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COORDENAÇÃO OTIMIZADA DE RELÉS DIRECIONAIS E DE DISTÂNCIA EM SISTEMAS ELÉTRICOS MALHADOS VINÍCIUS C. MORO, JOSÉ CARLOS M. VIEIRA. JR Laboratório de Sistemas de Energia Elétrica - LSEE, Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação, Universidade de São Paulo Escola de Engenharia de São Carlos Av. Trabalhador São-carlense,400. Centro, CEP: 13566-590, São Carlos - SP - Brasil E-mails: [email protected], [email protected] SILVIO A. DE SOUZA Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista - CTEEP Divisão da Análise da Operação Av. Alameda Cesp, sem número. Bairro fazenda grande, CEP: 13212-437, Jundiaí - SP - Brasil E-mail: [email protected] Abstract The power system protection has a very important role in the aspect of ensuring the energy supply with safety and reliability. So, the improper action or even the non-actuation of the protection system can cause economic and material damage for energy companies and the consumers as well. Thus, the protection system must be well adjusted so that it can ensure its functions such as sensibility, selectivi- ty , reliability and fast action. Then, a good coordination between the protective relays should be established. In a meshed system, transmis- sion line protection is commonly performed by distance relays combined with directional overcurrent relays, which are the backup of the distance relay. The process of setting these relays is very difficult and time consuming, and it also may be subject to errors of the responsible for the study. In this context, this paper aims to use a methodology based on the Particle Swarm Optimization, which automatically obtains the settings of these relays to ensure coordination and selectivity between them, thus making the adjustment process faster and more accu- rate. The algorithm combined with the problem formulation, proved its efficiency in the search for the coordinated relay settings. Keywords Electrical Power System, distance relays, directional overcurrent relays, Particle Swarm Optimization algorithm (PSO), relays coordination. Resumo A proteção de sistemas de energia elétrica possui papel extremamente importante no aspecto de garantir o fornecimento de energia de maneira segura e confiável. Assim, a ação indevida ou não atuação do sistema de proteção pode causar danos materiais e econô- micos tanto para as concessionárias quanto para os consumidores de energia elétrica. Dessa forma, o sistema de proteção deve estar bem ajustado para que possa garantir suas funções, sendo dessa forma, sensível, seletivo, confiável e rápido. Para tanto, uma boa coordenação entre os relés de proteção deve ser estabelecida. Para um sistema malhado, a proteção de linhas de transmissão é comumente realizada por relés de distância aliados a relés de sobrecorrente direcionais, sendo que estes funcionam como elemento de retaguarda daqueles. O processo de ajuste desses relés é muito trabalhoso e demorado, que pode ainda estar sujeito a erros do responsável pelo estudo. Neste contexto, este trabalho busca utilizar uma metodologia baseada no algoritmo de Otimização por Enxame de Partículas (Particle Swarm Optimization), que obtenha automaticamente os ajustes desses relés direcionais de sobrecorrente de forma a garantir a coordenação e seletividade entre eles, tornando assim o processo de ajuste mais rápido e exato. O algoritmo, aliado à formulação do problema, mostrou sua eficiência na busca pelos ajustes coordenados dos relés. Palavras-chave Sistema elétrico de potência, relés de distância, relés direcionais de sobrecorrente, algoritmo de enxame de partículas (PSO), coordenação de relés. 1 Introdução Um esquema de proteção de sistemas elétricos tem os seguintes objetivos (Hewitson, Brown e Balakrishnan, 2004): (a) Proteger o sistema elétrico de potência (SEP) visando manter a continuidade do fornecimento da energia elétrica; (b) Evitar ou minimizar os danos e os custos de manutenção corretiva (reparos em equipamen- tos); (c) Garantir a integridade física dos envolvidos, ou seja, operadores e usuários do sistema elétri- co. Desta forma, para atingir tais objetivos, o siste- ma de proteção deve atender a quatro características funcionais muito conhecidas: confiabilidade, seleti- vidade, sensibilidade e rapidez de atuação (Ander- son, 1999). Em um SEP existem diversos elementos que de- vem ser protegidos pelo sistema de proteção. Para efeitos didáticos, pode-se dividir a proteção entre proteção de geradores (e máquinas rotativas em ge- ral), proteção de barramentos, proteção de transfor- Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 692

COORDENAÇÃO OTIMIZADA DE RELÉS DIRECIONAIS E DE DISTÂNCIA EM SISTEMAS … · 2014-09-20 · importante papel na área de sistemas elétricos de potência, já que a maioria das

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COORDENAÇÃO OTIMIZADA DE RELÉS DIRECIONAIS E DE DISTÂNCIA EM SISTEMAS

ELÉTRICOS MALHADOS

VINÍCIUS C. MORO, JOSÉ CARLOS M. VIEIRA. JR

Laboratório de Sistemas de Energia Elétrica - LSEE, Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação,

Universidade de São Paulo – Escola de Engenharia de São Carlos

Av. Trabalhador São-carlense,400.

Centro, CEP: 13566-590, São Carlos - SP - Brasil

E-mails: [email protected], [email protected]

SILVIO A. DE SOUZA

Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista - CTEEP

Divisão da Análise da Operação

Av. Alameda Cesp, sem número.

Bairro fazenda grande, CEP: 13212-437, Jundiaí - SP - Brasil

E-mail: [email protected]

Abstract The power system protection has a very important role in the aspect of ensuring the energy supply with safety and reliability.

So, the improper action or even the non-actuation of the protection system can cause economic and material damage for energy companies

and the consumers as well. Thus, the protection system must be well adjusted so that it can ensure its functions such as sensibility, selectivi-ty , reliability and fast action. Then, a good coordination between the protective relays should be established. In a meshed system, transmis-

sion line protection is commonly performed by distance relays combined with directional overcurrent relays, which are the backup of the

distance relay. The process of setting these relays is very difficult and time consuming, and it also may be subject to errors of the responsible for the study. In this context, this paper aims to use a methodology based on the Particle Swarm Optimization, which automatically obtains

the settings of these relays to ensure coordination and selectivity between them, thus making the adjustment process faster and more accu-

rate. The algorithm combined with the problem formulation, proved its efficiency in the search for the coordinated relay settings.

Keywords Electrical Power System, distance relays, directional overcurrent relays, Particle Swarm Optimization algorithm

(PSO), relays coordination.

Resumo A proteção de sistemas de energia elétrica possui papel extremamente importante no aspecto de garantir o fornecimento de

energia de maneira segura e confiável. Assim, a ação indevida ou não atuação do sistema de proteção pode causar danos materiais e econô-

micos tanto para as concessionárias quanto para os consumidores de energia elétrica. Dessa forma, o sistema de proteção deve estar bem

ajustado para que possa garantir suas funções, sendo dessa forma, sensível, seletivo, confiável e rápido. Para tanto, uma boa coordenação entre os relés de proteção deve ser estabelecida. Para um sistema malhado, a proteção de linhas de transmissão é comumente realizada por

relés de distância aliados a relés de sobrecorrente direcionais, sendo que estes funcionam como elemento de retaguarda daqueles. O processo

de ajuste desses relés é muito trabalhoso e demorado, que pode ainda estar sujeito a erros do responsável pelo estudo. Neste contexto, este trabalho busca utilizar uma metodologia baseada no algoritmo de Otimização por Enxame de Partículas (Particle Swarm Optimization), que

obtenha automaticamente os ajustes desses relés direcionais de sobrecorrente de forma a garantir a coordenação e seletividade entre eles,

tornando assim o processo de ajuste mais rápido e exato. O algoritmo, aliado à formulação do problema, mostrou sua eficiência na busca pelos ajustes coordenados dos relés.

Palavras-chave Sistema elétrico de potência, relés de distância, relés direcionais de sobrecorrente, algoritmo de enxame de

partículas (PSO), coordenação de relés.

1 Introdução

Um esquema de proteção de sistemas elétricos

tem os seguintes objetivos (Hewitson, Brown e

Balakrishnan, 2004):

(a) Proteger o sistema elétrico de potência (SEP)

visando manter a continuidade do fornecimento

da energia elétrica;

(b) Evitar ou minimizar os danos e os custos de

manutenção corretiva (reparos em equipamen-

tos);

(c) Garantir a integridade física dos envolvidos,

ou seja, operadores e usuários do sistema elétri-

co.

Desta forma, para atingir tais objetivos, o siste-

ma de proteção deve atender a quatro características

funcionais muito conhecidas: confiabilidade, seleti-

vidade, sensibilidade e rapidez de atuação (Ander-

son, 1999).

Em um SEP existem diversos elementos que de-

vem ser protegidos pelo sistema de proteção. Para

efeitos didáticos, pode-se dividir a proteção entre

proteção de geradores (e máquinas rotativas em ge-

ral), proteção de barramentos, proteção de transfor-

Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014

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madores e proteção de linhas de transmissão, sendo

dentro deste último tipo de proteção abordado no

presente trabalho.

A proteção de linhas de transmissão possui um

importante papel na área de sistemas elétricos de

potência, já que a maioria das falhas ocorre nestes

elementos. Para obter um bom esquema de proteção

de linhas de transmissão, geralmente são utilizados

relés de distância (RD) aliados a relés de sobrecor-

rente com unidade direcional (RSD) e ainda pode

haver a existência de esquemas de teleproteção. No

caso deste artigo, o enfoque é dado acerca dos relés

de distância e de sobrecorrente.

Para uma correta atuação desse sistema de prote-

ção, é extremamente importante que tais relés possu-

am ajustes que garantam a coordenação da atuação.

O problema de coordenação de relés consiste em

selecionar os ajustes adequados para cada relé para

que este possa desenvolver sua função de proteção

respeitando os quatro requisitos citados anteriormen-

te.

O problema de coordenação de relés de proteção

pode e tem sido encarado como um problema de

otimização cuja função objetivo é minimizar a soma

dos tempos de atuação de todos os relés envolvidos

no sistema de proteção, satisfazendo as restrições

relativas à coordenação. Em linhas gerais as restri-

ções que envolvem esse problema, e que serão em-

pregadas neste trabalho, dizem respeito a:

(a) respeitar o intervalo de tempo de coordena-

ção mínimo para garantir que a atuação do relé de

retaguarda ocorra após a atuação do relé principal

para um determinado tipo de falta;

(b) respeitar os valores mínimos e máximos para

o ajuste de corrente de disparo, para o ajuste do múl-

tiplo de tempo e para o ajuste de tempo de atuação de

segunda zona do relé de distância.

Para resolver esse problema de coordenação, di-

versas técnicas já foram empregadas, como por

exemplo, o Algoritmo Genético (AG) no trabalho de

Nair e Reshma (Nair e Reshma, 2013). Além disso,

existe também uma abordagem híbrida, combinando

técnicas inteligentes com programação linear como

proposto por Sadeh, Amintojjar e Bashir, que utiliza-

ram a programação linear combinada com AG

(Sadeh, Amintojjar e Bashir, 2011a) e com o Particle

Swarm Optimization - PSO (Sadeh, Amintojjar e

Bashir, 2011b).

No presente trabalho foi utilizado o algoritmo de

enxame de partículas (PSO), pelo fato de sua aplica-

bilidade em problemas de otimização ser bastante

abrangente e, além disso, é um método que possui

resultados muito satisfatórios quando aplicado na

área de coordenação de relés e possui uma facilidade

de implementação computacional em relação a algo-

ritmos como o AG por exemplo. Porém diferente-

mente da maioria dos trabalhos a abordagem híbrida

não foi utilizada, ou seja, não se combinou técnicas

de programação linear e inteligentes, apenas o algo-

ritmo PSO foi utilizado para encontrar os ajustes para

a coordenação dos relés, tornando o problema um

pouco mais complicado, já que o mesmo torna-se não

linear devido ao ajuste simultâneo das correntes de

disparo e dos multiplicadores de tempo dos relés de

sobrecorrente. Ademais, o problema de coordenação

é repleto de restrições e considerando-se os relés de

distância na formulação do problema, como feito

neste trabalho, o número de restrições aumenta. Ex-

plicações mais detalhadas a respeito do algoritmo e

do problema de coordenação em questão serão dadas

nas seções que seguem.

O objetivo principal desse artigo então é deter-

minar de forma automática os ajustes de corrente de

disparo, multiplicador de tempo do relé de sobrecor-

rente, bem como o ajuste do tempo de segunda zona

(tz2) do relé de distância, que garantam a coordenação

desses relés em um sistema elétrico. O algoritmo foi

testado em pequeno sistema de transmissão baseado

em Leite et al. (2010), para o qual apresentou resul-

tados satisfatórios, já que os ajustes encontrados

garantiram a coordenação da proteção deste sistema.

2 Formulação do problema de coordenação

como um problema de otimização

Como mencionado anteriormente, o problema de

coordenação em questão envolve dois tipos de relés,

os relés de distância e os relés direcionais de sobre-

corrente, sendo estes retaguardas daqueles. Na Figura

1, um esquema de coordenação da proteção envol-

vendo esses relés é mostrado. Nesta figura pode-se

observar as proteções das zonas 1 e 2 do relé de dis-

tância, bem como as curvas inversas dos relés de

sobrecorrente. Para realizar a coordenação, deve-se

respeitar um determinado intervalo de coordenação

entre um relé principal e seu respectivo relé de reta-

guarda. Esse intervalo de coordenação está represen-

tado na figura como ITC (Intervalo de Tempo de

Coordenação), nota-se que existem dois tipos de ITC,

um para coordenar relés de distância com relés de

sobrecorrente e outro para coordenar os relés de

sobrecorrente entre si.

Figura 1: Esquema de coordenação entre RD e RDS.

Tomando uma falta em F1, linha de transmissão

2 (LT2), como exemplo, o relé de distância principal

deve atuar para um tempo praticamente instantâneo

definido por tz1p , que é o tempo de atuação para a

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zona 1. O relé de retaguarda local é o RDS, cuja

curva é mostrada em preto na imagem e denominada

tP. Este relé só deve atuar para um tempo superior ao

intervalo de coordenação ITC2 mostrado na figura.

Concorrente a esse RDS está a segunda zona do RD

de retaguarda remota, linha de transmissão 1 (LT1),

representada pelo tempo tz2r. Além disso, existe ainda

o RDS de retaguarda remota, representado pela curva

tR definida em vermelho. Este relé deve atuar depois

do relé de retaguarda local, por isso é definido que

esse tempo deve ser superior ao intervalo ITC1.

Partindo agora para o ponto de falta F2 (LT2),

que está caracterizada no começo da segunda zona do

relé de distância principal, pode-se observar que o

tempo de atuação para essa zona é definido por tz2p.

Neste ponto também é estabelecido um intervalo de

coordenação do RD principal e o RDS de retaguarda

local; esse intervalo também deve ser superior ao

valor ITC2 estabelecido.

Finalmente, para uma falta em F3, o relé de dis-

tância ainda atua no tempo tz2p. Além disso, existe

também outro intervalo de coordenação que deve ser

respeitado entre o RDS de retaguarda local e o RDS

de retaguarda remota e também deve ser superior ao

valor ITC1 estabelecido.

O tempo de atuação representado no gráfico por

tz1r corresponde ao tempo de atuação da zona 1 do

RD de retaguarda remota, porém este tempo não é

considerado na coordenação do relé RDS principal.

Neste trabalho é abordada apenas a coordenação

dos relés direcionais e de distância para proteção de

fase. Em redes de transmissão de energia elétrica é

muito comum o emprego de relés direcionais de

sobrecorrente para a proteção de neutro apenas. No

entanto, no Brasil algumas concessionárias de trans-

missão de energia elétrica utilizam esses relés tanto

para a proteção de fase quanto para de neutro. Logo,

este fato justifica as análises realizadas neste traba-

lho, mas ressalta-se que o método pode ser facilmen-

te aplicado para a proteção de neutro.

2.1 Função objetivo

O problema de coordenação entre o RD e o RDS

pode ser encarado como um problema de otimização

cujo objetivo é minimizar a soma dos tempos de

atuação de todos os relés envolvidos. Por isso, se-

gundo o trabalho de Sadeh, Amintojjar e Bashir

(2011b), a função objetivo deste problema é da forma

apresentada em (1):

(1)

Sendo e o número de relés direcionais de so-

brecorrente e de distância, respectivamente; cor-

responde ao tempo de atuação do i-ésimo RDS; e

é o tempo de atuação de segunda zona do i-ésimo

RD.

2.2 Característica do relé de sobrecorrente

Existem diferentes tipos de relés de sobrecorren-

te no que diz respeito a sua característica de atuação,

ou seja, eles podem possuir características de atuação

instantânea, tempo definido ou tempo inverso.

Neste artigo a curva característica de tempo de

atuação foi a curva normal inversa definida segundo

a norma IEC (IEC Std.60255-3, 1989). A equação

que define o tempo de atuação para esse padrão e

tipo de curva é dada em (2):

(

)

(2)

Em que é o múltiplo de tempo correspondente

ao i-ésimo RDS; é a corrente de falta vista pelo i-

ésimo RDS; é a corrente de disparo ajustada para

o i-ésimo RDS.

2.3 Restrições do problema

Uma das principais restrições desse problema de

coordenação diz respeito ao intervalo de tempo de

coordenação que deve haver entre um determinado

par constituído pelo relé principal e seu respectivo

relé de retaguarda. Em termos de formulação, essa

restrição pode ser escrita da forma mostrada em (3):

(3)

Em que e correspondem respectivamente ao

tempo de operação do relé de retaguarda e o do relé

principal.

Para o caso do problema aqui abordado, ou seja,

levando em consideração que o esquema de proteção

utiliza tanto os relés de distância quanto os de sobre-

corrente, seja o exemplo a Figura 1. Nela, os pontos

de faltas representados por F1, F2 e F3 correspon-

dem, respectivamente, a um curto-circuito trifásico

do tipo close-in, um curto trifásico a 80% da LT2, e

outro curto-circuito trifásico localizado na barra

remota da linha a ser protegida. Além disso, pode-se

observar nesta mesma figura, o par de relés principal

e de retaguarda. Levando em conta essas considera-

ções, a restrição mostrada em (3) pode ser reescrita

da forma apresentada em (4), (5), (6) e (7):

(4)

(5)

(6)

(7)

em que e

são os tempos de atuação

do RDS de retaguarda para a falta em F1 e em F3

respectivamente; ,

e são os

tempos de atuação do RDS principal para faltas em

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F1, F2 e F3 respectivamente; é o tempo de

operação de primeira zona do RD; é o tempo

de operação de segunda zona do RD;

Além dessas restrições há também restrições pa-

ra os valores máximos e mínimos do múltiplo de

tempo e da corrente de disparo para cada RDS, bem

como um intervalo de tempos de operação para a

segunda zona do RD. Essas restrições podem ser

escritas da forma mostrada em (8), (9) e (10):

(8)

(9)

(10)

3 O algoritmo PSO

O algoritmo de otimização por enxame de partí-

culas, PSO, é uma metaheurística inspirada no com-

portamento social de animais e foi desenvolvido por

Kennedy e Eberhart (1995). Os autores propuseram

um método de otimização cujo comportamento de

busca de uma solução ótima tem como base a troca

de informações entre os agentes, que podem ser

chamados de partículas. Essas informações, que

podem ser locais ou globais, determinam a trajetória

por onde essas partículas exploram o espaço de busca

à procura de soluções que minimizem ou maximizem

a função objetivo até que se atinja a convergência.

Para cada partícula desse conjunto de partículas

(ou enxame) é associada uma posição e para que esta

partícula se movimente no espaço de busca, uma

velocidade também é definida. Além disso, essas

partículas possuem uma memória individual e uma

social, sendo que a primeira caracteriza-se pela me-

lhor posição encontrada por uma determinada partí-

cula até uma determinada iteração, e a segunda é

definida pela melhor posição atingida por todo o

exame de partículas até uma dada iteração.

Tendo em vista as características apresentadas

sobre o algoritmo PSO, é possível escrever as equa-

ções que regem o movimento das partículas, como

pode ser observado nas equações (11) e (12):

(

)

(

) (11)

(12)

em que é o índice da iteração atual; é o coefici-

ente de inércia para a iteração ; e são os pa-

râmetros cognitivo e social respectivamente e são

constantes; e são valores aleatórios entre 0 e 1,

com probabilidade uniforme; é o índice da partí-

cula que varia de 1 até N, sendo N o número total de

partículas;

é o melhor vetor da partícula

já encontrado; é o melhor vetor de todas as

partículas analisadas, definindo assim a melhor posi-

ção já encontrada até a iteração k;

é a posição da

partícula em uma iteração ;

é a velocidade

da partícula na iteração .

O coeficiente de inércia é calculado a cada

iteração conforme mostrado na equação (13).

(13)

Sendo e os valores máximo e mínimo

permitidos para a constante de inércia; é o

número máximo de iterações que o algoritmo pode

ter.

Sabe-se que o PSO clássico é muito eficaz apli-

cado em problemas de otimização irrestrita, porém o

problema de coordenação possui diversas restrições.

Para contornar tal problema e poder aplicar o PSO no

problema de coordenação, utilizou-se de dois artifí-

cios. O primeiro constitui penalizar a função objetivo

caso alguma restrição tenha sido violada. O outro foi

verificar a cada iteração se alguma partícula saiu do

espaço de busca e fazer com que ela retorne à região

de soluções factíveis do problema.

Para introduzir a penalização na função objetivo,

foi preciso reescrever as restrições no formato mos-

trado em (14). Sendo assim, a função de penalização

adotada é apresentada em (15) (Kitayama, Arakawa e

Yamazaki, 2006):

(14)

∑ { }

(15)

Sendo que constitui a j-ésima restrição;

é o número de restrições; é a função de penali-

zação que será acrescida na função objetivo; p é um

expoente positivo.

Dessa forma, a função objetivo passa a ser da

maneira mostrada na equação (16):

(16)

sendo o coeficiente das penalidades.

Para fazer com que a partícula que saiu do espa-

ço de soluções factíveis volte ao espaço de interesse,

após a atualização da posição das partículas, realiza-

da a cada iteração, faz-se uma verificação: se uma

determinada partícula violou alguma restrição ela é

remanejada para a sua melhor posição encontrada

(

) .

4 Sistema teste

Neste trabalho foi utilizado um pequeno sistema

de transmissão. Ele é constituído por 4 barramentos,

4 linhas, 2 geradores, 8 relés de distância e 8 relés

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direcionais de sobrecorrente. Esse modelo de sistema

foi baseado no trabalho de Leite, Barros e Miranda

(2010). A Figura 2 ilustra o sistema.

Figura 2. Sistema exemplo.

A Tabela 1 mostra as correntes sensibilizadas

pelos relés principais e seus respectivos relés de

retaguardas para um curto-circuito trifásico do tipo

close-in. A Tabela 2 mostra as correntes para um

curto-circuito localizado a 80% da linha protegida e

finalmente a Tabela 3 expõe valores de corrente para

um curto-circuito na barra remota, em relação ao relé

sob análise.

Tabela 1: Valores de curtos-circuitos trifásicos para uma falta do tipo close-in.

Rp Iclose-in P [A] RR 1 I close-in R1 [A] RR 2 Iclose-in R2 [A]

1 6476,2 - - - -

2 2705,2 5 1200,2 7 1505,1

3 4879,2 7 1505,1 1 3381,2

4 4576,6 5 1200,2 1 3381,2

5 9648,3 8 1008,4 - -

6 9451,2 3 804,1 - -

7 3502,9 6 3502,9 - -

8 1764,2 4 1764,2 - -

Tabela 2: Valores de curtos-circuitos trifásicos para uma falta do aplicada a 80% do relé principal da linha a ser protegida.

Rp I 80% P [A] RR 1 I 80% R1 [A] RR 2 I 80% R2 [A]

1 3742,1 - - - -

2 2061,7 5 914,7 7 1147,1

3 1261,0 7 165,3 1 1415,0

4 2049,3 5 285,3 1 1764,0

5 1575,0 8 822,7 - -

6 4023,9 3 35,9 - -

7 1751,6 6 1751,6 - -

8 1192,9 4 1192,9 - -

Tabela 3: Valores de curtos-circuitos trifásicos para uma falta aplicada na barra remota.

Rp I B_rem P [A] RR 1 I B_rem R1 [A] RR 2 I B_rem R2 [A]

1 3381,2 - - - -

2 1946,6 5 863,6 7 1083,0

3 807,6 7 1000,0 1 1807,5

4 1765,5 5 125,7 1 1641,4

5 1202,0 8 1499,8 - -

6 3505,2 3 124,3 - -

7 1506,3 6 1506,3 - -

8 1009,5 4 1009,5 - -

Nas tabelas, a primeira coluna refere-se ao nú-

mero do relé principal, por isso a notação Rp; a pró-

xima coluna mostra o valor de corrente que o relé

principal enxerga em seus terminais para uma falta

trifásica do tipo close-in, a 80% da linha e na barra

remota (I“tipo de falta” P); os campos correspondentes a

terceira e a quinta colunas devem ser preenchidos

com os relés de retaguarda associados ao relé princi-

pal, por isso RR 1 e RR 2. No caso de não haver relé de

retaguarda, os campos ficam vazios; a quarta e a

sexta colunas são reservadas para o valor da corrente

que os respectivos relés de retaguarda enxergam

(I“tipo de falta” R1 e I“tipo de falta” R2); assim como no caso

anterior, se não houver relé de retaguarda associado,

esses campos devem estar vazios.

Os dados elétricos do sistema em questão encon-

tram-se no apêndice.

5 Resultados

Neste artigo considerou-se que os relés de dis-

tância e de sobrecorrente direcionais são do tipo

digital. Para o algoritmo PSO os seguintes parâme-

tros foram ajustados: = 5000 iterações; N = 500

partículas; = 0,9; = 0,3; = 50. Os inter-

valos de coordenação e foram adotados

0,3 e 0,2 segundos respectivamente. Para a equação

(8), utilizou-se 0,01 para o mínimo e 1 para o máxi-

mo valor do múltiplo de tempo

Para o sistema exemplo utilizado foi considerado

um TC do tipo 2,5L400 (padrão ANSI) com relação

de transformação 400/5 para todos os relés. O maior

valor de corrente nominal que compõe os elementos

do vão (bay) do relé (disjuntor, transformador de

corrente, condutores da linha e assim por diante) é de

500 A. Logo, para garantir que o ajuste do relé não

fique abaixo deste valor fazendo com que o mesmo

atue indevidamente, um fator de sobrecarga de 20%

foi considerado, por isso utilizou-se = 600 A. O

limitante superior da corrente de disparo foi utilizado

como o valor mínimo entre o curto-circuito na barra

remota do relé e o valor máximo da faixa de ajustes

disponível no relé. Com isso, busca-se garantir a

sensibilidade do relé para faltas na barra remota.

Após a execução do algoritmo, os ajustes obti-

dos para cada relé bem como o tempo de atuação de

todos os relés estão evidenciados na Tabela 4.

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Tabela 4: Ajustes do relé direcional de sobrecorrente (RDS) e do relé de distância (RD).

RDS MTi (A) RD

(s)

1 0,21092 630,06 1 0,31704

2 0,07111 770,06 2 0,30027

3 0,06725 600,88 3 0,30080

4 0,14310 799,22 4 0,30055

5 0,08984 601,97 5 0,30110

6 0,19560 764,25 6 0,30054

7 0,13933 647,92 7 0,30317

8 0,10880 799,58 8 0,30160

Somatório

do tempo

de atua-

ção dos

relés (s)

6,6537

A Figura 3 evidencia a minimização da função

objetivo considerando as 5000 iterações realizadas

pelo algoritmo PSO.

A Figura 4 mostra um exemplo de coordeno-

grama, no qual está evidenciado o par RDS-7 e RDS-

6, além da primeira e segunda zonas do RD-7.

Figura 3. Evolução da minimização da função objetivo.

Figura 4. Coordenograma para os relés RD-7, RDS-6 e RDS-7.

Na Figura 4, existem alguns pontos que mere-

cem ser comentados. Primeiramente, os pontos em

azul indicam os valores de correntes correspondentes

aos curtos-circuitos calculados. Da esquerda para a

direita tem-se um curto-circuito trifásico tipo close-

in, a 80% da linha e na barra remota em cada uma

das curvas inversas. Constatou-se que os intervalos

de coordenação foram respeitados: para o caso do

curto-circuito close-in o valor de ITC encontrado

ficou ligeiramente acima de 0,3 segundo; na situação

do curto-circuito na barra remota, esse ITC apresen-

tou mais folga, ficando em torno dos 0,8 segundos.

Portanto, ambos respeitaram uma das restrições do

problema que era obter um ITC superior a 0,3 segun-

dos para o caso de coordenação entre os RDS.

Observando ainda a Figura 4 e comparando o

ponto onde se inicia a segunda zona do rele de dis-

tância pode-se notar que os outros intervalos de co-

ordenação (entre o RD e os RDS) foram respeitados:

o intervalo entre o tempo de atuação de segunda zona

do RD-7 e o tempo de atuação do RDS-7 ficou por

volta de 0,6 segundo; além disso, o intervalo entre o

RD-7 e o RDS-6 foi da ordem de 1,3 segundos. Por-

tanto, ambos foram maiores do que o mínimo estabe-

lecido que foi de 0,2 segundo.

Os relés mostrados na Figura 4 enxergam os

mesmos valores de corrente, por isso na Figura 5

apresenta-se outro exemplo de coordenograma, desta

vez para um par em que os relés não enxergam os

mesmos valores de corrente. Inicialmente vê-se a

intersecção das curvas inversas dos relés de sobrecor-

rente, podendo indicar uma descoordenação entre

eles. Porém, estudando os tempos de atuação como

realizado para os relés da figura anterior, constata-se

que os intervalos de coordenação foram novamente

respeitados em todos os casos.

Os relés mostrados na figura 5 são o RD-4,

RDS-4 e RDS-1. Para o caso do curto-circuito do

tipo close-in o intervalo de coordenação entre o par

de RDS principal (RDS-4) / retaguarda (RDS-1) foi

de aproximadamente 0,4 segundo. Para o curto-

circuito aplicado na barra remota, o valor mínimo

estabelecido para o intervalo de coordenação também

foi respeitado, já que nesse caso o valor ficou por

volta dos 0,3 segundo. Analisando a coordenação

para o par de relés RD-4 (principal) e RDS-4 (reta-

guarda local), o intervalo de coordenação foi de

aproximadamente 0,7 segundo, já no caso do RD-4

(principal) com RDS-1(retaguarda local) o valor foi

de aproximadamente 1,1 segundos. Portanto, pode-se

dizer que mesmo as curvas se interceptando, estes

relés estão coordenados.

A mesma análise realizada nesses exemplos foi

feita para todos os outros relés e pode-se dizer que os

outros pares de relés também atingiram a coordena-

ção entre eles.

Figura 5. Coordenograma para os relés RD-4, RDS-4 e RDS-1

0 1000 2000 3000 4000 50000

50

100

150

200

Iterações

Fu

nçã

o O

bje

tivo

10002000300040000,01

0,1

1

10

100

Corrente (A)

Te

mp

o (

s)

RDS-7

RDS-6

RD-7

700100020003000400050000,01

0,1

1

10

100

Corrente (A)

Te

mp

o (

s)

RDS-4

RDS-1

RD-4

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Analisando a coordenação entre o RD-4 e RDS-

4, o intervalo de coordenação foi de aproximadamen-

te 0,7 segundo, já no caso do RD-4 com RDS-1 o

valor foi de aproximadamente 1,1 segundos. Portan-

to, os relés estão coordenados, mesmo que as curvas

se interceptem.

A mesma análise realizada nesses exemplos foi

feita para todos os outros relés e pode-se dizer que os

outros pares de relés também atingiram a coordena-

ção entre eles, já que não houve nenhuma violação

das restrições do problema.

6 Conclusão

Este artigo apresentou uma metodologia baseada

no algoritmo PSO para a coordenação de um esque-

ma de proteção envolvendo relés de distância e dire-

cionais de sobrecorrente.

Os resultados apresentados para o sistema

exemplo se fizeram satisfatórios pelo fato de o algo-

ritmo ter se mostrado eficaz e robusto no que tange a

encontrar uma solução para o problema de coordena-

ção, o qual constitui um problema com muitas restri-

ções. Nesse sentido, a inclusão das restrições na

formulação da função objetivo foi fator fundamental

para que o algoritmo PSO pudesse encontrar solu-

ções de qualidade. Além disso, o fato de fazer com

que as partículas que violarem alguma restrição vol-

tem para a melhor posição individual, melhorou a

convergência do algoritmo.

Como trabalhos futuros, pretende-se expandir

esse estudo para um sistema real de transmissão.

Além disso, deseja-se variar os padrões de curva,

bem como expandir a pesquisa incorporando o cálcu-

lo dos ajustes para a proteção de neutro, para que

dessa forma o estudo esteja mais realista.

Agradecimentos

Este trabalho teve o apoio do projeto de P&D da

ANEEL no. PD-0068-0020/2011, junto à Companhia

de Transmissão de Energia Elétrica Paulista

(CTEEP). Assim, os autores gostariam de agradecer

à ANEEL, CTEEP e ao Conselho Nacional de De-

senvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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Vol.2, pp. 1130-1134.

Apêndice

Neste apêndice encontram-se os dados do siste-

ma exemplo utilizado. Na Tabela 5 encontram-se

disponíveis os dados de linha do sistema enquanto

que na Tabela 6 estão apresentados os dados dos

geradores utilizados.

Tabela 5: Dados de linha.

L 1-2 L 2-3 L 2-4 L 3-4

R (/km) 1,385 6,930 3,774 1,947

X (/km) 4,802 19,026 9,545 5,554

R0 (/km) 3,925 16,661 8,656 7,935

X0 (/km) 15,545 59,941 30,172 28,914

Comprimento

(km) 12,670 48,460 24,350 27,230

Tabela 6: Dados de gerador.

Potência (MVA) Tensão (kV) FP X”d () X0()

G1 100 60 1 5,349 16,788

G2 90 63 1 3,997 10,104

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