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Bol. Trab. Emp., 1. a série, n. o 32, 29/8/2006 3706 CONVENÇÕES COLECTIVAS DE TRABALHO CCT entre a HR CENTRO — Assoc. dos Industriais de Hotelaria e Restauração do Centro e a FESAHT — Feder. dos Sind. da Agricultura, Ali- mentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Por- tugal — Revisão global. Artigo de revisão Este contrato colectivo de trabalho revê globalmente e substitui na íntegra o celebrado entre as partes publi- cado no Boletim do Trabalho e Emprego, 1. a série, n. o 21, de 8 de Junho de 2005. CAPÍTULO I Âmbito, área e vigência Cláusula 1. a Âmbito 1 — Este contrato colectivo de trabalho, adiante designado por CCT, obriga, por um lado, a HR CEN- TRO — Associação dos Industriais de Hotelaria e Res- tauração do Centro e, por outro, a FESAHT — Fede- ração dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebi- das, Hotelaria e Turismo de Portugal. 2 — O número de empresas abrangidas por este CCT é de 2819 e o número de trabalhadores é de 12 650. Cláusula 2. a Âmbito subjectivo Este CCT aplica-se aos estabelecimentos e empresas constantes do anexo I e aos trabalhadores cujas cate- gorias constam do anexo II. Cláusula 3. a Área A área territorial de aplicação do presente CCT define-se pelos distritos de Castelo Branco, Coim- bra, Guarda e Leiria e ainda pelos concelhos de Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Mealhada, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos, do distrito de Aveiro, pelos concelhos de Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Mortágua, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Cas- telo, Santa Comba Dão, Sátão, São Pedro do Sul, Ton- dela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela, do distrito de Viseu, e pelos concelhos de Mação e Vila Nova de Ourém, do distrito de Santarém. Cláusula 4. a Denúncia e revisão 1 — Este CCT entra em vigor nos termos legais e vigorará por um prazo mínimo de dois anos e mantém-se em vigor até as partes o substituírem, no todo ou em parte, por outro ou outros. 2 — Porém, a tabela salarial e as cláusulas de expres- são pecuniária produzem efeitos a 1 de Janeiro de cada ano e vigoram por um período de 12 meses. 3 — A denúncia pode ser feita desde que tenham decorrido 20 ou 10 meses sobre as datas referidas nos números anteriores, respectivamente. 4 — A denúncia será obrigatoriamente acompanhada de proposta de revisão. 5 — O texto de denúncia e a proposta de revisão serão enviados às demais partes contratantes por carta regis- tada com aviso de recepção. 6 — As contrapartes terão de enviar às partes denun- ciantes uma resposta escrita até 30 dias após a recepção da proposta; da resposta deve constar contraproposta relativamente a todas as matérias propostas que não sejam aceites. 7 — As partes denunciantes poderão dispor de 10 dias para examinar a resposta. 8 — As negociações iniciar-se-ão obrigatoriamente no 1. o dia útil após o termo do prazo referido no número anterior, salvo acordo das partes em contrário. 9 — Da proposta e resposta serão enviadas cópias ao ministério que tutelar a área do trabalho. CAPÍTULO II Direitos, deveres e garantias das partes Cláusula 5. a Deveres do empregador 1 — São obrigações do empregador: a) Cumprir rigorosamente as disposições desta convenção e as normas que a regem; b) Usar de respeito e justiça em todos os actos que envolvam relações com os trabalhadores, assim como exigir do pessoal em funções de chefia e fiscalização que trate com respeito os trabalhadores sob as suas ordens; c) Pagar pontualmente a retribuição; d) Proporcionar boas condições de trabalho, tanto do ponto de vista físico como moral; e) Contribuir para a elevação do nível de produ- tividade do trabalhador, nomeadamente pro- porcionar-lhe formação profissional; f) Respeitar a autonomia técnica do trabalhador que exerça actividade cuja regulamentação pro- fissional a exija;

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Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 32, 29/8/2006 3706

CONVENÇÕES COLECTIVAS DE TRABALHO

CCT entre a HR CENTRO — Assoc. dos Industriaisde Hotelaria e Restauração do Centro e aFESAHT — Feder. dos Sind. da Agricultura, Ali-mentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Por-tugal — Revisão global.

Artigo de revisão

Este contrato colectivo de trabalho revê globalmentee substitui na íntegra o celebrado entre as partes publi-cado no Boletim do Trabalho e Emprego, 1.a série, n.o 21,de 8 de Junho de 2005.

CAPÍTULO I

Âmbito, área e vigência

Cláusula 1.a

Âmbito

1 — Este contrato colectivo de trabalho, adiantedesignado por CCT, obriga, por um lado, a HR CEN-TRO — Associação dos Industriais de Hotelaria e Res-tauração do Centro e, por outro, a FESAHT — Fede-ração dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebi-das, Hotelaria e Turismo de Portugal.

2 — O número de empresas abrangidas por este CCTé de 2819 e o número de trabalhadores é de 12 650.

Cláusula 2.a

Âmbito subjectivo

Este CCT aplica-se aos estabelecimentos e empresasconstantes do anexo I e aos trabalhadores cujas cate-gorias constam do anexo II.

Cláusula 3.a

Área

A área territorial de aplicação do presente CCTdefine-se pelos distritos de Castelo Branco, Coim-bra, Guarda e Leiria e ainda pelos concelhos deÁgueda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja,Ílhavo, Mealhada, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar,Sever do Vouga e Vagos, do distrito de Aveiro, pelosconcelhos de Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde,Mortágua, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Cas-telo, Santa Comba Dão, Sátão, São Pedro do Sul, Ton-dela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela, do distritode Viseu, e pelos concelhos de Mação e Vila Nova deOurém, do distrito de Santarém.

Cláusula 4.a

Denúncia e revisão

1 — Este CCT entra em vigor nos termos legais evigorará por um prazo mínimo de dois anos e mantém-se

em vigor até as partes o substituírem, no todo ou emparte, por outro ou outros.

2 — Porém, a tabela salarial e as cláusulas de expres-são pecuniária produzem efeitos a 1 de Janeiro de cadaano e vigoram por um período de 12 meses.

3 — A denúncia pode ser feita desde que tenhamdecorrido 20 ou 10 meses sobre as datas referidas nosnúmeros anteriores, respectivamente.

4 — A denúncia será obrigatoriamente acompanhadade proposta de revisão.

5 — O texto de denúncia e a proposta de revisão serãoenviados às demais partes contratantes por carta regis-tada com aviso de recepção.

6 — As contrapartes terão de enviar às partes denun-ciantes uma resposta escrita até 30 dias após a recepçãoda proposta; da resposta deve constar contrapropostarelativamente a todas as matérias propostas que nãosejam aceites.

7 — As partes denunciantes poderão dispor de 10 diaspara examinar a resposta.

8 — As negociações iniciar-se-ão obrigatoriamente no1.o dia útil após o termo do prazo referido no númeroanterior, salvo acordo das partes em contrário.

9 — Da proposta e resposta serão enviadas cópias aoministério que tutelar a área do trabalho.

CAPÍTULO II

Direitos, deveres e garantias das partes

Cláusula 5.a

Deveres do empregador

1 — São obrigações do empregador:

a) Cumprir rigorosamente as disposições destaconvenção e as normas que a regem;

b) Usar de respeito e justiça em todos os actosque envolvam relações com os trabalhadores,assim como exigir do pessoal em funções dechefia e fiscalização que trate com respeito ostrabalhadores sob as suas ordens;

c) Pagar pontualmente a retribuição;d) Proporcionar boas condições de trabalho, tanto

do ponto de vista físico como moral;e) Contribuir para a elevação do nível de produ-

tividade do trabalhador, nomeadamente pro-porcionar-lhe formação profissional;

f) Respeitar a autonomia técnica do trabalhadorque exerça actividade cuja regulamentação pro-fissional a exija;

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g) Prevenir riscos e doenças profissionais, tendoem conta a protecção da segurança, da higienee da saúde do trabalhador, devendo indemni-zá-lo dos prejuízos resultantes de acidentes detrabalho;

h) Adoptar, no que se refere à higiene, segurançae saúde no trabalho, as medidas que decorram,para a empresa, estabelecimento ou actividade,da aplicação das prescrições legais e conven-cionais vigentes;

i) Fornecer ao trabalhador a informação e for-mação adequadas à prevenção de riscos de aci-dente e doença profissional;

j) Fornecer ao trabalhador a informação e for-mação adequadas ao cumprimento das normasvigentes em matéria de segurança, higiene esaúde no trabalho e higiene e segurança ali-mentar;

k) Facultar a consulta pelo trabalhador que o soli-cite do respectivo processo individual;

l) Manter permanentemente actualizado o registodo pessoal em cada um dos seus estabelecimen-tos, com indicação dos nomes, datas de nas-cimento e admissão, modalidades dos contratos,categorias, promoções, retribuições, datas deinício e termo de férias e faltas que impliquemperda da retribuição ou diminuição dos dias deférias.

2 — Compete em especial ao empregador respeitarem toda a sua plenitude o direito de personalidade decada trabalhador, devendo, entre outras, reconhecer asua liberdade de expressão e opinião, guardar reservaquanto à intimidade da vida privada, velar pela inte-gridade física e moral e garantir a confidencialidadedas mensagens de natureza pessoal e não profissionalque os trabalhadores enviem, recebam ou consultem.

Cláusula 6.a

Deveres do trabalhador

1 — São obrigações do trabalhador:

a) Respeitar e tratar com urbanidade o emprega-dor, os superiores hierárquicos, os companhei-ros de trabalho e as demais pessoas que estejamou entrem em relação com a empresa;

b) Comparecer ao serviço com assiduidade e pon-tualidade;

c) Realizar o trabalho com zelo e diligência;d) Cumprir as ordens e instruções do empregador

em tudo o que respeite à execução e disciplinado trabalho, salvo na medida em que se mostremcontrárias aos seus direitos e garantias;

e) Guardar lealdade ao empregador, nomeada-mente não negociando por conta própria oualheia em concorrência com ele, nem divul-gando informações referentes à organização,métodos de produção ou negócios;

f) Velar pela conservação e boa utilização dos bensque lhe forem confiados pelo empregador;

g) Promover ou executar todos os actos tendentesà melhoria da produtividade da empresa;

h) Cooperar, na empresa, estabelecimento ou ser-viço, para a melhoria do sistema de segurança,higiene e saúde no trabalho, nomeadamente porintermédio dos representantes dos trabalhado-res eleitos para esse fim;

i) Cumprir as prescrições de segurança, higienee saúde no trabalho estabelecidas nesta con-venção e demais disposições legais vigentes, bemcomo as ordens dadas pelo empregador;

j) Manter impecável o asseio, a higiene e a apre-sentação pessoais;

k) Procurar aperfeiçoar e actualizar os seus conhe-cimentos profissionais;

l) Não conceder crédito sem que para tal tenhasido especialmente autorizado;

m) Cumprir os regulamentos internos desde queaprovados nos termos da lei e desde que nãocontrariem as normas desta convenção.

2 — O dever de obediência, a que se refere a alínea d)do número anterior, respeita tanto às ordens e instruçõesdadas directamente pelo empregador como às emanadasdos superiores hierárquicos do trabalhador, dentro dospoderes que por aquele lhe forem atribuídos.

3 — O trabalhador deve, no desempenho das suasfunções, velar pela saúde pública e pelo asseio do seulocal de trabalho, de acordo com as boas práticas dehigiene e segurança alimentar, estabelecidas em lei eou regulamento interno, bem como em ordens dadaspelo empregador.

4 — Para início ou reinício da prestação de trabalho,o trabalhador deve encontrar-se em condições de pres-tação do trabalho a que está obrigado nos termos dalei ou de regulamento interno.

Cláusula 7.a

Garantias do trabalhador

1 — É proibido ao empregador:

a) Opor-se, por qualquer forma, a que o traba-lhador exerça os seus direitos, bem como des-pedi-lo, aplicar-lhe outras sanções ou tratá-lodesfavoravelmente por causa desse exercício;

b) Obstar, injustificadamente, à prestação efectivado trabalho;

c) Exercer pressão sobre o trabalhador para queactue no sentido de influir desfavoravelmentenas suas condições de trabalho ou nas dos res-tantes trabalhadores;

d) Diminuir a retribuição dos trabalhadores;e) Baixar a categoria dos trabalhadores, salvo nos

casos em que tal mudança, imposta por neces-sidades prementes da empresa ou por estritanecessidade do trabalhador, seja por este aceitee autorizada pela Inspecção-Geral do Trabalho;

f) Transferir o trabalhador sem o acordo destepara outro local e ou secção de trabalho, salvonos casos previstos na cláusula 76.a desta con-venção;

g) Ceder trabalhadores do quadro de pessoal pró-prio para utilização de terceiros que sobre essestrabalhadores exerçam poderes de autoridadee direcção próprios do empregador ou por pres-são por ele indicada, salvo nos casos especial-mente previstos na lei;

h) Obrigar o trabalhador a adquirir bens ou a uti-lizar serviços fornecidos pelo empregador oupor pessoa por ele indicada;

i) Explorar, com fins lucrativos, quaisquer canti-nas, refeitórios, economatos ou outros estabe-

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lecimentos directamente relacionados com otrabalho, para fornecimento de bens ou forne-cimento de serviços aos trabalhadores;

j) Fazer cessar o contrato e readmitir o trabalha-dor, mesmo com o seu acordo, havendo o pro-pósito de o prejudicar em direitos e garantiasdecorrentes da antiguidade.

2 — A actuação do empregador em contravenção dodisposto no número anterior constitui justa causa derescisão do contrato de trabalho por iniciativa dotrabalhador, com as consequências previstas nesta con-venção e demais legislação vigente, sem prejuízo doagravamento previsto para a actuação abusiva do empre-gador quando a esta haja lugar.

Cláusula 8.a

Quotização sindical

Os empregadores abrangidos por este CCT proce-derão à cobrança e remessa aos sindicatos outorgantes,gratuitamente, até ao dia 15 do mês seguinte àquelea que diga respeito, das verbas correspondentes à quo-tização dos trabalhadores sindicalizados, desde que comautorização escrita do trabalhador nesse sentido, dedu-zindo o seu montante nas respectivas remunerações,fazendo acompanhar essa remessa dos mapas de quo-tização devidamente preenchidos.

Cláusula 9.a

Proibição de acordos entre empregadores

1 — São proibidos quaisquer acordos entre empre-gadores no sentido de reciprocamente limitarem aadmissão de trabalhadores que a eles tenham prestadoserviço.

2 — Os empregadores que outorgarem nos acordosreferidos no número anterior ficarão sujeitos à sançãoprevista na lei.

Cláusula 10.a

Poder disciplinar

1 — O empregador tem poder disciplinar sobre ostrabalhadores que se encontrem ao seu serviço.

2 — O poder disciplinar tanto é exercido directa-mente pelo empregador como pelos superiores hierár-quicos do trabalhador, nos termos por aquele esta-belecidos.

3 — O procedimento disciplinar exerce-se obrigato-riamente mediante processo disciplinar, sempre que asanção que se presume ser de aplicar for mais gravosaque uma repreensão simples.

4 — A sanção disciplinar não pode ser aplicada semaudiência prévia do trabalhador.

5 — A audiência do trabalhador terá forçosamentede revestir forma escrita, excepto para a repreensãosimples.

Cláusula 11.a

Declarações do trabalhador

1 — Só podem ser tomadas declarações, tanto do tra-balhador como das testemunhas, no próprio local de

trabalho, nos escritórios de empresa ou do instrutornomeado, ou na sede ou delegações da associação patro-nal onde a empresa esteja filiada, desde que, em todosos casos, estejam situados na mesma área urbana ondedeverá estar patente o processo para consulta.

2 — Quando forem ouvidos, o trabalhador ou as tes-temunhas, podem fazer-se acompanhar por mandatárioou representante sindical.

Cláusula 12.a

Exercício do poder disciplinar

1 — Qualquer sanção disciplinar não pode ser apli-cada sem audiência prévia do trabalhador.

2 — A audiência do trabalhador terá forçosamentede revestir forma escrita, excepto para a repreensãosimples.

3 — O procedimento disciplinar com vista ao despe-dimento do trabalhador obedecerá obrigatoriamente aodisposto na cláusula 47.a

Cláusula 13.a

Sanções disciplinares

1 — As sanções disciplinares aplicáveis são, porordem crescente de gravidade, as seguintes:

a) Repreensão simples;b) Repreensão registada;c) Sanção pecuniária;d) Perda de dias de férias;e) Suspensão do trabalho com perda de retribuição

e de antiguidade;f) Despedimento sem qualquer indemnização ou

compensação.

2 — A sanção disciplinar deve ser proporcional à gra-vidade da infracção e à culpabilidade do infractor, nãopodendo aplicar-se mais de uma pela mesma infracção.

3 — As sanções pecuniárias aplicadas a um trabalha-dor por infracções praticadas no mesmo dia não podemexceder um terço da retribuição diária e, em cada anocivil, a retribuição correspondente a 30 dias.

4 — A perda de dias de férias não pode pôr em causao gozo de 20 dias úteis de férias.

5 — A suspensão do trabalho não pode exceder porcada infracção 30 dias e, em cada ano civil, o total de90 dias.

6 — As sanções referidas nesta cláusula podem seragravadas pela respectiva divulgação dentro da empresa.

Cláusula 14.a

Sanções abusivas

Consideram-se abusivas as sanções disciplinares moti-vadas pelo facto de um trabalhador:

a) Haver reclamado legitimamente, individual oucolectivamente, contra as condições de trabalho

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e violação dos direitos e garantias consagradosnesta convenção e na lei;

b) Recusar-se a cumprir ordens a que não devesseobediência;

c) Recusar-se a prestar trabalho suplementarquando o mesmo lhe não possa ser exigido nostermos da cláusula 70.a;

d) Ter prestado informações a qualquer organismocom funções de vigilância ou fiscalização documprimento das leis do trabalho;

e) Ter declarado ou testemunhado contra os empre-gadores em processo disciplinar ou perante ostribunais ou qualquer outra entidade com pode-res de fiscalização ou inspecção;

f) Exercer, ter exercido ou candidatar-se ao exer-cício de funções sindicais, designadamente dedirigente delegado ou membro de comissões sin-dicais, intersindicais ou de trabalhadores;

g) Em geral, exercer, ter exercido, pretender exer-cer ou invocar direitos ou garantias que lheassistam.

Cláusula 15.a

Presunção de abusividade

Até prova em contrário, presume-se abusivo o des-pedimento ou a aplicação de qualquer sanção sob aaparência de punição de outra falta quando tenhamlugar até seis meses após a apresentação de uma can-didatura aos órgãos de estruturas de representaçãocolectiva ou até três anos após o termo das funçõesreferidas ou após a data da apresentação da candidaturaa essas funções, quando as não venha a exercer, se jáentão, num ou noutro caso, o trabalhador servia a mesmaentidade empregadora.

Cláusula 16.a

Indemnização pelas sanções abusivas

Quando alguma sanção abusiva seja aplicada, alémde ser declarada nula e de nenhum efeito, acarretarápara o empregador a obrigação de indemnizar o tra-balhador nos termos gerais do direito, com as alteraçõesconstantes das alíneas seguintes:

a) Se consistiu em suspensão com perda de retri-buição, o pagamento de uma indemnizaçãoequivalente a 10 vezes a importância da retri-buição perdida;

b) Se consistiu no despedimento, no pagamentode uma indemnização correspondente ao dobrodo fixado no n.o 2 da cláusula 50.a

Cláusula 17.a

Registo das sanções disciplinares

O empregador deve manter devidamente actualizadoo registo das sanções disciplinares, de forma a poderverificar-se facilmente o cumprimento das cláusulasanteriores.

Cláusula 18.a

Caducidade de acção e prescrição da responsabilidade disciplinar

1 — A acção disciplinar caduca no prazo de 60 diasa contar do conhecimento da infracção pelo empregadorou superior hierárquico do trabalhador com competên-

cia disciplinar sem que tenha sido instaurado processodisciplinar contra o arguido.

2 — A responsabilidade disciplinar prescreve ao fimde um ano a contar do momento em que se verificoua pretensa infracção ou logo que cesse o contrato indi-vidual de trabalho.

3 — Para efeitos desta cláusula, o processo disciplinarconsidera-se iniciado com o despacho da instauraçãoou, na sua falta, com a nota de culpa ou com o autode notícia, que deverão ser sempre comunicados porescrito ao trabalhador.

4 — Entre o início do procedimento disciplinar e asua conclusão não podem decorrer mais de 100 diasseguidos.

Cláusula 19.a

Execução da sanção

A execução da sanção não poderá, em qualquer caso,exceder três meses sobre a data em que foi notificadaa decisão do respectivo processo; na falta de indicaçãoda data para início da execução, entende-se que estase começa a executar no dia imediato ao da notificação.

Cláusula 20.a

Valor de indemnização

Sempre que por força desta convenção ou da lei existaobrigação de indemnizar o trabalhador, o valor de cál-culo é feito na base de, no mínimo, um mês de retri-buição por cada ano ou fracção de antiguidade naempresa.

CAPÍTULO III

Admissão

Cláusula 21.a

Condições de admissão — Princípio geral

1 — A idade mínima de admissão é de 16 anos.

2 — Só pode ser admitido a prestar trabalho o menorque tenha completado a idade mínima de admissão,tenha concluído a escolaridade obrigatória e disponhade capacidade física e psíquica adequadas ao posto detrabalho.

3 — O menor com idade mínima inferior a 16 anosque tenha concluído a escolaridade obrigatória podeprestar trabalhos leves que, pela natureza das tarefasou pelas condições específicas em que são realizadas,não sejam susceptíveis de prejudicar a sua segurançae saúde, a sua assiduidade escolar, a sua participaçãoem programas de formação ou de orientação, ou o seudesenvolvimento físico, psíquico e moral e intelectual.

4 — Quem ainda não seja titular de carteira profis-sional, quando obrigatória para o exercício da respectivaprofissão, deverá ter no acto de admissão as habilitaçõesmínimas exigidas por lei ou pelo regulamento da carteiraprofissional e a robustez física suficiente para o exercícioda actividade.

5 — Cabe ao empregador no caso da contratação demenor nos termos do n.o 3 deste artigo, comunicar ao

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organismo estatal competente tal facto nos oito diasapós a contratação.

6 — O contrato de trabalho celebrado directamentecom o menor que não tenha concluído a escolaridademínima obrigatória ou que não tenha completado os16 anos só é válido mediante autorização escrita dosseus representantes legais e comprovativo da frequênciaescolar.

Cláusula 22.a

Preferência na admissão

1 — Até 30 dias após a cessação do contrato, o tra-balhador tem, em igualdade de condições, preferênciana celebração de contrato sem termo, sempre que oempregador proceda a recrutamento externo para oexercício de funções idênticas àquelas para que foicontratado.

2 — A violação do disposto no número anterior obrigao empregador a indemnizar o trabalhador no valor cor-respondente a três meses de retribuição base.

3 — Cabe ao trabalhador alegar a violação da pre-ferência prevista no n.o 1 e ao empregador a prova documprimento do disposto nesse preceito.

Cláusula 23.a

Período experimental

1 — A admissão é feita em regime de experiência,salvo quando por escrito se estipule o contrário.

2 — Durante o período de experiência qualquer daspartes pode rescindir o contrato sem necessidade depré-aviso ou invocação do motivo, não ficando sujeitasa qualquer sanção ou indemnização; porém, caso aadmissão se torne definitiva, a antiguidade conta-sedesde o início do período de experiência.

3 — O período experimental compreende os períodosiniciais de execução do contrato e terá a seguinte dura-ção nos contratos de trabalho por tempo indeterminado:

a) 60 dias para os níveis I a IX;b) 180 dias para os níveis X e XI;c) 240 dias para o nível XII.

4 — Nos contratos de trabalho a termo, o períodoexperimental tem a seguinte duração:

a) 30 dias para contratos de duração igual ou supe-rior a seis meses;

b) 15 dias nos contratos a termo cuja duração sejainferior a seis meses.

Cláusula 24.a

Título profissional

1 — Nenhum profissional poderá exercer a sua acti-vidade sem estar munido de um título profissional legal-mente exigível, salvo os casos em que a respectiva pro-fissão o não exija.

2 — O título exigível é a carteira profissional, o cer-tificado de aptidão profissional ou equivalente.

3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,é criado pelos outorgantes deste CCT o certificado decompetências que tem por objectivo comprovar a for-mação, a experiência e a qualificação profissional.

4 — O certificado de competências encontra-se regu-lamentado no anexo VIII.

CAPÍTULO IV

Celebração de contratos de trabalho

SECÇÃO I

Cláusula 25.a

Requisitos de forma dos contratos de trabalho

1 — Até ao termo do período experimental devemas partes dar forma escrita ao contrato.

2 — O contrato de trabalho deve ser feito em dupli-cado, sendo um para cada uma das partes, e dele devemconstar as seguintes indicações:

a) Nome ou denominação e domicílio das partes;b) O local de trabalho, bem como a sede ou domi-

cilio do empregador;c) A categoria do trabalhador e a caracterização

sumária do seu conteúdo ou das funções quelhe são atribuídas;

d) A data da celebração do contrato e a do iníciodos seus efeitos;

e) A duração previsível do contrato, se este forsujeito a termo resolutivo;

f) A duração das férias remuneradas ou, se nãofor possível conhecer essa duração, as regraspara a sua determinação;

g) Os prazos de aviso prévio a observar peloempregador e pelo trabalhador para a denúnciaou rescisão do contrato ou, se não for possívelconhecer essa duração, as regras para a suadeterminação;

h) O valor e a periodicidade da remuneração debase inicial, bem como das demais prestaçõesretributivas;

i) O período normal de trabalho diário e semanal,especificando os casos em que é definido emtermos médios;

j) O instrumento de regulamentação colectiva detrabalho aplicável.

3 — O empregador deve, ainda, prestar ao trabalha-dor a informação relativa a outros direitos e obrigaçõesque decorram do contrato de trabalho.

4 — Os documentos referidos nos números anterioresdevem ser entregues ao trabalhador nos 60 dias sub-sequentes ao início da execução do contrato.

5 — O prazo estabelecido no número anterior deveser observado ainda que o contrato cesse antes de decor-ridos dois meses a contar da entrada ao serviço.

6 — Caso se altere qualquer dos elementos referidosno n.o 2, o empregador deve comunicá-lo ao trabalhador,por escrito, logo que possível e sempre durante os 30 diassubsequentes à data em que a alteração produz efeitos.

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7 — O disposto no número anterior não é aplicávelquando a alteração resultar da lei, do regulamento deempresa ou da aplicação desta convenção.

8 — Se, durante o período experimental, o contratonão for reduzido a escrito nos termos dos números ante-riores por culpa de qualquer das partes, durante os pri-meiros 15 dias, caberá à primeira o ónus de provar,em juízo ou fora dele, que as condições contratuais ajus-tadas são outras que não as invocadas pela outra parte.

9 — No caso das partes não darem forma escrita aocontrato de trabalho, ou estas serem insuficientes,deverá o empregador fornecer ao trabalhador, porescrito, as informações constantes do n.o 3 e das alíneasdo n.o 2 desta cláusula.

SECÇÃO II

Contratos a termo

Cláusula 26.a

Admissibilidade do contrato a termo

1 — O contrato de trabalho a termo só pode ser cele-brado para a satisfação de necessidades temporárias daempresa e pelo período estritamente necessário à satis-fação dessas necessidades.

2 — Consideram-se, nomeadamente, necessidadestemporárias:

a) Substituição temporária de trabalhador que, porqualquer razão, se encontre impedido de prestarserviço ou em relação ao qual esteja pendenteem juízo acção de apreciação da licitude dodespedimento;

b) Acréscimo temporário ou excepcional da acti-vidade da empresa;

c) Época de maior actividade turística, nos termosprevistos na cláusula 27.a;

d) Execução de uma tarefa ocasional ou serviçodeterminado precisamente definido e não dura-douro;

e) Lançamento de uma nova actividade de duraçãoincerta, bem como o início de laboração de umaempresa ou estabelecimento;

f) Contratação de trabalhadores à procura de pri-meiro emprego ou de desempregados de longaduração ou noutras situações previstas em legis-lação especial de política de emprego;

g) Contratação de trabalhadores para a realizaçãode serviços extra, nos termos previstos na cláu-sula 28.a

3 — A celebração de contratos a termo fora dos casosprevistos no n.o 1 importa a nulidade da estipulaçãodo termo, adquirindo o trabalhador o direito à qualidadede trabalhador permanente da empresa.

4 — A estipulação do termo será igualmente nula,com as consequências previstas no número anterior,sempre que tiver por fim iludir as disposições que regu-lam os contratos sem termo.

5 — Cabe ao empregador o ónus da prova dos factose circunstâncias que fundamentam a celebração de um

contrato a termo, sem prejuízo do disposto nos númerosseguintes.

6 — A indicação do motivo justificativo da celebraçãode contrato de trabalho a termo, em conformidade como n.o 2 desta cláusula e com o n.o 2 da cláusula 30.a,só é atendível se mencionar concretamente os factose circunstâncias que objectivamente integram essemotivo, devendo a sua redacção permitir estabelecercom clareza a relação entre a justificação invocada eo termo estipulado.

7 — A prorrogação do contrato a termo por períododiferente do estipulado inicialmente está sujeita aosrequisitos materiais e formais da sua celebração e con-tará para todos os efeitos como renovação do contratoinicial.

Cláusula 27.a

Época de maior actividade turística

Para efeitos da alínea c) do n.o 2 da cláusula anterior,são considerados períodos de maior actividade turísticaos seguintes:

a) Época balnear, de 1 de Junho a 22 de Setembro;b) Época de festas do Natal e Ano Novo, de 15

de Dezembro a 6 de Janeiro; da Páscoa, durante10 dias; demais festividades com relevâncialocal, durante cinco dias;

c) Época de prática de desportos de Inverno, nosmeses de Dezembro, Janeiro, Fevereiro eMarço, na serra da Estrela;

d) Realização de eventos, por um período nãosuperior a cinco dias;

e) Período de 1 de Maio a 31 de Outubro emOurém, Fátima.

Cláusula 28.a

Serviços extra

1 — É considerado, para efeitos da alínea g) do n.o 2da cláusula 26.a, serviço extra o serviço acidental ouextraordinário não superior a dois dias, executado den-tro ou fora do estabelecimento que, excedendo as pos-sibilidades de rendimento de trabalho dos profissionaisefectivos, é desempenhado por pessoal recrutado espe-cialmente para esse fim.

2 — O empregador tem liberdade de escolha dos pro-fissionais que pretenda admitir para qualquer serviçoextra.

Cláusula 29.a

Contratos sucessivos

1 — A cessação, por motivo não imputável ao tra-balhador, de contrato de trabalho a termo impede novaadmissão a termo para o mesmo posto de trabalho, antesde decorrido um período de tempo equivalente a umterço da duração do contrato, incluindo renovações.

2 — O disposto no número anterior não é aplicávelnos seguintes casos:

a) Nova ausência do trabalhador substituído,quando o contrato de trabalho a termo tenhasido celebrado para a sua substituição;

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b) Acréscimos excepcionais da actividade da empresaapós a cessação do contrato;

c) Actividades com sazonalidade de oferta, nos ter-mos do disposto nas cláusulas 27.a e 28.a

3 — Considera-se sem termo o contrato celebradoentre as mesmas partes, em violação do n.o 1 desta cláu-sula, contando para a antiguidade do trabalhador todoo tempo de trabalho prestado para o empregador emcumprimento dos sucessivos contratos.

Cláusula 30.a

Forma como se celebram os contratos a termo

1 — O contrato de trabalho a termo está sujeito aforma escrita, devendo ser assinado por ambas as partese conter os elementos referidos no n.o 2 da cláusula 25.a

2 — Além daquelas indicações, o contrato de trabalhoa termo deverá ainda indicar o motivo justificativo dasua celebração, sob pena de o contrato se converterem contrato sem termo.

3 — Considera-se contrato sem termo aquele a quefalte a redução a escrito, a assinatura das partes, o nomeou denominação, bem como os factos e as circunstânciasque integram o motivo da contratação do trabalhador,e ainda as referências exigidas na alínea e) do n.o 2da cláusula 25.a

Cláusula 31.a

Obrigações resultantes da admissão de trabalhadores a termo

1 — A celebração, prorrogação e cessação do contratoa termo implica a comunicação do seu teor pela entidadeempregadora, no prazo máximo de cinco dias úteis, àcomissão de trabalhadores e às estruturas sindicais exis-tentes na empresa.

2 — O empregador deve comunicar trimestralmenteà Inspecção-Geral do Trabalho os elementos a que serefere o número anterior.

3 — Os trabalhadores admitidos a termo são incluí-dos, segundo um cálculo efectuado com recurso à médiano ano civil anterior, no total dos trabalhadores daempresa para determinação das obrigações sociais liga-das ao número de trabalhadores ao serviço.

Cláusula 32.a

Direitos dos contratados a termo

O trabalhador contratado a termo tem os mesmosdireitos e regalias e está adstrito aos mesmos deveresdefinidos neste contrato e na lei para os trabalhadorespermanentes e contam igual e nomeadamente para efei-tos do quadro de densidades a observar nos termos dopresente contrato, salvo se razões objectivas justificaremum tratamento diferenciado.

SECÇÃO III

Contrato de trabalho a termo certo

Cláusula 33.a

Estipulação do prazo e renovação do contrato

1 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes,a estipulação do prazo tem de constar expressamentedo contrato de trabalho a termo certo.

2 — O contrato de trabalho a termo certo dura peloperíodo acordado, não podendo exceder três anos,incluindo renovações, nem ser renovado mais de duasvezes, sem prejuízo do disposto no número seguinte.

3 — Decorrido o período de três anos ou verificadoo número máximo de renovações a que se refere onúmero anterior, o contrato pode ser objecto de novarenovação desde que a respectiva duração não seja infe-rior a um nem superior a três anos.

4 — Nos casos previstos no n.o 1, alíneas e) e f), dacláusula 26.a, a duração do contrato, haja ou não reno-vação, não pode exceder dois anos, salvo quando setratar de trabalhadores à procura de primeiro emprego,cuja contratação a termo não pode exceder 18 meses.

Cláusula 34.a

Estipulação do prazo inferior a seis meses

1 — O contrato só pode ser celebrado por prazo infe-rior a seis meses nas situações previstas nas alíneas a)a c) do n.o 2 da cláusula 26.a e nos casos previstos nascláusulas 27.a e 28.a

2 — Nos casos em que é admitida a celebração docontrato por prazo inferior a seis meses a sua duraçãonão pode ser inferior à prevista para a tarefa ou serviçoa realizar.

3 — Sempre que se verifique a violação do dispostono n.o 1, o contrato considera-se celebrado pelo prazode seis meses.

Cláusula 35.a

Caducidade

1 — O contrato caduca no termo do prazo estipuladodesde que o empregador ou o trabalhador comunique,respectivamente, 15 ou 8 dias antes do prazo expirar,por forma escrita, a vontade de o fazer cessar.

2 — A falta da comunicação referida no número ante-rior implica a renovação do contrato por período igualao prazo inicial.

3 — A caducidade do contrato a termo certo quedecorra de declaração do empregador confere ao tra-balhador o direito a uma compensação correspondentea três ou dois dias de remuneração de base por cadamês de duração do vínculo, consoante o contrato tenhadurado por um período que, respectivamente, nãoexceda ou seja superior a seis meses.

Cláusula 36.a

Conversão do contrato

O contrato converte-se em contrato sem termo seforem excedidos os prazos de duração fixados de acordocom o disposto na cláusula 33.a, contando-se a anti-guidade do trabalhador desde o início da prestação detrabalho.

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SECÇÃO IV

Contrato de trabalho a termo incerto

Cláusula 37.a

Admissibilidade

É admitida a celebração de contrato de trabalho atermo incerto nas situações previstas nas alíneas a) eb) do n.o 2 da cláusula 26.a

Cláusula 38.a

Duração

O contrato de trabalho a termo incerto dura por todoo tempo necessário à substituição do trabalhadorausente ou à conclusão da actividade ou tarefa cuja exe-cução justifica a sua celebração.

Cláusula 39.a

Caducidade

1 — O contrato caduca quando, prevendo-se a ocor-rência do termo incerto, o empregador comunique aotrabalhador o termo do mesmo, com a antecedênciamínima de 7, 30 ou 60 dias, conforme o contrato tenhadurado até seis meses, de seis meses a dois anos oupor período superior.

2 — Tratando-se de situações previstas na alínea b)do n.o 2 da cláusula 26.a que dêem lugar à contrataçãode vários trabalhadores, a comunicação a que se refereo número anterior deve ser feita, sucessivamente, a par-tir da verificação da diminuição gradual da respectivaocupação, em consequência da normal redução da acti-vidade, tarefa ou obra para que foram contratados.

3 — A inobservância do pré-aviso a que se refere on.o 1 implica para a entidade empregadora o pagamentoda retribuição correspondente ao período de aviso pré-vio em falta.

4 — A cessação do contrato confere ao trabalhadoro direito a uma compensação calculada nos termos don.o 3 da cláusula 35.a

Cláusula 40.a

Conversão do contrato

1 — Considera-se contratado sem termo o trabalha-dor que permaneça no desempenho da sua actividadeapós a data da produção de efeitos da denúncia ou,na falta desta, decorridos 15 dias depois da conclusãoda actividade ou serviço para que haja sido contratadoou o regresso do trabalhador substituído ou a cessaçãodo contrato do mesmo.

2 — À situação prevista no número anterior aplica-seo disposto na cláusula 36.a no que respeita à contagemda antiguidade.

CAPÍTULO V

Cessação do contrato de trabalho

Cláusula 41.a

Formas de cessação do contrato de trabalho

1 — São proibidos os despedimentos sem justa causa.

2 — O contrato de trabalho pode cessar por:

a) Caducidade;b) Revogação;c) Resolução;d) Denúncia.

SECÇÃO I

Caducidade do contrato de trabalho

Cláusula 42.a

Causas da caducidade

O contrato de trabalho caduca nos termos gerais,nomeadamente:

a) Verificando-se o seu termo, quando se trate decontrato a termo regulado no capítulo IV;

b) Verificando-se a impossibilidade superveniente,absoluta e definitiva de o trabalhador prestaro seu trabalho ou de o empregador o receber;

c) Com a reforma do trabalhador por velhice ouinvalidez.

Cláusula 43.a

Reforma por velhice

1 — A permanência do trabalhador ao serviço decor-ridos 30 dias sobre o conhecimento, por ambas as partes,da sua reforma por velhice determina a aposição aocontrato de um termo resolutivo.

2 — O contrato previsto no número anterior ficasujeito, com as necessárias adaptações, ao regime pre-visto no capítulo IV desta convenção para o contratode trabalho a termo resolutivo, ressalvadas as seguintesespecificidades:

a) É dispensada a redução do contrato a escrito;b) O contrato vigora pelo prazo de seis meses,

sendo renovável por períodos iguais e suces-sivos, sem sujeição aos limites máximos esta-belecidos no n.o 2 da cláusula 33.a;

c) A caducidade do contrato fica sujeita a avisoprévio de 60 dias, se for da iniciativa da entidadeempregadora, ou de 15 dias, se a iniciativa per-tencer ao trabalhador;

d) A caducidade do contrato não determina opagamento de qualquer compensação ao tra-balhador.

3 — Logo que o trabalhador atinja os 70 anos de idadesem que o seu contrato caduque, este fica sujeito aoregime constante do capítulo IV, com as especificidadesconstantes das alíneas do número anterior.

SECÇÃO II

Revogação do contrato por acordo das partes

Cláusula 44.a

Cessação por acordo

1 — O empregador e o trabalhador podem cessar ocontrato de trabalho por acordo, nos termos seguintes.

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2 — O acordo de cessação do contrato deve constarde documento assinado por ambas as partes, ficandocada uma com um exemplar.

3 — O documento deve mencionar expressamente adata da celebração do acordo e a do início da produçãodos respectivos efeitos.

4 — No mesmo documento podem as partes acordarna produção de outros efeitos, desde que não contrariema lei.

5 — Se no acordo de cessação, ou conjuntamente comeste, as partes estabelecerem uma compensação pecu-niária de natureza global para o trabalhador, entende-se,na falta de estipulação em contrário, que naquela forampelas partes incluídos os créditos já vencidos à data dacessação do contrato ou exigíveis em virtude dessacessação.

Cláusula 45.a

Revogação do acordo de cessação do contrato

1 — O acordo de cessação do contrato de trabalhopode ser revogado por iniciativa do trabalhador até ao7.o dia útil seguinte à data da produção dos efeitos,mediante comunicação escrita ao empregador.

2 — No caso de não ser possível assegurar a recepçãoda comunicação pelo empregador no prazo fixado pelonúmero anterior, o trabalhador remetê-la-á, por cartaregistada com aviso de recepção, no dia útil subsequenteao fim desse prazo.

3 — A revogação só é eficaz se, em simultâneo coma comunicação, o trabalhador entregar ou puser àdisposição do empregador, na totalidade, o valor dascompensações pecuniárias eventualmente pagas emcumprimento do acordo, ou por efeito da cessação docontrato de trabalho.

4 — Exceptuam-se do disposto nos números anterio-res os acordos de cessação do contrato de trabalho devi-damente datados e cujas assinaturas sejam objecto dereconhecimento notarial presencial.

5 — No caso de os acordos a que se refere o númeroanterior terem termo suspensivo, e este ultrapassar ummês sobre a data da assinatura, passará a aplicar-se,para além desse limite, o disposto nos n.os 1 a 3.

SECÇÃO III

Resolução do contrato de trabalho

SUBSECÇÃO I

Despedimento promovido pela entidade empregadora

Cláusula 46.a

Justa causa de despedimento

1 — O comportamento culposo do trabalhador que,pela sua gravidade e consequências, torne imediata epraticamente impossível a subsistência da relação detrabalho constitui justa causa de despedimento.

2 — Para apreciação da justa causa deve atender-se,no quadro de gestão da empresa, ao grau de lesão dos

interesses do empregador, ao carácter das relações entreas partes ou entre o trabalhador e os seus companheirose às demais circunstâncias que no caso se mostremrelevantes.

3 — Constituem, nomeadamente, justa causa de des-pedimento os seguintes comportamentos do trabalha-dor:

a) Desobediência ilegítima às ordens dadas porresponsáveis hierarquicamente superiores;

b) Violação dos direitos e garantias de trabalha-dores da empresa;

c) Provocação repetida de conflitos com outros tra-balhadores da empresa;

d) Desinteresse repetido pelo cumprimento, coma diligência devida, das obrigações inerentes aoexercício do cargo ou posto de trabalho quelhe esteja confiado;

e) Lesão de interesses patrimoniais sérios daempresa;

f) Falsas declarações relativas à justificação defaltas;

g) Faltas não justificadas ao trabalho que deter-minem directamente prejuízos ou riscos gravespara a empresa ou, independentemente de qual-quer prejuízo ou risco, quando o número defaltas injustificadas atingir, em cada ano civil,5 seguidas ou 10 interpoladas;

h) Falta culposa de observância das regras dehigiene e segurança no trabalho;

i) Prática, no âmbito da empresa, de violênciasfísicas, de injúrias ou outras ofensas punidas porlei sobre trabalhadores da empresa, elementosdos corpos sociais ou sobre o empregador indi-vidual não pertencente aos mesmos órgãos, seusdelegados ou representantes;

j) Sequestro e em geral crimes contra a liberdadedas pessoas referidas na alínea anterior;

k) Incumprimento ou oposição ao cumprimento dedecisões judiciais ou administrativas;

l) Reduções anormais de produtividade.

Cláusula 47.a

Regras processuais

1 — Nos casos em que se verifique algum compor-tamento que integre o conceito de justa causa, o empre-gador comunicará, por escrito, ao trabalhador que tenhaincorrido nas respectivas infracções a sua intenção deproceder ao despedimento, juntando nota de culpa coma descrição circunstanciada dos factos que lhe sãoimputáveis.

2 — Na mesma data será remetida à comissão de tra-balhadores da empresa cópia daquela comunicação eda nota de culpa.

3 — Se o trabalhador for representante sindical, seráenviada cópia dos dois documentos à associação sindicalrespectiva.

4 — O trabalhador dispõe de 10 dias úteis para con-sultar o processo e responder à nota de culpa, deduzindopor escrito os elementos que considere relevantes parao esclarecimento dos factos e da sua participação nosmesmos, podendo juntar documentos e solicitar as dili-

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gências probatórias que se mostrem pertinentes parao esclarecimento da verdade.

5 — O empregador, por si ou através de instrutor quetenha nomeado, procede às diligências probatóriasrequeridas na resposta à nota de culpa, a menos queas considere notoriamente dilatórias ou impertinentes,devendo, nesse caso, alegá-lo fundamentadamente porescrito.

6 — O empregador não é obrigado a proceder à audi-ção de mais de 3 testemunhas por cada facto descritona nota de culpa, nem mais de 10 no total, cabendoao trabalhador assegurar a respectiva comparência parao efeito.

7 — Concluídas as diligências probatórias, o processoé apresentado, por cópia integral, à comissão de tra-balhadores e, no caso do n.o 3, à associação sindicalrespectiva, que podem, no prazo de 10 dias consecutivos,fazer juntar ao processo o seu parecer fundamentado.

8 — Decorrido o prazo referido no número anterior,o empregador dispõe de 30 dias para proferir a decisão,sob pena de caducidade do direito de aplicar a sanção.

9 — A decisão deve ser fundamentada e constar dedocumento escrito.

10 — Na decisão são ponderadas as circunstâncias docaso, a adequação do despedimento à culpabilidade dotrabalhador, bem como os pareceres que tenham sidojuntos nos termos do n.o 7, não podendo ser invocadosfactos não constantes da nota de culpa, nem referidosna defesa escrita do trabalhador, salvo se atenuaremou diminuírem a responsabilidade.

11 — A decisão fundamentada é comunicada, porcópia ou transcrição, ao trabalhador e à comissão detrabalhadores, bem como, no caso do n.o 3, à associaçãosindical.

12 — A declaração de despedimento determina a ces-sação do contrato logo que chega ao poder do traba-lhador ou é dele conhecida.

13 — É também considerada eficaz a declaração dedespedimento que só por culpa do trabalhador não foipor ele oportunamente recebida.

Cláusula 48.a

Suspensão preventiva do trabalhador

1 — Com a notificação da nota de culpa pode oempregador suspender preventivamente o trabalhador,sem perda de retribuição.

2 — A suspensão a que se refere o número anteriorpode ser determinada 15 dias antes da nota de culpa,desde que o empregador, por escrito, justifique que,tendo em conta indícios de factos imputáveis ao tra-balhador:

a) A sua presença na empresa é inconveniente,nomeadamente para a averiguação de taisfactos;

b) Ainda não lhe foi possível elaborar a nota deculpa.

4 — A suspensão de trabalhador que seja represen-tante sindical ou membro da comissão de trabalhadoresem efectividade de funções não obsta a que o mesmopossa ter acesso aos locais e actividades que compreen-dam o exercício normal dessas funções.

Cláusula 49.a

Ilicitude do despedimento

1 — Sem prejuízo do disposto no Código do Trabalho,o despedimento é ilícito nos seguintes casos:

a) Se não tiver sido precedido do respectivoprocedimento;

b) Se se fundar em motivos políticos, ideológicosétnicos ou religiosos, ainda que com invocaçãode motivo diverso;

c) Se forem declarados improcedentes os motivosjustificativos invocados para o despedimento;

d) Se tiverem decorridos os prazos previstos nestaconvenção e no Código do Trabalho ou se orespectivo procedimento for inválido.

2 — O procedimento só pode ser declarado inválido se:

a) Faltar a comunicação da intenção de despedi-mento junta à nota de culpa ou não tiver estasido elaborada nos termos previstos na cláu-sula 47.a;

b) Não tiver sido respeitado o princípio do con-traditório nos termos enunciados na cláu-sula 47.a;

c) A decisão de despedimento e os seus funda-mentos não constarem de documento escritonos termos do Código do Trabalho e destaconvenção.

3 — A ilicitude do despedimento só pode ser decla-rada pelo tribunal em acção intentada pelo trabalhadorno prazo de um ano a contar da data do despedimento.

Cláusula 50.a

Efeitos da ilicitude

1 — Sendo o despedimento declarado ilícito, a enti-dade empregadora será condenada:

a) A indemnizar o trabalhador por todos os danospatrimoniais e ainda os danos não patrimoniaiscausados;

b) Na reintegração do trabalhador, sem prejuízoda sua categoria e antiguidade, salvo se até àsentença este tiver exercido o direito de opçãoprevisto no n.o 2, por sua iniciativa ou a pedidodo empregador.

2 — Em substituição da reintegração, pode o traba-lhador optar por uma indemnização correspondente aum mês de retribuição por cada ano de antiguidadeou fracção, não podendo ser inferior a três meses, con-tando-se para o efeito todo o tempo decorrido até àdata da sentença.

3 — No caso de o despedimento ser impugnado combase na invalidade do procedimento disciplinar estepode ser reaberto até ao termo do prazo para contestar,iniciando-se o prazo interrompido nos termos do n.o 4

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da cláusula 47.a, não se aplicando, no entanto, esteregime mais de uma vez.

Cláusula 51.a

Providência cautelar da suspensão do despedimento

1 — O trabalhador pode requerer a suspensão judicialdo despedimento no prazo de 10 dias úteis contadosda recepção da comunicação do despedimento.

2 — A providência cautelar de suspensão do despe-dimento é regulada nos termos previstos no Código doProcesso do Trabalho.

SUBSECÇÃO II

Cessação do contrato por iniciativa do trabalhador

Cláusula 52.a

Regras gerais

1 — Ocorrendo justa causa, pode o trabalhador fazercessar imediatamente o contrato.

2 — A rescisão deve ser feita por escrito, com indi-cação sucinta dos factos que a justificam, dentro dos30 dias subsequentes ao conhecimento desses factos.

3 — Apenas são atendíveis para justificar judicial-mente a rescisão os factos indicados na comunicaçãoreferida no número anterior.

Cláusula 53.a

Justa causa

1 — Ocorrendo justa causa, pode o trabalhador fazercessar imediatamente o contrato.

2 — Constituem justa causa de resolução do contratopelo trabalhador, nomeadamente, os seguintes compor-tamentos do empregador:

a) Falta culposa de pagamento pontual da retri-buição;

b) Violação culposa das garantias legais ou con-vencionais do trabalhador;

c) Aplicação de sanção abusiva;d) Falta culposa de condições de segurança, higiene

e saúde no trabalho;e) Lesão culposa de interesses patrimoniais sérios

do trabalhador;f) Ofensas à integridade física ou moral, liberdade,

honra ou dignidade do trabalhador, puníveis porlei, praticadas pelo empregador ou seu repre-sentante legítimo.

3 — Constitui ainda justa causa de resolução do con-trato pelo trabalhador:

a) Necessidade de cumprimento de obrigaçõeslegais incompatíveis com a continuação aoserviço;

b) Alteração substancial e duradoura das condi-ções de trabalho no exercício legítimo de pode-res do empregador;

c) Falta não culposa de pagamento pontual daretribuição.

4 — A justa causa é apreciada nos termos do n.o 2da cláusula 46.a, com as necessárias adaptações.

Cláusula 54.a

Indemnização devida ao trabalhador

A rescisão do contrato com fundamento nos factosprevistos no n.o 2 da cláusula anterior confere ao tra-balhador o direito a uma indemnização correspondentea um mês de retribuição por cada ano de antiguidadeou fracção, não podendo ser inferior a três meses.

Cláusula 55.a

Responsabilidade do trabalhador em caso de rescisão ilícita

A rescisão do contrato pelo trabalhador com invo-cação de justa causa, quando esta venha a ser declaradainexistente, confere à entidade empregadora direito àindemnização, calculada nos termos previstos na cláu-sula 57.a

SUBSECÇÃO III

Denúncia do contrato de trabalho

Cláusula 56.a

Aviso prévio

1 — O trabalhador pode rescindir o contrato, inde-pendentemente de justa causa, mediante comunicaçãoescrita ao empregador com a antecedência mínima de30 ou 60 dias, conforme tenha, respectivamente, até doisanos ou mais de dois anos de antiguidade.

2 — Sendo o contrato de trabalho a termo certo ouincerto, o trabalhador que pretenda cessar o contratoantes do decurso do prazo acordado deve avisar oempregador com a antecedência mínima de 30 dias, seo contrato tiver duração igual ou superior a seis meses,ou de 15 dias, se for de duração inferior.

Cláusula 57.a

Falta de cumprimento do prazo de aviso prévio

Se o trabalhador não cumprir, total ou parcialmente,o prazo de aviso prévio estabelecido na cláusula anterior,fica obrigado a pagar à entidade empregadora umaindemnização de valor igual à remuneração de base cor-respondente ao período de aviso prévio em falta, semprejuízo da responsabilidade civil pelos danos eventual-mente causados em virtude da inobservância do prazode aviso prévio ou emergentes da violação de obrigaçõesassumidas em pacto de permanência.

SECÇÃO IV

Outras formas de cessação do contrato de trabalho

Cláusula 58.a

Abandono do trabalho

1 — Considera-se abandono do trabalho a ausênciado trabalhador ao serviço acompanhada de factos que,com toda a probabilidade, revelem a intenção de o nãoretomar.

2 — Presume-se abandono do trabalho a ausência dotrabalhador ao serviço durante, pelo menos, 10 dias úteis

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seguidos, sem que o empregador tenha recebido comu-nicação da ausência.

3 — A presunção estabelecida no número anteriorpode ser elidida pelo trabalhador mediante prova daocorrência de motivo de força maior impeditivo dacomunicação da ausência.

4 — O abandono do trabalho vale como denúncia docontrato e constitui o trabalhador na obrigação deindemnizar o empregador pelos prejuízos causados, nãodevendo a indemnização ser inferior ao montante cal-culado nos termos da cláusula anterior.

5 — A cessação do contrato só é invocável peloempregador após comunicação por carta registada comaviso de recepção para a última morada conhecida dotrabalhador.

Cláusula 59.a

Documentos a entregar aos trabalhadores

1 — Em qualquer caso de cessação do contrato detrabalho, o empregador é obrigado a entregar ao tra-balhador um certificado de trabalho, indicando as datasde admissão e de saída, bem como o cargo ou cargosque desempenhou.

2 — O certificado não pode conter quaisquer outrasreferências, salvo pedido escrito do trabalhador nessesentido.

3 — Além do certificado de trabalho, o empregadoré obrigado a entregar ao trabalhador outros documentosdestinados a fins oficiais que por aquela devam ser emi-tidos e que este solicite, designadamente os previstosna legislação sobre emprego e desemprego.

Cláusula 60.a

Outras formas de cessação do contrato a termo

1 — Ao contrato de trabalho a termo aplicam-se asregras gerais de cessação do contrato, com as alteraçõesconstantes dos números seguintes.

2 — Sendo o despedimento declarado ilícito, oempregador é condenado:

a) No pagamento da indemnização pelos prejuízoscausados, não devendo o trabalhador receberum compensação inferior à importância corres-pondente ao valor das retribuições que deixoude auferir desde a data do despedimento atéao termo certo ou incerto do contrato, ou atéao trânsito em julgado da decisão do tribunalse aquele termo ocorrer posteriormente;

b) Na reintegração do trabalhador, sem prejuízoda sua categoria, caso o termo do contratoocorra depois do trânsito em julgado da decisãodo tribunal.

3 — Da importância calculada nos termos da alínea a)do número anterior é deduzido o montante das impor-tâncias relativas a rendimentos de trabalho auferidospelo trabalhador em actividades iniciadas posterior-mente à cessação do contrato.

4 — No caso de rescisão com justa causa por iniciativado trabalhador, este tem direito a uma indemnização

correspondente a mês e meio de remuneração de basepor cada ano de antiguidade ou fracção, até ao limitedo valor das remunerações de base vincendas.

5 — No caso de rescisão sem justa causa por iniciativado trabalhador, deve este avisar a entidade empregadoracom antecedência mínima de 30 dias, se o contrato tiverduração igual ou superior a seis meses, ou de 15 dias,se for de duração inferior.

6 — Se o trabalhador não cumprir, total ou parcial-mente, o prazo de aviso prévio decorrente do estabe-lecido no número anterior, pagará à entidade empre-gadora, a título de indemnização, o valor da remune-ração de base correspondente ao período de aviso prévioem falta.

7 — No caso de contrato a termo incerto, para o cál-culo do prazo de aviso prévio a que se refere o n.o 5atender-se-á ao tempo de duração efectiva do contrato.

Cláusula 61.a

Outros tipos de cessação do contrato de trabalho

1 — A cessação do contrato de trabalho fundamen-tada em extinção de postos de trabalho por causas objec-tivas de ordem estrutural, tecnológica ou conjunturalrelativas à empresa, abrangida ou não por despedimentocolectivo, e a cessação por inadaptação do trabalhadorregem-se pelo disposto na legislação respectiva.

2 — Sempre que a entidade empregadora recorra aprocessos de extinção de postos de trabalho por causasobjectivas de ordem estrutural, tecnológica ou conjun-tural relativas à empresa, abrangida ou não por des-pedimento colectivo, terá de fazer consultas prévias aosrepresentantes dos trabalhadores e apresentar e discutirpropostas alternativas ao despedimento.

CAPÍTULO VI

Duração do trabalho

Cláusula 62.a

Período diário e semanal de trabalho

1 — Sem prejuízo de horários de duração inferior eregimes mais favoráveis já praticados, o período diárioe semanal de trabalho será de oito horas diárias e qua-renta horas semanais, em cinco dias ou cinco dias emeio.

2 — Nos hotéis, o período diário e semanal será:

a) Quarenta horas em cinco dias, ou;b) Trinta e nove horas em cinco dias e meio.

Cláusula 63.a

Intervalos no horário de trabalho

1 — O período de trabalho diário é intervalado porum descanso de duração não inferior a trinta minutosnem superior a quatro horas e trinta minutos.

2 — Mediante acordo do trabalhador, poderão ser fei-tos dois períodos de descanso, cuja soma não poderáser superior a quatro horas e trinta minutos.

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3 — O tempo destinado às refeições, quando tomadasno período de trabalho, não conta como tempo de tra-balho, mas será considerado na contagem do períodode descanso, excepto se o trabalhador for chamado, emcaso de necessidade, a prestar trabalho.

4 — O intervalo entre o termo de trabalho de um diae o início do período de trabalho seguinte não poderáser inferior a dez horas.

5 — Sempre que viável e mediante acordo do tra-balhador deverá ser praticado horário seguido.

6 — Quando o período de trabalho termine para alémdas 2 horas da manhã, os respectivos profissionais farãohorário seguido, salvo se o trabalhador der o seu acordopor escrito ao horário intervalado.

Cláusula 64.a

Regimes de horário de trabalho

1 — O trabalho normal pode ser prestado em regimede:

a) Horário fixo;b) Horário flutuante;c) Horário flexível;d) Horário rotativo;e) Horário adaptado.

2 — Entende-se por horário fixo aquele cujas horasde início e termo são iguais todos os dias e se encontrampreviamente fixadas, de acordo com a presente con-venção, nos mapas de horário de trabalho submetidosa aprovação da Inspecção-Geral do Trabalho.

3 — Entende-se por horário flutuante aquele cujashoras de início e de termo podem ser diferentes emcada dia da semana, mas se encontram previamente fixa-das no mapa de horário submetido à aprovação da Ins-pecção-Geral do Trabalho, havendo sempre um períodode descanso de onze horas, no mínimo, entre o últimoperíodo de trabalho de um dia e o primeiro períodode trabalho do dia seguinte.

4 — Entende-se por horário flexível aquele em queas horas de início e termo dos períodos de trabalhoe de descanso diários podem ser móveis, dentro doslimites previamente acordados por escrito. Os traba-lhadores sujeitos a este regime terão um período detrabalho fixo e um outro de trabalho complementarvariável; o período complementar variável será da inteiradisposição do trabalhador, salvaguardando sempre onormal funcionamento dos sectores abrangidos.

5 — Entende-se por horário de turnos rotativos o quesofre variação regular entre as diferentes partes dodia — manhã, tarde e noite —, bem como dos períodosde descanso, podendo a rotação ser contínua ou des-contínua.

6 — Entende-se por horário adaptado aquele em quea duração média e semanal do horário de trabalho podeir além ou ficar aquém dos limites do período de trabalhogenericamente estabelecidos, nos termos legais e desteCCT.

7 — A unidade de referência deixa de ser o dia ea semana, passando a ser de quatro meses, período emque a média semanal de trabalho é de 40 horas.

8 — Por acordo escrito, e sempre que se verifiquenecessidade imperiosa do empregador, devidamentefundamentada por este, o empregador e os trabalha-dores podem definir o período normal de trabalho, emtermos médios, observando as seguintes regras:

a) O período normal de trabalho diário pode seraumentado até ao máximo de duas horas, semque a duração do trabalho semanal exceda qua-renta e oito horas;

b) Nas semanas em que a duração do trabalho sejainferior a quarenta horas, a redução diária nãopode ser superior a quatro horas, sem prejuízodo direito à alimentação.

9 — A aplicação do regime de horário adaptado aostrabalhadores que se encontrem ao serviço está sujeitaàs regras de alteração do horário de trabalho previstasna cláusula 66.a

Cláusula 65.a

Horários especiais

1 — O trabalho de menores de 18 anos de idade sóé permitido a partir das 7 horas e até às 22 horas.

2 — O horário dos empregados «extras» será o atri-buído ao serviço especial a efectuar.

3 — Sempre que viável e mediante acordo do tra-balhador deverá ser praticado horário seguido.

4 — Ao trabalhador-estudante será garantido umhorário compatível com os seus estudos, obrigando-seo mesmo a obter o horário escolar que melhor se com-patibilize com o horário da secção em que trabalha.

5 — Quando um trabalhador substitua temporaria-mente outro, o seu horário será o do substituído.

Cláusula 66.a

Regime de alteração de horário de trabalho

1 — Compete ao empregador estabelecer o horáriode trabalho dos trabalhadores ao seu serviço dentro doscondicionalismos legais.

2 — No momento da admissão o horário a efectuarpor cada profissional deve ser sempre ajustado à pos-sibilidade de transporte entre o seu domicílio e o localde trabalho.

3 — A organização dos horários de trabalho deve serefectuada nos seguintes termos:

a) São prioritárias as exigências de protecção dasegurança e da saúde dos trabalhadores;

b) Não podem ser unilateralmente alterados oshorários acordados individualmente, com excep-ção do disposto na alínea c) do n.o 4 destacláusula;

c) Todas as alterações da organização dos temposde trabalho implicam informação e consulta pré-vias aos delegados sindicais e devem ser pro-

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gramadas com pelo menos duas semanas deantecedência, comunicadas à Inspecção-Geraldo Trabalho e afixadas na empresa, nos termosprevistos na lei para os mapas de horário detrabalho;

d) Havendo trabalhadores pertencentes ao mesmoagregado familiar, a organização do horário detrabalho tomará sempre em conta esse facto.

4 — O empregador só pode alterar o horário de tra-balho nas seguintes condições:

a) Quando haja interesse e solicitação escrita dotrabalhador;

b) Quando haja acordo entre ambas as partes;c) Quando necessidade imperiosa de mudança de

horário geral do estabelecimento ou de refor-mulação dos horários de trabalho da secção,devidamente fundamentados o imponham;neste caso, porém, a alteração não poderá acar-retar prejuízo sério para o trabalhador, devendotal prejuízo ser devidamente fundamentado.

5 — Os acréscimos de despesas que passem a veri-ficar-se para o trabalhador e sejam resultantes da alte-ração do horário constituirão encargo do empregador,salvo quando a alteração for a pedido do trabalhador.

6 — Para os efeitos do disposto na alínea c) do n.o 4não se considera existir reformulação do horário de tra-balho de uma secção se da referida reformulação resul-tar apenas a alteração do horário de um trabalhador.

Cláusula 67.a

Horário parcial

1 — Considera-se trabalho a tempo parcial o que cor-responda a um período normal de trabalho semanal igualou inferior a 75% do praticado a tempo completo numasituação comparável.

2 — A remuneração será estabelecida em base pro-porcional, de acordo com os vencimentos auferidos pelostrabalhadores de tempo inteiro e em função do númerode horas de trabalho prestado.

3 — O horário mínimo para os trabalhadores a tempoparcial é de 18 horas semanais.

4 — Os trabalhadores admitidos neste regime pode-rão figurar nos quadros de duas ou mais empresas, desdeque no conjunto não somem mais de oito horas diáriasnem quarenta horas semanais.

Cláusula 68.a

Trabalho por turnos

1 — Nas secções de funcionamento ininterrupto,durante as vinte e quatro horas do dia, os horários detrabalho serão rotativos, desde que a maioria dos tra-balhadores abrangidos, expressamente e por escrito,manifestem vontade de o praticar.

2 — A obrigatoriedade de horário de trabalho rota-tivo referido no número anterior cessa, desde que hajaacordo expresso e escrito da maioria dos trabalhadorespor ele abrangidos.

3 — Quando necessidades imperiosas de funciona-mento da secção devidamente fundamentada o impo-nham pode o trabalhador ser deslocado temporaria-mente de um turno para o outro, excepto se alegar edemonstrar que a mudança lhe causa prejuízo sério.

4 — Serão do encargo do empregador, nomeada-mente, os acréscimos de despesas de transporte que pas-sem a verificar-se com a alteração de turno.

5 — Os trabalhadores que tenham filhos menorespoderão ser isentos do cumprimento do horário rotativo,independente do disposto no n.o 2, desde que o solicitemexpressamente.

6 — O trabalhador só pode ser mudado de turno apóso dia de descanso semanal.

Cláusula 69.a

Isenção de horário de trabalho

1 — Pode ser isento de horário de trabalho o tra-balhador que para tal dê o seu acordo por escrito.

2 — O acordo referido no n.o 1 deve ser enviado àInspecção-Geral do Trabalho.

3 — O trabalhador isento, se for das categorias dosníveis XII, XI e X, terá direito a um prémio de 20%,calculado sobre a sua remuneração de base mensal; sefor de outra categoria, o prémio de isenção será de25%.

4 — Para efeitos de isenção de horário de trabalhoaplica-se a observância dos períodos normais de tra-balho, salvo acordo individual do trabalhador.

Cláusula 70.a

Trabalho suplementar

1 — Considera-se trabalho suplementar o prestadofora do horário diário normal.

2 — O trabalho suplementar só pode ser prestado:

a) Quando a empresa tenha de fazer face a acrés-cimos eventuais de trabalho e não se justifiquea admissão de trabalhador;

b) Quando a empresa esteja na iminência de pre-juízos importantes ou se verifiquem casos deforça maior.

3 — O trabalhador é obrigado a prestar trabalhosuplementar, salvo quando havendo motivos atendíveis,expressamente solicite a sua dispensa.

4 — Imediatamente antes do início e após o seutermo, o trabalho suplementar será registado obriga-toriamente em livro próprio ou ponto mecânico, demodo a que permitam registo eficaz e de fácil veri-ficação.

5 — Cada trabalhador só pode prestar duas horas detrabalho suplementar por cada dia de trabalho e, emcada ano civil, o máximo de duzentas horas suple-mentares.

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6 — O trabalhador poderá recusar a prestação do tra-balho suplementar se este não lhe for expressa e pre-viamente determinado.

7 — Nos meses de Janeiro e Julho de cada ano oempregador deve enviar à Inspecção-Geral do Trabalhoa relação nominal dos trabalhadores que prestaram tra-balho suplementar durante o semestre anterior, comdiscriminação do número de horas prestadas.

Cláusula 71.a

Retribuição do trabalho suplementar

1 — A remuneração da hora suplementar será igualà retribuição efectiva da hora normal, acrescida de100%.

2 — O cálculo da remuneração do trabalho suplemen-tar será feito de acordo com a fórmula da cláusula 123.a

3 — É exigível o pagamento de trabalho suplementarcuja prestação tenha sido prévia e expressamente deter-minada, ou realizada de modo a não ser previsível aoposição do empregador.

4 — A prestação de trabalho suplementar confere aotrabalhador o direito a um descanso compensatórioremunerado, correspondente a 25% das horas de tra-balho realizado.

5 — O descanso compensatório vence-se quando per-fizer um número de horas igual ao período normal detrabalho diário e deve ser gozado nos 90 dias seguintes,à razão de um trabalhador por dia.

6 — O dia de descanso compensatório será gozadoem dia à escolha do trabalhador e mediante acordodo empregador, após pedido a efectuar com três diasde antecedência.

7 — O empregador poderá recusar a escolha do diade descanso efectuada pelo trabalhador no caso de omesmo já ter sido solicitado por outro trabalhador domesmo serviço ou departamento.

8 — Se, por razões ponderosas e inamovíveis, nãopuder gozar o descanso compensatório previsto no n.o 4,o mesmo ser-lhe-á pago como suplementar.

Cláusula 72.a

Trabalho nocturno

1 — Considera-se nocturno o trabalho prestado entreas 24 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte.

2 — O trabalho nocturno será pago com o acréscimode 50%; porém, quando no cumprimento de horárionormal de trabalho sejam prestadas mais de quatro horasdurante o período considerado nocturno, será todo operíodo de trabalho diário remunerado com este acrés-cimo.

3 — Se além de nocturno, o trabalho for suplementar,acumular-se-ão aos respectivos acréscimos na duraçãocorrespondente a cada uma dessas qualidades.

4 — Quando o trabalho nocturno extraordinário seiniciar ou terminar a hora em que não haja transportescolectivos, o empregador suportará as despesas de outromeio de transporte, salvo se o trabalhador utilizar, habi-tualmente, meio de transporte próprio.

5 — Nos casos dos horários fixos em que, diariamente,mais de quatro horas coincidam com o período nocturno,o suplemento será de metade da remuneração ilíquidamensal.

6 — As ausências dos trabalhadores sujeitos a horá-rios nocturnos fixos serão descontadas de acordo como critério estabelecido na cláusula 100.a

7 — O estabelecido no n.o 1 não se aplica aos tra-balhadores das secções n.os 8, 12, 13, 14, 16, 17, 18,19, 20, 21 e 23 do anexo II. Para estes trabalhadorese para os que exercem funções em cantinas e baresconcessionados, considera-se trabalho nocturno o pres-tado entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do diaseguinte, sendo de 25% a remuneração do trabalho pres-tado até às 24 horas e de 50% o prestado a partir das24 horas.

8 — Nos estabelecimentos de venda de alojamentoque empreguem, no conjunto, 10 ou menos trabalha-dores, será de 25% o acréscimo referido no n.o 2.

9 — Nos estabelecimentos de restaurante, cafés esimilares com fabrico próprio de pastelaria os traba-lhadores com horário seguido iniciado às 6 horas nãoterão direito ao acréscimo referido no n.o 2.

10 — Nos estabelecimentos de cafetaria o dispostonesta cláusula só se aplica aos trabalhadores que prestemserviço para além das 2 horas, com excepção dos quejá aufiram o respectivo subsídio de trabalho nocturnonos termos desta cláusula.

11 — Para efeitos desta cláusula, os trabalhadores aoserviço de abastecedoras de aeronaves, com excepçãode administrativos, são considerados como trabalhado-res de hotelaria.

Cláusula 73.a

Obrigatoriedade de registo de entradas e saídas

1 — Em todos os estabelecimentos é obrigatório umregisto através de qualquer meio documental idóneodas entradas e saídas dos trabalhadores que permitaapurar o número de horas de trabalho prestadas pelotrabalhador por dia e por semana, com indicação dahora do início e do termo do trabalho.

2 — O registo de entradas e saídas será feito pre-ferencialmente através do sistema de ponto mecânico,computadorizado ou electrónico.

3 — As fichas ou qualquer outro tipo de registo deentradas e saídas, bem como os mapas de horário detrabalho aprovados pelo organismo oficial competente,serão guardados pelo tempo mínimo de cinco anos.

4 — Na falta de meio documental idóneo de registode entradas e saídas, entende-se que o horário praticadopelo trabalhador é o que constar do mapa de horáriode trabalho afixado no estabelecimento.

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Cláusula 74.a

Mapas de horário de trabalho

1 — Os mapas de horário de trabalho serão comu-nicados à Inspecção-Geral do Trabalho, nos termos dalegislação aplicável.

2 — Os mapas de horário de trabalho podem abran-ger o conjunto do pessoal do estabelecimento ou seremelaborados separadamente para cada secção, conterãoobrigatoriamente as seguintes indicações: firma ou nomedo proprietário, designação, classificação e localizaçãodo estabelecimento, nome e categoria dos trabalhadores,hora de começo e fim de cada período, dias de descansosemanal e hora de início ou período das refeições, alémdos nomes dos profissionais isentos do cumprimentodo horário de trabalho.

3 — Cada estabelecimento é obrigado a ter afixado,em lugares de fácil leitura e consulta por todos os tra-balhadores, um ou vários mapas de horário de trabalho,conforme as dimensões e a dispersão das diversassecções.

4 — São admitidas alterações parciais aos mapas dehorário de trabalho até ao limite de 20, quando res-peitem apenas à substituição ou aumento de pessoale não haja modificações dos períodos neles indicados.

5 — As alterações só serão válidas depois de regis-tadas em livro próprio.

6 — As alterações que resultem de substituições aci-dentais de qualquer trabalhador por motivo de doença,falta imprevista de trabalhadores ou férias ou ainda danecessidade originada por afluência imprevista de clien-tes não contam para o limite fixado no n.o 4, mas deverãoser registadas no livro de alterações.

7 — Os empregadores abrangidos por este CCTdevem adoptar o mapa de horário de trabalho constantedo anexo IX.

Cláusula 75.a

Local de trabalho

1 — O local de trabalho deverá ser definido pelaspartes no momento da admissão.

2 — Entende-se por local de trabalho o estabeleci-mento e secção em que o trabalhador presta serviçoou a que está adstrito, quando o seu trabalho, pela natu-reza das suas funções, não seja prestado em local fixo.

Cláusula 76.a

Mobilidade geográfica

1 — O empregador pode, quando necessidade impe-riosa devidamente fundamentada o imponha, transferiro trabalhador para outro local de trabalho, num raiode 15 km, e desde que essa transferência não impliqueprejuízo sério para o trabalhador.

2 — Consideram-se motivo de transferência osseguintes:

a) Alteração, total ou parcial, do estabelecimentoonde o trabalhador presta serviço;

b) Quando haja excesso de mão-de-obra por dimi-nuição notória dos serviços que a empresapresta;

c) Aquando da tomada de concessão se se verificarcomprovada inadaptação do trabalhador aosmétodos de gestão adoptados;

d) Existência de litígio entre a concedente ou osclientes sobre a permanência do trabalhador,por facto imputável a este, e desde que a pri-meira imponha a transferência do trabalhador.

3 — O empregador fica, em todos os casos de trans-ferência, obrigado a custear as despesas de transportesou outros gastos que directamente passem a existir parao trabalhador por força da referida transferência.

4 — O trabalhador pode, se houver prejuízo sério,resolver o contrato de trabalho tendo nesse caso direitoa uma indemnização igual a um mês de retribuição porcada ano de antiguidade e, no mínimo, a três mesesde indemnização.

5 — A empresa que pretenda transferir o trabalhadorde local de trabalho terá sempre de o avisar com umaantecedência mínima de 30 dias, se for definitiva, e de10 dias, se for temporária.

6 — Se a transferência de local de trabalho envolverdois ou mais trabalhadores o empregador terá de soli-citar um parecer prévio aos delegados sindicais.

CAPÍTULO VII

Suspensão da prestação de trabalho

SECÇÃO I

Descanso semanal e feriados

Cláusula 77.a

Descanso semanal

1 — Todos os trabalhadores abrangidos pela presenteconvenção têm direito a dois dias ou dia e meio dedescanso semanal que serão sempre seguidos.

2 — Na organização dos horários de trabalho asempresas terão de ter em conta a generalização de doisdias de descanso semanal.

3 — Para os trabalhadores administrativos o descansosemanal é o sábado e o domingo.

4 — Para os trabalhadores da manutenção o descansosemanal deve coincidir, pelo menos uma vez por mês,com o sábado e o domingo. O mesmo se aplicará, sempreque possível, aos telefonistas.

5 — Para os demais profissionais o descanso semanalserá o que resultar do seu horário de trabalho.

6 — A permuta do descanso semanal entre os pro-fissionais da mesma secção é permitida, mediante préviaautorização do empregador e o seu registo no livro dealterações ao horário de trabalho.

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Cláusula 78.a

Retribuição do trabalho prestado em diasde descanso semanal

1 — É permitido trabalhar em dias de descanso sema-nal, nos mesmos casos ou circunstâncias em que é auto-rizada a prestação de trabalho suplementar.

2 — O trabalho prestado em dia de descanso semanalserá remunerado com um acréscimo de 100% sobrea retribuição normal, de acordo com a fórmula da cláu-sula 123.a

3 — Além disso, nos três dias seguintes após a rea-lização desse trabalho, terá o trabalhador de gozar odia ou dias de descanso por inteiro em que se deslocouà empresa para prestar serviço.

4 — Se por razões ponderosas e inamovíveis nãopuder gozar os seus dias de descanso, o trabalho dessesdias ser-lhe-á pago como suplementar.

Cláusula 79.a

Feriados

1 — O trabalho prestado em dias feriados, quer obri-gatórios, quer concedidos pelo empregador, será remu-nerado com um acréscimo de 100% sobre a retribuiçãonormal.

2 — São feriados obrigatórios:

1 de Janeiro;Terça-feira de Carnaval;Sexta-Feira Santa;Domingo de Páscoa;25 de Abril;1 de Maio;Corpo de Deus;10 de Junho;15 de Agosto;5 de Outubro;1 de Novembro;1 de Dezembro;8 de Dezembro;25 de Dezembro;Feriado municipal da localidade ou, quando este

não existir, o feriado distrital (da capital do dis-trito) ou outro convencionado entre as partes.

3 — Excepto nos hotéis, pensões e similares e abas-tecedoras de aeronaves, é obrigatório o encerramentodos estabelecimentos no dia 1 de Maio; porém, em rela-ção àqueles que se mantenham em laboração deveráser dispensado, pelo menos, metade do pessoal ao seuserviço.

4 — Os estabelecimentos que não sejam de laboraçãocontínua, no dia 24 de Dezembro são obrigados a dis-pensar os trabalhadores, no máximo a partir das20 horas.

5 — O feriado de Sexta-Feira Santa poderá ser obser-vado em outro dia com significado local no períododa Páscoa.

Cláusula 80.a

Trabalho em dia feriado

As empresas comunicarão aos respectivos trabalha-dores, com pelo menos oito dias de antecedência rela-tivamente a cada feriado, se pretendem que estes tra-balhem naquele dia.

SECÇÃO II

Férias

Cláusula 81.a

Direito a férias

1 — O trabalhador tem direito a um período de fériasremuneradas em cada ano civil.

2 — O direito a férias reporta-se ao ano civil anteriore não está condicionado à assiduidade ou efectividadede serviço, sem prejuízo do disposto na cláusula 90.a,n.o 2.

3 — O direito a férias deve efectivar-se de modo apossibilitar a recuperação física e psíquica dos traba-lhadores e assegurar-lhes condições mínimas de dispo-nibilidade pessoal, de integração familiar e de parti-cipação social e cultural.

4 — O direito a férias é irrenunciável e o seu gozonão pode ser substituído, fora dos casos expressamenteprevistos na lei, por qualquer compensação económicaou outra, ainda que com o acordo do trabalhador.

Cláusula 82.a

Aquisição do direito a férias

1 — O direito a férias adquire-se com a celebraçãodo contrato de trabalho e vence-se no dia 1 de Janeirode cada ano civil, salvo o disposto nos números seguintes.

2 — No ano da contratação, o trabalhador tem direito,após seis meses completos de execução do contrato, agozar dois dias úteis de férias por cada mês de duraçãodo contrato, até ao máximo de 20 dias úteis.

3 — No caso de sobrevir o termo do ano civil antesde decorrido o prazo referido no número anterior ouantes de gozado o direito a férias, pode o trabalhadorusufruí-lo até 30 de Junho do ano civil subsequente.

4 — Da aplicação do disposto nos n.os 2 e 3 destacláusula não pode resultar para o trabalhador o direitoao gozo de um período de férias, no mesmo ano civil,superior a 30 dias úteis, excepto se não forem gozadaspor culpa do empregador.

Cláusula 83.a

Duração do período de férias

1 — O período anual de férias é de 22 dias úteis.

2 — Para efeitos de férias, são úteis os dias da semanade segunda-feira a sexta-feira, com excepção dos feria-dos, não podendo as férias ter início em dia de descansosemanal do trabalhador.

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3 — A duração do período de férias é aumentadano caso de o trabalhador não ter faltado ou na even-tualidade de ter apenas faltas justificadas, no ano a queas férias se reportam, nos seguintes termos:

a) Três dias de férias até ao máximo de uma faltaou dois meios-dias;

b) Dois dias de férias até ao máximo de duas faltasou quatro meios dias;

c) Um dia de férias até ao máximo de três faltasou seis meios dias.

4 — A entidade empregadora pode encerrar, total ouparcialmente, a empresa ou estabelecimento, nos seguin-tes termos:

a) Encerramento durante pelo menos 15 dias con-secutivos no período de 1 de Maio a 31 deOutubro;

b) Encerramento por período superior a 15 diasconsecutivos ou fora do período entre 1 de Maioe 31 de Outubro, mediante parecer favoráveldas estruturas sindicais representativas dostrabalhadores.

5 — O encerramento da empresa ou do estabeleci-mento não prejudica o gozo efectivo do período de fériasa que o trabalhador tenha direito.

Cláusula 84.a

Direito de férias dos trabalhadores contratados a termo

1 — Os trabalhadores admitidos por contrato a termocuja duração total não atinja seis meses têm direito aum período de férias equivalente a dois dias úteis porcada mês completo de duração do contrato.

2 — Para efeitos da determinação do mês completode serviço devem contar-se todos os dias seguidos ouinterpolados em que foi prestado trabalho.

3 — Nos contratos cuja duração total não atinjaseis meses, o gozo das férias tem lugar no momentoimediatamente anterior ao da cessação, salvo acordoentre as partes.

Cláusula 85.a

Retribuição durante as férias

1 — A retribuição correspondente ao período deférias não pode ser inferir à que os trabalhadores rece-beriam se estivessem em serviço efectivo, sendo incluídano seu cálculo a remuneração pecuniária base, o subsídiode alimentação, o prémio de línguas e o suplementode isenção de horário de trabalho e subsídio nocturnoquando a eles haja lugar, e deve ser paga antes do iníciodaquele período.

2 — Além da retribuição mencionada no númeroanterior, os trabalhadores têm direito a um subsídiode férias de montante igual ao dessa retribuição.

3 — A redução do período de férias nos termos don.o 2 da cláusula 101.a não implica a redução corres-pondente na retribuição ou no subsídio de férias.

Cláusula 86.a

Cumulação das férias

1 — As férias devem ser gozadas no decurso do anocivil em que se vencem, não sendo permitido acumularno mesmo ano férias de dois ou mais anos.

2 — Não se aplica o disposto no número anterior,podendo as férias ser gozadas no 1.o trimestre do anocivil imediato, em acumulação ou não com as fériasvencidas neste, quando a aplicação da regra aí esta-belecida causar grave prejuízo à empresa ou ao tra-balhador e desde que, no primeiro caso, este der o seuacordo.

3 — Terão direito a acumular férias de dois anos:

a) Os trabalhadores que exercem a sua actividadeno continente, quando pretendam gozá-las nosarquipélagos dos Açores e da Madeira;

b) Os trabalhadores que exercem a sua actividadenos arquipélagos dos Açores e da Madeira,quando pretendam gozá-las em outras ilhas ouno continente;

c) Os trabalhadores que pretendam gozar as fériascom familiares emigrados no estrangeiro;

d) Os trabalhadores imigrantes quando pretendamgozar as férias no seu país de origem.

4 — Os trabalhadores poderão ainda acumular nomesmo ano metade do período de férias vencido noano anterior com o desse ano, mediante acordo doempregador.

Cláusula 87.a

Marcação do período de férias

1 — A marcação do período de férias deve ser feitapor mútuo acordo entre o empregador e o trabalhador.

2 — Na falta de acordo, caberá ao empregador marcaras férias e elaborar o mapa, ouvindo para o efeito acomissão de trabalhadores ou os delegados sindicais,pela ordem indicada.

3 — No caso previsto no número anterior, o empre-gador só pode marcar o período de férias entre o dia1 de Maio e 31 de Outubro, salvo parecer favoráveldas entidades referidas.

4 — Na marcação das férias, os períodos mais pre-tendidos devem ser rateados, sempre que possível, bene-ficiando, alternadamente, os trabalhadores em funçãodos períodos gozados nos dois anos anteriores.

5 — Salvo se houver prejuízo grave para o empre-gador, devem gozar férias no mesmo período os cônjugesque trabalhem na mesma empresa ou estabelecimento,bem como as pessoas que vivam em união de facto oueconomia comum.

6 — As férias podem ser marcadas para serem goza-das interpoladamente, mediante acordo entre o traba-lhador e o empregador e desde que salvaguardado, nomínimo, um período de 10 dias úteis consecutivos.

7 — Se o início de férias coincidir com o dia de des-canso semanal ou feriado, não será considerado comodia útil de férias.

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8 — O mapa de férias, com indicação do início etermo dos períodos de férias de cada trabalhador, deveser elaborado até dia 15 de Abril de cada ano e afixadonos locais de trabalho entre esta data e 31 de Outubro;porém, se o trabalhador for admitido depois de 15 deAbril, o mapa de férias correspondente será elaboradoe afixado na secção até dia 30 de Setembro.

9 — Para a marcação das férias, as entidades empre-gadores deverão adoptar o mapa de férias constantedo anexo X.

Cláusula 88.a

Alteração da marcação do período de férias

1 — Se, depois de marcado o período de férias, exi-gências imperiosas do funcionamento da empresa deter-minarem o adiamento ou a interrupção das férias jáiniciadas, o trabalhador tem direito a ser indemnizadopelo empregador dos prejuízos que comprovadamentehaja sofrido na pressuposição de que gozaria integral-mente as férias na época fixada.

2 — A interrupção das férias não poderá prejudicaro gozo seguido de metade do período a que o traba-lhador tenha direito.

3 — Haverá lugar a alteração do período de fériassempre que o trabalhador na data prevista para o seuinício esteja temporariamente impedido por facto quenão lhe seja imputável, cabendo ao empregador, na faltade acordo, a nova marcação do período de férias, semsujeição ao disposto no n.o 3 da cláusula anterior.

4 — Terminando o impedimento antes de decorridoo período anteriormente marcado, o trabalhador gozaráos dias de férias ainda compreendidos neste, aplican-do-se quanto à marcação dos dias restantes o dispostono número anterior.

5 — Nos casos em que a cessação do contrato de tra-balho está sujeita a aviso prévio, o empregador poderádeterminar que o período de férias seja antecipado parao momento imediatamente anterior à data prevista paraa cessação do contrato.

Cláusula 89.a

Efeitos da cessação do contrato de trabalho

1 — Cessando o contrato de trabalho por qualquerforma, o trabalhador terá direito a receber a retribuiçãocorrespondente a um período de férias proporcional aotempo de serviço prestado no ano da cessação, bemcomo ao respectivo subsídio.

2 — Se o contrato cessar antes de gozado o períodode férias vencido no início desse ano, o trabalhadorterá ainda direito a receber a retribuição correspondentea esse período, bem como o respectivo subsídio.

3 — O período de férias a que se refere o númeroanterior, embora não gozado, conta-se sempre para efei-tos de antiguidade.

4 — Da aplicação do disposto nos números anterioresao contrato cuja duração não atinja, por qualquer causa,12 meses, não pode resultar um período de férias supe-

rior ao proporcional à duração do vínculo, sendo esseperíodo considerado para efeitos de retribuição, subsídioe antiguidade.

Cláusula 90.a

Efeito da suspensão do contrato de trabalhopor impedimento prolongado

1 — No ano da suspensão do contrato de trabalhopor impedimento prolongado, respeitante ao trabalha-dor, se se verificar a impossibilidade total ou parcialdo gozo do direito a férias já vencido, o trabalhadorterá direito à retribuição correspondente ao período deférias não gozado e respectivo subsídio.

2 — No ano da cessação do impedimento prolongado,o trabalhador, tendo direito após a prestação de seismeses de efectivo serviço a um período de férias e res-pectivo subsídio, equivalentes aos que se teriam vencidoem 1 de Janeiro desse ano, como se estivesse ininter-ruptamente ao serviço.

3 — No caso de sobrevir o termo do ano civil antesde decorrido o prazo referido no número anterior oude gozado o direito a férias, pode o trabalhador usu-fruí-lo até 30 de Abril do ano civil subsequente.

Cláusula 91.a

Doença no período de férias

1 — No caso de o trabalhador adoecer durante operíodo de férias, são as mesmas suspensas desde queo empregador seja do facto informado, prosseguindo,logo após a alta, o gozo dos dias de férias compreendidasainda naquele período, cabendo ao empregador, na faltade acordo, a marcação dos dias de férias não gozados,sem sujeição ao disposto no n.o 3 da cláusula 87.a

2 — Cabe ao empregador, na falta de acordo, a mar-cação dos dias de férias não gozados, que podem ocorrerem qualquer período, aplicando-se neste caso o dispostono n.o 3 da cláusula 87.a

3 — A prova da situação de doença prevista no n.o 1poderá ser feita por estabelecimento hospitalar, pormédico da previdência ou por atestado médico, semprejuízo neste último caso do direito de fiscalização econtrolo por médico designado pela segurança social,mediante requerimento do empregador.

Cláusula 92.a

Violação do direito a férias

No caso de o empregador obstar ao gozo das fériasnos termos previstos no presente CCT o trabalhadorreceberá, a título de compensação, o triplo da retribuiçãocorrespondente ao período em falta, que deverá obri-gatoriamente ser gozado no 1.o trimestre do ano civilsubsequente.

Cláusula 93.a

Exercício de outra actividade durante as férias

1 — O trabalhador não pode exercer durante as fériasqualquer outra actividade remunerada, salvo se já aviesse exercendo cumulativamente ou o empregador oautorizar a isso.

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2 — A violação do disposto no número anterior, semprejuízo da eventual responsabilidade disciplinar do tra-balhador, dá ao empregador o direito de reaver a retri-buição correspondente às férias e respectivo subsídio,dos quais 50% reverterão para o Instituto de GestãoFinanceira da Segurança Social.

3 — Para os efeitos previstos no número anterior, oempregador poderá proceder a descontos na retribuiçãodo trabalhador até ao limite de um sexto em relaçãoa cada um dos períodos de vencimento posteriores.

SECÇÃO III

Faltas

Cláusula 94.a

Noção

1 — Considera-se falta a ausência do trabalhador nolocal de trabalho e durante o período em que deviadesempenhar a actividade a que está adstrito.

2 — As ausências por períodos inferiores serão con-sideradas somando os tempos respectivos e reduzidoo total mensal a dias, com arredondamento por defeitoquando resultem fracções de dia.

3 — Exceptuam-se do número anterior as ausênciasparciais não superiores a quinze minutos que não exce-dam por mês sessenta minutos, as quais não serãoconsideradas.

4 — Quando o horário diário não tenha duração uni-forme, a redução das ausências parciais a dias far-se-átomando em consideração o período diário de maiorduração.

Cláusula 95.a

Tipo de faltas

1 — As faltas podem ser justificadas ou injustificadas.

2 — São consideradas faltas justificadas:

a) As dadas, durante 15 dias seguidos, por alturado casamento;

b) As motivadas por falecimento do cônjuge, paren-tes ou afins, nos termos da cláusula seguinte;

c) As motivadas pela prática de actos necessáriose inadiáveis no exercício de funções em estru-turas de representação colectiva de trabalha-dores;

d) As motivadas pela prestação de provas em esta-belecimento de ensino ou formação profissional,nos termos deste CCT e da lei;

e) As motivadas por impossibilidade de prestar tra-balho devido a facto que não seja imputávelao trabalhador, nomeadamente doença, aci-dente ou cumprimento de obrigações legais;

f) As motivadas por necessidade de prestar assis-tência inadiável a membros do seu agregadofamiliar, nos termos da legislação em vigor;

g) As motivadas por doação de sangue, a títulogracioso, durante um dia e nunca mais de umavez por trimestre;

h) As ausências não superiores a quatro horas esó pelo período estritamente necessário, justi-

ficadas pelo responsável pela educação demenor, uma vez por trimestre, para deslocaçãoà escola tendo em vista inteirar-se da situaçãoeducativa do filho menor;

i) As dadas por candidatos a eleições para cargospúblicos, durante o período legal da respectivacampanha eleitoral;

j) As prévia e posteriormente autorizadas peloempregador;

k) As que por lei forem como tal qualificadas.

3 — São consideradas injustificadas todas as faltasnão previstas no número anterior.

Cláusula 96.a

Faltas por motivo de falecimento de parentes ou afins

1 — O trabalhador pode faltar, justificadamente:

a) Cinco dias consecutivos por morte de cônjugenão separado de pessoas e bens, filhos, pais,sogros, padrasto, madrasta, genros, noras eenteados;

b) Dois dias consecutivos por morte de avós, netos,irmãos, cunhados e pessoas que vivam em comu-nhão de mesa e habitação com o trabalhador.

2 — Aplica-se o disposto na alínea a) do número ante-rior ao falecimento de pessoa que viva em união defacto ou economia comum com o trabalhador nos termosprevistos em legislação especial.

3 — Os tempos de ausência justificados por motivode falecimento de parentes ou afins são contados desdeo momento em que o trabalhador teve conhecimentodo falecimento, mas nunca oito dias depois da data dofuneral.

Cláusula 97.a

Participação e justificação da falta

1 — As faltas justificadas, quando previsíveis, serãoobrigatoriamente comunicadas ao empregador com aantecedência mínima de cinco dias.

2 — Quando imprevistas, as faltas justificadas serãoobrigatoriamente comunicadas ao empregador logo quepossível.

3 — O não cumprimento do disposto nos númerosanteriores torna as faltas injustificadas.

4 — O empregador pode, nos 15 dias após a comu-nicação referida nos n.os 1 e 2, em qualquer caso defalta justificada, exigir ao trabalhador prova dos factosinvocados para a justificação.

Cláusula 98.a

Efeitos das faltas justificadas

1 — As faltas justificadas não determinam a perdaou prejuízo de quaisquer direitos ou regalias do tra-balhador, salvo o disposto nos números seguintes.

2 — Determinam perda de retribuição as seguintesfaltas, ainda que justificadas:

a) Dadas nos casos previstos na alínea c) da cláu-sula 95.a, sem prejuízo dos créditos previstosneste CCT e na lei;

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b) Dadas por motivo de doença, desde que o tra-balhador tenha direito ao respectivo subsídiode previdência, e as dadas por motivo de aci-dente de trabalho, desde que o trabalhadortenha direito a qualquer subsídio ou seguro, semprejuízo dos benefícios complementares estipu-lados nesta convenção.

3 — Nos casos previstos nas alíneas d), e) e f) don.o 2 da cláusula 95.a, se o impedimento do trabalhadorse prolongar para além de um mês aplica-se o regimede suspensão da prestação de trabalho por impedimentoprolongado.

Cláusula 99.a

Efeitos das faltas injustificadas

1 — As faltas injustificadas constituem violação dodever de assiduidade e determinam perda da retribuiçãocorrespondente ao período de ausência, o qual será des-contado na antiguidade do trabalhador.

2 — Tratando-se de faltas injustificadas a um ou meioperíodo normal de trabalho diário, imediatamente ante-riores ou posteriores aos dias ou meios dias de descansoou feriados, considera-se que o trabalhador praticouuma infracção grave.

3 — No caso de a apresentação do trabalhador, parainício ou reinício da prestação de trabalho, se verificarcom atraso injustificado superior a trinta ou sessentaminutos, pode o empregador recusar a aceitação da pres-tação durante parte ou todo o período normal de tra-balho, respectivamente.

Cláusula 100.a

Desconto de faltas

O tempo de trabalho não realizado em cada mês queimplique perda de retribuição será reduzido a dias edescontado de acordo com as seguintes fórmulas:

Dias completos = RM30

Horas remanescentes = RM × 1252 × n

sendo:

RM = remuneração normal (incluindo o subsídiode trabalho nocturno quando a ele haja lugar);

n = número de horas de trabalho semanal;h = número de horas não trabalhadas a descontar

para além das que foram reduzidas a diascompletos.

Cláusula 101.a

Efeitos das faltas no direito a férias

1 — As faltas justificadas ou injustificadas não têmqualquer efeito sobre o direito a férias do trabalhador,salvo o disposto no número seguinte.

2 — Nos casos em que as faltas determinam perdade retribuição, as ausências podem ser substituídas, seo trabalhador expressamente assim o preferir, por diasde férias, na proporção de um dia de férias por cadadia de falta, desde que seja salvaguardado o gozo efec-

tivo de 20 dias úteis de férias ou da correspondenteproporção, se se tratar de férias no ano de admissão.

Cláusula 102.a

Momento e forma de descontos

O tempo de ausência que implique perda de remu-neração será descontado no vencimento do próprio mêsou do seguinte, salvo quando o trabalhador prefira queos dias de ausência lhe sejam deduzidos no períodode férias imediato, de acordo com o disposto na cláusulaanterior.

Cláusula 103.a

Licença sem retribuição

1 — A pedido escrito do trabalhador poderá o empre-gador conceder-lhe licença sem retribuição.

2 — Sem prejuízo do disposto em legislação especial,o trabalhador tem direito a licenças sem retribuição delonga duração, para frequência de cursos de formaçãoprofissional ministrados sob responsabilidade de umainstituição de ensino ou formação profissional ou noâmbito de programa específico aprovado por autoridadecompetente e executado sob o seu controlo pedagógico,ou de cursos ministrados em estabelecimento de ensino.

3 — O empregador pode recusar a licença previstano número anterior nas seguintes situações:

a) Quando ao trabalhador tenha sido proporcio-nada formação profissional adequada ou licençapara o mesmo fim nos últimos 24 meses;

b) Quando a antiguidade do trabalhador na empresaseja inferior a três anos;

c) Quando o trabalhador não tenha requerido alicença, com antecedência mínima de 90 dias,em relação à data prevista para o seu início;

d) Quando a empresa tenha um número de tra-balhadores não superior a 20 e não seja possívela substituição do trabalhador, caso necessário;

e) Para além das situações previstas nas alíneasanteriores, tratando-se de trabalhadores incluí-dos em níveis de qualificação de direcção, dechefia, quadros ou pessoal qualificado, quandonão seja possível a substituição dos mesmosdurante o período da licença, sem prejuízo sériopara o funcionamento da empresa ou serviço.

4 — Para efeitos do disposto no n.o 2, considera-sede longa duração a licença não inferior a 60 dias.

5 — O período de licença sem retribuição conta-separa efeitos de antiguidade.

6 — Durante o mesmo período cessam os direitos,deveres e garantias das partes, na medida em que pres-suponha a efectiva prestação de trabalho.

SECÇÃO IV

Suspensão de trabalho por impedimento prolongado

Cláusula 104.a

Impedimento respeitante ao trabalhador

1 — Quando o trabalhador esteja temporariamenteimpedido de comparecer ao trabalho por facto que lhe

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não seja imputável, nomeadamente o serviço militar,doença ou acidente, e o impedimento se prolongue pormais de 30 dias, suspende-se o contrato de trabalhonos direitos, deveres e garantias das partes, na medidaem que pressuponham a efectiva prestação de trabalho,salvas as excepções previstas nesta convenção.

2 — O tempo de suspensão conta-se para efeitos deantiguidade e o trabalhador conserva o direito ao lugar.

3 — O contrato caducará, porém, no momento emque se torne certo que o impedimento é definitivo.

4 — Terminado o impedimento, o trabalhador devedentro de 15 dias apresentar-se ao empregador pararetomar o serviço, sob pena de perder o direito ao lugar.

5 — Após a apresentação do trabalhador, o empre-gador há-de permitir-lhe a retomada do serviço, noprazo máximo de 10 dias, sendo-lhe devida a remune-ração a partir do recomeço da sua actividade.

Cláusula 105.a

Verificação de justa causa durante a suspensão

A suspensão do contrato não prejudica o direito de,durante ela, qualquer das partes rescindir o contrato,ocorrendo justa causa.

Cláusula 106.a

Encerramento temporário do estabelecimentoou diminuição de laboração

No caso de encerramento temporário do estabele-cimento ou diminuição de laboração, por facto impu-tável ao empregador ou por razões de interesse deste,os trabalhadores afectados manterão o direito ao lugare à retribuição.

CAPÍTULO VIII

Quadro de pessoal, acesso e densidades

Cláusula 107.a

Organização do quadro de pessoal

1 — A composição do quadro de pessoal é da exclu-siva competência do empregador, sem prejuízo, porém,das normas deste instrumento de regulamentação colec-tiva de trabalho, designadamente quanto às densidadesdas várias categorias.

2 — A classificação dos trabalhadores, para o efeitode organização do quadro de pessoal e da remuneração,terá de corresponder às funções efectivamente exercidas.

Cláusula 108.a

Trabalhadores com capacidade reduzida

1 — O empregador deve facilitar o emprego ao tra-balhador com capacidade de trabalho reduzida, propor-cionando-lhe adequadas condições de trabalho, nomea-damente a adaptação do posto de trabalho, retribuiçãoe promovendo ou auxiliando acções de formação e aper-feiçoamento profissional apropriadas.

2 — Por cada 100 trabalhadores as empresas deverãoter, sempre que possível, pelo menos 2 com capacidadede trabalho reduzida.

3 — As empresas com efectivos entre os 50 e 100trabalhadores deverão ter, sempre que possível, pelomenos, 1 trabalhador nas condições indicadas no n.o 1.

4 — Sempre que as empresas pretendam proceder aorecrutamento de trabalhadores com capacidade de tra-balho reduzida deverão, para o efeito, consultar as asso-ciações de deficientes da zona.

Cláusula 109.a

Direito à igualdade no acesso ao emprego e no trabalho

1 — Todos os trabalhadores têm direito à igualdadede oportunidades e de tratamento no que se refere aoacesso ao emprego, à formação e promoção profissionaise às condições de trabalho.

2 — Nenhum trabalhador ou candidato a empregopode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privadode qualquer direito ou isento de qualquer dever emrazão, nomeadamente, de ascendência, idade, sexo,orientação sexual, estado civil, situação familiar, patri-mónio genético, capacidade de trabalho reduzida, defi-ciência, doença crónica, nacionalidade, origem étnica,religião, convicções políticas ou ideológicas e filiaçãosindical.

Cláusula 110.a

Promoção, acesso e carreiras profissionais

1 — Constitui promoção ou acesso a passagem dequalquer trabalhador a uma categoria profissional supe-rior ou a qualquer outra categoria a que correspondauma escala de retribuição superior ou mais elevada.

2 — As vagas que ocorrerem nas categorias profis-sionais superiores serão preenchidas preferencialmentepelos trabalhadores de categorias imediatamente infe-riores.

3 — Havendo mais de um candidato na empresa, apreferência será prioritariamente determinada pelosíndices de melhor classificação, maior antiguidade e qua-lificação, segundo os seguintes critérios:

a) Ter cinco anos de experiência na categoria ime-diatamente inferior;

b) Ter completado acção de formação nessa cate-goria, reconhecida pela entidade empregadora,nunca inferior a 120 horas.

4 — Os aprendizes ingressam automaticamente nacategoria de estagiários logo que completem um anode antiguidade, salvo nas secções de cozinha e manu-tenção onde o período de aprendizagem é de dois anose nas secções de andares e lavandaria, onde o períodode aprendizagem é de seis meses.

5 — Os estagiários ingressam automaticamente nacategoria respectiva logo que completem um ano deantiguidade, salvo nas secções de cozinha e manutenção,onde o período de estágio é de dois anos, pastelaria,onde o período de estágio é de três anos, e nas secções

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de andares e lavandaria, onde o período de estágio éde seis meses.

6 — Não haverá período de aprendizagem nem deestágio sempre que o trabalhador se encontre já habi-litado com curso de formação profissional nas escolasoficiais ou oficializadas.

7 — Sem prejuízo dos quadros de densidades queintegram o anexo XI, as empresas deverão garantir car-reiras profissionais, prevendo as condições de acessoà categoria profissional superior, elaborando para oefeito regulamentos internos.

Cláusula 111.a

Conceito de aprendizagem e estágio/aspirante

1 — Considera-se aprendizagem o período em queo trabalhador, a ela obrigado, deve assimilar, sob a orien-tação de um profissional qualificado ou pelo empre-gador, os conhecimentos técnicos, teóricos e práticosindispensáveis ao ingresso na carreira profissional res-pectiva.

2 — Considera-se estágio/aspirante o período em queo trabalhador pratica dadas funções correspondentes auma categoria específica tendo em vista o ingresso namesma.

3 — Só se considera trabalho de aprendiz ou de esta-giário/aspirante o que for regular e efectivamente acom-panhado por profissional qualificado ou pelo empre-gador que preste regular e efectivo serviço na secçãorespectiva.

Cláusula 112.a

Densidades

1 — As densidades mínimas a observar serão as cons-tantes do anexo XI.

2 — Os proprietários dos estabelecimentos não sãoconsiderados para o quadro de densidades, excepto seexercerem efectivamente funções;

3 — Nas secções em que haja até dois profissionaissó poderá haver um aprendiz ou estagiário ou praticantee naquelas em que o número for superior poderá haverum aprendiz ou estagiário ou praticante por cada trêsprofissionais.

4 — Nos estabelecimentos de serviço de bandeja,designadamente nos classificados de cafés, pastelarias,salões de chá e esplanadas, não poderá haver aprendizesnem estagiários nas secções de mesa.

5 — Não poderá haver aprendizes ou estagiários noserviço de room-service.

CAPÍTULO IX

SECÇÃO I

Cláusula 113.a

Mobilidade funcional

1 — O trabalhador deve, em princípio, exercer umaactividade correspondente à categoria para que foicontratado.

2 — O empregador pode encarregar o trabalhadorde desempenhar outras actividades para as quais tenhaqualificação e capacidade e que tenham afinidade ouligação funcional com as que correspondem à sua funçãonormal, ainda que não compreendidas na definição dacategoria.

3 — O disposto no número anterior só é aplicávelse o desempenho da função normal se mantiver comoactividade principal do trabalhador, não podendo, emcaso algum, as actividades exercidas acessoriamentedeterminar a sua desvalorização profissional ou a dimi-nuição da sua retribuição.

4 — O disposto nos dois números anteriores deve serarticulado com a formação e a valorização profissional.

5 — No caso de às actividades acessoriamente exer-cidas corresponder retribuição mais elevada, o traba-lhador terá direito a esta e, após seis meses de exercíciodessas actividades, terá direito a reclassificação, a qualsó poderá ocorrer mediante o seu acordo.

SECÇÃO II

Transmissão da empresa ou estabelecimento

Cláusula 114.a

Transmissão da empresa ou estabelecimento

1 — Em caso de transmissão por qualquer título, datitularidade da empresa, do estabelecimento ou de parteda empresa ou estabelecimento que constitua uma uni-dade económica, transmite-se para o adquirente a posi-ção jurídica de empregador nos contratos de trabalhodos respectivos trabalhadores, bem como a responsa-bilidade pelo pagamento de coima aplicada pela práticade contra-ordenação laboral.

2 — Durante o período de um ano subsequente àtransmissão, o transmitente responde solidariamentepelas obrigações vencidas até à data da transmissão.

3 — O disposto nos números anteriores é igualmenteaplicável à transmissão, cessão ou reversão da explo-ração da empresa, do estabelecimento ou da unidadeeconómica, sendo solidariamente responsável, em casode cessão ou reversão, quem imediatamente antes exer-ceu a exploração da empresa, do estabelecimento ouunidade económica.

4 — Considera-se unidade económica o conjunto demeios organizados com o objectivo de exercer uma acti-vidade económica, principal ou acessória.

5 — O disposto nos números anteriores não é apli-cável quanto aos trabalhadores que o transmitente, atéao momento da transmissão, tiver transferido, com oseu acordo, para outro estabelecimento ou parte daempresa ou estabelecimento que constitua uma unidadeeconómica, continuando aqueles ao seu serviço, sem pre-juízo do disposto na cláusula 76.a

6 — O disposto no número anterior não prejudicaa responsabilidade do adquirente do estabelecimentoou de parte da empresa ou estabelecimento que cons-

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titua uma unidade económica pelo pagamento de coimaaplicada pela prática de contra-ordenação laboral.

7 — Tendo cumprido o dever de informação previstono número seguinte, o adquirente pode fazer afixar umaviso nos locais de trabalho no qual se dê conhecimentoaos trabalhadores que devem reclamar os seus créditosno prazo de três meses, sob pena de não se lhetransmitirem.

8 — O transmitente e o adquirente devem informaros representantes dos respectivos trabalhadores ou, nafalta destes, os próprios trabalhadores, da data e motivosda transmissão, das suas consequências jurídicas, eco-nómicas e sociais para os trabalhadores e das medidasprojectadas em relação a estes.

9 — A informação referida no número anterior deveser prestada por escrito, em tempo útil, antes da trans-missão e, sendo o caso, pelo menos 10 dias antes daconsulta referida no número seguinte.

10 — O transmitente e o adquirente devem consultarpreviamente os representantes dos respectivos trabalha-dores com vista à obtenção de um acordo sobre as medi-das que pretendem tomar em relação a estes em con-sequência da transmissão.

11 — Para efeitos dos números anteriores, conside-ram-se representantes dos trabalhadores as comissõesde trabalhadores, bem como as comissões intersindicais,as comissões sindicais e os delegados sindicais das res-pectivas empresas.

12 — Se a empresa, estabelecimento ou parte deempresa ou estabelecimento que constitua uma unidadeeconómica transmitida mantiver a sua autonomia, o esta-tuto e a função dos representantes dos trabalhadoresafectados pela transmissão não se altera.

13 — Se a empresa, estabelecimento ou parte daempresa ou estabelecimento que constitua uma unidadeeconómica transmitida for incorporada na empresa doadquirente e nesta não existir comissão de trabalhado-res, a comissão ou subcomissão de trabalhadores quenaqueles exista continua em funções por um períodode dois meses a contar da transmissão ou até que novacomissão entretanto eleita inicie as respectivas funçõesou, ainda, por mais dois meses, se a eleição for anulada.

14 — Na situação prevista no número anterior, a sub-comissão exerce os direitos próprios das comissões detrabalhadores durante o período em que continuar emfunções, em representação dos trabalhadores do esta-belecimento transmitido.

15 — Os membros da comissão ou subcomissão detrabalhadores cujo mandato cesse, nos termos do n.o 13,continuam a beneficiar da protecção legal e conven-cional.

16 — Sem prejuízo do disposto nos números ante-riores, no caso de se tratar de estabelecimentos de can-tinas e bares concessionados, aplicam-se as seguintesregras:

a) Quando haja transmissão de exploração ou deestabelecimento, qualquer que seja o meio jurí-dico por que se opere, ainda que seja por con-curso, ou concurso público, os contratos de tra-

balho continuarão com a entidade patronaladquirente ou com a entidade concedente daexploração para os trabalhadores que se encon-trem ao serviço da exploração ou estabeleci-mento há mais de 90 dias, salvo quanto aos tra-balhadores que não pretendam a manutençãodos respectivos vínculos contratuais, por motivograve e devidamente justificado;

b) Nos casos de transmissão da exploração em esta-belecimentos de ensino, entende-se que os con-tratos de trabalho se transmitem aos novosadquirentes ou concessionantes, mesmo quetenha acorrido uma suspensão da actividade pormotivos escolares, para esse efeito, devem ostrabalhadores ter estado ao serviço num períodosuperior a 90 dias imediatamente anteriores àcessação do contrato com a anterior concessio-nária, e, após esse período, não se terem veri-ficado quaisquer alterações à categoria ou retri-buição que não resultem de imposição legal oucontratual;

c) Na hipótese prevista no número anterior, e rela-tivamente aos trabalhadores que prestam ser-viço na exploração ou estabelecimento há 90ou menos dias, ou ainda àqueles cuja remune-ração e ou categoria foram alteradas dentro domesmo período, desde que tal não tenha resul-tado directamente da aplicação de instrumentode regulamentação colectiva do trabalho, seráda responsabilidade da entidade patronal queaté então detinha a exploração, a manutençãodos respectivos vínculos contratuais;

d) As regras dos números anteriores aplicam-se atodos os trabalhadores ao serviço da exploraçãoou estabelecimento, incluindo os que estejamcom baixa médica ou acidentados, em cumpri-mento de tarefas legais ou outras ausências devi-damente comprovadas ou justificadas.

CAPÍTULO X

Formação profissional

Cláusula 115.a

Princípio geral

1 — O empregador deve proporcionar ao trabalhadoracções de formação profissional adequadas à sua qua-lificação.

2 — O trabalhador deve participar de modo diligentenas acções de formação profissional que lhe sejam pro-porcionadas, salvo se houver motivo atendível.

3 — Os direitos, deveres e garantias nesta matériasão os constantes do anexo VI.

CAPÍTULO XI

SECÇÃO I

Retribuição

Cláusula 116.a

Princípios gerais

1 — Considera-se retribuição aquilo a que, nos termosdo contrato, das normas que o regem ou dos usos, o

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trabalhador tem direito como contrapartida do seutrabalho.

2 — Na contrapartida do trabalho inclui-se a retri-buição base e todas as prestações regulares e periódicasfeitas, directa ou indirectamente, em dinheiro ou emespécie.

3 — Até prova em contrário, presume-se constituirretribuição toda e qualquer prestação do empregadorao trabalhador.

Cláusula 117.a

Ajudas de custo, abonos e gratificações

1 — Não se consideram retribuição as importânciasrecebidas a título de ajudas de custo, abonos de viagem,despesas de transporte, gratificações ou prestaçõesextraordinárias concedidas pelo empregador comorecompensa ou prémio dos bons resultados obtidos pelaempresa, salvo quando essas importâncias tenham sidoprevistas no contrato individual de trabalho ou se devamconsiderar pelos usos ou por terem um carácter regulare permanente, como elemento integrante da retribuiçãodo trabalhador.

2 — O abono para falhas mensal não é consideradoretribuição e não é devido nas férias, subsídio de fériase subsídio de Natal.

Cláusula 118.a

Critério da fixação da remuneração

1 — Todo o trabalhador será remunerado de acordocom as funções efectivamente exercidas.

2 — Quando algum trabalhador exerça com regula-ridade funções inerentes a diversas categorias, receberáo ordenado estipulado para a mais elevada.

Cláusula 119.a

Lugar e tempo de cumprimento

1 — Salvo acordo em contrário, a retribuição deveser satisfeita no local onde o trabalhador presta a suaactividade e dentro das horas de serviço ou imediata-mente a seguir.

2 — A obrigação de satisfazer a retribuição vence-sepor períodos certos iguais que, salvo estipulação em con-trário, são a semana, a quinzena ou o mês de calendário.

3 — O pagamento deve ser efectuado até ao últimodia útil do período de trabalho a que respeita.

4 — O empregador fica constituído em mora se o tra-balhador, por facto que não lhe for imputável, não poderdispor do montante da retribuição na data de ven-cimento.

Cláusula 120.a

Documentos a entregar ao trabalhador

No acto do pagamento da retribuição, o empregadorentregará ao trabalhador documento onde conste onome ou firma do empregador, o nome do trabalhador,categoria profissional, número de inscrição na segurançasocial, período a que corresponde a retribuição, dis-

criminação das importâncias relativas a trabalho normal,nocturno, suplementar e em dias de descanso, feriados,subsídio de férias e subsídio de Natal, bem como a espe-cificação de todas as demais retribuições e de todosos descontos, deduções e valor líquido efectivamentepago, o nome da empresa seguradora e o número daapólice de seguro de acidentes de trabalho.

Cláusula 121.a

Compensações e descontos

1 — Na pendência do contrato de trabalho, o empre-gador não pode compensar a retribuição em dívida comcréditos que tenha sobre o trabalhador, nem fazer quais-quer descontos ou deduções no montante da referidaretribuição.

2 — O disposto no número anterior não se aplica:

a) Aos descontos a favor do Estado, da segurançasocial ou de outras entidades, ordenados porlei, por decisão judicial transitada em julgadoou por auto de conciliação, quando da decisãoou do auto tenha sido notificado o empregador;

b) Às indemnizações devidas pelo trabalhador aoempregador, quando se acharem liquidadas pordecisão judicial transitada em julgado ou porauto de conciliação;

c) À aplicação de sanção pecuniária em sede deprocesso disciplinar;

d) Às amortizações de capital e pagamento de jurosde empréstimos concedidos pelo empregador aotrabalhador;

e) Aos preços de utilização de telefones, de com-bustíveis ou de materiais, quando solicitadospelo trabalhador, bem como a outras despesasefectuadas pelo empregador por conta do tra-balhador, e consentidas por este;

f) Aos abonos ou adiantamentos por conta daretribuição.

3 — Com excepção da alínea a) os descontos referidosno número anterior não podem exceder, no seu con-junto, um sexto da retribuição.

4 — Os outros fornecimentos ao trabalhador, quandorelativos à utilização de cooperativas de consumo,podem, obtido o acordo destas e dos trabalhadores, serdescontados na retribuição em percentagem superiorà mencionada no n.o 3.

SECÇÃO II

Remuneração pecuniária

Cláusula 122.a

Vencimentos mínimos

Aos trabalhadores abrangidos por esta convenção sãogarantidas as remunerações pecuniárias de base mínimada tabela salarial constante do anexo III.

Cláusula 123.a

Cálculo do valor da retribuição horária

Para os efeitos do presente CCT, o valor da retri-buição horária é calculado segundo a seguinte fór-

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mula: (RM × 12):(52 × n), em que RM é a retribuiçãomensal e n o período normal de trabalho semanal.

Cláusula 124.a

Subsídio de Natal

1 — Na época de Natal, até ao dia 15 de Dezembro,será pago a todos os trabalhadores um subsídio cor-respondente a um mês da parte pecuniária da suaretribuição.

2 — O valor do subsídio de Natal é proporcional aotempo de serviço prestado no ano civil a que se reporta,nas seguintes situações:

a) No ano da admissão do trabalhador;b) No ano da cessação do contrato de trabalho;c) Em caso de suspensão do contrato de trabalho,

salvo se for por facto respeitante ao empre-gador.

Cláusula 125.a

Abono para falhas

1 — Os controladores-caixas que movimentem regu-larmente dinheiro, os caixas, os recepcionistas que exer-çam funções de caixa, os tesoureiros e os cobradorestêm direito a um subsídio mensal para falhas de 8%da remuneração pecuniária prevista para o nível V dogrupo C do anexo III, enquanto desempenharem efec-tivamente essas funções.

2 — Sempre que os trabalhadores referidos nonúmero anterior sejam substituídos nas funções citadas,o trabalhador substituto terá direito ao abono parafalhas na proporção do tempo de substituição eenquanto esta durar.

Cláusula 126.a

Prémio de antiguidade

1 — Todos os trabalhadores abrangidos por este CCTtêm direito a vencer um prémio de antiguidade por cadaperíodo de quatro anos ininterruptos na empresa atéao limite de cinco, com efeitos a partir de 1 de Janeirode 2007.

2 — Contudo, os trabalhadores que à data de 1 deJaneiro de 2007 completem ou tenham completado qua-tro anos de antiguidade vencem de imediato o referidoprémio.

3 — O prémio de antiguidade previsto nesta cláusulaconta para todos os efeitos como retribuição e é pagonas férias, subsídio de férias e subsídio de Natal.

4 — O montante do prémio de antiguidade é o fixadono artigo 3.o do anexo III.

Cláusula 127.a

Prémio de conhecimento de línguas

1 — Os trabalhadores abrangidos por esta convençãoque no exercício das suas funções utilizem conhecimen-tos de idiomas estrangeiros em contacto directo ou tele-fónico ou por escrito com o público, independentemente

da sua categoria, têm direito a um prémio no valor de8% sobre a remuneração mensal certa mínima por cadauma das línguas francesa, inglesa ou alemã, salvo sequalquer destes idiomas for o da sua nacionalidade.

2 — A prova do conhecimento de línguas será feitaatravés de certificado de exame realizado nas escolashoteleiras, no INFTUR, IEFP, INOVINTER ou emestabelecimento escolar reconhecido pela comissão pari-tária deste CCT, devendo tal habilitação ser averbadana carteira profissional pelo respectivo sindicato.

3 — Nas profissões em que não seja exigível carteiraprofissional, a prova daquela habilitação far-se-á atravésde certificado de exame previsto no número anterior,o qual só será válido depois de ser visado pelo sindicato.

4 — O disposto nesta cláusula não se aplica aos tra-balhadores enquadrados nos níveis XII, XI e X do anexo II.

5 — Para os contratos celebrados a partir de 1 deJaneiro de 2003, o valor do prémio por cada línguaé o constante do artigo 4.o do anexo III.

SECÇÃO III

Alimentação

Cláusula 128.a

Princípio do direito à alimentação

1 — Têm direito a alimentação completa, constituídapor pequeno-almoço, almoço e jantar ou almoço, jantare ceia simples, conforme o período em que iniciem oseu horário, todos os trabalhadores abrangidos por estaconvenção, qualquer que seja o tipo ou espécie de esta-belecimento onde prestem serviço.

2 — Nas cantinas de concessão os trabalhadores sóterão direito às refeições que sejam confeccionadas ouservidas nas mesmas.

3 — Relativamente aos empregados de escritório des-sas cantinas, que prestem serviço fora do local da con-fecção ou consumo das refeições, a alimentação serásubstituída pelo seu equivalente pecuniário nos termosdo n.o 2 do artigo 5.o do anexo III.

4 — No caso do número anterior, pode a empresasatisfazer o valor da alimentação, excepto no períodode férias, através de senhas diárias de refeição, intrans-missíveis, a utilizar em restaurantes próximos do localde trabalho, indicados por aquela.

Cláusula 129.a

Fornecimento de alimentação

1 — Nos estabelecimentos em que se confeccionemou sirvam refeições a alimentação será fornecida emespécie, nos dias de serviço efectivo.

2 — Nos demais estabelecimentos o fornecimento dealimentação será substituído pelo respectivo equivalentepecuniário previsto no anexo III, nos dias de serviçoefectivo.

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Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 32, 29/8/2006 3732

3 — Quando ao trabalhador seja substituída a alimen-tação por dinheiro nos termos deste CCT, ou quandolhe não possa ser fornecida nos casos de férias ou dietas,a substituição far-se-á pelos valores referidos noanexo III, aplicando-se os valores do n.o 1 a situaçõesduradouras e do n.o 2 a situações precárias ou espo-rádicas.

4 — Nos estabelecimentos previstos no n.o 1 da pre-sente cláusula, no período de férias, o fornecimento daalimentação em espécie será substituído pelo seu equi-valente pecuniário mensal previsto no anexo III. A pres-tação da alimentação em espécie no período de fériassó é possível por acordo das partes.

Cláusula 130.a

Condições básicas da alimentação

1 — As refeições serão constituídas, atendendo à pre-ferência dos trabalhadores, por:

a) Pequeno-almoço: café com leite, chá com leiteou chocolate, pão com manteiga ou doce;

b) Ceia simples: duas sandes de carne ou queijoe dois decilitros de vinho ou leite ou café comleite ou chá, chocolate ou sumo;

c) Almoço, jantar e ceia completa: sopa ou ape-ritivo de cozinha, peixe ou carne, três decilitrosde vinho ou cerveja ou refrigerante ou leite ouchá ou água mineral ou sumo, duas peças defruta ou doce, café e pães da qualidade queé servida aos clientes.

2 — Têm direito a ceia simples os trabalhadores quetenham actividade entre as 23 horas e a 1 hora da manhãdo dia seguinte.

3 — Têm direito a ceia completa os trabalhadores queprestem serviço para além da 1 hora da manhã.

Cláusula 131.a

Tempo destinado às refeições

1 — As horas de refeições são fixadas pelo empre-gador dentro dos períodos destinados à refeição do pes-soal, constantes do mapa de horário de trabalho.

2 — O tempo destinado às refeições é de quinze minu-tos, para as refeições ligeiras, e de trinta minutos paraas refeições principais, salvo para os trabalhadores quepratiquem horários seguidos, aos quais será atribuídauma hora para cada refeição principal.

3 — Quando os períodos destinados às refeições nãoestejam incluídos nos períodos de trabalho, deverão serfornecidos nos trinta minutos imediatamente anterioresou posteriores ao início ou termo dos mesmos períodosde trabalho.

4 — Por aplicação do disposto no número anterior,nenhum profissional pode ser obrigado a tomar duasrefeições principais com intervalos inferiores a cincohoras.

5 — O pequeno-almoço terá de ser tomado até às10 horas.

Cláusula 132.a

Alimentação especial

O profissional que por prescrição médica necessitede alimentação especial pode optar entre o fornecimentoem espécie nas condições recomendadas ou o paga-mento do equivalente pecuniário nos termos do dispostona alínea b) do n.o 2 do artigo 5.o do anexo III.

Cláusula 133.a

Requisitos de preparação e fornecimento de alimentação ao pessoal

1 — O empregador, ou os seus representantes direc-tos, deverão promover o necessário para que as refeiçõestenham a suficiência e valor nutritivo indispensáveis auma alimentação racional.

2 — Assim:

a) A quantidade e qualidade dos alimentos parao preparo e fornecimento das refeições do pes-soal são da responsabilidade do empregador edo chefe de cozinha;

b) A confecção e apresentação são da responsa-bilidade do empregador e do chefe de cozinha.

3 — De dois em dois dias, deve o chefe de cozinha,ou o cozinheiro do pessoal, elaborar e afixar, em lugarvisível, a ementa das refeições a fornecer.

4 — A elaboração das ementas deverá obedecer aosseguintes requisitos:

a) Diariamente, alternar a refeição de peixe comcarne;

b) Não repetir a constituição dos pratos.

5 — A inobservância dos requisitos acima referidosobriga os empregadores a fornecer a alimentação, porescolha do trabalhador, constante da ementa dos clien-tes.

6 — Todo o pessoal, sem excepção, tomará as suasrefeições no refeitório único ou no local para esse fimdestinado, que deverão reunir, obrigatoriamente, con-dições de conforto, arejamento, limpeza e asseio.

SECÇÃO IV

Serviços extras

Cláusula 134.a

Definição e normas especiais dos serviços extras

1 — É considerado serviço extra o serviço acidentalou extraordinário não superior a dois dias, executadodentro ou fora do estabelecimento que, excedendo aspossibilidades de rendimento de trabalho dos profis-sionais efectivos, é desempenhado por pessoal recrutadoespecialmente para esse fim.

2 — O empregador tem liberdade de escolha dos pro-fissionais que pretenda admitir para qualquer serviçoextra, devendo, porém, fazer o recrutamento, atravésdo sindicato, de entre os profissionais inscritos comodesempregados.

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Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 32, 29/8/20063733

3 — Ao pessoal contratado para os serviços extrasserão pagas pelo empregador as remunerações mínimasconstantes do artigo 6.o do anexo III.

4 — As remunerações fixadas para os extras corres-pondem a um dia de trabalho normal e são integral-mente devidas mesmo que a duração do serviço sejainferior.

5 — O encarregado de serviço e os profissionais deno-minados «trinchantes» terão direito ao acréscimo de20% sobre a remuneração da tabela atrás designada.

6 — Nos serviços prestados nos dias de Natal, Páscoa,Carnaval e na passagem do ano as remunerações míni-mas no n.o 1 sofrerão um aumento de 50%.

7 — Se o serviço for prestado fora da área onde foramcontratados, serão pagos ou fornecidos os transportesde ida e volta e o período de trabalho contar-se-á desdea hora da partida até final do regresso, utilizando-seo primeiro transporte ordinário que se efectue após otermo do serviço; no caso de terem de permanecer maisde um dia na localidade onde vão prestar serviço, têmainda direito a alojamento e alimentação pagos ou for-necidos pelos empregadores.

8 — Sempre que por necessidade resultante de ser-viço sejam deslocados trabalhadores da sua função nor-mal para a realização de serviços extras, ficam os mesmosabrangidos pelo disposto nesta cláusula.

SECÇÃO V

Alojamento

Cláusula 135.a

Alojamento

1 — Por acordo com o trabalhador, pode a empresaconceder-lhe alojamento em instalações suas ou alheias.

2 — Em caso algum pode o valor do alojamento serdeduzido da parte pecuniária da remuneração, seja qualfor o montante da remuneração de base do trabalhador.

Cláusula 136.a

Garantia de direito ao alojamento

1 — Quando a concessão do alojamento faça partedas condições contratuais ajustadas, não poderá a suafruição ser retirada ou agravada.

2 — Se for acidental ou resultante de condições espe-ciais ou transitórias da prestação de trabalho, não podeser exigida qualquer contrapartida quando cesse essafruição.

SECÇÃO VI

Partidos e perdidos

Cláusula 137.a

Partidos

Não é permitido o desconto na retribuição do tra-balhador do valor de utensílios partidos ou desapare-

cidos, quando seja involuntária a conduta causadora oudeterminante dessa ocorrência.

Cláusula 138.a

Objectos perdidos

1 — Os trabalhadores deverão entregar à direcção daempresa ou ao seu superior hierárquico os objectos evalores extraviados ou perdidos pelos clientes.

2 — Os trabalhadores que tenham procedido deacordo com o número anterior têm direito a exigir umrecibo comprovativo da entrega do respectivo objectoou valor.

CAPÍTULO XII

Condições específicas

SECÇÃO I

Maternidade e paternidade

Cláusula 139.a

Maternidade

1 — Sem prejuízo dos benefícios e garantias gerais,nomeadamente férias, subsídio de férias, subsídio deNatal e antiguidade, são direitos específicos da mulher:

a) Licença por maternidade durante 120 dias con-secutivos, 90 dos quais necessariamente a seguirao parto, podendo os restantes ser gozados, totalou parcialmente, antes ou depois do parto. Podea trabalhadora optar por uma licença de 150dias, comunicando-o ao empregador nos setedias após o parto. Nos casos de nascimento múl-tiplo, o período de licença será acrescido de30 dias por cada gemelar além do primeiro. Emcaso de aborto, a mulher tem direito a licençacom duração mínima de 14 dias e máxima de30 dias. É obrigatório o gozo de, pelo menos,seis semanas de licença por maternidade a seguirao parto;

b) Ser dispensada, quando o requeira e justifique,de prestar trabalho suplementar;

c) Ser dispensada da comparência ao trabalhoaquando dos ciclos fisiológicos, até dois dias emcada mês, sendo facultativa a sua retribuição;

d) Ser dispensada para se deslocar a consultas pré--natais pelo tempo e número de vezes neces-sárias e justificadas, sem perda de retribuição;

e) Ser dispensada, em cada dia de trabalho, pordois períodos distintos de duração máxima deuma hora, quando comprovadamente ama-menta o filho, para o cumprimento dessa missãoenquanto durar e se não amamentar até o filhocompletar um ano, sem perda de retribuiçãoe sem prejuízo do disposto na cláusula seguinte;

f) Ser transferida durante o período de gravidez,a seu pedido ou por prescrição médica, paratrabalhos que não a prejudiquem, quando osque habitualmente desempenha sejam incom-patíveis com o seu estado, designadamente porimplicarem grande esforço físico, trepidação ouposições incómodas;

g) Para as que tenham filhos, e até que eles com-pletem 11 anos, a fixação de horário, seguido

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Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 32, 29/8/2006 3734

ou não, com termo até às 20 horas, se o fun-cionamento da respectiva secção não ficar invia-bilizado com tal horário;

h) A licença sem vencimento por seis meses, pror-rogável até ao limite de dois anos, para acom-panhamento de filho, adoptado ou filho do côn-juge que com este resida, durante os primeirostrês anos de vida, desde que avise com um mêsde antecedência, sem prejuízo do disposto nacláusula seguinte e na cláusula 103.a;

i) Não ser despedida sem parecer favorável daComissão para a Igualdade no Trabalho e noEmprego, no caso de se encontrar grávida, puér-pera ou lactante.

2 — O despedimento de trabalhadoras grávidas, puér-peras ou lactantes presume-se sem justa causa.

Cláusula 140.a

Paternidade

O trabalhador deve não estar impedido ou inibidototalmente de exercer o poder paternal para que possaexercer os seguintes direitos:

a) Licença por paternidade, na parte em queexceda seis semanas a seguir ao parto;

b) Dispensa por nascimento do filho;c) Dispensa para aleitação;d) Licença parental ou regime alternativo de tra-

balho parcial;e) Faltas para assistência ao filho ou adoptado,

em caso de doença ou acidente;f) Licença especial para assistência a filho ou

adoptado;g) Redução do período normal de trabalho para

assistência a filho com deficiência;h) Trabalho a tempo parcial para assistência a filho

ou adoptado;i) Trabalho em jornada contínua ou em horário

flexível para assistência a filho ou adoptado.

SECÇÃO II

Menores

Cláusula 141.a

Trabalho de menores

1 — Aos menores de 18 anos ficam proibidos todosos trabalhos que possam representar prejuízos ou perigopara a sua formação moral ou saúde.

2 — Os menores com idade compreendida entre os14 anos e a idade mínima de admissão, que tenhamconcluído a escolaridade obrigatória, podem prestar tra-balhos leves, que não sejam susceptíveis de prejudicara sua saúde ou o seu desenvolvimento físico e mental.

3 — Entende-se por trabalho leve a actividade inte-grada por tarefas simples e definidas que pressuponhamconhecimentos elementares e não exijam esforços físicosou mentais que ponham em risco a saúde e o desen-volvimento global do menor.

4 — Não se considera leve, nomeadamente, o traba-lho que:

a) Seja proibido ou condicionado a menores;b) Exceda sete horas diárias e trinta e cinco horas

semanais;c) Seja executado entre as 20 horas de um dia e

as 7 horas do dia seguinte;d) Comporte um descanso semanal inferior a dois

dias;e) Comporte um período de mais de quatro horas

seguidas sem ser interrompido por um intervalonunca inferior a uma hora;

f) Seja prestado nos serviços de andares, bares enos salões de dança.

5 — Os menores que tenham completado a idademínima de admissão e não tenham concluído a esco-laridade obrigatória só podem ser admitidos a prestartrabalho desde que se verifiquem cumulativamente asseguintes condições:

a) Frequentem estabelecimento de ensino ou este-jam abrangidos por modalidade especial de edu-cação escolar ou por programa de aprendizagemou de formação profissional que confiram umgrau de equivalência escolar obrigatória;

b) O horário de trabalho não prejudique a assi-duidade escolar ou a participação nos progra-mas de formação profissional.

6 — As férias dos trabalhadores menores de 18 anosde idade deverão ser marcadas de modo que as gozemsimultaneamente com os pais ou tutores, ainda que estesnão prestem serviço na mesma empresa.

SECÇÃO III

Trabalhadores-estudantes

Cláusula 142.a

Trabalhadores-estudantes

Aos trabalhadores-estudantes são reconhecidos osdireitos que constam do anexo V — Regulamento doTrabalhador-Estudante.

CAPÍTULO XIII

Segurança social e regalias sociais

SECÇÃO I

Segurança social

Cláusula 143.a

Contribuições

1 — Em matéria de segurança social, os empregado-res e todos os seus empregados abrangidos por estaconvenção contribuirão para a segurança social, nos ter-mos da lei.

2 — As contribuições por parte das empresas e dostrabalhadores incidirão sobre os vencimentos e pres-tações efectivamente pagas nos termos desta convenção.

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Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 32, 29/8/20063735

Cláusula 144.a

Controlo das contribuições

As folhas de ordenados e salários, bem como as guiasrelativas ao pagamento das contribuições do regimegeral da segurança social deverão ser visadas pelascomissões de trabalhadores ou, na sua falta, pelos repre-sentantes eleitos pelos trabalhadores para esse efeitoou pelo delegado sindical.

Cláusula 145.a

Segurança, higiene e saúde no trabalho

Os direitos, deveres e garantias em matéria de segu-rança, higiene e saúde no trabalho são os constantesdo anexo VII.

SECÇÃO II

Regalias sociais

Cláusula 146.a

Higiene e segurança no trabalho

As empresas assegurarão a adequada prevenção emmatéria de higiene e segurança no trabalho, promovendoa formação e informação adequada junto dos trabalha-dores tendente à diminuição dos riscos de acidente.

Cláusula 147.a

Seguro de acidentes de trabalho

1 — É obrigatório para todas as empresas, em relaçãoaos trabalhadores ao seu serviço, segurar estes contraacidentes de trabalho, devendo o seguro ser feito combase na retribuição efectiva, a que serão adicionadostodos os subsídios e remunerações complementares aque o trabalhador tenha direito pelo exercício das suasfunções e prestação de serviço.

2 — O empregador suportará integralmente todos osprejuízos que advenham ao trabalhador resultantes donão cumprimento do disposto no número anterior.

CAPÍTULO XIV

Da actividade sindical

SECÇÃO I

Actividade sindical na empresa

Cláusula 148.a

Direito à actividade sindical

1 — Os trabalhadores e os sindicatos têm direito adesenvolver actividade sindical no interior das empresas,nomeadamente através de dirigentes, delegados sindi-cais e comissões sindicais de empresa.

2 — A comissão sindical da empresa (CSE) é cons-tituída pelos delegados sindicais.

3 — Aos dirigentes sindicais ou aos seus represen-tantes devidamente credenciados é facultado o acessoàs empresas.

4 — Ao empregador e aos seus representantes oumandatário é vedada qualquer interferência na activi-dade sindical dos trabalhadores.

Cláusula 149.a

Dirigentes sindicais

1 — Os trabalhadores eleitos para os órgãos sociaisdas associações sindicais têm direito a um crédito dequatro dias por mês, sem perda de retribuição, parao exercício das suas funções sindicais.

2 — Para além do crédito atribuído, as faltas dadaspelos trabalhadores referidos no número anterior paradesempenho das suas funções sindicais consideram-sefaltas justificadas e contam, para todos os efeitos, menosos de remuneração, como tempo de serviço efectivo.

3 — A associação sindical interessada deverá comu-nicar, por escrito, com um dia de antecedência, as datase o número de dias de que os respectivos membrosnecessitam para o exercício das suas funções sindicais,ou, em caso de impossibilidade, nas quarenta eoito horas imediatas ao 1.o dia em que faltaram.

4 — Quando as faltas para o exercício da actividadesindical se prolongarem efectivamente para além de30 dias úteis aplica-se o regime de suspensão do contratode trabalho por facto respeitante ao trabalhador.

Cláusula 150.a

Tarefas sindicais

1 — Sem prejuízo do disposto nas cláusulas 149.ae 153.a, os empregadores são obrigadas a dispensar, comperda de remuneração, mediante comunicação do orga-nismo sindical interessado, quaisquer outros trabalha-dores para o desempenho de tarefas sindicais que lhessejam atribuídas.

2 — A comunicação prevista no número anterior seráfeita à empresa com uma antecedência de 10 dias edela deverá constar a indicação do período previsto paraa ausência do trabalhador.

3 — As faltas a que se refere o n.o 1 desta cláusulaserão controladas a nível de empresa e terão os limitesseguintes:

a) Empresas com 10 a 20 profissionais — cinco diasem cada ano civil, a usufruir por um trabalhador;

b) Empresas de 21 a 50 profissionais — 10 dias emcada ano civil, a usufruir repartidamente porum máximo de dois trabalhadores, não podendoestar simultaneamente ausentes dois trabalha-dores da mesma secção;

c) Empresas com 51 a 150 profissionais — 15 diasem cada ano civil, a usufruir repartidamente porum máximo de três trabalhadores, não podendoestar simultaneamente ausentes trabalhadoresda mesma secção;

d) Empresas com mais de 150 profissionais —20 dias em cada ano civil, a usufruir reparti-damente por um máximo de quatro trabalha-dores, não podendo estar simultaneamenteausentes trabalhadores da mesma secção.

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SECÇÃO II

Nomeação de delegados e seus direitos

Cláusula 151.a

Identificação dos delegados

As direcções sindicais comunicarão ao empregadora identificação dos seus delegados sindicais e dos com-ponentes das comissões sindicais de empresa, por meiode carta registada, de que será afixada cópia nos locaisreservados às comunicações.

Cláusula 152.a

Proibição de transferência de delegados sindicais

Os delegados sindicais não podem ser transferidosdo local de trabalho sem o seu acordo e sem prévioconhecimento da direcção do sindicato respectivo.

Cláusula 153.a

Crédito de horas

1 — Cada delegado sindical dispõe para o exercíciodas suas funções sindicais de um crédito de oito horasmensais.

2 — O crédito de horas atribuído no número anterioré referido ao período normal de trabalho e conta paratodos os efeitos como tempo de serviço.

3 — O número de delegados sindicais a quem é atri-buído o crédito de horas referido no n.o 1 é determinadoda forma seguinte:

a) Empresas com menos de 50 trabalhadoressindicalizados — 1;

b) Empresas com 50 a 99 trabalhadores sindi-calizados — 2;

c) Empresas com 100 a 199 trabalhadores sin-dicalizados — 3;

d) Empresas com 200 a 499 trabalhadores sin-dicalizados — 6;

e) Empresas com 500 ou mais trabalhadores sin-dicalizados — o número de delegados resultanteda fórmula:

6 + n – 500500

representando n o número de trabalhadores.

4 — As faltas dadas pelos delegados sindicais nãoabrangidos pelo crédito de horas previsto no númeroanterior são justificadas e contam para todos os efeitoscomo tempo efectivo de serviço, excepto quanto àretribuição.

5 — Os delegados, sempre que pretendam exercer odireito previsto nesta cláusula, deverão avisar, porescrito, o empregador com a antecedência de um dia,ou, em caso de impossibilidade, nas quarenta eoito horas imediatas ao 1.o dia em que faltaram.

Cláusula 154.a

Cedência de instalações

1 — Nas empresas ou unidades de produção com 150ou mais trabalhadores, o empregador é obrigada a pôr

à disposição dos delegados sindicais, a título perma-nente, desde que estes o requeiram, um local situadono interior da empresa ou na sua proximidade, que sejaapropriado para o exercício das suas funções.

2 — Nas empresas ou unidades de produção commenos de 150 trabalhadores, o empregador é obrigadoa pôr à disposição dos delegados sindicais, sempre queestes o requeiram, um local apropriado para o exercíciodas suas funções.

Cláusula 155.a

Informação sindical

Os delegados sindicais têm o direito de afixar no inte-rior da empresa e em local apropriado, para o efeitoreservado pelo empregador, textos, convocatórias,comunicações ou informações relativos à vida sindicale aos interesses sócio-profissionais dos trabalhadores,bem como proceder à sua distribuição, mas sem prejuízo,em qualquer dos casos, da laboração normal da empresa.

Cláusula 156.a

Direito a informação e consulta

1 — Os delegados sindicais gozam do direito a infor-mação e consulta relativamente às matérias constantesdas suas atribuições.

2 — O direito a informação e consulta abrange, paraalém de outras referidas na lei ou identificadas em con-venção colectiva, as seguintes matérias:

a) A informação sobre a evolução recente e a evo-lução provável das actividades da empresa oudo estabelecimento e a sua situação económica;

b) A informação e consulta sobre a situação, aestrutura e a evolução provável do emprego naempresa ou no estabelecimento e sobre as even-tuais medidas de antecipação previstas, nomea-damente em caso de ameaça para o emprego;

c) A informação e consulta sobre as decisões sus-ceptíveis de desencadear mudanças substanciaisa nível da organização do trabalho ou dos con-tratos de trabalho.

3 — Os delegados sindicais devem requerer, porescrito, respectivamente, ao órgão de gestão da empresaou de direcção do estabelecimento os elementos deinformação respeitantes às matérias referidas nos artigosanteriores.

4 — As informações são-lhes prestadas, por escrito,no prazo de 10 dias, salvo se, pela sua complexidade,se justificar prazo maior, que nunca deve ser superiora 30 dias.

5 — Quando esteja em causa a tomada de decisõespor parte do empregador no exercício dos poderes dedirecção e de organização decorrentes do contrato detrabalho, os procedimentos de informação e consultadeverão ser conduzidos, por ambas as partes, no sentidode alcançar, sempre que possível, o consenso.

6 — O disposto no presente artigo não é aplicávelàs microempresas, às pequenas empresas e aos esta-belecimentos onde prestem actividade menos de10 trabalhadores.

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SECÇÃO III

Direito de reunião dos trabalhadores na empresa

Cláusula 157.a

Reuniões fora do horário normal

1 — Os trabalhadores podem reunir-se nos locais detrabalho ou em local a indicar pelos representantes dostrabalhadores, fora do horário normal, mediante con-vocação de um terço ou 50 trabalhadores da respectivaunidade de produção ou comissão sindical ou intersin-dical, sem prejuízo da normalidade de laboração, nocaso de trabalho por turnos ou de trabalho extraor-dinário.

2 — Nos estabelecimentos de funcionamento inter-mitente e nos que encerram depois das 22 horas, asreuniões serão feitas nos períodos de menor afluênciade clientes e público, sem inviabilizar o funcionamentoda empresa.

SECÇÃO 158.a

Reuniões durante o horário normal

1 — Sem prejuízo do disposto no n.o 1 da cláusulaanterior, os trabalhadores têm direito a reunir-sedurante o horário normal de trabalho até um períodomáximo de 15 horas por ano, que contarão para todosos efeitos como tempo de serviço efectivo, desde queassegurem o funcionamento dos serviços de naturezaurgente.

2 — As reuniões referidas no número anterior podemser convocadas por quaisquer das entidades citadas nacláusula 157.a

3 — Os promotores das reuniões referidas nesta e nacláusula anterior são obrigados a comunicar ao empregadore aos trabalhadores interessados, com a antecedênciamínima de um dia, a data e hora em que pretendemque elas se efectuem, devendo afixar as respectivasconvocatórias.

4 — Os dirigentes das organizações sindicais respec-tivas que não trabalhem na empresa podem participarnas reuniões mediante comunicação dirigida ao empre-gador com a antecedência mínima de seis horas.

SECÇÃO IV

Comissão sindical de empresa

Cláusula 159.a

Reuniões com empregador

1 — A comissão sindical de empresa reúne com oempregador sempre que ambas as partes o julguemnecessário e conveniente.

2 — Das decisões tomadas e dos seus fundamentosserá dado conhecimento a todos os trabalhadores pormeio de comunicados distribuídos e afixados nas empre-sas.

3 — Estas reuniões terão, normalmente, lugar forade horas de serviço, mas em casos extraordinários pode

rão ter lugar dentro do horário normal, sem que talimplique perda de remuneração.

4 — As horas despendidas nestas reuniões não podemser contabilizadas para os efeitos do disposto nacláusula 153.a

5 — Os dirigentes sindicais poderão participar nestasreuniões desde que nisso acordem a comissão sindicale o empregador.

SECÇÃO V

Protecção especial dos representantes dos trabalhadores

Cláusula 160.a

Despedimentos de representantes de trabalhadores

1 — O despedimento de trabalhadores candidatos aoscorpos gerentes das associações sindicais, bem como osmesmos que exerçam ou hajam exercido funções nosmesmos corpos gerentes há menos de cinco anos, osdelegados sindicais, os representantes dos trabalhadorespara a segurança, higiene e saúde no trabalho, os mem-bros dos conselhos europeus de empresa, das comissõesde trabalhadores e subcomissões de trabalhadores e suascomissões coordenadoras, presume-se feito sem justacausa.

2 — O despedimento de que, nos termos do númeroanterior, se não prove justa causa dá ao trabalhadordespedido o direito de optar entre a reintegração naempresa, com os direitos que tinha à data do despe-dimento, e uma indemnização correspondente ao dobrodaquela que lhe caberia nos termos da lei e deste con-trato, e nunca inferior à retribuição correspondente adoze meses de serviço.

3 — Para os efeitos deste diploma entende-se porrepresentante de trabalhadores o trabalhador que seencontre nas situações previstas no n.o 1 desta cláusula.

CAPÍTULO XV

Comissões específicas

Cláusula 161.a

Comissão de conflitos

1 — A presente comissão é constituída pela HR CEN-TRO — União das Empresas de Hotelaria, Restauraçãoe de Turismo de Portugal e a FESAHT — Federaçãodos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas,Hotelaria e Turismo de Portugal e visa a resolução deconflitos individuais e colectivos das empresas do sectorabrangidas pelo presente CCT.

2 — Participará nesta comissão um representante daHR CENTRO, um representante da FESAHT, umrepresentante da entidade empregadora, o trabalhadorou dois representantes dos trabalhadores no caso deconflito colectivo.

3 — A comissão reunirá na primeira segunda-feirade cada mês, pelas 16 horas, sempre que uma das parteso solicite, com o mínimo de 30 dias de antecedência.

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4 — O local da reunião será na sede da HR CENTROou da FESAHT, conforme a reunião seja solicitada pelaFESAHT ou pela HR CENTRO, respectivamente.

5 — A parte convocante indicará, para além da iden-tificação da empresa ou dos trabalhadores, concreta-mente a razão do conflito existente.

6 — A parte convocada convocará a empresa ou otrabalhador, ou os trabalhadores, conforme o caso,enviando-lhes, conjuntamente, a convocatória com opedido fundamentado da outra parte.

7 — No caso de faltar qualquer das partes presume-senão haver vontade de resolver o conflito no âmbito destacomissão e por conseguinte não haverá nova convoca-ção, salvo se ambas as partes acordarem.

8 — De cada reunião será lavrada uma acta e assinadapelas partes.

9 — No caso de ser obtido um acordo e este nãofor cumprido por qualquer das partes, no todo ou emparte, no prazo estipulado, considera-se sem efeito edá direito à parte contrária de exigir judicialmente atotalidade dos créditos pedidos.

Cláusula 162.a

Comissão de formação profissional

Preâmbulo

As partes signatárias da presente convenção colectivade trabalho reconhecem:

Um défice altíssimo de formação profissional emtodo o sector do turismo, que se deve funda-mentalmente ao grande crescimento do númerode estabelecimentos de alojamento, restauraçãoe bebidas e, consequentemente, de trabalhado-res, à grande rotatividade destes e ao facto daoferta de formação profissional não ter acom-panhado o referido crescimento verificado nosector nos últimos 30 anos;

A importância estratégica da formação profissionalpara garantir a qualidade do produto turísticonacional e elevar os níveis da competitividadedas empresas, da produtividade, da valorizaçãoprofissional e pessoal e das condições de vidae de trabalho dos trabalhadores do sector;

Que a formação certificada, de qualidade, que res-ponda a necessidades do sector e de valorizaçãoprofissional, ligadas ao posto de trabalho, poderáproduzir resultados melhores e mais imediatos;

Que a formação contínua dos trabalhadores do sec-tor é claramente insuficiente;

Que a formação inicial é ainda muito residual emparticular no sector da restauração e bebidas;

Que é fundamental garantir a todos os jovens umaqualificação inicial antes da integração na vidaactiva no sector, área da responsabilidade doMinistério da Educação e das escolas hoteleirase demais escolas profissionais;

Que existe um nível ainda baixo de escolaridadee qualificação dos trabalhadores e empresáriosdo sector;

Que são relevantes para o exercício de qualqueractividade, para além das técnico-profissionais,

áreas específicas como a saúde, a higiene e segu-rança no trabalho, o acesso ao ensino, as línguasestrangeiras e as novas tecnologias da informa-ção e comunicação;

Que o plano nacional de formação «Melhorturismo» 2000-2006 não atingiu minimamente osseus objectivos.

Neste contexto, assume particular relevância a criaçãode uma comissão específica de formação profissionalpara o sector do turismo.

1 — A presente comissão específica de formação pro-fissional para o sector do turismo, a seguir designadapor CEFOR, será constituída por três elementos nomea-dos pela HR CENTRO — Associação dos Industriaisde Hotelaria e Restauração do Centro e outros trêsnomeados pela FESAHT — Federação dos Sindicatosda Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria eTurismo de Portugal.

2 — Cada uma das partes comunicará por escrito àoutra os seus representantes no prazo de 30 dias apósa entrada em vigor deste CCT.

3 — À CEFOR compete, nomeadamente:

a) Avaliar e acompanhar a aplicação ao sector dalegislação sobre formação profissional;

b) Promover e apoiar a realização de estudos eprojectos de investigação sobre as necessidadese carências de formação profissional no sectordo turismo, bem como à problemática doemprego, das qualificações, dos sistemas e meto-dologias de formação e de certificação profis-sional e assegurar a sua divulgação através,nomeadamente, das entidades signatárias dopresente CCT;

c) Efectuar o levantamento da oferta formativa anível sectorial, com vista à sua articulação e àcriação de uma base de dados a ser disponi-bilizada aos interessados;

d) Defender e diligenciar no sentido da melhoriados níveis de escolaridade, qualificação e for-mação profissional dos trabalhadores e dosempresários do sector, quer pelas vias directa-mente ao seu alcance, no diálogo com os repre-sentados das entidades subscritoras, quer porvia de posições comuns sobre as políticas deformação;

e) Diligenciar para que as empresas e os traba-lhadores invistam na formação;

f) Diligenciar para que a formação dos activos sejaapoiada por meios públicos, privilegiando-se asmicro e pequenas empresas;

g) Diligenciar para a realização de acções de for-mação para desempregados de modo que estesingressem no sector do turismo já com um nívelde formação aceitável;

h) Participar em debates regionais ou nacionaissobre a formação e certificação profissional dosector do turismo, hotelaria, restauração ebebidas;

i) Apoiar as estruturas públicas e privadas da for-mação turística, nomeadamente escolas hotelei-ras, núcleos escolares, unidades móveis, escolasprofissionais, empresas e demais entidades reco-

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nhecidas pela CEFOR como entidades forma-doras de qualidade para o sector do turismo;

j) Realizar planos de formação e definir priori-dades para os diferentes sectores tendo emconta as suas necessidades;

k) Promover e incentivar a formação inicial e denovos profissionais qualificados para os diversossectores do turismo;

l) Promover e incentivar a melhoria da qualidadedo desempenho técnico-profissional dos váriossectores do turismo, através de acções de for-mação contínua de activos ao longo da vida;

m) Promover e incentivar a melhoria da qualidadede toda a oferta nacional de formação para osvários sectores do turismo e contribuir para oprestígio das profissões turísticas e para a ima-gem de qualidade do turismo português, no Paíse no estrangeiro;

n) Apoiar outras entidades na participação ou cria-ção de pessoas colectivas de direito público ouprivado, de natureza associativa, que tenhampor objecto a formação, o ensino não superiore a investigação no sector do turismo;

o) Diligenciar para a criação de estruturas de apoioàs empresas e trabalhadores visando a dinami-zação da formação, a difusão de boas práticase a realização de iniciativas convergentes emtermos de estudo, informação e promoção daformação;

p) Conceder prémios de reconhecimento de boaspráticas e excelência a pessoas e entidades, noâmbito da investigação e da formação turística.

4 — A CEFOR reunirá trimestralmente, podendocontudo reunir a todo o momento desde que uma daspartes a convoque por escrito, com a antecedênciamínima de 15 dias, enviando conjuntamente a agendade trabalho da reunião.

5 — O local das reuniões será, alternadamente, nasede de uma das partes.

6 — De cada reunião será lavrada uma acta quedeverá ser assinada pelas partes na reunião seguinte.

7 — A CEFOR só pode deliberar desde que estejampresentes, pelo menos, dois elementos nomeados porcada parte.

8 — As deliberações são vinculativas quando tomadaspor unanimidade dos presentes.

9 — A CEFOR poderá, a todo o momento, elaborarum regulamento de funcionamento.

CAPÍTULO XVI

Penalidades

Cláusula 163.a

Multas

O não cumprimento por parte do empregador dasnormas estabelecidas nesta convenção será punido nostermos da lei.

CAPÍTULO XVII

Disposições finais e transitórias

Cláusula 164.a

Indumentárias

1 — Qualquer tipo de indumentária é encargo exclu-sivo do empregador, excepto o casaco branco, a calçapreta, a camisa branca e a gravata ou laço tradicionaisna indústria e a bata, avental e ou jaleca nas secçõesde cozinha e ou pastelaria, salvaguardando-se apenasos casos em que seja prática actual das empresas o for-necimento da dita indumentária.

2 — As escolhas de tecido e corte do fardamentodeverão ter em conta as condições climáticas do esta-belecimento e do período do ano, bem como, quandoexista, a climatização daquele.

3 — Os trabalhadores só usarão indumentárias deco-rativas, exóticas, regionais ou históricas se derem a suaaquiescência a esse uso.

4 — As despesas de limpeza e conservação da indu-mentária são encargo do empregador, desde que possualavandaria, exceptuando-se apenas a camisa e as calçasde indumentária tradicional.

Cláusula 165.a

Manutenção das regalias adquiridas

1 — Este contrato substitui todos os instrumentos deregulamentação colectiva anteriormente aplicáveis e éconsiderado pelas partes contratantes como globalmentemais favorável.

2 — Da aplicação do presente contrato não poderáresultar qualquer prejuízo para os trabalhadores, desig-nadamente baixa de categoria ou classe, bem como dimi-nuição de retribuição ou de outras regalias de carácterregular e permanente que estejam a ser praticadas.

3 — Consideram-se expressamente aplicáveis todas asdisposições legais e os contratos individuais de trabalhoque estabeleçam tratamento mais favorável para o tra-balhador do que o presente contrato.

Cláusula 166.a

Substituição do presente CCT e prevalência das normas

1 — Sempre que se verifiquem, pelo menos, três alte-rações ou modificações em mais de 10 cláusulas, comexcepção da tabela salarial e cláusulas de expressãopecuniária, será feita a republicação automática do novotexto consolidado do clausulado geral no Boletim doTrabalho e Emprego.

2 — São nulas e sem quaisquer efeitos as cláusulasdos contratos individuais de trabalho que desviem ourevoguem as disposições deste CCT, da lei, ou que esta-beleçam condições menos favoráveis para os traba-lhadores.

Cláusula 167.a

Comissão paritária

1 — Será constituída uma comissão paritária com-posta por três elementos nomeados pela FESAHT e

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outros três elementos nomeados pela associação patro-nal signatária.

2 — Cada uma das partes comunicará por escrito àoutra, no prazo máximo de 30 dias após a assinaturado presente contrato, os seus representantes.

3 — À comissão paritária compete a interpretação dasdisposições do presente contrato e a integração de lacu-nas que a sua aplicação suscite ou revele.

4 — A comissão paritária só pode deliberar desde queestejam presentes, pelo menos, dois elementos nomea-dos por cada parte.

5 — As deliberações são vinculativas constituindoparte integrante do presente contrato quando tomadaspor unanimidade, devendo ser depositadas e publicadasno Boletim do Trabalho e Emprego.

6 — A comissão paritária funciona mediante convo-cação de qualquer das partes contratantes, devendo asreuniões ser marcadas com 15 dias de antecedênciamínima, com indicação da agenda de trabalho e do local,dia e hora da reunião.

7 — A pedido da comissão poderá participar nas reu-niões, sem direito a voto, um representante do Minis-tério que tutelar o trabalho.

8 — Cada uma das partes poderá fazer-se acompa-nhar nas reuniões por assessores, até ao limite de doisque não terão direito a voto.

9 — A comissão, na sua primeira reunião, poderá ela-borar um regulamento de funcionamento.

Coimbra, 9 de Agosto de 2006.

Pela HR CENTRO — Associação dos Industriais de Hotelaria e Restauração doCentro:

José Madeira Caetano, mandatário.Eduardo dos Santos Costa, mandatário.

Pela FESAHT — Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas,Hotelaria e Turismo de Portugal:

António Francisco Gonçalves Baião, mandatário.Francisco Manuel Martins Lopes de Figueiredo, mandatário.

ANEXO I

Estabelecimentos e empresas

A) Classificação dos estabelecimentos e empresas

Para os efeitos da cláusula 2.a deste CCT, os esta-belecimentos e empresas são integrados nos seguintesgrupos:

Grupo A:

Abastecedoras de aeronaves;Aldeamentos turísticos de 5 estrelas;Apartamentos turísticos de 5 estrelas;Campos de golfe;Casinos (estabelecimentos de restauração e de

bebidas);Clubes de 1.a;Healths clubs;Hotéis de 5 estrelas;Hotéis-apartamentos de 5 estrelas;Empresas de catering;

Estabelecimentos de restauração e ou de bebidasde luxo;

Fábricas de refeições;Salas de bingo;

Grupo B:

Aldeamentos turísticos de 4 estrelas;Apartamentos turísticos de 4 estrelas;Cantinas com ou sem estabelecimentos de restau-

ração e ou de bebidas concessionados;Embarcações turísticas;Estabelecimentos termais;Estabelecimentos de animação turística;Estabelecimentos de restauração e ou de bebidas

típicos;Estalagem de 5 estrelas;Hotéis de 4 estrelas;Hotéis-apartamentos de 4 estrelas;Parques de campismo de 4 estrelas;Pousadas;Pousadas da juventude;

Grupo C:

Aldeamentos turísticos de 3 e de 2 estrelas;Albergarias;Apartamentos turísticos de 3 e de 2 estrelas;Casas de hóspedes e hospedarias;Clubes de 2.a;Estabelecimentos de restauração e ou de bebidas;Estabelecimentos do turismo no espaço rural;Estalagens de 4 estrelas;Hotéis de 3, de 2 e de 1 estrelas;Hotéis-apartamentos de 3 e de 2 estrelas;Hotéis rurais;Lares com fins lucrativos;Moradias turísticas de 1.a e de 2.a categorias;Motéis de 3 e de 2 estrelas;Parques de campismo de 3, de 2 e de 1 estrelas;Pensões de 1.a, de 2.a e de 3.a;Outros estabelecimentos de alojamento, restaura-

ção e bebidas.

B) Denominação dos estabelecimentos e empresas

Hotéis, pensões, pousadas, estalagens, albergarias,residenciais, motéis, casinos, apartamentos turísticos,aldeamentos turísticos, moradias turísticas, complexosturísticos, clubes, healths clubs, campos de golfe, resi-dências, hospedarias, casas de hóspedes, casas de dor-midas, lares com fins lucrativos, parques de campismopúblicos, parques de campismo privados, parques decampismo associativos, conjuntos turísticos, turismo noespaço rural, designadamente hotéis rurais, parques decampismo rural, turismo de habitação, turismo rural,agro-turismo, casas de campo, turismo de aldeia, turismoda natureza, designadamente casas de natureza, casasde abrigo, centros de acolhimento, casas de retiro, esta-belecimentos ou actividades de interpretação ambientale desporto da natureza independentemente da sua deno-minação, empresas de animação turística, designada-mente campos de golfe, parques temáticos, balneáriostermais, balneários terapêuticos, estabelecimentos decongressos, autódromos, kartódromos, embarcaçõesturísticas, teleféricos, e outros estabelecimentos sejaqual for a sua designação destinados à animação turísticanomeadamente de índole cultural, desportiva, temáticae de lazer, restaurantes em todas as suas modalidades,

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Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 32, 29/8/20063741

incluindo os snack-bars e self-services, casas de pasto,casas de comidas, casas de vinhos e petiscos, tendinhas--bar, cervejarias, marisqueiras, esplanadas, pubs, bufetes,incluindo os de casas de espectáculos e recintos de diver-são ou desportivos, botequins, bares, salões de dança(dancings), discotecas, cabarés, boîtes e night-dubs, salõesde bilhares e ou de jogos, abastecedores de aeronaves(catering) e preparadoras, fornecedores e fábricas derefeições para aeronaves, ao domicílio, de banquetes,recepções e beberetes e outras refeições colectivas,cafés, pastelarias, cafetarias, confeitarias, salões e casasde chá e leitarias, geladarias, estabelecimentos de fabricode pastelaria, padaria e geladaria, estabelecimentoscomerciais, industriais ou agrícolas e tabernas ou esta-belecimentos e serviços similares com outras designa-ções que sejam ou venham a ser adoptadas.

ANEXO II

Categorias e níveis de remuneração

1 — Direcção:

Director de hotel — XII;Subdirector de hotel — XI;Assistente de direcção — XI;Director de alojamento — XI;Director de relações públicas — XI;Director de produção (food and beverage) — XI;Director de pensão — X;Director artístico — XI.

2 — Recepção — portaria:

Técnico de acolhimento (guest relations) — XI;Chefe de recepção — X;Subchefe de recepção — IX;Recepcionista principal — VIII;Recepcionista de 1.a — VII;Recepcionista de 2.a — VI;Recepcionista estagiário — III;Recepcionista aprendiz de 18 ou mais anos — II;Recepcionista aprendiz com menos de 18 anos — I;Porteiro de restauração e bebidas — V;Trintanário principal — VIII;Trintanário — VI;Bagageiro — V;Mandarete com 18 ou mais anos — V;Mandarete com menos de 18 anos — I;Chefe de segurança — IX;Vigilante — V.

3 — Controlo e economato:

Chefe de secção de controlo — IX;Controlador — VIII;Estagiário de controlador — III;Aprendiz de controlador com 18 ou mais anos — II;Aprendiz de controlador com menos de 18 anos — I;Chefe de compras/ecónomo — IX;Despenseiro/cavista — VI;Ajudante de despenseiro/cavista — V;Estagiário de despenseiro — III;Aprendiz de despenseiro — II;Aprendiz de despenseiro com menos de 18 anos — I.

4 — Alojamento — andares — quartos:

Governante geral de andares — IX;Governanta de andares/rouparia/lavandaria/lim-

peza — VIII;

Empregada de rouparia/lavandaria — V;Aprendiz de empregada de rouparia/lavandaria

com 18 ou mais anos — II;Aprendiz de empregada de rouparia/lavandaria

com menos de 18 anos — I;Empregada de andares — VI;Aprendiz de empregada de andares/quartos com

18 ou mais anos — II;Aprendiz de empregada de andares/quartos com

menos de 18 anos — I;Controlador de minibares — VI;Controlador de room-service — VII;Costureira — VI;Ajudante de lar — VI.

5 — Restauração e bebidas:

Director de restaurante — XI;Encarregado de restauração e bebidas — XI;Chefe de mesa/snack-bar — X;Subchefe de mesa/snack-bar — IX;Empregado de mesa principal — VIII;Empregado de mesa de 1.a — VII;Empregado de mesa de 2.a — VI;Estagiário de empregado de mesa — III;Aprendiz de empregado de mesa com 18 ou mais

anos — II;Aprendiz de empregado de mesa com menos de

18 anos — I;Escanção — VIII;Empregado de snack-bar principal — VIII;Empregado de snack-bar de 1.a — VII;Empregado de snack-bar de 2.a — VI;Estagiário de snack-bar — III;Aprendiz de snack-bar com mais de 18 anos — II;Aprendiz de snack-bar com menos de 18 anos — I;Chefe de balcão — X;Subchefe de balcão — IX;Empregado de balcão principal — VIII;Empregado de balcão de 1.a — VII;Empregado de balcão de 2.a — VI;Estagiário de empregado de balcão — III;Aprendiz de empregado de balcão com 18 ou mais

anos — II;Aprendiz de empregado de balcão com menos de

18 anos — I;Recepcionista de restauração — VII;Preparador de banquetes — VI;Supervisor de bares — X;Chefe de barman/barmaid — X;Subchefe de barman — IX;barman/barmaid principal — VIII;barman/barmaid de 1.a — VII;barman/barmaid de 2.a — VI;Estagiário de barman/barmaid — III;Aprendiz de barman/barmaid com 18 ou mais

anos — II;Aprendiz de barman/barmaid com menos de

18 anos — I;Chefe de cafetaria — VIII;Cafeteiro — VI;Estagiário de cafeteiro — III;Aprendiz de cafeteiro com 18 ou mais anos — II;Aprendiz de cafeteiro com menos de 18 anos — I;Empregado de jogos — VI;Distribuidor de refeições — VI.

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6 — Cozinha:

Chefe de cozinha — XI;Subchefe de cozinha — X;Cozinheiro principal — X;Cozinheiro de 1.a — IX;Cozinheiro de 2.a — VII;Cozinheiro de 3.a — VI;Estagiário de cozinheiro do 2.o ano — V;Estagiário de cozinheiro do 1.o ano — IV;Aprendiz de cozinheiro com 18 ou mais anos

(2.o ano) — III;Aprendiz de cozinheiro com 18 ou mais anos

(1.o ano) — II;Aprendiz de cozinheiro com menos de 18 anos

(2.o ano) — II;Aprendiz de cozinheiro 18 anos (1.o ano) — I;Assador/grelhador — VI.

7 — Estabelecimentos de restauração e ou de bebidascom fabrico de pastelaria e ou panificação e ou gela-daria/secções de fabrico de pastelaria e ou panificaçãoe ou geladaria de hotéis e outros estabelecimentos dealojamento:

Chefe/mestre pasteleiro — XI;Pasteleiro de 1.a — X;Pasteleiro de 2.a — VIII;Pasteleiro de 3.a — VII;Estagiário de pasteleiro do 3.o ano — V;Estagiário pasteleiro do 2.o ano — IV;Estagiário pasteleiro do 1.o ano — III;Amassador/panificador — VII;Forneiro — VII;Aspirante de amassador/panificador/forneiro — VI.

8 — Qualidade:

Director de qualidade — XI;Nutricionista — X;Microbiologista — X.

9 — Higiene e limpeza:

Chefe de copa — VIII;Copeiro — V;Copeiro aprendiz com 18 ou mais anos — II;Copeiro aprendiz com menos de 18 anos — I;Encarregado de limpeza — VIII;Empregado de limpeza — V;Guarda de lavabos — V.

10 — Abastecedoras de aeronaves:

Técnico de catering — XI;Supervisor — IX;Controlador de operações — VIII;Assistente de operações — XI;Chefe de cais — X;Chefe de sala — VIII;Preparador/embalador — VI.

11 — Refeitórios:

Encarregado de refeitório A — XI;Encarregado de refeitório B — X;Empregado de refeitório — VI.

12 — Termas, healths clubs, piscinas e praias:

Director — XI;Professor de natação — XI;Empregado de consultório — VIII;Empregado de inalações — VIII;Empregado de secção de fisioterapia — VIII;Banheiro termal — VI;Buvete — VI;Duchista — VI;Esteticista — VI;Manicuro/pedicuro — VI;Massagista terapêutico de recuperação e

sauna — VII;Banheiro-nadador-salvador — VII;Tratador/conservador de piscinas — VII;Vigia de bordo — VI;Bilheteiro — VI;Empregado de balneários — VI;Moço de terra — V;Estagiário de empregado de balneário — IV;Aprendiz de empregado de balneário com mais de

18 anos — III;Aprendiz de empregado de balneário com menos

de 18 anos — II.

13 — Golfe:

Director de golfe — XI;Professor de golfe — XI;Secretário — X;Recepcionista — VI;Chefe de manutenção — X;Capataz de campo — IX;Capataz de rega — IX;Operador de golfe principal — VII;Operador de golfe — VI;Chefe de caddies — VII;Caddie — VI.

14 — Animação e desportos:

Encarregado de animação e desportos — X;Monitor de animação e desportos — IX;Tratador de cavalos — VI;Chefe de bowling — IX;Empregado de bowling — VI;Recepcionista de bowling — VI;Disk-jockey — VII;Recepcionista de teleférico — VII;Electromecânico de teleférico — VIII.

15 — Parque de campismo:

Encarregado de parque de campismo — IX;Guarda de parque de campismo — VI;Guarda de acampamento turístico — VI.

16 — Sector administrativo:

Director administrativo e financeiro — XI;Director de serviços — XI;Director de pessoal — XI;Formador — XI;Chefe de pessoal — X;Chefe de departamento de divisão ou de ser-

viços — X;Contabilista — X;

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Chefe de secção — IX;Tesoureiro — IX;Secretário de direcção — VIII;Controlador de caixa — VIII;Caixa — VIII;Assistente administrativo principal — IX;Assistente administrativo de 1.a — VIII;Assistente administrativo de 2.a — VII;Assistente administrativo de 3.a — VI;Estagiário de assistente administrativo — IV;Aprendiz de assistente administrativo com mais de

18 anos — II;Aprendiz de assistente administrativo com menos

de 18 anos — I;Cobrador — VII;Chefe de telefones — IX;Telefonista de 1.a — VII;Telefonista de 2.a — VI;Estagiário de telefonista — III;Aprendiz de telefonista com mais de 18 anos — II;Aprendiz de telefonista com menos de 18 anos — I.

17 — Sector comercial:

Director comercial — XI;Promotor de vendas — IX;Caixeiro-encarregado — IX;Caixeiro chefe de secção — VIII;Caixeiro de 1.a — VII;Caixeiro de 2.a — VI;Estagiário de caixeiro — III;Aprendiz de caixeiro com mais de 18 anos — II;Aprendiz de caixeiro com menos de 18 anos — I.

18 — Serviços técnicos e manutenção:

Director de serviços técnicos — XI;Chefe de serviços técnicos — X;Electromecânico em geral — IX;Operário polivalente — VI;Estagiário de operário polivalente — IV;Aprendiz de operário polivalente com mais de 18

anos — II;Aprendiz de operário polivalente com menos de

18 anos — I.

19 — Embarcações:

Mestre — IX;Motorista marítimo — VII;Marinheiro — VI.

20 — Garagens:

Encarregado geral de garagens — X;Empregado de garagem — V.

21 — Rodoviários:

Chefe de movimento — IX;Expedidor — VIII;Motorista — VII;Ajudante de motorista — V.

22 — Salas de bingo:

Chefe de sala — XII;Adjunto de chefe de sala — X;Caixa fixo — IX;Caixa auxiliar volante — VIII;

Controlador de entradas — VII;Porteiro — VII.

23 — Categorias diversas:

Encarregado de jardins — VII;Florista — VI;Jardineiro — VI;Vigilante de crianças sem funções pedagógicas — V;Empregado de turismo de espaço rural — VI.

Nota. — Todas as categorias constantes deste CCTtêm-se como aplicadas a ambos os sexos.

ANEXO III

Retribuição

Artigo 1.o

Tabela salarial

Tabela salarial de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2006(Em euros)

Níveis Grupo A Grupo B Grupo C

XII . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 848 1 584 1 057XI . . . . . . . . . . . . . . . . . 951 846 741X . . . . . . . . . . . . . . . . . . 846 740 689IX . . . . . . . . . . . . . . . . . 687 634 583VIII . . . . . . . . . . . . . . . . 610 588 548VII . . . . . . . . . . . . . . . . . 586 560 523,50VI . . . . . . . . . . . . . . . . . 526 516 473V . . . . . . . . . . . . . . . . . . 464 450 417IV . . . . . . . . . . . . . . . . . 412 412 412III . . . . . . . . . . . . . . . . . 411 411 411II . . . . . . . . . . . . . . . . . . 396 396 396I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 317 317 317

Notas

1 — Aos trabalhadores dos estabelecimentos de restauração e bebi-das e outros de apoio integrados ou complementares de quaisquermeios de alojamento será observado o grupo salarial aplicável oucorrespondente ao estabelecimento hoteleiro, salvo se, em virtudede qualificação turística mais elevada, resulte a aplicação do grupode remuneração superior.

2 — Aos trabalhadores dos healths clubs não instalados em esta-belecimentos hoteleiros aplica-se a tabela do grupo A.

3 — Os trabalhadores classificados com a categoria de empregadode refeitório serão remunerados pelo grupo C desta tabela.

4 — As funções efectivamente exercidas que não se enquadremnas categorias previstas neste contrato são equiparadas àquelas comque tenham mais afinidade e ou cuja definição de funções mais selhe aproxime, sendo os trabalhadores, para efeitos de remuneração,igualados ao nível respectivo.

5 — As empresas que por manifestas dificuldades de tesourarianão possam dar satisfação imediata às diferenças salariais referentesao período que medeia entre a data de produção de efeitos da presentetabela e a data da sua publicação poderão fazê-lo em três prestaçõesiguais, nos meses seguintes à data da publicação da presente tabela.

Artigo 2.o

Vencimentos mínimos

Aos trabalhadores abrangidos por esta convenção sãogarantidas as remunerações pecuniárias de base mínimaconstantes da tabela salarial prevista no artigo anterior.

Artigo 3.o

Prémio de antiguidade

Os trabalhadores abrangidos pelo prémio de antigui-dade previsto na cláusula 126.a deste CCT receberão

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por cada período vencido a importância de E 5,50mensais.

Artigo 4.o

Prémio de conhecimento de línguas

Os trabalhadores com direito ao prémio de línguasprevisto no n.o 5 da cláusula 127.a deste CCT receberãopor cada idioma reconhecido o valor de E 37,50.

Artigo 5.o

Valor pecuniário da alimentação

1 — Para todos os efeitos desta convenção, seja qualfor o seu valor, a alimentação não poderá em nenhumcaso ser dedutível no salário do trabalhador, indepen-dentemente do montante deste.

2 — O valor convencional atribuído à alimentaçãofornecida em espécie é, para todos os efeitos, o constantedo quadro seguinte:

Tabela Refeições Valor convencional

A Completas/mês . . . . . . . . . . O valor convencional atri-buído é o constante dasalíneas a), b) e c) do n.o 4,de acordo com o grupo eo subsector em que seenquadra o estabeleci-mento.

B Refeições avulsas:

Pequeno-almoço . . . . E 1,50.Ceia simples . . . . . . . . E 3.

Almoço, jantar e ceiacompleta.

E 4.

3 — Em todos os casos em que, excepcionalmente,nos termos do presente contrato, haja lugar à substi-tuição do fornecimento da alimentação em espécie,aquela far-se-á pelos montantes constantes da tabela Bdo número anterior.

4 — Os trabalhadores abrangidos por este contratoa quem nos termos da cláusula 116.a não seja fornecidaa alimentação em espécie têm direito a um subsídiode alimentação mensal, não dedutível no salário do tra-balhador, computado nos valores a seguir indicados:

a) Para os casinos (estabelecimentos de restaura-ção e bebidas) — E 65/mês;

b) Para os restantes estabelecimentos — E 45/mês.

Artigo 6.o

Retribuições mínimas dos extras

Os trabalhadores extras contratados ao abrigo da cláu-sula 134.a têm direito à seguinte retribuição:

a) Chefe de cozinha: E 60;b) Chefe de mesa, de barman e de pasteleiro e

cozinheiro de 1.a: E 55;c) Empregado de mesa ou bar: E 50;d) Quaisquer outros profissionais: E 45.

ANEXO IV

Definições de funções

1 — Direcção

1 — Director de hotel. — É o trabalhador que dirige,orienta e fiscaliza o funcionamento das diversas secçõese serviços de um hotel, hotel-apartamento ou motel,aconselha a administração no que diz respeito a inves-timentos e à definição da política financeira, económicae comercial, decide sobre a organização do hotel. Poderepresentar a administração dentro do âmbito dos pode-res que por esta lhe sejam conferidos, não sendo, noentanto, exigível a representação em matérias de con-tratação colectiva nem em matéria contenciosa do tri-bunal de trabalho, é ainda responsável pela gestão dopessoal dentro dos limites fixados no seu contrato indi-vidual de trabalho.

2 — Assistente de direcção. — É o trabalhador queauxilia o director de um hotel na execução das respec-tivas funções e o substitui no impedimento ou ausência.Tem a seu cargo a coordenação prática dos serviçospor secções, podendo ser encarregado da reestruturaçãode certos sectores da unidade hoteleira e acidentalmentedesempenhar funções ou tarefas em secções para quese encontra devidamente habilitado.

3 — Director de alojamento. — É o trabalhador quedirige e coordena a actividade das secções de alojamentoe afins. Auxilia o director de hotel no estudo da uti-lização máxima da capacidade de alojamento, determi-nando os seus custos e laborando programas de ocu-pação. Pode eventualmente substituir o director.

4 — Director comercial. — É o trabalhador que orga-niza, dirige e executa os serviços de relações públicas,promoção e vendas da unidade ou unidades hoteleiras.Elabora planos de desenvolvimento da procura, estudaos mercados nacionais e internacionais e elabora os estu-dos necessários à análise das oscilações das correntesturísticas.

5 — Director de relações públicas. — É o trabalhadorque organiza e dirige os serviços de relações públicas,ocupando-se dos contactos com os clientes, informação,meios de comunicação social e colaborando na animaçãoda empresa.

6 — Director de produção («food and beverage»). — Éo trabalhador que dirige, coordena e orienta o sectorde comidas e bebidas nas unidades hoteleiras. Faz asprevisões de custos e vendas potenciais de produção.Gere os stocks, verifica a qualidade das mercadoriasa adquirir. Providencia o correcto armazenamento dasmercadorias e demais produtos, controlando as tem-peraturas do equipamento de frio, a arrumação e ahigiene. Visita o mercado e os fornecedores em geral:faz a comparação de preços dos produtos a obter eelabora as estimativas dos custos diários e mensais porsecção e no conjunto do departamento à sua respon-sabilidade. Elabora e propõe à aprovação ementas elistas de bebidas e respectivos preços. Verifica se asquantidades servidas aos clientes correspondem ao esta-belecido, controla os preços e requisições, verifica asentradas e saídas e respectivos registos, apura os con-sumos diários e faz inventários finais, realizando médiase estatísticas. Controla as receitas e despesas das secções

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Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 32, 29/8/20063745

de comidas e bebidas segundo normas estabelecidas,dando conhecimento à direcção de possíveis falhas. For-nece à contabilidade todos os elementos de que estacareça. Apresenta à direcção, periodicamente, relatóriossobre o funcionamento do sector e informa relativa-mente aos artigos ou produtos que dão mais rendimentoe os que devem ser suprimidos.

7 — Subdirector de hotel. — É o trabalhador que auxi-lia o director de hotel no desempenho das suas funções.Por delegação do director pode encarregar-se da direc-ção, orientando e fiscalizando o funcionamento de umaou várias secções. Substitui o director nas suas ausências.

8 — Director de restaurante. — É o trabalhador quedirige, orienta e fiscaliza o funcionamento das diversassecções e serviços de um restaurante ou do departa-mento de alimentação de um hotel, elabora ou aprovaas ementas e listas do restaurante, efectua ou toma pro-vidências sobre a aquisição de víveres e todos os demaisprodutos necessários à exploração e vigia a sua eficienteaplicação, acompanha o funcionamento dos vários ser-viços e consequente movimento das receitas e despesas,organiza e colabora, se necessário, na execução dosinventários periódicos das existências dos produtos deconsumo, utensílios de serviço e móveis afectos àsdependências, colabora na recepção dos clientes, aus-culta os seus desejos e preferências e atende as suaseventuais reclamações. Aconselha a administração ouo proprietário no que respeita a investimentos, decidesobre a organização do restaurante ou departamento,elabora e propõe planos de gestão de recursos mobi-lizados pela exploração, planifica e assegura o funcio-namento das estruturas administrativas, define a políticacomercial e exerce a fiscalização dos custos, é aindaresponsável pela gestão do pessoal dentro dos limitesfixados no seu contrato individual de trabalho. Poderepresentar a administração dentro do âmbito dos pode-res que por esta lhe sejam conferidos, não sendo, noentanto, exigível a representação em matérias de con-tratação colectiva nem em matéria contenciosa do tri-bunal de trabalho.

9 — Director de pessoal. — É o trabalhador que seocupa dos serviços e relações com o pessoal, nomea-damente admissão, formação e valorização profissionale disciplina, nos termos da política definida pela admi-nistração e direcção da empresa.

10 — Director de pensão. — É o trabalhador quedirige, orienta e fiscaliza o funcionamento das diversassecções e serviços de uma pensão, estalagem ou pousada.Aconselha a administração no que diz respeito a inves-timentos e a definição da política financeira, económicae comercial, decide sobre a organização da pensão, daestalagem ou da pousada, efectua ou assiste à recepçãodos hóspedes ou clientes e acompanha a efectivaçãodos contratos de hospedagem ou outros serviços, efectuaou superintende na aquisição e perfeita conservação devíveres e outros produtos, roupas, utensílios e móveisnecessários à laboração eficiente do estabelecimento evigia os seus consumos ou aplicação, providencia pelasegurança e higiene dos locais de alojamento, de con-vívio dos clientes, de trabalho, de permanência e repousodo pessoal, acompanha o funcionamento das várias sec-ções, serviços e consequente movimento das receitas,despesas e arrecadação de valores, prepara e colabora,

se necessário, na realização de inventários das existên-cias de víveres, produtos de manutenção, utensílios emobiliários afectos às várias dependências. Pode ter deexecutar, quando necessário, serviços de escritório ine-rentes à exploração do estabelecimento.

11 — Encarregado de restauração e bebidas. — É o tra-balhador que dirige, orienta, fiscaliza e coordena os ser-viços dos estabelecimentos ou secções de comidas e bebi-das, efectua ou supervisiona a aquisição, guarda e con-servação dos produtos perecíveis e outros vigiando asua aplicação e controlando as existências e inventários,elabora as tabelas de preços e horários de trabalho,acompanha e executa o funcionamento dos serviços econtrola o movimento das receitas e despesas, exercea fiscalização dos custos e responde pela manutençãodo equipamento e bom estado de conservação e higienedas instalações, ocupa-se ainda da reserva de mesas eserviço de balcão, da recepção de clientes e das suasreclamações, sendo responsável pela apresentação e dis-ciplina dos trabalhadores sob as suas ordens.

12 — Chefe de pessoal. — É o trabalhador que seocupa dos serviços e relações com o pessoal, nomea-damente admissão, formação e valorização profissionale disciplina, nos termos da política definida pela admi-nistração e direcção da empresa.

13 — Director artístico. — É o trabalhador que orga-niza e coordena as manifestações artísticas, espectáculosde music-hall e musicais, assegurando a chefia e direcçãodeste sector da empresa. Programa as manifestaçõesartísticas, selecciona e contrata músicos, intérpretes eoutros artistas. Dirige as montagens cénicas e os ensaios.Aconselha os artistas na selecção do reportório maisadequado ao equilíbrio do espectáculo. Dirige e orientao pessoal técnico. É responsável pela manutenção e con-servação de equipamentos de cena.

14 — Director administrativo e financeiro. — É o tra-balhador que dirige e coordena os serviços administra-tivos, de contabilidade, a política financeira e exercea verificação dos custos. Pode eventualmente substituiro director-geral.

15 — Director de serviços. — É o trabalhador queestuda, organiza, dirige e coordena, nos limites dos pode-res de que está investido, as actividades do organismoou da empresa ou de um ou vários dos seus depar-tamentos. Exerce funções tais como: colaborar na deter-minação da política da empresa; planear a utilizaçãomais conveniente da mão-de-obra, equipamento, mate-riais, instalações e capitais; orientar, dirigir e fiscalizara actividade do organismo ou empresa segundo os planosestabelecidos, a política adoptada e as normas e regu-lamentos prescritos; criar e manter uma estrutura admi-nistrativa que permita explorar e dirigir a empresa demaneira eficaz, colaborar na fixação da política finan-ceira, e exercer a verificação dos custos.

2 — Recepção-portaria

1 — Chefe de recepção. — É o trabalhador que supe-rintende, coordena, dirige, organiza e sempre que neces-sário executa os serviços de recepção e portaria de umestabelecimento de hotelaria ou de alojamento turístico.Elabora e fornece à direcção todas as informações erelatórios sobre o funcionamento da recepção-portaria.

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Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 32, 29/8/2006 3746

Poderá substituir o director, o subdirector ou o assistentede direcção.

2 — Subchefe de recepção. — É o trabalhador quecoadjuva e substitui o chefe de recepção-portaria noexercício das suas funções.

3 — Técnico de acolhimento («guest relations»). — Éo trabalhador que representa a direcção junto dos clien-tes, coadjuva e substitui o chefe de recepção-portariano exercício das respectivas funções, executa os serviçosde recepção-portaria junto de clientes especiais, aco-lhendo-os de forma personalizada no sentido de facilitaros processos de check in e check out e acompanha-osdurante a estada em tudo o que for preciso, controlaa limpeza e asseio do lobby, orienta o cliente tanto nointerior como no exterior do hotel, coordena com outrosdepartamentos as acções específicas de acolhimento,propõe de forma muito activa em colaboração comoutros serviços os restaurantes e discoteca como locaisprivilegiados de lazer, mantém-se actualizado acerca domovimento dos clientes VIP, no início dos eventos ebanquetes, e juntamente com alguém da recepção-por-taria mantém-se no lobby de modo a facilitar o pedidode informações por parte dos clientes do exterior, movi-menta-se no lobby nas horas de maior movimento demodo a poder prestar apoio aos clientes, sempre quetem oportunidades estabelece diálogo com os clientesno lobby de modo a poder retirar eventuais comentáriosda estada do cliente, sempre que for necessário colaborae executa as demais funções do recepcionista/porteiro.

4 — Recepcionista. — É o trabalhador que se ocupados serviços de recepção e portaria, designadamentecoadjuva o chefe e o subchefe de recepção-portaria noexercício das respectivas funções, acolhe os hóspedese demais clientes prestando-lhes todas as informaçõesnecessárias sobre o estabelecimento hoteleiro e acom-panha a estada dos clientes em tudo o que for preciso,mantém-se informado sobre os eventos a decorrer nohotel e sobre a cidade e os eventos principais que neladecorrem para prestar todas as informações necessárias,efectua reservas e a contratação do alojamento e demaisserviços, procedendo à planificação da ocupação dosquartos, assegura a inscrição dos hóspedes nos registosdo estabelecimento, atende os desejos, pedidos e recla-mações dos hóspedes e clientes, procede ao lançamentodos consumos ou despesas, emite, apresenta e recebeas respectivas contas e executa as tarefas necessáriasà regularização de contas com os clientes, prepara eexecuta a correspondência da secção e respectivoarquivo, elabora estatísticas e outros relatórios, certi-fica-se que não existe impedimento para a saída dosclientes, zela pela limpeza da secção, no período noc-turno zela pela segurança dos hóspedes, efectua serviçosde escrituração inerentes à exploração do estabeleci-mento e opera com os equipamentos informáticos e decomunicações e telecomunicações quando instalados nasecção, encarrega-se da venda de tabaco, postais, jornaise outros artigos, salvo quando houver local próprio paraa venda destes serviços, guarda objectos de valor edinheiro em lugar adequado, controla a entrega de res-tituição das chaves dos quartos, dirige a recepção dabagagem e correio e assegura a sua distribuição, comu-nica às secções o movimento de chegadas e saídas, bemcomo os serviços a prestar aos hóspedes.

5 — Trintanário. — É o trabalhador encarregado deacolher os hóspedes e clientes à entrada do estabele-cimento, facilitando-lhes a saída e o acesso às viaturasde transporte, e de indicar os locais de recepção, cooperade um modo geral na execução dos serviços de portaria,vigia a entrada e saída do estabelecimento de pessoase mercadorias, quando devidamente habilitado, conduzas viaturas dos hóspedes, estacionando-as nos locaisapropriados.

6 — Bagageiro. — É o trabalhador que se ocupa dotransporte das bagagens dos hóspedes e clientes, doasseio da arrecadação de bagagens e eventualmente dotransporte de móveis e utensílios.

7 — Mandarete. — É o trabalhador que se ocupa daexecução de recados e pequenos serviços dentro e forado estabelecimento, conduz os elevadores destinadosao transporte de hóspedes e clientes e ocupa-se do asseiodos mesmos e das zonas públicas do estabelecimento,encarrega-se do serviço de guarda de agasalhos e outrosobjectos de hóspedes e clientes. Pode exercer as funçõesde bagageiro.

8 — Chefe de segurança. — É o trabalhador que supe-rintende, coordena, dirige e executa os serviços de segu-rança e vigilância de um estabelecimento de hotelariaou de alojamento turístico, elabora e fornece à direcçãotodas as informações e relatórios.

9 — Vigilante. — É o trabalhador que exerce a vigi-lância e o controlo na entrada e saída de pessoas emercadorias, verifica se tudo se encontra normal e zelapela segurança do estabelecimento nas pensões de 3.ae de 2.a, pode ainda substituir, durante a noite, outrosprofissionais, elabora relatórios das anomalias verifi-cadas.

10 — Porteiro de restauração e bebidas. — É o traba-lhador que executa tarefas relacionadas com as entradase saídas de clientes e pequenos serviços.

3 — Controlo e economato

1 — Chefe de secção de controlo. — É o trabalhadorque superintende, coordena, dirige, organiza e sempreque necessário executa os trabalhos de controlo. Elaborae fornece à direcção todas as informações e relatóriossobre o controlo.

2 — Controlador. — É o trabalhador que verifica asentradas e saídas diárias das mercadorias (géneros, bebi-das e artigos diversos) e efectua os respectivos registosbem como determinados serviços de escrituração ine-rentes à exploração do estabelecimento. Controla e man-tém em ordem os inventários parciais e o inventáriogeral, apura os consumos diários, estabelecendo médiase elaborando estatísticas. Periodicamente verifica asexistências (stocks) das mercadorias armazenadas noeconomato, cave, bares, etc., e do equipamento e uten-sílios guardados ou em serviço nas secções, comparan-do-os com os saldos das fichas respectivas. Fornece aosserviços de contabilidade os elementos de que estes care-cem e controla as receitas das secções. Informa a direc-ção das faltas, quebras e outras ocorrências no movi-mento administrativo.

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Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 32, 29/8/20063747

3 — Chefe de compras/ecónomo. — É o trabalhadorque procede à aquisição e transporte de géneros, mer-cadorias e outros artigos, sendo responsável pelo regularabastecimento, calcula os preços dos artigos baseadonos respectivos custos e plano económico da empresa.Armazena, conserva, controla e fornece às secções asmercadorias e artigos necessários ao seu funcionamento.Procede à recepção dos artigos e verifica a sua con-cordância com as respectivas requisições, organiza emantém actualizados os ficheiros de mercadorias à suaguarda, pelas quais é responsável, executa ou colaborana execução de inventários periódicos, assegura a lim-peza e boa ordem de todas as instalações do economato.

4 — Despenseiro/cavista. — É o trabalhador que com-pra, quando devidamente autorizado, transporta emveículo destinado para o efeito, armazena, conserva,controla e fornece às secções mediante requisição asmercadorias e artigos necessários ao seu funcionamento.Ocupa-se da higiene e arrumação da secção.

5 — Ajudante de despenseiro/cavista. — É o trabalha-dor que colabora com o despenseiro ou cavista exclu-sivamente no manuseamento, transporte e arrumaçãode mercadorias e demais produtos, vasilhame ou outrastaras à guarda da despensa ou da cave do dia e dalimpeza da secção. Pode ter de acompanhar o respon-sável pelas compras nas deslocações para a aquisiçãode mercadorias.

4 — Alojamento — Andares — Quartos

1 — Governanta geral de andares. — É a trabalhadoraque superintende e coordena os trabalhos dos gover-nantes de andares, de rouparia/lavandaria e encarre-gados de limpeza. Na ausência destes assegurará as res-pectivas tarefas.

2 — Governanta de andares/rouparia/lavandaria/lim-peza. — É a trabalhadora que coadjuva a governantageral de andares no exercício das suas funções e a subs-titui nas suas ausências e impedimentos. Pode, nasausências esporádicas das empregadas de andares, exe-cutar as respectivas funções.

3 — Empregada de andares. — É a trabalhadora quese ocupa da limpeza, asseio, arrumação, arranjo e deco-ração dos aposentos dos hóspedes, bem como da lava-gem, limpeza, arrumação e conservação das instalações,equipamentos e utensílios de trabalho que utilize, repõeos produtos e materiais de informação ao hóspede, quersobre os serviços prestados pelo hotel quer informaçõesturísticas e outras, examina o bom funcionamento daaparelhagem eléctrica, sonora, telefónica, TV, instala-ções sanitárias e o estado dos móveis, alcatifas e cor-tinados, velando pela sua conservação ou sua substi-tuição quando necessárias, retira as roupas usadas eprovidencia pela sua lavagem ou limpeza, tratando dorecebimento, tratamento, arrumação e distribuição dasroupas, requisita os produtos de lavagem, detergentese demais artigos necessários e vela pela sua convenienteaplicação, podendo ter de manter um registo actuali-zado. Nas ausências esporádicas da roupeira e lavadeirapode ocupar-se dos trabalhos de engomadoria, dobra-gem, lavagem e limpeza das roupas de hóspedes desdeque tenha recebido formação adequada para tal. Naausência da governanta de andares, verifica a ocupaçãodos quartos, guarda os objectos esquecidos pelos clien-

tes, atende as reclamações e pedidos de hóspedes, veri-fica o tratamento da roupa dos clientes. Pode aindacolaborar nos serviços de pequenos-almoços nos esta-belecimentos onde não exista serviço de restaurante oucafetaria, quando não exista serviço de room-service oufora deste caso, acidentalmente, nas faltas imprevisíveisdos empregados adstritos ao serviço de room-service.Nas residenciais pode colaborar nos serviços de peque-nos-almoços preparando café, chá, leite e outras bebidasquentes e frias, sumos, torradas e sanduíches e servi-lasnos quartos transportando-as em bandejas ou carroapropriado.

4 — Controlador de minibares. — É o trabalhador quecontrola os minibares nos quartos dos hóspedes, osstocks, repõe os mesmos, requisita os produtos à secçãorespectiva, é responsável pela lavagem, limpeza, arru-mação e conservação dos minibares.

5 — Controlador de «room-service». — É o trabalhadorque atende, coordena e canaliza o serviço para os quar-tos dos clientes. Tem a seu cargo o controlo das bebidase alimentos destinados ao room-service, mantendo-asqualitativa e quantitativamente ao nível prescrito peladirecção. Controla e regista diariamente as receitas noroom-service. Tem de estar apto e corresponder a todasas solicitações que lhe sejam postas pelos clientes, peloque deverá possuir conhecimentos suficientes dos idio-mas francês e inglês, culinárias e ementas praticadas.Esta função deve ser desempenhada por trabalhadorqualificado como empregado de mesa de 1.a ou categoriasuperior se não houver trabalhador especialmente afectoao desempenho dessa função.

6 — Costureira. — É a trabalhadora que se ocupa docorte, costura e conserto das roupas de serviço e adorno,podendo ter de assegurar outros trabalhos da secção.

7 — Empregada de rouparia/lavandaria. — É a traba-lhadora que se ocupa do recebimento, tratamento, arru-mação e distribuição das roupas, ocupa-se dos trabalhosde engomadoria, dobragem, lavagem e limpeza mecâ-nica ou manual das roupas de serviço e dos clientes.

8 — Ajudante de lar. — É o trabalhador que nos larescom fins lucrativos procede ao acompanhamento dosutentes, colabora nas tarefas de alimentação, participana ocupação dos tempos livres, presta cuidados dehigiene e conforto, procede à arrumação e distribuiçãodas roupas lavadas e à recolha de roupas sujas e suaentrega na lavandaria.

5 — Restauração e bebidas

1 — Chefe de mesa/«snack-bar». — É o trabalhadorque superintende, coordena, organiza, dirige e, sempreque necessário, executa todos os trabalhos relacionadoscom o serviço de restaurante e snack. Pode ser encar-regado de superintender nos serviços de cafetaria e copae ainda na organização e funcionamento da cave dodia. Colabora com os chefes de cozinha e pastelariana elaboração das ementas, bem como nas sugestõespara banquetes e outros serviços. É responsável pelostrabalhos de controlo e execução dos inventários perió-dicos. Elabora e fornece à direcção todas as informaçõese relatórios. Pode ocupar-se do serviço de vinhos e ulti-mação de especialidades culinárias.

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2 — Subchefe de mesa/«snack-bar». — É o trabalhadorque coadjuva o chefe de mesa no desempenho das fun-ções respectivas, substituindo-o nas suas ausências ouimpedimentos.

3 — Escanção. — É o trabalhador que se ocupa doserviço de vinhos e outras bebidas, verifica as existênciasna cave do dia providenciando para que as mesmas sejammantidas. Durante as refeições apresenta a lista dasbebidas ao cliente e aconselha o vinho apropriado paraos diferentes pratos de ementa escolhida, serve ou pro-videncia para que sejam correctamente servidos osvinhos e bebidas encomendados. Guarda as bebidassobrantes dos clientes que estes pretendem consumirposteriormente, prepara e serve bebidas nos locais derefeição. Pode ter de executar ou de acompanhar a exe-cução de inventário das bebidas existentes na cave dodia. Possui conhecimentos aprofundados de enologia,tais como designação, proveniência, data da colheita egraduação alcoólica. Pode substituir o subchefe de mesanas suas faltas ou impedimentos.

4 — Empregado de mesa. — É o trabalhador que serverefeições e bebidas a hóspedes e clientes à mesa. Éresponsável por um turno de mesas. Executa a prepa-ração das salas e arranjo das mesas para as diversasrefeições, acolhe e atende os clientes, apresenta-lhesa ementa ou lista do dia e a lista de bebidas, dá-lhesexplicações sobre os diversos pratos e bebidas e anotapedidos que transmite às respectivas secções, segundoa organização e classe dos estabelecimentos, serve osprodutos escolhidos, servindo directamente aos clientesou servindo por forma indirecta, utilizando carros oumesas móveis, espinha peixes, trincha carnes e ultimaa preparação de certos pratos, recebe as opiniões esugestões dos clientes e suas eventuais reclamações, pro-curando dar a estas, quando justificadas, e prontamente,a solução possível. Elabora ou manda emitir a contados consumos, podendo efectuar a cobrança. Pode serencarregado da guarda e conservação de bebidas des-tinadas ao consumo diário da secção e proceder à repo-sição da respectiva existência. Guarda as bebidas sobran-tes dos clientes que estes pretendem consumir poste-riormente, cuida do arranjo dos aparadores e do seuabastecimento com os utensílios. No final das refeiçõesprocede à arrumação da sala, dos utensílios de trabalho,transporte e guarda de alimentos e bebidas expostaspara venda ou serviço. Colabora nos trabalhos de con-trolo e na execução dos inventários periódicos. Poderásubstituir o escanção ou o subchefe de mesa. Preparaas bandejas, carros de serviço e mesas destinadas àsrefeições e bebidas servidas nos aposentos ou outroslocais dos estabelecimentos e auxilia ou executa serviçode pequenos-almoços nos aposentos e outros locais doestabelecimento.

5 — Empregado de snack-bar. — É o trabalhador queserve refeições e bebidas a hóspedes e clientes ao balcão.É responsável por um turno de lugares sentados ao bal-cão. Executa a preparação dos balcões para as diversasrefeições, acolhe e atende os clientes, apresenta-lhesa ementa ou lista do dia e a lista de bebidas, dá-lhesexplicações sobre os diversos pratos e bebidas e anotapedidos que transmite às respectivas secções, segundoa organização e classe dos estabelecimentos, serve osprodutos escolhidos, espinha peixes, trincha carnes eultima a preparação de certos pratos, emprata pratos

frios, confecciona e serve gelados. Executa o serviçode cafetaria, nomeadamente preparando café, chá, leite,outras bebidas quentes e frias, sumos, torradas, san-duíches e confecções de cozinha ligeira, como pregos.Recebe as opiniões e sugestões dos clientes e suas even-tuais reclamações, procurando dar a estas quando jus-tificadas e prontamente a solução possível. Elabora oumanda emitir a conta dos consumos, podendo efectuara cobrança. Pode ser encarregado da guarda e conser-vação de bebidas destinadas ao consumo diário da sec-ção e proceder à reposição da respectiva existência.Guarda as bebidas sobrantes dos clientes que estes pre-tendem consumir posteriormente, cuida do arranjo dosaparadores e do seu abastecimento com os utensílios.No final das refeições procede à arrumação da sala elimpeza dos balcões e utensílios de trabalho e ao trans-porte e guarda de alimentos e bebidas expostas paravenda ou serviço. Colabora nos trabalhos de controloe execução dos inventários periódicos.

6 — Chefe de balcão. — É o trabalhador que supe-rintende e executa os trabalhos de balcão.

7 — Subchefe de balcão. — É o trabalhador que coad-juva o chefe de balcão no desempenho das funções res-pectivas, substituindo-o nas suas ausências ou impe-dimentos.

8 — Empregado de balcão. — É o trabalhador queatende e serve os clientes em restaurantes e similaresexecutando o serviço de cafetaria próprio da secção debalcão. Prepara embalagens de transporte para serviçosao exterior, cobra as respectivas importâncias e observaas regras e operações de controlo aplicáveis. Atendee fornece os pedidos dos empregados de mesa, certi-ficando-se previamente da exactidão dos registos. Veri-fica se os produtos ou alimentos a fornecer correspon-dem em qualidade, quantidade e apresentação aospadrões estabelecidos pela gerência do estabelecimento,executa com regularidade a exposição em prateleirase montras dos produtos para venda, procede às ope-rações de abastecimento, elabora as necessárias requi-sições de víveres, bebidas e outros produtos a fornecerpela secção própria ou procede à sua aquisição directaaos fornecedores nos termos em que for devidamenteautorizado, efectua ou manda efectuar os respectivospagamentos, dos quais presta contas diariamente àgerência, executa ou colabora nos trabalhos de limpezae arrumação das instalações, bem como na conservaçãoe higiene dos utensílios de serviço, efectua ou colaborana realização de inventários periódicos da secção, podesubstituir o controlador nos seus impedimentos e ausên-cias. No self-service, serve refeições e bebidas, ocupa-seda preparação, limpeza e higiene dos balcões, salas,mesas e utensílios de trabalho. Abastece ainda os balcõesde bebidas e comidas confeccionadas e colabora nostrabalhos de controlo exigidos pela exploração. Con-fecciona gelados e abastece os balcões ou máquinas dedistribuição e serve os clientes.

9 — Recepcionista de restauração. — É o trabalhadorque coadjuva o chefe de mesa no exercício das funçõesde acolhimento dos clientes saudando-os e dando-lhesas boas vindas, acolhe de forma personalizada os clientesindividuais, faz o acompanhamento dos clientes ao lugarinteirando-se do número do quarto e dos seus interesses(fumador, não fumador), no início do trabalho verifica

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as listas de clientes, grupos, nacionalidades de modoa poder programar o seu trabalho, mantém contactocom a recepção de modo a recolher informações úteissobre clientes e sobre os VIP, está permanentementeatento às reacções dos clientes por forma a poder tomarmedidas de carácter correctivo caso se justifiquem, pro-videncia para que os pedidos específicos dos clientese suas eventuais reclamações procurando dar-lhes umasolução rápida e eficaz, auxilia o chefe de mesa no con-trolo e fecho de caixa no final da operação.

10 — Preparador de banquetes e sala. — É o traba-lhador que procede à montagem e desmontagem dassalas de banquetes e exposições colocando mesas, cadei-ras e outros artefactos de acordo com o contratado entreo cliente e o hotel. Ocupa-se também da lavagem, lim-peza, arrumação e conservação das salas e áreas ondeexerce a sua função.

11 — Supervisor de bares. — É o trabalhador quecoordena e supervisiona o funcionamento de bares eboîtes sob a orientação do director ou assistente de direc-ção responsável pelo sector de comidas e bebidas,quando exista, e a quem deverá substituir nas respectivasfaltas ou impedimentos. É o responsável pela gestãodos recursos humanos e materiais envolvidos, pelosinventários periódicos e permanentes aos artigos de con-sumo e utensílios de serviço afectos à exploração, pelaelaboração da listas de preços e pela manutenção doestado de asseio e higiene das instalações e utensílios,bem como pela respectiva conservação.

12 — Chefe de «barman». — É o trabalhador quesuperintende, coordena, organiza, dirige e, sempre quenecessário, executa todos os trabalhos relacionados como serviço de bar. É responsável pelos trabalhos de con-trolo e execução dos inventários periódicos. Elabora efornece à direcção todas as informações e relatórios.

12-A — Subchefe de «barman». — É o trabalhadorque coadjuva e substitui o chefe de barman no exercíciodas suas funções.

13 — «Barman». — É o trabalhador que serve bebidassimples ou compostas, cuida da limpeza ou arranjo dasinstalações do bar e executa as preparações prévias aobalcão, prepara cafés, chás e outras infusões e servesanduíches, simples ou compostas, frias ou quentes. Ela-bora ou manda emitir as contas dos consumos obser-vando as tabelas de preços em vigor e respectivo rece-bimento. Colabora na organização e funcionamento derecepções, de banquetes, etc. Pode cuidar do asseio ehigiene dos utensílios de preparação e serviço de bebi-das. Guarda as bebidas sobrantes dos clientes que estespretendem consumir posteriormente, cuida do arranjodos aparadores e do seu abastecimento com os uten-sílios. No final das refeições procede à arrumação dasala, limpeza dos balcões e utensílios de trabalho, trans-porte e guarda de bebidas expostas para venda ou serviçoe dos utensílios de uso permanente. Colabora nos tra-balhos de controlo e na execução dos inventários perió-dicos. Pode proceder à requisição dos artigos necessáriosao funcionamento e à reconstituição das existências.

14 — Chefe de cafetaria. — É o trabalhador que supe-rintende, coordena e executa os trabalhos de cafetaria.

15 — Cafeteiro. — É o trabalhador que prepara café,chá, leite, outras bebidas quentes e frias não exclusi-vamente alcoólicas, sumos, torradas, sanduíches e con-fecção de cozinha ligeira. Emprata e fornece medianterequisição às secções de consumo. Colabora no forne-cimento e serviços de pequenos-almoços e lanches. Asse-gura os trabalhos de limpeza e tratamento das louças,vidros e outros utensílios e equipamento usados no ser-viço da secção, por cuja conservação é responsável, coo-pera na execução de limpezas e arrumações da secção.

16 — Empregado de jogos. — É o trabalhador encar-regado do recinto onde se encontram jogos de sala,conhece o funcionamento e regras dos jogos praticadosno estabelecimento. Presta esclarecimento aos clientessobre esses mesmos jogos. Eventualmente pode ter deexecutar serviços de balcão e de mesa.

17 — Distribuidor de refeições. — É o trabalhador que,em veículo próprio ou da empresa, procede à distri-buição de refeições, embaladas ou não, prepara, con-diciona, carrega e descarrega as refeições a transportar,no caso de máquinas automáticas, repõe os stocks.

6 — Cozinha

1 — Chefe de cozinha. — É o trabalhador que supe-rintende, coordena, organiza, dirige e, sempre quenecessário, executa todos os trabalhos relacionados como serviço de cozinha e grill. Elabora ou contribui paraa elaboração das ementas e das listas de restaurantese serviço de banquetes, tendo em atenção a naturezae o número de pessoas a servir, os víveres existentesou susceptíveis de aquisição e outros factores, cria recei-tas e prepara especialidades. É responsável pela con-servação dos alimentos entregues à secção, é responsávelpela elaboração das ementas do pessoal e pela boa con-fecção das respectivas refeições, qualitativa e quanti-tativamente. É responsável pelos trabalhos de controloe execução dos inventários periódicos. Elabora e forneceà direcção todas as informações e relatórios.

2 — Subchefe de cozinha. — É o trabalhador quecoadjuva e substitui o chefe de cozinha no exercíciodas respectivas funções.

3 — Cozinheiro. — É o trabalhador que se ocupa dapreparação e confecção das refeições e pratos ligeiros,elabora ou colabora na elaboração das ementas, recebeos víveres e os outros produtos necessários à confecçãodas refeições, sendo responsável pela sua guarda e con-servação, prepara o peixe, os legumes e as carnes eprocede à execução das operações culinárias, empratae guarnece os pratos cozinhados, assegura-se da per-feição dos pratos e da sua concordância com o esta-belecido, confecciona os doces destinados às refeições.Colabora na limpeza da cozinha, dos utensílios e demaisequipamentos. Aos cozinheiros menos qualificados emcada secção ou estabelecimentos competirá igualmentea execução das tarefas de cozinha mais simples.

4 — Assador/grelhador. — É o trabalhador que exe-cuta, exclusiva ou predominantemente, o serviço de gre-lhador (peixe, carne, mariscos, etc.) em secção autónomada cozinha.

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7 — Pastelaria/padaria/geladaria

1 — Chefe/mestre pasteleiro. — É o trabalhador quesuperintende, coordena, organiza, dirige e, sempre quenecessário, executa todos os trabalhos relacionados como serviço de pastelaria e padaria. Elabora ou contribuipara a elaboração das ementas e das listas de restau-rantes e serviço de banquetes, cria receitas e preparaespecialidades. É responsável pela conservação dos ali-mentos entregues à secção, é responsável pela elabo-ração das ementas do pessoal e pela boa confecção dasrespectivas refeições, qualitativa e quantitativamente. Éresponsável pelos trabalhos de controlo e execução dosinventários periódicos. Elabora e fornece à direcçãotodas as informações e relatórios.

2 — Pasteleiro. — É o trabalhador que prepara massasdesde o início da sua preparação, vigia temperaturase pontos de cozedura e age em todas as fases do fabrico,dirigindo o funcionamento das máquinas, em tudo pro-cedendo de acordo com as instruções do mestre/chefe,substituindo-o nas suas faltas e impedimentos. É res-ponsável pelo bom fabrico da pastelaria, doçaria e dosprodutos afins. Confecciona sobremesas e colabora, den-tro da sua especialização, nos trabalhos de cozinha.

3 — Amassador/panificador (estabelecimento de res-tauração e bebidas com fabrico próprio de pastelaria, pada-ria e geladaria). — É o trabalhador a quem incumbe apreparação e manipulação das massas para pão e pro-dutos afins ou, utilizando máquinas apropriadas, quealimenta, regula, manobra e controla, cuida da amas-sadora da farinha e demais ingredientes utilizados napreparação, é responsável pelo controlo e observânciadas diferentes receitas, manipula as massas e refrescao isco, cuida da limpeza e arrumação das máquinas edos utensílios com que trabalha.

4 — Forneiro (estabelecimento de restauração e bebidascom fabrico próprio de pastelaria, padaria e gelada-ria). — É o trabalhador a quem compete assegurar ofuncionamento do forno, sendo responsável pela boacozedura do pão e ou produtos afins, cuida da limpezae arrumação dos fornos, máquinas e utensílios com quetrabalha.

8 — Qualidade

1 — Director de qualidade. — É o trabalhador a quemcompete assegurar que as refeições servidas ao clienteestejam em boas condições microbiológicas e organo-lépticas. Para isso deve estudar, organizar e coordenaras actividades, métodos e processos que interfiram direc-tamente com a qualidade do serviço prestado, imple-mentar e gerir o sistema da qualidade, implementar egerir o sistema de segurança alimentar, organizar e asse-gurar a formação contínua aos colaboradores daempresa, elaborar um programa de laboratório e orien-tar todo o trabalho laboratorial e ou ser responsávelpela selecção, recolha e envio de amostras a um labo-ratório externo, elaborar um programa de higiene apro-priado para a empresa e zelar pelo seu cumprimentoe pelo cumprimento por parte dos manipuladores dealimentos das boas práticas de higiene.

2 — Nutricionista. — Ao nutricionista compete imple-mentar os procedimentos definidos pela direcção de qua-lidade para assegurar que as refeições servidas ao cliente

estejam em boas condições microbiológicas e organolép-ticas. Para isso deve implementar as actividades, métodose processos que interfiram directamente com a qualidadedo serviço prestado, participar na implementação e gestãodo sistema da qualidade, participar na implementação egestão do sistema de segurança alimentar, realizar for-mação contínua aos colaboradores da empresa, imple-mentar o programa de laboratório, realizar e ou orientartodo o trabalho laboratorial. E ou ser responsável pelaselecção, recolha e envio de amostras a um laboratórioexterno, implementar o programa de higiene para aempresa, assegurar o cumprimento, por parte dos mani-puladores de alimentos, das boas práticas de higiene, ela-borará ementas nutricionalmente equilibradas.

3 — Microbiologista. — É o trabalhador que adquireuma formação qualificada que lhe permite a intervençãoem diversas áreas, entre elas: processamento e produção;segurança alimentar; controlo da qualidade; implemen-tação e gestão da qualidade; análises químicas e bio-lógicas. Dentro de cada área de intervenção poderáactuar a diferentes níveis: investigação de microrganis-mos que causam a deterioração de produtos alimentares;estabelecimento de técnicas avançadas para monitorizare controlar eficazmente este tipo de actividade biológicaprejudicial à qualidade dos alimentos em causa; realizaractividades laboratoriais; investigação de microrganis-mos que possam efectuar a transformação de matérias--primas em produtos finais ou intermediários com valorpara a alimentação; utilização de matérias-primas, nãoaproveitadas, para o desenvolvimento de novos produtosou melhoramento de produtos/processos já existentes;investigação e desenvolvimento; formação; estudar ocrescimento, o desenvolvimento e as condições de nutri-ção dos microrganismos em meio natural e artificial,observando as condições favoráveis à sua reprodução,dissociação ou destruição.

9 — Higiene e limpeza

1 — Chefe de copa. — É o trabalhador que superin-tende, coordena, organiza, dirige e, sempre que neces-sário, executa todos os trabalhos relacionados com oserviço de copa.

2 — Copeiro. — É o trabalhor que executa o trabalhode limpeza e tratamento das louças, vidros e outros uten-sílios de mesa, cozinha e equipamento usados no serviçode refeições por cuja conservação é responsável, cooperana execução de limpezas e arrumações da secção. Podesubstituir o cafeteiro nas suas faltas e impedimentos.

3 — Encarregado de limpeza. — É o trabalhador quesuperintende, coordena, organiza, dirige e, sempre quenecessário, executa os serviços de limpeza.

4 — Empregado de limpeza. — É o trabalhador quese ocupa da lavagem, limpeza, arrumação e conservaçãode instalações, equipamentos e utensílios de trabalho,incluindo os que utilize.

5 — Guarda de lavabos. — É o trabalhador que asse-gura a limpeza e asseio dos lavabos e locais de acessoaos mesmos, podendo acidentalmente substituir oguarda de vestiário nos seus impedimentos.

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10 — Abastecedoras de aeronaves

1 — Técnico de «catering». — É o trabalhador queorienta tecnicamente toda a empresa que se dedica aofornecimento de aviões (catering), elabora o cálculo doscustos das refeições e serviços prestados às companhiasde aviação, codifica e descodifica em inglês ou francêsas mensagens, trocadas, via telex, com os clientes, discutecom os representantes das companhias a elaboração demenus para serem servidas a bordo dos aviões.

2 — Assistente de operações. — É o trabalhador queauxilia num catering o director de operações na execuçãodas respectivas funções e o substitui nos seus impedi-mentos ou ausências. Tem a seu cargo a coordenaçãoe orientação prática de certos sectores de uma operaçãode catering, com excepção da área de produção.

3 — Supervisor. — É o trabalhador que controla ahigiene e limpeza das loiças e demais material utilizadono serviço de refeições, higiene e limpeza, elabora osinventários do material ao seu cuidado, requisita os arti-gos necessários e orienta de um modo geral todo o ser-viço da secção das várias cantinas.

4 — Controlador de operações. — É o trabalhador querecebe os pedidos dos clientes, quer pelo telefone querpor telex ou rádio, e os transmite às secções, registaos pedidos diariamente e faz as guias de remessa, envian-do-as para a facturação depois de conferidas e con-troladas.

5 — Chefe de cais. — É o trabalhador que nas cantinasabastecedoras de aeronaves organiza, coordena e dirigetodo o serviço de preparação, expedição e recepção dasdiversas mercadorias, artigos e equipamentos, bem comoa sua colocação, nas aeronaves.

6 — Chefe de sala. — É o trabalhador que nas cantinasabastecedoras de aeronaves orienta e sempre que neces-sário executa o serviço dos preparadores.

7 — Preparador/embalador. — É o trabalhador queprepara todo o equipamento, reúne os alimentos dassecções de produção e procede à sua embalagem e acon-dicionamento. Acompanha a entrega do serviço e faza sua arrumação nos aviões como ajudante de motorista.

11 — Refeitórios

1 — Encarregado de refeitório. — É o trabalhador queorganiza, coordena, orienta e vigia os serviços de umrefeitório, requisita os géneros, utensílios e quaisqueroutros produtos necessários ao normal funcionamentodos serviços, fixa ou colabora no estabelecimento dasementas, tomando em consideração o tipo de traba-lhadores a que se destinam e ao valor dietético dosalimentos, distribui as tarefas ao pessoal velando pelocumprimento das regras de higiene, eficiência e disci-plina, verifica a quantidade e qualidade das refeições,elabora mapas explicativos das refeições fornecidas edemais sectores do refeitório ou cantina para posteriorcontabilização. Pode ainda ser encarregado de receberos produtos e verificar se coincidem em quantidade,qualidade e preço com os descritos nas requisições eser incumbido da admissão do pessoal.

2 — Empregado de refeitório. — É o trabalhador queserve as refeições aos trabalhadores, executa trabalhos

de limpeza e arrumação e procede à limpeza e trata-mento das loiças, vidros de mesa e utensílios de cozinha.

3 — Empregado de refeitório (cantinas concessiona-das). — É o trabalhador que executa nos diversos sec-tores de um refeitório todos os trabalhos relativos aomesmo, nomeadamente: preparação, disposição e higie-nização das salas de refeições; empacotamento e dis-posição dos talheres, distribuição e recepção de todosos utensílios e géneros necessários ao serviço; colocanos balcões, mesas ou centros de convívio todos os géne-ros sólidos ou líquidos que façam parte do serviço; recep-ção e emissão de senhas de refeição, de extras ou doscentros de convívio, quer através de máquinas regis-tadoras ou através de livros para o fim existentes; lavatalheres, vidros, loiças, recipientes, arcas e câmaras fri-goríficas e outros utensílios; executa serviços de limpezae asseio dos diversos sectores que compõem a sala derefeições e a linha de empratamento.

12 — Termas, healths clubs, piscinas e praias

1 — Director. — É o trabalhador que se encarrega dedirigir e controlar o trabalho de todas as secções.

2 — Professor de natação. — É o trabalhador que,habilitado com curso oficialmente reconhecido, dá aulasde natação, acompanha crianças e adultos, vigia osdemais utentes da piscina livre, pode executar funçõesde salvador na ausência ou impedimentos deste.

3 — Empregado de consultório. — É o trabalhador querecolhe da bilheteira toda a documentação referenteàs consultas, conduz os clientes ao médico, fazendoentrega do processo de inscrição.

4 — Empregado de inalações. — É o trabalhador quese encarrega do tratamento de inalações.

5 — Empregado de secção de fisioterapia. — É o tra-balhador que executa serviço de fisioterapia ou outrosda secção.

6 — Banheiro termal. — É o trabalhador que preparao banho e outras operações, como, por exemplo, deimersão, subaquático e bolhador.

7 — Buvete. — É o trabalhador que dá a água termalem copo graduado.

8 — Duchista. — É o trabalhador que executa ope-rações de duche.

9 — Esteticista. — É o trabalhador que executa tra-tamento de beleza, incluindo massagem de estética.

10 — Manicuro/pedicuro. — É o trabalhador que exe-cuta o embelezamento dos pés e das mãos, arranja unhase extrai calos e calosidades.

11 — Massagista terapêutico de recuperação esauna. — É o trabalhador que executa massagensmanuais ou mecânicas, trabalha com aparelhos de dia-termia, ultra-sons, infravermelhos, ultravioletas, placas,cintas, vibradores, espaldares, banhos de agulheta,banhos de vichy, banhos subaquáticos, banhos de algas,banhos de parafina, etc., além de que terá de efectuardiagnósticos de lesões e aplicar os tratamentos adequa-

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dos, tomando a inteira responsabilidade pelos mesmos.Dá apoio à recepção, sempre que necessário. Compe-te-lhe ainda, desde que desempenhe a sua profissão emestabelecimento de sauna, aconselhar o cliente sobreo tempo de permanência, temperatura da câmara, intei-rar-se da sua tensão arterial e demais pormenores desaúde que possam desaconselhar a utilização de sauna,exerce vigilância constante sempre que tenha clientesna câmara de sauna.

12 — Banheiro-nadador-salvador. — É o trabalhadorresponsável perante o seu chefe hierárquico pela segu-rança dos utentes da piscina ou praia, bem como pelalimpeza, arrumação e conservação da sua zona de ser-viço, responsável pela limpeza da linha de água, dentroda piscina fará com que sejam respeitados os regu-lamentos.

13 — Tratador/conservador de piscinas. — É o traba-lhador que assegura a limpeza das piscinas e zonas cir-cundantes mediante utilização de equipamento ade-quado. Controla e mantém as águas das piscinas emperfeitas condições de utilização. É responsável pelobom funcionamento dos equipamentos de tratamento,bombagem e transporte de águas.

14 — Vigia de bordo. — É o trabalhador que exerceas suas funções a bordo de uma embarcação, sendo obri-gatoriamente nadador-salvador.

15 — Bilheteiro. — É o trabalhador responsável pelacobrança e guarda das importâncias referentes às entra-das em todos os locais em que seja exigido o pagamentode bilhetes. Assegura a conservação e limpeza do sector.

16 — Empregado de balneários. — É o trabalhadorresponsável pela limpeza, arrumação e conservação dosbalneários de praias, piscinas, estâncias termais e camposde jogos. É ainda responsável pela guarda dos objectosque lhe são confiados. Os elementos não sazonais exe-cutarão na época baixa todas as tarefas de preparaçãoe limpeza inerentes ao sector ou sectores onde exerçamas suas funções na época alta. Pode ter de venderbilhetes.

17 — Moço de terra. — É o trabalhador que auxiliao banheiro nas suas tarefas, podendo ainda procederà cobrança e aluguer de toldos, barracas e outros uten-sílios instalados nas praias.

13 — Golfe

1 — Director. — É o trabalhador que dirige, orienta efiscaliza o funcionamento de todas as secções e serviçosexistentes no campo de golfe e nas instalações sociaisdo apoio. Aconselha a administração no que diz respeitoa investimentos e política de organização. Pode repre-sentar a administração dentro do âmbito dos poderes deorganização. Pode representar a administração dentro doâmbito dos poderes que por essa lhe sejam conferidos,com excepção dos aspectos laborais. É responsável pelosector de relações públicas. Assegura a manutenção detodas as instalações desportivas e sociais em perfeitas con-dições de utilização. Providencia a gestão racional e eficazdos meios humanos e materiais postos à sua disposição.Organiza calendário desportivo e promove a realizaçãode torneios e competições. Ocupa-se das relações públicas.

2 — Professor de golfe. — É o trabalhador que, habi-litado com curso oficialmente reconhecido, dá aulas degolfe.

3 — Secretário. — É o trabalhador que coadjuva odirector de golfe na execução das respectivas funçõese substitui-o nos seus impedimentos e ausências. Com-pete-lhe executar as tarefas atribuídas ao director degolfe nos casos em que este não exista.

4 — Recepcionista. — É o trabalhador que nos cam-pos ou clubes de golfe se ocupa dos serviços de recepção,nomeadamente o acolhimento dos jogadores residentesou não nos anexos da empresa, emite, apresenta e recebeas respectivas contas.

5 — Chefe de manutenção. — É o trabalhador quesuperintende, coordena e executa todas as tarefas ine-rentes à manutenção de golfe, para o que deverá terqualificação académica adequada.

6 — Capataz de campo. — É o trabalhador que pro-videncia a realização dos trabalhos de conservação nocampo de golfe de acordo com orientação superior.

7 — Capataz de rega. — É o trabalhador que fiscaliza,coordena e executa os trabalhos relativos à rega, asse-gura a manutenção dos reservatórios de rega, estaçãode bombagem, furos artesianos e outras tubagens deágua de apoio ao campo de golfe. Programa e fiscalizaas regas automáticas.

8 — Operador de golfe. — É o trabalhador que executatrabalhos de rega e outros necessários à conservaçãodo campo, executa todos os trabalhos inerentes ao cortede relva e outros que lhe forem superiormente deter-minados.

9 — Chefe de «caddies». — É o trabalhador queorienta os serviços dos caddies bem como a sua for-mação. Instrui-os na maneira de executarem as respec-tivas funções. Tem a cargo todo o material deixado àsua guarda, pelo qual é responsável.

10 — «Caddies». — É o trabalhador que se encarregado transporte dos utensílios de golfe quando solicitadopelo jogador ou nomeado pelo chefe dos caddies, deveráser conhecedor das regras de golfe.

14 — Animação e desportos

1 — Encarregado de animação e desportos. — É o tra-balhador que superintende, coordena e executa todasas actividades de animação e desportos de um estabe-lecimento, controla e dirige o pessoal, assegura a pro-moção comercial da exploração.

2 — Monitor de animação e desportos. — É o traba-lhador que lecciona, orienta e anima a actividade dasua especialidade (natação, equitação, golfe, vela, ténis,esqui, motonáutica, etc.).

3 — Chefe de «bowling». — É o trabalhador que dirigee orienta o funcionamento do bowling. Pode aconselhara administração em matéria de investimentos e orgânica,pode apresentá-la quando nessa função seja investido,assegura a gestão racional dos meios humanos e do equi-

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pamento e organiza calendários desportivos promo-vendo a realização de torneios de competição.

4 — Empregado de «bowling». — É o trabalhador quezela pela conservação do equipamento, limpa o materiale as pistas da prova, garantindo o seu bom estado, ena ausência do chefe pode substituí-lo.

5 — Recepcionista de «bowling». — É o trabalhadorque coadjuva o chefe de bowling, acolhe os clientes,aponta as partidas, regista o número do vestuário e cal-çado, recebe e regista as importâncias recebidas.

6 — Tratador de cavalos. — É o trabalhador que cuidadas cavalariças, limpa, escova e alimenta os cavalos, pre-parando-os para o picadeiro.

7 — «Disk-jockey». — É o trabalhador que opera osequipamentos de som e luzes em boîtes, dancings e outrosrecintos.

8 — Recepcionista de teleférico. — É o trabalhador quenos teleféricos e outros equipamentos de animação turís-tica recebe, embarca e desembarca os clientes, vendebilhetes, podendo ser encarregado também de ligar edesligar as máquinas.

9 — Electromecânico de teleférico. — É o trabalhadorque trata da manutenção e reparação dos equipamentosdo teleférico.

15 — Parque de campismo

1 — Encarregado de parque de campismo. — É o tra-balhador que dirige, colabora, orienta e vigia todos osserviços de parque de campismo e turismo de acordocom as directrizes superiores. Vela pelo cumprimentodas regras de higiene e assegura a eficiência da orga-nização geral do parque. Comunica às autoridades com-petentes a prática de irregularidades pelos campistas.É o responsável pelo controlo das receitas e despesas,competindo-lhe fornecer aos serviços de contabilidadetodos os elementos de que estes careçam. Informa adirecção das ocorrências na actividade do parque e ins-trui os seus subordinados sobre os trabalhos que lhesestão confiados.

2 — Guarda do parque de campismo. — É o traba-lhador que, sob a orientação e direcção do encarregadodo parque, cuida da conservação, asseio e vigilância dasinstalações do parque. Providencia a resolução das ano-malias verificadas nas instalações, comunica superior-mente as irregularidades que sejam do seu conhe-cimento.

3 — Guarda de acampamento turístico. — É o traba-lhador responsável pela conservação, asseio e vigilânciade um acampamento turístico. Deve resolver todas asanomalias que surjam nas instalações e comunicar supe-riormente as irregularidades que sejam do seu conhe-cimento.

16 — Sector administrativo e comercial

1 — Chefe de departamento de divisão ou de servi-ços. — É o trabalhador que estuda, organiza, dirige ecoordena, sob a orientação do seu superior hierárquico,numa ou várias divisões, serviços e secções, respecti-

vamente, as actividades que lhe são próprias, exercedentro do sector que chefia e nos limites da sua com-petência funções de direcção, orientação e fiscalizaçãodo pessoal sob as suas ordens e de planeamento dasactividades do sector segundo as orientações e fins defi-nidos, propõe a aquisição de equipamento e materiaise a admissão de pessoal necessário ao bom funciona-mento do seu sector e executa outras funções seme-lhantes.

2 — Contabilista. — É o trabalhador que organiza edirige os serviços de contabilidade e dá conselhos sobreproblemas de natureza contabilística, estuda a planificaçãodos circuitos contabilísticos analisando os diversos sectoresda actividade da empresa de forma a assegurar uma reco-lha de elementos precisos com vista à determinação decustos e resultados de exploração, elabora o plano decontas a utilizar para a obtenção dos elementos mais ade-quados à gestão económico-financeira e cumprimento dalegislação comercial e fiscal, supervisiona a escrituraçãodos registos e livros de contabilidade coordenando, orien-tando e dirigindo os empregados encarregados dessa exe-cução, fornece os elementos contabilísticos necessários àdefinição da política orçamental e organiza e assegurao controlo da execução do orçamento, elabora ou certificabalancetes e outras informações contabilísticas a submeterà administração ou a fornecer a serviços públicos, procedeao apuramento de resultados, dirigindo o encerramentodas contas e a elaboração, efectua as revisões contabi-lísticas necessárias verificando os livros ou registos parase certificar da correcção da respectiva escrituração. Podesubscrever a escrita da empresa, sendo o responsável pelacontabilidade das empresas do grupo A, a que se refereo Código da Contribuição Industrial, perante a Direc-ção-Geral dos Impostos. Nestes casos é-lhe atribuído otítulo profissional de técnico de contas.

3 — Chefe de secção. — É o trabalhador que coor-dena, dirige e controla o trabalho de um grupo de pro-fissionais administrativos com actividades afins.

4 — Tesoureiro. — É o trabalhador que dirige a tesou-raria em escritórios em que haja departamento próprio,tendo a responsabilidade dos valores de caixa que lheestão confiados, verifica as diversas caixas e confere asrespectivas existências, prepara os fundos para seremdepositados nos bancos e toma as disposições neces-sárias para levantamentos, verifica periodicamente seo montante dos valores em caixa coincide com o queos livros indicam. Pode, por vezes, autorizar certas des-pesas e executar outras tarefas relacionadas com as ope-rações financeiras.

5 — Controlador-caixa. — É o trabalhador cuja acti-vidade consiste na emissão das contas de consumo nassalas de refeições, recebimento das importâncias res-pectivas, mesmo quando se trate de processos de pré--pagamento ou venda e ou recebimento de senhas eelaboração dos mapas de movimento da sala em quepreste serviço. Auxilia nos serviços de controlo, recep-ção, balcão.

6 — Caixa. — É o trabalhador que tem a seu cargoas operações da caixa e registo do movimento relativoa transacções respeitantes à gestão do empregador,recebe numerário e outros valores e verifica se a suaimportância corresponde à indicada nas notas de venda

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ou nos recibos, prepara os subscritos segundo as folhasde pagamento. Pode preparar os fundos destinados aserem depositados e tornar as disposições necessáriaspara os levantamentos.

7 — Secretário de direcção. — É o trabalhador que seocupa do secretário específico da administração oudirecção da empresa. Entre outras, compete-lhe nor-malmente as seguintes funções: redigir actas das reu-niões de trabalho; assegurar, por sua própria iniciativa,o trabalho de rotina diária do gabinete; providenciarpela realização das assembleias gerais, reuniões de tra-balho, contratos e escrituras. Redige cartas e quaisqueroutros documentos de escritório, dando-lhes seguimentoapropriado; lê, traduz, se necessário, o correio recebidoe junta-lhe a correspondência anterior sobre o mesmoassunto; estuda documentos e informa-se sobre a maté-ria em questão ou recebe instruções definidas com vistaà resposta; redige textos, faz rascunhos de cartas.

8 — Assistente administrativo. — É o trabalhador queexecuta várias tarefas que variam consoante a naturezae importância do escritório onde trabalha, redige rela-tórios, cartas, notas informativas e outros documentos,manualmente ou em sistema informático, dando-lheso seguimento apropriado, tira as notas necessárias àexecução das tarefas que lhe competem, examina o cor-reio recebido, separa-o, classifica-o e compila os dadosque são necessários para preparar as respostas, elabora,ordena ou prepara os documentos relativos à enco-menda, distribuição e regularização das compras e ven-das, recebe os pedidos de informações e transmite-osà pessoa ou serviço competente, põe em caixa os paga-mentos de conta e entrega recibos, escreve em livrosas receitas e despesas, assim como outras operações con-tabilísticas, estabelece o extracto das operações efec-tuadas e de outros documentos para informação dadirecção, atende os candidatos às vagas existentes, infor-ma-os das condições de admissão e efectua registos depessoal, preenche formulários oficiais relativos ao pes-soal ou à empresa, ordena e arquiva notas de livranças,recibos, cartas e outros documentos e elabora dadosestatísticos. Opera com máquinas de escritório e sis-temas informáticos. Para além da totalidade ou partedas tarefas acima descritas pode verificar e registar aassiduidade do pessoal, assim como os tempos gastosna execução das tarefas, com vista ao pagamento desalários ou outros afins. Sob orientação do contabilistaou técnico de contas, ocupa-se da escrituração de regis-tos ou de livros de contabilidade gerais ou especiais,analíticos ou sintéticos, selados ou não selados, execu-tando, nomeadamente, lançamentos, registos ou cálculosestatísticos, verifica a exactidão das facturas, recibos eoutros documentos e os demais trabalhos de escritóriorelacionados com as operações de contabilidade, comotrabalhos contabilísticos relativos ao balanço anual eapuramento ao resultado da exploração e do exercício.Pode colaborar nos inventários das existências, prepararou mandar preparar extractos de contas simples ou comjuros e executar trabalhos conexos. Trabalha com máqui-nas de registos de operações contabilísticas. Trabalhacom todos os tipos de máquinas auxiliares existentes,tais como de corte e de separação de papel, stencilse fotocopiadoras.

9 — Cobrador. — É o trabalhador que efectua forado escritório recebimentos, pagamentos e depósitos.

10 — Chefe de telefones. — É o trabalhador que supe-rintende, coordena, organiza, dirige e, sempre quenecessário, executa todos os trabalhos relacionados como serviço de telefones.

11 — Telefonista. — É o trabalhador que opera oequipamento telefónico e outros sistemas de telecomu-nicações, fornece informações sobre os serviços, recebee transmite mensagens, pode ter de colaborar na orga-nização e manutenção de ficheiros e arquivos desde queadstritos e referentes à respectiva secção.

12 — Promotor de vendas. — É o profissional que tempor missão estabelecer as ligações de negócio e enten-dimento entre o hotel e os clientes, fazendo a promoçãode todos os produtos e serviços que o hotel oferece,dinamizando as vendas junto das empresas e promo-vendo a procura de novos mercados.

13 — Caixeiro-encarregado. — É o trabalhador que noestabelecimento substitui o gerente e na ausência destese encontra apto a dirigir o serviço e o pessoal.

14 — Caixeiro chefe de secção. — É o trabalhador quecoordena, orienta e dirige o serviço de uma secção espe-cializada de um estabelecimento.

15 — Caixeiro. — É o trabalhador que vende merca-dorias, cuida da embalagem do produto ou toma asmedidas necessárias para a sua entrega, recebe enco-mendas, elabora as notas respectivas e transmite paraexecução. Elabora ou colabora na realização de inven-tários periódicos. Efectua o recebimento das importân-cias devidas. Emite recibos e efectua o registo das ope-rações em folha de caixa.

16 — Formador. — É o trabalhador que planeia, pre-para, desenvolve e avalia as acções de formação.

17 — Serviços técnicos e manutenção

1 — Director de serviços técnicos. — É o trabalhador res-ponsável pela supervisão e coordenação de todo o equi-pamento e instalações da empresa, sua manutenção ereparação, designadamente no que respeita à refrigeração,caldeiras, instalação eléctrica e serviços gerais. Supervi-siona e coordena o pessoal adstrito aos serviços técnicos,prestando-lhe toda a assistência técnica necessária emordem a aumentar a sua eficiência, designadamente noque respeita à prevenção de acidentes, combate a incên-dios, inundações e paralisação de equipamento. Programaos trabalhos de manutenção e reparação, tanto internoscomo externos, de modo a fornecer indicações precisassobre o estado de conservação e utilização do equipa-mento e instalações. Elabora planos de rotina, supervi-sionando o seu cumprimento, e é o responsável pela veri-ficação dos materiais necessários à manutenção de todoo equipamento. Elabora e coordena os horários dos ser-viços e colabora com outros directores e ou chefes dedepartamento para realização da sua actividade.

2 — Chefe de serviços técnicos. — É o trabalhador téc-nico que dirige, coordena e orienta o funcionamentodos serviços de manutenção, de conservação ou técnicosde uma empresa.

3 — Electromecânico em geral. — É o trabalhador quemonta, instala, afina, repara e procede à manutenção

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dos componentes eléctricos e mecânicos de circuitos,equipamentos, aparelhos e sistemas em centros de pro-dução de energia, em edifícios e instalações fabris eoutros locais de utilização. Lê e interpreta o esquemae as especificações técnicas referentes ao trabalho a rea-lizar, monta os componentes eléctricos e mecânicos uti-lizando ferramentas adequadas, prepara e liga os fiose os cabos eléctricos a fim de efectuar a instalação doscircuitos e dos periféricos, verifica a montagem e a ins-talação utilizando aparelhos de ensaio e de medida afim de detectar eventuais anomalias, desmonta quandonecessário os componentes avariados, repara ou subs-titui as pegas e ou materiais deficientes consoante otipo de avaria, eléctrica, mecânica ou electrónica, exe-cuta ensaios e afinações de equipamentos, circuitos eléc-tricos, aparelhagem de comando e protecção, sinalizaçãoe controlo utilizando aparelhagem de ensaio e demedida, eléctrica e electrónica, pode executar trabalhosde montagem, conservação e reparação de equipamen-tos e instalações eléctricas de alta ou de baixa tensões.

4 — Operário polivalente. — É o trabalhador que, sobas ordens do electromecânico em geral, executa tarefassimples de electricidade, canalização, pintura, mecânica,carpintaria, serralharia, pequenos trabalhos de constru-ção civil e outros trabalhos próprios da secção.

18 — Garagens

1 — Encarregado geral de garagens. — É o trabalhadorque nas garagens e estações de serviço atende os clientes,ajusta contratos, regula o expediente geral, cobra e pagafacturas, faz compras, orienta o movimento interno, fis-caliza o pessoal e substitui o empregador.

2 — Empregado de garagem. — É o trabalhador queatende os clientes e anota o serviço a efectuar nas gara-gens e estações de serviço e cobra lavagens, lubrificaçõese mudanças de óleo. Procede à lavagem e lubrificaçãoe mudança de óleos de veículos automóveis, desmon-tagem e montagem de pneumáticos, reparação de furose é responsável pela conservação do material que lheestá entregue e bem assim zelar pelo bom aspecto elimpeza da sua acção. Quando maior de 18 anos faza venda e o abastecimento de carburante e todos osdemais produtos ligados à actividade, competindo-lheainda cuidar da limpeza das bombas e de todas as áreaspor elas ocupadas. Quando maior de 21 anos, é a quemestá confiada a vigilância das garagens, estações de ser-viço e das viaturas nelas recolhidas, bem como do mate-rial e máquinas.

19 — Rodoviários

1 — Chefe de movimento. — É o trabalhador quecoordena o movimento de transportes subordinando-oaos diversos interesses sectoriais. É o responsável pelamanutenção e conservação das viaturas e controla osconsumos.

2 — Expedidor. — É o trabalhador que orienta, dirigee coordena o sector de transportes, bem como os moto-ristas e demais trabalhadores ligados ao serviço.

3 — Motorista. — É o trabalhador que, possuindolicença de condução como profissional, conduz veículosautomóveis, zela pela conservação do veículo e pela

carga que transporta, orientando e colaborando na res-pectiva carga e descarga.

4 — Ajudante de motorista. — É o trabalhador queacompanha o veículo, competindo-lhe auxiliar o moto-rista na manutenção da viatura, vigia e indica as mano-bras colaborando nas operações de carga e descarga.

20 — Embarcações

1 — Motorista marítimo. — É o trabalhador respon-sável pela condução, manutenção e conservação dasmáquinas e demais aparelhagem mecânica existente abordo da embarcação a cuja tripulação pertence.

2 — Mestre. — É o trabalhador que, legalmente habi-litado, comanda e chefia a embarcação onde prestaserviço.

3 — Marinheiro. — É o trabalhador que a bordo deuma embarcação desempenha as tarefas que lhe foremdestinadas pelo mestre ou arrais, nomeadamente o ser-viço de manobras de atracção e desatracção, limpezada embarcação e trabalho de conservação, limpeza daembarcação e trabalho de conservação. Quando habi-litado, pode substituir o mestre ou o arrais nas respec-tivas ausências, faltas ou impedimentos.

21 — Salas de bingo

1 — Chefe de sala. — É o trabalhador a quem com-pete a chefia e o controlo global do funcionamento dasala, tomando as decisões relativas à marcha das váriasoperações de acordo com as normas técnicas de jogodo bingo e marcando o ritmo adequado das mesmas,será o responsável pelo correcto funcionamento de todosos mecanismos, instalações e serviços e será ainda osuperior hierárquico do pessoal de serviço na sala eo responsável pela escrita e contabilidade especial dojogo.

2 — Adjunto de chefe de sala. — É o trabalhador quecoadjuva o chefe de sala na execução das suas funções,sendo especialmente responsável pela fiscalização dasbolas e cartões, contabilizará os cartões vendidos emcada jogada, determinando os quantitativos dos prémios,verificará os cartões premiados, do que informará emvoz alta os jogadores, responderá individualmente aospedidos de informação ou reclamações feitos pelos joga-dores, registando tudo isto, assim como os incidentesque ocorram, em acta, que assinará e apresentará à assi-natura do chefe de sala.

3 — Caixa fixo. — É o trabalhador que terá a seucargo a guarda dos cartões, entregando-os ordenada-mente aos vendedores, recolherá o dinheiro obtido dasvendas e pagará os prémios aos vencedores.

4 — Caixa auxiliar volante. — É o trabalhador querealizará a venda directa dos cartões, podendo anunciaros números extraídos.

5 — Controlador de entradas — É o trabalhador queprocederá à identificação dos frequentadores e vendados bilhetes de ingresso, competindo-lhe ainda fiscalizaras entradas.

6 — Porteiro. — É o responsável pela regularidade daentrada dos frequentadores nas salas, devendo exigir

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sempre a apresentação do bilhete de acesso, inutilizan-do-o e devolvendo-o ao frequentador, que deverá guar-dá-lo enquanto permanecer na sala de jogo do bingoa fim de poder exibi-lo se lhe for exigido, deverá aindao porteiro, quando haja dúvidas sobre a maioridade dofrequentador, exigir-lhe a apresentação de documentode identidade.

22 — Categorias diversas

1 — Encarregado de jardins. — É o trabalhador quecoordena e dirige uma equipa de jardineiros, com quemcolabora, sendo o responsável pela manutenção e con-servação das áreas ajardinadas. Pode dirigir trabalhosde limpeza das zonas exteriores dos estabelecimentose proceder a outras tarefas que lhe sejam atribuídas.

2 — Florista. — É a trabalhadora que se ocupa dosarranjos florais nos estabelecimentos e das lojas de floresonde existam.

3 — Jardineiro. — É o trabalhador que se ocupa doarranjo e conservação dos jardins, piscinas, arruamentose demais zonas exteriores dos estabelecimentos.

4 — Vigilante de crianças sem funções pedagógi-cas. — É o trabalhador que vigia e cuida das criançasem instalações apropriadas para o efeito.

5 — Empregado de turismo de espaço rural (estabele-cimentos com menos de 10 quartos). — É o trabalhadorque, nos estabelecimentos de turismo rural, excluindohotéis rurais, trata do asseio e decoração dos quartos,prepara e serve refeições.

Nota. — Aos trabalhadores mais antigos ou com cate-goria profissional mais elevada, qualquer que seja o sec-tor ou secção, cabe executar as tarefas mais especia-lizadas da sua categoria profissional.

ANEXO V

Regulamento do trabalhador-estudante

1.o

Qualificação do trabalhador-estudante

Para os efeitos do presente regulamento, considera-setrabalhador-estudante todo o trabalhador que frequentequalquer grau de ensino oficial ou equivalente.

2.o

Facilidades para frequência de aulas

1 — As empresas devem elaborar horários de traba-lho específicos para os trabalhadores-estudantes, comflexibilidade ajustáveis à frequência das aulas e à ine-rente deslocação para os respectivos estabelecimentosde ensino.

2 — Quando não seja possível a aplicação do regimeprevisto no número anterior, o trabalhador-estudanteserá dispensado até seis horas semanais, sem perda deretribuição ou de qualquer outra regalia, se assim oexigir o respectivo horário escolar.

3 — A opção entre os regimes previstos nos númerosanteriores será objecto de acordo entre a entidade

empregadora, os trabalhadores interessados e as estru-turas representativas dos trabalhadores, de modo quenão sejam prejudicados os direitos dos trabalhadores--estudantes nem perturbado o normal funcionamentodas empresas.

4 — A dispensa de serviço para frequência de aulasprevista no n.o 2 deste artigo poderá ser utilizada deuma só vez ou fraccionadamente e dependente doperíodo de trabalho semanal, nos seguintes termos:

a) Duração do trabalho até trinta e seis horas —dispensa até quatro horas;

b) Duração do trabalho de trinta e seis e trintae nove horas — dispensa até cinco horas;

c) Duração do trabalho superior a trinta e novehoras — dispensa até seis horas.

3.o

Regime de turnos

1 — O trabalhador-estudante que preste serviço emregime de turnos tem os direitos conferidos no artigoanterior sempre que exista possibilidade de se procederao ajustamento dos horários ou dos períodos de trabalhode modo a não impedir o normal funcionamento daqueleregime.

2 — No caso em que não seja possível a aplicaçãodo disposto no número anterior, o trabalhador temdireito de preferência na ocupação de postos de trabalhocompatíveis com a sua aptidão profissional e com a pos-sibilidade de participação nas aulas que se proponhafrequentar.

4.o

Suspensão e cessação das facilidades para frequência das aulas

1 — Os direitos dos trabalhadores-estudantes consig-nados nos n.os 2 e 4 do artigo 2.o podem ser suspensosaté ao final do ano lectivo quando tenham sido utilizadospara fins diversos dos aí previstos.

2 — Os direitos referidos no número anterior cessamdefinitivamente quando o trabalhador:

a) Reincidir na utilização abusiva da regalia pre-vista no artigo 2.o, n.os 2 e 4;

b) Não tiver aproveitamento em dois anos con-secutivos ou três interpolados, nos termos don.o 3 do artigo 9.o do presente regulamento.

5.o

Prestação de exames ou provas de avaliação

1 — O trabalhador-estudante tem direito a ausen-tar-se, sem perda de vencimento ou qualquer outra rega-lia, para prestação de exame ou provas de avaliação,nos seguintes termos:

a) Por cada disciplina, dois dias para a provaescrita, mais dois dias para a respectiva oral,sendo um o da realização da prova e o outroimediatamente anterior, incluindo sábados,domingos e feriados;

b) No caso de provas em dias consecutivos ou demais de uma prova no mesmo dia, os dias ante-riores serão tantos quantos os exames a efectuar,aí se incluindo sábados, domingos e feriados;

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c) Nos casos em que os exames finais tenham sidosubstituídos por testes ou provas de avaliaçãode conhecimentos, as ausências referidas pode-rão verificar-se desde que, traduzindo-se estasnum crédito de quatro dias por disciplina, nãoseja ultrapassado este limite nem o limitemáximo de dois dias por cada prova, observan-do-se em tudo o mais disposto nas alíneasanteriores.

2 — Consideram-se justificadas as faltas dadas pelostrabalhadores-estudantes na estrita medida das neces-sidades impostas pelas deslocações para prestar provasde exame ou de avaliação de conhecimentos.

3 — As entidades empregadoras podem exigir a todoo tempo prova de necessidade das referidas deslocaçõese do horário das provas de exame ou de avaliação deconhecimentos.

6.o

Férias e licenças

1 — Os trabalhadores-estudantes têm direito a mar-car as férias de acordo com as necessidades escolares,salvo se daí resultar comprovada incompatibilidade como plano de férias do empregador.

2 — Os trabalhadores-estudantes têm direito ao gozointerpolado de 15 dias de férias à sua livre escolha, salvono caso de incompatibilidade resultante do encerra-mento para férias do estabelecimento ou do serviço.

3 — Em cada ano civil, os trabalhadores-estudantespodem utilizar, seguida ou interpoladamente, até seisdias úteis de licença, com desconto no vencimento massem perda de qualquer outra regalia, desde que o requei-ram com a antecedência de um mês.

7.o

Efeitos profissionais da valorização escolar

1 — Ao trabalhador-estudante devem ser proporcio-nadas oportunidades de promoção profissional ade-quada à valorização obtida por efeito de cursos ouconhecimentos adquiridos, não sendo, todavia, obriga-tória a reclassificação profissional por simples obtençãodesses cursos ou conhecimentos.

2 — Têm preferência, em igualdade de condições, nopreenchimento de cargos para que se achem habilitadospor virtude dos cursos ou conhecimentos adquiridostodos os trabalhadores que os tenham obtido na qua-lidade de trabalhador-estudante.

8.o

Isenções e regalias nos estabelecimentos de ensino

1 — Os trabalhadores-estudantes não estão sujeitosa quaisquer normas que obriguem à frequência de umnúmero mínimo de disciplinas ou cadeiras de determi-nado curso ou que impliquem mudança de estabele-cimento de ensino por falta de aproveitamento.

2 — Os trabalhadores-estudantes não estão aindasujeitos a quaisquer disposições legais que façam depen-

der o aproveitamento escolar da frequência de umnúmero de aulas por disciplina ou cadeira.

9.o

Requisitos para a fruição de regalias

1 — Para beneficiar das regalias estabelecidas nesteregulamento, incumbe ao trabalhador-estudante:

a) Junto à entidade empregadora, fazer prova dasua condição de estudante, apresentar o res-pectivo horário escolar, comprovar a assidui-dade às aulas, no fim de cada período e o apro-veitamento escolar em cada ano;

b) Junto ao estabelecimento de ensino, comprovara sua qualidade de trabalhador.

2 — Para poder continuar a usufruir das regalias pre-vistas neste regulamento, deve o trabalhador-estudanteconcluir com aproveitamento, nos termos do númeroseguinte, o ano escolar ao abrigo de cuja frequênciabeneficiaria dessas mesmas regalias.

3 — Para os efeitos do número anterior, considera-seaproveitamento escolar o trânsito de ano ou a aprovaçãoem pelo menos metade das disciplinas em que o tra-balhador-estudante estiver matriculado, arredondan-do-se por defeito este número quando necessário, con-siderando-se falta de aproveitamento a desistênciavoluntária de qualquer disciplina, excepto se justificadapor doença prolongada ou impedimento legal.

10.o

Excesso de candidatos à frequência de cursos

Sempre que o número de pretensões formuladas portrabalhadores-estudantes no sentido de lhes ser aplicadoo disposto no artigo 2.o do presente regulamento serevelar, manifesta e comprovadamente, comprometedordo funcionamento normal da entidade empregadora,fazer-se-á por acordo entre os trabalhadores interes-sados, a hierarquia e a estrutura representativa dos tra-balhadores o número de condições em que serão defe-ridas as pretensões apresentadas.

ANEXO VI

Formação profissional

1.o

Princípios gerais

1 — Os trabalhadores têm direito à formação pro-fissional inicial e à aprendizagem ao longo da vida.

2 — As empresas devem elaborar em cada ano planosde formação nos termos legais.

3 — As empresas obrigam-se a passar certificados defrequência e de aproveitamento das acções de formaçãoprofissional por si promovidas.

4 — As acções de formação devem ocorrer duranteo horário de trabalho, sempre que possível, sendo otempo nelas despendido, para todos os efeitos, consi-derado como tempo de trabalho.

5 — As empresas em que o trabalhador adquire novaqualificação profissional ou grau académico por apro-

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vação em curso de formação profissional ou escolar cominteresse para a entidade empregadora têm preferênciano preenchimento de vagas ou na carreira que corres-ponde à formação ou educação adquirida.

2.o

Planos de formação

1 — A empresa elabora anualmente planos de for-mação.

2 — O plano de formação deve prever as acções deformação a desenvolver e os números de trabalhadoresa abranger.

3 — O plano de formação abrange as acções de for-mação necessárias:

a) À actualização e melhoria dos conhecimentose das competências dos trabalhadores, visandoo seu aperfeiçoamento profissional, numa pers-pectiva de aprendizagem ao longo da vida;

b) À adaptação dos trabalhadores a novas tecno-logias ou a novos métodos ou processos detrabalho;

c) Às medidas de reconversão e de reciclagem;d) À melhoria do nível de educação básica, tendo

em vista atingir, no mínimo, o 9.o ano deescolaridade;

e) A formações pós-básicas nos termos do artigo 5.o;f) A permitir a frequência de cursos profissionais

de interesse para a empresa.

4 — O plano de formação deverá no mínimo abranger10% dos trabalhadores e um número mínimo de trintae cinco horas de formação certificada em cada ano.

5 — As horas de formação podem ser transformadasem créditos cumulados ao longo de um período máximode três anos, quando as acções de formação não foremorganizadas pela empresa, por motivos que lhes sejamimputáveis.

6 — A comissão de trabalhadores ou na sua falta acomissão sindical ou intersindical ou os delegados sin-dicais têm o direito de informação e de consulta préviasobre os planos de formação da empresa.

3.o

Formação de reconversão

1 — A empresa promoverá acções de formação pro-fissional de requalificação e de reconversão por razões:

a) Determinadas por condições de saúde do tra-balhador que imponham incapacidades ou limi-tações no exercício das respectivas funções;

b) Determinadas por necessidades de reorganiza-ção de serviços ou por modificações tecnológicase sempre que se demonstre a inviabilidade demanutenção de certas categorias profissionais.

2 — Da requalificação ou reconversão não pode resul-tar baixa de remuneração ou perda de quaisquer bene-fícios, garantias ou regalias de carácter geral.

4.o

Cláusulas de formação nos contratos de trabalho para jovens

1 — As empresas sempre que admitam trabalhadorescom menos de 18 anos sem a escolaridade mínima obri-gatória assegurarão, directamente ou com o apoio doIEFP, a frequência de formação profissional ou de edu-cação que garanta a aquisição daquela escolaridade euma qualificação de, pelo menos, o nível II.

2 — O horário de trabalho, para efeitos do númeroanterior, é reduzido em metade do período normal detrabalho que vigorar na empresa.

5.o

Formação pós-básica

1 — Os trabalhadores com licenciaturas e bachare-latos poderão ter acesso a ausências ao serviço parafrequência de cursos de pós-graduação, especializaçãoe complementar ou equivalente pelo tempo necessárioà frequência do curso.

2 — O previsto no número anterior poderá igual-mente ser atribuído para frequência de disciplinas ouestágios que visem a concessão de equivalência a cursospós-básicos.

3 — A ausência de serviço sem perda de retribuiçãoé autorizada mediante requerimento dos interessadose confere o direito à ausência ao serviço pelo temponecessário à frequência do curso caso não seja possívela atribuição de um horário compatível com a frequênciado mesmo.

4 — O trabalhador que beneficie da ausência de ser-viço sem perda de retribuição assume o compromissode exercer funções para a empresa por um período detrês anos após a conclusão do curso, sob pena de indem-nizar a empresa pelo montante por esta despendido comas suas remunerações durante o período em que fre-quentou o curso.

ANEXO VII

Segurança, higiene e saúde no trabalho

1.o

Princípios gerais

1 — O trabalhador tem direito à prestação de tra-balho em condições de segurança, higiene e saúde asse-guradas pelo empregador.

2 — O empregador é obrigado a organizar as acti-vidades de segurança, higiene e saúde no trabalho quevisem a prevenção de riscos profissionais e a promoçãoda saúde do trabalhador.

3 — A execução de medidas em todas as fases daactividade da empresa destinadas a assegurar a segu-rança e saúde no trabalho assenta nos seguintes prin-cípios de prevenção:

a) Planificação e organização da prevenção de ris-cos profissionais;

b) Eliminação dos factores de risco e de acidente;c) Avaliação e controlo dos riscos profissionais;

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d) Informação, formação, consulta e participaçãodos trabalhadores e seus representantes;

e) Promoção e vigilância da saúde dos trabalha-dores.

SECÇÃO I

Obrigações gerais do empregador e do trabalhador

2.o

Obrigações gerais do empregador

1 — O empregador é obrigado a assegurar aos tra-balhadores condições de segurança, higiene e saúde emtodos os aspectos relacionados com o trabalho.

2 — Para efeitos do disposto no número anterior, oempregador deve aplicar as medidas necessárias, tendoem conta os seguintes princípios de prevenção:

a) Proceder, na concepção das instalações, doslocais e processos de trabalho, à identificaçãodos riscos previsíveis, combatendo-os na origem,anulando-os ou limitando os seus efeitos, porforma a garantir um nível eficaz de protecção;

b) Integrar no conjunto das actividades da empresa,estabelecimento ou serviço e a todos os níveisa avaliação dos riscos para a segurança e saúdedos trabalhadores, com a adopção de conve-nientes medidas de prevenção;

c) Assegurar que as exposições aos agentes quí-micos, físicos e biológicos nos locais de trabalhonão constituam risco para a saúde dos tra-balhadores;

d) Planificar a prevenção na empresa, estabeleci-mento ou serviço num sistema coerente quetenha em conta a componente técnica, a orga-nização do trabalho, as relações sociais e os fac-tores materiais inerentes ao trabalho;

e) Ter em conta na organização dos meios nãosó os trabalhadores como também terceiros sus-ceptíveis de serem abrangidos pelos riscos darealização dos trabalhos quer nas instalaçõesquer no exterior;

f) Dar prioridade à protecção colectiva em relaçãoàs medidas de protecção individual;

g) Organizar o trabalho procurando, designada-mente, eliminar os efeitos nocivos do trabalhomonótono e do trabalho cadenciado sobre asaúde dos trabalhadores;

h) Assegurar a vigilância adequada da saúde dostrabalhadores em função dos riscos a que seencontram expostos no local de trabalho;

i) Estabelecer, em matéria de primeiros socorros,de combate a incêndios e de evacuação de tra-balhadores, as medidas que devem ser adoptadase a identificação dos trabalhadores responsáveispela sua aplicação, bem como assegurar os con-tactos necessários com as entidades exteriorescompetentes para realizar aquelas operações eas de emergência médica;

j) Permitir unicamente a trabalhadores com apti-dão e formação adequadas e apenas quando edurante o tempo necessário o acesso a zonasde risco grave;

k) Adoptar medidas e dar instruções que permitamaos trabalhadores, em caso de perigo grave eiminente que não possa ser evitado, cessar a

sua actividade ou afastar-se imediatamente dolocal de trabalho sem que possam retomar aactividade enquanto persistir esse perigo, salvoem casos excepcionais e desde que asseguradaa protecção adequada;

l) Substituir o que é perigoso pelo que é isentode perigo ou menos perigoso;

m) Dar instruções adequadas aos trabalhadores;n) Ter em consideração se os trabalhadores têm

conhecimentos e aptidões em matérias de segu-rança e saúde no trabalho que lhes permitamexercer com segurança as tarefas de que osincumbir.

3 — Na aplicação das medidas de prevenção, oempregador deve mobilizar os meios necessários,nomeadamente nos domínios da prevenção técnica, daformação e da informação, e os serviços adequados,internos ou exteriores à empresa, estabelecimento ouserviço, bem como o equipamento de protecção quese torne necessário utilizar, tendo em conta, em qualquercaso, a evolução da técnica.

4 — Quando várias empresas, estabelecimentos ouserviços desenvolvam, simultaneamente, actividadescom os respectivos trabalhadores no mesmo local detrabalho, devem os empregadores, tendo em conta anatureza das actividades que cada um desenvolve, coo-perar no sentido da protecção da segurança e da saúde,sendo as obrigações asseguradas pelas seguintes enti-dades:

a) A empresa utilizadora, no caso de trabalhadoresem regime de trabalho temporário ou de cedên-cia de mão-de-obra;

b) A empresa em cujas instalações os trabalhadoresprestam serviço;

c) Nos restantes casos, a empresa adjudicatária daobra ou serviço, para o que deve assegurar acoordenação dos demais empregadores atravésda organização das actividades de segurança,higiene e saúde no trabalho, sem prejuízo dasobrigações de cada empregador relativamenteaos respectivos trabalhadores.

5 — O empregador deve na empresa, estabelecimentoou serviço observar as prescrições legais e as estabe-lecidas neste instrumento de regulamentação colectivade trabalho, assim como as directrizes das entidadescompetentes respeitantes à segurança, higiene e saúdeno trabalho.

3.o

Obrigações gerais do trabalhador

1 — Constituem obrigações dos trabalhadores:

a) Cumprir as prescrições de segurança, higienee saúde no trabalho estabelecidas nas disposi-ções legais e neste instrumentos de regulamen-tação colectiva de trabalho, bem como as ins-truções determinadas com esse fim pelo empre-gador;

b) Zelar pela sua segurança e saúde, bem comopela segurança e saúde das outras pessoas quepossam ser afectadas pelas suas acções ou omis-sões no trabalho;

c) Utilizar correctamente e segundo as instruçõestransmitidas pelo empregador máquinas, apa-

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relhos, instrumentos, substâncias perigosas eoutros equipamentos e meios postos à sua dis-posição, designadamente os equipamentos deprotecção colectiva e individual, bem como cum-prir os procedimentos de trabalho estabelecidos;

d) Cooperar na empresa, estabelecimento ou ser-viço para a melhoria do sistema de segurança,higiene e saúde no trabalho;

e) Comunicar imediatamente ao superior hierár-quico ou, não sendo possível, aos trabalhadoresque tenham sido designados para se ocuparemde todas ou algumas das actividades de segu-rança, higiene e saúde no trabalho as avariase deficiências por si detectadas que se lhe afi-gurem susceptíveis de originar perigo grave eiminente, assim como qualquer defeito verifi-cado nos sistemas de protecção;

f) Em caso de perigo grave e iminente, não sendopossível estabelecer contacto imediato com osuperior hierárquico ou com os trabalhadoresque desempenhem funções específicas nosdomínios da segurança, higiene e saúde no localde trabalho, adoptar as medidas e instruçõesestabelecidas para tal situação.

2 — Os trabalhadores não podem ser prejudicadospor causa dos procedimentos adoptados na situaçãoreferida na alínea f) do número anterior, nomeadamenteem virtude de, em caso de perigo grave e iminente quenão possa ser evitado, se afastarem do seu posto detrabalho ou de uma área perigosa ou tomarem outrasmedidas para a sua própria segurança ou a de terceiros.

3 — Se a conduta do trabalhador tiver contribuídopara originar a situação de perigo, o disposto no númeroanterior não prejudica a sua responsabilidade, nos ter-mos gerais.

4 — As medidas e actividades relativas à segurança,higiene e saúde no trabalho não implicam encargosfinanceiros para os trabalhadores.

5 — As obrigações dos trabalhadores no domínio dasegurança e saúde nos locais de trabalho não excluema responsabilidade do empregador pela segurança e asaúde daqueles em todos os aspectos relacionados como trabalho.

SECÇÃO II

Direito à informação, consulta e formação

4.o

Informação e consulta dos trabalhadores

1 — Os trabalhadores, assim como os seus represen-tantes na empresa, estabelecimento ou serviço, devemdispor de informação actualizada sobre:

a) Os riscos para a segurança e saúde, bem comoas medidas de protecção e de prevenção e aforma como se aplicam, relativos quer ao postode trabalho ou função quer, em geral, à empresa,estabelecimento ou serviço;

b) As medidas e as instruções a adoptar em casode perigo grave e iminente;

c) As medidas de primeiros socorros, de combatea incêndios e de evacuação dos trabalhadores

em caso de sinistro, bem como os trabalhadoresou serviços encarregados de as pôr em prática.

2 — Sem prejuízo da formação adequada, a informa-ção a que se refere o número anterior deve ser sempreproporcionada ao trabalhador nos seguintes casos:

a) Admissão na empresa;b) Mudança de posto de trabalho ou de funções;c) Introdução de novos equipamentos de trabalho

ou alteração dos existentes;d) Adopção de uma nova tecnologia;e) Actividades que envolvam trabalhadores de

diversas empresas.

3 — O empregador deve consultar por escrito e, pelomenos, duas vezes por ano, previamente ou em tempoútil, os representantes dos trabalhadores ou, na sua falta,os próprios trabalhadores sobre:

a) A avaliação dos riscos para a segurança e saúdeno trabalho, incluindo os respeitantes aos gru-pos de trabalhadores sujeitos a riscos especiais;

b) As medidas de segurança, higiene e saúde antesde serem postas em prática ou, logo que sejapossível, em caso de aplicação urgente dasmesmas;

c) As medidas que, pelo seu impacte nas tecno-logias e nas funções, tenham repercussão sobrea segurança, higiene e saúde no trabalho;

d) O programa e a organização da formação nodomínio da segurança, higiene e saúde notrabalho;

e) A designação e a exoneração dos trabalhadoresque desempenhem funções específicas nosdomínios da segurança, higiene e saúde no localde trabalho;

f) A designação dos trabalhadores responsáveispela aplicação das medidas de primeiros socor-ros, de combate a incêndios e de evacuação detrabalhadores, a respectiva formação e o mate-rial disponível;

g) O recurso a serviços exteriores à empresa oua técnicos qualificados para assegurar o desen-volvimento de todas ou parte das actividadesde segurança, higiene e saúde no trabalho;

h) O material de protecção que seja necessárioutilizar;

i) As informações referidas na alínea a) do n.o 1;j) A lista anual dos acidentes de trabalho mortais

e dos que ocasionem incapacidade para o tra-balho superior a três dias úteis, elaborada atéao final de Março do ano subsequente;

k) Os relatórios dos acidentes de trabalho;l) As medidas tomadas de acordo com o disposto

nos n.os 6 e 9.

4 — Os trabalhadores e os seus representantes podemapresentar propostas de modo a minimizar qualquerrisco profissional.

5 — Para efeitos do disposto nos números anteriores,deve ser facultado o acesso:

a) Às informações técnicas objecto de registo eaos dados médicos colectivos não individua-lizados;

b) Às informações técnicas provenientes de ser-viços de inspecção e outros organismos com-

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petentes no domínio da segurança, higiene esaúde no trabalho.

6 — O empregador deve informar os trabalhadorescom funções específicas no domínio da segurança,higiene e saúde no trabalho sobre as matérias referidasnas alíneas a), b), h), j) e l) do n.o 3 e no n.o 5 desteartigo.

7 — As consultas, respectivas respostas e propostasreferidas nos n.os 3 e 4 deste artigo devem constar deregisto em livro próprio organizado pela empresa.

8 — O empregador deve informar os serviços e ostécnicos qualificados exteriores à empresa que exerçamactividades de segurança, higiene e saúde no trabalhosobre os factores que reconhecida ou presumivelmenteafectam a segurança e saúde dos trabalhadores e asmatérias referidas nas alíneas a) do n.o 1 e f) do n.o 3deste artigo.

9 — A empresa em cujas instalações os trabalhadoresprestam serviço deve informar os respectivos empre-gadores sobre as matérias referidas nas alíneas a) don.o 1 e f) do n.o 3 deste artigo, devendo também serassegurada informação aos trabalhadores.

5.o

Formação dos trabalhadores

1 — O trabalhador deve receber uma formação ade-quada no domínio da segurança, higiene e saúde notrabalho tendo em atenção o posto de trabalho e o exer-cício de actividades de risco elevado.

2 — Aos trabalhadores e seus representantes, desig-nados para se ocuparem de todas ou algumas das acti-vidades de segurança, higiene e saúde no trabalho, deveser assegurada pelo empregador a formação permanentepara o exercício das respectivas funções.

3 — A formação dos trabalhadores da empresa sobresegurança, higiene e saúde no trabalho deve ser asse-gurada de modo que não possa resultar prejuízo paraos mesmos.

4 — O empregador deve formar, em número sufi-ciente, tendo em conta a dimensão da empresa e osriscos existentes, os trabalhadores responsáveis pela apli-cação das medidas de primeiros socorros, de combatea incêndios e de evacuação de trabalhadores, bem comofacultar-lhes material adequado.

6.o

Formação dos representantes dos trabalhadores

1 — O empregador deve proporcionar condições paraque os representantes dos trabalhadores para a segu-rança, higiene e saúde no trabalho recebam formaçãoadequada, concedendo, se necessário, licença com retri-buição ou sem retribuição nos casos em que outra enti-dade atribua aos trabalhadores um subsídio específico.

2 — Para efeitos do disposto no número anterior, oempregador e as respectivas associações representativaspodem solicitar o apoio dos serviços públicos compe-

tentes quando careçam dos meios e condições neces-sários à realização da formação, bem como as estruturasde representação colectiva dos trabalhadores no que serefere à formação dos respectivos representantes.

SECÇÃO III

Saúde no trabalho e primeiros socorros

7.o

Exames de saúde

1 — O empregador deve promover a realização deexames de saúde tendo em vista verificar a aptidão físicae psíquica do trabalhador para o exercício da actividade,bem como a repercussão desta e das condições em queé prestada na saúde do mesmo.

2 — Sem prejuízo do disposto na lei, devem ser rea-lizados os exames de saúde seguintes.

3 — Exames de admissão, antes do início da prestaçãode trabalho ou se a urgência da admissão o justificarnos 15 dias seguintes.

4 — Exames periódicos anuais para os menores e paraos trabalhadores com idade superior a 50 anos e dedois em dois anos para os restantes trabalhadores.

5 — Exames ocasionais, sempre que haja alteraçõessubstanciais nos componentes materiais de trabalho quepossam ter repercussão nociva na saúde do trabalhadorou quando haja indícios de surtos, bem como no casode regresso ao trabalho depois de uma ausência superiora 60 dias por motivo de doença ou acidente.

6 — Para completar a observação e formular uma opi-nião precisa sobre o estado de saúde do trabalhador,o médico do trabalho pode solicitar exames comple-mentares ou pareceres médicos especializados, sendoque os custos serão sempre suportados pela empresa.

7 — O médico do trabalho, face ao estado de saúdedo trabalhador e aos resultados da prevenção dos riscosprofissionais na empresa, pode reduzir ou aumentar aperiodicidade dos exames, devendo, contudo, realizá-losdentro do período em que está estabelecida a obriga-toriedade de novo exame.

8 — O médico do trabalho deve ter em consideraçãoo resultado de exames a que o trabalhador tenha sidosubmetido e que mantenham actualidade, devendo ins-tituir-se a cooperação necessária com o médico assis-tente.

9 — Os exames médicos serão realizados dentro dohorário normal de trabalho do trabalhador.

8.o

Primeiros socorros, combate a incêndios e evacuação de trabalhadores

A empresa ou estabelecimento, qualquer que seja aorganização dos serviços de segurança, higiene e saúdeno trabalho, deve ter uma estrutura interna que assegureas actividades de primeiros socorros, de combate a incên-dios e de evacuação de trabalhadores em situações de

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perigo grave e iminente, designando os trabalhadoresresponsáveis por essas actividades.

SECÇÃO IV

Representantes dos trabalhadores para a segurança, higienee saúde no trabalho

9.o

Representantes dos trabalhadores

1 — Os representantes dos trabalhadores para a segu-rança, higiene e saúde no trabalho são eleitos pelos tra-balhadores por voto directo e secreto segundo o prin-cípio da representação pelo método de Hondt.

2 — Só podem concorrer listas apresentadas pelasorganizações sindicais que tenham trabalhadores repre-sentados na empresa ou listas que se apresentem subs-critas, no mínimo, por 20 % dos trabalhadores daempresa, não podendo nenhum trabalhador subscreverou fazer parte de mais de uma lista.

3 — Cada lista deve indicar um número de candidatosefectivos igual ao dos lugares elegíveis e igual númerode candidatos suplentes.

4 — Os representantes dos trabalhadores não pode-rão exceder:

a) Empresas com menos de 61 trabalhadores — umrepresentante;

b) Empresas de 61 a 150 trabalhadores — doisrepresentantes;

c) Empresas de 151 a 300 trabalhadores — trêsrepresentantes;

d) Empresas de 301 a 500 trabalhadores — quatrorepresentantes;

e) Empresas de 501 a 1000 trabalhadores — cincorepresentantes;

f) Empresas de 1001 a 1500 trabalhadores — seisrepresentantes;

g) Empresas com mais de 1500 trabalhadores — seterepresentantes.

5 — O mandato dos representantes dos trabalhadoresé de três anos.

6 — A substituição dos representantes dos trabalha-dores só é admitida no caso de renúncia ou impedimentodefinitivo, cabendo a mesma aos candidatos efectivose suplentes pela ordem indicada na respectiva lista.

7 — Cada representante dos trabalhadores para asegurança, higiene e saúde no trabalho dispõe, para oexercício das suas funções, de um crédito de oito horaspor mês.

8 — O crédito de horas é referido ao período normalde trabalho e conta como tempo de serviço efectivo.

9 — O crédito de horas referido no n.o 7 é acumulávelcom créditos de horas de que o trabalhador beneficiepor integrar outras estruturas representativas dos tra-balhadores.

10 — As ausências dos representantes dos trabalha-dores para a segurança, higiene e saúde no trabalho

no desempenho das suas funções e que excedam o cré-dito de horas consideram-se faltas justificadas e contam,salvo para efeito de retribuição, como tempo de serviçoefectivo.

11 — As ausências a que se refere o número anteriorsão comunicadas, por escrito, com um dia de antece-dência, com referência às datas e ao número de diasde que os respectivos trabalhadores necessitam para oexercício das suas funções, ou, em caso de impossibi-lidade de previsão, nas quarenta e oito horas imediatasao 1.o dia de ausência.

10.o

Protecção em caso de procedimento disciplinar e despedimento

1 — A suspensão preventiva de representante dos tra-balhadores para a segurança, higiene e saúde no trabalhonão obsta a que o mesmo possa ter acesso aos locaise actividades que se compreendam no exercício normaldessas funções.

2 — O despedimento de trabalhador candidato arepresentante dos trabalhadores para a segurança,higiene e saúde no trabalho, bem como do que exerçaou haja exercido essas funções há menos de três anos,presume-se feito sem justa causa.

3 — No caso de o representante dos trabalhadorespara a segurança, higiene e saúde no trabalho ser des-pedido e ter sido interposta providência cautelar de sus-pensão do despedimento, esta só não é decretada seo tribunal concluir pela existência de probabilidade sériade verificação da justa causa invocada.

4 — As acções de impugnação judicial do despedi-mento de representante dos trabalhadores para a segu-rança, higiene e saúde no trabalho têm natureza urgente.

5 — Não havendo justa causa, o trabalhador despe-dido tem o direito de optar entre a reintegração naempresa e uma indemnização calculada no dobro daprevista no n.o 2 da cláusula 50.a desta CCT e nuncainferior à retribuição base e diuturnidades correspon-dentes a 12 meses.

11.o

Protecção em caso de transferência

Os representantes dos trabalhadores para a segu-rança, higiene e saúde no trabalho não podem ser trans-feridos de local de trabalho sem o seu acordo, salvoquando a transferência resultar da mudança total ouparcial do estabelecimento onde aqueles prestam ser-viço.

12.o

Apoio aos representantes dos trabalhadores

1 — Os órgãos de gestão das empresas devem pôrà disposição dos representantes dos trabalhadores paraa segurança, higiene e saúde no trabalho as instalaçõesadequadas bem como os meios materiais e técnicosnecessários ao desempenho das suas funções.

2 — Os representantes dos trabalhadores têm igual-mente direito a distribuir informação relativa à segu-rança, higiene e saúde no trabalho, bem como à sua

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afixação em local adequado que for destinado para esseefeito.

13.o

Reuniões com os órgãos de gestão da empresa

1 — Os representantes dos trabalhadores para a segu-rança, higiene e saúde no trabalho têm o direito dereunir periodicamente com o órgão de gestão daempresa para discussão e análise dos assuntos relacio-nados com a segurança, higiene e saúde no trabalho,devendo realizar-se, pelo menos, uma reunião em cadamês.

2 — Da reunião referida no número anterior é lavradaacta, que deve ser assinada por todos os presentes.

ANEXO VIII

Regulamento do certificado de competências

1.o

Âmbito

Todos os trabalhadores abrangidos por este CCTcujas categorias constem do anexo II, bem como as enti-dades empregadoras que exerçam actividade nos esta-belecimentos do sector do alojamento, restauração ebebidas, terão de possuir um certificado de competên-cias para o exercício das funções.

2.o

Objectivo, emissão, organização e administração

1 — O título profissional adiante designado por cer-tificado de competências tem por objectivo comprovara formação, experiência e qualificações profissionais.

2 — A sua emissão é da responsabilidade conjuntada FESAHT e da HRCENTRO.

3 — As partes constituirão, logo após a entrada emvigor do presente CCT, uma comissão permanente, aquem compete organizar e administrar os títulos emi-tidos no âmbito da certificação de competências.

3.o

Requisitos

1 — Sem prejuízo dos requisitos especiais previstosno n.o 2 deste artigo, o certificado de competências sópoderá ser atribuído a candidatos que preencham, cumu-lativamente, os seguintes requisitos gerais:

a) Preencham as condições mínimas de acesso àprofissão em termos de idade e de habilitaçõesliterárias;

b) Estejam em condições de saúde após a reali-zação de exames no momento de admissão.

2 — São requisitos específicos o exercício das funçõesreferentes às categorias profissionais constantes doanexo I e que preencham uma das seguintes condições:

a) Tenham mais de 6 meses do exercício efectivoda profissão na categoria que requerem;

b) Tenham concluído com aproveitamento umcurso de formação profissional reconhecido

para o efeito pela comissão permanente a quese refere o n.o 3 do artigo 2.o;

c) Não estando nas condições previstas nas alíneasanteriores, tenham sido aprovados em exameperante um júri composto por um representanteda HRCENTRO, um representante daFESAHT e um terceiro a nomear por acordodas partes.

3 — O exame a que se refere a alínea anterior deveráser constituído por:

a) Uma prova teórica que permita verificar se oscandidatos possuem os conhecimentos exigidos;

b) Uma prova prática que permita verificar se oscandidatos conseguem realizar de forma autó-noma as actividades que lhe estejam definidaspara a categoria profissional em causa.

4.o

Exames

A comissão permanente elaborará e aprovará umregulamento de exames, que definirá as matérias objectode avaliação, as fórmulas de pontuação e outras regrasde avaliação do candidato.

5.o

Candidaturas

1 — A obtenção do certificado de competências estádependente de um processo de avaliação, a cargo dojúri designado pela comissão permanente, composto por:

a) Análise curricular efectuada a partir dos dossiersde candidatura;

b) Entrevista dos candidatos.

2 — Quando pelas conclusões da análise curricularda entrevista o júri decida pela não atribuição do cer-tificado aos candidatos, podem estes requerer o exameprevisto na alínea c) do artigo 3.o do presente regu-lamento.

3 — A comissão permanente poderá dispensar aentrevista prevista na alínea b) do artigo anterior seda análise curricular resultar claro que o candidato estáapto a obter o respectivo título para a categoria quequer.

6.o

Modelo

1 — O modelo do certificado será aprovado pela mis-são permanente.

2 — Do modelo do certificado de competências deveconstar:

a) Identificação do titular;b) Categoria profissional;c) Número de beneficiário da segurança social do

titular;d) Número de contribuinte do titular;e) Entidade emissora do certificado;f) Identificação do estabelecimento onde exerce

a sua actividade;g) Denominação da entidade empregadora;h) Número de contribuinte da segurança social da

entidade empregadora;

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Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 32, 29/8/2006 3764

i) Número de contribuinte da pessoa colectiva daentidade empregadora;

j) Período de validade e renovação;k) Local para averbamentos de novas categorias;l) Local para averbamento de conhecimentos de

línguas;m) Local para averbamento de cursos de formação

profissional;n) Local para averbamento de entradas e saídas

em novas empresas;o) Local para averbamento de aptidão médica (a

preencher pelo médico da empresa);p) Local para colocar o número de associado do

sindicato, para o caso de estar associado;q) Número do respectivo certificado.

7.o

Averbamentos

1 — Sempre que houver alterações aos dados cons-tantes do certificado, deverão as mesmas ser comuni-cadas à comissão permanente para averbamento.

2 — O averbamento deverá ser feito no prazo máximode 30 dias após a apresentação do respectivo reque-rimento.

8.o

Extravio

No caso do extravio do certificado de competênciasdeverá o mesmo ser de imediato comunicado por escritoà comissão permanente, a qual, quando requerido, emi-tirá um novo certificado.

9.o

Validade

O certificado de competências é válido por cinco anos.

10.o

Renovação

A renovação do certificado está dependente da com-provação do exercício da actividade profissional do seutitular.

11.o

Apreensão

O certificado de competências poderá ser retiradosempre que tiver sido viciado, rasurado ou obtido pormeios ilícitos ou irregulares.

12.o

Obrigações das entidades empregadoras

1 — São obrigações das entidades empregadoras:

a) Dar prioridade na admissão aos trabalhadoresque possuam o certificado de competências;

b) Fornecer à comissão permanente todas as infor-mações que lhe forem solicitadas por esta;

c) Fornecer aos candidatos ao certificado todas asinformações e documentos necessários e indis-pensáveis para a emissão do certificado;

d) Registar, assinar e carimbar, no local próprioconstante do certificado, as datas de admissãoe cessação do contrato de trabalho dos respec-

tivos profissionais, bem como as categoriasexercidas;

e) Justificar e remunerar as faltas dadas pelos tra-balhadores para tratar de assuntos relacionadoscom a emissão e manutenção do certificado.

2 — No caso de encerramento da empresa ou no casode a entidade empregadora recusar o registo previstona alínea d) deste artigo, poderá a comissão permanentefazê-lo desde que o respectivo titular comprove a situa-ção perante esta.

13.o

Obrigações dos trabalhadores

São obrigações dos trabalhadores:

a) Requerer à comissão permanente a emissão docertificado fornecendo a esta as informações edocumentação necessárias e indispensáveis;

b) Manter o certificado em bom estado de con-servação;

c) Apresentá-los, sempre que requerido, às enti-dades competentes e à comissão permanente.

14.o

Competências da comissão permanente

1 — À comissão permanente prevista no n.o 3 doartigo 2.o deste regulamento compete, nomeadamente:

a) Elaborar o seu regulamento interno;b) Aprovar o modelo do certificado;c) Organizar e administrar todo o processo de atri-

buição do certificado;d) Aprovar um regulamento de exames;e) Apreciar e decidir sobre atribuição do cer-

tificado;f) Apreciar e decidir sobre averbamentos a fazer

no certificado;g) Averbamento da renovação;h) Organizar e manter actualizados os ficheiros,

arquivos e registos;i) Fixar o montante a cobrar pela emissão do

certificado;j) Exercer os poderes previstos no n.o 2 do

artigo 12.o;k) Exercer todas as demais funções previstas neste

regulamento.

2 — Para um bom exercício das suas funções, a comis-são permanente poderá criar comissões técnicas espe-cializadas, permanentes ou temporárias, às quais deter-minará as suas competências específicas.

15.o

Custos

1 — Os custos de apoio administrativo e outros serãosuportados pela Unihsnor Portugal.

2 — Os custos com os membros da comissão perma-nente, membros do júri e outros representantes, se oshouver, serão suportados por cada uma das partes,respectivamente.

3 — Os candidatos à obtenção do certificado de com-petências pagarão apenas o valor do custo do modeloque será fixado pela comissão permanente.

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16.o

Infracções

As infracções a este regulamento aplica-se a legislaçãoreferente à violação das restantes cláusulas do contratocolectivo de trabalho.

ANEXO IX

ANEXO X

Mapa de férias

ANEXO XI

Densidades

Quadros de densidades específicas

Hotéis de cinco e quatro estrelas, albergarias e hotéisde três e duas estrelas com mais de 60 quartos. Nestesestabelecimentos, é obrigatória a existência separada detodas as secções e nelas apenas poderá haver categorias

de grau inferior desde que haja, pelo menos, um pro-fissional em cada um e em todos os graus superioresda mesma secção, sem prejuízo do quadro de densidadesgeral. Não é obrigatória a existência de director de res-taurante nos hotéis de três e duas estrelas com maisde 60 quartos.

Quadros de densidades mínimas

1 — Recepção-portaria:1.1 — Nas secções de recepção observar-se-á o

seguinte quadro de densidades mínimas:

Número de trabalhadoresCategorias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Chefe de recepção/portaria . . . - - - - - 1 1 1 1 1Recepcionista/porteiro principal - - - - 1 1 1 1 1 2Recepcionista/porteiro de 1.a - - 1 1 1 1 2 2 3 3Recepcionista/porteiro de 2.a 1 2 2 3 3 3 3 4 4 4

1.2 — Nas recepções/portarias com mais de 10 recep-cionistas/porteiros observar-se-á, para os que excederemeste número, a mesma proporção. Porém, a categoriade chefe de recepção/porteiro será substituída pela desubchefe de recepção/portaria.

2 — Controlo:2.1 — Havendo secção de controlo com cinco ou mais

controladores, um será obrigatoriamente classificadocomo chefe de secção de controlo.

2.2 — Para este efeito não são contados os con-troladores-caixa.

3 — Andares:3.1 — Nos estabelecimentos com 12 ou mais empre-

gados de quartos, um será obrigatoriamente classificadocomo governante.

3.2 — Para além disso, haverá mais de um governantepara cada grupo de 15 empregados de quarto.

3.3 — Nos estabelecimentos onde haja cinco ou maisgovernantes de andares, um será obrigatoriamente clas-sificado como governante geral de andares.

3.4 — O número de empregados de andares/quartosdeverá ter em atenção a taxa média de ocupação dequarto do estabelecimento, não sendo exigível que cadaempregado de andares/quartos se ocupe individual-mente de mais de 15 unidades de alojamento. Porém,se aquelas tarefas forem exercidas em conjunto, man-ter-se-á aquela proporção, não sendo exigível que doisprofissionais se ocupem de mais de 30 unidades de alo-jamento e que três profissionais se ocupem de mais de45 unidades de alojamento.

4 — Mesas e snack:4.1 — Nos estabelecimentos com até 12 profissionais

de mesa ou snack observar-se-á o seguinte quadro dedensidades:

Número de trabalhadoresCategorias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Chefe de mesa/snack . . . - - - - - - - - - - - -Subchefe de mesa/snack

ou escanção . . . . . . . - - - - - - - - - 1 1 1Empregado de mesa/

snack de 1.a . . . . . . . . - - - 1 1 2 2 3 3 3 3 3Empregado de mesa/

snack de 2.a . . . . . . . . 1 2 3 3 4 4 5 5 6 6 6 7

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4.2 — Estas densidades não se aplicam aos estabe-lecimentos de bandeja.

4.3 — Havendo mais de 12 profissionais para os queexcederem este número, observar-se-ão as seguintesproporções:

Número de trabalhadoresCategorias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Chefe . . . . . . . . . . . . . . . . . . - - - - - - - - - - -Subchefe ou escanção . . . . - - - - - - - - - 1 1Empregado de 1.a . . . . . . . . - - - 1 1 2 2 3 3 3 3Empregado de 2.a . . . . . . . . 1 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7

4.4 — Também não se aplicam aos estabelecimentosde bandeja.

5 — Bares:5.1 — Nos bares com até 10 barmen observar-se-á o

quadro de densidades seguinte:

Número de trabalhadoresCategorias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Chefe de barman/barmaid . . . . - - - - - 1 1 1 1 1Barman/barmaid principal . . . . - - - - 1 1 1 1 1 1Barman/barmaid de 1.a . . . . . . . - - - 1 1 1 2 2 3 3Barman/barmaid de 2.a . . . . . . . 1 2 3 3 3 3 3 4 4 5

5.2 — Havendo mais de 10 barmen, observar-se-á amesma proporção. Porém, a categoria de chefe de barserá substituída pela de subchefe de bar.

5.3 — Nas unidades ou complexos hoteleiros ondehaja três ou mais bares ou dois e uma boîte existiráobrigatoriamente um supervisor de bares.

6 — Balcão. — A secção de balcão será obrigatoria-mente chefiada por um empregado de mesa de 1.a oupor um chefe de balcão quando haja 10 ou maisprofissionais.

7 — Cozinha:7.1 — O quadro de pessoal de cozinha deverá obede-

cer às seguintes densidades:

Número de trabalhadoresCategorias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Chefe de cozinha . . . . . - - - - - - - - - - - 1Subchefe de cozinha . . . - - - - - - - - - - 1 1Cozinheiro principal . . . - - - - - - - - - 1 1 1Cozinheiro de 1.a . . . . . - - - - - - - - 1 1 1 1Cozinheiro de 2.a . . . . . - - 1 1 1 2 3 3 3 3 3 3Cozinheiro de 3.a . . . . . 1 2 2 3 4 4 4 5 5 5 5 5

7.2 — Havendo mais de 12 cozinheiros, aplicar-se-ãoaos que excederam aquele número as seguintes den-sidades:

Número de trabalhadoresCategorias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Chefe de cozinha . . . . . . . . . . . - - - - - - - - - -Subchefe de cozinha . . . . . . . . . - - - - - - - - - 1Cozinheiro de 1.a . . . . . . . . . . . - - - - - - 1 1 1 1Cozinheiro de 2.a . . . . . . . . . . . - - 1 1 1 2 2 2 3 3Cozinheiro de 3.a . . . . . . . . . . . 1 2 2 3 4 4 4 5 5 5

7.3 — Densidades especiais mínimas nas cozinhas. —Na cozinha de cantinas e refeitórios não poderá havermais de três preparadores por cada cozinheiro.

8 — Economato. — Os trabalhadores desta secçãodeverão ser dirigidos por profissional de categoria nãoinferior a despenseiro.

9 — Cafetaria e copa. — Nos estabelecimentos ondehaja cinco ou mais cafeteiros, um será obrigatoriamenteclassificado como chefe de cafetaria. Nas copas ondehaja mais de sete profissionais, um será obrigatoria-mente classificado como chefe de copa.

10 — Rouparia. — O trabalho nesta secção deverá serchefiado por governante de rouparia, quando o númerode profissionais for igual ou superior a 12; quandomenos, a chefia poderá ser exercida por um roupeiro.

11 — Telefone. — Nos estabelecimentos com cincoou mais telefonistas, um será obrigatoriamente classi-ficado como encarregado de telefones, o qual deverásaber uma língua estrangeira de entre as línguas fran-cesa, inglesa ou alemã.

Quadro de densidades nas profissões não hoteleiras

Administrativos

1 — O estágio de assistente administrativo terá aduração de três anos, independentemente da idade dotrabalhador no acto de admissão.

2 — Os assistentes administrativos de 2.a e 3.a ingres-sam automaticamente na categoria profissional imediatalogo que completem três anos de permanência naquelascategorias.

Comércio

1 — Balcão:a) Quadro de proporções mínimas dos caixeiros:

Número de trabalhadoresCategorias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Caixeiro-encarregado . . . . . . . . - - - - - - - - - 1Caixeiro chefe de secção . . . . . - - - - 1 1 1 1 2 2Caixeiro de 1.a . . . . . . . . . . . . . . - - 1 1 1 2 2 3 3 3Caixeiro de 2.a . . . . . . . . . . . . . . 1 2 2 3 3 3 4 4 4 4

b) Quando o número de profissionais for superiora 10, manter-se-ão as proporções estabelecidas no qua-dro da alínea a).

c) Nos estabelecimentos com cinco ou mais caixeiros,um será obrigatoriamente classificado como caixeiro--encarregado ou caixeiro chefe de secção.

d) O número de praticantes será no máximo de 25 %do número de caixeiros.

2 — Armazéns:a) Quando existam até 10 trabalhadores de armazém,

um será classificado como fiel de armazém.b) Quando existam de 10 a 15 trabalhadores de arma-

zém, haverá um encarregado e um fiel de armazém.c) Quando existam mais de 15 trabalhadores de arma-

zém, haverá um encarregado e dois fiéis de armazém.

ANEXO XII

Polivalência nos estabelecimentos de pequena dimensão

1 — É admitida a polivalência, por mera solicitaçãoda entidade patronal, nos seguintes casos:

a) Nos estabelecimentos hoteleiros até 20 traba-lhadores:

Trabalhadores de portaria, recepção e escri-tórios, entre si;

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Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 32, 29/8/20063767

Trabalhadores da copa com os da cozinha;Trabalhadores de mesas com os de bar;Trabalhadores de limpeza com os de rouparia

e lavandaria entre si;

b) Nos estabelecimentos similares:

Trabalhadores da copa com os da cozinha;Trabalhadores da copa com os de limpeza;Trabalhadores de balcão com os das mesas

e com os de bar, entre si.

2 — O disposto nas alíneas do número anterior nãoprejudica o que se dispõe na cláusula 113.a

Declaração

A direcção da FESAHT — Federação dos Sindicatosda Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria eTurismo de Portugal declara que outorga esta convençãoem representação dos sindicatos filiados:

Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hote-laria, Turismo, Restaurantes e Similares doAlgarve;

Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hote-laria, Turismo, Restaurantes e Similares doCentro;

Sindicato dos Trabalhadores na Hotelaria,Turismo, Alimentação, Serviços e Similares daRegião da Madeira;

Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hote-laria, Turismo, Restaurantes e Similares doNorte;

Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hote-laria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul;

SINTAB — Sindicato dos Trabalhadores de Agri-cultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidase Tabacos de Portugal;

STIANOR — Sindicato dos Trabalhadores dasIndústrias de Alimentação do Norte;

STIAC — Sindicato dos Trabalhadores da Indús-tria Alimentar do Centro, Sul e Ilhas;

SIABA — Sindicato dos Profissionais das Indús-trias de Alimentação, Bebidas e Similares dosAçores.

Lisboa, 25 de Julho de 2006. — Pela Direcção Nacio-nal: Maria Albertina Correia Ferreira — Célia Maria Oli-veira Mendes.

Depositado em 18 de Agosto de 2006, a fl. 143 dolivro n.o 10, com o n.o 193/2006, nos termos doartigo 549.o do Código do Trabalho, aprovado pela Lein.o 99/2003, de 27 de Agosto.

CCT entre a ANCIPA — Assoc. Nacional de Comer-ciantes e Industriais de Produtos Alimentares(indústria de batata frita, aperitivos e similares)e a FESAHT — Feder. dos Sind. da Agricultura,Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo dePortugal e outra — Alteração salarial e outras.

O CCT para a indústria de batata frita, aperitivose similares publicado no Boletim do Trabalho e Emprego,

1.a série, n.o 37, de 8 de Outubro de 2004, e últimaalteração no Boletim do Trabalho e Emprego, 1.a série,n.o 37, de 8 de Outubro de 2005, dá nova redacçãoàs seguintes matérias:

Cláusula 1.a

Área e âmbito

1 — O presente CCT aplica-se em todo o territórionacional e obriga, por um lado, as empresas fabricantesde batata frita, aperitivos e similares representadas pelaANCIPA — Associação Nacional dos Comerciantes eIndustriais de Produtos Alimentares e, por outro, ostrabalhadores daquelas empresas com as categorias pro-fissionais nele previstas representados pelas associaçõessindicais outorgantes.

2 — O presente CCT abrange um universo de56 empresas e 750 trabalhadores.

Cláusula 23.a

Trabalho extraordinário

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

8 — Para os efeitos do número anterior, e quandoa entidade patronal não assegure a refeição, pagará aotrabalhador a importância de E 11.

Cláusula 27.a

Trabalho nocturno

1 — Considera-se nocturno o trabalho prestado noperíodo que decorre entre as 20 horas de um dia eas 7 horas do dia imediato.

2 — Considera-se também nocturno, para efeitos deremuneração, o trabalho prestado depois das 7 horas,desde que em prolongamento de um período de trabalhonocturno de, pelo menos, quatro horas.

3 — Por acordo escrito entre a entidade patronal eo trabalhador, poderá não ser considerado nocturno operíodo entre as 6 horas e as 7 horas, quando não setratar de prolongamento do período de trabalho.

Cláusula 28.a

Retribuições

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4 — Os trabalhadores que exerçam funções de caixa,tesoureiro e cobrador têm direito a um abono mensalpara falhas no valor de E 27.

Cláusula 64.a

Direitos dos trabalhadores nas deslocações

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .b) Pequeno-almoço — E 2,70;c) Almoço ou jantar — E 11,90.