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CONTROLE IMPLEMENTADO EM DSP PARA CADEIRA DE RODAS ACIONADA POR SOPRO E SUC ¸ C ˜ AO Edno Gentilho Junior * , Julio E. A. Rosa Filho * , Anderson R. Biazeto * , M´ arcio R. Covacic * , Aparecido Augusto de Carvalho , Marcelo C. M. Teixeira , Marcelo Augusto Sanches , Renan F. Kozan , Marcos V. N. Junqueira , Ruberlei Gaino * * Rod. Celso Garcia Cid, Pr 445 Km 380, 86057-970 Laborat´orio de controle Avan¸ cado, Rob´otica e Engenharia Biom´ edica, Depto. de Eng. El´ etrica, Universidade Estadual de Londrina Centro de Tecnologia e Urbanismo Londrina, Paran´ a, Brasil Av. Brasil, 56, 15385-000 Laborat´ orio de Pesquisa em Controle, Depto. de Engenharia El´ etrica, Universidade Estadual Paulista ”Julio de Mesquita Filho” Campus Ilha Solteira Ilha Solteira, S˜ao Paulo, Brasil Rua Francisco Braga, 414, 16050-560 Unitoledo: Campus Universit´ario Ara¸ catuba, S˜ao Paulo, Brasil Emails: [email protected], [email protected], anderson [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected] Abstract— This paper proposes the implementation in Digital Signal Processor (DSP) of a control system for wheelchair, using PID control for engines and an interface by blowing and sucking air to the user directing it. A mathematical analysis, simulation software and control system implementation in the prototype were made. Keywords— DSP, wheelchair, PID Resumo— Este artigo prop˜oe a implementa¸c˜ao em Processador Digital de Sinais (DSP) de um sistema de controle para cadeira de rodas, utilizando controle PID para os motores e uma interface por sopro e suc¸c˜ao de ar para o usu´ario dirigi-la. Uma an´alise matem´atica, simula¸c˜ao em software do sistema de controle e implementa¸c˜ ao em prot´ otipo foram realizadas. Palavras-chave— DSP, cadeira de rodas, PID 1 Introdu¸c˜ ao Com o grande interesse de muitas organiza¸ oes em desenvolver cadeiras de rodas que possam su- prir as necessidades de locomo¸c˜ ao de pessoas com alguma deficiˆ encia f´ ısica, torna-se muito interes- sante o estudo de um controle para uma cadeira controlada por sopro e suc¸c˜ ao para ajudar pessoas que por algum motivo n˜ao podem dirigi-la por um comando manual(Mazo et al., 1995), (Sobrinho et al., 2003) e (Espinosa et al., 2001). O usu´ a- rio pode dirigir a cadeira atrav´ es de comandos de sopros ou suc¸c˜ oes em um sensor de fluxo de ar lo- calizado pr´ oximo `a boca. A cadeira possui 2 rodas dianteiras livres e 2 rodas traseiras ligadas aos mo- tores de corrente cont´ ınua que s˜ao equipados com sensores do tipo encoder para medi¸ ao de veloci- dade de rota¸c˜ ao. Os sensores encoder s˜ao respon- aveis por ler e enviar a velocidade dos motores para o controlador, que mantˆ em a estabilidade sis- tema, controlando a velocidade da cadeira. A l´ o- gica de acionamento do sensor de fluxo (Sobrinho et al., 2003) e o projeto do controle de motores ba- seado em (Teixeira et al., 2007) foi implementado em um Processador Digital de Sinais (DSP) Texas Instruments e os resultados podem ser vistos nos gr´ aficos da se¸ ao 5.3. 2 Modelo Matem´ atico Linear da Cadeira de Rodas Um modelo mecˆ anico eficiente ´ e necess´ ario para se obter um controle eficaz. A figura 1 mostra um modelo mecˆ anico simplificado da cadeira de rodas que pode ser usado, nele ´ e poss´ ıvel obter as velocidades linear (V) e angular (Ω). R ´ e o raio das rodas motorizadas, D a distˆ ancia entre elas e ”u”´ e a posi¸ ao instantˆ anea da cadeira (Sobrinho et al., 2003), dado a rela¸ ao du dt = V , ent˜ ao: θ(t)= θ 0 + R D t 0 (ω l ω r )dt (1) V = du dt = R 2 (ω l + ω r ) (2)

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CONTROLE IMPLEMENTADO EM DSP PARA CADEIRA DE RODAS ACIONADAPOR SOPRO E SUCCAO

Edno Gentilho Junior∗, Julio E. A. Rosa Filho∗, Anderson R. Biazeto∗, Marcio R.Covacic∗, Aparecido Augusto de Carvalho†, Marcelo C. M. Teixeira†, Marcelo Augusto

Sanches‡, Renan F. Kozan†, Marcos V. N. Junqueira†, Ruberlei Gaino∗

∗Rod. Celso Garcia Cid, Pr 445 Km 380, 86057-970Laboratorio de controle Avancado, Robotica e Engenharia Biomedica, Depto. de Eng. Eletrica,

Universidade Estadual de Londrina Centro de Tecnologia e UrbanismoLondrina, Parana, Brasil

†Av. Brasil, 56, 15385-000Laboratorio de Pesquisa em Controle, Depto. de Engenharia Eletrica, Universidade Estadual Paulista

”Julio de Mesquita Filho” Campus Ilha SolteiraIlha Solteira, Sao Paulo, Brasil

‡Rua Francisco Braga, 414, 16050-560Unitoledo: Campus UniversitarioAracatuba, Sao Paulo, Brasil

Emails: [email protected], [email protected],

anderson [email protected], [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]

Abstract— This paper proposes the implementation in Digital Signal Processor (DSP) of a control system forwheelchair, using PID control for engines and an interface by blowing and sucking air to the user directing it. Amathematical analysis, simulation software and control system implementation in the prototype were made.

Keywords— DSP, wheelchair, PID

Resumo— Este artigo propoe a implementacao em Processador Digital de Sinais (DSP) de um sistema decontrole para cadeira de rodas, utilizando controle PID para os motores e uma interface por sopro e succao de arpara o usuario dirigi-la. Uma analise matematica, simulacao em software do sistema de controle e implementacaoem prototipo foram realizadas.

Palavras-chave— DSP, cadeira de rodas, PID

1 Introducao

Com o grande interesse de muitas organizacoesem desenvolver cadeiras de rodas que possam su-prir as necessidades de locomocao de pessoas comalguma deficiencia fısica, torna-se muito interes-sante o estudo de um controle para uma cadeiracontrolada por sopro e succao para ajudar pessoasque por algum motivo nao podem dirigi-la por umcomando manual(Mazo et al., 1995), (Sobrinhoet al., 2003) e (Espinosa et al., 2001). O usua-rio pode dirigir a cadeira atraves de comandos desopros ou succoes em um sensor de fluxo de ar lo-calizado proximo a boca. A cadeira possui 2 rodasdianteiras livres e 2 rodas traseiras ligadas aos mo-tores de corrente contınua que sao equipados comsensores do tipo encoder para medicao de veloci-dade de rotacao. Os sensores encoder sao respon-saveis por ler e enviar a velocidade dos motorespara o controlador, que mantem a estabilidade sis-tema, controlando a velocidade da cadeira. A lo-gica de acionamento do sensor de fluxo (Sobrinhoet al., 2003) e o projeto do controle de motores ba-seado em (Teixeira et al., 2007) foi implementado

em um Processador Digital de Sinais (DSP) TexasInstruments e os resultados podem ser vistos nosgraficos da secao 5.3.

2 Modelo Matematico Linear da Cadeirade Rodas

Um modelo mecanico eficiente e necessario parase obter um controle eficaz. A figura 1 mostraum modelo mecanico simplificado da cadeira derodas que pode ser usado, nele e possıvel obter asvelocidades linear (V) e angular (Ω). R e o raiodas rodas motorizadas, D a distancia entre elas e”u”e a posicao instantanea da cadeira (Sobrinhoet al., 2003), dado a relacao

du

dt= V

, entao:

θ(t) = θ0 +R

D

t∫0

(ωl − ωr)dt (1)

V =du

dt=

R

2(ωl + ωr) (2)

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ωlθ

Ω

ωr

D

2R

V

Figura 1: Modelo linear da cadeira

A velocidades linear e angular da cadeira saodadas por (3) e (4) respectivamente:

V =R

2(ωl + ωr) (3)

Ω =R

D(ωl − ωr) (4)

Essas expressoes sao mostradas graficamentena Figura 2:

Figura 2: V e Ω em funcao de ωl e ωr

2.1 Sistema de Controle Proposto

A figura 3 adaptada de Mazo et al. (1995) mostraas variaveis do sistema de controle, V e Ω sao asvelocidades linear e angular respectivamente dacadeira.

Figura 3: Diagrama de blocos do sistema de con-trole

O bloco “modelo direto” converte V e Ω emωl e ωr, conforme a equacao 5. O bloco “modeloinverso” converte ωl e ωr em V e Ω, conforme aequacao 6.

[ωr

ωl

]=

[1R

D2R

1R − D

2R

].

[VΩ

](5)

[VΩ

]=

[R2

R2

RD

−RD

].

[ωr

ωl

](6)

Para o motor DC assumiu-se uma funcao detransferencia simplificada onde ω e a velocidadeangular, V e a tensao de armadura, K e o ganho,T e a constante de tempo do motor e m a relacaoentre o eixo do motor e da roda, tem-se entao:

H(s) =ω(s)

V (s)=

K.m

T.s+ 1(7)

A Figura 4, mostra o diagrama de blocos com-pleto:

tt

Figura 4: Diagrama de blocos do acionamento dacadeira

3 Acao do controle dos motores dacadeira de rodas

Em (Teixeira et al., 2007), foi descrito um pro-grama desenvolvido em Matlab para determinara faixa de valores de k que torna estavel com umcontrolador proporcional k e realimentacao nega-tiva. Neste caso, o polinomio caracterıstico d(s, k)e o denominador da funcao de transferencia demalha fechada. Este programa tambem deter-mina a regiao de estabilidade de um sistema comum controlador PID, proporcional-integral (PI),proporcional-derivativo (PD), entre outros.

3.1 Estabilidade de Polinomios com Dependen-cia Polinomial

A estabilidade e um item muito importante emum projeto de sistema de controle. Considere umsistema linear invariante no tempo, cujo polinomiocaracterıstico d(s, k) e dado por:

d(s, k) = dn(k)sn + . . .+ d1(k)s+ d0(k), (8)

sendo dn(k), d(n−1)(k), . . . , d1(k) e d0(k) polino-mios em k, como descrito abaixo:

di(k) = dibikbi + . . .+ di1k + di0, (9)

para i = 0, . . . , n, sendo bi o grau do coeficientedi(k).

O sistema e estavel se e somente se todas asraızes do polinomio caracterıstico d(s, k), apresen-tado em (8), tiverem parte real negativa. O Crite-rio de Estabilidade de Routh-Hurwitz e uma ferra-menta util para determinar se o sistema e estavel(Teixeira et al., 2007). Considere a Tabela 1.

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Tabela 1: Tabela de Routh.

linha n sn an1(k) =pn1(k)

qn(k)an2(k) =

pn2(k)

qn(k)an3(k) =

pn3(k)

qn(k)· · ·

linha (n − 1) sn−1 a(n−1)1(k) =p(n−1)1(k)

q(n−1)(k)a(n−1)2(k) =

p(n−1)2(k)

q(n−1)(k)a(n−1)3(k) =

p(n−1)3(k)

q(n−1)(k)· · ·

.

.

....

.

.

....

linha 2 s2 a21(k) =p21(k)

q2(k)a22(k) =

p22(k)

q2(k)

linha 1 s1 a11(k) =p11(k)

q1(k)

linha 0 s0 a01(k) =p01(k)

q0(k)

Os termos da linha n sao dados por an1(k),an2(k), . . ., sendo:

pn1(k) = dn(k), pn2(k) = d(n−2)(k), · · ·

qn(k) = 1. (10)

Os termos da linha (n − 1) sao dados pora(n−1)1(k), a(n−1)2(k), . . ., sendo:

p(n−1)1(k) = d(n−1)(k), p(n−1)2(k) = d(n−3)(k), · · ·

q(n−1)(k) = 1. (11)

Os termos da linha j, j = n − 2, . . . , 1, 0, saodados por aji(k) = pji(k)/qj(k), sendo:

pji(k) = p(j+1)1(k)p(j+2)(i+1)(k)

−p(j+2)1(k)p(j+1)(i+1)(k),

qj(k) = q(j+2)(k)p(j+1)1(k), (12)

j = n− 2, n− 1, . . . , 1, 0, i = 1, 2, . . . .

Os elementos nao-nulos pji(k) e qj(k), j =n, n − 1, . . . , 1, 0, i = 1, 2, . . ., sao polinomios emk. De acordo com o Criterio de Estabilidadede Routh-Hurwitz, o polinomio d(s, k) e Hurwitzpara um dado valor de k = ko, isto e, todas asraızes de d(s, ko) tem parte real negativa, se e so-mente se todos os elementos da primeira colunada tabela de Routh apresentam o mesmo sinal.

3.2 Estabilidade de Sistemas com RealimentacaoEstatica da Saıda

Considere uma planta controlavel e observavel,Gol(s) = n(s)/d(s), com:

n(s) = nnsn + n(n−1)s

n−1 + . . .+ n1s+ n0, (13)

d(s) = dnsn + d(n−1)s

n−1 + . . .+ d1s+ d0 (14)

e dn = 0.E proposto o seguinte problema: determine

a faixa de valores de k, se existirem, tais que osistema realimentado da Fig. 5, com Gc(s) = k,e estavel, utilizando o Criterio de Estabilidade deRouth.

A funcao de transferencia do sistema de malhafechada Gcl(s) e dada por:

Gcl(s) =Y (s)

R(s)=

kGol(s)

1 + kGol(s)=

kn(s)

d(s) + kn(s).

(15)

Gol(s) -Gc(s) -

6

h- -+

E(s) Y (s)R(s)

Figura 5: Sistema realimentado com controlador Gc(s).

Os polos do sistema sao as raızes do polino-mio caracterıstico d(s, k) = d(s) + kn(s). Subs-tituindo (13) e (14) em (15), obtem-se o polino-mio caracterıstico do sistema de malha fechada.Assim, por meio do Criterio de Estabilidade deRouth, podem-se obter os valores de k tais quetodas as raızes do polinomio caracterıstico d(s, k)tenham parte real negativa, caso existam.

3.3 Estabilidade de Sistemas com ControladoresPID e PI

Para o desenvolvimento do projeto, o primeiropasso e escolher o tipo de controlador a ser usado.Dentre os varios tipos de controladores existentes,o Proporcional-Integral-Derivativo (PID) mostra-se muito eficaz para esse tipo de controle, hajavista que a sua baixa complexidade deixa o sis-tema com menor custo.

A acao de controle de um controlador PIDe baseada na combinacao dos tres controladores:controle proporcional, controle integral e controlederivativo, mantendo sempre as vantagens indivi-duais de cada uma das tres acoes de controle. Ocontrole PID e definido por (Ogata, 2010):

u(t) = Kp.e(t) +Ki

t∫0

e(t)dt+Kdde(t)

dt. (16)

A funcao de transferencia de um controladorPID e dada por:

Gc(s) = Kp +Ki

s+Kds.

Um controlador PID possui um polo em s = 0e dois zeros, cujas posicoes dependem de Kp, Ki

e Kd, que sao ajustaveis. Para a implementacaodo controlador PID, e necessario determinar, paraum dado processo, os ganhos proporcional, inte-gral e derivativo.

Considere o sistema realimentado na Fig.5, sendo Gc(s) um controlador PID. A funcao

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de transferencia do sistema de malha fechadaGcl(s) = Y (s)/R(s) e dada por:

Gcl(s) =(Kps+Ki +Kds

2)n(s)

sd(s) + (Kps+Ki +Kds2)n(s).

Os polos do sistema sao as raızes do polinomiocaracterıstico r(s,Kp,Ki,Kd) = sd(s) + (Kps +Ki +Kds

2)n(s).Um caso particular de controlador PID e o

controlador PI, que e obtido a partir do controla-dor PID, com Kd = 0. O controlador PI e descritopor:

Gc(s) = Kp +Ki

s

e a funcao de transferencia do sistema de malhafechada Gcl(s) e dada por:

Gcl(s) =(Kps+Ki)n(s)

sd(s) + (Kps+Ki)n(s).

Os polos do sistema sao as raızes do polino-mio caracterıstico r(s,Kp, Ki) = sd(s) + (Kps +Ki)n(s).

Para o controlador PID, fixando-se os valoresde dois parametros (por exemplo, Ki e Kd), e pos-sıvel determinar a faixa de estabilidade do terceiroparametro (no caso, Kp), utilizando-se o Criteriode Estabilidade de Routh-Hurwitz. Atribuindo-se, entao, um conjunto de valores, definido porum valor inicial, um valor final e um valor de in-cremento, para cada um dos dois parametros fixos,pode-se obter um esboco da regiao de estabilidadedo sistema da Fig. 5 realimentado com um con-trolador PID.

Para o controlador PI, a analise da estabili-dade e obtida fixando-se um dos dois parametrose determinando-se a faixa de estabilidade do se-gundo parametro, atraves do Criterio de Estabili-dade de Routh-Hurwitz.

4 Identificacao da Funcao deTransferencia dos Motores

A area do conhecimento que determina modelosmatematicos a partir de dados captados de siste-mas dinamicos chama-se identificacao de sistemas(Aguirre, 2004) e (Ljung, 1987).

Com base nos princıpios de identificacao foifeito um modelo matematico para cada motor cor-rente contınua da cadeira de rodas. Para a coletade dados foi utilizado o software LabView, queapresenta ferramentas de aquisicao de dados. Aaquisicao dos dados foi feita utilizando-se de umsinal degrau no motor, com amplitude de 7V. Comesses dados captou-se a velocidade angular dosmotores com tempo de amostragem de 1ms. Comoos dados reais apresentam imperfeicoes, aplicou-seum filtro passa-baixa com frequencia de corte de50Hz nestes dados. Para melhorar a qualidade

dessas amostras foi utilizado o software MatLab ea toolbox Fdatool pertencente a esse software.

Auto-regressao e uma representacao matema-tica de comportamento do processo atraves de ummodelo que pode ser utilizado para predeterminaro comportamento futuro. Com isso foi utilizado omodelo auto-regressivo com media movel e entra-das exogenas (ARMAX) definido na equacao 17(Aguirre, 2004).

A(q)y(k) = B(q)u(k) + C(q)v(k) (17)

As funcoes de transferencias 18 e 19 dos mo-tores esquerdo e direito respectivamente sao mos-tradas nas equacoes 18 e 19

318, 7

s+ 10, 09(18)

135, 4

s+ 9, 835(19)

A Figura 6 mostram os graficos dos dados es-timados pelo processo de identificacao e os dadoscaptados dos motores esquerdo e direito.

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10

50

100

150

200

250

tempo (s)

ve

locid

ad

e (

ra

d/s

)

Motor Esquerdo

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10

20

40

60

80

100

tempo (s)

velo

cid

ade (

rad/s

)

Motor Direito

Dados Estimados Dados do Motor

Figura 6: Resposta dos Motores

5 Implementacao do Sistema

5.1 Esquema logico para acionamento da cadeirade rodas com sensor de fluxo de ar

O sensor de fluxo de ar e um dispositivo capaz dedetectar a quantidade de ar que percorreseu in-terior por meio das de uma entrada e uma saıdade ar, acionando um pequeno diafragma interno.Com base nesse dispositivo utilizou-se desta carac-terıstica que e muito util para esse tipo de projeto.Para a escolha de sensor de fluxo para acionaros comandos da cadeira, haja visto que o usuariopode aciona-la facilmente sem usar as maos.

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Figura 7: Sensor de fluxo de ar - AWM2100V

Bom base nisso foi utilizado um sensor de fluxode ar, modelo AWM2100, da Honeywell conformeFigura 7:

Esse sensor possui uma saıda de tensao analo-gica que varia proporcionalmente com a quanti-dade de fluxo de ar que passa atraves dele. Essavariacao de tensao na sua saıda pode ser po-sitiva ou negativa, sendo diferenciada pelo sen-tido do fluxo de ar como mostra a Figura 8(Ferreira, 2008).

Figura 8: Curva caracterıstica do sensor

Como os nıveis de tensao da saıda do sen-sor e baixo, o fabricante propoe 3 circuitos au-xiliares para facilitar a leitura do mesmo. Entaoimplementou-se os seguintes circuitos: circuito decontrole de temperatura, circuito de sensibilidadee amplificador de instrumentacao para adequacaodo sinal em nıveis TTL (Ferreira, 2008).

Para o acionamento da cadeira utilizou-se umunico sensor responsavel por fazer todos os movi-mentos necessarios. A figura mostra o diagramade blocos da logica de acionamento:

Bloco Lógico deAcionamento

Saída V

Saída Ω

Sensor deFluxo

Figura 9: Digrama de blocos da logica de aciona-mento

O bloco principal da Figura 9 possui a se-guinte logica interna:

• Sopro por 1s→ movimento para frente

• Sopro por 1,5s→ movimento para tras

• Sopro por 0,5s→ sem movimento (parado)

• Succao por 1s→ movimento para esquerda

• Succao por 1,5s→ movimento para direita

• Succao por 0,5s→ sem movimento (parado)

Onde o Sopro ou Succao acionam a saıda dosensor de fluxo e dependendo do comando dadopelo usuario, manipula as Saidas V e Ω fazendocom que o controle seja acionado como mostra aFigura 10

5.2 Implementacao no DSP

Processadores Digitais de Sinais DSP possuemalto desempenho e sao maleaveis para desenvol-vimento de softwares embarcados. O DSP TexasInstruments TMS320F28335 e processador pode-roso para implementacoes de algorıtimos de con-trole e possui uma interface muito amigavel e fa-cil de trabalhar (Kozan, 2012). Por esses motivosfoi escolhido para implementacao do algorıtimo dacadeira de rodas.

O ambiente de programacao IDE Code Com-poser Studio e eficiente e versatil, possibilitandoa escrita do codigo fonte nas linguagens Asemblyou C. A linguagem C foi escolhida para o desen-volvimento do codigo fonte devido a sua menorcomplexidade de escrita comparando-se com As-sembly.

A Figura 10 mostra do diagrama de blocosdo sistema no qual o usuario aciona o sensor defluxo por sopro ou succao. O sinal do sensor entrano bloco logico e de acordo com o tipo de acio-namento o bloco aplica nas saıdas V e Ω valorespara o controlador. O bloco controlador acionaos blocos de PWM que estao ligados as ponte-Hde potencia e aciona os motores. Os motores saoequipados com sensores encoder para captar a ro-tacao do eixo. Encoders possuem a funcao de ler arotacao do eixo dos motores e fornecer essa infor-macao para realimentar o bloco controlador, quepor sua vez mantem o sinal de acionamento dobloco PWM a para manter o sistema estabilizado.

Sensor defluxo

Cinemática daCadeira eControle

PWM

EncoderDireito

Ponte-H

Bloco Lógicode

Acionamento

V

Ω

MotorDireito

PWM

EncoderEsquerdo

Ponte-H

MotorEsquerdo

Figura 10: Diagrama de blocos do sistema de con-trole implementado

A Figura 11 mostra o prototipo usado paraimplementacao, o teste em escala menor e verifi-cado pela facil mobilidade, e apos isto transferidaa cadeira (Ferreira, 2008).

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Figura 11: Prototipo implementado

5.3 Resultados Obtidos

As Figuras 12 e 13 mostram os resultados obtidosdos motores em movimento linear e angular res-pectivamente apos a implementacao do sistema decontrole.

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.40

20

40

60

80

100

120

Tempo(s)

Velo

cid

ade

Angula

r(rad/s

)

Motor Esquerdo - Movimento Linear

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.40

20

40

60

80

100

120

Tempo(s)

Velo

cid

ade

Angula

r(rad/s

)

Motor Direito - Movimento Linear

Dados Simulados Dados do Motor

Figura 12: Comparacao da simulacao e dados cap-tados dos motores em movimento linear

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.40

10

20

30

40

50

Tempo(s)

Ve

locid

ad

eA

ng

ula

r(ra

d/s

)

Motor Esquerdo - Movimento Angular

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4-50

-40

-30

-20

-10

0

Tempo(s)

Velo

cid

ade

Angula

r(rad/s

)

Motor Direito - Movimento Angular

Dados Simulados Dados do Motor

Figura 13: Comparacao da simulacao e dados cap-tados dos motores em movimento angular

6 Conclusoes

Entre as principais vantagens pode-se citar a baixacomplexidade computacional de implementacaodo sistema de controle e a grande utilidade parapessoas que possuem deficiencias fısicas que as im-pedem de dirigir uma cadeira usando um comando

manual, ou seja, esse sistema pode ajudar pessoasa realizar tarefas de locomocao do dia a dia sema necessidade de ajuda, como por exemplo, os pa-raplegicos.

Agradecimentos

Os autores agradecem aos colaboradores daUNESP-Ilha solteira e ao apoio financeiro da Ca-pes, Fundacao Araucaria do Estado do Parana, daFundacao de Amparo a Pesquisa do Estado de SaoPaulo e do CNPq.

Referencias

Aguirre, L. A. (2004). Introducao a identificacaode sistemas–Tecnicas lineares e nao-linearesaplicadas a sistemas reais, editora UFMG.

Espinosa, F., Lopez, E., Mateos, R., Mazo, M.and Garcıa, R. (2001). Advanced and intel-ligent control techniques applied to the drivecontrol and path tracking systems on a robo-ticwheelchair, Kluwer Academic Publishers.Manufactured in The Netherlands 11: 137–148.

Ferreira, C. L. L. (2008). Interface de sopro e suc-cao para controle de cadeira de rodas, Mas-ter’s thesis, Universidade Estadual de Lon-drina.

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