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Resenhas 22

Cartas 25

Últimas Notícias 24

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A Revista COREN-SP começa o anode 2005 tendo o tema qualidadede vida como base para as suasreportagens.

Na matéria de capa, abordaremosum assunto que afeta direta-mente todos os brasileiros; oaumento da expectativa de vida.No final do ano passado, o IBGEpublicou dados que demonstramque a média de vida da populaçãosubiu para 71,3 anos. O nossointuito foi elaborar uma matériaque enfocasse o papel da enfer-magem na assistência prestada àmelhor idade. Heródoto Barbeiroem seu artigo “O tempo de Ma-tusalém” ainda ressalta que “ten-de a crescer o tratamento ecuidado aos idosos cada vez maisidosos e isto exige mais espe–cialização”.

Apresentamos, ainda, dicas decomo adquirir hábitos alimentaressaudáveis para prevenir doençascomo hipertensão, diabetes, cál–culos renais e, até mesmo diver-sos tipos de câncer.Algumas substâncias encontradas

em determinados alimentos têmsua eficiência comprovada nocombate ao câncer. Um bomexemplo são as vitaminas “C” e“E”, presentes em quase todas asfrutas, legumes e verduras.

Mas também nos preocupamos emmostrar para você, leitor, as pers-pectivas do mercado de trabalhona área de obstetrícia, ressal-tando que, tanto para enfermei-ros, quanto para técnicos e auxi-liares de enfermagem é crucialaprimorar conhecimentos paraorientar as futuras mamães sobrecomo devem planejar o períodode gestação para que os bebêsnasçam fortes e sadios.

Confira estas e outras matériasque selecionamos para você.

Boa leitura!

Ruth MirandaPresidente

capaEnfermagem e a melhoridade

SaúdeDistúrbios do sono

Reforma do sistema desaúde

EspecialAlimentação Saudável

entrevistaTerapia Gama Knife

06

12

14

18

01ciência e tecnologiaUma vacina para a esperança

04

02mercado de trabalhoAssistência no Pré-natal

Índice

Qualidade de vidaem foco

Notas 16

Cursos e Eventos 20

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ciência e tecnologia

01

Por João Marinho

Tratamento brasileirocontra HIV reduzcarga viral em

C

Uma vacina para aesperança

om a epidemia de Aids, tornou-se impera-tivo descobrir uma forma eficaz de tratar a

infecção e vencê-la. Atualmente, existem os trata-mentos anti-retrovirais, mas sem expectativa de cura.No entanto, entre as inúmeras iniciativas em buscade uma vacina ou tratamento definitivo, uma expe-riência da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),no Recife, em parceria com a Universidade de Paris5, da França, ganhou destaque na semana do DiaInternacional de Luta contra a Aids, em dezembro de2004. Uma vacina terapêutica desenvolvida no Brasilreduziu em cerca de 80% a carga viral de soropositivosnunca antes tratados.A pesquisa de dois anos, publicada online pela NatureMedicine (medicine.nature.com), tem o médico LuizCláudio Arraes, da UFPE, como um dos coordenadores.“A diferença desta vacina para as outras é que elatrata. As outras são preventivas”, declarou Arraes àrevista IstoÉ, em matéria assinada por Lena Castellón.O segredo foi o trabalho com as células dendríticas.Há diferentes tipos delas, que percorrem regiões comopele e mucosas. Ao se deparar com um agente agressor(antígeno), a célula dendrítica o captura, processa-oem peptídios e o associa à sua superfície. Em seguida,ruma para os nódulos linfáticos, onde apresenta oantígeno aos linfócitos T CD4+, ativando a respostaimune.

Denúncia eficienteQuando o antígeno é o HIV, a célula dendrítica ou édestruída antes de fazer seu trabalho ou, sem serinfectada – o que é possível quando o vírus se associaa uma molécula denominada DC-SIGN, presente nacélula –, leva-o aos nódulos. Lá, o HIV é liberado einfecta os linfócitos, suas vítimas preferenciais.Na experiência da UFPE, os cientistas colheram osangue de 18 pacientes, selecionaram células dendríticase retiraram amostras do HIV, que foram multiplicadase anuladas por processos químicos.

Inativo, o vírus foi associado às células, devolvidasao organismo em três doses com intervalos de 15 dias.O corpo aprendeu a reagir melhor, e dez pacientestiveram uma redução de 80% na carga viral. Em oito, acarga tornou-se indetectável. Os voluntários forammonitorados por um ano.O projeto, que já recebeu a adesão da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Escola Paulistade Medicina (Unifesp) como futuras colaboradoras,segue neste mês de fevereiro para a fase 2, com maisvoluntários e doses mais potentes. Há ainda um longocaminho a percorrer, mas, pelo menos, a humanidadepode começar o ano com mais esperança...

As células dendríticas foram descritas em1868 por Paul Langerhans e denunciam a

existência de microorganismosagressores no corpo.

80%

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O

02

Cuidados de enfermagemdurante a gestação garantem obom desenvolvimento do bebê

Assistência nopré-natal

s números da Organização Mundial de Saúde são taxa-tivos: a cada 100 gestantes, 2 a 3 por cento apresentam

problemas de má-formação fetal durante a gravidez. Boa partedeste dado deve-se à falta de exames antes e durante operíodo de gestação. A assistência pré-natal é fundamentalpara o preparo da maternidade.

Este cuidado não deve ser encarado como simples assistência de saúde mas, sim,como um trabalho de prevenção de intercorrências clínico-obstétricas, além deassistência emocional.Uma gravidez sem sustos começa bem antes do período de gestação. É precisorealizar uma série de exames para verificar os estado de saúde da mulher. Devementão, ser feitos exames de sangue – para descobrir diabetes, sífilis, anemia eclassificar o tipo sangüíneo ; de urina – para revelar infecções; preventivo decâncer no colo do útero ou Papanicolau e o teste de HIV. Caso a mulher sejaportadora do HIV o tratamento pode começar durante a gravidez, o que au-menta em até 70% a chance do bebê nascer sem o vírus.Recomenda-se que o pré-natal inicie-se o mais precocemente possível e asconsultas devem ser mensais até a 30ª semana, quinzenais ou semanais até a 37ªsemana, e semanais até o parto. O aumento do número de consultas nas últimassemanas de gestação é importante para melhorar a avaliação obstétrica e propiciarapoio emocional ao parto. “O pré-natal deve iniciar tão logo a mulher descubraque está grávida, principalmente se ela tiver antecedentes obstétricos, como aperda de bebê”, ressalta Terezinha Ideco Tase enfermeira há 18 anos na obs-tetrícia do Hospital das Clínicas de São Paulo.Além do número de consultas adequado deve-se dar qualidade a cada uma delas.Ouvir a gestante, esclarecer suas dúvidas e fazer um exame clínico cuidadosotambém é muito importante. Aqui, encaixa-se a consulta de enfermagem; noacompanhamento da gravidez e na interação com a futura mamãe. “O diferencialno atendimento às gestantes pela enfermagem são as técnicas de relacionamento

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mercado de trabalho

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terapêutico”, esclarece Isabel Cristina Bonadio, enfermeiraobstétrica e Profª. Drª. do Departamento de EnfermagemMaterno-Infantil e Psiquiátrica da Escola de Enfermagemda USP.É importante ressaltar, que a consulta de enfermagem naassistência ao pré-natal foi regulamentada por meio doacordo com a lei do Exercício Profissional da Enfermagem- Decreto nº 94.406/87 - a qual estabelece que o pré-natal

de baixo risco pode ser inteiramente acompanhado pelaenfermeira. E tem dado bons resultados. A credibilidade ea confiança que as mulheres têm apresentado aoreceberem a assistência da consulta de enfermagem nopré-natal é fruto de um trabalho persistente que estesprofissionais vem desempenhando ao longo destes anos.“O compromisso com a qualidade técnica do cuidado e orespeito aos aspectos ético-políticos e de direito dasmulheres são fundamentais”, diz Maria Alice TsunechiroMembro da Diretoria da ABENFO-SP – AssociaçãoBrasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras.À enfermagem cabe realizar fazer exame físico, solicitaros exames laboratoriais de rotina, além do diagnóstico -cálculo da idade gestacional e avaliação do estadonutricional materno, por exemplo - e orientações comoagendamento de consultas, imunizações, reeducação esuplementação alimentar. “As gestantes devem darpreferência aos alimentos naturais, evitando o consumode produtos industrializados, que podem prejudicar odesenvolvimento da gestação”, explica Isabel.Uma rotina regular, e moderada, de atividades físicastambém podem fazer parte do cotidiano das futurasmamães. A OMS recomenda que todos os indivíduosfaçam, 30 minutos de exercícios diariamente ou pelomenos três vezes por semana e as gestantes saudáveisestão incluídas nesta recomendação. “Atividades comonatação, caminhada, hidroginástica ou yoga são indicadas

por serem atividades de baixo risco para gestantes”, orientaMaria Alice.Mercado de trabalho – “A enfermagem obstétrica vemampliando seu mercado de trabalho. Além das maternidadespúblicas contarem com este profissional na realização do partonormal, hoje, a enfermeira trabalha com equipes médicascontribuindo com o aumento do índice de parto normal nasmaternidades particulares”, constata Fabiana Veras,

supervisora de enfermagem da Maternidade São Luiz.Mas a constante qualificação se faz necessária já que quemoferece assistência pré-natal deve conhecer a fisiologia dagravidez, a fisiopatologia das intercorrências clínicas e asmodificações emocionais do ciclo. Pensando nisto, em 1998 aABENFO estabeleceu regras aos cursos de especialização emenfermagem obstétrica definindo a carga horária, conteúdomínimo e do conteúdo didático e pedagógico, além deexigências curriculares mínimas com 20 partos normais, 20acompanhamentos de puérperas, 20 atendimentos a recém-nascido na sala de parto e 15 consultas de pré-natal. “Estamostrabalhando para que o profissional de enfermagemcompreenda o fenômeno da reprodução como singular,contínuo e saudável no qual a mulher é o foco central,humanizado, deste modo, a assistência prestada”, concluiMaria Alice.

A pesquisadora francesa Marie ClaireBusnel, após 15 anos de estudo, concluiu

que bebês reconhecem a voz da mãe apartir do quinto mês de gestação.

Ela constatou ainda que conversar com obebê na gravidez transmite de calma e

segurança.

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P

04

Fot

o di

vulg

ação

Rompendobarreiras

Enfermagem do Hospital Santa Paula épioneira em radiocirurgia cerebral

“De 1998 até omomento

foramrealizadas 461radiocirurgias

com sucesso.Entre estes

estãopacientes de

origemhumilde que

atendemossem custo

algum”.

Patrícia Yamashita é enfermeira do setorde Radioneurocirurgia

Gamma Knife no HospitalSanta Paula há 4 anos.

ioneiro na técnica de radiocirurgia por Gamma Kife, o Hospital Santa

Paula também se difere por possuir uma equipe de enfermagem qua-lificada para tratamento e acompanhamento dos pacientes com tumores e má

formação arterio-venosa cerebrais. Nesta entrevista, a enfermeira Patrícia Yamashita

esclarece quais são os procedimentos e as vantagens desta terapia, em relação

às cirurgias convencionais, e como a enfermagem atua para prestar uma assis-

tência individualizada ao paciente.

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e n t r e v i s t a

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RC - O que é a terapia deGamma Knife?Patrícia – É um procedimentoneurocirúrgico não-invasivo (semabertura do crânio) que utiliza ra-diação para o tratamento especificode lesões intracranianas. Atravésda emissão de raios gama de fontesde cobalto-60, a radiação atinge oalvo cerebral que pode ser um tu-mor maligno ou benigno, máformação arterio-venosa (MAV) ounervo. O intuito é provocar umefeito radiobiológico na lesão eassim poder tratá-la.

RC - Quais patologias podemser tratadas com estaterapia?

Patrícia – Podem ser tratadaspatologias vasculares, tumorescerebrais e da hipófise. Tambémpodem ser tratados pacientes comepilepsia e transtorno obsessivo.Nestes casos, os feixes da radio-cirurgia são direcionados para umaárea do cérebro chamada cápsulainterna para que os estímulosnervosos, nesta área, diminuam ea pessoa possa voltar a ter uma vidanormal.

RC - Como é o funcionamentodo aparelho que se aplica oGamma Knife?Patrícia – Imagens de ressonânciamagnética, tomografia computado-rizada, e, em alguns casos, angio-grafia digital, são transferidas parao Gamma Plan (programa para oplanejamento da radiocirurgia), emque serão estudadas as melhoresdistribuições de doses e deter-minadas as coordenadas de tra-tamento, além de medições doslimites de tolerância de doses nos

tecidos e nervos adjacentes. Opaciente é posicionado na maca doequipamento, as coordenadas sãocolocadas, conferidas e é iniciadoo tratamento. O paciente é ob-servado por câmeras instaladasdentro da sala do Gamma Knife eatravés de um microfone po–sicionado junto ao paciente elepode se comunicar com a equipesempre que necessário.

RC - Quantos pacientes vocêsatenderam desde a implanta-ção do serviço de GammaKnife no hospital?Patrícia – De 1998 até o momentoforam realizadas 461 radiocirurgiascom sucesso. Entre estes estãopacientes de origem humilde queatendemos sem custo algum.

RC - Quais as vantagensdeste tipo de radiocirurgia emrelação a outras?Patrícia – Por ser tratar de umacirurgia não invasiva o GammaKnife possui inúmeras vantagens.Com esta terapia podem sertratados todos os pacientes que nãopoderiam se submeter às cirurgiasconvencionais, como hipertensos ediabéticos, por exemplo, e não háriscos de infecção. Outra vantagem,em relação à cirurgia convencionalé a precisão submilimétrica, que fazcom que possamos tratar lesõespequenas e de difícil acesso semprejudicar os tecidos adjacentes.

RC - Como é a reabilitação deum paciente que se submetea esta terapia?Patrícia – Todo o procedimento(internação, cirurgico e pós-cirúrgico) dura no máximo dois

dias, sendo que a pessoa pode, nodia seguinte, voltar às suasatividades normais. Mas para queo paciente tenha uma boa re-cuperação, recomendamos repou-so e o uso de analgésicos, caso eletenha dores de cabeça por causada colocação do halo (aparelhoacoplado à cabeça do pacientepara que fique fixa durante a radio-cirurgia).

RC - Qual é o papel da en-fermagem nesta reabilitação?Patrícia – A enfermagem doGamma Knife acompanha todos ospacientes desde o agendamento daprimeira consulta. Nada passa pelarecepção do hospital, pois que-remos dar uma atenção especial acada um.A consulta e a assistência deenfermagem procuram dar con-forto ao paciente, explicando a eletodos os procedimentos que eleserá submetido, além de orientara alta e as medicações. Mesmodepois da alta, a enfermagem ficaa disposição pelo telefone paraqualquer dúvida ou sintoma que opaciente apresentar. Estabelecemosuma relação de confiança. Tive umapaciente que tinha um tumor nahipófise e não podia engravidar.Um ano após ter realizado umaradiocirurgia conosco ela deu à luza uma menina. O legal foi que estapaciente me ligou perguntando,“Adivinha o nome da minhafilha?” Eu não tinha idéia de qualpoderia ser, quando ela merespondeu, “É Patrícia”.É este tipo de interação que temoscom os nossos pacientes, uma as-sistência baseada na confiança ena humanização.

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O

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ENFERMAGEM E

O Brasil é um paíscada vez mais idoso.

Qual a função daenfermagem nobem-estar dessa

população?

Brasil sempre foi considerado opaís do futuro, e isso se refletia

em uma maciça população jovem.Entretanto, nas últimas décadas, umnovo dado vem se insinuando. À me-dida que aumenta a qualidade de vidae dos serviços de saúde, nosso paíspassa por um processo já vivenciadopor outras nações: o envelhecimentoda população.

Por João Marinho

O Brasil é um paíscada vez mais idoso.

Qual a função daenfermagem nobem-estar dessa

população?

ELHOR IDADE

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1940

1950

O anos 40 trazem o histórico da guerra, do nascimentodo teatro moderno no país, dos grandes ídolos musicais(Vicente Celestino, Francisco Alves, Ataufo Alves), aexplosão de Carmem Miranda - a pequena notável,entre outros fatos.

“Os anos dourados”, marcam a construção de Brasília,do Plano de Metas 50 anos em 5 de JK, o concurso deMiss Universo (a eterna baiana Marta Rocha) a

ascendência da Bossa Nova, alémdos jovens que curtiam a então

freqüentada Rua Augusta. Desenhos assistidos poresta geração: Pica-pau,Mickey Mouse, Pato

Donald, Pernalonga ePatolino

1950 – Construção deBrasília e a chegada datelevisão no Brasil.1951 – 1ª Bienal de Artesde São Paulo.1953 - Em 17 de junhoestreou Repórter Esso.1958 – Brasil Campeãoda Copa do Mundo.

1939–Filme: E o vento levou.1941–Utilização da penicilina.1942– Moeda vigente: cruzeiro.1945–Bomba atômica em Hiroshima.1946–Máquina de café expresso elançamento do biquíni pelo estilista francêsLouis Réard.

Dados recentes do IBGE (InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística)apontam que a expectativa médiade vida do brasileiro cresceu 8,8anos nos últimos 23 anos, atingindoa marca dos 71,3 anos em 2003.“Em 2000, as pessoas com 60 anosou mais eram 14,5 milhões. Asprojeções para 2020 são de 30,9milhões”, diz a enfa. Dra. Apa-recida Yoshie Yoshitome, do Núcleode Estudo e Pesquisa sobre oProcesso de EnvelhecimentoHumano (NEPPE) e coordenadorado Curso de Especialização emEnfermagem Gerontológica eGeriátrica, na Unifesp (Univer-sidade Federal de São Paulo). Comoa enfermagem lida com estarealidade?

Enfermagem e qualidade de vidaÉ certo que o profissional de enfer-magem sempre trabalhou com oidoso, mas, conforme crescem asdemandas causadas pelo envelhe-cimento da população, as neces-sidades dessa faixa etária mostram-se mais específicas e com carac-terísticas próprias.“O grande problema é que, paramuitos, o idoso é um adulto”, ava-lia a enfa. dra. Sofia Cristina IostPavarini, que tem 17 anos de ex-periência no trabalho com a

terceira idade. “Temos atualmenteum grande contingente de idosos[...] e profissionais sem preparo paralidar com eles”.Como o enfermeiro é essencial naprestação de uma assistênciaadequada ao idoso, inclusive napromoção de sua qualidade de vidae na prevenção de doenças, ésalutar que a enfermagem invistanessa clientela, tratando-a comdignidade.“Há a vontade de viver, e viver bem,ter atividades que tornem o idosoativo, com qualidade de vida”, con-ta Kathy Willy, diretora do RecantoMonte Alegre, instituição privadaque atende idosos em regimetemporário e permanente na cidadede São Paulo.Para ajudá-lo a atingir esse objetivo,o enfermeiro deve saber ouvir oidoso, compreender suas necessida-des específicas e prevenir alteraçõesnegativas em seu estado. “O enfer-meiro deve atuar na promoção deum envelhecimento saudável, naprevenção de agravos, na avaliaçãode riscos, na manutenção da capa-cidade funcional [...]”, diz Apa-recida Yoshitome.Nas palavras de enfa. dra. WilmaKieling Bittencourt, especializadaem Gerontologia Social e funcio-nária do Recanto Monte Alegre, isso

significa estar “atento a alteraçõesna homeostasia, sistema nervoso,sistemas especiais (prejuízo daaudição, visão, lentificação dereflexos, etc), cardiovasculares,respiratórias e outras [...], conhecerequipamentos e medicações e terampla competência para desem-penhar o papel de ‘interface’ naequipe multiprofissional”.Segundo Aparecida Yoshitome,muitas vezes também caberá aoenfermeiro desenvolver atividadesterapêuticas alternativas, comomassagem, balanceamento muscu-lar e reflexologia. Administrar,planejar e gerenciar a assistência éigualmente importante.Kathy Willy alerta para a neces-sidade de se respeitar o espaço, aindependência e as potencialidadesdo idoso, para que ele não percebao profissional de como um arauto desua incapacidade. “Se uma pessoaidosa usa cadeiras de rodas, há umalimitação, mas não quer dizer queela não possa passear, ir a parquesou a museus [...] Se uma idosacozinhava em casa, por que nãopreparar receitas aqui no Recanto?”,exemplifica.Evidentemente, há diferentes grausde comprometimento funcionalentre os idosos, mas, sempre quepossível, a postura deve ser somente

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capa

09

O envelhecimento temimplicações biológicas,psicológicas e sociais, e

entender esse processo éfundamental. Para a Dra.

Sofia Cristina, issosignifica “ser humanista,

crítico, criativo ereflexivo e compreender

as dimensões física,emocional e

sociocultural dos idosos”.

A Era Disco – caracterizada pela modadas calças boca-de-sino, os embalos desábado à noite com John Travolta,canções ufanistas tocadas à exaustãoem emissoras de rádio e televisões, osurgimento de ídolos populares comoGretchen, Amado Batista e SidneyMagal. Música: Staying Alive, Bee Gees

1970 – Brasil Tri-campeão da Copa doMundo.– Moeda vigente: cruzeiro.1977 – Rachel de Queiroz, 1º mulherna Academia Brasileira de Letras.1978 – Nasce o 1º bebê de proveta.

de auxiliar, segundo Kathy. “Ajudá-los somente naquele tanto queprecisam, jamais fazer as atividadespor eles”.Para além do papel preventivo e demanutenção da qualidade de vida,a enfermagem tem também a tradi-

cional e importante função curativado cuidar, se as condições assimexigirem.Estudar e estar atualizado é im-prescindível. As demências, osacidentes vasculares cerebrais, ascoronariopatias, o diabetes, ahipertensão, as artroses e outrasdoenças crônicas não-transmissíveis

são os problemas de saúde maiscomuns – e é preciso estar por dentrodesses assuntos. Além disso, muitospacientes apresentam alterações delinguagem e de outras funçõescognitivas – e o enfermeiro tambématua na reabilitação de capacidadesfuncionais.A interação com a família é outrorequisito. “É importante que [...] secrie um vínculo gradativo de con-fiança”, diz Wilma Bittencourt.Sofia complementa: “Não se tratade dar informações aos familiares[...] O contexto familiar ouinstitucional deve fazer parte doprocesso de cuidar”.

Surgem novas demandasAs demandas específicas do idosotêm dado evidência a uma área re-lativamente recente na enferma-gem, a enfermagem geronto-geriá-trica. “Como organização, no Cana-dá, foi criada a Associação Cana-dense de Enfermagem Geronto-lógica (CGNA), em 1985. NosEstados Unidos, a Associação Ame-ricana de Enfermeiros declarou-acomo uma especialidade em 1966”,conta a enfa. dra. Maria JoséD’Elboux Diogo, especialista emgerontologia titulada pelaSociedade Brasileira de Geriatria eGerontologia (SBGG).

Introduzido em 1909 pelo físicoIgnatz Leo Nascher, o termo“geriatria” pode ser entendido comoo estudo clínico da velhice. Já“gerontologia”, usado pela primeiravez em 1903 por Elie Metchnicoff,é mais abrangente: envolve todo oprocesso de envelhecimento, e nãoapenas a parte clínica.“No campo da enfermagem, ostermos se mesclam [...] Desde adécada de 90, porém, surgiu umanova denominação, a enfermagemgerôntica, para denominar aenfermeira que trata da saúde, dobem-estar, do social e também dadoença. No entanto, em nosso meio,ainda usamos a denominaçãoenfermagem geriátrica e geron-tológica ou enfermagem geronto-geriátrica”, explica Maria José.No Brasil, a área ainda não estáoficializada como especialidadedentro da enfermagem. A legislaçãoprevê a figura do médico geriatra edo gerontólogo, profissional não-médico titulado pela SBGG.Isso, porém, não impede o surgi-mento de cursos de pós-graduaçãona enfermagem, como os oferecidospela Uniban (Universidade Bandei-rantes) e pela Unifesp (UniversidadeFederal de São Paulo), em São Paulo.Outras universidades seguem oexemplo da UFScar (Universidade

1960

1970

“Os anos rebeldes”, tratam de ditadura militar, AI-5 no Brasil, JovemGuarda, a produção do primeiro Fusca (1963), pílula anticoncepcional,queima de sutiã em praça pública, minissaia, os cabelos compridospara o homens e os curtos para as mulheres.

1963 – DitaduraMilitar1 9 6 7 – M o e d avigente: cruzeironovo. Assassinatode Che Guevara.

1967 – Tropicália, Caetano Veloso, GilbertoGil, Tom Zé e Gal Costa.1968 – Música: Pra não dizer que não faleidas flores de Geraldo Vadré.1969 – O Homem chega à Lua.

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1990

“Um amplo estudo realizadonos Estados Unidos

acompanhou por quase trêsdécadas 6.505 homens. Entreos que completaram idadesentre 71 e 95 anos, 40% se

mantiveram livres delimitações públicas ou da

mente. A fórmula do sucesso?Baixa pressão arterial, baixosníveis de açúcar no sangue,abstinência de tabaco e não

ser obeso.”

“Globalização”. A década de 90 ficou marcada porum cenário que fugiu totalmente do convencionalderrubando tabus e tradições. Tempos decompetitividade caracterizada pela customização,produção em pequenos lotes, e aumento de empresasespecializadas na prestação de serviços.

1990 – Queda do Muro de Berlim.– Chegada dos aparelhos celulares no Brasil.1992 – Impeachment derruba Collor.– Eco 92.1994 – Moeda vigente: Real.1997 – Surgem os aparelhos de DVD.

1980“Anos da Abertura”. Década em que a mídia apresentava a irreverenteMadonna, as transformações radicais de Michael Jackson, o surgimentodas primeiras bandas do rock brasileiro. Greves dos metalúrgicos, DiretasJá, a morte do ex-presidente Tancredo Neves.

1981 – Descoberta do vírus da AIDS.1983 – Atari, 1º vídeo game a chegar no país.1984 – Diretas Já!1985 – Abertura do Regime Militar.1986 – Moeda vigente: Cruzado.

Federal de São Carlos), que inclui aenfermagem geriátrica e geronto-lógica no currículo regular degraduação desde 1986, sob o nomede Enfermagem na Saúde do Idoso.Já a USP (Universidade de São Paulo)implantou o curso de graduação emgerontologia.

Lutas e desafiosNo dia-a-dia, o profissional quetrabalha com o idoso tem de lidarcom problemas já típicos da Saúdebrasileira, que aqui ganham tonsmais fortes, como explica a Dra.Sofia Cristina: “A qualidade daassistência ainda é muito precária.Há muitas patologias nos idosos, eas condições socioeconômicas dasfamílias brasileiras são baixas. Coma longevidade, o idoso vive maistempo, geralmente com compro-metimento da capacidade funcio-nal, mas as políticas públicas aindanão deram conta de responder àsdemandas que a dependência dosidosos traz [...] Além disso, hádificuldades com a compreensão doque é próprio do processo deenvelhecimento e do que épatológico”.Infelizmente, não pára por aí.Quando se fala em enfermagem eterceira idade, é preciso mencionaras instituições especializadas, que

podem ser de dois tipos: asilares(como casas de repouso, clínicasgeriátricas, recantos, pensionato easilos), também chamadas de ILPIs– Instituições de Longa Permanênciapara Idosos, e não-asilares (centrosde convivência, de cuidados diur-nos, casa-lares, etc.).As ILPIs são um campo de trabalho

promissor para o enfermeiro, mas,como nem todas se caracterizamcomo instituições de saúde, osserviços oferecidos muitas vezesnão primam pela qualidade.No artigo “Os idosos e as ins-tituições asilares do município deCampinas”, publicado em setembro

de 2002, a enfa, dra. Akemi Yama-moto detectou a falta de profissio-nais de saúde de várias áreas e umcorpo técnico-administrativoreduzido em boa parte das ILPIsdaquela cidade.Para sua tese de mestrado, Apa-recida Yoshitome avaliou a estruturade ILPIs em uma região da cidadede São Paulo. Encontrou falta deitens estruturais importantes, comocorrimão e pisos antiderrapantes, umgrande número de leitos em ummesmo quarto, o que comprometiaa privacidade, e escassa mobíliapara guardar pertences.Além disso, “a assistência médicaera oferecida em 94,5% das ILPIs,mas o enfermeiro foi encontradosomente em 13,8% delas”. Apa-recida, entretanto, faz a ressalva deque esse quadro tem sido alterado,graças à fiscalização do COREN-SP.

Vale a pena cuidar do idoso?Se o enfermeiro tem o papel deouvinte, observador, cuidador epromotor da saúde e da qualidadede vida do idoso, podemos incluirmais uma função nessa lista: a deaprendiz. Quem trabalha com oidoso sempre aprende com seuspacientes, e a profissão dá bons – eemocionantes – frutos.“Um dos fatos marcantes foi o

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capa

2000

“Era de Aquário”. Com a entrada no novo milênio, o mundopassa a viver sob a ótica da era digital. Eletrodomésticos eobjetos do dia-a-dia transformam-se para se adaptarem aeste cenário, em que a velocidade da comunicação e dosavanços tecnológicos tornam o essencial em obsoleto numclique.Filme: Trilogia Matrix

2000 – Votação em urna eletrônica.– Projeto Genoma Humano.2002 – Luís Inácio “Lula” da Silva éeleito presidente da República, 1ºpresidente representante de um partidode esquerda.– Brasil éPenta-campeão da Copa doMundo.2004 – Vacina de prevenção a AIDS.

O que uma instituição delonga permanência para o

idoso precisa ter:

Assistência médica (10h semanais)

Assistência de enfermagem(24h/dia)

Assistência psicossocial (10h semanais)

Assistência nutricional (5h semanais)

Assistência de reabilitação(10h semanais)

Assistência odontológica efarmacêutica

Apoio jurídico e administrativo

Atividades de lazer e serviços gerais

Construção em boascondições e adaptadas às

necessidades do idoso.

Fontes: “Os idosos e as instituiçõesasilares do município de Campinas”,

de Akemi Yamamoto. Entrevista com Aparecida Yoshitome;

atendimento de um idoso que teveintercorrências em uma festa aquida instituição. Ele me disse, comtristeza e lágrimas, que não podiamais freqüentar festas. [...] Fiqueiangustiada [...], mas esse fato meimpulsionou a aprimorar oconhecimento teórico e cientifico,para entender melhor o idoso”,conta Wilma Bittencourt.Já para a enf. dra. Maria FilomenaCeolim, professora, que trabalhacom idosos há 15 anos, aexperiência foi marcada pelafelicidade. “Os idosos queparticiparam de minha coleta dedados para a tese de doutorado eque freqüentavam o Programa deAtividades da Terceira Idade noSESC-Campinas eram sadios, ativos,cheios de energia e sempre prontosa ajudar uns aos outros”.Da Dra. Sofia Cristina, que coor-dena o Centro Interdisciplinar deOrientação ao Idoso e seu Cuidador,na UFSCar, colhemos o emocio-nante relato que se segue,finalizando esta matéria.“Cada experiência foi e é muitosignificativa para mim [...] Vou falarde uma experiência recente que noscolocou entre os dez programasexemplares pré-selecionados noConcurso Talentos da Maturidade doBanco Real, em 2004.

Numa parceria com o Ministério daEducação, através do Programa deApoio às Atividades de Extensão,realizamos, junto com a SecretariaMunicipal de Educação de SãoCarlos, um projeto de orientação aosalfabetizadores do Programa deAlfabetização de Adultos, epudemos acompanhar os idosos noprocesso de alfabetização, quetinham entre 60 e 90 anos.Muitos buscavam ali alternativas deinteração e inclusão social. Apesarda maioria apresentar mais do queum problema de saúde, comohipertensão, diabetes e osteoporose,eles iam em busca de novasoportunidades, enfrentavam odesafio de vencer barreiras, lidarcom a dor, deixar as tarefas de casa.Para alguns, freqüentar o Programaera vencer a depressão, a angustiae a solidão. É inacreditável como oser humano busca a inclusão socialem qualquer idade”.

A enfermagem está preparada paraacompanhar a longevidade dosbrasileiros?Descobertas científicas e médicasaliadas ao aumento da expectativade vida da população e ao culto ao“novo” e “jovem” redefinem oconceito de saúde para o idoso emtodo o planeta. Observa-se que,

atualmente, o paciente que chegoua terceira idade, ou “melhor idade”,são independentes e ativos.Um paciente que vivenciou (confiracronologia) em sua juventude osentimento revolucionário durante aditadura, acompanhou os avançostecnológicos, com ápice do Homempisando pela primeira vez em sololunar e dançou ao som dos NovosBaianos e Bee Gees, alcança hoje,seguramente, uma velhice semlimitações físicas, mentais, isto é,são homens e mulheres lúcidos ecom vida social agitada.O profissional de enfermagem paralidar com este público deve estarmunido não apenas comconhecimento técnico-científico,mas também, de sensibilidade epercepção necessárias parareconhecer que esta nova geraçãode idosos é saudável e autônoma. Écrucial que enfermeiros, técnicos eauxiliares de enfermagem estejamem sintonia com esta redefinição doconceito de saúde geriátrica:preservação da qualidade de vidada melhor idade.

il.

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Comer bem faz bem!

12

H“A boaalimentação

é responsável pela

prevenção de inúmerasdoenças”

á milhares de anos, Hipócrates já afirmava: “que teualimento seja teu remédio e que teu remédio seja teu

alimento”. Isto é um indício que há tempos o homem consideraos alimentos como fortes aliados na prevenção de diversostipos de enfermidades, como anemias, cálculos renais, diabetes,doenças cardiovasculares e, até mesmo, o câncer.Mas isto não são apenas indícios. No início do ano passado, aOrganização Mundial de Saúde afirmou que a má alimentação éresponsável por grande parte das doenças crônicas não-transmissíveis, como as já citadas acima. A situação é tãoalarmante, que em parceria com a FAO - Organização dasNações Unidas para a Agricultura e Alimentação – a OMS lançouum documento o qual constata que um cardápio com poucas

Comer bem faz bem!

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Especial

gorduras saturadas, açúcar e salaliada a uma alta ingestão devegetais e frutas e a exercíciosperiódicos podem ser funda-mentais para reduzir a mor-talidade. A finalidade destedocumento é informar a po-pulação dos benefícios de umadieta saudável e sobre os ris-cos da vida sedentária. “A a-limentação inadequada fa-vorece a obesidade e aumentodo mau colesterol” diz LucianaMaria de Bueno, enfermeiraespecialista em enfermagemcardiovascular do Instituto Dan-te Pazzanese de Cardiologia.As doenças cardiovasculareslideram, hoje, o ranking dosmales à saúde que mais cau-sam a morte dos brasileiros.Este era um índice que poderiaser combatido com escla-recimentos sobre dieta balan-ceada e uma rotina regular deexercícios físicos.Sabe-se que o estilo de vidaestá muito associado com oaumento de doenças crônico-degenerativas. Hoje há maiorconsumo de alimentos hiper-calóricos e hiperlipídicos emdetrimento aos alimentos inte-grais, o que ocasiona mudan-ças no estado nutricional efísico da população. O desequi-líbrio no balanço energético,tendo como conseqüência umaumento do sobrepeso sãofatores de risco, que, asso-ciados, aumentam a probabi-lidade dos casos de câncer de

mama, cólon, vesícula biliar eendométrio. “A dieta atua tantona prevenção do câncer comotambém em sua promoção,dependendo de sua compo-sição. Cerca de trinta e cincopor cento dos cânceres sãocausados por uma alimentaçãodesequilibrada”, aponta LígiaAparecida Trintin Cannarella,especialista em nutrição em

Os alimentos podemconter inúmeras

substâncias não sónutritivas mas, também,

com importantesfunções metabólicas efisiológicas benéficas

protegendo as célulascontra danos

exteriores eaumentando a função

imune.

oncologia do Hospital doCâncer.

Para se ter uma idéia disto, oscálculos renais - questão re-centemente abordada pelaRevista COREN-SP - atingemcerca de 7% da populaçãobrasileira. Porém, grande partedesses casos poderia serprevenida com a ingestãomédia de dois litros de líquidopor dia, sendo metade água,além de alguns cuidados coma alimentação. “A baixa in-gestão de ácido cítrico e oconsumo exagerado ou defi-

ciente de cálcio são fatoresprimordiais na formação docálculo renal”, diz a enfer-meira Kelly dos Santos queatua do Serviço de Nefrologiano Hospital do ServidorPúblico.

Dietas “da moda”Muitas baseiam-se em privaras pessoas de comer deter-minados tipos de alimentos,como carboidratos ou proteí-nas, por exemplo. É justamenteaí que se caracteriza o erro, jáque o organismo humano parafuncionar normalmente neces-sita de quantidades moderadasde todos os tipos de nutrientespresentes nos alimentos. Casocontrário, há diminuição dorendimento físico, sobrecargado organismo, deficiênciasnutricionais e desidratação.“Os regimes para emagreci-mento rápido muitas vezes sãomonótonos, não promovem areeducação alimentar e ofere-cem riscos de carências nutri-cionais”, explica Lígia.Além disto, não são individua-lizados e, portanto, não levamem conta os hábitos alimen-tares e o poder aquisitivo doindivíduo dificultando aindamais sua adesão. “As modifi-cações dos hábitos deveriamcomeçar na infância e com asorientações corretas a própriacriança poderia se tornar umagente de mudança dentro dafamília”, sugere Luciana.

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N

Por Cláudio Porto

2005: reformulaçãototal do Sistema de

Saúde Brasileiro

o seminário promovido pelo Ministério daSaúde em São Paulo – de 30 de novembro

a 3 de dezembro do ano passado – foi apre-sentado um diagnóstico da atual situação daassistência prestada pela rede hospitalar pública,privada e filantrópica no Brasil, em que ficaramevidenciados equívocos operacionais, estratégiasviciadas e flagrantes da ineficácia, da inefi-ciência do sistema de saúde nacional.Na avaliação feita pelo Ministério da Saúde, aatual estrutura hospitalar brasileira não cumpreseus compromissos com a sociedade e as estra-tégias atualmente desenvolvidas são voltadas,em sua grande maioria, para objetivos e inte-

resses individuais. Mediante esta avaliação,grandes mudanças irão ocorrer, para que oshospitais tenham sua estrutura operacionaltotalmente reformulada.O Ministro da Saúde Humberto Costa apre-sentou, então, propostas e estratégias que serãodesenvolvidas pelo Ministério da Saúde, visandoresgatar, no SUS, a universalidade e a eqüidadeque fazem parte dos objetivos do sistema desaúde atualmente vigente no país (ver quadro).As políticas prioritárias a serem desenvolvidasserão: assistência farmacêutica e incrementa-ção da Farmácia Popular, qualificação daAtenção Básica – QualiSUS, qualificação do sis-

Esta é a meta do Ministério daSaúde para fortalecer o SUS

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Sistema Saúde

tema hospitalar da rede SUS, qualificação dosistema municipal de saúde, intensificação doprograma HumanizaSUS, implantação doPrograma Brasil Sorridente, permitindo acessoda população ao atendimento odontológico.Toda esta reformulação da Política de Saúde noSUS será desenvolvida por meio de investi-mentos na construção de projetos coletivos,prioritariamente, formulação de políticas estru-turais, além da redefinição e reforma do mode-lo assistencial, de gestão, do ensino e da pesquisae dos mecanismos de financiamento.Os hospitais de pequeno porte, por sua vez,terão que rever seus respectivos papéis, já queno Brasil, atualmente, uma grande parte dessasinstituições encontra-se completamenteinviabilizadas econômica e socialmente. Destemodo, espera-se a redefinição do papel dosestabelecimentos com até 30 leitos, estabe-lecendo-se novo modelo de organização eestruturação.Com estas medidas, o Ministro da SaúdeHumberto Costa conta com a ampliação daqualidade dos serviços contratados, da coerênciae articulação com as Políticas de Saúde eintegração dos diferentes níveis de atenção àsaúde.Mediante as propostas apresentadas peloMinistério da Saúde, o COREN-SP está convo-cando profissionais e instituições de ensino,seja de nível técnico ou universitário, apromoverem discussões quanto às estratégiasa serem desenvolvidas na formação e noexercício profissional. Com isto, o conselhoacredita que possa conscientizar a categoriapara que exerçam a profissão com respon-sabilidade social e coerência aos objetivos doSUS.Que seja discutida a efetiva prática profissionalcom foco na referência e contra-referência naatenção à saúde. Eis uma excelente e inequívoca

oportunidade para que a Enfermagem assuma,definitivamente, a posição de vanguarda queestá em aberto seja qual for a área de atuaçãoem uma unidade de Saúde Pública, em umaInstituição Hospitalar ou em uma Instituição deEnsino voltada à formação profissional. Estaestratégia pode resultar no efetivo reconhe-cimento da sociedade, e conseqüentemente navalorização do profissional.

Foco de investimentos prioritários do SUS

• Unidades de Terapia Intensiva;• Saúde Mental;• Atenção de média complexidade

procedimentos cirúrgicos eletivos;• Transplantes de órgãos;• Saneamento Básico;• Monitoração, Avaliação e Controle de

gastos do SUS;• Incrementação do Pacto de Gestão em

todo o SUS.

Eixos norteadores da reforma

• Humanização (gestão e atenção);• Contratualização com metas e resultados

estabelecidos;• Democratização da gestão SUS;• Eficácia e efetividade dos serviços

contratados;• Controle social e pacto social;• Garantia de acesso;• Intersetorialidade (estratégia transversal).

O que se espera com esta reforma?

• Ampliação da qualidade dos serviçoscontratados;

• Resolutividade;• Ampliação da coerência e articulação com

as Políticas de Saúde;• Integrar os diferentes níveis de Atenção à

Saúde.

0715

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Anvisa cancela o registro de 130medicamentos similaresA Resolução RDC 304 da Anvisa,publicada no início de dezembro do anopassado no Diário Oficial da União,cancelou o registro de 130 medicamen-tos similares de alto risco sanitário,elaborados à base de 21 fármacos. Entreos produtos, há aqueles para tratamentode epilepsia, distúrbios psiquiátricos,problemas cardíacos, hipertensão easma, além de um anticoagulante e umagente imunossupressor, usado apóstransplantes.

Software de ultra-som para diagnósticode anomalias em fetos é criado porempresa de Santo AndréO Expert Image é um software comroteiro amplo e minucioso para capturade imagens de ultra-som, contendo naanálise da biometria fetal umainfinidade de itens que poderão preverdesde uma anomalia simples comomembranas nos dedos das mãos e dospés, até doenças sérias como anacefalia,hidrocefalia, doenças cardíacas, renaisgraves, entre outras. O software é umaferramenta de grande importância paramédicos do Brasil e do exterior. Tem85% de chances de identificar malfor-mações congênitas, ou seja, adquiridaspor hereditariedade ou aquelas devidoa doenças contraídas durante gestação.

Demora no diagnóstico da surdezcompromete o desenvolvimento debebêsA perda auditiva pode afetar até 3 emcada 1000 recém-nascidos, de acordocom a Academia Americana de Pediatria.Pode ter origem congênita ou adquirida,provocada por doenças, infecções, entreoutros. Os pais devem, então, ficaratentos a sinais que denunciam a surdeznos bebês. Para prevenir dificuldades eprejuízos no desenvolvimento na criança,é necessário que haja uma detecçãoprecoce da surdez, preferencialmenteantes dos 3 meses de idade e que umtratamento seja iniciado até os 6 meses.

O Teste da Orelhinha, pouco conhecidoe difundido no país, é a melhor formade examinar a audição de recém-nascidos. É um procedimento simples,feito em até dez minutos enquanto o bebêdorme e não necessita hospitalização.

Doença do beijo é comum entre 15 e25 anosA mononucleose infecciosa, popu-larmente chamada de doença do beijo,pode acometer adultos e crianças, sendoque nas crianças é em geral assintomática(sem sintomas). É uma doença prevalenteem jovens com idade entre 15 a 25 anosde ambos os sexos. Cerca de 90% dapopulação adulta tem anticorpos quecombatem o Epstein- Barr, vírus causadorda doença. Ela é chamada de doença dobeijo porque sua transmissão aconteceprincipalmente pela saliva, a partir deum contato mais íntimo. Outra forma decontágio é a transfusão de sangue. Porisso, recomenda-se a quem contrai adoença esperar pelo menos seis mesespara doar sangue.

Dietas de revistas são um perigo,revela estudoSeguir dietas publicadas em revistas nãoespecializadas pode ser um risco para asaúde. Esse é o principal resultado deum estudo feito com publicações não-científicas por pesquisadores da Uni-versidade Federal de São Paulo (Unifesp).As pesquisadoras Olga Maria Amancioe Daniela Chaud analisaram 112 dietas,todas publicadas em 2002 por revistaspopulares durante oito meses seguidos.O periódico A, como as pesquisadoraschamaram uma das publicações (ostítulos reais foram omitidos), tem 13 anosde circulação e tiragem superior a 300mil exemplares. O periódico B, comcirculação de 120 mil, existe há seisanos. Resultado: todas as dietas semostraram inadequadas em relação a umaou mais das substâncias avaliadas.Menos de 25% das dietas apresentaramdistribuição adequada de macronu-trientes.

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17

R Heródoto Barbeiro é jornalista da TV Cultura e da Rádio CBN

O Tempo de

Matusalém

ecentemente estive em uma aldeia nointerior da China, onde havia poucas

casas, mas com várias pessoas com mais de cemanos. Fui apresentado a um senhorzinho queestava sentado em uma cadeira de sol, vestia umadaquelas túnicas do tempo do velho Timoneiro, MaoTse Tung, e me disseram que ele tinha 114 anosde idade. Ele riu muito quando o guia lhe disse queeu não acreditava que ele fosse tão velho. O chinêspara comemorar minha descrença puxou uma longatragada do cigarro! Ainda por cima o homem fumava!Em uma mão o cigarro, na outra o cachimbo deJade!Depois dessa experiência passei a acreditar emtudo que me contavam. Ao atravessar a rua principalda aldeia, o chefe local me perguntou se queria irao médico. Eu disse que não estava doente. Elepegou na minha mão e me arrastou para um grandearmazém e o guia traduzia dizendo que eu nãoestava doente, então não precisava ir ao médico.Uma maluquice, pensei. Será que eles estariamtirando uma com a minha cara? Na porta doarmazém, que mais parecia uma merceariaabandonada, estava na porta um jovem alto, debigode, mais para mongol do que para chinês,vestindo um jaleco branco. “É nosso médico”, disseo aldeão. Já que não tinha alternativa sentei-me nafrente de uma escrivaninha, perpendicular acalçada. O jovem médico pediu que eu des-cansasse a mão sobre uma almofada na mesa.Ele pôs quatro dedos sobre o meu pulso direito,Depois de alguns minutos calado, fez os mesmono pulso esquerdo. E finalmente deu o diagnóstico,que nessa altura parecia um veredicto: “Pulmão,coração bom. Fígado e rim bom. Tudo bom. Sótrabalha muito vai ter que tomar remédio.”Obviamente fiquei pasmado com o resultado. Lá

veio ele com um pote de plástico com mais de milpequenas bolinhas escuras, que eu teria que tomartrês todos os dias para equilibrar as forças e podertrabalhar muito. Recuperei meu realismo cartesianobudista e lasquei duas perguntas à queima roupa,daquelas devastadoras, que qualquer jornalista queacha que já sabe tudo é capaz de fazer: “Se eutivesse chegado com apendicite, o que faria?Operação. Se estivesse com pneumonia?Antibiótico.”Precisei ir parar nos cafundós de Confúcio para seratendido por um profissional habilitado tanto namedicina tradicional chinesa como na ocidental. Osenfermeiros acompanham com atenção os avançosatuais da medicina e como a vida está seestendendo cada vez mais. Os gestores daprevidência social de todo o mundo estão ficandode cabelos brancos para fechar as contas, uma vezque as pessoas vivem mais e é preciso maisdinheiro para pagar suas aposentadorias. E a saídamais imediata é aumentar cada vez mais a idademínima para aposentadoria, sob pena de quebrar.E por mais impopular que isto seja, não há outrasaída se não mudar a previdência social.O mercado de trabalho na área de saúde tende acrescer no tratamento e cuidado aos idosos cadavez mais idosos. Isso exige mais especializaçãoem uma área que é o reflexo dos avanços maisrecentes da medicina. Os Matusaléns vão ser maiscomuns do que os relatos bíblicos e em algumascidades do mundo desenvolvido ninguém maisacha isso excepcional. Em tempo: ainda tomo astais pílulas e se depender delas para trabalhar muitoposso afiançar que funcionam.

“Liberdade de Expressão 2” é a mais recente publicação do trio composto pelos escritores e jornalistasHeródoto Barbeiro, Carlos Heitor Cony e Xexéo. O livro ressalta que liberdade de expressão não seconfunde com liberdade de imprensa, vai mais além, uma vez que atende ao princípio do direito deinformar e ser informado. Informações: www.herodoto.com.br.

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Quando a noitechegar...

Uma noite bem dormidareflete na produtividade e interatividade pessoal

rabalho, estudo, cuidados com os filhos e com a casa. No corre-corre das grandes cidades, a rotina diária de afazeres está longe deT

ser tranqüila.Tanto que muitas pessoas pensam no quanto seria bom se odia se estendesse de vinte e quatro para trinta ou mais horas para quepudessem dar conta de tudo. Neste ritmo, a maioria se esquece de algofundamental para que o cotidiano não se transforme em uma cansativa listade obrigações: o sono.É justamente esta sobrecarga do cotidiano que afeta o sono. As pessoassimplesmente não conseguem se desligar dos problemas quando vão paraa cama. Resultado: acordar várias vezes no meio da noite, amargando cadaminuto até que o despertador toque pela manhã. Este sono irregular, aospoucos, vai prejudicando a qualidade de vida, já que dormir mal significapassar o dia sonolento, sem ânimo, com baixa concentração nas atividadeshabituais. “A pessoa deve desconfiar que possui algum tipo de distúrbio dosono quando dorme mal por várias noites consecutivas e percebe que istoestá comprometendo o desempenho durante o dia”, sugere Maria BetâniaVieira de Mello do Santos, enfermeira do Laboratório do Sono do Hospital

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Saúde

Oswaldo Cruz.De acordo com uma pesquisa realizada peloLaboratório do Sono da Universidade Federalde São Paulo (Unifesp), em 2003, cerca de93,6% dos brasileiros apresentam pelo menosum dos distúrbios relacionados ao sono. Apesquisa mostrou ainda que 13,9% dosentrevistados afirmaram-se como “supostosinsones” e 79,7% como “insones”. A insôniapode ser o resultado de uma série de fatoresrelacionados com aspectos do comportamentodos indivíduos. Esses fatores incluem estresse,sedentarismo e o ambiente que o indivíduoescolhe para dormir. “Se não tratada, a insôniapode levar a uma diminuição da chamadacapacidade cognitiva, a qual inclui a memóriae capacidade de raciocíono”, aponta LucianaPalombini, membro da equipe de coordena-dores do Instituto do Sono da Unifesp.Detectando o problema - O diagnósticocorreto da causa da insônia é primordial para aescolha do melhor tratamento. Por exemplo,se a causa for distúrbio respiratório, o uso demedicamentos indutores de sono pode, narealidade, piorar o problema. Para tanto érealizado a polissonografia, exame que detectaqual o tipo de distúrbio do sono o pacientepossui. “Para realizarmos este exame opaciente dorme aqui no hospital para quepossamos monitorar o sono dele durante umanoite típica. Depois desta análise damos odiagnóstico”, explica Adriana Lara de Moraes,enfermeira que atua na realização e análise dapolissonografia no Hospital Oswaldo Cruz.O enfermeiro é o profissional apropriado pararealizar este exame porque além do preparotécnico está apto a prestar atendimento aopaciente em emergência ou complicaçõescomuns em caso de outras patologiasassociadas ao distúrbio do sono. “Aqui nohospital as causas mais freqüentes são o roncoe apnéia (rápidas paradas respiratórias duranteo sono) e em segundo lugar a insônia. A maioriatem queixas diurnas de cefaléia, dor no corpo,dificuldade de atenção, concentração ememória”, diz Adriana.

Mas o que é um sono normal? Dormir bem,sem acordar durante à noite ou passar horas emfrente à televisão, parece privilégio de poucos.Tanto é assim que a insônia é consideradaproblema de saúde pública pela OrganizaçãoMundial de Saúde.As pessoas com sono normal passam pordiversos estágios. O primeiro é leve e desperta-se com facilidade. A partir daqui a temperaturacorpórea baixa e a respiração torna-se regularpreparando o organismo para entrar no estágioem que ocorrem os sonhos. A tendência édormir mais profundamente a cada estágio.“A média de sono normal em um indivíduo éde 7 a 8 horas, mas o que deve ser levado emconta é a qualidade e não a quantidade das horasdormidas”, aponta Maria Betânia. Daí aimportância de manter hábitos que estimulemum sono tranqüilo.

10 mandamentos para dormir melhor

1. Procure deitar e se levantar em horáriosregulares todas as noites;2. Vá para a cama somente quando estiversonolento;3. Não use a cama para leitura, ver televisão oualimentar-se. A cama deve estar relacionadacomo ato de dormir;4. Evite ficar na cama sem dormir. Isto geraestresse e piora a insônia;5. Relaxe antes de se deitar: um banho quenteou a diminuição da luminosidade do quartopodem ajudar;6. Evite uso de álcool e de cafeína pelo menos 6horas antes do seu horário de dormir;7. Não se alimente próximo ao horário dedormir;8. Evite cochilos durante o dia; eles atrapalhamseu sono à noite.9. Procure se ocupar durante o dia, evitando oócio.10. Faça atividades físicas regularmente, porémevite exercícios fortes no final do dia.

Fonte: Sociedade Brasileira do Sono

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As informações sobre cursos e eventos sãode inteira responsabilidade dos promotoresdos mesmos. Para publicação de cursosnesta seção envie e-mail para:[email protected]

Qualidade da Assistênciade Enfermagem aoPaciente OncológicoCríticoData: 24 de marçoPós-Graduação: II Cursode Especialização emEnfermagem OncológicaData: 06 de abril de 2005 a 3 dedezembro de 2006Local: Centro de Tratamento ePesquisa - Hospital do Câncer A.C. Camargo - SPInformações: (11) 3272-5078 /3272-5098 - [email protected]

Curso de Especializaçãoem Instrumentação

Cirúrgica paraEnfermeiros, Técnicos eAuxiliares deEnfermagemData: matrículas abertas até dia 28de fevereiro.Local: Centro de Formação eAperfeiçoamento em Ciências daSaúde – Instituto do Coração –Fundação ZerbiniInformações: 3069-6472 (ramal4004 ou 4005)www.hcnet.usp.br/cefacs

“Saúde Mental eQualidade de Vida noHospital Geral e Aplicadaa Área da Nefrologia”Data: 16 de março de 2005 a 22 defevereiro de 2006Local: UNIFESP-EPM - SPVagas: 40 alunosInformações: http://proex.epm.br

IV Curso de Atualizaçãode Enfermagem emEndoscopia DigestivaData: AbrilLocal: PUC - RS - Porto Alegre - RSInformações: (51) 3332-2054/3332.2854/ 3332-2411

3º World Congress of theInternational Society ofPhysical andRehabilitation Medicine -2005Data: 10 a 15 de abrilLocal: Gran Meliá - São PauloInformações: (11) 3168-35383168-1149www.connecteventos.com.brwww.isprm.org/brazil

3º Congresso BrasileiroNursing “Avanços eDesafios do Cuidado nos

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COREN-SP • janeiro/fevereiro de 2005 • nº 55COREN-SP • setembro/outubro de 2004 • nº 53

Diferentes Contextos deEnfermagem”Data: 14 e 15 de abrilLocal: Centro de Convenções Pompéia- São Paulo - SPInformações: www.nursing.com.br

V Simpósio Internacional“Tendências em Processos deEsterilização para Instituiçõesde Saúde”Data: 18 a 21 de abrilLocal: Frei Caneca - Shopping &Convention Center -SPInformações: (11) [email protected]

II Congresso Internacional deEspecialidades Pediátricas20058º Congresso Brasileiro deUrologia PediátricaData: 27 a 30 de agostoLocal: Estação Embratel ConventionCenter - Centro de Convenções deCuritiba - ParanáInformações: (41) [email protected]

I Congresso Internacional deEnfermagem ComunitáriaIV Congresso FAECAPData: 22, 23 e 24 de setembroLocal: Madri - EspanhaInformações: http://faecap.atlasit.com

22º ISQua - InternationalConferenceData: 25 a 28 de outubroLocal: Vancouver - CanadáTema: “The International Society forQuality in Health Care”Informações: www.isqua.org

The 18th Congress of theInternational Association ofGerontologybData: 26 e 30 de junhoLocal: Rio de Janeiro - BrazilInformações: Congress Websitewww.gerontology2005.org.br

III Congresso Brasileirode Especialistas emEnfermagem - III CABESE

Cursos pré-congresso19 e 20 de setembro

Congresso21 a 23 de setembro

Temas:Gestão de negóciosGestão de pessoasPerfil profissiográficoApresentar trabalhosCientíficos - inscrições até 23/09

Local: São Paulo-SPInformações:www.abesenacional.com.br(11) 5042 - 3428

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COREN-SP • janeiro/fevereiro de 2005 • nº 5522

Administração eLiderança emEnfermagem

Partindo do princípio

de que poucos profis-

sionais tiveram a o-

portunidade de prati-

car suas habilidades

administrativas antes

do primeiro emprego,

as autoras – e também

enfermeiras Bessie L.

Marquis e Carol J.

Huston - elaboraram

“Administração e Liderança em Enfermagem”,

lançamento da Artmed Editora. Novidade no

Brasil e quarta edição nos EUA, o livro foi

embasado na perspectiva de que a

aprendizagem indireta, ou por experiência,

oferece simulações de casos com grande valor

para a aplicação da teoria de administração e

liderança na área de enfermagem. A obra está

dividida em seis unidades, sendo que a primeira

oferece ampla fundamentação teórica sobre o

assunto, e auxílio aos problemas apresentados.

As demais estão organizadas conforme o

processo de planejamento administrativo:

organização, seleção e contratação de

funcionários, direção e controle. A última

unidade trata de questões profissionais, éticas

e legais enfrentadas por profissionais de

enfermagem.

Informações Artmed Editora

SAC: 0800 703 3444

Mãe de U.T.I – AmorIncondicional

Este livro foi escrito por

Maria Julia Miele, uma

terapeuta corporal que

viveu por exatos 13 me-

ses o drama de ver sua

filha recém-nascida,

Sofia, internada na

U.T.I. de três hospitais

de São Paulo (Incor, São

Luiz e Samaritano) e, que infelizmente, veio a

óbito. Não estava previsto que esta história

fosse publicada um dia. Na realidade, a autora

passou para o papel esta experiência como uma

forma de enfrentar a dor que ela e o marido,

Luís, passaram. Outro fator que a motivou foi

por ter descoberto que não havia um livro para

ajudar mães que vivessem semelhante situação.

Este trabalho, agora, abriu portas para que

visitasse hospitais com o intuito de formar

grupos de mães cujos filhos estão em UTI e não

têm, na maioria das vezes, com quem

compartilhar sua dor e solidão. “As dores e a

saudade não diminuíram, nem a memória apagou

tudo o que eu presenciei, mas, com o passar do

tempo, aprendi a lidar melhor com tudo isso; o

passado não muda, mas, de certa forma, tudo

acaba mudando com o tempo”, diz Maria.

Informações: Editora Terceiro Nome

(11) 5093-8216.

Guerreiro Dourado

Como todo deficiente

físico deste país, o au-

xiliar de enfermagem

Nilton Ferreira Dourado

até hoje é marginalizado.

Não tem sequer a devida

assistência médica, mes-

mo quando precisa re-

correr aos órgãos públi-

cos de saúde. Nilton pra-

ticamente viveu a infância e parte da adoles-

cência no leito de um hospital, vítima da

paralisia infantil. Razões ele tinha de sobra para

ser, hoje, um homem revoltado e cheio de

angústia. Mas apesar de todas a barreiras -

incluindo a dificuldade em publicar este livro – e

as péssimas condições de trabalho, abraçou a

carreira de enfermagem, cuidando de vidas

humanas desde 1981, com muito amor e

dedicação. Neste exemplar, Nilton retrata por

meio de poemas, relatos próprios e de amigos

sua trajetória existencial, além de apresentar

algumas meditações sobre esta conturbada

sociedade em que vivemos.

Informações: Komedi Editora

(19) 3234-4864.

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COREN-SP • janeiro/fevereiro de 2005 • nº 55

Presidente

Ruth MirandaVice-presidente

Akiko KanazawaPrimeira-secretária

Maria Antonia de Andrade DiasSegunda-secretária

Vanderli de Oliveira DutraPrimeira-tesoureira

Rita de Cássia ChammaSegunda-tesoureira

Aldaíza Carvalho dos Reis

Publicação oficial bimestral do COREN-SP • Reg. nº 24.929 • 4º registro • 260 mil exemplares • distribuição gratuita dirigidaRua Dona Veridiana, 298 • Higienópolis • São Paulo • SP • CEP 01238-010 • Fone: 0800 55 21 55 • www.corensp.org.br

Redação

Cássia Monteiro e João MarinhoRevisão

Cássia Monteiro, Mônica FariasProjeto Gráfico

arte in comunicação e marketingfone/fax: (11) 5042-3428Coordenação editorial

De mais editorafone/fax:(11) [email protected]

Presidente da Comissão de Tomada de Contas (CTC)

Maria Aparecida MastroantonioMembros da CTC

Tomiko Kemoti AbeWilson Florêncio RibeiroConselheiros efetivos

Anézia Fernandes, Francinete de LimaOliveira, Guiomar Jerônimo de Oliveira,Lindaura Ruas Chaves, MagdáliaPereira de Sousa, Sérgio Luz, SôniaRegina Delestro Matos, TerezinhaAparecida dos Santos Menegueço

260 mil exemplares distribuição gratuita

Feriados e recessos em 2005

A secretaria do COREN-SP informa os dias em que o Conselho (capital e subseções) não

funcionam em 2005:

Tiradentes: 21 e 22 de abril · Corpus Christi: 26 e 27 de maio · Dia dos COREN´s: 11 e 12

de julho · Independência: 7 de setembro · N. Sª Aparecida: 12 de outubro · Finados: 2 de

novembro · Proclamação da República: 14 e 15 de novembro · Recesso de final de ano: 22

a 30 de dezembro.

500 mil assinaturas contra o Ato Médico

As 250 das 500 mil assinaturas coletadas durante a campanha nacional de abaixo-assinados

em repúdio ao Projeto de Lei do Ato Médico foram entregues ao Presidente do Congresso

Nacional, senador José Sarney, em 17 de dezembro do ano passado. A outra metade será

entregue no dia 16 de março deste ano. Vale ressaltar, que a primeira leva, reflexo de um

organizado trabalho em conjunto, foi arrecadada em menos de 2 meses. A entrega das 500 mil

assinaturas é mais um marco na luta contra o corporativismo flagrante presente no texto do

Projeto de Lei 25/2002.

COREN-SP on-line

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COREN-SP • janeiro/fevereiro de 2005 • nº 55

Capa da edição 54

AgradecimentosO COREN-SP junta-mente com a Redaçãoda revista gostaria deagradecer aos profis-sionais de enfermagem,instituições de ensino ede saúde e também aosnossos amigos peloscartões e mensagens en-viadas no final de 2004,em virtude do Natal e doAno Novo. Nosso sinceroagradecimento a todos.

366 vezesEnfermagemOlá pessoal da redaçãoCOREN-SP. Adorei amatéria 366 vezes en-fermagem publicada naúltima edição, número54. Acho que temos quelutar pela valorização denossa profissão e terorgulho ao dizer que so-mos enfermeiros, técnicoe auxiliares de enfer-magem.Vocês estão deparabéns.Abraços.Fernanda Reis

Quero parabenizar o

COREN-SP pelo brilhan-te trabalho realizado em2004. Que continue sem-pre assim.Altair Vicente Alves

Protetor solarSobre a reportagem“Quando o sol é o ini-

migo” vale ressaltar aimportância do testeprévio do protetor solarescolhido.Usei um pro-duto recomendado porum dermatologista, queme causou reação alér-gica e queimaduras portodo o corpo. As pessoasdevem estar em alerta

quanto a este problema.Aline Teixeira Ramos

Ato MédicoGostaria de parabenizaro COREN-SP pela po-sição tomada perante oato médico, que, emminha opinião, trata-se demais uma articulação daárea médica para mono-polizar o serviço, tendocomo alvo somente ogancho financeiro daclasse sem ao menos sepreocupar com o bemestar da populaçãobrasileira.Adalberto Sant’ AnnaFerreira

Matérias sobre saúdeQuero parabenizar aequipe da revista CO-REN-SP pelas matérias,que são de grande valiapara nós profissionais daárea de saúde. Apro-veitando, gostaria sugeriruma matéria sobre oHospital Dr. CandidoFerreira de Campinas -SP, porque desenvolvemum trabalho muito in-teressante e deve ser deconhecimento dos profis-sionais de enfermagem.

Luciano Irineu da Silva

SiteParabéns pelo design eidéias apresentadas nosite do COREN-SP. Emparticular, gostei dasanimações em flash.Henrique Medeiros

Redação da RevistaCOREN-SPVenho por meio desta,parabenizar o belíssimotrabalho de “Quem faz aRevista COREN-SP”. Osassuntos abordados sãoótimos.Roseli Zadra

Ressaltamos que asreclamações sobrerecebimento da revistadevem ser feitas pelotelefone, assim fica maisfácil identificar o pro-blema, o qual pode seralgum dado errado. Porgentileza entre emcontato com o COREN-SP através do telefone,(11) 3225-6300.A Redação

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