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Corregedoria Geral de Justiça Manual de Orientações de Procedimentos para a Infância e Juventude – Área Infracional TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MATO GROSSO DO SUL

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Corregedoria Geral de Justiça

Manual de Orientações de Procedimentos para a Infância e Juventude – Área Infracional

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MATO GROSSO DO SUL

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Manual de Orientações de Procedimentos para a Infância e JuventudeÁrea Infracional

APRESENTAÇÃO

Em decorrência da Lei 12.594, de 18 de janeiro de 2012, que instituiu o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), em vigor desde o dia 19 de abril do corrente ano, foi editado pela Corregedoria Geral de Justiça o Provimento nº 72, de 21 de junho de 2012, estabelecendo regras para os procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, área infracional.

Diante da grande inovação produzida pela Lei 12.594/2012, a Secretaria da Corregedoria Geral de Justiça tomou a iniciativa de construir, paralelamente ao Pro-vimento 72/2012, um documento contendo informações detalhadas e necessárias à compreensão da nova sistemática de execução das medidas socioeducativas.

O documento, denominado “Manual de Orientações de Procedimentos para a Infância e Juventude – Área Infracional”, foi elaborado em treze partes, cada uma con-tendo uma parcela do procedimento, desde a apreensão em flagrante do adolescente até o encerramento do processo de execução da medida socioeducativa.

O trabalho foi realizado sob a supervisão da Juíza de Direito Simone Naka-matsu, Juíza Auxiliar da Corregedoria Geral de Justiça, e contou com a participação do Juiz de Direito César Castilho Marques, Juiz Auxiliar da Corregedoria Geral de Justiça, do Assessor Jurídico José Carlos Ito Júnior e do Juiz de Direito Roberto Ferreira Filho, ambos da Vara da Infância e Juventude de Campo Grande.

As orientações do presente manual, baseadas na interpretação das dis-posições do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), na Lei do Sinase (Lei 12.594/2012) e no Provimento nº 72/2012, da Corregedoria Geral de Justiça, torna-se-ão de observância obrigatória a partir de sua divulgação, ressalvada a inclusão posterior de eventual alteração por parte da Corregedoria Geral de Justiça.

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BIÊNIO 2011-2012

Des. ATAPOÃ DA COSTA FELIZCorregedor Geral de Justiça

Des. DORIVAL MOREIRA DOS SANTOSCorregedor Adjunto de JustiçaDra. SIMONE NAKAMATSU

Juíza Auxiliar da CorregedoriaDr. CÉSAR CASTILHO MARQUES

Juiz Auxiliar da Corregedoria

ELABORAÇÃO:- Ieda Maria de Souza Almeida – Assessora Técnica Especializada da Secretaria da Corregedoria Geral de Justiça

REVISÃO:- Ary da Cruz Vieira – Diretor da Secretaria da Corregedoria Geral de Justiça

APOIO:- Dr. César Castilho Marques – Juiz Auxiliar da Corregedoria Geral de Justiça

- José Carlos Ito Júnior – Assessor Jurídico da Vara da Infância e Juventude de Campo Grande

- Dr. Roberto Ferreira Filho – Juiz da Vara da Infância e Juventude de Campo Grande

COLABORAÇÃO:- João Carlos Teodoro – Diretor do DEPPI (Departamento de Padronização da Primeira Instância) da Secretaria da Corregedoria Geral de Justiça

- Luize Luzia Flores Ferreira – Coordenadora das Varas Digitais do DEPPI

- Paulo Sérgio Mendes Bignardi – Coordenadoria das Varas Digitais do DEPPI

- Patrícia Silva – Coordenadora das Varas Criminais do DEPPI

- Ronaldo Pereira Fujimoto – Coordenadoria das Varas Digitais do DEPPI

- Soraya Almeida Samha – Coordenadora das Varas Cíveis do DEPPI

- Sueli Amaral Nogueira de Lima – Coordenadoria das Varas Cíveis do DEPPI

- Terezinha Lima Menezes Medeiros – Coordenadoria das Varas Criminais do DEPPI

COORDENAÇÃO - Dra. Simone Nakamatsu – Juíza Auxiliar da Corregedoria Geral de Justiça

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Manual de Orientações de Procedimentos para a Infância e JuventudeÁrea Infracional

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SUMÁRIO

Fase Investigatória – Autoridade Policial e Ministério Público ....................................................9

Da Autoridade Policial .................................................................................................................9

Do Ministério Público .................................................................................................................10

Fluxograma I .............................................................................................................................. 11

Fase Judicial ..............................................................................................................................12

Cadastro do Procedimento Administrativo ................................................................................12

Auto de Apreensão em Flagrante ..............................................................................................12

Relatório de Investigações e Boletim de Ocorrência Circunstanciada ......................................14

Fluxograma II .............................................................................................................................15

MP – Envio da Petição (E-SAJ) .................................................................................................16

Fluxograma III ............................................................................................................................17

Análise da Manifestação do MP – Pedido de Arquivamento .....................................................18

Fluxograma IV ............................................................................................................................20

Análise da Manifestação do MP – Representação .....................................................................21

Fluxograma V .............................................................................................................................23

Audiência de Apresentação ........................................................................................................24

Fluxograma VI ............................................................................................................................25

Análise da Manifestação do MP – Remissão Pré-processual ....................................................26

Fluxograma VII ...........................................................................................................................28

Remissão Processual .................................................................................................................29

Remissão sem medida socioeducativa ......................................................................................29

Remissão com medida socioeducativa ......................................................................................29

Medidas de proteção, de advertência e de reparação do dano aplicadas de forma isolada .....30

Demais medidas em meio aberto ...............................................................................................31

Fluxograma VIII ..........................................................................................................................32

Audiência de Instrução e Julgamento (Audiência em continuação) ...........................................33

Decisão e Recurso .....................................................................................................................34

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Manual de Orientações de Procedimentos para a Infância e JuventudeÁrea Infracional

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Fluxograma IX ............................................................................................................................36

Medidas Socioeducativas ...........................................................................................................37

Expedição da Guia de Execução Provisória ..............................................................................37

Da Remessa da Guia de Execução para Juízo Diverso ............................................................38

Distribuição do Processo de Execução de Medida Socioeducativa ...........................................40

Categorização das peças ...........................................................................................................41

Conversão da guia de execução provisória em definitiva ..........................................................42

Redistribuição do Processo de Execução de Medida Socioeducativa .......................................43

Execução de Medida Socioeducativa.........................................................................................43

Procedimento para cumprimento das Medidas de Advertência ou de Reparação de Danos ...44

Procedimento para cumprimento das Medidas Liberdade Assistida e Prestação de Serviços ..45

Procedimento para cumprimento das Medidas Semiliberdade e Internação .............................48

Unificação e Cumulação de Medidas Socioeducativas ..............................................................48

Fluxograma X .............................................................................................................................50

Audiência de Justificação – descumprimento de medida...........................................................51

Medida aplicada em sede de remissão como forma de exclusão do processo .........................51

Medida aplicada em sede de remissão como forma de suspensão do processo ......................52

Medida aplicada por sentença de mérito....................................................................................52

Fluxograma XI ...........................................................................................................................53

PIA - Programa Individual de Atendimento .................................................................................54

Fluxograma XII ...........................................................................................................................56

Controle de Prazos .....................................................................................................................57

Identificação da apreensão no SAJ ............................................................................................57

Contagem e inserção do prazo no SAJ ......................................................................................57

Alimentação do Histórico de Partes ...........................................................................................60

8 Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul

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Manual de Orientações de Procedimentos para a Infância e JuventudeÁrea Infracional

PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL

Ato infracional, nos termos do art. 103 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é a conduta descrita como crime ou contravenção penal praticada por criança ou adolescente.

De acordo com o ECA, a criança e o adolescente não serão apenados pela prática de ato infracional. Ao adolescente serão aplicadas as medidas socioeducativas descritas no art. 112 do ECA e, sendo necessárias, as medidas de proteção indicadas no art. 101 do ECA.

O art. 172 do ECA estabelece que, caso o adolescente seja apreendido em flagrante de ato infracional, ele deve ser encaminhado imediatamente à autoridade policial competente, conforme orientações que seguem.

I - 1ª FASE – AUTORIDADE POLICIAL E MINISTÉRIO PÚBLICO1.1 – Da Autoridade Policial

Efetuada a apreensão do adolescente e verificadas as condições e providências descri-tas nos arts. 106, 107 e 173 do ECA, a autoridade policial deverá:

1.1.2 – Analisar se é caso de liberação do adolescente.

1.1.2.1 – Em caso de liberação:

a) comparecendo os pais ou responsáveis, o adolescente será liberado, mediante com-promisso de se apresentar ao MP (Ministério Público);

b) não sendo localizados os pais ou responsáveis, a autoridade policial deve acionar o Conselho Tutelar (art. 136, I, do ECA) para adoção das medidas protetivas cabíveis (art. 98, II, 101, do ECA). Se necessário, o adolescente será encaminhado à instituição que executa programa de acolhimento institucional. Nesse caso, fica o responsável pela instituição incumbido de apresentar o adolescente perante o MP.

1.1.2.2 – No caso de permanecer internado:

a) a autoridade policial encaminhará o Auto de Apreensão em Flagrante ou o Boletim de Ocorrência à autoridade judiciária.

b) o adolescente será encaminhado imediatamente ao MP, com cópia do Auto de Apreensão em Flagrante ou do Boletim de Ocorrência. Não sendo possível “a apresen-tação imediata, a autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade de aten-dimento, que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas” (§ 1º do art. 175 do ECA).

c) caso não haja entidade de atendimento no local (UNEI), o adolescente será apresen-tado pela autoridade policial. “À falta de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação em dependência separada da destinada a maiores,” não podendo exceder o prazo máximo de vinte e quatro horas (§ 2º do art. 175 do ECA).

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1.2 – Do Ministério Público

De acordo com o ECA, o MP adotará as seguintes providências:

a) procede a oitiva informal do adolescente e, se possível de seus pais ou respon-sáveis, vítima e testemunhas, conforme determina o art. 179 do ECA:

b) após as providências do art. 179, o MP poderá:

b.1) promover o arquivamento (Título e Fluxo IV);

b.2) conceder a remissão (Título e Fluxo VII) ou

b.3) representar (Título e Fluxo V).

Confira o procedimento até aqui descrito, no fluxograma que segue (I).

Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.

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PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL

II - 2ª FASE – JUDICIAL2.1 – Cadastro do Procedimento Administrativo:

O documento relacionado à investigação do ato infracional, encaminhado pela delegacia de polícia, será cadastrado e distribuído no Sistema de Automação da Justiça (SAJ), de acordo com as regras estabelecidas pela Resolução 46 do Conselho Nacional de Justiça, conforme exemplificado a seguir:

2.1.1 – Competência: 38 – Infância e Juventude – Crime

2.1.2 – Classes:

a) quando houver auto de apreensão em flagrante do adolescente nos casos de ato in-fracional cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, Classe 1461 – Auto de Apreensão em Flagrante;

b) quando não houver apreensão em flagrante e a autoridade policial encaminhar relatório da investigação e demais documentos ou quando forem extraídas cópias de ações penais em que houve a coautoria com maior, Classe 1462 – Relatório de In-vestigações ou,

c) quando a autoridade policial, no caso de flagrante por ato infracional sem a ocor-rência de violência ou grave ameaça a pessoa, lavrar boletim de ocorrência circunstan-ciada, utilizar a Classe 1463 – Boletim de Ocorrência Circunstanciada.

2.1.3 – Assunto: o assunto, em qualquer das circunstancias, corresponderá ao tipo penal imputado ao adolescente.

2.2 – Detalhamento do Procedimento:

2.2.1 – Auto de Apreensão em Flagrante:

2.2.1.1 – Distribuidor realiza as seguintes atividades:

a) cadastra e distribuí na classe 1461;

b) digitaliza as peças;

c) emite a certidão de antecedentes e libera na pasta digital;

d) encaminha os autos para o cartório por meio do botão atividade “MOVER PARA O CARTÓRIO”, momento em que o processo será direcionado para a fila “Ag. análise da inicial”, e entrega as peças físicas do Auto de Apreensão em Flagrante no Ofício de Justiça competente.

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2.2.1.2 – O servidor da Vara acessa a a fila “Ag. análise da inicial” e encaminha o procedimento ao Juiz: Move para a fila “Conclusos – Medidas Urgentes”, indicando a movimentação “50051 – Concluso para decisão”.

2.2.1.3 – Juiz analisa e decide se mantém ou não a internação.

2.2.1.3.1 – Juiz mantém a internação:

a) será expedida a guia de internação provisória (Modelo da Instituição código nº 800000);

b) se o adolescente estiver aguardando remoção em repartição policial, será expedido ofício à Superintendência de Assistência Socioeducativa da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública - SEJUSP solicitando vaga, no prazo de 48 horas, com cópia integral do processo;

c) intima da decisão o MP e a Defensoria Pública, caso não haja advogado habilitado.

2.2.1.3.2 – Juiz determina a expedição de mandado de desinternação:

a) expede-se o mandado de desinternação;

b) intima da decisão o MP e a Defensoria Pública, caso não haja advogado habilitado;

c) aguarda o prazo de 10 dias para envio de manifestação pelo MP (representação/remissão/pedido de arquivamento).

PS. O MP manifesta-se por meio do e-SAJ (vide orientações do título e fluxo III).

2.2.1.4 – Não havendo manifestação do MP no prazo de 10 dias, o servidor certifica imediatamente o decurso e encaminha os autos do procedimento ao Juiz para decisão/despacho.

2.2.1.5 – Retornando os autos da conclusão, o servidor cumpre com prioridade as determinações do Juiz.

PS. O Auto de Apreensão em Flagrante permanecerá ativo no SAJ (não poderá ser baixado), até que sobrevenha o Boletim de Ocorrência Circunstanciada ou a manifes-tação do MP, quando então sofrerá evolução de classe.

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2.2.2 - Relatório de Investigações e Boletim de Ocorrência Circunstanciada:

2.2.2.1 – Distribuidor realiza as seguintes atividades:

a) consulta no SAJ se já existe auto de apreensão em flagrante distribuído. Em caso negativo:

a.1) distribui na classe 1462 ou 1463, conforme o caso, e não digitaliza;

a.2) emite a certidão de antecedentes e encarta no caderno do procedimento que será encaminhado ao MP;

a.3) move para a fila “Procedimentos de apuração de ato infracional com o MP”, as-sociada à movimentação “Entrega dos autos ao Ministério Público/Ato infracional” que altera a situação dos autos para “baixado”;

a.4) entrega o caderno do procedimento (autos físicos) ao MP;

b) Em caso positivo, encaminha os documentos para o setor de protocolo.

2.2.2.2 – O servidor do Setor de Protocolo: protocola como petição física e encaminha para o Cartório para onde foi distribuído o Auto de Apreensão em Flagrante.

2.2.2.3 – O servidor da Vara da Infância recebe a via física e:

a) cadastra a petição;

b) digitaliza a peça e categoriza como “73 – Boletim de ocorrência” para o Boletim de Ocorrência e o Relatório de Investigação;

c) junta e libera na pasta digital;

d) evolui a classe (classe 1462 ou 1463);

e) verifica se há ato judicial pendente de cumprimento no flagrante ou a existência de pedidos/requerimentos pendentes de análise pelo Juiz:

e.1) em caso afirmativo, cumpre as determinações ou encaminha o procedimento ao Juiz para decisão;

e.2) nada havendo, move para a fila 202 “Procedimentos de apuração de ato infracio-nal com o MP”, associada à movimentação 50638 “Entrega dos autos ao Ministério Público/Ato infracional” que altera a situação dos autos para “baixado”.

PS. O MP manifesta-se por meio do e-SAJ (vide orientações do título e fluxo III)

Confira as orientações deste título no fluxograma que segue (II).

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PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL

III – MP – ENVIO DA PETIÇÃO (E-SAJ)

3.1 – A manifestação do MP será encaminhada eletronicamente, por meio do e-SAJ, como petição intermediária, cadastrada conforme as orientações que seguem:

a) oferecimento de Representação: cadastrar como “Representação”, código 193;

b) concessão de Remissão: cadastrar como “Remissão pelo MP”, código 199 e,

c) pedido de arquivamento e outros: cadastrar como “Manifestação do Promotor”, có-digo 38333.

PS.: A Representação, o Pedido de Remissão e outros pedidos formulados pelo MP, serão instruídos com as peças (digitalizadas) do procedimento administrativo, que per-manecerá, fisicamente, sob a guarda do MP.

3.2 – Nos casos de petições relacionadas a Relatório de Investigações ou Boletim de Ocorrência Circunstanciada, após o envio da petição eletrônica pelo MP, o servidor realiza as seguintes atividades:

a) acessa a fila 202 “Procedimentos de apuração de ato infracional com o MP” e clica no botão atividade “Receber Proc. de Apur. de Ato infracional do MP” e o procedimento será reativado;

b) junta a petição eletrônica encaminhada pelo MP ao processo e, no caso de repre-sentação, organizará as peças na pasta digital de modo que a representação fique na primeira folha do processo;

c) encaminha o procedimento ao Juiz: Move para a fila “Conclusos – Medidas Urgen-tes”, indicando a movimentação “50051 – Concluso para decisão”.

3.3 – No caso de petição relacionada a Auto de apreensão em flagrante (não evoluído de classe) que se encontra em cartório, após o envio da petição eletrônica pelo MP, o servidor realiza as seguintes atividades:

a) acessa a fila em que o processo se encontra;

b) junta a petição ao processo eletrônico;

c) encaminha o procedimento ao Juiz: Move para a fila “Conclusos – Medidas Urgen-tes”, indicando a movimentação “50051 – Concluso para decisão”.

PS. No caso de representação com pedido de custódia provisória, a prioridade deve ser identificada quando os autos forem movidos para a fila “Conclusos – Medidas Ur-gentes”, lançada na coluna observação a informação: “CPROV”.

Após, seguem-se as orientações do item IV.

Confira as orientações deste título no fluxograma que segue (III):'

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PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL

IV – JUIZ – ANÁLISE DA MANIFESTAÇÃO DO MP – PEDIDO DE ARqUIVAMENTO

4.1 – O Juiz analisa e decide o pedido do MP, o qual pode ser:

a) pedido de arquivamento (4.2);

b) oferecimento de Representação pelo MP; (título e fluxo V);

c) concessão de Remissão apresentada pelo MP (título e fluxo VII).

4.2 – Pedido de arquivamento:

4.2.1 – No caso de homologação do pedido de arquivamento, o servidor realiza as seguintes atividades:

a) intima o MP;

b) certifica o trânsito em julgado da sentença;

c) move para a fila 8 - “processos arquivados” e seleciona a movimentação 246 – “de-finitivo”, para baixa dos autos.

4.2.2 – Caso o Juiz não concorde com o arquivamento, determina a remessa do pro-cedimento ao Procurador Geral de Justiça (PGJ).

4.2.2.1 – Para remessa do procedimento ao PGJ, o servidor da Vara imprime as pági-nas do procedimento; encaminha à Procuradoria Geral de Justiça mediante ofício com AR (aviso de recebimento) e, após a juntada do AR, move o procedimento para a fila 7 – “Ag. Decurso de prazo”.(Prazo: 10 dias)

4.2.2.2 – O Procurador Geral de Justiça analisa o procedimento e decide:

a) manter o posicionamento do Promotor de Justiça;

b) oferecer representação (Vide orientações nos título e fluxo V) ou;

c) designar outro Promotor de Justiça.

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Corregedoria Geral de Justiça

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4.2.2.3 – A manifestação do Procurador Geral de Justiça será encaminhada pelo portal e-SAJ.

4.2.2.4 – Recebida a manifestação do Procurador Geral de Justiça, o servidor junta a petição ao processo eletrônico e move para fila 101 – “concluso para decisão”;

4.2.2.5 – Caso o Procurador Geral de Justiça mantenha o pedido de arquivamento o Juiz homologa o pedido de arquivamento e o servidor move o procedimento para a fila 8 - “processos arquivados”, selecionando a movimentação 246 – “definitivo”, para baixa dos autos.

4.2.2.6 – Se o Procurador Geral de Justiça designar outro Promotor de Justiça, o servi-dor da Vara junta a petição ao processo eletrônico e move o processo para a fila 15 – “vista ao MP” (Prazo: 10 dias).

4.2.2.6.1 – Promotor de Justiça designado poderá:

a) oferecer Representação; (Vide orientações nos título e fluxo V);

b) conceder Remissão (Vide orientações nos título e fluxo VII).

Confira as orientações deste título no fluxograma que segue (IV):

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PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL

V – JUIZ – ANÁLISE DA MANIFESTAÇÃO DO MP – REPRESENTAÇÃO

A representação é a petição inicial do processo de conhecimento de apuração de ato infracional, equipara-se à denúncia na ação penal.

O juiz poderá receber a representação, rejeitá-la ou mandar o MP emendá-la.

5.1 – Juiz analisa a representação:

5.1.1 – Se a representação não for recebida:

a) o servidor intima o MP da decisão;

b) não havendo interposição de recurso pelo MP, o servidor certifica o transito em jul-gado e arquiva o procedimento;

c) se o MP recorre e o TJ mantém a decisão, o procedimento será arquivado, caso contrário, segue-se conforme o subitem 5.1.2 deste título.

5.1.2 – De acordo com o art.184 do ECA, se a representação estiver em ordem, o juiz recebe e:

a) determina, conforme o caso, a elaboração de estudo psicossocial ou qualquer outra providência que entender pertinente;

b) designa audiência de apresentação do adolescente para data próxima;

c) decide, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, se for o caso, observado o prazo máximo de 45 dias de internação e de conclusão do procedimento (art. 108 e 183 do ECA);

d) determina a notificação do adolescente e seus pais ou responsável do teor da repre-sentação e, para comparecer à audiência, acompanhados de advogado;

e) estando o adolescente internado, determina a expedição de ofício à entidade onde o adolescente estiver recolhido, requisitando a sua apresentação, sem prejuízo da no-tificação dos pais ou responsável.

O prazo máximo de internação (45 dias) será contado da data da apreensão e não da decisão do juiz que mantém a internação.

De acordo com o art. 4º do Provimento 72/2012, o Juiz terá que fiscalizar o cumprimento do disposto no § 2º do Art. 185 do ECA:

§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade. (grifei)

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5.2 – Após receber os autos do Juiz, o servidor procede a evolução da classe para 1464 - “Processo de Apuração de Ato Infracional” e pauta, no SAJ, a audiência de apresentação do adolescente e, sendo determinada ou mantida a internação, cumpre a decisão judicial.

PS. A evolução da classe só pode ser realizada depois do recebimento da repre-sentação pelo juiz.

5.3 – Caso o adolescente não seja encontrado, o Juiz determina a expedição de man-dado de busca e apreensão pela Autoridade Policial e o sobrestamento do feito até a efetiva apresentação.

5.4 – Realizada a apreensão, o adolescente poderá ser apresentado pela Autoridade Policial diretamente à entidade de atendimento constante do mandado, mas a comu-nicação ao Juiz da Infância será feita imediatamente, ainda que aconteça em fim de semana ou dia feriado, caso em que a apresentação ou comunicação far-se-á ao Juiz de plantão.

5.5 – Como se trata de apreensão pela não localização do endereço do adolescente, o Juiz de plantão ao receber a comunicação da apreensão deve se atentar para o seguinte:

a) se houve a decretação ou manutenção da internação (letra “c” do subitem 5.1.2 su-pra), averígua o cumprimento do disposto no § 2º do art. 185 do ECA (se o adolescente está apreendido em local adequado) e determina que se aguarde manifestação do Juiz presidente do feito no horário normal de expediente;

b) se não houve decreto ou manutenção da internação (letra “c” do subitem 5.1.2 su-pra), determina a liberação do adolescente apreendido, que será entregue aos pais ou responsável, mediante termo de compromisso, quando do cumprimento do mandado de desinternação.

5.6 – Confira o detalhamento da audiência nas orientações do título e fluxo VI.

Confira as orientações deste título no fluxograma que segue (V):

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PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL

VI – AUDIêNCIA DE APRESENTAÇÃO

6.1 – Designada a audiência de apresentação, o servidor realiza as seguintes ativi-dades:

a) expede mandado de notificação ao adolescente e seus pais ou responsável do teor da representação e para que compareçam à audiência, acompanhados de advogado, com cópia integral da representação;

b) estando o adolescente internado, expede ofício, com cópia da representação, à en-tidade onde o adolescente estiver recolhido, requisitando a sua apresentação;

c) com o retorno do mandado, verifica se todos foram notificados, em caso negativo e havendo tempo hábil, certifica e encaminha os autos ao Juiz para deliberação.

6.2 – Caso os pais ou responsável não sejam localizados, o Juiz nomeia curador es-pecial ao adolescente.

6.3 – Na data e horário da audiência faz-se o pregão das partes.

6.3.1 – caso o adolescente não compareça, o Juiz designa nova data, intima os presentes e determina a expedição do documento oficial contendo a ordem para a condução coercitiva (mandado para cumprimento pelo Oficial de Justiça ou ofício ao Delegado de Polícia competente para providenciar os meios necessários ao cumpri-mento da diligência).

6.3.1.1 – O servidor expede o mandado ou o ofício (conforme deliberado pelo Juiz) e aguarda a audiência.

6.3.2 – Comparecendo o adolescente, o Juiz verifica se é necessário nomear Defensor ao adolescente.

6.3.3 – Superada a questão do subitem 6.3.2, o Juiz dará sequência aos demais atos da audiência:

a) se é caso de manutenção da internação provisória;

b) no caso de remissão, ouve o MP, adolescente, pais ou responsáveis e Defensor (Confira os procedimentos de remissão pré e processual nas orientações e fluxos VII e VIII);

c) não sendo o caso de remissão, designa audiência em continuação e, se for o caso, estudo psicossocial (§ 2º do art. 186 do ECA).

6.3.4 – Os presentes saem intimados da audiência e o Defensor para oferecer defesa prévia e arrolar testemunhas em 3 (três) dias.

6.4 – Após, seguem-se as orientações da audiência de continuação (instrução e julga-mento) no título e no fluxo IX.

Confira as orientações deste título no fluxograma que segue (VI):

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PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL

VII – JUIZ – ANÁLISE DA MANIFESTAÇÃO DO MP – REMISSÃO PRÉ-PROCESSUAL

O instituto da remissão é dividido em duas espécies, a pré-processual e a processual (orientações acerca da remissão processual no título VIII, adiante), am-bas podem ser cumuladas com medidas socioeducativas em meio aberto (advertência, reparação de danos, prestação de serviços à comunidade e liberdade assistida).

A remissão tratada neste título é a pré-processual, aquela em que o MP, após a oitiva informal do adolescente, apresenta a proposta de remissão como forma de exclusão do processo.

A homologação pelo juiz é sempre condicionada ao prévio consentimento do adolescente e de seu representante legal, sendo que, se houver a cumulação de me-dida socioeducativa, o Defensor também terá que ser cientificado.

7.1 – Remissão pré-processual:

7.1.1 – Apresentada a proposta de remissão pré-processual pelo MP, o Servidor executa as seguintes atividades:

a) recebe a petição eletrônica, e se for o caso reativa o processo, libera a petição na pasta digital;

b) encaminha os autos ao Juiz para sentença (homologação ou não da remissão).

7.1.2 – Se o Juiz entender que é caso de remissão, homologa a proposta apresentada pelo MP.

7.1.2.1 – Retornado os autos da conclusão, o Servidor executa as seguintes ativi-dades:

a) intima o MP;

b) intima o Defensor;

c) aguarda o prazo de 10 dias para eventual recurso: move para a fila 7 – “Ag. Decurso de prazo”; (em caso de interposição de recurso vide orientações do Título IX, subitem “Decisão e Recurso”);

d) certifica o transito em julgado da sentença homologatória;

e) no caso de remissão sem medida, arquiva o procedimento: move para a fila 8 – “processos arquivados” e seleciona a movimentação 246 – “definitivo”, para baixa dos autos, ou;

f) no caso de remissão com medida, encaminha os autos ao Juiz.

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7.1.2.2 – O juiz designa audiência admonitória para o encaminhamento do cumpri-mento da medida. (procede conforme as orientações do título e do fluxo X, de acordo com a medida estabelecida na proposta).

7.1.3 – Se o Juiz entender que não é caso de remissão, determina a remessa do pro-cedimento ao Procurador Geral de Justiça.

7.1.3.1 – Para remessa do procedimento ao Procurador Geral de Justiça, o servidor da Vara realiza as seguintes atividades:

a) imprime as páginas do procedimento;

b) encaminha à Procuradoria Geral de Justiça mediante ofício com AR (aviso de rece-bimento);

c) após a juntada do AR, move o procedimento para a fila 7 – “Ag. Decurso de prazo”.(Prazo: 10 dias)

7.1.3.2 – O Procurador Geral de Justiça analisa o procedimento e decide:

a) manter o posicionamento do Promotor de Justiça;

b) oferecer representação (Vide orientações nos título e fluxo V) ou;

c) designar outro Promotor de Justiça.

7.1.3.3 – A manifestação do Procurador Geral de Justiça será encaminhada pelo portal e-SAJ.

7.1.3.4 – Recebida a manifestação do Procurador Geral de Justiça, o servidor realiza as seguintes atividades:

a) junta a petição ao processo eletrônico;

b) move para fila 10 – “Concluso para sentença”.

7.1.3.5 – Caso a manifestação do Procurador Geral de Justiça seja pela manutenção da proposta de remissão, segue conforme o subitem 7.1.2.1 (supra).

7.1.3.6 – Se o Procurador Geral de Justiça designar outro Promotor de Justiça, o servi-dor da Vara realiza as seguintes atividades:

a) junta a petição ao processo eletrônico;

b) move o processo para a fila 15 – “vista ao MP” (Prazo: 10 dias).

7.1.3.6.1 – Promotor de Justiça designado poderá:

a) oferecer representação (Vide orientações nos título e fluxo V);

b) pedir o arquivamento (Vide orientações nos título e fluxo IV).

Confira as orientações deste título no fluxograma que segue (VII):

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PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL

VIII – REMISSÃO PROCESSUAL A remissão processual poderá ser concedida pelo Juiz, em qualquer fase do procedimento já iniciado por oferecimento de representação, mas antes da sentença e, mediante prévia manifestação do MP (Parágrafo único do art. 126 e § 1º do art. 186 do ECA).

O Juiz, para embasar sua decisão quanto à oferta de remissão, poderá solicitar opinião de profissional qualificado.

A remissão será concedida com ou sem o estabelecimento de medidas so-cioeducativas não privativas de liberdade (advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade e liberdade assistida). A remissão sem medida, importará na extinção do processo, mas, havendo o estabelecimento de medida, o processo será suspenso.

A medida aplicada será, necessariamente, reavaliada no prazo máximo de 6 (seis) meses, podendo ser revista a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público (art. 128 do ECA).

O adolescente, seus pais ou responsável serão ouvidos acerca da proposta de remissão e, no caso de integrar a proposta, o cumprimento de medida socioeducativa, o Defensor também será ouvido.

Segue-se o procedimento para concessão da remissão processual.

8.1 – Remissão sem medida socioeducativa.

8.1.1 – O juiz ouve o MP, o adolescente e seus pais ou responsáveis.

8.1.2 – Havendo a aceitação pelo adolescente e seus pais ou responsáveis, o Juiz concede a remissão e extingue o processo.

8.1.3 – O servidor move o processo para a fila 8 – “processos arquivados”, selecio-nando a movimentação 246 – “definitivo”.

8.2 – Remissão com medida socioeducativa.

8.2.1 – O juiz ouve o MP, o adolescente, seus pais ou responsáveis e o Defensor.

8.2.2 – Havendo a aceitação pelo adolescente, seus pais ou responsáveis e Defensor, o Juiz concede a remissão com medida, determina as providências necessárias ao encaminhamento da medida e suspende o processo.

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8.2.2.1 – Medidas de proteção, de advertência e de reparação do dano, aplicadas de forma isolada:

a) serão executadas nos próprios autos do processo de conhecimento, mediante lan-çamento da informação “REMISSÃO JUIZ” no campo observação do cadastro de pro-cesso do SAJ-PG. (A coluna “Observação do Processo” será configurada conforme orientação específica disponibilizada na intranet: “Processo eletrônico – Configuração de Filas”);

b) sendo necessário o cumprimento da medida por Juízo de Comarca diversa, será expedida carta precatória ao juízo competente;

c) a execução da medida dar-se-á conforme as orientações e o fluxo X.

8.2.2.2 – Demais medidas em meio aberto, excluídas as medidas na situação in-dicada no subitem 8.2.2.1:

a) serão executadas em processo autônomo;

b) o Servidor expede guia de execução de medida socioeducativa, para cada adoles-cente, utilizando-se do modelo da Instituição “800000 – Guia de Execução de Medida Socioeducativa”, em três vias (processo físico) ou cópias (processo eletrônico):

b.1) a primeira fica no processo de conhecimento como comprovante de expedição, a segunda se constituirá na primeira folha do processo de execução, e a terceira será en-caminhada ao órgão gestor do atendimento socioeducativo, juntamente com as demais peças da guia, nos termos do Art. 40 da Lei 12.594/2012, que segue transcrito:

b.2) a guia de execução será instruída com as informações e documentos indicados no § 2º do art. 6º do Provimento 72/2012;

c) o processo de conhecimento será suspenso pelo tempo definido pelo Juiz conforme as orientações que seguem:

c.1) processo físico: Lançar a movimentação “245 – Provisório” e o prazo. Essa movi-mentação altera a situação do processo para suspenso;

c.2) processo eletrônico: mover o processo para a fila 203 – “Ag. Execução de Medida Socioeducativa” e selecionar a movimentação 245 – “Provisório” e o prazo no momento em que for movido de fila;

Art. 40. Autuadas as peças, a autoridade judiciária encaminhará, imediata-mente, cópia integral do expediente ao órgão gestor do atendimento socio-educativo, solicitando designação do programa ou da unidade de cumpri-mento da medida.

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d) vencido o prazo da suspensão o servidor certifica e encaminha os autos ao Juiz.

8.2.2.2.1 – Concluído o cumprimento da medida, o Juízo da Execução comunicará ao Juízo do processo de conhecimento.

8.2.2.2.2 – O Juiz declara extinto o processo de conhecimento e determina o arquiva-mento dos autos.

8.2.2.2.3 – O servidor promove o arquivamento dos autos:

a) processo físico: lança a movimentação 246 – “Definitivo”;

b) processo eletrônico: move para a fila 8 – “Processos Arquivados” e seleciona a mo-vimentação 246 – “Definitivo”.

8.2.2.2.4 – No caso de descumprimento da medida estabelecida na proposta de remis-são, o processo de execução será extinto.

8.2.2.2.5 – O Juízo de conhecimento será comunicado, via SCDPA, para retomada da instrução do processo.

Maiores detalhes acerca da instrução e execução, confira na primeira parte do item Guia de Execução de Medida do título X.

Confira as orientações deste título no fluxograma que segue (VIII):

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PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL

IX – AUDIêNCIA DE INSTRUÇÃO E JULgAMENTO

(AUDIêNCIA EM CONTINUAÇÃO)

A audiência de Instrução e Julgamento denomina-se audiência em continu-ação em razão de se tratar da continuidade dos atos realizados na audiência de apre-sentação.

No prazo de 3 (três) dias, contados da audiência de apresentação, na qual o adolescente foi interrogado, o Defensor apresentará defesa prévia, podendo arrolar testemunhas que serão ouvidas na audiência de Instrução e Julgamento.

9.1 – Juiz designa a audiência e determina outras providências que entender pertinen-tes.

9.2 – O servidor executa os atos intimatórios necessários à realização da audiência e demais determinações do Juiz.

9.3 – Caso tenha sido determinada a realização de estudo acerca da situação do ado-lescente, por equipe interprofissional, o relatório deverá ser juntado aos autos até a hora da audiência de Instrução e Julgamento.

9.4 – Na data aprazada, aberta a sessão, serão:

a) ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na defesa prévia;

b) colhidas as alegações finais do MP e da Defesa (20 min + 10 min);

c) proferido o julgamento;

d) intimadas as partes da sentença.

PS: Caso a sentença não seja proferida na audiência de Instrução e Julgamento, da qual sairão intimadas as partes interessadas, o servidor deve se atentar para o que dispõe o art. 190 do ECA, adiante transcrito:

A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semi-liber-dade será feita:I - ao adolescente e ao seu defensor;II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem pre-juízo do defensor.§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do defensor.§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.

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9.5 – DECISÃO E RECURSO:

9.5.1 – Juiz profere sentença de procedência da Representação.

9.5.1.1 – O servidor realiza as seguintes atividades:

a) expede a guia de execução provisória, no prazo de 48 horas (§ 1º do art. 6º do Prov. 72/2012), e demais atos para execução da medida, se for o caso (confira orientações no título X);

b) verifica se houve interposição de recurso pela Defesa (prazo: 10 dias – inciso II do art. 198 do ECA) e em quais os efeitos o recurso foi recebido:

b.1) se no efeito devolutivo: move o processo para a fila 19 - “intimação do MP” ou faz a remessa dos autos ao MP, mediante carga, para contrarrazões;

b2) se nos efeitos devolutivo e suspensivo: expede ofício à entidade de atendimento comunicando a suspensão da execução da medida e após, move o processo para a fila 19 – “intimação do MP” ou faz a remessa dos autos ao MP, mediante carga, para contrarrazões;

c) com ou sem as contrarrazões, move os autos para a fila 101 – “Concluso para de-cisão”, selecionando a movimentação 50051 – “Conclusos para Decisão”, com o prazo de 5 (cinco) dias, preenchendo o campo “observação” com a informação “Retratação”, ou a conclusão mediante remessa dos autos ao Juiz.

9.5.1.2 – O Juiz analisa e decide (prazo: 5 dias para decisão – inciso VII do art. 198 do ECA):

9.5.1.2.1 – Se a decisão for mantida, o servidor remete os autos ao Tribunal de Justiça (prazo: 24 horas - inciso VIII do art. 198 do ECA).

9.5.2 – Juiz profere sentença de improcedência da Representação:

9.5.2.1 – O servidor verifica se houve interposição de recurso pelo MP (prazo: 10 dias – inciso II do art. 198 do ECA):

a) Em caso negativo, certifica o transito em julgado da sentença e arquiva o processo;

b) Em caso positivo, intima a Defesa para contrarrazões (“caput” do art. 198 do ECA);

c) com ou sem as contrarrazões, move os autos para a fila 101 – “Concluso para de-cisão”, selecionando a movimentação 50051 – “Conclusos para Decisão”, com o prazo de 5 dias, preenchendo o campo “observação” com a informação “Retratação”, ou a conclusão mediante remessa dos autos ao Juiz.

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Page 35: Corregedoria Geral de Justiça

9.5.2.2 – O Juiz analisa e decide (prazo: 5 dias para decisão – inciso VII do art. 198 do ECA):

a) se a decisão for mantida, o servidor remete os autos ao Tribunal de Justiça (prazo: 24 horas - inciso VIII do art. 198 do ECA);

b) se a decisão for reformada pelo Juiz, o servidor intima o MP e Defesa (conforme o caso) para manifestação no prazo de 5 dias (parte final do inciso VIII do art. 198 do ECA).

9.5.3 – Havendo pedido expresso da parte interessada (MP ou Defesa – parte final do inciso VIII do art. 198 do ECA), o servidor encaminha os autos ao Tribunal de Justiça, senão, certifica o transito em julgado e adota as providências para cumprimento das determinações constantes da sentença.

9.5.4 – O Tribunal analisa o recurso, decide e devolve os autos:

a) se a sentença de procedência da Representação for mantida e houver medida a cumprir, segue-se o procedimento da medida correspondente (Vide orientações e fluxo X);

b) se a sentença de improcedência for mantida ou a de procedência reformada, os autos serão arquivados.

Confira as orientações deste título no fluxograma que segue (IX):

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Page 37: Corregedoria Geral de Justiça

PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL

X – MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS As medidas socioeducativas podem ser aplicadas em três momentos distin-tos:

a) antes de iniciado o processo, por proposta do Ministério Público, denomi-nada remissão “pré-processual” como forma de exclusão do processo;

b) em qualquer fase do procedimento iniciado por representação, mas antes da sentença, denominada remissão “processual” como forma de suspensão do processo e;

c) ao final da instrução, por sentença de mérito.

Dependendo do momento e da circunstância em que a medida socioeducativa for aplicada, a execução será nos próprios autos do processo de conhecimento, ou em separado, mediante extração de guia de execução de medida socioeducativa.

Executam-se nos próprios autos:

a) Medidas aplicadas em sede de remissão “pré-processual” como forma de exclusão do processo, constantes da proposta do Ministério Público;

b) Medidas de proteção, de advertência e de reparação de dano, quando apli-cadas de forma isolada, nos termos do art. 38, da Lei 12.594, de 18 de janeiro de 2012.

Executam-se em autos próprios, mediante extração de guia de execução:

a) Medidas de internação, semiliberdade, liberdade assistida e de prestação de serviços aplicadas por sentença de mérito, incluídas as medidas de proteção, de advertência e de reparação de dano, quando cumuladas com as primeiras;

b) Medidas de liberdade assistida e de prestação de serviços aplicadas em sede de remissão como forma de suspensão do processo, incluídas as medidas de proteção, de advertência e de reparação de dano, quando cumuladas com as primei-ras.

PRIMEIRA PARTE10.1 – Formalização da Guia de Execução de Medida Socioeducativa

10.1.1 – Expedição da Guia de Execução Provisória:

10.1.1.1 – Prolatada a sentença de mérito com aplicação das medidas cuja execução seja em autos próprios, o servidor deverá:

a) expedir a guia de execução no prazo de 48 horas, contados da sentença;

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Page 38: Corregedoria Geral de Justiça

b) encaminhar cópia integral do processo de execução de medida à direção do Pro-grama encarregado da execução para início do cumprimento da medida imposta;

c) expedir ofício à direção do Programa comunicando a suspensão da execução, no caso de interposição de recurso recebido no efeito suspensivo.(§ 1º do art. 6º do Pro-vimento 72/2012)

10.1.1.2 – A guia de execução provisória de medida socioeducativa aplicada por sen-tença de mérito ou em sede de remissão como forma de suspensão do processo será instruída, obrigatoriamente, com as informações e documentos indicados nos incisos do § 2º do art. 6º do Provimento 72/2012:

10.2 – Da Remessa da Guia de Execução para Juízo Diverso.

A remessa da guia ao Distribuidor será realizada por meio do Sistema de Controle de Documentos e Processos Administrativos (SCDPA).

I – o nome, a qualificação e filiação do adolescente, com cópia do respectivo docu-mento oficial de identidade ou certidão de nascimento;

II – cópia do instrumento que deu início ao procedimento investigatório (Relatório de Investigação, Boletim de Ocorrência ou Auto de Apreensão em Flagrante);

III – cópia da representação;

IV – cópia do documento que comprove a data da apreensão ou início do cumpri-mento da medida;

V – cópia da decisão que aplicou a medida;

VI – informação sobre os antecedentes (certidão de antecedentes de atos infra-cionais);

VII – cópia do relatório do estudo psicossocial;

VIII – histórico escolar e transferência, se houver;

IX – outros documentos que o juiz considerar úteis e necessários à execução da medida socioeducativa.

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10.2.1 – O procedimento de remessa da guia é o seguinte: O Servidor da Vara da Infância acessa o SCDPA, aba “Criados” e “Cadastrar novo documento” que a tela de expedição será apresentada para preenchimento, conforme segue:

a) tipo: Guia de Execução de Medida Socioeducativa;

b) assunto: Remessa de guia de execução de medida socioeducativa em nome de <<nome do adolescente>>, extraída dos autos nº <<número do processo de conheci-mento>>;

c) corpo do documento: inserir a guia de execução, que poderá ser assinada fisica-mente pelo Chefe de Cartório, no caso de tramitação física de processo, e digitalmente pelo servidor responsável pelo envio;

d) anexos: os documentos essenciais à formação do processo de execução seguirão anexos à guia, identificados com os nomes que as peças receberão no processo eletrônico (subitem 10.3.1.3 – Da distribuição - categorização de peças):

d.1) Documentos pessoais;

d.2) Boletim de ocorrência ou comunicação de flagrante;

d.3) representação;

d.4) Documento de Início da Medida, se for o caso;

d.5) sentença;

d.6) antecedentes;

d.7) Relatório psicossocial;

d.8) outros documentos;

d.9) certidão de transito em julgado (guia definitiva);

d.10) acórdão (guia definitiva, se houver).

OBS:. A denominação correta dos anexos é necessária para direcionar o trabalho de categorização de peças pelo Distribuidor.

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10.3 – Distribuição do Processo de Execução de Medida Socioeducativa:

10.3.1 – O Processo de Execução de Medida Socioeducativa será cadastrado e dis-tribuído no SAJ-PG, utilizando-se:

a) competência 38 – “Infância e Juventude – Crime”;

b) classe 1465 – “Execução de Medidas Socioeducativas”;

c) assuntos adiante indicados (1 a 7), isolado ou cumulativamente, conforme o caso concreto, prevalecendo como assunto principal o correspondente à medida mais gra-vosa:

c.1) 11386 – “advertência”;

c.2) 11387 – “internação com atividade externa”;

c.3) 11388 – “internação sem atividade externa”;

c.4) 11389 – “liberdade assistida”;

c.5) 11390 – “obrigação de reparar o dano”;

c.6) 11391 – “prestação de serviço à comunidade”;

c.7) 11392 – “semiliberdade”;

d) no caso de execução provisória, o responsável pelo cadastro, deve inserir a informa-ção “PROVISÓRIA” em destaque no campo observação.

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10.3.1.1 – Caso a execução seja de competência do Juízo de conhecimento, cabe ao Chefe de Cartório cadastrar, distribuir e instruir o processo de execução de medida socioeducativa extraída de processo, físico ou eletrônico.

10.3.1.2 – Caso a execução seja de competência de juízo diverso, o cadastro e a dis-tribuição será pelo Distribuidor do juízo do local em que o adolescente irá cumprir a medida.

10.3.1.3 – A guia será categorizada, obrigatoriamente, com as peças correspon-dentes aos documentos e informações indicadas nos incisos do art. 6º do Provi-mento 72/2012 (subitem 10.1.1.2 supra):

a) para identificar o inciso I do § 2º do art. 6º do Provimento 72/2012, a peça será: 9513 – “Documentos pessoais”;

b) para identificar o inciso II do § 2º do art. 6º do Provimento 72/2012, as peças serão: 73 – “Boletim de ocorrência” para o Boletim de Ocorrência e o Relatório de Investiga-ção e 8429 – “Comunicação de flagrante” para o Auto de Apreensão em Flagrante;

c) para identificação do inciso III do § 2º do art. 6º do Provimento 72/2012, a peça será: 193 – “Representação”;

d) para identificação do inciso IV do § 2º do art. 6º do Provimento 72/2012, a peça será: 197 – “Documento de Início da Medida”, se for o caso;

e) para identificação do inciso V do § 2º do art. 6º do Provimento 72/2012, a peça será: 8 – “Sentença”;

f) para identificação do inciso VI do § 2º do art. 6º do Provimento 72/2012, a peça será: 518 – “Antecedentes”;

g) para identificação do inciso VII do § 2º do art. 6º do Provimento 72/2012, a peça será: 200 – “Relatório psicossocial”;

h) para identificação dos incisos VIII e IX do § 2º do art. 6º do Provimento 72/2012: a peça será: 9509 – “Outros documentos”.

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Page 42: Corregedoria Geral de Justiça

10.3.1.3.1 – Em se tratando de guia de execução definitiva, a identificação/categoriza-ção obrigatória engloba, também, as peças 35 – “Certidão de transito em julgado” e, quando houver, 37 – “Acórdão”.

10.4 – Da conversão da guia de execução provisória em definitiva:

10.4.1 – Para a conversão da Execução Provisória em Definitiva, o Servidor da Vara da Infância (processo de conhecimento), tão logo ocorra o transito em julgado da sen-tença, expede ofício, via SCDPA, ao Juízo da Execução Provisória, informando a ocor-rência para fins de conversão da execução (provisória em definitiva). O ofício deve ser instruído com os documentos complementares determinados nos incisos I a V do art. 12 do Provimento 72/2012, que seguem transcritos:

10.4.2 – No Juízo da execução a conversão será realizada pela simples exclusão da palavra “PROVISÓRIA” inscrita no campo observação, lançada por ocasião do cadas-tro da execução provisória. As peças complementares (subitem 10.4.1 supra) serão liberadas na pasta digital devidamente identificadas.

10.4.3 – Depois de expedida a Guia de Execução Definitiva ou comunicado o transito em julgado da sentença, o Servidor da Vara da Infância (processo de conhecimento) realiza as seguintes atividades:

a) certifica nos autos a expedição da guia e, se for o caso, a remessa (da guia) ao Juízo competente para o cumprimento da medida socioeducativa aplicada;

b) efetua a baixa definitiva do processo de conhecimento, conforme segue:

b.1) autos físicos: lançar a movimentação 246 – “Definitivo”;

b.2) processo eletrônico: mover para a fila 8 – “Processos arquivados” e selecionar a movimentação 246 – “Definitivo”, antes de salvar o encaminhamento.

I – cópia da sentença que aplicou a medida;II – cópia do acórdão, se houver;III – cópia da certidão de trânsito em julgado;IV – certidão do período em que o adolescente esteve apreendido na comarca, se for o caso;V – outras peças reputadas necessárias pela autoridade judiciária para auxiliar a execução da medida.

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10.5 – Redistribuição do Processo de Execução de Medida Socioeducativa:

10.5.1 – O processo de execução de medida socioeducativa que tramita em meio físico em vara digital, na hipótese de redistribuição a Juízo digital, será convertido em meio eletrônico antes de sua remessa.

10.5.1.1 – A versão física dos autos será remetida, via malote, ao Juízo a que for redis-tribuído e ficará acondicionada em caixa devidamente identificada, com informação de sua localização no processo eletrônico.

10.5.2 – O processo de execução de medida socioeducativa convertido ao formato digital, na hipótese de redistribuição a outro Juízo não digital, será materializado.

10.5.2.1 – Os autos físicos acrescidos das peças produzidas depois da digitalização serão remetidos ao Juízo de destino.

10.5.3 – O processo de execução de medida socioeducativa iniciado eletronicamente, na hipótese de redistribuição a outro Juízo não digital, será impresso integralmente e materializado antes de sua remessa.

SEgUNDA PARTE10.6 – Execução de Medida Socioeducativa:

10.6.1 – As medidas socioeducativas são classificadas em:

a) medidas em meio aberto: advertência, obrigação de reparar o dano, liberdade as-sistida e prestação de serviços à comunidade;

b) medidas em meio fechado: semiliberdade e internação.

MEDIDAS EM MEIO ABERTO – ADVERTêNCIA E REPARAÇÃO DE DANOS As medidas de advertência e de reparação de danos, geralmente, são aplica-das em sede de remissão, cujas orientações se encontram nos subitens 7.1.2.2 (re-missão pré-processual) e 8.2 (remissão processual), mas pode ocorrer, também, por sentença de mérito.

Em regra, nas medidas estabelecidas por sentença de mérito, o adolescente será advertido (medida de advertência) ou compromissado em reparar o dano (medida de reparação de dano), perante o Juiz da Vara da Infância, em audiência designada para esse fim.

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Page 44: Corregedoria Geral de Justiça

10.6.1.1 – Procedimento para cumprimento das Medidas de Advertência ou de Reparação de Danos:

10.6.1.1.1 – Designada a audiência, o servidor executa as seguintes atividades:

a) intima pessoalmente o MP e, se for o caso, o Defensor Público, ou via publicação no DJE, para intimação de advogado;

b) expede mandado de intimação do adolescente, pais ou responsáveis para compare-cimento à audiência.

10.6.1.1.2 – Se o adolescente comparece, instala-se a audiência: o Juiz adverte o adolescente em relação à medida de advertência e, no caso da reparação de danos, acerca das consequências do não cumprimento da medida fixada, e determina que o ato seja tomado por termo, que será liberado nos autos conforme segue:

a) o termo (advertência/reparação de danos) emitido pelo gerenciador de arquivo, será liberado só com a assinatura do magistrado, apenas para encerrar pendência no SAJ-PG;

b) será impressa uma via do termo (advertência/reparação de danos) que, depois de colhidas as assinaturas dos presentes, será digitalizado e liberado na pasta digital iden-tificado pela peça 198 – “Advertência / Compromisso”.

10.6.1.1.3 – Caso o adolescente, intimado não compareça à audiência, o Juiz marca nova data e determina a expedição de mandado de condução coercitiva.

10.6.1.1.4 – O cumprimento da medida de advertência se exaure na audiência com a assinatura do termo.

10.6.1.1.5 – O cumprimento da medida de reparação do dano depende de comprova-ção, nos autos, de que o dano foi realmente reparado.

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10.6.1.1.6 – Encerrada a audiência, os autos ficarão aguardando o prazo concedido pelo Juiz, para que o adolescente comprove nos autos o cumprimento da medida:

a) no processo eletrônico: os autos serão movidos para a fila 133 – “Ag. Cumprimento de Medida Imposta”, lançando-se no campo “Dias” o prazo concedido pelo Juiz;

b) nos autos físicos: será lançada a movimentação 50566 – “Prazo em Curso”, lançan-do-se no campo “Prazo” o prazo concedido pelo Juiz.

10.6.1.1.7 – Havendo a comprovação da reparação do dano, os autos serão encaminha-dos ao Juiz para extinção e posterior arquivamento do processo pelo Cartório.

10.6.1.1.8 – Passado o prazo sem que haja a comprovação da reparação do dano, o servidor certifica e encaminha os autos ao Juiz, que poderá:

a) determinar a intimação do adolescente para, em 5 (cinco) dias, comprovar nos autos que procedeu a reparação do dano;

b) designar Audiência de Justificação, cujo procedimento segue nos títulos e fluxo XI;

c) determinar outras providências que o caso concreto exigir.

MEDIDAS EM MEIO ABERTO – LIBERDADE ASSISTIDA E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS10.6.1.2 – Procedimento para cumprimento das Medidas Liberdade Assistida e Prestação de Serviços.

10.6.1.2.1 – A criação e manutenção de programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas de liberdade assistida e prestação de serviços é de com-petência dos Municípios.

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Page 46: Corregedoria Geral de Justiça

10.6.1.2.2 – Autuado o Processo de Execução de Medida Socioeducativa, o servidor executa as seguintes atividades:

a) expede ofício ao Gestor do Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo solicitando designação, no prazo de 48 horas, do programa ou da unidade de cumpri-mento da medida, com cópia integral do processo. Do ofício deve constar a advertên-cia de que a indicação deve recair em unidade do local de residência dos pais do adolescente ou do responsável por ele, ou não havendo, na localidade mais próxima, conforme estabelecido pelo ECA (§ 7º do art. 101, inciso VI do art. 124 e § 1º do art. 185, da Lei 8.069/90);

b) com o retorno do comprovante de entrega do ofício, move o processo para a fila 7 – “Ag. Decurso de Prazo” (processo eletrônico) ou lança a movimentação 50566 – Prazo em Curso” (processo físico), indicando o prazo de 48 horas no campo específico no SAJ-PG, conforme orientado no subitem 10.6.1.1.6 supra.

c) feita a indicação da Instituição de Atendimento pelo Gestor, o processo será en-caminhado ao Juiz para deliberações, que poderá:

c.1) determinar a notificação do adolescente acerca da Instituição de Atendimento in-dicada para execução da medida e do prazo (definido pelo Juiz) para dar início ao cumprimento da medida e;

c.2) determinar que o processo fique aguardando a apresentação do PIA (Plano Indi-vidual de Atendimento) pelo prazo de 15 dias.

10.6.1.2.3 – Definido o PIA (Confira o procedimento de elaboração do PIA nas orienta-ções e fluxo XII), os autos da execução aguardarão o envio, pela direção do programa de atendimento, do relatório da equipe técnica sobre a evolução do adolescente no cumprimento do plano individual, devendo o servidor adotar as seguintes providên-cias:

a) indicar no SAJ-PG a situação em que se encontra o processo, conforme segue:

a.1) processo físico: lançar a movimentação 50566 – “Prazo em curso”, indicando o prazo de cento e oitenta dias (seis meses), ou se inferior, o estabelecido pelo Juiz e, no complemento, a informação “aguardando relatório da equipe técnica sobre a evolução do adolescente no cumprimento do PIA”;

a.2) processo eletrônico: mover o processo para a fila 204 – Ag. Execução do PIA”, selecionando a movimentação e o prazo indicados na letra “a.1”;

b) vencido o prazo sem a apresentação do relatório, certificar a ocorrência e en-caminhar os autos da execução à conclusão do Juiz;

c) apresentado o relatório, dar conhecimento à Defesa e ao MP e, após, encaminhar os autos à conclusão.

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Page 47: Corregedoria Geral de Justiça

10.6.1.2.4 – O Juiz analisa o relatório e, depois de ouvido o MP e a Defesa, decide manter, substituir ou suspender o cumprimento da medida, podendo, se entender necessário, designar audiência, no prazo máximo de 10 (dez) dias.

10.6.1.2.4.1 – Serão cientificados para comparecimento à audiência o Defensor, o Ministério Público, a direção do programa de atendimento, o adolescente e seus pais ou responsável (Arts. 42 e 51, da Lei 12.594/12).

10.6.1.2.4.2 – Na hipótese de substituição da medida ou modificação das atividades do plano individual, o servidor remeterá o inteiro teor da decisão à direção do programa de atendimento, assim como as peças que entender relevantes à nova situação jurídica do adolescente (Art. 44 da Lei 12.594/412).

10.6.1.2.4.3 – Se a substituição da medida importar em vinculação do adolescente a outro programa de atendimento deve ser oficiada à direção do novo programa de aten-dimento com cópia do plano individual e do histórico de cumprimento da medida.

10.6.1.2.5 – Concluído o cumprimento da medida, o Juízo da Execução declara extinta a medida e comunica ao Juízo do processo de conhecimento, mediante ofício por meio do SCDPA.

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MEDIDAS EM MEIO FEChADO – SEMILIBERDADE E INTERNAÇÃO10.6.1.3 – Procedimento para cumprimento das Medidas Semiliberdade e Internação.

10.6.1.3.1 – A criação e manutenção de programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas de semiliberdade e de internação é de atribuição do Es-tado.

10.6.1.3.2 – Autuado o Processo de Execução de Medida Socioeducativa, segue-se o procedimento conforme o caso concreto:

a) expede-se mandado de busca e apreensão (internação) do adolescente com prazo de 6 (seis) meses, se for o caso;

b) expede-se ofício à Superintendência de Assistência Socioeducativa da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) para:

b.1) nas comarcas onde não haja unidade ou programa específico, solicitar designa-ção, no prazo de 48 horas, do programa ou da unidade de cumprimento da medida, com cópia integral do processo. Do ofício deve constar a advertência de que a indi-cação deve recair em unidade do local de residência dos pais do adolescente ou do responsável por ele ou, não havendo, na localidade mais próxima, conforme estabelecido pelo ECA (§ 7º do art. 101; inciso VI do art. 124 e § 1º do art. 185, da Lei 8.069/90);

b.2) nas comarcas que contam com unidade ou programa específico para cumprimento da medida comunicar a apreensão do adolescente e o imediato encaminhamento deste à unidade específica do local;

b.3) encaminhar cópia integral do processo à unidade específica do local;

c) indicar no SAJ-PG que o processo encontra-se aguardando a apresentação do PIA (Plano Individual de Atendimento) pelo prazo de 45 dias.

A partir desse ponto seguem-se os procedimentos indicados no subitem 10.6.1.2.3 supra.

Confira as orientações da segunda parte (subitem 10.6) deste título no fluxograma X.

UNIFICAÇÃO E CUMULAÇÃO DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS A unificação de medidas socioeducativas está disciplinada no art. 45 da Lei 12.594, de 18 de janeiro de 2012, que segue transcrito:

De acordo com o artigo citado, se no curso da execução de medida socioeducativa, o adolescente receber aplicação de nova medida, o procedimento é o seguinte:

Art. 45. Se, no transcurso da execução, sobrevier sentença de aplicação de nova me-dida, a autoridade judiciária procederá à unificação, ouvidos, previamente, o Ministé-rio Público e o defensor, no prazo de 3 (três) dias sucessivos, decidindo-se em igual prazo.

§ 1º É vedado à autoridade judiciária determinar reinício de cumprimento de medida socioeducativa, ou deixar de considerar os prazos máximos, e de liberação compulsória previstos na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adoles-cente), excetuada a hipótese de medida aplicada por ato infracional praticado durante a execução.

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10.7 – Aplicada nova medida no curso da execução, o servidor deverá:

a) encaminhar os autos ao MP (move de fila ou mediante carga) para manifestação em 3 (três) dias;

b) após, com ou sem a manifestação do MP, intimar o Defensor para manifestação em 3 (três) dias;

c) juntar as manifestações e encaminhar os autos à conclusão do juiz (move de fila ou mediante carga).

10.7.1 – No prazo de 3 (três) dias o Juiz profere decisão acerca da unificação, com observância da Lei do Sinase (Lei nº 12.594/2012).

10.7.2 – As guias unificadas serão apensadas e suspensas.

10.7.2.1 – A suspensão dar-se-á:

a) nos processos físicos, mediante o lançamento das movimentações 245 – provisório (mais de 180 dias) ou 5051 – suspenso em cartório (menos de 180 dias), conforme for o prazo de cumprimento da medida;

b) nos processos eletrônicos:

b.1) processos com prazo superior há 180 dias: encaminha para a fila 130 – “Arquivo provisório”, o sistema altera a situação do processo para suspenso e lança a movimen-tação 245 – “Provisório”;

b.2) processos com prazo inferior há 180 dias: encaminha para a fila 20 – “Processo suspenso”, o sistema lança a movimentação 50521 – “Suspenso em cartório”.

10.7.2.2 – As execuções das medidas que forem sendo cumpridas, serão desapensa-das e baixadas, sendo imediatamente comunicado ao juízo de origem o cumprimento, por meio de ofício encaminhado via SCDPA.

§ 2º É vedado à autoridade judiciária aplicar nova medida de internação, por atos infra-cionais praticados anteriormente, a adolescente que já tenha concluído cumprimento de medida socioeducativa dessa natureza, ou que tenha sido transferido para cumpri-mento de medida menos rigorosa, sendo tais atos absorvidos por aqueles aos quais se impôs a medida socioeducativa extrema.

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PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL

XI – AUDIêNCIA DE JUSTIFICAÇÃO A Audiência de Justificação é consequência lógica dos princípios do contra-ditório e da ampla defesa descritos no art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal, e das garantias processuais, expressamente relacionadas no art. 111 do ECA, especialmente a do inciso “V – direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente”.

Desse modo, em caso de descumprimento de qualquer dos deveres do ado-lescente em relação ao cumprimento das medidas aplicadas por sentença ou em sede de remissão, o adolescente deve ter a oportunidade de exercer a sua autodefesa em Audiência de Justificação.

11.1 – O Juiz designará audiência para ouvir as razões do adolescente e determinará a intimação do MP, do Defensor, do Adolescente e de seus pais ou responsáveis para comparecimento.

11.2 – Designada a audiência, o servidor procede aos atos intimatórios para a audiên-cia:

a) intimação pessoal do MP e da Defensoria Pública, se for o caso, ou via publicação no DJE, do Advogado;

b) Expede mandado de intimação do adolescente e de seus pais ou responsável.

11.3 – Feito o pregão e estando todos presentes, o Juiz instala a audiência e:

a) ouve as razões do adolescente;

b) abre a palavra ao MP e, após, ao Defensor;

c) decide (manutenção, substituição ou suspensão do cumprimento da medida).

11.3.1 – Se a Justificativa é aceita:

11.3.1.1 – O Juiz verifica se há possibilidade de cumprimento da medida.

11.3.1.1.1 – Havendo, o juiz determina o cumprimento pelo adolescente:

a) cumprida a medida, o processo será extinto e arquivado;

b) descumprida a medida, o servidor certifica e encaminha os autos à conclusão do Juiz.

11.3.1.1.2 – Caso não haja possibilidade de cumprimento da medida, o Juiz poderá substituí-la por outra.

11.3.2 – Se a Justificativa não for aceita, o procedimento diverge conforme o modo em que a medida foi aplicada.

11.3.2.1 – Medida aplicada em sede de remissão como forma de exclusão do processo:

a) a remissão é tornada sem efeito e determinada a remessa dos autos ao MP para instauração da ação infracional;

b) os atos recomeçam.(Vide orientações do título e do fluxo IV deste Manual).

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11.3.2.2 – Medida aplicada em sede de remissão como forma de suspensão do processo:

11.3.2.2.1 – O Processo de Execução de Medida Socioeducativa é extinto com comu-nicação do fato, via SCDPA, ao Juiz do Processo de Conhecimento.

11.3.2.2.2 – O Juiz do Processo de Conhecimento determina a reativação do processo que se encontrava suspenso, dando sequência aos atos a partir da concessão da re-missão.(Vide orientações do título e do fluxo VI deste Manual).

11.3.2.3 – Medida aplicada por sentença de mérito.

11.3.2.3.1 – O Juiz decide se é caso de regressão para medida mais gravosa.

No caso de descumprimento reiterado e injustificado de medida aplicada, se-gundo estabelece o inciso III do art. 122 do ECA, o Juiz poderá impor a medida de inter-nação, denominada “internação-sanção”. De acordo com o enunciado 20 do FONAJUV (Fórum Nacional da Justiça Juvenil), só pode ser imposta a internação-sanção para o descumprimento de medidas estabelecidas por sentença de mérito, verbis:

Para que o Juiz possa decretar a regressão da medida socioeducativa aplicada será necessária a oitiva do adolescente, conforme a Súmula 265 do Superior Tribunal de Justiça, que segue transcrita:

11.3.2.3.2 – Estabelecida a medida, segue-se conforme as orientações do título e do fluxo X.

Confira as orientações deste título no fluxograma que segue:(XI):

A internação-sanção só poderá ser imposta em caso de medida socioeducativa apli-cada por sentença de mérito, observado o devido processo legal, não se admitindo a internação-sanção em medida socioeducativa imposta em sede de remissão.

STJ Súmula nº 265 - 22/05/2002 - DJ 29.05.2002

Medidas Sócio-Educativas por Ato Infracional - Oitiva do Menor Infrator – Regressão.

É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida sócio-educativa.

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PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL

XII – PIA (PROgRAMA INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO) De acordo com os arts. 52 e 53 da Lei 12.594/2012, as medidas socioeducativas, em regime de prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade ou internação, serão cumpridas conforme o Plano Individual de Atendimento (PIA), “instru-mento de previsão, registro e gestão das atividades a serem desenvolvidas com o ado-lescente”, elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do programa indicado pelo Órgão Gestor do Sistema do Atendimento Socioeducativo, com a participação do adolescente e de seus pais ou responsável.

12.1 – O órgão gestor do atendimento socioeducativo recebe o pedido de designação de Programa ou de Unidade de Cumprimento da Medida, instruído com a cópia integral do processo.

12.1.1 – Designa o Programa ou a Unidade de Cumprimento da Medida.

12.2 – A direção do Programa ou da Unidade de Atendimento solicitará ao Juiz acesso ao processo, mediante autorização específica, assinada pelo diretor do Programa ou da Unidade de Atendimento, que conterá:

a) a qualificação completa da pessoa autorizada (membro da equipe responsável pela elaboração do PIA);

b) o número do processo e nome completo do adolescente.

12.2.1 – O acesso ao processo eletrônico será mediante senha, fornecida pessoal-mente pelo Cartório ao autorizado, mediante apresentação da autorização e de docu-mento pessoal com foto.

12.2.2 – A equipe técnica, no prazo de 15 (Medidas em Meio Aberto) ou de 45 dias (Medidas em Meio Fechado), providenciará a elaboração do PIA, com observância das regras estabelecidas nos arts. 52 ao 57 da Lei 12.594/2012.

12.2.3 – Findo o prazo, a direção do Programa ou da Unidade de Atendimento proto-colará o PIA em Juízo.

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12.3 – O servidor do Cartório recebe a via física:

a) cadastra a petição;

b) digitaliza a peça e categoriza como 196 – “PIA”, junta e libera na pasta digital;

c) intima o Defensor para manifestar em 3 dias;

d) após intima o MP para manifestar em 3 dias.

12.4 – Se as partes não se manifestarem:

12.4.1 – O servidor certifica o decurso de prazo e encaminha os autos à conclusão.

Por ausência de manifestação, de acordo com o § 5º do art. 41 da Lei 12.594/2012, considerar-se-á homologado o PIA.

12.5 – Defensor ou MP apresenta impugnação ou pedido de avaliação ou perícia.

12.5.1 – O servidor junta a manifestação e encaminha os autos à conclusão.

PS. A IMPUGNAÇÃO AO PIA NÃO SUSPENDE A EXECUÇÃO DA MEDIDA.

12.6 – O Juiz analisa o pedido e decide.

12.6.1 – se entender insuficiente a motivação da impugnação ou desnecessários os pedidos de avaliação ou perícia, poderá indeferi-los, declarando homologado o PIA.

12.6.2 – se concordar com a impugnação ou se entender que o PIA é inadequado, poderá designar audiência com a participação do Defensor, do MP, da direção do Pro-grama de Atendimento, do Adolescente, de seus pais ou responsáveis, ocasião em que será definido o PIA mais adequado à reeducação do adolescente.

12.6.3 – se concordar com o pedido de avaliação ou de perícia, determinará os atos necessários para a realização da providência requerida.

12.6.3.1 – Concluída a avaliação ou perícia, o servidor dará ciência às partes e, após, encaminhará os autos ao Juiz.

12.6.3.2 – O Juiz analisa o resultado da avaliação ou perícia e eventual manifestação das partes, podendo homologar o PIA com a complementação advinda da avaliação ou perícia ou, se entender necessário, designar audiência conforme o subitem 12.6.2.

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PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL

XIII – DISPOSIÇõES FINAIS Controle de Prazos

O controle dos prazos indicados no art. 3º do Provimento 72/2012, será realizado com observância do seguinte:

13.1 – Identificação da apreensão no SAJ: (§ 2º do art. 3º do Provimento 72/2012):

13.1.1 – Recebida a comunicação da apreensão do adolescente (provisória ou defini-tiva), o processo será identificado, imediatamente pelo Cartório, com tarja vermelha.

13.1.2 – As demais medidas serão identificadas, de acordo com a medida aplicada, mediante lançamento na coluna observação das informações que seguem:

a) para a medida de semiliberdade, a informação será: “Semi”;

b) para a medida de liberdade assistida, a informação será: “LibAs”;

c) para a medida de prestação de serviços, a informação será: “PrestSer“.

13.2 – Contagem e inserção do prazo no SAJ:

13.2.1 – Prazo máximo da internação provisória (inciso I do art. 3º do Provimento 72/2012):

Estando o adolescente internado provisoriamente, o prazo máximo para a con-clusão do procedimento será de 45 dias (Art. 108 e 183 do ECA), cadastra a pendência no SAJ, com a quantidade de dias descontando-se o tempo decorrido entre a data da apreensão e o seu efetivo cadastramento.

13.2.1.1 – O prazo será calculado e inserido no SAJ conforme o exemplo que segue:

a) o adolescente foi apreendido no dia 1º/6/2012;

b) o prazo foi inserido no SAJ 3 (três) dias após a apreensão, ou seja, no dia 3/6/2012;

c) o prazo a ser lançado será de 42 dias (45 - 3 = 42).

§ 2º Os processos físicos ou eletrônicos com adolescente apreendido (internação pro-visória ou definitiva) serão identificados com tarja vermelha.

I – O prazo máximo de 45 dias para a internação provisória (Art. 108 e 183 do ECA) será lançado no SAJ, descontando-se o tempo decorrido entre a apreensão e a data do lançamento no SAJ.

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13.2.2 – Prazo máximo da internação-sanção (inciso II do art. 3º do Provimento 72/2012):

13.2.2.1 – Aplica-se a regra do subitem 13.2.1.1.

13.2.3 – Prazo máximo para reavaliação da medida aplicada (inciso III do art. 3º do Provimento 72/2012):

13.2.3.1 – Aplica-se a regra do subitem 13.2.1.1, tendo por base a data do início da execução da medida ou, a partir da segunda reavaliação, a data da última avaliação realizada nos autos.

13.3 – Encaminhamento dos autos ao Juiz (§ 1º do art. 3º do Provimento 72/2012):

13.3.1 – De acordo com o § 1º do art. 3º do Provimento 72/2012, no caso de cumpri-mento de medida de internação provisória ou de internação-sanção (subitens 13.2.1 e 13.2.2), os autos devem ser encaminhados ao Juiz dentro dos prazos indicados nos incisos I e II (45 dias e 3 meses, respectivamente).

II – O prazo máximo de 3 meses da internação-sanção (§ 1º do Art. 122 do ECA) será lançado no SAJ, descontando-se o tempo decorrido entre a data da internação e a data do lançamento no SAJ.

§ 1º Serão lançadas pendências relacionadas aos prazos indicados no caput, cujo con-trole pela serventia deve ser rigoroso, de modo que, nos casos dos ns. I e II, os autos sejam encaminhados à conclusão do juiz, com tempo hábil para providências dentro do prazo.

III – O prazo máximo de 6 meses para a reavaliação das medidas socioeducativas de internação (§ 2º do Art. 121 do ECA) e semiliberdade (§ 2º do Art. 120 do ECA) será lançado no SAJ, tendo como termo inicial a data do início da execução da medida ou da última avaliação realizada nos autos.

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13.3.1.1 – Para atender ao § 1º do art. 3º do Provimento 72/2012, o Servidor do Juízo da Comarca onde a internação está sendo cumprida deve proceder conforme segue:

a) inserir o prazo no SAJ-PG, sempre com o desconto de 5 (cinco) dias, ou seja, fazer a conta do subitem 13.2.1.1 e descontar 5 (cinco) dias. No caso exemplificado (42 dias), o servidor deve inserir (42 - 5) 37 dias no campo prazo;

b) vencido o prazo (com o desconto indicado na letra “a”), certificar nos autos e, no caso de internação provisória, enviar pedido de informação simples (sem formalidades), via SCDPA, ao chefe de Cartório do Juízo do processo de conhecimento, solicitando o envio imediato, também, via SCDPA, do seguinte:

b1) se o procedimento foi concluído, cópia da decisão proferida nos autos;

b2) se o procedimento ainda não foi concluído, informação acerca da fase em que se encontra, podendo ser enviada cópia do extrato de movimentação;

c) depois de certificado o prazo e, no caso da internação provisória, tomadas as providências da letra “b”, encaminhar os autos à conclusão com a identificação de se tratar de liberação de adolescente.

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13.3.1.2 – Para atender ao § 1º do art. 3º do Provimento 72/2012, o Servidor do Juízo da Comarca que determinou a internação (processo de conhecimento) deve proceder conforme segue:

a) inserir o prazo no SAJ-PG, sempre com o desconto de 5 (cinco) dias, ou seja, fazer a conta do subitem 13.2.1.1 e descontar 5 (cinco) dias. No caso exemplificado (42 dias), o servidor deve inserir (42 - 5) 37 dias no campo prazo;

b) vencido o prazo (com o desconto indicado na letra “a”), encaminhar os autos ao Juiz com informação de se tratar de medida urgente;

c) prestar, tão logo sejam solicitadas, as informações (letra “b “do subitem 13.3.1.1) solicitadas pelo Chefe de Cartório do Juízo do local em que o adolescente esteja inter-nado.

13.3.2 – Recebidos os autos, o Juiz da execução deve verificar se é caso de determinar as providências do § 3º do art. 3º do Provimento 72/2012:

13.3.2.1 – Se for o caso, determinará:

a) expedição do mandado de desinternação, a ser cumprido por oficial de justiça;

b) a entrega do adolescente aos pais ou responsáveis, pela Unidade de Internação, mediante termo.

c) expedição de ofício ao Juiz que determinou a custódia, informando a liberação, cujo envio será por meio do SCDPA;

d) expedição de ofício ao Corregedor Geral de Justiça, via SCDPA, direcionado à co-ordenadoria de expediente da Corregedoria Geral de Justiça comunicando o fato.

Alimentação do Histórico de Partes:

13.4 – Serão lançados no histórico de partes dos processos relativos aos adolescentes infratores, os eventos abaixo indicados:

a) Data e local do delito – 175, preencher a informação no complemento;

b) Representado – 153, preencher no complemento o tipo penal;

c) Não representado – 166, preencher no complemento dados da decisão e data;

d) Aplicação de medida socioeducativa – 174, informar no complemento o tipo e o pra-zo do cumprimento da medida, bem como, as folhas e a data da decisão ou sentença que determinou e a data do trânsito, se houver;

e) Baixa da parte – 1, preenchendo no complemento a data da sentença de extinção, bem como, a data do cumprimento do mandado de desinternação.

§ 3º Decorrido o prazo máximo de 45 dias para a internação provisória (n. I), sem que haja informação da conclusão do procedimento pelo Juiz que determinou a custódia, o Juiz da execução determinará a liberação do adolescente e comuni-cará o fato à Corregedoria Geral de Justiça.

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Corregedoria Geral de Justiça

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BIÊNIO 2011-2012

Des. ATAPOÃ DA COSTA FELIZCorregedor Geral de Justiça

Des. DORIVAL MOREIRA DOS SANTOSCorregedor Adjunto de JustiçaDra. SIMONE NAKAMATSU

Juíza Auxiliar da CorregedoriaDr. CÉSAR CASTILHO MARQUES

Juiz Auxiliar da Corregedoria

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Manual de Orientações de Procedimentos para a Infância e JuventudeÁrea Infracional

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