convenção da unesco

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    C O N V E N OCO

    N

    VEN

    O

    sobre a proteo epromoo da

    Diversidade

    das Expresses

    Culturais

    .................................

    BR/2007/PI/H/1

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    nas situaes em que expresses culturais possam estar ameaadas de

    extino ou de grave deteriorao,

    Enfatizandoa importncia da cultura para a coeso social em geral, e,em particular, o seu potencial para a melhoria da condio da mulher ede seu papel na sociedade,

    Cientede que a diversidade cultural se fortalece mediante a livre circulaode idias e se nutre das trocas constantes e da interao entre culturas,

    Reafirmandoque a liberdade de pensamento, expresso e informao,bem como a diversidade da mdia, possibilitam o florescimento dasexpresses culturais nas sociedades,

    Reconhecendo que a diversidade das expresses culturais, incluindo asexpresses culturais tradicionais, um fator importante, que possibilitaaos indivduos e aos povos expressarem e compartilharem com outros assuas idias e valores,

    Recordandoque a diversidade lingstica constitui elemento fundamentalda diversidade cultural, e reafirmando o papel fundamental que a edu-cao desempenha na proteo e promoo das expresses culturais,

    Tendo em conta a importncia da vitalidade das culturas para todos,incluindo as pessoas que pertencem a minorias e povos indgenas, talcomo se manifesta em sua liberdade de criar, difundir e distribuir assuas expresses culturais tradicionais, bem como de ter acesso a elas,

    de modo a favorecer o seu prprio desenvolvimento,

    Sublinhando o papel essencial da interao e da criatividade culturais,que nutrem e renovam as expresses culturais, e fortalecem o papeldesempenhado por aqueles que participam no desenvolvimento da cul-tura para o progresso da sociedade como um todo,

    Reconhecendo a importncia dos direitos da propriedade intelectualpara a manuteno das pessoas que participam da criatividade cultural,

    Convencida de que as atividades, bens e servios culturais possuemdupla natureza, tanto econmica quanto cultural, uma vez que so por-tadores de identidades, valores e significados, no devendo, portanto,ser tratados como se tivessem valor meramente comercial,

    Constatando que os processos de globalizao, facilitado pela rpidaevoluo das tecnologias de comunicao e informao, apesar de pro-porcionarem condies inditas para que se intensifique a interao

    entre culturas, constituem tambm um desafio para a diversidade cultural,especialmente no que diz respeito aos riscos de desequilbrios entrepases ricos e pobres,

    Ciente do mandato especfico confiado UNESCO para assegurar orespeito diversidade das culturas e recomendar os acordos interna-cionais que julgue necessrios para promover a livre circulao deidias por meio da palavra e da imagem,

    Referindo-se s disposies dos instrumentos internacionais adotadospela UNESCO relativos diversidade cultural e ao exerccio dos direitosculturais, em particular a Declarao Universal sobre a DiversidadeCultural, de 2001,

    Adota, em 20 de outubro de 2005 , a presente Conveno.

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    I. Objetivos e princpios diretores

    Artigo 1 OBJETIVOS

    Os objetivos da presente Conveno so:(a) proteger e promover a diversidade das expresses culturais;(b) criar condies para que as culturas floresam e interajam livre-mente em benefcio mtuo;

    (c) encorajar o dilogo entre culturas a fim de assegurar intercmbiosculturais mais amplos e equilibrados no mundo em favor do respeito

    intercultural e de uma cultura da paz;

    (d) fomentar a interculturalidade de forma a desenvolver a interaocultural, no esprito de construir pontes entre os povos;

    (e) promover o respeito pela diversidade das expresses culturais e aconscientizao de seu valor nos planos local, nacional e interna-

    cional;

    (f) reafirmar a importncia do vnculo entre cultura e desenvolvimentopara todos os pases, especialmente para pases em desenvolvimento,

    e encorajar as aes empreendidas no plano nacional e internacional

    para que se reconhea o autntico valor desse vnculo;

    (g) reconhecer natureza especfica das atividades, bens e servios cul-turais enquanto portadores de identidades, valores e significados;

    (h) reafirmar o direito soberano dos Estados de conservar, adotar eimplementar as polticas e medidas que considerem apropriadas para

    a proteo e promoo da diversidade das expresses culturais em

    seu territrio;(i) fortalecer a cooperao e a solidariedade internacionais em umesprito de parceria visando, especialmente, o aprimoramento das

    capacidades dos pases em desenvolvimento de protegerem e de pro-

    moverem a diversidade das expresses culturais.

    Artigo 2 PRINCPIOS DIRETORES

    1. Princpio do respeito aos direitos humanos e s liberdades funda-mentais

    A diversidade cultural somente poder ser protegida e promovida se

    estiverem garantidos os direitos humanos e as liberdades fundamentais,

    tais como a liberdade de expresso, informao e comunicao, bem

    como a possibilidade dos indivduos de escolherem expresses culturais.

    N ingum pod er invoca r as disposies da presente C onveno pa ra

    atentar contra os direitos do homem e as liberdades fundamentais con-

    sagrados na Declarao Universal dos Direitos Humanos e garantidos

    pelo direito internacional, ou para limitar o mbito de sua aplicao.

    2. Princpio da soberania

    De acordo com a Carta da s N aes Unidas e com os princpios do direito

    internacional, os Estados tm o direito soberano de adotar medidas e

    po ltica s pa ra a proteo e p romoo da diversida de d as expresses cul-

    turais em seus respectivos territrios.

    3. Princpio da igual dignidade e do respeito por todas as culturas

    A proteo e a promoo da diversidade das expresses culturais pres-supem o reconhecimento da igual dignidade e o respeito por todas as

    culturas, incluindo as das pessoas pertencentes a minorias e as dos

    po vos indgenas.

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    4. Princpio da solidariedade e cooperao internacionais

    A cooperao e a solidariedade internacionais devem permitir a todosos pases, em particular os pases em desenvolvimento, criarem e fortale-

    cerem os meios necessrios a sua expresso cultural incluindo as inds-

    trias culturais, sejam elas nascentes ou estabelecidas nos planos local,

    nacional e internacional.

    5. Princpio da complementaridade dos aspectos econmicos e cultur-

    ais do desenvolvimento

    Sendo a cultura um dos motores fundamentais do desenvolvimento, osaspectos culturais deste so to importantes quanto os seus aspectos

    econmicos, e os indivduos e povos tm o direito fundamental de dele

    participarem e se beneficiarem.

    6. Princpio do desenvolvimento sustentvel

    A diversidade cultural constitui grande riqueza para os indivduos e as

    sociedades. A proteo, promoo e manuteno da diversidade cultur-

    al condio essencial para o desenvolvimento sustentvel em benefcio

    das geraes atuais e futuras.

    7. Princpio do acesso eqitativo

    O acesso eqitativo a uma rica e diversificad a ga ma d e expresses cul-

    turais provenientes de todo o mundo e o acesso das culturas aos meios

    de expresso e de difuso constituem importantes elementos para a

    valo riza o da diversida de cultural e o incentivo ao entendimento mtuo.

    8. Princpio da abertura e do equilbrio

    Ao adotarem medidas para favorecer a diversidade das expresses cul-turais, os Estados buscaro promover, de modo apropriado, a abertura

    a outras culturas do mundo e garantir que tais medidas estejam em con-

    formidade com os objetivos perseguidos pela presente Conveno.

    II. Campo de aplicao

    Artigo 3 CAMPO DE APLICAO

    A presente Conveno aplica-se a polticas e medidas adotadas pelas

    Partes relativas proteo e promoo da diversidade das expresses

    culturais.

    III. Definies

    Artigo 4 DEFINIES

    Para os fins da presente Conveno, fica entendido que:

    1. Diversidade Cultural

    "Diversidade cultural refere-se multiplicidade de formas pelas quais as

    culturas dos grupo s e soc ied ades encontram sua expresso. Tai s

    expresses so transmitidas entre e dentro dos grupos e sociedades. A

    diversidade cultural se manifesta no apenas nas variadas formas pelasquais se expressa, se enriquece e se transmite o patrimnio cultural da

    humanidade mediante a variedade das expresses culturais, mas tambm

    atravs do s diversos mod os de criao , produo , difuso , distribuio e

    fruio da s expresses cultura is, qua isquer que seja m os meios e tecnolo -

    gias empregados.

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    Artigo 6 DIREITOS DAS PARTES NO MBITO NACIONAL

    1. N o ma rco de suas po ltica s e medid as culturais, tais como definida s

    no artigo 4.6, e levando em considerao as circunstncias e necessidades

    que lhe so particulares, cada Parte poder adotar medidas destinadas

    a proteger e promover a diversidade das expresses culturais em seu

    territrio.

    2. Tai s medidas pod ero i ncluir:

    (a) medidas regulatrias que visem proteo e promoo da diversi-dade das expresses cultuais;

    (b) medidas que, de maneira apropriada, criem oportunidades s ativi-dades, bens e servios culturais nacionais entre o conjunto das ativi-

    dades, bens e servios culturais disponveis no seu territrio , para a

    sua criao, produo, difuso, distribuio e fruio, incluindo dis-

    posies relacionadas lngua utilizada nessas atividades, bens e

    servios;

    (c) medida s destinadas a fornecer s indstria s culturai s naci ona is inde-

    pendentes e s atividades no setor informal acesso efetivo aos meiosde produo, difuso e distribuio das atividades, bens e servios

    culturais;

    (d) medidas voltadas para a concesso de apoio financeiro pblico;(e) medidas com o propsito de encorajar organizaes de fins no-lucrativos, e tambm instituies pblicas e privadas, artistas e outros

    profissionais de cultura, a desenvolver e promover o livre intercmbio

    e circulao de idias e expresses culturais, bem como de atividades,

    bens e servios culturais, e a estimular tanto a criatividade quanto o

    esprito empreendedor em suas atividades;(f) medidas com vistas a estabelecer e apoiar, de forma adequada, asinstituies pertinentes de servio pblico;

    (g) medidas para encorajar e apoiar os artistas e todos aquelesenvolvidos na criao de expresses culturais;

    (h) medidas objetivando promover a diversidade da mdia, inclusivemedia nte servios pblicos de rad iod ifuso .

    Artigo 7 MEDIDAS PARA A PROMOO DAS EXPRESSES CULTURAIS

    1. As partes procuraro criar em seu territrio um ambiente que encoraje

    indivduos e grupos sociais a:

    (a) criar, produzir, difundir, distribuir suas prprias expresses culturais,e a elas ter acesso, conferindo a devida ateno s circunstncias e

    necessidades especiais da mulher, assim como dos diversos grupos

    sociais, incluindo as pessoas pertencentes s minorias e povos indgenas;

    (b) ter acesso s diversas expresses culturais provenientes do seu ter-

    ritrio e dos demais pases do mundo;2. As Partes buscaro tambm reconhecer a importante contribuio dos

    artistas, de todos aqueles envolvidos no processo criativo, das comu-

    nidades culturais e das organizaes que os apiam em seu trabalho,

    bem como o p ap el central que desempenham ao nutrir a d iversida de d as

    expresses culturais.

    Artigo 8 MEDIDAS PARA A PROTEO DAS EXPRESSES CULTURAIS

    1. Sem prejuzo das disposies dos artigos 5 e 6, uma Parte poderdiagnosticar a existncia de situaes especiais em que expresses cul-

    turais em seu territrio estejam em risco de extino, sob sria ameaa

    ou necessitando de urgente salvaguarda.

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    2. As Partes podero adotar todas as medidas apropriadas para prote-

    ger e preservar as expresses culturais nas situaes referidas no par-grafo 1, em conformidade com as disposies da presente Conveno.

    3. As partes informaro ao Comit Intergovernamental mencionado no

    Artigo 23 todas as medidas tomadas para fazer face s exigncias da

    situao, podendo o Comit formular recomendaes apropriadas.

    Artigo 9 INTERCMBIO DE INFORMAES E TRANSPARNCIA

    As Partes:

    (a) fornecero, a c ad a q uatro anos, em seus relatrios UN ESC O ,informao apropriada sobre as medidas adotadas para proteger e

    promover a diversidade das expresses culturais em seu territrio e no

    plano internacional;

    (b) designaro um ponto focal, responsvel pelo compartilhamento deinformaes relativas presente Conveno;

    (c) compartilharo e trocaro informaes relativas proteo e pro-

    moo da diversidade das expresses culturais.

    Artigo 10 EDUCAO E CONSCIENTIZAO PBLICA

    As Partes devero:

    (a) propi ciar e d esenvolver a co mpreenso da importncia da proteoe promoo da diversidade das expresses culturais, por intermdio,

    entre outros, de programas de educao e maior sensibilizao do

    pblico;

    (b) cooperar com outras Partes e organizaes regionais e interna-cionais para alcanar o objetivo do presente artigo;

    (c) esforar-se p or incentivar a criativid ad e e fortalecer as cap aci da desde produo, mediante o estabelecimento de programas de edu-

    ca o, treinamento e interc mbio na rea da s indstria s culturai s. Tai s

    medidas devero ser aplicadas de modo a no terem impacto negativo

    sobre as formas tradicionais de produo.

    Artigo 11 PARTICIPAO DA SOCIEDADE CIVIL

    As Partes reconhecem o papel fundamental da sociedade civil na pro-

    teo e promoo da diversidade das expresses culturais. As Partes

    devero encorajar a participao ativa da sociedade civil em seus

    esforos para alcanar os objetivos da presente Conveno.

    Artigo 12 PROMOO DA COOPERAO INTERNACIONAL

    As Partes procuraro fortalecer sua cooperao bilateral, regional e inter-

    nacional, a f im de criar condies propcias p romoo da diversida de

    das expresses culturais, levando especialmente em conta as situaes

    mencionadas nos Artigos 8 e 17, em particular com vistas a:

    (a) facilitar o dilogo entre as Partes sobre poltica cultural;(b) reforar as capacidades estratgicas e de gesto do setor pbliconas instituies pblicas culturais, mediante intercmbios culturais profis-

    sionais e internaci onai s, b em como comp artilhamento da s melhores

    prticas;(c) reforar as pa rcerias com a socied ad e civil, o rganiza es no -go ver-namentais e setor privado , e entre essas entid ad es, p ara fa vorecer e

    promover a diversidade das expresses culturais;

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    (d) promover a utilizao das novas tecnologias e encorajar parcerias

    pa ra incrementar o compa rtilhamento de informa es, aumentar a com-preenso cultural e fomentar a diversidade das expresses culturais;

    (e) encora jar a ce lebrao de acordos de co-produo e de co-dis t r ibuio.

    Artigo 13 INTEGRAO DA CULTURA NO DESENVOLVIMENTOSUSTENTVEL

    As Partes envida ro esforos pa ra i nteg rar a cultura nas suas po ltica s de

    desenvolvimento, em todos os nveis, a fim de criar condies propciasao desenvolvimento sustentvel e, nesse marco, fomentar os aspectos liga-

    dos p roteo e promo o d a d iversida de d as expresses culturai s.

    Artigo 14 COOPERAO PARA O DESENVOLVIMENTO

    As Partes procuraro apoiar a cooperao para o desenvolvimento sustentvel

    e a reduo da pobreza, especialmente em relao s necessidades espec-

    ficas dos pases em desenvolvimento, com vistas a favorecer a emergncia de

    um setor cultural dinmico pelos seguintes meios, entre outros:

    (a) o fortalecimento das indstrias culturais em pases em desenvolvimento:

    (i) criando e fortalecendo as capacid ad es de p roduo e distr ibuio

    culturais nos pases em desenvolvimento;

    (ii) faci litando um maio r acesso d e suas ativid ad es, b ens e servios cul-

    turai s ao mercad o glo ba l e a os circuitos internaci onai s de distribuio;

    (iii) permitindo a emergncia d e mercad os regiona is e locai s viveis;

    (iv) ad otando , sempre que po ssvel, medid as aprop riada s nos pa ses

    desenvolvidos com vistas a facilitar o acesso ao seu territrio das ativi-

    dades, bens e servios culturais dos pases em desenvolvimento;

    (v) apoiando o trabalho criativo e facilitando, na medida do possvel,

    a mobilidade dos artistas dos pases em desenvolvimento;

    (vi) encorajando uma apropriada colaborao entre pases desenvolvi-

    dos e em desenvolvimento, em particular nas reas da msica e do cinema.

    (b) o fortalecimento das capacidades por meio do intercmbio de infor-maes, experincias e conhecimentos especializados, assim como pela

    formao de recursos humanos nos pases em desenvolvimento, nos

    setores pbico e privado, no que concerne notadamente as capacidades

    estratgicas e gerenciais, a formulao e implementao de polticas, a

    promoo e distribuio das expresses culturais, o desenvolvimento das

    mdias, pequenas e micro empresas, e a utilizao das tecnologias e

    desenvolvimento e transferncia de competncias;

    (c) a transferncia de tecnologias e conhecimentos mediante a intro-duo de medidas apropriadas de incentivo, especialmente no campodas indstrias e empresas culturais;

    (d) o ap oio financeiro media nte:

    (i) o estab elecimento d e um Fundo Internaci onal p ara a Diversid ad e

    Cultural conforme disposto no artigo 18;

    (ii) a concesso de assistncia o ficial a o d esenvolvimento, segundo

    proceda, incluindo a assistncia tcnica, a fim de estimular e incenti-var a criatividade;

    (iii ) outras formas de assistncia financei ra, tais como emp rstimos com

    baixas taxas de juros,subvenes e outros mecanismos de financiamento.

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    Artigo 15 MODALIDADES DE COLABORAO

    As Partes incentivaro o desenvolvimento de parcerias entre o setor

    pb lico, o setor privado e orga niza es de fins no-lucrativos, e tambm

    no interior dos mesmos, a fim de cooperar com os pases em desenvolvi-

    mento no fortalecimento de suas capacidades de proteger e promover a

    diversidade das expresses culturais. Essas parcerias inovadoras enfati-

    zaro, de acordo com as necessidades concretas dos pases em desen-

    volvimento, a melhoria da infra-estrutura, dos recursos humanos e polti-

    cos, assim como o intercmbio de atividades, bens e servios culturais.

    Artigo 16 TRATAMENTO PREFERENCIAL PARA PASES EM DESEN-VOLVIMENTO

    O s pa ses desenvolvidos faci litaro intercmbios culturais com os pases em

    desenvolvimento garantindo, por meio dos instrumentos institucionais e jurdi-

    cos apropriados, um tratamento preferencial aos seus artistas e outros profis-

    sionais e praticantes da cultura, assim como aos seus bens e servios culturais.

    Artigo 17 COOPERAO INTERNACIONAL EM SITUAES DEGRAVE AMEAA S EXPRESSES CULTURAIS

    As Partes cooperaro para mutuamente se prestarem assistncia, conferindo

    especial ateno aos pases em desenvolvimento, nas situaes referidas no

    Artigo 8.

    Artigo 18 FUNDO INTERNACIONAL PARA A DIVERSIDADE CULTURAL

    1. Fica institudo um Fundo Internacional para a Diversidade Cultural,doravante denominado o "Fundo".

    2. O Fundo estar constitudo p or fundo s fiducirio s, em conformid ade

    com o Regulamento Financeiro d a UN ESC O .

    3. O s recursos do Fundo sero co nstitudo s por:

    (a) contribuies voluntrias das Partes;(b) recursos financeiros que a C onferncia-G eral da UN ESC O assig nepara tal fim;

    (c) contribuies, doaes ou legados feitos por outros Estados, organ-ismos e prog ramas do sistema d as N a es Unida s, o rganiza es

    regionais ou internacionais; entidades pblicas ou privadas e pessoas

    fsicas;

    (d) juros sobre os recursos do Fundo;(e) o produto das coletas e receitas de eventos organizados em bene-fcio do Fundo;

    (f) quaisquer outros recursos autorizados pelo regulamento do Fundo.

    4. A utilizao dos recursos do Fundo ser decidida pelo ComitIntergovernamental, com base nas orientaes da Conferncia das Partes

    mencionada no Artigo 2 2 .

    5. O C omit Intergovernamental po der acei tar co ntribuies, ou outras

    formas de assistncia com finalidade geral ou especfica que estejam vin-

    culadas a projetos concretos, desde que os mesmos contem com a sua

    aprovao.

    6. As contribuies ao Fundo no podero estar vinculadas a qualquer

    condio poltica, econmica ou de outro tipo que seja incompatvel

    com os objetivos da presente Conveno.

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    7. As Partes faro esforos para prestar contribuies voluntrias, em

    bases regulares, para a implementao da presente Conveno.

    Artigo 19 - INTERCMBIO, ANLISE E DIFUSO DE INFORMAES

    1. As Partes comprometem-se a trocar informaes e comparti lhar

    co nheci mentos especia lizad os relativos co leta d e da do s e estatstica s

    sob re a di versidad e d as expresses culturai s, bem como sob re as melhores

    prticas para a sua proteo e promoo.

    2. A UN ESC O faci litar, g raa s aos meca nismos existentes no seuSecretariado, a coleta, anlise e difuso de todas as informaes, esta-

    tsticas e melhores prticas sobre a matria.

    3. Adicionalmente, a UN ESCO estabelecer e atualizar um banco d e dados

    sobre os diversos setores e organismos governamentais, privadas e de fins

    no-lucrativos, que estejam envolvidos no domnio das expresses culturais.

    4. A fim de facil itar a coleta d e da dos, a UN ESC O da r a teno espe-

    cia l c ap aci ta o e ao fortalecimento d as competncias das Partes querequisitarem assistncia na matria.

    5. A coleta de informaes definida no presente artigo complementar

    as informaes a que fazem referncia as disposies do artigo 9.

    V. Relaes com outros instrumentos

    Artigo 20 RELAES COM OUTROS INSTRUMENTOS:APOIOMTUO, COMPLEMENTARIDADE E NO-SUBORDINAO

    1. As Partes reconhecem que devero cumprir de boa-f suas obrigaes

    perante a presente Conveno e todos os demais tratados dos quais

    sejam parte. Da mesma forma, sem subordinar esta Conveno a

    qualquer outro tratado:

    (a) fomentaro o apoio mtuo entre esta Conveno e os outros trata-dos dos quais so parte; e

    (b) ao interpretarem e aplicarem os outros tratados dos quais so parteou ao assumirem novas obrigaes internacionais, as Partes levaro

    em conta as disposies relevantes da presente Conveno.

    2. N ad a na p resente Co nveno ser interpretad o como mod ificand o os

    direitos e obrigaes das Partes decorrentes de outros tratados dos quais

    sejam parte.

    Artigo 21 CONSULTA E COORDENAO INTERNACIONAL

    As Partes comprometem-se a promover os objetivos e princpios da pre-

    sente Conveno em outros foros internacionais. Para esse fim, as Partes

    devero consultar-se, quando conveniente, tendo em mente os menciona-

    dos objetivos e princpios.

    VI. rgos da Conveno

    Artigo 22 CONFERNCIA DAS PARTES

    1. Fica estabelecida uma Conferncia das Partes. A Conferncia dasPartes o rgo plenrio e supremo da presente Conveno.

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    2. A Conferncia das Partes se reune em sesso ordinria a cada dois

    anos, sempre que possvel no mbito da Conferncia-Geral daUN ESC O . A C onferncia da s Partes pod er reunir-se em sesso extra-

    ordinria, se assim o decidir, ou se solicitao for dirigida ao Comit

    Intergovernamental por ao menos um tero das Partes.

    3. A Conferncia das Partes adotar o seu prprio Regimento interno.

    4. As funes da Conferncia das Partes so, entre outras:

    (a) eleger os M embros do C omit Intergo vernamental;(b) receber e examinar relatrios das Partes da presente Conveno

    transmitidos pelo Comit Intergovernamental;(c) aprovar as diretrizes operacionais preparadas, a seu pedido, peloComit Intergovernamental;

    (d) adotar quaisquer outras medidas que considere necessrias parapromover os objetivos da presente Conveno.

    Artigo 23 COMIT INTERGOVERNAMENTAL

    1. Fica institudo junto UN ESC O um C omit Intergo vernamental pa ra a

    Proteo e Promoo da Diversidade das Expresses Culturais, dora-vante referido como Comit Intergovernamental. Ele composto por

    representantes de 18 Estados-Partes da Conveno, eleitos pela

    Conferncia das Partes para um mandato de quatro anos, a partir da

    entrada em vigor da presente Conveno, conforme o artigo 29.

    2. O C omi t Intergovernamenta l se reune em sesses anuais.

    3. O C omit Intergovernamental funciona sob a autorida de e em con-

    formidade com as diretrizes da Conferncia das Partes, qual presta

    contas.

    4. O s nmero de membros do C omit Intergo vernamental ser elevad o

    para 2 4 quando o nmero de membros da presente Conveno chegar a 5 0 .

    5. A eleio dos membros do Comit Intergovernamental baseada nos

    princpios da representao geogrfica eqitativa e da rotatividade.

    6. Sem prejuzo de outras responsabilidades a ele conferidas pela pre-

    sente C onveno, o C omit Intergo vernamental tem a s seguintes funes:

    (a) promover os objetivos da presente Conveno, incentivar e moni-torar a sua implementao;

    (b) prepa rar e submeter a prova o d a C onferncia d as Partes, med i-ante solicitao, as diretrizes operacionais relativas implementao

    e aplicao das disposies da presente Conveno;

    (c) transmitir Conferncia das Partes os relatrios das Partes da Conven-o acompanhados de observaes e um resumo de seus contedos;

    (d) fazer recomendaes apropriadas para situaes trazidas suaateno pelas Partes da Conveno, de acordo com as disposiespertinentes da Conveno, em particular o Artigo 8;

    (e) estabe lecer os proced imentos e o utros meca nismos de consulta quevisem promoo dos objetivos e princpios da presente Conveno

    em outros foros internacionais;

    (f) realizar qualquer outra tarefa que lhe possa solicitar a Confernciadas Partes.

    7. O C omit Intergo vernamental, em co nformida de com o seu Reg imentointerno, poder, a qualquer momento, convidar organismos pblicos ou

    privados ou pessoas fsicas a participarem das suas reunies para con-

    sult-los sobre questes especficas.

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    8. O C omit Intergo vernamental elab ora r o seu prp rio Reg imento inter-

    no e o submeter aprovao da Conferncias das Partes.

    Artigo 24 SECRETARIADO DA UNESCO

    1. O s rgos da p resente C onveno sero a ssistidos pelo Secretariad o

    da UN ESCO .

    2. O Secretariad o p reparar a d ocumenta o d a C onferncia d as Partes

    e do Comit Intergovernamental,assim como o projeto de agenda de

    suas reunies, prestando auxlio na implementao de suas decises einformando sobre a aplicao das mesmas.

    VII. Disposies finais

    Artigo 25 - SOLUO DE CONTROVRSIAS

    1. Em caso d e controvrsia acerca d a i nterpreta o o u aplica o da pre-

    sente Conveno, as Partes buscaro resolv-la mediante negociao.

    2. Se as Partes envolvidas no chegarem a acordo por negociao,

    po dero recorrer conjuntamente a os bons ofcios ou media o de uma

    terceira parte.

    3. Se os bons ofcios ou a mediao no forem adotados, ou se no for

    possvel superar a controvrsia pela negociao, bons ofcios ou medi-

    ao, uma Parte poder recorrer conciliao, em conformidade com o

    procedimento constante do Anexo presente Conveno. As Partes con-sideraro de boa-f a proposta de soluo da controvrsia apresentada

    pela Comisso de Concil iao.

    4. Cada Parte poder, no momento da rat i f icao, aceitao,

    aprovao ou adeso, declarar que no reconhece o procedimento de

    concilia o acima d ispo sto. Tod a Parte que tenha feito tal d eclara o

    poder, a qualquer momento, retir-la mediante notificao ao Diretor-

    G eral da UN ESCO .

    Artigo 26 - RATIFICAO, ACEITAO, APROVAO OU ADESOPOR ESTADOS-MEMBROS

    1. A presente Conveno estar sujeita ratificao, aceitao,

    ap rovao ou ad eso do s Estad os membros da UN ESC O , em conformi-

    dade com os seus respectivos procedimentos constitucionais.

    2. O s instrumentos de ratificao , a ceitao , a prova o o u adeso

    sero dep ositado s junto a o Diretor-G eral da UN ESC O .

    Artigo 27 - ADESO

    1. A presente Conveno estar aberta adeso de qualquer Estado

    no-membro da UN ESC O , desde que pertena O rganizao da s

    N a es Unida s ou a alg um dos seus orga nismos especi aliza do s e q ue

    tenha sido convida do p ela Co nferncia-G eral da O rga nizao a ad erir

    Conveno.

    2. A presente Conveno estar tambm aberta adeso de territrios

    que gozem de plena autonomia interna reconhecida como tal pelas

    N a es Unida s, mas que no tenham alca nad o a total indep endncia

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    em conformidade com a Resoluo 1514 (XV) da Assemblia Geral, e

    que tenham competncia nas matrias de que trata a presenteConveno, incluindo a competncia para concluir tratados relativos a

    essas matrias.

    3. As seguintes disposies aplicam-se a organizaes regionais de inte-

    grao econmica:

    a) a presente Conveno ficar tambm aberta adeso de todaorganizao regional de integrao econmica, que estar, exceto

    conforme estipulado abaixo, plenamente vinculada s disposies daConveno, da mesma maneira que os Estados Parte.

    b) se um ou mais Estados membros dessas organizaes forem igual-mente Partes da presente Conveno, a organizao e o Estado ou

    Estados membros decidiro sobre suas respectivas responsabilidades

    no que tange ao cumprimento das obrigaes decorrentes da presente

    C onveno . Tal d iviso de respo nsab ilida des ter efeito a p s o trmi-

    no do procedimento de notificao descrito no inciso (c) abaixo. A

    organizao e seus Estados membros no podero exercer, concomi-tantemente, os direitos que emanam da presente Conveno. Alm

    disso, nas matrias de sua co mpetncia, as orga niza es regiona is de

    integrao econmica podero exercer o direito de voto com um

    nmero de votos igual ao nmero de seus Estados membros que sejam

    Partes da C onveno . Tais organizaes no po dero exercer o d ireito

    a voto se qualquer dos seus membros o fizer, e viceversa.

    c) a organizao regional de integrao econmica e seu Estado ou

    Estados membros que tenham acordado a diviso de responsabili-dades prevista no inciso (b) acima, o informaro s Partes do seguinte

    modo:

    (i) em seu instrumento de adeso, tal organizao declarar, de

    forma precisa, a diviso de suas responsabilidades com respeito s

    matrias regidas pela Conveno;

    (ii) em caso de posterior modificao das respectivas responsabili-

    dades, a organizao regional de integrao econmica informar

    ao depositrio de toda proposta de modificao dessas responsabili-da des; o d epo sitrio dever, p or sua vez, informar as Partes de tal

    modificao.

    d) os Estados membros de uma organizao regional de integrao

    econmica que se tenham tornado Partes da presente Conveno so

    supostos manter a competncia sobre todas as matrias que no tenham

    sido, mediante expressa declarao ou informao ao depositrio,

    objeto de transferncia de competncia organizao.

    e) entende-se por organizao regional de integrao econmicatoda organizao constituda por Estados soberanos, membros das

    N a es Unida s ou de um de seus orga nismos especia lizad os, qual

    tais Estados tenham transferido suas competncias em matrias regidas

    pela presente Conveno, e que haja sido devidamente autorizada,

    de acordo com seus procedimentos internos, a tornar-se Parte da

    Conveno.

    4. O instrumento de ad eso ser dep ositado junto ao Diretor-G eral da

    UN ESCO .

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    sobre o depsito de todos os instrumentos de ratificao, aceitao,

    aprovao ou adeso mencionados nos artigos 26 e 27, bem comosobre as denncias previstas no Artigo 31.

    Artigo 33 EMENDAS

    1. Tod a Parte pod er, p or comunica o escrita di rigid a ao Diretor-G eral,

    propo r emenda s p resente C onveno. O Diretor-G eral transmitir essa

    comunicao s demais Partes. Se, no prazo de seis meses a partir da

    data da transmisso da comunicao, pelo menos metade dos Estados

    respond er favoravelmente a essa dema nda , o Diretor-G eral ap resentara proposta prxima sesso da Conferncia das Partes para discusso

    e eventual adoo.

    2. As emendas sero adotadas por uma maioria de dois teros das

    Partes presentes e votantes.

    3. Uma vez adotadas, as emendas presente Conveno sero submeti-

    das s Partes para ratificao, aceitao, aprovao ou adeso.

    4. Para a s Partes que as tenham ratificad o, aceitad o, ap rovado ou a elas

    aderido, as emendas presente Conveno entraro em vigor trs meses

    aps o depsito dos instrumentos referidos no pargrafo 3 deste Artigo

    por dois teros das Partes. Subseqentemente, para cada Parte que a rati-

    f ique, aceite, a prove ou a ela a dira, a emenda entrar em vigo r trs

    meses aps a data do depsito por essa Parte do respectivo instrumento

    de ratif icao, aceitao, aprovao ou adeso.

    5. O procedimento estab elecido nos pa rg rafos 3 e 4 no se ap licaros emendas ao artigo 23 relativas ao nmero de membros do Comit

    Intergovernamental. Ta is emenda s entraro em vig or no momento em q ue

    forem adotadas.

    6. Um Estado, ou uma organizao regional de integrao econmica

    definda no artigo 27, que se torne Parte da presente Conveno aps a

    entrada em vigor de emendas conforme o pargrafo 4 do presente

    Artigo, e que no manifeste uma inteno diferente, ser considerado:

    (a) parte da presente Conveno assim emendada; e

    (b) parte da presente Conveno no-emendada relativamente a todaParte que no esteja vinculada a essa emenda.

    Artigo 34 TEXTOS AUTNTICOSA presente Conveno est redigida em rabe, chins, espanhol,

    francs, ingls e russo, sendo os seis textos igualmente autnticos.

    Artigo 35 REGISTROEm conformidad e com o disposto no artigo 1 0 2 da C arta d as N aes

    Unidas, a presente Conveno ser registrada no Secretariado das

    N aes Unidas por petio do Diretor-G eral da UN ESC O .

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    Artigo 1 COMISSO DE CONCILIAO

    Por solicitao de uma das Partes da controvrsia, uma Comisso de

    C oncilia o ser criad a. Salvo se as Partes decid irem de o utra maneira,

    a Comisso ser composta de 5 membros, sendo que cada uma das

    Partes envolvida s ind ica r d ois membros e o Presid ente ser esco lhido de

    comum acordo pelos 4 membros assim designados.

    Artigo 2 MEMBROS DA COMISSO

    Em caso de controvrsia entre mais de duas Partes, as Partes que tenham

    o mesmo interesse designaro seus membros da Comisso em comum

    acordo. Se ao menos duas Partes tiverem interesses independentes ou

    houver desacordo sobre a questo de saber se tm os mesmos interesses,

    elas indicaro seus membros separadamente.

    Artigo 3 NOMEAES

    Se nenhuma indicao tiver sido feita pelas Partes dentro do prazo de

    dois meses a partir da data de pedido de criao da Comisso de

    C oncil iao, o Diretor-G eral d a UN ESC O far as indica es dentro d e

    um novo prazo de dois meses, caso solicitado pela Parte que apresentou

    o pedido.

    Artigo 4 PRESIDENTE DA COMISSO

    Se o Presidente da Comisso no tiver sido escolhido no prazo de dois

    meses aps a designao do ltimo membro da Comisso, o Diretor-

    G eral da UN ESC O desig nar o Presidente dentro de um novo prazo de

    dois meses, caso solicitado por uma das Partes.

    Artigo 5 DECISES

    A Comisso de Conciliao tomar as suas decises pela maioria de

    seus membros. A menos que as Partes na controvrsia decidam de outra

    maneira, a Comisso estabelecer o seu prprio procedimento. Ela pro-

    por uma soluo para a controvrsia, que as Partes examinaro de

    boa-f.

    Artigo 6 DISCORDNCIAEm caso de desacordo sobre a competncia da Comisso de

    Conciliao, a mesma decidir se ou no competente.

    1 6

    AnexoProcedimento de conciliao

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    DEZ CHAVESpara entender a

    Conveno para aProteo e a Promoo da

    1. POR QUE UMA CONVENO ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20Para permanecer fiel ao mandato da UNESCOPara contribuir ao desenvolvimento da noo de culturaPara complementar efetivamente a ao normativa da UNESCOno campo da cultura

    2. QUAL O PROPSITO DA CONVENO ? . . . . . . . . . . . . . . . . . .22

    3. QUAIS SO OS OBJETIVOS ESPECFICOS DA CONVENO ? . . .23

    4. QUE PRINCPIOS ORIENTAM A CONVENO ? . . . . . . . . . . . . . . .24

    5. DIREITOS E OBRIGAES DAS PARTES DA CONVENO . . . . . . .24DireitosObrigaesApoio mtuo, complementaridade e no-subordinao

    6. QUANDO A CONVENO ENTRA EM VIGOR ? . . . . . . . . . . . . . .27RatificaoEntrada em vigor

    7. COMO FUNCIONA A CONVENO ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27Mecanismos de acompanhamento

    Os meiosSoluo de controvrsias

    8. QUEM DEVE ZELAR PELA CONVENO ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28

    9. QUEM SO OS BENEFICIRIOS DA CONVENO ? . . . . . . . . . . .29

    10. QUAIS SO AS MENSAGENS CENTRAIS DA CONVENO ? . . .29

    ANEXO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31SELEO DE DOCUMENTOS DA UNESCO RELACIONADOS DIVERSIDADE CULTURAL

    Documentos sobre a diversidade culturalDocumentos sobre a Conveno

    Diversidadedas Expresses

    Culturaisadotada pela 33a Sesso da Conferncia Geral da UNESCO em 2005

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    A UNESCO a nica agncia das Naes Unidas encarregada da cultura.O texto da sua Constituio (1946) lhe confia o duplo mandato de promoveruma salutar diversidade de culturas e facilitar o trnsito livre de idiaspelas palavras e imagens.

    Esses princpios fundamentais de diversidade e liberdade para o avano dacompreenso mtua operam sempre lado a lado na meta da Organizaode assegurar a orquestrao de diferentes culturas, no rumo uniformi-dade, mas, sim, unidade na diversidade, para que os seres humanosno se fechem em suas prprias culturas, mas que compartilhem as riquezasde uma nica cultura mundial diversificada (Relatrio do Diretor-Geral, 1947).

    A UNESCO faz da busca por essa meta que se baseia no apenas no

    reconhecimento da diversidade, mas tambm nas oportunidades de ummaior dilogo que ela oferece o cerne de sua misso, renovandoconstantemente as suas abordagens e atividades. Essa atitude se consolidano reconhecimento da igual dignidade de todas as culturas, o respeito pelosdireitos culturais, a formulao de polticas culturais pela promoo dadiversidade, a promoo de um pluralismo construtivo, a preservao dopatrimnio cultural etc.

    Enquanto a cultura permanece, na UNESCO, uma plataforma essencial para

    a construo da paz nas mentes de homens e mulheres, a transformaogradual do ambiente internacional gerou mudanas nas abordagensconceituais, nos programas e nas formas de ao da Organizao.

    Por que uma Conveno?

    PARA PERMANECER FIEL AO MANDATO DA UNESCO

    1

    Tendo sido por muito tempo vista pelo ngulo das belas artes e da literatura,a cultura abrange um campo muito mais amplo: a cultura deve ser con-

    siderada como um conjunto distinto de elementos espiri tuais, materiais,intelectuais e emocionais de uma sociedade ou de um grupo social. Alm daarte e da literatura, ela abarca tambm os estilos de vida, modos deconvivncia, sistemas de valores, tradies e crenas (Prembulo daDeclarao Universal de Diversidade Cultural da UNESCO, 2001).

    Em retrospectiva, possvel identificar quatro etapas principais na transfor-mao do sentido e das funes atribudas cultura. Naturalmente, essasetapas no so rigorosamente separadas; do mesmo modo, as atividadesconduzidas em cada uma delas prosseguiram durante as etapas seguintes:

    (i) A ampliao do conceito de cultura como produo de arte, de modo aincluir a noo de identidade cultural (anos 50 e 60). Durante esseperodo, a UNESCO buscou defender culturas em resposta a situaesespecficas, tais como os contextos de descolonizao, ao reconhecer aigual dignidade das culturas;

    (ii) A construo da conscincia de vnculo entre cultura e desenvolvimen-to como fundamento da cooperao internacional e da solidariedadepara com os pases em desenvolvimento (anos 70 e 80). Durante esseperodo e juntamente com as atividades anteriormente iniciadas, a

    PARA CONTRIBUIR AO DESENVOLVIMENTO DA NOO DE CULTURA

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    UNESCO passou a enfatizar o intercmbio recproco dos pases e das

    sociedades, de modo a tornar possvel o estabelecimento de parcerias emigualdade entre os mesmos;

    (iii) O reconhecimento das aspiraes e bases culturais na construo dasdemocracias (anos 80 e 90). Durante esse perodo, a Organizaodemonstrou cincia das vrias formas de discriminao e excluso vividaspor pessoas que pertencem a minorias, povos indgenas e populaesimigrantes;

    (iv) O aprimoramento do dilogo entre culturas e civilizaes em sua ricadiversidade, considerada como patrimnio comum da humanidade pelaUNESCO em sua Declarao Universal da Diversidade Cultural (anos 90e 2000). Em consonncia com a definio mais ampla de cultura, aDeclarao lida com o duplo desafio da diversidade cultural: por um lado,ao assegurar a interao harmnica entre pessoas e grupos com identi-dades culturais plurais, variadas e dinmicas, bem como o desejo da vidaem conjunto; e, por outro, ao defender a diversidade criadora, ou seja, agrande variedade de formas pelas quais as culturas revelam as suas

    prprias expresses tradicionais e contemporneas no espao e no tempo.Durante esse perodo, a UNESCO buscou atender s necessidades dassociedades cujo carter plural foi ampliado pelo acelerado processo deglobalizao.

    Por ser um processo contnuo, flexvel e mutvel, a cultura remodela o seuprprio patrimnio material e imaterial, enquanto novas formas de expressoso geradas, revelando, assim, a sua infinita diversidade. Em meio a um

    ambiente internacional em constante mudana, a UNESCO sempre buscoutrazer solues prticas para os desafios especficos apresentados por cadamomento histrico. Com sua capacidade de promover o dilogo e a criativi-dade, a diversidade cultural se mostra como condio essencial para a paze para o desenvolvimento sustentvel.

    PARA COMPLEMENTAR EFETIVAMENTE A AO NORMATIVA DAUNESCO NO CAMPO DA CULTURA

    A renovao dos desafios trazidos pela cultura desde a criao da UNESCOfez com que a Organizao mostrasse, com todos os meios possveis, as suasdiferentes faces: como laboratrio de idias, ao antecipar e identificarestratgias e polticas culturais adequadas; como clearinghousepara a coleta,transmisso, disseminao e compartilhamento de informaes, conheci-mentos e boas prticas; como formadora de capacidades humanas einstitucionais junto aos Estados-Membros; como organizao normativa, aoconvidar os Estados-Membros a acordar regras comuns de modo afor talecer a cooperao internacional genuna.

    Na condio de uma organizao normativa, a UNESCO produziu diversosinstrumentos legais internacionais de carter vinculante nas quatro reascentrais da diversidade criadora: patrimnio cultural e natural, patrimniocultural material, patrimnio cultural imaterial e criatividade contempornea.Ao todo, sete convenes foram elaboradas:

    Conveno Universal sobre Direitos Autorais (1952, revisada em 1971);

    Conveno para a Proteo de Bens Culturais em Caso de Conflito Armado(1954 primeiro protocolo; 1999 segundo protocolo);

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    Conveno sobre as Medidas que Devem Ser Adotas para Proibir

    e Impedir a Importao, Exportao e Transferncia Ilcitas dePropriedade de Bens Culturais (1970);

    Conveno para a Proteo do Patrimnio Mundial, Cultural e Natural(1972);

    Conveno para a Proteo do Patrimnio Cultural Subaqutico (2001);

    Conveno para Salvaguarda do Patrimnio Cultural Imaterial (2003);

    Conveno sobre a Proteo e Promoo da Diversidade das ExpressesCulturais (2005).

    A Conveno para a Proteo e Promoo da Diversidade das ExpressesCulturais se destaca entre as convenes ligadas a questes de patrimnio,na medida em que se concentra primordialmente na diversidade dasexpresses culturais postas em circulao e compartilhadas por meio de ativi-dades, bens e servios culturais vetores contemporneos de transmisso de

    cultura.

    Por isso, ela complementa efetivamente o conjunto de instrumentos jurdicosdesenvolvidos pela UNESCO para promover a diversidade criadora e culti-var um ambiente mundial no qual a criatividade dos indivduos e dos povosseja protegida em sua rica diversidade.

    A Conveno para a Proteo e a Promoo da Diversidade das ExpressesCulturais no cobre todos os aspectos da diversidade cultural mencionadospela Declarao Universal da UNESCO para a Diversidade Cultural. Ela lidacom campos temticos especficos da Declarao, tais como expressam osartigos 8 a 11. Por outro lado, necessrio reconhecer que os bens eservios culturais comunicam identidades, valores e significados e, por

    isso, no podem ser considerados meras mercadorias ou bens de consumoquaisquer. Por sua vez, tambm os Estados precisam tomar todas as medidasapropriadas para proteger e promover a diversidade das expressesculturais, garantindo o livre fluxo de idias e obras. Finalmente, necessrioredefinir a noo de cooperao internacional, elemento central daConveno, medida que cada forma de criao traz em si as sementes deum dilogo contnuo.

    A Conveno lida com muitas formas de expresso cultural que resultam dacriatividade de indivduos, grupos e sociedades, enquanto comunicamcontedos culturais com sentido simblico, bem como os valores artsticos eculturais que se originam de identidades culturais ou as expressam. Asexpresses culturais qualquer que seja o meio ou a tecnologia usada sotransmitidas pelas atividades, bens e servios culturais que, conformereconhecido pela Conveno, tm uma natureza dupla (econmica ecultural). Por esse motivo, tais bens e servios no podem ser consideradosapenas como meros objetos de negociaes comerciais.

    O objetivo principal da Conveno fortalecer os cinco elos inseparveis damesma corrente: a criao, a produo, a distribuio/ disseminao, oacesso e o usufruto das expresses culturais veiculados por atividades, bense servios culturais em particular nos pases em desenvolvimento.

    Qual o propsito da Conveno?

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    Diversos princpios invocam e garantem que nenhuma medida ou polticaadotada a fim de proteger e promover a diversidade das expresses cul-turais infringir os direitos humanos e as liberdades fundamentais, tais comoa liberdade de expresso, informao e comunicao, bem como o direitodos indivduos escolherem suas expresses culturais.

    Alm disso, o princpio da abertura e do equilbrio garante que, ao adotaremmedidas de apoio diversidade das expresses culturais, os Estados devempromover apropriadamente a abertura para outras culturas do mundo. Entreoutros princpios, destacam-se tambm o da complementaridade entre osaspectos econmicos e culturais do desenvolvimento, e o princpio do desen-volvimento sustentvel, que de grande importncia para a Conveno.

    Finalmente, o princpio do acesso eqitativo tem dupla natureza: visa oacesso cultura em meio riqueza e a diversidade das expresses, bem

    como o acesso de todas as culturas aos meios apropriados de expressoe disseminao.

    Um dos objetivos fundamentais da Conveno reafirmar os direitossoberanos dos Estados manterem, adotarem e implementarem as polti-cas e medidas que julguem apropriadas proteo e promoo dadiversidade das expresses culturais em seus territrios. Ao reafirmaresse direito, o objetivo da Conveno no o de defender um monoplioestatal, mas, ao contrr io, colocar em prtica a governana cultural, isto, a interao entre participantes individuais e institucionais no com-partilhamento de responsabilidades e em nome da diversidade das

    expresses culturais.

    A Conveno contm uma srie de direitos e obrigaes que visamproteger e promover a diversidade das expresses culturais, em umesprito de fortalecimento mtuo e complementariedade com outrostratados internacionais, e guiados pela concertao e a cooperaointernacionais.

    DIREITOS

    O respeito aos direitos humanos e s liberdades fundamentais dos indi-vduos o pano de fundo da Conveno. Juntamente com a DeclaraoUniversal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural, a Convenoreconhece a relao entre a diversidade cultural e a plena realizao

    2 42 42 4

    internacional, a cultura encontrou um lugar de destaque na agenda poltica

    a partir da preocupao com a necessidade de se humanizar a globaliza-o. Nesse contexto pr-ativo, a cultura tornou-se uma genuna plataformapara o dilogo e o desenvolvimento, abrindo consigo novas frentespara a solidariedade.

    Que princpios orientam a Conveno?

    4

    Direitos e obrigaes das Partesda Conveno5

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    2 52 52 5

    dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, que no poderiam

    existir separadamente. Com relao a essa questo, no se pode invo-car as disposies desta Conveno de modo a infringir os direitoshumanos e as liberdades fundamentais, tais como descritas naDeclarao Universal dos Direitos Humanos ou garantidas pelo direitointernacional, ou de modo a limitar o seu escopo. Assim, o risco dorelativismo cultural, que em nome da diversidade reconheceria prticasculturais hostis aos princpios fundamentais dos direitos humanos, foieliminado.

    A Conveno permite s Partes diagnosticar a existncia de situaesespeciais, nas quais expresses culturais em seus territrios enfrentem orisco de extino estejam seriamente ameaadas ou necessitem de sal-vaguardas urgentes. Ela tambm permite tomar medidas apropriadaspara proteger e preservar expresses culturais em situaes como essas.

    Ademais, a Conveno reconhece o direito soberano das Partes formu-larem e implementarem suas polticas culturais, adotando as medidasque julguem necessrias para:

    proporcionar oportunidades s atividades, bens e servios culturaisdomsticos, em meio totalidade de atividades, bens e serviosculturais presentes em seu territrio;

    proporcionar acesso efetivo aos meios de produo, disseminao edistribuio de atividades, bens e servios culturais, s indstrias eatividades culturais domsticas independentes e s atividades no setor

    informal;

    encorajar organizaes sem fins lucrativos, bem como instituiespblicas e privadas, artistas e outros profissionais da cultura aodesenvolvimento e promoo do livre intercmbio e da circulao deidias, expresses, atividades, bens e servios culturais;

    promover a diversidade nos meios de comunicao, inclusive nosservios pblicos de transmisso;

    proporcionar o auxlio financeiro pblico, alm de estabelecer eapoiar adequadamente as instituies de servio pblico.

    OBRIGAES

    Em contrapartida aos direitos supracitados, a Conveno estabelecealgumas obrigaes para as Partes, que so chamadas a:

    buscar a promoo, nos seus territrios, de um ambiente queestimule os indivduos e os grupos sociais criao, disseminao,distribuio e acesso s suas expresses culturais, atentos s circunstnciasespeciais e aos direitos de mulheres e grupos sociais, incluindo, porum lado, as pessoas que pertencem a minorias e povos autctones e,por outro, o acesso diversidade das expresses culturais, tanto do seuprprio territrio quanto oriundas de outros pases;

    assegurar o compartilhamento e a transparncia de informaes,fornecendo UNESCO, a cada quatro anos, um relatrio informandoas medidas tomadas para a proteo e a promoo da diversidadedas expresses culturais;

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    fomentar a conscincia pblica quanto importncia da diversi-

    dade das expresses culturais, com programas pblicos de educaoe conscientizao;

    reconhecer o papel fundamental da sociedade civil na proteo e napromoo da diversidade das expresses culturais, encorajando aparticipao ativa da sociedade civil nos esforos feitos pelas Partespara alcanar os objetivos da Conveno;

    integrar a cultura ao desenvolvimento sustentvel e fortalecer a

    cooperao internacional em benefcio dos pases em desenvolvi-mento de diversas maneiras: por exemplo, fortalecendo as suas inds-trias culturais, capacitando-os a desenvolver e implementar polticasculturais, transferncia de tecnologia, apoio financeiro e tratamentopreferencial para seus artistas e outros profissionais da cultura, assimcomo para os seus bens e servios culturais.

    APOIO MTUO, COMPLEMENTARIDADE E NO-SUBORDINAO

    As Partes da Conveno devem exercer os direitos e cumprir as obrigaesacima descritas em um clima de apoio mtuo, complementaridade eno-subordinao a outros instrumentos internacionais.

    A implementao das disposies da Conveno pode projetar, de umlado, a interao entre os direitos e as obrigaes das partes, tais comocontidos nesse novo tratado e, por outro lado, os direitos e as obri-gaes assumidas sob a gide de outros compromissos internacionais.

    Dado o crescente nmero de acordos internacionais, torna-se cada vezmais necessrio inserir esse tipo de clusula nos tratados, de modo aproporcionar a clareza quanto articulao entre as regras dos diver-sos instrumentos internacionais e o statusjurdico de uma conveno emrelao a outros tratados.

    Assim, a funo de uma clusula sobre a relao entre os acordos inter-nacionais a de especificar o vnculo entre esses tratados, caso hajasobreposio de direitos e obrigaes de diferentes instrumentos. A esse

    respeito, a Conveno enfatiza que as Partes cumpriro de boa f asobrigaes decorrentes da Conveno bem como as de todos os outrostratados dos quais participam, sem que a Conveno seja subordinadaa qualquer outro tratado. Do mesmo modo, as Partes se comprometema buscar o apoio mtuo entre a Conveno e os outros tratados dosquais participem, levando em considerao as disposies relevantes daConveno ao interpretarem e aplicarem os outros tratados, e tambmao se comprometerem com outras obrigaes internacionais. Em todosos casos, a Conveno afirma especificamente que nada em seu texto

    dever ser interpretado como uma modificao dos direitos e das obri-gaes das Partes, tais como assumidos em qualquer outro tratado doqual participem.

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    RATIFICAO

    Para se tornarem Partes da Conveno, os Estados-Membros daUNESCO devem depositar um instrumento de ratificao, aceitao,

    aprovao ou adeso junto ao Diretor-Geral da UNESCO. Os Estadosque no so membros da UNESCO, mas so membros das NaesUnidas ou de qualquer uma das suas agncias especializadas podemparticipar da Conveno se convidados pela Conferncia Geral daUNESCO. Organizaes regionais para a integrao econmica, taiscomo definidas pela Conveno, tambm podem aderir.

    ENTRADA EM VIGOR

    A Conveno entrar em vigor trs meses aps o depsito do seutrigsimo instrumento de rati ficao, aceitao, aprovao ou adeso

    junto ao Diretor-Geral da UNESCO.

    MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO

    Quando a Conveno entrar em vigor, dois rgos sero estabelecidos:

    A Conferncia das Partes, que ser a plenria e o rgo soberanoda Conveno;

    O Comit Intergovernamental, que ter a responsabilidade de pro-mover os objetivos da Conveno para estimular e monitorar a suaimplementao em um esprito de transparncia e vigilncia.

    A primeira reunio da Conferncia das Partes e do ComitIntergovernamental ter um papel crucial no apenas no desenho deseu respectivo Regulamento Interno, mas tambm em estabelecerdiretrizes para a implementao da Conveno. O Secretariado daUNESCO ajudar tanto a Conferncia das Partes quanto o Comit

    Intergovernamental. O secretariado compilar a documentao das suasreunies, auxiliar a aplicao das suas decises e as reportar.

    OS MEIOS

    Juntamente com as disposies que afirmam os direitos e as obrigaes,os meios concretos disponibilizados pelas Partes da Conveno incluem,em especial, o Fundo Internacional para a Diversidade Cultural, comrecursos de contribuies voluntrias pelas Partes apropriadas com esse

    fim pela Conferncia Geral da UNESCO, bem como diversas con-tribuies, doaes e legados.

    No quadro geral de implementao da Conveno, a UNESCO facili-tar a compilao, a anlise e a disseminao de todas as informaes,

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    Quando a Conveno entra em vigor?

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    Como funciona a Conveno?7

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    estatsticas e experincias de sucesso que digam respeito diversidade

    das expresses culturais. A lm disso, a Organizao estabelecer e atu-alizar um banco de dados a respeito dos diversos setores e organiza-es governamentais, privadas e sem fins lucrativos envolvidas no campoda expresso cultural.

    SOLUO DE CONTROVRSIAS

    Foram tomadas medidas para o estabelecimento de um mecanismo desoluo de controvrsias capaz de lidar com eventuais discordncias na

    interpretao ou na aplicao de regras e princpios especficos daConveno, a partir de uma perspectiva estritamente cultural.

    Pelo mecanismo, as Partes se comprometem primeiramente a negociar.Em seguida, lhes facultado o recurso mediao e aos bons ofcios.Caso uma soluo no possa ser alcanada por meio de um ou maisdesses caminhos, um procedimento de conciliao poder ser iniciado.

    No obstante, as Partes podem decidir no reconhecer esse procedimento,

    redigindo uma declarao especificamente a seu respeito no momentoda ratificao, aceitao, adeso ou aprovao.

    O bom funcionamento da Conveno requer a participao de todos osatores culturais:

    o setor pblico o Estado e suas instituies cuja soberania reconhecida pela Conveno;

    a sociedade civil, cujo papel fundamental na proteo e na pro-moo da diversidade das expresses culturais deve ser reconhecido

    pelas Partes da Conveno. Ao mesmo tempo, a Conveno estimulaa sociedade civil a participar ativamente na busca dos seus objetivos;

    0 setor privado, especificamente as empresas e indstrias culturais,em particular aquelas dos pases em desenvolvimento, que aConveno busca promover com as suas disposies quanto cooperao internacional e a cooperao pelo desenvolvimento;

    indivduos que pertencem a minorias e povos autctones so con-

    siderados atores-chave pela Conveno e, nesse sentido, as Partes soconclamados a prestar a devida ateno s suas condies e necessi-dades especiais no campo da criao cultural.

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    Quem deve zelar pela Conveno?8

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    A Conveno tem inmeros beneficirios:

    em sua essncia, a Conveno beneficia todos os indivduos esociedades, uma vez que visa assegurar que todos desfrutem da diver-

    sidade das expresses culturais em nome da abertura, do equilbrio eda liberdade;

    ao reconhecer as importantes contribuies dos artistas e de todosaqueles que se envolvem no processo criativo, das comunidades cul-turais e das organizaes que lhes apiam em seus trabalhos, aConveno beneficiar, em especial, os profissionais e os praticantesda cultura;

    Alm disso, alguns dispositivos da Conveno identificam beneficiriosespecficos:

    pases que enfrentam dificuldades de produzir e disseminar suasprprias expresses culturais, em particular os pases em desenvolvi-mento; a Conveno prev diversas formas de assistncia para medi-das como o auxlio oficial governamental, emprstimos a juros baixose subvenes, bem como o tratamento preferencial para artistas eoutros profissionais e praticantes da cultura desses pases;

    diversos grupos sociais, enumerando as mulheres, minorias e povosindgenas entre as obrigaes das Partes a garantia de um ambientepropcio criao, produo, disseminao e usufruto das expressesculturais desses grupos.

    A Conveno parte do pressuposto de que a criatividade cultural, que uma face da diversidade cultural, compartilhada por toda ahumanidade.

    Ela abre o caminho para o fortalecimento das relaes humanas em um

    mundo globalizado muitas vezes insuficientemente solidrio. Do lado daoferta cultural, nunca houve uma quantidade to grande de trabalhosoferecidos; a Conveno busca assegurar que esses trabalhos sejamapreciado pelo maior nmero possvel de pessoas, e que a oferta no selimite a um nmero limitado de trabalhos, sejam eles locais ou de origemestrangeira.

    A Conveno visa defender a riqueza cultural em sua capacidade degerar interao, renovar-se e ser transmitida tanto a partir de fontes

    internas quanto externas. Quanto maior a disseminao dessa diversi-dade criativa, seja ela de fontes internas ou externas, maiores serotambm as vantagens culturais e sociais, ultrapassando assim umadimenso muito alm da dimenso comercial.

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    Quais so as mensagens centrais

    da Conveno?

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    Quais so os beneficiriosda Conveno?

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    A Conveno no aspira controlar ou mesmo restringir, mas sim pro-

    mover e proteger a diversidade das expresses culturais. A definio deproteo assegura que as aes levadas a cabo e os meios utilizadospelas Partes cujo direito soberano reconhecido visem preservar,salvaguardar e aprimorar a diversidade das expresses culturais, e ano limitar o seu fluxo com base em protecionismos ou isolacionismosidentitrios. Alm disso, algumas garantias se fazem respeitar por meioda Conveno a partir do princpio da abertura e do equilbrio, queassegura que as medidas tomadas pelos Estados tambm promovam aabertura para outras culturas do mundo.

    Ademais, a Conveno permite que as Partes adotem medidas deproteo quando expresses culturais correrem o risco de extinofrente a uma ameaa grave, e a cooperao internacional fortementeencorajada para auxiliar os pases em desenvolvimento que venham aatravessar esse tipo de situao. Em todos os casos, os propsitos e osprincpios afi rmados na Conveno devem ser respeitados, uma vez queos seus objetivos so fomentar o intercmbio genuno das expressesculturais entre todos os povos e valorizar a diversidade de tais

    expresses, nacional e internacionalmente.

    Ao faz-lo, a Conveno ajuda a fortalecer as ligaes entre cultura edesenvolvimento, sendo que este ltimo considerado tanto no seusentido material quanto no seu sentido simblico: referindo-se, por umlado, ao crescimento econmico e, por outro, realizao dos sereshumanos no usufruto dos seus direitos fundamentais, abrindo-se para omundo sem perder os seus prprios referenciais e razes. Ela tambm

    lana as bases de uma nova forma de cooperao conducente sol idari edade local, regional e internacional, com a valorizao dosintercmbios e das parcerias, particularmente importantes para pasescujas expresses culturais encontram-se ameaadas.

    Finalmente, a Conveno reconhece e estabelece o direito a novas for-mas de dilogo que resultem de bens e servios culturais, da dissemi-nao das expresses culturais e da sua disponibilizao a todos. Cadaforma de criao tomada como um ponto de encontro capaz de abrir

    novos horizontes, transformar vises de mundo e ampliar o leque deescolhas livres, ajudando assim a moldar um mundo mais humano.Cada forma de criao proporciona ligaes entre regies, indivduos egeraes inteiras, tecendo, assim, o patrimnio do amanh.

    Ao enfocar a diversidade das expresses culturais, a Conveno con-tribui para a defesa da diversidade cultural como um imperativo ticoinseparvel do respeito pela dignidade humana . Ao voltarem suaateno uma vez mais para as expresses culturais e para o pleno

    respeito sua disseminao, os Estados-Membros da UNESCOdemonstraram o seu senso de responsabilidade por essa inesgotvelfonte de criao, inovao e imaginao que tanto contribui para acompreenso mtua e o dilogo saudvel entre as diferentes culturas domundo.

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    Preliminary draft convention on the protection of the diversity of cultural

    contents and artistic expressions, Preliminary report of the Director-General, CLT/ CPD/ 2004/ CONF .201/ 1, Paris, July 2004.

    Preliminary draft of a convention on the protection of the diversity of

    cultural contents and artistic expressions, CLT/ CPD/ 2004/ CONF. 201/ 2,

    Paris, July 2004.

    First session of the intergovernmental meeting of experts on the

    Preliminary draft convention on the protection of the diversity of cultural

    contents and artistic expressions, Report by the Secretariat, CLT -2004/ CONF.201/ 9, Paris, November 2004.

    Preliminary draft convention on the protection of the diversity of cultural

    contents and artistic expressions, Drafting Committee, Part I to V, Paris,December 2004, CLT/ CPD/ 2004/ CON F.607/ 1 to CLT/ CPD/ 2004CONF.607/ 5.

    Preliminary draft convention on the protection of the diversity of cultural

    contents and artistic expressions, Text revised by the Drafting Committee,CLT/ CPD/ 2004/ CONF.607/ 6, Paris, December 2004.

    Preliminary report of the Director-General containing two preliminary

    drafts of a Convention on the protection of the diversity of cultural

    contents and artistic expressions, CLT / CPD/ 2005/ CONF.203/ 6, Paris,3 March 2005.

    Report by the Director-General on the progress towards the draft conven-tion on the protection of the diversity of cultural contents and artistic

    expressions,171 EX/ Decision 19, Apri l 2005.

    Appendix 2 to the Preliminary report of the Director-General containing

    two preliminary drafts of a Convention on the protection of the diversity

    of cultural contents and artistic expressions, Consolidated text prepared

    by the Chairperson of the intergovernmental meeting, CLT/ CPD/2005/ CONF.203/ 6 - Add, Paris, 29 Apri l 2005.

    Preliminary report by the Director-General setting out the situation to be

    regulated and the possible scope of the regulating action proposed,

    accompanied by the Preliminary draft of a convention on the protection

    of the diversity of cultural contents and artistic expressions, 33 C/ 23,Paris, 4 August 2005.

    Report by the Director-General on the progress achieved during the third

    session of the intergovernmental meeting of experts on the preliminary

    draft convention on the protection of the diversity of cultural contents and

    artistic expressions, 172 EX/ Decision 19, September 2005.

    Convention on the Protection and Promotion of the Diversity of Cultural

    Expressions, 20 October 2005, 33rd session of the General Conference.