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Revista da aRquidiocese de vitóRia - es vitória vitória Ano XII Nº 141 Maio de 2017 ATUALIDADE Coopera que dá um hino de gratidão Reportagem pág. 36

Coopera que dá Ano XII vitória - aves.org.braves.org.br/wp-content/uploads/2017/05/RevistaVitoriaMaio2017... · 05 atualidade 17 pensar 18 caminhos da bíblia 26 aspas 42 ensinamento

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Revista da aRquidiocese de vitóRia - es

vitóriavitóriaAno XII • Nº 141 • Maio de 2017

atualidade Coopera que dá

um hino de gratidão

Reportagem pág. 36

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Maio é sim o mês de muitos eventos e datas comemorativas: mães, Nossa Senhora, noi-vas ... Mas, para a Arquidiocese de Vitória,

maio de 2017 é especial porque o Arcebispo, Dom Luiz Mancilha Vilela, sscc, completa 75 anos de vida.

Esta edição traz algumas lembranças da pessoa por trás do Arcebispo, o Luiz amigo e colega determinado.

Essa é a matéria especial que preparamos comemorar e agradecer a Deus pela vida de Dom Luiz.Então, folheie a Revista e boa leitura! n

fale com a gente

Envie suas opiniões e sugestões de pauta para [email protected]

anuncieAssocie a marca de sua empresa ao projeto desta Revista e seja visto pelas lideranças das comunidades. Ligue para (27) 3198-0850 ou [email protected]

aSSinaTuRaFaça a assinatura anual da Revista e receba com toda tranquilidade. Ligue para (27) 3198-0850

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editorial

Maria da Luz Fernandeseditora

Parabéns pela

vida

vitóriaMaio/2017 3

Arcebispo Metropolitano: Dom Luiz Mancilha Vilela • Bispo auxiliar: Dom Rubens Sevilha • Editora: Maria da Luz Fernandes / 3098-ES • Repórter: Andressa Mian / 0987-ES • Conselho Editorial: Albino Portella, Alessandro Gomes, Edebrande Cavalieri, Marcus Tullius, Warllem Soares e Vander Silva • Colaboradores: Pe. Andherson Franklin, Arlindo Vilaschi, Dauri Batisti, Diovani Favoreto, Giovanna Valfré, Fr. José Moacyr Cadenassi e Vitor Nunes Rosa • Revisão: de texto: Yolanda Therezinha Bruzamolin • Publicidade e Propaganda: [email protected] - (27) 3198-0850Fale com a revista vitória: [email protected] • Projeto Gráfico e Editoração: Comunicação Impressa - (27) 3319-9062 Ilustrador: Richelmy Lorencini • Designer: Albino Portella • Impressão: Gráfica e Editora GSA - (27) 3232-1266

vitóriavitóriaRevista da aRquidiocese de vitóRia - es

Ano XII – Edição 141 – Maio/2017Publicação da Arquidiocese de Vitória

30

03

08

1421

3133

36

43

46

editorialParabéns pela vida

fazer bemGarçom dá comida na boca de deficiente

economia política(Re)conciliação

sugestões

16 32

espiritualidadeO bem vence

sempre!

comunicação Momentos da

Festa da Pennha2017

opiniãoNeuroses

alimentares edietas da moda

ecologiaA força da fé

e a água

10 22

ideiasO que de mais extraordinário

a vida pode ser? Arte

12

05 atualidade

17 pensar

18 caminhos da bíblia

26 aspas

42 ensinamento

45 patrimônio histórico

culturaldiálogosHino de gratidão

24

viver bemUm novo coloridonos parques da cidade

28mundo litúrgicoProclamar a Palavral

arquivo e memória

entrevistaA educação vista como um fator tansformador na vida das pessoas

reportagem75 anos de Dom Luiz

pergunte a quem sabeQue poderia ser feito sem prejudicar tanto?

aconteceJuntos para refletir a comunicação

atualidade

Um dos temas mais dis-cutidos nos dias atuais é a crise que assola o

Brasil. Crise em várias instân-cias passando pela econômica, política e moral. Em um rápido passeio pelos centros comer-ciais podemos observar a quan-tidade de lojas que fecharam as portas e as que resistem evitam maiores investimentos devido à insegurança financeira. No meio deste temor, o setor cooperativista aponta uma maior estabilidade pe-rante este mercado. No cam-po, as cooperativas agrícolas têm demonstrado que a união

Coopera que dá

realmente promove a força, principalmente em se tratando de pequenos agricultores. Uma pesquisa realizada pela Univer-sidade de São Paulo, concluiu que na agricultura familiar, o cooperativismo é um impor-tante instrumento para pro-mover o desenvolvimento local sustentável e para geração de renda. A pesquisa ainda aponta este sistema como responsável por oferecer vários benefícios para seus cooperados em todas as áreas, com destaque, para a econômica e social, permitindo a estes pequenos agricultores a comercialização de seus pro-dutos em mercados extrema-mente competitivos. A importância das coope-

rativas agrícolas no Brasil pode ser expressa em números, já que 64% dos produtores agro-pecuários são associados ao cooperativismo e 30% de toda produção nacional de alimen-tos passa pelas cooperativas. Mas o cooperativismo não se resume à agricultura. Se-gundo o SEBRAE, atualmente existem aproximadamente 7,5 mil cooperativas registradas na Organização das Coopera-tivas do Brasil (OCB) com 5,3 milhões de cooperados, que operam em diversos ramos: agropecuários, de consumo, de crédito, educacionais, habita-ção, infraestrutura, mineração, saúde, produção, transporte, de turismo e lazer, e de trabalho. Mas o que torna este jeito de fazer negócios diferentes dos outros? Em primeiro lugar não po-demos pensar em cooperativas como uma empresa qualquer. Nelas qualquer pessoa pode ser um cooperado desde que

A importância das cooperativas agrícolas

no Brasil pode ser expressa em números,

já que 64% dos produtores agropecuários

são associados ao cooperativismo e 30%

de toda produção nacional de alimentos

passa pelas cooperativas.

Vander Silva

vitóriaMaio/2017 5

atualidade

seja uma escolha feita de forma livre. Entretanto, este coope-rado deve se atentar que ele não é um funcionário e sim um responsável com direto a voto sobre as decisões a serem tomadas sobre os rumos e polí-ticas da cooperativa. Para isto, as cooperativas trabalham na questão da formação dos seus membros, para que entendam tanto do mercado quanto da filosofia que envolve o setor. Uma cooperativa busca melhorar o seu entorno e para isto trabalha para o desenvol-vimento sustentável das comu-

diferença de uma cooperativa de uma empresa tradicional

EmPrEsa mErCantil

w Sociedade de capital - ações;

w Número limitado de sócios;

w Cada ação – um voto;

w Objetiva o lucro;

w Quorum de uma assembléia é baseado no capital;

w É permitida a transferência e a venda de ações a terceiros;

w Dividendo é proporcional.

EmPrEEndimEnto CooPErativo

w Sociedade simples, regida por legislação específica;

w Número de associados limitado à capacidade de prestação de serviços;

w Controle democrático: cada pessoa corresponde a um voto;

w Objetiva a prestação de serviços;

w Quórum de uma assembleia é baseado no número de associados;

w Não é permitida a transferência de quotas-parte a terceiros;

w Retorno dos resultados é proporcional ao valor das operações.

nidades com o intento de gerar benefícios tanto econômicos quanto sociais não só para os seus associados, mas para toda a sociedade.

fonte: OCEB/BA

O cooperativismo tem suas

origens na Revolução Industrial

ocorrida na Inglaterra do sécu-

lo XVIII, época em que a mão-

de-obra perdeu grande poder

de troca. Os baixos salários e

a longa jornada de trabalho

trouxeram muitas dificuldades

socioeconômicas para a popula-

ção. Os trabalhadores buscaram

novas formas de superar estas

dificuldades com a criação de

uma organização formal cha-

mada de cooperativa, na qual

as regras, normas e princípios

próprios seriam praticados com

o intuito de respeitar os valores

do ser humano.

O cooperativismo no Brasil

surgiu no final do século XIX,

estimulado por funcionários

públicos, militares, profissio-

nais liberais e operários, para

mas, de onde surgiramestas ideias?

vitória Maio/20176

atender às suas necessidades.

Em 1889, foi criada a Socie-

dade Cooperativa Econômica

dos Funcionários Públicos de

Ouro Preto, em Minas Gerais.

Já no Espírito Santo as pri-

meiras cooperativas surgiram

no meio rural entre os anos

de 1930 e 1940. Hoje o estado

possui cooperativas nos ramos

de saúde, educação, produção,

agropecuária, consumo, habi-

tação, trabalho e transporte.

Para dar apoio às coope-

rativas de todo Brasil existem

duas instituições: a Organiza-

ção das Cooperativas Brasilei-

ras (OCB), criada em 1969 com

o objetivo de repres entar os

interesses do cooperativismo

brasileiro. A OCB está presente

em todo o Brasil por meio de

suas unidades. A outra insti-

tuição é o Serviço Nacional de

Aprendizagem do Cooperativis-

mo (Sescoop), pertencente aos

sistemas Sebrae, Sesc, Senac,

Senai, criado em 1998 com a

missão de promover a cultura

cooperativista e aperfeiçoar a

gestão das cooperativas para o

seu desenvolvimento.

C o m o s p r i n c í p i o s d e

cooperar, ou seja, é unir-se a

outras p ess oas para c onjun-

tamente enfrentar situações

adversas, e de cooperação, que

é o método de ação pelo qual

indivíduos ou familiares com

interesses comuns constituem

um empre endimento, o c o o-

p erativismo é uma op ção de

economia sustentável que ex-

trapola o mercantilismo atin-

g i n d o u m a c o n s c i e n t i z a ç ã o

social, visando não apenas o

negócio, mas o bem estar dos

envolvidos. n

A pintora Sofia Cabucci, de 7 anos, decidiu vender todos os quadros que produziu para ajudar a pagar a nova cirurgia do amigo Vinícius Ribas, portador de glaucoma, na intenção de que ele volte a enxergar. A exposição dos quadros teve início em dezembro de 2016 e até o momento a mostra vendeu 14 das 15 telas novas produzidas pela garota. Sofia e Vinícius são vizinhos e brincam juntos. “Eu sinto que a gente nunca mais vai deixar de ser amigo e que a gente vai conseguir realizar esse sonho – que é de nós dois”, revelou a menina.

Um garçom foi fotografado dando comida na boca de uma cliente deficiente em Illinois, nos Estados Unidos. O nome do ra-paz é Joe Thomas e ele trabalha em uma rede de restaurantes. A mulher com deficiência é cliente do restarauten há anos e sempre está acompanhada do marido. “Eu sempre o vejo parar de co-mer para alimentá-la e eu não estava fazendo nada, por que eu não vou alimentá-la para que ele possa comer e todos possam ser felizes?”, disse Thomas em entrevista. A foto viralizou no Facebook e já recebeu mais de 12 mil curtidas.

Pintora de 7 anos ajuda amigo com glaucoma

Garçom dá comida na boca de deficiente

fazer bem

vitória Maio/20178

Um rapaz foi flagrado carregando uma idosa nas costas até à casa lotérica onde a senhora recebe o seu benefício. A idosa de 80 teve um derrame e não consegue mais andar. Mesmo não tendo nenhuma ligação sanguínea com a senhora, o jovem diz que “faz tudo por ela”. A situação aconteceu em Rio Branco, no Acre.

Jovem carrega idosa nas costas para sacar benefício

Rebecca Sharrock, uma australiana de 27 anos, é uma das 80 pessoas no mundo diagnosticada com Memória Autobiográfica Altamente Superior, definida pela sigla HSAM. Essa condição que per-

Cordão umbilical de bebê salva vida de irmã

Giovanna, portadora de anemia falcifor-me, foi curada graças às células-tronco do cordão umbilical de Mateus, o filho planejado pelos pais na intenção de salvar a vida da irmã. Os médicos alertavam que a única esperança era um transplante de medula “de alguém 100% compatível, de preferência alguém da

mite que ela tenha lembranças desde seu nascimento. “Escri-tora e palestrante, uma das 80 pessoas no mundo conhecido com HSAM. Posso lembrar de todos os dias da minha vida. É assim... que a australiana

se descreve em uma de suas redes sociais. Rebecca diz que a primeira memória que tem é de quando tinha 12 dias de vida e seus pais a colocaram no banco do motorista do carro para tirar uma foto.

Mulher com memória especial lembra dos primeiros dias de sua vida

família. Como não havia ninguém compatível, os pais recorreram à fertilização in vitro com a técnica de seleção de embriões – o PGD. O médico analisou a carga genética de cada embrião até encontrar o ideal. Toda a família presenciou o transplante que aconteceu em São Paulo.

vitóriaMaio/2017 9

opinião

neuroses alimentares e dietas da moda

Apreocupação demasia-damente exagerada com os padrões estéticos

estabelecidos pela sociedade contemporânea, têm favorecido o desencadeamento de trans-tornos alimentares e diversas patologias como conseqüência negativa à saúde biopsicosso-cial. Estudos recentes demons-tram que nas dietas da moda, seja alternativa, mi-lagrosa ou má-gica, é a moda e seus princí-pios de efeme-ridade, sedução e diferenciação que vão dirigir o olhar, principalmente das mu-lheres, para consumir a dieta evidenciada pela mídia, respal-dada pelo discurso científico, fazendo parte de um processo incessante e ininterrupto pela busca do “corpo perfeito” e da “vida saudável”. Os elementos das dietas da moda, no senso comum, formam uma rede de encantamento comparada com os papéis do feiticeiro e do en-feitiçado, que se organizam em torno da acusação para exibir a eficácia de um feitiço como algo mágico, na atualidade. Observa-se atualmente, relevante obsessão por uma “alimentação saudável” com a

privação de alimentos que con-tenham nutrientes indispen-sáveis à dieta adequadamente equilibrada e balanceada, po-dendo ocasionar dentre vários transtornos alimentares, um comportamento obsessivo pa-tológico denominado Ortorexia Nervosa. Esta, é definida como a exacerbação dos benefícios de uma alimentação saudável, em que a pessoa assume práticas

alimentares para desintoxica-ção corporal a partir da pureza dos alimentos, recorre a uma disciplina e controle rigorosos da alimentação diária, criando normas dietéticas que levam ao isolamento e ao adoecimen-to, no sentido de saúde, como uma potência para construção e adaptação de normas para um bem viver. Os aspectos comportamen-tais desta natureza surgem, inicialmente, com o desejo de perda de peso, tratamento de uma patologia, recuperação ou manutenção da saúde, que com o decorrer do tempo, tornam-se um dos fatores mais importan-tes de sua vida.

As pessoas com esse transtorno podem apresen-tar inúmeras carências nu-tricionais de micronutrientes (vitaminas e minerais) como anemia por carência de ferro, osteoporose por falta de cálcio e hipovitaminose por déficit de vitamina B12. Enquanto os pacientes com bulimia ou anorexia ner-vosa objetivam a perda de

peso, os pacien-tes ortoréxicos buscam uma ali-mentação per-

feccionista, seletiva e reduzida em calorias.

Visto ser um compor-tamento alimentar recente, sugere-se cautela aos indiví-duos em optar por padrões alimentares sem orientação prof iss ional habi l i tada à orientação e segurança ali-mentar e nutricional. Faz-se necessário comprometer-se com os hábitos saudáveis através de um planejamento alimentar balanceado, harmô-nico e equilibrado nutricional-mente, associado à atividade física regular e estilo de vida biopsicossocial qualitativo. n

Braunea Victorio Françanutricionista especialista em gestão de alimentos e alimentação coletiva

“os elementos das dietas da moda formam

com os papéis do feiticeiro e do enfeitiçado

uma rede de encantamento comparada

vitória Maio/201710

O que de mais extraordinário a vida pode ser?

O tempo voa, as semanas se sucedem, mas os ecos da ressurreição continuam nos estimulando o pensamento e a imagi-

nação no sentido de encontrarmos modos de afirmar a vida com mais ânimo, coragem, entu-siasmo e alegria, apesar de todas as dificuldades presentes, pois que a ressurreição é a afirmação

ideias

cabal de que vida definitivamente é. A vida é. Se atravessarmos as celebrações pascais – mes-mo que com beleza e suntuosidade – sem nos afetarmos existencialmente por elas, estaremos perdendo a oportunidade de tornarmos a vida que está em nós na mais extraordinária coisa que ela pode ser: arte. Arte de si mesmo. Arte

vitória Maio/201712

que fará de cada um, o que cada um está destinado a ser. Não existe empreendimen-to artístico mais nobre do que este, fazer de si um ser huma-no ainda mais humano e viver uma vida intensiva e alegre como meio de construir futu-ros. Sim, essa arte tem como procedimento básico e como meta a construção de amanhãs. Seremos mais humanos e feli-zes quanto mais retomarmos a cada dia o propósito de criar-mos um futuro melhor para to-dos. Essa arte haverá de tomar nossos corações e almas. Vive-remos a ansiedade própria do artista, seu lindo desassossego, de ver essa obra em execução e aperfeiçoamento, cada vez mais próxima da entrega. Mas deve ser imprescindível que essa operação de construção de amanhãs em primeiro lugar se dê sobre o próprio corpo e alma. Na verdade tudo aguarda um novo amanhã. Toda a cria-ção geme e sofre em dores de parto, diria São Paulo. Entrare-mos nesse grande movimento

cósmico, artístico, divino de construções de amanhãs. Não nos custará assim tanto esforço, mesmo que tenhamos de tecer em fios de ouro também os so-frimentos, crises e insucessos. Muito pelo contrário, entrare-mos em harmonia com todas as forças favorecedoras da vida. A celebração da ressurreição marca explicitamente esse mo-vimento que conjugando cruz e morte se abre num amanhecer em que a vida refulge maior e mais potente. Não sem motivo o seu símbolo - o círio majesto-so – traz inscrito na cera o ano de Nosso Senhor Jesus Cristo em que a história de sua res-surreição chegou. Cera que se derreterá inexoravelmente pela sucessão dos dias, um amanhã chamando outro. As celebrações da ressur-reição, assim, não se darão por uma volta ao passado, numa tentativa desesperada de ser o mais fiel possível ao que acon-teceu lá então. Isso seria per-

Dauri Batisti

der tempo. Essas celebrações, mesmo que se firmando sobre fragmentos do passado alma-gamados pela força e poderio do ato de fazer memória que a Igreja exerce com tanto zelo, necessariamente terão de nos abrir os olhos para uma luz nova e nos arremessar sem medo – ou mais encorajados – para o dia futuro. Oportu-nissimamente o evangelho do primeiro domingo de páscoa começa com um “no primeiro dia da semana, ao amanhecer”. As celebrações da ressur-reição precisam, portanto, nos lembrar a nobre missão a que fomos chamados: juntar em no-vos arranjos favorecedores da vida – especialmente dos que mais dela carecem – as dores, as alegrias, as mortificações a que fomos submetidos, as forças que nos constituíram, as humilhações que o destino nos impôs, as vitorias que colhe-mos para somarmos tudo em um novo e lindo amanhã para um número cada vez maior de pessoas. n

vitóriaMaio/2017 13

(re)conciliação

Ocenário mundial é de crise em todas as dimensões possíveis.

Valores éticos, morais, culturais estão sendo postos de lado em nome de avanços de poderes hegemônicos. Hegemonia eco-nômica e militar que se impõe a interesses sociais e à convi-vência; imposição que leva a rupturas em laços históricos entre pessoas, vizinhos, colegas, compatriotas e povos. Rupturas que geram desen-canto com conquistas pretéri-tas, desilusão com a situação presente e desconfiança com relação ao futuro. Desencanto, desilusão e desconfiança que demarcam diferenças entre ge-rações, mas que cria um campo de pessimismo acentuado que muitas vezes leva à inércia e à passividade. Passividade que precisa ser superada com o resgate de valores que alicercem a cons-trução de uma outra ordem mundial. Ordem mundial que pode ser pensada a partir da realidade mais próxima a cada País. No caso do Brasil, o pen-sar uma nova realidade passa necessariamente pelo conciliar com a história de sua formação

sócioeconômica. Formação que precisa ser revisitada para que seja supe-rado o complexo de vira-lata apontado por Nelson Rodrigues. A quem interessa perpetuar sentimento de inferioridade de um povo constituído pela fusão de raízes tão diversas como a de nossos nativos, dos colo-nizadores portugueses e dos escravizados vindos da África? Natureza dizimada pela ganância que caracteriza par-te substancial da geração de riqueza no País - ao longo da história e de forma crescente no passado recente e no pre-sente. Exploração irracional questionada por figuras como a de José Bonifácio, no Brasil ainda colônia; e por ativistas mais recentes em prol do meio ambiente como o gaúcho José Lutzenberger e o capixaba Au-gusto Ruschi. Valorizar a gente e a natu-reza brasileira passa longe da agenda política daqueles que a querem diminuídas em benefí-cio de classes dominantes que atuam de forma perversa desde sempre. O contraponto a essa perversidade está no exercício da cidadania plena através de

micro ações no âmbito familiar, do trabalho, da comunidade, dos encontros para a procla-mação da fé, da cultura, da so-ciabilidade. Tempo desperdiçado com noticiários tendenciosos e com programas de TV desagrega-dores do tecido ético e moral, pode ser usado para buscas no Youtube. Buscas que en-contrarão documentários bem feitos sobre a gente (‘O povo brasileiro’, de Darcy Ribeiro), a natureza (sobre as lutas de Lutzenberger, Ruschi, Washin-gton Novaes, dentre outros), e a saga pelo desenvolvimento do País (‘O longo amanhecer’, de José Mariani, por exemplo). Romper com o círculo vi-cioso da informação tenden-ciosa que leva ao complexo de vira lata, que alimenta o desa-lento, que fertiliza a informação tendenciosa é tarefa que pre-cisa inspirar pessoas e grupos compromissados com o bem comum. Bem comum que há de vir com a construção de um outro possível mundo. n

economia política

arlindo VillaschiProfessor de economia e coordenador do grupo de Pesquisa em inovação e desenvolvimento capixaba da ufeS

vitória Maio/201714

O bem vence sempre!

Aenxurrada de notícias que instantaneamente cai sobre nós é alar-

mante. As notícias chegam até nós, ao vivo e a cores, no exato momento em que estão acontecendo. Isto é bom e é ruim. É bom porque ficamos informados de tudo o que está acontecendo e por inúmeras fontes. Todavia o excesso de informação traz o risco da su-perficialidade e banalização, sobretudo na internet, onde, por exemplo, podemos ver a notícia de uma bomba que ex-plodiu e matou trinta pessoas, com fotos e vídeos, ao lado de uma notícia sobre uma atriz que engordou três quilos. Além do excesso de notícias inúteis temos ainda a grande dificul-

dade em distinguir as notícias verdadeiras das falsas. Mas o pior de tudo, a meu ver, é a influência negativa que essa enxurrada de notícias exer-ce sobre o nosso modo de ser e de pensar. Ela nos torna de-masiado pessimistas. Diante do excesso de informações, “tudo junto e misturado”, é grande a tentação de concluirmos que tudo está caótico e perdido, que tudo está se desagregando, que estamos como em uma nave descontrolada perdida no espa-ço sem rumo e direção. Enfim, parece que o mal está vencendo.

É preciso afinar o filtro interior e se desintoxicar dos excessos. Cada um deve criar sua disciplina e método para lidar com essa realidade nova. Não podemos mudar o curso do rio, mas podemos dominá-lo navegando-o. De fato, a verdade é que o bem vence sempre. Geralmente o bem é discreto e silencioso, ele não faz o estardalhaço que o mal costuma fazer. O bem nem sempre é agradável ou glamoro-so, pelo contrário, muitas vezes ele é áspero e pesado. Mas a força do bem é infinitamente superior ao mal. O bem tem a força do fermento na massa. O bem é como a pequena semente que se transforma lentamente numa grande árvore com flores e frutos e pássaros com seus ninhos. Resumindo: o bem tem sempre embutido em si a in-vencível e poderosa força de Deus. E Deus vence sempre. Nós cristãos cremos firmemente na imensurável força do Cristo Ressuscitado que vence sempre o mal e a morte. n

espiritualidade

Dom Rubens Sevilha, ocdBispo auxiliar da arquidiocese de Vitória

geralmente o

bem é discreto e

silencioso, ele não

faz o estardalhaço

que o mal costuma

fazer. o bem nem

sempre é agradável

ou glamoroso, pelo

contrário, muitas

vezes ele é áspero e

pesado

vitória Maio/201716

pensar

Foto

: War

llem

e Cr

is fo

togr

afia

caminhos da bíblia

Compassivos e misericordiosos,segundo o Coração de Cristo

Nos capítulos 8 e 9 de Mateus, o evangelista apresenta a mis-são de Jesus por meio de gestos

concretos, seguidos de suas palavras. Na conclusão desses dois capítulos, encon-tramos a retomada de alguns textos do Antigo Testamento, ressaltando a figura do pastor, muito querida por Israel (cf. 1Re 22,17; Ez 34,5; Is 53,6). A figura do pastor quer indicar o cuidado amoroso de Deus para com o seu povo, manifesta-do, de forma clara no amor compassivo de Cristo. A indicação da necessidade de que mais operários surjam deve tornar-se um apelo da comunidade, a fim de que todos sejam atingidos pela ação misericordiosa do Senhor. Neste lugar são apresentados os doze discípulos que nascem do chamado, são gerados no convívio com o próprio Jesus e enviados em missão proclamando a paz, sinal da presença de Deus junto ao seu povo. O evangelista apresenta Jesus em seu ministério − discurso que tem início no capítulo 8 -, no qual apresenta Jesus percorrendo todas as cidades ensinando

e curando os enfermos, marcando a sua presença com o anúncio do Evangelho do Reino de Deus. O texto utiliza duas imagens para ressaltar o ministério de Jesus, e, a ideia é a de colocar em foco a missão dos discípulos. Ao ressaltar os destinatários da missão, Mateus quer fazer ver aos discípulos, a quem devem ir, e de que forma devem se colocar na missão a eles confiada. A primeira imagem é a do rebanho sem pastor. No Antigo Testamento, tal imagem foi largamente utilizada para designar o povo de Deus, pois cada re-banho precisa de um pastor que o guie e proteja nas adversidades. Esta será a missão dos discípulos: serem pastores para o povo, como o foi Moisés durante o percurso dos filhos de Israel no deserto, conduzindo-os e formando-os como um novo povo (cf. Nm 27,16-17). O povo novo nasce quando o pastor os guia com compaixão e zelo pastoral, assim sendo, se espera do discípulo que ele aprenda com o Mestre a compaixão e o cuidado para com as ovelhas.

vitória Maio/201718

A segunda imagem é a da colheita. Tal figura quer colo-car em evidência a urgência da missão à qual os discípulos são enviados. Sendo assim, existe uma grande necessidade de que o número dos operários cresça, pois a messe já está madura e pode se perder com o passar do tempo. A missão dos discípulos está ligada ao fato de provocar nas pessoas a necessidade de se voltarem para o Senhor com o coração sincero e desejoso de ingressar também no caminho do discipulado. Apesar da figura da colheita ser utilizada quase sempre para determinar o juí-zo final, é possível afirmar que o evangelista procura indicar, também, a missão dos discí-

pulos como uma necessidade urgente de convidar o povo a abraçar o caminho da fé. Em ambas as figuras, o que moverá os discípulos em sua missão é o amor compassivo de Cristo Pastor. A compaixão, como dito no quinto encontro, é comparada ao amor de uma mãe por seu filho que sofre. O termo pode ser traduzido também como as entranhas de amor. Com esta atitude, que é mais do que um sentimento, os discípulos serão capazes de olhar as ovelhas cansadas e sem pastor, e por elas se dedicaram na missão. Essa imagem do re-banho sem pastor deve ajudar às comunidades a se tornarem, de forma diversa, um lugar de

acolhida e educação na fé dos “pequenos”. A vocação dos discípulos se realiza na comunidade. Serem compassivos como Cristo é a vo-cação dos discípulos, cheios de compaixão pelo povo são, por vezes, como ovelhas sem Pastor. Na comunidade dos discípulos, indicada pelo elenco dos nomes dos escolhidos pelo Senhor, os discípulos recebem a autori-dade de Cristo e sua instrução para a missão. A comunidade se torna lugar de aprendizado para a missão e para o amor solidário e compassivo. n

Pe. andherson FranklinProfessor de Sagrada escritura no iftaV e doutor em Sagrada escritura

vitóriaMaio/2017 19

www.salesianos.br

vitóriaMaio/2017 21

fotógrafa e professora universitária por Zanete dadaltosugestões

filme

O documentário Fotógrafo de Guerra (War Photographer, direção de Christian Frei, 2001), indicado ao Oscar na categoria documentário em 2002, é um filme que retrata a rotina de trabalho de Nachtwey, as dificuldades e riscos que ele corre no dia a dia da produção de imagens fotojornalísticas. No documentário percebemos a timidez e o silêncio do fotógrafo e conhecemos um pouco das histórias por trás das fotos. O documentário foi filmado durante dois anos, em cinco países diferentes, utilizando, além de filmadoras convencionais, microcâmaras acopladas à câmera

fotográfica do fotógrafo. Assim é possível acompanhar o olhar do fotojornalista no ato de registrar suas imagens. Cenas de guerras, violência, conflitos,

desigualdade social são temas que permeiam as fotos de Nachtwey que, como ele mesmo afirma no discurso ao receber o prêmio TED em

2007, “tentou durante sua carreira ser invisível”. Mas suas imagens não são. Segundo ele “a fotografia documental tem a capacidade de interpretar os acontecimentos do seu ponto de vista, dar voz

aos que, de outro modo, não teriam voz. Como

reação, estimula a o p i n i ã o p ú b l i c a

e dá ímpeto ao debate público”.

a revolução dos Bichos – Gerge orwelEm 1945, George Orwell utiliza uma fábula sobre um levante dos animais contra os proprietários de uma fazenda para questionar a corrupção nos movimentos político sociais, o descaso de governantes para com a população e a manipulação de informações pelo governo. Nos faz refletir, principalmente, sobre os perigos da falta de mobilização popular ao colocar os animais completamente apáticos perante as injustiças cometidas por seus líderes.

E apesar de criticar um contexto histórico completamente diferente dialoga perfeitamente com o momento político em que vivemos. A revolução dos bichos se torna mais do que uma simples leitura recomendada, mas uma reflexão necessária.

música

livro

“Eu não quero viver assim a mastigar desilusão / Este abuso social requer atenção / Foco, força e fé, já falou um irmão / Meninos mimados não podem reger a nação”. Com essa poesia crítica social e poderosa que, música após

música, Criolo, cantor e compositor paulistano, nos brinda com deliciosos sambas no seu novo álbum “Espiral de ilusão”, disponibilizado nas plataformas digitais a partir 28 de abril de 2017. Com dez sambas inéditos, a maioria autoral, com instrumental, cadência e universo do samba tradicional e leves pitadas de rap... impecável do início ao fim.

Quem quiser pode ouvir o álbum completo ou baixar gratuitamente no site do artista http://www.criolo.net/espiral/

E essa é para aqueles que dizem que não se faz mais música brasileira como antigamente.

Campanha da Fraternidade 2017

ADescida do Rio Jucu foi e é um movimento da Sociedade Civil que

cobra da CESAN e do Governo do Estado que o Rio Jucu (res-ponsável pelo abastecimento de mais de 1.100.000 de pes-soas) não receba os esgotos de Domingos Martins, Marechal Floriano, Viana e Cariacica. Há 30 anos participamos dos movimentos para criação de leis em defesa do uso racional da água. Em 1997, o Congresso aprovou a Lei 9433, da Política Nacional dos Recursos Hídri-cos, e em 1998, o Espirito San-to criou a Lei 5818, da Política Estadual de Recursos Hídricos que estabeleceu os Comitês da Bacia Hidrográfica (tripartite Governo-empresas-sociedade civil) como os responsáveis pe-los rios. As decisões sobre o uso da água são dos Comitês. O Atual governo deu posse em 2006, na residência oficial na Praia da Costa, aos Comitês do Jucu e do Santa Maria, aca-bando com o consórcio criado para tentar recuperar as bacias desses dois rios. Entretanto, a sociedade Civil não participava desses Comitês.

eduardo Pignatonmicroempresário e ambientalista

a força da fé e a água

ecologia

Infelizmente até hoje os Comitês não têm estrutura para funcionar. Ao mesmo tempo, o governo criou o Comitê de Ges-tão da Crise Hídrica, a Agencia Estadual de Recursos Hídricos e a Década da Água (2015 – 2025), não resolvendo o pro-blema e se apropriando do bem “ÁGUA”, que pertence a todos. Em março deste ano a 29ª Descida Ecológica do Rio Jucu não aconteceu. Os motivos fo-ram o excesso de esgoto e o pouco volume de água no leito do rio, insuficiente para nave-gar com embarcações durante o trajeto. Pelo segundo ano con-secutivo fomos impedidos de navegar no rio mais importante do Espirito Santo. A sociedade não se calou.

Mobilizamos a comunidade de Marechal Floriano, Domingos Martins e Vila Velha, e reali-zamos o abraço simbólico ao Rio Jucu, com a presença dos prefeitos de Vila Velha e Domin-gos Martins, deputados e vários vereadores. Toda imprensa ca-pixaba divulgou o evento, man-tendo dessa forma a sociedade em alerta sobre o que acontece com nosso rio. A Campanha da Fraternida-de 2017 é um grande momento de reflexão dos católicos sobre o que fizemos e faremos da água, esta herança que nos foi deixada. Nossa água, cuja nascente está na Mata Atlântica, é rica em sais e minerais e excelente para o consumo humano. Não podemos assistir a água sendo transfor-mada em esgoto sem fazer nada, sem nos mobilizarmos. Cobrem dos vereadores, cobrem dos prefeitos dos de-putados estaduais e federais. Cobrem dos padres, mobilize sua igreja, vamos nos unir para salvar o nosso bem mais valioso: A ÁGUA!! n

em março deste ano a 29ª descida ecológica do rio Jucu não aconteceu. os motivos foram o excesso de esgoto e o pouco volume de água no leito do rio, insuficiente para navegar com embarcações durante o trajeto

vitória Maio/201722

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Hino de gratidãoNo Silêncio do Coração... Fala o meu coração:Senhor és Deus Amor...Sinto o Teu Amor Eterno...No íntimo de mim mesmo. Eu vivo!E.. Por que eu vivo?Deus Amor és a Vida! És a Fonte da Vida! Eu sou, ó Palavra Eterna, Porque pronunciaste a minha vida!Deus Amor, Deus Vida! Eu louvo e bendigo o Teu Nome! Porque és Vida que se doa... És vida que gera vida... És Amor Criador que cuida, protege... És Amor que redime e dá vida... Eu louvo e bendigo o Teu Nome! Pelos pais que me deste Fizeste deles Teus instrumentos. Pronunciaste a minha vida... Através do sim de minha mãe... Através do sim de meu pai... Guardo-os no meu coração de filho muito amado...

vitóriaMaio/2017 25

Meus queridos pais, Servos e instrumentos de Deus Amor, Testemunhas e formadores do meu coração, Mestres da fé e do amor a Deus e ao próximo... Educadores segundo o Coração de Jesus.. Deus Amor, eu louvo e bendigo o Teu nome! Pelo lar que me deste, Pelos Irmãos e irmãs tão irmãos! Pelos sobrinhos, parentes e amigos tão próximos! Deus Amor, eu louvo e bendigo o Teu Nome! Pelo chamado à Vida Cristã e Religiosa... Pela convocação à Vida Diaconal, Sacerdotal e Episcopal! Frutos da Vida que gera Vida... Eu louvo e bendigo o Teu Nome, Ó Deus Amor ! Deus Vida... Fonte de onde vim... Minha Força e meu Sustento para onde vou... Confiante e mergulhado na Tua Misericórdia..... Ó Deus Vida... Deus Amor! Amém!

aspas

V ivemos dias temerosos em relação aos nossos próprios direitos sociais

no Brasil. Que não foram mera-mente “adquiridos”, mas sim conquistados com a luta – e, muitas vezes, também com o sangue – de muitos brasileiros e brasileiras que vieram antes de nós. Um desses direitos é o de poder sobreviver (e, infeliz-mente, não muito mais do que isso) com uma parte do dinhei-ro que, ao longo da nossa vida de trabalho, previdentemente, concedemos ao Estado. A nota divulgada pelos bis-pos brasileiros sobre a Proposta

Moisés SbardelottoJornalista, mestre e doutor em comunicação

de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, que trata da “Refor-ma da Previdência”, é bastante clara: qualquer ameaça a esses direitos merece “imediato repú-dio”. Acima de todo interesse ou mesmo necessidade nacional (embora o déficit da Previdên-cia seja apenas uma “possibi-lidade” bastante discutível, e caberá a uma CPI investigar nas próximas semanas a real situação financeira do sistema e, principalmente, averiguar quem são os seus grandes deve-dores), é preciso situar os “va-lores ético-sociais e solidários”. Porque a Previdência não é ape-nas “uma questão econômica”. Ela é, afirmam os bispos, pinci-palmente “um Direito Social dos brasileiros e brasileiras. Não é uma concessão governamen-tal ou um privilégio”. A Previ-dência se articula em torno de uma “intrínseca matriz ética” ao promover a proteção social, especialmente dos mais pobres. O Papa Francisco já disse na Laudato si’: “A política não deve submeter-se à economia, e esta não deve submeter-se aos dita-mes e ao paradigma eficientista da tecnocracia. Pensando no bem comum, hoje precisamos imperiosamente que a política e a economia, em diálogo, se coloquem decididamente ao serviço da vida” (n. 189). Por

isso, é preciso dizer “não” a uma cultura do descarte, como afir-ma o Papa. E esse projeto de emenda constitucional faz parte dessa espiral do retrocesso, em primeiro lugar contra os jovens – que hoje são descartados com o desemprego e, amanhã, o se-rão com a falta de uma aposen-tadoria justa – e, depois, contra os idosos – que são descartados junto com os direitos que aju-daram a construir e jogados na vulnerabilidade social. Na Evangelii gaudium, Francisco defende que “a dig-nidade da pessoa humana e o bem comum estão por cima da tranquilidade de alguns que não querem renunciar aos seus privilégios. Quando esses valo-res são afetados, é necessária uma voz profética” (n. 218). Por isso, com coragem, os bispos brasileiros erguem a sua voz, retomando a frase do profeta Amós (5, 7) como inspiração para a sua nota: “Ai dos que fazem do direito uma amargu-ra e a justiça jogam no chão”. A mensagem é clara e direta. E como cada um de nós e de nossas comunidades estamos levantando a nossa “voz pro-fética” contra tal retrocesso? n

vitória Maio/201726

“Nenhuma solução para equilibrar um possível déficit pode prescindir de valores éticos-sociais e solidários. Na justificativa da PEC 287/2016 não existe nenhuma referência a esses valores, reduzindo a Previdência a uma questão econômica.”

Nota da CNBB sobre a PEC 287/16Reforma da Previdência

Os parques da cidade estão com um colorido diferente com a retomada dos piqueniques. São toalhas coloridas espalhadas pela grama com bolinhos, frutas, pãezinhos,

refrescos e comidinhas de todo tipo que, dispostas entre bolas carrinhos e bonecas, tem tornado as tardes dos finais de semana mais prazerosos para pais, crianças, tios, tias, avós, avôs e para quem mais quiser participar do divertido encontro entre o lazer e o prazer de estar juntos. Basta uma voltinha nos parques nos finais de tardes de sába-dos e domingos para deparar-se com a cena que contagia quem ainda não está inserido nela. Dá uma vontade de sentar na grama

Um novo colorido nos parques da cidade

andressa mianviver bem

vitória Maio/201728

e compartilhar esse momento, que pode até parecer algo simples, mas que traz lembranças boas da convivência fami-liar, algo que vinha se perdendo com a inserção das tecnologias nas vidas das famílias. São sorrisos, abraços, conversas gostosas, brincadeiras no chão com bola rolando, com bambolê girando, com pião rodando e passeios de bicicleta com e sem rodinhas. Que delícia ser criança e poder brincar, e que delícia ser adulto e estar na companha delas, em contato com a natureza, aproveitando os últimos raios de sol e a brisa fresquinha que anuncia a chegada da noite. E aquelas gargalhadas gostosas das crianças correndo e brincando de pi-que-pega, pique-esconde, pique-cola, morto-vivo e tantas outras brincadeiras deliciosas da nossa infância. As garga-lhadas que nunca seriam ouvidas se elas estivessem na frente de um “super-ultra-vídeo-game” de última geração. Esses encontros ao ar livre têm con-quistado tanto as pessoas que muitos pais e mães estão deixando de lado as superproduções dos aniversários rea-lizados em cerimoniais infantis para

comemorar durante os piqueniques. E então os encontros nos parques, além das toalhas xadrezes e das cestas com guloseimas, ganham balões coloridos, bandeirinhas com o nome do aniversa-riante, bolo confeitado, docinhos e ainda mais alegria. A comemoração torna-se algo tão simples e feliz que fica arquivado na memória de quem participou como uma doce recordação, daquelas que a gente sente saudades. E como é bom ouvir de uma criança que “foi o melhor aniversário que eu já tive”. Pois foi essa frase que o Henrique Machado disse para a mãe Edna Gon-çalves Machado, ao comemorar seus 6 anos com os amiguinhos durante um piquenique. Foi aí que ela percebeu que para fazer uma criança feliz no dia do seu aniversário, é necessário apenas uns docinhos, um bolo gostoso e os melhores amigos por perto. Amigos! Os amigos e as crianças não podem faltar nos piqueniques. São eles que levam a alegria a estes encontros, são eles que criam a atmosfera mágica e que fazem o momento ficar eternizado na memória. Então, em um final de tarde de um final de semana qualquer, reúna os amigos e as crianças e vá a um parque da cidade. Não esqueça da cesta com o lanche e da toalha xadrez. n

vitóriaMaio/2017 29

OConcílio Vaticano II, particularmente pela Constituição “Sacro-

sanctum Concilium” (SC - sobre a Liturgia) e pela Constituição Dogmática “Dei Verbum” (DV - sobre a Revelação Divina), elucidou a importância da Pa-lavra na liturgia, como também promoveu a tradução do texto latino para o vernáculo, a fim de que cada nação proclame a Palavra em sua própria língua. Na liturgia, pela ação do Espírito vivificante, a procla-mação da Palavra manifesta o amor sempre eficaz do Pai através do Verbo Jesus Cristo, no contínuo e transformador diálogo da Aliança com o povo reunido em assembleia. Diálogo que é concessão de vida plena para todos, diante dos inúmeros contextos e realidades históri-cas. A Palavra é luz que ilumina os ângulos ainda obscuros da humanidade, expressando a verdade sempre libertadora e edificante do Criador. Na consciência de que Cristo “está presente na sua Palavra” (cf. SC 7), é importante e decisivo proclamar o bem e sua notícia de vida na assem-bleia celebrante, seja por parte dos ministros ordenados, como

também dos ministros leigos es-colhidos e com investidura para o ministério da proclamação. Seja considerado o quanto uma limitada proclamação compro-mete o objetivo e o efeito aos quais se destinam a Palavra. A maneira de proclamar dos leitores, em comunicação e expressão, é o diferencial necessário e adequado para a finalidade da liturgia da Pa-lavra. Clareza na entonação vocal e harmonia na postura são dimensões que indicam o conteúdo escriturístico medita-do e assimilado com convicção por quem proclama. A procla-mação se dá, exclusivamente, na mesa da Palavra (ambão), a qual é um dos pólos do espaço da celebração, em consonância com a mesa do altar: ambas criam unidade. Por isso, por exemplo, é que o canto de co-munhão sempre retoma, em versos poéticos e melodia, o conteúdo do Evangelho do dia, quando não se opta por cantar a antífona própria da comunhão, conforme o Missal Romano. Na mesa da Palavra é in-dispensável a utilização do Le-cionário como referência dos textos bíblicos a serem procla-mados, e não a fixação na uti-

lização de folhetos ou livretos com os textos da liturgia do dia. O Evangeliário, livro que contém somente o Evangelho para os domingos e solenidades, seja também valorizado nos referidos dias, sendo trazido na procissão de entrada, colocado sobre o altar e dele tirado para a proclamação solene. A Pala-vra, exatamente, não é o livro em si, mas o conteúdo que é proclamado a viva voz, com a devida ênfase e comunicação. A atitude da assembleia deve ser de atenção e escuta para com quem proclama a Pa-lavra, sem a necessidade de a comunidade ter os textos em mãos, uma vez que a relação é dialogal. Uma proclamação exata e uma acolhida atenta e disposta superam impressos, aplicativos em aparelhos celu-lares ou tablets, como também projeções. Desafio para quem escuta, e desafio primeiro para quem proclama. Qual a realidade da sua co-munidade? Importante e urgente ampliar este assunto a partir das equipes de celebração, em vista da qualidade celebrativa. n

mundo litúrgico

Fr. José Moacyr cadenassi, OFMcap

Proclamar a Palavra

giovanna Valfrécoordenação do cedoc

arquivo e memória

Encontro e confraternização dos seminaristas da

arquidiocese de vitória em Baixo Guandu no ano de

1963. dentre os seminaristas estão d. Geraldo lyrio

rocha e Padre arnóbio Passos Cruz.

vitóriaMaio/2017 31

18 de abril Celebração e bênção para casais

Programação noturna pela primeira vez na Festa da Penha

20 de abril Orquestra Sinfônica do Espírito Santo

21 de abrilCantando com Maria (Frei Florival, Frei Paulo César e Jovens de Terra Vermelha)

19 de abril Apresentação do grupo de teatro Shalom

vitória Maio/201732

Wemerson nogueira não conquistou o primeiro lugar, mas conseguiu mostrar ao mundo todo que no brasil existem professores de qualidade, que conseguem transpor milhares de barreiras para proporcionar a muitos uma educação de qualidade.

a educação vista como um fator tansformador na vida das pessoas

vitória - Como um filho de agricultores se interessou mais pelos estudos do que pela terra e se tornou professor?Wemerson - Quando eu era criança e meus pais iam para a roça trabalhar, existia uma regra para os sete filhos. Ou íamos para roça com eles ou ficá-vamos em casa estudando. Eu não queria ir para a roça, então eu estudava. Passei a ser monitor das aulas na escola porque eu era hiperativo, muito agitado e a professora resolveu me dar essa função para me ocupar. Então, eu estudava os conteúdos das aulas do dia seguinte e usava isso como uma desculpa para não ir para a roça. Não que eu ache desmerecedor o trabalho agrícola, meus pais são agricultores até hoje, mas eu não queria ir. Isso fez com que eu tomasse muito gosto pelos estudos e, mesmo sendo semianalfabeta, minha mãe, ao chegar em casa da roça, me fazia explicar tudo que eu havia estudado para ela.

vitória - O que te motiva como professor?Wemerson - O que me motiva como professor é saber que eu estou na sala de aula, trabalhando a metodologia teórica do ensino, mas de uma fora

andressa mianentrevista

vitóriaMaio/2017 33

atrativa, envolvendo projetos edu-cacionais com teoria de conteúdo. Isso me faz motivar os alunos du-rante as aulas a querer participar, brincar, se divertir, pesquisar, sair do espaço da sala de aula para aprender de uma forma diferente. Vejo com isso transformações e resultados acontecendo na vida dos alunos. Resultados como bom rendimento em notas, em partici-pação, alunos sendo aprovados em universidades federais. Isso me dá estímulo diário para querer sair de casa e ir para uma sala de aula.

vitória - Onde você leciona atualmente?Wemerson - Hoje eu trabalho na faculdade Multivix, em Vitória e Cariacica, e leciono as matérias de Química e Educação Ambiental. Tenho formação em Química e Ciências pela Universidade Metro-politana de Santos (UNIMES) uma Faculdade de Educação à Distância.Atualmente não estou no sistema público. Eu abri mão disso para atuar na faculdade, porque é uma nova experiência, pois desta for-ma estou atuando com futuros professores. Eu posso passar para esses alunos essa motivação que eu trago comigo, de querer fazer diferente e contribuir com uma educação inovadora no país.

vitória - Você está entre os 10 melhores professores do mundo. O que significa isso para você e como foi participar

entrevista

desse ranking?Wemerson - Eu diria que estar entre os 10 melhores é algo ina-creditável. Eu nunca imaginei que isso pudesse acontecer comigo. Eu escolhia profissão de profes-sor por amor, por paixão, jamais com interesses de buscar méritos, de buscar reconhecimento, mas a vida profissional me proporcionou caminhos para buscar esse reco-nhecimento. Então, a partir do momento que eu vi que o professor não é bem pago, e isso desestimula muitos profissionais, eu pensei que seria bacana buscar meu próprio reconhecimento de uma outra for-ma. Já que eu não posso ter um salário digno, um salário bom, eu decidi buscar pelo menos o reconhecimento e mostrar que eu sou um bom profissional, que eu sou um professor que atua para mudar constantemente a vida dos alunos e isso pode mudar minha vida, como de fato mudou. Eu fui buscando esses caminhos de prêmios envolvendo projetos educacionais, conquistei prêmios estaduais, nacionais e por fim cheguei a participar como finalis-ta do maior prêmio da educação no mundo.

vitória - Como aconteceu a inscrição para esse prêmio?Wemerson - Quando venci o prê-mio Educador nota 10, uma amiga me marcou em uma publicação do Facebook. Eu entrei no site, me ins-crevi e contei minha história, mas

sem nenhuma pretensão. Respondi a um questionário contando minha história de transformação com os alunos. Confesso que não escrevi com intuito de ser classificado, porque sei que em países como África, por exemplo, onde a edu-cação é precária mesmo, existem histórias fantásticas de profes-sores que dão aula escrevendo com gravetos no chão de areia ou usando pedaços de porta para dar as lições. Achei que não tinha chances, e foi uma surpresa. Fui classificado entre os 50 e depois entre os 10 finalistas. Fui para Du-bai, onde era a entrega do prêmio e vivi uma experiência incrível. Não saí como o vencedor de 1 milhão de dólares, mas enfim, voltei com tantos outros méritos e com tantas outras vitórias.

vitória - O que te faz diferente dos outros profissionais da área de educação no país?Wemerson - O que me faz diferen-te na educação é que eu não olho para as barreiras, para as dificul-dades, eu não olho para a falta de recurso financeiro, eu não olho para a falta de infraestrutura como algo que vai me dificultar alcançar o resultado para transformar a vida de um aluno. Eu acho que isso me faz ser diferente. Se todos encarassem assim, a educação no Brasil seria muito diferente.

vitória - É esse o papel do edu-cador? Lutar pela transformação

vitória Maio/201734

sem olhar para as barreiras?Wemerson - Sim. É preciso olhar para a educação como um fator transformador que irá somar na vida de uma criança, na vida de um indivíduo, de uma comunidade, de uma sociedade, de um país. A gente transmite conteúdo, só que temos que saber como vamos transmi-tir essa informação. O aluno do século XXI está voltado para as tecnologias, para as redes sociais. Ele não quer mais ficar em uma sala de aula, entre quatro paredes, olhando para o quadro com um professor escrevendo conteúdo, ditando matéria. Ele quer um mé-todo inovador. Isso só é possível quando agregamos o método de ensino com um método de trans-formação na vida desse aluno,

juntando conteúdo à diversão, à atratividade e à brincadeira. Isso permite fazer a transformação.

vitória - Você considera a for-ma de você pensar a educação uma exceção no país?Wemerson - Não. Conheço mui-tos professores que desenvolvem projetos educacionais incríveis. Entretanto, eu diria que muitos desses professores não têm colo-cado esses projetos em evidência, à visão do país, à visão do mundo. O organizador do prêmio mundial Global Teacher Prize, Vikas Pota, da Varkey Foundation, disse em uma matéria à Revista Veja que me considera um cara incrível pela transformação que eu consegui na vida dos meus alunos com o

projeto que eu desenvolvi. Ele afirmou que, naquele momento, a oportunidade era para mim, mas que isso não impediria que outros professores brasileiros também se destacassem em outra oportunida-de. Então é isso, acho que existem muitos professores transformado-res pelo Brasil, pelo mundo.

vitória - Você acredita então que sua participação no Global Teacher Prize é uma motivação para os outros professores?Wemerson - Com certeza. Acho que nossos professores precisam pegar essa ideia e transformá-la em uma ideia que vai contagiar ou-tros professores, contagiar escolas, alunos. A gente precisa fazer isso. É um dos meus novos projetos. Eu pretendo iniciar uma nova carreira na educação em busca de profis-sionais que querem transformar. A partir disso, darei consultorias, orientações para que a gente faça uma educação inovadora no Bra-sil, para que a gente transforme a vida dos nossos professores a para que exista um incentivo para que nossos alunos queiram se tornar professores, pois é uma profissão digna que tem que ser reconheci-da, valorizada. Existem mais de 50 prêmios educacionais para reco-nhecer o mérito de um professor. Eu gostaria de ver os professores brasileiros que têm projetos ba-canas serem valorizados também através desses prêmios, que estão ao alcance de todos. n

vitóriaMaio/2017 35

Andressa Mian Maria da Luz Fernandes

reportagem

Ao completar 75 anos de vida no dia 06 de maio, Dom Luiz Mancilha Vilela, Arcebispo da Arquidiocese de Vitória, é con-siderado um exemplo de determinação, força de vontade e fé.

Durante sua trajetória, Dom Luiz conquistou muitos amigos que o conceituam como um homem de Deus que soube usar os talentos recebidos do Pai para benefício do próximo e que arrebatou corações para a fé, despertou vocações e levou a muitos o amor do Cristo. O bispo auxiliar de Vitória, Dom Rubens Sevilha, que convive com Dom Luiz diariamente há cinco anos afirma que existem “dois Dom Luiz”. “Temos o Dom Luiz oficial, o Arcebispo, que representa seu lado institucional, o que ele leva muito a sério, com muita responsabili-dade, muito exigente com ele mesmo e com relação ao papel dele como pastor, de guardião da Igreja, da Arquidiocese de Vitória. E temos o Dom Luiz pessoa, o da convivência em casa, que posso dizer com todas as palavras que é uma pessoa maravilhosa. O considero uma espécie de pai, ou melhor ainda, um avozão. No início, quando cheguei à Arquidiocese, o considerava um mestre, pois tinha muito a aprender. A convivência diária, entretanto, o revelou como uma pessoa de extrema bondade e delicadeza. Quem convive com Dom Luiz na intimidade, fica admirado com esse lado acolhedor, zeloso e amistoso que ele tem”, revelou. Penúltimo dos 10 filhos de José Vilela de Mancilha e Olívia Mancilha Mendes, Dom Luiz entrou para o Seminário Menor da Congregação dos Sagrados Corações aos 9 anos, cinco anos após

de Dom Luiz

vitória Maio/201736

Entendo que o destaque nos esportes e no teatro foram um exercício para o

desenvolvimento de sua determinação, um traço muito forte em sua

personalidade até hoje

Pe. Hilário

o estudo de Teologia na Univer-sidade Católica de Minas e ter sido ordenado padre, Dom Luiz retornou a Pindamonhangaba e assumiu a reitoria do Instituto dos Sagrados Corações. Esse amor pela instituição foi testemunhado pelo pe. Viní-cius Maciel, ex-aluno e amigo de Dom Luiz que atua no Santuário da Saúde e da Paz, em Belo Ho-rizonte. “Ele expressava essa ter-nura, esse amor, escrevendo poesias. Muitas ele declamava durante as aulas. Dom Luiz di-zia que foi na Congregação seu encontro com Jesus. Isso nos

a morte de sua mãe. Naquela época, os padres dos Sagrados Corações percorriam as cidades visitando as famílias e fazendo a exaltação das imagens dos Sa-grados Corações de Jesus e de Maria nos lares e era comum as famílias enviarem os filhos aos seminários para garantir que tivessem um bom estudo, baseado nos ensinamentos de Deus. A precocidade, no entanto, não foi empecilho para que aflo-rasse nele, ainda muito cedo, a vocação religiosa. A liturgia e a beleza da fala dos padres lhe tocaram o coração e lhe desper-tou a vontade de se tornar um sacerdote. Foi no Seminário Cristo Rei, em Ferraz de Vasconcelos, São Paulo, onde cursou o curso primário, que ele conheceu seu primeiro grande amigo, o meni-no Hilário França, hoje padre na Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio, em Patrocínio, Minas Gerais. Com muito carinho padre Hilário conta que Dom Luiz, ain-da muito jovem e seguindo com ele os estudos de filosofia no Se-minário Maior dos Sagrados Co-rações, em Pindamonhangaba, se destacava não só nos estudos, mas como atacante no time de futebol do seminário e também nas peças teatrais organizadas pelos padres, muitas vezes como

protagonista. “Ele sempre muito esperto se destacava em qualquer coisa que se propunha a fazer e eu ficava admirado com a capaci-dade dele, de tomar a frente das coisas, de enfrentar os desafios, assim como sempre fez em sua vida. Entendo que o destaque nos esportes e no teatro foram um exercício para o desenvolvi-mento de sua determinação, um traço muito forte em sua perso-nalidade até hoje”, comentou. O amor pela Congregação dos Sagrados Corações é outra característica marcante na vida de Dom Luiz. Após ter concluído

vitóriaMaio/2017 37

emocionava muito”, contou. Para o pe. Vinícius, Dom Luiz sempre foi uma referência em sua vida pessoal, espiritual e sacerdotal, tendo despertado nele a vocação. “Para mim ele é como um

reportagem

batou outros corações. Um deles foi de Dona Victória Marques Nunes, uma senhora de sorriso fácil e semblante doce, que ao fazer um teste para trabalhar na casa de Dom Luiz, foi recebida por ele com a canção Maria de Nazaré. “Ele tinha chegado de São Paulo e a casa estava toda limpa, organizada e o jantar pronto. Olhando para mim ele cantou: Maria de Nazaré, Maria me ca-tivou, Fez mais forte a minha fé e por filho me adotou. Eu nunca mais saí de perto dele e sempre que foi preciso fiz papel da mãe que ele perdeu muito cedo. Ele é um homem santo, maravilhoso e mesmo não sendo meu filho de sangue temos muito em comum. Assim como ele, tudo que faço, faço com muito amor”, afirmou emocionada. Em Cachoeiro, Dom Luiz também pôde contar com a parceria do Monsenhor Rômulo que, encantado com os projetos do bispo, se colocou à disposição

Tio Luiz é bastante

presente, preocupado com

a família, com os irmãos,

com os sobrinhos e, mesmo

estando longe a maior parte

do tempo, sempre dá um

jeitinho de nos visitar. Aliás,

ele adora viajar, e quando ele

vem nos ver, eu me encarrego

de ser a motorista oficial dele.

Sempre vamos até o

sítio de uma irmã dele, a tia

Arlete, que mora em Taubaté.

Durante o trajeto ele conta

vários casos engraçados que

viveu em outras viagens.

Eu o vejo como uma pessoa

que gosta de ajudar os

outros, é bom ouvinte, dá

bons conselhos e sempre

está atualizado com tudo,

conversa sobre qualquer

assunto.

Acho engraçado ele ser

apressado e sempre foi. Eu,

ao contrário, muito devagar

sempre pergunto a ele: Para

que tanta pressa tio? Mas

ele sempre reponde que não

está com pressa. Eu digo a ele

que ele deve sofrer muito

comigo, e rimos demais de

tudo isso.

Sobrinha de Dom Luiz

rosângela motta rodrigues escultor, que transforma uma pedra bruta em uma joia rara. Dom Luiz tem a capacidade per-ceber os valores de cada um e ajudar as pessoas a manifesta-rem esses valores”, relatou. Em 1981, após ter prestado vários serviços na Congregação, Dom Luiz foi nomeado Superior Provincial da Congregação e re-conduzido ao mesmo cargo em 1985 onde permaneceria se não tivesse sido nomeado bispo de Cachoeiro de Itapemirim pelo Papa João Paulo II. Padre Vinícius conta que a ida de Dom Luiz para Cachoeiro foi muito dolorosa para todos. “Para Dom Luiz porque apai-xonado que sempre foi pela Congregação se viu dividido entre o amor pela instituição e a obediência a Deus. Para nós sua partida deixou um grande vazio, pois era muito querido”, relatou. Mas ao chegar a Cachoeiro de Itapemirim, em 1986 e ser ordenado bispo, Dom Luiz arre-

vitória Maio/201738

para ajudá-lo. “Sua alegria, entusiasmo e dinamismo contagiava a todos e a mim também. A convivência nos aproximou e nos tornamos muito amigos. Viajamos muito e conheci um Dom Luiz extro-vertido, engraçado e contador de casos. Nessas ocasiões ele pendurava a veste de bispo”, contou. Além disso, Monsenhor Rô-mulo fala sobre a sensibilidade poética de Dom Luiz, em que seu lado humano e sentimental aparece muito predominante. “Em uma de nossas viagens fomos a Roma e Dom Luiz queria entregar um livro de poesias de sua autoria ao Papa João Paulo II. Muito tímido, ele ficou receoso. Então peguei o livro e entreguei por ele. Mais tarde, o Papa elo-giou muito as poesias. Brinquei que os elogios eram para mim, pois era eu quem havia entre-gado. Rimos muito com isso”, lembrou. Outro amigo e parceiro de

viagens é o padre José Carlos F. da Silva que também tem mo-mentos divertidos para contar ao lado de Dom Luiz. “Aproximei-me muito de Dom Luiz ainda no seminário em Cachoeiro, passando a fre-quentar sua casa, dirigir para ele e também ter aulas de francês com ele. Tornamo-nos amigos e viajamos juntos muitas vezes. Nessas viagens Dom Luiz revela-va seu lado engraçado e em uma ocasião, em viagem para Roma, ao seguirmos de Cachoeiro para Vitória e passarmos pelo Posto da Polícia Rodoviária Federal de Safra fomos abordados. O policial pediu a Dom Luiz que ele apresentasse seu passaporte, e sem entender muito bem ele co-meçou a procurar o documento em todos seus bolsos. Nervoso perguntava ao policial se era mesmo necessário apresentar o passaporte a ele. Era uma brincadeira do policial que nos informou um pouco depois que o motorista da livraria estava

Sempre que foi preciso fiz papel da mãe que ele perdeu muito cedo. Ele é um homem

santo, maravilhoso e mesmo não sendo meu filho de sangue temos muito em comum

D. Vitória

Dom Luiz de fato foi

e continua sendo um pai

para mim. Eu posso dizer

que todas as pedras que

surgiram no meu caminho

foram removidas por ele.

Dom Luiz me acompanhou

na vida pessoal, acadêmica

e pastoral. ´É uma pessoa

determinada, administrador

e xe m p l a r, u m h o m e m

amoroso, carinhoso e de uma

grande espiritualidade, além

disso, muito estudioso.

Foi ele quem despertou

minha vocação sacerdotal

durante um encontro de

jovens em Cachoeiro de

Itapemirim. Com a frase “A

sua imagem ficou gravada

no coração do bispo”, ele me

fez retomar a vocação que

já havia aparecido quando

eu tinha 10 anos de idade,

mas que ficou adormecida

durante parte da juventude.

Dois anos após esse encontro

pedi para ingressar no

seminário.

Eu acredito que cada

ser humano nasce com uma

missão e traz consigo uma

mensagem de Deus para o

mundo. Dom Luiz como um

sucessor dos apóstolos, tem

a missão de continuar os

ensinamentos de Deus. O

Pai quis que Dom Luiz fosse

essa mensagem de amor,

esperança, vigor e paz para

o mundo.

Amigo de Dom Luiz

Padre dermeval Gomes

vitóriaMaio/2017 39

trazendo o passaporte que Dom Luiz havia esquecido em casa”, lembrou. Padre José Carlos revelou também que Dom Luiz o ins-pirou a escrever três livros de orações publicados pelas Pauli-nas. “Comentei com ele que, em algumas ocasiões, tinha dificul-dades em rezar e ele então me orientou a escrever as orações. Assim, publiquei três livros”, relatou. Em 2002 Dom Luiz é no-meado pelo Papa João Paulo II, Arcebispo de Vitória e ao chegar na capital do Espírito Santo pas-sa a cativar novos corações por aqui também. Um dos amigos que cativou foi o médico pessoal, o cardiologista Luiz Henrique Martinelli, que afirma ficar im-pressionado com o fato de Dom Luiz estar sempre atualizado com todos os assuntos. “Ele é uma pessoa formidá-vel, inteligente, intelectual, ante-nado com tudo, muito lúcido e de uma memória impressionante. Além disso, um amigo muito que-rido em quem eu posso confiar e esperar sempre uma palavra de apoio, afeto e carinho. Para mim e para minha família é uma honra poder conviver com Dom Luiz e perceber nele essa pessoa humana, reta e tão preocupado com o povo, sempre com algum projeto que possa ajudar as pes-soas que precisam”, afirmou.

reportagem

E u o t e n h o c o m o

um pai. Quando precisei

de trabalho ele me deu a

oportunidade, me incentivou

a crescer profissionalmente,

m e o f e re c e u t o d a s a s

ferramentas para crescer,

a m a d u re c e r e ve n c e r.

Também me incentivou a

estudar e me mostrou que só

temos a ganhar quando nos

esforçamos verdadeiramente

na vida

Posso dizer que tudo

que tenho e tudo que sou

hoje devo a Dom Luiz. E

posso dizer também que seu

incentivo, ajuda e atenção

foram dadas a muitas pessoas,

mas de foram discreta, pois

ele nunca gostou que os

outros soubessem da ajuda

que ele dava às pessoas.

A convivência com

ele começou quando eu

ainda era muito menina.

Minha mãe cozinhava para

ele e passávamos os finais

de semana em sua cassa,

para fazer companhia. Ele

sempre teve muito carinho

por nós e eu posso dizer que

ele sempre esteve presente

em todas as fases da minha

v i d a , p a r t i c i p a n d o d o

meu crescimento pessoal,

realizou meu casamento,

batizou minha filha. Ainda

convivemos bastante e o que

tenho a dizer sobre Dom Luiz

é que ele é uma pessoa com

grande amor no coração.

Ex-funcionária de Dom Luiz

ana arlete de santos saltori Foi um desses projetos, a Fazenda Esperança, que tra-ta dependentes químicos que aproximou Dom Luiz e a médica Helenice de Fátima Muniz, uma das diretoras do projeto. “Ele é muito humano, trans-parente, acolhedor e gosta das coisas muito corretas. Nós convivemos bastante e volta e meia ele está lá em casa. O que mais me impressiona nele é a simplicidade. Temos ido mui-to a Brejetuba, onde estamos montando outra casa da Fazen-da Esperança. Em em uma das viagens almoçamos na casa da pessoa que está doando a terra, que é também muito simples. Ele não fez cerimônia, se serviu nas panelas e agradeceu muito o al-moço. Nossa amizade é da época em que ele veio para Vitória e somos muito felizes por tê-lo tão próximo de nós. Eu defino Dom Luiz como simplicidade”, afirmou. É esse Dom Luiz pessoa, como diz Dom Sevilha, deter-minado, apaixonado por Jesus e Maria, pai, carinhoso, humano, inteligente, apressado, intelec-tual e simples que definem este homem de fé que não se cansa de colocar-se à disposição da Igreja e dos que precisam dele.Por isso agradecemos a Deus por sua vida, por sua missão e por sua mensagem de amor para todos nós. n

vitória Maio/201740

Tem dúvidas? Então pergunte para quem sabe. Envie sua pergunta para [email protected]

Fabiano Cabral Dias Advogado da Mitra

Arquidiocesana de Vitória

Política

pergunte a quem sabe

? o que de fato vai prejudicar as pessoas com a reforma da previdência?

A Reforma da Prev idência prejudica os

contribuintes, uma vez que haverá aumento no tempo

de contribuição para todos, aumento do “pedágio” de

transição, eliminação de direitos estabelecidos na regra

atual, entre outros. Em geral, a proposta prejudica os

contribuintes que terão de contribuir por mais tempo

para conseguir ter aposentadoria integral, além de

diminuir os direitos, como no caso da aposentadoria

especial que, segundo a proposta, caberia apenas às

atividades profissionais que agravam a saúde e as

efetivamente agressivas, deixando de existir para as

de periculosidade.

Por oportuno, devemos destacar que existe uma

dívida das empresas brasileiras com INSS, que somadas

dão um valor aproximadamente de R$ 400 bilhões

de reais, ficando claro o desequilíbrio do sistema da

previdência social.

Logo, a proposta de reforma da previdência é uma

afronta a trabalhadores que por muitas vezes trabalham

a vida inteira, mas seus empregadores não repassam

ao INSS os valores devidos, e hoje, com a proposta da

reforma é praticamente admitir e punir os trabalhadores

por erro das empresas devedoras.

Dessa forma, antes de se propor uma reforma

da previdência, é importante cobrar das empresas

as dívidas com INSS, seja por medidas judiciais ou

extrajudiciais, para após o recebimento desses valores

(aproximadamente R$400 bilhões), criarem uma

proposta de reforma da previdência condizente com

a realidade.

? Que poderia ser feito sem prejudicar tanto?

A solução para amenizar os efeitos da proposta seria

um aumento nos direitos e garantias da previdência

aos contribuintes, como no caso do BPC, destinado

aos idosos em situação de pobreza e aos portadores de

deficiência física.

Caso a previdência social, a saúde e a assistência

social funcionassem de forma contínua e correta,

provavelmente a atual proposta de reforma poderia

gerar menos impactos negativos.

Por fim, deve o governo cobrar as dívidas que

as empresas têm com o INSS, para assim saber a real

necessidade de reforma da previdência.

Primeiramente, é necessário dizer que a lei que

rege as relações de trabalho é de 1943, o que a torna

desatualizada para as atuais formas de trabalho. Pois

saímos de uma economia predominantemente agrária

para uma economia onde predomina a prestação de

serviços. A flexibilização torna-se necessária, em

especial a jornada de trabalho, possibilidade de parcelar

férias, dentre outras medidas. Entretanto, as mudanças

devem ocorrer dentro de um limite, o que parece não

estar sendo feito. Hoje são 12 milhões de trabalhadores

terceirizados e cerca de 35 milhões que têm Carteira

de Trabalho assinada. O mesmo cuidado devemos ter

ao analisar o fim da obrigatoriedade da Contribuição

sindical, que enfraquecerá os sindicatos. Num primeiro

momento sentirão mais os sindicatos menores e sem

força política, mas sindicatos mais fortes, como o dos

metalúrgicos serão afetados num segundo momento.

É o enfraquecimento dos sindicatos em efeito dominó

que levará ao desaparecimento dos mesmos.

? Com a liberdade nos contratos e a

ausência dos sindicatos, como fica o

direito dos trabalhadores?

vitóriaMaio/2017 41

Na Carta Encíclica Mens Maio, o Papa Paulo VI expressa a alegria da

Igreja ao pensar nas grandiosas manifestações de fé e de amor oferecidas à Nossa Senhora no mês de maio; pois Ela é sempre caminho que leva a Cristo e todo encontro com Ela é en-contro com o Nosso Salvador.

maio, mês de maria

Trazendo as palavras do Papa Paulo VI à nossa realida-de, observamos que a piedade popular traduz as verdades da fé nos singelos momentos de oração, como por exemplo, a Coroação de Nossa Senhora, uma prática devocional cheia de conteúdo bíblico. Como bem acentua o Papa Paulo VI – Exortação Apostólica Marialis Cultus (nº 30) – a Sa-grada Escritura faz referências do Gênesis ao Apocalipse à Mãe e Cooperadora do Salvador. Já no Gênesis (3,15) – o protoevangelho – Deus promete a vitória da descendência da

ensinamentos

Da Virgem Maria nasceu Jesus pelo

qual Deus destrói a serpente, os anjos

e os homens que à serpente se

assemelham; e livra da morte aqueles

que se arrependem e nele creem

vitória Maio/201742

Vitor nunes RosaProfessor de filosofia na faesa

maio, mês de maria

Mulher sobre a serpente, que a Igreja interpreta como refe-rência à Maria e a Cristo. À luz dessa prefiguração, fica evidente porque Jesus se refere à Mãe como “Mulher”, tanto nas bodas de Caná – “Mu-lher, não é chegada a minha hora” – quanto no momento de sua Paixão na Cruz – “Mulher, eis aí o teu filho”. Os Santos Padres ou Pais da Igreja – primeiros escrito-res cristãos que durante os primeiros sete séculos foram elaborando a doutrina cristã e defendendo a fé, a liturgia e os dogmas cristãos – qualificam Maria como a Nova Eva, títu-lo adotado oficialmente pela Igreja. São Justino de Roma (vi-veu entre os anos 100 e 165), considerado um dos Pais da

Igreja – em sua obra Diálogo com Trifão, 100 – apresenta um brilhante paralelo: Eva conce-beu a palavra dita pela serpente e deu à luz a desobediência e a morte; Maria concebeu fé e ale-gria, quando o Anjo Gabriel lhe anunciou a boa notícia de que o Espírito Santo viria sobre ela e a força do Altíssimo a cobriria com sua sombra, por meio do que o Santo dela nascido seria o Filho de Deus. Ao anúncio do Anjo, Maria respondeu: “Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a Palavra!”. Da Virgem Maria nasceu Jesus pelo qual Deus destrói a serpen-te, os anjos e os homens que à serpente se assemelham; e livra da morte aqueles que se arrependem e nele creem.

Outro Pai da Igreja, Santo Ireneu de Lião (viveu aproxi-madamente entre 140 e 200) – Contra as Heresias, Livro V, 19,1 – continua o paralelo entre Eva e Maria, ressaltando a entrega total de Nossa Senhora ao pro-jeto de Deus: Eva foi seduzida pela fala de anjo e afastou-se de Deus, transgredindo a sua palavra; Maria recebeu a boa-nova pela boca de anjo e trouxe Deus em seu seio, obedecendo à sua palavra. O gênero huma-no que foi submetido à morte por uma virgem, foi libertado dela por uma virgem; o pecado do primeiro homem foi curado pela correção de conduta do Primogênito. A esperteza da serpente foi vencida pela sim-plicidade da pomba. n

vitóriaMaio/2017 43

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vitória Maio/201744

Apintura do Papa João XXIII, um patrimônio histórico da Arquidio-

cese de Vitória, que pertence ao acervo do museu do Con-vento São Francisco, localizado na Cidade Alta, em Vitória, foi pintado pelo escultor, pintor e professor ítalo-brasileiro Carlo Crepaz. Trata-se de uma pintura em óleo sobre madeira, uma das poucas pinturas do artis-ta, que tinha na escultura sua maior manifestação artística. A obra, segundo o pároco do Santuário de Santo Antônio, Roberto Camillato, foi pintada por ocasião de uma manifesta-ção religiosa, realizada pelas paróquias de Vitória para cele-brar a criação da Arquidiocese de Vitória, ocorrida em 1958, e que originou as Dioceses de São Mateus e Cachoeiro de Ita-pemirim. A comemoração, no entan-to, aconteceu no ano seguinte com um desfile na praça da Catedral Metropolitana de Vi-tória, na qual as paróquias le-varam para o local estandartes, símbolos e bandeiras que re-presentavam suas associações e irmandades.

Quadro do Papa João XXIII

patrimônio histórico cultural

Além dos fiéis, o desfile foi presenciado pelo então Ar-cebispo de Vitória, Dom João Batista da Mota e Albuquerque, pelo Núncio Apostólico, Dom Armando Lombardi e pelo bis-po de Cachoeiro de Itapemirim, Dom Luiz Gonzaga Peluso. A Paróquia de Santo An-tônio levou para o evento, em cima de um carro alegórico, a pintura do Papa João XXIII,

andressa mian

eleito papa em outubro de 1958. O quadro foi pintado por Crepaz, especialmente para o desfile, a pedido dos religiosos da Congregação dos Pavonia-nos, que quiseram prestar uma homenagem ao Papa eleito. A pintura foi doada pelos Pavonianos à Arquidiocese de Vitória logo após a comemora-ção. n

vitóriaMaio/2017 45

acontece

Juntos para refletir a comunicação

O encontro do Dia Mundial das Comunicações,

realizado anualmente para promover uma reflexão

sobre a carta do Papa Francisco para os comunica-

dores, que este ano tem como tema: “Comunicar,

esperança e confiança no novo tempo”, acontece

no dia 20 de maio no centro de Treinamento Dom

João Batista, na Ponta Formosa.

Voltado para os agentes das Pastorais de Co-

municação e dos Ministérios de Comunicação, o

encontro acontece das 14 às 17 horas terá como

assessor o mestre e doutorando em Comunicação

Social pela Umesp, Ricardo Alvarenga. As inscri-

ções para o encontro podem ser feitas através dos

e-mails [email protected]

[email protected] e também pelo

telefone 3025-6292

inauguração do iFtav A nova sede do Instituto de Filo-

sofia e Teologia da Arquidiocese de Vi-

tória será inaugurado às 9 horas do dia

31 de maio. No prédio, cujo endereço é

a rua João Batista Parra, na Enseada do

Suá, em Vitória, funcionará o espaço

para a formação de seminaristas da

Província Eclesiástica do Espírito Santo

e também para formação de religiosos

e agentes de pastoral da Arquidiocese

de Vitória.

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a Maria

Maria de JesusPensamentos para

cada dia do anoJosé Dias Goulart

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Maria de JesusSua vida e missão

José Dias Goulart72 páginas

Exaltação a Maria Santíssima

Reflexões sobrea Salve-Rainha

Gemma Scardini96 páginas

Um mês com MariaMaio de 2017

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Reze e viva melhor com a Mãe de todos nós, a Rainha do céu. Reze e viva melhor com a Mãe de todos nós, a Rainha do céu.

Vida, doçura, esperança nossaSalve, Mãe de todos os povos

Reze e viva melhor com a Mãe de todos nós, a Rainha do céu.

re� exão baseada em uma expressão da Salve-Rainha. E como cantar é uma

Reze e viva melhor com a Mãe de todos nós, a Rainha do céu.

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