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1 CONTROLADOR INTERNO: UMA ANÁLISE DAS ATRIBUIÇÕES DENTRO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E A SOBRECARGA DE TRABALHO. Azevedo, Josiani Lança Tessaro, Neliva Terezinha RESUMO Este artigo tem por objetivo, demostrar através de pesquisa feitas em artigos cientifico, periódicos, e bibliográfica, que as atividades de essencialidades pertinentes ao cargo de controlador interno, disposta na Constituição Federal em seu artigo 74 e também posteriormente na Lei de Responsabilidade Fiscal que reiterou a necessidade de um eficaz sistema de controle efetivo de diminuição do déficit público, é muito abrangente, e que nem sempre o servidor ocupante deste cargo tem formação, respaldo, tempo, e condições para desempenhar seu papel em decorrência dos fatores que afetam diretamente como a falta de segregação de função e também o acúmulo de funções. Abordam-se a forma de organização, papel e importância do controle interno, assim como as dificuldades para o estabelecimento de controles eficazes no setor público, em função de suas peculiaridades 1 INTRODUÇÃO

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CONTROLADOR INTERNO: UMA ANÁLISE DAS ATRIBUIÇÕES

DENTRO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E A SOBRECARGA DE

TRABALHO.

Azevedo, Josiani Lança

Tessaro, Neliva Terezinha

RESUMO

Este artigo tem por objetivo, demostrar através de pesquisa feitas em artigos

cientifico, periódicos, e bibliográfica, que as atividades de essencialidades

pertinentes ao cargo de controlador interno, disposta na Constituição Federal em

seu artigo 74 e também posteriormente na Lei de Responsabilidade Fiscal que

reiterou a necessidade de um eficaz sistema de controle efetivo de diminuição do

déficit público, é muito abrangente, e que nem sempre o servidor ocupante deste

cargo tem formação, respaldo, tempo, e condições para desempenhar seu papel em

decorrência dos fatores que afetam diretamente como a falta de segregação de

função e também o acúmulo de funções. Abordam-se a forma de organização, papel

e importância do controle interno, assim como as dificuldades para o

estabelecimento de controles eficazes no setor público, em função de suas

peculiaridades

1 INTRODUÇÃO

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A integração econômica, veio trazendo uma série de mudanças

comportamentais e também físicas. As empresas privadas por medo de serem

fadadas a extinção, foram buscar alternativas para aumentar sua margem na

competividade, melhorando seus produtos e diminuindo seus custos. O acesso a

todo tipo informações pertinentes quanto mais rápido e preciso.

Com administração pública, e no que se refere as atividades pertinentes ao

estado, e que tem seu serviço de natureza gratuita e universal, o mercado não

prevalece, o desequilíbrio fiscal e a necessidade de diminuição de custos, os

municípios vem enfrentando dificuldades genuínas para tornar possíveis seus

orçamentos, tendo uma disputa cotidiana com a captação recursos

Essa necessidade agregada com a Lei de Responsabilidade fiscal, tem feio

com que os municípios busquem alternativas para tornar mais profissional suas

funcionalidades. A controladoria vem ao encontro desta necessidade, pois

estabelece medidas de ações, e de gestão de eficiência e eficácia, que auxilia os

gestores de maneira mais rápida e simples nas tomadas de decisões.

Com o Sistema de Controle Interno a administração passará não só a

analisar as conformidades legais dos atos praticados, como também, a avaliar os

resultados alcançados. Espera-se ainda, que a rapidez na tomada de decisão seja

um aspecto diferenciador entre municípios onde, em um curto espaço de tempo,

práticas tradicionais e burocráticas terão que dar lugar a organizações públicas

modernizadas e eficientes, o que certamente será um fator crucial para a atração de

investimentos e a consequente expansão econômica.

O primeiro desafio para os Municípios, é a quebra de paradigmas, para a

introdução de um sistema eficiente, onde os governantes veem o controle interno

como “atravancador” das funções administrativas, não como um instrumento para

guiar os propósitos.

Com uma série de normas legais que vão desde a criação propriamente dito

até chegar aos normativos e manuais de controle interno, porém mesmo com tudo o

que se tem a disposição do controle interno seja em termos de legislação ou mesmo

de tecnologia, ainda se encontra dificuldades de execução desta tarefa, em especial

em prefeitura de município pequeno onde se tem escassez de mão de obra

qualificada e quando há esta encontra se assoberbada pelo excesso de atividades

acumuladas pela pessoa que exerce tal função que é de extrema importância.

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2 ADMINISTAÇÃO PÚBLICA

O conceito de administração pública pode ser abrangido em dois sentidos

distinto o primeiro o subjetivo quanto a se trata do estrutural que trata como um

conjunto de órgãos, voltados para o atendimento e prestação serviço para a

coletividade, conforme com Lacombe (2004, p. 141), a estrutura de uma organização

pode ser compreendida como “[...] a definição dos órgãos, dos seus nomes, dos

seus níveis, das suas chefias e das suas atribuições, das relações formais entre

eles, das autoridades e responsabilidades de cada um e da forma como se

coordenam e se comunicam as pessoas na organização”.

Já o outro sentido, o objetivo, a administração pública é o conjunto das

normas e leis, que organizam as funções que deverão ser desempenhas, seguindo

os preceitos da constituição federal de 1988, princípios da legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

3 CONTROLE INTERNO

“O Controle Interno compreende o plano de organização e todos os métodos

e medidas adotadas numa empresa para proteger seu ativo, verificar a exatidão e a

fidedignidade de seus dados contábeis, incrementar a eficiência operacional e

promover a obediência às diretrizes administrativas estabelecidas”. (AICPA –

American Institute of Certified Public Accoutant).

Controlar envolve uma extensa gama de procedimentos estabelecidos pela

administração para ajudar a alcançar objetivos e metas propostas. Refere-se aos

procedimentos que cada setor deve utilizar para proteger seus ativos e realizar suas

atividades operacionais. Ele deve existir em todos os atos e processos

administrativos de uma organização, de forma que não pode e nem deve funcionar

separadamente, uma vez que a sua integração é fator decisivo para o perfeito

desempenho das atividades a serem realizadas nas diversas unidades

administrativas da organização.

A Controladoria em qualquer entidade pode ser concedida como ramo do

conhecimento que modela o sistemas de informação para ser capaz de suprir os

gestores de informações essenciais para tomada de decisões, com relação a isso

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SILVA nos diz que: Ramo do conhecimento - é responsável pelo estabelecimento

das bases teóricas e conceituais necessárias para a modelagem, construção e

manutenção de sistemas de informações e modelo de gestão econômica, suprindo

os gestores de informações para que eles tomem decisões durante o processo de

gestão, quando necessário; Ramo administrativo – é responsável pela coordenação

e disseminação de conhecimento, modelagem e implantação de sistemas de

informação, responde, ainda, como órgão aglutinador e direcionador de esforços dos

sistemas dos demais gestores que conduzem a otimização do resultado global da

organização.(SILVA, 2001).

4 CONTROLE INTERNO NA ADMINISTAÇÃO PÚBLICA

A fundamentação do controle interno na Administração Pública Brasileira

está inserida no artigo 76 da Lei 4.320/64, que fica estabelecido que o Poder

Executivo, deverá fazer os três tipos de controle de execução orçamentária, sem

prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente, pelo poder que

o exerça.

Para Maria Zanella Di Pietro (2002, p. 435) o controle na Administração

Pública é marcado como o “poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem

os órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir

a conformidade de sua atuação com os princípios que lhe são impostos pelo

ordenamento jurídico”.

Assim, todos os departamentos, setores ou áreas de uma entidade, devem

realizar seus próprios controles internos, em observâncias às normas e legislações

respectivas. O sistema de controle interno refere-se ao funcionamento conjunto e

coordenado dos controles internos de cada setor, que através de normas e sob a

orientação de um núcleo central ou comissão cumprem a função de assegurar a

salvaguarda dos ativos, a eficiência e eficácia operacional, as normas legais,

regulamentos e outros similares. Nas instituições públicas, o Controle Interno é um

órgão que trabalha para que as ações tomadas pela entidade aumentem a

probabilidade de que seus objetivos e metas sejam atingidos, conferindo a precisão

e a confiabilidade dos dados (MENEZES et al., 2005).

No Brasil, o Controle na Administração Pública teve como marco inicial a

criação do Departamento Administrativo do Serviço Público - DASP, em 1936, com

Josiani Azevedo, 16/11/15,
VERIFICAR NOVAMENTE A CITAÇAÕ
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5

atribuições de racionalizar a administração mediante simplificações, padronizações e

aquisição racional de materiais, revisão de estruturas e aplicações de métodos na

definição de procedimentos. Nesse período foi instituído o concurso para ingresso

nos quadros de carreira da Administração Pública. O fundamento do controle interno

na Administração Pública Brasileira está no artigo 76 da Lei 4.320/64, o qual

estabelece que o Poder Executivo exercerá os três tipos de controle SILVA, P. G. K.

O papel do controle interno na administração pública. ConTexto, Porto Alegre, v. 2,

n. 2, 1º semestre 2002. ISSN (Impresso): 1676-6016 ISSN (Online): 2175-8751 7 da

execução orçamentária: 1) legalidade dos atos que resultem arrecadação da receita

ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; 2)

a fidelidade funcional dos agentes da administração responsáveis por bens e valores

públicos; e 3) o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos

monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços. A Lei

4.320/64 mostrou-se inovadora ao consagrar os princípios do planejamento, do

orçamento e do controle. Instituiu o Orçamento Plurianual de Investimentos, o

Orçamento Programa Anual e estabeleceu como objetivo das novas técnicas

orçamentárias a eficácia dos gastos públicos. O Decreto-Lei 200/67 estabeleceu que

as atividades da Administração obedeceriam aos princípios fundamentais do

planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competência e controle

(art 6º). Quanto ao controle, seria exercido em todos níveis e em todos os órgãos,

compreendendo o controle pela chefia competente, pelos órgãos próprios de cada

sistema e pelos órgãos do sistema de contabilidade e auditoria (art 13). Cada

Ministério passou a ter sua inspetoria de finanças, como órgão setorial do sistema

de administração financeira, contabilidade e auditoria, cujo órgão central era a

Inspetoria-Geral de Finanças do Ministério da Fazenda (art. 23). Com relação aos

custos dos bens e serviços, tanto a Lei 4.320/64 (art 85), quanto o Decreto-Lei

200/67 (art 25, IX, e art 79) estabeleceram que a contabilidade deveria apurá-los, a

fim de buscar uma prestação de serviços econômica e evidenciar os resultados da

gestão. Passados mais de 30 anos sem aplicação, a Lei Complementar 101/2000,

Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, volta a exigir a apuração de custos, como se

fosse novidade. Como preceito constitucional, o controle interno aparece pela

primeira vez na Constituição Federal de 1967: Art. 71 - A fiscalização financeira e

orçamentária da União será exercida pelo Congresso Nacional através de controle

externo, e dos sistemas de controle interno do Poder Executivo, instituídos por lei. A

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Constituição Federal de 1988 estabelece com mais clareza o escopo do controle

interno ao mesmo tempo em que consagra no texto constitucional os Princípios

Básicos da Administração Pública: Art. 70 A fiscalização contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração

direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das

subvenções e renúncia de receitas, será SILVA, P. G. K. O papel do controle interno

na administração pública. ConTexto, Porto Alegre, v. 2, n. 2, 1º semestre 2002. ISSN

(Impresso): 1676-6016 ISSN (Online): 2175-8751 8 exercida pelo Congresso

Nacional, mediante controle externo e pelo sistema de controle interno de cada

Poder. Art. 74 Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma

integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento

das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e

dos orçamentos da União; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto

à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e

entidades da administração federal bem como da aplicação de recursos públicos por

entidades de direito privado; III - exercer o controle das operações de crédito, avais

e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o controle

externo no exercício de sua missão institucional. § 1º - Os responsáveis pelo

controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou

ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de

responsabilidade solidária.” Comparando-se o texto constitucional vigente com o

dispositivo da Constituição anterior sobre a abrangência do controle, verifica-se que

o atual não se restringe a aspectos financeiros e orçamentários apenas, mas

explicita que o controle, ou a fiscalização, atuará sobre os aspectos contábeis,

financeiros, orçamentários, operacionais e patrimoniais. A fiscalização contábil diz

respeito aos procedimentos necessários para a avaliação e certificação de que a

contabilidade do órgão/entidade registra adequada e fidedignamente os atos e fatos

que envolvem os sistemas orçamentário, financeiro e patrimonial, assim como a

validação das transações registradas, os registros completos, autorizados por quem

de direito e os valores exatos. Sendo a contabilidade a espinha dorsal do sistema de

informações econômico-financeiras, constitui instrumento indispensável em todos os

enfoques do controle. A fiscalização financeira ocupa-se em verificar se a

administração dos recursos financeiros está sendo realizada de acordo com as

normas e princípios da administração pública, não só com relação a arrecadação,

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gerenciamento e aplicação dos recursos, como em relação a regularidade das

renúncias de receitas e concessões de auxílios e subvenções. A Lei de

Responsabilidade Fiscal veio conferir grande relevância ao acompanhamento e à

fiscalização financeira, impondo severas penas aos administradores descuidados.

Quanto à fiscalização orçamentária, segundo FERRAZ (1999), não deve se esgotar

na verificação se as despesas estão previstas no orçamento anual e se foram

fielmente executadas. Deve confrontar estas com a Lei de Diretrizes Orçamentárias

e o Plano Plurianual a fim de assegurar o cumprimento dos programas traçados

pelos representantes do povo. A fiscalização operacional diz respeito ao

acompanhamento e avaliação das ações empreendidas pelo órgão/entidade para

alcançar seus objetivos institucionais, em especial quanto aos aspectos de

economia, eficiência e eficácia. É muito deficiente na Administração Pública essa

fiscalização, em função de que não se tem um sistema de apuração de custos,

SILVA, P. G. K. O papel do controle interno na administração pública. ConTexto,

Porto Alegre, v. 2, n. 2, 1º semestre 2002. ISSN (Impresso): 1676-6016 ISSN

(Online): 2175-8751 9 como já foi mencionado anteriormente, assim como

indicadores para avaliação de resultados. O Estado do Rio Grande do Sul

desenvolve projetos visando a preencher tais lacunas. Finalmente, a fiscalização

patrimonial diz respeito não só ao controle de bens móveis ou imóveis, mas também

de créditos, títulos de renda, participações e almoxarifados, além das dívidas e de

fatos que, direta ou indiretamente possam afetar o patrimônio.

4.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A estrutura organizacional de uma entidade serve como molde orientando a

direção e o controle de suas atividades. Uma boa estrutura permite haver

comunicação e delegação de autoridade, bem como definição da extensão das

responsabilidades entre os diversos departamentos, chefes e servidores.

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Cada função deverá ser desempenhada por uma única pessoa, evitando

assim que um servidor seja responsável por várias funções, centralizando as

decisões. Da mesma forma, não devem exercer atividades no sistema de controle

interno, os contadores, tesoureiros e os servidores que exercem cargo de chefia na

última escala hierárquica. Pois assim, estariam fiscalizando suas próprias atividades

e provavelmente não teriam a mesma visão crítica (positiva ou negativa) de quem

está de fora do processo.

É o entendimento de segregação de função, dado pelo tribunal de contas:

“[...] segregação de funções é princípio básico do sistema de controle interno

que consiste na separação de funções, nomeadamente de autorização, aprovação,

execução, controle e contabilização das operações”

Diante do exposto, tem-se o seguinte dilema: como não sobrecarregar o

controlador interno que desempenha outras funções e que limitações esse problema

traz ao controle interno.

Justifica-se a atenção especial da pesquisa dado o dilema que os municípios

se encontram, que é a crescente pressão por controlar os entes públicos e ao

mesmo tempo a falta de recursos para contratação de mão de obra qualificada,

através de abertura de concursos, que é notadamente mais cara. Daí a motivação

de aproveitar servidores do quadro existente sem retirar deles as funções que já

exercem.

Após análise da situação em um município pequeno na região do Alto Paranaíba-

MG, notou se algumas limitações que podem comprometer a eficiência e eficácia do

controle interno, quais sejam:

falta de tempo para realizar inspeções;

acúmulo de controles a serem analisados;

baixa produtividade de procedimentos auditados.

Por se tratar de estudo de caso e tendo como objeto os controles internos na

gestão de um município pequeno na região do Alto Paranaíba, o uso da pesquisa

descritiva foi a maneira encontrada para realização do presente trabalho.

Os responsáveis pelo controle do município são os gestores e membros do

controle interno no órgão, seja ele informal (representando apenas controles

setoriais) ou legalmente constituído. Porém, as atividades inerentes ao controle

interno serão exercidas em todos os níveis hierárquicos dos Poderes Executivo e

Legislativo, bem como das entidades da administração indireta, por servidores,

Josiani Azevedo, 14/11/15,
Verificar como Faz este tipo de Citação
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9

ocupantes de cargos do quadro permanente do órgão ou entidade, não sendo

passíveis de delegação por se tratar de atividades próprias destes. Por ser tarefa

técnica e complexa, a administração deve estruturar um departamento que,

formalmente, seja responsável pela instituição, manutenção e melhorias nos

controles internos. A falta de condições de trabalho, de treinamento e de orientação

podem esvaziar os propósitos da unidade de controle e, neste caso, a

responsabilidade é da administração (CAVALHEIRO; FLORES, 2009)

Na situação encontrada ficou evidente que tantas atividades executadas por

apenas um servidor, sem a estruturação de um departamento, acabou por

comprometer o bom desempenho do sistema de controle interno.

Segregação de funções é o princípio básico do sistema de controle interno

que consiste na separação de funções, nomeadamente de autorização, aprovação,

execução, controle e contabilização das operações. O princípio fundamental é que

ninguém deverá controlar todas as etapas de uma transação sem a intervenção de

outra ou outras, capazes de efetuar uma verificação cruzada.

A segregação de funções é o principal requisito para implantação do controle

interno, pois na grande maioria dos municípios, os controladores internos exercem

outras funções que não aquelas de orientação, assessoramento, acompanhamento

e controle, o que se configurou em um pequeno município na região do Alto

Paranaíba, no qual o controlador interno é também cumpridor de outras obrigações

operacionais. Não por opção, mas pela escassez de mão de obra qualificada.

Todo o processo de organização do Controle Interno contempla uma estrutura

organizacional, política de recursos humanos, segregação de funções e ética que

têm por objetivo proteger a organização de riscos que possam impossibilitar ou

dificultar a sua gestão (THOMÉ; TINOCO, 2005; LÉLIS; MARIO, 2009; TRISCIUZZI;

CARDOZO, 2009). Um Controle Interno bem estruturado não deve ser considerado

punitivo, mas, sim, como um sistema que desempenha um papel auxiliador,

educativo e pró-ativo para auxiliar nas suas funções. Basicamente o Controle Interno

trabalha para suprir as necessidades fundamentais de CONTROLE INTERNO E AS

FUNDAÇÕES DE APOIO À PESQUISA UNIVERSITÁRIA 37 Enf.: Ref. Cont. UEM –

Paraná v. 29 n. 3 p. 34-45 setembro / dezembro 2010 usuários internos, seus

gestores, diretores de departamentos, técnicos e demais servidores que se baseiam

nos dados coletados e informados pelo controle para melhorar a execução dos seus

trabalhos, e usuários externos, como Tribunal de Contas, Poder Legislativo,

Josiani Azevedo, 16/11/15,
OUTRA CITAÇÃO
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10

Ministério Público, sociedade entre outros que necessitam das informações para

efetuar o controle das contas públicas (THOMÉ; TINOCO, 2005; DAVIS;

BLASCHEK, 2006; QUEIROZ et al., 2008). Para a existência de um sistema de

Controle Interno são necessários preceitos básicos que determinam diretamente a

solidez da estrutura do controle, ou se este possui falhas que conduzem ao erro ou

fraudes (NASCIMENTO; SILVA; OTT, 2007). Essas ferramentas utilizadas para

auxiliar o cumprimento dos objetivos do controle são chamadas de Princípios

Básicos do Controle Interno. Dentre os vários princípios, os destacados pelos

autores (QUEIROZ et al., 2008 apud VALE, 2004, p. 19) são:

5 DIFICULDADES DE UM CONTROLE INTERNO

O estabelecimento, funcionamento e manutenção dos controles internos são

competência e responsabilidade do administrador. Ao órgão central do sistema,

como já mencionado, cabe avaliar, diagnosticar, propor melhorias e orientar os

responsáveis pelos controles de cada órgão. Em função das peculiaridades do setor

público, analisadas a seguir, não é dada a devida relevância aos controles, isto é, o

administrador público, contrariando uma das principais funções da ciência da

administração, não controla adequadamente. O sucesso na implantação de planos

que tendem a modificar rotinas e comportamento depende, inquestionavelmente, da

forma como são conduzidos. Não se pode negligenciar o fato de que são pessoas

que agirão na execução dos controles, e que o serviço público tem certas

peculiaridades não encontradas na iniciativa privada. Naturalmente, ninguém aprecia

ser controlado, mas na área pública há especial dificuldade nesse campo. A seguir,

relacionam-se algumas características da Administração Pública que dificultam a

implantação de dispositivos de controles e mudanças comportamentais: • dificuldade

para medir resultados, pela falta de parâmetros externos; • não há risco de

descontinuidade, porque a organização pública é essencial e não está sujeita a

falências; • relativa estabilidade funcional dos agentes, que só perdem o emprego

em situações especialíssimas; • grande rotatividade das funções da alta

administração (agentes políticos) devido à vinculação político-partidária, que pode

mudar a cada quatro anos; e • não há risco financeiro ou patrimonial para os

administradores, porque o investimento vem do povo. Cabe ainda considerar a

perspectiva psicossocial do controle, sobre a qual Gomes (1999, p. 34) relaciona as

Josiani Azevedo, 16/11/15,
LER E VERIFICAR O QUE PODE SER APROVEITADO
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11

seguintes observações: 1) os sistemas de controle influem e sofrem influência das

pessoas, de forma que o comportamento individual não somente depende do

desenho formal e técnico do sistema mas também das características pessoais e

organizacionais; 2) a pessoa é limitadamente racional e não intenta maximizar

totalmente seus objetivos, satisfazendo-se com um nível inferior; os objetivos globais

da organização podem apresentar conflitos com os objetivos individuais; 3) o

controle do comportamento individual pode ser alcançado não só por técnicas

quantitativas, mas pela SILVA, P. G. K. O papel do controle interno na administração

pública. ConTexto, Porto Alegre, v. 2, n. 2, 1º semestre 2002. ISSN (Impresso):

1676-6016 ISSN (Online): 2175-8751 13 motivação, participação e formulação de

objetivos; e 4) a motivação independe da influência dos incentivos extrínsecos, está

condicionada por fatores intrínsecos. Assim, para que se torne efetivo o modelo de

controle interno integrado na Administração Pública, há que se tomar medidas

corretivas ou complementares, a fim de adequar e integrar toda a estrutura

administrativa ao sistema. Do contrário, se perpetuará a falta de sintonia entre o

órgão central de controle e a administração, mantendo-se a rotina de relacionar

impropriedades, apontar falhas, emitir recomendações, e se produzirem novas

impropriedades.

Na seqüência, traçam-se algumas considerações visando à efetiva

integração e melhoria nos níveis de eficiência, eficácia e efetividade do sistema de

controle interno no setor público, tomando como modelo a estrutura atual do controle

no Estado do Rio Grande do Sul. Considerando-se que cada órgão (administração

direta) e entidade (administração indireta) tem seu orçamento, metas, meios

materiais, bens patrimoniais e recursos humanos, cada qual requer seus controles

internos. Assim como o administrador principal de cada órgão ou entidade dispõe de

unidades ou assessorias responsáveis pelas funções, por exemplo, de

planejamento, administração, finanças, orçamento, execução de projetos, recursos

humanos, suprimentos, entre outras, reputa-se como indispensável a designação

formal de um agente como responsável pelos controles internos. A complexidade

dessa função dependerá do porte do órgão, orçamento, quantidade de projetos e

atividades, entre outros fatores. Quando se tratar de órgão muito complexo (ex.:

Secretaria da Educação, que no Estado emprega 35% do orçamento), sugere-se a

criação de uma unidade de controle. Por outro lado, há órgãos cuja responsabilidade

pelos controles pode ser atribuída em nível de assessoria. O agente designado

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12

como responsável pelos controles em cada órgão/entidade, que deverá ter

habilitação profissional e capacitação técnica adequada à área de auditoria, será o

elo de ligação na interface com o órgão central do sistema. SILVA, P. G. K. O papel

do controle interno na administração pública. ConTexto, Porto Alegre, v. 2, n. 2, 1º

semestre 2002. ISSN (Impresso): 1676-6016 ISSN (Online): 2175-8751 14 Caberá

ao órgão central ajudar a estruturar, orientar o funcionamento e fiscalizar,

periodicamente, a adequação e o funcionamento desses controles. Definidas as

unidades ou funções de controle nos órgão e entidades, começa a delinear-se o que

se pode chamar de “sistema integrado”, com o órgão central atuando como

orientador e normatizador. Sugere-se, ainda, a instituição de um órgão

representativo, incumbido do estudo, pesquisa e intercâmbio técnico na área de

controle interno, que poderá ser denominado “Comitê de Controle Interno”,

coordenado pelo órgão central e constituído pelos responsáveis pelo controle interno

em cada órgão/entidade. Vencidas essas dificuldades e desafios de ordem estrutural

e comportamental e implantado de fato o sistema nos órgãos e entidades, caberá ao

órgão central, mediante acompanhamento ordinário, avaliar periodicamente os

controles, no exercício de suas atribuições constitucionais. A criação do Comitê de

Controle Interno, já mencionado, como órgão técnico de desenvolvimento e

cooperação, terá seu ponto forte na exploração do potencial de benchmarking entre

os membros do sistema. O órgão central terá a responsabilidade de promover o

desenvolvimento técnico do sistema por meio de estudos e pesquisas, mantendo-se

na vanguarda em termos de controle interno no setor público

3 CONCLUSÕES

O progresso em direção à modernidade administrativa, em que a sociedade

não abre mão da transparência na gestão pública, preconizada pela Lei de

Responsabilidade Fiscal, leva-nos a uma nova realidade: a importância do sistema

de controle interno, atuando de forma prévia, concomitante e subsequente.

A importância do perfil dos responsáveis que atuam no sistema de controle

interno, exigindo destes: conhecimento técnico, conduta pessoal, qualificação,

capacitação, responsabilidade solidária, dedicação exclusiva entre outros. Não basta

só investimento tecnológico nos órgãos públicos, mas é necessário investimento na

Josiani Azevedo, 16/11/15,
Refazer pois copiei de outro
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13

qualidade e formação dos servidores, através de treinamentos, o que contribui para

o aumento dos padrões de eficiência e eficácia dos funcionários.

A falta de conscientização dos gestores públicos é a principal dificuldade que

o controle interno encontra, consideram a implantação do sistema como um

investimento que ameaça o seu poder de governabilidade. Neste sentido foi

notoriamente percebido no caso, objeto de estudo, a não priorização da estruturação

de um órgão de controle interno eficiente o que seria possibilitado com a nomeação

de pelo menos mais um funcionário para esta importante área e ainda seria

relevante no caso analisado, a confecção de procedimentos para o setor de controle

interno, isso possibilitaria a otimização no uso do tempo, bem como a padronização

das inspeções por departamentos com objetivos claros do que se quer controlar

visando assim uma melhoria de produtividade no sistema de controle interno.

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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAATTIE, W. Auditoria interna. São Paulo: Atlas, 1992.

ATTIE, William. Auditoria conceitos e aplicações. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 1998.

FLORENTINO, A. M. Auditoria contábil. 5. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1988

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%20Normativas/IN_2008/IN_10_08_1.pdf

http://www.tce.mg.gov.br/IMG/Legislacao/legiscont/Instrucoes

%20Normativas/IN_2008/IN-09-08.pdf