14
Corpo Doente e Nazismo

Corpo Doente

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Apresentação de slides para debater a utilização política do corpo.

Citation preview

Page 1: Corpo Doente

Corpo Doente e Nazismo

Page 2: Corpo Doente

Existem vidas humanas que perderam a tal ponto a qualidade de bem jurídico, que a sua continuidade, tanto para o portador da vida

como para a sociedade, perdeu permanentemente todo o valor? Quem se coloca

seriamente esta pergunta se dá conta com amargura de quão irresponsavelmente nós

costumamos tratar as vidas mais cheias de valor e repletas da maior vontade e força vital, com quanta paciência e energia nos aplicamos em vez disso, a manter em existência vidas não

mais dignas de serem vividas, até que a própria natureza, muitas vezes com cruel demora, tolhe sua possibilidade de continuar. (AGAMBEN apud

BILDING, 2002, p. 144 -145).

Page 3: Corpo Doente
Page 4: Corpo Doente
Page 5: Corpo Doente

“Qualquer pessoa que interprete o Nacional-Socialismo como um simples movimento político não sabe absolutamente nada a respeito dele. É mais do que uma religião: é a determinação de criar um novo homem.”

“As mulheres possuem seu próprio campo de batalha. Com todas as crianças que elas trazem ao mundo, lutam uma batalha pela nação.”

"A natureza é cruel; então também estamos destinados a ser cruéis. Ao enviar a flor da juventude alemã para a chuva de metais da guerra sem o menor remorso pelo precioso sangue deles que está sendo derramado, eu deveria ter o direito de eliminar milhões de uma raça inferior que se multiplica como verme.”

"Alguém que vê e pinta um céu verde e campos azuis deve ser esterilizado.”

Page 6: Corpo Doente
Page 7: Corpo Doente

Após o "decreto da eutanásia" de Adolf Hitler, de 1º de setembro de 1939, começou, sob enorme sigilo, o extermínio de deficientes e doentes psíquicos ou incuráveis, incluindo crianças. Também foram sacrificados pelo programa, trabalhadores forçados desabilitados, presos dos campos de concentração e soldados doentes.

A operação foi realizada sob o signo secreto "T4", a partir do endereço da central de organização: Tiergartenstrasse 4, em Berlim. Entre 1940 e 1941, mais de 70 mil pessoas morreram através de gás letal ou fuzilamento, nas mãos dos médicos e enfermeiros de seis instituições centrais.

Em decorrência de protestos da população, o genocídio oficial foi suspenso em meados de 1941. Porém, a matança seguiu ocultamente: dezenas de milhares de pessoas continuaram morrendo por ingestão de medicamentos ou inanição, em inúmeros hospitais e clínicas.

Grande parte dos médicos participantes dessas atrocidades jamais respondeu por seus atos, continuando a clinicar após a guerra. Durante décadas, o tema permaneceu tabu na Alemanha.

Page 8: Corpo Doente
Page 9: Corpo Doente

Na Alemanha nazista, centenas de milhares de pessoas foram esterilizadas compulsoriamente e mais de 6 milhões perderam a vida em nome da higiene da raça. Estima-se que mais de 1.700 tribunais, entre 1934 e 1945, aprovaram cerca de 400 mil esterilizações em território nazista.

Entre 1939 e o fim da guerra, 250 mil casos de eutanásia foram documentados, entre alemães com problemas mentais e deficiências físicas. Com a organização de um sistema de campos de concentração no início da década de 40, judeus, ciganos, homossexuais e oponentes do regime foram assassinados nas câmaras de gás, por meio de injeções letais ou abandonados à morte por desnutrição.

Os números e os nomes das pessoas que sofreram com a eutanásia são difíceis de precisar. Existem poucos arquivos sobre essa prática. O Tribunal de Nurembergue estimou a morte de cerca de 270 mil alemães, dentre os quais 70 mil idosos e 200 mil doentes. Além da solução final, que executou mais de 6 milhões de judeus a partir de 31 de julho de 1941, o nazismo esterilizou e matou, sob o argumento da raça e por meio da eugenia, centenas de milhares de pessoas “indesejáveis”.

Page 10: Corpo Doente
Page 11: Corpo Doente

Em 19 de julho de 1937 é aberta na cidade de Munique, na Alemanha, a exposição que marca o ápice da campanha pública do regime nazista contra a arte moderna: a mostra internacional "Arte Degenerada". Organizada pelo presidente da Câmara de Artes Plásticas do reich, Adolf Ziegler, a exposição reúne cerca de 650 obras entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e livros, provenientes de acervos de 32 museus alemães.

Estas obras eram consideradas artisticamente indesejáveis e moralmente prejudiciais ao povo pelo governo nacional-socialista alemão (1933-1945), liderado por Adolf Hitler. Ou seja, a arte moderna era usada como exemplo da desfiguração que o povo alemão poderia sofrer se continuasse convivendo com pessoas consideradas degeneradas e contagiosas: doentes mentais, deficientes físicos, negros, judeus, homossexuais, ciganos, etc.

Em termos visuais, é degenerada toda obra de arte que foge aos padrões clássicos de beleza e representação naturalista, em que são valorizados a perfeição, a harmonia e o equilíbrio das figuras.

Page 12: Corpo Doente
Page 13: Corpo Doente
Page 14: Corpo Doente

Após um exame radiológico nacional, o Führer receberá uma lista de todos

os indivíduos doentes, particularmente daqueles afetados por disfunções

renais e cardíacas. Com base em uma nova lei sobre a saúde do Reich, as

famílias destes indivíduos não poderão mais conduzir vida pública e sua

reprodução poderá ser vetada. O que lhes acontecerá, será matéria de

ulteriores decisões da parte do Füher. (Arendt, 1979, p.416).