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Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal Documento produzido pelas Redes Locais de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal Rede de Educação de Adultos e Jovens do Concelho de Braga – REAJ-Braga Forum de CNO do Vale do Ave Rede de Educação e Aprendizagem ao Longo da Vida Minho Lima – REALV-ML Rede de Educação de Adultos de Gondomar Rede de Educação de Adultos Alto Trás-os-Montes Rede de Educação de Adultos do Douro Rede Territorial para a Qualificação do Tâmega e Sousa 26 de março 2012

Contributos para o sistema de EFA

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Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal - Documento produzido pelas Redes Locais de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

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Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal

Documento produzido pelas Redes Locais de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Rede de Educação de Adultos e Jovens do Concelho de Braga – REAJ-Braga

Forum de CNO do Vale do Ave Rede de Educação e Aprendizagem ao Longo da Vida Minho Lima – REALV-ML

Rede de Educação de Adultos de Gondomar Rede de Educação de Adultos Alto Trás-os-Montes

Rede de Educação de Adultos do Douro Rede Territorial para a Qualificação do Tâmega e Sousa

26 de março 2012

Page 2: Contributos para o sistema de EFA

Índice

Introdução .................................................................................................................................................... 3

1. Pressupostos ............................................................................................................................................. 3

2. Finalidades da Educação e Formação de Adultos ..................................................................................... 4

3. Princípios de atuação no campo da Educação e Formação de Adultos ................................................... 5

4. Destinatários ............................................................................................................................................ 6

5. Atividades, ações e práticas de educação e formação de adultos ........................................................... 8

5.1. Orientação e aconselhamento .......................................................................................................... 8

5.2. Reconhecimento de adquiridos ........................................................................................................ 9

5.3. Percursos Integrados de Educação e Formação de Adultos (PIEFA) ............................................... 10

5.4. Percursos estruturados de formação, que configurem a obtenção de uma certificação

escolar e / ou profissional. .............................................................................................................. 11

5.5. Atividades de educação não formal ................................................................................................ 12

5.6. Unidades de formação do Catálogo Nacional de Qualificações ...................................................... 13

5.7. Cursos de especialização tecnológica ............................................................................................. 13

5.8. Alfabetização literal e funcional ...................................................................................................... 14

5.9. Formação à medida ......................................................................................................................... 14

5.10. Maior visibilidade à caderneta de competências.......................................................................... 14

5.11. Atividades que promovam a aprendizagem intergeracional ........................................................ 15

5.12. Educação de Segunda Oportunidade para Prosseguimento de Estudos (ESOPE)......................... 15

5.13. Conclusão do ensino secundário para adultos com o percurso quase concluído ......................... 16

6. Promotores e agentes ............................................................................................................................ 16

6.1. Entidades ......................................................................................................................................... 16

6.2. Profissionais .................................................................................................................................... 17

7. Organização do sistema .......................................................................................................................... 18

7.1. Redes territoriais para a Educação e Formação .............................................................................. 19

7.2. Observatório da educação e emprego ............................................................................................ 22

8. Financiamento ........................................................................................................................................ 22

9. Assinaturas ............................................................................................................................................. 23

Anexo: Breve Descrição das Redes que participaram no processo ............................................................ 24

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 3

Introdução

A Educação e Formação de Adultos em Portugal encontra-se, atualmente, num momento de

indefinição, tendo já sido assumida pelo governo a sua reorganização, apontando o período

entre janeiro e agosto de 2012 para a definição das alterações a produzir. O facto das

candidaturas pedagógicas e financeiras dos Centros Novas Oportunidades se referirem a esse

período é um indicador de que a partir de setembro de 2012 haverá lugar à implementação

das atividades de acordo com as definições produzidas.

Paralelamente, é claro o interesse de Portugal em manter uma política pública de educação,

formação e aprendizagem de adultos que acompanhe o trabalho realizado nesse domínio nos

restantes países da União Europeia e que permita ao país, por um lado, beneficiar dos

financiamentos disponíveis por via do Fundo Social Europeu e do Programa Aprendizagem ao

Longo da Vida, entre outros, e, por outro, melhorar os indicadores de educação, formação e

aprendizagem formais, não formais e informais da população portuguesa. Só assim o esforço

de modernização da sociedade e da economia nacionais levado a cabo desde 1986 terão os

impactos desejados em termos europeus, promovendo a legitimidade política, económica e

social do país por entre pares que, nos últimos tempos, têm frequentemente suspeitado das

capacidades e potencialidades nacionais.

É neste enquadramento que as Redes de Educação e Formação de Adultos da região Norte de

Portugal consideraram pertinente levar a efeito um processo de reflexão sobre o sistema de

Educação, Formação e Aprendizagem de Adultos, que possa ser levado em consideração pela

tutela no processo de (re)organização deste sistema que será concretizado a breve prazo.

Este documento apresenta o resultado desta reflexão, nomeadamente no que se refere às

propostas consideradas úteis e relevantes para a tomada de decisão política.

1. Pressupostos

1. Abordagem construtiva. O trabalho de reflexão assentou numa lógica de contribuição positiva para a definição da forma como a Educação e Formação de Adultos pode ser concretizada em Portugal, no sentido de atingir as suas finalidades. Não foi propósito dos participantes neste processo assumir uma atitude de contestação à linha de ação desenvolvida pelos anteriores e atuais governantes, mas sim apresentar propostas que, face à análise dos diferentes fatores, foram consideradas relevantes;

2. Enquadramento institucional. Este processo foi concretizado através de representantes de instituições que operam no domínio da Educação e Formação de Adultos. O pensamento reproduzido neste documento reflete o posicionamento das entidades associadas às diferentes redes de participantes;

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 4

3. Separação político-partidária. Foi um processo concretizado à margem de posições político-ideológicas e de perspetivas partidárias. Pese embora um sistema de educação, em geral, e de adultos, em particular, tenha por base algumas conceções sobre a sociedade e a forma como a mesma está organizada, a reflexão contemplou diferentes perspetivas e visões do mundo e da educação e formação;

4. Orientação para o futuro. A reflexão não se norteou pela defesa do que foi concretizado

no passado, mas sim no que faz sentido concretizar-se em matéria de educação e formação de adultos. Neste processo contemplaram-se, naturalmente, as boas experiências do passado, integrando-as de forma coerente e contextualizada nas propostas;

5. Heterogeneidade e diversidade das entidades envolvidas. As redes contemplam uma

diversidade de atores, que atuam de forma coordenada e complementar no campo da EFA, permitindo integrar perspetivas diversas, tendo em conta a natureza e dinâmica de ação dos diferentes atores;

6. Abrangência. Este processo envolveu um conjunto alargado de atores institucionais de natureza diversificada, mas também incorporou um conjunto abrangente de dimensões associadas à EFA;

7. Existência de um sistema de educação e formação de adultos. Os atores envolvidos neste

processo acreditam na importância e relevância, a diferentes níveis, da existência de um sistema de educação e formação de adultos, no sentido em que contribui para um país capaz de dar resposta aos desafios permanentes com os quais é confrontado.

2. Finalidades da Educação e Formação de Adultos

É entendimento dos participantes neste processo que a Educação e Formação de Adultos em

Portugal deverá orientar-se pelas seguintes finalidades:

A. Promover a educação, formação e aprendizagem ao longo da vida, garantindo a

qualidade e a igualdade de oportunidades no acesso e sucesso de todos;

B. Criar condições, através do desenvolvimento de atividades formais, não formais e

informais de educação e formação, para que os adultos desenvolvam as suas

capacidades, enriqueçam os seus conhecimentos e melhorem as suas qualificações

técnicas e profissionais, ou as redirecionem, de modo a corresponderem quer às suas

necessidades individuais quer às das comunidades e sociedades em que se

movimentam;

C. Promover uma cidadania ativa, onde as pessoas são agentes de mudança e

desenvolvimento da sociedade, através da participação livre, emancipada, informada e

crítica;

D. Contribuir para a educação, formação e aprendizagem ao longo da vida, “da nascença

até à morte”, como uma filosofia (de vida), um marco concetual e, sobretudo, como

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 5

princípio organizador de todas as formas de educação, baseado em valores inclusivos,

emancipatórios, humanistas e democráticos, alicerces fundamentais da sociedade do

conhecimento;

E. Dotar as pessoas de capacidades, habilidades e competências para exercerem e

promoverem os seus direitos, terem o controlo dos seus destinos, contribuírem para a

equidade e inclusão e construam uma sociedade mais justa, tolerante e sustentável;

F. Contribuir para o desenvolvimento das novas gerações promovendo a comunicação e

a aprendizagem intergeracional;

G. Contribuir para o desenvolvimento cultural e socioeconómico sustentável das regiões.

3. Princípios de atuação no campo da Educação e Formação de Adultos

A. Igualdade no acesso e participação. Devem ser proporcionadas condições a todos os

adultos para participarem em atividades de educação, formação e aprendizagem,

independentemente da sua condição financeira, geográfica ou outra;

B. Participação tendencialmente voluntária. Os adultos devem participar em atividades

de educação, formação e aprendizagem de forma tendencialmente voluntária. Deverá,

neste sentido, haver um esforço concertado dos diferentes agentes que trabalham

com adultos, no sentido de sensibilizar para a importância e mobilizá-los para a

participação;

C. Centralidade do adulto. O adulto é a base e o centro do trabalho no campo da

educação, formação e aprendizagem de adultos, pelo que devem ser consideradas as

suas vontades, interesses, objetivos e aspirações nos processos desenvolvidos;

D. Visão holística do adulto. Um sistema de educação, formação e aprendizagem de

adultos deve considerar as diferentes dimensões do ser humano e a multiplicidade de

papéis desempenhados nos diferentes contextos da sociedade onde intervém. A

educação, formação e aprendizagem de adultos não deve, por isso, restringir-se a

atividades associadas às necessidades do mercado de trabalho, devendo reconhecer o

papel da educação e aprendizagem ao longo da vida para o bem estar individual e

coletivo, para a cidadania ativa, a coesão social e o diálogo intercultural;

E. Flexibilidade nos percursos de educação e formação de adultos. Trata-se de possibilitar

aos adultos o alcance de resultados através de percursos diferenciados, de acordo com

as suas características de vida;

F. Contextualização territorial. As atividades de educação, formação e aprendizagem de

adultos devem ser implementadas com base nas características do território. Tal

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 6

pressupõe que em cada região do país possa haver lugar a formas diferentes de

intervenção, pelo menos ao nível da definição e implementação da oferta educativa e

formativa dirigida a adultos, levada a cabo pelos diferentes agentes da região;

G. Perspetiva longitudinal. O trabalho no campo da educação, formação e aprendizagem

de adultos deve ser desenvolvido de forma permanente, numa perspetiva de longo

prazo e não se restringir a uma intervenção imediatista, pontual e de caráter

compensatório.

4. Destinatários

Se o sistema de educação, formação e aprendizagem de adultos tem como finalidade

promover a aprendizagem e educação ao longo de toda a vida, é legítimo assumir que as

atividades a concretizar se destinem a todos os adultos.

No entanto, tendo em conta a realidade atual do país, é suposto que os esforços se orientem

para públicos com determinadas características, nomeadamente:

A. Jovens adultos, que abandonaram precocemente o sistema educativo sem uma

formação de base estruturante e/ou sem competências profissionais que lhes

permitam traçar e concretizar caminhos nas diferentes esferas da sua vida. Muitos

destes jovens adultos integraram o mercado de trabalho em atividades com poucas

exigências profissionais e, por isso, tendem a atribuir pouca importância à educação e

formação. São, também, pessoas com uma baixa identificação com a “escola” durante

o tempo em que a frequentaram;

B. Jovens adultos, com formação inicial de dupla certificação de nível secundário (nível 4).

O sistema deve proporcionar uma Aprendizagem ao Longo da Vida, ajudando na

construção e (re)orientação de percursos formativos que facilitem a manutenção e/ou

entrada no mundo do trabalho;

C. Adultos sem ou com baixos níveis de educação básica. São adultos que, por motivos

diversos (dificuldades financeiras, baixa identificação com o sistema de educação

escolar, entre outros), abandonaram a escola precocemente ou que concluíram

percursos escolares que, em seu tempo, correspondiam aos níveis obrigatórios de

escolaridade básica. São adultos que se encontram a desenvolver atividades com baixo

nível de exigência profissional em termos de educação e formação, e que apresentam,

por isso, baixa capacidade de empregabilidade, nomeadamente perante uma situação

de desemprego. São, também, pessoas que apresentam dificuldades em integrar

eficazmente novos saberes, nomeadamente relacionados com o domínio profissional.

Paralelamente, tendem a apresentar baixos níveis de participação cívica a estarem

pouco conscientes das suas responsabilidades nos contextos onde têm necessidade de

intervir;

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 7

D. Adultos sem competências profissionais relevantes. São adultos que, embora tenham

atingido um nível de competências escolares mínimas se confrontam com a falta de

competências profissionais que lhes permitam dar resposta aos desafios que o

mercado de trabalho cada vez mais exigente apresenta. Necessitam, por isso, de apoio

na definição e concretização de projetos de formação profissionalizante;

E. Adultos detentores de um leque alargado de saberes, adquiridos em diferentes

contextos, passíveis de serem certificados através de um processo de reconhecimento

de adquiridos;

F. Adultos com competências profissionais não certificadas. São pessoas que

desenvolveram um leque alargado de competências em determinado campo

profissional, mas que permanecem formalmente sem elas. Necessitam, por isso, de um

processo que valorize essas competências, através da sua certificação;

G. Desempregados com baixos níveis de educação e formação. São pessoas que se

integraram no mercado de trabalho sem qualificações e se mantiveram nele sem que a

situação se alterasse. Perante uma situação de desemprego, e atendendo ao facto do

mundo do trabalho ter sofrido alterações significativas, encontram fortes dificuldades

de reinserção profissional. Dentro deste grupo, apresentam maiores dificuldades

aqueles que já têm uma idade mais avançada (50 e mais anos), que, mesmo com

reconversão em termos de educação e formação, encontram um mercado de trabalho

resistente à sua reintegração;

H. Adultos com formação de base e técnica de nível médio (até nível 4). São adultos para

os quais o sistema deve proporcionar, entre outras ofertas, formação profissional

contínua e formação em áreas transversais promotoras de uma cidadania ativa, com o

objetivo de manterem e melhorarem a sua empregabilidade e responderem aos

desafios e oportunidades que se lhes colocam no dia a dia;

I. Imigrantes. Este grupo apresenta situações diversas. Os que vêm dos PALOP são

sobretudo pessoas com baixas qualificações e com dificuldades de as comprovarem.

Há, por outro lado, imigrantes com níveis de qualificação média / elevada, cuja

principal dificuldade se regista ao nível da língua e do conhecimento da cultura

portuguesa;

J. Idosos e / ou população inativa adulta: trata-se de um público ao qual é necessário dar

resposta, nomeadamente em termos de educação para a saúde, envelhecimento ativo,

desenvolvimento de literacia em TIC, a educação intergeracional, assim como de

ocupação inclusiva, interessante e motivadora de tempos livres;

K. Adultos com necessidades educativas especiais;

L. Empresários e gestores: reforçar e desenvolver as competências dos empresários de

micro, pequenas e médias empresas, através da realização de ações de formação e de

aconselhamento que respondam às suas necessidades, visando a melhoria da sua

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 8

capacidade de gestão e o aumento da competitividade, modernização e capacidade de

inovação das respetivas empresas;

M. Diplomados com qualificação de, pelo menos, nível 6 do Quadro Nacional de

Qualificações (QNQ). São adultos que procuram, sobretudo, formação profissional

contínua de reconversão, reciclagem, aperfeiçoamento e especialização. Deverá, por

isso, proporcionar-lhes um serviço de balanço e orientação para a educação, formação

e emprego, podendo em certos casos optar-se, inclusivamente, por uma “nova”

formação inicial ou por formação contínua. Para além da aquisição de conhecimentos

e capacidades profissionais, os percursos de educação e formação a serem seguidos

por estes adultos devem igualmente contemplar saberes que lhes permitam a

realização plena de uma cidadania ativa;

N. Empresas enquanto contextos de educação e formação ao longo da vida. Sabe-se que

a aprendizagem em contexto de trabalho envolve frequentemente momentos pouco

estruturados e não intencionais de aquisição de saberes e capacidades sobre os quais

é importante refletir. Poderá, assim, considerar-se no futuro o apoio na concretização

de balanços de competências e de projetos de educação e formação enquadrados

numa perspetiva organizacional (“learning organization”), nomeadamente as

entidades empregadoras de menor dimensão, que não têm estruturas internas

capazes de desenvolverem estes processos.

5. Atividades, ações e práticas de educação e formação de adultos

Tendo em conta as finalidades e a diversidade de destinatários, quanto às suas características,

objetivos e interesses, o sistema de educação e formação de adultos deverá contemplar um

conjunto diversificado de ofertas dirigidas a todos os adultos, independentemente da idade e

da situação social nas quais as pessoas se encontrem, designadamente atividades de

educação, formação e aprendizagem de carácter abrangente, destinadas à aquisição de

conhecimentos e ao desenvolvimento de capacidades em domínios tão diversos quanto as

literacias (ligadas à linguagem e comunicação, à numeracia, às tecnologias, etc.) e a outras

áreas do saber, como a social, cultural, política e cívica, iniciativas de duração variada

consoante os problemas e as necessidades sentidos pelos adultos.

Entre outras, propõem-se as seguintes:

5.1. Orientação e aconselhamento

A orientação ao longo da vida deve ser parte integrante de um sistema de educação, formação

e aprendizagem de jovens adultos. Trata-se, genericamente, de apoiar:

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 9

• Os jovens na definição dos seus projetos de educação, formação e aprendizagem,

assentes nos seus projetos de vida, contribuindo para o seu desenvolvimento integral

e facilitando a sua integração no mundo do trabalho;

• Os adultos na (re)definição dos seus projetos de vida, incorporando a componente de

educação, formação e aprendizagem. Esta função torna-se particularmente relevante

numa conjuntura de crescimento do desemprego, para o que se torna necessário, por

exemplo, ao nível da dimensão profissional, orientar e aconselhar o adulto em

processos de reconversão profissional, incluindo, entre outros, a criação de negócios

próprios, através do desenvolvimento de competências de empreendedorismo.

Estas atividades de orientação e aconselhamento devem ser levadas a cabo, também, no

contexto das entidades empregadoras, no sentido do balanço de competências organizacional,

permitindo enquadrar nos projetos de educação, formação e aprendizagem definidos nesses

contextos o desenvolvimento de competências profissionais, mas, também, o

desenvolvimento de competências básicas e transversais que permitam, entre outros aspetos,

uma efetiva apreensão de saberes mais direcionados para o domínio profissional, bem como

aumentar a criatividade e a inovação.

Propõe-se, assim, a criação de uma rede única e integrada de orientação ao longo da vida, que

contemple, também, a orientação vocacional e profissional, integrando a rede de educação e

formação, de apoio ao emprego e de (re)integração sócio-profissional.

5.2. Reconhecimento de adquiridos

Trata-se de valorizar as aprendizagens prévias, adquiridas através de diferentes formas, para

efeitos de obtenção de uma qualificação escolar e / ou profissional.

É um processo que visa, também, consciencializar os adultos sobre as competências que têm,

mas também, sobre as que não têm, no sentido em que essa consciência possa reforçar a sua

motivação para a participação em atividades de aprendizagem e formação.

É, também, um processo que deve ser encarado, tendencialmente, como uma componente de

um percurso de educação e formação, pelo que deverá estar associado à formação para

efeitos de obtenção de uma qualificação.

Propõe-se que este processo de reconhecimento de adquiridos se mantenha, genericamente,

na mesma lógica do processo de reconhecimento, validação e certificação de competências já

existente, reforçando-se, todavia, esta articulação com atividades de aprendizagem.

Tal como nas restantes ofertas de educação, formação e aprendizagem de natureza formal,

deverá haver lugar a um processo de reflexão sobre a possibilidade da certificação obtida ser

traduzida em classificação quantitativa.

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 10

O reconhecimento de adquiridos, para além de muitas funções e mais-valias, contribui,

também, para fomentar a inclusão dos adultos em processos de educação e formação, que

não aconteceria através de outras ofertas educativas e formativas. São processos valorizadores

do sujeito, das suas experiências e situações de vida e, por isso, catalisadoras da motivação

para a participação.

5.3. Percursos Integrados de Educação e Formação de Adultos (PIEFA)

São percursos de educação, formação e aprendizagem que contemplam o reconhecimento de

adquiridos e a componente de formação. Propõe-se que, nestas circunstâncias, a conclusão do

percurso possa ser desenvolvido pela equipa pedagógica que assegura o reconhecimento de

adquiridos. Esta proposta surge pelos seguintes motivos:

a) Algumas características dos percursos estruturados de qualificação que

contemplam apenas a componente da formação (ex: cursos de educação e

formação de adultos), nomeadamente no que respeita à exigência de tempo que o

adulto tem de dispor da sua vida pessoal, constituem-se como fatores inibidores

da participação dos adultos. Se os adultos iniciarem um percurso de qualificação

que possibilite uma maior articulação entre as diferentes dimensões da sua vida

(nomeadamente a pessoal, a social e a profissional), poderá haver ganhos de

motivação subsequentes, no sentido de, eventualmente, integrar outras atividades

que até possam exigir mais tempo do que inicialmente o adulto estava predisposto

a investir;

b) A dificuldade na articulação com a rede de educação e formação para a conclusão

do percurso, sempre que o adulto, através de um processo de reconhecimento,

validação e certificação de competências, não demonstra possuir todas as que são

necessárias para a obtenção de uma qualificação, tem contribuído para que,

muitos adultos ainda permaneçam com o seu percurso por concluir e que,

progressivamente, vão assumindo menor índices de motivação para a sua

concretização;

c) A perceção que o adulto apresenta no sentido da entidade e a equipa que se

responsabilizou pelo processo de reconhecimento de adquiridos “deixar o trabalho

a meio”;

d) A existência de ganhos acrescidos pela relação pedagógica já estabelecida com a

equipa responsável pelo reconhecimento de adquiridos.

Esta proposta tem, assim, como objetivo desenvolver um percurso de qualificação de forma

integrada, articulando reconhecimento de adquiridos, bem como atividades de formação

levadas a cabo pelos elementos da equipa pedagógica. São percursos que contemplam o

reconhecimento de adquiridos, formação certificada, formação não formal, entre outras.

Pressupõe-se que todo o percurso possa ser assegurado pela equipa pedagógica responsável

pelo reconhecimento de adquiridos.

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 11

A atual formação complementar inserida no processo de RVCC deverá, deste modo, ser

reforçada e orientada numa lógica de volume de formação para o grupo de adultos, sem

vínculo individual, sendo a gestão feita pela equipa pedagógica, em função das necessidades

de cada adulto. Propõe-se que seja respeitado um limite máximo de um quarto do percurso

que o adulto teria de concretizar em termos de formação caso não houvesse lugar ao

reconhecimento de adquiridos, (exemplo: 100 horas para o nível B2, 200 para o nível B3 e 275

para o nível secundário) e desde que este volume seja suficiente para a certificação total do

candidato.

Esta proposta exige a revisão dos objetivos para as equipas que fazem o reconhecimento de

adquiridos, tendo em conta a responsabilidade acrescida que assumirão com a componente

formativa. No entanto, pressupõe-se que haja ganhos substanciais, dada a diminuição de

custos que haverá ao nível da atual formação modular certificada.

5.4. Percursos estruturados de formação, que configurem a obtenção de uma certificação escolar e / ou profissional.

São percursos baseados no catálogo nacional de qualificação que têm como objetivo permitir

ao adulto a obtenção do nível 1, 2, 3 ou 4 de qualificação do Quadro Nacional de Qualificações

(QNQ). Pode manter-se a atual configuração dos cursos de Educação e Formação de Adultos,

apresentando-se, sobre este domínio, as seguintes propostas:

a) A definição da oferta formativa no território (concelho ou NUT III) deverá ser

obrigatoriamente concretizada pelas redes territoriais de educação e formação

(cf. fig 1.), que ficarão responsáveis por responderem às necessidades

diagnosticadas pelos parceiros;

b) Maior flexibilidade na sua implementação, no que se refere aos tempos de início e

fim, à organização semanal da formação e aos limites mínimos de formandos ,

tendo em conta a metodologia de trabalho com adultos;

c) Reforçar o controlo, monitorização e avaliação da qualidade da formação

desenvolvida;

d) Reforçar os mecanismos de regulação do acesso e frequência destes percursos,

nomeadamente junto daqueles que estão mais motivados pelo eventual apoio

financeiros do que pelos reais resultados em termos de aprendizagem e

empregabilidade;

e) Redefinição dos apoios financeiros, nomeadamente as bolsas de formação,

concedidos aos participantes desta oferta formativa, de forma a não serem

considerados uma alternativa aliciante, financeiramente, ao mercado de trabalho.

Devem ser atendidas situações especiais, nomeadamente os participantes que

manifestamente tenham necessidade, de acordo com proposta fundamentada

pelas entidades responsáveis pela atribuição de apoios sociais;

f) O acesso a esta oferta de formação, apenas deverá ser possível aos adultos que

tenham previamente passado por um processo de orientação e aconselhamento e

cujo projeto de educação e formação contemple a respetiva oferta. Este processo

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 12

deverá concretizar-se numa estrutura devidamente credenciada para o efeito

(Centros de Educação, Formação e Aprendizagem ao Longo da Vida, Centros

Novas Oportunidades ou outra designação que venha a ser definida);

g) O financiamento às entidades de educação e formação que promovem estes

percursos estruturados de formação deve assentar na lógica de volume, mais do

que de financiamento por curso. Tal permitirá à entidade definir, através da

articulação com a rede territorial para a educação e formação, as áreas e

tipologias no âmbito das quais faz sentido implementar a formação;

h) Em percursos formativos de dupla certificação de nível 4, nomeadamente em

áreas muito técnicas, sugere-se a possibilidade de haver uma bolsa de horas de

formação para efeitos de reforço de competências em áreas nucleares (exemplo:

matemática), de modo a permitir um melhor acompanhamento e, por

conseguinte, o sucesso no percurso formativo;

i) Permeabilidade entre percursos de dupla certificação de natureza diferente. Em

casos em que tenha havido a frequência de um curso profissional não concluído

numa área do saber e na impossibilidade de concluir esse percurso no âmbito da

oferta formativa dirigida a jovens, sugere-se a possibilidade de conclusão do

percurso no âmbito de uma oferta especificamente orientada para adultos,

valorizando as aprendizagens adquiridas.

Deverá encarar-se a possibilidade de implementação de percursos formativos completos, não

descurando a prática em contexto de trabalho, que permitam a indivíduos com qualificações

escolares completas ao nível do ensino secundário, mas sem qualificações profissionais

específicas e/ou adequadas, a obtenção de uma qualificação profissional que lhes viabilize a

integração/reinserção no mercado de trabalho.

5.5. Atividades de educação não formal

São atividades de formação que não têm como objetivo, pelo menos imediato, a certificação,

mas que perseguem, entre outros, os seguintes objetivos:

a) Proporcionar aos adultos a aquisição de ferramentas que lhes permitam dar

resposta a necessidades específicas do seu quotidiano;

b) Motivar os adultos para a participação em atividades de educação, formação e

aprendizagem ao longo da vida, através da perceção da sua importância e

relevância;

c) Contribuir para a criação de hábitos de leitura, de escrita, de reflexão e de

participação;

d) Contribuir para o desenvolvimento de uma cidadania ativa;

e) Fomentar a participação em associações cívicas que possibilitem ações conjuntas

nas comunidades locais.

Estas atividades podem ser desenvolvidas pelos diferentes agentes de educação, formação e

aprendizagem de adultos, podendo ser registadas no Sistema Integrado de Gestão da Oferta

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 13

(SIGO), de modo a serem contempladas na Caderneta Individual de Competências, sendo o seu

registo e validação garantidos pelas estruturas de orientação e aconselhamento. Deverão ser

estudadas formas de financiamento (público ou através de outros meios) adequado para a sua

concretização.

De modo a reforçar a articulação das atividades de educação com a dimensão profissional das

pessoas e numa perspetiva de organizações aprendentes, estas atividades poderão ter lugar

em contextos profissionais, animadas por profissionais de áreas variadas, em articulação com

as características dos contextos organizacionais em que decorrem.

5.6. Unidades de formação do Catálogo Nacional de Qualificações

São unidades de curta duração, inseridas nos percursos de qualificação do Catálogo Nacional

de Qualificações. São implementadas numa lógica modular, têm um caráter compensatório, e

orientam-se para pessoas que requerem a aquisição de saberes e capacidades específicas e

pontuais e/ou que pretendem realizar um percurso de formação qualificante de forma mais

flexível.

Com o objetivo de reforçar as atividades de educação, formação e aprendizagem com as

necessidades socioeconómicas, uma parte das horas desta formação poderá realizar-se em

contextos específicos de trabalho, ao abrigo de protocolo com entidades empregadoras. Este

processo pode reforçar, por exemplo, as probabilidades de emprego para os seus

participantes, no caso de estarem em situação de desemprego.

5.7. Cursos de especialização tecnológica

São cursos que têm como objetivo proporcionar uma qualificação técnica especializada. Deve

manter-se a lógica atual, pese embora se proponha que não haja limite à idade máxima para a

sua frequência.

Tendo em conta que o paradigma em que deve assentar o desenvolvimento económico do

país pressupõe um nível de qualificação técnica dos trabalhadores cada vez mais elevado,

propõe-se que o Estado reforce o seu financiamento, nomeadamente dada a existência de

muitos adultos com o 12º ano de escolaridade, que querem reconverter-se profissionalmente,

fruto da sua situação de desemprego e que encontram nesta oferta formativa uma opção

interessante, mas para a qual não têm condições financeiras de frequência, caso tenham de

pagar propinas.

Page 14: Contributos para o sistema de EFA

Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 14

5.8. Alfabetização literal e funcional

Destina-se a uma percentagem ainda significativa da população portuguesa que não possui

qualquer grau escolar e, em decorrência, não domina saberes e capacidades que lhe permita a

expressão oral e escrita fluente, nem tão pouco a realização de tarefas de numeracia básicas.

Para além deste grupo social, sabe-se hoje que muitos mais, apesar de possuírem um grau

escolar, devido à falta de utilização dos conhecimentos e capacidades então adquiridos,

escreve, lê, interpreta textos, resolve problemas de numeracia, etc. com muita dificuldade.

Propõe-se, assim, que se reforce o programa de formação em competências básicas, criado

pela Portaria n.º 1100/2010 de 22 de outubro, como resposta ao analfabetismo funcional.

Na mesma linha, sugere-se a possibilidade de serem definidos programas de alfabetização

literal para adultos que nunca frequentaram o sistema educativo formal. Estes programas

deverão ser flexíveis e ajustados aos públicos, em função das suas características e não serem

tipificados previamente em termos de número de horas.

5.9. Formação à medida

Customizada em função de necessidades individuais ou organizacionais, ligada às

aprendizagens levadas a cabo em contexto de trabalho e potenciadora de reflexão sobre o

trabalho profissional realizado pelas pessoas.

5.10. Maior visibilidade à caderneta de competências

A Caderneta Individual de Competências destina-se ao registo de todas as competências

(unidades de competência ou de formação integradas no Catálogo Nacional de Qualificações

ou outras ações de formação não integradas no Catálogo) que o seu titular obteve ou

desenvolveu ao longo da vida. A caderneta individual de competências é um dos instrumentos

criados no âmbito do Sistema Nacional de Qualificações (portaria nº 475/2010), podendo

ganhar maior visibilidade e ser mais divulgado junto dos cidadãos, entidades empregadoras e

das várias entidades que trabalham na área da EFA.

Sendo o objetivo da Caderneta Individual de Competências funcionar como uma forma

expedita de consulta das competências (integradas ou não no Catálogo Nacional de

Qualificações) obtidas ou desenvolvidas pelo seu titular, ao longo da sua vida é de todo

importante promover/ divulgar a mesma sobretudo junto das entidades empregadoras. Tendo

em conta que se trata de um instrumento para a sensibilização e mobilização dos adultos para

a participação em atividades de educação, formação e aprendizagem, deverá haver lugar à

divulgação dos procedimentos de acesso à mesma a todos os detentores do cartão de cidadão,

visto que a autenticação poderá ser efetuada com recurso a este documento.

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 15

Assim, sugere-se:

• Apostar na divulgação aos cidadãos no momento da aquisição deste documento

identificativo da possibilidade de se registarem no portal e do objetivo do mesmo;

• Estimular, através de medidas filtradoras/promotoras de novas situações de emprego,

à atualização regular por parte dos cidadãos da sua Caderneta Individual de

Competências;

• Estimular as diferentes entidades promotoras de emprego, nomeadamente, centros

de emprego e empresas de recursos humanos, para que utilizem a informação nelas

contidas;

5.11. Atividades que promovam a aprendizagem intergeracional

Destina-se a população inativa e/ou idosos que procuram desenvolver competências e saberes

multidimensionais e, simultaneamente, visem uma ocupação que vá ao encontro dos seus

interesses e necessidades, os motive e lhes permita partilhar e envolver-se com toda a

comunidade num espírito de educação comunitária. Poderão ser contempladas atividades que

visem a promoção da saúde, o envelhecimento ativo, as TIC como forma de comunicação e de

interação com variadas pessoas e contextos, atividades culturais e ambientais, ações de

voluntariado/solidariedade e outro género de atividades. Inserem-se nesta perspetiva também

os encontros e/ou debates de ideias com vista à partilha de ideias e de experiências a partir de

projetos pessoais, abrangendo todas as faixas etárias e níveis sociais.

Ao nível das escolas sugere-se a intersecção entre os alunos em idade escolar com os adultos, por exemplo, na organização de eventos relacionados com as profissões, em que os mais velhos são desafiados a dar conta das suas experiências profissionais ou, então, ao nível do desenvolvimento de competências na área das tecnologias, dos mais novos para os mais velhos.

Sugere-se, ainda, neste domínio, a criação de espaços formativos, possivelmente a nível associativo, para partilha de competências inter-geracionais:

− oficinas para partilha recíproca de saberes sociais, cívicos, manuais (cozinha, costura, artesanato,…);

− encontros com ativos para partilha de experiências profissionais - criação de gabinetes locais (em associações, coletividades, escolas,…) para aconselhamento profissional a jovens por parte de adultos reformados;

− criação de um ‘banco de adultos voluntários’ (a nível de escola) para dar apoio escolar a jovens.

5.12. Educação de Segunda Oportunidade para Prosseguimento de Estudos (ESOPE)

Destina-se a adultos que no tempo específico para o efeito não concluíram o ensino

secundário e pretendem prosseguir estudos para acesso ao ensino superior.

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 16

Não se trata de repor a oferta de ensino recorrente do passado, pelo que se propõe, entre

outros aspetos a estudar mais detalhadamente, a formação em regime de e-learning, b-

learning ou m-learning, com mediação da aprendizagem através de sistemas online e da

criação de equipas territoriais que se encarregam de realizar tutoria presencial.

A participação nesta oferta formativa poderá, excecionalmente, ser precedida do

reconhecimento de adquiridos, levado a cabo pelas estruturas competentes, para

posicionamento do adulto no percurso.

5.13. Conclusão do ensino secundário para adultos com o percurso quase concluído

Trata-se de dar possibilidade a adultos que frequentaram o ensino secundário, não o

concluíram e têm apenas uma pequena parte em falta. O Decreto-Lei 357/2007 introduziu esta

modalidade, pese embora se proponha que se dê a oportunidade deste processo a adultos

cujo plano foi extinto depois de 2004.

5.14. Outras

Ações ou atividades de educação e formação de adultos que, em função das dinâmicas

nacionais e territoriais, possam surgir no futuro.

6. Promotores e agentes

Em termos de promotores, entende-se adequado a existência de uma diversidade de

tipologias de entidades (públicas da sociedade civil e privadas), capazes de atuarem de forma

integrada e complementar para dar resposta às necessidades de educação e formação de

adultos. Atendendo que a educação, em geral, e a educação e formação de adultos, em

particular, não pode desligar-se dos contextos em que ocorre, uma vez que pretende

contribuir para que os indivíduos se constituam como agentes de desenvolvimento e mudança

das comunidades onde intervêm, é fundamental que o sistema contemple entidades que

tenham capacidade de agir nesse domínio.

6.1. Entidades

Assume-se, entre outras, a necessidade das seguintes tipologias de entidades:

A. Organizações da sociedade civil. Trata-se de organizações que emergiram de necessidades detetadas pelos cidadãos, com missões diversificadas, mas que desempenham um papel ativo na educação e formação de adultos. São as associações

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 17

de desenvolvimento com diferentes perfis, organizações que gerem conhecimento intensivo, produzido no meio académico / universitário. São entidades que, pela sua natureza, conseguem mobilizar os cidadãos para a participação e contribuir para a igualdade de acesso e sucesso;

B. Entidades de Educação Formal, nomeadamente as escolas secundárias, agrupamentos

de escolas e escolas profissionais. Trata-se de estruturas que têm que aumentar a sua flexibilidade de ação, para conseguirem dar resposta a adultos com perfis diversos;

C. Centros de formação sectoriais, nomeadamente para a formação e certificação profissional especificamente para cada sector, dada a sua estrutura física, humana e material;

D. Instituições de ensino superior, nomeadamente ao nível do desenvolvimento de

estratégias de formação conducentes à especialização e à reconversão profissionais;

formação contínua para quadros superiores.

6.2. Profissionais

Os profissionais que intervêm no domínio da educação e formação de adultos devem possuir um perfil de competências bastante abrangente, que contemple:

− Conhecimento e compreensão dos princípios de ação subjacentes à educação e formação de adultos;

− Conhecimento e compreensão da história da educação e formação de adultos em diferentes contextos;

− Domínio das metodologias de intervenção no campo da educação e formação de adultos;

− Conhecimento profundo das especificidades dos contextos onde intervém;

− Conhecimento alargado do sistema de educação e formação português. De forma mais concreta, sem perder a identidade profissional dos agentes da educação e formação e da aprendizagem de adultos, pressupõe-se alguma diversidade de profissionais, em função da especificidade das responsabilidades assumidas. Neste sentido, poderá haver lugar às seguintes funções:

− Educador/animador de atividades de educação, formação e aprendizagem de caráter abrangente. Poderão assegurar a concretização das atividades de educação não formal, bem como das atividades dirigidas ao público sénior;

− Técnico de orientação e aconselhamento: com um perfil semelhante ao atual técnico de acolhimento, diagnóstico e encaminhamento, mas com um enfoque claro na orientação e aconselhamento;

− Técnico de reconhecimento de adquiridos: na linha do atual técnico de reconhecimento, validação e certificação de competências;

− Formador, que pode assumir responsabilidades ao nível do reconhecimento e validação de adquiridos, bem como na dinamização de atividades de aprendizagem;

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 18

− Mediador de educação e formação de adultos: na linha do atual mediador de cursos EFA, estendendo-se à formação modular;

− Gestor de projetos de Educação, Formação e Aprendizagem: na linha do atual coordenador de CNO, é alguém que assume responsabilidades ao nível do planeamento, organização, liderança e avaliação de projetos e atividades. Pressupõe-se que este profissional assuma a responsabilidade pela gestão de recursos e processos relacionados com a educação, formação e aprendizagem.

Ainda relativamente aos profissionais propõe-se a criação de um reconhecimento profissional

formal enquanto educador de adultos. Para o efeito, sugere-se a criação de um referencial de

competências, através do qual possa concretizar-se um processo de reconhecimento de

adquiridos para efeitos de obtenção desse reconhecimento formal.

7. Organização do sistema

A concretização do sistema de educação e formação de adultos deve assentar numa lógica de rede, estruturada à escala de NUT III ou concelho, constituída por um conjunto de entidades de natureza diversa, com implicações no trabalho desenvolvido em matéria de Educação e Formação de Adultos. A esta rede cabe executar as atividades de acordo com orientações gerais emanadas do organismo responsável pela gestão do sistema de educação e formação de adultos, contextualizando-as em função das características do território.

Fig. 1. Organização global do sistema

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 19

7.1. Redes territoriais para a Educação e Formação

As redes territoriais serão constituídas pelas entidades referidas nos pontos anteriores.

Deverão ser responsáveis pela construção da rede de oferta formativa no território e ser

interlocutores das entidades que financiam os projetos educativos/formativos no âmbito da

Educação e Formação de Adultos, sendo o seu parecer obrigatório para a oferta EFA a

desenvolver localmente.

Constituem objetivos das redes a identificação de boas práticas, divulgação de experiências,

proporcionar momentos de reflexão discussão e interpretação de legislação e orientações

técnicas e fomentar o rigor, a qualidade e a transparência em todos os processos.

Sem pretensão de exaustividade, sugerem-se algumas entidades que, atuando em articulação

com outras redes (ex: rede de intervenção social) podem assumir a concretização das

finalidades das redes territoriais.

7.1.1 Estruturas de interface entre indivíduo / entidade empregadora e EFA

São estruturas análogas aos atuais Centros Novas Oportunidades com a designação e

atribuições específicas que venham a assumir, cabendo-lhes, entre outras, as seguintes

responsabilidades:

a. Ponto de interseção entre os parceiros da rede;

b. Contribuir e participar nos diagnósticos de necessidades de formação, a nível regional

e setorial, visando a realização de projetos abrangentes (a nível geográfico e de

ofertas) de educação, formação e aprendizagem;

c. Orientação e aconselhamento;

d. Balanço de competências;

e. Reconhecimento de adquiridos e sua valorização para percursos de qualificação;

f. Atividades de educação não formal;

g. Estruturação e implementação de Projetos Integrados de Educação e Formação para

Adultos (PIEFA);

h. Atualização / gestão da Caderneta Individual de Competências Pessoais;

i. Acompanhamento de Planos de Desenvolvimento Pessoal e Profissional, numa

perspetiva de orientação ao longo da vida;

j. Fomentar atividades que proporcionem uma efetiva Aprendizagem e Educação ao

Longo da Vida.

Estas estruturas devem emergir de uma manifestação de interesse da potencial entidade

promotora, devidamente analisada e consequentemente autorizada por uma estrutura

nacional superintendente. Devem, preferencialmente, ser estruturas da sociedade civil, com

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 20

capacidade instalada de movimentação, mobilização e parceria com estruturas de

características diversificadas da região (sejam escolas, empresas, entidades formadoras,

associações locais e/ou profissionais, entre outros) e detentoras de reconhecimento social de

qualidade.

São as estruturas que articulam com o conjunto de parceiros da rede territorial a concretização

dos projetos de educação e formação dos adultos, enquadrados nos seus projetos de vida.

São estruturas que podem desenvolver processos de orientação e aconselhamento numa

perspetiva organizacional, bem como o balanço de competências organizacional.

7.1.2. Entidades de Educação e Formação

Rede de entidades que operem em valências diversas e complementares, quer ao nível

temático quer ao nível de públicos a abranger. Possuem natureza diversa, em termos jurídicos

(entidades públicas, privadas associativas, privadas empresariais, …) e desenvolvem atividades

de educação e formação diversificadas, desde percursos estruturados de formação para a

obtenção de uma qualificação escolar e/ou profissional (os atuais cursos EFA), unidades de

formação, intervenções integradas em entidades empregadoras, formação contínua, entre

outras.

7.1.3. Entidades do poder autárquico

Enquanto agentes governativos de proximidade, têm um papel fundamental nas redes locais

para a educação, formação e aprendizagem de adultos. Atendendo ao facto de já assumirem

responsabilidades no domínio da educação escolar básica (pré-escolar, 1º, 2º e 3º ciclo do

ensino básico), propõe-se o alargamento das suas responsabilidades no domínio da EFA,

eventualmente através da liderança institucional das redes locais de educação, formação e

aprendizagem.

Neste trabalho de articulação devem otimizar recursos e dar valor a práticas comuns,

designadamente propondo-se identificar e sensibilizar públicos, contribuir para o diagnóstico

local de necessidades de qualificação, articular com instituições processos de

encaminhamento para diferentes modalidades de educação-formação, realizar iniciativas

conjuntas, conceber documentos de promoção e divulgação das ações, fomentar a procura

social de respostas de educação e formação tendo em vista o desenvolvimento de um quadro

de competências alargado, que promova a qualificação das pessoas numa lógica de Educação,

Formação e Aprendizagem ao Longo da Vida.

7.1.4. Serviços de Emprego

Devem obrigatória e atempadamente divulgar informação sobre a situação local em termos de

emprego e desemprego, sinalizando áreas profissionais em que existem mais carências de

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 21

pessoas qualificadas, bem como identificar fatores que contribuam para a empregabilidade,

numa perspetiva alargada. Enquanto elementos da Rede Territorial para a Educação,

Formação e Aprendizagem ao Longo da Vida (RETEFA) constituem-se como parceiros

privilegiados para a implementação de observatórios locais para a educação, formação e

emprego, com vista à articulação das atividades de educação, formação e aprendizagem com

as necessidades socioeconómicas e culturais da região.

7.1.5. Entidades de Ensino Superior e Investigação

À semelhança do que tem acontecido nos últimos anos, quer com a Agência Nacional de

Educação e Formação de Adultos, quer com a Direcção-Geral de Formação Vocacional, quer

com a Agência Nacional para a Qualificação, considera-se desejável que a entidade

responsável a nível nacional pelas ofertas de educação, formação e aprendizagem dos adultos,

designadamente a Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional, mantenha

relações de trabalho regulares com as entidades de ensino superior e de investigação. Tal

como já ocorreu, estas relações deverão envolver a realização de estudos, pareceres e

experiências educativas, formativas e de aprendizagem que incidam sobre as ofertas que

venham a ser lavadas a cabo. Estes trabalhos serão um complemento essencial da informação

já disponível no SIGO e na monitorização conseguida pela tutela sobre o trabalho levado a

cabo localmente no campo da educação, formação e aprendizagem de adultos. Desta forma,

será possível conhecer e compreender as dinâmicas geradas pelo sistema de educação,

formação e aprendizagem de adultos, bem como interpretar e, eventualmente, introduzir

alterações nesse sistema a partir das necessidades e problemas sentidos quer pelas pessoas,

quer pelos agentes e responsáveis pela educação, formação e aprendizagem de adultos.

Estas relações deverão igualmente incluir a conceção, o desenvolvimento e a avaliação de

ações de formação contínua dos agentes e dos responsáveis da educação, formação e

aprendizagem de adultos que favoreçam a reflexão critica sobre o trabalho executado ao nível

local, nacional e supranacional.

7.1.6. Associações de desenvolvimento local

As associações de desenvolvimento local são estruturas de educação maioritariamente não

formal, que têm um papel relevante na organização de atividades de educação e

aprendizagem numa perspetiva comunitária. Conhecem a realidade local, os seus

constrangimentos e potencialidades, podendo assumir uma importância crucial na articulação

de atividades formais com menos formais.

Sugere-se a criação de um Portal de Associações Locais que facilite o acesso a informação relativa ao seu funcionamento e aos contributos que estas podem dar a nível de educação e formação, nomeadamente ao nível de:

− oferta de estágios;

− promoção de oficinas temáticas (na área da formação profissional ou da educação cívica, por exemplo);

− divulgação de atividades profissionais.

Page 22: Contributos para o sistema de EFA

Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 22

7.2. Observatório da educação e emprego

O observatório para a educação, formação, aprendizagem e emprego deverá existir no âmbito

de cada rede territorial e destina-se a monitorizar as políticas e práticas de educação,

formação, aprendizagem e emprego da região. Deverão integrar este observatório um

conjunto alargado de entidades, nomeadamente as que estão ligadas à educação e formação,

à intervenção social, as estruturas de emprego, as organizações representativas das entidades

empregadoras, bem como as próprias entidades empregadoras e as associações

representativas de adultos.

Deverão ser definidos mecanismos de recolha, análise e tratamento de informação que

permita a elaboração de diagnósticos territoriais para a definição dos projetos educativos e

formativos territoriais, bem como analisar o impacto das atividades realizadas neste domínio.

8. Financiamento

Considerando que a definição da EFA é desenhada em contexto de redes territoriais, propõe-se que o seu financiamento deve obedecer à mesma lógica, sendo atribuído um volume de financiamento por território que será gerido localmente na lógica de contrato programa.

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Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 23

9. Assinaturas

Entidade / Rede Assinaturas

Forum de CNO do Vale do Ave

Rede de Educação de Adultos Alto Trás-os-Montes

Rede de Educação de Adultos de Gondomar

Rede de Educação de Adultos do Alto Cávado

Rede de Educação de Adultos do Douro

Rede de Educação e Aprendizagem ao Longo da Vida Minho Lima – REALV-ML

Rede de Educação e Jovens do Concelho de Braga – REAJ-Braga

Rede Territorial para a Qualificação do Tâmega e Sousa

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 24

Anexo: Breve Descrição das Redes que participaram no processo

Tendo em conta o momento atual de alguns Centros Novas Oportunidades, algumas redes

estão em redefinição, pelo que a constituição aqui apresentada pode não corresponder à

realidade.

1. Rede de Educação de Adultos e Jovens do Concelho de Braga – REAJ-Braga

Esta rede foi constituída através de protocolo assinado em 19 de fevereiro de 2010, com a

presença da ministra do trabalho e solidariedade e da ministra da educação. Tem como

objetivos principais:

a. Promover a regulação e articulação da oferta de educação e formação dirigida a adultos e jovens do concelho de Braga

b. Melhorar a qualidade da intervenção dos elementos da rede, através da partilha e reflexão sobre práticas e metodologias de trabalho colaborativo

c. Mobilizar os adultos e jovens para a participação em processos de Educação e Formação

d. Promover uma progressiva articulação entre a oferta de Educação e Formação e as necessidades do desenvolvimento sócioeconómico e cultural da região

e. Contribuir para uma reflexão aprofundada sobre a Educação de Adultos e Jovens, no sentido de apoiar a definição de políticas sobre este domínio

Conta atualmente com os seguintes parceiros:

a. Câmara Municipal de Braga b. Direção Regional de Educação do Norte c. Delegação Regional do Norte do IEFP d. 9 Centros Novas Oportunidades

i. AEMAX – Agrupamento de Escolas de Maximinos ii. ESAS – Escola Secundária Alberto Sampaio

iii. ESCA – Escola Secundária Carlos Amarante iv. ACB – Associação Comercial de Braga v. AIMinho – Associação Industrial do Minho

vi. CFPBraga-IEFP vii. EPB – Escola Profissional de Braga

viii. IPME ix. TecMinho – Associação Universidade Empresa para o

Desenvolvimento e. 13 Agrupamentos de Escolas

i. André Soares ii. Braga Oeste

iii. Celeirós iv. Francisco Sanches v. Lamaçães

vi. Maximinos vii. Mosteiro e Cávado

viii. Nascente do Este ix. Nogueira

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 25

x. Oeste da Colina xi. Palmeira

xii. Real xiii. Trigal Santa Maria

f. 4 Escolas Secundárias i. ESAS – Alberto Sampaio

ii. ESCA – Carlos Amarante iii. D.Maria II iv. Sá de Miranda

g. 4 Escolas Profissionais i. Escola Europeia do Ensino Profissional

ii. Escola Profissional de Braga iii. Esprominho iv. Profitecla

h. 1 Escolas Particular / Cooperativa i. Externato Infante D. Henrique (Alfacoop)

2. Forum de CNO do Vale do Ave

- DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS –

O Fórum foi formalmente criado no dia 24 de Abril de 2009 com a assinatura da DECLARAÇÃO

DE PRINCÍPIOS composta nomeadamente pelo seguintes Desafios:

− Cooperação entre todos os CNO existentes na Região;

− Promoção dos processos de aprendizagem ao longo da vida dos Adultos que

frequentam ou já frequentaram os diversos CNO na Região do Ave;

− Mobilização das Entidades promotoras de respostas de Educação e Formação de

Adultos.

- PARCEIROS –

1. CNO ADCL – Associação para o Desenvolvimento das Comunidades Locais

2. CNO ADRAVE – Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Ave

3. CNO Associação de Desenvolvimento Rural, Mútua de Seguros e Multi-Serviços –

Mútua de Basto/Norte

4. CNO Associação Empresarial de Fafe, Cabeceiras de Basto e Celorico de Basto

5. CNO Câmara Municipal de Santo Tirso

6. CNO CIOR – Cooperativa de Ensino de Vila Nova de Famalicão, C.R.L

7. CNO CITEVE – Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal

(Extinto a seu pedido)

8. CNO CITEX – Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil (atual MODATEX)

9. CNO Didáxis Cooperativa de Ensino, C.R.L.

10. CNO Escola Básica 2,3 Gil Vicente

11. CNO Escola Martins Sarmento

12. CNO Escola Secundária Camilo Castelo Branco

13. CNO Escola Secundária D. Afonso Henriques

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 26

14. CNO Escola Secundária da Trofa

15. CNO Escola Secundária das Taipas

16. CNO Escola Secundária de Caldas de Vizela

17. CNO Escola Secundária de Fafe

18. CNO Escola Secundária de Póvoa de Lanhoso

19. CNO Escola Secundária Francisco de Holanda

20. CNO Escola Secundária Padre Benjamim Salgado

21. CNO Escola Secundária Tomaz Pelayo

22. CNO FORAVE – Associação para a Educação do Vale do Ave

23. CNO Sol do Ave – Associação para Desenvolvimento Integrado do Vale do Ave

24. CNO Vale do Ave – Associação de Municípios do Vale do Ave

25. CCNO – Comissão Concelhia Novas Oportunidades de Vila Nova de Famalicão

26. Rede de Centros Novas Oportunidades – Guimarães Território de Aprendiz@gens

27. AANOVA – Associação de Adultos dos Centros Novas Oportunidades do Vale do Ave

Entidades de Apoio Técnico:

28. Centro de Computação Gráfica de Guimarães;

29. Departamento de Sistemas de Informação da UM;

30. VARD – Vale do Ave Região Digital 2015).

- ÂMBITO TERRITORIAL –

8 Concelhos: Vila Nova de Famalicão, Guimarães, Fafe, Trofa, Vizela, Santo Tirso, Póvoa de

Lanhoso e Cabeceiras de Basto.

- ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO –

O Fórum é atualmente constituído por uma Comissão Executiva e 5 Grupos de Trabalho: 1 -

Plataforma Tecnológica; 2 - Auto –Formação; 3 - Estudos e Avaliação; 4 - Agenda de Eventos e

5 - Programas Operacionais.

- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS –

• Análise SWOT (PEI 2008/2009 e 2010/2011); • 4. º Encontro Nacional de Centros Novas Oportunidades – novembro 2010; • I Encontro de TDE – novembro 2010, II Encontro de TDE – fevereiro 2011 e III Encontro

de TDE – maio 2011; • I Encontro de Profissionais RVC – março 2011; • Estudo sobre o Impacto das Certificações B3 no âmbito dos Processos RVC – 2010; • Apoio na constituição da AANOVA – 2011; • 3. º Encontro de Centros Novas Oportunidades do Ave – janeiro 2012.

3. Rede de Educação e Aprendizagem ao Longo da Vida Minho Lima – REALV-ML

No início de 2010, vários Centros Novas Oportunidades do distrito de Viana do Castelo

decidiram conjugar esforços com a finalidade de trabalharem em rede e levarem a cabo

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 27

atividades de parceria, de forma a promoverem o desenvolvimento integral dos adultos,

desenvolver novos projetos, no sentido de implementar práticas educativas favoráveis à

qualificação dos adultos e de incentivar uma cultura de melhoria contínua.

No âmbito desta parceria, para além da realização de sessões de júri conjuntas, foi também criada a Carta de Qualidade da REALV Minho-Lima, com o intuito de clarificar níveis de serviço e estratégias de ação adequadas à realidade territorial em que os CNO se inserem.

A REALV - ML congrega os Centros Novas Oportunidades das seguintes entidades:

i. Associação Empresarial de Ponte de Lima; ii. Agrupamento de Escolas Muralhas do Minho;

iii. Ancorensis; iv. Centro Formação Profissional – IEFP; v. COOPETAPE;

vi. Ecoagri; vii. Epralima;

viii. Eprami; ix. Escola Básica e Secundária de Barroselas; x. Escola EB 2,3 Carteado Mena;

xi. Escola Secundária de Monserrate; xii. Escola Secundária de Ponte de Lima;

xiii. Gabigerh.

4. Rede de Educação de Adultos de Gondomar

A rede “GAp - Gondomar Aprendente” baseia-se numa rede de parceria de Centros Novas Oportunidades do concelho de Gondomar e visa o planeamento estratégico da qualificação escolar e profissional, em articulação com os diferentes agentes locais para o desenvolvimento local. A rede tem como objetivos de cooperação os seguintes:

• Promover uma cultura de Aprendizagem ao Longo da Vida em Gondomar;

• Aumentar o nível de qualificação e de empregabilidade dos adultos;

• Melhorar e aumentar a eficácia do sistema de Educação e Formação através da promoção da cooperação e articulação entre os diversos constituintes;

• Participar na produção, concepção, actualização e avaliação de indicadores em diagnóstico de necessidades de formação, que fundamentem candidaturas a programas de formação;

• Sensibilizar todos os parceiros para a importância da participação de toda a comunidade;

• Fortalecer as estruturas existentes, através do desenvolvimento de um trabalho de equipa;

• Promover a formação das equipas técnicas e pedagógicas da Rede através de plano de formação concelhio;

• Criar uma plataforma informática de oferta educativa, impulsionando a criação de uma rede de informação e de partilha;

• Promover momentos de articulação sistemática entre todas as instituições;

• Incentivar o desenvolvimento de projectos locais, nacionais e/ou internacionais;

• Contribuir de uma forma activa para uma maior concertação com a estratégia de desenvolvimento económico e social do Concelho e da região;

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 28

• Contribuir para a concretização das metas de 2020. Os constituintes da rede: - CINDOR - Escola Secundária de Gondomar - Escola Secundária de Rio Tinto - Escola Secundária de S. Pedro da Cova - Escola Secundária de Valbom - GondHumanis – Escola Profissional de Gondomar - IEFP - Centro de Emprego e Formação Profissional do Porto - Metamorphose

5. Rede de Educação de Adultos Alto Trás-os-Montes

A Rede de Educação de Adultos Alto Trás-os-Montes, integra:

- CNO Consultua;

- CNO Escola Secundárias Abade Baçal (Bragança);

- CNO Escola Secundária Fernão Magalhães (Chaves);

- CNO Escola Secundária de Valpaços;

- CNO Instituto Piaget;

- CNO IEFP Bragança;

- CNO IEFP Chaves;

- CNO Município de Miranda do Douro;

- CNO NERBA – Associação Empresarial.

6. Rede de Educação de Adultos do Douro

Esta rede, embora ainda não protocolada, coopera desde 17 de fevereiro de 2011, e tem como

objetivos principais:

a. Homogeneizar procedimentos, salvaguardando a singularidade do indivíduo e do meio em que está inserido;

b. Construir um catálogo de oferta educativa/formativa partilhável pela rede; c. Partilhar boas práticas e constrangimentos, numa lógica de melhoria contínua; d. Partilhar e preservar o know-how construído.

Esta Rede congrega os Centros Novas Oportunidades das seguintes entidades:

- Agrupamento de Escolas Dr. João de Araújo Correia;

- Agrupamento de Escolas de Moimenta da Beira;

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 29

- ASDOURO – Associação Desenvolvimento Ensino Formação Profissional do Alto

Douro;

- CPEDC (Centro de Promoção Educativa e Desenvolvimento Comunitário);

- Escola Secundária da Sé (Lamego);

- NERVIR-Associação Empresarial;

- Centro de Formação Profissional de Vila Real.

7. Rede Territorial para a Qualificação do Tâmega e Sousa

Nos requisitos da estruturação do trabalho, emanados pela Agência Nacional para a

Qualificação (ANQ) na Carta de Qualidade dos Centros Novas Oportunidades, encontra-se a

necessidade de articulação com a restante rede de Centro Novas Oportunidades, baseada na

disponibilização de informações e organização de encontros, de modo a assegurar a troca de

experiências, metodologias e instrumentos e a disseminação de boas práticas, garantir a

gestão dos processos de transferência dos adultos e evitar sobreposições de actuação nos

territórios locais/regionais [Canelas, A. (Coord.) (2007). Carta de Qualidade dos Centros Novas

Oportunidades. Lisboa: ANQ, IP.].

Também nos resultados de um estudo desenvolvido na região do Vale do Sousa, designado

“Educação, Formação e Certificação de Adultos. Avaliação de Impactes no Vale do Sousa”1,

onde foi apontada, entre outras propostas de actuação, a necessidade das entidades

formadoras criarem redes de cooperação territorial de forma a terem um projecto sólido e

coerente, regional e sectorialmente integrado no território e adequado às necessidades locais,

considerando que esta estratégia poderia conduzir à consolidação e profissionalização das

instituições formativas e respectivas acções através da promoção de parcerias efectivas de

cooperação de base territorial, tendo em vista o planeamento estratégico a nível dos territórios

e dos sectores em que se concertassem metas, objectivos, níveis e sectores de intervenção,

serviços prestados, entre outros domínios [Parente, C. et al (2007). Educação, Formação e

Certificação de Adultos. Avaliação de Impactes no Vale do Sousa. Paços de Ferreira: AEPF].

Neste contexto, a 06 de Março de 2008, foi celebrado um Acordo de Parceria com vista ao

desenvolvimento de uma Rede Territorial para a Qualificação no Vale do Sousa e Baixo Tâmega

e que visava a cooperação territorial e sectorial ao nível do planeamento estratégico das

questões relativas à qualificação dos recursos humanos da região, bem como a

operacionalização das determinações resultantes desse planeamento. Neste acordo, assinado

por sete Centros existentes na região, foi considerada a importância de, no futuro, se alargar a

parceria a operadores de formação, públicos e privados, com o objectivo de se aperfeiçoarem

1 Estudo desenvolvido no âmbito do Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento

Social (POEFDS) – Eixo 4: Promoção da Eficácia e da Equidade das Políticas de Emprego e Formação.

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Redes de Educação e Formação de Adultos do Norte de Portugal

Contributo para a (re)organização do sistema de Educação e Formação de Adultos em Portugal 30

os mecanismos de interacção institucional para se facilitar os percursos de educação-

formação.

Com o aumento da rede de centros e a existência de novas estratégias, o trabalho da rede tem

sido participado por 22 Centros Novas Oportunidades da região do Sousa e Tâmega, que

assinarão formalmente o acordo de parceria alargado, a 04 de Abril de 2012, em Cinfães.

Esta rede tem dinamizado diversas iniciativas entre as quais se salientam: Jornadas de RVC,

Encontros Regionais, Cadernos Temáticos, Grupos de Exploração Temática e Reuniões de

partilha.