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CORREDORES VERDES Eixo Verde e Azul da Ribeira de Barcarena, Oeiras Andreia Marisa Pereira Santos Mestrado de Arquitectura Paisagista Departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território 2018 Orientador académico Paulo Farinha Marques, Arquiteto Paisagista e Professor Associado da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto Orientador profissional Alexandre Pires Eurico Lisboa, Arquiteto Paisagista e Chefe de Divisão da Gestão da Estrutura Verde da Câmara Municipal de Oeiras Local de Estágio Câmara Municipal de Oeiras

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CORREDORES

VERDES

Eixo Verde e Azul

da Ribeira de

Barcarena,

Oeiras

Andreia Marisa Pereira SantosMestrado de Arquitectura PaisagistaDepartamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território

2018

Orientador académicoPaulo Farinha Marques, Arquiteto Paisagista e Professor Associado da

Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

Orientador profissionalAlexandre Pires Eurico Lisboa, Arquiteto Paisagista e Chefe de Divisão da

Gestão da Estrutura Verde da Câmara Municipal de Oeiras

Local de EstágioCâmara Municipal de Oeiras

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Todas as correções determinadas

pelo júri, e só essas, foram efetuadas.

O Presidente do Júri,

Porto, ______/______/_________

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FCUP Eixo Verde e Azul da Ribeira de Barcarena (EVA-RB), Oeiras

I

AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família e à minha madrinha, que sempre estiveram presentes

no meu percurso escolar, apoiando-me nos maus momentos e felicitando-me nos bons

momentos. Um especial obrigado à minha mãe e ao meu pai, pela educação que me

proporcionaram enquanto pessoa e enquanto estudante, graças a ela entrego, hoje,

este presente trabalho, que me levará à obtenção do grau de mestre em Arquitectura

Paisagista.

Um obrigado aos meus amigos e colegas que estiveram presentes e me apoiram

em todo o meu percurso académico, Margaux Rosa, João Paulo Pires, António

Giangiacomo, Marcelo Barbeitos, Matilde Carmelo e Mónica Gandra. Um especial e

grande agradecimento à Yulianna Zosysma pela seu optimismo e pela sua crença no

meu potencial enquanto estagiária e arquitecta paisagista. Ficarei sempre grata pelas

facilidades que me proporcionou em realizar o estágio curricular em Arquitectura

Paisagista na Câmara Municipal de Oeiras.

Agradeço aos professores do curso de Mestrado em Arquitectura Paisagista da

FCUP que participaram na minha formação, graças ao seu método de ensino,

desenvolvi um maior e melhor espírito critico face à paisagem que nos rodeia e face a

todas as ideias ortodoxas existentes relacionadas com esta. Um especial obrigada ao

Arquitecto Paisagista e Professor associado, Paulo Farinha Marques, pelo seu

entusiasmo contagiante pela área de Arquitectura Paisagista e pela orientação

académica do presente trabalho.

A todos os técnicos e trabalhadores da Divisão da Gestão da Estrutura Verde da

Câmara Municipal de Oeiras (local de estágio), pela forma como me receberam, pelo

acompanhamento e pelos ensinamentos práticos que me proporcionaram enquanto

técnica e estagiária de Arquitectura Paisagista, nomeadamente à Sofia Almeida,

Augusto Couto, Válter Barão, Graciete Mártires, Maria Elisabete Santos, Luís Gracia,

Paulo Correia, Augusto Ramalho, Palmira João, Ana Paula Pedro, Marta Girão, Lara

Bulcão e ao Domingos Leitão. Um especial agradecimento ao Arquitecto Paisagista e

Chefe de Divisão da Gestão da Estrutura Verde, Alexandre Lisboa (orientador

profissional), pela sua contagiante visão sobre o mundo, sobre as coisas, acerca da

área de Arquitectura Paisagista, e quanto ao nosso papel na paisagem e na sociedade

enquanto técnicos. Proporcionou um estágio curricular rico em aprendizagem pelos

seus pensamentos, ideais e questões, que levam a um exercitar do pensamento e a um

espírto crítico que me proporcionou um grande crescimento enquanto pessoa e

enquanto arquitecta paisagista.

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II

RESUMO

A Câmara Municipal de Oeiras tem previligiado um desenvolvimento inovador e

sustentável, tendo aprovado em 2001 a sua primeira Agenda 21 Local, um plano que

prioriza um desenvolvimento sustentável do território. Actualmente, está em vigor a

segunda Agenda 21 Local, o plano de acção Oeiras 21+, que integra como um dos

objectivos a criação de Corredores Verdes ao longo das cinco principais linhas de água

do concelho, objectivo esse incorporado no PDM em vigor desde 2015. É neste âmbito

que surge a oportunidade de criação de um Corredor Verde ao longo da Ribeira de

Barcarena, intitulado de Eixo Verde e Azul da Ribeira de Barcarena (EVA-RB).

O EVA-RB vem promover a conservação e a restauração de habitats associados

à ribeira de Barcarena, assegurar uma função ecológica de migração de espécies (fauna

e flora), contribuir para uma melhor qualidade ambiental de Oeiras, e ainda, para uma

melhor qualidade de vida dos cidadãos, proporcionando uma rede de mobilidade suave

que liga a população a vários sítios de interesse paisagistico, social, cultural e, lúdico.

O EVA-RB pretende não ser apenas uma unidade isolada, mas sim parte integrante de

uma Rede de Corredores Verdes já planeada em PDM de Oeiras. Será um grande

parque linear que para além das suas valências de mobilidade, procura integrar variadas

oportunidades e funções para a população, surgindo ao longo desta unidade diversos

parques urbanos com diferentes serviços oferecidos às populações. Neste trabalho

serão definidas orientações estratégicas para o EVA-RB.

Neste contexto, surge a oportunidade de desenvolvimento do Parque de

Laveiras, espaço adjacente à ribeira de Barcarena, e integrante da grande mancha

verde do EVA-RB. O Parque de Laveiras vem promover a continuidade do EVA-RB,

possibilitar uma maior conexão entre os vários núcleos urbanos nas proximidades, e

ainda um melhor funcionamento ecológico da paisagem. Este pretende integrar várias

valências, fornecendo diversos serviços directos à população, nomeadamente, recreio

activo e passivo, espaço de produção alimentar (hortas), enaltecimento de elementos

culturais, e ainda, um espaço de convívio, conectando diferentes populações, estratos

socias, e gerações, criando um espaço que promove o convívio e a igualdade de

oportunidades.

PALAVRAS-CHAVE: Corredor Verde, Hortas Urbanas, Eixo Verde e Azul, Ribeira de

Barcarena, Ribeira do Murganhal, Oeiras, Oeiras 21+, EVA-RB, Percurso de Mobilidade

Suave, Parque de Laveiras, Jardim da Quinta

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III

ABSTRACT

Oeiras City Council has followed an innovative and sustainable development for

the city. In 2001, the first Local Agenda 21 was approved, a plan that prioritizes a

sustainable development of the territory. Currently, the second Local Agenda 21 is in

force, the Oeiras 21+, which includes, as one of the objectives, a creation of Greenways

along the five main rivers or streams of Oeiras, an objective that has incorporated into

PDM since 2015. This way appears the opportunity to create a Greenway along the

Barcarena Stream, called the Green and Blue Axis of Barcarena Stream (EVA-RB).

The EVA-RB promotes the conservation and restoration of habitats associated

with the Barcarena stream, ensure an ecological function of species migration (fauna

and flora), contribute to a better environmental quality of Oeiras and to a better quality of

life for the population, providing a smooth mobility network that connects people to

several places of interest: scenic, social, cultural and recreational. The EVA-RB intends

not only to be an isolated unit, but an integral part of a Network of Greenways already

planned in Oeiras PDM. It will be a large linear park that, in addition to its mobility values,

is looking forward to integrate varied opportunities and functions for the population,

appearing, throughout this unit, several urban parks with different services offered to the

populations. In this work will be defined strategic guidelines for the EVA-RB.

In this context, appears the opportunity to develop the Laveiras Park, an area

adjacent to the Barcarena stream, and an integral space of the EVA-RB. Laveiras Park

promotes the continuity of the EVA-RB, allows a better connection between the various

urban agglomerations nearby, as well as a better ecological functioning of the landscape.

The park proposed pretends to integrate various benefits, providing a number of direct

services to the population, like: active and passive recreation, food production space

(Urban allotment gardens), praising of the cultural elements, and a socializing space

connecting different populations, social strata, and generations, creating a space that

promotes coexistence and equal opportunities.

KEYWORDS: Greenway, Urban allotment gardens, Green and Blue Axis, Barcarena

Stream, Murganhal Stream, Oeiras, Oeiras 21+, EVA-RB, Soft Mobility Path, Laveiras

Park, Quinta Garden

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IV

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS ….................................................................................................. I

RESUMO ….................................................................................................................... II

ABSTRACT …............................................................................................................... III

ÍNDICE …...................................................................................................................... IV

ÍNDICE DE QUADROS E FIGURAS ........................................................................… VII

LISTA DE ABREVIATURAS .......................................................................................… X

1. INTRODUÇÃO …................................................................................................ 1

1.1. Âmbito do Trabalho …........................................................................... 1

1.1.1. Câmara Municipal de Oeiras ….................................................... 1

1.2. Contextualização do tema: Corredores Verdes - Eixo Verde e Azul da

Ribeira de Barcarena (EVA-RB) …........................................................ 2

1.2.1. Objetivos ….................................................................................. 3

1.3. Metodologia …....................................................................................... 3

2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO …..................................................................... 4

2.1. Revisão Bibliográfica …........................................................................ 4

2.1.1. Corredor Verde …........................................................................ 6

2.1.2. Infraestrutura Verde …................................................................. 9

2.1.3. Agricultura e Horta Urbana .....................................................… 10

2.2. Casos de Estudo ..............................................................................… 12

2.2.1. Ecopista do Rio Minho, Portugal …............................................ 12

2.2.2. Projecto Horta à Porta, Porto, Portugal ….................................. 13

3. CARACTERIZAÇÃO DO CONCELHO DE OEIRAS ....................................… 14

3.1. Caracterização Biofísica .................................................................… 15

3.2. Caracterização Sociocultural e Socioeconómica .........................… 16

4. CARACTERIZAÇÃO DA RIBEIRA DE BARCARENA E SUA

ENVOLVENTE ….............................................................................................. 17

4.1. Caracterização Biofísica .................................................................… 18

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V

4.1.1. Geologia e Solos …................................................................... 18

4.1.2. Hidrologia ..............................................................................… 18

4.1.3. Flora e Fauna …........................................................................ 21

4.2. Caracterização Sociocultural e Socioeconómica …......................... 22

4.2.1. Elementos de Interesse Cultural …............................................ 22

4.2.2. Jardins, Espaços Verdes e Elementos de Interesse Social

relevantes ..............................................................................… 26

4.2.3. Núcleos Urbanos …................................................................... 29

4.2.4. Ocupação do Solo ................................................................… 29

4.2.5. Mobilidade .............................................................................… 30

5. SÍNTESE …............................................................................................................ 31

5.1. Oportunidades e Constragimentos …............................................... 32

6. OIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O EIXO VERDE E AZUL DA RIBEIRA DE

BARCARENA (EVA-RB) ...................................................................................… 34

7. PARQUE DE LAVEIRAS ….................................................................................... 36

7.1. Enquadramento Geral do Espaço ….................................................. 36

7.2. Programa .........................................................................................… 38

7.3. Plano Conceptual ............................................................................… 39

7.4. O Parque de Laveiras (Estudo Prévio) …........................................... 40

7.4.1. Centralidades …........................................................................ 41

7.4.2. Caminho Principal …................................................................. 43

7.4.3. Hortas ....................................................................................… 43

7.4.4. Unidade Quinta do Jardim/Jardim da Quinta .........................… 44

7.4.5. Requalificação de espaços urbanos existentes .....................… 45

7.4.6. Mobilidade .............................................................................… 46

7.4.7. Vegetação .............................................................................… 47

8. CONCLUSÃO ....................................................................................................… 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................… XI

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE QUADROS E FIGURAS ...........................… XIX

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VI

ANEXOS I..............................................................................................................… XXIII

A. Outros trabalhos realizados na Câmara Municipal de Oeiras

B. Estrutura Ecológica Municipal de Oeiras (EEM)

C. Evolução do Espaço Verde

D. Caracterização Biofísica do Concelho de Oeiras, destacando a área da

Bacia Hidrográfica da Ribeira de Barcarena

E. Caracterização Sociocultural e Socioeconómica do Concelho de Oeiras,

destacando a área da Bacia Hidrográfica da Ribeira de Barcarena

F. Plano Director Municipal de Oeiras (PDM)

G. Vegetação Proposta

ANEXOS II…............................................................................................................ XXIV

1. Eixo Verde e Azul da Ribeira de Barcarena (EVA-RB) …................ XXV

∙ Folha 1.01 - Orientações Estratégicas para o Eixo Verde e Azul

da Ribeira de Barcarena

2. Parque de Laveiras (Integrante do EVA-RB) …............................... XXVI

∙ Folha 2.01 - Plano conceptual do Parque de Laveiras

∙ Folha 2.02 - Plano geral do Parque de Laveiras

∙ Folha 2.03 - Plano de modelação do Parque de Laveiras

∙ Folha 2.04 - Diagrama de Mobilidade do Parque de Laveiras

∙ Folha 2.05 – Plano da Estrutura Vegetal do Parque de Laveiras

∙ Folha 2.06 - Cortes ilustrativos do Parque de Laveiras

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VII

ÍNDICE DE QUADROS E FIGURAS

Fig. 1 - A ribeira de Barcarena na EEM de Oeiras (ver anexo B)................................... 3

Fig. 2 - Diagrama da metodologia usada ....................................................................... 4

Fig. 3 - Esquema conceptual da teoria de Infraestrutura Verde...................................... 5

Fig. 4 - Plano original do Emerald Necklace, projetado por Frederick Law Olmsted...... 6

Fig. 5 - Esquema conceptual de Infraestrutura Verde Urbana....................................... 10

Fig. 6 - Fotografia de troço da Ecopista do Rio Minho................................................... 13

Fig. 7 - Fotografia de troço da Ecopista do Rio Minho................................................... 13

Fig. 8 - Horta da Lada, reaproveitamento de um logradouro na Vitória, Porto.............. 14

Fig. 9 - Localização do município de Oeiras em Portugal.............................................. 14

Fig. 10 - Fotografia aérea do município de Oeiras,

freguesias integrantes e concelhos vizinhos................................................................. 15

Fig. 11 - Mapa indicativo da morfologia e das principais linhas de água,

referente ao município de Oeiras.................................................................................. 16

Fig. 12 - Palácio Marquês de Pombal, classificado como Monumento Nacional........... 17

Fig. 13 - Tagus Park, maior parque de Ciência e Tecnologias de Portugal................... 17

Fig. 14 - Enquadramento geográfico da ribeira de Barcarena

e sua bacia Hidrográfica................................................................................................ 18

Fig. 15 - Hidrografia da ribeira de Barcarena,

abrangendo o concelho de Sintra e de Oeiras............................................................... 19

Fig. 16 - Zonas ameaçadas pelas cheias (Tipologias REN, PDM),

que corresponde às áreas inundadas nas cheias de 1983............................................ 20

Fig. 17 - Áreas Estratégicas de Protecção e Recarga do Aquíferos

(Tipologias REN, PDM)................................................................................................. 21

Fig. 18 - Presença de Arundo donax nas margens da ribeira de Barcarena

(a norte do Bairro Cagarete).......................................................................................... 22

Fig. 19 - Boga-portuguesa (Iberochondrostoma lusitanicum), um endemismo

português...................................................................................................................... 22

Fig. 20 - Localização dos elementos de interesse cultural relevantes........................... 23

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VIII

Fig. 21 - Castro de Leceia.............................................................................................. 23

Fig. 22 - Capela de São Sebastião de Barcarena.......................................................... 24

Fig. 23 - Convento da Cartuxa....................................................................................... 24

Fig. 24 - Forte de São Bruno, Caxias............................................................................. 24

Fig. 25 - Fábrica da Pólvora........................................................................................... 25

Fig. 26 - Quinta Real de Caxias..................................................................................... 25

Fig. 27 - Quinta do Jardim.............................................................................................. 25

Fig. 28 - Localização de jardins e espaços verdes relevantes....................................... 26

Fig. 29 - Jardim de Caxias (integra um Skatepark e um campo polidesportivo) ........... 27

Fig. 30 - Jardim do Murganhal (integra um parque infantil e um campo de ténis) ........ 27

Fig. 31 - Parque Urbano da Quinta da Politeira............................................................. 27

Fig. 32 - Jardim dos Quatro Elementos.......................................................................... 27

Fig. 33 - Localização dos elementos de interesse social relevantes............................. 28

Fig. 34 - Localização dos principas núcleos urbanos..................................................... 29

Fig. 35 - Ribeira de Barcarena em Caxias (actualidade) .............................................. 30

Fig. 36 - Ribeira de Barcarena em Barcarena (actualidade) ......................................... 30

Fig. 37 - Localização das principais infraestruturas de mobilidade................................ 31

Fig. 38 - Troços resultantes da síntese de caracterização............................................. 32

Fig. 39 - Orientações Estratégicas para o EVA-RB (ver Folha 1.01)............................. 36

Fig. 40 - Terrenos de domínio público e privado da área a intervir................................ 37

Fig. 41 - Projectos de intervenção adjacente e núcleos urbanos de proximidade......... 38

Fig. 42 - Plano Conceptual do Parque de Laveiras (ver Folha 2.01)............................. 40

Fig. 43 - Plano Geral do Parque de Laveiras (ver Folha 2.02) ...................................... 41

Fig. 44 - Centralidades de Recepção do Parque de Laveiras (ver Folha 2.02 e 2.06).. 42

Fig. 45 - Caminho Principal do Parque de Laveiras (ver Folha 2.02 e 2.06)................. 43

Fig. 46 - Espaço hortícola do Parque de Laveiras (ver Folha 2.02 e 2.06).................... 44

Fig. 47 - Unidade Quinta do Jardim/Jardim da Quinta do Parque de Laveiras

(ver Folha 2.02 e 2.06).................................................................................................. 45

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IX

Fig. 48 - Requalificação da praça Parque Conde de Rio Maior e dos

espaços adjacentes à Av. João de Freitas Branco do Parque de Laveiras

(ver Folha 2.02 e 2.06).................................................................................................. 46

Fig. 49 - Diagrama de Mobilidade do Parque de Laveiras (ver Folha 2.04) .................. 47

Fig. 50 - Plano da Estrutura Vegetal do Parque de Laveiras (ver Folha 2.05) .............. 48

Quadro I - Principais funções de uma rede de corredores verdes (adaptado de Ferreira

e Machado, 2010)........................................................................................................... 8

Quadro II - Oportunidades e Valências do Troço A da Ribeira de

Barcarena..................................................................................................................... 32

Quadro III - Oportunidades e Valências do Troço B da Ribeira de

Barcarena..................................................................................................................... 33

Quadro IV - Oportunidades e Valências do Troço C da Ribeira de

Barcarena..................................................................................................................... 33

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X

LISTA DE ABREVIATURAS

AML – Área Metropolitana de Lisboa

AU – Agricltura Urbana

CMO – Câmara Municipal de Oeiras

CVRB – Corredor Verde da Ribeira de Barcarena

DAQV – Departamento de Ambiente e Qualidade de Vida

DGEV – Divisão de Gestão da Estrutura Verde

E – Estágio

EEM – Estrutura Ecológica Municipal

EVA-RB – Eixo Verde e Azul da Ribeira de Barcarena

FCUP – Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

HU – Horta Urbana

IIP – Imóvel de Interesse Público

MIP – Monumento de Interesse Público

PDM – Plano Diretor Municipal

REN – Reserva Ecológica Nacional

SIG – Sistema de Informação Geográfica

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1

1. INTRODUÇÃO

A Unidade Curricular Estágio (E), integrada no plano de estudos do Mestrado em

Arquitetura Paisagista da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP),

consiste na unidade curricular a concluir para a obtenção do grau de mestre em

Arquitetura Paisagista. Dito isto, o presente documento é uma das premissas e um

documento fundamental para a conclusão da unidade curricular E.

1.1. ÂMBITO DO TRABALHO

O presente trabalho foi desenvolvido no âmbito do estágio curricular realizado

na Câmara Municipal de Oeiras (CMO), desde dezembro de 2017 a junho de 2018, sob

orientação académica do arquiteto paisagista e professor associado da FCUP, Paulo

Farinha Marques.

Este documento pretende apresentar o principal trabalho realizado ao longo dos

7 meses de estágio. Assim, os objetivos deste trabalho são a elaboração de Orientações

Estratégicas para planeamento do Corredor Verde da Ribeira de Barcarena (CVRB),

intitulado, pela CMO, de Eixo Verde e Azul da Ribeira de Barcarena (EVA-RB), e a

apresentação de uma proposta, ao nível de Estudo Prévio, para um dos troços do EVA-

RB – o Parque de Laveiras.

É apresentado uma descrição dos outros trabalhos e tarefas em que estive

envolvida durante o período de estágio no Anexo A.

1.1.1. Câmara Municipal de Oeiras

A entidade de acolhimento para a realização do EC foi a Divisão de Gestão da

Estrutura Verde (DGEV) da CMO, uma das 5 divisões/unidades do Departamento de

Ambiente e Qualidade de Vida (DAQV).

A DGEV é uma divisão composta por uma equipa interdisciplinar chefiada pelo

Arq. Paisagista Alexandre Lisboa, orientador no local de estágio. A principal missão da

DGEV é “Contribuir para a qualidade ambiental, através da promoção e manutenção

dos espaços verdes”1.

1Câmara Municipal de Oeiras. Divisão dos Espaços Verdes. Disponível em http://www.cm-oeiras.pt/pt/municipio/camara-

municipal/organograma/Paginas/divisao-de-espacos-verdes.aspx, data de consulta a 16-01-2018.

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2

1.2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA: CORREDORES

VERDES – EIXO VERDE E AZUL DA RIBEIRA DE

BARCARENA (EVA-RB)

A CMO, em 2001, aprovou a Agenda 21 Local, na sequência da Conferência do

Rio (1992) e das Conferências de Aalborg (1994 e 2004). Esta agenda, intitulada de

Oeiras 21, “é um plano de ação para concretizar os princípios da sustentabilidade à

escala local, em conjunto com diversos parceiros e envolvendo todos os atores da

comunidade”2. Em suma, é um plano que visa o desenvolvimento sustentável do

território, procurando satisfazer as necessidades atuais, sem pôr em causa a

capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades

(Relatório Brundtland, 1987).

Em 2008 foi aprovada a segunda e a atual Agenda 21 Local de Oeiras, a Oeiras

21+, que integra dez projetos estratégicos e catalisadores, que visam o desenvolvimento

sustentável do concelho. Saliento dois dos dez projetos:

∙ Os “Vales Verdes das Ribeiras – Criar Parques abrangendo os Vales das

Ribeiras, concretizando o Mega-Parque Verde”2, equivalente ao conceito

Infraestrutura Verde;

∙ A criação de “Alternativas de Mobilidade e Qualidade de Vida – Transformar

Oeiras num território onde é bom, seguro, fácil e convidativo andar a pé, de

bicicleta e de transporte coletivo, e promover a mobilização social para um estilo

de vida saudável”2.

A revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), em 2015, incorpora os objetivos e

estratégias do plano Oeiras 21+. A Estrutura Ecológica Municipal (EEM) (ver Anexo B)

integra áreas verdes relevantes, sistemas de vistas e áreas de conectividade. As áreas

de conectividade consistem numa Rede de Corredores Verdes fortemente articulada e

contínua, que interliga os restantes elementos não lineares da EEM. Observamos que

parte desses corredores verdes são ao longo de ribeiras, e a eles está subjacente a

intenção de criação de percursos de mobilidade suave.

2Câmara Municipal de Oeiras (2017). Oeiras 21+. Disponível em http://www.cm-oeiras.pt/pt/municipio/camara-

municipal/organograma/Paginas/divisao-de-espacos-verdes.aspx, data de consulta a 16-01-2018.

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3

Fig. 1 - A ribeira de Barcarena na EEM de Oeiras (ver anexo B).

A partir deste planeamento surge a oportunidade e a importância da criação de

um corredor verde que integre a ribeira de Barcarena (ver figura 1), o Eixo Verde e Azul

da Ribeira de Barcarena (EVA-RB).

1.2.1. Objetivos

Os objetivos do trabalho são:

∙ Elaboração de Orientações Estratégicas para o Eixo Verde e Azul da Ribeira

de Barcarena (EVA-RB) para a posterior formalização de um corredor verde

para a ribeira de Barcarena em toda a extensão do concelho;

∙ Concepção de uma proposta, ao nível de estudo prévio, para um dos troços

do EVA-RB – o Parque de Laveiras.

Um corredor verde deverá proporcionar diversas funções, tanto ecológicas como

sociais, e consequentemente uma dinamização da economia local. As duas propostas

são elaboradas tendo em conta a criação e a promoção das diversas funções.

1.3. METODOLOGIA

O trabalho realizou-se em 3 fases (ver figura 2). A primeira fase trata o Âmbito

do Trabalho, que contextualiza o tema e os espaços a planear/projetar, fornecendo

tópicos essenciais a analisar. A segunda fase consiste numa análise e diagnóstico de

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modo a obter bases necessárias para prosseguir com uma proposta fundamentada e

adequada às características físicas e culturais do local e ao próprio espírito do lugar,

tendo sempre como linhas orientadoras o que a CMO pretende para o espaço. A terceira

consiste na fase de proposta, que se divide numa proposta de orientações estratégicas

para o EVA-RB, e numa proposta ao nível de estudo prévio para um dos troços – o

Parque de Laveiras.

Fig. 2 - Diagrama da metodologia usada.

2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Até ao século XIX, os espaços verdes eram maioritariamente privados, apenas

ocasionalmente abertos ao público. Com a Revolução Industrial surgiu a necessidade

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de espaço verde público, com o objetivo de contrariar a progressiva perda de espaço

público, de melhorar a qualidade de vida dos habitantes e de melhorar as condições de

salubridade da cidade. É no séc. XIX que presenciamos importantes exemplos de

espaços verdes urbanos, como o Central Park em Nova Iorque, ou o Emerald Necklace,

em Boston, ambos projetados por Olmsted.

Nos anos 90, do século XX, surge o modelo Green Infrastructure (Infraestrutura

Verde), que defende a teoria do continuum naturale, contrariando a ideia de espaços

verdes urbanos como unidades isoladas Esta teoria poderá ser materializada através

de uma rede espaços verdes conectados através de Greenways (Corredores Verdes).

Uma Infraestrutura Verde, que integre elementos de qualidade fortemente articulados e

conectados, não só proporciona benefícios ecológicos, como também proporciona

diversos benefícios económicos, sociais e culturais (Vasconcellos, 2015), os Serviços

Ecossistémicos.

Fig. 3 - Esquema conceptual da teoria de Infraestrutura Verde.

Atualmente presencia-se o crescimento exponencial das cidades, tanto a nível

demográfico como territorial. Este crescimento torna prioritário assegurar a qualidade

de vida neste meio e a sustentabilidade dos seus recursos. A existência de espaços

verdes urbanos é uma necessidade constante, tendo como objetivo a melhoria da

qualidade de vida em meio citadino. Numa escala mais abrangente, é imprescindível a

existência de uma Infraestrutura Verde que vise a salvaguarda dos recursos naturais e

a melhoria ecológica do planeta, tendo sempre como principal princípio a

sustentabilidade.

Para melhor compreensão da evolução do espaço verde ao longo dos tempos,

adaptando-se ao dinamismo das sociedades, das necessidades e dos pensamentos, foi

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esclarecido ao longo do anexo C alguns conceitos. No presente capítulo pretendemos

dar destaque e aprofundar conceitos relevantes para o desenvolvimento do trabalho,

como: Corredor Verde, Infraestrutura Verde e Horta Urbana.

2.1.1. Corredor Verde

Os Corredores Verdes são espaços verdes lineares considerados “naturais”,

onde a presença de infraestruturas construídas é nula, quase imperceptível ou

extremamente compatível, em que o recreio e a conservação são premissas primárias.

Os Corredores Verdes conectam importantes áreas verdes não lineares, como jardins,

parques ou reservas naturais, e estabelecem ligações ao património cultural e a áreas

habitacionais, formando uma rede “para fins múltiplos, incluindo objetivos ecológicos,

recreativos, culturais, estéticos e produtivos, compatíveis com o conceito de

sustentabilidade” (Machado et al., 2004). Geralmente localizam-se, ou são projetados,

em frentes ribeirinhas, linhas de festos, espaços lineares com relevante beleza cénica,

ou reaproveitam a morfologia já existente de linhas de caminho-de-ferro.

No séc. XIX, nos anos 60, foi criado o Emerald Necklace, projetado por Olmsted.

Consiste num sistema linear que permitiu a união de vários parques em Boston, sendo

considerado o primeiro exemplo de Corredor Verde. O projeto integrou ações de limpeza

ao rio Mundy, contribuindo significativamente para a qualidade ambiental da cidade.

Atualmente desempenha importantes funções ecológicas, sendo um habitat para várias

espécies, aumentando a biodiversidade no meio urbano. É igualmente importante na

medida em que possui funções recreativas, aproximando a população a um meio

naturalizado dentro da cidade.

Fig. 4 - Plano original do Emerald Necklace, projetado por Frederick Law Olmsted.

Na década de 60 do séc. XX, Phil Lewis realizou o Wisconsin State Recreation

Plan (Plano Recreativo do Estado de Wisconsin), que se revelou num importante

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contributo para a criação do conceito Corredores Verdes. O plano consiste no

mapeamento de Corredores Ambientais, que foram planeados ao longo de rios e de

zonas húmidas, e no mapeamento de locais e/ou paisagens relevantes, formando uma

rede articulada de espaços verdes e corredores verdes, sendo uma proposta

equivalente à Estrutura Ecológica. Um aspeto importante é que Lewis integrou no plano,

juntamente com os elementos naturais, os recursos culturais, sendo que metade das

unidades mapeadas eram culturais.

O conceito de Greenway foi introduzido apenas em 1968, por William Whyte

(Corgo, 2014), ganhando especial destaque com a publicação do livro President's

Commission on Americans Outdoors, em 1987. O livro afirma que as Redes de

Corredores Verdes são uma visão para o futuro, e define-as como “uma rede viva (...)

(e) contínua de corredores com uso recreativo, capaz de levar a população a todo o

país, (...) integrando cidades, (...) parques, (...) florestas, numa grande rede de open

spaces” (President’s Commission, 1987).

Em 1990, Charles Little, um escritor ambiental, publica o livro Greenways for

American, onde descreve Corredores Verdes como “um open space linear que preserva

e restaura a natureza presente nas cidades, nas zonas periféricas ou nas áreas rurais.

Ligando parques a outros open spaces e providenciando corredores para migração da

vida selvagem” (Little, 1990).

Julius Fabos, em 1995, define-os como "corredores de várias larguras, unidos e

integrados numa rede, da mesma maneira que as nossas redes de estradas e ferrovias

foram ligadas” (Fabos e Ahern, 1996). A nossa infraestrutura viária é composta por

estradas principais com uma escala nacional, que se ramificam em estradas de escala

regional, municipal e local. É deste modo que se pretende que uma rede de Corredores

Verdes se articule, ou seja num sistema de várias escalas, onde os principais são os

maiores e os que albergam e suportam maior quantidade de funções, terminando nos

de escala local, que são os que entram no meio urbano, desempenhando uma relação

mais direta com população.

Uma Rede de Corredores Verdes deverá desempenhar as seguintes funções

(adaptado de Ferreira e Machado, 2010):

FUNÇÕES BENEFÍCIOS E/OU SERVIÇOS

ECOLÓGICAS

e

AMBIENTAIS

Manutenção e promoção da biodiversidade;

Possibilitar ligações e partilhas dinâmicas entre habitats;

Filtro natural da poluição e ruído;

Proteção e regularização de processos climáticos locais e/ou

territoriais;

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A regularização de amplitudes térmicas e da luminosidade

atmosférica, nomeadamente reduzir a temperatura devido ao efeito

sombra e devido à evapotranspiração (redução do efeito “ilha de

calor”);

A circulação da água pluvial e fluvial de forma naturalizada e

promover a sua infiltração;

SOCIO-

CULTURAIS

Fornecimento de espaços para recreio e lazer;

Criação de vias de circulação alternativas aos meios motorizados;

Contribuição para a preservação e valorização do património

histórico e cultural;

Manutenção e valorização da qualidade estética da paisagem;

Contribuição para o aprovisionamento alimentar em produtos

frescos.

Quadro I - Principais funções de uma rede de corredores verdes (adaptado de Ferreira e Machado, 2010).

Para além dos benefícios ecológicos, ambientais, culturais e de promoção da

melhoria da qualidade de vida, uma Rede de Corredores Verdes proporciona o aumento

da apreciação estética do território, nomeadamente do meio urbano, consequentemente

levando a benefícios económicos, indiretamente alcançados pelo aumento do turismo,

aumento do valor do imobiliário, entre outros.

O conceito de Corredor Verde não é mencionado na legislação portuguesa.

Apenas a Lei de Bases do Ambiente (Lei n.º 11/87, de 7 de Abril alterada pela Lei n.º

13/2002 de 19 de Fevereiro), faz referência ao continuum naturale como sendo um

“sistema contínuo de ocorrências naturais”. Embora este conceito tenha subjacente o

sentido de continuidade, ele não integra o valor social e cultural que os corredores

verdes incorporam (Ramalhete et al., 2007).

Em suma, um Corredor Verde, para além de promover a conservação e

restauração de habitats relevantes, pretende desempenhar a função ecológica de

migração das espécies entre os diferentes habitats, proporcionando também um habitat

específico, promovendo assim, a biodiversidade. Desempenha também uma função

ambiental, pois melhora significativamente a qualidade ambiental de uma cidade, por

exemplo a qualidade do ar. Tem uma função recreativa, na medida em que conecta o

ser humano a este meio “natural”, podendo também conectar a um contexto cultural

e/ou patrimonial, proporcionando a vivência do espaço, assim como o usufruto dos seus

benefícios e sensações, priorizando o dever de nunca pôr em causa os processos

ecológicos relacionados com os outros seres vivos. Um Corredor Verde não é apenas

uma unidade isolada, mas sim parte integrante de uma Rede de Corredores Verdes ou

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de uma Estrutura Ecológica de um determinado território, ou pertencente ao conceito

mais moderno, denominado de Infraestrutura Verde. Quanto mais complexas as suas

conexões e articulações, mais rica será a infraestrutura e mais benefícios proporcionará,

resultando num número mais alargado de serviços ecossistémicos oferecidos.

2.1.2. Infraestrutura Verde

Segundo Bennedict e McMahon (2006), uma infraestrutura verde consiste numa

rede de espaços verdes fortemente conectados entre si que integra elementos

ambientais, sociais e económicos, ou seja, uma rede para o suporte da vida, dos

ecossistemas autóctones e da paisagem.

Esta integra elementos fundamentais para um bom funcionamento do território,

visando sempre a sua sustentabilidade e biodiversidade, contribuindo para a

preservação dos ecossistemas naturais, da vida selvagem, para a qualidade do ar e da

água e para a qualidade de vida dos cidadãos. A Infraestrutura Verde em Portugal, no

âmbito dos Instrumentos de Ordenamento e Gestão do Território, é sinónima de

Estrutura Ecológica da Paisagem ou do Território (ver anexo C) (Ferreira e Machado,

2010).

A Infraestrutura Verde deve, para além das suas funções ecológicas e sociais,

contribuir com orientações para a implementação sustentável da estrutura edificada e

outras transformações antrópicas feitas ao território, de modo a promover e a preservar

um suporte para a regeneração ecológica, incluindo a regeneração da biodiversidade

em espaço urbano. A edificação não deverá pôr em causa os espaços de importância

cultural ou associados à história do local, nem zonas do território em que os

ecossistemas são singulares, raros, ou importantes espaços para a contribuição da

melhoria da qualidade ecológica do local.

A uma escala municipal podemos considerar que uma infraestrutura verde é

composta por dois distintos elementos: os Nós e as Ligações (Marques et al. 2013). Os

Nós são elementos não lineares, compostos maioritariamente por espaços verdes, cuja

área contém um elevado valor ecológico avaliado pela sua biodiversidade e pela

importância social. As Ligações são corredores, maioritariamente Corredores Verdes,

cuja forma é linear e une os espaços verdes não lineares (Nós). As ligações permitem

a facilidade de circulação da fauna e propagação da flora entre os principais espaços,

bem como a circulação intra-infraestrutura verde pela população.

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Fig. 5 - Esquema conceptual de Infraestrutura Verde Urbana.

Concluindo, a Infraestrutura Verde de um território é uma infraestrutura

fundamental à manutenção e ao crescimento de uma comunidade de forma sustentável,

capaz de proporcionar diversos benefícios, tanto ecológicos, ambientais, socioculturais

como económicos, os denominados Serviços Ecossistémicos. Poderá ser planeada a

várias escalas, sendo que a Comissão Europeia está a elaborar uma estratégia para a

criação de uma infraestrutura verde à escala da Europa (Comissão Europeia, 2010b), e

a esta futura estratégia poderemos ancorar as infraestruturas verdes (ou estruturas

ecológicas) planeadas à escala nacional, regional e municipal, criando um Infraestrutura

Verde fortemente complexa, articulada e conectada.

2.1.3. Agricultura e Horta Urbana

Uma Infraestrutura Verde poderá ser formalizada a partir de variados elementos

naturais ou semi-naturais, formando uma complexa e contínua rede de espaços verdes.

Quanto mais diversificados forem os espaços que a compõem mais rica será a IV, e

mais benefícios proporcionará a uma paisagem e, consequentemente, a uma

sociedade. Dito isto, a Agricultura Urbana (AU) integrada numa IV, aumentará os

benefícios que ela proporciona.

A AU é definida, por Mougeot (2000), como a actividade agrícola que se

desenvolve dentro dos perímetros urbanos, ou nas proximidades, na qual se produz e

distribui variados produtos alimentares e não alimentares, utilizando recursos da própria

cidade ou do território na proximidade.

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O conceito da AU surge, em maior destaque, no início do século XXI, com o

reconhecimento da necessidade de adopção de estratégias cada vez mais sustentáveis

na gestão e ordenamento do território em meio citadino. Mougeot afirma que “Cidades

nunca poderão ser completamente auto-sustentáveis mas, pelo que temos presenciado,

elas podem se tornar mais verdes, mais limpas, mais saudáveis, e mais sustentáveis”

(Mougeot, 2006). Assim com a AU não pretendemos um território completamente auto-

sustentável ao nível alimentar, mas sim, contribuir para uma melhoria significativa do

território em vários níveis, desde ambientais, económicos a sociais.

Os diversos benefícios que a AU poderá proporcionar são: melhoria da qualidade

do ar; formação de microclimas de maior conforto; conservação e protecção dos solos

urbanos; reciclagem de resíduos orgânicos e produção de nutrientes (compostagem);

escoamento e drenagem das águas pluviais através do solo, diminuindo o perigo de

cheias; redução da poluição atmosférica; disponibilidade de produtos frescos e

biológicos; redução da distância percorrida pelos os alimentos até ao consumidor;

Incremento da economia local, através da criação de emprego e possibilidade de venda

dos produtos; e, aumento do valor estético da paisagem.

A AU vem trazer, para além de todos os benefícios anteriormente mencionado,

um bom funcionamento ecológico do território, bem como contribuir para o seu

desenvolvimento sustentável e, ainda, uma das soluções para o problema do

crescimento urbano.

Mougeot afirma que, no início do séc. XXI, a agricultura urbana ganhou bastante

popularidade, e continua em crescente adesão por parte das populações. Face a este

panorama, é necessário incentivar o reforço das estratégias locais para atingir o

desenvolvimento sustentável, no qual se inclui integralmente a agricultura urbana,

dando um uso aos espaços expectantes do território urbano, e não se marginalize este

uso de solo urbano, face a outros usos, talvez com benefícios económicos mais

imediatos e/ou perceptíveis.

A agricultura urbana integra variadas tipologias, sendo que a mais comum em

contexto urbano é a de horticultura, definida por Bon (2001) como uma actividade de

produção de vegetais, plantas aromáticas e medicinais, flores e árvores de fruto,

geralmente em sistema intensivo de produção, localizados em terrenos de menores

dimensões, quase com inexistência do uso de mecanização.

Os “espaços livres” nos pólos urbanos muitas vezes são escassos, razão pela

qual muitas vezes a agricultura urbana toma proporções menores, as intituladas de

Hortas Urbanas (HU). Estas focam-se no pequeno agricultor, com o pequeno talhão,

conseguindo assim disponibilizar espaços para produção agrícola a um maior número

de cidadãos.

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As HU surgiram nos países do norte da Europa, durante a segunda metade do

séc. XIX, incentivadas pelo crescimento industrial e urbanístico dos pólos urbanos,

posteriormente tornou-se um elemento crucial na altura das Grandes Guerras, em que

havia escassez de alimento. Actualmente as HU estão presentes em todo o mundo, ora

pelo o motivo de combate à fome e pobreza, ora pela oportunidade de recreio e lazer.

As HU tendem a ser usufruídas por diferentes razões e utentes. Poderão ser

exploradas por pessoas com carências económicas (agricultura de subsistência), ou por

pessoas que procuram a agricultura como actividade de lazer, recreio e convívio social.

As funções/benefícios associados às hortas urbanas são semelhantes aos

referidos para AU, porém a horta, sendo um elemento de maior proximidade com o

cidadão, demonstra maiores benefícios sociais, como: Auto-abastecimento alimentar;

função educacional, promovendo uma maior sensibilização para as questões

ambientais e ecológicas, e para o processamento e consumo de alimentos; preservação

da memória colectiva de práticas agrícolas; promoção da coesão social; convívio social;

combate ao sedentarismo; promoção da actividade física; oportunidades de espaços de

lazer e recreio; e, promoção de um maior contacto com a natureza.

As HU dividem-se em três tipologias: as Hortas Sociais ou Comunitárias,

habitualmente para consumo próprio da família e/ou venda, pressupõem quotas, de

concessionamento do espaço, baixas ou nulas. As Hortas de Recreio são

maioritariamente compostas por hortelões mais jovens, que são motivados por questões

ambientais, recreio e lazer. Por último, as Hortas Pedagógicas são espaços que

promovem o ensino e a sensibilização para questões ambientais e, um maior contacto

com a natureza. Por norma esta tipologia de hortas é detida por escolas, associações,

ou outro tipo de instituições.

Em suma, Hortas Urbana incorporadas em Corredores Verdes e/ou em

Infraestruturas Verdes aumentam os benefícios sociais, económicos e ambientais

porporcionados a uma paisagem e a uma sociedade.

2.2. CASOS DE ESTUDO

2.2.1. Ecopista do Rio Minho, Portugal

Em Portugal, a Ecopista do Rio Minho, com 22 km de extensão, é um bom

exemplo de corredor verde, galardoada em 2009 com o 4º Prémio da Associação

Europeia de Corredores Verdes, na categoria "Sustainable Development and Tourism"

(Desenvolvimento e Turismo Sustentável), e conquistou o 3º lugar na 8.ª edição dos

European Greenways Awards, em 2017.

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Fig. 6 e 7 - Fotografias de troços da Ecopista do Rio Minho.

A desactivação de um troço de uma antiga linha férrea levou à criação deste

corredor verde, inaugurado em 2004. Este integra um percurso de mobilidade suave

que conecta cidades, vilas, zonas de interesse cultural e zonas de beleza natural

excecional, muitos pertencentes à Rede Natura 2000. É um percurso pelo mundo rural

da região do Minho, que visa a valorização e a proteção do meio ambiente.

Dados estatísticos de 2014, mostram que cerca de 60 % dos utentes da Ecopista são

turista/visitantes (Costa, 2014), o que comprova que uma Ecopista não só melhora a

qualidade de vida dos habitantes, como também aumenta significativamente o turismo

no território em questão. Dito isto, um Corredor Verde vocacionado para o recreio e lazer

é um excelente promotor de turismo e desenvolvimento económico sustentável de uma

região.

2.2.2. Projecto Horta à Porta, Porto, Portugal

Horta à Porta é um projecto de hortas biológicas, que surgiu em 2003, promovido

pela LIPOR. O projecto pretende criar espaços verdes que promovam a biodiversidade

e as boas práticas agrícolas, criando vários talhões de hortas destinadas à agricultura

biológica e a uma compostagem tradicional. Cada hortelão recebe formação de

agricultura biológica, e poderá usufruir da água e de um local para armazenamento de

ferramentas.

Estes espaços pretendem trazer benefícios para além do alimento, promovem o

contacto com a natureza, a qualidade de vida, a subsistência e ainda uma componente

pedagógica ambiental.

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Fig. 8 - Horta da Lada, reaproveitamento de um logradouro na Vitória, Porto.

Actualmente, o Horta-à-Porta contabiliza 56 hortas, espalhadas por 8 municípios

diferentes e contando com mais de 1900 pessoas em lista de espera, o que demonstra

a procura por este tipo de espaço verde.

3. CARACTERIZAÇÃO DO CONCELHO DE

OEIRAS

Oeiras é uma vila e um município pertencente ao distrito de Lisboa, estando

inserido na Área Metropolitana de Lisboa (NUTS II e III).

Fig. 9 - Localização do município de Oeiras em Portugal.

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Os limites administrativos de Oeiras fazem fronteira com o concelho de Cascais,

a poente, com Sintra, a norte, e a nascente com Amadora e Lisboa. A sul do concelho

de Oeiras presenciamos uma das frentes ribeirinhas do estuário do Tejo, de

aproximadamente 9 km de extensão.

Fig. 10 – Fotografia aérea do município de Oeiras, freguesias integrantes e concelhos vizinhos.

Até há poucas décadas o concelho era bastante rural, facto que tem vindo a

alterar-se devido à proximidade a Lisboa, e a uma dinâmica de crescimento de

identidade própria, onde coabitam novas centralidades residenciais, parques de

tecnologias e investigação, e algumas atividades agrícolas.

3.1. CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA

O município de Oeiras é caracterizado por um clima temperado mediterrânico,

onde predominam os ventos vindos de norte, a Nortada. A exposição solar do concelho

é maioritariamente Sul, o que pressupõe um ambiente soalheiro e significativamente

mais quente (ver Anexo D).

Relativamente à geologia, cerca de metade do município é composto pelo

“Complexo Vulcânico de Lisboa”, que consiste numa mancha basáltica que cobre

formações calcárias originais. O basalto é uma rocha importante para a fertilidade, pois

quando esta sofre meteorização origina solos extremamente ricos em nutrientes, os

“Barros de Lisboa”, que ocupam cerca de 34% do município. A geologia afeta às linhas

de água são essencialmente aluviões, que por norma também originam solos

extremamente férteis para a agricultura, os Aluviossolos, que ocupam cerca de 4% do

território (ver Anexo D).

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A morfologia do terreno é marcada por cinco principais cursos de água, todos

eles tributários do rio Tejo: a Ribeira de Laje, a Ribeira de Porto Salvo, a Ribeira de

Barcarena, a Ribeira de Algés e o Rio Jamor (ver Anexo D).

Uma grande valência da geomorfologia de Oeiras são os planaltos, com

características enquanto mirantes, onde se pode percecionar o estuário do Tejo e a

Serra da Arrábida a sul, a Serra de Sintra a norte e a Ponte 25 de Abril e o Cristo Rei a

sudeste.

Fig. 11 - Mapa indicativo da morfologia e das principais linhas de água, referente ao município de Oeiras.

3.2. CARACTERIZAÇÃO SOCIOCULTURAL E

SOCIOECONÓMICA

As características biofísicas de Oeiras, nomeadamente a proximidade ao

estuário do rio Tejo, o clima ameno, a abundância de água e os bons solos agrícolas,

foram fatores determinantes para os primeiros povoamentos, havendo vestígios de

povoações no território desde a Pré-História (ver Anexo E).

O concelho de Oeiras é dotado de diversos elementos arquitectónicos religiosos,

maioritariamente do séc. XVI, com a fixação das ordens religiosas no local. Até ao séc.

XVIII, foram construídas várias fortificações ao longo da orla marítima de Oeiras, sendo

um dos pontos estratégicos de defesa e controlo da entrada de navios na Barra do Tejo.

A 7 de Junho de 1759, o rei D. José I atribuiu a jurisdição das terras de Oeiras a

Sebastião José de Carvalho e Melo, primeiro-ministro de Portugal, também conhecido

como Marquês de Pombal, tornando-se no primeiro de Conde de Oeiras. Um mês

depois, o território de Oeiras foi constituído a Concelho de Oeiras com a respetiva

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atribuição foral. É neste século que surge a Quinta Marquês de Pombal, um dos

principais elementos culturais do concelho.

Fig. 12 - Palácio Marquês de Pombal, classificado como Monumento Nacional.

A proximidade a Lisboa e a construção de bons acessos a Oeiras levou a um

crescimento exponencial do concelho, por vezes desorganizado. Com esta dinâmica de

periurbanização, o Concelho de Oeiras passou a ser caracterizado como um

“dormitório”, que serve a capital, sendo este o conceito caracterizador de Oeiras durante

décadas. Actualmente, Oeiras é um pólo económico autónomo, detentor de uma

dinâmica e identidade própria, sendo um território centrado na actividade terciária,

nomeadamente nas áreas de ciência, investigação e tecnologias (ver Anexo E).

Fig. 13 - Tagus Park, maior parque de Ciência e Tecnologias de Portugal.

Esta dinâmica de crescimento traz consigo, também, questões problemáticas,

como o aumento do uso do automóvel no concelho de Oeiras.

4. CARACTERIZAÇÃO DA RIBEIRA DE

BARCARENA E SUA ENVOLVENTE

A Ribeira de Barcarena nasce na Serra da Carregueira, em Sintra, e desagua no

estuário do rio Tejo, em Oeiras. É uma das 5 linhas de água principais do concelho.

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No concelho de Oeiras, a bacia hidrográfica da ribeira contém uma maior

densidade de infraestruturas construídas a jusante, na freguesia de Caxias. É nesta

localidade que se verifica um carácter mais artificializado da linha de água, enquanto a

norte, na freguesia de Barcarena, observamos uma ribeira que integra uma paisagem

de carácter essencialmente rural.

Fig. 14 - Enquadramento geográfico da ribeira de Barcarena e sua bacia hidrográfica.

4.1. CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA

4.1.1. Geologia e Solos

A bacia hidrográfica da ribeira de Barcarena desenvolve-se maioritariamente

sobre aluviões e sobre o “Complexo Vulcânico de Lisboa”, dois tipos geológicos que

originam, por norma, solos de grande valor ecológico. No mapa de solos (ver Anexo D)

observamos que a ribeira de Barcarena é a linha de água, pertencente ao território

municipal, que mais solo de elevada fertilidade possui nas zonas adjacentes,

nomeadamente os Aluviossolos e os Barros Castanho-Avermelhados.

4.1.2. Hidrologia

O vale da ribeira de Barcarena é encaixado e sinuoso a norte do concelho

(freguesia de Barcarena), formalizando-se num vale aberto com cotas próximas do zero

a sul do concelho (localidade de Caxias) (ver Anexo D). O declive médio do curso de

água principal é de 1,4% (Municípia, 2013).

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A extensão territorial da sua bacia hidrográfica é de 34,7 km2, em que cerca de

30% (10,5 km2) é pertencente ao município de Oeiras (Municípia, 2013), sendo a bacia

hidrográfica que ocupa maior área no município (Municípia, 2011a).

Fig. 15 - Hidrografia da ribeira de Barcarena, abrangendo o concelho de Sintra e de Oeiras.

Esta ribeira é a que possui um maior comprimento da linha de água principal

(19,3 km), e o seu comprimento dentro do concelho é o segundo maior (7,1 km)

(Municípia, 2011a), o que poderá significar uma maior potencialidade para o número de

conexões, tanto sociais e culturais, como ecológicas, através de um Corredor Verde

associado.

Sendo que apenas 37% do comprimento da ribeira é parte integrante do

município (Municípia, 2011a), seria de ponderar uma hipótese de planeamento

intermunicipal com o município de Sintra, de maneira a realizar um Corredor Verde

contínuo, coeso e valioso em termos dos seus ganhos ecológicos e socioculturais, e

tornando-o parte integrante de uma grande estrutura ecológica regional.

Um dos problemas desta ribeira é o risco de cheias, consequente de grandes

amplitudes de caudais em curtos espaços de tempo, devido a uma grande densidade

de impermeabilização na bacia hidrográfica a montante, nomeadamente no Cacém

(Sintra), e devido a um estrangulamento das margens em vários pontos. Cacém,

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Barcarena e Caxias são os núcleos urbanos adjacentes mais vulneráveis a este risco,

sendo a secção transversal da ribeira, nestes locais, insuficiente para o escoamento dos

caudais de ponta de cheia. Poderá afirmar-se que as principais causas dos problemas

em situações de cheia, causados pela ribeira de Barcarena no concelho de Oeiras, são

(MUNICÍPIA, 2011b):

∙ Secções de vazão insuficientes;

∙ Impermeabilização de zonas inundáveis;

∙ Falta de manutenção na ribeira, nomeadamente limpeza e desobstrução

do leito principal.

Fig. 16 - Zonas ameaçadas pelas cheias (Tipologias REN, PDM), que corresponde às áreas inundadas nas cheias de

1983.

A delimitação da Reserva Ecológica Nacional inclui uma classe que representa

as áreas de importância para protecção e recarga dos aquíferos, esta classe teve como

uma das variáveis para a sua delimitação a permeabilidade dos solos. Como podemos

observar na figura 17, a ribeira de Barcarena é a que tem maior área referida adjacente.

Esta área já está salvaguardada pela sua integração no plano de ordenamento do PDM

de Oeiras, como área de Solo Rural-Espaço Natural ou como Solo Urbano-Espaço

Verde (ver Anexo F). A integração destas áreas no EVA-RB é de extrema importância

para reforçar a salvaguarda destes espaços como superfícies permeáveis, de modo a

existir uma recarga dos aquíferos, contribuindo assim, para um desenvolvimento

sustentável, e para uma diminuição do escoamento superficial e das grandes amplitudes

de caudal da ribeira, prevenindo os riscos de cheias para os aglomerados urbanos

adjacentes à ribeira.

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Fig. 17 - Áreas Estratégicas de Protecção e Recarga do Aquíferos (Tipologias REN, PDM).

Segundo o Estudo de Requalificação Paisagística e Ambiental das Ribeiras da

Costa do Estoril (SANEST et al., 2001), a qualidade da água no troço da ribeira

adjacente ao núcleo urbano de Caxias é má, sendo que mais a norte a qualidade

melhora, embora continua a ser de qualidade sofrível. É sabido que a CMO tem

desenvolvido várias acções no âmbito de eliminar as fontes de poluição das suas

ribeiras, pelo que desde 2001, até à data de hoje, a qualidade da água deverá ter

melhorado significativamente, não só pela eliminação das fontes de poluição, mas

também, pela boa capacidade de regeneração dos habitats ripícolas de Oeiras, por

estes apresentarem vários troços ainda naturalizados.

Durante praticamente todo o seu percurso dentro do concelho a ribeira de

Barcarena está sempre próximo de estradas, razão pela qual se encontra

significativamente intervencionada, estando muitas vezes confinada entre muros de

betão ou de pedra. A partir de Laveiras, a sul da Escola de São Bruno, a ribeira encontra-

se totalmente regularizada , com margens transformadas pela construção de paredes

de betão ou em pedra com argamassa.

4.1.3. Flora e Fauna

A composição florística da ribeira de Barcarena no concelho em 2001, era de

“ausência de orla ripícola ou presença de orla descontínua com espécies exóticas

abundantes” no troço adjacente ao núcleo urbano de Caxias, e de “orla arbustiva ou

arbórea descontínua” na restante ribeira pertencente ao concelho (SANEST et al.,

2001). A CMO procedeu a uma limpeza das margens da ribeira, eliminando a espécie

invasora com maior predominância, o Arundo donax (cana), atualmente presencia-se

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as margens da ribeira com pouca presença desta exótica, no entanto as margens não

são completamente detentoras de uma adequada vegetação ripícola.

Fig. 18 - Presença de Arundo donax nas margens da ribeira de Barcarena (a norte do Bairro Cagarete).

Com a melhoria da qualidade da água, observa-se um aparecimento de uma

maior diversidade de fauna, sendo já possível o avistamento do Pato-real, Galinha-de-

água, Lapas-de-água-doce, Rã-verde. A criação do EVA-RB assenta na requalificação

do seu habitat ripícola, tendo como um dos objectivos o ressurgimento da Enguia e

Boga-portuguesa (endemismo português), espécies outrora abundantes na ribeira, que

possibilitavam a prática de pesca desportiva na mesma.

Fig. 19 - Boga-portuguesa (Iberochondrostoma lusitanicum), um endemismo português.

4.2. CARACTERIZAÇÃO SOCIOCULTURAL E

SOCIOECONÓMICA

4.2.1. Elementos de Interesse Cultural

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Fig. 20 - Localização dos elementos de interesse cultural relevantes.

Os primeiro povoamentos nas proximidades da ribeira de Barcarena foram na

Pré-História, vestígios desses povoamentos são: a Gruta do Carrascal e o Castro de

Leceia (“Imóvel de Interesse Público” - IIP).

Fig. 21 - Castro de Leceia.

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No século XVI, surgem importantes elementos arquitetónicos religiosos,

nomeadamente a Capela de São Sebastião de Barcarena (“Monumento de Interesse

Público” - MIP) e o Convento da Cartuxa, outrora pertencente à ordem dos Cartuxos,

que desenvolvia actividades ligadas às culturas agrícolas e hortícolas, aproveitando a

fertilidade dos solos da várzea da ribeira.

Fig. 22 - Capela de São Sebastião de Barcarena.

Fig. 23 - Convento da Cartuxa.

Entre o séc. XVI e XVIII, deu-se a construção de várias fortificações ao longo da

orla marítima de Oeiras. Junto à foz da ribeira de Barcarena localiza-se o Forte de S.

Bruno de Caxias (IIP).

Fig. 24 - Forte de São Bruno, Caxias.

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Ainda no séc. XVI, dá-se o início da atividade industrial e comercial. A Fábrica

da Pólvora de Barcarena, de manipulação de pólvora e fabrico de armas, é um exemplo

de atividade industrial dessa época. Bem como a exploração da “Pedreira Italiana” em

Caxias, de extracção de pedra calcária (onde se localiza o Bairro da Pedreira Italiana).

Fig. 25 - Fábrica da Pólvora.

No séc. XVII e XVIII, surgem os palácios e as grandes quintas, destinadas ao

recreio e à exploração agrícola. Junto à ribeira de Barcarena, destaca-se a Quinta Real

de Caxias, a Quinta do Jardim em Caxias e a Quinta de Nossa Senhora da Conceição

em Barcarena, que integra a Capela de Nossa Senhora da Conceição (IIP).

Fig. 26 - Quinta Real de Caxias.

Fig. 27 - Quinta do Jardim.

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A construção de bons acessos a Oeiras, levou ao exponencial crescimento do

território, surgindo núcleos urbanos de génese ilegal (AUGI’s) nos anos 70,

nomeadamente o Bairro da Pedreira Italiana.

4.2.2. Jardins, Espaços Verdes e elementos de Interesse Social

relevantes

Fig. 28 - Localização de jardins e espaços verdes relevantes.

Foram identificados os seguintes Jardins e Espaços Verdes relevantes a integrar

no EVA-RB, pela sua proximidade à ribeira, relevância social e/ou importância

ecológica: Jardim de Caxias (integra um Skatepark e um campo polidesportivo); Olival

(maciço arbóreo pertencente à EEM); Jardim do Murganhal (integra um parque infantil

e um campo de ténis); Jardim de Cesário Verde; Parque Urbano da Quinta da Politeira

e o Jardim dos Quatro Elementos.

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Fig. 29 - Jardim de Caxias (integra um Skatepark e um campo polidesportivo).

Fig. 30 - Jardim do Murganhal (integra um parque infantil e um campo de ténis).

Fig. 31 - Parque Urbano da Quinta da Politeira.

Fig. 32 - Jardim dos Quatro Elementos.

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Foram identificados os seguintes elementos de Interesse Social a integrar no

EVA-RB, pela sua proximidade à ribeira, relevância social, lúdica, desportiva e/ou

cénica:

∙ Grupo Desportivo dos Unidos Caxienses;

∙ Escola Básica de São Bruno;

∙ Clube de Campo Quinta da Moura (clube de ténis);

∙ Castelo e Moinho Velho (potencial enquanto mirante e elemento

integrante da EEM como “sistema de vistas”);

∙ Oeiras International School;

∙ CERCIOEIRAS;

∙ Piscina Municipal de Oeiras;

∙ Quinta de São Miguel (FamÍlia Brée)

∙ Associação Cultural de Tercena;

∙ Grupo Recreativo de Tercena;

∙ Escola Básica Santo António de Tercena.

Fig. 33 - Localização dos elementos de interesse social relevantes.

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4.2.3. Núcleos Urbanos

Na freguesia de Barcarena os núcleos urbanos encontram-se dispersos,

nomeadamente: Quinta da Moura, Leceia, Cagarete, Barcarena e Urbanização

Cabanas Golf.

Pelo contrário, na freguesia de Caxias o território encontra-se muito urbanizado,

as encostas encontram-se praticamente ocupadas com construções diversas. Na

freguesia de Caxias encontram-se os seguintes núcleos urbanos: Bairro da Pedreira

Italiana, Murganhal, Bairro Sá Carneiro e Caxias.

Fig. 34 - Localização dos principais núcleos urbanos.

4.2.4. Ocupação do Solo

Como podemos observar no Anexo E, o uso do solo dominante na bacia

hidrográfica da ribeira de Barcarena em Caxias é predominantemente “Tecido Urbano”,

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não havendo quase terreno livre, sendo praticamente impossÍvel a requalificação da

ribeira no âmbito da sua renaturalização das margens.

Fig. 35 - Ribeira de Barcarena em Caxias (actualidade).

Em oposição, na freguesia de Barcarena, a ocupação do solo é maioritariamente

“Florestas abertas e vegetação arbustiva e herbácea”, proporcionando um menor leque

de condicionantes no desenho do EVA-RB neste troço.

Fig. 36 - Ribeira de Barcarena em Barcarena (actualidade).

4.2.5. Mobilidade

A ribeira de Barcarena é atravessada pela A5, das infraestruturas viárias mais

impactantes na paisagem do vale em questão, apesar de ter um impacto visual negativo,

esta infraestrutura não constituem uma barreira física no solo, pois esta formaliza-se em

viaduto. Tanto a A5, como a A9-CREL constituiem numa barreira física que separa

Queijas do resto do território. A CMO de Oeiras desenvolveu uma proposta de corredor

verde, Corredor Verde da Estrada Militar, que pretende ligar Queijas ao resto do território

por intermédio do percurso de mobilidade suave, vencendo a barreira da A9-CREL.

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Relativamente às acessibilidades, a organização da rede viária proporciona bons

acessos ao EVA-RB. Quanto aos acessos por transportes públicos, nas duas

extremidades do EVA-RB encontra-se uma estação de comboio. A sul, a estação de

comboio de Caxias (Linha Lisboa-Cascais), e a norte, a estação de comboio de

Massamá-Barcarena (Linha Lisboa-Sintra), possibilitando uma boa acessibilidade por

transportes ferroviários. Já a acessibilidade por autocarros só é possível com inteira

facilidade apenas na zona de Caxias, sendo um ponto a colmatar a norte do EVA-RB.

Fig. 37 - Localização das principais infraestruturas de mobilidade.

5. SÍNTESE

A ribeira de Barcarena adquire diferentes oportunidades e constrangimentos ao

longo do território, consequência das diferentes características biofísicas, sociais,

culturais, paisagísticas e ecológicas que o território adquire. Dito isto é feita uma divisão

da ribeira e sua envolvente em 3 troços (ver figura 38): da foz à Rua Calvet Magalhães

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(A); da Rua Calvet Magalhães até cruzamento com A5 (B); da A5 até o final do concelho

(C).

Fig. 38 - Troços resultantes da síntese de caracterização.

5.1. OPORTUNIDADES E CONSTRANGIMENTOS

TR

O A

OPORTUNIDADES CONSTRANGIMENTOS

∙ Solos férteis;

∙ Potencial para a formalização de um corredor verde

na margem esquerda (integrando a Quinta Real de

Caxias);

∙ Ligação ciclopedonal à estação de comboio de

Caxias, à praia de Caxias e ao Jardim de Caxias

(espaço desportivo e recreativo);

∙ Possibilidade de renaturalização da margem

esquerda;

∙ Potencialidade de conexão aos núcleos urbanos da

margem direita através de centralidades,

nomeadamente a praça Parque Conde de Rio

Maior e o Largo Ana de Castro Osório;

∙ Excelente acesso através de transportes públicos.

∙ Encostas e áreas

contígua à ribeira com

densos núcleos urbanos

(intensa ocupação

humana);

∙ Margens estabilizadas,

de modo contínuo,

através de muros e

paredes de betão ou

pedra com argamassa;

∙ Naturalidade da ribeira

praticamente nula, com

vegetação ausente.

Quadro II - Oportunidades e Valências do Troço A da Ribeira de Barcarena.

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TR

O B

OPORTUNIDADES CONSTRANGIMENTOS

∙ Solos férteis;

∙ Potencial para a formalização de um corredor verde

na margem esquerda (integrando espaço expectante

privado pertencente aos Unidos Caxienses (em

processo de venda à CMO), e na margem direita,

junto ao Bairro da Pedreira Italiana);

∙ Ligação ciclopedonal ao Jardim do Murganhal

(espaço desportivo, de recreio, incluindo recreio

infantil) através de um dos afluentes da ribeira de

Barcarena, a ribeira do Murganhal;

∙ Potencial de ligação com o núcleo urbano de Queijas,

através de percurso ciclopedonal projectado, o

Corredor Verde da Estrada Militar;

∙ Presença de elementos sociais relevantes,

nomeadamente Escola de São Bruno e Grupo

Desportivo dos Unidos Caxienses;

∙ Bom acesso através de transportes públicos;

∙ Potencial de valorização e aproveitamento de Açudes,

já existentes, para fins recreativos.

∙ Margens

predominantemente

estabilizadas por

paredes ou muros de

pedra ou betão;

∙ Naturalidade da ribeira

muito fraca,

apresentando-se com

uma orla ripícola pouca

adequada ou coesa,

não havendo

praticamente o estrato

arbóreo ou este é

esparso;

∙ Ocupação ilegal dos

terrenos para fins

hortícolas.

Quadro III - Oportunidades e Valências do Troço B da Ribeira de Barcarena.

TR

O C

OPORTUNIDADES CONSTRANGIMENTOS

∙ Solos férteis;

∙ Extensa área de solo público e permeável (de

Barcarena até ao Bairro da Pedreira Italiana),

com potencialidade de valorização paisagística e

ecológica;

∙ Propriedades públicas e privadas com grande

valor paisagístico e patrimonial;

∙ Possibilidades em alguns troços de libertar o leito

de cheia (edifícios abandonados);

∙ Enquadramento e valorização do dique

construído junto ao Bairro de Cagarate para

prevenção das cheias;

∙ Ligação ciclopedonal à estação de comboio de

Massamá-Barcarena através de um dos afluentes

da ribeira de Barcarena, a ribeira de Massamá;

∙ Vários troços da ribeira

delimitados por muros ou

até pelas próprias paredes

de edificações

(artificialização das

margens), apenas margens

naturalizadas nos troços

sem aglomerações urbanas

nas proximidades;

∙ Pouca coesão urbana entre

os núcleos urbanos

recentes e os antigos;

∙ Crescente crescimento

urbano;

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34

∙ Possibilidade de ligação ao Concelho de Sintra

através de um plano intermunicipal.

∙ Orla ripícola em

regeneração, após limpeza

de canaviais;

∙ Impacto visual da A5.

Quadro IV - Oportunidades e Valências do Troço C da Ribeira de Barcarena.

6. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O

EIXO VERDE E AZUL DA RIBEIRA DE

BARCARENA (EVA-RB)

A formalização de um Corredor Verde ao longo da ribeira de Barcarena (EVA-

RB) irá favorecer e restaurar o funcionamento ecológico de toda a ribeira, recuperando,

o quanto possível, o habitat ribeirinho autóctone, trazendo de volta a biodiversidade da

ribeira e das áreas contíguas, tendo como um dos objetivos, possibilitar as vivências e

as práticas que a população outrora tinha com a ribeira de Barcarena, nomeadamente

o avistamento de diversas espécies, ou ainda o volver da prática de pesca desportiva

anteriormente praticada.

Relativamente à hidrologia, pretende-se, sempre seja possível e não demonstre

qualquer perigo para a população, a renaturalização das margens ribeirinhas. Em todas

as margens naturalizadas e renatualizadas deverão ser feitos trabalhos de revestimento

com vegetação ribeirinha autóctone, paralelamente com trabalhos de engenharia

natural para facilitar e/ou acelerar a estabilização destas.

A grande mancha verde a formalizar o EVA-RB (ver “Espaço verde a projectar

e/ou Salvaguardar” indicado na figura 39) foi delimitada através dos espaços sobrantes

e expectantes contíguos à ribeira, e através de áreas verdes de grande valor ecológico,

já delimitadas por PDM, nomeadamente áreas de importância para a recarga de

aquíferos. O EVA-RB deverá integrar diversas funções, tanto funções que proporcionem

benefícios directos à população (percursos, jardins, hortas, parques com diversas

funções), como funções ecológicas ou ambientais (recarga de aquíferos, bacias de

retenção). As bacias de retenção são de extrema importância para a redução do caudal

fluvial, e assim, o risco de cheia. Reforçando a intenção de diminuição de risco de cheia

deverão ser feitas, com regularidade, operações de limpeza e desobstrução das linhas

de água, bem como o desassoreamento, principalmente junto aos açudes e diques.

Uma das facilidades para a formalização do EVA-RB é o facto do PDM de 2015

(ver Anexo F) já salvaguardar as áreas de maior relevância a integrar no corredor, assim

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sendo, sempre que algum espaço seja de domínio privado, este já estará condicionado

à edificação.

Pretende-se que o EVA-RB integre um percurso de mobilidade suave e seja um

corredor multifuncional. Este para além de se tornar uma ligação ecológica para fauna

e flora, será um dos meios de transporte para a população. As Orientações Estratégicas

(ver figura 39) propõem diversas ligações ao percurso principal e contínuo do EVA-RB:

∙ Ligações a elementos de grande valor paisagístico, patrimonial ou de

funcionamento essencial para a sociedade (equipamentos e serviços),

descritos no mapa correspondente como “Elementos de Interesse

Sociocultural”;

∙ Ligações a “Jardins e Espaços Verdes existentes relevantes”, que consistem

nos espaços verdes com valências e serviços proporcionados à sociedade

considerados relevantes;

∙ Ligações aos diversos núcleos urbanos pertencentes à bacia hidrográfica da

ribeira (ligações reforçadas por conexões às centralidades/open spaces dos

núcleos);

Estas conexões não só possibilitam a adesão ao EVA-RB como um meio de

mobilidade e de acesso à fruição da natureza, com também enriquecem o corredor,

fortificando-o com diversos benefícios que a população poderá experienciar,

directamente ou indirectamente. O acesso às linhas de comboio e ao Passeio Marítimo

de Algés reforça o conceito de mobilidade sustentável do Eixo Verde e Azul da Ribeira

de Barcarena. A intenção futura, prevista na EEM (ver Anexo B), será a interligação dos

diversos corredores verdes fluviais por meio de corredores transversais, formando uma

grande, contínua e coesa rede de mobilidade suave e sustentável.

São apresentadas Orientações Estratégicas em anexo, Folha 1.01, para um

posteriormente planeamento e projecto, que deverá ser feito ao encargo de uma equipa

multidisciplinar, que impreterivelmente precisará de técnicos de engenharia natural e

hidráulica.

Em suma, a criação do EVA-RB pressupõe diversos benefícios ecológicos,

ambientais e sociais, e consequentemente, uma dinamização da economia local.

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Fig. 39 - Orientações Estratégicas para o EVA-RB (ver Folha 1.01).

7. PARQUE DE LAVEIRAS

7.1. ENQUADRAMENTO GERAL DO ESPAÇO

A área a projectar representa o espaço verde a sul do Troço B do EVA-RB (ver

figura 38), pertencente à localidade de Laveiras, freguesia de Caxias. Este integra

essencialmente terrenos de domínio público, sendo que o terreno privado a intervir

(pertencente ao Grupo Desportivo dos Unidos Caxienses) está em processo de

aquisição por parte da CMO.

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Fig. 40 - Terrenos de domínio público e privado da área a intervir.

Os núcleos urbanos adjacentes são o Bairro da Pedreira Italiana (antiga AUGI

legalizada), o Bairro Sá Carneiro (bairro social), e o aglomerado do Murganhal (núcleo

com mais antiguidade). O espaço actualmente tem sido usado de forma ilegal para fins

hortícolas, pela população circundante.

Circundantes ao local, encontra-se uma escola básica, a Escola de São Bruno,

um grupo desportivo, os Unidos Caxienses, uma unidade de cuidados continuados

integrados, a Naturidade de Laveiras, e um elemento arquitectónico de importância

cultural e patrimonial, a Quinta do Jardim. É de salientar, que em Laveiras existiu uma

Necrópole romana, tendo sido recolhidas duas lápides com inscrições funerárias

(perdendo-se o local exato da recolha). Actualmente encontram-se no Museu Nacional

de Arqueologia.

Actualmente, está em fase de projecto o Parque Urbano da Pedreira Italiana (a

norte da área de intervenção) e, em fase de execução, o Parque Hortícola dos Lameiros

da Cartuxa (a sul), ambos de autoria da CMO (ver figura 41). O espaço a intervir

pretende não só dar continuidade a estes dois parques, mas essencialmente ser parte

integrante de um espaço verde contínuo de maior dimensão, o Eixo Verde e Azul da

Ribeira de Barcarena.

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38

Fig. 41 - Projectos de intervenção adjacente e núcleos urbanos de proximidade.

7.2. PROGRAMA

A continuidade de um percurso de mobilidade suave ao longo da ribeira de

Barcarena, a conexão com os dois parques em fase de projecto, e a formalização das

hortas já existentes foram os principais requisitos exigidos pela DGEV (CMO) para a

intervenção neste local.

Para além desses requisitos, a proposta para o espaço pretende seguir as

premissas anteriormente definidas nas Orientações Estratégicas, como:

∙ Valorização e requalificação do ecossistema ripícola;

∙ Criação de um percurso ciclopedonal principal e contínuo, e sempre que

necessário propor a construção de pontes de modo a garantir a sua

continuidade;

∙ Criar e promover ligações aos núcleos urbanos de proximidade,

nomeadamente às suas centralidades;

∙ Criar e promover ligações aos elementos de interesse sociocultural;

∙ Criar e promover ligações aos espaços verdes de importância ecológica

(fortalecendo o Corredor Verde e a Infraestrutura Verde que este integra

(EEM));

∙ Requalificar açudes para uso recreativo;

∙ Desenho capaz de unir os núcleos urbanos presentes nas duas margens,

tornando o urbanismo do território mais coeso.

Após o Enquadramento Geral do Local, são acrescidos ao programa os

seguintes pontos:

∙ Criação de um espaço para formação agrícola;

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39

∙ Integrar um espaço que simbolize a antiga Necrópole existente em

Laveiras.

7.3. PLANO CONCEPTUAL

A proposta para o espaço a intervir, intitulada de Parque de Laveiras, divide-se

em sete tipologias de espaços diferentes (ver figura 42 e Folha 2.01):

∙ Ecossistema Ripícola;

∙ Espaço de Enquadramento e Estabilização de Taludes;

∙ Espaço de Enquadramento e Circulação;

∙ Centralidades de Recepção;

∙ Espaço Agrícola;

∙ Espaço de Lazer e Recreio Livre;

∙ Pontos de Fruição com a Ribeira.

Os diferentes espaços são conectados e integrantes do percurso ciclopedonal

principal e contínuo que percorrerá todo o EVA-RB.

Os objectivos pretendidos para as zonas de Ecossistema Ripícola é a

requalificação e a naturalização do habitat ribeirinho, através de estabilização das

margens não artificializadas, com auxílio de técnicas de engenharia natural, e da

plantação de uma flora ripícola autóctone, com propriedades de regenerar o habitat

associado, incluindo a flora aquática com funções depuração da água.

Os Espaços de Enquadramento e Estabilização de Taludes são em zonas de

declive acentuado. A proposta para estas zonas é a de reformulação da vegetação

existente, para um conjunto de espécies com aptidões para estabilização de terras.

O espaço verde, já existente na margem esquerda da ribeira do Murganhal, a

norte do bairro Sá Carneiro, apresenta-se ligeiramente degradado. Os objectivos para

este espaço são a sua requalificação e a redefinição do caminho existente, sendo a sua

tipologia conceptual a de Espaço de Enquadramento e Circulação.

São planeadas duas praças pavimentadas de recepção, lazer e recreio, para que

os utentes do parque possam permanecer num local acolhedor, onde o recreio passivo

e activo são compatíveis. Estes espaços, com a tipologia de Centralidades de

Recepção, são as principais entradas e pontos de encontro do parque, aqui a função de

circulação está integrada no espaço de estadia, contrariamente à hierarquização das

funções ao longo do caminho principal.

Uma das premissas para esta proposta era a formalização das hortas. Deste

modo são propostos dois grandes núcleos de hortas urbanas, sempre adjacentes a uma

centralidade, o Espaços Agrícolas.

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Adjacente à Quinta do Jardim está presente um significativo espaço expectante.

Este espaço, intitulado na proposta de Jardim da Quinta, em conjunto com a Quinta do

Jardim, forma uma unidade de intervenção, pelas suas valências e cotas altimétricas

próximas, de tipologia Espaço Lazer e Recreio Livre. Como o próprio nome indica, para

este espaço pretende-se que não haja uma função específica associada, sendo

desenhada com uma lógica de espaços abertos e espaços fechados, construindo vários

diferentes espaços de estadia, lazer e recreio nesta unidade.

Por último, com o objectivo de proporcionar uma maior proximidade dos utentes

do parque com a ribeira, são propostos pontos de acesso directo à ribeira,

estrategicamente posicionados nos sítios de menor turbulência de água, os Pontos de

Fruição com a Ribeira.

Fig. 42 - Plano Conceptual do Parque de Laveiras (ver Folha 2.01).

7.4. O PARQUE DE LAVEIRAS (ESTUDO PRÉVIO)

Após definida a organização do espaço a intervir e as tipologias de cada sub-

espaço do Parque de Laveiras, procedeu-se a formalização de uma proposta adequada

e de valorização para, e do, local. A proposta pretende ser um parque multifuncional,

que albergue várias funções de forma equilibrada. As diversas funções pretendem

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atingir um leque alargado de utentes, conectando diferentes gerações, diferentes

estratos sociais, e eventualmente, populações de diferentes localidades e regiões.

Fig. 43 - Plano Geral do Parque de Laveiras (ver Folha 2.02).

O desenho geral do parque pretende simbolizar o deambular de um rio (caminho

principal), meandrando por entre núcleos citadinos (Centralidades de Recepção - praças

pavimentadas) e núcleos rurais (Espaço hortícola - hortas).

7.4.1. Centralidades

As centralidades, ou praças pavimentadas, foram propostas como pontos de

recepção ao parque, e zonas de estadia, onde poderão coexistir diferentes tipos de

recreio e lazer. Ambas são circundadas por vegetação, com tipologia de bosque semi-

cerrado, abrigando os espaços dos ventos de norte (Nortada), e tornando-os mais

confortáveis climaticamente. Adjacente a esta orla arbórea, é proposto um murete-

banco contínuo, que possibilita zonas de descanso num ambiente acolhedor e

observador para o centro da praça.

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Fig. 44 - Centralidades de Recepção do Parque de Laveiras (ver Folha 2.02 e Folha 2.06).

A centralidade contígua ao edifício do Grupo Desportivo dos Unidos Caxienses

(ver figura 44 e Folha 2.02 e 2.06), intitulada de Centralidade do Natural, é uma praça

pavimentada rasgada por elementos naturais. O poço (existente) é circundado por uma

área de prado que se difunde no pavimento pelo desfasamento dos blocos do

pavimento. Este prado regado, pretende não ser apenas uma área de enquadramento

para o poço, mas também, uma área de estadia, um local onde os utilizadores do parque

poderão caminhar, sentar e/ou deitar. É plantado um Jacarandá (Jacaranda mimosifolia)

com a função de pontuar majestosamente esta praça.

A praça é pontuada por pequenas praças de água com efeito de pulverização de

água, mantendo uma atmosfera fresca e dinâmica, com possibilidades de recreio.

Pontuando a praça surgem também pequenas caixas de areia e pequenos espaços de

terra, com funções de recreio activo, e funções pedagógicas, respectivamente.

A centralidade adjacente à Ribeira do Murganhal (ver figura 44 e Folha 2.02 e

2.06), intitulada de Centralidade da Necrópole, é uma praça desenhada de modo a

simbolizar a presença romana no local. A praça é destinada para formação dos

hortelões, e integra canteiros sobrelevados destinados para pessoas de mobilidade

reduzida, sendo o talhão de terra central nivelado com a praça e destinado para acções

de formação. É no desenho e no material destes canteiros que formaliza a simbologia

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de uma necrópole. É pensada na possibilidade de encomenda de uma réplica da lápide

com inscrições funerárias de Flavius Quadratus, porta-estandarte da II Legião,

colocando-a no canteiro central da primeira fila.

Esta clareira pavimentada estende-se para uma clareira verde, numa zona de

confluência de ribeiras, onde é promovido, através de patamares, a proximidade à

ribeira. Nesta zona é proposto um contínuo prado regado com funções de estadia e

recreio.

7.4.2. Caminho Principal

O caminho principal, é um caminho meandrizado, que oscila entre os três a seis

metros de largura, possibilitando sempre o uso ciclopedonal, e ocasionalmente viaturas

de apoio à manutenção do parque. Quando o caminho se encontra com largura superior

a três metros, é proposto um murete-banco ao longo de um dos limite do caminho,

possibilitando, ao longo de uma zona de circulação, zonas de estadia e descanso.

Fig. 45 - Caminho Principal do Parque de Laveiras (ver Folha 2.02 e Folha 2.06).

7.4.3. Hortas

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Os seis núcleos de hortas são vedados e de uso exclusivo dos hortelões. A

vedação propõe-se que seja visualmente compatível com o resto da proposta,

preferencialmente uma vedação baixa e não visualmente intrusiva, tipo paliçada.

Cada um deste núcleos dispõe de caminhos de acesso às hortas de 1,5 metros,

e cada talhão individual terá 25 m2, podendo haver possibilidade de se agregar talhões,

formando talhões de maior dimensão. Os caminhos e os espaços de estadia,

pertencentes a cada um destes núcleos, pretendem ser de um material solto, de

pequena granulometria e totalmente permeável. Os espaços de estadia, dispõem de

uma árvore de ensombramento e de um banco, e ainda espaço suficiente para se

proceder a métodos de compostagem. Estes espaços contêm, no mínimo uma casa de

apoio, que possibilitará o arrumo do material.

Fig. 46 - Espaço hortícola do Parque de Laveiras (ver Folha 2.02 e Folha 2.06).

7.4.4. Unidade Quinta do Jardim/Jardim da Quinta

Propõe-se a requalificação do espaço de acesso público pertencente à Quinta

do Jardim, com uma árvore de pontuação, com raízes esteticamente interessantes, a

árvore-da-borracha-australiana (Ficus macrophylla), e uma sebe de buxo (buxus

sempervirens), tornando o ambiente mais íntimo e acolhedor, enquadrando, assim, as

namoradeiras existentes no muro.

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Com a sobrelevação da estrada à cota do passeio, e a eliminação de um sentido

de circulação viário, possibilitará a união da Quinta do Jardim ao espaço verde

adjacente, o Jardim da Quinta, e a facilidade de acesso pedonal à Quinta do Jardim.

O Jardim da Quinta é proposto num espaço expectante, e de morfologia pouco

funcional. Para este espaço foram propostos trabalhos de modelação de terra (ver Folha

2.03), que possibilitaram zonas com funções de mirante, e zonas onde o declive é pouco

acentuado, possibilitando a estadia, recreio e lazer neste local. Este local é pensado

numa lógica de espaços abertos e fechados, criando diferentes espaços no mesmo

jardim. À cota da localidade do Murganhal é desenhada uma praça de recepção que se

desenvolve em patamares (anfiteatro) e escadarias, encontrando-se com a cota do

Jardim, dando acesso a este.

O percurso ciclopedonal conecta o Jardim da Quinta e a Quinta do Jardim ao

caminho principal do EVA-RB.

Fig. 47 - Unidade Quinta do Jardim/Jardim da Quinta do Parque de Laveiras (ver Folha 2.02 e Folha 2.06).

7.4.5. Requalificação de espaços urbanos existentes

Com o objectivo de aumentar a coesão urbana dos núcleos adjacentes e

conexão destes ao EVA-RB, foram intervencionadas algumas das centralidades

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urbanas (open spaces), nomeadamente: Parque Conde de Rio Maior e duas praça de

recepção e “ilha pedonal” adjacente à Av. João de Freitas Branco.

A requalificação do Parque Conde de Rio Maior passou por melhoramento de

acessos a esta, uma vez que se encontra a uma cota superior, e centralização da

entrada principal, com o objectivo de enaltecer a praça.

A criação ou requalificação das duas praça de recepção ao parque, adjacente à

Av. João de Freitas Branco, teve como objectivo a criação de zonas de estadia e de

recepção/atração ao parque, bem como o melhoramento do espaço público integrado

no Bairro Sá Carneiro.

Fig. 48 - Requalificação da praça Parque Conde de Rio Maior e dos espaços adjacentes à Av. João de Freitas Branco

(ver Folha 2.02).

7.4.6. Mobilidade

O percurso ciclopedonal é constítuido pelo percurso principal que integra o EVA-

RB, e por percursos que derivam deste, conectando os pontos mais cruciais do projecto

e/ou da envolvente, nomeadamente, à Escola de São Bruno, ao Jardim do Murganhal,

à Quinta do Jardim e ao Corredor Verde da Estrada Militar.

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Fig. 49 - Diagrama de Mobilidade do Parque de Laveiras (ver Folha 2.04).

Quando o percurso ciclopedonal intersecta escadas, é proposta a inserção de

carris para transporte de bicicletas, havendo sempre uma alternativa de percurso onde

não existam barreiras arquitectónicas. Propõe-se a ligação através de uma rampa ao

Corredor Verde da Estrada Militar, reduzindo a distância que se teria de percorrer. Os

restantes percursos são pedonais e secundários, conectando e possibilitando o acessos

aos restantes elementos.

Relativamente à mobilidade viária, foram sobrelevados alguns troços de

estradas viárias, de modo a priorizar a mobilidade suave e sustentável, sendo uma das

estratégias para a diminuição de velocidade do tráfego viário no local. Uma das estradas

foi reduzida a um sentido viário, o troço norte da Estrada de Laveiras, deste modo

pretende-se a reaproximação de uma unidade patrimonial isolada, a Quinta do Jardim,

e o assegurar da segurança do peão neste local, uma vez que a estrada/passeio possuí

apenas 5 metros de largura (ver figura 49 e Folha 2.04).

7.4.7. Vegetação

A lógica de plantação segue dezasseis diferentes funções/espacializações (ver

figura 50, Folha 2.05 e lista de espécies indicadas no Anexo G).

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Fig. 50 - Plano da Estrutura Vegetal do Parque de Laveiras (ver Folha 2.05).

Ao longo da ribeira de Barcarena, e da ribeira do Murganhal, é proposto a

plantação de vegetação ripícola autóctone, com o objectivo principal de restabelecer a

galeria ripícola outrora existente (ver VR na figura 50 e Anexo G). É também, uma das

prioridades, a fixação de vegetação aquática com funções de fitodepuração ao longo

das margens e junto aos açudes (ver VA na figura 50 e Anexo G).

O caminho principal terá um alinhamento de árvores de diversas espécies

propostas segundo o seu interesse cromático, resultando numa composição de

diferentes cores (ver CP na figura 50 e Anexo G). A proposta das espécies a integrar o

Jardim da Quinta, seguiu a mesma premissa de interesse cromático, integrando, em

acréscimo, espécies usadas para as orlas ripícolas, conseguindo assim uma ideia de

unidade de todo o parque de Laveiras (ver JQ na figura 50 e Anexo G). Ainda no interior

do jardim, são usadas árvores de pontuação para os triângulos resultantes do

cruzamento de caminhos (ver PJ na figura 50 e Anexo G), as espécies escolhidas são

repetições das espécies usadas nos arruamento do interior do bairro Sá Carneiro. A

Quinta do Jardim segue a lógica de plantação descrita no ponto 7.4.4..

Junto aos espaços hortícolas, entre estes e os caminhos de acesso público,

haverá um revestimento com espécies arbustivas aromáticas, formando um padrão tipo

mosaico-cultura, com espécies arbóreas de fruto pontuais (ver AF na figura 50 e Anexo

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G). As aromáticas foram escolhidas pela sua função de utilização humana direta ou pela

sua função enquanto controlador de pragas e promoção da biodiversidade. As árvores

de fruto foram propostas segundo o seu pequeno porte, de modo a não ensombrar o

local das hortas. Nas zonas de estadia das hortas, as árvores selecionadas seguem a

mesma lógica de árvores de fruto (vegetação comestível), mas diferem por serem de

maior porte, produzindo assim, o efeito de sombra (ver PH na figura 50 e Anexo G).

Circundantes às centralidades é proposto um maciço arbóreo de coníferas,

criando um ambiente íntimo e acolhedor (ver BQ na figura 50 e Anexo G).

Nas áreas de maior declive a vegetação utilizada será uma composição de

espécies direcionadas para a estabilização de taludes (ver ET na figura 50 e Anexo G).

São usadas árvores de pontuação para sinalização de entrada do Parque de

Laveiras (ver PE na figura 50 e Anexo G), sinalização de paragens de autocarro (ver

PA na figura 50 e Anexo G), e ainda para o cruzamento do caminho principal no interior

do parque com o caminho de conexão com a Escola de São Bruno. No interior do parque

é proposta uma pontuação arbórea para a Centralidade do Poço com a lógica descrita

no ponto 7.4.1. (ver PI na figura 50 e Anexo G).

Nos Open Spaces, de recepção ao parque, o elenco florístico passa pela

repetição de vegetação usada na orla ripícola, onde predominam as árvores de folha

caduca, possibilitando a sombra na estação mais quente, e o sol nas estação mais fria

(ver OS na figura 50 e Anexo G).

O prado regado é proposto em sítios estratégicos de recreio, estadia e lazer (ver

PR na figura 50 e Anexo G).

É ainda feito, um enquadramento dos espaços sobrantes, derivados das

intervenções de infraestruturas viárias, com repetição de vegetação arbustiva utilizada

no interior do parque (ver FV na figura 50 e Anexo G).

8. CONCLUSÃO

Com a revisão bibliográfica realizada e a caracterização efectuada, foram

possíveis as correctas e adequadas propostas. Diagnosticando as oportunidades e

potenciais a favorecer ou a formalizar, e os constrangimentos a atenuar ou a anular,

foram propostas Orientações Estratégicas para a criação do Eixo Verde e Azul da

Ribeira de Barcarena.

Estas orientações fornecem um alargado leque de intenções a formalizar, de

modo a promover um corredor verde coeso, organizado e de grande importância

ecológica e social. O EVA-RB alcança um elevado número de conexões, favorecendo a

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sua estrutura enquanto um meio de mobilidade suave, e enquanto meio contínuo de

propagação de fauna e flora. O EVA-RB íntegra a resolução ou atenuação de

problemáticas como o risco de cheias e/ou artificialização de margens e/ou ausência de

galeria ripícola.

Posteriormente, é proposta a criação do Parque de Laveiras (Estudo Prévio),

para um dos trechos do EVA-RB. Esta proposta, em conjunto com as propostas já em

fases de execução e projecto, respectivamente, Parque Hortícola dos Lameiros da

Cartuxa e Parque Urbano da Pedreira Italiana, trará continuidade ao EVA-RB desde a

foz da ribeira de Barcarena até ao cruzamento com a A5. Deste modo, ficará completado

o EVA-RB no território da localidade de Caxias, ficando em falta apenas o troço

pertencente à freguesia de Barcarena.

O Parque de Laveiras, para além de toda a possibilidade de mobilidade e de

melhoramento ecológico significativo na paisagem, traz também a possibilidade de

usufruição de mais um espaço verde por parte da população. Este parque para além de

todas as funções que integra, que enriquecem o EVA-RB, possibilita também a coesão

entre os núcleos urbanos heterogéneos e incoerentes entre si, tornando o território

esteticamente mais interessante e funcional em termos urbanísticos.

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XIX

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE

QUADROS E FIGURAS

Fig. 1 - Elaboração própria através de SIG (Sistema de Informação Geográfica), com

dados fornecidos a 15/12/2017 pela DEV (Divisão dos Espaços Verdes) da CMO

(Camara Municipal de Oeiras).

Fig. 2 - Elaboração própria.

Fig. 3 - Elaboração própria.

Fig. 4 - http://www.olmstedfilm.org/img/EmeraldNecklacePlan.jpg, data da consulta a 02-

02-2018.

Fig. 5 - Elaboração própria.

Fig. 6 - Porto e Norte. Disponível em http://www.portoenorte.pt/pt/o-que-fazer/ecopista-

do-rio-minho/, data de consulta a 14-02-2018.

Fig. 7 - Porto e Norte. Disponível em http://www.portoenorte.pt/pt/o-que-fazer/ecopista-

do-rio-minho/, data de consulta a 14-02-2018.

Fig. 8 - http://www.urbanallotments.eu/case-studies/portugal.html, data de consulta 03-

04-2018.

Fig. 9 - Elaboração própria através de SIG (Sistema de Informação Geográfica), com

dados fornecidos a 15/12/2017 pela DEV (Divisão dos Espaços Verdes) da CMO

(Camara Municipal de Oeiras).

Fig. 10 - Elaboração própria através de SIG (Sistema de Informação Geográfica), com

dados fornecidos a 15/12/2017 pela DEV (Divisão dos Espaços Verdes) da CMO

(Camara Municipal de Oeiras).

Fig. 11 - Elaboração própria através de SIG (Sistema de Informação Geográfica), com

dados fornecidos a 15/12/2017 pela DEV (Divisão dos Espaços Verdes) da CMO

(Camara Municipal de Oeiras).

Fig. 12 - http://www.cm-

oeiras.pt/pt/descobrir/Paginas/palacio_marques_de_pombal.aspx, data de consulta 06-

07-2018.

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XX

Fig. 13 - https://www.youtube.com/watch?v=mvKEzpu7ZEU, data de consulta 07-07-

2018.

Fig. 14 - Elaboração própria através de SIG (Sistema de Informação Geográfica), com

dados fornecidos a 15/12/2017 pela DEV (Divisão dos Espaços Verdes) da CMO

(Camara Municipal de Oeiras).

Fig. 15 - Elaboração própria através de SIG (Sistema de Informação Geográfica), com

dados fornecidos a 15/12/2017 pela DEV (Divisão dos Espaços Verdes) da CMO

(Camara Municipal de Oeiras).

Fig. 16 - Elaboração própria, com adaptação da área delimitada pela REN, como áreas

inundadas nas cheias de 1983.

Fig. 17 - Elaboração própria, com adaptação da área delimitada pela REN, Áreas

Estratégicas de Protecção e Recarga do Aquíferos

Fig. 18 - Fotografia pessoal.

Fig. 19 - https://www.parquesdesintra.pt/pontos-de-atracao/boga-portuguesa/, data de

consulta 02-08-2018.

Fig. 20 - Elaboração própria, com adaptação de dados fornecidos a 15/12/2017 pela

DGEV (Divisão dos Espaços Verdes) da CMO (Camara Municipal de Oeiras).

Fig. 21 - http://www.megalithic.co.uk/article.php?sid=38984, data de consulta 02-08-

2018.

Fig. 22 - https://www.guiadacidade.pt/pt/destino/poigf/838, data de consulta 02-08-2018.

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Fig. 25 - https://www.guiadacidade.pt/pt/poi-fabrica-da-polvora-de-barcarena-15856,

data de consulta 08-08-2018.

Fig. 26 - http://www.cm-oeiras.pt/pt/descobrir/turismo/Paginas/jardins_da_cascata_da_

quinta_real_de_caxias.aspx, data de consulta 10-08-2018.

Fig. 27 - Fotografia pessoal.

Fig. 28 - Elaboração própria, com adaptação de dados fornecidos a 15/12/2017 pela

DGEV (Divisão dos Espaços Verdes) da CMO (Camara Municipal de Oeiras).

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Fig. 31 - http://www.proap.pt/pt-pt/theme/espaco-publico/, data de consulta 27-09-2018.

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data de consulta 27-09-2018.

Fig. 33 - Elaboração própria, com adaptação de dados fornecidos a 15/12/2017 pela

DGEV (Divisão dos Espaços Verdes) da CMO (Camara Municipal de Oeiras).

Fig. 34 - Elaboração própria, com adaptação de dados fornecidos a 15/12/2017 pela

DGEV (Divisão dos Espaços Verdes) da CMO (Camara Municipal de Oeiras).

Fig. 35 - Fotografia pessoal.

Fig. 36 - Fotografia pessoal.

Fig. 37 - Elaboração própria, com adaptação de dados fornecidos a 15/12/2017 pela

DGEV (Divisão dos Espaços Verdes) da CMO (Camara Municipal de Oeiras).

Fig. 38 - Elaboração própria, com ortofotomapas fornecidos a 15/12/2017 pela DGEV

(Divisão dos Espaços Verdes) da CMO (Camara Municipal de Oeiras).

Fig. 39 - Elaboração própria.

Fig. 40 - Elaboração própria através de SIG (Sistema de Informação Geográfica), com

dados fornecidos a 15/12/2017 pela DEV (Divisão dos Espaços Verdes) da CMO

(Camara Municipal de Oeiras).

Fig. 41 - Elaboração própria, com dados fornecidos a 15/12/2017 pela DEV (Divisão dos

Espaços Verdes) da CMO (Camara Municipal de Oeiras).

Fig. 42 - Elaboração própria.

Fig. 43 - Elaboração própria.

Fig. 44 - Elaboração própria.

Fig. 45 - Elaboração própria.

Fig. 46 - Elaboração própria.

Fig. 47 - Elaboração própria.

Fig. 48 - Elaboração própria.

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Quadro II - Fonte própria.

Quadro III - Fonte própria.

Quadro IV - Fonte própria.