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1 Relatório de Visita João Filipe Jacinto Andrade

Convento de Cristo

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Estudo sobre o Convento de Cristo - Portugal

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  • 1Relatrio de Visita

    Joo Filipe Jacinto Andrade

  • Tomar Trs Monumentos Histria de Arte

    ndice

    1. Introduo

    2. Igreja Santa Maria dos Olivais

    2.1. Arquitetura deste Monumento

    3. Igreja de So Joo Baptista

    3.1. Breve Descrio

    3.2. Retbulo Barroco da Igreja de So Joo Batista em Tomar

    4. Convento de Cristo

    4.1. Pinturas da Charola

    5. Imagem do Designer - Janela do Captulo no Convento de Cristo

    6. Concluso

    7. Bibliografia

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  • 1. Introduo

    Tomar tem uma soberba herana arquitetnica, onde sem sair da cidade, seria possvel um curso completo de Histria da Arte, tantos e to abrangentes so os perodos representa-dos. A arte de Tomar vai do Romnico-bizantino da Charola dos Templrios at ao Barroco da Igreja de So Francisco, passando pelo Gtico primrio de Santa Maria, o Gtico flame-jante de So Joo Baptista, o Manuelino da igreja de Cristo e a Renascena do Claustro dos Filipes e de Santa Iria.

    O Convento de Cristo o emblema mximo da cidade de Tomar e, com o Castelo dos Tem-plrios, constitui uma unidade histrica e artstica. O Convento de Cristo aparece, assim, como a concretizao natural de um projeto de ocupao de espaos, onde se encontram estilos arquitetnicos experimentados no territrio portugus, do sculo XII ou sculo XVIII, mas guardando-se como repositrio nico de um gtico final a que, pela exuberncia nica da sua decorao, se convencionou chamar manuelino.

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  • 2. Igreja Santa Maria dos Olivais

    2.1. Arquitetura deste Monumento

    Vindo do norte do Nabo, e no longe da ponte a montante, depara-se, numa baixa, com a Igreja de Santa Maria do Olival, dita tambm hoje mais correntemente dos Olivais pelos que em cerrado se multiplicam sobre as runas de Sellium, que deram tambm igreja o nome popular de Santa Maria do Selho. Por antonomsia, foi de Santa Maria de Tomar. A sua historia remontar a meados do sculo VII, e segundo a tradio, aqui teria existido um convento beneditino, mandado edificar por So Frutuoso.

    A sua reconstruo data da segunda metade do sculo XII, por Dom Gualdim Pais, que viria a ser aqui sepultado em 1195, sendo considerada a sede primitiva da Ordem dos Templri-os.

    Depois da extino da Ordem, esta igreja tornou-se a cabea da Ordem de Cristo e a matriz de todas as igrejas do Imprio Portugus.

    De salientar que Vasco da Gama esteve aqui, a assistir missa antes de partir para a India e que Pedro Alvares Cabral levou daqui a Cruz que colocou no litoral das ter-ras de Vera Cruz, (Brasil).

    Esta igreja seque o esquema estrutural e a modstia deco-rativa das igrejas das ordens mendicantes portuguesas, e, um dos exemplares mais emblemticos da Arte Gtica em Portugal tendo servido de modelo s igrejas de trs na-ves construdas at ao pero-do manuelino.

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  • No adro, ergue-se uma vigorosa torre de fundao medieval, quadrangular de trs andares com frestas e pequena porta de arco quebrada, voltada fachada da igreja, que serve como sineira, possuindo a parti-cularidade de se apresentar separada da igreja.

    Esta torre teve inicialmente a funo de atalaia tendo sido adaptada a sineira na poca de D. Manuel I.

    Os elementos desta igreja claramente gti-cos so mais de que muitos. As frestas, o portal, a grande roscea da frontaria, os contrafortes ou a cabeceira de trs capelas poligonais remetem claramente j no para

    o Romnico, mas antes para o Gtico primitivo.

    entrada deste monumento destaca-se, na fachada, uma grande roscea a encimar o prtico de quatro arquivoltas de arcos que-bradas assentes em colunelos reentrantes e capitis romnicos algo frustes, coroado por uma empena de duas guas. A referida roscea gtica, de grandes dimenses, composta por doze fo-lhas triboladas e reforadas por encordoamento. Sobre a roscea pode observar-se a marca dos cavaleiros templrios, o signum salomonis. Este smbolo repete-se na capela-mor.

    A fachada leste, por sua vez, rasgada por janelas trabalhadas e maineladas e, ao nvel do clerestrio, por frestas em arcos de volta perfeita.

    De planimetria longitudinal, o interior constitudo por trs naves, de cinco tramos cada, separados por pilares e colunas enfeixadas com capitis e arcos ogivais. Os pilares so cruciformes facetados, sem capitis. Cabeceira tripartida escalonada, com absidolos qua-drangulares e abside de cinco faces, no alinhamento das naves, a nave central mais eleva-da do que as outras duas. O pavimento composto por lajes tumulares do sculo XIV ao XIX. A cobertura das trs naves em madeira, apainelada, nas naves e absidolos, em abbada polinervada na abside.

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  • A nave central mais alta que as laterais, mas a separao entre elas quase no se faz sentir, devido aos estreitos pilares marcantes dos cinco tramos e distncia que os separa, criando uma unificao de espaos , que conjugada com a luz que chega atravs de vrios nveis por janelas, frestas e rosceas sobre o arco triunfal o espelho do culo presenteia um ambiente espiritual.

    A sua parca ornamentao evidencia as linhas gticas da arquitetura, seguindo as normas da Ordem de So Bernardo de Claraval - singeleza, humildade, ausncia de ornamenta-es que desviassem o esprito entregue orao e contemplao.

    A luminosidade da nave assegurada pela luz vinda das ogivas do clerestrio, da roscea e de duas janelas triboladas e maineladas da fachada, do espelho sobre o arco da ousia e das frestas da cabeceira.

    Do lado do evangelho, merece destaque o plpito de balastres, adossado ao ltimo pilar e constitudo por um feixe de colunas, que assenta numa coluna corntia estriada. A inexistn-cia de transepto, leva a que a capela-mor abra imediatamente para as naves atravs de um arco triunfal gtico, coroado por um espelho que rompe a empena. A cabeceira, abobadada, compe-se de capela-mor de dois tramos, sendo o derradeiro de sete faces, e ladeada por dois absidolos retangulares.

    A sacristia encontra-se adossada ao absidolo do lado sul, sendo ladeada por um pequeno torreo quadrangular. Esta dependncia, qual se tem acesso atravs de uma porta renas-cena, tem uma cobertura quinhentista em abbada de flores e iluminada por uma janela manuelina de verga golpeada.

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  • Do lado da Epstola, abrem-se cinco capelas, com arcos de pe-draria quinhentistas, de volta perfeita, sobre pilastras com capi-tis jnicos. As capelas so intercomunicantes, sendo ilumina-das por frestas e cobertas por abbadas nervuradas, cujos fe-chos possuem ornatos diferenciados. Os altares, em alvenaria, so revestidos de azulejos policromos seiscentistas, com exce-o do da terceira capela, que em talha dourada. Nestas ca-pelas, possvel admirar imagens de Santa Ana, escultura dos finais do sculo XVI, de Santa Maria Madalena e de So Brs.

    A capela-mor, que apresenta uma cobertura em abbada nervurada. Nesta capela, admi-ram-se uma escultura de pedra quinhentista, exposta no altar-mor, representando Nossa Senhora do Leite.

    As capelas colaterais, que se acedem atravs de arcos de volta quebrada, so revestidas por azulejos do tipo padro e apresentam altares em alvenaria, cujos frontais so revestidos com azulejos po-licromos.

    A capela do lado da Epstola, conhecida como Capela de Simo Preto, tem uma cobertura em abbada nervurada azulejada apresentando uma imagem de Nossa Senhora da Conceio no altar.

    A capela do lado do Evangelho coberta por uma abbada de bero quebrada e azulejada.

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  • Nota: Desde tenra infncia que ouvi falar sobre os tneis secretos, sobre os quais se conta que ligavam esta igreja ao Castelo Templrio. Aproveitei esta oportunidade para falar disso ao guarda deste monumento. Por entre sorrisos, foi dizendo que de facto as escavaes que se fizeram durante o arranjo do exterior da igreja (h cerca de 5 anos), revelaram a existncia de tneis subterrneos com pouca extenso dado que estavam obstrudos. Fala-se tambm que o poo existente entrada da Igreja tem ligao com o Castelo.

    Refiro, ainda, a surpresa da visita ao alpendre, visto do exterior no patenteia a amplitude e a soberba paisagem. Este espao est vedado ao pblico. No se sabe a sua utilidade. Tal-

    vez como albergue de peregrinos no Caminho para Santiago de Compostela, pois, existe uma "Vieira" smbolo dos peregrinos na porta que d acesso Torre que existe em frente Igreja....

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  • 3.Igreja de So Joo Baptista

    3.1. Breve Descrio

    A Igreja Matriz de So Joo Baptista est classificada como monumento nacional desde 16 de junho de 1910. Encontra-se no ncleo histrico da cidade, em plena Praa da Repblica. Reconstruo o termo usado pelos historiadores que documentalmente a sabem j termi-nada em 1510, no reinado de D. Manuel I, substituindo uma outra, da mesma invocao, que existia sensivelmente no mesmo local h duzentos anos.

    A frontaria de So Joo Baptista, com a diviso das trs naves assinala-da no seu recorte seta-vado, com coroamento de uma guarnio rendi-lhada de flores-de-lis e trs pinculos, e ainda uma estatueta no meio, com visvel movimento formal, tem uma dignida-de simples que a cal da parede sublinha. Os la-

    dos so em declive e uma torre, incorporada no ngulo norte da fachada, sendo uma das mais interessantes torres do perodo Manuelino.

    A torre constituda por trs corpos, uma primeira parte, de seo quadrada, onde se sali-enta uma larga pedra com dois ces esculpidos, tendo um na boca uma pea de caa e perto um leo, que irrompe do paramen-to, possivelmente restos de uma sepul-tura medieval. A segunda parte, elegante de seo octogonal, onde se encontra o relgio, rasga-se no alto em cada face, pelas ventanas sineiras, de arcos de li-geiro ponto, sendo coroado por um va-randim de pedra saliente, de onde sai o esbelto e distinto coruchu piramidal.

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  • O portal da fachada principal, assente em linhas verticais, como todo o edifcio, constitu-da por um grande arco ogival que dois orna-mentados botarus firmam, sendo o seu agu-do vrtice intercetado por uma composta mol-dura reta sustentadora de seis flores-de-lis e trs coruchus caracteristicamente manueli-nos.

    Interiormente, trs naves de cinco tramos, com as colaterais mais baixas e os arcos ogi-vais apoiados em colunas com capitis ao gosto naturalista. A nave central apresenta dois registos, arcada e clerestrio, as naves colaterais so mais baixas, os tetos em ma-deira, a ousia e as capelas absidiolares abo-badadas. Os arcos formeiros esto apoiados nos extremos em meias-colunas e em pilares cruciformes, com quatro colunas embebidas.

    A capela-mor est forrada com azulejos seis-centistas de silhar enxaquetados simples em branco e azul, possuindo bela talha dourada, de colunas salomnicas no altar, tudo do sculo XVI, o conjunto abobadado com arteses e bocetes manuelinos, o camarim desta capela-mor fechado por uma tela que pertenceu ao convento das Salcias, da autoria do pintor Antnio Manuel da Fonseca.

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  • A colateral norte abriga a Capela do Santssimo Sacramento, emoldurada com quatro ni-chos, obra do sculo XVIII, e, no vo da torre, instalou-se o baptistrio que se abre atravs de um arco rebaixado de vo largo, gradeado, iluminado por duas frestas e contendo uma pia baptismal e um trptico da Vida de Cristo, em cujo os volantes figuram, no anverso, as Bodas de Cana, o Baptismo de Cristo e as Tentaes de Cristo e, no reverso, So Joo Baptista e Santo Andr.

    O plpito, adossado a um dos pilares da nave, do lado do Evan-gelho, com o seu rendilhado de pedra, tem uma seco poligonal, apoiado em arteses decaindo sobre uma msula simples, sem pedestal, e ostenta, nas trs principais fases, os emblemas que lhe competem: o braso rgio, coroado, a cruz da Ordem de Cris-to e a esfera armilar.

    A riqueza pictrica desta igreja est patente na srie de seis tbuas quinhentistas que or-nam as suas duas paredes laterais: Degolao de So Joo Baptista, Apresentao da Ca-bea de So Joo Baptista, ltima Ceia, Apanha do Man, Missa de So Gregrio Magno e Abrao e Melquisedec, painis todos atribudos a Gregrio Lopes e provavelmente execu-tados entre 1528 e 1539.

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  • 3.2. Retbulo Barroco da Igreja de So Joo Batista em Tomar

    Este retbulo impressiona intensamente quem o observa. O Barroco a arte da Contra-Re-forma, expresso artstica que pretende atrair os fiis e combater o Protestantismo.

    A arte barroca procura comover e moralizar intensamente o es-petador. Neste retbulo esto bem visveis a opulncia das formas e excesso de ornamen-tao. O vitral coa a luz solar que refletida para toda a igre-ja. A harmonia exterior deste monumento contrasta com o luxo interior causando surpresa e xtase. As obras barrocas romperam o equilbrio entre o sentimento e a razo, predomi-nam as emoes e no o racio-nalismo da arte renascentista.

    A talha do altar-mor de fins do sc. XVII, sendo uma das for-mas artsticas mais beneficiadas pelo ambiente religioso da Re-forma Catlica, em parte este favoritismo reside na potencialidade simblica do dourado, cor que reveste a madeira a branco depois de aparelhada. Segundo o pensamento da poca o ouro o mais precioso dos metais, uma substncia pura cujas qualidades fsicas o tornam especialmente dotado para resistir ao do tempo, recriando uma anteviso do prprio Cu, oferecendo ao cren-te a viso da eternidade. A talha apresenta smbolos essenciais do Catolicismo, alguns rela-cionados com a Eucaristia, cachos de uva, folhas de videira e elementos cannicos, folhas de acanto, vieiras, pequenos anjos e flores. O retbulo da talha uma estrutura simblica, definida lateralmente por pares de colunas, crescentemente de fuste espiralado rematado em arco de volta perfeita maneira de romnico.

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  • 4. Convento de Cristo

    A construo do Convento de Cristo desenvolveu-se a partir da Charola, primitivo oratrio usado pelos Templrios, erguendo-se primeiro os claustros do Cemitrio e da Lavagem, projeto de ampliao a que se associa o Infante D. Henrique, ao tempo governador e admi-nistrador da Ordem.

    4.1. Pinturas da Charola

    A Charola uma construo que remonta ao final do sculo XII e cuja traa romnica, em rotunda, exteriormente apoiada por largos contrafortes que morrem num terrao ameado, tudo conferindo ao conjunto o as-peto da slida fortaleza que era o primitivo oratrio templrio.

    Ncleo irradiador de todo o discurso arquite-tnico, espraiado ao longo do monumento, o interior da Charola revela um prisma octo-gonal, rasgado por arcarias capitalizadas ao gosto romano-bizantino e que est envolvi-do por uma rotunda de 16 faces, conjunto rematado em cpula.

    A parte mdia das paredes est ocupada por tbuas pintadas, encaixadas em locais previstos para esse fim, mais ou menos 2,5 m x 4m, que inicialmente seriam 14 e que apenas restam 7, que representam cenas da Vida e Paixo de Cristo. Estas grandes pinturas so atribudas oficina do pintor Rgio Jorge Afonso, cerca de 1510-1515.

    As tbuas que ainda hoje subsistem so: A Ascenso de Cristo, A Entrada em Jerusalm, Cristo e o Centurio, Ressurreio de Lza-ro, Ressurreio de Cristo, Baptismo de Cristo (incompleta) e Pentecostes (conserva-se apenas um fragmento).

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  • A parte da decorao parietal atribuda a Domingos Vieira Serro ou a Simo de Abreu e executada entre 1592 e 1600. As tmperas que ocupam a parte superior tambm so atri-budas ao pintor Simo de Abreu.

    Na parte inferior da face perifrica, existem oito altares laterais que estavam, tambm deco-rados com pinturas retabulares, mais ou menos 1,87m/2,60 m x 1,16/1,30m, de que restam S. Antnio pregando aos peixes e S. Bernardo atribudos a Gregrio Lopes e realizadas en-tre 1536 e 1538.

    Nas ombreiras da antiga porta nascente da charola, fechada no sculo XVI, encontram-se dois impressionantes frescos, pintados por Domingos Vieira Serro, ou segundo outros por Simo de Abreu. No interior do arco e de cada lado da porta, em cada ombreira, encontram-se assim representadas duas figuras femininas alegricas, com as cores caratersticas do maneirismo tardio, cores vvidas e cidos.

    Estas duas personagens alegricas abrigadas em nichos fingidos e com os seus dsticos latinos moldurados, tm uma distinta graciosidade no seu porte alteado e a elegncia dos seus panejamentos rosado-violceos, com sobre tnica amarela e manto azul-claro.

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  • esquerda de quem entra dentro do falso nicho, bordejado a amarelo e com fundo es-curo, encontra-se a pintura a fresco de uma mulher ainda jovem, com touca e manto branco, blusa amarela e vestido arroxeado. A mo direita est levantada, tem abertos e er-guidos os dedos polegar e indicador a apon-tar para o Alto. O brao esquerdo, com o co-tovelo dobrado sobre o peito, eleva a mo para a face direita e com o dedo indicador toca na boca fechada. O olhar parece fixo em algum a quem pensamos querer transmitir esta dupla mensagem: - Olha para cima, mui-to silncio!, como se recomendando uma ati-tude de respeito e recolhimento. Sobre o ni-cho encontra-se pintada uma cartela com o seguinte dstico: " QUISQUIS CELSA TONAS ET MSTICA VERBA PROFARIS / HIC AD SANCTA DEI DISCE TACERE PAVENS". Em traduo: Tu, quem quer que sejas, que apregoas coisas excelsas e proferes palavras msticas, aprende aqui, no santurio de Deus,

    a calar-te reverente.

    A outra figura, do lado norte, trata-se da re-presentao de uma donzela, com manto pe-las costas, tnica exterior da cabea aos ps, e vestido interior que aparece a cobrir-lhe o brao direito e, na parte inferior, a tnica est em refolhos e pregada com um boto ao cimo da perna. As mos esto delicadamente cru-zadas sobre o peito, a face e o olhar esto modestamente baixos e recolhidos como numa alegoria do recolhimento ou da orao. Encima-a a legenda: " PLANITIES SURGUNT CECIDERE CACUMINA MONTIS/ ELIGE CONVALLES ALTER OLIMPUS ERIS". Em traduo: AS PLANCIES SOBEM, CARAM

    AS ALTURAS DO MONTE. ESCOLHE OS VALES, SERS OUTRO OLIMPO

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  • Nota: Quando me desloquei charola para realizar este trabalho encontrei o guia turstico Joo Fiandeiro da empresa Caminhos de Histria que me chamou ateno para o qua-dro A Entrada em Jerusalm em que Lisboa retratada com se fosse Jerusalm. A obra foi encomendada pelo rei D. Manuel I que se julgava um predestinado ele prpria tinha o nome de EMANUEL , ou seja Jesus, segundo o Antigo Testamento. Assim, eventualmente se justifica Lisboa como sendo Jerusalm e o Convento o de Cristo.

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  • 5. Imagem do Designer - Janela do Captulo no Convento de CristoA janela do captulo uma obra eloquente, potica, fascinantemente patritica, que reala o talento de esculpir e de fazer cantar a pedra. Evoca a tradio martima de Portugal e a epopeia dos Descobrimentos, de uma invulgar exuberncia e fora plstica, inquietante e imaginativa sendo um exemplo extremo da expresso do estilo dito manuelino.

    Esta imagem foi desenhada pelo designer Jos Vicente e mais tarde utilizada no rtulo das garrafas de vinho "Con-vento de Tomar", comunicando visualmente o conceito da fa-mosa janela, representando a cidade, em imagem cultural e turstica, emblema mesmo, de Portugal inteiro.

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  • 6. Concluso

    Se turista olhando para o que todos olham, mas com outros olhos, de quem d importn-cia ao encontro com esses monumentos que estiveram diria e rotineiramente a atravessar todos os meus dias foi o trabalho que fiz para Histria de Arte. A primeira surpresa foi subir ao Alpendre colunado que existe no lado sul da Igreja de Santa Maria dos Olivais. Este es-pao est vedado ao pblico, mas por coincidncia nesse dia estava aberto. Subi e aquilo que para mim sempre foi uma pequena varanda surgiu a meus olhos com uma dimenso nunca antes imaginada. Indaguei sobre a utilidade deste espao. Foi-me dito que talvez servisse de albergue aos peregrinos a santiago, uma vez que na porta da Torre em frente Igreja est uma vieira. Em seguida segui para a Igreja de S. Joo Batista. A luz fria de Inverno entrava aquela hora pelo vitral da janela banhava todo o retbulo e refletia em toda a Igreja. Foi para mim um deslumbramento. Eu que desde tenra idade conhecia a igreja, passou-me sempre despercebida esta imagem. Segui minha aventura para o Convento de Cristo. A Charola estava cheia de Japoneses que se misturavam com alguns turistas nacio-nais. O guia chamava ateno para a Pintura A Entrada de Jerusalm. Tratava-se de uma encomenda do Rei D. Manuel I e por isso o pintor retratou Jerusalm como se fosse Lis-boa. Todos de nariz no ar e fui o primeiro a identificar. L estava o Tejo e as caravelas qui-nhentistas. Quantas vezes visitei a Charola e nunca tinha reparado neste estranho porme-nor

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  • 7. Bibliografia

    Boletim da Direco Geral dos Edifcios e Monumentos Nacionais, N. 27 - A Igreja de Santa Maria dos Olivais, 1942

    Frana, Jos-Augusto,Tomar, Lisboa, 1994

    Graa, Lus Maria Pedrosa dos Santos, Convento de Cristo, Mafra, 1991

    Graa, Lus Maria Pedrosa dos Santos,Tomar, Roteiro Sentimental, Lisboa, 1999

    Guimares, Vieira, Thomar. Notcia Historica-Archeologica e Artistica do Monumento de Ch-risto e das Egrejas de Santa Maria do Olival, de Santa Iria e de S. Joo, Porto, 1927

    PEREIRA, Paulo, Enciclopdia dos Lugares Mgicos de Portugal, Volume 1, Lisboa, 2006

    PEREIRA, Paulo, Histria da Arte Portuguesa, Volumes I, II e III, Crculo de Leitores, 1995.

    Trabalho realizado por Joo Filipe Jacinto Andrade, n 8039

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