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227 Revista Baiana de Saúde Pública v.34, n.2, p. 227-239 abr./jun. 2010 ARTIGO ORIGINAL COORDENAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE NO CONTROLE DA TUBERCULOSE EM UM MUNICÍPIO DA BAHIA, BRASIL a Elisângela Mascarenhas da Silva b Marluce Maria Araújo Assis c Tereza Cristina Scatena Villa d Lúcia Marina Scatena e Resumo O estudo objetivou avaliar a coordenação dos serviços de Atenção Primária em Saúde (APS) no Controle da Tuberculose (TB) sob a ótica dos doentes e profissionais de saúde em Feira de Santana (BA). Trata-se de uma pesquisa avaliativa do tipo exploratória de recorte quantitativo. Para a coleta de dados, utilizou-se o Primary Care Assessment Tool, validado para o Brasil e adaptado para avaliar a atenção à TB. Foram selecionadas 11 perguntas de avaliação da Coordenação de serviços e aplicado o questionário em 100 doentes e 14 profissionais de saúde. Realizada análise de frequência dos dados, utilizando o software Statística 8.0, análise de confiabilidade e de associação entre variáveis. O estudo mostrou diferentes graus de concordância e discordância entre doentes e profissionais. Dentre os indicadores discordantes estão os que compõem o sistema de referência e contrarreferência, em que os doentes referiram nunca ocorrer e os profissionais quase sempre, ficando evidente a fragilidade da atenção. Em relação a Artigo resultante da dissertação de mestrado intitulada Avaliação da Organização e do Desempenho dos Serviços de Atenção Primária no Controle da Tuberculose em Feira de Santana (BA), produto de um estudo multicêntrico, coordenado pela Profa. Dra Tereza Cristina Scatena Villa, intitulado Avaliação das Dimensões Organizacionais e de Desempenho dos Serviços de Atenção Básica no Controle da TB em Centros Urbanos de Diferentes Regiões do Brasil, financiado pelo CNPq. b Enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde de Irará (BA). Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa Integrada em Saúde Coletiva (NUPISC). c Enfermeira. Professora Titular do Departamento de Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Pró- -Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UEFS. Coordenadora/Pesquisadora do NUPISC/UEFS. Pesquisadora do CNPq. [email protected]. d Enfermeira, professora titular da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). Coorde- nadora do grupo de pesquisa Estudos Epidemiológico-Operacionais em Tuberculose. Pesquisadora do CNPq. [email protected]. e Doutora em Engenharia-Hidráulica e Saneamento. Bolsista PRODOC-CAPES do Programa de Pós-Graduação em En- fermagem de Saúde Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP. Pesquisadora do Grupo de Estudos Epidemiológico-Operacional em Tuberculose (GEOTB). [email protected]. Endereço para correspondência: Rua C, 121. Conj. ACM, Mangabeira, Feira de Santana, Bahia. CEP: 44036-000. [email protected] Rev Baiana Saude Publica Miolo.indd 227 Rev Baiana Saude Publica Miolo.indd 227 15/12/2010 11:49:25 15/12/2010 11:49:25

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Revista Baiana

de Saúde Pública

v.34, n.2, p. 227-239abr./jun. 2010

ARTIGO ORIGINAL

COORDENAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDENO CONTROLE DA TUBERCULOSE EM UM MUNICÍPIO DA BAHIA, BRASILa

Elisângela Mascarenhas da Silvab

Marluce Maria Araújo Assisc

Tereza Cristina Scatena Villad Lúcia Marina Scatenae

ResumoO estudo objetivou avaliar a coordenação dos serviços de Atenção Primária em

Saúde (APS) no Controle da Tuberculose (TB) sob a ótica dos doentes e profissionais de saúde

em Feira de Santana (BA). Trata-se de uma pesquisa avaliativa do tipo exploratória de recorte

quantitativo. Para a coleta de dados, utilizou-se o Primary Care Assessment Tool, validado para

o Brasil e adaptado para avaliar a atenção à TB. Foram selecionadas 11 perguntas de avaliação

da Coordenação de serviços e aplicado o questionário em 100 doentes e 14 profissionais de

saúde. Realizada análise de frequência dos dados, utilizando o software Statística 8.0, análise de

confiabilidade e de associação entre variáveis. O estudo mostrou diferentes graus de concordância

e discordância entre doentes e profissionais. Dentre os indicadores discordantes estão os que

compõem o sistema de referência e contrarreferência, em que os doentes referiram nunca

ocorrer e os profissionais quase sempre, ficando evidente a fragilidade da atenção. Em relação

a Artigo resultante da dissertação de mestrado intitulada Avaliação da Organização e do Desempenho dos Serviços de Atenção Primária no Controle da Tuberculose em Feira de Santana (BA), produto de um estudo multicêntrico, coordenado pela Profa. Dra Tereza Cristina Scatena Villa, intitulado Avaliação das Dimensões Organizacionais e de Desempenho dos Serviços de Atenção Básica no Controle da TB em Centros Urbanos de Diferentes Regiões do Brasil, financiado pelo CNPq.

b Enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde de Irará (BA). Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa Integrada em Saúde Coletiva (NUPISC).

c Enfermeira. Professora Titular do Departamento de Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Pró- -Rei tora de Pesquisa e Pós-Graduação da UEFS. Coordenadora/Pesquisadora do NUPISC/UEFS. Pesquisadora do CNPq.

[email protected]. d Enfermeira, professora titular da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). Coorde-

nadora do grupo de pesquisa Estudos Epidemiológico-Operacionais em Tuberculose. Pesquisadora do CNPq. [email protected] Doutora em Engenharia-Hidráulica e Saneamento. Bolsista PRODOC-CAPES do Programa de Pós-Graduação em En-

fermagem de Saúde Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP. Pesquisadora do Grupo de Estudos Epidemiológico-Operacional em Tuberculose (GEOTB). [email protected].

Endereço para correspondência: Rua C, 121. Conj. ACM, Mangabeira, Feira de Santana, Bahia. CEP: 44036-000. [email protected]

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ao uso do prontuário e resultados de exames disponíveis, ambos os grupos responderam quase

sempre e sempre, ou seja, apenas as atividades básicas do programa são garantidas. Conclui-se

que a atenção a TB ainda é centralizada na Unidade de Referência, não sendo definidas as

responsabilidades na APS.

Palavras-chave: Tuberculose. Avaliação dos Serviços de Saúde. Saúde Pública.

COORDINATION OF THE SERVICES IN PRIMARY HEALTH CARE IN THE CONTROL OF

TUBERCULOSIS IN A MUNICIPALITY OF BAHIA, BRAZIL

Abstract

The study had as goal to evaluate the coordination of the services in Primary

Health Care (APS) in the control of tuberculosis (TB) from the perspective of patients and health

professionals in Feira de Santana (BA). This is an evaluative research of the exploratory kind with

a quantitative approach. For data collection, the Primary Care Assessment Tool, validated for

Brazil and adapted in order to evaluate attention to TB , was used. Eleven evaluation questions

of the Coordination of services were selected and the questionnaire was applied to 100 patients

and 14 health professionals. Analysis of data frequency was made using the Statistica 8.0 software,

analysis of reliability and association between variables. The study showed different degrees of

concordances and discrepancies between patients and professionals. Among the indicators of

discrepancy are those that constitute the system of reference and counter-reference, where

the patients reported never to occur and the professionals almost never to occur, which made

evident the frailty of the attention. Regarding the use of medical records and examination of

available results, both groups answered almost always and always, which means that just the

basic activities of the program are guaranteed. It was concluded that the attention to TB is still

centralized in the Unit of Reference, the responsibilities in the APS not being defined.

Key words: Tuberculosis. Health Services Evaluation. Public Health.

COORDINACIÓN DE LOS SERVICIOS DE ATENCIÓN PRIMARIA EN SALUD EN EL

CONTROL DE LA TUBERCULOSIS EN UN MUNICIPIO DE LA BAHIA, BRASIL

ResumenEl estudio objetivó evaluar la coordinación de los servicios de Atención Primaria

en Salud (APS) en el Control de la Tuberculosis (TB) desde la perspectiva de los pacientes

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y profesionales de la salud en Feira de Santana (BA). Se trata de un estudio evaluativo de

tipo exploratorio de recorte cuantitativo. Para la colecta de datos se utilizó el Primary Care

Assessment Tool, validado para Brasil y adaptado para evaluar la atención a la TB. Fueron

seleccionadas 11 preguntas de evaluación de la Coordinación de servicios y aplicado el

cuestionario a 100 pacientes y a 14 profesionales de la salud. El análisis de frecuencia de los

datos fue realizado mediante el software Statistica 8.0, análisis de confiabilidad y de asociación

entre las variables. El estudio mostró diferentes grados de concordancia y discordancia entre

pacientes y profesionales. Entre los indicadores discordantes están los que componen el

sistema de referencia y contrareferencia, en el que los pacientes refirieron nunca ocurrir y

los profesionales casi siempre, dejando evidente la debilidad de la atención. En cuanto al uso

de los registros médicos y resultados de las pruebas disponibles, ambos grupos respondieron

casi siempre y siempre, o sea, están garantidas apenas en actividades básicas del programa. Se

concluye que la atención a la TB aún se encuentra centralizada en la Unidad de Referencia, no

siendo definidas las responsabilidades en la APS.

Palabras clave: Tuberculosis. Evaluación de los Servicios de Salud. Salud Pública.

INTRODUÇÃOA Tuberculose (TB), doença potencialmente curável e prevenível, ainda se constitui

em grande problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, atingindo o estado

de calamidade negligenciada.1 Esta situação tem despertado preocupação nas autoridades

sanitárias.

De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2006,

ocorreram 9,2 milhões de casos novos de TB no mundo, com uma taxa de prevalência de

219/100.000 habitantes e aproximadamente 1,66 milhões de mortes no mesmo período.2

Ainda segundo a OMS, a TB é um problema prioritário em 22 países em

desenvolvimento com as mais altas notificações no mundo. Nesse sentido, o Brasil faz parte

desta estatística de liderança, que atualmente ocupa o 16º lugar, com estimativa de 94 mil

casos de TB com incidência de 50/100.000 casos de TB por todas as formas, 31/100.000 por TB

pulmonar bacilífera e prevalência de 55/100.000 casos por todas as formas. Mesmo sendo uma

doença que tem cura, ainda causa a morte de 5,1% dos casos diagnosticados no Brasil, com um

percentual de cura de 77% e taxa de abandono em torno de 9%.2

De acordo a análise da situação de saúde feita pelo Ministério da Saúde no

ano de 2005, a Bahia é o terceiro estado com maior incidência de TB no país (9,1%) e o

quarto com maiores proporções de casos não encerrados (24,6%).3 A situação do município de

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Feira de Santana não difere muito deste cenário, pois foi considerado um dos 329 municípios

brasileiros prioritários para TB no Plano Nacional de Mobilização e Intensificação das Ações

para a Eliminação da Hanseníase e Controle da Tuberculose.4

Na tentativa de reverter o quadro, a OMS, em 1993, declarou a situação da TB

como emergência mundial, estabelecendo novas diretrizes de trabalho, dentre elas, o Directly

Observed Treatment Short Course (DOTS), que significa tratamento diretamente observável

de curta duração, o qual tem trazido grandes avanços no cenário desta doença e envolve

cinco pilares: compromisso político, detecção de casos por microscopia, tratamento de curta

duração e diretamente observado, provisão regular das drogas e sistema eficiente de registro

de dados.1,5,6

Nesse contexto, os serviços de saúde podem ter um papel fundamental para

a detecção precoce de casos, com ações promocionais e preventivas, ainda que existam as

perceptíveis iniquidades das condições de vida. Desta forma, é provável que, para obter a

efetividade e equidade, sejam indispensáveis orientações e integração adequada da rede

assistencial em seus diversos níveis de atenção.

Diante desse contexto, a coordenação dos serviços básicos de saúde que atenda as

necessidades de uma comunidade deve exigir um sistema de referência e contrarreferência eficaz,

entendido enquanto uma articulação entre os diversos níveis de complexidade. A referência

compreende o trânsito do nível menor para o de maior complexidade; a contrarreferência,

inversamente, compreende o trânsito do nível maior para o de menor complexidade.7 Ressalta-se,

no entanto, que o acesso do usuário na rede de serviços de saúde deve ser possibilitado por

meio de múltiplas portas de entrada, para que, de fato, seu problema seja encaminhado e

resolvido.8

A Atenção Primária à Saúde (APS), enquanto uma das portas de entrada para

o sistema, constitui-se em um nível próprio de atenção, que tem capacidade de extrapolar

a intervenção curativa individual e responder por cerca de 80% dos problemas de saúde

demandados pela população.9,10

O presente trabalho tem como objetivo avaliar a integração dos serviços de APS

no Controle da TB, tomando como eixo orientador a coordenação dos serviços de saúde,

que deve compreender alguma forma de continuidade, seja por parte do atendimento pelo

mesmo profissional, seja por meio de prontuários médicos, ou ambos, além do reconhecimento

de problemas anteriores e novos. Inclui ainda o encaminhamento e acompanhamento do

atendimento em outros serviços especializados, observados em consultas anteriores ou pelos

quais houve algum encaminhamento para outros profissionais especializados, que deveriam ser

avaliados nas consultas subsequentes.11

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MATERIAL E MÉTODO

Trata-se de uma uma pesquisa avaliativa do tipo exploratória de recorte quantitativo,

que utiliza como referencial teórico-metodológico a proposta de Donabedian12 e Starfield11 com

base nas dimensões da APS, sendo utilizado para o presente estudo 11 dimensões relacionadas

à coordenação, a saber: profissional encaminha ao especialista, profissional discute referência,

profissional auxilia marcação com especialista, comprovante de marcação, informações escritas

para referência, discussão da consulta especializada, interesse no atendimento especializado,

profissional usa prontuário, resultados de exames disponíveis, aviso sobre agendamento e

recebe contrarreferência.

O campo empírico da pesquisa foi o município de Feira de Santana (BA),

com 571.997 habitantes,13 sede da Macrorregião Centro Leste do Estado, que abrange uma

população de 1.959.599 habitantes, congregando 27 municípios. Para atender às necessidades

de saúde de seus cidadãos, o sistema municipal de saúde está composto por 72 Unidades de

Saúde da Família (USF) com 82 Equipes de Saúde da Família (ESF), 5 policlínicas, 1 Hospital

Especializado em Saúde da Mulher, 1 laboratório municipal e 13 Unidades Básicas de Saúde

(UBS); uma delas funciona como unidade de referência (UR) em TB. O PSF tem um percentual

de cobertura no município de 60% na zona urbana e 100% da zona rural.14

Dentro deste cenário, do segundo semestre de 2005 ao primeiro semestre de

2006, foram registrados 760 casos de TB, sendo 328 casos em 2005 e 432 em 2006. O índice

de cura é de 75%, com um percentual de óbito de 4% e de abandono de 8,4%.14

Participaram do estudo dois grupos: profissionais de saúde (médicos e enfermeiros)

que desenvolvem ações de controle da TB nos serviços de saúde de APS e Unidade de Referência

(UR); e doentes em tratamento no município, que puderam ser localizados e concordaram em

participar da pesquisa, que foi realizada no período de julho a agosto de 2007.

No período da coleta de dados, estavam em tratamento 159 doentes de TB.

Selecionou-se uma amostra de 100 pacientes, maiores de 18 anos e residentes no município.

A amostra foi acrescida de 14 trabalhadores de saúde de 5 áreas consideradas endêmicas no

município, constituindo-se em uma amostra intencional,15 por privilegiar as áreas em que

atuavam profissionais que atendessem os doentes cadastrados no programa.

O instrumento utilizado foi oriundo da adaptação do instrumento Primary Care

Assessmente Tool (PACT), elaborado por Starfield e Macinko, desenvolvido na Universidade

de Johns Hopkins para medir os aspectos críticos dos serviços de APS nos países europeus.

No Brasil, este instrumento foi adaptado e validado por Macinko e Almeida,16 num estudo de

avaliação rápida dos serviços de atenção básica do SUS em nível local, e foi adequado para

atenção à TB por Villa e Ruffino-Neto.17

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Realizou-se treinamento com coletadores para a aplicação do instrumento, sendo

feito um primeiro pré-teste com os próprios pesquisadores para ajustes e sugestões de modificações

do questionário. Em seguida, realizou-se um segundo pré-teste com os trabalhadores, para o

ajuste final do instrumento e proceder à coleta de dados propriamente dita.

Para armazenar as respostas obtidas via questionário foi criado um banco de dados

no software Statistica 8.0. As respostas do questionário foram analisadas individualmente e

comparadas entre doentes e profissionais utilizou-se análise de variância. Para a caracterização

do perfil dos doentes utilizou-se análise de frequência. A confiabilidade dos itens do questionário

foi analisada com a utilização da técnica estatística de Alpha de Cronbach.

O projeto foi analisado e considerado aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo (EERP/USP),

considerando que a coordenação geral do projeto, que envolveu cinco regiões do Brasil,

incluindo Feira de Santana, tem como lócus de atuação a referida instituição.

RESULTADOS

A dimensão de análise integração dos serviços (coordenação), compôs-se de 11

itens de análise cuja consistência interna, por meio dos coeficientes do Alfa de Cronbach não

padronizados e padronizados, foi, respectivamente, 0,8911 e 0,8629.

Em consonância, nota-se que os níveis do alfa de Cronbach são considerados

aceitáveis, pois todos se mantiveram entre 0,8 e 0,9, indicando uma alta consistência interna,

isto é, os 11 itens compõem um conjunto consistente, para mensurar um mesmo objeto.

Em relação à análise de associação entre as variáveis, a Tabela 1 revela que os

doentes que nunca são “encaminhados a especialistas pelos profissionais da unidade” são mais

frequentes entre os que nunca “discutem os possíveis lugares de atendimento” (98,77%) e menos

frequentes entre os que sempre “discutem os possíveis lugares de atendimento” (89,47%).

Tabela 1. Frequência relativa (porcentagem) do cruzamento das variáveis: “encaminhamento

ao especialista” e “lugares de atendimento pelos profissionais” para os doentes de TB – Feira

de Santana (BA), 2007

É encaminhado ao especialista Profissional discute os lugares pelos profissionais de atendimento Total Nunca Sempre Nunca 80 98,77% 02 10,53% 82 Sempre 01 1,23% 17 89,47% 18

Total 81 100,00% 19 100,00% 100

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No que se refere ao sistema de referência e contrarreferência, os doentes que

nunca “recebem informações escritas para entregar ao especialista” são mais frequentes entre os

que nunca “retornam com as informações escritas do especialista” (97,65%) e menos frequentes

entre os que sempre “retornam com as informações escritas do especialista” (80,00%), conforme

mostra a Tabela 2.

Tabela 2. Frequência relativa (porcentagem) do cruzamento das variáveis: “informações escritas

para a referência” e “contrarreferência” para os doentes de TB – Feira de Santana (BA), 2007

Informações escritas Informações escritas da contrareferência para referência Total Nunca Sempre Nunca 83 97,65% 03 20,00% 86 Sempre 02 2,35% 12 80,00% 14

Total 85 100,00% 15 100,00% 100

Os doentes que responderam que o “profissional de saúde nunca discute sobre

os resultados da consulta com o especialista” são mais frequentes entre os que revelaram que o

profissional nunca “está interessado em saber se o doente foi bem atendido pelo especialista”

(94,05%); e em doentes que responderam que o profissional sempre “está interessado em saber

se foi bem atendido pelo especialista” não foi observada diferença significativa (Tabela 3).

Tabela 3. Frequência relativa (porcentagem) do cruzamento das variáveis: “discussão dos

resultados do especialista” e “interesse pelo atendimento especializado” para os doentes de

TB – Feira de Santana (BA), 2007

Discussão dos resultados Interesse pelo atendimento especializado do especialista Total Nunca Sempre Nunca 79 94,05% 07 43,75% 86 Sempre 05 5,85% 09 56,25% 14

Total 84 100,00% 16 100,00% 100

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A Tabela 4 mostra a relação dos indicadores que não apresentaram semelhança

entre os grupos de doentes e profissionais (p<0,05) inseridos na dimensão Coordenação.

Tabela 4. Variáveis não semelhantes de Coordenação por doentes e profissionais – Feira de

Santana (BA), 2007

Variáveis Doentes Profissionais p M DP IC M DP IC

N – Profissional encaminha 1,72 1,54 1,41-2,02 4,78 0,80 4,32-5,24 <0,0001 ao especialistaO – Profissional discute 1,75 1,55 1,44-2,05 4,64 1,08 4,01-5,26 <0,0001 referência P – Profissional auxilia marcação 1,54 1,35 1,27-1,80 4,42 0,64 4,05-4,80 <0,0001 com especialista Q – Comprovante de marcação 1,35 1,12 1,12-1,57 4,50 0,94 3,95-5,04 <0,0001R – Informações escritas para 1,59 1,38 1,31-1,86 4,78 0,57 4,45-5,11 <0,0001 referência S – Discussão da consulta 1,59 1,40 1,31-1,86 4,14 1,29 3,39-4,88 <0,0001 especializada T – Interesse no atendimento 1,69 1,47 1,37-1,96 4,57 1,15 3,90-5,23 <0,0001 especializado

Legenda: M= valor médio do indicador: DP= desvio-padrão: IC= intervalo de confiança.

Os indicadores “profissional encaminha ao especialista” e “profissional discute a

referência” mostraram diferentes graus de concordância entre os grupos, que variam próximos

de quase nunca para os doentes e próximos de sempre para os profissionais.

O “profissional da unidade ajuda a marcar a consulta com o especialista” foi um

indicador que também mostrou diferentes graus de concordância entre os grupos, que variam

entre nunca e quase nunca para os doentes e próximos de quase sempre para os profissionais.

Quanto ao “recebimento do comprovante de marcação de consultas”, este variou

de próximo a nunca para os doentes e entre quase sempre e sempre para os profissionais.

Os resultados referentes ao sistema de referência e contrarreferência revelaram

que o indicador “informações escritas para referência” variou próximo de nunca e quase nunca

para os doentes, e próximo de sempre para os profissionais.

O indicador “discussão da consulta especializada” variou entre nunca e quase

nunca para os doentes e próximo de quase sempre para os profissionais.

Por fim, em relação aos indicadores não semelhantes da dimensão coordenação,

o “interesse no atendimento especializado” variou entre nunca e quase nunca para os doentes

e entre quase sempre e sempre para os profissionais.

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A Tabela 5 explana os indicadores que apresentaram semelhança (p>0,05)

dentro da dimensão Coordenação.

Tabela 5. Variáveis semelhantes de Coordenação por doentes e profissionais – Feira de Santana

(BA), 2007

Variáveis Doentes Profissionais p M DP IC M DP IC

U – Profissional usa prontuário 4,97 0,22 4,92-5,01 5,00 0,00 5,00-5,00 0,6165 V – Resultados de exames 4,42 1,26 4,16-4,67 3,85 1,70 2,87-4,84 0,1388 disponíveis X – Aviso sobre agendamento 4,92 0,56 4,80-5,03 5,00 0,00 5,00-5,00 0,5972Z – Recebe contrarreferência 1,64 1,44 1,35-1,92 2,35 1,49 1,49-3,22 0,0863

Legenda: M= valor médio do indicador: DP= desvio-padrão: IC= intervalo de confiança.

Os indicadores “profissional usa o prontuário durante a consulta” e “aviso sobre

agendamento” mostraram graus de concordância entre os grupos próximos de sempre.

O indicador “resultados de exames disponíveis” mostrou graus de concordância

semelhantes entre os grupos próximos de quase sempre.

Já o indicador “recebe contrarreferência” mostrou que o grau de concordância

entre os grupos está próximo de quase nunca.

DISCUSSÃO

Dentro das ações desenvolvidas pelo PCT, a análise de confiabilidade da dimensão

em estudo apresentou uma consistência interna considerada aceitável (0,6 – 0,7), de acordo

com Hair,18 o que pode ser compreendido como um indicativo de que os itens abordados

possuem certo poder de mensurar o mesmo objeto.

Dentro da dimensão coordenação de ações de controle, referente à forma de

integração do programa na rede de serviços do sistema de saúde, os dados revelaram que

é predominante as discordâncias entre doentes e profissionais no que tange ao sistema de

referência e contrarreferência. Nessa lógica, fica evidente que, devido ao fato de o município

ainda centralizar a atenção ao portador de TB na Unidade de Referência (UR), a USF ainda não

assumiu responsabilidades em relação à atenção a TB. Nesse sentido, o sistema de referência

e contrarreferência para o PCT ainda funciona de forma incipiente, uma vez que a própria

referência responsabiliza-se por grande parte da demanda de atendimento, mantendo a

verticalidade da assistência.

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A problemática da referência e contrarreferência é um dos nós do sistema de

saúde brasileiro, e o município em foco mostra algumas similaridades com o cenário nacional,

observado em outros estudos desenvolvidos no município e no estado da Bahia que tomam

como objeto de análise a APS e as diferentes práticas de saúde. Evidenciou-se a centralização

do programa de Controle de Diabetes19 e a atenção de baixa resolubilidade na “porta de

entrada”, envolvendo a rede básica e PSF, com uma rede frágil e incipiente nos mecanismos

de referência e contrarreferência, conforme preconizado pelo modelo SUS.20-23 Aliado a esta

situação, identifica-se a falta de conhecimento e valorização, pelos profissionais desse sistema

de referência e contrarreferência, mesmo sendo este o instrumento responsável por garantir o

acesso e a continuidade da terapêutica.24,26

Atividades básicas de coordenação, como o uso do prontuário, aviso sobre

agendamento e disponibilidade dos resultados de exames, fizeram parte das ações concordantes

entre doentes e profissionais. Certamente, estas ações compõem ferramentas importantes,

porém insuficientes para garantir uma atenção de qualidade.

As respostas discordantes, por si só, demonstram a distância existente entre o

serviço/profissional e o doente/usuário. O primeiro tende a avaliar da melhor forma seu serviço;

o último, sendo o mais suscetível, tende a relatar sua realidade.

Partindo deste foco, observa-se que o município ainda se encontra em fase

de implementação do PSF, apesar de ter sido implantado há quase nove anos,25 com uma

descentralização do PCT incipiente, o que dificulta o melhor conhecimento das condições de

vida da população, gerando uma assistência fragmentada aos menos favorecidos com a não

descentralização da assistência e a verticalidade do programa, tão prejudiciais para a adesão ao

tratamento da TB.

Nesse sentido, torna-se imprescindível um crescimento da cobertura de atenção

básica e, principalmente, da ESF, com um consequente avanço na descentralização do programa.

Estas ações dependerão muito do fortalecimento da mobilização social em torno da TB para

garantir a cobrança de recursos para a doença e a co-infecção TB/HIV, tendo como principais

desafios a redução da taxa de abandono e o aumento da taxa de cura.

Os dados do presente estudo revelaram diferentes graus de concordância entre os

doentes e os profissionais, com as melhores avaliações sendo realizadas pelos profissionais e as

piores pelos doentes. Dentre os indicadores discordantes estão os que compõem o sistema de

referência e contrarreferência, que os doentes referiram nunca ocorrer e os profissionais quase

sempre, ficando evidente a fragilidade da atenção do PCT. Em relação ao uso do prontuário

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e resultados de exames disponíveis, ambos os grupos responderam quase sempre e sempre

acontecerem, ou seja, apenas as atividades básicas do programa são garantidas.

Chama a atenção o percentual de 94,05% revelado pelos doentes, de que o

profissional nunca “está interessado em saber se o doente foi bem atendido pelo especialista”.

Esses dados possibilitam refletir sobre a calamidade negligenciada (TB), pois

expande as raízes do problema para todos os envolvidos na organização do sistema de saúde,

desde a “porta de entrada” até os níveis mais complexos do sistema.

Ressalta-se a necessidade de ampliar as estratégias de promoção à saúde que

envolvam a questão da TB como um problema de saúde pública, com ênfase na prevenção

de forma sistematizada, trabalhadores comprometidos e responsáveis pelas demandas/

necessidades dos usuários, com atendimento eficiente e de qualidade; além da definição de

comando articulado entre os diferentes níveis de complexidade dos serviços de saúde, com

corresponsabilização entre os diferentes sujeitos que estão envolvidos com a atenção à TB.

Para além dos serviços de saúde, é preciso observar as condições de vida da

população, evidenciadas em indicadores de pobreza, falta de infraestrutura, analfabetismo e

preconceito, como limites a serem superados no controle da TB, pois os próprios doentes optam

por serem acompanhados em âmbito de UR (centralizada). Pôde-se inferir que os doentes

de TB, para não serem identificados em sua comunidade, distanciam-se do atendimento na

unidade de sua área de abrangência, pelo estigma de ser um tuberculoso.

Sendo assim, a TB em Feira de Santana só poderá ser controlada se houver o

comprometimento dos diversos segmentos envolvidos com o fortalecimento do controle social,

justamente para vencer as barreiras do estigma e da desinformação, e também para cobrar

dos gestores públicos medidas mais eficazes e eficientes. Desta forma, tornam-se imperativos

os esforços na descentralização das ações de controle, expansão e qualificação do Tratamento

Supervisionado (TS), com equipe de saúde melhor preparada e mais próxima do doente,

preferencialmente no domicílio, além da descentralização do diagnóstico, tratamento e

acompanhamento das ações de controle da TB para as equipes do PSF.

Enfim, é preciso situar a TB na rede de serviços, com articulação das instituições

de caráter privado com as públicas em parceria com a sociedade civil, uma vez que essas ações

conjuntas entre o governo e as organizações da sociedade civil fazem parte da política global de

descentralização e tornam-se comprovadamente mais eficazes quando realizadas em parceria.

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Recebido em 13.5.2009 e aprovado em 10.6.2010.

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