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CONTROLE INTEGRADO DA
ARTRITE ENCEFALITE CAPRINA
Raymundo Rizaldo Pinheiro
A Artrite-Encefalite Caprina
é causada por um vírus, que acomete:
Caprinos de qualquer raça; sexo e idade.
Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal
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símia
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felina Artrite Encefalite
Caprina
LENTIVIROSES
AIDS
Maedi-VisnaFoto- http://www.asmexcriadoresdeovinos.org
Foto: http://patologiaemdiscussao.blogspot.com.br/2010/05/aids-em-
chipanzes-chipanzes-selvagens.html
Foto: http://felinosurbanos.blogspot.com.br/2012/04/doencas-
felinas-i-aids-felina.html
Foto:
http://vetimunodeficiencia.blogspot.com.br/2010/07/
imunodeficiencia-bovina.html
Foto: http://www.marchaweb.blogger.com.br/2003_05_18_archive.html
LVPR
Doença degenerativa de
progressão lenta
Vírus Maedi Visna
(MVV)
Vírus da Artrite
Encefalite
Caprina (CAEV)
Lentivírus de pequenos ruminantes
Situação da CAE no Brasil
GO: 10,0% (Gouveia et al. 1998)34,5% (Santin et al., 2002)
BA: 12,82% (Assis e Gouveia, 1994)9,2% (Gouveia, 1998)
29,2% (Ramalho, 2000)13,4% (Almeida et al., 2001)
24,19% (Edelweis et al., 2001)0,73% (Oliveira et al., 2006a)
8,75% (Torres et al., 2009)0% (Lima et al., 2009)
CE: 27,47% (Assis e Gouveia, 1994) 40,73% (Melo e Franke, 1997)
1% (Pinheiro et al., 2001)
MA: 50,6% (Alves e Pinheiro, 1997)
MG: 33,3% (Assis e Gouveia, 1994)23,6 ( Gouveia , et al. 1998)
0,3% (Yorinori, 2001)5,9% (Gouveia et al., 2003)
PB: 2,2% (Castro et al., 2002)8,2% (Bandeira et al., 2008)6,64% Bertolini et al. (1995)
RN: 11% (Silva et al., 2005)
PE: 17,7% (Castro et al., 1994)17,6% (Saraiva Neto et al., 1995)
1,1% (Castro et al., 2002)22,9% (Callado, et al. 2003)3,8% (Oliveira et al., 2006b)
PI: 4,4% (Pinheiro et al., 1996)2,5% (Batista et al., 2004)
SE: 4,35% (Melo et al., 2003)
RJ: 29,7% ( Assis & Gouveia, 1994)21,07% (Cunha e Nascimento, 1995)
10,6% (Gouveia et al. 1998)14,1% (Moreira et al., 2007; Lilembaun et al., 2007)
TO: 2,7% (Sobrinho et al., 2010)
SP: 48,8% (Garcia et al., 1992)28,9% (Fernandes, 1997)
57,0% (Araújo et al. , 1997)43,01% ( Leite et al. 2004)
34,93% (Madureira e Gomes, 2007)
SC: 6,72% (Sell, 2000)
RS: 6% (Moojen et al., 1986)
ES : 47,5% (Gouveia et al., 1998)
PA: 40,0% ( Ramos, 1996)
(Lima, 2012 – modificado)
Transmissão
Caprinos AdultosCabritos
Ovinos
Caprinos infectados
Monócito
Macrófago
FATORES DE RISCO
NO ANIMAL JOVEM:através de embrião nulotransmissão final da gestação fracopelo colostro de cabra infectada elevadopela mistura de colostro de cabras infectadas muito elevadopelo leite de cabra infectada elevadopela mistura de leite de cabras infectadas elevadopelo tatuador moderadotransplacentária fracoconfinados no mesmo local – aleitamento coletivo muito elevado
ENTRE ADULTOS:ordenha mecânica muito elevadoagulhas, tatuadores, instrumentos cirúrgicos contaminados moderado
confinados no mesmo local elevadopastejando juntos no campo fracosêmen de animal infectado fraco
ENTRE REBANHOS:pela introdução de fêmeas infectadas muito elevadopela introdução de machos infectados fraco
Fonte: DION & DUFOUR, 1990 modificado
Desenvolvimento da enfermidadeMacrófagos
MVV
(Narayan et al., 1993)
Monócito
Macrófago
http://upchucked.blogspot.com.br/2009/04/if-only-
sally-sold-t-cells-by-sea-shore.html
foto: C. Goldsmith/ CDC
Desenvolvimento da enfermidade
Infecção
Soroconversão
Início das lesões
Sintomas clínicos
Morte
Latência Evolução das lesões
Forma ArtríticaHigroma
Perda flexibilidade
Dificuldade de locomoção
Deformação da articulação
Emagrecimento
Dor
ProstaçãoFonte: Linklater; Smith, (1993).
Fonte: Linklater; Smith, (1993).
Forma Nervosa Dificuldade de locomoção
Incoordenação motora
Paralisia ascendente
(posterior e anterior)
Depressão
Nistagmo
Andar em círculo
Tremores
Torcicolo
Cegueira
Foto: Oliveira, (2009).
Forma Pulmonar
Tosse
Dispnéia
Congestão
Pneumonia Intersticial
Fonte: Linklater; Smith, (1993).
Forma Mamária
Mastite intersticial
Queda da produção de
leite
Endurecimento da
glândula mamária
Foto: Brito, (2008).
Impacto Econômico/Sanitário
• Depreciação Econômica do rebanho
• Barreiras sanitárias
• CAE – Mercosul - resoluções 65/94 e 66/94
• Queda na produção de leite
• Comprometimento da qualidade do leite
• Redução do índice de conversão alimentar (perda de peso)
• Morte de animais jovens
• Perda de material genético
• Falhas reprodutivas
• Abate prematuro de animais positivos
• Custo para implantação de programas de controle
Perdas
(GREENWOOD, 1995).
Os efeitos da CAE na
performance produtiva
5,6% do peso ao
nascer
23,7% da taxa de
crescimento antes
do desmame
71,2% da taxa de
crescimento depois
do desmame
De 22,5% da
produção leiteira
Nos níveis de
proteína e gordura
do leite
7,2% do período
de lactação
Perdas
Produção leiteira
7
11,5
16
20,5
25
29,5
34
38,5
43
1 2 3 4 5 6 7
meses avaliados
Kilo
gra
ma
s (
Kg
)
Não infectadas Infectadas
BRITO (2009)
Perdas
Produção de leiteCAEV
Soronegativas Soropositivas
Números de matrizes leiteiras (a) 20 a 20 a
Produção média diária em Kg de leite (b) 0,94 a 0,74 b
Produção total diária em Kg (a x b) = (c) 18,8 a 14,8 b
Números de dias em lactação (d) 210 a 210 a
R$ em kg (e)* 1,08 a 1,07 a
Receita em R$ ao dia com a venda de leite
(c x e) = (f)20,30 a 15,84 b
Receita em R$ durante a lactação (d x f) 4.263,84 a 3.325,56 b
Receita com a venda de leite de cabras ½ Anglo-Nubiana x ½ Saanen
soropositivas e soronegativas para o vírus da Artrite-Encefalite Caprina em
rebanho no semiárido.
* Preço do leite de cabra praticado pelo Programa de Pagamento por Qualidade (PPQ) adotado pela CCA laticínios - Caprilat[1].
Valores seguidos pela mesma letra na linha não diferem estatisticamente pelo teste t (P>0,05).
(Carneiro, 2011)
Perdas
Gordura
3,13,353,6
3,854,1
1 2 3 4 5
meses de coletas
Pe
rce
ntu
al (%
)
Não infectadas Infectadas
Sólidos totais
10
11
12
13
1 2 3 4 5
meses de coletas
perc
en
tual
(%)
Não infectadas Infectadas
Contagem de Células Somáticas (CCS)
1000
15002000
25003000
3500
1 2 3 4 5
meses de coletas
(x10
3 c
élu
las/m
L)
Não infectadas Infectadas
BRITO (2009)
Perdas
Número de vermifugações pelo método FAMACHA© em rebanhos
soropositivo e soronegativo para Artrite-Encefalite Caprina.
(Carneiro, 2011)
Perdas
Custos com aplicação de vermífugo pelo método FAMACHA© e mão-
de-obra em caprinos soropositivos e soronegativos para a Artrite-
Encefalite Caprina.(Carneiro, 2011)
DIAGNÓSTICO
• Clínico
• Laboratorial
Direto
Indireto
Diagnóstico Clínico
Índice Articular Clínico (IAC)
a) Mensuração do carpo b) Mensuração do metacarpoFonte: Souza, 2010.
Tabela - IACIAC
Tipo racial Idade
(ano)
Sexo Normal
até (cm)
Suspeito
entre (cm)
Provável problema
articular acima (cm)
Puro Leiteiro 0,5 - 1,0 Fêmea 5,6 5,7 a 6,1 6,1
1,0 - 2,0 Fêmea 5,9 6,0 a 6,5 6,5
2,0 - 3,0 Fêmea 5,9 6,0 a 6,5 6,5
acima de 3,0 Fêmea 6,2 6,3 a 6,7 6,7
Mestiço 0,5 - 1,0 Fêmea 5,3 5,4 a 5,8 5,8
1,0 - 2,0 Fêmea 5,6 5,7 a 6,1 6,1
2,0 - 3,0 Fêmea 5,7 5,8 a 6,2 6,2
acima de 3,0 Fêmea 5,8 5,9 a 6,3 6,3
SRD/Nativo 0,5 - 1,0 Fêmea 5,3 5,4 a 5,8 5,8
1,0 - 2,0 Fêmea 5,5 5,6 a 5,9 5,9
2,0 - 3,0 Fêmea 5,6 5,7 a 6,2 6,2
acima de 3,0 Fêmea 5,7 5,8 a 6,2 6,2
Puro Leiteiro 0,5 - 1,1 Macho 5,9 6,0 a 6,4 6,4
1,0 - 2,0 Macho 6,1 6,2 a 6,6 6,6
2,1 - 3,1 Macho 6,2 6,3 a 6,9 6,9
acima de 3,1 Macho 6,6 6,7 a 7,0 7,0
Mestiço 0,5 - 1,1 Macho 5,7 5,8 a 6,2 6,2
1,0 - 2,1 Macho 6,1 6,2 a 6,6 6,6
2,0 - 3,1 Macho 6,2 6,3 a 6,9 6,9
acima de 3,1 Macho 6,2 6,3 a 6,8 6,8
SRD/Nativo 0,5 - 1,1 Macho 5,7 5,8 a 6,2 6,2
1,0 - 2,1 Macho 6,0 6,1 a 6,5 6,5
2,0 - 3,1 Macho 6,2 6,3 a 6,8 6,8
acima de 3,1 Macho 6,5 6,6 a 7,0 7,0
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
DIAGNÓSTICO DIRETO
MÉTODO DIRETOReação em Cadeia de Polimerase - PCR
Uso:• Esclarecer resultados duvidosos• Programas avançados de controle
• Lentivírus de caprinos e ovinos
M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
185pb
Vantagens:• Alta sensibilidade e especificidade• Rapidez
Desvantagens:• Custo• Aporte laboratorial•Qualificação técnica
Técnica: • Identificar seqüências de
material genético em amostras
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
DIAGNÓSTICO INDIRETO
Imunodifusão em gel de ágar (IDGA)
1
2
3
4
5
6
P 28
P 28
GP 135
1
2
3
4
5
6
Ag
Ag
MIDGA realizado com antígeno (Ag) de
CAEV com as proteínas p28 e gp 135.
Fonte: Pinheiro (2001)
Uso:• Rotina em diagnóstico
Técnica: • Detecção Antígeno – Anticorpo • Formação de linha de precipitação
Vantagens:• Baixo custo• Prático• Fácil realização e aplicação
Desvantagens:• Sensibilidade mediana • Aporte laboratorial• Resultado demorado
Local onde o teste é realizado -CE• UECE – Prof. Fátima Texeira• Embrapa – Rizaldo Pinheiro
Venda: Biovetech – www.biovetech.com.br
Ensaio com imunoadsorvente ligado a enzima
(ELISA)Uso:• Rotina em diagnóstico• Programas de controle
Técnica: • Detecção Antígeno – Anticorpo • Antígenos ou anticorpos marcados
com enzima fixos em placas revelada por substrato específico
Vantagens:
• Boa sensibilidade e especificidade• Baixo custo (após implantação)• Disponibilidade de vários kit’s• Rápida
Desvantagens:• Médio investimento inicial• Aporte laboratorial• Padronização da técnica
Positivo
Soro 1
NegativoControle
Soro 3
Soro 2
Placa de ELISA com resultados positivos
e negativos para LVPR.
Fonte: Pinheiro et al. (2001)
Immunoblotting (Western Blotting)
Uso:• Esclarecer resultados duvidosos
Técnica: • Detecção Antígeno – Anticorpo • Eletroforese PAGE• Antígenos ou anticorpos fixos em
membrana ligados a anticorpos marcados com enzima e revelado por substrato específico
Vantagens:
• Alta sensibilidade e especificidade• Gold Test
Desvantagens:• Alto investimento • Aporte laboratorial• Qualificação técnica• Custo• Laboriosa
200
70 KDa
48 KDa
28 KDa
19 KDa
145 KDa
• Fixação de complemento
• Imunohistoquímica
• Histopatologia
• Radioimunoensaio
• Soroneutralização
• Inibição da hemaglutinação
OUTROS TESTES DE DIAGNÓSTICO
COMO CONTROLAR A CAE??
• Eliminar a doença clínica da propriedade, considerando
que os animais clinicamente afetados levam a graves
perdas produtivas;
• Redução do número de animais infectados;
• Obter animais soronegativos para reposição progressiva
do plantel base;
• Controlar a infecção do plantel;
• Manter a produção e o material genético
Programa integrado de controle da
Artrite Encefalite Caprina
VISA:
Medidas de controle que baseiam-se no bloqueio da
transmissão do vírus a partir de animais infectados.
IMPLANTAÇÃO E CONSTITUIÇÃO
• Aspectos de manejo
- Se o rebanho caprino tiver contato com rebanho ovino – incluir os
ovinos no programa
• Fatores de risco e transmissão
• Teste de diagnóstico
•Testes simples e baratos – IDGA
•Testes de laboratório devem ser feitos semestralmente
• Prevalência < 5 %
• Testes + sensíveis- Elisa ou Western Bloting
• Erradicação – associar Elisa / Western Bloting + Reação em
cadeia de polimerase – PCR
• Reduzir o tempo entre os testes laboratoriais
• Rebanho erradicado (testes anuais)
• Biotécnicas reprodutivas
• Transferência de Embriões
• Sêmen
Programa integrado de controle da
Artrite Encefalite Caprina
• Decisão dos Criadores-Associação
• Articulação Entre as Instituições
• Apoio Técnico e Financeiro
• Sistema de Informação
• Cadastro dos Produtores
• Procedimentos Obrigatórios
CONDIÇOES NECESSÁRIAS
Identificação Permanente dos Animais
Reprodução Programada
Parto Assistido
Banco de Colostro de Cabras Soronegativas
Banco de Leite de Vaca
Boas Condições Gerais de Higiene e Manejo
Escrituração Zootécnica
MEDIDAS DE MANEJO NECESSÁRIAS
PROGRAMA DE CONTROLE DA CAEV
Cooperação Monitoramento Controle Certificação
ESTRATÉGIAS(Voluntariedade)
PROGRAMA DE CONTROLE DA CAEV
Certificação
Rebanho Negativo
Não Certificação
Rebanho Positivo
CERTIFICAÇÃO
PROGRAMA DE CONTROLE DA CAEV
Certificação-Ouro
Rebanho Negativo
1 a 3 Níveis
Certificação-Prata
até 10%
1 a 3 Níveis
Certificação-Bronze
de 10 a 25%
Não Certificação
Acima de 25%
Rebanho Positivo
CERTIFICAÇÃO
PCAEV - Embrapa Caprinos e Ovinos
Etapas
•Conscientização da equipe
•Sorologia de todos os animais - perfil sorológico inicial
•Propriedades sem ocorrência
- Realizar teste sorológico (dois anos) - Livre da doença
- Rebanho fechado
• Quarentena - animais adquiridos e de retorno de exposições
• Entrada de animais somente de áreas indenes (3 anos sem
animais positivos)
• Exame laboratorial de animais antes de entrar no rebanho
Propriedades com baixa incidência• Abate imediato dos animais
• Realização de teste sorológico semestral
Propriedades com alta incidência• Separar os animais positivos dos negativos
• Realização semestral de teste sorológico nos animais negativos
• Transferência imediata dos animais soroconvertidos
• Matrizes deverão ser testadas no máximo 30 dias antes da cobriçãoe 60 dias após o parto (aumenta a soroconverção - fatores hormonais)
• Reprodutores e rufiões - testados no máximo 30 dias antes
• Sincronização do cio e indução do parto
• Separação das crias logo após o nascimento
• Separar os animais adultos das crias
• Colostro artificial ou natural de cabra negativa, termizado 56 C por 60 minutos– banco de colostro
• Aleitamento artificial dos cabritos
•Leite de cabra negativo fervido (5 min)
•Leite de vaca
• Utilização de agulhas e seringas descartáveis ou esterilizadas
• Esterilização de material cirúrgico
• Desinfecção de tatuadores
• Linha de ordenha
OUTROS
• Trânsito de material genético - importação de embriões
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
Percen
tag
em
Data das coletas
IDGA de Rebanho Leiteiro - Raça Exótica
Semi-Intensivo -Fêmeas Adultas
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
Pe
rce
nta
ge
m
Data das coletas
IDGA de Rebanho Leiteiro - Mestiços
Semi-Intensivo -Fêmeas Adultas
IDGA de Rebanho SRD/Nativo
- Extensivo Fêmeas Adultas
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
Pe
rce
nta
ge
m
Data das coletas