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Controlo de Gestão no Setor Hospitalar O Processo Pós-Implementação do Balanced Scorecard: Um Caso de Estudo Por Isabel Maria Gonçalves Hespanhol Pinto Dissertação de Mestrado Em Contabilidade e Controlo de Gestão Orientada por Prof. Doutor João Francisco da Silva Alves Ribeiro 2013

Controlo de Gestão no Setor Hospitalar O Processo Pós … · iv À minha mãe ,que sempre me apoiou. Ao meu marido Alberto Pinto e filhas, Joana Pinto e Inês Pinto , que durante

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Controlo de Gestão no Setor Hospitalar

O Processo Pós-Implementação do Balanced

Scorecard:

Um Caso de Estudo

Por

Isabel Maria Gonçalves Hespanhol Pinto

Dissertação de Mestrado Em Contabilidade e Controlo

de Gestão

Orientada por

Prof. Doutor João Francisco da Silva Alves Ribeiro

2013

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Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo

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Nota Biográfica

Isabel Maria Gonçalves Hespanhol Pinto nascida a 21 de Abril de 1964; com Formação

académica em Engenharia Civil.

De 1991 a 1992, trabalhou na Empresa Sociedade de Construções Alberto Leal, S.A.; na

produção e planeamento de obras; como coordenadora no sector das adjudicações; na

elaboração de propostas para concurso .-Construção civil e obras Publicas.

Em 1992 ingressa na Sociedade de Construções Sá Lourenço, S.A.; como coordenadora

nos sectores das adjudicações e de orçamentação; na elaboração de propostas para

concurso- Construção civil e obras Publicas.

Ingresso em Julho de 1993 na Câmara Municipal de Valongo, exercendo a função de

Engenheira Técnica Civil de 2ª Classe, no sector de fiscalização técnica da obras

particulares.

Início de 1994 a 1995 Avaliadora , na zona norte do país, para diversas entidades

bancárias, empresas de Leasing e Finanças.Colaboradora da Empresa de Avaliações

Imobiliárias "Luso-Roux Avaliadores Empresariais, Lda. " na execução de avaliações

(habitações, terrenos, instalações fabris...) para crédito hipotecário.

14 de Outubro de 1996.Engenheira Fiscal de obras de Infra-estruturas de Saneamento

Básico Nos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Valongo - s.m.a.e.s, na

qual desempenhou as seguintes funções:

Organização de todo o processo que leva a concurso obras de Infra-estruturas de

Saneamento Básico no concelho de Valongo, bem como posterior fiscalização das

mesmas.

De salientar o apoio técnico à Obra de Saneamento no qual respeita a execução física

das obras inseridas nos programas do âmbito do P.E.R - Programa Especial de

Realojamento.

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ii

2 de Agosto de1999 até 30 de Novembro de 2010 trabalhou na empresa Jaime Ribeiro

& Filhos,SA ,onde começa por Desempenhar funções no Sector de Orçamentação no

qual mais tarde ocupa o lugar de chefia, na criação da base de dados de orçamentação

de edifícios-Master Construção Civil – Ccs (1999/2000).

Chefe do departamento de controlo de custos e subempreitadas.

Coordenadora na empresa, do mercado electrónico Econstroi.

Coordenadora da implementação Sap.

No ano letivo 2011/2012 e 2012/2013 frequentou a parte curricular do Mestrado Em

Contabilidade e após a transição , o Mestrado Em Contabilidade e Controlo de Gestão.

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iii

Agradecimentos

São muitas as pessoas a quem eu gostaria de publicamente agradecer pelo incentivo,

pela colaboração pelo apoio pela atenção com que me ouviram, por vezes durante horas.

Deixo aqui uma palavra de agradecimento ao Professor Doutor João Francisco da Silva

Alves Ribeiro, pela orientação e paciência com que atendia às minhas solicitações de

apoio em todas as questões surgidas ao longo da construção deste aliciante trabalho.

Dificilmente teria chegado á obtenção dos objetivos que me propus sem a sua

orientação e conselhos desde o início do projeto .

Agradeço a todos os docentes do Mestrado pela forma inovadora de abordarem os

conceitos de gestão. Um agradecimento especial ao Professor Doutor Rui Manuel Pinto

Couto Viana, coordenador do curso, pelo seu empenho no que foi uma mais-valia no

aumento dos conteúdos programáticos, aquando da transição do Mestrado de

Contabilidade para o Mestrado de Contabilidade e Controlo de Gestão.

A todos aqueles que colaboraram e participaram na Investigação, quer na sua

autorização, quer nas entrevistas realizadas neste HP.

Ao Sr. Presidente, pela sua prontidão na autorização da realização deste estudo de Caso,

neste HP.

À minha amiga de sempre Eng.ª Manuela Álvares, pela paciência que teve em me ouvir

e aconselhar no encaminhamento deste trabalho.

À Responsável pela Implementação do BSC, neste HP, pelo trabalho empenhado que

teve em marcar todas as entrevistas com as pessoas propostas; e por toda a informação

necessária ao meu trabalho.

Ao Vogal Executivo do CA deste HP, que me elucidou sobre pormenores importantes

sobre o sistema de controlo de gestão Hospitalar.

Ao Doutor Paulo Cruz (Paulinho) e amigo, que me facultou vários livros sobre a

metodologia do BSC, à sua esposa Eng.ª Ilda Duarte (Nini) amiga e companheira de

longas jornadas em engenharia.

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iv

À minha mãe ,que sempre me apoiou.

Ao meu marido Alberto Pinto e filhas, Joana Pinto e Inês Pinto , que durante este tempo

todo me perdoaram por eu não estar presente em alguns momentos importantes da vida.

A TODOS MUITO OBRIGADA.

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v

Resumo

O mundo empresarial está cada vez mais complexo e em constante mudança, e tem

necessidade, para que as organizações possam possuir de uma gestão mais funcional, de

ferramentas que valorizem não só aspetos financeiros mas também um conjunto de

aspetos diferentes destes, alguns deles intangíveis, que são críticos e muito necessários

para o sucesso de uma organização e logo para o seu status perante o mercado. Assim

sendo, surge o “Balanced Scorecard” como um sistema de avaliação de desempenho, e

uma metodologia de controlo de gestão impulsionadora da implementação das

estratégias das empresas. Esta metodologia tem sido proposta e aplicada em múltiplos

setores de atividade, incluindo no setor hospitalar - o qual é alvo de análise na presente

tese.

Diversos estudos têm abordado aspetos relacionados com a conceção do BSC (e.g.

perspetivas, medidas, relações causa-efeito) e com processos de implementação,

inclusive no setor hospitalar, mas muito poucos estudos incidiram sobre o período pós-

implementação, ou seja, sobre os impactos que, a prazo, o BSC foi capaz de gerar e os

motivos para esses impactos. A exploração destes aspetos constituiu o objetivo da

investigação realizada.

O presente trabalho analisa e descreve a forma como o BSC foi assimilado numa ULS

portuguesa. É apresentada e discutida a forma como foi feita a assimilação desta

metodologia pelos colaboradores, o ritmo a que ela ocorreu e em que medida o

alinhamento estratégico foi conseguido.

Surgem alterações nesta ULS no que diz respeito à Estrutura Organizacional, foi criado

o Gabinete de Contratualização, como o veículo do alinhamento organizacional,

transmitindo o sistema de gestão estratégica do Conselho de Administração aos diversos

serviços internos da ULS. Nasce um impacto muito positivo, pois o conhecimento

detalhado, aprofundado do Hospital e das pessoas, facilitou a comunicação.

Palavras-chave: Alinhamento estratégico, Balanced Scorecard, Sistema de Gestão

estratégica, Sistema de Controlo de Gestão.

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Abstract

The business world is increasingly complex and it is in permanent change, it requires

the organizations to achieve a more functional management, tools that enhance not only

the financial aspects but also a set of these different aspects, some of them intangible,

wich are critical and important for the success of an organization and also for their

status before the market. Thus the arises of the “balanced scorecard “as a system of

performance evaluation, and methodology management control driving the

implementation of corporate strategies. This methodology has been proposed and

applied in multiple industry sectors, including the hospital sector - which is the subject

of analyses in this thesis.

Several studies have addressed aspects related to the design of the BSC ( eg outlook ,

action , cause-effect relationships ) and implementation processes , including the

hospital sector , but very few studies have focused on the post -implementation , ie , on

the impacts that over time , the BSC was able to generate , and the reasons for these

impacts . The exploration of these aspects was the purpose of the investigation.

This paper analyzes and describes how the BSC was assimilated in ULS Portuguese. Is

presented and discussed how it was made the assimilation of this methodology by the

employees, the rate at which it occurred and to what extent the strategic alignment has

been achieved.

Changes to this ULS arise with regard to the organizational structure, created the Office

of Contracts, as the vehicle of organizational alignment, conveying the strategic

management system of the Board of Directors of the various internal services ULS. it

brings a very positive impact, as the detailed knowledge, depth of the hospital and

people, facilitated communication.

Keywords: Strategic Alignment, Balanced Scorecard, Strategic Management System,

System Management Control.

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Lista de Abreviaturas e Siglas

BSC-Balanced Scorecard.

SCG-Sistema de Controlo de Gestão.

TDB-“Tableaux de Bord”.

BI - Business Intelligence.

SGQ-Sistema de gestão de qualidade.

SIADAP-Sistema Integrado de Avaliação da Administração Pública.

PU-Perspetiva de Utentes.

PF-Perspetiva Financeira.

PPI-Perspetiva de Processos Internos.

PAC-Perspetiva de Aprendizagem e Crescimento.

ULS- Unidade Local de Saúde.

SNS- Serviço Nacional de Saúde.

ARS- Administração Regional de Saúde.

ACSS- Administração Central do Sistema de Saúde.

EPE- Entidade pública empresarial.

ACES- Agrupamento de Centros de Saúde.

HP- Hospital Público.

SI- Sistema de informação.

TIC- Tecnologias de informação e Comunicação.

EVA- Economic Value Added.

RCI -Rendibilidade do capital investido.

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RCP -Rendibilidade dos capitais próprios.

RV -Rendibilidade das vendas.

RPA- Resultados por ação.

RVC -Rendibilidade vendas/cliente.

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Índice

Capítulo 1.Introdução. 1

Capítulo 2. Controlo de Gestão e o BSC. 4

2.1. O que é o Controlo de Gestão? 4

2.2. Mecanismos de Controlo. 4

2.3. O Balanced Scorecard como sistema de Controlo Estratégico. 4

2.3.1.Caraterização e Evolução do BSC. 5

2.3.1.1.Conceito. 5

2.3.1.2.Evolução. 7

2.3.2.Os Alicerces do Balanced Scorecard. 12

2.3.2.1. Missão. 13

2.3.2.2.Valores. 14

2.3.2.3.Visão. 14

2.3.3.As quatro Perspetivas. 15

2.3.3.1.Perspetiva do Cliente (utente). 18

2.3.3.2.Perspetiva financeira. 20

2.3.3.3.Perspetiva dos processos internos. 21

2.3.3.4.Perspetiva de aprendizagem e crescimento. 22

2.4.O BSC em Hospitais. 23

Capítulo 3. O Processo Pós Implementação do Balanced Scorecard e os elementos

de apoio ao controlo de gestão Hospitalar. 27

3.1.Os quatro processos de gestão Estratégica e os impactos esperados do BSC, a prazo.

28

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x

3.1.1.Clarificar e Traduzir a Visão e a Estratégia. 28

3.1.2.Comunicar,Educar, Alinhar. 29

3.1.3.Planear e Definir Metas. 32

3.1.4.Feedback estratégico e Aprendizagem. 35

3.2. Os quatro processos de gestão Estratégica como fatores potenciadores dos impactos

esperados do BSC, a prazo. 39

3.2.1.Clarificar e Traduzir a Visão e a Estratégia. 39

3.2.2.Comunicar,Educar, Alinhar. 39

3.2.3.Planear e Definir Metas. 40

3.2.4.Feedback estratégico e Aprendizagem. 40

Capítulo 4.Metodologia. 41

4.1.Porquê um caso? 42

4.2.Como conduzi um caso? 45

Capítulo 5.Estudo de Caso. 51

5.1.Introdução e Apresentação da empresa. 51

5.2.Impactos do BSC na ULS e fatores identificados. 52

5.2.1. Clarificar e Traduzir a Visão e a Estratégia. 57

5.2.2.Comunicar, Educar, Alinhar. 58

5.2.3.Planear e Definir Metas. 58

5.2.4.Feedback estratégico e Aprendizagem. 60

Capítulo 6.Conclusão. 70

6.1.Sumário dos grandes resultados. 70

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6.2.Limitações. 71

6.3.Sugestões para futuras investigações. 72

Bibliografia 76

Apêndice A 73

Exemplo de Entrevistas Realizadas 73

Lista de Figuras

Figura nº 1-Balanced Scorecard. 7

Figura nº 2-Os quatro Processos para Gerir a Estratégia. 9

Figura nº 3 -Evolução do Balanced Scorecard. 12

Figura nº 4-Pilares do Balanced Scorecard. 13

Figura nº 5:Sequência do Balanced Scorecard. 15

Figura nº 6-Exemplo de um Mapa Estratégico de uma Empresa X. 16

Figura nº 7 -Relações Causa-Efeito. 17

Figura nº 8-Ordenação das Perspetivas. 18

Figura nº 9-Perspetiva Clientes esquema de relação. 19

Figura nº 10-Cadeia de valor na formulação do BSC. 22

Figura nº 11-Arquitetura do BSC em organizações não lucrativas. 24

Figura nº 12- Esquema Organigrama. 51

Lista de Tabelas

Tabela nº1:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva dos

Clientes. 20

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Tabela nº2:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva

Financeira.. 21

Tabela nº3:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva Dos

Pocessos Internos. 22

Tabela nº4:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva Do

Desenvolvimento organizacional. 23

Tabela nº 5 : Situações relevantes para diferentes estratégias de investigação. 43

Tabela nº 6: Dinâmica operacional de recolha de dados. 46

Tabela nº 7: Quadro resumo acerca de resultados do BSC e fatores que a eles

conduziram 67

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Capítulo 1.Introdução.

Controlo é a ação de controlar ou conferir, é pois uma atividade imputada á gestão é a

medição regular de atividade de uma organização bem como o apuramento dos

resultados obtidos, verificando-se assim se houve desvios no que foi acordado e

planeado inicialmente. O controlo de gestão reúne um conjunto de mecanismos

utilizados por uma organização; quando gerados corretamente, eles influem os

comportamentos dos trabalhadores no sentido desejado e logo aumentam a

probabilidade da organização conseguir os objetivos pretendidos. O termo “controlo” é

muitas vezes encarado de forma apreensiva por parte dos trabalhadores; no entanto ele é

o instrumento necessário e fundamental para a sobrevivência de uma Empresa.

O mundo empresarial está cada vez mais complexo e em constante mudança, tem

necessidade, para que as organizações possam possuir de uma gestão mais funcional, de

ferramentas que valorizem não só aspetos financeiros mas também um conjunto de

aspetos diferentes destes, alguns deles intangíveis que são críticos e muito necessários

para o sucesso de uma organização e logo para o seu status perante o mercado. Assim

sendo surge o “Balanced Scorecard” como um sistema de avaliação de desempenho,

esta será a nova metodologia impulsionadora da implementação das estratégias das

empresas, sendo pois um bom Sistema de Controlo de Gestão. A maior parte das

empresas quando seguiu e implementou o BSC originando um sistema de gestão de

estratégia, seguiu-se pelos seguintes princípios: Mobilizar a mudança através dos

Líderes; Traduzir a estratégia em termos operacionais isto é elaborar um mapa

estratégico de objetivos interligados fazendo se acompanhar por um BSC composto por

indicadores e metas; Alinhamento da organização com a estratégia; Motivar para que

todos os colaboradores façam o seu trabalho de acordo com a estratégia e finalmente

para que a estratégia se torne num processo de melhoria contínua, Governar.

A utilização do BSC como instrumento de gestão de saúde teve grande importância

nomeadamente nas caraterísticas já existentes neste HP facilitando assim a definição de

indicadores e medidas a fim de serem atingidos os vários objetivos de acordo com as

perspectivas dos utentes, perspectivas financeiras, perspectivas de processos internos,

perspectivas de Aprendizagem e crescimento. Conseguindo obter assim uma boa gestão

de orçamento com boa utilização de recursos.

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Diversos estudos têm abordado aspetos relacionados com a conceção do BSC (e.g.

perspetivas, medidas, relações causa-efeito) e com processos de implementação, mas

muito poucos estudos incidiram sobre o período pós-implementação, ou seja, sobre os

impactos que, a prazo, o BSC foi capaz de gerar e os motivos para esses impactos;

nomeadamente em Hospitais. Existem algumas lacunas no que diz respeito a este tema.

O objetivo desta investigação consiste na identificação e análise ao modo como o

Balanced Scorecard (BSC) foi assimilado numa entidade hospitalar, estabelecendo uma

ligação às motivações e ao processo de implementação/assimilação do sistema na

organização.

O BSC no setor hospitalar teve desenvolvimento "tardio" face ao setor privado e muitos

foram os estudos centrados no desenvolvimento do BSC, não havendo muitos que

abordem o "pós-implementação"; assim, a motivação para a tese e as suas questões

centram-se no pós-implementação do BSC, isto é, nos seus impactos ao fim de algum

tempo e nos motivos para esses impactos (conforme já referido); a título de exemplo e

no meu ver muito importante o Fator – Apoio da Gestão de Topo que deve ser visto

e/ou avaliado como um meio de obter um certo empowerment, para ajudar no

alinhamento estratégico.

O presente trabalho analisa e descreve a forma como o BSC foi assimilado na ULS, é

estudada a forma como foi feita a assimilação desta metodologia pelos colaboradores, se

foi gradual e se o alinhamento estratégico foi conseguido. Caraterização do impacto

desta metodologia. Verificar se foram garantidos consensos e compromissos entre os

diversos níveis da organização. Para tal a Investigação terá incidência na análise

minuciosa em terminados aspectos críticos tais como: -Avaliar o progresso e o sucesso

da Estratégia e se ela contínua a ser adequada. -Verificar se os indicadores contínuam a

ser adequados ou se haverá necessidade de se recorrer a novos. -Haverá necessidade de

se proceder a ações corretivas devido aos resultados reais não estarem a coincidir com

os previsionais? Surgindo assim duas Questões: Qual o impacto das mudanças ocorridas

no SCG aquando da implementação do BSC? O que é que mudou após a

implementação do BSC? Pelo que as questões desta Investigação estão focadas em:

-Avaliar os Impactos produzidos pelo BSC bem como fatores a eles conduncentes.

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Para isso a Dissertação é estruturada da seguinte forma:

• No primeiro capítulo - Breve Introdução mediante enquadramento geral do que se

pretende falar, motivações e objetivos da investigação; bem como e de que forma se

Estruturou esta Dissertação.

• No segundo capítulo – Controlo de Gestão e o BSC. Sistema de controlo de

gestão/Sistema de Gestão Hospitalar; Começa-se por se abordar o conceito de

controlo de Gestão, quais os seus componentes, os vários modelos de controlo.

Fazendo um breve paralelismo com o Sistema de Gestão Hospitalar. Abordagem do

conceito do Sistema de Controlo de Gestão através de vários autores. O BSC. - Seu

conceito e sua evolução desde o tempo em que era sistema de medição de

desempenho até agora em que é considerado sistema de gestão de mudança.

• No terceiro capítulo - O Processo Pós Implementação do Balanced Scorecard e o

controlo de gestão Hospitalar; neste capítulo é explorado um pouco a Infra-

estrutura de SI adequado, em estrita ligação com os quatro processos da gestão

estratégica, com o sentido de exposição empírica sobre o impacto pós-

implementação.

• No quarto capítulo – Descreve-se o tipo de Metodologia utilizada, em que se

começa por uma justificação do método utilizado, ou seja o Estudo de Caso,

incluindo uma análise das vantagens e limitações. Na fase seguinte descreve-se o

processo de investigação e estrategas a adotar de forma a obtermos as melhores

informações possíveis desviando-nos assim de possíveis obstáculos.

• No quinto capítulo – Após uma breve introdução e apresentação da Organização

passa-se à descrição do Estudo de caso; sendo depois feita em simultâneo a

Discussão do caso bem como breve referência das principais vantagens e limitações

que consta na Literatura; identificando respetivos benefícios e refutando algumas

limitações devido a resultados obtidos neste estudo de caso.

• No sexto capítulo – Neste capítulo obtemos as Conclusões, inclui-se um pequeno

sumário da obtenção dos principais resultados, é feita a ligação dos resultados

obtidos aos objetivos da investigação. As suas limitações, assim como sugestões

para investigações futuras.

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Capítulo 2. Controlo de Gestão e o BSC.

O controlo de gestão é definido como sendo o elemento chave do desenvolvimento de

uma empresa, pelo que o controlo de gestão tem que envolver todos os elementos de

uma organização para que os desempenhos individuais sejam positivos e logo o

desempenho organizacional também. No fundo uma empresa é uma unidade

económico-social, constituída por elementos humanos, materiais e técnicos. Tendo

como objetivo obter utilidades através da sua participação no mercado de bens e

serviços. A junção destes elementos é fundamental mas sem elemento humano, a

existência de uma Empresa não é viável.

2.1. O que é o Controlo de Gestão?

O controlo de gestão é interpretado como “algo” que necessita de uma Estratégia e

objetivos para que esse “algo” seja alcançado. Segundo Anthony (1965), o controlo de

gestão deve assegurar a utilização eficiente dos recursos, a implementação da estratégia

desenhada e o cumprimento das metas a atingir, assim o consideram Otley (1999) e

Simons (2000), mais recentemente.

Para Anthony, o controlo de gestão "é o processo através do qual os gestores asseguram

que os recursos são obtidos e utilizados de forma efetiva e eficiente na prossecução dos

objetivos da organização”

2.2.Mecanismos de Controlo.

Segundo Merchant e Van der Stede (2003) os mecanismos de controlo são três:

Controlo de resultados, controlo de acções e controlos pessoais e culturais.

Cada um deles contribui, dentro dos seus próprios termos, para ajudar a gestão de topo a

definir objectivos, organizar estratégias, dominar o comportamento dos indivíduos e

evitar problemas de controlo.

2.3. O Balanced Scorecard como sistema de Controlo Estratégico.

O Balanced Scorecard surgiu como um sistema da Medição de Performance, tendo

evoluído rapidamente para um Sistema de Gestão Estratégica, permitindo assim fazer

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uma ligação entre a criação da Estratégia e a sua implementação (Kaplan e Norton

1996b e 2001;Malina e Selto, 2001).

Ligando a estratégia à pratica; e dando ênfase ao capital humano, os responsáveis

conseguem monitorizar a sua ação e obterem retorno permanente da aplicação dos

objetivos estratégicos, existia pois uma lacuna, faltava a ligação entre a estratégia e a

prática.

Conforme já referido no Capítulo 2.2.e segundo Merchant e Van der Stede (2003) os

mecanismos de controlo são três: Controlo de resultados, controlo de acções e controlos

pessoais e culturais.

2.3.1.Caraterização e Evolução do BSC.

2.3.1.1.Conceito.

Antes dos anos oitenta os Sistemas do Controlo de Gestão utilizavam essencialmente

indicadores financeiros para avaliar a Performance das empresas. O sistema tradicional

usado para a avaliação da Performance era limitado pois baseava-se apenas em

indicadores financeiros e tinha uma perspetiva histórica de avaliação. O “Tableaux de

Bord” nascido e desenvolvido em França surge como uma ferramenta precursora do

BSC, no campo da gestão remontando a 1932.Até os anos oitenta o TDB foi apenas um

instruo onde era possível comparar e controlar os dados obtidos com os previamente

fixados, com vista a tomada de decisões que permitissem corrigir os desvios do

estipulado nos orçamentos fixados. Apesar de o TDB ser bastante útil era insuficiente

como refere Bugalho (2004)1: Os dados eram meramente financeiros; inexistência de

relações causa-efeito; Os interesses dos gestores não eram garantidos só com os

critérios financeiros; O impacto das decisões dos gestores como a qualidade a inovação

a satisfação dos clientes não era considerado como importante. Sistemas como estes

assentes em modelos contabilísticos tradicionais só se preocupavam com a afetação

correta dos recursos materiais e financeiros bem como a visão histórica do Desempenho

da organização sem se preocuparem com a estratégia do negócio (Jordan, Neves e

Rodrigues, 2007). No final dos anos oitenta sente-se uma mudança intensa na economia

nos negócios bem como na gestão de organizações a nível mundial. Durante muitos 1 Citado por Russo, João

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anos as organizações mediram a performance, utilizando indicadores financeiros que

permitiam a avaliação de lucros, rentabilidades, património imobiliário,

equipamentos….Todos estes indicadores avaliavam valores tangíveis agora era

necessário avaliar valores intangíveis que não podiam ser obtidos através de

Demonstrações financeiras (Francisco Pinto 2009). O cálculo do valor de uma empresa

já não dependia só de indicadores financeiros outros indicadores exteriores2 ao mundo

dos dinheiros começavam a pesar neste cálculo Assim sendo as organizações não

podiam mais apenas tomar como base os indicadores financeiros para o cálculo do valor

de uma empresa isto é a medição da sua Performance tornava-se mais complexa, esta

conjuntura é representada da seguinte forma por Robert Eccles (1991)3:“……… os

gestores de diversas organizações, em diferentes industrias e setores, têm vindo a

refletir sobre a melhor forma de medir a performance…….”Robert G.Eccles,The

Performance Measurement Manifesto,Harvard Business Review, Janeiro-Fevereiro,

1991.“The Balanced Scorecard-Measures That Drive Performance”(Kaplan e

Norton,1992) foi o primeiro artigo (Scorecard Balanceado-indicadores que impulsionam

o desempenho) sobre a criação do Balanced Scorecard.Com a finalidade de completar

as medições financeiras tradicionais no controlo de gestão para que a tomada de decisão

fosse mais clara, liderado por David Norton ,consultor da zona de Boston ,e pelo

professor Robert Kaplan da Universidade de Harvard surge assim o primeiro estudo

sobre o BSC em 1990. Este estudo surge na sequência de investigações pedidas por

doze das maiores empresas norte-americanas.4O trabalho de Kaplan e Nortan que

originou o nascimento do BSC veio-nos mostrar que muitos gestores não confiavam

apenas num número significativo de indicadores financeiros. Assim sendo o BSC surge

como uma Metodologia de medição mais complexa, medindo aspetos financeiros e não

financeiros, fazendo a ligação com a missão e visão da empresa (Figura1).

2 Capacidade de gestão, liderança, Know-how dos recursos humanos, qualidade de serviço, quota de mercado, tecnologia de informação, base de dados……… 3 Citado por Pinto(2009) 4 Apple Computer, Advanced Micro-Devices, American-Standard, Bell South Corporation, Conner Peripherals, CICNA Corporation, Cray Research, DuPont, Electronic Data Systems (EDS), General Electric, Hewlett Packard, e Shell Canada.

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7

Figura 1:Balanced Scorecard

Fonte: Pinto 2009

Esta primeira versão apresenta as quatro perspetivas - financeira, clientes, processos e

aprendizagem, é focada em estabelecer objetivos, metas e indicadores, sentindo-se

assim a necessidade de se relacionarem ligações e interdependências (causa e efeito).

2.3.1.2.Evolução.

Mundialmente as potencialidades do BSC, foram reconhecidas, por empresas de

consultadoria, investigadores, académicos, organizações implementadoras tendo sido o

BSC considerado pela Harvard Business Review como “uma das 75 melhores ideias de

gestão do seculoXX”citando Pinto (2009).

Perspetiva Financeira

De que forma devemos ser vistos pelos nossos

acionistas para termos sucesso?

Perspetiva Aprendizagem e Crescimento

Como desenvolver capacidades de mudança para

contínuar a inovar e a criar valor?

Perspetiva Clientes

Como devemos ser vistos pelos nossos

clientes?

Perspetiva de Processos Internos

Em que é que temos que ser excelentes

para agradar aos nossos clientes e

investidores?

Visão

Estratégia

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8

A Relação entre tangíveis e intangíveis foi-se acentuando nas décadas de 80 e 90 e

atualmente é hoje muito presente nas organizações. A dimensão da mudança é notória,

foram realizados estudos em 1982 e em 2001 a várias empresas que comprovam essa

mudança. Em 1982,quando se pretendia avaliar uma empresa, o peso dos valores

tangíveis representava cerca de 62%,enquanto os intangíveis se situavam nos 38%.Em

2001, essa relação era de apenas 15%para os valores tangíveis e de 85%para os

intangíveis. Esta mudança também teve como alavancagem a Internet -Valor da

Informação. Em 1993, Kaplan & Norton publicam um novo artigo na Harvard Business

Review (Setembro-Outubro) segundo artigo sobre o tema, “Putting the Balanced

Scorecard to Work” (Colocando o Balanced Scorecard para Funcionar), foi a partir

deste artigo que o potencial dessa nova ferramenta começou a ser percebido. “Muito

mais que um exercício de medição, o Balanced Scorecard é um sistema de gestão….”,

Kaplan & Norton,”Putting the Balanced Scorecard to Work”Harvard Business Review,

Setembro-Outubro,(Kaplan & Norton 1993:4). O Balanced Scorecard começava a ser

encarado como um sistema de gestão capaz de produzir melhorias nos diferentes

processos otimizando assim metodologias. Seguiram-se dois textos publicados por

Kaplan e Norton em 1996.O primeiro um artigo na Harvard Business Review (Janeiro-

Fevereiro, 1996) com o título “Using the Balanced Scorecard as a Strategic

Management System”.O segundo, o livro clássico com o título “The Balanced

Scorecard-Translating Strategy into Action” (Setembro, 1996). Estes textos mostram a

evolução que o modelo teve nos primeiros anos e o evoluir dos conceitos devido a essa

força evolutiva. O BSC não é estático. Desde o início da execução dos primeiros artigos

e vários estudos efetuados em organizações até agora Kaplan e Norton expandiram de

uma forma contínua o conceito, as taxas de adoção foram elevadas comparativamente a

outras inovações de gestão (Speckbacher et al., 2003). Inicialmente o BSC é abordado

como “nova abordagem de medição de desempenho”(Kaplan e Norton 1992

:79”.Seguidamente(Kaplan e Norton 1993,Kaplan e Norton 1996a) relataram que

organizações utilizavam o BSC como “sistema de medida; mas também como sistema

de gestão” (Kaplan e Norton 1993:142) usando o sistema de gestão estratégica por

organizações com espírito inovador (Kaplan e Norton1996a:37).

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9

Figura nº 2-Os quatro Processos para Gerir a Estratégia

Fonte :Adaptado de Kaplan e Norton , “Using the Balanced Scorecard as a Strategic

Management System”,Harvard Business Review,Janeiro-Fevereiro,1996.

O início dá-se com a clarificação e tradução da visão e estratégica das organizações em

objetivos estratégicos específicos, assim sendo o BSC é um modelo estratégico

orientado para a ação segundo os seus processos vai auxiliar na comunicação e

associação dos objetivos, medidas de desempenho, planeamento e definição de metas

bem como na obtenção dos alinhamentos das iniciativas estratégicas e finalmente na

Clarificação e Visão da

Estratégia

-Clarificar a Visão

-Obter consensos

Comunicação e Associação

-Comunicar/Educar

-Definir Metas

-Associar recompensa a medidas de desempenho

Feedback Estratégico e

Aprendizagem

-Visão partilhada

-Feedback Estratégico

-Revisão da estratégia

-Aprendizagem

Planeamento e Definição de

Metas

-Fixar metas

-Alinhar iniciativas

-Disponibilizar recursos

-Estabelecimento de marcos chave

Balanced Scorecard

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10

obtenção do Feedback estratégico e aprendizagem; assim ao observarmos a figura-

2,conseguimos ver a ligação entre os quatro processos:”translating the

vision”;”Communicating and linking”;”Business Planing”;”feedback and learning”

(Kaplan e Norton1996a:38)

Nas organizações aquando da implementação do BSC os gestores e os responsáveis

pelo projeto utilizam representações gráficas para visualizarem relações de causa-efeito

entre os vários objetivos a importância dos mapas da estratégia no processo de

comunicar é tão forte , que leva ao aprefeiçoamento dos mesmos com a intervenção dos

criadores do BSC , tendo originado um novo instrumento fundamental,-strategy

map.(Um instrumento para comunicar a estratégia5).

O sistema de gestão estratégica (Etapa I) conforme ilucidado na figura 3 passou a

dispor de uma ferramenta de comunicação (Etapa II)-Os Mapas da Estratégia.

No final do ano 2000 surge um artigo sobre os Mapas Estratégicos:-“Having Trouble

With Your Strategy?Then Map It”,da autoria de Kaplan e Norton,publicado na Harvard

Business Review(Setembro-Outubro,2000).No qual os autores definem o conceito.

Kaplan e Norton em 2001 publicaram o segundo livro: “The Strategy-Focused

Organization” (A Organização Orientada para a Estratégia). O momento em que este

livro é publicado , o BSC tinha 10 anos;Haviam novas soluções tecnológicas para

apoiar o BSC;Os Mapas da Estratégia faziam sucesso;as implenemtações cresciam em

todo o Mundo e estendiam-se ao setor Público e a organizações sem fins lucrativos. O

novo paradigma da Mudança tinha-se instalado no novo século XXI.

O principal objetivo deste livro foi consolidar os conceitos6 apresentados no primeiro

livro(1996),princípios das organizações concentradas na Estratégia:

Na sequência, e visando detalhar os tópicos acima, foram lançados mais 3 livros:

5 Kaplan e Norton consideram a invenção deste conceito tão importante como a criação do BSC:“Não se consegue gerir aquilo que não é possivel medir”,“Não é possivel medir aquilo que não se consegue descrever”Kaplan e Norton, Strategy Maps-Converting Intangilble Assets IntoTangible Outcomes,2004 6 (1)-Mobilizar para a mudança através da liderança de topo.(2)-Traduzir a estratégia em termos operacionais.(3)-Alinhar a organização com a Estratégia.(4)-Fazer da Estratégia um trabalho de todos.(5)-Fazer da Estratégia um processo continuo.

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11

Em 2004 ,Kaplan e Norton publicam o terceiro livro “Strategy Maps” :Converting

Intangible Assets Into Tangible Outcomes,(Mapas Estratégicos).7 Em 2006,Kaplan e

Norton publicam o quarto livro “Alignment” (Alinhamento)8. O livro mais recente, de

2008 é o “The Execution Premium” (Prémio de Execução )9.Neste livro consegue-se

perceber que bons processos de execução ou mesmo de excelência operacional,não

garantem o sucesso da organização se eles não estiverem ligados á estratégia, e o

mesmo se pode dizer da Estratégia,uma estratégia Diferenciada e visionária não terá

sucesso se não estiver devidamente ligada à execução.Ambas são vitais e tem que estar

ligadas ,a ligação das duas juntas garante grandes resultados de sucesso. Um modelo de

Gestão Integrada que enfatize excelência operacional e bons processos de líderança

devidamente alinhados a boas estratégias levam a organização a atingir a visão.

O papel que o BSC atingiu em termos de Desenvolvimento nas organizações carateriza

no momento atual um terceiro nível de evolução III (EtapaIII) como consta da figura3

Diversas fases da evolução do BSC:

7 Aprofunda a metodologia dos Mapas de Estratégia e reforça a lógica dos cinco princípios que caraterizam a organização concentrada na estratégia. Este modelo alinha processos, pessoas, tecnologias e cultura à proposta de valor para o cliente e aos objetivos dos acionistas. Traduz a Estratégia em termos Operacionais.

8 Detalha o item (3) e (4), mostrando como usar Mapas Estratégicos e BSC para alinhar Unidades de Negócio, Áreas Funcionais e Staff às Estratégias Corporativas. Diz pois respeito ao terceiro princípio da organização concentrada na Estratégia -Alinhar a organização com a Estratégia

9 Que foca a Governação da Gestão Operacional e Estratégica, garantindo que a Execução esteja 100% alinhada com a Estratégia, e que a Gestão Estratégica seja um processo contínuo ao longo do ano.

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12

Figura nº3 -Evolução do Balanced Scorecard

ETAPA III

ETAPA II

ETAPA I

Fonte:Adaptado de Pinto 2009

2.3.2.Os Alicerces do Balanced Scorecard.

O BSC é uma ferramenta de Gestão. Quando ela é implementada tudo se passa como se

de um processo de construção se tratasse. Um edifício começa pelos seus alicerces

sapatas, pilares.”Nesta perspetiva, faz sentido começar pelos alicerces e pelos pilares

que vão suportar toda a estrutura. Os pilares do Balanced Scorecard são: -a missão, os

valores e a visão” (Pinto 2009:56). Kaplan e Norton, os criadores do Balanced

Sistema da

Medição de

Performance

Sistema de

Gestão

Estratégica

Sistema de

comunicação

da estratégia

Sistema de

Gestão da

Mudança

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13

Scorecard, referenciam-nos como os verdadeiros pilares de uma estrutura que tem como

direção , começar por definir uma estratégia, comunicar essa estratégia e finalmente pô-

la em execução. Como tal vamos elucidar esta estrutura através da seguinte figura:

Figura nº4-Pilares do Balanced Scorecard

Fonte:Adaptado de Pinto 2009

2.3.2.1. Missão.

Qual a razão de ser da Existência da Organização? O que é que nós fazemos? Como

existimos? Quem somos?

São Questões que as Organizações têm no seu dia-a-dia, é pois propósitos gerais que

expressam as intenções fundamentais e globais, proporcionando assim desenvolvimento

para o futuro. Martins (2006),”..Não é mais do que a razão de ser da Organização”

Peter Drucker contribui para a definição da missão das organizações através do seu

artigo clássico “The Big Power of Little Ideas”, publicado na Harvard Business Review

em 1964 e do Livro Management-Tasks,Responsibilities,Practices(1974).No setor

Público e nas entidades não Lucrativas a missão tem maior importância do que no setor

Privado. A capacidade do envolvimento das pessoas e logo produzir resultados

alinhados com a missão, é um ponto muito forte, na opinião de Drucker, o setor não

lucrativo pode ensinar o privado:“Partir da missão pode ser a primeira lição que o

Missão Valores Visão

Estratégia

Balanced Scorecard

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14

setor privado pode aprender com o setor não lucrativo……..” Peter Drucker10,”What

Business Can Learn from Nonprofits”,Harvard Business Review,Julho-Agosto,1989

A missão é pois muito importante para o BSC pois orienta as empresas e as pessoas que

nela trabalham. As ações explícitas em papel têm que ser transformadas em ação,

envolvendo, empregados, investidores, clientes, fornecedores -stakeholders11.

2.3.2.2.Valores.

Como queremos ser reconhecidos?

Os valores constituem o pilar Central do BSC. Para Pinto (2009). Os valores

representam crenças profundamente enraizadas, que se evidenciam nos comportamentos

diários dos empregados e constituem uma proclamação pública acerca do que a

organização espera dos seus colaboradores. Quando o incumprimento na prática dos

valores tem origem na gestão de topo, havendo contradições entre o que pratica e o que

preconiza nas estruturas, o efeito destrutivo das referidas contradições ainda é mais

acentuado. Logo os valores devem ser praticados dia a dia.

“Quando os empregados consideram que as decisões do líder estão em desacordo com

os valores da organização-mesmo que efectivamente não estejam-concluem

rapidamente que o líder assume um fraco comprometimento com esses valores e é visto

como hipócrita”AmyC,Edmondson e Sandra E,Cha,12”When Company Values

Backfire”,Harvard Business Review,Novembro-Dezembro,2002

2.3.2.3.Visão.

Que cultura devemos respeitar? O que é importante para nós? Para onde queremos ir?

Qual o destino pretendido para a organização a médio e longo prazo. É pois o destino

desejado da organização. A visão é pois o terceiro pilar do Balanced Scorecard, a visão

é o pilar que só deve ser construído após a construção da Missão e dos Valores. A visão

é o sonho que nunca pode abandonar os membros da organização:”um sonho ou

imagem do futuro, que nos atrai (mas não nos arrasta) para esse futuro”Nair,

10 Citado por Pinto (2009) 11 Segundo Freeman, um stakeholder é “um qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar ou ser afetado pela prossecução dos objetivos da organização” 12 Citados por Pinto (2009)

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15

2004,p.73)13-A visão é o sonho ou imagem do futuro que nunca deve abandonar os

elementos da organização; segundo James Collins e Jerry Porras (1996)14, a visão deve

criar uma imagem que as pessoas transportem nas suas cabeças, onde quer que estejam.

A sequência lógica do Balanced Scorecard, desde a missão até à estratégica, está

representada na figura nº5.

Figura nº5:Sequência do Balanced Scorecard

Fonte:Adaptado de Pinto2009

2.3.3.As quatro Prespetivas.

O BSC diz respeito á estratégia15 das organizações apoiado em quatro perspetivas:

financeira, clientes, processos e aprendizagem e crescimento. Nestas quatro perspetivas

13 Citado por Pinto (2009) 14 Citados por Pinto (2009)

Missão

Valores

Visão

Estratégia

Balanced

Scorecard

Porque existimos? Onde estamos?

Que princípios temos? Quais as nossas

crenças?

Para onde nos dirigimos? Qual vai ser o

nosso destino?

Como seremos ao criar valor? Qual a nossa

diferença?

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16

fixam-se indicadores, objetivos que tem que estar interligados, funcionando de forma

equilibrada tendo relações de causa e efeito entre si. Caso nalguma destas perspetivas

algum objetivo não seja atingido, sentir-se á desequilíbrio no BSC, pois haverá uma

falha de eficiência na meta estratégica a atingir.

Assim sendo a implementação do BSC, tem que ter em conta uma cadeia de relações de

causa e efeito (figura nº7), permitindo a relação em cada uma das perspetivas definidas

e entre, os objetivos (sendo estes os indicadores de resultados-lead indicators), com os

vectores de desempenho (indicadores de meios-lag indicators). Como identificar estas

relações de causa e efeito? Através de um Mapa Estratégico.

Figura nº6 -Exemplo de um Mapa Estratégico de uma Empresa X

Fonte: Fonte :Adaptado de Hugues Jordan;João Carvalho da Neves;José Azevedo

Rodrigues;2009

15 Estratégia é uma palavra milenar de origem grega, e inicialmente não foi utilizada no campo dos negócios. Strategus, para os gregos antigos significava o general superior, e estratégia significava a arte deste general. Na obra “A Arte da Guerra” de SUN TZU (1988) diz-se que as manobras estratégicas significam escolher os caminhos mais vantajosos.

FINANCEIRA EVA

PROCESSOS INTERNOS Prazos de Execução

CLIENTES Satisfação dos clientes

APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO Qualificação dos colaboradores Tecnologia

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“A definição da cadeia de relações de causa e efeito depende dos atores no processo de

conceção do Balanced Scorecard,da estratégia das organizações e da natureza das suas

atividades”Jordan et al.(2009,p.267)

Figura nº7-Relações Causa Efeito

Fonte:Adaptado de Pinto (2009)

A forma como as quatro perspetivas são ordenadas num BSC ;depende se se trata de

Entidades com fins lucrativos, Públicas ou sem fins lucrativos.Neste caso de estudo

referente a um Hospital , ao desenvolver as quatro perspetivas do BSC,foi posto sempre

em primeiro lugar a perspetiva de clientes (,pois a finalidade é servir os clientes ou

utentes) e a perspetiva Financeira (o Orçamento é condição necessária para a realização

dos objetivos principais). Apresenta-se abaixo as três situações referidas e a ordenação

das quatro perspetivas.:

Perspetiva

Financeira

Perspetiva Clientes

Perspetiva

Processos Internos

Perspetiva

Aprendizagem e

Crescimento

Criar valor para Investidores

Exemplo: aumentar o resultado líquido

Criar valor para Clientes

Exemplo: novo segmento de mercado

Gerir a Cadeia de Valor

Exemplo: novo canal de vendas

Gerir pessoas, informação e organização

Exemplo: formação específica

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Figura nº 8-Ordenação das Perspetivas

Fonte: Hugues Jordan;João Carvalho da Neves;José Azevedo Rodrigues;2009

2.3.3.1.Perspetiva do Cliente (utente).

“Como é que os clientes nos vêem?”,”Como devemos ser vistos pelos nossos

clientes?”,”O que é que os nossos clientes valorizam?”

Aqui está uma série de perguntas ás quais temos de responder , temos de descobrir

objetivos e metas , de forma a alcançar os resultados pertendidos nesta perspetiva.

Perspetiva Financeira (do

acionista)

Perspetiva dos

Clientes

Perspetiva da Aprendizagem e

Desenvolvimento

EMPRESA ORGANISMO

PÚBLICO

FUNDAÇÃO PARA CULTURA

Perspetiva de

Processos Internos

Perspetiva Financeira

Perspetiva de

Processos Internos

Perspetiva de

Processos Internos

Perspetiva de Aprendizagem e

Desenvolvimento

Perspetiva de Aprendizagem e

Desenvolvimento

Perspetiva de

Clientes

Perspetiva de

Clientes

Perspetiva Financeira

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Os clientes em muitas das empresas são a principal prioridade da gestão das

organizações, quer organizações que tenham por objetivo o Lucro e o Máximo valor

para os acionistas, quer organizações sem fins lucrativos, as atenções da gestão vão para

os clientes e a sua satisfação (Kaplan, Norton, 1996). As medidas mais importantes

(figura nº6) e as questões a ter em atenção para a avaliação desta perspetiva são: -

Sabemos qual é o nosso mercado alvo? -Quais são os nossos clientes? Como vamos

proceder à sua retenção? -Vamos atrair novos clientes com quem vamos competir? Os

nossos clientes estão satisfeitos? Eles percebem o nosso valor? Qual a rentabilidade do

cliente? (Kaplan e Norton, 1996b;Lipio e Saltério, 2000).

Figura nº9:Perspetiva Clientes esquema de relação:

Fonte:A daptado de Kaplan,Norton,1996

Quota de

Mercado

Retenção

de Clientes Atração de novos Clientes

Rentabilidade do Cliente

Satisfação

do cliente

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Através de objetivos bem definidos e indicadores bem definidos nestas três classes de

atributo o executivo pode levar a sua empresa a oferecer valores de propostas superiores

ao previsto.

Tabela nº1:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva dos

Clientes

PERSPETIVA DOS CLIENTES

COMO LIDAR COM OS NOSSOS CLIENTES?

Fatores Críticos Possíveis indicadores de Desempenho

Rendibilidade necessária garantir uma carteira de clientes que possam contribuir para o valor da empresa

EVA- Economic value added/ Cliente RVC -Rendibilidade vendas/cliente

Satisfação: Adquirir grandes níveis de satisfação dos clientes.

Índice de satisfação dos clientes Tempos de entrega/serviço Cumprimentos de prazos

Retenção: Capacidade para cativar novos clientes ou fazer crescer os clientes atuais

Quota de mercado Volume de negócios novos clientes

Fidelização: Ter a Capacidade em manter os clientes atuais

Crescimento vol. neg, clientes atuais NºRepeat buyers/Nº clientes ano

Fonte :Adaptado de Hugues Jordan;João Carvalho das Neves;José Azevedo

Rodrigues;2009

2.3.3.2.Perspetiva financeira.

De que forma devemos ser vistos pelos nossos accionistas?Como deveremos ser vistos

pelos nossos investidores?

O valor para os acionistas de uma empresa depende do crescimento dos proveitos que

pode ser obtido pelo aumento das vendas ,através da entrada em novos mecados,através

da obtenção de novos clientes, bem como novos produtos e o aumento da produtividade,

segundo Kaplan e Norton(2001);

Mesmo no caso que vai ser estudado nesta dissertação referente a um hospital

público,em que o retorno dos acionistas está abaixo da perspetiva do Cliente/utente ,

para se prestar serviços ao utente e este atingir a satisfação pretendida e logo o

atingimento de uma das metas propostas por objetivo no âmbito da perspetiva,clientes o

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Hospital tem que ter recursos financeiros transformá-los e torná-los rentáveis em

benefícios para os Cliente/Utentes.

Tabela nº2:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva

Financeira.

PERSPETIVA FINANCEIRA

COMO ENCARAR OS ACCIONISTAS?

Fatores Críticos Possíveis indicadores de Desempenho

Rendibilidade: Capacidade de gerir ativos e seus resultados.

RCI- Rendibilidade do capital investido RCP- Rendibilidade dos capitais próprios RV -Rendibilidade das vendas RPA -Resultados por ação

Crescimento: Novos produtos e serviços, conquistando novos clientes e novos mercados.

Quota de mercado Volume de Negócios; Taxa de crescimento de volume de negócios

Criação de Valor: Capacidade de criar valor para o acionista.

EVA-Economic value added CVA-Cash value added CFROI-Cash flow return on investiment

Fonte :Adaptado de Hugues Jordan;João Carvalho das Neves;José Azevedo

Rodrigues;2009

2.3.3.3.Perspetiva dos processos internos.

Em que é que precisamos de ser excelentes? Em que processos temos que ser

excelentes? O que temos que fazer para satisfazer os Clientes e os acionistas?

Os gestores devem se focar em atividades criticas e fundamentais, para aumentar a

satisfação dos clientes bem como atingir os objetivos financeiros (Mooraj, Oyon e

Hostettler,1999).Os processos internos mais relevantes serão aqueles que vão ter um

maior impacto ao nível de satisfação dos clientes e assim originarem vantagens

competitivas. Conforme citado por Pinto (2009):”Cada negócio tem um conjunto

distinto de processos para atingir a missão da organização. Apesar disso é possível

identificar uma cadeia de valor genérica que poderá servir de base na definição desta

perspetiva na formulação do BSC (Kaplan, Norton, 1996) ”

Esta cadeia é composta por três processos:

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Figura nº10:Cadeia de valor na formulação do BSC

Fonte:Adaptado:”The Balanced Scorecard-translating strategy into action-Robert

S.Kaplan,David P.Norton-Havard business school press-1996”

Tabela nº3:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva Dos

Pocessos Internos

PERSPETIVA DOS PROCESSOS INTERNOS

Quais os processos que geram valor?

Fatores Críticos Possíveis indicadores de Desempenho

Organização: A empresa existe para assegurar processos e não acumular funções.

"Lead Time"/Tempo do ciclo Prazos de execução

Racionalização: Necessário eliminar atividades que não geram valor.

Custo unitário dos produtos

Qualidade: Assegurar elevados índices de aceitação do produto/serviço.

Taxa de rejeições; Conformidades

Eficiência e Eficácia: Otimizar a utilização dos recursos da qual dependem os resultados.

Produtividade; Taxa utilização da capacidade,

Fonte :Adaptado de Hugues Jordan;João Carvalho das Neves;José Azevedo

Rodrigues;2009

2.3.3.4.Perspetiva de aprendizagem e crescimento.

Conseguiremos inovar e criar valor?

Necessidade do cliente

Identificar

mercado

Produzir

produto

Criar produto

Entregar

produto

Serviços ao

cliente

INOVAÇÃO OPERAÇÕES SERVIÇOS

Cliente

Satisfeito

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Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo

23

“Os objetivos e as medidas definidas para os clientes e os processos internos deverão

consubstanciar os parâmetros que a organização considera essenciais para o seu

sucesso. (Kaplan, Norton, 1992) ”Matos, Ramos; (2009)

Nesta perspetiva os empregados são principais ativos intangíveis, de qualquer

organização, estes são os principais responsáveis pelo sucesso de uma empresa.

H.Jordan;J.C.das Neves;J.A.Rodrigues(2009)

A perspetiva de aprendizagem e crescimento ou perspetiva do Desenvolvimento

Organizacional, estabelece relações causa e efeito importantíssimas com as restantes

perspetivas influenciando os resultados da perspetiva de topo (financeira ou de clientes

conforme se trata de organização privada ou pública) é pois o conjunto do capital

humano, capital de informação e capital organizacional.

Tabela nº4:Principais Fatores Críticos e Indicadores de Performance na Perspetiva Do

Desenvolvimento organizacional.

PERSPETIVA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

Existe capacidade para crescer de forma sustentada?

Fatores Críticos Possíveis indicadores de Desempenho

Inovação: A capacidade que os colaboradores tem de apresentar ideias novas

Nº de novas ideias aproveitadas Nº de novos produtos/serviços

É necessário a garantia de elevados índices de motivação e empenho

Índice de satisfação do pessoal Montante de prémios e incentivos

Qualificação: Os níveis de conhecimento que os empregados potenciem e os seus desempenhos têm que ser assegurados

Nº de colaboradores qualificados Nº de horas de formação

Tecnologia: Aproveitar o potencial tecnológico Nº de postos de trabalho informatizados; Investimentos em TI por trabalhador

Fonte :Adaptado de Hugues Jordan;João Carvalho das Neves;José Azevedo

Rodrigues;2009

2.4.O BSC em Hospitais

Citando Ribeiro (2008), “O Balanced Scorecard (BSC) é um dos instrumentos

desenvolvidos para o sector privado e cuja adoção pelas instituições do sector da saúde

a nível mundial tem sido ensaiada com sucesso, enquanto ferramenta de controlo de

gestão e de avaliação da eficiência e eficácia das unidades de saúde.”

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24

O Balanced Scorecard é uma ferramenta muito útil para o setor da saúde pois tem a

possibilidade de reunir numa única ferramenta os indicadores financeiros e os clínicos;

bem como ajuda a realizar consensos no que diz respeito à missão e visão da

organização permite obter uma visão abrangente da organização e demonstra em todas

as perspetivas quais são as áreas em que é excelente e quais as que necessita melhorar.

(Ribeiro, 2008) A figura nº11 representa uma estrutura tipo do modelo de BSC para o

Hospital sem Fins Lucrativos

Figura nº 11-Arquitetura do BSC em organizações não lucrativas

Fonte: Adaptado de: “O controlo de gestão nas unidades de saúde: o Balanced scorecard” Por Carlos Manuel Sousa Ribeiro

MISSÃO

Responder a necessidades de

cuidados de saúde

UTENTES

Será que estamos a satisfazer as necessidades e interesses dos

pacientes, Governo, pagadores, comunidade, colaboradores?

ESTRATÉGIA

INOVAÇÃO E APRENDIZAGEM

Qual a preparação para a

mudança e a Melhoria

Contínua?

PROCESSOS INTERNOS

Em que processos devemos ser

excelentes para satisfazer os

utentes?

UTILIZAÇÃO DE RECURSOS

Será que estamos a fazer uma

utilização eficaz e eficiente dos

recursos?

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Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo

25

Como se pode ver a figura nº11 representa uma estrutura tipo do modelo de BSC para o

Hospital sem Fins Lucrativos.

Os Hospitais estão repletos de informação. Informação esta que é necessária para a

Metodologia do BSC. Já existem muitas ferramentas complexas para se poder chegar ao

objetivo de edificação e disponibilização do BSC. A Infra-estrutura de SI adequado do

BSC deve ser vista como um meio de obter acesso e disponibilização de informação de

forma a reduzir a complexidade própria à aplicação do método. No mundo atual não

chega ter a estrutura física adequada às necessidades do mercado, são necessários,

outros atributos para que seja garantida a competitividade da empresa. O BSC é a

melhor maneira de alinhar as estratégias e a estrutura, qualquer plataforma da empresa

pode utilizar os conceitos principais, para alavancar o desempenho da sua área, Kaplan

e Norton (2006a).

Existem várias vantagens associadas à Infra-estrutura de SI adequado do BSC. Estas

aplicações em suporte eletrónico além de permitirem gerir a informação necessária à

gestão de desempenho proporcionada pela implementação do BSC, elas permitem ainda

que através dos Mapas Estratégicos se possa visionar a estratégia da organização

(Kaplan e Norton, 2006;Marr e Neely, 200316). Estas aplicações permitem também

(Kaplan e Norton, 2006;Marr e Neely, 2003)17: -Uma melhor comunicação uma vez que

vão ser vários os utilizadores; reduzindo o esforço necessário à gestão e

disponibilização dos scorecards. -Permitem a realização de análises estratégicas,

ajudando a identificar problemas de desempenho e as causas desses problemas.

A aplicação de Infra-estrutura de SI adequado do BSC é mais uma forma de análise e

tratamento da informação armazenada a somar á aplicação de BI (Lawson, Stratton,

e hatch, 2004)18, no entanto enfrentamos algumas limitações…De entre várias e a mais

importante para mim é que obtemos uma grande informação disponível no entanto não

conseguimos tirar de toda essa informação métrica os objetivos estratégicos a seguir.

16 Citados por Matos, Ramos (2009) 17 Citados por Matos, Ramos (2009) 18 Citados por Matos, Ramos (2009)

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26

Sendo a Infra-estrutura de SI adequado fundamental na existência de informação; e

fazendo referência ao caso do Duke University Hospital (DUH), conforme é

referenciado no Capítulo 2.4,neste caso em análise, como em muitos outros Hospitais

existia informação sobre uma grande variedade de indicadores, mas permaneciam dois

problemas: -Excesso de informação não relevante, falta de informação relevante, -

Informação errada.

Assim este impacto negativo foi ultrapassado pela implementação de uma nova

aplicação informática, que permitiu fazer o registo Histórico clínico de cada paciente

bem como o acompanhamento financeiro de cada um.

Assim o BSC pode ser construído numa base fiável, sendo assim também possível obter

progressos no andamento das medidas definidas no mapa Estratégico.

Relativamente ao setor da saúde, mais concretamente os Hospitais Públicos, é objeto de

análise e estudos feitos por vários autores considerando este setor de difícil gestão. A

empresarialização dos hospitais em Portugal, surge como forma de beneficiar esta

gestão hospitalar considerada por todos tão difícil. Segundo Campos (2004) a

empresarialização nasce devido a privações crescentes de eficácia na gestão de serviços

de saúde. A empresarialização dos hospitais em Portugal teve como principal escolha o

caminho do desenvolvimento e a melhoria dos instrumentos de gestão destas

instituições, e que para tal recorreriam á utilização de ferramentas já implementadas no

setor privado.

Segundo Ribeiro (2004), a empresarialização era de extrema importância na aquisição

de uma maior eficiência no que diz respeito á afetação de recursos e na gestão da

capacidade existente da Performance na rede pública de cota de cuidados. Então vários

instrumentos da área da contabilidade e do controlo de gestão tinham que ser utilizados,

no sentido de vários impedimentos serem ultrapassados: falta de comunicação de

objetivos a atingir, reduzida maleabilidade e desordem na hierarquia, insuficiente

informação interna de base à gestão, o controlo dos gestores públicos sobre os fatores de

produção era diminuta, remuneração fixa, desligada do desempenho individual ou

colectivo, estabilidade de emprego (não constituía um incentivo à melhoria do

desempenho), (Campos, 2004).

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27

Capítulo 3.O Processo Pós Implementação do Balanced Scorecard e os

elementos de apoio ao controlo de gestão Hospitalar.

Segundo Norton e Kaplan (1996a), para que o BSC seja uma ferramenta de

implementação estratégica e de gestão, no seu artigo Using the Balanced Scorecard as a

strategic Management System ; defendem o recurso a quatro novos modelos de

processos de gestão estratégica, conforme se pode visualizar na figura nº2. Clarificação

e Visão da Estratégia, Comunicação e Associação, Planeamento e Definição de Metas,

Feedback Estratégico e Aprendizagem. Segundo Norton e Kaplan (1996a); Butler,

Letza e Neale, 1997;Norreklit,2000;Jordan,Carvalho e Azevedo, 2009), estes quatro

processos ajudam na ligação dos objetivos estratégicos com as medidas de

Desempenho, combinando objetivos de longo prazo com objetivos de curto prazo,

fazendo assim nascer uma grande compatibilidade com a realização da estratégia e a sua

implementação, já com visão do caminho positivo a seguir e um resultado positivo no

pós implementação.

Para um melhor entendimento do que são os elementos de apoio ao controlo de gestão

Hospitalar (Os quatro processos de gestão Estratégica, bem como Infra-estrutura de SI

adequado), apresento a aplicação do BSC a um Hospital Pediátrico descrita Na literatura

de Matos, Ramos 2009 bem como a enfatização associada aos impactos que a literatura

associa ao BSC, e eventualmente os fatores que facilitam/restringem esses impactos.

Far-se-á pois uma breve discussão no setor da saúde; havendo um envolvimento geral

de vários autores que nos apontam impactos positivos e negativos resultantes de

investigações do Impacto do BSC sobre a performance empresarial.

Em 1992 o orçamento do DUH era de quatro milhões de Dólares, em 1996 era de onze

milhões, a administração do DUH teve de efetuar, cortes orçamentais, alguns

consideraram que a qualidade dos cuidados também tinha diminuído; os pais

reclamaram alguns profissionais demitiram-se. John Meliones (Na altura um dos

diretores clínicos do Hospital), concluiu que um dos problemas do seu Hospital era a

discordância dos objetivos entre a Administração, as direções de serviços clínicos e não

clínicos.

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Nesta unidade pediátrica são prestados cuidados intensivos neonatais e pediátricos,

serviços de Emergência, cuidados intermédios, unidade de transplantes, bem como as

sub-especialidades pediátricas.

A seguir passo a descrever “Impactos” do BSC e ”Fatores” que a eles conduziram.

3.1.Os quatro processos de gestão Estratégica e os impactos esperados do BSC, a

prazo.

3.1.1.Clarificar e Traduzir a Visão e a Estratégia

Este processo de clarificar e traduzir a Visão e a Estratégia ajuda os gestores de topo a

construírem um consenso, como Resultado do BSC a longo prazo, desde os gestores de

topo aos operacionais; e assim sendo objetivos e indicadores são articulados entre si, e

passam a ser entendidos e articulados entre os trabalhadores.

Voltando ao caso do DUH, conforme Matos, Ramos (2009) descreve, o Grupo Clínico

(médicos, Enfermeiros), tinha como objetivos a melhoria de saúde dos pacientes sem

olhar a valores. A administração tinha como objetivo evitar o aumento de custos. Claro

que o balanço entre Custo /Qualidade era difícil de obter e dai gerar conflitos entre os

vários grupos profissionais, perante tal facto era necessário cortar alguns cuidados,

camas…. John Meliones entendeu que a ferramenta a adotar seria o BSC; bem como em

simultâneo teria que pensar menos em termos de organização não lucrativa e mais como

uma empresa em que teria de obter resultados positivos.

Segundo (Kaplan e Norton, 1996a, 96c, 2001c)19, O BSC ajuda a Clarificar, traduzir e a

comunicar a visão e a estratégia, a toda a organização, baseando-se em elementos

concretos. Promove o consenso organizacional e apela a que a gestão de topo transmita

a sua visão através de conceitos e representações com significado para aqueles que vão

realizar a visão. O mapa da estratégia é o instrumento privilegiado para descrever a

estratégia de modo facilmente inteligível por toda a organização (Kaplan e Norton,

2006b). Estudos empíricos mostraram que, de facto, o BSC contribui para clarificar e

descrever a visão e a estratégia em termos operacionais (Ahn, 2001; Geuser et al., 2009;

19 Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues

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29

Ferreira, 2010)20 promovendo o consenso dos gestores executivos, em torno da

estratégia (Ferreira, 2010).

Depois de definida a Missão, no DUH, definiu-se o necessário para implementar o BSC:

Serviço Piloto (Unidade de cuidados intensivos pediátricos); Reestruturação da estrutura

Organizacional; Sistema de Informação adaptado;

O IMPACTO, causado pela clarificação a descrição da visão e da estratégia em termos

operacionais veio ajudar os gestores de topo a construírem um consenso, a longo prazo

desde os gestores de topo aos operacionais; e assim sendo objetivos e indicadores são

articulados entre si, e passam a ser entendidos e articulados entre os trabalhadores.

Conforme se pode concluir da Literatura.

3.1.2.Comunicar,Educar, Alinhar.

Este processo é muito importante para que se possa estabelecer uma ligação entre

objetivos globais e de departamentos.

A comunicação é muito importante para se conseguir um alinhamento estratégico como

resultado do BSC; sendo assim criado uma espécie de cumplicidade; entre os objetivos

globais da organização e os seus colaboradores; pelo que assim o BSC promove uma

série de condições para que todos os gestores tenham uma certa facilidade em transmitir

a Visão e a estratégia aos vários níveis operacionais, em benefício do sucesso da

Organização.

Podemos ver através destas definições que a principal preocupação de um Sistema de

Controlo de Gestão, baseia-se no comportamento dos indivíduos.

Uma Estratégia bem desenhada; objetivos bem definidos; objetivos transparentes e

claramente transmitidos aos colaboradores podem tornar-se obsoletos se os indivíduos

optarem por um comportamento inverso ao da organização, pelo que o SCG tem que ter

a capacidade de influenciar o comportamento dos trabalhadores e de alinhar os seus

interesses com os da organização; nem sempre é uma tarefa fácil, apesar de a influência

ser no sentido positivo nem sempre os indivíduos a entendem, pelo que cabe ao SCG,

20

Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues

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30

fazer ver que todos têm que estar alinhados no mesmo objetivo de fazer sobreviver a

Organização em que vivem.

Os gestores devem, através do SCG; influenciar, convencer, vários membros da

organização para que estes implementem as suas estratégias (Anthony e

Govindarajan;2003).

No caso dos Hospitais este aspeto é muito importante; pois o cruzamento diário de

profissionais com formações diferentes e motivações diferentes são imensos. Alinhar os

objetivos de todos estes setores com os objetivos do hospital não é tarefa fácil.

Voltando ao caso do DUH, conforme Matos et. al (2009,p.76) descreve , o Grupo

Clínico (médicos, Enfermeiros),tinha como objetivos a melhoria de saúde dos pacientes

sem olhar a valores. A administração tinha como objetivo evitar o aumento de custos.

No âmbito da reorganização do serviço, no DUH um Administrador e um diretor

médico partilham a responsabilidade das diferentes Unidades, o conceito de grupo

profissional (médicos, enfermeiros) foi abandonado.

Estas equipas estabeleciam protocolos perante as diferentes patologias que eram

comunicadas aos familiares dos pacientes. Comunicar educar e alinhar a estratégia com

todos os colaboradores levam a resultados positivos no DUH. Um dos impactos

positivos resultantes da implementação do BSC no DUH, e pelo facto de a nova

estratégia fazer o ensino mais cedo na recuperação da criança, conforme Matos et. al

(2009,p.79) descreve”… os bebés submetidos a cirurgia cardíaca tinham problemas

relacionados com a alimentação e era preciso ensinar os pais a lidar com essa situação” ,

levando os pais a participar mais cedo, conduziu , a recuperação mais rápida, alta

hospitalar mais cedo, e redução de custos com internamento em 28%.O BSC dá

indicações sobre como a organização procura realizar os objetivos dos vários

stakeholders. Aqui podemos ver nitidamente o processo de causa e efeito.

Um BSC bem arquitetado comunica a estratégia a toda a organização e alinha os

objetivos departamentais e individuais aos objetivos estratégicos de longo prazo

(Kaplan e Norton, 1996a, 96c,2006c)21.

21 Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues

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31

O processo de construção do BSC deve garantir que o BSC seja devidamente divulgado

e os seus utilizadores recebam toda a informação necessária à sua utilização. Segundo

(Kaplan e Norton, 1996a) os objetivos e indicadores departamentais ou individuais tem

que estar definidos e estar alinhados com os objetivos estratégicos e, que o sistema de

recompensas esteja ligado aos indicadores de performance do BSC (Kaplan e Norton,

1996a).

No exemplo do Hospital DUH o impacto em termos da Comunicação e alinhamento foi

positivo, no entanto alguns investigadores nesta área refutam este impacto positivo, por

exemplo da Literatura podemos constatar que o estudo de Buhovac e Slapnicar (2006)22

não confirma a relação entre a adoção do BSC e a melhoria da performance financeira.

Este estudo induz-nos ao conceito de que sistemas de medição de desempenho,

garantem um bom alinhamento à estratégia e que são suportados por mecanismos de

controlo eficazes podendo melhorar a rentabilidade da empresa. Empresas com sistemas

de medição de performance com fraco alinhamento à estratégia e ao sistema de

incentivos parecem criar entraves à melhoria da performance financeira.

O estudo de caso de Ahn (2001) descobriu que o BSC ajudou a empresa a comunicar a

estratégia a toda a organização. A estrutura coerente do BSC e o elo entre as acções e os

objectivos estratégicos permitiram que os colaboradores entendessem os objectivos

estratégicos e que assimilassem a seu tributo para a realização daqueles (Ahn, 2001:

457)23.

No mesmo ano, Malina e Selto publicaram os resultados de uma investigação onde

concluem que o BSC promove o desenvolvimento, a comunicação e a implementação

da estratégia. Encontraram certeza de que os gestores reordenam as suas laborações e

recursos com vista a aperfeiçoar o desempenho medido pelo BSC e que os gestores

Confiam que melhorando a performance medida pelo BSC melhoram também a eficácia

e rentabilidade do seu negócio.

Muitos investigadores relatam os benefícios que o BSC tem para o alinhamento dos 22 Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues 23 Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues

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Objetivos, designadamente, através das relações de causa e efeito que estabelece (Ahn,

2001; Lipe e Salterio, 2002), e Banker et al. (2000)24 encontraram relevo empírico sobre

a relação entre os indicadores não financeiros e o impacto na performance financeira,

referindo a firmeza dos seus resultados com o modelo do BSC.

Dos quatro processos de gestão, suportados pelo BSC, este será possivelmente aquele

que mais sentido tem recebido por parte da investigação.

Uma boa parte da investigação sobre BSC tem procurado validar o BSC enquanto

instrumento de comunicação e alinhamento organizacional.

Uma parte desses estudos concluem que o BSC ajuda a comunicar e a implementar a

estratégia (Ahn, 2001;Epstein e Manzoni, 1998; Malina e Selto, 2001; Mooraj et al.,

1999; Ferreira, 2010; Wijn e Veen-Dirks, 2002)25, enquanto outros estudos apontaram

que o BSC nem sempre é a ferramenta mais adaptada para apoiar os gestores no

processo de implementação da estratégia (Butler et al., 1997).

O IMPACTO positivo através da comunicação em simultâneo com a educação bem

como o alinhamento, da estratégia a toda a Organização resultou na obtenção de

consensos e compromissos entre os diversos níveis da Organização. Foi conseguido um

alinhamento estratégico. Conforme se pode concluir da Literatura.

3.1.3.Planear e Definir Metas.

O BSC tem que incluir não apenas os tradicionais objetivos financeiros, como também

metas para os indicadores não financeiros, de acordo com as perspetivas em causa.

Assim sendo segundo, (Jordan, Carvalho e Azevedo, 2009), metas e iniciativas

estratégicas de curto prazo e respetivos indicadores em cada uma das quatro perspetivas

do balanced scorecard, podem e devem constituir o quadro de referência para afetação

de recursos e a orçamentação como resultado do BSC.

24

Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues 25

Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues

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O Balanced Scorecard é pois uma ferramenta que tem como base as quatro perspetivas,

e para cada uma delas é necessário definir metas planear, para assim se poder atingir

objetivos mensuráveis.

Segundo Anthony e Govindarajan, 2003; o planeamento estratégico corresponde ao

processo de decisão sobre os programas que a organização irá procurar concretizar no

decurso dos próximos anos, para implementar as suas estratégias, e os recursos

associados àqueles programas.

Nos hospitais-empresa, o planeamento é realizado através do plano de negócios, que é

acordado com a administração regional de saúde (ARS) e válido por um terminado

período geralmente 3 anos.

O planeamento das empresas é da responsabilidade da Direção Geral envolvendo

grande capacidade de julgamento. Este processo segundo Jordan, H., J.C.Neves e

J.A.Rodrigues (2009), envolve as seguintes fases: -Informação; -Formulação de

alternativas estratégicas; -Avaliação das alternativas; -Decisão.

Voltando ao caso do Hospital DUH, o primeiro passo para se poder definir metas e

alinhar iniciativas, foi a criação no DUH de um grupo de trabalho multidisciplinar em

que médicos e Enfermeiros diziam quais os seus objetivos, e ao mesmo tempo se

confrontavam com dificuldades Financeiras que o DUH atravessava.

No caso do DUH grandes objetivos emergiram: -Obter elevado grau de satisfação dos

utentes; -Prestar cuidados de qualidade de saúde alinhando iniciativas; -Reduzir a

demora média do utente no Hospital; -Reduzir o custo por doente (o custo era de 15.000

dólares por doente).

Segundo Kaplan e Norton (1996a), a definição de metas para os indicadores financeiros

e não financeiros do BSC divulga o processo orçamental, incorporando neste a

componente financeira dos objetivos estratégicos.

Simons (2000), faz salientar o papel da estratégia, ao considerar que os Sistemas de

Controlo de Gestão:”Ajudam os gestores a prosseguir a implantação da estratégia de

negócio; através do confronto entre os resultados efetivos e os objetivos e metas

estratégicos”

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No mesmo sentido, Otley (1999) diz que” uma organização que apresenta um bom

desempenho é aquela que atinge com sucesso os seus objetivos , ou seja, aquela que

implementa efetivamente uma estratégia adequada”

Relativamente a este processo de planear e fixar metas, havia a necessidade de integrar

o plano de negócios com o orçamento anual. Inicialmente os programas de melhoria

exigiam a existência de recursos disponíveis, era pois difícil articular objetivos

designados com os recursos financeiros existentes implícitos no orçamento anual.

O BSC demonstrou de imediato nos primeiros anos a capacidade para resolver este

problema -Os gestores começaram a basear-se nas metas e indicadores do Scorecard,

para por ao dispor recursos no orçamento, assim os gestores conseguiam coordenar e

financiar iniciativas, estas iniciativas traduzem-se em ações que visam melhorar os

níveis de eficiência dos processos críticos para o sucesso da estratégia. Desta forma, o

BSC, iniciativas estas dirigidas para objetivos de médio/longo prazo.

Segundo (Ahn, 2001; Atkinson, 2006; Kaplan e Norton, 2001c; Mooraj et al., 1999;

Otley, 1999)26 a investigação sobre a forma de integrar o BSC com as outras

ferramentas de gestão é reduzida, e as opiniões dividem-se.

Kaplan e Norton (1996a, 2001c) defenderam que uma adequada conceção do BSC força

à incorporação entre o planeamento estratégico e o processo de orçamentação, podendo

mesmo mudar o orçamento.

Coerente com Kaplan e Norton, Ahn (2001) argumenta que o BSC deve substituir e

não complementar os outros mecanismos de controlo de gestão, incluindo o orçamento.

Por seu lado, Otley (2001) argumenta que o BSC não substituiu por completo todos os

outros mecanismos de controlo, defendendo até que um dos desafios, nesta matéria,

passará por avaliar a forma como o BSC pode ser “combinado” com os restantes

instrumentos de controlo.

26

Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues

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Segundo (Kaplan e Norton, 1996a) o método de planeamento da responsabilidade do

BSC, está finalizado quando as metas se encontram definidas pelos gestores e outros

para os objetivos considerados nas múltiplas perspetivas do BSC; os gestores

identificaram as iniciativas estratégicas e afetaram-lhe os recursos; traduziram as metas,

as iniciativas e a afetação de recursos no processo orçamental; e, definiram os

milestones para os objetivos do BSC que representarão o grau de progresso esperado

para a realização dos objetivos estratégicos.

A partir daqui, compete aos gestores executar, adaptar e aprender. Não obstante a

literatura prescritiva, a investigação sobre a forma e a eficácia do desdobramento dos

objetivos e iniciativas estratégicas para os níveis operacionais é escassa (Ahn, 2001;

Decoene e Bruggeman, 2006)27.

O IMPACTO, resulta muito positivo pela obtenção de a afetação de recursos ter vindo a

evoluir no sentido de ser mais fácil; da sua simplicidade o que torna mais fácil a sua

monitorização e da perceção das pessoas. Os BSC dos departamentos têm vindo a

evoluir em termos de simplicidade, mas simultaneamente mais rigorosos, mais

transparentes e mais fáceis de serem acompanhados. Conforme se pode concluir da

Literatura.

3.1.4.Feedback estratégico e Aprendizagem.

Segundo Norton e Kaplan “o processo de gestão deve recolher dados sobre a

estratégia,testando-a, refeletindo sobre se a estratégia está a desenrolar-se à Luz dos

novos desenvolvimentos e solicitando ideias a todos os membros da organização àcerca

das oportunidades ,opções estratégicas e suas direções”.(Jordan, Carvalho e Azevedo,

2009).

O BSC permite definir o processo de Aprendizagem e Crescimento implementa a

estratégia sobre as relações causa efeito, de acordo com os resultados desejados,

podendo assim ajudar a reformular novas metas, assegurando assim uma melhoria

contínua da organização como resultado do BSC a longo prazo.

27

Citados por, A. M. D. Simões; J. A. Rodrigues

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A avaliação do desempenho, tem por base a direcção entre os proveitos pessoais dos

indivíduos e os objetivos da organização. Para que seja conseguido a organização deve

estar relacionada com um sistema que adote a definição de prémios e de incentivos;

para tal é necessário atuar sobre os colaboradores de três formas: -Informação; -

Motivação; -Remuneração; (Merchant e Van der Stede, 2003).

A informação vai ajudar os colaboradores a identificar sinais importantes a que tem que

estar atentos como os custos, a qualidade e o atendimento aos clientes. A motivação dos

colaboradores também é muito importante, deve funcionar como um estímulo; por

vezes a capacidade de se aguentar o stress dos tempos, como entrega de encomendas

muito apertadas, bem como certas prestações de serviços com elevada sobrecarga,

implica um esforço adicional por parte dos colaboradores, em que é necessário que haja

um estimulo uma motivação, e esta situação refelete-se também naqueles colaboradores

mais dedicados. Quanto à remuneração, vai ser permitido definir um pacote salarial, que

pode ser repartido por uma base fixa e outra variável, de acordo com o desempenho

mostrado.

O Modelo de Avaliação de Desempenho e logo o sistema para a definição de prémios e

incentivos tem de ser capazes de: Jordan et al(2009,p.393)

-“Conciliar o Desempenho individualcom o desempenho grupal e organizacional”

-“Incorporar medidas financeiras e não financeiras”

-“Alinhar o comportamento das pessoas com a estratégia da organização”

-“Criar uma cultura de empresa que tenha respeito pelos factos e de uma procura de

melhoria contínua”

Voltando ao caso do Hospital DUH, depois deste grupo Multidisciplinar, ter definido

Metas pondo-as em prática vem o Feedback estratégico e Aprendizagem;

A tarefa de se rever os casos cujo custo tinha sido mais elevado foi levada a cabo por

uma equipa multidisciplinar, focaram-se pois na perspetiva Financeira, depois de uma

visão partilhada por todos estes colaboradores, concluíram que havia um grande número

de pacientes que permanecia mais tempo na unidade de cuidados intensivos do que era

necessário.

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Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo

37

“Eram doentes que ainda não estavam preparados para passar para as normais unidades

de internamento, cujo custo por doente é de 700 dólares por dia e rácio de enfermeiros

era de 1 para cada 5 doentes; mas também já não era necessário estar na unidade de

cuidados intensivos em que o rácio de enfermeiros era de 1 para 2 doentes e o custo por

dia era de 1700dolares.” Matos et. al (2009,p.80)

Então a visão partilhada pelo grupo Multidisciplinar levou à criação de uma unidade de

cuidados intermédios em que o custo por dia era de 1200 dólares rácio era de 1para3,e

os pais e familiares podiam passar mais tempo com os utentes; este grupo observou que

a interatividade entre pacientes e familiares levou à redução do tempo de internamento;

e por consequência uma redução de recursos financeiros; aqui se vê mais uma relação

de causa e efeito entre as perspetivas do BSC.

John Meliones Retira Do Feedback estratégico e Aprendizagem as seguintes

conclusões:”-A satisfação dos utentes subiu 18%, -A melhoria dos processos internos

permitiu uma redução do tempo médio de internamento em 1,8 dias, bem como uma

redução de reinternamentos de 7% para 3%., -O custo por dia do doente internado

desceu cerca de 5000dolares, -A satisfação dos clientes cresceu cerca de 45%. -No final

do ano 2000, o DHU tinha como nova Meta expandir a utilização do BSC a todo o

Hospital.”Matos et al. (2009,pp.80-81).

Segundo (Kaplan e Norton, 1996a), este quarto processo estratégico - feedback e

aprendizagem - responde às ameaças e oportunidades colocadas permanentemente pelo

ambiente externo às empresas (no nosso caso o Hospital).

Este quarto processo promove o desenvolvimento de um ciclo de aprendizagem que

produz mudanças nos pressupostos e teorias sobre as relações de causa e efeito. Este

processo é designado pela literatura de gestão como “ciclo duplo de aprendizagem”

(Kaplan e Norton, 1996a; Wijn e Veen-Dirks, 2002).

Segundo (Kaplan e Norton, 1996a), o BSC comporta três elementos essenciais à

aprendizagem estratégica:

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38

- O BSC explica, através do mapa estratégico, a visão e a estratégia da organização e

articula as ações operacionais com os objectivos estratégicos, através de relações de

causa e efeito que constituem a suposição estratégica;

- O BSC proporciona feedback estratégico na medida em que dá informação estruturada

e compreensível que permite testar, validar e rever a hipótese estratégica, subjacente ao

mapa da estratégia. A definição de metas e de milestones para objetivos de longo prazo,

que estão integrados no processo de planeamento, permitirá que os gestores sigam o

nível de realização dos objetivos mas também as relações entre as alterações verificadas

nos produtores de performance e as alterações verificadas nos resultados pretendidos;

- O BSC facilita o processo de revisão estratégica – o modelo causal entre geradores de

performance e objetivos permite que os gestores avaliem periodicamente a validade da

hipótese estratégica e a qualidade da sua execução.

De acordo com os autores, o BSC contribui para a aprendizagem organizacional porque

dá a possibilidade aos gestores de testarem e reverem a sua hipótese estratégica descrita

no modelo causal. Por sua vez, Wijn e Veen-Dirks (2002), suportando-se no trabalho de

Norreklit (2000), argumentam que o BSC não pode ser usado para controlo estratégico

uma vez que não é capaz de dar feedback adequado sobre a forma como a estratégia está

a ser executada.

Os resultados do estudo de Ferreira (2010) sugerem que a metodologia do BSC facilita

Aprendizagem estratégica sobre a organização; e que o feedback para revisão da

estratégia decorre do conhecimento e interpretação do modo como decorreu a execução

das estratégias anteriores e da validação do nível de coerência entre os objectivos,

iniciativas, diretrizes e perspetivas. O mesmo estudo conclui que o uso do BSC

incorpora aspetos formais e informais, em especial, na definição e monitorização dos

objetivos das equipas descentralizadas.

O IMPACTO resultante do Feedback estratégico e Aprendizagem é muito positivo, na

medida em que dá informação estruturada e compreensível que permite testar, validar e

rever a hipótese estratégica, promove o desenvolvimento de um ciclo de aprendizagem

que produz mudanças nos pressupostos e teorias sobre as relações de causa e efeito. O

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BSC vai crescendo é um caminho de melhoria contínua. Uma melhoria contínua da

organização. Conforme se pode concluir da Literatura.

Potenciais Impactos.Quanto as vantagens por si só as quatro perspetivas do BSC,

reúne-as a todas em apenas uma só, é pois a vantagem de auxiliar os gestores a

organizarem virtualmente a quantidade elevada de cálculos de desempenho incluídas no

BSC.

Segundo (Kaplan e Norton, 2004), as medidas estratégicas não são apenas indicadores

de Performance em quatro perspetivas sem relação alguma, elas são pois um conjunto

de de relações de causa e efeito entre os objetivos das quatro perspetivas.

Segundo (Johnsen, 2001), esta ferramenta é utilizada nas organizações públicas, pela

sua transparência, melhoria de desempenho e responsabilidade, podendo ser discutidos

e selecionados indicadores de forma mais variável.

3.2. Os quatro processos de gestão Estratégica como fatores potenciadores dos

impactos esperados do BSC, a prazo.

3.2.1.Clarificar e Traduzir a Visão e a Estratégia.

O FATOR - Clarificar e traduzir a visão e a estratégia deve ser visto como um meio de

obter a formação em conjunto seguida de reuniões individuais com cada um dos

Departamentos/Serviços permitindo grande comprometimento de todos os envolvidos.

Sendo o IMPACTO resultante deste fator a obtenção de consensos e compromissos

entre os diversos níveis da Organização.

3.2.2.Comunicar,Educar, Alinhar.

O FATOR – Comunicar Educar Alinhar deve ser visto como meio de obter uma espécie

de cumplicidade entre os objetivos globais da organização e os seus colaboradores.

Sendo o IMPACTO resultante deste fator a obtenção da promoção e o desenvolvimento,

a comunicação e a implementação da estratégia. Os gestores reordenam as suas

laborações e recursos com vista a aperfeiçoar o desempenho medido pelo BSC e que os

gestores, confiam que melhorando a performance medida pelo BSC melhoram também

a eficácia e rentabilidade do seu negócio.

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3.2.3.Planear e Definir Metas.

O FATOR – Planear e Definir Metas deve ser visto como meio de obter a alocação de

recursos. Os gestores identificam as iniciativas estratégicas e afetam-lhe os recursos.

Definem as metas, as iniciativas e a afetação de recursos no processo orçamental; e,

definem os milestones para os objetivos do BSC que representarão o grau de progresso

esperado para a realização dos objetivos estratégicos. Sendo o IMPACTO resultante

deste fator a obtenção de metas e indicadores do Scorecard, para por ao dispor recursos

no orçamento, assim os gestores conseguiam coordenar e financiar iniciativas, estas

iniciativas traduzem-se em ações que visam melhorar os níveis de eficiência dos

processos críticos para o sucesso da estratégia. Desta forma, o BSC, conduz a iniciativas

estas dirigidas para objetivos de médio/longo prazo.

3.2.4.Feedback estratégico e Aprendizagem.

O FATOR – Feedback estratégico e Aprendizagem deve ser visto como meio de obter

formações frequentes bem como obtenção de melhoria contínua da qualidade, houve

pois um maior enfoque para a sensibilização dos processos, circuitos, o que se tem

traduzido numa melhoria contínua nos serviços. Sendo o IMPACTO resultante deste

fator a informação vai ajudar os colaboradores a identificar sinais importantes a que tem

que estar atentos como os custos, a qualidade e o atendimento aos clientes. Este impacto

sugere que a metodologia do BSC facilita a Aprendizagem estratégica sobre a

organização; e que o feedback para revisão da estratégia decorre do conhecimento e

interpretação do modo como decorreu a execução das estratégias anteriores e da

validação do nível de coerência entre os objectivos, iniciativas, diretrizes e perspetivas.

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41

Capítulo 4.Metodologia.

A metodologia dos objetivos da Investigação tem como suporte um estudo de caso

(Entrevistas não formais) e Revisão da Literatura. Seguiu-se a seleção dos grupos

profissionais, formulou-se as questões a investigar e definitivamente elaborou-se o

questionário. Após a elaboração do questionário procedeu-se, á recolha de dados,

organização dos mesmos de acordo com o pretendido, seguindo-se um estudo dos

mesmos. Por fim veio a obtenção dos resultados suas interpretações e conclusões.

Duas entrevistas Piloto foram entretanto realizadas. Uma no dia 6 de Dezembro de 2012

com a responsável pelo Planeamento e controlo de Gestão e outra no dia 18 de

Dezembro de 2012 com a responsável pela implementação do BSC.

Na reunião tida com a responsável pela implementação do BSC, foi-me sugerido o

grupo de profissionais com quem deveria falar sendo eles:

-Dois elementos do Conselho de Administração envolvidos na implementação do BSC,

na ULS.

-O responsável pela implementação do BSC.

-Seis elementos do Conselho de Gestão de Departamentos Clínicos envolvidos na

implementação do BSC.

-Três elementos de Direções de Serviços não clínicos envolvidos na implementação do

BSC.

Nesta reunião de forma genérica falei nas questões que pretendo desenvolver junto dos

grupos profissionais. Foi-me sugerido que este estudo fosse feito durante os meses de

Janeiro e Fevereiro de 2013 devido a uma maior disponibilidade por parte dos grupos

profissionais em colaborarem neste estudo, no entanto devido a fatores exogenos o

estudo estende-se pelo semestre. Foi feito em simultâneo a recolha de dados através de

inquéritos bem como a Consulta Bibliográfica.

No dia 27 de Dezembro de 2012 foi enviada uma carta ao Presidente do Conselho de

Administração da ULS de forma a formalizar o pedido de colaboração por parte do

grupo de profissionais envolvidos na implementação do BSC.

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42

Enviei algumas questões à Responsável pela implementação do BSC para que esta as

pudesse analisar e posteriormente passar à sua validação.

“Passo a acrescentar que me foi dado hoje conhecimento da autorização para a

realização do estudo em causa no Hospital …. . (7 de Janeiro de 2013) “Plano de

Dissertação (2012) I.H.Pinto

4.1.Porquê um caso?

Na fase teórica deste trabalho e no método de Investigação adotado (Estudo de Caso),

será realizado um Estudo de Caso baseado numa metodologia qualitativa e

interpretativa para desenvolver a presente investigação do tipo Ilustrativo (como é

produzido conhecimento através de evidências); segundo as tipologias propostas por

Keating (1995)28e Otley e Berry (1998), dado que se pretende utilizar a teoria existente

do BSC bem como sistemas de controlo de gestão, para se analisar o impacto da pós-

implementação do BSC neste HP. Optou-se pelo estudo de caso pelas vantagens

oferecidas na análise de uma organização. Torna-se assim mais fácil descrever,

explorar, explicar obter conhecimento através de Evidencias que ficam disponíveis

acerca do fenómeno estudado; isto é a assimilação do BSC após a sua implementação

numa Instituição Publica como é o HP.

Geralmente, os estudos de caso são a estratégia preferida quando se colocam questões

do tipo “como” e “porquê”, enquadrados em acontecimentos atuais e sobre os quais se

verifica a inexistência de controlo/manipulação dos investigadores sobre os mesmos

(Yin, 2003).No âmbito da metodologia adotada aquando de um estudo de caso efetuado

em Portugal a uma empresa do sector financeiro, as autoras inequivocamente

defenderam “face ao tipo de questões principais para investigação sobre “Porquê” e

“Como” foi implementado o ABC no banco Alfa, …, o método escolhido para este

estudo foi o case study de acordo com as condições de Yin sobre o tipo de research

questions –“How” e “Why” …” (Major & Carvalho, 2009). Yin identifica as situações

relevantes para diferentes estratégias de investigação de acordo com a tabela que se

segue:

28

Keating (1995) indica quatro tipos de estudos de caso. Para Otley e Berry (1998), existem quatro tipos de estudo de caso: exploratórios, críticos, ilustrativos e acidentais.

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43

Tabela nº5 - Situações relevantes para diferentes estratégias de investigação.

Situações relevantes para diferentes estratégias de investigação

Estratégia Forma da questão da investigação Exigência de controlo sobre eventos

comportamentais

Focaliza acontecimentos

contemporâneos

Experimental Como, porquê? Sim Sim

Levantamento de dados Quem, o quê, onde, quantos, quanto? Não Sim

Análise de Arquivos Quem, o quê, onde, quantos, quanto? Não Sim/Não

Pesquisa Histórica Como, porquê? Não Não

Estudo de Caso Como, porquê? Não Sim

Fonte: Adaptado de Yin (2003)

O estudo de caso como estratégia de investigação é abordado por vários autores, como

Yin (1993 e 2005), Stake (1999), Rodríguez et al. (1999), entre outros, para os quais,

umcaso pode ser algo bem definido ou concreto, um grupo ou uma organização, mas

também pode ser algo menos definido ou mais abstracto como, programas, processos de

implementação ou mudanças organizacionais , envolvendo grandes decisões..

Uma estratégia de pesquisa várias vezes utilizada é aquilo a que chamamos de Estudo

de caso. Pode afirmar-se que é a estratégia mais utilizada quando se pretende conhecer o

“como?” e o “porquê?” (Yin, 1994). Estas questões são explicativas e tratam de relações

Operacionais que ocorrem ao longo do tempo; mais do que frequências ou incidências.

De acordo com Yin (1989), o Estudo de Caso deve ser utilizado, quando queremos

estudar algo contemporâneo, em situações em que os comportamentos não podem ser

manipulados, mas onde podemos fazer observações em campo diretas e Entrevistas

sistemáticas. Optou-se por um Estudo de caso, primeiro porque o tempo era escasso

para se efetuar mais do que um estudo de caso com relevância significativa e uma

abordagem suficiente é preferível ter apenas um estudo de caso profundo e completo do

que dois estudos de caso incompletos, segundo porque conduzir dois casos é menos

abrangente do que conduzir um. Assim fez-se um estudo de caso mais exaustivo em vez

de dois ou três, mais superficiais. Quanto às vantagens da Investigação,as vantagens

colhidas na investigação pela utilização do método estudo de caso, segundo Yin (1994),

são: método que produz informação de fácil entendimento, o que facilita a compreensão

e comunicação; foca pontos únicos que se perderiam num estudo de escala mais

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alargada; relata pormenorizadamente a situação em estudo, o que proporciona uma

maior compreensão da realidade e, finalmente, pode ser implementado por um único

investigador.Assim sendo haverá uma maior aproximação à realidade dos dados; apesar

do problema da interferência. Segundo (Fragoso, 2004) é necessário analisar a

interferência produzida e inclui-la na investigação, mais do que negligencia-la ou

considera-la nula. No que diz respeito às limitações aquela que parece ser mais

importante é a que nos chama atenção para os resultados da investigação (observações e

explicações das observações); afirmando-se assim que estes não podem ser

generalizados a outros casos (Otley e Berry, 1998).

Falta de rigidez e excesso de enviesamento (Amaratunga e Baldry, 2001), é uma critica

bastante usual sendo frequentemente identificados como não sendo capazes de afastar a

falta de validade e fiabilidade29 (McKinnon, 1988) dos critérios de investigação.

Como é referido por Humphrey e Scapens (1996), nenhum investigador de um estudo

de caso pode afirmar que realizou uma análise objetiva dos acontecimentos. De acordo

com os autores citados, um estudo de caso não é mais do que a representação subjetiva

do sistema social em estudo. Um outro qualquer investigador obteria um conjunto

diferente de conclusões Humphrey e Scapens, 1996).

McKinnon (1988) identifica quatro tipos de ameaças à validade e à fiabilidade que

se encontram presentes num estudo de caso : efeitos causados pelo observador,

enviesamento do observador, limitações de acesso à informação e complexidades e

limitações da mente humana.

No que se refere aos efeitos causados pelo observador, o autor refere que a presença do

Investigador conduz os participantes a transformarem o seu comportamento bem como

os seus diálogos, levando à observação de um cenário diferente daquele que seria

natural sem a sua presença.

29

De acordo com SYKES (1990), a palavra validade é usada numa grande diversidade de sentidos nas discussões sobre a pesquisa quantitativa. A mais importante superioridade está no seu uso, como referindo-se ao tipo e precisão da informação, obtida de amostras individuais, sejam elas indivíduos ou grupos e a avaliação da validade deve ser feita à luz do propósito do trabalho de investigação. A fidedignidade diz respeito à firmeza dos dados (SYKES, 1990) e à repetição dos resultados, em que se repete os mesmos procedimentos em situação semelhante, ou seja, Validade Teórica - os métodos de recolha de dados têm validade teórica quando os seus procedimentos são fundamentados em termos de teorias Estabelecidas como as Psicológicas, Sociológicas etc. (SYKES, 1990).

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45

O enviesamento do observador resulta do facto daquilo que o investigador observa ou

ouve, podendo não corresponder exatamente à realidade, ou seja, a maneira como o

investigador regista, calcula e considera os factos é influenciada por aspetos como a sua

cultura e formação (McKinnon, 1988). O investigador não é um observador neutro mas

sim um participante ativo na construção do estudo de caso (Humphrey eScapens, 1996).

O terceiro tipo de ameaças – limitações de acesso à informação – deriva do pouco

tempo que é passado na organização e de limitações de acesso criadas pela própria

organização.

Finalmente, as complexidades e limitações da mente humana são originadas por dois

aspetos:

-Os entrevistados podem deliberadamente transmitir uma imagem para o exterior que

não corresponde à realidade dos factos.

-Os próprios entrevistados, mesmo querendo transmitir a realidade, estão sujeitos às

limitações da mente humana; para além de não conseguirem recordar de tudo, da

mesma forma que o investigador, têm os seus próprios enviesamentos que se vão

reproduzir nas suas ideias e opiniões (McKinnon, 1988).

Como é apontado por Patton e Appelbaum (2003), além da subjetividade do

Investigador, o problema do enviesamento ou falta de rigor também advém da

subjetividade de quem o informa ; fontes de informação a que o investigador recorre

para compreender o caso.

4.2.Como conduzi um caso?

No que diz respeito á escolha da organização o primeiro contacto informal foi feito

através de duas entrevistas Piloto,uma no dia 6 de Dezembro de 2012 com a responsável

pelo Planeamento e de controlo de Gestão e outra no dia 18 de Dezembro de 2012 com

a responsável pela implementação do BSC.Como já foi referido atrás ,no dia 27 de

Dezembro de 2012 foi enviada uma carta ao Presidente do Conselho de Administração

da ULS de forma a formalizar o pedido de colaboração por parte do grupo de

profissionais envolvidos na implementação do BSC.A autorização para a realização do

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46

estudo em causa foi-me transmitido a 7 de Janeiro de 2013.Após a marcação das

entrevistas ; a recolha de dados através destas começaram em 29 de Abril de 2013.

Tabela nº 6-Dinâmica operacional de recolha de dados

Entrevistados Datas das

Entrevistas

Conteúdos da

entrevista Entrevistas Respostas Datas das Respostas

A membros do CA

Presidente do CA 26/06 Às 10h30 A 30 MINUTOS Gravação

26 De Junho de 2013

17:20

Vogal executivo do CA 29/04 Às 11h00 A 45 MINUTOS Gravação 3 De Junho de 2013 15:20

Ao responsável pelo projeto do BSC

Gabinete de contratualização S/Marcação B

Correio

eletrónico 14 De Maio de 2013 10:41

Seis elementos do Conselho de Gestão

de Departamentos Clínicos envolvidos

na Implementação do BSC

-Administradora do Departamento de

Ambulatório S/Marcação C

Correio

eletrónico 29 De Maio de 2013 17:07

-Diretor do Departamento de Medicina. 07/05 Às 09h30. C 15 MINUTOS

Correio

eletrónico 8 De Maio de 2013 01:13

-Administradora do Departamento de

Medicina 07/05 Às 11h00 C 15 MINUTOS

Correio

eletrónico

18 De Junho de 2013

18:04

-Administrador do Departamento de

MCDT 02/05 Às 15h00 C 45 MINUTOS Gravação 3 De Junho de 2013 15:24

-Administradora do departamento de

Emergência e Medicina Intensiva 02/05 Às 15h45 C 35 MINUTOS

Correio

eletrónico 13 De Maio de 2013 12:11

-Administradora do Departamento de

Cirurgia 07/05 Às 10h15. C 30 MINUTOS

Correio

eletrónico

19 De Junho de 2013

18:15

Três elementos de direções de serviços

não Clínicos

- Diretora de Serviço de Esterilização

Central 29/04 Às 10h00 D 45 MINUTOS Gravação 3 De Junho de 2013 15:28

-Diretora de Serviços De Instalação e

Equipamentos 07/05 Às 09h00. D 30 MINUTOS

Correio

eletrónico 7 De Maio de 2013 10:16

-Diretor de Serviço De Compras e

Logística 07/05 Às 11h30 D 45 MINUTOS Gravação 3 De Junho de 2013 15:31

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Fonte:Criação Própria

Breve descrição dos conteúdos das Entrevistas:

A- Como era o SCG antes do BSC; de onde surge a Ideia da implementação do

BSC? Aspetos no processo de implementação; Quais os resultados positivos e

negativos após a implementação do BSC.

B- Como era o SCG antes do BSC; Existia sistema de avaliação de desempenho? O

plano operacional e estratégico; Como era realizado o orçamento. Planeamento

para a implementação do BSC. Quem teve formação. Áreas prioritárias de

implementação. Reestruturação da organização. O CA teve papel promotor do

BSC? Definição/Identificação de indicadores na implementação; dificuldade na

medição; Em que é que o BSC alterou o Controlo de Gestão? Houve mudanças

no Sistema de Informação?

C- Características e impacto no uso da Metodologia; Foi fácil aprender a nova

Metodologia? Promoção de ações de formação? Consensos e compromissos

entre os diferentes níveis de organização, foram garantidos? Houve barreiras por

parte das pessoas? O BSC veio clarificar o consenso das várias estratégias

organizacionais? As quatro perspetivas oferecem aos gestores intermédios uma

metodologia para a tomada de decisão? Existe algum serviço do departamento

que não esteja a utilizar o BSC? Existe algum incentivo para o melhor

desempenho Qualidade Organizacional da Instituição; O BSC foi um sucesso?

Insucesso? Porquê? Qual o impacto que o BSC teve na Qualidade

Organizacional da Instituição?

D- Todas as questões do grupo C e ainda as seguintes: Responsabilização de

resultados obtidos; culpabilização do tempo gasto na implementação do BSC? O

BSC e as perspetivas Financeira; Clientes; Processos internos de Aprendizagem

e Crescimento; Em que é que o BSC ajudou na satisfação por parte dos Clientes

quer por parte dos colaboradores. Como é que o setor atua para atingir os

resultados pretendidos? O BSC obriga a uma maior responsabilidade no que diz

respeito à gestão? Especialmente quando existe uma ligação entre o

cumprimento dos objetivos que são definidos pelo BSC e a remuneração dos

gestores?

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48

Destaca-se como se procura alcançar a validade e a fabilidade do estudo de caso.

Os estudos de caso normalmente reúnem dados de múltiplas fontes de evidência,

incluindo apenas algumas ou todas as seguintes: documentos, entrevistas, questionários,

observações diretas, registo de arquivos, artefactos e observações participantes (Major

et al., 2009; Smith, 2003).

Smith (2003) referencia Merchant e Simons na prescrição de exemplos de estudos de

caso que incorporaram dados de várias fontes. A adoção de métodos múltiplos é

intitulada "triangulação" e oferece a oportunidade do acesso a diferentes fontes para um

método comum de investigação (triangulação dentro do método) ou com diferentes

métodos (triangulação entre métodos): -Triangulação dentro do método (within-method

triangulation), que combina diferentes investigadores, -Diferentes investigações e

diferentes inquéritos; ·Triangulação entre métodos (between-methods triangulation) que

combina resultados diferentes de entrevistas, pesquisas e recolhas de dados evidentes,

que podem incluir abordagens qualitativas e quantitativas. Segundo vários autores, é

possível oferecer diferentes alternativas de análise do fenómeno através de um processo

de "triangulação", aumentando a validade e a fiabilidade da investigação (Lillis, 1999;

Lillis & Mundy, 2005; Major & Carvalho, 2009; Smith, 2003; Yin, 2003).

Os dados foram recolhidos especialmente através de entrevistas semi-estruturadas sendo

pois esta uma forma estratégica de se garantir confiança e validade na investigação. Por

um lado devido ao facto de as entrevistas abertas conduzirem a que as mesmas sejam

subjetivas por natureza (Bilkhu Thompson, 2003).

É necessário encontrar o significado manifesto e o que permaneceu oculto. Por isso a

escolha do método de entrevista. Chizzotti (1991).

O procedimento de entrevista permite algumas vantagens:

-Obtenção de respostas que em termos materiais não seriam possíveis, inclusive aqueles

dados que não se encontram em documentos (Marconi & Lakatos, 1996), ou seja o

conhecimento oculto dos interlocutores.

-Economia de tempo e de custo por se adequar a uma quantidade relevante de situações.

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-Possibilidade de discussão que é promovida pelo contacto pessoal, podendo assim o

investigador repetir ou tirar duvida esclarecendo as mesmas; (Marconi & Lakatos,

1996). No meu caso de Estudo na última entrevista, além das entrevistas previamente

estruturadas surgiu, uma dúvida que despoletou uma série de perguntas por parte do

entrevistador e que vai ajudar a construir algumas conclusões relevantes relativamente a

algumas desvantagens contidas nos estudos e revisões bibliográficas feitas pelos

autores. (A duvida da questão em causa encontra-se na pagina…49…)

-Oportunidade de avaliar atitudes, estimulação do processo de cooperação.

Embora a entrevista seja uma técnica amplamente conceituada, existem também críticas

a seu emprego. Nogueira (1969) recorda que uns dos motivos de dúvida quanto a

validade técnica científica de dados obtidos através de entrevista, é obtida da

possibilidade dos entrevistados serem influenciados em suas respostas, consciente ou

inconscientemente, pelo entrevistador. Outra fonte de erro é a dificuldade do

entrevistador em se fazer compreender claramente pelo entrevistado.

Previamente à realização das entrevistas foi enviado por correio eletrónico as questões

que se pretendiam abordar, de forma a que assim as pessoas pudessem se familiarizar

com o pretendido evitando complexos e limitações da mente humana (McKinnon,

1988). Como meio de se aumentar a confiança desta investigação em anexo

disponibiliza-se a lista com as respetivas Questões que serviram de base ás entrevistas,

são pois guiões, algumas perguntas que foram feitas no decorrer da ação serviram para

esclarecer e clarificar certas duvidas que iam surgindo durante o percurso da Entrevista

e como é obvio não se encontram nesses guiões. (McKinnon, 1988).

Como exemplo de um entrevistado em que foi feita a seguinte pergunta sem

previamente ter sido enviada por correio eletrónico nem estar no guião dirigida ao

próprio, pois surgiu da conversação: Entrevistador: “Só uma pequena dúvida? As

pessoas criaram uma barreira? As pessoas ficaram com receio desta ferramenta? Não

sei se o Dr. esteve nas formações junto com as pessoas……….”

Entrevistado: “Estou muito próximo destas pessoas todas pois estou nestas reuniões,

isto é algo demasiadamente estratégico para se estar afastado, tem que haver

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envolvimento da gestão de topo, houve assimilação gradual mas também notei que as

pessoas ao verem os seus resultados próprios das suas monitorizações lhes

interessavam cada vez mais em contribuírem no bom sentido.”

Espontaneamente alguns dos entrevistados disponibilizaram-se a apresentar alguns

documentos, e até por momentos consegui observar algumas atividades de trabalho, no

entanto a percentagem maior foi o recolher de dados através de Entrevistas.

Entende-se por entrevista semi estruturada, aquela que parte de questões básicas

apoiadas em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem

um leque vasto de interrogativas, fruto de novas hipóteses.

Segundo Trivinos (1987) a entrevista semi - estruturada é resultado não só da teoria que

alimenta a ação do investigador, mas também de toda a informação que ele já recolheu

sobre o fenómeno que interessa, não sendo menos importantes seus contatos, inclusive,

realizados na escolha das pessoas que serão entrevistadas. É pois um dos principais

meios que o investigador tem para recolher dados, ela valoriza a presença do

Investigador, cria espontaneidade no entrevistado, sendo assim a investigação mais rica.

A entrevista semi-estruturada foi um dos meios adotados nesta pesquisa.

De forma a aumentar a validade conforme sugerido por Yin (1994), considero que a

apresentação de alguns documentos e até certas observações pontuais aliadas a algumas

atividades de trabalho por parte dos colaboradores, conjuntamente com as entrevistas

semi-estruturadas (triangulação); vieram contribuir para a validação do estudo de caso.

A estratégia de se recorrer a vários métodos de recolha de dados, e se conseguir através

da observação captar informação, é muito importante é muito útil para compensar a

limitação que deriva do facto de não ser possível estar o tempo desejado na empresa em

estudo McKinnon (1988).

Na fase final da investigação foram enviadas as transcrições de algumas entrevistas, aos

colaboradores, para que estes pudessem corrigir algumas lacunas.

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51

Capítulo 5.Estudo de Caso.

O estudo de caso incide sobre um Hospital localizado na região Norte do País o qual faz

parte de uma ULS (Unidade Local de Saúde).

O carácter exploratório tem como Objetivo analisar se a Missão a Visão e os vários

mapas Estratégicos elaborados especialmente para este estudo de caso, tem vindo a

evoluir no sentido de promover cada vez mais o equilíbrio entre a parte financeira e a

satisfação pela parte dos utentes e por quem presta os serviços, em simultâneo com o

impacto pós-implementação do BSC.

Ao longo deste capítulo vamos apresentando os resultados obtidos através dos dados

que foram recolhidos com base na metodologia que foi adotada.

5.1.Introdução e Apresentação da empresa

Localizado na região Norte do País Este Hospital Público faz parte De uma Unidade

Local de Saúde , E.P.E. é uma entidade pública empresarial. Esta ULS é Composta pela

ACES (Agrupamento de Centros de Saúde), HP (Hospital Público) e Unidade de

Convalescença são pois unidades de prestação de cuidados. Esta ULS está integrada no

Serviço Nacional de Saúde e tem como objetivo principal a prestação de cuidados de

saúde, em simultâneo pode explorar os serviços.

Principais setores do Organigrama;

Figura nº 12- Esquema Organigrama

São órgãos sociais desta ULS: O Conselho de Administração; O Fiscal Único; O Conselho Consultivo.

Conselho de Administração

Área de

gestão e logística

Área de

Suporte à

prestação de

cuidados

Área de

Cuidados

continuados

ACES Área clínica

hospitalar

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O Conselho de Administração é composto pelo Presidente e o máximo de cinco Vogais

Executivos, sendo um deles médicos de uma especialidade hospitalar, outro Diretor

Executivo do ACES e um enfermeiro.

Ao médico da especialidade hospitalar referido anteriormente compete a direção clínica

deste HP e ao enfermeiro a respetiva direção de enfermagem da ULS.

5.2.Impactos do BSC na ULS e fatores identificados.

O Balanced Scorecard foi implementado em todo o HP, conforme nos transmite um

entrevistado:

“O sistema de Controlo era anteriormente bastante mais rudimentar, antes da

implementação do BSC tínhamos boletins estatísticos e tínhamos o nosso BI.

O BSC veio trazer diferenças muito substanciais, porquê?

Porque o BSC passou a fazer parte da cultura do Hospital, nós implementamos o BSC

não só neste ou naquele serviço, implementamos o BSC em toda a organização e

fizemos isso com o apoio da Escola de Gestão do Porto, Porto Business School , o

Balanced Scorecard Foi implementado há cinco anos, fizemos esse trabalho com eles, à

duas semanas tivemos duas sessões de Refrech, para voltarmos a redesenhar o nosso

mapa ,isto a propósito de voltarmos a olhar para a nossa Visão e Missão, portanto

redesenhar todo o mapa estratégico.”

O FACTO de ter Havido por parte da EGP, apoio nesta implementação teve como

IMPACTO um alinhamento estratégico, conforme afirmado por um dos entrevistados; a

pós implementação do BSC, veio permitir esse alinhamento, e por conseguinte foram

garantidos consensos e compromissos entre os diversos níveis da Organização.

“O que conseguimos com o BSC foi termos um alinhamento estratégico, ao

desenharmos um mapa estratégico na instituição e depois fazermos um Drill Down ,

nesses mapas Estratégicos desde os departamentos até aos serviços conseguimos um

alinhamento das bases para o Topo e vice-versa”.

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De onde surge a ideia do BSC, neste Hospital? Pelo que pude perceber através de várias

entrevistas feitas, diálogos estabelecidos com os vários colaboradores do Hospital para

além das entrevistas semiestruturadas, a ideia surge com a vinda do Sr. Presidente.

“A ideia surgiu ……Portanto eu vim para cá em 2008, a ideia terá surgido em 2009….o

BSC é uma ferramenta que eu conhecia da Industria, utilizada em algumas grandes

Multinacionais e que sobretudo para mim era muito importante, quer porque estava a

chegar a um local novo a uma unidade local de saúde, e fazer qualquer coisa para que

houvesse empowerment, para que houvesse alinhamento estratégico, tornava-se

bastante importante digamos comprometer os dirigentes desta casa com o conselho de

administração, pelo que a ferramenta me pareceu muito boa para isso, e depois eu

acredito muito na gestão visual e era importante eu ter um BI com um impacto visual e

de fácil leitura.”

Conforme foi transmitido pelo Sr. Presidente do CA o BSC começou a ser desenhado

em finais de 2008, em Dezembro de 2008; seguidamente surgem as primeiras reuniões

(2009) com todos os dirigentes da ULS.O que aconteceu entre 2008 e 2009 foi mais

uma reflexão sobre os prós e os contras da Metodologia. O ponto de partida foi feito em

2009.

A criação dos Mapas estratégicos, e o sistema dos “semáforos”, verde, amarelo a

questão do impacto visual, o facto de um indicador estar a vermelho o que leva logo a

que os colaboradores tendam a rapidamente resolver o problema, esta é pois a questão

do alinhamento estratégico sendo assim fácil de monitorizar, o facto de este sistema ser

tão intuitivo leva à escolha do BSC no Hospital.

É pois uma forma muito ágil de se conseguir gerir e controlar um número grande de

indicadores, distribuídos pelos imensos departamentos existentes num Hospital. É

importantíssimo um impacto visual.

Relativamente ao processo de implementação existem vários aspetos a destacar, dentro

dos mais importantes podemos destacar:

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- Envolvimento dos vários grupos (clínicos, não clínicos); Alocação de Recursos;

Aproveitamento de sistemas /dados anteriormente disponíveis; sistemas

comportamentais

Relativamente ao Envolvimento dos vários grupos (clínicos, não clínicos) neste

Hospital existe um gabinete de Planeamento e de controlo de Gestão que é o

responsável por fornecer os dados, dados fiáveis.

Depois existe o gabinete de contratualização que é uma espécie de acessória que

funciona junto ao Presidente que o acompanha em todas as realizações de

contratualizações com a tutela da Administração geral ou com o Governo ou com o

Ministério da saúde e acompanha com as contratualizações com os departamentos e

com os serviços internos.

O BSC teve um impulso inicial e ai foi preciso recursos; O impulso inicial foi feito com

a PBS a antiga EGP e assim foram mobilizados todos os diretores, todas as chefias do

Hospital.

As reuniões foram feitas fora do Hospital, segundo o Presidente estas reuniões fora do

Hospital levam a um ambiente que proporciona discussões, brainstorming, sobre o que é

que é a Missão, Visão e os Valores desta Organização.

Nestas reuniões, são envolvidos tanto os grupos clínicos como não clínicos, os Diretores

dos departamentos clínicos que são sempre médicos (envolve todos os diretores de

departamento), os departamentos deste Hospital Público (HP) para além de médicos e

enfermeiros chefes, (enfermeiros supervisores) estão sempre presentes; e depois estão

os gestores, cada departamento clínico tem um Diretor um Enfermeiro e um

Administrador (gestor).

Depois também estão aqueles serviços transversais como Recursos Humanos, financeira

e portanto é absolutamente transversal do ponto de vista das categorias profissionais,

este envolvimento é grande.

A implementação do BSC foi precedida de uma reestruturação organizacional,

caracterizada pela criação de departamentos. Foi selecionado o grupo de formandos que

iria participar na formação.

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Tratava-se essencialmente das chefias intermédias e do próprio Conselho de

Administração. Houve 2 dias de formação sobre BSC, com sessões teóricas e práticas.

De seguida, foi desenhado um cronograma com reuniões individuais com cada um dos

Departamentos e Serviços, com a presença da entidade formadora e do gabinete de

contratualização da ULS.

Foram estabelecidas áreas prioritárias na implementação do BSC, primeiro foi no

Conselho de Administração, segundo nos Departamentos Clínicos e Terceiro nos não

Clínicos.

De acordo com O Processo Pós Implementação do Balanced Scorecard e os elementos

de apoio ao controlo de gestão Hospitalar, passo a descrever algumas citações e

constatações efetuadas de acontecimentos relacionados com cada apoio.

Sistema de Gestão Estratégica.

Um dos entrevistados diz:

“Em termos de capital humano o BSC tem vantagens enormes; capacita as chefias e os

restantes colaboradores de uma ferramenta de gestão; e nós estamos num Hospital

como costumo dizer o que não invalida que, um Hospital seja uma empresa, como

costumo dizer e já disse isso muitas vezes publicamente, um hospital pode e deve ser

gerido como uma empresa, com a exceção de que enquanto uma empresa pretende

visar satisfação ou a criação de valor para o acionista , no Hospital visa gerar valor

para o utente; e para o utente em termos de saúde e resultados de saúde; pode e deve

no âmbito de sua gestão estratégica e planeamento operacional utilizar as ferramentas

de gestão empresarial que existe no nosso sistema. E o BSC nesse sentido capacitou as

chefias intermédias para uma visão mais otimizada da gestão, quer na vertente de

gestão operacional quer na vertente de gestão estratégica, e nesse sentido eu diria que

foi uma mais-valia enorme, era uma lacuna que existia nos Hospitais.”

Houve uma reestruturação organizacional, aquando da publicação de novo regulamento

interno.

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Foram criados Departamentos Clínicos, que são unidades descentralizadas dotadas de

autonomia, com objetivos específicos, que agrupam serviços e unidades funcionais,

possibilitando a desconcentração de tomada de decisão.

Estes Departamentos passaram a ser geridos por um Conselho de Gestão, constituído

por um Diretor, um Administrador e um Enfermeiro responsável, cada um com

competências específicas, que anualmente contratualizam com o Conselho de

Administração objetivo específico.

Foi igualmente criada uma nova área de suporte à prestação de cuidados, bem como

uma nova área de gestão e logística.

A nível dos Cuidados de Saúde Primários, também houve alteração estrutural resultante

da reforma dos Cuidados de Saúde Primários: criação dos ACES e de novas unidades

funcionais.

O Gabinete de Contratualização também foi criado para dar apoio à gestão, sendo assim

o veículo do alinhamento organizacional, transmitindo a estratégia do Conselho de

Administração aos diversos serviços internos da ULS.

O Gabinete de Contratualização Foi também o responsável pela implementação do BSC

e pela definição anual de objetivos internamente, com a devida correspondência com os

objetivos assumidos externamente com a Tutela, em estreita articulação com o

Conselho de Administração.

O Serviço de Planeamento e Controlo de Gestão também sofreu alterações, focalizando-

se em fornecer atempadamente, informação útil e de qualidade ao Conselho de

Administração, bem como acesso fácil e estruturado à estrutura interna.

A contratualização interna possibilitou a definição de objetivos anuais, devidamente

articulados com os objetivos assumidos externamente pela instituição. Inicialmente,

esse processo foi desenvolvido utilizando ferramentas internas.

De acordo com O Processo Pós Implementação do Balanced Scorecard e os elementos

de apoio ao controlo de gestão Hospitalar, passo a descrever algumas citações e

constatações efetuadas de acontecimentos relacionados com cada apoio.

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5.2.1 Clarificar e Traduzir a Visão e a Estratégia

Relativamente ao aspeto do Sistema Comportamental, este, segundo dados obtidos,

mudou aquando da reestruturação da organização. Com O BSC, todas as chefias foram

envolvidas, o processo foi fácil e teve boa adesão por parte de todos os profissionais

envolvidos. A formação em conjunto seguida de reuniões individuais com cada um dos

Departamentos /Serviços permitiu ter havido grande comprometimento de todos os

envolvidos.

“Este processo de clarificar e traduzir a Visão e a Estratégia ajuda os gestores de topo a

construírem um consenso, a longo prazo desde os gestores de topo aos operacionais; e

assim sendo objetivos e indicadores são articulados entre si, e passam a ser entendidos e

articulados entre os trabalhadores.” Conforme referido no capítulo 3.1.1

Houve uma questão posta neste estudo de caso a um entrevistado, se os consensos e

compromissos entre os diversos níveis de organização tinham sido garantidos. A

resposta obtida foi: “Foram garantidos de forma progressiva não imediata.”

Nas reuniões com todos os grupos clínicos e não clínicos, todos olham para os mapas

estratégicos, e os indicadores existentes são postos em causa, e dai surgem coisas novas

que foi o que aconteceu há pouco tempo, e depois voltam a desenhar os objetivos

(KPIs) todos, envolvendo muita gente, envolve tanto clínicos como não clínicos.

Uma entrevista semiestruturada à responsável pela implementação do BSC foi se as

chefias tinham sido diretamente envolvidas se o processo tinha sido fácil ou difícil. E

em que medida é que isso viera facilitar a implementação do processo.

“Todas as chefias foram envolvidas. O processo foi, na sua globalidade, bastante fácil,

e teve uma excelente adesão por parte de todos os profissionais envolvidos. A formação

conjunta seguida de reuniões individuais com cada um dos Departamentos/Serviços

permitiu um excelente comprometimento de todos os envolvidos.”

O FATOR - Clarificar e traduzir a visão e a estratégia deve ser visto como um meio de

obter a formação em conjunto seguida de reuniões individuais com cada um dos

Departamentos/Serviços permitindo grande comprometimento de todos os envolvidos.

Este fator levou a um IMPACTO, veio ajudar os gestores de topo a construírem um

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consenso, a longo prazo desde os gestores de topo aos operacionais; e assim sendo

objetivos e indicadores são articulados entre si, e passam a ser entendidos e articulados

entre os trabalhadores.

5.2.2.Comunicar, Educar, Alinhar

“A comunicação é muito importante para se conseguir um alinhamento estratégico;

sendo assim criado uma espécie de cumplicidade; entre os objetivos globais da

organização e os seus colaboradores; pelo que assim o BSC promove uma série de

condições para que todos os gestores tenham uma certa facilidade em transmitir a Visão

e a estratégia aos vários níveis operacionais, em benefício do sucesso da

Organização.”Conforme referido no capítulo 3.1.2

Através de informação de um entrevistado realizado neste estudo, o Comunicar, Educar,

Alinhar:

“…. Permitiu não só alinhar a estratégia do Departamento com o da Instituição, como

também monitorizar a sua implementação e avaliar os seus resultados.”

O pós implementação do BSC, veio permitir esse alinhamento, e por conseguinte foram

garantidos consensos e compromissos entre os diversos níveis da Organização.

O FATOR – Comunicar Educar Alinhar deve ser visto como meio de obter uma espécie

de cumplicidade entre os objetivos globais da organização e os seus colaboradores. Este

fator levou a um IMPACTO, muito positivo pela obtenção de consensos e

compromissos entre os diversos níveis da Organização. Foi conseguido um alinhamento

estratégico.

5.2.3.Planear e Definir Metas.

Quando acontece um desvio relativamente ao “Norte” providenciam reuniões e voltam a

por todo o sistema em causa, mas a alocação de recursos é diariamente feita no CA,

cada um faz o seu trabalho, o departamento do serviço de Controlo fornece os dados, a

Contratualização faz os relatórios em que mostra que os dados fornecidos sobre

produção, são os que constam nos relatórios, verificando-se assim se o contratualizado

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com este ou aquele serviço era o que tinha sido definido, se esta acima esta tudo muito

bem, se esta abaixo reúnem com o Diretor de Serviço para ao falarem com ele

perceberem o que se passa e se pode ser ajudado, qual o recurso que faltou.

A afetação de recursos tem vindo a evoluir no sentido de ser mais fácil; o que torna

mais fácil a sua monitorização e perceção pelas pessoas.

Se o sistema for muito complicado é difícil a sua monitorização e o envolvimento das

pessoas; quanto mais simples mais claros forem os indicadores mais fácil é o

envolvimento das pessoas; e portanto os BSC dos departamentos têm vindo a evoluir

em termos de simplicidade, mas simultaneamente mais rigorosos, mais transparentes e

mais fáceis de acompanhar.

Um dos entrevistados notou que:

“Tenho notado que os primeiros BSC eram muitos confusos, muito complicados, havia

muitos indicadores, alguns deles até que não eram passíveis de monitorização.”

Este é um processo que tem que ter uma certa continuidade, por isso é que está

programado para este ano uma nova formação de BSC às chefias no sentido de

atualização; O BSC não é uma ferramenta estática é uma ferramenta dinâmica.

Relativamente á Alocação dos recursos O Organigrama do HP esta feito de forma de

que após a montagem do BSC, e este segundo o Presidente é o momento Fundador:

“……… Há-de ter reparado nos computadores onde foi que há uma bússola e essa

bússola, no fundo é uma imagem de marca do nosso BSC e com o nosso Norte, e para

não nos esquecermos que temos um Norte.”

Um entrevistado neste estudo de caso referiu quanto á alocação de recursos:

“…. A alocação de recursos é diariamente feita aqui, cada um faz o seu trabalho, o

departamento do serviço de controlo fornece os dados, a contratualização faz os

relatórios em que mostra quais os dados fornecidos sobre produção (são estes…), o

contratualizado com este ou aquele serviço era o definido? Se esta acima, esta tudo

muito bem, se esta abaixo chamamos o Sr. Diretor de serviço para falarmos com ele e

para perceber o que se passa e se podemos ajuda-lo.”

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O FATOR – Planear e Definir Metas deve ser visto como meio de obter a alocação de

recursos. Os gestores identificam as iniciativas estratégicas e afetam-lhe os recursos.

Definem as metas, as iniciativas e a afetação de recursos no processo orçamental; e,

definem os milestones para os objetivos do BSC que representarão o grau de progresso

esperado para a realização dos objetivos estratégicos. Este fator levou a um IMPACTO,

muito positivo pela obtenção de a afetação de recursos ter vindo a evoluir no sentido de

ser mais fácil; da sua simplicidade o que torna mais fácil a sua monitorização e da

perceção das pessoas. Os BSC dos departamentos têm vindo a evoluir em termos de

simplicidade, mas simultaneamente mais rigorosos, mais transparentes e mais fáceis de

serem acompanhados.

5.2.4.Feedback estratégico e Aprendizagem.

“O BSC permite definir o processo de Aprendizagem e Crescimento implementa a

estratégia sobre as relações causa-efeito, de acordo com os resultados desejados,

podendo assim ajudar a reformular novas metas, assegurando assim uma melhoria

contínua da organização.”Conforme referido no Capítulo3.1.4

Em termos de Aprendizagem e Crescimento, um entrevistado referiu: “…. São

realizadas formações frequentes e relativamente à melhoria contínua da qualidade

houve um maior enfoque para a sensibilização dos processos, circuitos o que se tem

traduzido numa melhoria contínua nos serviços.”

O FATOR – Feedback estratégico e Aprendizagem deve ser visto como meio de obter

formações frequentes bem como obtenção de melhoria contínua da qualidade, houve

pois um maior enfoque para a sensibilização dos processos, circuitos, o que se tem

traduzido numa melhoria contínua nos serviços. Este fator levou a um IMPACTO,

muito positivo. O BSC foi considerado como “…. Um caminho que não tem fim ato,

permanente” conforme referido por um dos colaboradores. A implementação foi um

sucesso. O BSC vai crescendo é um caminho de melhoria contínua. Uma melhoria

contínua da organização.

Infra-estrutura de SI adequado

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Relativamente ao Aproveitamento de sistemas /dados anteriormente disponíveis, o que

foi feito foi este HP utilizar o existente, não foi criado nenhum sistema de informação

novo, foi utilizado um BI que é um sistema de outputs de dados.

É dito por um entrevistado que:

“A informação utilizada para o BSC é a informação residente no que tínhamos nos

sistemas informáticos; o processo histórico é importantíssimo; a informação histórica é

importantíssima. O BI que foi desenvolvido pela ULS toca e tem interface com todas as

aplicações informáticas e tem interface com as aplicações informáticas das áreas

clínicas e com as aplicações informáticas das áreas não clínicas, todos os sistemas

foram utilizados; o único sistema desenvolvido foi o BI; não houve aqui mais

alterações.”

Este sistema vai permitir dar uma avaliação online, em vez de ser como é atualmente

que é mensal, o novo BI que esta pronto.

As informações obtidas vão passar a ser diárias e não mensais como outrora.

Conforme referido no Capítulo 2.4 a Infra-estrutura de SI adequado do BSC é mais uma

forma de análise e tratamento da informação armazenada a somar á aplicação de BI;

enfrentamos assim algumas limitações…E como já referi de entre várias e a mais

importante para mim é que obtemos uma grande informação disponível no entanto não

conseguimos tirar de toda essa informação métrica os objetivos estratégicos a seguir.

Como se pode detetar através de informação de um entrevistado realizado neste estudo

de caso “a Infra-estrutura de SI adequado do BSC deve ser vista como um meio de

obter acesso e disponibilização de informação de forma a reduzir a complexidade

própria à aplicação do método”; ai está a Infra-estrutura de SI adequado como um pós

implementação de enriquecimento informático: “…. Houve a necessidade de garantir

qualidade na inserção de informação que possibilitasse a leitura de informação

conforme pretendido para o controle dos processos de trabalho crítico; foi adaptação

de registos; os sistemas de informação que tínhamos estavam perfeitamente preparados

para que nós conseguíssemos tirar deles os indicadores de que precisávamos. Houve

formas mais fáceis ou difíceis de obter esses indicadores e essa informação; Estivemos

estes dois últimos anos a desenvolver uma ferramenta de BI que ainda está em curso e

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que tem uma série de mapas que dá para trabalhos específicos de acordo com as nossas

necessidades; houve algum desenvolvimento notório de tornar mais fácil a leitura da

informação, não na ótica de a tornar mais pronta, mas rápida em termos de leitura e de

monitorização.”

“Há muito trabalho feito em exel ainda em tratamento de dados e análise de

dados;..………, Estamos já numa fase de otimização; Mesmo o que fizemos em exel foi

já no sentido de que sendo implementado, a atualização de dados é quase como

automática; mesmo que o que estamos a fazer manualmente é conseguirmos obter

através de outros temas; trabalhamos em exel já com alguma eficiência”

O FATOR -Infra-estrutura de SI adequado do BSC deve ser vista como um meio de

obter acesso e disponibilização de informação de forma a reduzir a complexidade

própria à aplicação do método. Este fator levou a um IMPACTO muito positivo na

ULS, quer pela Obtenção de Informação diária a longo prazo (futuramente) quer pelo

facto de que o BI que foi desenvolvido pela ULS toca e tem interface com todas as

aplicações informáticas e tem interface com as aplicações informáticas das áreas

clínicas e com as aplicações informáticas das áreas não clínicas, todos os sistemas

foram utilizados; o único sistema desenvolvido foi o BI; não houve mais alterações.

Nesta Discussão do casoVou refutar algumas limitações do BSC :

No estudo realizado neste HP, através de recolha de dados verificou-se que foram

garantidos consensos e compromissos:“…..A formação conjunta seguida de reuniões

individuais com cada um dos Departamentos/Serviços permitiu um excelente

comprometimento de todos os envolvidos.”

Segundo uma das limitações que o Estudo de Inamdar e Kaplan aponta é de que foi

difícil garantir consensos e compromissos.

No estudo realizado neste HP, através de recolha de dados verificou-se que foram

envolvidos colaboradores da Gestão de Topo: “……. Estou muito próximo destas

pessoas todas pois estou nestas reuniões, isto é algo demasiadamente estratégico para se

estar afastado, tem que haver envolvimento da gestão de topo…….”

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Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo

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Segundo(Epstein e Manzoni,1998),a gestão de topo não partilha de uma visão clara da

Estratégia.

No estudo realizado neste HP, através de recolha de dados verificou-se que Houve um

alinhamento das bases para o topo e vice-versa:“O que conseguimos com o BSC foi

termos um alinhamento estratégico, ao desenharmos um mapa estratégico na

instituição e depois fazermos um Drill Down , nesses mapas Estratégicos desde os

departamentos até aos serviços conseguimos um alinhamento das bases para o Topo e

vice-versa.”

Para Norreklit(2003),o BSC é um processo que tem uma Hierarquia do tipo Top-

Down,não se baseando no ambiente da organização o que leva á incerteza do seu

sucesso como ferramenta de gestão estratégica.

Passo agora á Verificação de Benefícios do BSC nesta Instituição Hospitalar:

O BSC vai induzir uma aprendizagem e melhoria contínua dos colaboradores, segundo

um entrevistado: “O BSC é um caminho é um caminho que não tem fim, ato

permanente, a implementação correu bem sim, o BSC vai crescendo é um caminho, de

melhoria contínua. A qualidade Organizacional vai crescendo com o BSC. Criou o seu

caminho de melhoria contínua que anteriormente não existia.”

Noorein Inamdar e Robert Kaplan da Harvard Business School levaram a cabo um

estudo sobre a implementação do BSC em Hospitais identificando alguns benefícios por

sua vez idênticos as vantagens implícitas no enquadramento teórico do BSC;

resumidamente passo a descrever segundo Matos et al (2009,p.65), algumas vantagens

no estudo de Inamdar e Kaplan (2002) também identificadas no meu Estudo de Caso: -

O BSC vai induzir uma aprendizagem e melhoria contínua dos colaboradores. -A

utilização do BSC define prioridades. -A utlilização do BSC obrigou a que as

estratégias das organizações se tornassem mais claras bem como fossem devidamente

responsabilizadas.

O BSC estabelece áreas prioritárias na implementação segundo um entrevistado: “… 1º

Conselho de Administração, 2º Departamentos Clínicos, 3ºServiços Não Clínicos”.

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O BSC permitiu um alinhamento estratégico e responsabilização,”…. Desde os

departamentos até aos serviços conseguimos um alinhamento das bases para o Topo e

vice-versa” conforme afirmado por um dos entrevistados.

Os Sistemas de Informação ,no meu ver são uma das bases do sucesso do pós

implementação neste HP. Este HP está repleto de informação. Informação esta que é

necessária para a Metodologia do BSC. No HP resultante do BSC existe uma maior

disponibilização de informação; a partilha e o acesso foram um impacto positivo trazido

pelo BSC.

A informação utilizada para o BSC é a informação residente do que já existia neste HP

no que tinham nos sistemas informáticos; a informação histórica é importantíssima.

A quando da implementação do BSC viu-se a qualidade de informação que havia, a

qualidade de informação que era produzida, nenhuma empresa consegue fazer uma boa

gestão se não regista, aquilo que faz que produz, aquilo que obtêm, os resultados que

consegue atingir.

A saúde tem todos os dados necessários e imprescindíveis à gestão e à validação do

negócio, portanto de facto existem muitas bases de dados no sistema de saúde as vezes

nem sempre bem alimentados, “quando se mete lixo no sistema sai lixo”. A informação

dispersa e em diferentes formatos, fazia com que cada um trabalhasse

independentemente na sua quintinha, dificultava a implementação do BSC.O adquirir

aplicações informáticas com consequentes equipamentos era dispendioso. Um

entrevistado disse: “O BI que foi desenvolvido pela ULS toca e tem interface com todas

as aplicações informáticas e tem interface com as aplicações informáticas das áreas

clínicas e com as aplicações informáticas das áreas não clínicas, todos os sistemas

foram utilizados; o único sistema desenvolvido foi o BI; não houve aqui mais

alterações.”

Não obstante a este desenvolvimento do BI, e de acordo com informação obtida através

das entrevistas e face ao grande número e diversidade de indicadores existentes a nível

da contratualização interna, os principais problemas de medição caracterizam-se por:”-

Informação apenas existente ao nível da ULS, não decomposta por

Departamento/Serviço. -Informação que não é disponibilizada em tempo útil, logo sem

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competência de monitorização e de desempenho. -Informação trabalhada manualmente

e portanto sem capacidade de triagem via sistemas informáticos. -Informação apenas

existente em sistemas de informação exteriores á ULS.”

Este HP tem vindo a melhorar significativamente a área de recolha de informação e de

armazenamento de informação; assim é dada importância à formação na recolha,

tratamento e análise de dados necessários aos indicadores do BSC. Já existem muitas

ferramentas complexas para se poder chegar ao objetivo de edificação e

disponibilização do BSC.A Infra-estrutura de SI adequado do BSC deve ser vista como

um meio de obter acesso e disponibilização de informação de forma a reduzir a

complexidade própria à aplicação do método.

A formação, comunicação e informação são necessárias para promover monitorar e

reforçar as alterações comportamentais, a implementação do BSC e seu sucesso

depende destes processos. Segundo (Bloomfield, 2002)30, estes processos podem ser

ajudados pela tecnologia de informação. Cada vez mais os processos são integrados, os

Hospitais têm um leque largo de aplicações informáticas; que tem vindo a ser integrados

uns nos outros no sentido de obter aqui uma operacionalidade total entre as mesmas.

O BSC permite agora fazer uma avaliação de todas as áreas; Situação muito diferente da

inicial. O sistema de Controlo anteriormente ao BSC era bastante mais rudimentar,

antes da implementação do BSC Existiam boletins estatísticos “…e o nosso BI “deste

HP.

Os Sistemas comportamentais (culturais), no meu ver também são uma das bases do

sucesso do pós implementação neste HP. Antes da reestruturação os médicos e

enfermeiros tinham como cultura principal e muito bem, o objetivo de Salvar vidas,

instigando os colaboradores a trabalharem e a influenciarem-se uns aos outros. Ao

longo do tempo foram-se promovendo reuniões de grupos específicos para tratar

determinadas áreas específicas, ou seja quando obtinham maus resultados numa área

muito determinada muito especifica que envolvia um conjunto de médicos e um

conjunto de técnicos, faziam-se trabalhos, juntando grupos e reuniões informais para

discussão de problemas e isso foi também um dos fatores que fez passar para baixo a

30

Citado por Matos, Ramos (2009)

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cultura de que o Hospital não investiu no BSC apenas para reduzir custos; Este HP

procura tratar tão bem ou mais eficientemente os doentes, o melhor possível, de uma

forma o mais eficiente possível.

O FATOR- Cultura Organizacional teve a ver com uma reestruturação organizacional,

aquando da publicação de novo regulamento interno. Foram criados Departamentos

Clínicos, que são unidades descentralizadas dotadas de autonomia, com objetivos

específicos, que agrupam serviços e unidades funcionais, possibilitando a

desconcentração de tomada de decisão. Estes Departamentos passaram a ser geridos por

um Conselho de Gestão, constituído por um Diretor, um Administrador e um

Enfermeiro responsável, cada um com competências específicas, que anualmente

contratualizam com o Conselho de Administração objetivos, específicos. Foi igualmente

criada uma nova área de suporte à prestação de cuidados, bem como uma nova área de

gestão e logística. A nível dos Cuidados de Saúde Primários, também houve alteração

estrutural resultante da reforma dos Cuidados de Saúde Primários: criação dos ACES e

de novas unidades funcionais. Este fator levou a um Impacto A qualidade

Organizacional vai crescendo com o BSC. Criou o seu caminho de melhoria contínua

que anteriormente não existia. O BSC passou a fazer parte da cultura organizacional do

Hospital. Criação de uma cultura organizacional direcionada para a lógica pela cultura

de monitorização de um objetivo e ação resultante de monitorização que é feita, e esta

cultura existe. O essencial, foi o conseguir criar uma cultura organizacional que

estivesse na linha do alinhamento estratégico com os objetivos definidos

hierarquicamente.

Por fim os Sistemas Organizacionais,completam a base de suporte para o sucesso do

BSC, a adoção do BSC , e a prática de reuniões periodicas e formais ,devido à

implementação do BSC , levaram a que o BSC passa-se a fazer parte da cultura do

Hospital “,….. à duas semanas tivemos duas sessões de Refrech, para voltarmos a

redesenhar o nosso mapa ,….. para voltarmos a olhar para a nossa Visão e Missão,

portanto redesenhar todo o mapa estratégico”

O FATOR - Apoio da gestão de topo deve ser visto como um meio de obter um certo

empowerment, para ajudar no alinhamento estratégico, tornando-se bastante importante

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comprometer os dirigentes deste HP com o conselho de administração, pelo que

segundo o Presidente a ferramenta pareceu muito boa para isso. Este fator levou a um

IMPACTO muito positivo na ULS Os mapas estratégicos, a questão desse impacto

visual do Mapa Estratégico é importantíssimo, o impacto visual da monitorização ajuda

a conseguir alargar para umas dezenas muito largas de indicadores.

Tabela nº 7-Quadro resumo acerca de resultados do BSC e fatores que a eles

conduziram:

O QUE ACONTECEU AO BSC NA ULS /PROCESSO USADO RESULTADO FINAL FATOR QUE CONDUZIU AO RESULTADO

Utilização do sistema existente. Não foi criado nenhum sistema de informação novo. Foi utilizado um sistema de Outputs de dados. Dá uma avaliação do BSC online, presentemente a informação é mensal. Obtenção de Informação diária futuramente. O BI que foi desenvolvido pela ULS toca e tem interface com todas as aplicações informáticas e tem interface com as aplicações informáticas das áreas clínicas e com as aplicações informáticas das áreas não clínicas, todos os sistemas foram utilizados; o único sistema desenvolvido foi o BI; não houve mais alterações.

A Infra-estrutura de SI adequado do BSC deve ser vista como um meio de obter acesso e disponibilização de informação de forma a reduzir a complexidade própria à aplicação do método A INFRA-ESTRUTURA DE SI ADEQUADO

Com O BSC, todas as chefias foram envolvidas, o processo foi fácil e teve boa adesão por parte de todos os profissionais envolvidos. Este processo de clarificar e traduzir a Visão e a Estratégia ajuda os gestores de topo a construírem um consenso, a longo prazo desde os gestores de topo aos operacionais; e assim sendo objetivos e indicadores são articulados entre si, e passam a ser entendidos e articulados entre os trabalhadores

A formação em conjunto seguida de reuniões individuais com cada um dos Departamentos/Serviços permitiu ter havido grande comprometimento de todos os envolvidos. CLARIFICAR E TRADUZIR A VISÃO E A ESTRATÉGIA

Com O BSC, foram promovidas uma serie de condições para que todos os gestores tivessem facilidade em transmitir a Visão e a Estratégia aos vários níveis operacionais em benefício do sucesso da organização Foram garantidos consensos e compromissos entre os diversos níveis da Organização. Foi conseguido um alinhamento estratégico.

A comunicação promove uma espécie de cumplicidade entre os objetivos globais da organização e os seus colaboradores. COMUNICAR, EDUCAR.ALINHAR

Relativamente ao Envolvimento dos vários grupos (clínicos, não clínicos) nestevHP, existe um gabinete de Planeamento e de controlo de Gestão que é o responsável por fornecer os dados, dados fiáveis. Depois existe o gabinete de contratualização que é uma espécie de acessória funciona junto ao Presidente. A afetação de recursos tem vindo a evoluir no sentido de ser mais fácil; da sua simplicidade o que torna mais fácil a sua monitorização e da perceção das pessoas. Os BSC dos departamentos têm vindo a evoluir em termos de simplicidade, mas simultaneamente mais rigorosos, mais transparentes e mais fáceis de acompanhar.

A alocação de recursos. Os gestores identificaram as iniciativas estratégicas e afetaram-lhe os recursos. Traduziram as metas, as iniciativas e a afetação de recursos no processo orçamental; e, definiram os milestones para os objetivos do BSC que representarão o grau de progresso esperado para a realização dos objetivos estratégicos. PLANEAR E DEFINIR METAS

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O BSC permite definir o processo de Aprendizagem e Crescimento implementa a estratégia sobre as relações causa efeito, de acordo com os resultados desejados, podendo assim ajudar a reformular novas metas O BSC é um caminho que não tem fim ato permanente. A implementação foi um sucesso. O BSC vai crescendo é um caminho de melhoria contínua. Uma melhoria contínua da organização.

São realizadas formações frequentes e relativamente à melhoria contínua da qualidade houve um maior enfoque para a sensibilização dos processos, circuitos o que se tem traduzido numa melhoria contínua nos serviços. FEEDBACKESTRATÉGICOE APRENDIZAGEM/FORMAÇÃO

O BSC começou a ser desenhado em finais de 2008, em Dezembro de 2008 e depois as primeiras reuniões já sérias com todos os dirigentes da ULS foram já em 2009.Entre 2008 e 2009 foi mais uma reflexão sobre os prós e os contras desta metodologia foi dentro do CA e com alguns colaboradores desta área, quando decidiram avançar a sério em 2009. Os mapas estratégicos e o caso dos semáforos, o verde o amarelo, e depois a questão desse impacto visual do Mapa Estratégico é importantíssimo, o impacto visual da monitorização ajuda a conseguir alargar para umas dezenas muito largas de indicadores o seu controlo…….”Verificar quando existe um indicador vermelho, fez-me gostar da metodologia, é esta a questão do alinhamento estratégico, e sendo fácil de monitorizar, não sendo assim difícil; o facto de ser muito intuitivo ……. E foi por isso que escolhi esta metodologia.”

O BSC é uma ferramenta que O Sr. Presidente conhecia da Industria, utilizada em algumas grandes Multinacionais e que sobretudo para o próprio era muito importante, quer porque estava a chegar a um local novo a uma unidade local de saúde, e fazer qualquer coisa para que houvesse empowerment, para que houvesse alinhamento estratégico, tornando-se bastante importante comprometer os dirigentes deste HP com o conselho de administração, pelo que a ferramenta pareceu muito boa para isso,"….e depois eu acredito muito na gestão visual e era importante eu ter um BI com um impacto visual e de fácil leitura". APOIO DA GESTÃO DE TOPO

A implementação do BSC foi precedida de uma reestruturação organizacional, caracterizada pela criação de departamentos. Foi selecionado o grupo de formandos que iria participar na formação. Tratava-se essencialmente das chefias intermédias e do próprio Conselho de Administração. Houve 2 dias de formação sobre BSC, com sessões teóricas e práticas. De seguida, foi desenhado um cronograma com reuniões individuais com cada um dos Departamentos e Serviços, com a presença da entidade formadora e do gabinete de contratualização da ULS. A qualidade Organizacional vai crescendo com o BSC. Criou o seu caminho de melhoria contínua que anteriormente não existia. O BSC passou a fazer parte da cultura organizacional do Hospital. Criação de uma cultura organizacional direcionada para a lógica pela cultura de monitorização de um objetivo e ação resultante de monitorização que é feita, e esta cultura existe. O essencial, foi o conseguir criar uma cultura organizacional que estivesse na linha do alinhamento estratégico com os objetivos definidos hierarquicamente.

Houve uma reestruturação organizacional, aquando da publicação de novo regulamento interno. Foram criados Departamentos Clínicos, que são unidades descentralizadas dotadas de autonomia, com objetivos específicos, que agrupam serviços e unidades funcionais, possibilitando a desconcentração de tomada de decisão. Estes Departamentos passaram a ser geridos por um Conselho de Gestão, constituído por um Diretor, um Administrador e um Enfermeiro responsável, cada um com competências específicas, que anualmente contratualizam com o Conselho de Administração objetivos específico. Foi igualmente criada uma nova área de suporte à prestação de cuidados, bem como uma nova área de gestão e logística. A nível dos Cuidados de Saúde Primários, também houve alteração estrutural resultante da reforma dos Cuidados de Saúde Primários: criação dos ACES e de novas unidades funcionais. CULTURA ORGANIZACIONAL

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O BSC teve um impulso inicial e ai foi precisos recursos; O impulso inicial foi feito com a PBS a antiga EGP e assim foram mobilizados todos os diretores todas as chefias do Hospital. A implementação do BSC foi precedida de uma reestruturação organizacional, caracterizada pela criação de departamentos. Foi selecionado o grupo de formandos que iria participar na formação. O que foi conseguido com o BSC foi obter um alinhamento estratégico, ao ser desenhado um mapa estratégico na instituição e depois fazer um Drill Down nesses mapas Estratégicos desde os departamentos até aos serviços conseguindo um alinhamento das bases para o Topo e vice-versa. O BSC foi muito importante não só nesta questão fundamental que é o alinhamento estratégico como também de ter sido criado empowerment , em volta dos desafios que esta organização tinha e contínua a ter, foi sobretudo importante como ferramenta de monitorização digamos da produção e dos resultados financeiros.

O BSC passou a fazer parte da cultura do Hospital, a implementação do BSC não foi só neste ou naquele serviço implementou-se o BSC em toda a organização e foi com o apoio da Escola de Gestão do Porto, Porto Business School, o Balanced Score Card Foi implementado há cinco anos, Este HP fez esse trabalho com eles, à duas semanas….” Tivemos duas sessões de Refrech, para voltarmos a redesenhar o nosso mapa, isto a propósito para voltarmos a olhar para a nossa Visão e Missão, portanto redesenhar todo o mapa estratégico.” EXISTÊNCIA DE PATROCINADORES DO PROJETO

Nesta secção descreve-se o que aconteceu ao BSC na ULS; para melhor perceção foi

elaborado um quadro resumo acerca de resultados do BSC e fatores que a eles

conduziram; não apenas o "resultado final", mas também o processo, seguindo as linhas

apresentadas no Capítulo 3 .

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Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo

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Capítulo 6.Conclusão.

Cada um dos objetivos da investigação passam a ser expostos nas principais conclusões,

de seguida são patenteadas limitações a esta investigação e por fim são dadas

insinuações para investigações futuras.

6.1.Sumário dos grandes resultados.

Primeira Questão: Qual o impacto das mudanças ocorridas no SCG aquando da

implementação do BSC?

Quanto às potencialidades do sistema informático, não foi criado nenhum sistema de

informação novo, foi utilizado um BI que é um sistema de outputs de dados, dá uma

avaliação BSC online, em vez de ser hoje como é, mensal, o novo BI, vai dar

informações, mas diariamente. Pelo que não houve uma preocupação no que diz

respeito a infraestruturas novas para aplicação de novos sistemas informáticos.

De acordo com um entrevistado: “O BI que foi desenvolvido pela ULS toca e tem

interface com todas as aplicações informáticas e tem interface com as aplicações

informáticas das áreas clínicas e com as aplicações informáticas das áreas não

clínicas, todos os sistemas foram utilizados; o único sistema desenvolvido foi o BI; não

houve aqui mais alterações.”

Neste Hospital, a certificação desde 2006 pela ISO 9001:2000- atualmente revista- ISO

9001 2008, tornou mais fácil o projeto arquitetónico do BSC, quanto aos indicadores e

metas da qualidade uma vez que estes já vinham de trás a ser definidos por exigência da

Norma. Na necessidade de Haver certificação enquadra-se a elaboração de um sistema

de gestão da qualidade SGQ criando-se o primeiro Manual de Gestão da qualidade,

organizando-se assim os objetivos para a concretização da certificação.

De acordo com um entrevistado: “O SGQ e a aplicação de procedimentos e normas já

existiam antes da implementação do BSC, no entanto posso definir os 2 processos como

complementares, na medida em que no SGQ se deve igualmente definir metas e

constituir indicadores de medida para os vários processos.”

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A Estrutura Organizacional teve alterações, foi criado o Gabinete de Contratualização,

como o veículo do alinhamento organizacional, transmitindo a estratégia do Conselho

de Administração aos diversos serviços internos da ULS. Trouxe um impacto muito

positivo, pois o conhecimento detalhado, aprofundado do Hospital e das pessoas,

facilitou a comunicação. Um aspeto muito importante para a implementação do BSC é

que foi este o gabinete responsável.

Aspetos Comportamentais. Houve algumas barreiras criadas que estavam ligadas

essencialmente com a fiabilidade da informação mas que foi um impacto inicial o que

obrigou a um processo regular de comunicação para tirar dúvidas, no entanto foi um

problema rapidamente ultrapassado.

-O aspeto cultural do Hospital sentiu impacto aquando da reestruturação

Organizacional. Cada Departamento passou a ser gerido por um Conselho de Gestão,

constituído por um Diretor um Administrador e um Enfermeiro responsável, cada um

com competências específicas e culturas diferentes.

Segunda Questão: O que é que mudou após a implementação do BSC?

O orçamento era realizado centralmente. Agora o orçamento é realizado tendo em conta

as perspetivas bottom-up e top-down.O controlo já não é exclusivamente realizado pela

administração e pelo planeamento e controlo de gestão, o Serviço de Planeamento e

Controlo de Gestão também sofreu alterações, focalizando-se em fornecer

atempadamente, informação útil e de qualidade ao Conselho de Administração, bem

como acesso fácil e estruturado à estrutura interna. Ao nível da Cultura Organizacional,

resultou a realização de reuniões formais; O produto/resultado das reuniões individuais

foi devidamente validado pelo Conselho de Administração, com a introdução de alguns

ajustamentos que considerou necessários. A contratualização do ano de implementação

do BSC já foi feita com base nesta metodologia.

6.2.Limitações

Como apenas se trata de um estudo de caso realizado num único Hospital não é possível

fazer uma generalização estatística das conclusões tiradas com a investigação.

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Segunda limitação, a ocasião em que foi realizado o estudo de caso; este trabalho de

campo só foi realizado em 2013,três anos e meio após a implementação do BSC,

segundo autores referidos no Capítulo 4, problemas ao nível da fiabilidade e validade

são suscetíveis de serem levantados.

Terceira limitação apontada, aquando da recolha de dados, houve incidência com

Auditorias Externas e a Contratualização Anual realizadas neste HP; pelo que as

entrevistas individuais não puderam ser substancialmente extensas, no entanto o número

de Entrevistados foi de 12 colaboradores (Dois elementos do CA, A responsável pela

implementação do BSC, seis elementos do grupo Clínico e três elementos do grupo não

Clínico), o que de certa forma contra balançou esta terceira limitação se é que assim se

pode designar.

Quarta Limitação, apesar de ter considerado adequado o número de Entrevistas

realizadas, gostaria de ter falado com médicos, enfermeiros, e técnicos que não

ocupassem nesta altura cargos de chefia, elementos dos recursos Humanos, e muito

importante o Responsável pelo departamento da Informática.

Apesar das referidas limitações, as suas identificações não desacreditam as conclusões

deste trabalho, mas sim a possibilidade para investigações adicionais.

6.3.Sugestões para futuras investigações

Estas conclusões obtidas neste estudo de caso dependem de caraterísticas próprias deste

Hospital Público não se podendo generalizar. Assim sendo sugere-se estudos

semelhantes noutros Hospitais, e assim poderemos obter generalizações teóricas.

Também seria interessante comparar o impacto do BSC entre Hospitais Públicos e

Hospitais Privados e tentar encontrar explicações para as eventuais diferenças.

Seria também vantajoso que houvesse investigações sobre casos em que o BSC, não

tivesse sido bem sucedido, pois no caso deste HP, foi bem sucedido. Segundo vários

colaboradores deste HP vários factores estiveram na base do sucesso deste projeto:-

Envolvimento da Gestão de Topo ; -Formação e esclarecimento inicial; -Criação de

grupos de trabalho; -Envolvimento multiprofissional; -Crescimento gradual suportado

numa base sólida.

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Controlo de Gestão no Setor Hospitalar, O Processo Pós-Implementação do BSC: Um Caso de Estudo

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Apêndice A

Exemplo de Entrevistas Realizadas; o resumo das restantes está referenciado na

tabela nº6.

Controlo de Gestão no Setor Hospitalar - Pós-Implementação do BSC: Um Caso

de Estudo

O objetivo desta investigação consiste na identificação e análise ao modo como o

Balanced Scorecard (BSC) foi assimilado numa entidade hospitalar, estabelecendo uma

ligação às motivações e ao processo de implementação/assimilação do sistema na

organização.

Diversos estudos têm abordado aspetos relacionados com a conceção do BSC (e.g.

perspetivas, medidas, relações causa-efeito) e com processos de implementação, mas

muito poucos estudos incidiram sobre o período pós-implementação, ou seja, sobre os

impactos que, a prazo, o BSC foi capaz de gerar e os motivos para esses impactos.

Após esta breve explicação do teor da investigação passo a elaborar as questões mais

específicas que pretendo colocar.

A membros do Conselho de Administração:

-Como descreveria o sistema de controlo de gestão do Hospital antes da implementação

do BSC?

-Quais os motivos para a implementação do BSC? Que resultados eram esperados?

Qual a ideia subjacente à escolha do BSC como mecanismo de gestão no Hospital?

-Que aspetos poderia destacar relativamente ao processo de implementação? Por

exemplo:

- Alocação de recursos;

- Aproveitamento de sistemas/dados anteriormente disponíveis (evitando

ruturas);

- Envolvimento dos vários grupos (clínicos, não clínicos);

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-A expectativa criada no início corresponde ao resultado obtido após a implementação

do BSC? De uma forma geral consegue resumir os resultados positivos e os negativos

obtidos após esta implementação?

Ao responsável Pelo Projeto do BSC:

-Antes da implementação do BSC como se caraterizava o sistema de controlo de gestão

do Hospital? Existia algum sistema de avaliação do desempenho? Havia atribuição de

prémios? Se sim, como é que esta era feita? Como é que eram realizados os planos

operacionais e estratégicos (e.g. formal ou informalmente)? Que papel assumia o

processo orçamental? Que sistemas de informação existiam?

-Qual o planeamento para a implementação do BSC? Foi feito um breve levantamento

aos departamentos? Quais as fases? Houve formações? Foram eleitos KEY USERS por

departamentos, para depois dar formação aos restantes intervenientes?

- Houve estabelecimento de áreas prioritárias na implementação? Se sim, quais?

- A organização foi adaptada? Por exemplo, o serviço de apoio à Gestão foi reforçado?

Foi criada alguma plataforma de apoio à gestão entre o conselho de administração e as

direções de departamentos ou serviços?

-As chefias foram diretamente envolvidas? Como? O processo foi fácil ou difícil? Em

que medida é que isso facilitou a implementação dos processo?

- Os recursos alocados foram adequados?

- Foi aproveitada informação/dados de sistemas anteriores?

- Que cuidados teve na formação/comunicação dos objetivos e caraterísticas do BSC?

Principalmente em que áreas e em que grupos profissionais?

- Houve por parte do conselho de administração um esforço na promoção do BSC?

Houve um esforço na comunicação dos seus objetivos? Os mapas estratégicos eram

relativamente simples e fáceis de interpretar?

-Houve reuniões individuais?

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- Como decorreu a divulgação de informação sobre o projeto? Os diversos níveis de

colaboradores foram informados ao mesmo tempo da implementação do BSC ou a

informação e respetivo envolvimento foi faseada?

-Como foram envolvidos os colaboradores no processo de implementação? As ações de

formação foram específicas para os colaboradores responsáveis ou também incidiram

sobre outros colaboradores?

- As varias fases programadas foram respeitadas?

- De uma forma geral quais foram as dificuldades na implementação?

- No caso deste Hospital foi difícil, chegar à proposta de valor, ao “coração” da

estratégia?

- Que problemas de medição têm sido sentidos?

-Houve barreiras por parte das pessoas? Se sim como foram ultrapassadas?

-O BSC veio alterar o controlo de gestão a que níveis? Ao nível do projeto no que diz

respeito à estratégia? Ao nível dos recursos? Ao nível dos orçamentos? Ao nível dos

métodos de avaliação dos colaboradores?

- Como reagiram as pessoas ao BSC? Notou, por exemplo, uma maior adesão a acções

de formação a palestras sobre gestão hospitalar após a implementação do BSC? O

envolvimento dos profissionais de saúde decorreu e decorre de forma equitativa no que

diz respeito ao Processo do BSC? Isto é, os vários grupos profissionais envolveram-se

da mesma forma?

- Qual o impacto do BSC no modelo de gestão?

-Os processos de prestação de cuidados de saúde foram alterados?

- Houve mudanças na forma de elaborar e acompanhar o orçamento?

- Houve mudanças ao nível dos sistemas de informação? Quais?

- Acha que a implementação do BSC foi bem sucedida?

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Bibliografia

Livros/Revistas/Relatorios/Jornais/Artigos:

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