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Controlo de Gestão no Setor Hospitalar
O Processo Pós-Implementação do Balanced
Scorecard:
Um Caso de Estudo
Por
Isabel Maria Gonçalves Hespanhol Pinto
Dissertação de Mestrado Em Contabilidade e Controlo
de Gestão
Orientada por
Prof. Doutor João Francisco da Silva Alves Ribeiro
2013
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
i
Nota Biográfica
Isabel Maria Gonçalves Hespanhol Pinto nascida a 21 de Abril de 1964; com Formação
académica em Engenharia Civil.
De 1991 a 1992, trabalhou na Empresa Sociedade de Construções Alberto Leal, S.A.; na
produção e planeamento de obras; como coordenadora no sector das adjudicações; na
elaboração de propostas para concurso .-Construção civil e obras Publicas.
Em 1992 ingressa na Sociedade de Construções Sá Lourenço, S.A.; como coordenadora
nos sectores das adjudicações e de orçamentação; na elaboração de propostas para
concurso- Construção civil e obras Publicas.
Ingresso em Julho de 1993 na Câmara Municipal de Valongo, exercendo a função de
Engenheira Técnica Civil de 2ª Classe, no sector de fiscalização técnica da obras
particulares.
Início de 1994 a 1995 Avaliadora , na zona norte do país, para diversas entidades
bancárias, empresas de Leasing e Finanças.Colaboradora da Empresa de Avaliações
Imobiliárias "Luso-Roux Avaliadores Empresariais, Lda. " na execução de avaliações
(habitações, terrenos, instalações fabris...) para crédito hipotecário.
14 de Outubro de 1996.Engenheira Fiscal de obras de Infra-estruturas de Saneamento
Básico Nos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Valongo - s.m.a.e.s, na
qual desempenhou as seguintes funções:
Organização de todo o processo que leva a concurso obras de Infra-estruturas de
Saneamento Básico no concelho de Valongo, bem como posterior fiscalização das
mesmas.
De salientar o apoio técnico à Obra de Saneamento no qual respeita a execução física
das obras inseridas nos programas do âmbito do P.E.R - Programa Especial de
Realojamento.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
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2 de Agosto de1999 até 30 de Novembro de 2010 trabalhou na empresa Jaime Ribeiro
& Filhos,SA ,onde começa por Desempenhar funções no Sector de Orçamentação no
qual mais tarde ocupa o lugar de chefia, na criação da base de dados de orçamentação
de edifícios-Master Construção Civil – Ccs (1999/2000).
Chefe do departamento de controlo de custos e subempreitadas.
Coordenadora na empresa, do mercado electrónico Econstroi.
Coordenadora da implementação Sap.
No ano letivo 2011/2012 e 2012/2013 frequentou a parte curricular do Mestrado Em
Contabilidade e após a transição , o Mestrado Em Contabilidade e Controlo de Gestão.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
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Agradecimentos
São muitas as pessoas a quem eu gostaria de publicamente agradecer pelo incentivo,
pela colaboração pelo apoio pela atenção com que me ouviram, por vezes durante horas.
Deixo aqui uma palavra de agradecimento ao Professor Doutor João Francisco da Silva
Alves Ribeiro, pela orientação e paciência com que atendia às minhas solicitações de
apoio em todas as questões surgidas ao longo da construção deste aliciante trabalho.
Dificilmente teria chegado á obtenção dos objetivos que me propus sem a sua
orientação e conselhos desde o início do projeto .
Agradeço a todos os docentes do Mestrado pela forma inovadora de abordarem os
conceitos de gestão. Um agradecimento especial ao Professor Doutor Rui Manuel Pinto
Couto Viana, coordenador do curso, pelo seu empenho no que foi uma mais-valia no
aumento dos conteúdos programáticos, aquando da transição do Mestrado de
Contabilidade para o Mestrado de Contabilidade e Controlo de Gestão.
A todos aqueles que colaboraram e participaram na Investigação, quer na sua
autorização, quer nas entrevistas realizadas neste HP.
Ao Sr. Presidente, pela sua prontidão na autorização da realização deste estudo de Caso,
neste HP.
À minha amiga de sempre Eng.ª Manuela Álvares, pela paciência que teve em me ouvir
e aconselhar no encaminhamento deste trabalho.
À Responsável pela Implementação do BSC, neste HP, pelo trabalho empenhado que
teve em marcar todas as entrevistas com as pessoas propostas; e por toda a informação
necessária ao meu trabalho.
Ao Vogal Executivo do CA deste HP, que me elucidou sobre pormenores importantes
sobre o sistema de controlo de gestão Hospitalar.
Ao Doutor Paulo Cruz (Paulinho) e amigo, que me facultou vários livros sobre a
metodologia do BSC, à sua esposa Eng.ª Ilda Duarte (Nini) amiga e companheira de
longas jornadas em engenharia.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
iv
À minha mãe ,que sempre me apoiou.
Ao meu marido Alberto Pinto e filhas, Joana Pinto e Inês Pinto , que durante este tempo
todo me perdoaram por eu não estar presente em alguns momentos importantes da vida.
A TODOS MUITO OBRIGADA.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
v
Resumo
O mundo empresarial está cada vez mais complexo e em constante mudança, e tem
necessidade, para que as organizações possam possuir de uma gestão mais funcional, de
ferramentas que valorizem não só aspetos financeiros mas também um conjunto de
aspetos diferentes destes, alguns deles intangíveis, que são críticos e muito necessários
para o sucesso de uma organização e logo para o seu status perante o mercado. Assim
sendo, surge o “Balanced Scorecard” como um sistema de avaliação de desempenho, e
uma metodologia de controlo de gestão impulsionadora da implementação das
estratégias das empresas. Esta metodologia tem sido proposta e aplicada em múltiplos
setores de atividade, incluindo no setor hospitalar - o qual é alvo de análise na presente
tese.
Diversos estudos têm abordado aspetos relacionados com a conceção do BSC (e.g.
perspetivas, medidas, relações causa-efeito) e com processos de implementação,
inclusive no setor hospitalar, mas muito poucos estudos incidiram sobre o período pós-
implementação, ou seja, sobre os impactos que, a prazo, o BSC foi capaz de gerar e os
motivos para esses impactos. A exploração destes aspetos constituiu o objetivo da
investigação realizada.
O presente trabalho analisa e descreve a forma como o BSC foi assimilado numa ULS
portuguesa. É apresentada e discutida a forma como foi feita a assimilação desta
metodologia pelos colaboradores, o ritmo a que ela ocorreu e em que medida o
alinhamento estratégico foi conseguido.
Surgem alterações nesta ULS no que diz respeito à Estrutura Organizacional, foi criado
o Gabinete de Contratualização, como o veículo do alinhamento organizacional,
transmitindo o sistema de gestão estratégica do Conselho de Administração aos diversos
serviços internos da ULS. Nasce um impacto muito positivo, pois o conhecimento
detalhado, aprofundado do Hospital e das pessoas, facilitou a comunicação.
Palavras-chave: Alinhamento estratégico, Balanced Scorecard, Sistema de Gestão
estratégica, Sistema de Controlo de Gestão.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
vi
Abstract
The business world is increasingly complex and it is in permanent change, it requires
the organizations to achieve a more functional management, tools that enhance not only
the financial aspects but also a set of these different aspects, some of them intangible,
wich are critical and important for the success of an organization and also for their
status before the market. Thus the arises of the “balanced scorecard “as a system of
performance evaluation, and methodology management control driving the
implementation of corporate strategies. This methodology has been proposed and
applied in multiple industry sectors, including the hospital sector - which is the subject
of analyses in this thesis.
Several studies have addressed aspects related to the design of the BSC ( eg outlook ,
action , cause-effect relationships ) and implementation processes , including the
hospital sector , but very few studies have focused on the post -implementation , ie , on
the impacts that over time , the BSC was able to generate , and the reasons for these
impacts . The exploration of these aspects was the purpose of the investigation.
This paper analyzes and describes how the BSC was assimilated in ULS Portuguese. Is
presented and discussed how it was made the assimilation of this methodology by the
employees, the rate at which it occurred and to what extent the strategic alignment has
been achieved.
Changes to this ULS arise with regard to the organizational structure, created the Office
of Contracts, as the vehicle of organizational alignment, conveying the strategic
management system of the Board of Directors of the various internal services ULS. it
brings a very positive impact, as the detailed knowledge, depth of the hospital and
people, facilitated communication.
Keywords: Strategic Alignment, Balanced Scorecard, Strategic Management System,
System Management Control.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
vii
Lista de Abreviaturas e Siglas
BSC-Balanced Scorecard.
SCG-Sistema de Controlo de Gestão.
TDB-“Tableaux de Bord”.
BI - Business Intelligence.
SGQ-Sistema de gestão de qualidade.
SIADAP-Sistema Integrado de Avaliação da Administração Pública.
PU-Perspetiva de Utentes.
PF-Perspetiva Financeira.
PPI-Perspetiva de Processos Internos.
PAC-Perspetiva de Aprendizagem e Crescimento.
ULS- Unidade Local de Saúde.
SNS- Serviço Nacional de Saúde.
ARS- Administração Regional de Saúde.
ACSS- Administração Central do Sistema de Saúde.
EPE- Entidade pública empresarial.
ACES- Agrupamento de Centros de Saúde.
HP- Hospital Público.
SI- Sistema de informação.
TIC- Tecnologias de informação e Comunicação.
EVA- Economic Value Added.
RCI -Rendibilidade do capital investido.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
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RCP -Rendibilidade dos capitais próprios.
RV -Rendibilidade das vendas.
RPA- Resultados por ação.
RVC -Rendibilidade vendas/cliente.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
ix
Índice
Capítulo 1.Introdução. 1
Capítulo 2. Controlo de Gestão e o BSC. 4
2.1. O que é o Controlo de Gestão? 4
2.2. Mecanismos de Controlo. 4
2.3. O Balanced Scorecard como sistema de Controlo Estratégico. 4
2.3.1.Caraterização e Evolução do BSC. 5
2.3.1.1.Conceito. 5
2.3.1.2.Evolução. 7
2.3.2.Os Alicerces do Balanced Scorecard. 12
2.3.2.1. Missão. 13
2.3.2.2.Valores. 14
2.3.2.3.Visão. 14
2.3.3.As quatro Perspetivas. 15
2.3.3.1.Perspetiva do Cliente (utente). 18
2.3.3.2.Perspetiva financeira. 20
2.3.3.3.Perspetiva dos processos internos. 21
2.3.3.4.Perspetiva de aprendizagem e crescimento. 22
2.4.O BSC em Hospitais. 23
Capítulo 3. O Processo Pós Implementação do Balanced Scorecard e os elementos
de apoio ao controlo de gestão Hospitalar. 27
3.1.Os quatro processos de gestão Estratégica e os impactos esperados do BSC, a prazo.
28
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
x
3.1.1.Clarificar e Traduzir a Visão e a Estratégia. 28
3.1.2.Comunicar,Educar, Alinhar. 29
3.1.3.Planear e Definir Metas. 32
3.1.4.Feedback estratégico e Aprendizagem. 35
3.2. Os quatro processos de gestão Estratégica como fatores potenciadores dos impactos
esperados do BSC, a prazo. 39
3.2.1.Clarificar e Traduzir a Visão e a Estratégia. 39
3.2.2.Comunicar,Educar, Alinhar. 39
3.2.3.Planear e Definir Metas. 40
3.2.4.Feedback estratégico e Aprendizagem. 40
Capítulo 4.Metodologia. 41
4.1.Porquê um caso? 42
4.2.Como conduzi um caso? 45
Capítulo 5.Estudo de Caso. 51
5.1.Introdução e Apresentação da empresa. 51
5.2.Impactos do BSC na ULS e fatores identificados. 52
5.2.1. Clarificar e Traduzir a Visão e a Estratégia. 57
5.2.2.Comunicar, Educar, Alinhar. 58
5.2.3.Planear e Definir Metas. 58
5.2.4.Feedback estratégico e Aprendizagem. 60
Capítulo 6.Conclusão. 70
6.1.Sumário dos grandes resultados. 70
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
xi
6.2.Limitações. 71
6.3.Sugestões para futuras investigações. 72
Bibliografia 76
Apêndice A 73
Exemplo de Entrevistas Realizadas 73
Lista de Figuras
Figura nº 1-Balanced Scorecard. 7
Figura nº 2-Os quatro Processos para Gerir a Estratégia. 9
Figura nº 3 -Evolução do Balanced Scorecard. 12
Figura nº 4-Pilares do Balanced Scorecard. 13
Figura nº 5:Sequência do Balanced Scorecard. 15
Figura nº 6-Exemplo de um Mapa Estratégico de uma Empresa X. 16
Figura nº 7 -Relações Causa-Efeito. 17
Figura nº 8-Ordenação das Perspetivas. 18
Figura nº 9-Perspetiva Clientes esquema de relação. 19
Figura nº 10-Cadeia de valor na formulação do BSC. 22
Figura nº 11-Arquitetura do BSC em organizações não lucrativas. 24
Figura nº 12- Esquema Organigrama. 51
Lista de Tabelas
Tabela nº1:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva dos
Clientes. 20
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
xii
Tabela nº2:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva
Financeira.. 21
Tabela nº3:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva Dos
Pocessos Internos. 22
Tabela nº4:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva Do
Desenvolvimento organizacional. 23
Tabela nº 5 : Situações relevantes para diferentes estratégias de investigação. 43
Tabela nº 6: Dinâmica operacional de recolha de dados. 46
Tabela nº 7: Quadro resumo acerca de resultados do BSC e fatores que a eles
conduziram 67
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
1
Capítulo 1.Introdução.
Controlo é a ação de controlar ou conferir, é pois uma atividade imputada á gestão é a
medição regular de atividade de uma organização bem como o apuramento dos
resultados obtidos, verificando-se assim se houve desvios no que foi acordado e
planeado inicialmente. O controlo de gestão reúne um conjunto de mecanismos
utilizados por uma organização; quando gerados corretamente, eles influem os
comportamentos dos trabalhadores no sentido desejado e logo aumentam a
probabilidade da organização conseguir os objetivos pretendidos. O termo “controlo” é
muitas vezes encarado de forma apreensiva por parte dos trabalhadores; no entanto ele é
o instrumento necessário e fundamental para a sobrevivência de uma Empresa.
O mundo empresarial está cada vez mais complexo e em constante mudança, tem
necessidade, para que as organizações possam possuir de uma gestão mais funcional, de
ferramentas que valorizem não só aspetos financeiros mas também um conjunto de
aspetos diferentes destes, alguns deles intangíveis que são críticos e muito necessários
para o sucesso de uma organização e logo para o seu status perante o mercado. Assim
sendo surge o “Balanced Scorecard” como um sistema de avaliação de desempenho,
esta será a nova metodologia impulsionadora da implementação das estratégias das
empresas, sendo pois um bom Sistema de Controlo de Gestão. A maior parte das
empresas quando seguiu e implementou o BSC originando um sistema de gestão de
estratégia, seguiu-se pelos seguintes princípios: Mobilizar a mudança através dos
Líderes; Traduzir a estratégia em termos operacionais isto é elaborar um mapa
estratégico de objetivos interligados fazendo se acompanhar por um BSC composto por
indicadores e metas; Alinhamento da organização com a estratégia; Motivar para que
todos os colaboradores façam o seu trabalho de acordo com a estratégia e finalmente
para que a estratégia se torne num processo de melhoria contínua, Governar.
A utilização do BSC como instrumento de gestão de saúde teve grande importância
nomeadamente nas caraterísticas já existentes neste HP facilitando assim a definição de
indicadores e medidas a fim de serem atingidos os vários objetivos de acordo com as
perspectivas dos utentes, perspectivas financeiras, perspectivas de processos internos,
perspectivas de Aprendizagem e crescimento. Conseguindo obter assim uma boa gestão
de orçamento com boa utilização de recursos.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
2
Diversos estudos têm abordado aspetos relacionados com a conceção do BSC (e.g.
perspetivas, medidas, relações causa-efeito) e com processos de implementação, mas
muito poucos estudos incidiram sobre o período pós-implementação, ou seja, sobre os
impactos que, a prazo, o BSC foi capaz de gerar e os motivos para esses impactos;
nomeadamente em Hospitais. Existem algumas lacunas no que diz respeito a este tema.
O objetivo desta investigação consiste na identificação e análise ao modo como o
Balanced Scorecard (BSC) foi assimilado numa entidade hospitalar, estabelecendo uma
ligação às motivações e ao processo de implementação/assimilação do sistema na
organização.
O BSC no setor hospitalar teve desenvolvimento "tardio" face ao setor privado e muitos
foram os estudos centrados no desenvolvimento do BSC, não havendo muitos que
abordem o "pós-implementação"; assim, a motivação para a tese e as suas questões
centram-se no pós-implementação do BSC, isto é, nos seus impactos ao fim de algum
tempo e nos motivos para esses impactos (conforme já referido); a título de exemplo e
no meu ver muito importante o Fator – Apoio da Gestão de Topo que deve ser visto
e/ou avaliado como um meio de obter um certo empowerment, para ajudar no
alinhamento estratégico.
O presente trabalho analisa e descreve a forma como o BSC foi assimilado na ULS, é
estudada a forma como foi feita a assimilação desta metodologia pelos colaboradores, se
foi gradual e se o alinhamento estratégico foi conseguido. Caraterização do impacto
desta metodologia. Verificar se foram garantidos consensos e compromissos entre os
diversos níveis da organização. Para tal a Investigação terá incidência na análise
minuciosa em terminados aspectos críticos tais como: -Avaliar o progresso e o sucesso
da Estratégia e se ela contínua a ser adequada. -Verificar se os indicadores contínuam a
ser adequados ou se haverá necessidade de se recorrer a novos. -Haverá necessidade de
se proceder a ações corretivas devido aos resultados reais não estarem a coincidir com
os previsionais? Surgindo assim duas Questões: Qual o impacto das mudanças ocorridas
no SCG aquando da implementação do BSC? O que é que mudou após a
implementação do BSC? Pelo que as questões desta Investigação estão focadas em:
-Avaliar os Impactos produzidos pelo BSC bem como fatores a eles conduncentes.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
3
Para isso a Dissertação é estruturada da seguinte forma:
• No primeiro capítulo - Breve Introdução mediante enquadramento geral do que se
pretende falar, motivações e objetivos da investigação; bem como e de que forma se
Estruturou esta Dissertação.
• No segundo capítulo – Controlo de Gestão e o BSC. Sistema de controlo de
gestão/Sistema de Gestão Hospitalar; Começa-se por se abordar o conceito de
controlo de Gestão, quais os seus componentes, os vários modelos de controlo.
Fazendo um breve paralelismo com o Sistema de Gestão Hospitalar. Abordagem do
conceito do Sistema de Controlo de Gestão através de vários autores. O BSC. - Seu
conceito e sua evolução desde o tempo em que era sistema de medição de
desempenho até agora em que é considerado sistema de gestão de mudança.
• No terceiro capítulo - O Processo Pós Implementação do Balanced Scorecard e o
controlo de gestão Hospitalar; neste capítulo é explorado um pouco a Infra-
estrutura de SI adequado, em estrita ligação com os quatro processos da gestão
estratégica, com o sentido de exposição empírica sobre o impacto pós-
implementação.
• No quarto capítulo – Descreve-se o tipo de Metodologia utilizada, em que se
começa por uma justificação do método utilizado, ou seja o Estudo de Caso,
incluindo uma análise das vantagens e limitações. Na fase seguinte descreve-se o
processo de investigação e estrategas a adotar de forma a obtermos as melhores
informações possíveis desviando-nos assim de possíveis obstáculos.
• No quinto capítulo – Após uma breve introdução e apresentação da Organização
passa-se à descrição do Estudo de caso; sendo depois feita em simultâneo a
Discussão do caso bem como breve referência das principais vantagens e limitações
que consta na Literatura; identificando respetivos benefícios e refutando algumas
limitações devido a resultados obtidos neste estudo de caso.
• No sexto capítulo – Neste capítulo obtemos as Conclusões, inclui-se um pequeno
sumário da obtenção dos principais resultados, é feita a ligação dos resultados
obtidos aos objetivos da investigação. As suas limitações, assim como sugestões
para investigações futuras.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
4
Capítulo 2. Controlo de Gestão e o BSC.
O controlo de gestão é definido como sendo o elemento chave do desenvolvimento de
uma empresa, pelo que o controlo de gestão tem que envolver todos os elementos de
uma organização para que os desempenhos individuais sejam positivos e logo o
desempenho organizacional também. No fundo uma empresa é uma unidade
económico-social, constituída por elementos humanos, materiais e técnicos. Tendo
como objetivo obter utilidades através da sua participação no mercado de bens e
serviços. A junção destes elementos é fundamental mas sem elemento humano, a
existência de uma Empresa não é viável.
2.1. O que é o Controlo de Gestão?
O controlo de gestão é interpretado como “algo” que necessita de uma Estratégia e
objetivos para que esse “algo” seja alcançado. Segundo Anthony (1965), o controlo de
gestão deve assegurar a utilização eficiente dos recursos, a implementação da estratégia
desenhada e o cumprimento das metas a atingir, assim o consideram Otley (1999) e
Simons (2000), mais recentemente.
Para Anthony, o controlo de gestão "é o processo através do qual os gestores asseguram
que os recursos são obtidos e utilizados de forma efetiva e eficiente na prossecução dos
objetivos da organização”
2.2.Mecanismos de Controlo.
Segundo Merchant e Van der Stede (2003) os mecanismos de controlo são três:
Controlo de resultados, controlo de acções e controlos pessoais e culturais.
Cada um deles contribui, dentro dos seus próprios termos, para ajudar a gestão de topo a
definir objectivos, organizar estratégias, dominar o comportamento dos indivíduos e
evitar problemas de controlo.
2.3. O Balanced Scorecard como sistema de Controlo Estratégico.
O Balanced Scorecard surgiu como um sistema da Medição de Performance, tendo
evoluído rapidamente para um Sistema de Gestão Estratégica, permitindo assim fazer
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
5
uma ligação entre a criação da Estratégia e a sua implementação (Kaplan e Norton
1996b e 2001;Malina e Selto, 2001).
Ligando a estratégia à pratica; e dando ênfase ao capital humano, os responsáveis
conseguem monitorizar a sua ação e obterem retorno permanente da aplicação dos
objetivos estratégicos, existia pois uma lacuna, faltava a ligação entre a estratégia e a
prática.
Conforme já referido no Capítulo 2.2.e segundo Merchant e Van der Stede (2003) os
mecanismos de controlo são três: Controlo de resultados, controlo de acções e controlos
pessoais e culturais.
2.3.1.Caraterização e Evolução do BSC.
2.3.1.1.Conceito.
Antes dos anos oitenta os Sistemas do Controlo de Gestão utilizavam essencialmente
indicadores financeiros para avaliar a Performance das empresas. O sistema tradicional
usado para a avaliação da Performance era limitado pois baseava-se apenas em
indicadores financeiros e tinha uma perspetiva histórica de avaliação. O “Tableaux de
Bord” nascido e desenvolvido em França surge como uma ferramenta precursora do
BSC, no campo da gestão remontando a 1932.Até os anos oitenta o TDB foi apenas um
instruo onde era possível comparar e controlar os dados obtidos com os previamente
fixados, com vista a tomada de decisões que permitissem corrigir os desvios do
estipulado nos orçamentos fixados. Apesar de o TDB ser bastante útil era insuficiente
como refere Bugalho (2004)1: Os dados eram meramente financeiros; inexistência de
relações causa-efeito; Os interesses dos gestores não eram garantidos só com os
critérios financeiros; O impacto das decisões dos gestores como a qualidade a inovação
a satisfação dos clientes não era considerado como importante. Sistemas como estes
assentes em modelos contabilísticos tradicionais só se preocupavam com a afetação
correta dos recursos materiais e financeiros bem como a visão histórica do Desempenho
da organização sem se preocuparem com a estratégia do negócio (Jordan, Neves e
Rodrigues, 2007). No final dos anos oitenta sente-se uma mudança intensa na economia
nos negócios bem como na gestão de organizações a nível mundial. Durante muitos 1 Citado por Russo, João
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
6
anos as organizações mediram a performance, utilizando indicadores financeiros que
permitiam a avaliação de lucros, rentabilidades, património imobiliário,
equipamentos….Todos estes indicadores avaliavam valores tangíveis agora era
necessário avaliar valores intangíveis que não podiam ser obtidos através de
Demonstrações financeiras (Francisco Pinto 2009). O cálculo do valor de uma empresa
já não dependia só de indicadores financeiros outros indicadores exteriores2 ao mundo
dos dinheiros começavam a pesar neste cálculo Assim sendo as organizações não
podiam mais apenas tomar como base os indicadores financeiros para o cálculo do valor
de uma empresa isto é a medição da sua Performance tornava-se mais complexa, esta
conjuntura é representada da seguinte forma por Robert Eccles (1991)3:“……… os
gestores de diversas organizações, em diferentes industrias e setores, têm vindo a
refletir sobre a melhor forma de medir a performance…….”Robert G.Eccles,The
Performance Measurement Manifesto,Harvard Business Review, Janeiro-Fevereiro,
1991.“The Balanced Scorecard-Measures That Drive Performance”(Kaplan e
Norton,1992) foi o primeiro artigo (Scorecard Balanceado-indicadores que impulsionam
o desempenho) sobre a criação do Balanced Scorecard.Com a finalidade de completar
as medições financeiras tradicionais no controlo de gestão para que a tomada de decisão
fosse mais clara, liderado por David Norton ,consultor da zona de Boston ,e pelo
professor Robert Kaplan da Universidade de Harvard surge assim o primeiro estudo
sobre o BSC em 1990. Este estudo surge na sequência de investigações pedidas por
doze das maiores empresas norte-americanas.4O trabalho de Kaplan e Nortan que
originou o nascimento do BSC veio-nos mostrar que muitos gestores não confiavam
apenas num número significativo de indicadores financeiros. Assim sendo o BSC surge
como uma Metodologia de medição mais complexa, medindo aspetos financeiros e não
financeiros, fazendo a ligação com a missão e visão da empresa (Figura1).
2 Capacidade de gestão, liderança, Know-how dos recursos humanos, qualidade de serviço, quota de mercado, tecnologia de informação, base de dados……… 3 Citado por Pinto(2009) 4 Apple Computer, Advanced Micro-Devices, American-Standard, Bell South Corporation, Conner Peripherals, CICNA Corporation, Cray Research, DuPont, Electronic Data Systems (EDS), General Electric, Hewlett Packard, e Shell Canada.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
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Figura 1:Balanced Scorecard
Fonte: Pinto 2009
Esta primeira versão apresenta as quatro perspetivas - financeira, clientes, processos e
aprendizagem, é focada em estabelecer objetivos, metas e indicadores, sentindo-se
assim a necessidade de se relacionarem ligações e interdependências (causa e efeito).
2.3.1.2.Evolução.
Mundialmente as potencialidades do BSC, foram reconhecidas, por empresas de
consultadoria, investigadores, académicos, organizações implementadoras tendo sido o
BSC considerado pela Harvard Business Review como “uma das 75 melhores ideias de
gestão do seculoXX”citando Pinto (2009).
Perspetiva Financeira
De que forma devemos ser vistos pelos nossos
acionistas para termos sucesso?
Perspetiva Aprendizagem e Crescimento
Como desenvolver capacidades de mudança para
contínuar a inovar e a criar valor?
Perspetiva Clientes
Como devemos ser vistos pelos nossos
clientes?
Perspetiva de Processos Internos
Em que é que temos que ser excelentes
para agradar aos nossos clientes e
investidores?
Visão
Estratégia
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
8
A Relação entre tangíveis e intangíveis foi-se acentuando nas décadas de 80 e 90 e
atualmente é hoje muito presente nas organizações. A dimensão da mudança é notória,
foram realizados estudos em 1982 e em 2001 a várias empresas que comprovam essa
mudança. Em 1982,quando se pretendia avaliar uma empresa, o peso dos valores
tangíveis representava cerca de 62%,enquanto os intangíveis se situavam nos 38%.Em
2001, essa relação era de apenas 15%para os valores tangíveis e de 85%para os
intangíveis. Esta mudança também teve como alavancagem a Internet -Valor da
Informação. Em 1993, Kaplan & Norton publicam um novo artigo na Harvard Business
Review (Setembro-Outubro) segundo artigo sobre o tema, “Putting the Balanced
Scorecard to Work” (Colocando o Balanced Scorecard para Funcionar), foi a partir
deste artigo que o potencial dessa nova ferramenta começou a ser percebido. “Muito
mais que um exercício de medição, o Balanced Scorecard é um sistema de gestão….”,
Kaplan & Norton,”Putting the Balanced Scorecard to Work”Harvard Business Review,
Setembro-Outubro,(Kaplan & Norton 1993:4). O Balanced Scorecard começava a ser
encarado como um sistema de gestão capaz de produzir melhorias nos diferentes
processos otimizando assim metodologias. Seguiram-se dois textos publicados por
Kaplan e Norton em 1996.O primeiro um artigo na Harvard Business Review (Janeiro-
Fevereiro, 1996) com o título “Using the Balanced Scorecard as a Strategic
Management System”.O segundo, o livro clássico com o título “The Balanced
Scorecard-Translating Strategy into Action” (Setembro, 1996). Estes textos mostram a
evolução que o modelo teve nos primeiros anos e o evoluir dos conceitos devido a essa
força evolutiva. O BSC não é estático. Desde o início da execução dos primeiros artigos
e vários estudos efetuados em organizações até agora Kaplan e Norton expandiram de
uma forma contínua o conceito, as taxas de adoção foram elevadas comparativamente a
outras inovações de gestão (Speckbacher et al., 2003). Inicialmente o BSC é abordado
como “nova abordagem de medição de desempenho”(Kaplan e Norton 1992
:79”.Seguidamente(Kaplan e Norton 1993,Kaplan e Norton 1996a) relataram que
organizações utilizavam o BSC como “sistema de medida; mas também como sistema
de gestão” (Kaplan e Norton 1993:142) usando o sistema de gestão estratégica por
organizações com espírito inovador (Kaplan e Norton1996a:37).
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
9
Figura nº 2-Os quatro Processos para Gerir a Estratégia
Fonte :Adaptado de Kaplan e Norton , “Using the Balanced Scorecard as a Strategic
Management System”,Harvard Business Review,Janeiro-Fevereiro,1996.
O início dá-se com a clarificação e tradução da visão e estratégica das organizações em
objetivos estratégicos específicos, assim sendo o BSC é um modelo estratégico
orientado para a ação segundo os seus processos vai auxiliar na comunicação e
associação dos objetivos, medidas de desempenho, planeamento e definição de metas
bem como na obtenção dos alinhamentos das iniciativas estratégicas e finalmente na
Clarificação e Visão da
Estratégia
-Clarificar a Visão
-Obter consensos
Comunicação e Associação
-Comunicar/Educar
-Definir Metas
-Associar recompensa a medidas de desempenho
Feedback Estratégico e
Aprendizagem
-Visão partilhada
-Feedback Estratégico
-Revisão da estratégia
-Aprendizagem
Planeamento e Definição de
Metas
-Fixar metas
-Alinhar iniciativas
-Disponibilizar recursos
-Estabelecimento de marcos chave
Balanced Scorecard
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
10
obtenção do Feedback estratégico e aprendizagem; assim ao observarmos a figura-
2,conseguimos ver a ligação entre os quatro processos:”translating the
vision”;”Communicating and linking”;”Business Planing”;”feedback and learning”
(Kaplan e Norton1996a:38)
Nas organizações aquando da implementação do BSC os gestores e os responsáveis
pelo projeto utilizam representações gráficas para visualizarem relações de causa-efeito
entre os vários objetivos a importância dos mapas da estratégia no processo de
comunicar é tão forte , que leva ao aprefeiçoamento dos mesmos com a intervenção dos
criadores do BSC , tendo originado um novo instrumento fundamental,-strategy
map.(Um instrumento para comunicar a estratégia5).
O sistema de gestão estratégica (Etapa I) conforme ilucidado na figura 3 passou a
dispor de uma ferramenta de comunicação (Etapa II)-Os Mapas da Estratégia.
No final do ano 2000 surge um artigo sobre os Mapas Estratégicos:-“Having Trouble
With Your Strategy?Then Map It”,da autoria de Kaplan e Norton,publicado na Harvard
Business Review(Setembro-Outubro,2000).No qual os autores definem o conceito.
Kaplan e Norton em 2001 publicaram o segundo livro: “The Strategy-Focused
Organization” (A Organização Orientada para a Estratégia). O momento em que este
livro é publicado , o BSC tinha 10 anos;Haviam novas soluções tecnológicas para
apoiar o BSC;Os Mapas da Estratégia faziam sucesso;as implenemtações cresciam em
todo o Mundo e estendiam-se ao setor Público e a organizações sem fins lucrativos. O
novo paradigma da Mudança tinha-se instalado no novo século XXI.
O principal objetivo deste livro foi consolidar os conceitos6 apresentados no primeiro
livro(1996),princípios das organizações concentradas na Estratégia:
Na sequência, e visando detalhar os tópicos acima, foram lançados mais 3 livros:
5 Kaplan e Norton consideram a invenção deste conceito tão importante como a criação do BSC:“Não se consegue gerir aquilo que não é possivel medir”,“Não é possivel medir aquilo que não se consegue descrever”Kaplan e Norton, Strategy Maps-Converting Intangilble Assets IntoTangible Outcomes,2004 6 (1)-Mobilizar para a mudança através da liderança de topo.(2)-Traduzir a estratégia em termos operacionais.(3)-Alinhar a organização com a Estratégia.(4)-Fazer da Estratégia um trabalho de todos.(5)-Fazer da Estratégia um processo continuo.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
11
Em 2004 ,Kaplan e Norton publicam o terceiro livro “Strategy Maps” :Converting
Intangible Assets Into Tangible Outcomes,(Mapas Estratégicos).7 Em 2006,Kaplan e
Norton publicam o quarto livro “Alignment” (Alinhamento)8. O livro mais recente, de
2008 é o “The Execution Premium” (Prémio de Execução )9.Neste livro consegue-se
perceber que bons processos de execução ou mesmo de excelência operacional,não
garantem o sucesso da organização se eles não estiverem ligados á estratégia, e o
mesmo se pode dizer da Estratégia,uma estratégia Diferenciada e visionária não terá
sucesso se não estiver devidamente ligada à execução.Ambas são vitais e tem que estar
ligadas ,a ligação das duas juntas garante grandes resultados de sucesso. Um modelo de
Gestão Integrada que enfatize excelência operacional e bons processos de líderança
devidamente alinhados a boas estratégias levam a organização a atingir a visão.
O papel que o BSC atingiu em termos de Desenvolvimento nas organizações carateriza
no momento atual um terceiro nível de evolução III (EtapaIII) como consta da figura3
Diversas fases da evolução do BSC:
7 Aprofunda a metodologia dos Mapas de Estratégia e reforça a lógica dos cinco princípios que caraterizam a organização concentrada na estratégia. Este modelo alinha processos, pessoas, tecnologias e cultura à proposta de valor para o cliente e aos objetivos dos acionistas. Traduz a Estratégia em termos Operacionais.
8 Detalha o item (3) e (4), mostrando como usar Mapas Estratégicos e BSC para alinhar Unidades de Negócio, Áreas Funcionais e Staff às Estratégias Corporativas. Diz pois respeito ao terceiro princípio da organização concentrada na Estratégia -Alinhar a organização com a Estratégia
9 Que foca a Governação da Gestão Operacional e Estratégica, garantindo que a Execução esteja 100% alinhada com a Estratégia, e que a Gestão Estratégica seja um processo contínuo ao longo do ano.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
12
Figura nº3 -Evolução do Balanced Scorecard
ETAPA III
ETAPA II
ETAPA I
Fonte:Adaptado de Pinto 2009
2.3.2.Os Alicerces do Balanced Scorecard.
O BSC é uma ferramenta de Gestão. Quando ela é implementada tudo se passa como se
de um processo de construção se tratasse. Um edifício começa pelos seus alicerces
sapatas, pilares.”Nesta perspetiva, faz sentido começar pelos alicerces e pelos pilares
que vão suportar toda a estrutura. Os pilares do Balanced Scorecard são: -a missão, os
valores e a visão” (Pinto 2009:56). Kaplan e Norton, os criadores do Balanced
Sistema da
Medição de
Performance
Sistema de
Gestão
Estratégica
Sistema de
comunicação
da estratégia
Sistema de
Gestão da
Mudança
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
13
Scorecard, referenciam-nos como os verdadeiros pilares de uma estrutura que tem como
direção , começar por definir uma estratégia, comunicar essa estratégia e finalmente pô-
la em execução. Como tal vamos elucidar esta estrutura através da seguinte figura:
Figura nº4-Pilares do Balanced Scorecard
Fonte:Adaptado de Pinto 2009
2.3.2.1. Missão.
Qual a razão de ser da Existência da Organização? O que é que nós fazemos? Como
existimos? Quem somos?
São Questões que as Organizações têm no seu dia-a-dia, é pois propósitos gerais que
expressam as intenções fundamentais e globais, proporcionando assim desenvolvimento
para o futuro. Martins (2006),”..Não é mais do que a razão de ser da Organização”
Peter Drucker contribui para a definição da missão das organizações através do seu
artigo clássico “The Big Power of Little Ideas”, publicado na Harvard Business Review
em 1964 e do Livro Management-Tasks,Responsibilities,Practices(1974).No setor
Público e nas entidades não Lucrativas a missão tem maior importância do que no setor
Privado. A capacidade do envolvimento das pessoas e logo produzir resultados
alinhados com a missão, é um ponto muito forte, na opinião de Drucker, o setor não
lucrativo pode ensinar o privado:“Partir da missão pode ser a primeira lição que o
Missão Valores Visão
Estratégia
Balanced Scorecard
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
14
setor privado pode aprender com o setor não lucrativo……..” Peter Drucker10,”What
Business Can Learn from Nonprofits”,Harvard Business Review,Julho-Agosto,1989
A missão é pois muito importante para o BSC pois orienta as empresas e as pessoas que
nela trabalham. As ações explícitas em papel têm que ser transformadas em ação,
envolvendo, empregados, investidores, clientes, fornecedores -stakeholders11.
2.3.2.2.Valores.
Como queremos ser reconhecidos?
Os valores constituem o pilar Central do BSC. Para Pinto (2009). Os valores
representam crenças profundamente enraizadas, que se evidenciam nos comportamentos
diários dos empregados e constituem uma proclamação pública acerca do que a
organização espera dos seus colaboradores. Quando o incumprimento na prática dos
valores tem origem na gestão de topo, havendo contradições entre o que pratica e o que
preconiza nas estruturas, o efeito destrutivo das referidas contradições ainda é mais
acentuado. Logo os valores devem ser praticados dia a dia.
“Quando os empregados consideram que as decisões do líder estão em desacordo com
os valores da organização-mesmo que efectivamente não estejam-concluem
rapidamente que o líder assume um fraco comprometimento com esses valores e é visto
como hipócrita”AmyC,Edmondson e Sandra E,Cha,12”When Company Values
Backfire”,Harvard Business Review,Novembro-Dezembro,2002
2.3.2.3.Visão.
Que cultura devemos respeitar? O que é importante para nós? Para onde queremos ir?
Qual o destino pretendido para a organização a médio e longo prazo. É pois o destino
desejado da organização. A visão é pois o terceiro pilar do Balanced Scorecard, a visão
é o pilar que só deve ser construído após a construção da Missão e dos Valores. A visão
é o sonho que nunca pode abandonar os membros da organização:”um sonho ou
imagem do futuro, que nos atrai (mas não nos arrasta) para esse futuro”Nair,
10 Citado por Pinto (2009) 11 Segundo Freeman, um stakeholder é “um qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar ou ser afetado pela prossecução dos objetivos da organização” 12 Citados por Pinto (2009)
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
15
2004,p.73)13-A visão é o sonho ou imagem do futuro que nunca deve abandonar os
elementos da organização; segundo James Collins e Jerry Porras (1996)14, a visão deve
criar uma imagem que as pessoas transportem nas suas cabeças, onde quer que estejam.
A sequência lógica do Balanced Scorecard, desde a missão até à estratégica, está
representada na figura nº5.
Figura nº5:Sequência do Balanced Scorecard
Fonte:Adaptado de Pinto2009
2.3.3.As quatro Prespetivas.
O BSC diz respeito á estratégia15 das organizações apoiado em quatro perspetivas:
financeira, clientes, processos e aprendizagem e crescimento. Nestas quatro perspetivas
13 Citado por Pinto (2009) 14 Citados por Pinto (2009)
Missão
Valores
Visão
Estratégia
Balanced
Scorecard
Porque existimos? Onde estamos?
Que princípios temos? Quais as nossas
crenças?
Para onde nos dirigimos? Qual vai ser o
nosso destino?
Como seremos ao criar valor? Qual a nossa
diferença?
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
16
fixam-se indicadores, objetivos que tem que estar interligados, funcionando de forma
equilibrada tendo relações de causa e efeito entre si. Caso nalguma destas perspetivas
algum objetivo não seja atingido, sentir-se á desequilíbrio no BSC, pois haverá uma
falha de eficiência na meta estratégica a atingir.
Assim sendo a implementação do BSC, tem que ter em conta uma cadeia de relações de
causa e efeito (figura nº7), permitindo a relação em cada uma das perspetivas definidas
e entre, os objetivos (sendo estes os indicadores de resultados-lead indicators), com os
vectores de desempenho (indicadores de meios-lag indicators). Como identificar estas
relações de causa e efeito? Através de um Mapa Estratégico.
Figura nº6 -Exemplo de um Mapa Estratégico de uma Empresa X
Fonte: Fonte :Adaptado de Hugues Jordan;João Carvalho da Neves;José Azevedo
Rodrigues;2009
15 Estratégia é uma palavra milenar de origem grega, e inicialmente não foi utilizada no campo dos negócios. Strategus, para os gregos antigos significava o general superior, e estratégia significava a arte deste general. Na obra “A Arte da Guerra” de SUN TZU (1988) diz-se que as manobras estratégicas significam escolher os caminhos mais vantajosos.
FINANCEIRA EVA
PROCESSOS INTERNOS Prazos de Execução
CLIENTES Satisfação dos clientes
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO Qualificação dos colaboradores Tecnologia
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
17
“A definição da cadeia de relações de causa e efeito depende dos atores no processo de
conceção do Balanced Scorecard,da estratégia das organizações e da natureza das suas
atividades”Jordan et al.(2009,p.267)
Figura nº7-Relações Causa Efeito
Fonte:Adaptado de Pinto (2009)
A forma como as quatro perspetivas são ordenadas num BSC ;depende se se trata de
Entidades com fins lucrativos, Públicas ou sem fins lucrativos.Neste caso de estudo
referente a um Hospital , ao desenvolver as quatro perspetivas do BSC,foi posto sempre
em primeiro lugar a perspetiva de clientes (,pois a finalidade é servir os clientes ou
utentes) e a perspetiva Financeira (o Orçamento é condição necessária para a realização
dos objetivos principais). Apresenta-se abaixo as três situações referidas e a ordenação
das quatro perspetivas.:
Perspetiva
Financeira
Perspetiva Clientes
Perspetiva
Processos Internos
Perspetiva
Aprendizagem e
Crescimento
Criar valor para Investidores
Exemplo: aumentar o resultado líquido
Criar valor para Clientes
Exemplo: novo segmento de mercado
Gerir a Cadeia de Valor
Exemplo: novo canal de vendas
Gerir pessoas, informação e organização
Exemplo: formação específica
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
18
Figura nº 8-Ordenação das Perspetivas
Fonte: Hugues Jordan;João Carvalho da Neves;José Azevedo Rodrigues;2009
2.3.3.1.Perspetiva do Cliente (utente).
“Como é que os clientes nos vêem?”,”Como devemos ser vistos pelos nossos
clientes?”,”O que é que os nossos clientes valorizam?”
Aqui está uma série de perguntas ás quais temos de responder , temos de descobrir
objetivos e metas , de forma a alcançar os resultados pertendidos nesta perspetiva.
Perspetiva Financeira (do
acionista)
Perspetiva dos
Clientes
Perspetiva da Aprendizagem e
Desenvolvimento
EMPRESA ORGANISMO
PÚBLICO
FUNDAÇÃO PARA CULTURA
Perspetiva de
Processos Internos
Perspetiva Financeira
Perspetiva de
Processos Internos
Perspetiva de
Processos Internos
Perspetiva de Aprendizagem e
Desenvolvimento
Perspetiva de Aprendizagem e
Desenvolvimento
Perspetiva de
Clientes
Perspetiva de
Clientes
Perspetiva Financeira
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
19
Os clientes em muitas das empresas são a principal prioridade da gestão das
organizações, quer organizações que tenham por objetivo o Lucro e o Máximo valor
para os acionistas, quer organizações sem fins lucrativos, as atenções da gestão vão para
os clientes e a sua satisfação (Kaplan, Norton, 1996). As medidas mais importantes
(figura nº6) e as questões a ter em atenção para a avaliação desta perspetiva são: -
Sabemos qual é o nosso mercado alvo? -Quais são os nossos clientes? Como vamos
proceder à sua retenção? -Vamos atrair novos clientes com quem vamos competir? Os
nossos clientes estão satisfeitos? Eles percebem o nosso valor? Qual a rentabilidade do
cliente? (Kaplan e Norton, 1996b;Lipio e Saltério, 2000).
Figura nº9:Perspetiva Clientes esquema de relação:
Fonte:A daptado de Kaplan,Norton,1996
Quota de
Mercado
Retenção
de Clientes Atração de novos Clientes
Rentabilidade do Cliente
Satisfação
do cliente
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
20
Através de objetivos bem definidos e indicadores bem definidos nestas três classes de
atributo o executivo pode levar a sua empresa a oferecer valores de propostas superiores
ao previsto.
Tabela nº1:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva dos
Clientes
PERSPETIVA DOS CLIENTES
COMO LIDAR COM OS NOSSOS CLIENTES?
Fatores Críticos Possíveis indicadores de Desempenho
Rendibilidade necessária garantir uma carteira de clientes que possam contribuir para o valor da empresa
EVA- Economic value added/ Cliente RVC -Rendibilidade vendas/cliente
Satisfação: Adquirir grandes níveis de satisfação dos clientes.
Índice de satisfação dos clientes Tempos de entrega/serviço Cumprimentos de prazos
Retenção: Capacidade para cativar novos clientes ou fazer crescer os clientes atuais
Quota de mercado Volume de negócios novos clientes
Fidelização: Ter a Capacidade em manter os clientes atuais
Crescimento vol. neg, clientes atuais NºRepeat buyers/Nº clientes ano
Fonte :Adaptado de Hugues Jordan;João Carvalho das Neves;José Azevedo
Rodrigues;2009
2.3.3.2.Perspetiva financeira.
De que forma devemos ser vistos pelos nossos accionistas?Como deveremos ser vistos
pelos nossos investidores?
O valor para os acionistas de uma empresa depende do crescimento dos proveitos que
pode ser obtido pelo aumento das vendas ,através da entrada em novos mecados,através
da obtenção de novos clientes, bem como novos produtos e o aumento da produtividade,
segundo Kaplan e Norton(2001);
Mesmo no caso que vai ser estudado nesta dissertação referente a um hospital
público,em que o retorno dos acionistas está abaixo da perspetiva do Cliente/utente ,
para se prestar serviços ao utente e este atingir a satisfação pretendida e logo o
atingimento de uma das metas propostas por objetivo no âmbito da perspetiva,clientes o
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
21
Hospital tem que ter recursos financeiros transformá-los e torná-los rentáveis em
benefícios para os Cliente/Utentes.
Tabela nº2:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva
Financeira.
PERSPETIVA FINANCEIRA
COMO ENCARAR OS ACCIONISTAS?
Fatores Críticos Possíveis indicadores de Desempenho
Rendibilidade: Capacidade de gerir ativos e seus resultados.
RCI- Rendibilidade do capital investido RCP- Rendibilidade dos capitais próprios RV -Rendibilidade das vendas RPA -Resultados por ação
Crescimento: Novos produtos e serviços, conquistando novos clientes e novos mercados.
Quota de mercado Volume de Negócios; Taxa de crescimento de volume de negócios
Criação de Valor: Capacidade de criar valor para o acionista.
EVA-Economic value added CVA-Cash value added CFROI-Cash flow return on investiment
Fonte :Adaptado de Hugues Jordan;João Carvalho das Neves;José Azevedo
Rodrigues;2009
2.3.3.3.Perspetiva dos processos internos.
Em que é que precisamos de ser excelentes? Em que processos temos que ser
excelentes? O que temos que fazer para satisfazer os Clientes e os acionistas?
Os gestores devem se focar em atividades criticas e fundamentais, para aumentar a
satisfação dos clientes bem como atingir os objetivos financeiros (Mooraj, Oyon e
Hostettler,1999).Os processos internos mais relevantes serão aqueles que vão ter um
maior impacto ao nível de satisfação dos clientes e assim originarem vantagens
competitivas. Conforme citado por Pinto (2009):”Cada negócio tem um conjunto
distinto de processos para atingir a missão da organização. Apesar disso é possível
identificar uma cadeia de valor genérica que poderá servir de base na definição desta
perspetiva na formulação do BSC (Kaplan, Norton, 1996) ”
Esta cadeia é composta por três processos:
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
22
Figura nº10:Cadeia de valor na formulação do BSC
Fonte:Adaptado:”The Balanced Scorecard-translating strategy into action-Robert
S.Kaplan,David P.Norton-Havard business school press-1996”
Tabela nº3:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva Dos
Pocessos Internos
PERSPETIVA DOS PROCESSOS INTERNOS
Quais os processos que geram valor?
Fatores Críticos Possíveis indicadores de Desempenho
Organização: A empresa existe para assegurar processos e não acumular funções.
"Lead Time"/Tempo do ciclo Prazos de execução
Racionalização: Necessário eliminar atividades que não geram valor.
Custo unitário dos produtos
Qualidade: Assegurar elevados índices de aceitação do produto/serviço.
Taxa de rejeições; Conformidades
Eficiência e Eficácia: Otimizar a utilização dos recursos da qual dependem os resultados.
Produtividade; Taxa utilização da capacidade,
Fonte :Adaptado de Hugues Jordan;João Carvalho das Neves;José Azevedo
Rodrigues;2009
2.3.3.4.Perspetiva de aprendizagem e crescimento.
Conseguiremos inovar e criar valor?
Necessidade do cliente
Identificar
mercado
Produzir
produto
Criar produto
Entregar
produto
Serviços ao
cliente
INOVAÇÃO OPERAÇÕES SERVIÇOS
Cliente
Satisfeito
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
23
“Os objetivos e as medidas definidas para os clientes e os processos internos deverão
consubstanciar os parâmetros que a organização considera essenciais para o seu
sucesso. (Kaplan, Norton, 1992) ”Matos, Ramos; (2009)
Nesta perspetiva os empregados são principais ativos intangíveis, de qualquer
organização, estes são os principais responsáveis pelo sucesso de uma empresa.
H.Jordan;J.C.das Neves;J.A.Rodrigues(2009)
A perspetiva de aprendizagem e crescimento ou perspetiva do Desenvolvimento
Organizacional, estabelece relações causa e efeito importantíssimas com as restantes
perspetivas influenciando os resultados da perspetiva de topo (financeira ou de clientes
conforme se trata de organização privada ou pública) é pois o conjunto do capital
humano, capital de informação e capital organizacional.
Tabela nº4:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva Do
Desenvolvimento organizacional.
PERSPETIVA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL
Existe capacidade para crescer de forma sustentada?
Fatores Críticos Possíveis indicadores de Desempenho
Inovação: A capacidade que os colaboradores tem de apresentar ideias novas
Nº de novas ideias aproveitadas Nº de novos produtos/serviços
É necessário a garantia de elevados índices de motivação e empenho
Índice de satisfação do pessoal Montante de prémios e incentivos
Qualificação: Os níveis de conhecimento que os empregados potenciem e os seus desempenhos têm que ser assegurados
Nº de colaboradores qualificados Nº de horas de formação
Tecnologia: Aproveitar o potencial tecnológico Nº de postos de trabalho informatizados; Investimentos em TI por trabalhador
Fonte :Adaptado de Hugues Jordan;João Carvalho das Neves;José Azevedo
Rodrigues;2009
2.4.O BSC em Hospitais
Citando Ribeiro (2008), “O Balanced Scorecard (BSC) é um dos instrumentos
desenvolvidos para o sector privado e cuja adoção pelas instituições do sector da saúde
a nível mundial tem sido ensaiada com sucesso, enquanto ferramenta de controlo de
gestão e de avaliação da eficiência e eficácia das unidades de saúde.”
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
24
O Balanced Scorecard é uma ferramenta muito útil para o setor da saúde pois tem a
possibilidade de reunir numa única ferramenta os indicadores financeiros e os clínicos;
bem como ajuda a realizar consensos no que diz respeito à missão e visão da
organização permite obter uma visão abrangente da organização e demonstra em todas
as perspetivas quais são as áreas em que é excelente e quais as que necessita melhorar.
(Ribeiro, 2008) A figura nº11 representa uma estrutura tipo do modelo de BSC para o
Hospital sem Fins Lucrativos
Figura nº 11-Arquitetura do BSC em organizações não lucrativas
Fonte: Adaptado de: “O controlo de gestão nas unidades de saúde: o Balanced scorecard” Por Carlos Manuel Sousa Ribeiro
MISSÃO
Responder a necessidades de
cuidados de saúde
UTENTES
Será que estamos a satisfazer as necessidades e interesses dos
pacientes, Governo, pagadores, comunidade, colaboradores?
ESTRATÉGIA
INOVAÇÃO E APRENDIZAGEM
Qual a preparação para a
mudança e a Melhoria
Contínua?
PROCESSOS INTERNOS
Em que processos devemos ser
excelentes para satisfazer os
utentes?
UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
Será que estamos a fazer uma
utilização eficaz e eficiente dos
recursos?
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
25
Como se pode ver a figura nº11 representa uma estrutura tipo do modelo de BSC para o
Hospital sem Fins Lucrativos.
Os Hospitais estão repletos de informação. Informação esta que é necessária para a
Metodologia do BSC. Já existem muitas ferramentas complexas para se poder chegar ao
objetivo de edificação e disponibilização do BSC. A Infra-estrutura de SI adequado do
BSC deve ser vista como um meio de obter acesso e disponibilização de informação de
forma a reduzir a complexidade própria à aplicação do método. No mundo atual não
chega ter a estrutura física adequada às necessidades do mercado, são necessários,
outros atributos para que seja garantida a competitividade da empresa. O BSC é a
melhor maneira de alinhar as estratégias e a estrutura, qualquer plataforma da empresa
pode utilizar os conceitos principais, para alavancar o desempenho da sua área, Kaplan
e Norton (2006a).
Existem várias vantagens associadas à Infra-estrutura de SI adequado do BSC. Estas
aplicações em suporte eletrónico além de permitirem gerir a informação necessária à
gestão de desempenho proporcionada pela implementação do BSC, elas permitem ainda
que através dos Mapas Estratégicos se possa visionar a estratégia da organização
(Kaplan e Norton, 2006;Marr e Neely, 200316). Estas aplicações permitem também
(Kaplan e Norton, 2006;Marr e Neely, 2003)17: -Uma melhor comunicação uma vez que
vão ser vários os utilizadores; reduzindo o esforço necessário à gestão e
disponibilização dos scorecards. -Permitem a realização de análises estratégicas,
ajudando a identificar problemas de desempenho e as causas desses problemas.
A aplicação de Infra-estrutura de SI adequado do BSC é mais uma forma de análise e
tratamento da informação armazenada a somar á aplicação de BI (Lawson, Stratton,
e hatch, 2004)18, no entanto enfrentamos algumas limitações…De entre várias e a mais
importante para mim é que obtemos uma grande informação disponível no entanto não
conseguimos tirar de toda essa informação métrica os objetivos estratégicos a seguir.
16 Citados por Matos, Ramos (2009) 17 Citados por Matos, Ramos (2009) 18 Citados por Matos, Ramos (2009)
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
26
Sendo a Infra-estrutura de SI adequado fundamental na existência de informação; e
fazendo referência ao caso do Duke University Hospital (DUH), conforme é
referenciado no Capítulo 2.4,neste caso em análise, como em muitos outros Hospitais
existia informação sobre uma grande variedade de indicadores, mas permaneciam dois
problemas: -Excesso de informação não relevante, falta de informação relevante, -
Informação errada.
Assim este impacto negativo foi ultrapassado pela implementação de uma nova
aplicação informática, que permitiu fazer o registo Histórico clínico de cada paciente
bem como o acompanhamento financeiro de cada um.
Assim o BSC pode ser construído numa base fiável, sendo assim também possível obter
progressos no andamento das medidas definidas no mapa Estratégico.
Relativamente ao setor da saúde, mais concretamente os Hospitais Públicos, é objeto de
análise e estudos feitos por vários autores considerando este setor de difícil gestão. A
empresarialização dos hospitais em Portugal, surge como forma de beneficiar esta
gestão hospitalar considerada por todos tão difícil. Segundo Campos (2004) a
empresarialização nasce devido a privações crescentes de eficácia na gestão de serviços
de saúde. A empresarialização dos hospitais em Portugal teve como principal escolha o
caminho do desenvolvimento e a melhoria dos instrumentos de gestão destas
instituições, e que para tal recorreriam á utilização de ferramentas já implementadas no
setor privado.
Segundo Ribeiro (2004), a empresarialização era de extrema importância na aquisição
de uma maior eficiência no que diz respeito á afetação de recursos e na gestão da
capacidade existente da Performance na rede pública de cota de cuidados. Então vários
instrumentos da área da contabilidade e do controlo de gestão tinham que ser utilizados,
no sentido de vários impedimentos serem ultrapassados: falta de comunicação de
objetivos a atingir, reduzida maleabilidade e desordem na hierarquia, insuficiente
informação interna de base à gestão, o controlo dos gestores públicos sobre os fatores de
produção era diminuta, remuneração fixa, desligada do desempenho individual ou
colectivo, estabilidade de emprego (não constituía um incentivo à melhoria do
desempenho), (Campos, 2004).
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
27
Capítulo 3.O Processo Pós Implementação do Balanced Scorecard e os
elementos de apoio ao controlo de gestão Hospitalar.
Segundo Norton e Kaplan (1996a), para que o BSC seja uma ferramenta de
implementação estratégica e de gestão, no seu artigo Using the Balanced Scorecard as a
strategic Management System ; defendem o recurso a quatro novos modelos de
processos de gestão estratégica, conforme se pode visualizar na figura nº2. Clarificação
e Visão da Estratégia, Comunicação e Associação, Planeamento e Definição de Metas,
Feedback Estratégico e Aprendizagem. Segundo Norton e Kaplan (1996a); Butler,
Letza e Neale, 1997;Norreklit,2000;Jordan,Carvalho e Azevedo, 2009), estes quatro
processos ajudam na ligação dos objetivos estratégicos com as medidas de
Desempenho, combinando objetivos de longo prazo com objetivos de curto prazo,
fazendo assim nascer uma grande compatibilidade com a realização da estratégia e a sua
implementação, já com visão do caminho positivo a seguir e um resultado positivo no
pós implementação.
Para um melhor entendimento do que são os elementos de apoio ao controlo de gestão
Hospitalar (Os quatro processos de gestão Estratégica, bem como Infra-estrutura de SI
adequado), apresento a aplicação do BSC a um Hospital Pediátrico descrita Na literatura
de Matos, Ramos 2009 bem como a enfatização associada aos impactos que a literatura
associa ao BSC, e eventualmente os fatores que facilitam/restringem esses impactos.
Far-se-á pois uma breve discussão no setor da saúde; havendo um envolvimento geral
de vários autores que nos apontam impactos positivos e negativos resultantes de
investigações do Impacto do BSC sobre a performance empresarial.
Em 1992 o orçamento do DUH era de quatro milhões de Dólares, em 1996 era de onze
milhões, a administração do DUH teve de efetuar, cortes orçamentais, alguns
consideraram que a qualidade dos cuidados também tinha diminuído; os pais
reclamaram alguns profissionais demitiram-se. John Meliones (Na altura um dos
diretores clínicos do Hospital), concluiu que um dos problemas do seu Hospital era a
discordância dos objetivos entre a Administração, as direções de serviços clínicos e não
clínicos.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
28
Nesta unidade pediátrica são prestados cuidados intensivos neonatais e pediátricos,
serviços de Emergência, cuidados intermédios, unidade de transplantes, bem como as
sub-especialidades pediátricas.
A seguir passo a descrever “Impactos” do BSC e ”Fatores” que a eles conduziram.
3.1.Os quatro processos de gestão Estratégica e os impactos esperados do BSC, a
prazo.
3.1.1.Clarificar e Traduzir a Visão e a Estratégia
Este processo de clarificar e traduzir a Visão e a Estratégia ajuda os gestores de topo a
construírem um consenso, como Resultado do BSC a longo prazo, desde os gestores de
topo aos operacionais; e assim sendo objetivos e indicadores são articulados entre si, e
passam a ser entendidos e articulados entre os trabalhadores.
Voltando ao caso do DUH, conforme Matos, Ramos (2009) descreve, o Grupo Clínico
(médicos, Enfermeiros), tinha como objetivos a melhoria de saúde dos pacientes sem
olhar a valores. A administração tinha como objetivo evitar o aumento de custos. Claro
que o balanço entre Custo /Qualidade era difícil de obter e dai gerar conflitos entre os
vários grupos profissionais, perante tal facto era necessário cortar alguns cuidados,
camas…. John Meliones entendeu que a ferramenta a adotar seria o BSC; bem como em
simultâneo teria que pensar menos em termos de organização não lucrativa e mais como
uma empresa em que teria de obter resultados positivos.
Segundo (Kaplan e Norton, 1996a, 96c, 2001c)19, O BSC ajuda a Clarificar, traduzir e a
comunicar a visão e a estratégia, a toda a organização, baseando-se em elementos
concretos. Promove o consenso organizacional e apela a que a gestão de topo transmita
a sua visão através de conceitos e representações com significado para aqueles que vão
realizar a visão. O mapa da estratégia é o instrumento privilegiado para descrever a
estratégia de modo facilmente inteligível por toda a organização (Kaplan e Norton,
2006b). Estudos empíricos mostraram que, de facto, o BSC contribui para clarificar e
descrever a visão e a estratégia em termos operacionais (Ahn, 2001; Geuser et al., 2009;
19 Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
29
Ferreira, 2010)20 promovendo o consenso dos gestores executivos, em torno da
estratégia (Ferreira, 2010).
Depois de definida a Missão, no DUH, definiu-se o necessário para implementar o BSC:
Serviço Piloto (Unidade de cuidados intensivos pediátricos); Reestruturação da estrutura
Organizacional; Sistema de Informação adaptado;
O IMPACTO, causado pela clarificação a descrição da visão e da estratégia em termos
operacionais veio ajudar os gestores de topo a construírem um consenso, a longo prazo
desde os gestores de topo aos operacionais; e assim sendo objetivos e indicadores são
articulados entre si, e passam a ser entendidos e articulados entre os trabalhadores.
Conforme se pode concluir da Literatura.
3.1.2.Comunicar,Educar, Alinhar.
Este processo é muito importante para que se possa estabelecer uma ligação entre
objetivos globais e de departamentos.
A comunicação é muito importante para se conseguir um alinhamento estratégico como
resultado do BSC; sendo assim criado uma espécie de cumplicidade; entre os objetivos
globais da organização e os seus colaboradores; pelo que assim o BSC promove uma
série de condições para que todos os gestores tenham uma certa facilidade em transmitir
a Visão e a estratégia aos vários níveis operacionais, em benefício do sucesso da
Organização.
Podemos ver através destas definições que a principal preocupação de um Sistema de
Controlo de Gestão, baseia-se no comportamento dos indivíduos.
Uma Estratégia bem desenhada; objetivos bem definidos; objetivos transparentes e
claramente transmitidos aos colaboradores podem tornar-se obsoletos se os indivíduos
optarem por um comportamento inverso ao da organização, pelo que o SCG tem que ter
a capacidade de influenciar o comportamento dos trabalhadores e de alinhar os seus
interesses com os da organização; nem sempre é uma tarefa fácil, apesar de a influência
ser no sentido positivo nem sempre os indivíduos a entendem, pelo que cabe ao SCG,
20
Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
30
fazer ver que todos têm que estar alinhados no mesmo objetivo de fazer sobreviver a
Organização em que vivem.
Os gestores devem, através do SCG; influenciar, convencer, vários membros da
organização para que estes implementem as suas estratégias (Anthony e
Govindarajan;2003).
No caso dos Hospitais este aspeto é muito importante; pois o cruzamento diário de
profissionais com formações diferentes e motivações diferentes são imensos. Alinhar os
objetivos de todos estes setores com os objetivos do hospital não é tarefa fácil.
Voltando ao caso do DUH, conforme Matos et. al (2009,p.76) descreve , o Grupo
Clínico (médicos, Enfermeiros),tinha como objetivos a melhoria de saúde dos pacientes
sem olhar a valores. A administração tinha como objetivo evitar o aumento de custos.
No âmbito da reorganização do serviço, no DUH um Administrador e um diretor
médico partilham a responsabilidade das diferentes Unidades, o conceito de grupo
profissional (médicos, enfermeiros) foi abandonado.
Estas equipas estabeleciam protocolos perante as diferentes patologias que eram
comunicadas aos familiares dos pacientes. Comunicar educar e alinhar a estratégia com
todos os colaboradores levam a resultados positivos no DUH. Um dos impactos
positivos resultantes da implementação do BSC no DUH, e pelo facto de a nova
estratégia fazer o ensino mais cedo na recuperação da criança, conforme Matos et. al
(2009,p.79) descreve”… os bebés submetidos a cirurgia cardíaca tinham problemas
relacionados com a alimentação e era preciso ensinar os pais a lidar com essa situação” ,
levando os pais a participar mais cedo, conduziu , a recuperação mais rápida, alta
hospitalar mais cedo, e redução de custos com internamento em 28%.O BSC dá
indicações sobre como a organização procura realizar os objetivos dos vários
stakeholders. Aqui podemos ver nitidamente o processo de causa e efeito.
Um BSC bem arquitetado comunica a estratégia a toda a organização e alinha os
objetivos departamentais e individuais aos objetivos estratégicos de longo prazo
(Kaplan e Norton, 1996a, 96c,2006c)21.
21 Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
31
O processo de construção do BSC deve garantir que o BSC seja devidamente divulgado
e os seus utilizadores recebam toda a informação necessária à sua utilização. Segundo
(Kaplan e Norton, 1996a) os objetivos e indicadores departamentais ou individuais tem
que estar definidos e estar alinhados com os objetivos estratégicos e, que o sistema de
recompensas esteja ligado aos indicadores de performance do BSC (Kaplan e Norton,
1996a).
No exemplo do Hospital DUH o impacto em termos da Comunicação e alinhamento foi
positivo, no entanto alguns investigadores nesta área refutam este impacto positivo, por
exemplo da Literatura podemos constatar que o estudo de Buhovac e Slapnicar (2006)22
não confirma a relação entre a adoção do BSC e a melhoria da performance financeira.
Este estudo induz-nos ao conceito de que sistemas de medição de desempenho,
garantem um bom alinhamento à estratégia e que são suportados por mecanismos de
controlo eficazes podendo melhorar a rentabilidade da empresa. Empresas com sistemas
de medição de performance com fraco alinhamento à estratégia e ao sistema de
incentivos parecem criar entraves à melhoria da performance financeira.
O estudo de caso de Ahn (2001) descobriu que o BSC ajudou a empresa a comunicar a
estratégia a toda a organização. A estrutura coerente do BSC e o elo entre as acções e os
objectivos estratégicos permitiram que os colaboradores entendessem os objectivos
estratégicos e que assimilassem a seu tributo para a realização daqueles (Ahn, 2001:
457)23.
No mesmo ano, Malina e Selto publicaram os resultados de uma investigação onde
concluem que o BSC promove o desenvolvimento, a comunicação e a implementação
da estratégia. Encontraram certeza de que os gestores reordenam as suas laborações e
recursos com vista a aperfeiçoar o desempenho medido pelo BSC e que os gestores
Confiam que melhorando a performance medida pelo BSC melhoram também a eficácia
e rentabilidade do seu negócio.
Muitos investigadores relatam os benefícios que o BSC tem para o alinhamento dos 22 Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues 23 Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
32
Objetivos, designadamente, através das relações de causa e efeito que estabelece (Ahn,
2001; Lipe e Salterio, 2002), e Banker et al. (2000)24 encontraram relevo empírico sobre
a relação entre os indicadores não financeiros e o impacto na performance financeira,
referindo a firmeza dos seus resultados com o modelo do BSC.
Dos quatro processos de gestão, suportados pelo BSC, este será possivelmente aquele
que mais sentido tem recebido por parte da investigação.
Uma boa parte da investigação sobre BSC tem procurado validar o BSC enquanto
instrumento de comunicação e alinhamento organizacional.
Uma parte desses estudos concluem que o BSC ajuda a comunicar e a implementar a
estratégia (Ahn, 2001;Epstein e Manzoni, 1998; Malina e Selto, 2001; Mooraj et al.,
1999; Ferreira, 2010; Wijn e Veen-Dirks, 2002)25, enquanto outros estudos apontaram
que o BSC nem sempre é a ferramenta mais adaptada para apoiar os gestores no
processo de implementação da estratégia (Butler et al., 1997).
O IMPACTO positivo através da comunicação em simultâneo com a educação bem
como o alinhamento, da estratégia a toda a Organização resultou na obtenção de
consensos e compromissos entre os diversos níveis da Organização. Foi conseguido um
alinhamento estratégico. Conforme se pode concluir da Literatura.
3.1.3.Planear e Definir Metas.
O BSC tem que incluir não apenas os tradicionais objetivos financeiros, como também
metas para os indicadores não financeiros, de acordo com as perspetivas em causa.
Assim sendo segundo, (Jordan, Carvalho e Azevedo, 2009), metas e iniciativas
estratégicas de curto prazo e respetivos indicadores em cada uma das quatro perspetivas
do balanced scorecard, podem e devem constituir o quadro de referência para afetação
de recursos e a orçamentação como resultado do BSC.
24
Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues 25
Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
33
O Balanced Scorecard é pois uma ferramenta que tem como base as quatro perspetivas,
e para cada uma delas é necessário definir metas planear, para assim se poder atingir
objetivos mensuráveis.
Segundo Anthony e Govindarajan, 2003; o planeamento estratégico corresponde ao
processo de decisão sobre os programas que a organização irá procurar concretizar no
decurso dos próximos anos, para implementar as suas estratégias, e os recursos
associados àqueles programas.
Nos hospitais-empresa, o planeamento é realizado através do plano de negócios, que é
acordado com a administração regional de saúde (ARS) e válido por um terminado
período geralmente 3 anos.
O planeamento das empresas é da responsabilidade da Direção Geral envolvendo
grande capacidade de julgamento. Este processo segundo Jordan, H., J.C.Neves e
J.A.Rodrigues (2009), envolve as seguintes fases: -Informação; -Formulação de
alternativas estratégicas; -Avaliação das alternativas; -Decisão.
Voltando ao caso do Hospital DUH, o primeiro passo para se poder definir metas e
alinhar iniciativas, foi a criação no DUH de um grupo de trabalho multidisciplinar em
que médicos e Enfermeiros diziam quais os seus objetivos, e ao mesmo tempo se
confrontavam com dificuldades Financeiras que o DUH atravessava.
No caso do DUH grandes objetivos emergiram: -Obter elevado grau de satisfação dos
utentes; -Prestar cuidados de qualidade de saúde alinhando iniciativas; -Reduzir a
demora média do utente no Hospital; -Reduzir o custo por doente (o custo era de 15.000
dólares por doente).
Segundo Kaplan e Norton (1996a), a definição de metas para os indicadores financeiros
e não financeiros do BSC divulga o processo orçamental, incorporando neste a
componente financeira dos objetivos estratégicos.
Simons (2000), faz salientar o papel da estratégia, ao considerar que os Sistemas de
Controlo de Gestão:”Ajudam os gestores a prosseguir a implantação da estratégia de
negócio; através do confronto entre os resultados efetivos e os objetivos e metas
estratégicos”
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
34
No mesmo sentido, Otley (1999) diz que” uma organização que apresenta um bom
desempenho é aquela que atinge com sucesso os seus objetivos , ou seja, aquela que
implementa efetivamente uma estratégia adequada”
Relativamente a este processo de planear e fixar metas, havia a necessidade de integrar
o plano de negócios com o orçamento anual. Inicialmente os programas de melhoria
exigiam a existência de recursos disponíveis, era pois difícil articular objetivos
designados com os recursos financeiros existentes implícitos no orçamento anual.
O BSC demonstrou de imediato nos primeiros anos a capacidade para resolver este
problema -Os gestores começaram a basear-se nas metas e indicadores do Scorecard,
para por ao dispor recursos no orçamento, assim os gestores conseguiam coordenar e
financiar iniciativas, estas iniciativas traduzem-se em ações que visam melhorar os
níveis de eficiência dos processos críticos para o sucesso da estratégia. Desta forma, o
BSC, iniciativas estas dirigidas para objetivos de médio/longo prazo.
Segundo (Ahn, 2001; Atkinson, 2006; Kaplan e Norton, 2001c; Mooraj et al., 1999;
Otley, 1999)26 a investigação sobre a forma de integrar o BSC com as outras
ferramentas de gestão é reduzida, e as opiniões dividem-se.
Kaplan e Norton (1996a, 2001c) defenderam que uma adequada conceção do BSC força
à incorporação entre o planeamento estratégico e o processo de orçamentação, podendo
mesmo mudar o orçamento.
Coerente com Kaplan e Norton, Ahn (2001) argumenta que o BSC deve substituir e
não complementar os outros mecanismos de controlo de gestão, incluindo o orçamento.
Por seu lado, Otley (2001) argumenta que o BSC não substituiu por completo todos os
outros mecanismos de controlo, defendendo até que um dos desafios, nesta matéria,
passará por avaliar a forma como o BSC pode ser “combinado” com os restantes
instrumentos de controlo.
26
Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
35
Segundo (Kaplan e Norton, 1996a) o método de planeamento da responsabilidade do
BSC, está finalizado quando as metas se encontram definidas pelos gestores e outros
para os objetivos considerados nas múltiplas perspetivas do BSC; os gestores
identificaram as iniciativas estratégicas e afetaram-lhe os recursos; traduziram as metas,
as iniciativas e a afetação de recursos no processo orçamental; e, definiram os
milestones para os objetivos do BSC que representarão o grau de progresso esperado
para a realização dos objetivos estratégicos.
A partir daqui, compete aos gestores executar, adaptar e aprender. Não obstante a
literatura prescritiva, a investigação sobre a forma e a eficácia do desdobramento dos
objetivos e iniciativas estratégicas para os níveis operacionais é escassa (Ahn, 2001;
Decoene e Bruggeman, 2006)27.
O IMPACTO, resulta muito positivo pela obtenção de a afetação de recursos ter vindo a
evoluir no sentido de ser mais fácil; da sua simplicidade o que torna mais fácil a sua
monitorização e da perceção das pessoas. Os BSC dos departamentos têm vindo a
evoluir em termos de simplicidade, mas simultaneamente mais rigorosos, mais
transparentes e mais fáceis de serem acompanhados. Conforme se pode concluir da
Literatura.
3.1.4.Feedback estratégico e Aprendizagem.
Segundo Norton e Kaplan “o processo de gestão deve recolher dados sobre a
estratégia,testando-a, refeletindo sobre se a estratégia está a desenrolar-se à Luz dos
novos desenvolvimentos e solicitando ideias a todos os membros da organização àcerca
das oportunidades ,opções estratégicas e suas direções”.(Jordan, Carvalho e Azevedo,
2009).
O BSC permite definir o processo de Aprendizagem e Crescimento implementa a
estratégia sobre as relações causa efeito, de acordo com os resultados desejados,
podendo assim ajudar a reformular novas metas, assegurando assim uma melhoria
contínua da organização como resultado do BSC a longo prazo.
27
Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
36
A avaliação do desempenho, tem por base a direcção entre os proveitos pessoais dos
indivíduos e os objetivos da organização. Para que seja conseguido a organização deve
estar relacionada com um sistema que adote a definição de prémios e de incentivos;
para tal é necessário atuar sobre os colaboradores de três formas: -Informação; -
Motivação; -Remuneração; (Merchant e Van der Stede, 2003).
A informação vai ajudar os colaboradores a identificar sinais importantes a que tem que
estar atentos como os custos, a qualidade e o atendimento aos clientes. A motivação dos
colaboradores também é muito importante, deve funcionar como um estímulo; por
vezes a capacidade de se aguentar o stress dos tempos, como entrega de encomendas
muito apertadas, bem como certas prestações de serviços com elevada sobrecarga,
implica um esforço adicional por parte dos colaboradores, em que é necessário que haja
um estimulo uma motivação, e esta situação refelete-se também naqueles colaboradores
mais dedicados. Quanto à remuneração, vai ser permitido definir um pacote salarial, que
pode ser repartido por uma base fixa e outra variável, de acordo com o desempenho
mostrado.
O Modelo de Avaliação de Desempenho e logo o sistema para a definição de prémios e
incentivos tem de ser capazes de: Jordan et al(2009,p.393)
-“Conciliar o Desempenho individualcom o desempenho grupal e organizacional”
-“Incorporar medidas financeiras e não financeiras”
-“Alinhar o comportamento das pessoas com a estratégia da organização”
-“Criar uma cultura de empresa que tenha respeito pelos factos e de uma procura de
melhoria contínua”
Voltando ao caso do Hospital DUH, depois deste grupo Multidisciplinar, ter definido
Metas pondo-as em prática vem o Feedback estratégico e Aprendizagem;
A tarefa de se rever os casos cujo custo tinha sido mais elevado foi levada a cabo por
uma equipa multidisciplinar, focaram-se pois na perspetiva Financeira, depois de uma
visão partilhada por todos estes colaboradores, concluíram que havia um grande número
de pacientes que permanecia mais tempo na unidade de cuidados intensivos do que era
necessário.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
37
“Eram doentes que ainda não estavam preparados para passar para as normais unidades
de internamento, cujo custo por doente é de 700 dólares por dia e rácio de enfermeiros
era de 1 para cada 5 doentes; mas também já não era necessário estar na unidade de
cuidados intensivos em que o rácio de enfermeiros era de 1 para 2 doentes e o custo por
dia era de 1700dolares.” Matos et. al (2009,p.80)
Então a visão partilhada pelo grupo Multidisciplinar levou à criação de uma unidade de
cuidados intermédios em que o custo por dia era de 1200 dólares rácio era de 1para3,e
os pais e familiares podiam passar mais tempo com os utentes; este grupo observou que
a interatividade entre pacientes e familiares levou à redução do tempo de internamento;
e por consequência uma redução de recursos financeiros; aqui se vê mais uma relação
de causa e efeito entre as perspetivas do BSC.
John Meliones Retira Do Feedback estratégico e Aprendizagem as seguintes
conclusões:”-A satisfação dos utentes subiu 18%, -A melhoria dos processos internos
permitiu uma redução do tempo médio de internamento em 1,8 dias, bem como uma
redução de reinternamentos de 7% para 3%., -O custo por dia do doente internado
desceu cerca de 5000dolares, -A satisfação dos clientes cresceu cerca de 45%. -No final
do ano 2000, o DHU tinha como nova Meta expandir a utilização do BSC a todo o
Hospital.”Matos et al. (2009,pp.80-81).
Segundo (Kaplan e Norton, 1996a), este quarto processo estratégico - feedback e
aprendizagem - responde às ameaças e oportunidades colocadas permanentemente pelo
ambiente externo às empresas (no nosso caso o Hospital).
Este quarto processo promove o desenvolvimento de um ciclo de aprendizagem que
produz mudanças nos pressupostos e teorias sobre as relações de causa e efeito. Este
processo é designado pela literatura de gestão como “ciclo duplo de aprendizagem”
(Kaplan e Norton, 1996a; Wijn e Veen-Dirks, 2002).
Segundo (Kaplan e Norton, 1996a), o BSC comporta três elementos essenciais à
aprendizagem estratégica:
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
38
- O BSC explica, através do mapa estratégico, a visão e a estratégia da organização e
articula as ações operacionais com os objectivos estratégicos, através de relações de
causa e efeito que constituem a suposição estratégica;
- O BSC proporciona feedback estratégico na medida em que dá informação estruturada
e compreensível que permite testar, validar e rever a hipótese estratégica, subjacente ao
mapa da estratégia. A definição de metas e de milestones para objetivos de longo prazo,
que estão integrados no processo de planeamento, permitirá que os gestores sigam o
nível de realização dos objetivos mas também as relações entre as alterações verificadas
nos produtores de performance e as alterações verificadas nos resultados pretendidos;
- O BSC facilita o processo de revisão estratégica – o modelo causal entre geradores de
performance e objetivos permite que os gestores avaliem periodicamente a validade da
hipótese estratégica e a qualidade da sua execução.
De acordo com os autores, o BSC contribui para a aprendizagem organizacional porque
dá a possibilidade aos gestores de testarem e reverem a sua hipótese estratégica descrita
no modelo causal. Por sua vez, Wijn e Veen-Dirks (2002), suportando-se no trabalho de
Norreklit (2000), argumentam que o BSC não pode ser usado para controlo estratégico
uma vez que não é capaz de dar feedback adequado sobre a forma como a estratégia está
a ser executada.
Os resultados do estudo de Ferreira (2010) sugerem que a metodologia do BSC facilita
Aprendizagem estratégica sobre a organização; e que o feedback para revisão da
estratégia decorre do conhecimento e interpretação do modo como decorreu a execução
das estratégias anteriores e da validação do nível de coerência entre os objectivos,
iniciativas, diretrizes e perspetivas. O mesmo estudo conclui que o uso do BSC
incorpora aspetos formais e informais, em especial, na definição e monitorização dos
objetivos das equipas descentralizadas.
O IMPACTO resultante do Feedback estratégico e Aprendizagem é muito positivo, na
medida em que dá informação estruturada e compreensível que permite testar, validar e
rever a hipótese estratégica, promove o desenvolvimento de um ciclo de aprendizagem
que produz mudanças nos pressupostos e teorias sobre as relações de causa e efeito. O
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
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BSC vai crescendo é um caminho de melhoria contínua. Uma melhoria contínua da
organização. Conforme se pode concluir da Literatura.
Potenciais Impactos.Quanto as vantagens por si só as quatro perspetivas do BSC,
reúne-as a todas em apenas uma só, é pois a vantagem de auxiliar os gestores a
organizarem virtualmente a quantidade elevada de cálculos de desempenho incluídas no
BSC.
Segundo (Kaplan e Norton, 2004), as medidas estratégicas não são apenas indicadores
de Performance em quatro perspetivas sem relação alguma, elas são pois um conjunto
de de relações de causa e efeito entre os objetivos das quatro perspetivas.
Segundo (Johnsen, 2001), esta ferramenta é utilizada nas organizações públicas, pela
sua transparência, melhoria de desempenho e responsabilidade, podendo ser discutidos
e selecionados indicadores de forma mais variável.
3.2. Os quatro processos de gestão Estratégica como fatores potenciadores dos
impactos esperados do BSC, a prazo.
3.2.1.Clarificar e Traduzir a Visão e a Estratégia.
O FATOR - Clarificar e traduzir a visão e a estratégia deve ser visto como um meio de
obter a formação em conjunto seguida de reuniões individuais com cada um dos
Departamentos/Serviços permitindo grande comprometimento de todos os envolvidos.
Sendo o IMPACTO resultante deste fator a obtenção de consensos e compromissos
entre os diversos níveis da Organização.
3.2.2.Comunicar,Educar, Alinhar.
O FATOR – Comunicar Educar Alinhar deve ser visto como meio de obter uma espécie
de cumplicidade entre os objetivos globais da organização e os seus colaboradores.
Sendo o IMPACTO resultante deste fator a obtenção da promoção e o desenvolvimento,
a comunicação e a implementação da estratégia. Os gestores reordenam as suas
laborações e recursos com vista a aperfeiçoar o desempenho medido pelo BSC e que os
gestores, confiam que melhorando a performance medida pelo BSC melhoram também
a eficácia e rentabilidade do seu negócio.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
40
3.2.3.Planear e Definir Metas.
O FATOR – Planear e Definir Metas deve ser visto como meio de obter a alocação de
recursos. Os gestores identificam as iniciativas estratégicas e afetam-lhe os recursos.
Definem as metas, as iniciativas e a afetação de recursos no processo orçamental; e,
definem os milestones para os objetivos do BSC que representarão o grau de progresso
esperado para a realização dos objetivos estratégicos. Sendo o IMPACTO resultante
deste fator a obtenção de metas e indicadores do Scorecard, para por ao dispor recursos
no orçamento, assim os gestores conseguiam coordenar e financiar iniciativas, estas
iniciativas traduzem-se em ações que visam melhorar os níveis de eficiência dos
processos críticos para o sucesso da estratégia. Desta forma, o BSC, conduz a iniciativas
estas dirigidas para objetivos de médio/longo prazo.
3.2.4.Feedback estratégico e Aprendizagem.
O FATOR – Feedback estratégico e Aprendizagem deve ser visto como meio de obter
formações frequentes bem como obtenção de melhoria contínua da qualidade, houve
pois um maior enfoque para a sensibilização dos processos, circuitos, o que se tem
traduzido numa melhoria contínua nos serviços. Sendo o IMPACTO resultante deste
fator a informação vai ajudar os colaboradores a identificar sinais importantes a que tem
que estar atentos como os custos, a qualidade e o atendimento aos clientes. Este impacto
sugere que a metodologia do BSC facilita a Aprendizagem estratégica sobre a
organização; e que o feedback para revisão da estratégia decorre do conhecimento e
interpretação do modo como decorreu a execução das estratégias anteriores e da
validação do nível de coerência entre os objectivos, iniciativas, diretrizes e perspetivas.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
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Capítulo 4.Metodologia.
A metodologia dos objetivos da Investigação tem como suporte um estudo de caso
(Entrevistas não formais) e Revisão da Literatura. Seguiu-se a seleção dos grupos
profissionais, formulou-se as questões a investigar e definitivamente elaborou-se o
questionário. Após a elaboração do questionário procedeu-se, á recolha de dados,
organização dos mesmos de acordo com o pretendido, seguindo-se um estudo dos
mesmos. Por fim veio a obtenção dos resultados suas interpretações e conclusões.
Duas entrevistas Piloto foram entretanto realizadas. Uma no dia 6 de Dezembro de 2012
com a responsável pelo Planeamento e controlo de Gestão e outra no dia 18 de
Dezembro de 2012 com a responsável pela implementação do BSC.
Na reunião tida com a responsável pela implementação do BSC, foi-me sugerido o
grupo de profissionais com quem deveria falar sendo eles:
-Dois elementos do Conselho de Administração envolvidos na implementação do BSC,
na ULS.
-O responsável pela implementação do BSC.
-Seis elementos do Conselho de Gestão de Departamentos Clínicos envolvidos na
implementação do BSC.
-Três elementos de Direções de Serviços não clínicos envolvidos na implementação do
BSC.
Nesta reunião de forma genérica falei nas questões que pretendo desenvolver junto dos
grupos profissionais. Foi-me sugerido que este estudo fosse feito durante os meses de
Janeiro e Fevereiro de 2013 devido a uma maior disponibilidade por parte dos grupos
profissionais em colaborarem neste estudo, no entanto devido a fatores exogenos o
estudo estende-se pelo semestre. Foi feito em simultâneo a recolha de dados através de
inquéritos bem como a Consulta Bibliográfica.
No dia 27 de Dezembro de 2012 foi enviada uma carta ao Presidente do Conselho de
Administração da ULS de forma a formalizar o pedido de colaboração por parte do
grupo de profissionais envolvidos na implementação do BSC.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
42
Enviei algumas questões à Responsável pela implementação do BSC para que esta as
pudesse analisar e posteriormente passar à sua validação.
“Passo a acrescentar que me foi dado hoje conhecimento da autorização para a
realização do estudo em causa no Hospital …. . (7 de Janeiro de 2013) “Plano de
Dissertação (2012) I.H.Pinto
4.1.Porquê um caso?
Na fase teórica deste trabalho e no método de Investigação adotado (Estudo de Caso),
será realizado um Estudo de Caso baseado numa metodologia qualitativa e
interpretativa para desenvolver a presente investigação do tipo Ilustrativo (como é
produzido conhecimento através de evidências); segundo as tipologias propostas por
Keating (1995)28e Otley e Berry (1998), dado que se pretende utilizar a teoria existente
do BSC bem como sistemas de controlo de gestão, para se analisar o impacto da pós-
implementação do BSC neste HP. Optou-se pelo estudo de caso pelas vantagens
oferecidas na análise de uma organização. Torna-se assim mais fácil descrever,
explorar, explicar obter conhecimento através de Evidencias que ficam disponíveis
acerca do fenómeno estudado; isto é a assimilação do BSC após a sua implementação
numa Instituição Publica como é o HP.
Geralmente, os estudos de caso são a estratégia preferida quando se colocam questões
do tipo “como” e “porquê”, enquadrados em acontecimentos atuais e sobre os quais se
verifica a inexistência de controlo/manipulação dos investigadores sobre os mesmos
(Yin, 2003).No âmbito da metodologia adotada aquando de um estudo de caso efetuado
em Portugal a uma empresa do sector financeiro, as autoras inequivocamente
defenderam “face ao tipo de questões principais para investigação sobre “Porquê” e
“Como” foi implementado o ABC no banco Alfa, …, o método escolhido para este
estudo foi o case study de acordo com as condições de Yin sobre o tipo de research
questions –“How” e “Why” …” (Major & Carvalho, 2009). Yin identifica as situações
relevantes para diferentes estratégias de investigação de acordo com a tabela que se
segue:
28
Keating (1995) indica quatro tipos de estudos de caso. Para Otley e Berry (1998), existem quatro tipos de estudo de caso: exploratórios, críticos, ilustrativos e acidentais.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
43
Tabela nº5 - Situações relevantes para diferentes estratégias de investigação.
Situações relevantes para diferentes estratégias de investigação
Estratégia Forma da questão da investigação Exigência de controlo sobre eventos
comportamentais
Focaliza acontecimentos
contemporâneos
Experimental Como, porquê? Sim Sim
Levantamento de dados Quem, o quê, onde, quantos, quanto? Não Sim
Análise de Arquivos Quem, o quê, onde, quantos, quanto? Não Sim/Não
Pesquisa Histórica Como, porquê? Não Não
Estudo de Caso Como, porquê? Não Sim
Fonte: Adaptado de Yin (2003)
O estudo de caso como estratégia de investigação é abordado por vários autores, como
Yin (1993 e 2005), Stake (1999), Rodríguez et al. (1999), entre outros, para os quais,
umcaso pode ser algo bem definido ou concreto, um grupo ou uma organização, mas
também pode ser algo menos definido ou mais abstracto como, programas, processos de
implementação ou mudanças organizacionais , envolvendo grandes decisões..
Uma estratégia de pesquisa várias vezes utilizada é aquilo a que chamamos de Estudo
de caso. Pode afirmar-se que é a estratégia mais utilizada quando se pretende conhecer o
“como?” e o “porquê?” (Yin, 1994). Estas questões são explicativas e tratam de relações
Operacionais que ocorrem ao longo do tempo; mais do que frequências ou incidências.
De acordo com Yin (1989), o Estudo de Caso deve ser utilizado, quando queremos
estudar algo contemporâneo, em situações em que os comportamentos não podem ser
manipulados, mas onde podemos fazer observações em campo diretas e Entrevistas
sistemáticas. Optou-se por um Estudo de caso, primeiro porque o tempo era escasso
para se efetuar mais do que um estudo de caso com relevância significativa e uma
abordagem suficiente é preferível ter apenas um estudo de caso profundo e completo do
que dois estudos de caso incompletos, segundo porque conduzir dois casos é menos
abrangente do que conduzir um. Assim fez-se um estudo de caso mais exaustivo em vez
de dois ou três, mais superficiais. Quanto às vantagens da Investigação,as vantagens
colhidas na investigação pela utilização do método estudo de caso, segundo Yin (1994),
são: método que produz informação de fácil entendimento, o que facilita a compreensão
e comunicação; foca pontos únicos que se perderiam num estudo de escala mais
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
44
alargada; relata pormenorizadamente a situação em estudo, o que proporciona uma
maior compreensão da realidade e, finalmente, pode ser implementado por um único
investigador.Assim sendo haverá uma maior aproximação à realidade dos dados; apesar
do problema da interferência. Segundo (Fragoso, 2004) é necessário analisar a
interferência produzida e inclui-la na investigação, mais do que negligencia-la ou
considera-la nula. No que diz respeito às limitações aquela que parece ser mais
importante é a que nos chama atenção para os resultados da investigação (observações e
explicações das observações); afirmando-se assim que estes não podem ser
generalizados a outros casos (Otley e Berry, 1998).
Falta de rigidez e excesso de enviesamento (Amaratunga e Baldry, 2001), é uma critica
bastante usual sendo frequentemente identificados como não sendo capazes de afastar a
falta de validade e fiabilidade29 (McKinnon, 1988) dos critérios de investigação.
Como é referido por Humphrey e Scapens (1996), nenhum investigador de um estudo
de caso pode afirmar que realizou uma análise objetiva dos acontecimentos. De acordo
com os autores citados, um estudo de caso não é mais do que a representação subjetiva
do sistema social em estudo. Um outro qualquer investigador obteria um conjunto
diferente de conclusões Humphrey e Scapens, 1996).
McKinnon (1988) identifica quatro tipos de ameaças à validade e à fiabilidade que
se encontram presentes num estudo de caso : efeitos causados pelo observador,
enviesamento do observador, limitações de acesso à informação e complexidades e
limitações da mente humana.
No que se refere aos efeitos causados pelo observador, o autor refere que a presença do
Investigador conduz os participantes a transformarem o seu comportamento bem como
os seus diálogos, levando à observação de um cenário diferente daquele que seria
natural sem a sua presença.
29
De acordo com SYKES (1990), a palavra validade é usada numa grande diversidade de sentidos nas discussões sobre a pesquisa quantitativa. A mais importante superioridade está no seu uso, como referindo-se ao tipo e precisão da informação, obtida de amostras individuais, sejam elas indivíduos ou grupos e a avaliação da validade deve ser feita à luz do propósito do trabalho de investigação. A fidedignidade diz respeito à firmeza dos dados (SYKES, 1990) e à repetição dos resultados, em que se repete os mesmos procedimentos em situação semelhante, ou seja, Validade Teórica - os métodos de recolha de dados têm validade teórica quando os seus procedimentos são fundamentados em termos de teorias Estabelecidas como as Psicológicas, Sociológicas etc. (SYKES, 1990).
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
45
O enviesamento do observador resulta do facto daquilo que o investigador observa ou
ouve, podendo não corresponder exatamente à realidade, ou seja, a maneira como o
investigador regista, calcula e considera os factos é influenciada por aspetos como a sua
cultura e formação (McKinnon, 1988). O investigador não é um observador neutro mas
sim um participante ativo na construção do estudo de caso (Humphrey eScapens, 1996).
O terceiro tipo de ameaças – limitações de acesso à informação – deriva do pouco
tempo que é passado na organização e de limitações de acesso criadas pela própria
organização.
Finalmente, as complexidades e limitações da mente humana são originadas por dois
aspetos:
-Os entrevistados podem deliberadamente transmitir uma imagem para o exterior que
não corresponde à realidade dos factos.
-Os próprios entrevistados, mesmo querendo transmitir a realidade, estão sujeitos às
limitações da mente humana; para além de não conseguirem recordar de tudo, da
mesma forma que o investigador, têm os seus próprios enviesamentos que se vão
reproduzir nas suas ideias e opiniões (McKinnon, 1988).
Como é apontado por Patton e Appelbaum (2003), além da subjetividade do
Investigador, o problema do enviesamento ou falta de rigor também advém da
subjetividade de quem o informa ; fontes de informação a que o investigador recorre
para compreender o caso.
4.2.Como conduzi um caso?
No que diz respeito á escolha da organização o primeiro contacto informal foi feito
através de duas entrevistas Piloto,uma no dia 6 de Dezembro de 2012 com a responsável
pelo Planeamento e de controlo de Gestão e outra no dia 18 de Dezembro de 2012 com
a responsável pela implementação do BSC.Como já foi referido atrás ,no dia 27 de
Dezembro de 2012 foi enviada uma carta ao Presidente do Conselho de Administração
da ULS de forma a formalizar o pedido de colaboração por parte do grupo de
profissionais envolvidos na implementação do BSC.A autorização para a realização do
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
46
estudo em causa foi-me transmitido a 7 de Janeiro de 2013.Após a marcação das
entrevistas ; a recolha de dados através destas começaram em 29 de Abril de 2013.
Tabela nº 6-Dinâmica operacional de recolha de dados
Entrevistados Datas das
Entrevistas
Conteúdos da
entrevista Entrevistas Respostas Datas das Respostas
A membros do CA
Presidente do CA 26/06 Às 10h30 A 30 MINUTOS Gravação
26 De Junho de 2013
17:20
Vogal executivo do CA 29/04 Às 11h00 A 45 MINUTOS Gravação 3 De Junho de 2013 15:20
Ao responsável pelo projeto do BSC
Gabinete de contratualização S/Marcação B
Correio
eletrónico 14 De Maio de 2013 10:41
Seis elementos do Conselho de Gestão
de Departamentos Clínicos envolvidos
na Implementação do BSC
-Administradora do Departamento de
Ambulatório S/Marcação C
Correio
eletrónico 29 De Maio de 2013 17:07
-Diretor do Departamento de Medicina. 07/05 Às 09h30. C 15 MINUTOS
Correio
eletrónico 8 De Maio de 2013 01:13
-Administradora do Departamento de
Medicina 07/05 Às 11h00 C 15 MINUTOS
Correio
eletrónico
18 De Junho de 2013
18:04
-Administrador do Departamento de
MCDT 02/05 Às 15h00 C 45 MINUTOS Gravação 3 De Junho de 2013 15:24
-Administradora do departamento de
Emergência e Medicina Intensiva 02/05 Às 15h45 C 35 MINUTOS
Correio
eletrónico 13 De Maio de 2013 12:11
-Administradora do Departamento de
Cirurgia 07/05 Às 10h15. C 30 MINUTOS
Correio
eletrónico
19 De Junho de 2013
18:15
Três elementos de direções de serviços
não Clínicos
- Diretora de Serviço de Esterilização
Central 29/04 Às 10h00 D 45 MINUTOS Gravação 3 De Junho de 2013 15:28
-Diretora de Serviços De Instalação e
Equipamentos 07/05 Às 09h00. D 30 MINUTOS
Correio
eletrónico 7 De Maio de 2013 10:16
-Diretor de Serviço De Compras e
Logística 07/05 Às 11h30 D 45 MINUTOS Gravação 3 De Junho de 2013 15:31
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
47
Fonte:Criação Própria
Breve descrição dos conteúdos das Entrevistas:
A- Como era o SCG antes do BSC; de onde surge a Ideia da implementação do
BSC? Aspetos no processo de implementação; Quais os resultados positivos e
negativos após a implementação do BSC.
B- Como era o SCG antes do BSC; Existia sistema de avaliação de desempenho? O
plano operacional e estratégico; Como era realizado o orçamento. Planeamento
para a implementação do BSC. Quem teve formação. Áreas prioritárias de
implementação. Reestruturação da organização. O CA teve papel promotor do
BSC? Definição/Identificação de indicadores na implementação; dificuldade na
medição; Em que é que o BSC alterou o Controlo de Gestão? Houve mudanças
no Sistema de Informação?
C- Características e impacto no uso da Metodologia; Foi fácil aprender a nova
Metodologia? Promoção de ações de formação? Consensos e compromissos
entre os diferentes níveis de organização, foram garantidos? Houve barreiras por
parte das pessoas? O BSC veio clarificar o consenso das várias estratégias
organizacionais? As quatro perspetivas oferecem aos gestores intermédios uma
metodologia para a tomada de decisão? Existe algum serviço do departamento
que não esteja a utilizar o BSC? Existe algum incentivo para o melhor
desempenho Qualidade Organizacional da Instituição; O BSC foi um sucesso?
Insucesso? Porquê? Qual o impacto que o BSC teve na Qualidade
Organizacional da Instituição?
D- Todas as questões do grupo C e ainda as seguintes: Responsabilização de
resultados obtidos; culpabilização do tempo gasto na implementação do BSC? O
BSC e as perspetivas Financeira; Clientes; Processos internos de Aprendizagem
e Crescimento; Em que é que o BSC ajudou na satisfação por parte dos Clientes
quer por parte dos colaboradores. Como é que o setor atua para atingir os
resultados pretendidos? O BSC obriga a uma maior responsabilidade no que diz
respeito à gestão? Especialmente quando existe uma ligação entre o
cumprimento dos objetivos que são definidos pelo BSC e a remuneração dos
gestores?
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
48
Destaca-se como se procura alcançar a validade e a fabilidade do estudo de caso.
Os estudos de caso normalmente reúnem dados de múltiplas fontes de evidência,
incluindo apenas algumas ou todas as seguintes: documentos, entrevistas, questionários,
observações diretas, registo de arquivos, artefactos e observações participantes (Major
et al., 2009; Smith, 2003).
Smith (2003) referencia Merchant e Simons na prescrição de exemplos de estudos de
caso que incorporaram dados de várias fontes. A adoção de métodos múltiplos é
intitulada "triangulação" e oferece a oportunidade do acesso a diferentes fontes para um
método comum de investigação (triangulação dentro do método) ou com diferentes
métodos (triangulação entre métodos): -Triangulação dentro do método (within-method
triangulation), que combina diferentes investigadores, -Diferentes investigações e
diferentes inquéritos; ·Triangulação entre métodos (between-methods triangulation) que
combina resultados diferentes de entrevistas, pesquisas e recolhas de dados evidentes,
que podem incluir abordagens qualitativas e quantitativas. Segundo vários autores, é
possível oferecer diferentes alternativas de análise do fenómeno através de um processo
de "triangulação", aumentando a validade e a fiabilidade da investigação (Lillis, 1999;
Lillis & Mundy, 2005; Major & Carvalho, 2009; Smith, 2003; Yin, 2003).
Os dados foram recolhidos especialmente através de entrevistas semi-estruturadas sendo
pois esta uma forma estratégica de se garantir confiança e validade na investigação. Por
um lado devido ao facto de as entrevistas abertas conduzirem a que as mesmas sejam
subjetivas por natureza (Bilkhu Thompson, 2003).
É necessário encontrar o significado manifesto e o que permaneceu oculto. Por isso a
escolha do método de entrevista. Chizzotti (1991).
O procedimento de entrevista permite algumas vantagens:
-Obtenção de respostas que em termos materiais não seriam possíveis, inclusive aqueles
dados que não se encontram em documentos (Marconi & Lakatos, 1996), ou seja o
conhecimento oculto dos interlocutores.
-Economia de tempo e de custo por se adequar a uma quantidade relevante de situações.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
49
-Possibilidade de discussão que é promovida pelo contacto pessoal, podendo assim o
investigador repetir ou tirar duvida esclarecendo as mesmas; (Marconi & Lakatos,
1996). No meu caso de Estudo na última entrevista, além das entrevistas previamente
estruturadas surgiu, uma dúvida que despoletou uma série de perguntas por parte do
entrevistador e que vai ajudar a construir algumas conclusões relevantes relativamente a
algumas desvantagens contidas nos estudos e revisões bibliográficas feitas pelos
autores. (A duvida da questão em causa encontra-se na pagina…49…)
-Oportunidade de avaliar atitudes, estimulação do processo de cooperação.
Embora a entrevista seja uma técnica amplamente conceituada, existem também críticas
a seu emprego. Nogueira (1969) recorda que uns dos motivos de dúvida quanto a
validade técnica científica de dados obtidos através de entrevista, é obtida da
possibilidade dos entrevistados serem influenciados em suas respostas, consciente ou
inconscientemente, pelo entrevistador. Outra fonte de erro é a dificuldade do
entrevistador em se fazer compreender claramente pelo entrevistado.
Previamente à realização das entrevistas foi enviado por correio eletrónico as questões
que se pretendiam abordar, de forma a que assim as pessoas pudessem se familiarizar
com o pretendido evitando complexos e limitações da mente humana (McKinnon,
1988). Como meio de se aumentar a confiança desta investigação em anexo
disponibiliza-se a lista com as respetivas Questões que serviram de base ás entrevistas,
são pois guiões, algumas perguntas que foram feitas no decorrer da ação serviram para
esclarecer e clarificar certas duvidas que iam surgindo durante o percurso da Entrevista
e como é obvio não se encontram nesses guiões. (McKinnon, 1988).
Como exemplo de um entrevistado em que foi feita a seguinte pergunta sem
previamente ter sido enviada por correio eletrónico nem estar no guião dirigida ao
próprio, pois surgiu da conversação: Entrevistador: “Só uma pequena dúvida? As
pessoas criaram uma barreira? As pessoas ficaram com receio desta ferramenta? Não
sei se o Dr. esteve nas formações junto com as pessoas……….”
Entrevistado: “Estou muito próximo destas pessoas todas pois estou nestas reuniões,
isto é algo demasiadamente estratégico para se estar afastado, tem que haver
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
50
envolvimento da gestão de topo, houve assimilação gradual mas também notei que as
pessoas ao verem os seus resultados próprios das suas monitorizações lhes
interessavam cada vez mais em contribuírem no bom sentido.”
Espontaneamente alguns dos entrevistados disponibilizaram-se a apresentar alguns
documentos, e até por momentos consegui observar algumas atividades de trabalho, no
entanto a percentagem maior foi o recolher de dados através de Entrevistas.
Entende-se por entrevista semi estruturada, aquela que parte de questões básicas
apoiadas em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem
um leque vasto de interrogativas, fruto de novas hipóteses.
Segundo Trivinos (1987) a entrevista semi - estruturada é resultado não só da teoria que
alimenta a ação do investigador, mas também de toda a informação que ele já recolheu
sobre o fenómeno que interessa, não sendo menos importantes seus contatos, inclusive,
realizados na escolha das pessoas que serão entrevistadas. É pois um dos principais
meios que o investigador tem para recolher dados, ela valoriza a presença do
Investigador, cria espontaneidade no entrevistado, sendo assim a investigação mais rica.
A entrevista semi-estruturada foi um dos meios adotados nesta pesquisa.
De forma a aumentar a validade conforme sugerido por Yin (1994), considero que a
apresentação de alguns documentos e até certas observações pontuais aliadas a algumas
atividades de trabalho por parte dos colaboradores, conjuntamente com as entrevistas
semi-estruturadas (triangulação); vieram contribuir para a validação do estudo de caso.
A estratégia de se recorrer a vários métodos de recolha de dados, e se conseguir através
da observação captar informação, é muito importante é muito útil para compensar a
limitação que deriva do facto de não ser possível estar o tempo desejado na empresa em
estudo McKinnon (1988).
Na fase final da investigação foram enviadas as transcrições de algumas entrevistas, aos
colaboradores, para que estes pudessem corrigir algumas lacunas.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
51
Capítulo 5.Estudo de Caso.
O estudo de caso incide sobre um Hospital localizado na região Norte do País o qual faz
parte de uma ULS (Unidade Local de Saúde).
O carácter exploratório tem como Objetivo analisar se a Missão a Visão e os vários
mapas Estratégicos elaborados especialmente para este estudo de caso, tem vindo a
evoluir no sentido de promover cada vez mais o equilíbrio entre a parte financeira e a
satisfação pela parte dos utentes e por quem presta os serviços, em simultâneo com o
impacto pós-implementação do BSC.
Ao longo deste capítulo vamos apresentando os resultados obtidos através dos dados
que foram recolhidos com base na metodologia que foi adotada.
5.1.Introdução e Apresentação da empresa
Localizado na região Norte do País Este Hospital Público faz parte De uma Unidade
Local de Saúde , E.P.E. é uma entidade pública empresarial. Esta ULS é Composta pela
ACES (Agrupamento de Centros de Saúde), HP (Hospital Público) e Unidade de
Convalescença são pois unidades de prestação de cuidados. Esta ULS está integrada no
Serviço Nacional de Saúde e tem como objetivo principal a prestação de cuidados de
saúde, em simultâneo pode explorar os serviços.
Principais setores do Organigrama;
Figura nº 12- Esquema Organigrama
São órgãos sociais desta ULS: O Conselho de Administração; O Fiscal Único; O Conselho Consultivo.
Conselho de Administração
Área de
gestão e logística
Área de
Suporte à
prestação de
cuidados
Área de
Cuidados
continuados
ACES Área clínica
hospitalar
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
52
O Conselho de Administração é composto pelo Presidente e o máximo de cinco Vogais
Executivos, sendo um deles médicos de uma especialidade hospitalar, outro Diretor
Executivo do ACES e um enfermeiro.
Ao médico da especialidade hospitalar referido anteriormente compete a direção clínica
deste HP e ao enfermeiro a respetiva direção de enfermagem da ULS.
5.2.Impactos do BSC na ULS e fatores identificados.
O Balanced Scorecard foi implementado em todo o HP, conforme nos transmite um
entrevistado:
“O sistema de Controlo era anteriormente bastante mais rudimentar, antes da
implementação do BSC tínhamos boletins estatísticos e tínhamos o nosso BI.
O BSC veio trazer diferenças muito substanciais, porquê?
Porque o BSC passou a fazer parte da cultura do Hospital, nós implementamos o BSC
não só neste ou naquele serviço, implementamos o BSC em toda a organização e
fizemos isso com o apoio da Escola de Gestão do Porto, Porto Business School , o
Balanced Scorecard Foi implementado há cinco anos, fizemos esse trabalho com eles, à
duas semanas tivemos duas sessões de Refrech, para voltarmos a redesenhar o nosso
mapa ,isto a propósito de voltarmos a olhar para a nossa Visão e Missão, portanto
redesenhar todo o mapa estratégico.”
O FACTO de ter Havido por parte da EGP, apoio nesta implementação teve como
IMPACTO um alinhamento estratégico, conforme afirmado por um dos entrevistados; a
pós implementação do BSC, veio permitir esse alinhamento, e por conseguinte foram
garantidos consensos e compromissos entre os diversos níveis da Organização.
“O que conseguimos com o BSC foi termos um alinhamento estratégico, ao
desenharmos um mapa estratégico na instituição e depois fazermos um Drill Down ,
nesses mapas Estratégicos desde os departamentos até aos serviços conseguimos um
alinhamento das bases para o Topo e vice-versa”.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
53
De onde surge a ideia do BSC, neste Hospital? Pelo que pude perceber através de várias
entrevistas feitas, diálogos estabelecidos com os vários colaboradores do Hospital para
além das entrevistas semiestruturadas, a ideia surge com a vinda do Sr. Presidente.
“A ideia surgiu ……Portanto eu vim para cá em 2008, a ideia terá surgido em 2009….o
BSC é uma ferramenta que eu conhecia da Industria, utilizada em algumas grandes
Multinacionais e que sobretudo para mim era muito importante, quer porque estava a
chegar a um local novo a uma unidade local de saúde, e fazer qualquer coisa para que
houvesse empowerment, para que houvesse alinhamento estratégico, tornava-se
bastante importante digamos comprometer os dirigentes desta casa com o conselho de
administração, pelo que a ferramenta me pareceu muito boa para isso, e depois eu
acredito muito na gestão visual e era importante eu ter um BI com um impacto visual e
de fácil leitura.”
Conforme foi transmitido pelo Sr. Presidente do CA o BSC começou a ser desenhado
em finais de 2008, em Dezembro de 2008; seguidamente surgem as primeiras reuniões
(2009) com todos os dirigentes da ULS.O que aconteceu entre 2008 e 2009 foi mais
uma reflexão sobre os prós e os contras da Metodologia. O ponto de partida foi feito em
2009.
A criação dos Mapas estratégicos, e o sistema dos “semáforos”, verde, amarelo a
questão do impacto visual, o facto de um indicador estar a vermelho o que leva logo a
que os colaboradores tendam a rapidamente resolver o problema, esta é pois a questão
do alinhamento estratégico sendo assim fácil de monitorizar, o facto de este sistema ser
tão intuitivo leva à escolha do BSC no Hospital.
É pois uma forma muito ágil de se conseguir gerir e controlar um número grande de
indicadores, distribuídos pelos imensos departamentos existentes num Hospital. É
importantíssimo um impacto visual.
Relativamente ao processo de implementação existem vários aspetos a destacar, dentro
dos mais importantes podemos destacar:
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
54
- Envolvimento dos vários grupos (clínicos, não clínicos); Alocação de Recursos;
Aproveitamento de sistemas /dados anteriormente disponíveis; sistemas
comportamentais
Relativamente ao Envolvimento dos vários grupos (clínicos, não clínicos) neste
Hospital existe um gabinete de Planeamento e de controlo de Gestão que é o
responsável por fornecer os dados, dados fiáveis.
Depois existe o gabinete de contratualização que é uma espécie de acessória que
funciona junto ao Presidente que o acompanha em todas as realizações de
contratualizações com a tutela da Administração geral ou com o Governo ou com o
Ministério da saúde e acompanha com as contratualizações com os departamentos e
com os serviços internos.
O BSC teve um impulso inicial e ai foi preciso recursos; O impulso inicial foi feito com
a PBS a antiga EGP e assim foram mobilizados todos os diretores, todas as chefias do
Hospital.
As reuniões foram feitas fora do Hospital, segundo o Presidente estas reuniões fora do
Hospital levam a um ambiente que proporciona discussões, brainstorming, sobre o que é
que é a Missão, Visão e os Valores desta Organização.
Nestas reuniões, são envolvidos tanto os grupos clínicos como não clínicos, os Diretores
dos departamentos clínicos que são sempre médicos (envolve todos os diretores de
departamento), os departamentos deste Hospital Público (HP) para além de médicos e
enfermeiros chefes, (enfermeiros supervisores) estão sempre presentes; e depois estão
os gestores, cada departamento clínico tem um Diretor um Enfermeiro e um
Administrador (gestor).
Depois também estão aqueles serviços transversais como Recursos Humanos, financeira
e portanto é absolutamente transversal do ponto de vista das categorias profissionais,
este envolvimento é grande.
A implementação do BSC foi precedida de uma reestruturação organizacional,
caracterizada pela criação de departamentos. Foi selecionado o grupo de formandos que
iria participar na formação.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
55
Tratava-se essencialmente das chefias intermédias e do próprio Conselho de
Administração. Houve 2 dias de formação sobre BSC, com sessões teóricas e práticas.
De seguida, foi desenhado um cronograma com reuniões individuais com cada um dos
Departamentos e Serviços, com a presença da entidade formadora e do gabinete de
contratualização da ULS.
Foram estabelecidas áreas prioritárias na implementação do BSC, primeiro foi no
Conselho de Administração, segundo nos Departamentos Clínicos e Terceiro nos não
Clínicos.
De acordo com O Processo Pós Implementação do Balanced Scorecard e os elementos
de apoio ao controlo de gestão Hospitalar, passo a descrever algumas citações e
constatações efetuadas de acontecimentos relacionados com cada apoio.
Sistema de Gestão Estratégica.
Um dos entrevistados diz:
“Em termos de capital humano o BSC tem vantagens enormes; capacita as chefias e os
restantes colaboradores de uma ferramenta de gestão; e nós estamos num Hospital
como costumo dizer o que não invalida que, um Hospital seja uma empresa, como
costumo dizer e já disse isso muitas vezes publicamente, um hospital pode e deve ser
gerido como uma empresa, com a exceção de que enquanto uma empresa pretende
visar satisfação ou a criação de valor para o acionista , no Hospital visa gerar valor
para o utente; e para o utente em termos de saúde e resultados de saúde; pode e deve
no âmbito de sua gestão estratégica e planeamento operacional utilizar as ferramentas
de gestão empresarial que existe no nosso sistema. E o BSC nesse sentido capacitou as
chefias intermédias para uma visão mais otimizada da gestão, quer na vertente de
gestão operacional quer na vertente de gestão estratégica, e nesse sentido eu diria que
foi uma mais-valia enorme, era uma lacuna que existia nos Hospitais.”
Houve uma reestruturação organizacional, aquando da publicação de novo regulamento
interno.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
56
Foram criados Departamentos Clínicos, que são unidades descentralizadas dotadas de
autonomia, com objetivos específicos, que agrupam serviços e unidades funcionais,
possibilitando a desconcentração de tomada de decisão.
Estes Departamentos passaram a ser geridos por um Conselho de Gestão, constituído
por um Diretor, um Administrador e um Enfermeiro responsável, cada um com
competências específicas, que anualmente contratualizam com o Conselho de
Administração objetivo específico.
Foi igualmente criada uma nova área de suporte à prestação de cuidados, bem como
uma nova área de gestão e logística.
A nível dos Cuidados de Saúde Primários, também houve alteração estrutural resultante
da reforma dos Cuidados de Saúde Primários: criação dos ACES e de novas unidades
funcionais.
O Gabinete de Contratualização também foi criado para dar apoio à gestão, sendo assim
o veículo do alinhamento organizacional, transmitindo a estratégia do Conselho de
Administração aos diversos serviços internos da ULS.
O Gabinete de Contratualização Foi também o responsável pela implementação do BSC
e pela definição anual de objetivos internamente, com a devida correspondência com os
objetivos assumidos externamente com a Tutela, em estreita articulação com o
Conselho de Administração.
O Serviço de Planeamento e Controlo de Gestão também sofreu alterações, focalizando-
se em fornecer atempadamente, informação útil e de qualidade ao Conselho de
Administração, bem como acesso fácil e estruturado à estrutura interna.
A contratualização interna possibilitou a definição de objetivos anuais, devidamente
articulados com os objetivos assumidos externamente pela instituição. Inicialmente,
esse processo foi desenvolvido utilizando ferramentas internas.
De acordo com O Processo Pós Implementação do Balanced Scorecard e os elementos
de apoio ao controlo de gestão Hospitalar, passo a descrever algumas citações e
constatações efetuadas de acontecimentos relacionados com cada apoio.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
57
5.2.1 Clarificar e Traduzir a Visão e a Estratégia
Relativamente ao aspeto do Sistema Comportamental, este, segundo dados obtidos,
mudou aquando da reestruturação da organização. Com O BSC, todas as chefias foram
envolvidas, o processo foi fácil e teve boa adesão por parte de todos os profissionais
envolvidos. A formação em conjunto seguida de reuniões individuais com cada um dos
Departamentos /Serviços permitiu ter havido grande comprometimento de todos os
envolvidos.
“Este processo de clarificar e traduzir a Visão e a Estratégia ajuda os gestores de topo a
construírem um consenso, a longo prazo desde os gestores de topo aos operacionais; e
assim sendo objetivos e indicadores são articulados entre si, e passam a ser entendidos e
articulados entre os trabalhadores.” Conforme referido no capítulo 3.1.1
Houve uma questão posta neste estudo de caso a um entrevistado, se os consensos e
compromissos entre os diversos níveis de organização tinham sido garantidos. A
resposta obtida foi: “Foram garantidos de forma progressiva não imediata.”
Nas reuniões com todos os grupos clínicos e não clínicos, todos olham para os mapas
estratégicos, e os indicadores existentes são postos em causa, e dai surgem coisas novas
que foi o que aconteceu há pouco tempo, e depois voltam a desenhar os objetivos
(KPIs) todos, envolvendo muita gente, envolve tanto clínicos como não clínicos.
Uma entrevista semiestruturada à responsável pela implementação do BSC foi se as
chefias tinham sido diretamente envolvidas se o processo tinha sido fácil ou difícil. E
em que medida é que isso viera facilitar a implementação do processo.
“Todas as chefias foram envolvidas. O processo foi, na sua globalidade, bastante fácil,
e teve uma excelente adesão por parte de todos os profissionais envolvidos. A formação
conjunta seguida de reuniões individuais com cada um dos Departamentos/Serviços
permitiu um excelente comprometimento de todos os envolvidos.”
O FATOR - Clarificar e traduzir a visão e a estratégia deve ser visto como um meio de
obter a formação em conjunto seguida de reuniões individuais com cada um dos
Departamentos/Serviços permitindo grande comprometimento de todos os envolvidos.
Este fator levou a um IMPACTO, veio ajudar os gestores de topo a construírem um
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
58
consenso, a longo prazo desde os gestores de topo aos operacionais; e assim sendo
objetivos e indicadores são articulados entre si, e passam a ser entendidos e articulados
entre os trabalhadores.
5.2.2.Comunicar, Educar, Alinhar
“A comunicação é muito importante para se conseguir um alinhamento estratégico;
sendo assim criado uma espécie de cumplicidade; entre os objetivos globais da
organização e os seus colaboradores; pelo que assim o BSC promove uma série de
condições para que todos os gestores tenham uma certa facilidade em transmitir a Visão
e a estratégia aos vários níveis operacionais, em benefício do sucesso da
Organização.”Conforme referido no capítulo 3.1.2
Através de informação de um entrevistado realizado neste estudo, o Comunicar, Educar,
Alinhar:
“…. Permitiu não só alinhar a estratégia do Departamento com o da Instituição, como
também monitorizar a sua implementação e avaliar os seus resultados.”
O pós implementação do BSC, veio permitir esse alinhamento, e por conseguinte foram
garantidos consensos e compromissos entre os diversos níveis da Organização.
O FATOR – Comunicar Educar Alinhar deve ser visto como meio de obter uma espécie
de cumplicidade entre os objetivos globais da organização e os seus colaboradores. Este
fator levou a um IMPACTO, muito positivo pela obtenção de consensos e
compromissos entre os diversos níveis da Organização. Foi conseguido um alinhamento
estratégico.
5.2.3.Planear e Definir Metas.
Quando acontece um desvio relativamente ao “Norte” providenciam reuniões e voltam a
por todo o sistema em causa, mas a alocação de recursos é diariamente feita no CA,
cada um faz o seu trabalho, o departamento do serviço de Controlo fornece os dados, a
Contratualização faz os relatórios em que mostra que os dados fornecidos sobre
produção, são os que constam nos relatórios, verificando-se assim se o contratualizado
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
59
com este ou aquele serviço era o que tinha sido definido, se esta acima esta tudo muito
bem, se esta abaixo reúnem com o Diretor de Serviço para ao falarem com ele
perceberem o que se passa e se pode ser ajudado, qual o recurso que faltou.
A afetação de recursos tem vindo a evoluir no sentido de ser mais fácil; o que torna
mais fácil a sua monitorização e perceção pelas pessoas.
Se o sistema for muito complicado é difícil a sua monitorização e o envolvimento das
pessoas; quanto mais simples mais claros forem os indicadores mais fácil é o
envolvimento das pessoas; e portanto os BSC dos departamentos têm vindo a evoluir
em termos de simplicidade, mas simultaneamente mais rigorosos, mais transparentes e
mais fáceis de acompanhar.
Um dos entrevistados notou que:
“Tenho notado que os primeiros BSC eram muitos confusos, muito complicados, havia
muitos indicadores, alguns deles até que não eram passíveis de monitorização.”
Este é um processo que tem que ter uma certa continuidade, por isso é que está
programado para este ano uma nova formação de BSC às chefias no sentido de
atualização; O BSC não é uma ferramenta estática é uma ferramenta dinâmica.
Relativamente á Alocação dos recursos O Organigrama do HP esta feito de forma de
que após a montagem do BSC, e este segundo o Presidente é o momento Fundador:
“……… Há-de ter reparado nos computadores onde foi que há uma bússola e essa
bússola, no fundo é uma imagem de marca do nosso BSC e com o nosso Norte, e para
não nos esquecermos que temos um Norte.”
Um entrevistado neste estudo de caso referiu quanto á alocação de recursos:
“…. A alocação de recursos é diariamente feita aqui, cada um faz o seu trabalho, o
departamento do serviço de controlo fornece os dados, a contratualização faz os
relatórios em que mostra quais os dados fornecidos sobre produção (são estes…), o
contratualizado com este ou aquele serviço era o definido? Se esta acima, esta tudo
muito bem, se esta abaixo chamamos o Sr. Diretor de serviço para falarmos com ele e
para perceber o que se passa e se podemos ajuda-lo.”
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
60
O FATOR – Planear e Definir Metas deve ser visto como meio de obter a alocação de
recursos. Os gestores identificam as iniciativas estratégicas e afetam-lhe os recursos.
Definem as metas, as iniciativas e a afetação de recursos no processo orçamental; e,
definem os milestones para os objetivos do BSC que representarão o grau de progresso
esperado para a realização dos objetivos estratégicos. Este fator levou a um IMPACTO,
muito positivo pela obtenção de a afetação de recursos ter vindo a evoluir no sentido de
ser mais fácil; da sua simplicidade o que torna mais fácil a sua monitorização e da
perceção das pessoas. Os BSC dos departamentos têm vindo a evoluir em termos de
simplicidade, mas simultaneamente mais rigorosos, mais transparentes e mais fáceis de
serem acompanhados.
5.2.4.Feedback estratégico e Aprendizagem.
“O BSC permite definir o processo de Aprendizagem e Crescimento implementa a
estratégia sobre as relações causa-efeito, de acordo com os resultados desejados,
podendo assim ajudar a reformular novas metas, assegurando assim uma melhoria
contínua da organização.”Conforme referido no Capítulo3.1.4
Em termos de Aprendizagem e Crescimento, um entrevistado referiu: “…. São
realizadas formações frequentes e relativamente à melhoria contínua da qualidade
houve um maior enfoque para a sensibilização dos processos, circuitos o que se tem
traduzido numa melhoria contínua nos serviços.”
O FATOR – Feedback estratégico e Aprendizagem deve ser visto como meio de obter
formações frequentes bem como obtenção de melhoria contínua da qualidade, houve
pois um maior enfoque para a sensibilização dos processos, circuitos, o que se tem
traduzido numa melhoria contínua nos serviços. Este fator levou a um IMPACTO,
muito positivo. O BSC foi considerado como “…. Um caminho que não tem fim ato,
permanente” conforme referido por um dos colaboradores. A implementação foi um
sucesso. O BSC vai crescendo é um caminho de melhoria contínua. Uma melhoria
contínua da organização.
Infra-estrutura de SI adequado
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
61
Relativamente ao Aproveitamento de sistemas /dados anteriormente disponíveis, o que
foi feito foi este HP utilizar o existente, não foi criado nenhum sistema de informação
novo, foi utilizado um BI que é um sistema de outputs de dados.
É dito por um entrevistado que:
“A informação utilizada para o BSC é a informação residente no que tínhamos nos
sistemas informáticos; o processo histórico é importantíssimo; a informação histórica é
importantíssima. O BI que foi desenvolvido pela ULS toca e tem interface com todas as
aplicações informáticas e tem interface com as aplicações informáticas das áreas
clínicas e com as aplicações informáticas das áreas não clínicas, todos os sistemas
foram utilizados; o único sistema desenvolvido foi o BI; não houve aqui mais
alterações.”
Este sistema vai permitir dar uma avaliação online, em vez de ser como é atualmente
que é mensal, o novo BI que esta pronto.
As informações obtidas vão passar a ser diárias e não mensais como outrora.
Conforme referido no Capítulo 2.4 a Infra-estrutura de SI adequado do BSC é mais uma
forma de análise e tratamento da informação armazenada a somar á aplicação de BI;
enfrentamos assim algumas limitações…E como já referi de entre várias e a mais
importante para mim é que obtemos uma grande informação disponível no entanto não
conseguimos tirar de toda essa informação métrica os objetivos estratégicos a seguir.
Como se pode detetar através de informação de um entrevistado realizado neste estudo
de caso “a Infra-estrutura de SI adequado do BSC deve ser vista como um meio de
obter acesso e disponibilização de informação de forma a reduzir a complexidade
própria à aplicação do método”; ai está a Infra-estrutura de SI adequado como um pós
implementação de enriquecimento informático: “…. Houve a necessidade de garantir
qualidade na inserção de informação que possibilitasse a leitura de informação
conforme pretendido para o controle dos processos de trabalho crítico; foi adaptação
de registos; os sistemas de informação que tínhamos estavam perfeitamente preparados
para que nós conseguíssemos tirar deles os indicadores de que precisávamos. Houve
formas mais fáceis ou difíceis de obter esses indicadores e essa informação; Estivemos
estes dois últimos anos a desenvolver uma ferramenta de BI que ainda está em curso e
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
62
que tem uma série de mapas que dá para trabalhos específicos de acordo com as nossas
necessidades; houve algum desenvolvimento notório de tornar mais fácil a leitura da
informação, não na ótica de a tornar mais pronta, mas rápida em termos de leitura e de
monitorização.”
“Há muito trabalho feito em exel ainda em tratamento de dados e análise de
dados;..………, Estamos já numa fase de otimização; Mesmo o que fizemos em exel foi
já no sentido de que sendo implementado, a atualização de dados é quase como
automática; mesmo que o que estamos a fazer manualmente é conseguirmos obter
através de outros temas; trabalhamos em exel já com alguma eficiência”
O FATOR -Infra-estrutura de SI adequado do BSC deve ser vista como um meio de
obter acesso e disponibilização de informação de forma a reduzir a complexidade
própria à aplicação do método. Este fator levou a um IMPACTO muito positivo na
ULS, quer pela Obtenção de Informação diária a longo prazo (futuramente) quer pelo
facto de que o BI que foi desenvolvido pela ULS toca e tem interface com todas as
aplicações informáticas e tem interface com as aplicações informáticas das áreas
clínicas e com as aplicações informáticas das áreas não clínicas, todos os sistemas
foram utilizados; o único sistema desenvolvido foi o BI; não houve mais alterações.
Nesta Discussão do casoVou refutar algumas limitações do BSC :
No estudo realizado neste HP, através de recolha de dados verificou-se que foram
garantidos consensos e compromissos:“…..A formação conjunta seguida de reuniões
individuais com cada um dos Departamentos/Serviços permitiu um excelente
comprometimento de todos os envolvidos.”
Segundo uma das limitações que o Estudo de Inamdar e Kaplan aponta é de que foi
difícil garantir consensos e compromissos.
No estudo realizado neste HP, através de recolha de dados verificou-se que foram
envolvidos colaboradores da Gestão de Topo: “……. Estou muito próximo destas
pessoas todas pois estou nestas reuniões, isto é algo demasiadamente estratégico para se
estar afastado, tem que haver envolvimento da gestão de topo…….”
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
63
Segundo(Epstein e Manzoni,1998),a gestão de topo não partilha de uma visão clara da
Estratégia.
No estudo realizado neste HP, através de recolha de dados verificou-se que Houve um
alinhamento das bases para o topo e vice-versa:“O que conseguimos com o BSC foi
termos um alinhamento estratégico, ao desenharmos um mapa estratégico na
instituição e depois fazermos um Drill Down , nesses mapas Estratégicos desde os
departamentos até aos serviços conseguimos um alinhamento das bases para o Topo e
vice-versa.”
Para Norreklit(2003),o BSC é um processo que tem uma Hierarquia do tipo Top-
Down,não se baseando no ambiente da organização o que leva á incerteza do seu
sucesso como ferramenta de gestão estratégica.
Passo agora á Verificação de Benefícios do BSC nesta Instituição Hospitalar:
O BSC vai induzir uma aprendizagem e melhoria contínua dos colaboradores, segundo
um entrevistado: “O BSC é um caminho é um caminho que não tem fim, ato
permanente, a implementação correu bem sim, o BSC vai crescendo é um caminho, de
melhoria contínua. A qualidade Organizacional vai crescendo com o BSC. Criou o seu
caminho de melhoria contínua que anteriormente não existia.”
Noorein Inamdar e Robert Kaplan da Harvard Business School levaram a cabo um
estudo sobre a implementação do BSC em Hospitais identificando alguns benefícios por
sua vez idênticos as vantagens implícitas no enquadramento teórico do BSC;
resumidamente passo a descrever segundo Matos et al (2009,p.65), algumas vantagens
no estudo de Inamdar e Kaplan (2002) também identificadas no meu Estudo de Caso: -
O BSC vai induzir uma aprendizagem e melhoria contínua dos colaboradores. -A
utilização do BSC define prioridades. -A utlilização do BSC obrigou a que as
estratégias das organizações se tornassem mais claras bem como fossem devidamente
responsabilizadas.
O BSC estabelece áreas prioritárias na implementação segundo um entrevistado: “… 1º
Conselho de Administração, 2º Departamentos Clínicos, 3ºServiços Não Clínicos”.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
64
O BSC permitiu um alinhamento estratégico e responsabilização,”…. Desde os
departamentos até aos serviços conseguimos um alinhamento das bases para o Topo e
vice-versa” conforme afirmado por um dos entrevistados.
Os Sistemas de Informação ,no meu ver são uma das bases do sucesso do pós
implementação neste HP. Este HP está repleto de informação. Informação esta que é
necessária para a Metodologia do BSC. No HP resultante do BSC existe uma maior
disponibilização de informação; a partilha e o acesso foram um impacto positivo trazido
pelo BSC.
A informação utilizada para o BSC é a informação residente do que já existia neste HP
no que tinham nos sistemas informáticos; a informação histórica é importantíssima.
A quando da implementação do BSC viu-se a qualidade de informação que havia, a
qualidade de informação que era produzida, nenhuma empresa consegue fazer uma boa
gestão se não regista, aquilo que faz que produz, aquilo que obtêm, os resultados que
consegue atingir.
A saúde tem todos os dados necessários e imprescindíveis à gestão e à validação do
negócio, portanto de facto existem muitas bases de dados no sistema de saúde as vezes
nem sempre bem alimentados, “quando se mete lixo no sistema sai lixo”. A informação
dispersa e em diferentes formatos, fazia com que cada um trabalhasse
independentemente na sua quintinha, dificultava a implementação do BSC.O adquirir
aplicações informáticas com consequentes equipamentos era dispendioso. Um
entrevistado disse: “O BI que foi desenvolvido pela ULS toca e tem interface com todas
as aplicações informáticas e tem interface com as aplicações informáticas das áreas
clínicas e com as aplicações informáticas das áreas não clínicas, todos os sistemas
foram utilizados; o único sistema desenvolvido foi o BI; não houve aqui mais
alterações.”
Não obstante a este desenvolvimento do BI, e de acordo com informação obtida através
das entrevistas e face ao grande número e diversidade de indicadores existentes a nível
da contratualização interna, os principais problemas de medição caracterizam-se por:”-
Informação apenas existente ao nível da ULS, não decomposta por
Departamento/Serviço. -Informação que não é disponibilizada em tempo útil, logo sem
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
65
competência de monitorização e de desempenho. -Informação trabalhada manualmente
e portanto sem capacidade de triagem via sistemas informáticos. -Informação apenas
existente em sistemas de informação exteriores á ULS.”
Este HP tem vindo a melhorar significativamente a área de recolha de informação e de
armazenamento de informação; assim é dada importância à formação na recolha,
tratamento e análise de dados necessários aos indicadores do BSC. Já existem muitas
ferramentas complexas para se poder chegar ao objetivo de edificação e
disponibilização do BSC.A Infra-estrutura de SI adequado do BSC deve ser vista como
um meio de obter acesso e disponibilização de informação de forma a reduzir a
complexidade própria à aplicação do método.
A formação, comunicação e informação são necessárias para promover monitorar e
reforçar as alterações comportamentais, a implementação do BSC e seu sucesso
depende destes processos. Segundo (Bloomfield, 2002)30, estes processos podem ser
ajudados pela tecnologia de informação. Cada vez mais os processos são integrados, os
Hospitais têm um leque largo de aplicações informáticas; que tem vindo a ser integrados
uns nos outros no sentido de obter aqui uma operacionalidade total entre as mesmas.
O BSC permite agora fazer uma avaliação de todas as áreas; Situação muito diferente da
inicial. O sistema de Controlo anteriormente ao BSC era bastante mais rudimentar,
antes da implementação do BSC Existiam boletins estatísticos “…e o nosso BI “deste
HP.
Os Sistemas comportamentais (culturais), no meu ver também são uma das bases do
sucesso do pós implementação neste HP. Antes da reestruturação os médicos e
enfermeiros tinham como cultura principal e muito bem, o objetivo de Salvar vidas,
instigando os colaboradores a trabalharem e a influenciarem-se uns aos outros. Ao
longo do tempo foram-se promovendo reuniões de grupos específicos para tratar
determinadas áreas específicas, ou seja quando obtinham maus resultados numa área
muito determinada muito especifica que envolvia um conjunto de médicos e um
conjunto de técnicos, faziam-se trabalhos, juntando grupos e reuniões informais para
discussão de problemas e isso foi também um dos fatores que fez passar para baixo a
30
Citado por Matos, Ramos (2009)
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
66
cultura de que o Hospital não investiu no BSC apenas para reduzir custos; Este HP
procura tratar tão bem ou mais eficientemente os doentes, o melhor possível, de uma
forma o mais eficiente possível.
O FATOR- Cultura Organizacional teve a ver com uma reestruturação organizacional,
aquando da publicação de novo regulamento interno. Foram criados Departamentos
Clínicos, que são unidades descentralizadas dotadas de autonomia, com objetivos
específicos, que agrupam serviços e unidades funcionais, possibilitando a
desconcentração de tomada de decisão. Estes Departamentos passaram a ser geridos por
um Conselho de Gestão, constituído por um Diretor, um Administrador e um
Enfermeiro responsável, cada um com competências específicas, que anualmente
contratualizam com o Conselho de Administração objetivos, específicos. Foi igualmente
criada uma nova área de suporte à prestação de cuidados, bem como uma nova área de
gestão e logística. A nível dos Cuidados de Saúde Primários, também houve alteração
estrutural resultante da reforma dos Cuidados de Saúde Primários: criação dos ACES e
de novas unidades funcionais. Este fator levou a um Impacto A qualidade
Organizacional vai crescendo com o BSC. Criou o seu caminho de melhoria contínua
que anteriormente não existia. O BSC passou a fazer parte da cultura organizacional do
Hospital. Criação de uma cultura organizacional direcionada para a lógica pela cultura
de monitorização de um objetivo e ação resultante de monitorização que é feita, e esta
cultura existe. O essencial, foi o conseguir criar uma cultura organizacional que
estivesse na linha do alinhamento estratégico com os objetivos definidos
hierarquicamente.
Por fim os Sistemas Organizacionais,completam a base de suporte para o sucesso do
BSC, a adoção do BSC , e a prática de reuniões periodicas e formais ,devido à
implementação do BSC , levaram a que o BSC passa-se a fazer parte da cultura do
Hospital “,….. à duas semanas tivemos duas sessões de Refrech, para voltarmos a
redesenhar o nosso mapa ,….. para voltarmos a olhar para a nossa Visão e Missão,
portanto redesenhar todo o mapa estratégico”
O FATOR - Apoio da gestão de topo deve ser visto como um meio de obter um certo
empowerment, para ajudar no alinhamento estratégico, tornando-se bastante importante
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
67
comprometer os dirigentes deste HP com o conselho de administração, pelo que
segundo o Presidente a ferramenta pareceu muito boa para isso. Este fator levou a um
IMPACTO muito positivo na ULS Os mapas estratégicos, a questão desse impacto
visual do Mapa Estratégico é importantíssimo, o impacto visual da monitorização ajuda
a conseguir alargar para umas dezenas muito largas de indicadores.
Tabela nº 7-Quadro resumo acerca de resultados do BSC e fatores que a eles
conduziram:
O QUE ACONTECEU AO BSC NA ULS /PROCESSO USADO RESULTADO FINAL FATOR QUE CONDUZIU AO RESULTADO
Utilização do sistema existente. Não foi criado nenhum sistema de informação novo. Foi utilizado um sistema de Outputs de dados. Dá uma avaliação do BSC online, presentemente a informação é mensal. Obtenção de Informação diária futuramente. O BI que foi desenvolvido pela ULS toca e tem interface com todas as aplicações informáticas e tem interface com as aplicações informáticas das áreas clínicas e com as aplicações informáticas das áreas não clínicas, todos os sistemas foram utilizados; o único sistema desenvolvido foi o BI; não houve mais alterações.
A Infra-estrutura de SI adequado do BSC deve ser vista como um meio de obter acesso e disponibilização de informação de forma a reduzir a complexidade própria à aplicação do método A INFRA-ESTRUTURA DE SI ADEQUADO
Com O BSC, todas as chefias foram envolvidas, o processo foi fácil e teve boa adesão por parte de todos os profissionais envolvidos. Este processo de clarificar e traduzir a Visão e a Estratégia ajuda os gestores de topo a construírem um consenso, a longo prazo desde os gestores de topo aos operacionais; e assim sendo objetivos e indicadores são articulados entre si, e passam a ser entendidos e articulados entre os trabalhadores
A formação em conjunto seguida de reuniões individuais com cada um dos Departamentos/Serviços permitiu ter havido grande comprometimento de todos os envolvidos. CLARIFICAR E TRADUZIR A VISÃO E A ESTRATÉGIA
Com O BSC, foram promovidas uma serie de condições para que todos os gestores tivessem facilidade em transmitir a Visão e a Estratégia aos vários níveis operacionais em benefício do sucesso da organização Foram garantidos consensos e compromissos entre os diversos níveis da Organização. Foi conseguido um alinhamento estratégico.
A comunicação promove uma espécie de cumplicidade entre os objetivos globais da organização e os seus colaboradores. COMUNICAR, EDUCAR.ALINHAR
Relativamente ao Envolvimento dos vários grupos (clínicos, não clínicos) nestevHP, existe um gabinete de Planeamento e de controlo de Gestão que é o responsável por fornecer os dados, dados fiáveis. Depois existe o gabinete de contratualização que é uma espécie de acessória funciona junto ao Presidente. A afetação de recursos tem vindo a evoluir no sentido de ser mais fácil; da sua simplicidade o que torna mais fácil a sua monitorização e da perceção das pessoas. Os BSC dos departamentos têm vindo a evoluir em termos de simplicidade, mas simultaneamente mais rigorosos, mais transparentes e mais fáceis de acompanhar.
A alocação de recursos. Os gestores identificaram as iniciativas estratégicas e afetaram-lhe os recursos. Traduziram as metas, as iniciativas e a afetação de recursos no processo orçamental; e, definiram os milestones para os objetivos do BSC que representarão o grau de progresso esperado para a realização dos objetivos estratégicos. PLANEAR E DEFINIR METAS
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
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O BSC permite definir o processo de Aprendizagem e Crescimento implementa a estratégia sobre as relações causa efeito, de acordo com os resultados desejados, podendo assim ajudar a reformular novas metas O BSC é um caminho que não tem fim ato permanente. A implementação foi um sucesso. O BSC vai crescendo é um caminho de melhoria contínua. Uma melhoria contínua da organização.
São realizadas formações frequentes e relativamente à melhoria contínua da qualidade houve um maior enfoque para a sensibilização dos processos, circuitos o que se tem traduzido numa melhoria contínua nos serviços. FEEDBACKESTRATÉGICOE APRENDIZAGEM/FORMAÇÃO
O BSC começou a ser desenhado em finais de 2008, em Dezembro de 2008 e depois as primeiras reuniões já sérias com todos os dirigentes da ULS foram já em 2009.Entre 2008 e 2009 foi mais uma reflexão sobre os prós e os contras desta metodologia foi dentro do CA e com alguns colaboradores desta área, quando decidiram avançar a sério em 2009. Os mapas estratégicos e o caso dos semáforos, o verde o amarelo, e depois a questão desse impacto visual do Mapa Estratégico é importantíssimo, o impacto visual da monitorização ajuda a conseguir alargar para umas dezenas muito largas de indicadores o seu controlo…….”Verificar quando existe um indicador vermelho, fez-me gostar da metodologia, é esta a questão do alinhamento estratégico, e sendo fácil de monitorizar, não sendo assim difícil; o facto de ser muito intuitivo ……. E foi por isso que escolhi esta metodologia.”
O BSC é uma ferramenta que O Sr. Presidente conhecia da Industria, utilizada em algumas grandes Multinacionais e que sobretudo para o próprio era muito importante, quer porque estava a chegar a um local novo a uma unidade local de saúde, e fazer qualquer coisa para que houvesse empowerment, para que houvesse alinhamento estratégico, tornando-se bastante importante comprometer os dirigentes deste HP com o conselho de administração, pelo que a ferramenta pareceu muito boa para isso,"….e depois eu acredito muito na gestão visual e era importante eu ter um BI com um impacto visual e de fácil leitura". APOIO DA GESTÃO DE TOPO
A implementação do BSC foi precedida de uma reestruturação organizacional, caracterizada pela criação de departamentos. Foi selecionado o grupo de formandos que iria participar na formação. Tratava-se essencialmente das chefias intermédias e do próprio Conselho de Administração. Houve 2 dias de formação sobre BSC, com sessões teóricas e práticas. De seguida, foi desenhado um cronograma com reuniões individuais com cada um dos Departamentos e Serviços, com a presença da entidade formadora e do gabinete de contratualização da ULS. A qualidade Organizacional vai crescendo com o BSC. Criou o seu caminho de melhoria contínua que anteriormente não existia. O BSC passou a fazer parte da cultura organizacional do Hospital. Criação de uma cultura organizacional direcionada para a lógica pela cultura de monitorização de um objetivo e ação resultante de monitorização que é feita, e esta cultura existe. O essencial, foi o conseguir criar uma cultura organizacional que estivesse na linha do alinhamento estratégico com os objetivos definidos hierarquicamente.
Houve uma reestruturação organizacional, aquando da publicação de novo regulamento interno. Foram criados Departamentos Clínicos, que são unidades descentralizadas dotadas de autonomia, com objetivos específicos, que agrupam serviços e unidades funcionais, possibilitando a desconcentração de tomada de decisão. Estes Departamentos passaram a ser geridos por um Conselho de Gestão, constituído por um Diretor, um Administrador e um Enfermeiro responsável, cada um com competências específicas, que anualmente contratualizam com o Conselho de Administração objetivos específico. Foi igualmente criada uma nova área de suporte à prestação de cuidados, bem como uma nova área de gestão e logística. A nível dos Cuidados de Saúde Primários, também houve alteração estrutural resultante da reforma dos Cuidados de Saúde Primários: criação dos ACES e de novas unidades funcionais. CULTURA ORGANIZACIONAL
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
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O BSC teve um impulso inicial e ai foi precisos recursos; O impulso inicial foi feito com a PBS a antiga EGP e assim foram mobilizados todos os diretores todas as chefias do Hospital. A implementação do BSC foi precedida de uma reestruturação organizacional, caracterizada pela criação de departamentos. Foi selecionado o grupo de formandos que iria participar na formação. O que foi conseguido com o BSC foi obter um alinhamento estratégico, ao ser desenhado um mapa estratégico na instituição e depois fazer um Drill Down nesses mapas Estratégicos desde os departamentos até aos serviços conseguindo um alinhamento das bases para o Topo e vice-versa. O BSC foi muito importante não só nesta questão fundamental que é o alinhamento estratégico como também de ter sido criado empowerment , em volta dos desafios que esta organização tinha e contínua a ter, foi sobretudo importante como ferramenta de monitorização digamos da produção e dos resultados financeiros.
O BSC passou a fazer parte da cultura do Hospital, a implementação do BSC não foi só neste ou naquele serviço implementou-se o BSC em toda a organização e foi com o apoio da Escola de Gestão do Porto, Porto Business School, o Balanced Score Card Foi implementado há cinco anos, Este HP fez esse trabalho com eles, à duas semanas….” Tivemos duas sessões de Refrech, para voltarmos a redesenhar o nosso mapa, isto a propósito para voltarmos a olhar para a nossa Visão e Missão, portanto redesenhar todo o mapa estratégico.” EXISTÊNCIA DE PATROCINADORES DO PROJETO
Nesta secção descreve-se o que aconteceu ao BSC na ULS; para melhor perceção foi
elaborado um quadro resumo acerca de resultados do BSC e fatores que a eles
conduziram; não apenas o "resultado final", mas também o processo, seguindo as linhas
apresentadas no Capítulo 3 .
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
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Capítulo 6.Conclusão.
Cada um dos objetivos da investigação passam a ser expostos nas principais conclusões,
de seguida são patenteadas limitações a esta investigação e por fim são dadas
insinuações para investigações futuras.
6.1.Sumário dos grandes resultados.
Primeira Questão: Qual o impacto das mudanças ocorridas no SCG aquando da
implementação do BSC?
Quanto às potencialidades do sistema informático, não foi criado nenhum sistema de
informação novo, foi utilizado um BI que é um sistema de outputs de dados, dá uma
avaliação BSC online, em vez de ser hoje como é, mensal, o novo BI, vai dar
informações, mas diariamente. Pelo que não houve uma preocupação no que diz
respeito a infraestruturas novas para aplicação de novos sistemas informáticos.
De acordo com um entrevistado: “O BI que foi desenvolvido pela ULS toca e tem
interface com todas as aplicações informáticas e tem interface com as aplicações
informáticas das áreas clínicas e com as aplicações informáticas das áreas não
clínicas, todos os sistemas foram utilizados; o único sistema desenvolvido foi o BI; não
houve aqui mais alterações.”
Neste Hospital, a certificação desde 2006 pela ISO 9001:2000- atualmente revista- ISO
9001 2008, tornou mais fácil o projeto arquitetónico do BSC, quanto aos indicadores e
metas da qualidade uma vez que estes já vinham de trás a ser definidos por exigência da
Norma. Na necessidade de Haver certificação enquadra-se a elaboração de um sistema
de gestão da qualidade SGQ criando-se o primeiro Manual de Gestão da qualidade,
organizando-se assim os objetivos para a concretização da certificação.
De acordo com um entrevistado: “O SGQ e a aplicação de procedimentos e normas já
existiam antes da implementação do BSC, no entanto posso definir os 2 processos como
complementares, na medida em que no SGQ se deve igualmente definir metas e
constituir indicadores de medida para os vários processos.”
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
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A Estrutura Organizacional teve alterações, foi criado o Gabinete de Contratualização,
como o veículo do alinhamento organizacional, transmitindo a estratégia do Conselho
de Administração aos diversos serviços internos da ULS. Trouxe um impacto muito
positivo, pois o conhecimento detalhado, aprofundado do Hospital e das pessoas,
facilitou a comunicação. Um aspeto muito importante para a implementação do BSC é
que foi este o gabinete responsável.
Aspetos Comportamentais. Houve algumas barreiras criadas que estavam ligadas
essencialmente com a fiabilidade da informação mas que foi um impacto inicial o que
obrigou a um processo regular de comunicação para tirar dúvidas, no entanto foi um
problema rapidamente ultrapassado.
-O aspeto cultural do Hospital sentiu impacto aquando da reestruturação
Organizacional. Cada Departamento passou a ser gerido por um Conselho de Gestão,
constituído por um Diretor um Administrador e um Enfermeiro responsável, cada um
com competências específicas e culturas diferentes.
Segunda Questão: O que é que mudou após a implementação do BSC?
O orçamento era realizado centralmente. Agora o orçamento é realizado tendo em conta
as perspetivas bottom-up e top-down.O controlo já não é exclusivamente realizado pela
administração e pelo planeamento e controlo de gestão, o Serviço de Planeamento e
Controlo de Gestão também sofreu alterações, focalizando-se em fornecer
atempadamente, informação útil e de qualidade ao Conselho de Administração, bem
como acesso fácil e estruturado à estrutura interna. Ao nível da Cultura Organizacional,
resultou a realização de reuniões formais; O produto/resultado das reuniões individuais
foi devidamente validado pelo Conselho de Administração, com a introdução de alguns
ajustamentos que considerou necessários. A contratualização do ano de implementação
do BSC já foi feita com base nesta metodologia.
6.2.Limitações
Como apenas se trata de um estudo de caso realizado num único Hospital não é possível
fazer uma generalização estatística das conclusões tiradas com a investigação.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
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Segunda limitação, a ocasião em que foi realizado o estudo de caso; este trabalho de
campo só foi realizado em 2013,três anos e meio após a implementação do BSC,
segundo autores referidos no Capítulo 4, problemas ao nível da fiabilidade e validade
são suscetíveis de serem levantados.
Terceira limitação apontada, aquando da recolha de dados, houve incidência com
Auditorias Externas e a Contratualização Anual realizadas neste HP; pelo que as
entrevistas individuais não puderam ser substancialmente extensas, no entanto o número
de Entrevistados foi de 12 colaboradores (Dois elementos do CA, A responsável pela
implementação do BSC, seis elementos do grupo Clínico e três elementos do grupo não
Clínico), o que de certa forma contra balançou esta terceira limitação se é que assim se
pode designar.
Quarta Limitação, apesar de ter considerado adequado o número de Entrevistas
realizadas, gostaria de ter falado com médicos, enfermeiros, e técnicos que não
ocupassem nesta altura cargos de chefia, elementos dos recursos Humanos, e muito
importante o Responsável pelo departamento da Informática.
Apesar das referidas limitações, as suas identificações não desacreditam as conclusões
deste trabalho, mas sim a possibilidade para investigações adicionais.
6.3.Sugestões para futuras investigações
Estas conclusões obtidas neste estudo de caso dependem de caraterísticas próprias deste
Hospital Público não se podendo generalizar. Assim sendo sugere-se estudos
semelhantes noutros Hospitais, e assim poderemos obter generalizações teóricas.
Também seria interessante comparar o impacto do BSC entre Hospitais Públicos e
Hospitais Privados e tentar encontrar explicações para as eventuais diferenças.
Seria também vantajoso que houvesse investigações sobre casos em que o BSC, não
tivesse sido bem sucedido, pois no caso deste HP, foi bem sucedido. Segundo vários
colaboradores deste HP vários factores estiveram na base do sucesso deste projeto:-
Envolvimento da Gestão de Topo ; -Formação e esclarecimento inicial; -Criação de
grupos de trabalho; -Envolvimento multiprofissional; -Crescimento gradual suportado
numa base sólida.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
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Apêndice A
Exemplo de Entrevistas Realizadas; o resumo das restantes está referenciado na
tabela nº6.
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar - Pós-Implementação do BSC: Um Caso
de Estudo
O objetivo desta investigação consiste na identificação e análise ao modo como o
Balanced Scorecard (BSC) foi assimilado numa entidade hospitalar, estabelecendo uma
ligação às motivações e ao processo de implementação/assimilação do sistema na
organização.
Diversos estudos têm abordado aspetos relacionados com a conceção do BSC (e.g.
perspetivas, medidas, relações causa-efeito) e com processos de implementação, mas
muito poucos estudos incidiram sobre o período pós-implementação, ou seja, sobre os
impactos que, a prazo, o BSC foi capaz de gerar e os motivos para esses impactos.
Após esta breve explicação do teor da investigação passo a elaborar as questões mais
específicas que pretendo colocar.
A membros do Conselho de Administração:
-Como descreveria o sistema de controlo de gestão do Hospital antes da implementação
do BSC?
-Quais os motivos para a implementação do BSC? Que resultados eram esperados?
Qual a ideia subjacente à escolha do BSC como mecanismo de gestão no Hospital?
-Que aspetos poderia destacar relativamente ao processo de implementação? Por
exemplo:
- Alocação de recursos;
- Aproveitamento de sistemas/dados anteriormente disponíveis (evitando
ruturas);
- Envolvimento dos vários grupos (clínicos, não clínicos);
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
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-A expectativa criada no início corresponde ao resultado obtido após a implementação
do BSC? De uma forma geral consegue resumir os resultados positivos e os negativos
obtidos após esta implementação?
Ao responsável Pelo Projeto do BSC:
-Antes da implementação do BSC como se caraterizava o sistema de controlo de gestão
do Hospital? Existia algum sistema de avaliação do desempenho? Havia atribuição de
prémios? Se sim, como é que esta era feita? Como é que eram realizados os planos
operacionais e estratégicos (e.g. formal ou informalmente)? Que papel assumia o
processo orçamental? Que sistemas de informação existiam?
-Qual o planeamento para a implementação do BSC? Foi feito um breve levantamento
aos departamentos? Quais as fases? Houve formações? Foram eleitos KEY USERS por
departamentos, para depois dar formação aos restantes intervenientes?
- Houve estabelecimento de áreas prioritárias na implementação? Se sim, quais?
- A organização foi adaptada? Por exemplo, o serviço de apoio à Gestão foi reforçado?
Foi criada alguma plataforma de apoio à gestão entre o conselho de administração e as
direções de departamentos ou serviços?
-As chefias foram diretamente envolvidas? Como? O processo foi fácil ou difícil? Em
que medida é que isso facilitou a implementação dos processo?
- Os recursos alocados foram adequados?
- Foi aproveitada informação/dados de sistemas anteriores?
- Que cuidados teve na formação/comunicação dos objetivos e caraterísticas do BSC?
Principalmente em que áreas e em que grupos profissionais?
- Houve por parte do conselho de administração um esforço na promoção do BSC?
Houve um esforço na comunicação dos seus objetivos? Os mapas estratégicos eram
relativamente simples e fáceis de interpretar?
-Houve reuniões individuais?
Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo
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- Como decorreu a divulgação de informação sobre o projeto? Os diversos níveis de
colaboradores foram informados ao mesmo tempo da implementação do BSC ou a
informação e respetivo envolvimento foi faseada?
-Como foram envolvidos os colaboradores no processo de implementação? As ações de
formação foram específicas para os colaboradores responsáveis ou também incidiram
sobre outros colaboradores?
- As varias fases programadas foram respeitadas?
- De uma forma geral quais foram as dificuldades na implementação?
- No caso deste Hospital foi difícil, chegar à proposta de valor, ao “coração” da
estratégia?
- Que problemas de medição têm sido sentidos?
-Houve barreiras por parte das pessoas? Se sim como foram ultrapassadas?
-O BSC veio alterar o controlo de gestão a que níveis? Ao nível do projeto no que diz
respeito à estratégia? Ao nível dos recursos? Ao nível dos orçamentos? Ao nível dos
métodos de avaliação dos colaboradores?
- Como reagiram as pessoas ao BSC? Notou, por exemplo, uma maior adesão a acções
de formação a palestras sobre gestão hospitalar após a implementação do BSC? O
envolvimento dos profissionais de saúde decorreu e decorre de forma equitativa no que
diz respeito ao Processo do BSC? Isto é, os vários grupos profissionais envolveram-se
da mesma forma?
- Qual o impacto do BSC no modelo de gestão?
-Os processos de prestação de cuidados de saúde foram alterados?
- Houve mudanças na forma de elaborar e acompanhar o orçamento?
- Houve mudanças ao nível dos sistemas de informação? Quais?
- Acha que a implementação do BSC foi bem sucedida?
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