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Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geociências Curso de Especialização em Automação Industrial Controle inteligente de motores utilizando plataformas de controle digital distribuído Gracielle Maria de Moura Orientador: Marcelo Cabral Cavalcanti Monografia apresentada ao Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco como parte dos requisitos para obtenção do Certificado de Especialista em Automação Industrial Recife, 2016

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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Tecnologia e Geociências

Curso de Especialização em Automação Industrial

Controle inteligente de motores utilizando plataformas de

controle digital distribuído

Gracielle Maria de Moura

Orientador: Marcelo Cabral Cavalcanti

Monografia apresentada ao Centro de

Tecnologia e Geociências da Universidade

Federal de Pernambuco como parte dos

requisitos para obtenção do Certificado de

Especialista em Automação Industrial

Recife, 2016

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Resumo

Controle inteligente de motores utilizando plataformas de

controle digital distribuído

Gracielle Maria de Moura

Março/2016

Orientador: Marcelo Cabral Cavalcanti

Área de concentração: Automação Industrial

Palavras-chaves: automação, SDCD, redes industriais, Profibus, CCMi, motores, Simocode

A constante evolução dos sistemas de automação industrial possibilitou mais dinamicidade

aos processos. A possibilidade de obter grande quantidade de informação dos processos em

tempo real, combinada com a versatilidade e facilidade de manutenção, tornou imprescindível

o emprego das redes industriais nos mais diversos setores. Neste trabalho é apresentado o

monitoramento de variáveis do CCM (Centro de Controle de Motores) tais como: corrente,

sobrecarga do motor, rotor bloqueado, temperatura, resumo de falhas, TRIP no disjuntor entre

outros, essas variáveis serão enviadas através de um relé inteligente via rede de comunicação

para plataforma SDCD (Sistema Digital de Controle Distribuído).

O controle dos comandos e monitoramento dos status de 120 motores elétricos de uma

indústria ganhará uma rapidez na detecção de falhas, maior facilidade operacional,

aumentando o nível de confiabilidade, tendo informações em tempo real, facilitando a

manutenção aumentando a produtividade e diminuindo perdas. Essa automação será de

grande benefício para o setor de operação aumentando o tempo de produção e facilitando a

manutenção corretiva, onde o mesmo terá em tempo real os defeitos ocorridos no motor.

A escolha da automatização dos motores garantirá:

Maior confiabilidade no sistema; Informações em tempo real; Facilidade no modo de

operação; Aumento da produtividade; Rapidez na manutenção; Diminuição das perdas.

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CONTEÚDO

Capítulo 1 .................................................................................................................................. 8 1.1 CCM (Cenário atual) ...................................................................................................... 11 1.1.1 CCM vs CCMi ............................................................................................................. 13

1.1.2 Vantagens do CCM / CCMi ........................................................................................ 15

1.2 Objetivo do trabalho ................................................................................................. 16 1.3 Metodologia .................................................................................................................... 17 1.4 Rede Profibus ................................................................................................................. 19 1.4.1 Um breve Histórico da tecnologia Profibus ................................................................ 19

1.4.2 Perfil de Comunicação ................................................................................................ 20

1.4.3 Perfil Físico ................................................................................................................. 22

1.5.4 Repetidores .................................................................................................................. 23

1.5 Organização da Monografia ........................................................................................... 25 Capítulo 2 ................................................................................................................................ 26 Tecnologias Disponíveis ......................................................................................................... 26

2.1 Relé Inteligente ............................................................................................................... 26

2.1.1 Funções do SIMOCODE pro V ................................................................................... 28

2.1.2 Parametrização do relé eletrônico inteligente .............................................................. 30

2.2 Plataforma SDCD ........................................................................................................... 40 2.2.1 Definição ..................................................................................................................... 40

2.2.2 Salas de Controle ......................................................................................................... 41

2.2.3 Elementos de Hardware de um Sistema de Controle .................................................. 41

2.2.4 Painel Elétrico ............................................................................................................. 41

2.2.5 Controlador .................................................................................................................. 42

2.2.6 Cartões de I/O .............................................................................................................. 42 2.2.7 Cartões de Comunicação ............................................................................................. 43

2.2.8 Estações de Controle ................................................................................................... 43 2.2.9 Remota ......................................................................................................................... 44 2.2.10 Elementos de Software de um Sistema de Controle .................................................. 44

2.2.11 Base de Dados ........................................................................................................... 44 2.2.12 Lógicas e Intertravamentos ........................................................................................ 44 2.2.13 Telas Operacionais .................................................................................................... 45

2.2.14 Tendências ................................................................................................................. 45 2.2.15 Alarmes ...................................................................................................................... 46

2.2.16 Histórico de Alarmes, Eventos e Tendência .............................................................. 46 2.2.17 Comunicação Entre Elementos:................................................................................. 47

2.2.18 Foxboro/IACC (Invensys) ......................................................................................... 47

2.2.19 DeltaV (Emerson) ...................................................................................................... 54

Capítulo 3 ................................................................................................................................ 62

Aplicação ................................................................................................................................. 62 3.1 DeltaV: ........................................................................................................................... 62

3.2 Foxboro: ......................................................................................................................... 67 Capítulo 4 ................................................................................................................................ 77 Conclusão ................................................................................................................................ 77

Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 80

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 – Comparação entre uma gaveta CCM e uma CCMi.

Figura 1.2 – Gaveta de comando de motor.

Figura 1.3 – CCMi - Centro de Comando de Motores intiligente.

Figura 1.4 – Estrutura de tecnologia PROFIBBUS

Figura 1.5 – Aplicação do Profibus

Figura 1.6 – Regra geral de segmentação, repetidor e bus terminador

Figura 2.1 – Módulo de expansão Simocode Pro V.

Figura 2.2 – Configuração da estrutura de rede de comunicação.

Figura 2.3 – Simocode Pro V.

Figura 2.4 – Acesso ao software.

Figura 2.5 – Tela inicial do software.

Figura 2.6 – Conectando Online.

Figura 2.7 – Tipo de acesso ao dispositivo

Figura 2.8 – Dispositivo online.

Figura 2.9 – Árvore de configuração.

Figura 2.10 – Configuração do Dispositivo

Figura 2.11 – Parâmetro de Barramento

Figura 2.12 – Proteções do Motor

Figura 2.13 – Funções de monitoramento.

Figura 2.14 – Menu de navegação

Figura 2.15 – Controle/ Informação de Status

Figura 2.16 – Falhas/Alarmes/Informação de Status

Figura 2.17 – Valores medidos

Figura 2.18 – Gráfico de tendências

Figura 2.19 – Sala de controle operacional.

Figura 2.20 – Controlador FoxBoro.

Figura 2.21 – Cartões de I/O FoxBoro.

Figura 2.22 – Cartões de I/O FoxBoro (Profibus).

Figura 2.23 – Estações operacionais e de engenharia, foxboro.

Figura 2.24 – Configurador FoxBoro, IACC.

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Figura 2.25 – Tela operacional FoxBoro.

Figura 2.26 – Configurador de lógicas FoxBoro.

Figura 2.27 – Alarm Manager do FoxBoro.

Figura 2.28 – Painel DeltaV.

Figura 2.29 – Controlador DeltaV, área de estocagem e reação.

Figura 2.30 – Cartões de I/O.

Figura 2.31 – Conceito de Remota no DeltaV para controladores MD.

Figura 2.32 – Cartões de comunicação, SERIAL, PROFIBUS e FIELDBUS

Figura 2.33 – Switches redundantes e conexões de rede.

Figura 2.34 – DeltaV Explorer.

Figura 2.35 – DeltaV Operate.

Figura 2.36 – Control Studio.

Figura 2.37 – Process History View – Eventos.

Figura 2.38 – Alarmes do processo.

Figura 2.39 – DeltaV Diagnostics.

Figura 3.1 – Árvore de Configuração dos barramentos Profibus.

Figura 3.2 – Informações DeltaV

Figura 3.3 – Informações do Simocode

Figura 3.4 – Tela de operação DeltaV

Figura 3.5 – Faceplate

Figura 3.6 – Detalhes de informações

Figura 3.7 – Configuração dos barramentos das gavetas no Foxboro

Figura 3.8 – Configuração da Lógica Motor Foxboro

Figura 3.9 – Blocos de monitoramento com o relé

Figura 3.10 – Monitoramento do motor através do Foxview

Figura 3.11 – Curva de tendência do motor no Foxview

Figura 3.12 – Tela operacional Foxboro

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – IEC 61158-2 3 o modelo

Tabela 2 – Dados Profibus – SIMOCODE (Típico 1 e 2)

Tabela 3 - Dados ciclicamente enviados do SIMOCODE para o DP(OUT) e do DP para o

SIMOCODE(IN) do agitador GD2002

Tabela 4 - Dados ciclicamente enviados do SIMOCODE para o DP(OUT) e do DP para o

SIMOCODE(IN) do motor GA2430

Tabela 5 - Dados ciclicamente enviados do SIMOCODE para o DP(OUT) e do DP para o

SIMOCODE(IN) do agitador GD2013

Tabela 6 - Dados ciclicamente enviados do SIMOCODE para o DP(OUT) e do DP para o

SIMOCODE(IN) do motor GA2113

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LISTA DE SÍMBOLOS E SIGLAS

SDCD Sistema Digital de Controle Distribuído.

CLP Controlador Lógico Programável.

CCM Centro de Controle de Motores.

CCMi Centro de Controle de Motores inteligente.

IHM Interface Homem Máquina.

I/O Input/Output (Entrada e Saídas).

E/S Entradas e Saídas

CTRL Controller (Controlador).

SIMOCODE SIRIUS Motor Management and Control Devices

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

IEC International Electrotechnical Commission

DP Decentralized Periphery

PA Process Automation

FMS Fieldbus Message Specification

P&ID Diagrama de Processo e Instrumentação

EEMUA Engineering Equipment and Materials Users Association

KPI Key Perfomance Indicator

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Capítulo 1

Introdução

Hoje a automação industrial vem trazendo cada vez mais qualidade e dinamicidade ao

controle de processo produtivo, possibilitando maior quantidade de informação dos processos

em tempo real, agrupada com a variabilidade e facilidade de manutenção. É imprescindível o

emprego das redes industriais, para uma maior interação entre os diferentes níveis de controle

de automação industrial, desde os equipamentos e dispositivos de campo até o gerenciamento

corporativo da empresa, a interação entre diferentes níveis permite uma visão geral de todo o

processo gerando intervenções mais rápidas e cirúrgicas nas operações.

Não é mais concebível exercer uma atividade no âmbito da Engenharia e da

Tecnologia, numa empresa industrial de médio ou de grande porte, sem ter o domínio dos

conhecimentos básicos de automação dos processos de produção industrial (SHIMIZU, 1998).

A necessidade de automação na Indústria e nos mais diversos segmentos está

associada, entre diversos aspectos, às possibilidades de aumentar a velocidade de

processamento das informações, uma vez que as operações estão cada vez mais complexas e

varáveis, necessitando de um grande número de controles e mecanismos de regulação para

permitir decisões mais ágeis e, portanto, aumentar os níveis de produtividade e eficiência do

processo produtivo dentro das premissas da excelência operacional.

A automação permite economias de energia, força de trabalho e matérias-primas, um

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melhor controle de qualidade do produto, aumento de produção, produtividade e uma maior

segurança operacional. Em essência, a automação nas indústrias permite elevar os níveis de

continuidade e de controle global do processo com maior eficiência, aproximar ao máximo a

produção real à capacidade nominal da planta, ao reduzir ao mínimo possível as horas

paradas, sejam por erros operacionais, manutenção corretiva ou por falhas nos gerenciamentos

de matéria-prima.

Um setor importante para o desenvolvimento da automação é a tecnologia da

informação, sendo determinante alterando hierarquias e estruturas nos mais diversos

ambientes industriais, desde as indústrias de processo e manufatura até prédios e sistemas

logísticos. Componentes indispensáveis para automação é a capacidade de comunicação entre

dispositivos e o uso de mecanismos padronizados, abertos e transparentes. A comunicação

vem se expandindo rapidamente no sentido horizontal nos níveis inferiores (field level), assim

como no sentido vertical integrando todos os níveis hierárquicos. De acordo com as

características da aplicação e do custo máximo a ser atingido, uma combinação gradual de

diferentes sistemas de comunicação, tais como Ethernet, Profibus e AS-Interface, oferecem as

condições ideais de redes abertas em processos industriais.

No setor industrial os elementos com parcela significativa são os motores elétricos,

sendo que os mesmos necessitam de um sistema de acionamento com alta confiabilidade de

fácil operação e manutenção, reduzindo o tempo de reparo em eventuais paradas. Os CCM

(Centro de Controle de Motores) são responsáveis pelo comando e manobra dos motores

elétricos.

Neste trabalho é abordada a necessidade da utilização de equipamentos inteligentes,

capazes de fornecer informações a sistemas especialistas, amplamente difundidos no setor

industrial focados sempre na diminuição de perdas e aumento de produtividade. É apresentado

a utilização do relé eletrônico inteligente Simocode pro V (SIRIUS Motor Management and

Control Devices) instalado numa gaveta para CCMi (Centro de Controle de Motores

inteligente) que proporciona a proteção e o monitoramento de variáveis tais como: corrente,

sobrecarga do motor, rotor bloqueado, temperatura, resumo de falhas, TRIP no disjuntor entre

outros, essas variáveis serão enviadas via rede PROFIBUS-DP para duas plataformas SDCD

(Sistema Digital de Controle Distribuído) onde o controlador é conectado a um sistema

supervisório via rede ETHERNET, este permite uma intervenção de forma remota e registro

das variáveis pertinentes. A programação foi realizada em “Function Block Diagram”.

O sistema de controle da planta no qual o projeto foi implementado o projeto 95% é

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plataforma SDCD, a qual atende o processo. Existe alguns PLC’s (Controlador Lógico

programável) para atender partes isoladas do processo, como robôs.

Comparação entre SDCD e PLC em termos de configuração

Os sistemas SDCD eram inicialmente configurados como blocos de funções

representados por vários instrumentos e controladores feitos pelo mesmo fabricante. Esses

blocos representavam muitas vezes as mesmas vantagens e desvantagens desse mesmo

vendedor.

Era difícil encontrar uma configuração padrão nesta área, mas muitos desses sistemas

eram facilmente configuráveis. Em parte, devido ao fato de ser também o vendedor a

desenhar a consola de trabalho e a respectiva instrumentação. Isto garantia ao operador o

funcionamento em tempo real e uma baixa probabilidade de alterar inadvertidamente as

configurações do sistema.

O PLC, por outro lado, substitui regularmente os relés e são programados por lógica

de relé. Quando a estratégia de controle assim o exige, podem ser programados em linguagens

de alto nível, tais como Pascal, Basic, ou outras semelhantes, e possuem uma interface de

comunicação simples, mas eficiente.

Cada PLC deve ser configurado em separado; é necessário ter um cuidado especial

para evitar a duplicação de tarefas; uma tarefa complexa em regra geral é confinada a um PLC

individual. Um PC deve poder ser configurado para comunicar com cada PLC em particular

afim de aceder a entradas especiais, efetuar visualizações, realizar históricos, etc.

Esta situação obriga à existência de múltiplas bases de dados que devem ser

configuradas e mantidas atualizadas. A configuração é feita, em regra geral, por uma estação

de trabalho desenhada especialmente para o efeito.

Comparação entre os tipos de controle

SDCD

Vantagens:

Risco distribuído; Resposta em tempo real; Suporta estratégias de controle complexos;

Interface de alto nível; Baixo custo de integração;

Desvantagens:

Custo inicial elevado; Rede proprietária; Sistema operativo proprietário; Interligação

complexa;

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PLC

Vantagens:

Suporta ambientes agressivos; Sistema atual; Programado com base na lógica binária;

Funcionamento sequencial;

Desvantagens:

Interface com o operador; Custo de integração; Software de aplicação

1.1 CCM (Cenário atual)

O cenário anterior da Indústria onde foi implementado o projeto para comando e

manobra de motores era composto por um Centro de Controle de Motores convencional –

CCM, com motores de baixa tensão (até 1000V) e média tensão (acima 1000V) acionados

apenas em campo. Com a operação dos motores apenas via campo, o operador não possuía

seu status e nem seu monitoramento no supervisório, seu monitoramento e preditiva eram

bem limitados, onde toda a ação era através de check-list manual e a preditiva que existia era

apenas a de análise de vibração, o motor possuia apenas o liga/desliga e botoeira de

emergência, dificultando a operação e a manutenção além de tornar a resolução de problemas

mais lenta.

Hoje o cenário do Centro de Comando de Motores é bem mais flexível, com diversas

funcionalidades e com maior confiabilidade no sistema como um todo, aumentando o sistema

de monitoramento, supervisão e controle através de IHM, PLC e/ou SDCD via redes

industriais, através do CCMi (Centro de Controle de Motores inteligente).

Com a implementação do CCMi na planta obteve-se o controle dos comandos e

monitoramento dos status dos 120 motores via plataformas SDCD, obtendo uma rapidez na

detecção de falhas, aumentando a facilidade operacional e o nível de confiabilidade. Passou-

se a ter informações em tempo real, auxiliando a manutenção na detecção de falhas e

determinação de suas causas de uma maneira rápida assertiva. O monitoramento da corrente

elétrica em tempo real através do supervisório e também registro do tempo de execução dos

motores são um exemplo claro de novas variáveis medidas que podem gerar manutenções

preventivas/preditivas, diminuindo perdas de produção.

Os CCM’s são os painéis onde estão conectados os cabos provenientes das cargas, os

painéis são compostos por equipamentos para proteção, seccionamento e manobras de cargas,

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que se compõe por colunas compartimentadas com gavetas fixas ou extraíveis. A norma que

regulamenta os CCM é a NBR IEC 60439-1 da ABNT (Associação Brasileira de Normas

Técnicas) para Conjuntos de Controle e Manobra de Baixa Tensão com Ensaio de Tipo

Totalmente Testados.

As gavetas são projetadas de acordo com o motor a ser acionado, para realizar o

projeto alguns parâmetros devem ser previamente conhecidos, tais como: tensão de operação,

quantidade de fases, corrente nominal, corrente máxima, parâmetros a serem monitorados,

determinar se o acionamento será feito através de relés ou soft-starter, ou ainda se o motor

terá a velocidade controlada através de um inversor de frequência, por exemplo.

Um CCM convencional utiliza apenas relés e contatores acionados através de

comandos elétricos digitais, ou então acionados através de redes industriais. Já o CCMi é

composto de chaves soft-starter, inversores de frequência, ou relés inteligentes instalados nas

gavetas com interface de redes industriais de diferentes protocolos, como Ethernet, Profibus,

DeviceNet ou Modbus.

As gavetas têm 3 posições físicas que regem seu funcionamento e se respeitadas

garantem a segurança do equipamento, pessoa e processo:

1. Gaveta Inserida: quando a entrada de força da gaveta está energizada e

pronta para funcionamento;

2. Gaveta em posição Teste: quando a entrada de força da gaveta está

desenergizada possibilitando somente testes do circuito de comando;

3. Gaveta extraída: Quando circuito de força e comando estão

desenergizados e possibilitando a retirada da carreta.

O objetivo do CCM é concentrar grande número de cargas a serem comandadas,

assegurando ao máximo a continuidade operacional, facilitando a restrição a seu acesso

apenas as pessoas qualificadas e autorizadas, alto nível de segurança para os operadores e

pessoas de manutenção além de tornar mais fácil os procedimentos de manutenção nas

mesmas.

Para aumentar a confiabilidade, concentrando o maior número de cargas, aumentando

a flexibilidade no aparecimento de alterações no processo a indústria de borracha que foi

implementado o projeto optou para a implementação do Centro de Controle de Motores

inteligentes, garantindo que as alterações e adaptações possam ser feitas de modos mais fácil e

rápido proporcionando um ganho na produtividade e manutenção, onde o CCMi garante um

ganho de velocidade nos procedimentos e redução de custos.

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A fábrica utilizou em seu projeto o relé inteligente em sua gaveta para o

gerenciamento dos motores, a rede Profibus DP para transferência de dados entre o CCMi e as

plataformas SDCD.

1.1.1 CCM vs CCMi

O CCMi possuí uma quantidade significativamente menor de cabos de comando,

quando comparado com um CCM convencional. Na figura 1.1 é uma demonstração do

cabeamento para o acionamento de um motor em gaveta de um CCM Convencional,

comparado com o cabeamento necessário para uma gaveta semelhante em um CCMi.

Figura 1.1 – Comparação entre uma gaveta CCM e uma CCMi[2]

Uma gaveta de CCM Convencional utiliza no mínimo 4 pares de cabos para cada

gaveta, para fazer o acionamento de um motor trifásico instalado no campo são dois pares

(um para o liga e outro para o desliga), um par representando o retorno de ligado do motor e

mais um par para o status de falha, caso seja realizada leitura de corrente em cada uma das

fase seriam necessários mais 3 pares de cabos adicionais, cada informação a mais que seja

pertinente ao processo seria necessário sempre a adição de um par de cabos. Enquanto isso a

gaveta para o CCMi utiliza apenas 1 cabo Profibus, por este cabo podemos enviar todas as

informações citadas acima e quantas mais acharmos necessárias. Cada cabo Profibus pode ser

utilizado para se conectar com dois nós, cada nó pode conectar até 63 dispositivos, ou seja,

com um único cabo Profibus-DP é possível a ligação de até 126 gavetas de um CCMi.

Fazendo uma simples comparação, considere um armário com 63 gavetas. Se cada gaveta

utilizar 4 pares de cabos, seriam necessários um total de 252 pares de cabos para ligação desse

armário, destacando que também seria gastado 252 pontos de entradas e saídas, seria uma

quantidade considerável de E/S (Entradas/Saídas) do SDCD, responsável pelo controle dos

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motores. Por outro lado, o armário de 63 gavetas com controle inteligente, gastaria apenas um

cabo Profibus-DP, protocolo utilizado no projeto, gastaria também um módulo de

comunicação Profibus-DP no painel SDCD. Na figura 1.2 é mostrado a gaveta de comando de

motores com seus dispositivos eletro-eletrônico instalados, esta gaveta é um tipo de comando

de motores inteligente pois possui na sua estrutura um relé inteligente da Siemens instalado

(SIMOCODE Pro V).

Figura 1.2 - Gaveta de comando de motor

Existem outras grandes vantagens no CCMi a versatilidade na configuração deste é

gigantesca. A parametrização das variáveis pertinentes ao processo pode ser feita via software

configurador (SIRIUS Motor Management and Control Devices), como:

Corrente média;

Média de corrente entre as fases;

Falta de Fase;

TRIP no disjuntor;

Gaveta em posição teste;

Local/Remoto;

Resumo de falhas (falha geral);

Resumo de Alarmes (alarme geral);

BUS OK (Comunicação SIMOCODE com SDCD);

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Rotor bloqueado;

Desbalanceamento de fases;

Sobrecarga no motor;

Fuga à terra;

Corrente máxima;

Partida de emergência;

Reconhecimento de falhas, etc…

1.1.2 Vantagens do CCM / CCMi

Vantagens do CCM convencional:

Segurança da operação, supervisão e manutenção;

Encontra-se em locais centralizados para facilidade de operação e manutenção;

Confiabilidade para a continuidade do processo;

Aproveitamento de espaço;

Manutenção fácil e rápida, principalmente pela extração de gavetas e sua

intercambialidade;

Versatilidade para comando e proteção de grandes números de motores;

Modularidade do sistema, permitindo fácil ampliação;

Permite a execução de manutenção e outros serviços em determinado equipamento

sem desenergizar os demais;

Vantagens do CCMi:

Além de todas as vantagens descritas no CCM convencional, salienta-se:

Redução de fiação de comando;

Eliminação de vários componentes da gaveta como, por exemplo, contadores de horas

e de manobra, relés térmicos de sobrecarga convencional, transformadores de corrente,

etc.;

Maior confiabilidade do sistema de proteção;

Montagem de relé inteligente em trilho DIN ou placa de montagem;

Redução na cablagem de monitoração, supervisão e controle, pois utiliza par trançado;

Monitoração, supervisão e controle remotamente via IHM, CLP, SDCD ou PC;

Rearme do relé a distância reduzindo tempo de manutenção;

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Rapidez e precisão na identificação de defeitos;

Automação dos registros e estatísticas de defeito por gaveta;

Rede ProfiBus-DP normalizado mundialmente (não é rede proprietária) ou DeviceNet;

Comunicação com outros CLP’s e/ou SDCD em rede de protocolo aberto.

Com todas as informações citadas acima, fica claro que os CCMi’s são mais eficazes

que os CCM’s convencionais, seja na quantidade de informações possíveis de ser adquiridas

do processo, ou na economia de construção e manutenção do sistema. Na figura 1.3 toda

estrutura do CCMi instalado na planta que foi implementado durante o projeto.

Figura 1.3 - CCMi - Centro de Comando de Motores intiligente

1.2 Objetivo do trabalho

O objetivo deste projeto é a automatização de motores em dois setores da indústria de

fabricação de borracha, onde foi montado uma subestação que tem o centro de controle de

motores inteligente, os quais estão alocados nas áreas de purificação e reação.

Essa automatização foi de grande benefício para o setor de operação aumentando o

tempo de produção e facilitando a manutenção corretiva, onde o mesmo terá em tempo real os

defeitos ocorridos no motor. A produção tem agora uma maior quantidade de informações dos

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processos em tempo real, agrupada com a variabilidade e facilidade de manutenção

diminuição de perdas e aumento de produtividade.

Os usuários que são os operadores e os mantenedores terão uso da ferramenta

diariamente, permitindo uma intervenção de forma remota e registro das variáveis pertinentes

e significativas ao processo.

O objetivo é criar a configuração dos relés inteligentes (SIMOCODE – Siemens) para

uma comunicação via rede Profibus-DP com duas plataformas SDCD (DeltaV – Emerson e

Foxboro – Invensys).

A escolha da automatização dos motores de duas áreas da fábrica garantiu:

Maior confiabilidade no sistema;

Informações em tempo real;

Facilidade no modo de operação;

Aumento da produtividade;

Rapidez na manutenção;

Diminuição das perdas;

Um dos pontos principais foi a diminuição de um dos indicadores do KPI (Key

Perfomance Indicator) de total importância para fábrica o número downtime por parada do

processo por falha nos motores. Downtime significa tempo em que o processo da fábrica ficou

inativo por problemas inesperados.

1.3 Metodologia

Inicialmente, foi feito um levantamento bibliográfico a respeito das Redes Industriais,

principalmente sobre a rede Profibus-DP, escolhida como sendo a rede industrial utilizada no

projeto, feitos estudos sobre CCM e SDCD.

No estudo realizado sobre CCM foram levantados, através do fabricante Siemens, os

tipos de CCM convencional e o CCMi (Centro de Comando de Motores inteligente), o nome

inteligente se refere aos dispositivos eletrônicos instalados nas gavetas responsáveis pelo

gerenciamento dos motores, através de relé inteligente, soft-start ou inversores.

Na gaveta de um CCMi foi proposta a programação de um relé inteligente

SIMOCODE pro V instalado na gaveta, o relé comunica-se pela rede Profibus-DP com o

SDCD. O programa consiste no que seria o acionamento de um motor de corrente alternada,

na coleta de dados, seu status e históricos oriundos do relé e status da rede Profibus-DP.

Page 18: Controle inteligente de motores utilizando plataformas de ... · LISTA DE TABELAS Tabela 1 – IEC 61158-2 3 o modelo Tabela 2 – Dados Profibus – SIMOCODE (Típico 1 e 2) Tabela

18

Neste trabalho foi abordado a parametrizar o relé inteligente com o software

SIMOCODE ES Professional, parte das informações de parametrização do software foram

pegas no site da Siemens no Curso Completo de Simocode 3UF70 Revisão 1, e outros

detalhes como o monitoramento do motor através do software foi retirado na prática, na

própria indústria em que foi implementado o projeto.

A comunicação das gavetas com o SDCD foi através da tecnologia Profibus DP, é

apresentado neste trabalho a topologia de rede, seu perfil físico e o uso de repetidores de

sinais.

Como o projeto é direcionado a duas plataformas, foi apresentado de uma maneira

geral a definição dos componentes do SDCD DeltaV e Foxboro, feito um resumo breve dos

controladores, cartão de rede Profibus, cartões I/O, salas de controle da operação, a parte de

hardware e seus modos de configuração. Serão apresentados os softwares onde são realizadas

as lógicas de controle dos motores, apresentando a referência de barramento do relé Simocode

das gavetas com o supervisório. As lógicas dos motores serão apresentadas de forma

simplificada, de modo que possam ser compreendidas facilmente, serão mostradas as

informações enviadas do relé inteligente para o SDCD e as informações do SDCD para o relé,

toda comunicação é feita pelo protocolo Profibus.

Será mostrado uma das telas operacionais da Planta onde estão alocados alguns dos

motores ligados ao CCMi, serão mostrados os faceplates dos motores nada mais são que uma

forma de comandar e monitorar os motores configurados no supervisório que é uma interface

homem máquina.

Na conclusão mostraremos os benefícios operacionais e de manutenção deste projeto

na fábrica, serão levantados os pontos de melhorias que se pode adquirir no curto e longo

prazo.

Page 19: Controle inteligente de motores utilizando plataformas de ... · LISTA DE TABELAS Tabela 1 – IEC 61158-2 3 o modelo Tabela 2 – Dados Profibus – SIMOCODE (Típico 1 e 2) Tabela

19

1.4 Rede Profibus

Um dos motivos para a escolha da tecnologia Profibus é que ela é rica no

fornecimento de informação, não somente pertinente ao processo, mas em especial dos

equipamentos de campo. Desta forma, condições de auto diagnóstico podem poupar custos

operacionais e de manutenção, principalmente em áreas classificadas ou mesmo em áreas de

difícil acesso. Da própria sala de controle pode-se ter uma visão geral do sistema e ainda com

ferramentas baseadas em internet, a qualquer hora em qualquer lugar. Através de um

gerenciamento destas informações vindas do campo, pode-se selecionar convenientemente os

dados para se atingir os objetivos de produção, direcionando as informações às pessoas e/ou

departamentos corretos e agindo de maneira a melhorar os processos.

1.4.1 Um breve Histórico da tecnologia Profibus

A história Profibus iniciou em 1987 na Alemanha, começou com uma aventura de um

projeto da associação apoiado por autoridades públicas. Dentro do contexto desta aventura, 21

companhias e institutos uniram forças e criaram um projeto estratégico em Fieldbus. O

objetivo era a realização e estabilização de um barramento de campo bit serial, sendo o

requisito básico a padronização da interface de dispositivo de campo. Por esta razão, os

membros relevantes das companhias do ZVEI (Associação Central da Indústria Elétrica)

concordaram em apoiar um conceito técnico mútuo para manufatura e automação de

processos (PIBRASIL 2013).

O Profibus é um padrão de rede de campo aberto e independente de fornecedores,

onde a interface entre eles permite uma ampla aplicação em processos, manufatura e

automação predial. Esse padrão é garantido segundo as normas EN 50170 e EN 50254. Desde

janeiro de 2000, o Profibus foi firmemente estabelecido com a IEC 61158, ao lado de mais

sete outros Fieldbuses. A IEC 61158 está dividida em seis partes, nomeadas 61158-1 a 61158-

6, ver tabela 1, nas quais estão as especificações segundo o modelo OSI. Nessa versão houve

a expansão que inclui o DPV-2. Mundialmente, os usuários podem agora se referenciar a um

padrão internacional de protocolo aberto, cujo o desenvolvimento visa a redução de custos,

flexibilidade, confiabilidade, segurança, orientação ao futuro, atendimento as mais diversas

aplicações, interoperabilidade e múltiplos fornecedores (PIBRASIL 2013).

Mais de 1400 associados ao redor do mundo;

Próximo de 36 milhões de nós instalados com sucesso;

Page 20: Controle inteligente de motores utilizando plataformas de ... · LISTA DE TABELAS Tabela 1 – IEC 61158-2 3 o modelo Tabela 2 – Dados Profibus – SIMOCODE (Típico 1 e 2) Tabela

20

Mais de 3000 produtos e mais de 2000 fornecedores, atendendo às mais diversas

necessidades de aplicações;

Um extensivo catálogo de produtos pode ser obtido no www.profibus.com;

Para referência e suporte na América Latina acesse www.profibus.org.br;

Tabela 1 – IEC 61158-2 3 o modelo[11]

A rede Profibus pode ser utilizada como meio transmissão pelos padrões RS485, IEC

61158-2 ou Fibra ótica, com transmissão de dados em alta velocidade, tarefas complexas e

extensas de comunicação. É uma rede independente de fornecedor e aberto, aplicável a uma

grande gama de aplicações, incluindo Manufatura, Processo e Automação Predial.

Com a rede Profibus, dispositivos de diferentes fabricantes podem se comunicar entre

si, sem modificações nas interfaces.

1.4.2 Perfil de Comunicação

Protocolo Profibus tem um perfil de comunicação que define como os dados serão

transmitidos serialmente através do meio de comunicação.

O Profibus tem três versões para atender diferentes requisitos de um sistema de

controle:

Profibus-DP – Periferia Descentralizada (Decentralized Periphery)

O DP é otimizado para conexão rápida e barata, esta versão é destinada especialmente

para comunicação entre sistemas de controle de automação e E/S distribuídos em nível de

dispositivo. Profibus-DP pode ser usado para substituir transmissão de sinais como 24Vdc

ou 4 a 20mA. Este protocolo foi escolhido para implementação deste projeto, onde foi

utilizado para a comunicação entre os Sitemas SDCD da Emerson e o da Invesys.

Profibus-PA – Automação Processo (Process Automation)

O PA foi projetado especialmente para aplicações em processos contínuos. Possiblita a

conexão de sensores e atuadores em barramento único comum, em áreas intrinsecamente

Page 21: Controle inteligente de motores utilizando plataformas de ... · LISTA DE TABELAS Tabela 1 – IEC 61158-2 3 o modelo Tabela 2 – Dados Profibus – SIMOCODE (Típico 1 e 2) Tabela

21

segura. Profibus-PA possibilita comunicação de dados e alimentação no mesmo

barramento, usando tecnologia a dois fios, de acordo com o padrão internacional IEC

1158-2.

Profibus-FMS (Fieldbus Message Specification)

O FMS é uma solução de comunicação genérica. Os serviços FMS abrange uma larga

faixa de aplicações e proporcionam grande flexibilidade, geralmente é utilizado em nível

de controle.

Na figura 1.4 observa-se a estrutura da tecnologia Profibus que já foi mencionada, e na

figura 1.5 a aplicação de sua tecnologia.

Figura 1.4 - Estrutura de tecnologia PROFIBBUS[11]

Figura 1.5 - Aplicação do Profibus[11]

Page 22: Controle inteligente de motores utilizando plataformas de ... · LISTA DE TABELAS Tabela 1 – IEC 61158-2 3 o modelo Tabela 2 – Dados Profibus – SIMOCODE (Típico 1 e 2) Tabela

22

1.4.3 Perfil Físico

O meio físico influencia na aplicação do sistema de comunicação. Não é possível

atender a dados e alimentação no mesmo meio físico. A alta confiabilidade de transmissão,

grandes distâncias a serem cobertas e alta velocidade de transmissão, soma-se as exigências

específicas da área de automação de processo, como operação em área classificada, isso exige

tipo básico de meio físico de comunicação disponíveis, tais como:

RS485: uso universal, em especial em sistemas de automação da manufatura;

IEC 61158-2: aplicações em sistemas de automação em controle de processo;

Fibra Ótica: aplicações em sistemas que demandam grande imunidade a

interferências e grandes distâncias. Tecnologia em infravermelho e wireless já estão

disponíveis no mercado.

Com Profibus dispositivos digitais podem se interconectar, desde do nível de campo

até o nível de células e tem características técnicas e funcionais de um sistema de

comunicação industrial. O Profibus é um sistema multi-mestre e permite a ação conjunta de

diversos sistemas de automação, engenharia ou visualização, seus dispositivos são

diferenciados entre mestres e escravos.

Mestres: Determinam a comunicação de dados no barramento.

Escravos: Dispositivos remotos (de periferia), não tem direito de acesso ao barramento e só

podem enviar mensagem ao mestre ou reconhecer mensagens recebidas quando solicitados.

Dispositivos Mestres

Um mestre é capaz de enviar mensagens independentemente de solicitações externas

quando estiver a posse do token (token é uma autorização especial para passagem de direito

de acesso aos dispositivos de um mestre para outro), são também chamados de estações

ativas. Em um sistema Profibus-DP existem dois tipos de mestre DPM1 e DPM2. O mestre

DPM1 é o controlador central que troca informações com as estações descentralizadas dentro

de um ciclo de mensagens especificado. São exemplos típicos de dispositivos mestres DPM1

os CLP’s, SDCD’s e sistema de PC. O mestre DPM2 são os programadores dispositivos de

configuração ou sistema de supervisão. Os mestres DPM2 são utilizados para configuração do

sistema DP, ou para os propósitos de operação ou monitoramento.

Page 23: Controle inteligente de motores utilizando plataformas de ... · LISTA DE TABELAS Tabela 1 – IEC 61158-2 3 o modelo Tabela 2 – Dados Profibus – SIMOCODE (Típico 1 e 2) Tabela

23

Dispositivos Escravos

Não possui direito de acesso ao barramento e pode apenas confirma o recebimento de

mensagens ou responder a uma mensagem enviada por um mestre. São também chamados de

estação passiva. Sua implementação é mais simples e barata que a dos mestres.

Em uma rede Profibus-DP possibilita a existência de sistema de mestre único ou de

múltiplos mestres. Essa arquitetura proporciona um alto grau de flexibilidade na configuração

do sistema. Como já foi citado até 126 dispositivos podem ser conectados a um barramento. A

descrição da configuração do sistema consiste no número de estações, na atribuição de

endereços às estações, no formato dos dados de E/S, no formato das mensagens de

diagnóstico e dos parâmetros de barramento utilizados.

Nas configurações de múltiplos mestres, vários deles estão conectados no barramento.

Esses mestres são subsistemas independentes, cada um contém um mestre DPM1 com seus

escravos DP, ou uma configuração de dispositivos de diagnósticos.

Velocidade

O Profibus-DP requer aproximadamente 1ms a 12Mbits/sec para a transmissão de 512

bits de dados de entrada e 512bits de dados de saídas distribuídos em 32 estações.

1.5.4 Repetidores

Para casos com mais de 32 estações ou para redes densas, devem ser utilizados

repetidores. Segundo a EN50170, um máximo de quatro repetidores são permitidos entre duas

estações quaisquer. Dependendo do fabricante e das características do repetidor, é permitido

instalar até nove repetidores em cascata. Recomenda-se não utilizar uma quantidade maior

que a permitida, devido aos atrasos embutidos na rede e ao comprometimento com o slot time

(tempo máximo que o mestre irá esperar por uma resposta do escravo) (PIBRASIL 2013).

Page 24: Controle inteligente de motores utilizando plataformas de ... · LISTA DE TABELAS Tabela 1 – IEC 61158-2 3 o modelo Tabela 2 – Dados Profibus – SIMOCODE (Típico 1 e 2) Tabela

24

Mostra-se na figura 1.6 a estrutura necessária à alimentação dos nós (Escravos).

Lembrando que neste projeto foram configurados 120 motores com relés inteligentes, onde a

comunicação dos 31 motores está configurada para o SDCD DeltaV, e a comunicação dos

restantes 89 motores estão configurados para o SDCD Invesys foram utilizados um total de 4

repetidores.

Figura 1.6 - Regra geral de segmentação, repetidor e bus terminador[11]

Page 25: Controle inteligente de motores utilizando plataformas de ... · LISTA DE TABELAS Tabela 1 – IEC 61158-2 3 o modelo Tabela 2 – Dados Profibus – SIMOCODE (Típico 1 e 2) Tabela

25

1.5 Organização da Monografia

Capítulo 1 – Neste capítulo é mostrado o objetivo do projeto, uma descrição rápida da

importância da Automação Industrial, a metodologia utilizada, e o cenário o qual a empresa se

encontrava. Neste mesmo capítulo podemos acompanhar as tecnologias utilizadas para

implementação do projeto, as vantagens de utilizar o CCMi e uma descrição breve do

protocolo de rede utilizado.

Capítulo 2 – Neste capítulo é apresentado as tecnologias disponíveis para

implementação do projeto, como o tipo de relé utilizado para o gerenciamento dos motores

elétricos instalados no CCM, a parametrização do mesmo através do software onde é

configurado os dados dos motores para monitoração de suas variáveis. É apresentado também

as plataformas SDCD utilizadas para gerenciamento dos motores através de supervisório

monitorados por operadores e mantenedores.

Capítulo 3 – Neste capítulo é detalhado a configuração do sistema SDCD para

monitoração e configuração dos motores de acordo com o processo, é configurado os

intertravamentos dos motores, seus alarmes e as telas de sinópticos do processo. São

detalhados os dois tipos de SDCD utilizados no projeto que tem a função primordial sobre

controle de processos de forma a permitir uma otimização da produtividade, estruturada na

diminuição de custos de produção, melhoria na qualidade dos produtos, precisão das

operações e segurança operacional.

Capítulo 4 – É abordado neste capítulo a conclusão final de todo o projeto, os

objetivos atingidos, as melhorias adquiridas pela implementação e seu ponto negativo.

Também são mostradas as melhorias futuras a serem implementadas.

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26

Capítulo 2

Tecnologias Disponíveis

Neste capítulo é realizada a parametrização do relé eletrônico inteligente de apenas um

dos motores do CCM, tomado como exemplo para entendimento do processo de

parametrização. E será também apresentado os sistemas SDCD’s que são usados no controle

do processo.

2.1 Relé Inteligente

Relé inteligente é um dispositivo de sistema de gerenciamento de motores elétricos,

com tecnologia de última geração e capacidade de comunicação via rede, responsável pela

proteção, medição, monitoramento e controle de motores elétricos, com parametrização que

garante uma inteligência ao CCM. O chaveamento e mecanismos de proteção do circuito

principal (contatores, disjuntores e fusíveis) são adicionalmente necessários.

Neste trabalho foi utilizado o relé inteligente da Siemens 'Simocode Pro V', este

dispositivo trouxe diversos benefícios para o projeto como a economia de tempo na

montagem, espaço interno nas gavetas e, o principal, o custo total. Oferece um escopo

funcional ainda maior, além disso, pode ser expandido por exatamente as funções que você

precisa em sua partida de motor. Na figura 2.1, pode-se verificar o módulo de expansão

digital, este módulo aumenta o tipo e número de entradas digitais e de saídas a relé do

SIMOCODE pro V. Esse dispositivo agrega não somente todas as funções habituais que uma

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combinação de partida necessita, mas também recursos práticos e avançados, indo além do

que se poderia implementar convencionalmente.

Esse relé consegue trabalhar sem estar interligado a uma rede de comunicação e

mesmo assim garante a execução de suas funções, para isso as intervenções serão apenas

locais. Neste projeto os dados de campo são enviados ao SDCD via uma rede industrial, a

rede industrial utilizada foi a Profibus-DP e em seguida a um sistema de supervisório

instalado em um centro de controle, na sala central de automação, via ETHERNET, na figura

2.2 é apresentada a configuração da estrutura de rede de comunicação e na figura 2.3, pode-se

observar o relé eletrônico inteligente utilizado neste projeto e instalado na gaveta com o cabo

de comunicação.

Figura 2.2 - Configuração da estrutura de rede de comunicação[1]

Figura 2.1 - Módulo de expansão Simocode

Pro V[1]

SDCD

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Figura 2.3 - Simocode Pro V

2.1.1 Funções do SIMOCODE pro V

Funções de Proteção:

Proteção contra sobrecarga (Classe 5 até 40);

Monitoração de falta de fase;

Proteção contra assimetria;

Proteção contra bloqueio de rotor;

Monitoração de falha à terra;

Monitoração de tensão;

Monitoração do número de partidas do motor;

Monitoração de potência;

Monitoração de cosφ;

Detecção da sequência de fases;

Monitoração do tempo de operação (horas);

Monitoração do tempo de parada do motor;

Proteção de motores por Termistor;

Monitoramento de temperatura Pt100/Pt1000;

Monitoramento de entrada analógica com sinal de 0/4 – 20mA;

Armazenamento das curvas de medição;

Etc...

Utilizados no Projeto

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Funções de Controle:

Partida direta;

Partida reversora;

Partida estrela-triângulo;

Partida estrela-triângulo reversa;

Duas velocidades (para motores com enrolamentos separados), também com reversão;

Duas velocidades (para motores com enrolamentos Dahlander separados), com

reversão;

Atuação de válvula solenoide;

Comando de deslocamento;

Soft-starter;

Soft-starter com reversão;

Etc...

Dados de operação:

Estado do motor (ligado, desligado, esquerda,

direita, lento, rápido entre outros);

Corrente nas fases 1, 2, 3 e corrente máxima;

Tensão nas fases 1, 2 e 3;

Potência ativa;

Potência aparente;

Fator de potência;

Assimetria de fase;

Sequência de fase;

Tempo para o trip;

Tempo de resfriamento restante do motor;

Temperatura do motor;

Valores analógicos;

Etc...

Utilizado no Projeto

Utilizados no Projeto

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30

Dados de Serviço:

Tempo de operação do motor (horas);

Tempo de parada do motor;

Número de partidas;

Número de sobrecargas;

Comentários internos armazenados no aparelho;

Tempo de operação do aparelho (horas);

Etc...

2.1.2 Parametrização do relé eletrônico inteligente

Nesta seção será mostrado a parametrização básica do relé eletrônico inteligente

utilizado no projeto (SIMOCODE pro V), será apresentado um pequeno exemplo do

monitoramento de um motor interligado na gaveta do CCMi através do software

‘SIMOCODE ES’.

Existem duas versões: Smart e Professional.

Smart: para conexão direta com a porta serial via PC cabo (ponto a ponto);

Professional: para conexão com um ou mais equipamentos via rede Profibus –DP e/ou

com o PC cabo via serial.

Explorando o Software ‘SIMOCODE ES Professional’

Nesta próxima etapa serão explanados alguns parâmetros de configuração básica e

dados de monitoramento do software SIMOCODE ES Professional. É um software de fácil

manuseio, na figura 2.4, mostra-se como acessar o software depois de instalado em um

PC/Notebook convencional.

Utilizados no Projeto

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31

Abrindo o Software

Figura 2.4 - Acesso ao software

Na figura 2.5 mostra-se a tela inicial do software Simocode ES 2004. Basta clicar em

OK, conforme indicado na figura 2.5, para um posterior acesso online à gaveta em questão do

motor que se deseja

Figura 2.5 - Tela inicial do software

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Para monitorar a gaveta online, primeiramente conecte na interface do sistema, inicie o

SIMOCODE E/S, abra o menu Switching Device > basta clicar em Open Online ou

pressionar tecla de atalho Ctrl+F3 como mostra a Figura 2.6.

Figura 2.6 -Conectando Online

Na figura 2.7 deve-se escolher o tipo de acesso (conexão) ao dispositivo e a interface

(porta) de comunicação e em seguida clicar em OK. Existem três tipos de acesso, como segue

na foto, através do software, via rede Profibus DP e dispositivo local, no dispositivo local

selecione a interface COM correspondente à sua porta serial.

Figura 2.7 - Tipo de acesso ao dispositivo

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33

Caso todos os passos acima tenham sido seguidos corretamente, a partir deste

momento estará conectado online ao dispositivo, onde será mostrado na barra inferior a

direita, como mostra na figura 2.8.

Figura 2.8 - Dispositivo online

Na figura 2.9 é mostrado a árvore de configuração que está submetida em vários

tópicos relacionados as configurações do dispositivo, proteções e controle do motor, funções

de monitoramento, entradas, saídas e etc. A seguir serão abordados alguns itens básicos de

configuração.

Figura 2.9 - Árvore de configuração

Online

Online

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Na figura 2.10 mostra-se os módulos configuráveis:

Figura 2.10 - Configuração do Dispositivo

Current Measurement: Escolhe a faixa de corrente do relé.

Digital Module 1 e 2 (Refere-se ao tipo do relé de saída empregado, podendo ser):

Monoestável – Se desligam, quando desligado o aparelho.

Biestável – Mantêm-se atuados, mesmo com o aparelho Desligado.

Operator Panel;

Voltage Measurement;

Temperature Module;

Analog Module;

Earth Fault Module;

Application(Control Function);

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35

Lembrando como mostra na figura 2.11 uma rede Profibus DP possui 126 endereços

do módulo como escravo, ou seja, possui 126 nós para configuração, a partir de 32 nós

configurados será necessário a instalação de um repetidor de sinal da rede. Para configurar o

endereço Profibus abra o menu Device parameters > Bus parameters, selecione o endereço

DP, grave os dados na BU com Target system > Load to switchgear. O endereço é

configurado. Então confirme a mudança de endereço[3].

Figura 2.11 - Parâmetro de Barramento

Parametrizando a proteção do motor

O Simocode Pro protege os motores trifásicos e AC de acordo com a norma IEC

60947-4-1. A classe de tripping pode ser configurada de 8 maneiras, que inicia na classe de

motor 5 e vai até 40[9]. O tempo de desativação pode ser ajustado com precisão para que o

tempo de ativação do motor seja ajustado para melhor uso de sua capacidade. Os valores

“Heating up the motor model” e o intervalo de tripping de sobrecarga são calculados e podem

ser postos à disposição do sistema de controle. Depois do tripping por sobrecarga, é preciso

esperar o tempo de resfriamento do motor para ativá-lo novamente.

Page 36: Controle inteligente de motores utilizando plataformas de ... · LISTA DE TABELAS Tabela 1 – IEC 61158-2 3 o modelo Tabela 2 – Dados Profibus – SIMOCODE (Típico 1 e 2) Tabela

36

A corrente nominal do motor é usualmente parametrizada no campo Is1. Este valor é

encontrado na placa do motor. Essa é a base para calcular a corrente de sobrecarga do motor.

A classe do motor (tripping class) indica o máximo de tempo de tripping o qual o

Simocode Pro suporta uma corrente de 7.2 vezes a corrente Is[3].

Na figura 2.12 é mostrado a configuração da proteção do motor que será monitorado

pelo relé.

Figura 2.12 - Proteções do Motor

Set currents: Ajustar na corrente nominal do motor Is1.

Class: Ajustar a classe de disparo conforme a classe térmica do motor (5 a 40) – tempo que o

relé suportará para a partida de motores pesados.

Response at Trip Level: Determina como o Simocode atuará em resposta ao nível de trip

(disabled, signalling, warning e tripping).

Cooling Down Period: Tempo em que o Simocode aguardará para resfriamento do Motor.

Type of Load: Tipo de motor acoplado ao Simocode (trifásico/monofásico) a carga não

precisa ser necessariamente um motor (ex. resistências).

Response at Pre-Warning: Determina como o Simocode atuará ao nível de alarme (disabled,

signalling, warning).

Pre-Alarm Delay: Intervalo durante qual o nível de pre-warning deve ser excedido

constantemente antes de executar a resposta desejada.

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Reset: Optar por manual ou automático.

Unbalance Protection: Limite % do desequilíbrio de fase que o Simocode atuará.

Stalled Rotor: Limite % de corrente que o Simocode atuará se ocorrer rotor travado.

Na figura 2.13 é mostrado a árvore da função de monitoramento. Monitoramento

externo de falha à terra habilitado para trip após 0,5s da detecção.

Figura 2.13 - Funções de monitoramento

Até o momento foi mostrado a parametrização de algumas funções básicas do

Simocode. A partir de agora será mostrado o monitoramento de alguns valores online,

navegando ao menu correspondentes a cada informação, na figura 2.14 é mostrado o menu de

navegação do monitoramento online.

Figura 2.14 – Menu de navegação

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Na figura 2.15 é mostrado o monitoramento do controle do motor e a informação de

status.

Figura 2.15 - Controle/ Informação de Status

Na figura 2.16 logo abaixo é observado o monitoramento de falhas e avisos:

Figura 2.16 - Falhas/Alarmes/Informação de Status

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39

Na figura 2.17 é mostrado o monitoramento dos valores medidos pelo Simocode pro

V:

Figura 2.17 - Valores medidos

Na figura 2.18 pode-se observa o gráfico de tendência de corrente das três fases do

motor:

Figura 2.18 - Gráfico de tendências

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40

2.2 Plataforma SDCD

Foram escolhidas as duas plataformas já existentes na planta para o gerenciamento dos

120 motores, dos fornecedores da Emerson (DeltaV) e da Invensys (Foxboro), os motores

poderiam estar apenas em uma das plataformas, mas por estratégia técnica, comercial e de

infraestrutura os motores já existentes, os mesmos ficaram, alocados na plataforma a qual suas

malhas estão configuradas, por isso foram alocados 31 motores para plataforma DeltaV e 89

para plataforma Foxboro.

2.2.1 Definição

O SDCD é o sistema digital de controle distribuído, é um sistema de controle

desenvolvido para controlar de uma maneira geral todos os processos de uma planta

industrial. Por ele passam todas as variáveis medidas pelo processo, dele parte os comandos

para ligar e desligar motores, abrir e fechar válvulas.

Em uma analogia bem simples podemos dizer que o SDCD é a visão, olfato, tato,

paladar e membros de uma planta industrial, por ele podemos ver o que está acontecendo na

planta, e tomar decisões sobre o que fazer, podemos dizer que as vezes ele até funciona como

cérebro pois alguns automatismos e intertravamentos podem ser implementados, mas por

mais independente e inteligente que um destes sistemas seja nunca a figura do operador deve

ser eliminada, pois o sentimento humano, a intuição por assim dizer, ainda não pode ser

substituído pela lógica da máquina.

A diferença entre um SDCD e um CLP é bem tênue, na realidade podemos dizer que

um CLP olha para o micro, é um controlador voltado para um sistema único, uma máquina ou

um processo, enquanto que o SDCD se volta para o macro, para uma planta inteira.

O SDCD surgiu na década de 70, seu desenvolvimento partiu de duas empresas

independentemente a Honeywell e a Yokogawa. Ambas tinham o mesmo ideal de construir

um sistema que condensasse de maneira amigável ao operador todo o processo de uma planta,

os primeiros sistemas foram o TDC2000 e o CENTUM.

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41

2.2.2 Salas de Controle

A sala de controle é um local físico dentro de uma planta industrial destinado a

aglomerar as funções de controle da planta, antes do advento do SDCD e do PC convencional

existiam limitações físicas, com painéis pneumáticos antigos e computadores do tamanho de

uma sala, ocupando espaços gigantescos.

Após o conceito de SDCD as salas de controle foram miniaturizadas, grandes painéis

pneumáticos ou de comandos elétricos de liga/desliga foram condensados em uma estação de

trabalho computadorizada, com telas gráficas representando o processo industrial (PFD /

P&IDs).

2.2.3 Elementos de Hardware de um Sistema de Controle

O sistema tipicamente é dotado de processadores personalizados, desenvolvidos para a

finalidade de controle de processo industrial, chamados de controladores, usa redes

redundantes com protocolos de comunicação que podem ser tanto proprietárias quanto

obedecer modelos padronizados.

Estes controladores recebem informação dos módulos de entrada via instrumentos /

elementos de campo e enviam comandos para os módulos de saída, tanto entradas como

saídas são os chamados elementos de campo, compostos por instrumentos industriais,

válvulas, motores, etc. Estes elementos enviam informações e recebem comandos de um

operador, que as processa via uma IHM que neste caso é normalmente representada por um

computador personificando o processo de manufatura via telas amigáveis que permitem

visualizar os dados e informações do processo além de dar comandos, tudo em tempo real.

2.2.4 Painel Elétrico

A maioria dos elementos de Hardware descritos nesta seção são acomodados em um

painel elétrico comum, nele temos os controladores, cartões de I/O, redes de comunicação,

fontes de alimentação, disjuntores, bornes, fusíveis, entre diversos outros elementos.

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2.2.5 Controlador

Os controladores são os chamados “cérebros” de um SDCD. É nele que as lógicas,

automatismos, intertravamentos, operações e comandos são processados. Geralmente nesse

tipo de sistema aparecem na forma redundante, onde ambos possuem as mesmas lógicas

sendo processadas simultaneamente, porém um deles está ‘rodando’ efetivamente enquanto o

outro está em standby para o caso de falha do primeiro.

Em uma planta produtiva podemos ter um controlador para cada parte do processo

(maneira mais conservadora e segura) ou apena um para a planta inteira, dependendo do

tamanho da planta. Em média cada controlador trabalha com 1000 informações de I/O,

variando muito, dependendo do fabricante e modelo utilizado.

Se comunica com outros controladores e as estações de operação normalmente via

redes com protocolos de comunicação proprietários. Os chamados elementos digitais usam

contatos ‘secos’ ou ‘molhados’ dependendo do tipo de cartão, podendo ainda utilizar redes

inteligentes como a ASi. Já os elementos analógicos de campo utilizam protocolos de

comunicação digitais como Fieldbus, Profibus ou HART (Highway Addressable Remote

Transducer) porém a maneira mais utilizada nas plantas brasileiras ainda é o chamado 4-

20mA (ou ainda 0-20mA / 0-10V / 1-5V).

2.2.6 Cartões de I/O

Os chamados cartões de I/O de um SDCD são elementos que servem para fazer o

controlador receber e enviar informações do campo. O termo I-Input significa entradas,

enquanto o O-Output faz referência a saídas.

Informações de entrada podem ser uma temperatura, pressão, nível, posição de

aberta/fechada, status de motor ligado/desligado, etc. Já as chamadas informações de saída

podem ser um comando para abrir/fechar uma válvula, um comando para ligar/desligar um

motor, um sinal analógico de controle para velocidade de um motor, ou o 0-100% da abertura

de uma válvula de controle, etc.

Dentro da classificação de Entradas/Saídas são basicamente divididos em cartões

digitais e analógicos, onde os digitais enviam/recebem comandos em nível lógico 0 ou 1,

enquanto os analógicos enviam/recebem informações que podem variar de 0-100% de

determinada informação de campo, que pode ser ajustada para um range de processo como 0

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a 10kgf/cm² ou 0 a 1750rpm por exemplo, desde que o instrumento de campo esteja

configurado com a mesma informação de range.

2.2.7 Cartões de Comunicação

Em algumas aplicações dentro de uma mesma planta fabril podemos ter mais de um

SDCD, ou ainda alguns CLP’s utilizados para controle de maquinário com aplicações

especificas já vendido em conjunto com o equipamento, um sistema de prensas ou um robô

por exemplo. As vezes precisamos trocar informações entre estes sistemas, a comunicação

ocorre via os chamados cartões de comunicação, e podem ser com diferentes protocolos,

como o profibus, modbus, etc.

Uma outra maneira de utilizarmos os cartões de comunicação seria via as chamadas

redes de instrumentos de campo, em vez de conectarmos os instrumentos com o SDCD com

um par de cabos por instrumento criamos uma rede única, onde vários instrumentos de

comunicam com um mesmo ponto de entrada no SDCD. Profibus e Fieldbus são exemplos

destes tipos de rede, na implementação deste projeto foi utilizado a rede Profibus DP, como

citado no capítulo 3.

2.2.8 Estações de Controle

O SDCD precisa de uma estação na qual o operador possa visualizar as informações

de uma maneira macro e tomar decisões, operar a planta. Uma IHM pequena, dedicada seria

suficiente se estivéssemos falando de uma máquina ou de um pequeno sistema, porém quando

estamos falando de uma planta precisamos de algo mais potente, com diversas

funcionalidades e uma interface amigável para facilitar a visualização das informações, daí a

utilização de um computador para esta finalidade. Também chamado de estação de controle,

este PC não deixa de ser uma IHM só que com uma tela maior, ferramentas de interação como

mouse e teclado, além de uma capacidade de processamento de informações e imagem mais

apurada. Normalmente esta estação fica em um centro integrado de controle ou a chamada

sala de controle. Nesta sala podemos ter mais de uma dessas máquinas, com 1, 2 ou 4 telas de

visualização por PC.

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2.2.9 Remota

Um outro elemento que merece menção seriam as chamadas remotas de campo, elas

são pequenos painéis que podem ficar localizadas diretamente no campo, próxima ao

processo. Ela acumula diversos pontos de campo, 100~200 pontos e se comunica com os

controladores via cartões/protocolos de comunicação. Funcionam como uma extensão do

controlador, porém não rodam lógicas, o controlador continua sendo o cérebro do sistema.

2.2.10 Elementos de Software de um Sistema de Controle

Um sistema de controle possui uma grande variedade de softwares utilizados seja para

configurar um I/O, montar uma lógica automática, desenvolver uma tela operacional ou

montar um trend de acompanhamento operacional.

Repassaremos de maneira geral como cada um destes itens aparece em um SDCD para

a configuração do monitoramento dos motores em cada plataforma, revisitaremos estes pontos

mais a frente, em maiores detalhes, quando checarmos o funcionamento especifico de cada

um dos SDCD’s utilizados para monitorar os motores da planta onde foi implementado o

processo.

2.2.11 Base de Dados

O que fica armazenado na base de dados de um SDCD varia de fabricante para

fabricante, mas, em geral, é o elemento de software mais importante de um SDCD, nela

normalmente temos armazenadas as lógicas, intertravamentos, telas, configurações de malhas

e de I/Os, enfim, se o controlador é o cérebro do sistema a base de dados seria toda a

informação armazenada no sistema, sua parametrização.

2.2.12 Lógicas e Intertravamentos

Cada uma das malhas de controle possui sua lógica associada, essa lógica pode ser da,

mas simples, como um bloco de entrada analógica criado para exibir na tela operacional uma

única variável de processo a lógicas mais complexas, como um automatismo baseado em 4 ou

5 variáveis de processo que atuam em motores de bombas ou válvulas ON/OFF.

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Existem diversos tipos de lógicas que podem ser criadas, mas algo comum aos SDCDs

é que geralmente é utilizado um software especifico para desenvolvimento destas. Neste

software configuramos as entradas e saídas do sistema, bem como os blocos lógicos

associados a cada um destes I/Os, passando por lógicas automáticas, ou automatismos e

sequencias, que são lógicas desenvolvidas para desempenhar um passo-a-passo de ações caso

alguma condição do processo seja atingida, chegando até as chamadas lógicas de

intertravamentos, que são lógicas desenvolvidas para proteger equipamentos e pessoas

também independente da ação de operadores.

2.2.13 Telas Operacionais

Os sistemas de controle possuem um software especifico para desenvolvimento das

telas operacionais.

Nestas telas sinótipos dos processos são desenvolvidos, similares aos chamados

P&IDs e PFDs visando facilitar a operação de uma maneira geral, ajudando o operador que já

está familiarizado com a planta através destes documentos de processo. As imagens utilizadas

nestes softwares são o mais amigáveis possível, tanques, motores, válvulas, são representados

conforme normatização especifica facilitando a visualização de informações e a tomada de

decisão do operador.

Normalmente o desenvolvimento destas telas é normatizado pela EEMUA 192,

existem IEC e NAMUR correspondentes embora cada fabricante disponibilize as mais

diversas ferramentas dentro deste software, possibilitando ao cliente desenvolver suas telas

operacionais da maneira que mais achar adequada.

2.2.14 Tendências

As chamadas telas de tendência são gráficos cartesianos que representam os valores

das variáveis de processo versus o tempo, dessa maneira o operador consegue acompanhar

caso uma determinada variável esteja com “tendência” de subida ou descida, muito

importante para a tomada de decisão, neste trabalho as telas de tendência são de grande

importância para acompanhamento das variações da corrente dos motores.

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2.2.15 Alarmes

Cada vez mais automação possibilita o downsize dentro das indústrias, os SDCDs em

conjunto com os elementos de campo e as lógicas e sequências diminuem a necessidade de

uma pessoa visualizando e controlando todas as variáveis do processo, facilmente uma planta

industrial possui mais de 5000 variáveis. Por outro lado, nenhuma máquina consegue

extrapolar um cenário tão eficientemente quanto o homem, então o ideal é chegar em um

meio termo onde temos um operador do lado do computador, observando o processo com

cuidado, sempre tomando o cuidado de filtrar as informações mais relevantes, mantendo boa

parte deste processo (variáveis não críticas a segurança e qualidade por exemplo)

automatizado.

Daí a necessidade de termos os alarmes, que tem por função chamar a atenção do

operador para algo que não deveria ocorrer no processo, como um nível de um tanque muito

cheio, uma pressão muito alta ou ainda um motor que deveria ter ligado e não ligou.

Eles vêm configurados em diversos tipos, os mais comuns são os de baixa (L), baixa-

baixa (LL), alta (H), alta-alta (HH), desvios de setpoint e falhas de acionamento.

Podem ter as funções de segurança, qualidade ou apenas informativa para o operador,

o sistema pode ter lógicas automáticas caso um valor de nível alto-alto de um tanque seja

atingido, como desligar o motor da bomba que o está enchendo. As possibilidades são

infinitas.

2.2.16 Histórico de Alarmes, Eventos e Tendência

Cada um dos elementos citados acima precisa ter seu histórico armazenados, para que

possamos rastrear o que ocorreu em determinado ponto do processo. Estamos falando de

processos que podem ir dos mais simples, como um processo de fabricação de uma linha de

produção de água gaseificada até uma refinaria de petróleo ou uma usina nuclear.

Logo é de praxe que cada um dos sistemas de controle, independente do fabricante

tenha um local de armazenamento de dados de cada variável mensurada, de cada ação

tomada, seja pelo sistema em um dos automatismos, ou pelo operador da sala de controle,

uma variável que atingiu valores inaceitáveis que podem pôr em risco a segurança do

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operador, da planta inteira e, às vezes, até da comunidade local, é de extrema importância

saber o que aconteceu para se corrigir e evitar que ocorra novamente.

2.2.17 Comunicação Entre Elementos:

- Controladores

Varia de fabricante a fabricante mas existe uma limitação no número de pontos

que cada controlador pode comandar no processo, então normalmente se divide o

processo em partes afins menores, deste modo se faz necessários que estes

controladores troquem informações entre si, para parar o processo em diferentes

pontos da planta no advento de um intertravamento de segurança, por exemplo. Para

que isto ocorra cada fabricante criou sua própria maneira, alguns utilizando um

protocolo próprio de comunicação outras utilizando protocolos comerciais

consolidados no mercado.

- Estações Operacionais

De modo análogo aos controladores as estações operacionais também precisam

trocar informações, até para evitar um comando duplo em um mesmo elemento de

campo de duas estações operacionais distintas. A lógica de funcionamento e tipos de

protocolos de comunicação seguem o mesmo princípio dos controladores.

- Outros Sistemas

A comunicação entre diferentes sistemas de controle, ou entre CLPs e SDCDs,

se faz através de comunicações digitais, com protocolos como Modbus e Profibus.

2.2.18 Foxboro/IACC (Invensys)

O SDCD Foxboro engloba cerca de 22% de toda no qual o projeto está sendo

implementado, nele opera o sistema IACC da Invensys, uma média de 800 pontos distintos

entre instrumentos, elementos de controle, motores e comunicação digital. O foco é mostrar

um pouco da configuração e seu monitoramento. Na figura 2.19 é mostrado a sala de controle

operacional de toda a planta.

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Figura 2.19 – Sala de controle operacional

FoxBoro – Hardware

O sistema trabalha com uma estrutura de hardware do tipo controlador, cartões de I/O,

remotas, cartões de comunicação, conforme figuras abaixo.

Controlador

O Controlador é o cérebro do sistema, nele rodam todas as lógicas e cálculos, dele

partem os comandos, as ações e ele quem processa todas as informações, cada controlador

possui um reserva trabalhando em modo standby, como mostrado na figura 2.20, caso o que

esteja em operação falhe o outro assume, fazendo o hot swap sem afetar o processo.

Figura 2.20 – Controlador FoxBoro

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Cartões de I/O

Os cartões de I/O mostrado na figura 2.21 são responsáveis por receber/enviar os

sinais de campo, sinais analógicos e digitais descritos em tópicos anteriores.

Figura 2.21 – Cartões de I/O FoxBoro

Cartões de Comunicação Digital

O único cartão de comunicação digital utilizado na planta é o profibus, utilizado para

se comunicar com 89 motores, utilizando cabo profibus convencional em uma rede padrão de

gavetas SIMOCODE da Siemens. Na figura 2.22 mostra um exemplo de um cartão de I/O

Foxboro.

Figura 2.22 – Cartões de I/O FoxBoro (Profibus)[4]

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Rede de Comunicação

Possuí rede redundante do tipo estrela, do tipo proprietária, onde cada controlador,

estação operacional e remotas se comunicam através de uma rede mesh, algumas das vezes

devido as distâncias se comunicam via fibra óptica.

Estações Operacionais

O sistema possui 4 estações na rede, onde 3 são estações operacionais, e 1 tem por

função armazenar os dados além de acumular a função de ser a estação de engenharia.

Mostra-se na figura 2.23 um modelo de uma estação operacional.

Figura 2.23 – Estações operacionais e de engenharia, foxboro.

FoxBoro – Software

O Sistema FoxBoro, assim como os demais na planta, possui uma série de softwares

necessários para seu funcionamento, software de configuração de lógicas, tendência, telas

operacionais, comunicação, configuração de servidores, entre diversos outros. Abaixo segue

uma breve descrição dos mais comumente utilizados no meio industrial.

A versão utilizada é a 6.9, rodando em Windows XP, o sistema supervisório é

chamado de “FoxView”, um outro software chamado de “IACC” serve para a configuração e

elaboração de lógicas além de realizar downloads para o controlador.

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Configuração do Sistema (Base de Dados)

O software utilizado para a configuração da base de dados do FoxBoro é o IACC

versão 2.3.1, como mostrado na figura 2.24. Neste software podemos configurar todos os I/Os

utilizados no sistema, as lógicas internas, a rede entre controladores, os controladores, entre

outras funções, através deste software que iremos configurar todos os dados de informações

dos motores desta plataforma enviadas do SIMOCODE através da rede.

Figura 2.24 – Configurador FoxBoro, IACC.

Operação / Telas Operacionais

O Software utilizado para operação é o chamado FoxView, nele é realizado todos os

procedimentos de operação, para isso telas de sinópticos do processo são criadas, para facilitar

o entendimento do operador.

A edição e criação destas telas também é realizada no FoxView, neste software existe

um modo de edição que permite alterações de telas operacionais.

As telas ficam armazenadas em cada um dos PC’s operacionais, porém não podem ser

editadas neles, o programa FoxView de edição fica instalado apenas na estação de engenharia,

desta forma quando uma das telas é alterada nesta estação é necessário fazer um download

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para as demais estações operacionais, para que a base de dados de telas se mantenha. Na

Figura 2.25 pode-se observar uma tela operacional da linha de Reação da planta.

Figura 2.25 – Tela operacional FoxBoro.

Lógicas e Intertravamentos

As lógicas, sequenciais e intertravamentos do sistema são todas escritas no IACC,

mesmo programa utilizado para configurar a base de dados. Mostra-se na Figura 2.26 uma

estrutura geral da árvore de configuração e de seus blocos lógicos.

Figura 2.26 – Configurador de lógicas FoxBoro.

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Alarmes

O software visualizador de alarmes do FoxBoro é o Alarm Manager, nele os

operadores conseguem visualizar de uma maneira clara quais os alarmes estão atuados, quais

normalizaram. Os alarmes são listados por criticidade e cronologicamente. A figura 2.27

mostra a tela da lista de gerenciamento de alarmes.

Figura 2.27 – Alarm Manager do FoxBoro.

Tendências

O FoxBoro também possui um software de visualização de tendências, não é tão

sofisticado quanto o do sistema DeltaV, porém é bem eficiente, na realidade se trata de uma

tela operacional rodando no FoxView onde é possível visualizar uma determinada variável

operacional versus o tempo.

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2.2.19 DeltaV (Emerson)

Na planta da implementação do projeto, 40% de todo o processo roda no sistema

DeltaV, uma média de 1600 pontos distintos entre instrumentos, elementos de controle,

motores e comunicação digital.

O sistema trabalha com a mesma estrutura que foi apresentada para hardware

(controlador, cartões de I/O, remotas, cartões de comunicação, etc) e software (configurador

de lógicas, telas, histórico, tendências, etc). A figura 2.28 mostra o exemplo de um dos painéis

DeltaV, onde estão alocados os controladores, cartões I/O e cartões de comunicação.

Figura 2.28 – Painel DeltaV.

DeltaV – Hardware

Conforme foi descrito o sistema de controle possuí seu conjunto de elementos de

hardware. Salvo um ou outro elemento a maioria destes sãos comuns em vários dos sistemas

dos sistemas, pois os elementos básicos são os mesmos.

Controlador

O Controlador mostrado na figura 2.29 é o cérebro do sistema, nele rodam todas as

lógicas e cálculos, dele partem os comandos, as ações e ele quem processa todas as

informações, cada controlador possui um reserva trabalhando em modo standby, caso o que

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esteja em operação falhe o outro assume, fazendo o hot swap sem afetar o processo, no

sistema inteiro temos 3 controladores do tipo MD, onde cada um destes é redundante, ou seja,

6 controladores.

Figura 2.29 – Controlador DeltaV, área de estocagem e reação.

Cartões de I/O

Os cartões de I/O mostrados na figura 2.30 são responsáveis por receber/enviar os

sinais de campo, sinais analógicos e digitais descritos em tópicos anteriores.

Figura 2.30 – Cartões de I/O.

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Remotas

O conceito de remota é o de que temos um nó que centraliza todos os cabos dos

elementos de campo, fisicamente próximos aos instrumentos, e deste, parte um único para que

comunicará com o controlador.

Figura 2.31 – Conceito de Remota no DeltaV para controladores MD.

Cartões de Comunicação Digital

Os cartões de comunicação mostrado na figura 2.32 servem geralmente para

comunicar os sistemas com outros sistemas, ou ainda uma rede de instrumentos inteligentes

com o sistema de controle, as possibilidades são as mais variadas, temos rodando cartões

fieldbus, profibus, modbus e alguns instrumentos HART.

Figura 2.32 – Cartões de comunicação, SERIAL, PROFIBUS e FIELDBUS

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Rede de Comunicação

Possuí rede redundante do tipo estrela, ethernet, onde cada controlador, estação

operacional e remotas possuem seu próprio endereço IP, algumas das vezes devido as

distâncias se comunicam via fibra óptica. Para a comunicação é utilizada um Switch mostrado

na figura 2.33.

Figura 2.33 – Switches redundantes e conexões de rede.

Estações Operacionais

O sistema possui 11 estações na rede, onde 9 são estações operacionais, 1 tem por

função armazenar os dados (application) e mais uma que tem por função ser a estação de

engenharia. As estações operacionais podem ser observadas na figura 2.19.

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DeltaV – Software

A versão do DeltaV utilizada é a 7.4.3, rodando no sistema operacional windows XP,

com máquinas DELL optiplex e poweredge, dependendo da função da estação.

Configuração do Sistema (Base de Dados)

A configuração estrutural do sistema de controle, com topologia de rede, elementos

principais de hardware (controlador, cartões de I/O, etc) é feito através do DeltaV Explorer.

Na figura 2.34 é mostrada a estrutura do software de connfiguração DeltaV Explorer.

Figura 2.34 – DeltaV Explorer.

Operação

O sistema supervisório é chamado de “DeltaV Operate” mostrado na figura 2.35,

neste software o operador visualiza e opera a planta fabril. Este mesmo software possui um

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modo de edição onde podemos modificar as telas operacionais, este modo de edição fica

disponível apenas para o login do administrador.

Figura 2.35 – DeltaV Operate.

Lógicas e Intertravamentos

Todos os desenvolvimentos de lógica, intertravamentos e sequenciais, além da

configuração básica de malhas de I/O, como ranges, alarmes, etc, é realizada no software

control studio mostrado na figura 2.36. Neste software, após realização das modificações, é

feito o download para o controlador.

Figura 2.36 – Control Studio.

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Eventos

O software de visualização de eventos do sistema é o ‘Process History View’ que é

mostrado na figura 2.37.

Figura 2.37 – Process History View – Eventos.

Alarmes

Figura 2.38 – Alarmes do processo.

Tendências

O software de visualização de tendências é utilizado para acompanhamentos de

variáveis de processo, é o mesmo utilizado para a visualização de eventos, process history

view, porém em um outro modo de operação.

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Módulo de Diagnóstico de Sistema

Um dos softwares mais utilizados é para o diagnóstico de hardware e rede, o

Diagnostics mostrado na figura 2.39 onde é possível verificar quais controladores estão fora, e

quais estações de operação estão fora ou em falha.

Figura 2.39 – DeltaV Diagnostics.

Considerações finais

Com o problema identificado no capítulo anterior o tópico que se seguiu teve o

objetivo de dar um melhor entendimento dos conceitos básicos relacionados aos elementos

abordados ou utilizados nesta monografia, as tecnologias da área de automação industrial que

se correlacionam com o trabalho. Foi nele que as premissas foram determinadas de modo

a nivelar o leitor tecnicamente, capacitando-o para um melhor entendimento da solução que

será dada no próximo capítulo.

Um dos pontos importantes a ser comentados é que o relé inteligente substituiu o relé

de sobrecarga, bimetálico, com muito mais funções incorporadas, com a substituição de

contatos físicos por lógicos, além da possibilidade de integração com a rede industrial. No

próximo capítulo é abordado o sistema de supervisório, a configuração dos motores realizadas

nos SDCD’s, que apesar de ser uma demonstração de funcionamento, evidencia a necessidade

de equipes de operação e salas de controle para registro das variáveis de todo o processo.

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Capítulo 3

Aplicação

Neste capítulo é realizada uma demonstração de funcionamento do sistema de

supervisão. Principalmente quando houver uma sobrecarga ou alguma outra falha onde

através do supervisório poderemos gerenciar as falhas, além de evidenciar as variáveis

definidas como entrada e saída do SDCD. Utilizaram-se funções do próprio supervisório para

demonstrar sinais de campo e ações nas telas diante das mudanças dos valores das variáveis.

Configuração das lógicas dos motores nas Plataformas SDCD (DeltaV/ Foxboro)

3.1 DeltaV:

Para configurar os 31 motores no SDCD DeltaV será preciso selecionar o controlador

e o cartão Profibus que está interligado ao controlador. Neste projeto foi configurado todos os

dados de informações dos motores no controlador CTRL-04, cartão Profibus C02 e nó da rede

P01 como mostra na figura 3.1, nesta mesma figura você observa que tem 31 TAG’s de

motores configurados, cada motor tem seu barramento relacionado com o configurado no relé

Simocode Pro V, por exemplo, o motor GA2113_17, o TAG GA2113 significa dizer que é

um motor da área 2100 da planta, o número 13 é o sequencial numérico de equipamentos

desta área enquanto que o 17 significa que é o barramento que se comunicará através da rede

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63

com a gaveta que esteja configurada com o mesmo nó, a configuração deste parâmetro no relé

é mostrado na figura 2.11. Através da rede Profibus a gaveta do motor GA2113 mandará

todas as informações do motor para o SDCD, se no IACC tiver o nó 17 configurado, então

todos os 31 motores terão seu barramento relacionado com o Simocode Pro V que se

comunicam através do protocolo Profibus.

Figura 3.1 - Árvore de Configuração dos barramentos Profibus

Na configuração dos motores teremos todas as informações, a configuração foi de uma

forma que não gastasse licença de DST (I/O's), diminuindo assim o custo do projeto, por isso

foram utilizados blocos BFO- Boolean Fan Output e BFI - Boolean Fan Input, para receber as

palavras de 16 bits até 32 bits enviadas via rede PROFIBUS-DP, assim não se gasta licença

de I/O.

A configuração da lógica é através de Function Block, na figura 3.2 é apresentado

todos os blocos de configuração dos motores, os motores seguem o mesmo padrão de

configuração, BFI1 é o bloco dos intertravamentos, DC1 é o bloco de comando para

ligar/desligar BLOCK1 é um bloco customizado com todas as informações da gaveta do

motor que é enviado através do relé. Informações de:

Barramento;

Rotor bloqueado;

Desbalanceamento de fase;

Sobrecarga;

Fuga à terra;

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64

Perda de fase.

Motor desligado;

Motor ligado;

Corrente do motor;

Trip do disjuntor;

Gaveta em posição de teste;

Comando local/remoto

Resumo de falhas;

Resumo de alarmes;

Corrente máxima (medição real).

Na figura 3.2 e 3.3 pode-se observar a lógica do BLOCK1, a figura 3.2 mostra como o

supervisório manda a informação para o Simocode, todas as ações realizados pelo

supervisório (liga, desliga, local/remoto, reconhecimento de falhas e partida de emergência)

são enviadas para uma saída digital e enviadas para o Simocode.

Figura 3.2 - Informações DeltaV

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65

A figura 3.3 mostra as informações que o Simocode envia para o supervisório SDCD:

Figura 3.3 - Informações do Simocode

Na figura 3.4 pode-se observar a tela de operação de uma área de tanque de mistura da

planta nesta mesma figura mostra-se o faceplate de uma das bombas de cemento GA2752,

onde está com seu status de “PARADA”.

Figura 3.4 - Tela de operação DeltaV

O faceplate na figura 3.5 mostra todas as informações de operação do motor, o Status

do motor, se ele está intertravado, quais são os alarmes e mostra também as falhas de

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66

hardware, como falha de comunicação de I/O.

Figura 3.5 – Faceplate

Ao selecionar o botão de Detalhes no faceplate podemos identificar qual foi a falha de

intertravamento, e a falha de hardware, este representa também o módulo de simulação, onde

podemos simular as ações, estas informações podem ser observadas na figura 3.6.

Figura 3.6 - Detalhes de informações

Detalhamento do

motor

Ir para tela de

operação

Gráfico de

acompanhamento

Ir para tela de

configuração “control Studio”

Gráfico de tendência

das varáreis

Alarmes do mortor

1

2

3

4

5

6

1

2

3

4

5

6

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67

3.2 Foxboro:

Para configurar os 89 motores para comunicação com as gavetas se faz necessária a

configuração de todos os barramentos dos motores Foxboro no cartão Profibus, no IACC é o

cartão 120065 mostrado na figura 3.7 na aba de Network.

Figura 3.7 - Configuração dos barramentos das gavetas no Foxboro

A configuração dos motores no Foxboro também é feita em Function Block como

mostra na figura 3.8, na figura é mostrado o bloco GA2447DEF – Defeito do motor,

SOBGA2447 – Sobrecarga do motor, STARTGA2447 – Status do motor, STOPGA2447 –

Comando do motor, GA2447INTK – Bloco de intertravamento do motor, GA2447LOG –

Lógica do intertravamento e GA2447CMD – Lógica de comando do motor.

Figura 3.8 - Configuração da Lógica Motor Foxboro

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68

Na figura 3.9 mostra os blocos que enviam e recebem informações do relé Simocode,

o bloco PAKIN recebe as informações do Simocode, já citadas na figura 3.2 do DeltaV, e o

bloco PAKOUT envia as informações do supervisório para o Simocode.

Figura 3.9 - Blocos de monitoramento com o relé

Na figura 3.10 pode-se observar o monitoramento do status do motor no software

Foxview.

Figura 3.10 - Monitoramento do motor através do Foxview

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69

Na figura 3.11 acompanhamos o gráfico de tendência, podemos ver o dia os horários

que o motor foi acionado, com isso pode-se monitorar a quantidade de partida do motor e a

máxima corrente que ele atingiu em um regime de trabalho. Nesta figura é observado a

corrente de 2 motores.

Figura 3.11 - Curva de tendência do motor no Foxview

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70

Na figura 3.12 pode-se observar a tela de operação de uma das linhas de mistura da

planta nesta mesma figura mostra-se o faceplate de uma das bombas de Flash B0415,

podemos observar também a lista de intertravamento do motor em questão, o qual possui

intertravamento por pressão e temperatura elevada (PSH e TSHH).

Figura 3.12 - Tela operacional Foxboro

Uma das grandes dificuldades que as pessoas tem é saber como enviar as informações

de maneira correta para o relé inteligente utilizado no projeto, a comunicação é através de

palavras que compões um 1 Byte ou mais, para que as palavras se comuniquem corretamente

precisa configurar cada informação a um tipo de palavra, como por exemplo, para o SDCD

enviar o comando de liga envia a palavra com o valor de 1 bit, e para enviar desliga o

Simocode enxerga a palavra que seja igual a 2 bits e assim por diante, o mesmo raciocínio

serve para os comandos que são enviados do Simocode para o SDCD.

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Na tabela 2 é apresentado a lista de dados Profibus – SIMOCODE (Típico 1 e 2).

Tabela 2 - Dados Profibus – SIMOCODE (Típico 1 e 2)

LISTA DE DADOS PROFIBUS - SIMOCODE (Típico 1 e 2)

Byte Bit Comando via Profibus

0

0

1 COMANDO DESLIGA VIA REDE

2 COMANDO LIGA VIA REDE

4 PARTIDA DE EMERGÊNCIA

5 COMANDO LOCAL/REMOTO

6 RECONHECIMENTO DE FALHAS

Byte Bit Status via Profibus

0

0 COMANDO DESLIGADO

1 COMANDO LIGADO

2 CORRENTE CIRCULANDO PELO MOTOR (MOTOR LIGADO)

3 TRIP NO DISJUNTOR

4 GAVETA EM POSIÇÃO TESTE

5 LOCAL/REMOTO

6 RESUMO DE FALHAS (FALHA GERAL)

7 RESUMO DE ALARMES (ALARME GERAL)

1

0 BUS O.K (SIMOCODE COMUNICANDO COM SDCD)

1 ROTOR BLOQUEADO

2 DESBALANCEAMENTO DE FASES

3 SOBRECARGA NO MOTOR

4 FUGA A TERRA

5 PERDA DE FASES

6

BYTE 2/3 CORRENTE MÁXIMA (EM PORCENTAGEM)

BYTE 4/5 TEMPERATURA DO CANAL 1

BYTE 6/7 TEMPERATURA DO CANAL 2

BYTE 8/9 TEMPERATURA DO CANAL 3

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72

A seguir podemos observar os detalhes da configuração de alguns motores. A tabela 3

a 6 mostra a descrição de intertravamentos e operações, atendendo o número de rede, número

do participante de rede e Byte/Bit, conforme suas funções. Na tabela 3 e 4 a rede de

comunicação Profibus está associada a plataforma SDCD – Foxboro(Invensys) e na tabela 5 e

6 a rede de comunicação está associada a plataforma SDCD – DeltaV (Emerson).

GD2002 AGITADOR – Misturador do FA2002 tanque de Dibah.

Ação de ligar/ desligar; pelo operador,

Intertravamento:

Nível Muito baixo LT2008 < 10%

Alarme sobre carga no motor

Corrente do motor 5,5 A (escala 0 a 100%)

Tabela 3 - Dados ciclicamente enviados do SIMOCODE para o DP(OUT) e do DP para o SIMOCODE(IN) do

agitador GD2002

Rede Nó Byte Bit Função

FB01

61

In 0

1 COMANDO DESLIGA VIA REDE

2 COMANDO LIGA VIA REDE

4 PARTIDA DE EMERGÊNCIA

5 COMANDO LOCAL/REMOTO

6 RECONHECIMENTO DE FALHAS

61

out

0

0 COMANDO DESLIGADO

1 COMANDO LIGADO

2 CORRENTE CIRCULANDO PELO MOTOR (MOTOR

LIGADO)

3 TRIP NO DISJUNTOR

4 GAVETA EM POSIÇÃO TESTE

5 LOCAL/REMOTO

6 RESUMO DE FALHAS (FALHA GERAL)

7 RESUMO DE ALARMES (ALARME GERAL)

1

0 BUS O.K (SIMOCODE COMUNICANDO COM SDCD)

1 ROTOR BLOQUEADO

3 SOBRECARGA NO MOTOR

BYTE

2/3 CORRENTE MÁXIMA (EM PORCENTAGEM)

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73

GA2430 Transferência de antioxidante

Ação de ligar/ desligar; pelo operador,

Intertravamento:

Nível do tanque de oxidante 1%

Alarme sobre carga no motor

Tabela 4 - Dados ciclicamente enviados do SIMOCODE para o DP(OUT) e do DP para o SIMOCODE(IN) do

motor GA2430

Rede Nó BYTE Bit Função

FB01

20

In 0

1 COMANDO DESLIGA VIA REDE

2 COMANDO LIGA VIA REDE

4 PARTIDA DE EMERGÊNCIA

5 COMANDO LOCAL/REMOTO

6 RECONHECIMENTO DE FALHAS

20

out

0

0 COMANDO DESLIGADO

1 COMANDO LIGADO

2 CORRENTE CIRCULANDO PELO MOTOR (MOTOR

LIGADO)

3 TRIP NO DISJUNTOR

4 GAVETA EM POSIÇÃO TESTE

5 LOCAL/REMOTO

6 RESUMO DE FALHAS (FALHA GERAL)

7 RESUMO DE ALARMES (ALARME GERAL)

1

0 BUS O.K (SIMOCODE COMUNICANDO COM SDCD)

1 ROTOR BLOQUEADO

3 SOBRECARGA NO MOTOR

BYTE

2/3 CORRENTE MÁXIMA (EM PORCENTAGEM)

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74

GD2013 Misturador do FA2013 preparação do EASC.

Ação de ligar/ desligar; pelo operador,

Intertravamento:

Nível Muito baixo LT2003 < 10%

Alarme sobre carga no motor

Corrente do motor 13,2 A (escala 0 a 100%)

Tabela 5 - Dados ciclicamente enviados do SIMOCODE para o DP(OUT) e do DP para o SIMOCODE(IN) do

agitador GD2013

Rede Nó BYTE Bit Função

DV03

63

In 0

1 COMANDO DESLIGA VIA REDE

2 COMANDO LIGA VIA REDE

4 PARTIDA DE EMERGÊNCIA

5 COMANDO LOCAL/REMOTO

6 RECONHECIMENTO DE FALHAS

63

out

0

0 COMANDO DESLIGADO

1 COMANDO LIGADO

2 CORRENTE CIRCULANDO PELO MOTOR (MOTOR

LIGADO)

3 TRIP NO DISJUNTOR

4 GAVETA EM POSIÇÃO TESTE

5 LOCAL/REMOTO

6 RESUMO DE FALHAS (FALHA GERAL)

7 RESUMO DE ALARMES (ALARME GERAL)

1

0 BUS O.K (SIMOCODE COMUNICANDO COM SDCD)

1 ROTOR BLOQUEADO

2 DESBALANCEAMENTO DE FASES

3 SOBRECARGA NO MOTOR

4 FUGA A TERRA

5 PERDA DE FASES

BYTE

2/3 X CORRENTE MÁXIMA (EM PORCENTAGEM)

Page 75: Controle inteligente de motores utilizando plataformas de ... · LISTA DE TABELAS Tabela 1 – IEC 61158-2 3 o modelo Tabela 2 – Dados Profibus – SIMOCODE (Típico 1 e 2) Tabela

75

GA2113 Bomba de transferência DB do FA2114

Ação de ligar/ desligar; pelo operador,

Intertravamento:

Alarme sobre carga no motor

Corrente do motor 1,5 A (escala 0 a 100%)

Tabela 6 - Dados ciclicamente enviados do SIMOCODE para o DP(OUT) e do DP para o SIMOCODE(IN) do

motor GA2113

Rede Nó BYTE Bit Função

DV04

71

In 0

1 COMANDO DESLIGA VIA REDE

2 COMANDO LIGA VIA REDE

4 PARTIDA DE EMERGÊNCIA

5 COMANDO LOCAL/REMOTO

6 RECONHECIMENTO DE FALHAS

71

out

0

0 COMANDO DESLIGADO

1 COMANDO LIGADO

2 CORRENTE CIRCULANDO PELO MOTOR

(MOTOR LIGADO)

3 TRIP NO DISJUNTOR

4 GAVETA EM POSIÇÃO TESTE

5 LOCAL/REMOTO

6 RESUMO DE FALHAS (FALHA GERAL)

7 RESUMO DE ALARMES (ALARME GERAL)

1

0 BUS O.K (SIMOCODE COMUNICANDO COM

SDCD)

1 ROTOR BLOQUEADO

2 DESBALANCEAMENTO DE FASES

3 SOBRECARGA NO MOTOR

4 FUGA A TERRA

5 PERDA DE FASES

BYTE

2/3 X CORRENTE MÁXIMA (EM PORCENTAGEM)

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76

Considerações finais

Neste capítulo é possível entender detalhadamente o trabalho que foi feito e como este

foi executado. Todo um detalhamento técnico foi apresentado de modo a guiar o leitor

pela posta em marcha da resolução escolhida dentro dos sistemas de controle e

equipamentos adquiridos e disponibilizados pelo projeto. É ainda neste capítulo que podemos

ver a verdadeira contribuição dada ao projeto, a derradeira solução do problema apresentado.

O supervisório é um ambiente de aquisição de dados importante no ambiente

industrial, por facilitar a operação e fortalecer as equipes de manutenção e inspeção na

solução de problemas na área.

Não se tem um jeito melhor de confecção das telas, mas uma regra deve ser seguida:

quanto mais fiel ao que realmente acontece no campo for a tela, mais informações poderão

facilmente ser extraídas dela. Isto é, a criatividade ajuda na construção das telas, tal como o

conhecimento do ferramental de demonstração existente no ambiente de supervisão. Apesar

de que quanto mais detalhada for a tela, maior é o seu custo. Então devemos trabalhar em uma

margem cuja relação custo/benefício é satisfatória.

Page 77: Controle inteligente de motores utilizando plataformas de ... · LISTA DE TABELAS Tabela 1 – IEC 61158-2 3 o modelo Tabela 2 – Dados Profibus – SIMOCODE (Típico 1 e 2) Tabela

77

Capítulo 4

Conclusão

Um dos objetivos principais foi atingido, o de facilitar os procedimentos operacionais,

jogando um maior número de informações relativo a vários motores do processo para o

operador da sala de controle.

Um dos pontos principais deste projeto foi garantir a automatização dos 120 motores

das áreas de purificação e reação da fábrica de borracha aumentando a confiabilidade do

sistema, reduzindo o tempo de máquina parada por problemas inesperados que ocorria por

causa de falhas nos motores elétricos. Com o gerenciamento das variáveis dos motores através

dos supervisórios trabalhados neste projeto foi garantido um melhor monitoramento para

operação e uma maior rapidez na detecção de falhas assegurando melhorias nas preventivas

dos motores e melhorando a atuação dos mantenedores.

O operador da sala de controle tem novas funcionalidades associadas aos motores e

pertinentes ao processo como correntes, diversas falhas, entre outros. Já o técnico de

manutenção terá a sua disposição um modo de diagnóstico do comportamento da alimentação

e do próprio motor. Informações de falta de fase, desbalanceamento de fases, corrente elétrica,

rotor bloqueado, entre diversos outros, tornando o trabalho da manutenção mais eficiente

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diminuindo bastante paradas de máquina da planta. Desta forma os números de manutenções

corretivas acabam sendo reduzidos/otimizadas aumentando a confiabilidade do sistema.

A modificação das gavetas elétricas realizada, com novos equipamentos de

acionamento para mais de 120 motores a planta ganhou em confiabilidade.

E uma das grandes vantagens que aumenta a confiabilidade do projeto é que o

Simocode pro V protege e controla o motor independente do sistema de automação. Assim, se

o sistema de automação SDCD falhar ou se a comunicação é interrompida o motor ainda pode

ser operado, aumentando assim a confiabilidade do sistema, e evitando tempo de parada.

Uma maior qualificação profissional se faz necessária, tanto dos operadores da sala de

controle que terão uma gama de informações adicionais, bem como o técnico de manutenção,

acostumado com gavetas com conexões do tipo ‘hardwired’ precisarão aprender a configurar

o relé inteligente, bem como entender conceitos de rede industrial, e um novo repertório de

troubleshooting associado aos novos equipamentos.

4.1 Melhorias futuras

O projeto implementado se restringiu a um universo de 120 motores, representando

uma faixa de 20% do total de motores da planta. Sendo assim ainda temos uma margem

gigantesca para melhorias.

Um dos pontos adicionais de melhoria seria a criação de telas de diagnóstico

específicas para o setor de manutenção, fazendo um refinamento de fácil acesso do

troubleshooting, diminuindo o tempo de resposta nas falhas bem como aumentando o leque

dos índices de performance de manutenção referentes ao CCMi.

Com o sucesso técnico e econômico do projeto inicial um investimento futuro nos

80% restantes dos motores da planta ganhou justificativas suficientes para uma nova

implementação de Centro de Comando de Motores inteligente.

Para facilitar ainda mais a operação em ambientes perigosos e/ou explosivos, onde

pose-se encontrar em indústria química, pode-se ser instalado sistemas de Circuito Fechado de

TV (CFTV), na qual o operador pode verificar a partida e o funcionamento do motor

selecionado, por exemplo. Esse é um dos pontos onde podemos melhorar a segurança dos

operadores.

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Implementar um grande projeto relacionado de preditivas de motores elétricos,

adquirindo um analisador de assinatura elétrica, lembrando que a manutenção preditiva

compreende as técnicas que visam a reconhecer o desenvolvimento de falhas ainda em um

estado inicial e, portanto, reduzir perdas com reparos e paradas não programadas.

A implementação do monitoramento da condição de motores elétricos através da

Análise da Assinatura Elétrica (ESA), com a leitura de sinais de corrente e tensão, processará

e disponibilizará informações do estado e condição de operação do motor, permitindo o

diagnóstico precoce de falhas, oferecendo análises de causa-raiz, através da separação dos

problemas mecânicos e elétricos, e integrar o software do analisador no supervisório do Delta

V / Foxboro.

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Referências Bibliográficas

[1]Curso Completo de Simocode 3UF70 – Siemens

[2]Catálogo de CCM do fabricante WEG.

[3]Manual do Relé Eletrônico Inteligente – SIMOCODE pro da Siemens.

[4]http://www2.emersonprocess.com/siteadmincenter/PM%20DeltaV%20Documents/

Brochures/DeltaV%20System%20Overview_v12.pdf

[5]http://www2.emersonprocess.com

[6]Manual DeltaV

[7]Manual Foxboro

[8]Seixas, C. F. Arquitetura de Sistemas de Automação – Uma Introdução.

Departamento de Engenharia Eletrônica – UFMG. 2007

[9]Norma IEC 60947-4-1

[10]pessoal.utfpr.edu.br/betini/arquivos/RI-S9.ppt

[11]http://www.profibus.com

[12]http://www.profibus.org.br/

[13]http://resource.invensys.com/iaseries/pss/21s2/21s2b5b4.pdf

[14]http://w3.siemens.com.br/automation/br/pt/dispositivos-baixa-tensao/reles/reles-

de-sobrecarga/simocode-pro/documents/01.pdf

[15] (Site Classic Automation)