vrios

    perigos; Construo de ndices de vulnerabilidade compsita; Definio de interfaces e espaos-risco determinantes no modelo territorial.

    Os primeiros pontos de anlise radicam no levantamento de um conjunto alargado de trabalhos cientficos, relatrios tcnicos e de outras fontes. Fazem-se consulta e inquiries a entidades ou instituies relacionadas com gesto dos perigos/riscos. Incorpora-se na anlise um conjunto alargado de cartografia temtica e de representaes sntese ao nvel de planos de ordenamento, gerais ou sectoriais, a diferentes escalas.

    A fase de identificao dos perigos constitui uma fase criativa, envolvendo a identificao de mltiplos cenrios e disfunes dos sistemas, e deve privilegiar vises multidisciplinares, valorizando interaces e efeitos conjugados. No esquema seguinte, FIGURA 2, esto identificados alguns dos factores de input da identificao e caracterizao dos vrios perigos.

    FIGURA 2

    A fase seguinte identificao dos perigos e dos cenrios, uma fase analtica que pressupe a identificao dos factores desencadeantes dos processos e a identificao da sequncia de acontecimentos. A georeferenciao dos dados de input, a gesto, cruzamento e anlise permitem espacializar as reas de susceptibilidade, com previsvel ou no, anexao de escalas de severidade ou probabilidade.

    A definio tipolgica suportada pelo isolamento de factores identificativos da gnese e por factores desencadeantes, uma anlise sistemtica do processo ou aco, o levantamento dos elementos expostos com identificao nomeadamente: do espao tpico de territoralizao na regio, e dos

    Perigosidade Durao

    (severidade, perda de benefcios)

    Ambiente de localizao

    Gnese e tipologia

    Previsibilidade: temporal, tipolgica ou territorial

    Vector do dano

    Nvel de actividade (activo, latente, fssil)

    Raios de aco (local, regional, continental, planetrio)

    Origem natural, ambiental ou tecnolgica

    Mecanismos, velocidade, Intensidade, magnitude (severidade)

  • 7

    sectores actuais, ou com previso futura, com elevada vulnerabilidade. Faz-se ainda, neste contexto, uma identificao das adaptaes estruturais e no estruturais implementadas e das vivncias recentes por parte das populaes e instituies.

    Embora o conceito de vulnerabilidade aos perigos naturais e tecnolgicos tenha diferentes conotaes conforme a perspectiva e o quadro disciplinar dos investigadores, de uma forma global, o mesmo tomado como o potencial para perdas devido a esses perigos. A vulnerabilidade dos lugares pode ser calculada como a interaco entre a vulnerabilidade biofsica, a vulnerabilidade tecnolgica e a vulnerabilidade social.

    A vulnerabilidade social estar, assim, associada ao grau de exposio e capacidade de resistncia e de resilincia social aos perigos. Alguns factores influenciam directamente a vulnerabilidade social (Cutter et al., 2003), nomeadamente: falta de acesso a recursos; falta de acesso representao poltica; o capital social, que inclui as redes sociais; as crenas e costumes (cultura); a tipologia e idade do edificado para habitao; a qualidade das infra-estruturas; as estruturas e servios de emergncia e socorro; o peso de grupos crticos.

    No esquema seguinte, FIGURA 3, transparece o diagrama da vulnerabilidade espacial, como expresso ltima dos factores de perigo e dos parmetros ambientais, sociais e estruturais.

    FIGURA 3, adaptada de S. Cutter et al. (2003)

    Na Regio Centro, e funo da diversidade e tipologias dos perigos, h um conjunto alargado de espaos com incidncia na avaliao, nomeadamente: domnio martimo, orla costeira, bacias hidrogrficas, domnios climticos, espaos florestais, espaos naturais e agrcolas, reas protegidas, espaos de proteco de recursos, unidades geolgicas e estruturais, unidades de paisagem, espaos urbanos, corredores de infra-estruturas, corredores de transporte, zonas industriais, de equipamentos e infra-estruturas, entre outros.

    Privilegiou-se uma anlise espacial prvia ao domnio especfico de cada perigosidade, com traduo ltima ao nvel municipal, mas responsvel pela cenarizao em agrupamentos municipais ou em NUT III e que reflicta o ndice de vulnerabilidade da escala local regional, possibilitando o controlo com outros espaos regionais.

    Mitigao

    Risco

    Potencial de perigo

    Contextos geogrfico e tecnolgico

    Condies sociais - experincia - percepo - instituies

    - ambiente construdo

    Vulnerabilidade

    Vulnerabilidades biofsica e

    tecnolgica

    Vulnerabilidade social

    Vulnerabilidade dos lugares

  • 8

    A tarefa seguinte comporta a definio de corredores de interface e espaos-risco, escala regional, com base na anlise da perigosidade, elementos expostos, vulnerabilidade e percepo ao risco.

    1.3 INVENTARIAO DA PERIGOSIDADE

    Foram considerados na avaliao dos riscos na Regio Centro o conjunto de dinmicas e perigos seguintes, organizados em funo do domnio da componente natural, ambiental ou tecnolgica, sabendo que vrios dos processos e aces explicitados como relevantes para a cenarizao territorial da regio envolvem a interaco entre equipas sectoriais, nomeadamente as responsveis pelo quadro de referncia ambiental, pelo modelo urbano e pela perspectiva econmica e inovao.

    Assim, so considerados como vectores de expresso territorial os seguintes perigos: Relacionados com a geodinmica interna, os perigos ssmicos e os resultantes da

    radioactividade natural; Relacionados com a geodinmica externa, os perigos resultantes dos movimentos de massa em

    vertentes e os relacionados com a eroso costeira, em sistemas praia/duna ou em arribas coesivas;

    Relacionados com a dinmica fluvial, quando comportando condies de escoamento em regime de cheias, nomeadamente sob a forma de cheias rpidas, ou expressando as decorrentes da onda de rotura de barragens e mini-hdricas;

    Relacionados com a meteorologia e climatologia os episdios de seca e as ondas de calor e frio; Relacionados com incndios, nomeadamente em contexto florestal, em espaos naturais e

    protegidos, e em espaos de interface rural/urbano; Relacionados com o transporte martimo, nomeadamente com o derrame de hidrocarbonetos, na

    orla costeira e ocenica, de acordo com as caractersticas topo-hidrogrficas e geomorfolgicas; Relacionados com a actividade industrial e comercial, nomeadamente com o armazenamento,

    manuseamento e transformao de matrias perigosas; Relacionados com o transporte e circulao de mercadorias perigosas; Relacionados com os factores ambientais das reas mineiras degradadas.

    Aparece em seguida o esquema sntese da avaliao da perigosidade para o PROT-Centro;

    Natural Geodinmica (interna e externa)

    Climtica

    Tecnolgica

    Sismicidade Radioactividade natural Movimentos de massa em vertentes Eroso costeira Sistemas praia/duna Arribas coesivas

    Inundaes

    Seca Ondas de calor Ondas de frio

    Incndios florestais

    Contaminao martima (associada morfologia costeira) Actividade industrial e comercial (associada ao armazenamento e transformao de matrias perigosas) Transporte de mercadorias perigosas Condies ambientais associadas a reas mineiras abandonadas ou degradadas

  • 9

    Na FIGURA 4 aparecem expressos os processos de anlise e as interaces propostas para avaliao dos riscos para a Regio Centro, procurando referenciar os critrios de territoralizao, a existncia ou no de adaptaes, estruturais ou no estruturais, e os efeitos reprodutivos capazes de propor aces estratgicas ao nvel das implementaes polticas e de ordenamento, ou ao nvel das estratgias de proteco civil, ao nvel da preveno, operacionalizao da emergncia e socorro.

    FIGURA 4

    De realar que a anlise e espacializao dos diferentes perigos, bem como da vulnerabilidade social recorrem a tcnicas e metodologias prprias para as diferentes reas, e validadas para a Regio Centro.

    Faz-se uma caracterizao e cartografia baseada em critrios de homogeneidade e disperso de variveis, de forma a obter representaes espaciais em ndices com graus crescentes de perigosidade ou vulnerabilidade (tendencialmente cinco), com ulterior legibilidade escala municipal, intermunicipal ou das NUT III.

    Factores Condicionantes

    Factores Desencadeantes

    TTiippoo ddee ppeerriiggoo

    Especializao

    Temporalidade Efeitos reprodutivos

    Cartografia Tratamento estatsticos

    Trabalho de campo

    Origem

    Processo

    Tipologia

    Estruturais intrnsecos

    Uso e ocupao do territrio

    Estruturais extrnsecos

    Alteraes no uso e ocupao do

    territrio

    Capacidade de previso Actividade

    Processos conjugados Territorialidades

    Estratgicos: na Implem. Polticas no Orden. Territrio

    Operacionais: na Proteco Civil

    Adaptaes estruturais e

    no estruturais

    Mapa de susceptibilidade

    Dados

    Espaos estratgicos Sectores actuais expostos Sectores futuros expostos

  • 10

    2. DIAGNSTICO

    Apresenta-se em seguida a avaliao da perigosidade na Regio Centro, natural e tecnolgica, e a representao da susceptibilidade organizada em vrias classes de ndices.

    2.1. PERIGOSIDADE NATURAL RELACIONADA COM A GEODINMICA

    2.1.1. SISMICIDADE

    A cartografia da perigosidade ssmica resultou do cruzamento de parmetros que contemplam a densidade de falhas activas baseadas na Carta Neotectnica de Portugal 1/1000000 (Cabral & Ribeiro, 1988); as isossistas de intensidade mxima baseadas na sismicidade histrica e actual (1755-1996), na escala original 1/1000000 (IM, 1996); o grau de consolidao e plasticidade das unidades geolgicas baseadas na Carta Geolgica de Portugal 1/500000 (IGM, 1992).

    Ressaltam na FIGURA 5 os ndices de perigosidade elevados e muito elevados relacionados com os grandes acidentes tectnicos (faixa de cizalhamento Porto-Tomar, falha da Lous, estrutura da Nazar, falhas da Sert e Melria, e o sistema do Ponsul), bem como com as estruturas diapricas na Orla Ocidental.

    FIGURA 5

  • 11

    Na TABELA 1 aparece representada a expresso da representatividade regional das diferentes classes de ndice de susceptibilidade ssmica.

    Expresso territorial Classes de susceptibilidade km2 %

    Muito elevada 52 0,2 Elevada 1722 7,3

    Moderada 6291 26,6 Baixa 9457 40,0

    Muito baixa 6142 25,9

    TABELA 1

    Assim, a perigosidade ssmica na Regio Centro faz salientar os municpios da margem direita do rio Tejo e os da Orla Ocidental, a sul de Cantanhede e Mealhada, bem como o concelho de Mortgua.

    Os ndices muito elevados de perigosidade aparecem parcialmente expressos nos municpios de Porto de Ms, Batalha e Soure. Os ndices baixos a muito baixos transparecem no Alto Vouga, na bacia do rio Ca e na Cova da Beira.

    2.1.2. RADIOACTIVIDADE NATURAL

    A cartografia da perigosidade relacionada com a radioactividade natural resultou do cruzamento entre classes de radiao gama natural (nGy/h), adaptadas a partir da Carta de Radiao Gama Natural (IGM, 1997) e as classes de densidade de fracturao, organizadas da representao na Carta Geolgica de Portugal (IGM, 1992).

    Na TABELA 2 aparece a representao cartogrfica das diferentes classes de susceptibilidade radiao natural.

    Expresso territorial Classes de susceptibilidade km2 %

    Muito elevada 3802 16,1 Elevada 2612 11,1

    Moderada 3284 13,9 Baixa 10530 44,5

    Muito baixa 3444 14,5

    TABELA 2

    Ressaltam na FIGURA 6 os valores elevados encontrados associados aos corpos granitides da srie tardia, e nomeadamente em contexto tectnicos complexos e na presena de mineralizaes de urnio. Os valores encontrados devem ser tomados como valores mdios de intensidade e serem objecto de anlise mais fina a nvel do diagnstico municipal.

  • 12

    FIGURA 6

    Os graus de susceptibilidade mais elevados transparecem na Beira Interior Norte e nas bacias dos rios Do, Lafes e Alto Vouga, em oposio aos valores de genericamente baixos a muito baixos na Orla Ocidental.

    2.1.3. MOVIMENTOS DE MASSA EM VERTENTES

    A cartografia de ndices de perigosidade relacionados com movimentos de massa resultou do cruzamento de parmetros previamente classificados. Foram assim utilizados: os declives obtidos a partir do MDT da regio; uma classificao do grau de consolidao e plasticidade das unidades geolgicas baseadas na Carta Geolgica de Portugal 1/500000 (IGM, 1992); os valores de precipitao mdia anual (1931-1960) (SMN, 1974); as classes de uso do solo a partir do Projecto CORINE Land Cover (CLC2000, 2000).

    Na TABELA 3 aparece representada a representao superficial das diferentes classes dos ndices de susceptibilidade relacionada com os movimentos de massa em vertentes.

    A ponderao e a classificao do somatrio da magnitude de cada uma das classes dos parmetros determinaram a representao da FIGURA 6. Ressaltam os ndices elevados e muito elevados em dois sectores correspondentes s Serras da Cordilheira Central e da Gardunha e s Serras do Caramulo e do Macio da Gralheira, em oposio aos espaos litorais, ao planalto Beiro e Cova da Beira.

  • 13

    Expresso territorial Classes de susceptibilidade km2 %

    Muito elevada 874 3,7 Elevada 3522 14,9

    Moderada 4986 21,1 Baixa 7381 31,2

    Muito baixa 6911 29,2

    TABELA 3

    FIGURA 6

    Transparece ainda na cartografia a existncia de ndices elevados de susceptibilidade a movimentos de massa nas vertentes das serras do Sic e de Porto de Ms, bem como em vales encaixados.

    de salientar ainda que, em territrios com elevada transformao e distrbio antrpico activo, provocados pela infra-estruturao e urbanizao, o aumento dos ndices de perigosidade claramente potenciado.

  • 14

    2.1.4. EROSO COSTEIRA

    A cartografia de susceptibilidade eroso costeira foi obtida a partir do levantamento de fotografia area escala 1/10000, a incorporao de fontes como: A. Dias, Ferreira & Pereira (1994); O. Ferreira & Dias (1997); P. Cunha & Dinis (1998); DRAOTC (2002); F. Veloso-Gomes et al. (2002); A. M. Lopes (2003); J. Dinis & Tavares (2005); C. Coelho & Veloso-Gomes (2005); GCDL (2006); MAOTDR (2007); tendo-se diferenciado as condies relacionadas com a estabilidade em sistemas praia/duna e em arribas coesivas.

    Incluram-se factores como o grau de consolidao e organizao estrutural dos materiais, a altura e proteco da arriba, a extenso de areal ou a estabilidade e consolidao dunar, assim como os registos de evoluo topo-hidrogrfica, a infra-estruturao de proteco costeira e intervenes depois de 1995 (http://www.inag.pt/inag2004/port/a_intervencao/obras/int_o_costeira_01.html).

    Na TABELA 4 aparecem representada a extenso dos vrios troos de susceptibilidade eroso costeira, transparecendo cromaticamente na FIGURA 7 os diferentes graus de susceptibilidade.

    Expresso territorial Classes de susceptibilidade em sistema praia-duna km %

    Elevada a muito elevada 28,8 19,7 Moderada a elevada 23,5 16,1

    Baixa a mdia 45,1 30,8 Expresso territorial Classes de susceptibilidade em arribas coesivas

    km % Elevada 2,9 2,0

    Moderada a elevada 6,1 4,2 km %

    Troos com baixa a nula susceptibilidade 39,9 27,2

    TABELA 4

    Ressaltam na Regio Centro com elevada a muito elevada susceptibilidade eroso costeira os troos do sistema praia-duna entre Esmoriz e a sul do Furadouro, na Praia da Torreira, entre a Barra e a Vagueira com extenso Praia de Mira, entre a Gala e a sul de Leirosa, bem como a sul da Praia do Pedrgo.

    Apresentando elevado a muito elevada susceptibilidade eroso costeira os troos das arribas coesivas entre o Cabo Mondego e Buarcos, bem como a norte na Murtinheira relacionado com movimentos de massa em depsitos de vertente, na Praia de Pedrgo e, quer a norte e a sul de S. Pedro de Muel.

  • 15

    FIGURA 7

    2.2. PERIGOSIDADE RELACIONADA COM CHEIAS E INUNDAES

    A cartografia de susceptibilidade a cheias e inundaes foi obtida a partir de levantamento areos de dados paleohidrogrficos e sedimentares das bacias e hidrografia escala 1/10000, e aferidos a partir de registos histricos de vrias fontes, entre as quais os Planos das Bacias Hidrogrficas do Lis (INAG, 1998/1999), Mondego (INAG, 1998/1999b), Vouga (1998, 1999c), Tejo (INAG, 1999) e Douro (INAG, 2001) e R. Rodrigues et al. (2007).

    Foram ainda projectadas as barragens e as mini-hdricas, disponibilizadas pelo INAG em Junho de 2007, assim como os troos includos nos planos externos de segurana de barragens associados onda de cheia por rotura. Na TABELA 5 aparece a sntese da contabilizao, bem com a expresso das reas inundveis e do comprimento dos troos de rotura disponveis.

    Susceptibilidade reas inundveis 590,8 km2

    Nmero de barragens 41 (INAG) Nmero de mini hdricas 35 (INAG)

    Troos de rotura de barragens 522 km

    TABELA 5

  • 16

    Na FIGURA 8 aparecem representados os elementos cartogrficos sendo de salientar os seguintes aspectos: - a expresso da rea inundvel no Baixo Vouga, a jusante do municpio de Sever do Vouga, associando as condies de drenagem dos afluentes gueda e Crtima, com especial relevncia nos municpios de Albergaria-a-Velha, gueda, Anadia, Oliveira do Bairro, Aveiro e Estarreja; - as condies de drenagem, nomeadamente associada a cheias rpidas, no Mdio Vouga e afectando os municpios de S. Pedro do Sul e Oliveira de Frades; - a expresso das reas inundveis no Baixo Mondego, a partir de Coimbra, associando as condies de drenagem dos afluentes Fornos, An, Foja, Arunca e Pranto, com especial relevncia nos municpios de Coimbra, Condeixa-a-Nova, Montemor-o-Velho, Soure, Pombal e Figueira da Foz; - as condies de drenagem e inundao associadas a picos de cheia nos vales e afluentes dos rios Alva, Ceira e Corvo, e afectando municpios como Oliveira do Hospital, Arganil, Gis, Lous e Miranda do Corvo; - as condies de drenagem, em pico de cheia, no vale do rio Mondego e afluentes, nomeadamente nos municpios da Guarda, Celorico da Beira, Tondela (bacia do rio Do), Mortgua e Penacova; - a expresso das condies de drenagem e inundao do rio Lis, afectando essencialmente o municpio de Leiria; - as condies de drenagem e os episdios de cheias e inundaes no Alto Zzere e afluentes (ribeiras de Caria, Gaia e da Meimoa), e afectando nomeadamente os municpios da Guarda, Belmonte, Covilh e Fundo; - as condies de drenagem e os episdios de cheias e inundaes no Alto Tejo, bem como nos vales dos rios Ponsul, Ocreza e ribeira de Arevil, e afectando localmente os municpios de Idanha-a-Nova, Castelo Branco, Vila Velha de Rdo e Mao; - as condies de drenagem nas depresses crsicas de Alvados e Minde.

    FIGURA 8

  • 17

    Na Regio Centro pequenas bacias hidrogrficas, com condies geomorfolgicas contrastadas, registam, em episdios de precipitao intensa e concentrada, picos de cheia que determinam escoamento em regime torrencial, com rpidas variaes de nvel nos vales encaixados e inundaes rpidas nos vales a jusante. Estes pontos crticos de escoamento tm especial relevncia nas bacias da frente ocidental atlntica e nas bacias com elevado gradiente hidrulico do Macio Central e das serras do Buaco e Gralheira.

    2.3. PERIGOSIDADE RELACIONADA COM A METEOROLOGIA E

    CLIMATOLOGIA

    2.3.1. SECA

    Na TABELA 6 aparece representada a expresso superficial das diferentes classes de susceptibilidade seca encontradas a partir da representao das normais climatolgicas no perodo 1961/1990, dos dados dirios de 100 estaes do INAG, assim como da cartografia dos episdios de seca descritos pelo Instituto de Meteorologia relativos aos perodos: Dezembro de 1980 a Fevereiro de 1981; Novembro de 1991 a Maro de 1993; Maro a Outubro de 1995; Outubro de 1998 a Fevereiro de 1999; Janeiro a Maro de 2000; Novembro de 2004 a Setembro de 2005.

    Expresso territorial Classes de susceptibilidade km2 %

    Muito elevada 4901 20,7 Elevada 10846 45,8

    Moderada 5761 24,3 Baixa 2163 9,1

    TABELA 6

    A anlise da FIGURA 9 faz ressaltar os valores muito elevados verificados no Alto Mondego, Beira Serra e no Planalto Raiano, por oposio aos ndices baixos encontrados para o Baixo Vouga.

    2.3.2. ONDAS DE CALOR

    Numa definio baseada na anlise dos factos climticos, a Organizao Meteorolgica Mundial considera que ocorre uma onda de calor quando, num intervalo de pelo menos 6 dias consecutivos, a temperatura mxima diria superior em 5C ao valor mdio dirio no perodo de referncia. Sobretudo em meio urbano, os efeitos nefastos sobre a sade pblica, associados ocorrncia de uma onda de calor, no devem ser afastados de outros episdios que condicionam a qualidade do ar e que com elas se articulam, como incndios florestais prximos ou concentraes de ozono exageradas. Ainda que as Ondas de Calor possam ocorrer em qualquer altura do ano, so mais notrias e sentidas pelos seus impactos quando ocorrem nos meses de Vero (Junho, Julho e Agosto).

    Assim, e a partir dos dados do Instituto de Meteorologia das ondas de calor verificadas entre: 15 a 23 de Junho de 2005; 30 de Maio a 11 de Junho de 2005; 29 de Julho a 15 de Agosto de 2003; 10 a 18 de Julho de 1991; 10 a 20 de Junho de 1981, que pela intensidade, durao, extenso espacial e impactos socio-econmicos foram consideradas mais significativas, obteve-se a representao cartogrfica da FIGURA 10.

  • 18

    FIGURA 9

    FIGURA 10

  • 19

    Tendo em conta as diferentes intensidades e duraes bem como os padres de distribuio espacial destas diferentes ondas de calor, considerou-se que, no seu conjunto, elas seriam representativas do fenmeno escala da Regio Centro, e cuja expresso transparece na TABELA 7.

    Expresso territorial Classes de susceptibilidade km2 %

    Muito elevada 5536 23,4 Elevada 8789 37,1

    Moderada 3933 16,6 Baixa 1043 4,4

    Muito baixa 4370 18,5

    TABELA 7

    A representao das ondas de calor na Regio Centro mostra que os ndices elevados de susceptibilidade aumentam progressivamente do Litoral para o Interior e que os ndices no Interior diminuem de Sul para Norte.

    Os valores mais elevados localizam-se na Beira Interior Sul e Cova da Beira, com expresso municipal envolvendo nomeadamente Idanha-a- Nova, Castelo Branco, Vila Velha de Rdo, Proena-a-Nova, Oleiros, Fundo, Covilh, Penamacor, Belmonte e Guarda.

    2.3.3. ONDAS DE FRIO

    A cartografia da susceptibilidade a ondas de frio baseou-se na integrao dos dados de temperatura mnima diria de catorze estaes meteorolgicas do INAG e do Instituto de Meteorologia, das normais climatolgicas no perodo 1961-1990 (IM) e da representao dos perodos de onda de frio de 8 a 17 de Fevereiro de 1983; 3 a 16 de Dezembro de 1983; 4 a 18 de Janeiro de 1985; 14 de Novembro a 1 de Dezembro de 1985; 7 a 23 de Dezembro de 1988; 18 de Janeiro a 8 de Fevereiro de 1992; 24 de Fevereiro a 5 de Maro de 1993.

    Foi considerada como onda de frio a existncia de um intervalo de pelo menos 6 dias consecutivos, em que a temperatura mnima diria inferior em 5C ao valor mdio dirio no perodo de referncia.

    Os resultados obtidos transparecem na TABELA 8 e na FIGURA 1.

    Expresso territorial Classes de susceptibilidade km2 %

    Muito elevada 1132 4,8 Elevada 4395 18,6

    Moderada 12568 53,1 Baixa 5578 23,6

    TABELA 8

    A expresso cartogrfica mostra que os ndices de susceptibilidade a ondas de frio aumentam genericamente para Sul, na regio e que ndices muito elevados e elevados se localizam ao longo de um

  • 20

    corredor meridiano a Sul de Coimbra e ao longo do vale do Baixo e Mdio Zzere. Em oposio os mais baixos ndices aparecem representados na Beira Interior Sul e na orla costeira.

    FIGURA 11

    Aparecem especialmente referenciados na cartografia os municpios de Alvaizere, Figueir dos Vinhos, Ansio, Pedrogro Grande, Castanheira de Pra e Penela.

    2.4. PERIGOSIDADE RELACIONADA COM INCNDIOS FLORESTAIS

    Sendo o risco de incndio florestal (FAO, 1986) generalizado em todo o Pas, ele reveste-se de uma particular acuidade na Regio Centro, no apenas pelo tipo de coberto vegetal, pelas condies climticas e pela forte dependncia da actividade econmica em relao floresta e aos espaos rurais.

    As estatsticas de ocorrncia de incndios florestais de Portugal nas ltimas dcadas, e em particular, durante os ltimos cinco anos, comprovam a importncia deste risco no contexto nacional e no da Regio Centro, em especial (Pereira & Santos; 2003). Trata-se de um risco que assola o territrio todos os anos, de uma forma sistemtica, podendo afectar potencialmente toda a Regio.

    A cartografia produzida (Salas & Cocero, 2004) para a Regio baseou-se na Carta de classes de probabilidade de fogo, num perodo de 30 anos (DGF, 2003) actualizada pelos registos de incndios florestais na regio no perodo 1990-2006, e pelas classes de uso do solo, a partir do Projecto CORINE Land Cover (CLC2000, 2000) e na valorizao espacial das zonas protegidas, habitats ou stios de interesse de conservao especial.

  • 21

    Na TABELA 9 e FIGURA 12 aparecem as representaes das diferentes classes de susceptibilidade a incndios florestais na Regio Centro.

    Expresso territorial Classes de susceptibilidade km2 %

    Muito elevada 9431 39,8 Elevada 6973 29,5

    Moderada 3754 15,9 Baixa 3431 14,5

    Muito baixa 86 0,4

    TABELA 9

    FIGURA 12

    A expresso da susceptibilidade a incndios florestais mostra que esta assola potencialmente toda a regio e que uma boa parte, em condies climatricas mdias de Vero, apresenta susceptibilidade muito elevada. Em condies meteorolgicas extremas, praticamente toda a regio, incluindo a faixa litoral, pode apresentar susceptibilidade elevada a muito elevada a incndios florestais.

    As mudanas climticas indicam que a probabilidade de ocorrncia destas condies extremas tende a aumentar, fazendo com que a frequncia de dias de perigo extremo e a durao dos perodos com maior perigosidade aumentem.

    A susceptibilidade crescente nos espaos urbanos ou em povoamentos isolados e na interface com o espao rural.

  • 22

    Apesar da sua sazonalidade em termos de ocorrncia, os incndios florestais repercutem-se continuadamente no coberto vegetal, na paisagem, na actividade scio-econmica e na segurana de pessoas e de bens. No possvel deixar de ter em conta a sua realidade no ordenamento e planeamento do territrio e na anlise das suas dinmicas.

    2.5. PERIGOSIDADE RELACIONADA COM PROCESSOS TECNOLGICOS

    2.5.1. CONTAMINAO ASSOCIADA AO TRANSPORTE MARTIMO

    NA DEPENDNCIA DA MORFOLOGIA COSTEIRA

    As guas e orla costeiras, bem como os fundos marinhos da costa portuguesa esto sob presso da navegao e transporte martimo de mercadorias ao longo dos corredores de trfego e na aproximao aos portos, nomeadamente no que concerne a fontes de poluio (CNADS, 2001). O Projecto de GIZC (MAOTDR, 2007) ressalta para a ZEE, zona costeira e alguns cursos de gua vulnerveis com ponto fraco um conjunto de aces capazes de determinar nveis de poluio.

    A Regio Centro, pela extensa e exposta linha de costa e pela presena de reas sensveis do ponto de vista da biodiversidade, ocupao antrpica e aces produtivas apresenta uma vulnerabilidade efectiva relacionada com a navegao e transporte martimo de mercadorias, nomeadamente as decorrentes de derrame de hidrocarbonetos.

    A partir da cenarizao de um derrame de hidrocarbonetos na costa portuguesa e reflectindo os mecanismos expressos em F. Silva et al. (2000), D. Pulqurio et al. (2004) e C. Guedes Soares et al. (2005), foi feita uma avaliao topo-hidrogrfica e morfo-sedimentar a partir de fotografia area escala 1/10000, procurando caracterizar o nvel de impacto ambiental em diferentes troos costeiros utilizando a metodologia de A. O Sullivan & Jacques (2003).

    Assim e valorizando as zonas intermareais, o recorte e abrigo da linha de costa rochosa, a existncia de obras de proteco costeira transversais, a largura e o grau de exposio aco das ondas em praias de areia e areno-cascalhentas, o grau de entalhamento e ocupao dunar, o pendor e extenso da zona tidal foi possvel encontrar os resultados da TABELA 10 e a expresso cartogrfica da FIGURA 13.

    Os resultados fazem ressaltar dois grupos de susceptibilidade, com valores moderados a elevados e valores baixos a moderados, ficando os ndices elevados restritos s reas intermareais.

    Classes de susceptibilidade Expresso areal (km2) Elevada 13,3

    Moderada a elevada 165,2 Baixa a moderada 207,4

    Baixa -

    Classes de susceptibilidade Expresso dos troos litorais (km) Elevada -

    Moderada a elevada 57,3 Baixa a moderada 89,0

    Baixa -

    TABELA 10

  • 23

    Na FIGURA 13 ressaltam como reas costeiras de elevada susceptibilidade contaminao costeira associada morfologia costeira as reas lagunares da Barrinha de Esmoriz, Ria de Aveiro, o esturio do rio Mondego e uma rea costeira na Praia da Leirosa.

    Transparecem com apresentando susceptibilidade moderada a elevada, os troos costeiros entre o Furadouro e a Praia da Torreira, entre S. Jacinto e a Praia do Areo, entre Buarcos e a Leirosa, entre a Praia de Pedrgo e a Praia da Vieira, assim como as arribas recortadas de S. Pedro de Muel.

    FIGURA 13

    2.5.2. ACTIVIDADES INDUSTRIAIS E COMERCIAIS ASSOCIADAS

    AO ARMAZENAMENTO, MANUSEAMENTO E TRANSFORMAO DE

    MATRIAS PERIGOSAS

    Para a avaliao da susceptibilidade relacionada com as actividades industriais e comerciais foram seleccionados um conjunto de unidades e estabelecimentos que armazenam, manuseiam ou transformam matrias perigosas.

    Assim foram seleccionadas unidades industriais do tipo 1 e 2 de acordo com o Regulamento de Licenciamento da Actividade Industrial (DR n 8/2003) e a Portaria n 464/2003, num total de 86 e 866 unidades na Regio Centro, a que se associaram os Postos de Abastecimento de Combustvel, num total de 665 ilhas, 99 Pedreiras com licenciamento de explosivos, 7 Oficinas de carregamento de cartuchos e 21 Oficinas pirotcnicas.

  • 24

    A localizao das unidades e estabelecimentos, e a ponderao da perigosidade permitiu estabelecer cinco classes de ndices de susceptibilidade de acordo com os resultados da TABELA 11 e cartografia da FIGURA 14.

    Expresso territorial Classes de susceptibilidade km2 %

    Muito elevada 3140 13,3 Elevada 2805 11,9

    Moderada 2628 11,1 Baixa 6446 27,2

    Muito baixa 8654 36,6

    TABELA 11

    FIGURA14

    Os resultados fazem salientar os ndices elevados a muito elevados no Centro Litoral com digitao para o Alto Vouga, em oposio aos ndices muito baixos no Pinhal Interior e interior raiano.

    Os valores de ndice mais elevados registam-se no municpio de Leiria, apresentando ainda muito elevada ou elevada susceptibilidade municpios como Porto de Ms, Batalha, Marinha Grande, Pombal, Soure, Condeixa-a-Nova, Coimbra, Montemor-o-Velho, Figueira da Foz, Cantanhede, Mealhada, Anadia, gueda, Oliveira do Bairro, Vagos, lhavo, Aveiro, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha, Estarreja, Ovar, Vouzela, Tondela e Viseu.

  • 25

    2.5.3. TRANSPORTE DE MERCADORIAS PERIGOSAS

    A Regio Centro constitui um espao de cruzamento e circulao de veculos com mercadorias perigosas, sendo que esta circulao est enquadrada pelo RPE Regulamento Nacional do Transporte de Mercadorias Perigosas por Estrada (DL n 170-A/2007) sendo a coordenao de informao neste domnio feita pela DGTT Direco Geral dos Transportes Terrestres. Esta dinmica to mais importante quanto a Regio suporta o atravessamento Norte Sul e se constituiu como eixo principal de circulao transfronteiria de mercadorias, para alm dos fluxos inter-regionais, intermunicipais e locais em itinerrios principais e complementares.

    Para anlise da susceptibilidade, decorrente da circulao rodoviria de veculos com mercadorias perigosas, construiu-se um referencial em que se analisou os dados de trfego do ano de 2005 da Rede Rodoviria Nacional (IEP, 2006), comparando com a evoluo a partir do ano de 1999, a distribuio e hierarquia das vias do Plano Rodovirio Nacional (2000), a localizao das actividades industriais e comerciais com matrias perigosas, bem como o movimento de mercadorias a partir dos portos da Regio.

    Estabeleceu-se um algoritmo de anlise espacial que comporta: o trfego total geral de veculos no ano de 2005; o trfego de veculos de mercadorias em 2005; a hierarquizao e ponderao das vias principais e o clculo da densidade de vias a partir do PRN (2000); a avaliao municipal das classes da susceptibilidade actividade industrial e comercial, com ulterior georeferenciao das classes de uso industrial de acordo com a DGOTDU (2000); assim como o movimento mercadorias (cargas e descargas) nos portos de Aveiro e Figueira da Foz, de acordo com os dados do INE (2004).

    A espacializao dos resultados permitiu obter a expresso patente na TABELA 12 e a representao cartogrfica da FIGURA 15.

    Expresso territorial Classes de susceptibilidade km2 %

    Elevada a muito elevada 1258 5,3

    Moderada a elevada 3685 15,5 Moderada 4577 19,3

    Baixa a Moderada 3235 13,6 Baixa 10943 46,1

    TABELA 12

    Os resultados fazem sobressair: - o corredor do Centro Litoral, genericamente IC2 e IP1, com vrias digitaes e constituindo o eixo de maior contiguidade, e cujo maior ndice se encontra em Coimbra; - as reas de elevada a muito elevada susceptibilidade associadas ao transporte de mercadorias perigosas no eixo entre Coimbra e Aveiro, com um ponto a Norte em Ovar, - as reas de elevada a muito elevada susceptibilidade no eixo entre a Batalha e Marinha Grande/Leiria, com um ponto a Norte em Pombal; - as reas de elevada susceptibilidade polarizadas em Santa Comba Do e Viseu; - o eixo de susceptibilidade, moderada a elevada, ao longo do IC3, com digitaes ao longo do IC8 e para a EN110;

  • 26

    - o eixo de moderada susceptibilidade pontuado em Castelo Branco, Covilh e na Guarda.

    Aparece ainda representada a importncia relativa do movimento de mercadorias nos dois portos da Regio. Transparece ainda o traado do gasoduto ao longo do corredor do Centro Litoral, com quatro digitaes, e ao longo do eixo entre Vila Velha de Rdo e a Guarda.

    FIGURA 15

    2.5.4. CONDIES AMBIENTAIS ASSOCIADAS A REAS MINEIRAS

    ABANDONADAS OU DEGRADADAS

    A Regio Centro constitui historicamente um espao de explorao de recursos minerais variados, metlicos e no metlicos, o que associado a condies metalogenticas especficas determinaram uma disseminao regional de circunscries mineiras em explorao, em recuperao ambiental ou abandonadas. De acordo com o SIORMINP em http://e-geo.ineti.pt/bds/ocorrencias, esto identificadas 880 ocorrncias de recursos e reservas minerais na Regio Centro.

    A existncia de antigas exploraes minerais, mantendo em diferente estado de estabilidade e segurana formas de escavaes como exploraes a cu aberto, poos, galerias ou morfologias de estreis ou rejeitados, determinam uma observao atenta relativa a processos de abatimento, subsidncia, instabilidade de taludes e de galerias subterrneas, assim como de contaminao dos recursos hdricos, superficiais e subterrneos, e dos solos.

    A avaliao aqui encetada valoriza o diagnstico da perigosidade associada a reas mineiras degradadas ou sujeitas a recuperao, utilizando-se o diagnstico de J. S. Oliveira (1997) e J. S. Oliveira et al. (2002), bem como os dados de recuperao apresentados pela Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) em http://www.edm.pt/html/projconc.htm e suportados em EXMIN-SA (2002/2003).

  • 27

    De acordo com as condies geolgicas e a metalognese dos jazigos minerais, os processos de extraco e tratamento, a forma, dimenso e estado dos resduos da actividade mineira, o quimismo amostral e da envolvente mineira, o trabalho de J. S. Oliveira et al. (2002) organizou e classificou na Regio Centro 19 exploraes de minrios no energticos de acordo com o grau de perigosidade. A anlise aponta na regio duas reas mineiras com grau elevado de perigosidade (Escdia Grande Albergaria-a-Velha; Coval da M - Gis), trs antigas exploraes com grau mdio de perigosidade (Vrzea Sert; Sra. da Guia Gis; Malhada Sever do Vouga), dez reas mineiras com baixo grau de perigosidade e quatro com grau irrelevante de perigosidade (TABELA 13).

    Grau de perigosidade J. S. Oliveira et al. (2002) Minas abandonadas

    Elevado 2 Escdia Grande, Coval da M

    Mdio 3 Vrzea; Sra. da Guia; Malhada

    Baixo 10 Argemela; Talhadas; Braal; Massueime; Sarzedas; Vale Pio; Segura; Mata da Rainha; Ladeira das Vinhas; Peixeiro Irrelevante 4 Serra de Bis; Tapada do Lobo (2); Raseira; Monfortinho

    TABELA 13

    De acordo com os dados da EDM (http://www.edm.pt/html/proj_radioactivos1.htm) e num total de 61 antigas reas mineiras radioactivas (TABELA 14), localizadas nos distritos da Guarda, Viseu e Coimbra, aponta-se a necessidade de efectuar aces de remediao e monitorizao, nomeadamente privilegiando as reas que apresentam maior grau de perigosidade como na rea mineira da Urgeiria, Cunha Baixa, Quinta do Bispo e Bica, assim como em Castelejo, Vale da Abrutiga e Sra. das Fontes. Aponta-se ainda um conjunto alargado de aces e caracterizao complementar para as restantes minas.

    Agrupamento de minas radioactivas (EDM, 2005)

    Nmero de minas por municpio

    Grupo Castelejo Seia (1); Gouveia (7); Fornos de Algodres (1); Penalva do Castelo (1) Grupo Mortrios Meda (1); Sernancelhe (1); Aguiar da Beira (5); Trancoso (10)

    Grupo Prado Velho Almeida (3); Sabugal (7); Guarda (9); Pinhel (1) Grupo Quinta do Bispo Mangualde (7); Nelas (3); Tbua (3)

    TABELA 14

    O plano de beneficiao, remediao e monitorizao das reas mineiras aponta um conjunto alargado de obras concludas no perodo 2003/2005, em execuo ou em projecto a partir de 2008.

  • 28

    2.6. VULNERABILIDADE SOCIAL RELACIONADA COM OS RISCOS

    NATURAIS E TECNOLGICOS

    A vulnerabilidade social est associada ao grau de exposio e capacidade de resistncia e de resilincia das populaes e dos grupos sociais a desastres ou catstrofes de origem natural, ambiental ou tecnolgica. O conceito de vulnerabilidade remete para a componente estrutural que marca o territrio, sobretudo no que concerne s dinmicas demogrficas, ao capital social, s dimenses socioculturais, s polticas pblicas de investimento e s lgicas e processos da actividade econmica.

    O clculo do ndice de Vulnerabilidade Social (IVS) para os concelhos da Regio Centro determinou a existncia de treze factores estruturantes que esto resumidos na TABELA 15:

    Factores Nome % da Varincia Explicada

    1 Dinmicas demogrficas e equipamentos colectivos

    20.0

    2 Dinmica de desenvolvimento 9.6 3 Sector produtivo tercirio 7.6 4 Actividade laboral, qualificao e segurana

    profissional 7.2

    5 Equipamentos sociais 5.8 6 Tipologia do Edificado (construo 1960-

    1990) 5.4

    7 Especializao industrial 3.5 8 Condies de higiene e sade pblica 3.5 9 Empregabilidade 3.5

    10 Quadros superiores e empresrios 3.4 11 Equipamentos hoteleiros 3.4 12 Tipologia do edificado (construo aps

    1991) 3.1

    13 Outros equipamentos 3.0

    TABELA 15 - Factores da vulnerabilidade social nos concelhos da Regio Centro

    Para o clculo do IVS foi atribudo o mesmo peso aos factores retidos e a escala de vulnerabilidade social foi construda a partir do desvio em relao mdia de vulnerabilidade regional. Para a Regio Centro os resultados so os seguintes:

    - Mdia de vulnerabilidade social: -0,03 - Desvio-padro: 3,58

    - Valor mnimo do IVS: -9,71 - Valor Mximo do IVS: +9,71

    A Regio apresenta, assim, nveis de vulnerabilidade social aos perigos naturais, ambientais e tecnolgicos que podem ser considerados elevados (TABELA 16 e FIGURA 16). Com efeito, 14,1% dos municpios caracterizam-se por uma vulnerabilidade social muito elevada e 20.5% por uma vulnerabilidade elevada.

  • 29

    ndice de Vulnerabilidade Social N % Muito elevada 11 14.1

    Elevada 16 20.5 Moderada 27 34.6

    Baixa 11 14.1 Muito Baixa 13 16.7

    TOTAL 78 100

    TABELA 16 - Nmero e percentagem de concelhos por escala de vulnerabilidade social

    A anlise das dimenses subjacentes aos factores do ndice nos diferentes concelhos restitui-nos uma forte heterogeneidade e uma acentuada interactividade dos condicionantes da vulnerabilidade social, mesmo em espaos contguos. Assim, dos 11 concelhos com uma vulnerabilidade social muito elevada, s em dois que essa vulnerabilidade deriva do peso de um nico factor do modelo de anlise: Ansio (tipologia do edificado) e Vila Velha de Rdo (especializao industrial).

    Se nos concelhos do litoral assistimos ao contributo directo das dinmicas demogrficas (crescimento da populao, aumento da densidade populacional) e da degradao das condies de habitabilidade no aumento da vulnerabilidade social, nalguns casos estas dimenses so acentuadas pelo predomnio do sector produtivo secundrio e pela baixa qualificao profissional enquanto que noutros a vulnerabilidade potenciada pelo fraco dinamismo empresarial ou pela excessiva especializao num dado sector de actividade econmica (por exemplo, no turismo).

    FIGURA 16

  • 30

    O ndice de Vulnerabilidade Social e a sua territorializao reflectem os padres de urbanizao e de industrializao da Regio, acentuando-se a vulnerabilidade social nas reas de influncia, ou melhor, nos hinterlands das capitais de distrito, embora com menor incidncia na Guarda e praticamente sem reflexos em Castelo Branco.

    A relativa macrocefalia e a concentrao de recursos, equipamentos e qualificaes nesses centros urbanos, coloca-os numa posio privilegiada quanto vulnerabilidade social, embora com padres distintos entre si: enquanto que nos concelhos de Coimbra e de Aveiro o factor que mais atenua a vulnerabilidade social a dinmica de desenvolvimento, em Viseu prende-se com o crescimento do sector produtivo tercirio e em Leiria com a empregabilidade. Os municpios da Guarda e de Castelo Branco esto um pouco afastados desta realidade, mantendo, neste ltimo caso, um nvel de vulnerabilidade apenas baixo. No plo oposto, merece uma referncia especial o caso de municpio da Covilh, que, sobretudo, pelos mecanismos de enfraquecimento e desestruturao do tecido industrial, aparece com nveis de vulnerabilidade social ao risco muito elevados.

    O policentrismo, a urbanizao difusa, o modelo de desenvolvimento econmico na Regio Centro, com uma forte mono-especializao de actividades econmicas produtivas (sector industrial tradicional ou turismo) e baixas qualificaes profissionais de parte da populao, marcam de forma estrutural a vulnerabilidade social.

    Uma poltica de ordenamento deve atender a este impacto heterogneo e multifacetado da vulnerabilidade no territrio a trs nveis:

    1) polticas e estruturas de preveno e mitigao dos riscos; 2) estruturas de socorro e emergncia; 3) polticas de reduo estrutural da vulnerabilidade social.

  • 31

    3. VISO ESTRATGICA

    A expresso dos Riscos naturais, ambientais e tecnolgicos enquanto vectores territoriais estratgicos da Regio Centro determinam desde logo:

    a expresso espacializada da perigosidade e vulnerabilidade; a articulao com outros instrumentos de ordenamento pr-existentes; o enquadramento com outros quadros de referncia e com as equipas sectoriais do PROT; a articulao com os outros vectores estruturantes da Regio Centro; a construo e contribuio para um modelo territorial global.

    O quadro de referncia a construir possibilita, nomeadamente: a definio estratgica de aces de controlo, preveno e minimizao dos riscos naturais,

    ambientais e tecnolgicos; a territoralizao operacional dos espaos-risco; a transposio para as normas orientadoras e normas especficas das medidas relativas

    perigosidade, vulnerabilidade e expresso do risco; o elencar das condicionantes e potencialidades para o desenvolvimento regional, determinadas

    pelos riscos; a concepo e promoo de aces de sensibilizao e formao junto das comunidades e das

    associaes locais sobre formas de avaliao, preveno e minimizao dos riscos naturais, ambientais e tecnolgicos.

    A cenarizao estratgica da perigosidade e vulnerabilidade na Regio Centro poder no horizonte temporal definido, e de acordo com as prioridades do quadro de referncia estratgico, nacional e regional, e dos programas operacionais, contribuir para:

    a construo ou optimizao de formas estruturais e no estruturais de preveno; a concretizao ou requalificao de formas e recursos de minimizao; a anlise da eficincia mitigadora das medidas estruturais e de monitorizao implementadas; a definio e priorizao de estratgias de actuao, no quadro tcnico e poltico; a seleco de meios e recursos de gesto de alerta, emergncia e socorro; a distribuio e repartio territorial dos meios e recursos de proteco civil; a articulao com outros instrumentos de ordenamento.

    Assim, nas polticas de reduo ou mitigao dos riscos, bem como das polticas de proteco e socorro na Regio Centro, devem considerar-se os seguintes pressupostos e viso na elaborao do modelo territorial e na proposio de orientaes e normas:

    a criao de um quadro referencial de susceptibilidade e vulnerabilidade regional aos riscos naturais e tecnolgicos, reconhecido e aceite desde escalas nacionais a locais;

    a discriminao positiva dos territrios com elevada susceptibilidade, bem como das infra-estruturas produtivas ou de circulao expostas, atendendo relevncia a escalas nacionais e locais;

    a adopo de programas e aces, estruturais e no estruturais, ao nvel da preveno e mitigao do risco ssmico, nomeadamente na adopo de prticas de concepo e reabilitao ssmica;

    a discriminao positiva dos territrios com maior perigosidade ssmica ou contendo elementos relevantes expostos, nomeadamente infraestruturais, patrimoniais e industriais;

  • 32

    a avaliao, monitorizao e implementao de um quadro de segurana para os limites de exposio radioactividade natural, quer relativamente concentrao no interior de edifcios, quer concentrao em guas destinadas ao consumo humano;

    a adopo de polticas municipais de ordenamento e instrumentos que valorizem a preveno e minimizao dos processos associados aos movimentos de massa e a processos de colapso, abatimento ou estabilidade de zonas crsicas ou de exploraes minerais abandonadas ou degradadas;

    a articulao de polticas de operacionalizao de meios e recursos para situaes generalizadas de distrbio ou afectando infra-estruturas com incidncia supra-municipal a nacional;

    a avaliao, monitorizao e modelao topo-hidrogrfica da linha da orla costeira, para horizontes temporais abrangentes e, nomeadamente no quadro de alteraes climticas;

    a implementao de programas especficos em troos crticos de eroso litoral em sistemas praia/duna ou em arribas coesivas, avaliando as opes de planificao assumidas, a eficincia das obras de proteco, bem como a anlise de custos e benefcios nas frentes urbanas e nas reas protegidas sensveis;

    a adopo de programas e aces, estruturais e no estruturais, ao nvel da preveno e mitigao do risco de cheias e inundaes, envolvendo a dimenso urbana e rural, bem como a avaliao da eficincias das estruturas de defesa e regularizao;

    a discriminao positiva dos territrios com maior perigosidade relacionada com cheias e inundaes ou contendo elementos relevantes expostos, nomeadamente infraestruturais, patrimoniais e industriais;

    a avaliao, monitorizao e modelao dos regimes fluviais associados a cheias rpidas e progressivas, em pequenas bacias ou ao nvel da ARH, para horizontes temporais abrangentes e, nomeadamente no quadro de alteraes climticas;

    a transposio para os vrios planos e instrumentos de gesto territorial das condicionantes relacionadas com a dinmica fluvial de cheias, rpidas e progressivas, e de inundaes, em espao urbano, rural ou protegido;

    a discriminao positiva dos territrios com maior susceptibilidade seca, e adopo de estratgias de salvaguarda para a explorao de recursos hdricos subterrneos;

    a implementao de programas e polticas especficas para apoio s actividades agrcolas e pecurias, bem como a disponibilizao de recursos hdricos, em quantidade e qualidade, para abastecimento das populaes em perodo de seca;

    a adopo, em situaes meteorolgicas extremas, de sistemas eficazes de previso e de alerta, dirigidos populao em geral e optimizados para grupos especficos de risco, com implantao e actores locais;

    a implementao de polticas especficas de sade pblica e proteco social para os municpios que apresentam maior susceptibilidade a ondas de calor e de frio, e, simultaneamente, uma populao residente fortemente envelhecida e com um ndice de vulnerabilidade social acima da mdia regional;

    a afectao de recursos, fsicos e humanos, para a emergncia e socorro relacionadas com ondas de calor, nomeadamente no suprimento de gua e de refrigerao, no acompanhamento mdico e psicossocial, com disponibilizao de espaos climatizados com autonomia energtica em locais de acolhimento temporrio/permanente (hospitais e centros de sade, lares e centros de dia, creches);

    a avaliao da sobrecarga dos sistemas de distribuio de electricidade e falha consequente, potenciando de forma significativa os efeitos na sade pblica de extremos termo-higromtricos, associados as ondas de calor e de frio;

    a discriminao positiva dos territrios ardidos, e implementao de faixas de segurana a em espaos urbanos ou de interface rural/urbano, ou no permetros de elementos relevantes expostos, nomeadamente infraestruturais, patrimoniais e industriais;

  • 33

    o fomento do associativismo florestal e incremento da rea florestal com planos de gesto, e simultaneamente aumento do conhecimento sobre a temtica dos incndios florestais;

    a reflorestao das reas ardidas e aumento dos espaos com espcies autctones, bem como sensibilizao das populaes para os perigos e para as prticas de auto-proteco;

    a articulao das polticas de gesto e ordenamento florestal com as polticas energticas; a estruturao e optimizao dos meios de sinalizao e alerta de pontos de ignio, e dos

    meios de combate e rescaldo de incndios florestais; a implementao de programas e polticas especficas para alerta, monitorizao e proteco da

    orla costeira e dos recursos marinhos em caso de acidente martimo ou porturio; a estruturao de meios e recursos, materiais e humanos, de socorro, combate e proteco da

    orla costeira em caso de derrame martimo; a implementao de referenciais de segurana em zonas industriais de unidades e infra-

    estruturas de apoio, para fazer face as situaes de acidentes graves, nomeadamente no manuseamento, armazenamento e transformao de matrias perigosas;

    a implementao de referenciais de segurana em reas comerciais e infra-estruturas de apoio, para fazer face as situaes de acidentes graves, nomeadamente no manuseamento e armazenamento de matrias perigosas;

    o desenvolvimento de recursos materiais e humanos, especficos para interveno em acidentes com matrias perigosas, nomeadamente de comunicao, avaliao, interveno e rescaldo;

    a implementao de faixas de segurana em unidades industriais com manuseamento, armazenamento e transformao de matrias perigosas, e sensibilizao das populaes para os perigos e para as prticas de auto-proteco;

    a implementao de referenciais de segurana para o transporte de matrias perigosas, diferenciando vias, intensidade e perodo de trfego, condies e velocidade de circulao e espaos de aparcamento;

    o desenvolvimento de recursos materiais e humanos, especficos para interveno em acidentes rodovirios e ferrovirios envolvendo mercadorias perigosas, nomeadamente de comunicao, avaliao, interveno e rescaldo;

    a caracterizao geolgica, hidrogeoqumica e hidrogeolgica das reas mineiras abandonadas visando a implementao e indicadores de controlo ambiental, com a definio de hierarquias de interveno;

    a avaliao e monitorizao dos impactes em todas as reas mineiras abandonadas, num quadro de estabilizao e conteno, remoo ou proteco de escombreiras, reteno e tratamento de guas e efluentes, e de controlo sobre a explorao de inertes;

    a concretizao de todos os Planos Directores das reas mineiras de radioactivos, com o confinamento dos resduos radioactivos, construo de sistemas de drenagem superficiais perifricos e internos, trabalhos de revegetao/ integrao paisagstica e construo de vedaes, atravs de aces complementares ou especficas de remediao;

    a parametrizao e quantificao dos principais indicadores ambientais radiolgicos, hidroqumicos e geoqumicos das reas mineiras de radioactivos;

    a implementao organizacional, de estruturas e recursos, para a gesto de emergncia e socorro da escala supra-regional transnacional; promoo de programas de sensibilizao e preparao pblica escala local;

    o fomento de campanhas de sensibilizao e de comunicao de uma cultura de segurana explicitamente orientadas para os municpios e os grupos mais vulnerveis;

    a explicitao nos planos de desenvolvimento estratgico dos municpios com vulnerabilidade social elevada e muito elevada, das formas de reduo;

    a mobilizao, como est prevista na Lei da Proteco Civil, das estruturas locais (Juntas de Freguesia) como agentes da proteco civil, sobretudo nos municpios mais vulnerveis; e estmulo da participao dos cidados e das suas estruturas associativas de mbito local em tarefas ligadas segurana e proteco civil;

  • 34

    o desenvolvimento de unidades de sade e de equipas especializadas de socorro e emergncia que cubram de forma eficaz e densa os municpios com maior vulnerabilidade social;

    a aplicao do conceito de modos de vida sustentveis, que incorpore as desigualdades sociais e o acesso diferenciado aos recursos e bens, fornecendo melhores ferramentas e parmetros de actuao na preveno e mitigao dos riscos; constituindo-se o ordenamento do territrio como forma estrutural para a segurana das populaes;

    a reduo estrutural da vulnerabilidade social numa lgica de desconcentrao urbana e de diversificao dos investimentos produtivos, constituindo a lgica policntrica da Regio Centro uma oportunidade e um potencial para a reduo da vulnerabilidade social. Tal poder ser conseguido, contrariando a actual tendncia macrocfala dos grandes centros urbanos, com: (1) a recuperao do edificado e a melhoria da qualidade de vida nos hinterlands dos grandes centros urbanos, nomeadamente com a construo de equipamentos sociais e de qualificao ambiental, fomentando, nomeadamente o conforto e a eficincia trmica das habitaes; (2) a aplicao de polticas de qualificao e de requalificao profissional dos indivduos e dos grupos mais vulnerveis; (3) o envolvimento nas polticas de preveno e de mitigao dos riscos e nas estruturas de socorro e emergncia, os cidados e as suas estruturas associativas; (4) o apoio diversificao das actividades econmicas e as iniciativas empresariais de pequena escala.

  • 35

    4. VISO ESTRATGICA GLOBAL

    A interpretao dos riscos naturais e tecnolgicos na Regio Centro, numa lgica de preveno e mitigao, promove a resistncia e resilincia das populaes e territrios;

    O diagnstico e representao dos riscos naturais e tecnolgicos feita preferencialmente s escalas municipais e intermunicipais, enquanto que a operacionalizao do socorro e emergncia privilegia escalas supra-municipais a transnacionais, de acordo com a tipologia, ndice de perigosidade e probabilidade de ocorrncia;

    Os riscos naturais e tecnolgicos so determinantes nas opes de qualificao ambiental, na definio dos fluxos urbanos e no suporte da inovao, na definio e na hierarquizao da rede de acessibilidades;

    Os modelos de consolidao e expanso urbana reflectem historicamente condicionantes determinadas pelos riscos naturais;

    As fragilidades e potencialidades da orla costeira, funo dos valores ambientais e da dinmica de transformao, impem uma monitorizao e gesto integrada dos riscos naturais e tecnolgicos;

    As condies de ondas de calor esto associadas a outros riscos sumativos como sejam as secas e os incndios, nomeadamente os florestais;

    A gesto e qualificao de reas protegidas e de conservao da natureza esto dependentes de medidas de preveno e mitigao de riscos naturais e tecnolgicos;

    A materializao dos riscos naturais e tecnolgicos impe constrangimentos e limitaes nos fluxos e dinmicas nacionais e transnacionais que cruzam a Regio Centro ao nvel, por exemplo, da circulao rodoviria e ferroviria, na explorao e distribuio energtica, na captao e abastecimento de recursos hdricos;

    A territoralizao e cenarizao dos riscos tecnolgicos suportam as opes de desenvolvimento e espacializao dos sectores industriais e infra-estruturao energtica e de acessibilidades;

    Os modelos de desenvolvimento rural e de proteco da floresta e dos espaos naturais condicionam sectores produtivos, como o turstico, e so reflexo da magnitude e severidade dos ndices de perigosidade natural;

    A implementao de um quadro regional de qualificao ambiental e de segurana das pessoas e bens est dependente da efectivao de estratgias de remediao e monitorizao em reas mineiras abandonadas ou degradadas;

    A diversificao e adequao das estratgias de uso e transformao do territrio promovem a mitigao dos riscos e contribuem para a coeso territorial da regio;

    O policentrismo da Regio Centro apresenta-se como potenciador e como uma oportunidade para estruturar o territrio de forma a diminuir ou mitigar a vulnerabilidade social aos riscos naturais e tecnolgicos;

    A tendncia relativa de macrocefalia dos grandes centros urbanos deve ser contrariada por polticas de ordenamento do territrio e por lgicas institucionais e organizacionais que, a nvel da preveno e mitigao dos riscos e da emergncia e socorro, operem explicitamente no sentido de proceder a uma efectiva desconcentrao espacial (por exemplo, na localizao geogrfica e nas suas redes articuladas de actuao);

    A percepo e sensibilizao aos riscos, bem como a adopo de comportamentos de segurana, possibilitam o desenvolvimento de competncias no mbito da educao, nomeadamente para o ambiente, sustentabilidade e cidadania.

  • 36

    5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    Ayala-Carcedo, F. (2002). Introduccin al anlisis y gestin de riesgos. Riesgos Naturales. Ed. Ariel Cincia, Barcelona, pp. 133-145.

    Bankoff, G. (2004). Mapping the Vulnerability Disasters, Development & People; Ed. Greg Bankoff, Georg Frerks, Dorothea Hilhorst; Earthscan; 2004, Londres, p.

    Cabral, J. & Ribeiro, A. (1988). Carta neotctnica de Portugal na escla 1/1000000. Dep. Geol. Fac. Cincias Univ. Lisboa, Serv. Geol. de Portugal, Gab. Prot. Seg. Nuclear Lisboa, Inst. Geolgico e Mineiro.

    CLC2000 (2000). Projecto CORINE Land Cover 2000. Inst. Sup. Estatstica e Gesto de Informao, Inst. Geogrfico Portugus, Instituto do Ambiente e Agncia Europeia do Ambiente.

    CNADS (2001). Projecto de reflexo sobre o desenvolvimento sustentvel da zona costeira. Cons. Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentvel, Lisboa, p. 46.

    Coelho, C. & Veloso-Gomes, F. (2005). Classificao de vulnerabilidade e riscos como contributo no planeamento das zonas costeira. Actas do III Congresso sobre planeamento e gesto das zonas costeiras dos pases de expresso portuguesa. Ed. Ass. Portuguesa dos Recursos Hdricos, CD Sesso 2A (Com. 10), 15p.

    Cunha, P.P.; Dinis, J. (1998). A eroso nas praias do Cabo Mondego Figueira da Foz (Portugal centro-oeste), de 1995 a 1998. Territorium, 5, Coimbra.

    Cutter, S.; Boruff, B. & Shirley, W. (2003). Social Vulnerability to Environmental Hazards. Social Science Quarterly 84(1), pp. 242-261.

    DGF (2003). Carta de classes de probabilidade de fogo, num perodo de 30 anos, na escala 1/1000000, DEF/ISA, Direco Geral das Florestais, Lisboa.

    Dias, J. A.; Ferreira, O. & Pereira, A. R. (1994). Estudo sinttico de diagnstico da geomorfologia e da dinmica sedimentar dos troos costeiros entre Espinho e Nazar. Instituto de Conservao da Natureza, p. 96.

    Dinis, J. L. & Tavares, A. (2005). Susceptibilidade geomorfolgica da costa ocidental portuguesa a tsunamis. Actas do III Congresso sobre planeamento e gesto das zonas costeiras dos pases de expresso portuguesa. Ed. Ass. Portuguesa dos Recursos Hdricos, CD Sesso 1B (Com. 32), 17p.

    DRAOTC (2002). Carta verde do Litoral Centro. Direco Regional do Ambiente e Ordenamento do Territrio Centro, NEMUS, 2 Edio, Lisboa, p. 59.

    EXMIN-SA (2002-2003). Estudo de Hierarquizao para Reabilitao de reas Mineiras Abandonadas. Companhia de Indstria e Servios Mineiros e Ambientais, Relatrio no publicado.

    FAO (1986). Wildfire management terminology. Terminologie de la lutte contre les incendies de fret. Terminologa del control de incendios en tierras incultas. Rome, Italy: United Nations, FAO, Forest Resources Development Branch.

  • 37

    Ferreira, O. & Dias, J. A. (1997). Avaliao da aco de temporais na costa oeste portuguesa (Sector Aveiro-Cabo Mondego). Colectnea de Ideias sobre a Zona Costeira de Portugal. Ass. EUROCOAST Portugal, Porto, pp. 429-447.

    GCDL (2006). Levantamento das situaes de risco associadas ao processo de eroso da Orla Costeira do distrito de Leiria. Governo Civil de Distrito de Leiria, p. 23.

    IEP (2006). Trfego 2005. Rede Rodoviria Nacional.

    IGM (1992). Carta geolgica de Portugal, na escala 1/500000. Servios Geolgicos de Portugal, Ed. Instituto Geolgico e Mineiro, 5 Ed., Lisboa.

    IGM (1997). Carta de radiao Gama Natural, na escala 1/200000, Folhas 3 e 4. Instituto Geolgico e Mineiro, Direco Geral do Ambiente, Ag. Intern. Energia Atmica, Lisboa.

    IM (1996). Carta de isossistas de intensidade mxima baseadas na sismicidade histrica e actual (1755-1996), Instituto de Meteorologia, 1/1000000, Ed. Instituto do Ambiente, Lisboa.

    IM (s/data). Normais climatolgicas (1961/90) das estaes de Porto/pedras Rubras, Aveiro, Anadia, Coimbra, Alcobaa, Cabo carvoeiro, Rio Maior, Alvega, Moimenta da Beira, Caramulo, Viseu, Figueira de Castelo Rodrigo, Nelas, Guarda, Penhas Douradas, Lous/boa Vista, Castelo Branco e Portalegre. Instituto de Meteorologia, MCTES, Portugal.

    IM (s/data). Valores dirios da temperatura mnima e temperatura mxima do ar das estaes meteorolgicas de Aveiro, Coimbra/Cernache, Leiria, Viseu, Guarda e Castelo Branco. Instituto de Meteorologia, MCTES, Portugal.

    INAG (1998/1999). Plano da Bacia Hidrogrfica do rio Lis. Instituto Nacional da gua, Lisboa

    INAG (1998/1999b). Plano da Bacia Hidrogrfica do rio Mondego. Instituto Nacional da gua, Lisboa

    INAG (1998/1999c). Plano da Bacia Hidrogrfica do rio Vouga. Instituto Nacional da gua, Lisboa.

    INAG (1999). Plano da Bacia Hidrogrfica do rio Tejo. Instituto Nacional da gua, Lisboa.

    INAG (2001). Plano da Bacia Hidrogrfica do rio Douro. Instituto Nacional da gua, Lisboa.

    Lopes, A. (2003). O Litoral da Regio Centro de Portugal. Um caso preocupante de risco e perda de territrio. Ministrios das Cidades, Ordenamento do Territrio e Ambiente, p. 38 + 8 anexos.

    MAOTDR (2007). GIZC - Bases para a Estratgia de Gesto Integrada da Zona Costeira Nacional. Ministrio do Ambiente, Ordenamento do Territrio e Desenvolvimento Regional, p. 110.

    MAOTDR-GSEOTC (2005). PROT 2006. Orientaes gerais para a elaborao dos Planos Regionais de Ordenamento do Territrio, Ministrio do Ambiente, Ordenamento do Territrio e Desenvolvimento Rural, Gabinete do Secretrio de Estado do Ordenamento do Territrio e das Cidades, p. 24.

    O Sullivan, A. & Jacques, T. G. (2003).Impact reference system effects of oil in the marine environment: impact of hydrocarbons on fauna and flora. European Commision, Brussels, p. 80.

    Oliveira, J. S. (1997). Algumas reflexes com enfoque na problemtica dos riscos ambientais associados actividade mineira. Estudos, Notas e Trabalhos do IGM, Tomo 39, pp. 3-25.

    Oliveira, J. S.; Farinha, J.; Matos, J.; vila, P.; Rosa, C.; Machado, M. C.; Daniel, F.; Martins, L. & Leite, M. M. (2002). Diagnstico ambiental das principais reas mineiras degradadas dos Pas. Boletim de Minas, Lisboa, 39(2), pp. 67-85.

  • 38

    Pelling, M. (2003). The Vulnerability of Cities: Natural Disasters and Social Resilience; Ed. Earthscan; 2003; Londres, p.

    Pereira, J. C. & Santos, M. T. (2003). reas queimadas e risco de incndio florestal em Portugal. Direco Geral das Florestas Ministrio da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas.

    PNPOT (2007). Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio. Relatrio anexo Lei n 58/2007.

    Pulqurio, D.; S, R. Sebastio, P. & Soares, C.G. (2004). Sistemas de Informao Geogrfica para apoio na preveno e combate da poluio no mar: uma aplicao SIG de apoio deciso. As actividades martimas e a engenharia, Ed. Salamandra, Lisboa, pp. 431-442.

    Rodrigues, R.; Brando, C.; Costa, J.; Saramago, M. & Almeida, M. (2007). Breve caracterizao das cheias do Outono de 2006. Instituto da gua, Direco dos Servios de Recursos Hdricos, Lisboa, p. 14.

    Salas, J. & Cocero, D. (2004). El concepto de peligro de incendio. Sistemas actuales de estimacin del peligro. Nuevas tecnologas para la estimacin del riesgo de incendios forestales. Ed. Emilio Chuvieco e Maria P.M Isabel.

    Silva, F.; Sebastio, P.; Carneiro, C. & Soares, C. G. (2000). Sistema de previso da evoluo de manchas de hidrocarbonetos na ZEE portuguesa. O mar e os desafios do Futuro, Ed. Salamandra, Lisboa, pp. 371-386.

    SMN (1974). Precipitao quantidade total. Valores mdios anuais (1931-1960). Ed. Instituto do Ambiente, Lisboa.

    Soares, C. G. ; Sebastio, P.; Anto, P.; Gouveia, J. V.; Pacheco, M. B.; Pulprio, D. & S, R. (2005). Planeamento de operaes de combate poluio marinha com apoio de Sistemas de Informao G. Anlise e Gesto de Riscos, Segurana e Fiabilidade, Ed. Salamandra; Lisboa, pp. 395-416.

    Veloso-Gomes, F.; Pinto, F. T.; Neves, L.; Barbosa, J. & Coelho, C. (2002). High risk in the NW Portuguese Coast: Dour River Cape Montero. Proc. 6th Intern. Conf. LITTORAL 2002, Ass. EUROCOAST-Portugal, Porto, pp. 411-421.

    Veloso-Gomes, F. (2007). A gesto integrada da zona costeira portuguesa. Revista da Gesto Costeira Integrada, Ass. Porto. Rei. Hdricos, UNIVALI, 7 (2), pp.83-95.

    Lei n 58/2007, de 4 de Setembro, Dirio da Repblica. Programa Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio - PNPOT

    Decreto-lei n 170-A/2007, de 4 de Maio de 2007, Dirio da Repblica. Regulamento Nacional do Transporte de Mercadorias Perigosas por Estrada (RPE) e outras regras respeitantes ao transporte rodovirio de mercadorias perigosas, DGTT.

    Decreto Regulamentar n 8/2003, de 11 de Abril, Dirio da Repblica. Regulamento de Licenciamento da Actividade Industrial

    Portaria n 464/2003, de 6 de Junho, Dirio da Repblica. Novo regime legal para o exerccio da actividade industrial.

  • 39

    http://e-geo.ineti.pt/bds/ocorrencias, SIORMINP - Sistema de Informao de Ocorrncias e Recursos Minerais Portugueses, acesso em 25/1/2008

    http://www.edm.pt/html/proj_radioactivos1.htm, EDM SA, Caracterizao e Projectos nas Minas de Radioactivos - Fase Complementar 1, acesso em 25/1/2008

    http://www.edm.pt/html/projconc.htm, EDM SA, Estudos, projectos e obras concludos, acesso em 25/1/2008

    http://www.inag.pt/inag2004/port/a_intervencao/obras/int_o_costeira_01.html, acesso em 30/1/2007.

    http://www.meteo.pt/pt/clima/info_clima/clim_relatorios.jsp, Relatrios de acompanhamento da situao de seca em Portugal Continental, acesso em 30/1/2007

    http://www.meteo.pt/pt/clima/info_clima/clim_relatorios.jsp, Relatrios de acompanhamento da situao de fenmenos extremos - onda de calor em Portugal Continental, acesso em 30/1/2007

    http://www.meteo.pt/pt/clima/info_clima/clim_relatorios.jsp, Relatrios de acompanhamento da situao de onda de frio em Portugal Continental, acesso em 30/1/2007

    Coimbra, 22 de Outubro de 2007