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Literatura em cordas: Um passeio ao universo da literatura de cordel

Cordel 8 ano

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Literatura em cordas:Um passeio ao universo da

literatura de cordel

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Escola Municipal Professor Fauze Scaff Gattass Filho

Professora regente:

Profª. Coordenadora:

Disciplina: Língua Portuguesa( trabalho interdisciplinar com Arte)

Alunos (as):

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Temas e formatos comuns na literatura

de cordel• – Romances: histórias de amor não-correspondido, virtudes ou sacrifícios. São poemas narrativos, contando os

feitos dos personagens em busca do seu grande amor, podem ser trágicos ou felizes. • – Ciclo mágico e maravilhoso: histórias de príncipes, fadas, dragões e reinos encantados.• – Ciclos do cangaço e religioso: apresentam o imaginário nordestino ligado a figuras como Lampião, Antônio

Silvino, Padre Cícero, Antônio Conselheiro e frei Damião.• – Noticiosos: funcionam como jornais. Mesmo já sabendo o que aconteceu, a população compra o folheto para

ler a visão do poeta. As Enchentes no Brasil no Ano Setenta e Quatro e A Criação de Brasília marcaram época.• – Histórias de valentia: apresentam personagens lendários na região, como O Sertanejo Antônio Cobra Choca e

O Valente Sebastião. • – Anti-heróis: falam de nordestinos que vencem mais pela esperteza do que pela força. João Grilo e Pedro

Malazartes foram imortalizados pelo cordel.• – Humorísticos e picarescos: os mais populares. Contam fatos como A Dor de Barriga de um Noivo e A Mulher

Que Trocou o Marido por uma TV em Cores.• – Exemplos morais: deixam uma lição. A Moça Que Bateu na Mãe e Virou Cachorra e A Mãe Que Xingou a Filha

no Ventre e Ela Nasceu com Rabo e Chifre em São Paulo são títulos de destaque.• – Pelejas: relatos de cantorias entre repentistas. Os textos são frutos da imaginação do cordelista, como A

Peleja de João de Athayde com Raimundo Pelado.• – Folhetos de discussão: apresentam dois pontos de vista sobre uma mesma questão. A Discussão de São Jorge

com os Americanos na Lua ou A Discussão de um Fiscal de Feira com uma Fateira são exemplos.• – Folhetos de conselhos: apresentam defesas de ideias para um bem comum: ecologia, educação, meio

ambiente;• Outros gêneros: há ainda profecias, política, educação e aqueles feitos sob encomenda.

( Fonte: http://educarcomcordel.blogspot.com.br/)

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Preserve o Meio Ambiente e Salve o Nosso Planeta(Paulo Moura)

O animal bicho homemDesde a sua criaçãoA cada passo que dáNa sua evoluçãoMaltrata o seu planetaAgindo como um cometaProvoca destruição

Não age com a razãoDestrói a sua moradaDesmata, arrasa, poluiDe forma desordenadaDespreza a ecologiaNo campo da economiaSó visa o lucro e mais nada

Tem gente preocupadaCom o que pode acontecerPor isso é importanteAlguns conceitos reverEntão pare alguns momentosE leia os dez mandamentosPara a lei do bom viver

Racionalizar é terA certeza verdadeiraDe que o vaso sanitárioOu uma simples torneiraCom defeito ou abertaÉ prejuízo na certaPra uma nação inteira

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Pois é coisa corriqueiraTomar banhos demorados10 minutos no chuveiro100 litros lá são usadosSe 1000 pessoas tomaremSeus banhos e demorarem100 mil litros são gastados

E não fiquem assustadosCom o que agora vou dizer:O lixo que é jogadoSem a seleção fazerTrará contaminaçãoE toda a populaçãoDo mundo vai perecer

Pra viver com mais prazerPreservar o bem estarDeixe o carro na garagemE comece a caminharCom essa simples açãoReduz a poluiçãoE melhora nosso ar

E é sempre bom desligarAs luzes quando sairDe um comodo pra outroAssim vai contribuirCom a racionalizaçãoPois combate o apagãoE o gasto vai reduzir

E não é muito pedirPara cada brasileiroPlantar uma arvorezinhaNo quintal ou no terreiroEssas pequenas açõesTransformaram em milhõesDe árvores no mundo inteiro

Aqui ou no estrangeiroTenha sempre consciênciaSó consuma ou só compreO que tiver procedênciaUse papéis recicladosAssim serão desmatadosNuma bem menor frequência

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A principal conseqüênciaDa poluição sonoraÉ o acumulo dos carrosQue no transito demoraAprenda isso e ensineSe engarrafar, não buzineEspere a sua hora

O que eu vou dizer agoraVocê pode não saberMas o animal selvagemNunca mata por prazerPor isso vive tranqüiloPorque só mata aquiloQue precisa pra comer

O que se pode fazerPra melhorar o ambienteÉ viver em harmoniaE em tudo ser conscienteDiminuir a pobrezaNão ostentando riquezaJá ajuda muita gente

Separe e dê de presenteLivros velhos ou usadosSapatos que não lhe servemNão devem ficar guardadosSe não quer mais a camisaDê pra alguem que precisaPois estão necessitados

Que esses aprendizadosLhe toquem o coraçãoE que todo mundo aprendaEssa importante liçãoPreserve o meio ambientePois o mundo está doenteE precisa de atenção

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1.2.3.4.5.6.7.8.9.10.11.12.13.14.15.

Releia o poema com atenção e escreva qual o assunto de

cada estrofe.

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Cordel pantaneiro

Com o propósito de valorizar e homenagear nossa natureza, vamos escrever um cordel pantaneiro.

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1. Escolher qual temática irá seguir:

- Ciclo mágico e maravilhoso – com criaturas do folclore regional ( saci, lobisomem, pombero)

- Noticiosos: funcionam como jornais – mostrar em versos fatos sobre a nossa natureza e política ambiental;

- Folhetos de conselhos: defender o meio ambiente e a nossa natureza ( temas como lixo, preservação, queimadas, caça predatória e poluição ambiental estão neste item);

- Folhetos de discussão: apresentam dois pontos de vista sobre uma mesma questão – no caso, você e um colega discutindo sobre um fato relacionado ao nosso meio ambiente.

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2. Escolher que elemento da paisagem irá ser o seu tema:

Sugestões:

TuiuiúsFolclore:( saci, lobisomem, pombero, etc)CamalotesArarasOnçasJacarésPôr-do-solPeão de boiadeiroBoiPoluição ambientalQueimadasO homem e a naturezaPreservação da naturezaOutros: escreva aqui.

Depois de escolher o seu tema, pesquise sobre ele na internet. Registre suas pesquisas no caderno

para consultar depois.

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Outros textos• CASTANHA DO BRASIL

• Olá amigos vindos de fora• Gente que não é estranha• Quero falar da castanha• Da fruta que mata a fome• Quando o peixe do rio some• Do povo do rio acima• Que todo o ano enfrenta a sina• De juntar na mata os ouriços• E tirar seu alimento disso• Como a natureza determina.

• Vender o excedente é preciso• Porque todos querem dinheiro• Muito antes do cruzeiro• É o dólar que manda no preço• Da fruta que é um apreço• Do caboclo dessa região• Que a transforma em pão• Que a pila faz a paçoca• Come com farinha de mandioca• Com peixe, arroz e feijão.

• Desde os tempos do império• A castanha também é vendida• Fruta das mais queridas• Ameaçada de extinção• Cujo pé cortado do chão• Serve para fazer moradias• Para o povo que hoje em dia• Está mais ameaçado que a planta• Que foge para as cidades• Onde encontra dificuldades• Vende o almoço para comprar a

janta.

• Porém, todo mundo quer a fruta• Da castanha que é tão boa• O que não acontece à toa• Os seus nutrientes e as calorias• Servem para compor iguarias• Nas altas rodas no estrangeiro• Porque lá, quase o ano inteiro• Para enfrentar o rigoroso frio• Comem a fruta da região do rio• E assim aquecem o corpo inteiro.

• Que mais dizer da castanha• Que é uma árvore frondosa• Que a sombra é generosa• Que seu porte é majestoso• Que os frutos são saborosos• Que nutre a todos que possa• Que é um perigo na roça• Que sobressai entre todas• Que tem cinco metros em roda• Que é do Brasil e que é nossa?

• Cordel de Luiz Lauschner• Julho de 2011

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Outros textos CASTANHA DO BRASIL

Olá amigos vindos de foraGente que não é estranhaQuero falar da castanhaDa fruta que mata a fomeQuando o peixe do rio someDo povo do rio acimaQue todo o ano enfrenta a sinaDe juntar na mata os ouriçosE tirar seu alimento dissoComo a natureza determina.

Vender o excedente é precisoPorque todos querem dinheiroMuito antes do cruzeiroÉ o dólar que manda no preçoDa fruta que é um apreçoDo caboclo dessa regiãoQue a transforma em pãoQue a pila faz a paçocaCome com farinha de mandiocaCom peixe, arroz e feijão.

Desde os tempos do impérioA castanha também é vendidaFruta das mais queridasAmeaçada de extinçãoCujo pé cortado do chãoServe para fazer moradiasPara o povo que hoje em diaEstá mais ameaçado que a plantaQue foge para as cidadesOnde encontra dificuldadesVende o almoço para comprar a janta.

Porém, todo mundo quer a frutaDa castanha que é tão boaO que não acontece à toaOs seus nutrientes e as caloriasServem para compor iguariasNas altas rodas no estrangeiroPorque lá, quase o ano inteiroPara enfrentar o rigoroso frioComem a fruta da região do rioE assim aquecem o corpo inteiro.

Que mais dizer da castanhaQue é uma árvore frondosaQue a sombra é generosaQue seu porte é majestosoQue os frutos são saborososQue nutre a todos que possaQue é um perigo na roçaQue sobressai entre todasQue tem cinco metros em rodaQue é do Brasil e que é nossa?

Cordel de Luiz LauschnerJulho de 2011

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ÁRVORES EM FUGA

Psiu! Ei, Roxinho!Chama o CedrinhoSaia de fininhoSe não vão te serrar.

Ei, Maçaranduba,Avisa a CupiúbaE também a ItaúbaQuerem te derrubar.

Avisa as árvores da terraSe a máquina não emperraA corrente da motosserraÉ que vai contar a história.

Muiracoatiara, Seringueira,Muirapiranga, Castanheira,Louro Gamela e CerejeiraFujam todas para a vitória.

Meu querido Cedro BordadoCaríssimo Angelim RajadoSe não tomarem cuidadoVão acabar num dicionário.

Que será da sombra do MarupáE do gostoso leite do AmapáE do meu Mogno o que será?Vão transformar todos em armários?

Meu Jatobá, tão entroncadoTambém tu serás derrubadoO teu lugar à lavoura será dadoE se transformará em comida.

Tanto o Ipê Amarelo como o RoxoTambém o Piquiá recebe arrochoCom o risco de acabar como cochoDo gado que lhe toma a guarida.

A Sucupira Preta e VermelhaQue já viraram caibro de telhaE lá de cima, de esguelhaObservam os móveis de Andiroba

O Pau-rosa, de tão delicioso cheiroVirou Channel no mundo inteiroE do seu tronco altaneiroHoje, quase nada sobra.

Quem sabe do MulateiroDa Amargosa, do Sapateiro,Do Tauari-churu ou do Loureiro?Viraram mesa ou balcão de bar...

Coitado do Jutai-pororocaAos nativos servia de ocaEm nossos dias, que triste trocaFizeram dele taco de bilhar.

A Floresta, esse ainda é seu nomeNão serviu para mitigar a fomeMas nutrir a ganância do homemQue sobre a morte dela fez festa.

A mata virgem, em sua imobilidadeNão pode fugir, essa é a realidadeMesmo muda implora por piedadeDeixem em pé o que ainda resta.

Luiz Lauschner

Este poema foi escrito emhomenagem as plantas dafloresta amazônica, para issoutilizar os nomes regionais eas características das plantas.